Degustação de perfis de artistas cearenses

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Perfis de artistas cearenses

roberto kennedy. É fotógrafo graduado pela Casa Amarela, renomado programa oferecido pela Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, sua cidade natal. Continuou sua formação em cursos no International Center of Photography (ICP) em Nova York, cidade em que morou e viveu por nove anos. Kennedy tem fotografado para publicações brasileiras e americanas, como New York Magazine, Rolling Stones, Seven Magazine, Extra Newspaper e jornal e revistas do grupo O POVO. Também trabalhou para alguns estúdios como David Riley Photography e Brett Matthews Studio.

Cecília Bedê. Pesquisadora, é mestre em Comunicação e Semiótica na linha de pesquisa Processos de Criação nas Mídias e especialista em Arte: Crítica e Curadoria pela PUC/SP. Graduada em Artes Visuais pela FGF/CE, tem experiências profissionais nas áreas da educação, gerenciamento de acervos, produção e curadoria de exposições, e no campo editorial com o Canal Contemporâneo e a revista Nexi.

Apoio Cultural

ESTE PROJETO É APOIADO PELA LEI ESTADUAL DE INCENTIVO À CULTURA – LEI Nº13.811, DE 16 DE AGOSTO DE 2006

Cecília Bedê, Júlia Lopes e Roberto Kennedy

Júlia Lopes. Jornalista, participou da turma do Programa de Crítica e Curadoria em Artes Visuais da Vila das Artes, que produziu a exposição Perambular, Experimentar e Correr Perigo. Trabalhou como assessora parlamentar. Foi pesquisadora do projeto Natural-Natural: Paisagem e Artifício, coordenado pela artista Ana Maria Tavares. É mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Artes do Instituto de Cultura e Artes da Universidade Federal do Ceará.



Fortaleza - Ceará - Brasil - 2014

folha de rosto

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Cecília Bedê, Júlia Lopes e Roberto Kennedy


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Copyright 2014© by Fundação Demócrito Rocha

Fundação Demócrito Rocha Presidente

Luciana Dummar

Diretor Geral Marcos Tardin

Edições Demócrito Rocha (Marca registrada da Fundação Demócrito Rocha) Editora Executiva Regina Ribeiro Editor Adjunto Raymundo Netto Gerente de Produção Sérgio Falcão Editor de Design Amaurício Cortez Projeto Gráfico e Diagramação Amaurício Cortez e Dhara Sena Capa Dhara Sena e Karlson Gracie

A luva foi criada sobre imagem produzida no workshop “Vivência e Sensibilização da Expressão Criativa”

Fotos Roberto Kennedy Catalogação na Fonte Kelly Pereira

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

B390p

Bedê, Cecília Perfis de artistas cearenses / Cecília Bedê; Júlia Lopes. – Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2014. 200p.: Color.

ISBN 978-85-7529-665-3

1. Pintura. 2. Artistas I. Lopes, Júlia. II. Título

Av. Aguanambi, 282-A - Joaquim Távora - CEP: 60.055-402 - Fortaleza-Ceará Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6256 - Fax (85) 3255.6271 edicoesdemocritorocha.com.br | edr@fdr.com.br I livrariaedr@fdr.com.br

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CDU 7.071


Apresentação A história deste livro começou com a ideia de reunir um grupo de artistas cearenses em torno de um workshop que seria dado pela artista japonesa Meera Hashimoto, em outubro de 2012. Era a primeira vez que a artista visitava Fortaleza para oferecer cursos que têm a pintura como base para o autoconhecimento. Foram convidados mais de 60 artistas de diversas categorias, linhas de atuação, e tempo de trabalho para participarem da oficina. Este livro reúne a maioria dos artistas que formaram o grupo que compareceu ao workshop. E como aconteceu no encontro dos artistas com a Meera, o que temos nesta obra é diverso, plural, contemporâneo, moderno e, principalmente, congrega, num só lugar, as distintas formas de atuação da arte cearense. Na verdade, o que temos é um belo recorte da arte e dos artistas que atuam a partir do Ceará. O outro ponto importante de destaque é a liberdade com a qual cada artista apresentou seu trabalho e pontuou sua trajetória e composição de sua obra. Mesmo entre aqueles que há tão pouco tempo estão experimentando o caminho artístico, é possível perceber quais os desejos que pontuam os trabalhos recentes, via de regra, resultado da pesquisa, do tatear objetos e examinar as sensibilidades que rodeiam o espaço e o tempo, como pede a arte contemporânea.

