O livro dos Clássicos

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Fazendo o resumo da Divina comédia, portanto, logo após o resumo dos livros de Homero e de Virgilio, o autor do Livro dos clássicos continua o seu trabalho com o Paraíso perdido de Milton e o Fausto de Goethe. Para terminar embarca o leitor nos Lusíadas de Camões e vai com ele e Vasco da Gama para as Índias a fim de completar aquela viagem que Ulisses começou com Homero na Odisseia e continuou com Dante na Divina comédia quando este personagem conta para Dante e Virgilio, no vigésimo sexto capítulo do Inferno, como foi a viagem que fez com seus homens para além das Colunas de Hércules.

Texto

Natalício Barroso Ilustrações

Apaixonado por Homero, Virgilio e Dante, o autor deste livro, Natalício Barroso, reuniu em um só volume a coluna vertebral da literatura ocidental que, para ele, começa com a Ilíada e a Odisseia de Homero, continua com a Eneida de Virgilio, A Divina Comédia de Dante, O Paraíso Perdido de Mílton e o Fausto de Goethe para terminar com os Lusíadas de Camões. Poemas épicos, todos eles, que dão a impressão, neste livro, que, se não foram redigidos pelo mesmo autor foram, pelo menos, tirados uns dos outros ao longo do tempo.

Everton Luiz Silva

O LIVRO DOS CLÁSSICOS

Natalício Barroso é autor de vários livros sobre os clássicos da literatura universal. Apaixonado por Homero, Virgilio e Dante, o autor deste livro reuniu em um só volume o que ele considera a coluna vertebral da literatura ocidental que, para ele, começa com a Ilíada e a Odisseia. Afinal, foi em cima destes dois poemas que Virgilio escreveu a Eneida e Dante, baseado em Virgilio, a Divina comédia.

2ª Edição



O Livro dos clássicos Texto

Natalício Barroso Ilustrações

Everton Luiz Silva

2ª Edição Fortaleza, 2011


@2011 by Edições Demócrito Rocha

Fundação Demócrito Rocha Presidente Luciana Dummar

Edições Demócrito Rocha (EDR) (Marca registrada da Fundação Demócrito Rocha) Editora Regina Ribeiro Editor de Design Deglaucy Jorge Teixeira Capa, Projeto Gráfico e Diagramação Dhara Sena Catalogação na Fonte Kelly Pereira

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

B2771

Barroso, Natalício O livro dos clássicos. / Natalício Barroso; ilustração, Everton Luiz Silva. - 2. ed.. - Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2011. 116p.; il. color

ISBN 978-85-7529-513-7

1. Literatura 2. Recensões I. Título II. Silva, Everton Luiz

CDU 82.95(81)

Edições Demócrito Rocha Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora - Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará Tel.: (85) 3255.6270 - 3255.6036 - 3255.6256 - Fax (85) 3255.6276 edicoesdemocritorocha.com.br edr@fdr.com.br I livrariaedr@fdr.com.br


Para Eliana e Kaio



Em ciência lede, de preferência, os livros mais novos; em literatura, os mais antigos. A literatura clássica é sempre moderna. Blulwer-Lytton (1803 - 1973)



Apresentação

O Livro dos Clássicos, do escritor cearense Natalício Barroso, revisita sete obras seminais da literatura ocidental. Não se trata de interpretações críticas ou de adaptações. O autor, através da leitura atenta dos textos originais, reconta, em verbo próprio, o enredo dos poemas homéricos Ilíada e Odisséia , da Eneida , de Virgílio; da Divina Comédia , de Dante; do Paraíso Perdido , de Milton; do Fausto , de Goethe e de Os Lusíadas , de Camões. Dos campos de batalha, em Troia, à viagem de Ulisses em busca de sua terra natal, verdadeiro conto de fadas, com direito a ciclopes, sereias e feiticeiras. Da jornada do herói troiano, Eneias, que, fugindo à queda da cidade fundada por Trós, filho de Zeus, procura fincar as raízes de uma nova cidade, que viria a tornar-se a Roma dos Césares; à epopéia do peregrino florentino que, conhecendo o Inferno e o Purgatório, atinge o Paraíso. Do drama da expulsão de Adão e Eva do Paraíso à história do homem que vendeu a alma ao Demônio, em troca do conhecimento e, por fim, a saga imortal dos navegantes portugueses dos séculos XV e XVI, que em “em guerra e perigos esforçados/para além do que prometia a força humana/ entre gente remota edificaram/um reino que tanto sublimaram”. O Livro dos Clássicos não pretende substituir a leitura dos textos originais. É, antes, um convite ao leitor para que os frequente,


