Enem Cidadania - Caderno 01

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Este caderno é parte integrante da Coleção Enem.com Cidadania - Fundação Demócrito Rocha I Universidade Aberta do Nordeste I ISBN 978-85-7529-621-9

ENEM.COM UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (Uane)

Fascículo

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RAYMUNDO NETTO

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ENEM.COM

Pra começo de papo...

E

então, você está aí, sentado quietinho na sua, de boa, e, de repente, aparece aquele sujeitinho que você já não ia muito com a cara, mas que é seu colega de sala, veja só, e, sem quê nem para quê, dá um cocorote na sua cabeça. Meu irmão, se liga que isso é bullying! “É o quê, mano?” Bullying é uma agressão intencional e repetitiva, realizada por um ou mais alunos (garotos ou garotas) contra um ou mais colegas que, geralmente, acham que não podem ou têm como se defender. Essa agressão pode acontecer de várias maneiras:

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Fisicamente e material: por meio de tapas, beliscões, chutes, murros, cascudos, furto ou destruição de objetos pessoais, etc.

● Verbalmente: por meio de xingamentos, ape-

lidos maldosos, palavrões, ofensas e insultos, etc. Moral e psicologicamente: por meio de fofocas, difamação, chantagens, intrigas, ameaças, humilhações, da exclusão, etc. ●

Sexualmente: por meio de abusos, violentamentos, assédios, insinuações, etc. ●

● Virtualmente (cyberbullying): por meio da utilização de recursos tecnológicos, como celulares, filmadoras, tablets, notebooks e PCs, internet e redes sociais, etc.


Bullying

Um Problema Social

A Alvo/Vítima

Já deu para perceber que de todo jeito esse bullying coisa boa não é! Se o bullying só acontece nas escolas? É claro que não, mas as pesquisas nos mostram que é nas salas de aula onde acontece o maior número de casos. Olhe, é verdade que muita gente acha bobagem, diz que é só brincadeira (cruel e sem graça) entre colegas (só que não...), coisa da idade (cresce não, é?), que sempre existiu isso (e você é velho assim?), que não faz mal (não é com você, né?) e blábláblá... O certo mesmo é que tem muita gente despertando para o fato de que o bullying é, na verdade, um problema social, e que o troço é mais grave do que se pensa, provocando consequências, às vezes sem volta, para os agressores e agredidos, é claro, e com isso estão pensando formas de identificá-lo, combatê-lo, e, principalmente, preveni-lo. Ah, você também não acha isso legal? Também se incomoda? Já aconteceu com você, foi?

O alvo/vítima do bullying,, o agredido, na grande maioria de casos se encontra tão próximo de seu agressor, o bullie (“bully”, que na língua inglesa, significa “valentão”, “brigão”), que isso faz com que tudo aconteça sem dar na vista, muitas vezes sendo considerado como uma brincadeirinha de nada, inclusive com a cumplicidade de outros colegas que se divertem a valer com a arrumação. Os alvos, você já devem ter notado, são pessoas tímidas, as menorezinhas da sala ou da escola, mas podem ser os mais altos também, assim como os(as) gordinhos(as) ou quem sabe os(as) magrinhos(as). Pode ser também uma pessoa mais feia, como também uma bonita demais... Hummm. Aqueles com alguma deficiência física também são alvos fáceis, ou mesmo aqueles que parecem mais “esquisitos(as)”, tipo os nerds, os emos, os góticos, os que usam piercings,, alargadores de orelhas, usam tatuagens, pintam cabelos, ou mesmo os de orientação sexual, credo ou raça distintos da do agressor. Geralmente, são aqueles que não conseguem se entrosar no grupo, os menos populares ou os novatos. Os agressores os escolhem, justamente por perceberem que eles têm menos condições de se defender. E mais: eles também percebem que a turma nem liga se eles os colegas estão levando sova, se estão sendo humilhados, se o agressor está agindo de covardia contra eles. Por isso, o agressor se sente estimulado a continuar a prática de violência, achando que está fazendo uma coisona aparecendo diante da turma por fazer maldades com os outros. E vocês estão zoando por quê? Qual é a graça de assistir a uma pessoa maltratando outra? Vão deixar ele continuar fazendo isso, é?

Então, preste atenção, galera: o combate ao bullying só pode dar certo com o envolvimento e a participação de todo mundo, e é por isso que estamos aqui! E não pensem que o bullying acontece apenas nas escolas públicas, não... Nas escolas das redes privadas, também. Estudos, curiosamente, apontam que nas escolas públicas se encontram posturas mais efetivas em relação ao bullying, devido à orientação de acionamento de conselhos tutelares ou das delegacias da criança e do adolescente, dentre outras medidas necessárias conforme cada caso.

Os agressores os escolhem, justamente, por perceberem que eles têm menos condições de se defender.

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ENEM.COM Algum de vocês toparia passar UM DIA como alvo de um agressor de bullying?

