O curumim pintor e outras histórias

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Sânzio de Azevedo ilustrações

Karlson Gracie

O curumim pintor e outras histórias



O curumim pintor e outras histórias Sânzio de Azevedo ilustrações

Karlson Gracie

Fortaleza - Ceará - 2014


Copyright © 2014 by Sânzio de Azevedo

Fundação Demócrito Rocha Presidente

João Dummar Neto Diretor Geral

Marcos Tardin Edições Demócrito Rocha (EDR) (marca registrada da Fundação Demócrito Rocha) Editora Executiva

Regina Ribeiro Editor Adjunto

Raymundo Netto Gerente de Produção

Sérgio Falcão Editor de Design

Amaurício Cortez Projeto Gráfico e Editoração

Dhara Sena

Capa e Ilustrações

Karlson Gracie Catalogação na Fonte

Kelly Pereira

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Azevedo, Sânzio de A994c O curumim pintor e outras histórias. / Sânzio de Azevedo; ilustração Karlson Gracie. - Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2014. 56.; il. color.

ISBN 978-85-7529-607-3

1. Literatura infantojuvenil 2. Contos I. Gracie, Karlson. II. Título. CDU 82-053.2/.7.(813.1)

Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora - CEP 60.055- 402 - Fortaleza-Ceará Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6256 - Fax (85) 3255.6271 edicoesdemocritorocha.com.br | edr@fdr.com.br | livrariaedr@fdr.com.br


Apresentação Sânzio de Azevedo é, na atualidade, o maior historiador da literatura cearense, sendo ele, também, o seu melhor professor. Tem dezenas de livros e participações em antologias, revistas e suplementos literários, dentre ensaios e poemas, publicados por editoras nacionais e locais. Pela primeira vez, nos honra com a apresentação de cinco contos infantis: “Como nasceu a Via Láctea”, “O curumim pintor”, “O pajé da montanha”, “O curumim gaiato e o fogo de Tupã” e “A menina e o pássaro que mudou de cor”. Todas as histórias, ficcionais, nos levam a aldeias indígenas de etnias como os cariris, tupis, tapuias, tremembés, etc., e são protagonizadas por curumins (meninos ou meninas) e cunhantãs (adolescentes). O cenário, exuberante em beleza, a fauna diversa e colorida e a natureza virgem e nativa descritos pelo autor nos levam ao ingênuo universo que beira a oralidade indígena: a disputa dos índios pela posse da farinha em tempos de seca; Itiberê, o curumim que gostava de colorir até as penas das aves; a amizade verdadeira de Anaí pelo pajé Inajá; as traquinagens de Piraji e a sensível história de um pássaro e de sua “cuidadora”, a indiazinha Jacira. Enriquecido com um glossário de verbetes indígenas, O curumim pintor e outras histórias apresenta a riqueza da cultura indígena para crianças de forma leve e prazerosa. É sentar em volta da fogueira e ouvir atentamente o som bem escolhido das suas palavras... Raymundo Netto



Como nasceu a Via Lรกctea



Vocês já ouviram falar em Via Láctea? É essa faixa luminosa que atravessa o céu à noite, de norte a sul. A iluminação das cidades grandes de hoje não deixa que ela seja vista como antigamente. Mas no sertão pode ainda ser contemplada em toda a sua beleza, como uma longínqua poeira de estrelas. Pois bem. Em tempos muito antigos, tão antigos que ninguém sabe ao certo em que século se situam, essa faixa de luz não existia. Nessa época, viviam por aqui, onde agora é o Ceará, tribos de índios que levavam a maior parte de sua vida a guerrear. Isso acontecia porque, ao lado das épocas de fartura, havia períodos de grande escassez de alimentos: as secas devastavam as matas e os campos, fazendo com que diminuíssem ou mesmo desaparecessem as águas dos rios. Por conta disso, rareavam os peixes nas lagoas que iam minguando, e no que restava dos mangues ficavam apenas as carcaças dos caranguejos. 9


Havia índios nômades, quer dizer, que não ficavam num único local, preferindo varar florestas e planícies à procura de caça e de pesca. Outros, achando melhor ocupar determinada região, construíam sua taba, fixavam-se na terra e tratavam de criar animais e plantar árvores que dessem frutas e também algodão (para fazer tecidos), milho e mandioca. Desta última faziam a farinha, um dos alimentos de que os índios mais gostavam. Os nômades, que não paravam muito tempo num só lugar, eram os tupis, chamados de “senhores da guerra”. Os que ficavam na terra eram os cariris.

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Este livro foi composto na fonte Aller Regular, corpo 12,5/17. O miolo foi impresso em papel offset 120g/m2 e capa em cartão supremo duo design 250g/m2. Editado pelas Edições Demócrito Rocha em agosto de 2014.


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