pois são clássicos por serem obras fecundas, das quais não cessa nunca de brotar um universo de sensações e de significações artísticas e históricas, além de representarem, por assim dizer, os esteios em que se sustenta o colossal edifício de toda a tradição literária ocidental. Natalício Barroso, escritor experiente, senhor de seu ofício, ao escrever este livro conseguiu manter a magia e o brilho do mundo inerente à cada obra, tal como foi concebido por seus autores. Vessillo Monte


sumário

parte I

Da Guerra para a Guerra Antes da Guerra 13 A Tocha 13 O Sacrifício 20 A Guerra 21 Criseida e Briseida 21 Heitor 25 Pátroclo 26 O Duelo 28 Depois da Guerra 30 O Cavalo de Troia 30 Agamenon e o Retorno 33 Ulisses 35 As Aventuras de um Náufrago 37 O Mendigo e os Pretendentes 47 A Profecia 50 A Nova Guerra 62


parte II

A Divina Comédia A Selva Escura 69 Cosmologia Dantesca 69 AnteInferno 70 A Águia 81 O Guardião 84 A Visão 85 Faltas 85 Beatriz 86 O Paraíso 88

parte III

Outras comédias divinas O Paraíso Perdido 93 Fausto 102 Os Lusíadas 107


parte I

Da guerra para a guerra Da Ilíada e Odisséia de Homero à Eneida de Virgiilio



Antes da Guerra A Tocha Homero nasceu na ilha de Quíos, no VIII século a. C. Foi nesta ilha, portanto, que o poeta mais famoso do ocidente compôs o poema a que deu o nome de Ilíada. Composto de vinte e quatro cantos, conforme o número de letras do alfabeto grego, a Ilíada conta para o mundo como e quando aconteceu a guerra entre os gregos e os troianos no século XII a. C. Baseado em relatos orais antigos, que vinham sendo transmitidos de pais para filhos, Homero, apesar de cego, foi capaz de levantar todas (ou quase todas) as informações relacionadas à guerra de Troia e compor o poema que, no futuro, seria considerado o maior de todos os tempos. Houve uma época em que se pensou que Troia nunca houvesse existido. Foi preciso a de13

Busto de Homero cópia romana de um original grego do período helenístico


terminação de um banqueiro em desvendar este mundo até então nebuloso da literatura e da arqueologia, para que a verdade viesse à tona. A vida do banqueiro Heinrich Schliemann, aliás, é muito interessante. Nascido na pequena cidade de Mecklemburgo, no norte da Alemanha, desde menino que Schliemann se interessava pelos textos homéricos. Filho de um pastor protestante, que talvez não acreditasse muito no potencial do rebento, nem por isso o pai deixava de ler o autor da Ilíada para o pequeno. Assim, quando Schliemann cresceu e se tornou banqueiro, continuou estudando Homero e lendo tudo o que podia encontrar sobre ele. Certo dia, resolveu abandonar o banco e tudo aquilo que havia lhe dado riqueza, poder e notoriedade até então e partir para a Turquia. Ali, à sombra do monte Ida que, no passado, havia presenciado a chegada e a partida de Menelau e Agamenon, o velho banqueiro se dedicou exclusivamente a redescobrir Troia. Rejeitando inteiramente a ideia de que a Ilíada era mais um poema do que um relato verdadeiro sobre a guerra, Schliemann fechou os olhos para tudo aquilo que os arqueólogos escreveram sobre o assunto e, com o livro de Homero nas mãos, caiu em campo. Em pouco tempo, portanto, dava com um terreno parecido com aquele que o poeta de Quíos havia descrito em seu poema. Dando início às escavações, o antigo banqueiro, depois de muito trabalho, descobriu o palácio de Príamo e, com ele, os seus tesouros. O poema homérico baseia-se em fatos históricos. Aquiles realmente havia brigado com Agamenon, no início daquela contenda, e Ulisses que, para os gregos, se chamava Odisseu, tinha construído um cavalo de madeira que, no futuro, passou a se chamar Cavalo de Troia e, posteriormente, presente de grego.