E se fosse com um de vocês? Muita vergonha alheia, hein? Como é? Por que ele não fala para ninguém, por que não grita ao mundo, não denuncia, não joga no mar uma mensagem na garrafa, não lança sinais de fumaça? Ora, meus amigos, é porque ele acredita que se reclamar o agressor pode se voltar contra ele, e com mais força. Também por que tem vergonha de não conseguir se defender sozinho e do medo que sente, além de crer que os seus pais se decepcionarão com ele. Quer ver? Vamos prestar um pouco mais de atenção nesse garoto? Vamos procurá-lo na hora do recreio? Ah, vocês já perceberam que nunca o veem, né? Claro que não, galera, o carinha se esconde! Quando não coloca a cabeça num buraco, que nem avestruz, fica num can-

É da sua Conta! Numa escola pública de Belo Horizonte, um estudante (19 anos), usando um revólver calibre 38, que pegou de um tio policial, atirou 5 vezes num colega (16 anos) que costumava persegui-lo. Segundo uma colega, por ele ter “algum tipo de distúrbio mental”, o outro tinha mania de lhe dar tapas na cabeça, chamá-lo de “gordo” e gritar com ele. No tiroteio, o suposto autor de bullying foi atingido de raspão no ombro e na orelha, enquanto outro aluno foi atingido, na barriga, por bala perdida. A assessoria da Secretaria Estadual de Educação, quando cobrada, informou que eles desenvolviam ações de prevenção de fatores de geração de violência no ambiente escolar, e que a escola tinha cerca de 600 alunos matriculados do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, nos turnos da manhã e da tarde, possuindo “sistema de monitoramento por câmeras de segurança e desenvolvimento de atividades pedagógicas de não violência.” Interessante ressaltar que, na mesma escola, poucos meses antes, teve a ocorrência de uma discussão que terminou em luta física entre professor e alunos. A polícia teve que intervir e o professor deixou o quadro da escola. Toda a ação e reação dos alunos nos corredores foram gravados pelas câmeras e podem ser assistidas em impressionante vídeo pelo link: https://www. youtube.com/watch?v=cyzZak9o3Ug

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to bem caladinho, sozinho, falando com plantas, com passarinhos, super piradaço. Ou então procura um(a) professor(a), o(a) zelador(a), bibliotecário(a), até o pipoqueiro, se for preciso, um adulto com quem converse e se sinta menos sozinho e mais seguro. Ah, vocês acham que ele é meio enjoado, é? Olha, tristeza deixa a gente assim, moçada. Ele se sente excluído, não tem amigos, você querem o quê? Até na hora de se montar equipes de trabalho, da gincana, ou mesmo quando se tiram os times nos jogos da Educação Física, o(a) garoto(a) sempre sobra e fica para o final, se ainda tiver vaga... E então, você ficaria feliz com isso? Eu não! Não é à toa que ele inventa qualquer motivo para não ter que ir à aula, já perceberam? Vez ou outra aparece uma doença, um resfriado e coisa e tal... Meu irmão, tem vezes que a coisa pode ser ainda pior, sabia? Já vimos casos em que o alvo aguentou, aguentou, aguentou... até que tomou uma decisão: acabar de vez com o sofrimento. Uns se mataram, deixando todo mundo muito doido: familiares, professores, colegas, sem saber por que fizera aquilo, afinal: “Não tinha motivo nenhum!”. Outras vezes, os perseguidos conseguiram se armar com revólveres ou bombas caseiras e saíram atirando ou explodindo as suas escolas, mesmo quando já não eram mais alunos delas, mas por serem os locais onde foram profundamente infelizes. E isso não se esquece! Nos Estados Unidos, onde nos parece não ser tão difícil conseguir revólveres, vez ou outra acontece um caso assim. Acaba que muitas crianças e jovens morrem sem ter culpa nenhuma. É triste, não é? Você já devem ter visto casos como esse na televisão. Pois é, turma, mas eu tenho uma surpresa para vocês... Vocês topam vestir uma capa da invisibilidade? Sério, gente, eu comprei uma num brechó de uma escola de bruxos. Tem até as iniciais do antigo dono: “H.P.” Pois é, eu também


Bullying estranhei. HP não é aquela marca de indústria de produtos tecnológicos? Deixa pra lá. Vamos então vestir essa capa da invisibilidade e ver, sem ser visto, como é que é a vida em casa de um colega nosso que é o ALVO de bullying? ● Se

antes não tinha, começam a aparecer notas baixas no boletim (recebendo castigo ou bronca dos pais que não sabem o que está acontecendo); ● Diz para os pais que está doente sempre

que tem que ir à escola (e os pais, por não saberem o que está acontecendo, brigam com ele(a), achando que é preguiça, quando na realidade ele(a) tem é medo ou vergonha de ir à escola);

a sempre pedir mais ou ameaçá-lo com castigos maiores caso ele não consiga a grana. Não deve ser muito fácil, não... Já pensou? Ir à escola todos os dias imaginando que vai encontrar alguém que vai tirar sarro de você, lhe envergonhar diante dos outros, tomar as suas coisas ou lhe bater? Deus me livre! É por isso que quem sofre bullying: ● Tem dificuldade de confiar nas

pessoas, se isola, não faz amigos ou apenas uns poucos (se tivesse casco, poderia ser uma tartaruga);

Chega em casa com a roupa e ou livros/cadernos amassados ou rasgados (levando bronca dos pais, que muitas vezes nem têm como gastar com isso, comprar novo material ou fardamento); ●