Este, certamente, será um registro de formação para as jovens artistas Bruna Bezerra, Cecília Queiroz e Cris Soares. Em comum, elas têm a própria forma do fazer artístico como elemento integrador da arte que criam. Para começar, exploram percursos próprios, coletivamente, em grupos que se propõem a discutir e fazer arte num único tempo. A produção artística se dá a partir do singular. Se Bruna atua no Selo Coletivo que tem a rua como suporte e de lá capta desejos e esperanças, Cecília sai em busca das linhas que criam divisas do tempo no rosto da avó e as transforma numa rede de memórias afetivas. Cris, por outro lado, desenvolve seu trabalho por meio do exercício de olhar ao redor, capturando objetos, mapeando experiências e vivências. O espaço urbano e o tempo pontuam as obras das jovens artistas que usam múltiplos suportes para registro e produção artística. Bruna, Cecília e Cris têm ainda em comum, como traço que as une, o fazer parte da nova geração de artistas que puderam ter uma formação em artes na própria Capital, inscrevendo noutro contexto suas carreiras, daí porque a pesquisa e o experimento, a teoria e a prática estão imbricados no fazer artístico e no desejo de investigar formas, propor diálogos e desvendar novos espaços da arte, tanto a partir de si mesmas quanto da cidade.

Aliás, a cidade, com todos os ingredientes do urbano, é também o palco da arte de artistas como Narcélio Grud, cuja trajetória de criação faz parte da memória de Fortaleza, inscrita nos muros e equipamentos urbanos revestidos pelos rostos coloridos, a exemplo das caixas da Companhia de Energia. Além do ofício da arte urbana, Narcélio se exercita no pensar da criação transitória das ruas quando realiza seminários que reúne artistas e estudiosos da arte urbana. Este livro também traz perfis de artistas que ocupam lugar no amplo cenário das artes cearenses. Côca fala sobre bordados feitos em cerâmica, com inspiração na história cultural do Nordeste; o designer de joias, Claudio Quinderé, aborda o diálogo entre o design e a arte para talhar a prata e adorná-la com desenhos, couro e pedras; os artistas Wando Figueredo, Helio Rola, Carlos Macedo, Mano Alencar, Ananda, Gladson Aguiar, Tarcísio Félix, Fernando França e vários outros contam sobre suas trajetórias artísticas. Zé Tárcísio encerra a publicação que faz as vezes de conto para a literatura. Traz rápidas narrativas, com corte e ambiente certeiros. No entanto, a partir dos pequenos perfis deste livro, pode-se contar uma história recente da arte no Ceará. A Editora


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“A pintura é uma porta para o autoconhecimento e para recuperar a liberdade de expressão do ser humano. A arte me faz conectar com a vida.” Meera Hashimoto

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O workshop Ao todo, foram três meses de preparativos para a realização do workshop “Vivência e Sensibilização da Expressão Criativa”, que seria ministrado pela artista japonesa Meera Hashimoto em sua primeira visita a Fortaleza, em outubro de 2012. Um dos encontros seria com crianças em tratamento de câncer atendidas pelo projeto social Peter Pan. O outro, com um grupo de artistas. Há todo um ritual para este encontro que inclui materiais utilizados para a pintura com uma sequência de tintas em determinada cores, papel trazido da Índia, espaço, música. Um grupo de cerca de 40 artistas atenderam ao convite de participar do workshop ministrado pela artista, que seria uma versão resumida do treinamento de três meses que ela realiza anualmente, há mais de 20 anos, no Osho Meditation Resort, em Pune, na Índia, ou de uma semana, em vários países ao redor do mundo. Nesses encontros, artistas e pessoas comuns compartilham pincéis, tintas e experiências de vida. A pintura surge como mediadora para a busca do autoconhecimento. Em Fortaleza, reuniu em torno de Meera um grupo plural de artistas: muitos nomes consagrados no circuito de arte local e nacional e ascendência internacional; vários jovens artistas recém-chegados no cenário da arte, exercitando um fazer artístico contemporâneo que inclui a pesquisa, o diálogo e o coletivo como métodos de criação; personagens que atuam nos mais diversos segmentos da arte, que convivem com as fronteiras móveis do design, dos quadrinhos, da moda. Por meio deles havia uma mandala com suas múltiplas faces construídas a partir da pintura figurativa moderna, no abstrato, da gravura, da delicada arte em