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A história narrada por Homero, no entanto, remonta a um tempo muito mais antigo do que aquele que Schliemann desvendou. Conta a lenda que, quando Prometeu foi acorrentado por Zeus numa das muitas montanhas da Cítia distante, revelou para Ío que, por sua vez, passou para Tétis que, se esta dormisse com Zeus e tivesse um filho dele, Zeus, certamente, perderia o trono, pois o filho dele com Tétis seria mais poderoso do que o filho de Cronos. Temendo a profecia de Prometeu, Zeus cuidou de casar Tétis com um mortal e não com um dos olimpianos. Foi assim, portanto, que a filha de Nereu, um deus marinho, tal como Netuno, se casou com Peleu, rei dos mirmidões, na Tessália. Contando com o beneplácito de Zeus, o casamento de Tétis com Peleu, foi bastante concorrido. Dele participaram praticamente todos os deuses. Menos Acte, a deusa da discórdia que, por causa disso – porque não foi chamada – se indispôs contra os seus e, revoltada, arquitetou um plano. Pegou uma das maçãs de ouro, que ficavam com as filhas de Atlas, na Mauritânia, e escreveu a seguinte frase sobre ela: “à mais bela”. Munida deste artifício, foi para o casamento de Tétis com Peleu, mesmo sem ter sido convidada. Recebida com certa reserva, Acte, quando lá chegou, cumprimentou os noivos e, quando foi embora, deixou a maçã esquecida em cima de uma mesa. Hera, quando viu aquela frase escrita na superfície dourada da maçã, ficou empolgada. Disse que, como ela era a mais bonita das deusas, tinha todo o direito de ficar com ela. Atena e Afrodite, no entanto, não concordaram muito com isso. Disseram que, para que isso acontecesse, Juno teria, primeiro, que concorrer com elas. Assim, apelaram para Zeus. Este, temendo a fúria da mulher, se não fosse ela a escolhida, e, ao mesmo tempo, a fúria das outras duas se desse o pomo de ouro para Hera, tomou uma decisão sábia. Chamou Hermes, o mensageiro dos deuses, e o mandou ao monte Ida.

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Zeus sabia que Páris, filho de Príamo e de Hécuba, morava naquele monte com os pastores. Expulso de casa quando ainda era criança porque a mãe havia sonhado que, no lugar de um menino, ia dar a luz a uma tocha (e este sonho tinha sido interpretado, pelos adivinhos, como um grande perigo para Ilíon que, no futuro, poderia ser incendiada por Páris, quando este crescesse) Hécuba e Príamo resolveram enviar o filho mais belo

Julgamento de Páris

que tiveram para longe de casa. E assim fizeram. Páris, portanto, foi abandonado no monte Ida onde foi recolhido pelos pastores e, sem ninguém saber de quem era filho, criado por eles. Hermes, quando se apresentou diante de Páris, contou toda a história do pomo de ouro. Disse que havia uma disputa muito séria no Olimpo, e que Zeus havia ordenado que ele se tornasse o árbitro desta contenda. Páris concordou com a determinação certamente imperiosa do deus. No outro dia, quando se encontrou com as três deusas, ficou encantado. Juno (ou Hera), de início, pareceu a mais bela das três; quando viu Atena, no entanto, mudou de ideia. A deusa que mais o empolgou, contudo, foi Afrodite. Assim, logo que a disputa terminou, quem levou o pomo de ouro foi Afrodite. As outras

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Fazendo o resumo da Divina comédia, portanto, logo após o resumo dos livros de Homero e de Virgilio, o autor do Livro dos clássicos continua o seu trabalho com o Paraíso perdido de Milton e o Fausto de Goethe. Para terminar embarca o leitor nos Lusíadas de Camões e vai com ele e Vasco da Gama para as Índias a fim de completar aquela viagem que Ulisses começou com Homero na Odisseia e continuou com Dante na Divina comédia quando este personagem conta para Dante e Virgilio, no vigésimo sexto capítulo do Inferno, como foi a viagem que fez com seus homens para além das Colunas de Hércules.

Texto

Natalício Barroso Ilustrações

Apaixonado por Homero, Virgilio e Dante, o autor deste livro, Natalício Barroso, reuniu em um só volume a coluna vertebral da literatura ocidental que, para ele, começa com a Ilíada e a Odisseia de Homero, continua com a Eneida de Virgilio, A Divina Comédia de Dante, O Paraíso Perdido de Mílton e o Fausto de Goethe para terminar com os Lusíadas de Camões. Poemas épicos, todos eles, que dão a impressão, neste livro, que, se não foram redigidos pelo mesmo autor foram, pelo menos, tirados uns dos outros ao longo do tempo.

Everton Luiz Silva

O LIVRO DOS CLÁSSICOS

Natalício Barroso é autor de vários livros sobre os clássicos da literatura universal. Apaixonado por Homero, Virgilio e Dante, o autor deste livro reuniu em um só volume o que ele considera a coluna vertebral da literatura ocidental que, para ele, começa com a Ilíada e a Odisseia. Afinal, foi em cima destes dois poemas que Virgilio escreveu a Eneida e Dante, baseado em Virgilio, a Divina comédia.

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