● Os pais começam a perceber que o(a) filho(a) está com arranhões e “arroxeados” na pele (e como ele(a) não diz de onde surgiu aquilo, os pais brigam, chamam-no(a) de lesado(a), que anda caindo, batendo nas coisas, que não presta atenção e outras coisas mais); ● Sai de um momento de alegria para um

de tristeza de uma hora para a outra, sem ver nem pra quê, ficando irritado ou com raiva; Em alguns casos, ele(a), antes de sair de casa, coloca na mochila coisas que podem protegê-lo, como facas, chaves de fenda, canivetes, espetos, pedaços de pau...um perigo! ●

Outras vezes, chega a pegar dinheiro escondido dos pais para dar para o agressor em troca de um pouquinho de paz, o que não resolve, ao contrário, estimula e vicia o agressor ●

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ENEM.COM Nos dias atuais, com tanta correria, nem os pais têm tempo para os filhos, nem os filhos têm tempo para os pais. A família não se reconhece como família. Ninguém tem nada a ver com o outro. Esse estranhamento inibe o diálogo, afasta a confiança, amplia a possibilidade de invasão de práticas indesejadas.

● É inseguro, tem baixa autoestima, tem dificuldade de tomar decisões;

Cria uma imagem negativa de si, passando a imaginar que, como é ele a vítima e não os outros, deve ser mais feio, mais gordo, mais magro, mais esquisito, mais fora de esquadro, um extraterrestre, um mutante ou qualquer coisa bicho-grilo; ●

Geralmente, se sente mais seguro e gosta de conversar mais com adultos, ao invés de que com garotos(as) da sua idade; ●

Apresenta, comumente, sintomas psicossomáticos (dores de cabeça e de estômago, enjoo, tontura, vontade de vomitar, insônia e perda de apetite) ●

● Quando

fala com alguém não a fita nos olhos, anda arrastando a vista no chão com a cabeça baixa e os ombros encurvados.

Não temos como dizer que marcas ficarão gravadas nessas vítimas de bullying. Tudo vai depender de sua estrutura emocional, da forma, da repetição e da intensidade com que se deram as agressões, e muitos outros fatores. São diversos os casos de pessoas, já adultas, que procuram tratamento psicológico e/ou psiquiátrico por causa dessa violência sofrida durante a sua infância ou adolescência. No futuro, podemos encontrar essa pessoas com problemas de depressão, transtornos de pânico, fobia social, ansiedade, anorexia (falta de apetite), bulimia (aumento anormal de apetite), ou mesmo sabê-las esquizofrênicas ou suicidas. “E esse cara não tem pai nem mãe, não? Eles não estão vendo isso?” Ah, foi bom você me lembrar. Os pais e familiares são responsáveis pelo processo de socialização do filho, pela formação de seus valores e de sua habilidade de convivência em sociedade. São eles que têm que proteger

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o filho, orientá-lo, acompanhá-lo em sua rotina, assegurar que será atendido em suas necessidades básicas, dentre elas a de SEGURANÇA. Sim, eles são. Mas isso só é possível se houver DIÁLOGO entre pais e filhos. Sem ele, é impossível os pais terem a menor noção do que acontece na escola. Nós sabemos, turma, que nos dias de hoje, tem muita zoação, curtição na internet, no celular, muita correria, os amigos cheios de programação irada, tudo muito sem tempo para sentar junto, bater aquele papinho legal em família, e acontece que muitos pais não conhecem DE VERDADE os seus filhos, assim como os filhos sabem lá quem são aqueles pais. É uma pena, mas isso não acontece? Na sua casa, você tem tempo para saber como foi o dia de seus pais? Sabe do que eles gostam, quem são os seus amigos, o que os faz felizes? Pense nisso.

O Autor/Agressor Galera, eu não sei vocês, mas agora eu fiquei curioso em ver como é a vida, na verdade, do autor, aquele valentão metido a besta que gosta de curtir com a cara dos outros só para aparecer para a sua turma. Vocês não estão, não? Sem tirar a nossa Ultra-Maxi-Plus capa de invisibilidade, vamos fechar os olhos, contar até 3 e... UM, DOIS, TRÊS... Tcham-tcham-tcham... Deu certo, gente? Você ainda estão aí? Estão? Ah, deu, sim... Chegamos! E olha só quem também está chegando em casa agora... o nosso “valentão”. Prestem atenção, mas, por favor, em silêncio: ● Chega

em casa muitas vezes com a farda amassada ou suja;

Conforme a idade e força, também são ameaçadores em casa, vistos como arrogantes, egoístas, insensíveis, criadores de problemas, e, por isso, às vezes, os pais, para não ●


Bullying sofrerem e pensando que “isso passa”, deixam como está, não lhe impondo limites nem procurando saber o que anda aprontando; Tenta sempre mostrar sua autoridade contra alguém, precisando sempre humilhar e magoar os outros, porque seus pais não perceberam a sua necessidade de realização e que deveriam conseguir lhe estimular a conquistá-la por meio de ações produtivas e/ou solidárias, ao invés da prática absurda e desnecessária da violência;

● Aparece com dinheiro ou objetos que não são seus (tomados de outros) e que ninguém sabe de onde veio. Geralmente, quando perguntado, diz que “lhe deram”;