cerâmica, da arte urbana, da performance e vídeos próprios da linguagem contemporânea, da arte do desenho. Meera recebe o grupo com técnicas que, se para alguns soaram estranhas, outros se deixaram conduzir pela artista. A ideia central do workshop era estabelecer um diálogo da arte como mediadora do indivíduo consigo próprio, e a partir dessa interação, transformar o papel da arte. Talvez este seja o ponto central do debate que Meera Hashimoto provoca. Nascida no Japão, em 1947, seguiu o caminho das artes desde muito cedo, ao ingressar na Musashino Art University, em Tóquio, em 1966. Ao concluir o curso em 1969, Meera seguiu para Europa, onde estudou arte e conheceu praticamente todos os principais museus do velho Continente. Fixou-se em Toledo, na Espanha, janela privilegiada para os estudos da arte europeia. Tinha profunda identificação com artistas modernos, principalmente os que integram as vanguardas que movimentaram as artes desde os últimos anos do século XIX e início do século XX, como os impresssionistas, por exemplo, e Vincent van Gogh (1853-1890), em particular, a quem atribui ser um dos pilares da pintura moderna, ao lado de Pablo Picasso (1881-1973) e Jackson Pollock (1912-1956). O que a atrai em Van Gogh, segundo conta no livro, o (Re) despertar da Criatividade (Editora Dummar), que Meera lança no Brasil este ano de 2014, é a forma radical como o pintor holandês se afasta da tradição moderna da pintura. “Ele pintou uma existência dinâmica e pintou-a de dentro de si mesmo. Era sua visão pessoal, sua impressão, sua expressão sincera de como a vida realmente é. (...) Em seu desejo de expressar o que via, ele desapareceu perante o objeto. Não

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Perfis de artistas cearenses

roberto kennedy. É fotógrafo graduado pela Casa Amarela, renomado programa oferecido pela Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, sua cidade natal. Continuou sua formação em cursos no International Center of Photography (ICP) em Nova York, cidade em que morou e viveu por nove anos. Kennedy tem fotografado para publicações brasileiras e americanas, como New York Magazine, Rolling Stones, Seven Magazine, Extra Newspaper e jornal e revistas do grupo O POVO. Também trabalhou para alguns estúdios como David Riley Photography e Brett Matthews Studio.

Cecília Bedê. Pesquisadora, é mestre em Comunicação e Semiótica na linha de pesquisa Processos de Criação nas Mídias e especialista em Arte: Crítica e Curadoria pela PUC/SP. Graduada em Artes Visuais pela FGF/CE, tem experiências profissionais nas áreas da educação, gerenciamento de acervos, produção e curadoria de exposições, e no campo editorial com o Canal Contemporâneo e a revista Nexi.

Apoio Cultural

ESTE PROJETO É APOIADO PELA LEI ESTADUAL DE INCENTIVO À CULTURA – LEI Nº13.811, DE 16 DE AGOSTO DE 2006

Cecília Bedê, Júlia Lopes e Roberto Kennedy

Júlia Lopes. Jornalista, participou da turma do Programa de Crítica e Curadoria em Artes Visuais da Vila das Artes, que produziu a exposição Perambular, Experimentar e Correr Perigo. Trabalhou como assessora parlamentar. Foi pesquisadora do projeto Natural-Natural: Paisagem e Artifício, coordenado pela artista Ana Maria Tavares. É mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Artes do Instituto de Cultura e Artes da Universidade Federal do Ceará.


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