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Coleção

Títulos já publicados ADOLFO CAMINHA - Claudia Albuquerque ALBERTO NEPOMUCENO - Floriano Martins BÁRBARA DE ALENCAR - Ariadne Araújo BENJAMIM ABRAHÃO - Firmino Holanda BEATO JOSÉ LOURENÇO - Xico Sá CHICO DA SILVA - Roberto Galvão CLÓVIS BEVILÁQUA - César Asfor Rocha DELMIRO GOUVEIA - Aírton de Farias FREI TITO - Socorro Acioli IRMÃOS ANICETO - Pablo Assumpção JÁDER DE CARVALHO - Angela Barros Leal JOSÉ ALBANO - Ruy Vasconcellos JOSÉ DE ALENCAR - Mona Gadelha JOVITA FEITOSA - Kelma Matos JUAREZ BARROSO - Amélia Soares A. Landim LOPES FILHO - Túlio Monteiro MOREIRA CAMPOS - Caterina de Saboya Oliveira NATANAEL CORTEZ - Robério Américo Souza PADRE CÍCERO - Régis Lopes PATATIVA DO ASSARÉ - Gilmar de Carvalho SENADOR ALENCAR - Aírton de Farias


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Copyright©2001 by Edições Demócrito Rocha

DIRETORA EXECUTIVA: Albanisa Lúcia Dummar Pontes CONCEPÇÃO DA COLEÇÃO E COORDENAÇÃO EDITORIAL: Lira Neto SUPERVISÃO GRÁFICA: Roberto Santos PROJETO GRÁFICO: Mirtis Rodrigues CAPA: Mirtis Rodrigues/Deglaucy Jorge Teixeira EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: Rocylânia Isidio REVISÃO VERNACULAR: Kelsen Bravos e Vessillo Monte TRATAMENTO DE IMAGENS: Freitas Filho FICHA CATALOGRÁFICA: Carmem Araújo Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

G124j

Gadelha, Mona. José de Alencar / Mona Gadelha. – Fortaleza : Edições Demócrito Rocha, 2001. 104 p. : il. – (Coleção terra bárbara) Inclui bibliografia ISBN 85-7529-005-3 1. Alencar, José de - biografia. 2. Literatura brasileira. 3. Política - História - século XIX. I. Título. CDU 92ALENCAR, J

Edições Demócrito Rocha Av. Aguanambi, 282 - Joaquim Távora - Fortaleza - CE Cep: 60.055-402 - Tel.: (85) 255.6270/255.6055 - Fax: (85) 255.6276 E-mail: edr@opovo.com.br


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SUMÁRIO INTRODUÇÃO

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Capítulo 1

UM

RAPAZ SOLITÁRIO NA CIDADE DAS BRUMAS

Capítulo 2

NOITES

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ANTIGAS

Capítulo 3

DR. ALENCAR

INCENDEIA A

CORTE

29

Capítulo 4

UM

38

ÍNDIO DESCERÁ DE UMA ESTRELA

Capítulo 5

ALENCAR

NO PALCO E A PELEJA COM

NABUCO

Capítulo 6

UMA

LOURA E UMA ÍNDIA EM SUA VIDA

Capítulo 7

ALENCAR,

O

‘‘BRUXO’’

Capítulo 8

O

PODER E A GLÓRIA

LEIA MAIS CRONOLOGIA BIBLIOGRAFIA A AUTORA

10

E O POETA BAIANO

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INTRODUÇÃO

Às vezes o tigre em mim se demonstra cruel Como é próprio da espécie. Outras, cochila Ou se enrosca em afago emoliente Mas sempre tigre, disfarçado. Carlos Drummond de Andrade

Dividi este convívio com Alencar e sua obra entre São Paulo e Fortaleza, duas cidades que marcaram a vida dele – passada, a maior parte, no Rio de Janeiro. Noto que este é um momento oportuno para revisitar os livros do nacionalista radical, quando um certo brasileirismo, ainda que tímido, começa a ganhar corpo entre nós. Dizem por aí


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que o Brasil está na moda. Tomara não seja só uma dessas tendências relampejadas espasmodicamente pela mídia. O gesto de olhar para trás às vezes se faz fundamental. Recuar pode significar avançar. Alencar queria uma literatura brasileira, um teatro nacional, uma música sem favores europeus. Mas nem por isso deixaria de ler seus amados Lamartine, Chateaubriand, Balzac, Fenimore Cooper – embora, é verdade, tenha entediado-se numa passagem por algumas cidades do Velho Mundo. Polêmico, apaixonado, esquisito. Monarquista, conservador, teve que se defender das acusações de escravagista. Aliás, Alencar passou boa parte de sua breve existência se defendendo, tanto na vida literária quanto na política. Mas também atacando muito, é claro. Confesso que suas frases rendilhadas me fizeram bem, nesses tempos de português preguiçoso e abreviado. O convite do editor Lira Neto, para fazer esse perfil biográfico, soou aos meus ouvidos como música e desafio. Alencar é autor de uma grande obra, entre romances, novelas, dramas e poesia. Quantos escreveram sobre ele? Araripe Júnior, Antônio Cândido, Gilberto Freyre, Wílson Martins, Afrânio Coutinho, José Guilherme Merquior, Raimundo Girão, só para citar alguns. Isso além das várias biografias publicadas e uma grande quantidade de textos deixada por ele, em áreas que vão da literatura a


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discursos políticos. Sem falar que nosso personagem vem de uma família legendária, desde o patriarca Leonel, que desembarcou na Bahia, pós-descobrimento, expandindo o antigo sobrenome Alenker, que deu origem a Alencar, para as regiões de Exu, em Pernambuco, e Crato, no Ceará. Surpreendi-me com o histórico gesto de generosidade para com Castro Alves, no Rio, facilitando a entrada do baiano no fechado mundo das letras. Saboreei sua amizade com outro mestre, Machado de Assis. Como fazem falta esses gestos de gentileza nos dias hoje... Mais famoso pelos romances O guarani, Iracema e os perfis femininos, há ainda muito que se descobrir e entender em Alencar, homem e trabalho. Enveredar por tantos aspectos da sua vida e pelas histórias que dela se ramificam foi um exercício fascinante. Quem estiver interessado nessa brasilidade e na agudeza de um espírito inquieto, encontrará aí farto material. E pode começar pelo aspecto ambíguo. O próprio filho do escritor, Mário de Alencar, que lhe herdou a profissão, definia seu pai afirmando que ele era como ‘‘duas pessoas distintas, que não se confundiram nem contrariaram, posto que contrárias uma a outra’’. De um lado, o poeta de ‘‘idealizações extremas’’. De outro, ‘‘um homem prático e positivo’’.



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