Hoje, galera, ele continua nessa. Por enquanto vai escapando, mas se não for impedido ou não for

tratado, corre o risco de se tornar um adulto violento, de personalidade não confiável, antissocial e, sabe-se lá, um delinquente ou criminoso! “Criminoso?” Sim. Alguns deles são assim porque têm uma personalidade difícil, além de não ter uma base educacional, acompanhamento em casa, ou terem problemas domésticos (ausência ou separação de pais, pais envolvidos com droga ou violentos, famílias conflituosas, abusos de toda ordem, etc.) que o traumatizaram. Conforme o caso, pode ser muito difícil a sua recuperação. Assim, os agressores podem, no futuro, se tornarem pessoas de difícil convivência, egoístas e violentas, que não conseguem se estabelecer em relacionamentos afetivos e que serão mal vistos pelos colegas de trabalho, ou se tornarem “carrascos” (assediadores morais) de seu funcionários, não se sustentando também em empregos, etc., etc. e tal. Na verdade, cabe aos pais ensinar aos filhos as boas regras da ética, da solidariedade, do altruísmo, do respeito aos outros. Os pais que não estiverem atentos a isso, podem perder seus filhos para a violência e a maldade. Mas e se esses pais também forem violentos? E se o(a) filho(a) tiver o comportamento que tem, justamente, porque assiste ao relacionamento agressivo do pai ou da mãe ou de ambos? E se os pais forem ausentes e ele(a) tiver esse comportamento como forma de chamar a atenção? E se a família dele(a) não for bem estruturada, passando o dia sozinho(a) ou na companhia de outros que não o(a) reconhecem como família? E se ele(a) for agredido em casa? Temos que pensar nessas possibilidades, pois quando decidimos enfrentar o bullying, não podemos ficar atrás de culpados ou inocentes, pois, geralmente, tanto agressor quanto ajuda alvo precisam de ajuda.

Se o agressor não for impedido ou não for tratado, corre o risco de se tornar um adulto violento, de personalidade não confiável, antissocial e, sabe-se lá, um delinquente ou criminoso!

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O bullying físico pode não doer tanto quanto o verbal, o moral e o psicológico. Machucar o coração pode ser mais greve do que a pele.

Às vezes, quando professor ou diretor, ao invés de punir o agressor, o ouve e num bom diálogo consegue sensibilizá-lo e/ou motivá-lo, o problema pode ser resolvido num click!, sabia? Como é que é? “Ah, mas isso é coisa besta de meninos?” Olhe, não é bem assim, não... Nosso agressor aqui é um garoto, mas poderia ser uma garota. Há quem diga que existem mais garotos do que garotas como agressores, mas também há quem justifique que, pelo fato de os garotos terem mais força física, as agressões são mais facilmente percebidas. O bullying praticado pelas garotas pode ser físico, mas é mais comum elas agirem por meio da exclusão, em suas “panelinhas”, ou por meio de intrigas e fofocas, assim como por meio da internet. Saca? É importante que não esqueçamos de jeito nenhum que, às vezes, o bullying físico não dói tanto quanto o verbal, o moral e o psicológico. Machucar o coração pode ser mais greve do que a pele. Ah, você já ouviu alguém dizer que um agressor pode também ser vítima de bullying? Sim, isso é verdade. Em alguns casos, o autor também traz características de depressão, insegurança e humilha os seus colegas justamente para esquecer ou esconder que tem as suas limitações, as suas “vergonhas”. Às vezes, ele mesmo pode ter sido violentado por práticas de

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bullying no passado. É o caso, por exemplo, dos trotes universitários. Dá impressão de ser brincadeira, mas pode se tornar rotineiro, repetitivo. Para a vítima, ou alvo, aquilo pode parecer não terminar nunca.

O Cyberbullying E por falar em internet, eu posso dizer que esse nosso mané aqui é um agressor “analógico”! Ah, não entenderam, não? Eu disse que vocês não sabiam... Eu sou demais! Existe outro agressor, o virtual, o eletrônico, o cyber-agressor, assim como existe o cyberbullying! Desse aí vocês já ouviram falar, né? Também, vocês vivem ligados em redes sociais, tão espertos, sabidos, conectados e se achando... Pois, turma, o bullyng praticado via internet é o que chamamos de cyberbullying ou bullying virtual. Esse cyber chega a ser pior que o outro bullying, o “tradicional”. Não, não tem nada a ver com papo de espancamento 3D, deixem de conversa mole. Na realidade, o agressor ou agressores, no caso do cyberbullying, devido à velocidade de expansão das postagens e informações da internet, aproveita-se do seu ano-


Bullying nimato para humilhar, envergonhar, atingir as suas vítimas de forma mais ampla, atingindo mais pessoas, por meio de fotos, tiradas do seu celular, tablet, ou mesmo capturadas em seus perfis de facebook, msn, por e-mails, SMS, torpedos, até por meio de blogs, vlogs, fotologs etc., e as utilizam das formas mais diversas e perversas. Por quê? Às vezes por inveja, por despeito, por não gostar apenas, ou por coisa nenhuma. A motivação do bullying é sempre uma coisa que pode ser coisa nenhuma ou nadica de nada. Aparentemente, é “só de mal”.

O problema é que, ao contrário do bullying presencial, tradicional ou outro nome que queira dar para ele, no qual se sabe quem é o agressor, a violência se restringe ao ambiente escolar, ou seja, quando o alvo sai da escola se sente mais aliviado e mais seguro, mas, com o cyberbullying, o agressor pode ficar no anonimato, utilizar um perfil fake, uma conta fictícia de e-mail, um número de celular desconhecido e não revelado, e a vida do alvo pode ser invadida seja lá onde esteja e a qualquer hora do dia ou da noite. A violência, então, para ele, toma um vulto instantâneo-

Mundo Insano

>> Para ler a matéria: R7 Notícias, em 10.04.2013

Também no Canadá, onde pesquisas revelam que uma em cada sete adolescentes de 11 a 16 anos são vítimas de assédio escolar ou de cyberbullying, vem a história de Amanda Todd, de 12 anos, que, numa brincadeira com outro alguém por meio de sua webcam, mostrou um seio. A pessoa, não identificada, passou a ameaçá-la de divulgar uma foto tirada desse momento, a exigir que mostrasse mais, e quando ela o fez, com medo de que ele divulgasse a primeira, ele disponibilizou todas as que tinha pela internet. Amanda ficou apavorada e caiu em depressão, iniciando, pouco depois, tratamento psicológico, pois disse “ter perdido o respeito de todos os seus amigos.” Como Rehtaeh, para fugir dos insultos, mudou de cidade e de escola, o que também não adiantou, continuando a receber mensagens de estranhos que diziam que ela devia morrer. Um dia, foi agredida por um grupo de rapazes, quase na porta da escola, por motivo fútil. Depois, tentou suicídio por duas vezes, utilizando-se de comprimidos, e passou a fazer cortes no braço com uma faca. Foi quando passaram a enviar mensagens e e-mails aconselhando-a a tentar de novo. Então, em 2012, aos 15 anos, ela enforcou-se (antes, gravou um vídeo que pode ser visto na internet, contando a sua história), o que gerou discussão, inclusive, no parlamento canadense, sobre o cyberbullying e as suas trágicas consequências.

http://noticias.r7.com/educacao/noticias/estudante-sofre-bullying-depois-deestuprada-por-colegas-e-se-mata-20130410.html

Fonte: http://nofemininonegocios.com/canada-tragica-vitima-de-bullying. phtml

No Canadá, em 2013, aconteceu um caso de cyberbullying que chamou a atenção mundial, devido ao seu trágico desfecho. Uma estudante de 17 anos, Rehtaeh Parsons, foi convidada por um suposto amigo a ir a casa de outro. Chegando lá, foi surpreendida por outros rapazes que a estupraram. Um dos que lá estavam, decidiu fotografar a cena. Não contente, a distribuiu pelas redes sociais, onde rapidamente se espalhou. Quem a recebia, inclusive pessoas próximas, logo enviava mensagens perguntando se ela também “queria fazer sexo com eles”. Rehtaeh, que antes era boa aluna, teve queda no seu rendimento escolar, tornando-se imprevisível e com mau humor, sendo também vítima de todo tipo de gozação. Os seus pais, sentindo que nada havia a fazer, se mudaram de cidade e a matricularam em outra escola. O que não adiantou, pois os antigos colegas continuaram a violência contra ela, também por meio de redes sociais, enviando a foto para os novos colegas. Meses depois, Rehtaeh se suicidaria, enforcando-se, no banheiro de sua casa. Os estupradores nunca foram presos. O antigo colégio dela, o Cole Harbour District High School, também não quis se envolver e não comentou o caso.

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ENEM.COM Damos mais valor para as pessoas que TÊM alguma coisa do que para aquelas que SÃO alguém.

-estratosférico-mundial-intergaláctico, sem saber de onde vem ou quando vem a bomba (às vezes se sabe ou se desconfia), causando efeitos, por vezes, mais traumáticos que o comum. É tenso, acreditem. E não esqueçam que, neste caso, a agressão pode ser virtual, mas os danos e as consequências são super reais!

A Sociedade do Bullying Nossa sociedade é muito individualista e consumista. Somos criados com a mentalidade de valorizar mais o TER do que o SER, ou seja, damos mais valor para as pessoas que TÊM alguma coisa do que para aquelas que SÃO alguém, embora nosso discursinho seja o contrário. É de lascar. Nos lares, devido à grande mudança de culturas, as pessoas também não têm mais tempo para conversar, não se conhecem, mesmo morando sob o mesmo teto. Estão o tempo inteiro ocupados, ligados à TV, conectados na in-

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ternet, fissurados em celulares, fazendo bluetooth ou downloads em mundos virtuais. Os pais estão abrindo mão de seu papel de educadores e os filhos perdendo a noção de família, de amigos (no conceito real), se “umbigando”, cada vez mais voltados em si próprios (e o engraçado é que, mesmo assim, não se conhecem), ao seu prazer e à sua vontade, cada vez mais egocêntricos, competitivos, sem noções éticas, de solidariedade, de convivência coletiva. Empatia? Respeito? Nem pensar! É nesse mundo de perversa cultura da humilhação, da ridicularização e da perseguição onde queremos viver? É isso mesmo que estamos construindo? Vocês querem viver numa sociedade injusta, desigual, violenta? Pois eu não. Mas não mesmo!

O Combate na Escola A escola, enquanto lugar de aprendizado, deve ser um ambiente seguro e saudável, legal mesmo para se ir e estar. Quando há respeito e os alunos se sentem protegidos em sua integridade, quando os relacionamentos se mostram positivos, é claro que eles gostarão de ir à escola, de encontrar os colegas e professores, terão melhores desempenho e mais chances de desenvolverem as suas habilidades pessoais, não é? É possível até que se dediquem mais na realização de seus trabalhos escolares, que participem mais de suas campanhas e mobilizações. De quebra, ainda construirão laços inesquecíveis de amizades, como se estivessem numa grande família, como se a escola fosse uma segunda casa.


Bullying

A Constituição da República Federativa do Brasil, a Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU e o Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca) entendem a educação como meio pelo qual o jovem poderá atingir o seu pleno desenvolvimento e a sua preparação ao exercício da cidadania. Por isso, a escola não pode abrir mão de ser o espaço privilegiado de formação cidadã, de direitos, deveres, cooperação, solidariedade e de amizade, de promoção de uma cultura de paz, como também não pode tolerar ou ser omissa diante da presença de comportamentos agressivos que possam causar qualquer danos físicos e/ou psicológicos a seus alunos. Também agir apenas pontualmente quando um caso é mais visível, ou quando os pais reclamam, não resolve o problema. A ação da escola tem que ser generalizada, uma atitude compartilhada por todos, promovendo uma discussão aberta, diretores, professores, funcionários, alunos e pais. Sendo assim, acreditem, os resultados são melhores, a confiança na escola se amplia, enquanto se reduz a violência nela.

Chega de medo. Chega de violência! Chega junto nessa guerra pela paz ! Uma coisa é mais do que certa: não se pode mais considerar o bullying como uma brincadeirinha sem importância, como algo natural. É preciso reconhecer o problema para poder combatê-lo e, ainda melhor, PREVENI-LO! A escola deve aproveitar o(s) episódio(s) de bullying para provocar o debate, refletir sobre a convivência, mobilizar seus alunos e professores em torno desse problema que é de de um e de todos, incentivando a solidariedade e o respeito a diferenças. Ou você acha que todo mundo tem que ser igual a você, pensar como você, gostar das mesmas coisas? Acho que seria muito chato um mundo repleto só de “você”. Quem pensa como a gente tem que se unir aos gestores escolares e a toda comunidade es-

A escola não pode abrir mão de ser o espaço de formação cidadã, de promoção de uma cultura de paz, assim como não pode tolerar ou ser omissa diante de casos de bullying.

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O que Incomoda Minha filha tem 10 anos, cabelos enormes e encaracolados, com muito volume. Os cabelos dela são lindos, remetem a uma coisa meio afro e é considerado um trunfo nas passarelas, já que ela faz alguns desfiles de moda infantil. No entanto, na escola é chamada de pulguenta, bruxa e uma série de adjetivos que a magoam profundamente. Ela sempre me pede pra deixar que faça escova progressiva, chapinha, mas seria um erro permitir que a maldade daqueles pestinhas retirem o seu diferencial. Até porque muitas críticas acontecem quando ela usa algo bonito ou diferente. A mãe de uma aluna me ligou pra saber onde eu havia comprado uma boina que a filha dela queria desesperadamente, a mesma que a menina havia chamado de “brega” e “coisa de piranha”, quando viu minha filha usando. Ser alta, magra e estilosa tem sido difícil para a minha filha. Imagine o quanto de maldade não acontece com as crianças gordinhas ou com outras diferenças. Os professores costumam se fazer de mortos. Acho que devia haver mais acompanhamento, especialmente durante o recreio. Miriam Marcia de Moraes

[ ...] Estudava numa escola pública na cidade do interior pernambucano chamada Tabira. Tinha em torno de 11 anos e sempre apanhava de alguns colegas de turma que se mostravam valentões, bravos. E eu tinha muito medo deles. Acredito que deixava transparecer isso sem mesmo perceber. Acontece que sempre fui muito aplicado, dedicado aos estudos e tinha como melhor amigo um garoto grandão, valentão também, porém, que não se metia em confusão. Ele, apesar de valentão, era meio desligado dos estudos e sempre tirava notas baixas nas provas, então aproveitei esta deficiência dele e propus um acordo: ele me livrava dos valentões nas brigas corriqueiras e eu o ajudava nas provas, e assim conseguia sempre me livrar das surras e os ditos bullies me deixavam em paz. Até hoje me lembro desses episódios na infância, o grupo de valentões vinha em minha direção e meu amigo, de imediato, tomava a frente e botava todos pra correr... Pedro Francisco Fonte: http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/veja-aqui-outros-relatos-de-pessoas-que-sofreram-bullyingna-escola-3122758

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colar (professores, funcionários, alunos e pais), procurar discutir o problema, entender as coisas, como vocês estão entendendo agora, aprender a identificar os sinais e, a partir de estratégias criativas, mudar a realidade.

Isso é fácil? Nunca é, e por isso é que vale muito a pena começar! A escola que não se engaja para eliminar ou reduzir os casos de agressão e violência escolar se torna corresponsável nos casos de bullying. A sua direção, diante dos casos persistentes, não resolvidos por meio de ações internas e dirigidas, além de imediatamente acionar os pais da vítima/alvo e do agressor/autor, deve acionar também os conselhos tutelares, os órgãos de proteção à criança e ao adolescente, o Ministério Público (responsável pelo cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente e pelo acompanhamento da escola e apoio aos educadores na prevenção do bullying, garantindo a integridade de crianças e adolescentes). Quando diante de atos mais graves, de infrações, por exemplo, a escola se obriga a fazer ocorrência policial, caso contrário, ela pode ser responsabilizada por OMISSÃO. Várias são as pesquisas que nos provam que, quando os alunos são sensibilizados pela temática, envolvidos nela, constroem saberes sobre ela, a redução do número de casos de bullying na escola a que pertencem surpreende, pois eles passam a estar atentos aos casos na hora em que surgem, não se deixam figurar como testemunhas omissas, passam a se envergonhar e não aplaudir aqueles que praticam a violência moral, além de assumirem uma atitude de cultura de paz e de respeito às diferenças individuais.


Aliás, minha gente, é bom lembrar a vocês que, muitas vezes, o agressor só continua praticando a violência porque se sente estimulado pelas TESTEMUNHAS, ou seja, aquela plateia que assiste a tudo e se cala, ou pior, aquela que o incentiva e até dá força para que ele continue. Não podemos deixar que as pessoas acreditem que os “valentões” sempre se dão bem, que nós temos que nos acovardar, fechar os olhos para a violência, nos trancarmos em casa, por trás das grades, protegidos do mundo e sem gozar de nossa liberdade. Que vida é essa? O professores, profissionais capazes de resolver os conflitos sem usar da violência, quando engajados, além de conscientizar seus alunos em sala de aula, estimulando o bom relacionamento, podem identificar em sua sala alvos e agressores e, percebendo o surgimento de uma situação de bullying, é necessário que haja de imediato, que puxe o assunto, que chame a atenção ou, se preciso, comunique a direção. Os professores, assim como os pais de alunos, devem identificar o mais precocemente possível os casos de bullying, pela atenção ao comportamento e/ou sinais aqui já comentados, assim como por meio de conversas leves, diálogo com o filho(a)/aluno(a), pois, geralmente, se depender da voluntária denúncia do alvo, ela poderá vir só no dia de São Nunca. Muito importante que os professores e pais saibam reconhecer as habilidades e talentos do alvo e do agressor, de forma que possam orientá-los, estimulá-los numa prática criativa, positiva, que devolva a sua autoestima, a sua segurança, que fomente seu espírito empreendedor. Cléo Fante e José Augusto Pedra, autores do livro Bullying Escolar, dão algumas dicas de prevenção ao bullying para professores e pais, que são interessantes para nós também. Prestem atenção e divulguem:

Professor(a)

Bullying

● Observe

com atenção o comportamento dos alunos, dentro e fora de sala de aula, e perceba se há quedas bruscas individuais no rendimento escolar; ● Incentive

a solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças através de conversas, trabalhos didáticos e até de campanhas de incentivo à paz e à tolerância; Desenvolva, desde já, dentro de sala de aula, um ambiente favorável à comunicação entre alunos;

● Quando

um estudante reclamar ou denunciar o bullying, procure imediatamente a direção da escola; ● Muitas

vezes, a instituição trata de forma inadequada os casos relatados. A responsabilidade é, sim, da escola, mas a solução deve ser em conjunto com os pais dos alunos envolvidos.

Não podemos deixar que as pessoas acreditem que os valentões sempre se dão bem, que nós temos que nos acovardar, fechar os olhos para a violência [...]

ENEM.COM CIDADANIA | BULLYING

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ENEM.COM Pais e familiares Mostre-se sempre aberto a ouvir e a conversar com seus filhos;

É importante que os filhos se sintam confiantes e seguros de que podem trazer esse tipo de denúncia para casa e que não serão pressionados, julgados ou criticados.

● Fique atento às bruscas mudanças de comportamento;

É importante que as crianças e os jovens se sintam confiantes e seguros de que podem trazer esse tipo de denúncia para o ambiente doméstico e que não serão pressionados, julgados ou criticados;

Comente o que é o bullying e os oriente que esse tipo de situação não é normal. Ensine-os como identificar os casos e que devem procurar a sua ajuda e a dos professores nesse tipo de situação; ●

● Se precisar de ajuda, entre imediatamente

em contato com a direção da escola e procure profissionais ou instituições especializadas. A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (Abrapia) sugere que, para um ambiente saudável na escola, é fundamental:

14|FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE

● Esclarecer o que é o bullying; ● Avisar que a prática não é tolerada; ● Conversar com os alunos e escutar atentamente as reclamações e/ou sugestões; ● Estimular os estudantes a informarem os ca-

sos que existem, no momento, na escola; ● Reconhecer

e valorizar as atitudes da garotada no combate ao problema;

● Identificar possíveis agressores e alvos;

Acompanhar o desenvolvimento de cada um;

Criar com os estudantes regras de disciplina para a classe, em coerência com o regimento escolar; ●

Estimular lideranças positivas entre os alunos, prevenindo futuros casos;

● Interferir

diretamente nos grupos, o quanto antes, para quebrar a dinâmica de bullying; Prestar atenção nos mais tímidos e calados. Geralmente as vítimas se retraem.

O Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral (Gepem/Unicamp) desenvolveu algumas ações que considera fundamentais no combate ao bullying no ambiente escolar. Dentre elas:


Na escola

Bullying

Estar presente nos momentos de intervalo/recreio, com objetivo de estabelecer relações de confiança com os alunos e observar comportamentos; ●

● Promover reuniões de estu-

dos com especialistas, de prevenção e formação de ambiente em que todos, professores e funcionários, se responsabilizem pelas ações determinadas; Plano de ação com os pais: dinâmicas de sensibilização em que os pais se sintam acolhidos e motivados a trabalhar outros valores com seu filho; ●

Providenciar apoio e proteção para as vítimas, ouvindo-os, colocando-se à disposição para que possam, juntos, resolver os problemas. ●

Na sala de aula Estabelecer, coletivamente, regras contra bullying, a partir de um diagnóstico dos maiores problemas que a turma enfrenta. Buscar soluções conjuntas para esses problemas e estimular o debate em sala de aula sobre o tema;

Sancionar as ações dos agressores com reparação e responsabilização pelo que cometeu a vítima; ●

Promover assembleias e avaliações periódicas sobre o que fere as relações de respeito, no cotidiano da escola;

Aplicar metodologias para as diferentes aulas: que levem em conta o interesse do aluno, o que ele já sabe e a possibilidade de trabalhar em pequenos grupos, para que possam se conhecer e aprender a conviver, na relação entre seus pares. ●

Pois é, gente, poderíamos discutir isso por mais tempo, por anos até, mas vamos ficando por aqui nesse trolóló, porque temos que começar a agir, que é sempre o mais importante: AGIR! Para isso, galera boa, não podemos esquecer de pensar juntos, estarmos sempre juntos. Tomar uma atitude anti-bullying, é, ao mesmo tempo, optar pela paz, pelo respeito, pela solidariedade, por um mundo melhor de viver. Já pensou, que maneiro, você pode mudar o mundo a partir das suas escolhas!Você muda e com a sua atitude vai mudando um colega que, também pela atitude dele, consegue transformar outro e por aí vai, numa corrente sem fim. Você não está SOZINHO, não está! Divulgue o que você aprendeu por aqui, o que mais lhe tocou, o que mexeu com você de verdade. Empreste esse caderno Bullying para amigos. Converse com eles, com seus colegas, pais, professores, bata aquele papo legal, na sala de aula, na quadra, na pracinha, onde quiser. Muita gente não sabe o que você sabe agora. Você, então, faz a diferença. Eu acredito em você. E você, acredita?

Muita gente não sabe o que você sabe agora. Você, então, faz a diferença.

ENEM.COM CIDADANIA | BULLYING

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ENEM.COM UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (Uane)

Bullying ¦ Violência ¦ Drogas ¦ Ética ¦ Pluralidade Cultural ¦ Meio Ambiente RAYMUNDO NETTO | Estreou na literatura com o romance Um conto no passado: cadeiras na calçada. Mais tarde, publicou Os acangapebas, de contos, e Centro: o “coração” malamado, pela coleção Pajeú, da Secretaria de Cultura de Fortaleza. Escreve, desde 2007, crônicas para o caderno “Vida & arte” do jornal O POVO. Dentre suas obras de literatura infantojuvenil:

A bola da vez (2008), A casa de todos e de ninguém (2009), Os tributos e a cidade (2011) e Boto cinza cor de chuva (2013), todos pelas Edições Demócrito Rocha. Em 2012, recebeu a Medalha Boticário Ferreira, da Câmara Municipal de Fortaleza.

R218b

Raymundo Netto Bullying/Raymundo Netto - Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha /Universidade Aberta do Nordeste, 2014. 16 p. il. color (Coleção Enem.com Cidadania) ISBN 978-85-7529-620-2 ISBN 978-85-7529-621-9 1. Preconceito - Bullying. I. Título. CDU 316.647.8

Realização

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Apoio

EXPEDIENTE FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) Presidência João Dummar Neto ¦ Direção Geral Marcos Tardin UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE) Coordenação PedagógicoAdministrativa Ana Paula Costa Salmin ENEM.COM CIDADANIA Coordenação Geral e Editorial Raymundo Netto ¦ Gerência de Produção Sérgio Falcão ¦ Edição de Design Amaurício Cortez ¦ Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica Sérgio Fujiwara ¦ Ilustrações Rafael Limaverde ¦ Revisão Textual Rodrigo de Oliveira ¦ Catalogação na Fonte Kelly Pereira FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora - CEP 60.055-402 - Fortaleza- Ceará - Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271 - www.fdr.com.br - fundacao@fdr.com.br Este fascículo é parte integrante da Coleção Enem.com Cidadania da Universidade Aberta do Nordeste, em decorrência do Convênio celebrado entre o Governo do Estado do Ceará, por meio de sua Casa Civil, e a Fundação Demócrito Rocha, sob o nº 90/2014.


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