Antologia Poética -
Patativa do Assaré - org. Gilmar de Carvalho
que Patativa diz vem do oco do tempo e do agora; de sua serra de Santana, em Assaré e de lugar nenhum, porque de todos os lugares. O que ele diz é dele e de todos os homens /poetas que vieram antes e virão depois. Essa a característica de sua poesia que esta Antologia tentou captar e capturar. Testemunho ou testamento estético e político de um homem que viveu intensamente todos os momentos, sintonizando sua idílica terra com os centros de decisão, antenado com os grandes temas, intérprete dos que não têm como elevar a voz e dizer as verdades que ele passou a pontear pela vida afora.
Antonio Gonçalves da Silva
Org. Gilmar de Carvalho 8ª edição
nasceu na Serra de Santana, Assaré, a 5 de março de 1909. Perdeu um olho aos quatro anos e o pai aos oito. Estudou uns quatro meses. O primeiro cordel foi um alumbramento. Aos dezesseis anos, vendeu uma ovelha e comprou a viola. Passou a se apresentar nas festas e a fazer versos. A fama se espalhou. Aos dezenove anos, foi levado para o Pará por um parente que morava lá. Foi onde recebeu do jornalista cratense José Carvalho o epíteto de Patativa. Na volta, conheceu Juvenal Galeno. Subiu a serra, trabalhou a terra, casou com dona Belinha, em 1936, e tiveram nove filhos, dos quais sete vivos (Geraldo, Afonso, João, Pedro, Mirian, Inês e Lúcia). Criava enquanto arava, plantava e colhia. E assim compôs um repertório. Exibia-se como cantador nos sítios e fazendas. Passou a ser Patativa do Assaré. Quando ia à feira do Crato, declamava poemas na rádio Araripe. Assim veio o primeiro livro, Inspiração Nordestina, em 1956, idéia de José Arraes de Alencar.
Em 1964, Luiz Gonzaga grava sua “Triste Partida”. Patativa foi perseguido pelo regime autoritário e continuou sua sina de agricultor. Vieram a segunda edição do Inspiração, em 1967, outros livros e cordéis. O primeiro disco, Poemas e Canções, é de 1979, mesmo ano em que foi homenageado pela SBPC e lutou pela Anistia. Fagner grava “Vaca Estrela e Boi Fubá”. Em 1984, participa das DiretasJá. Vieram outros livros e outros discos. Patativa ganhou expressão nacional, ocupou espaço na mídia, recebeu prêmios e condecorações. Acidentou-se em 1973 e em 1990 ficou cego fatalmente. Passou a ouvir com dificuldade, mas conservou sua memória privilegiada e uma poética lucidez que sempre o manteve antenado com tudo o que ocorria no País. A voz do poeta de Assaré foi emudecida pela morte em 2002, mas seus versos continuam ecoando na lembrança e no coração de todos nós. É de Patativa, cantor de sua aldeia e cidadão do mundo, que as Edições Demócrito Rocha publicam esta Antologia, que pretende reunir o que ele fez de melhor e mais significativo.
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Fortaleza - CE 2010
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Patativa do Assaré.
P294a
Antologia poética / Patativa do Assaré; organização e prefácio de Gilmar de Carvalho. – 8. ed. – Fortaleza : Edições Demócrito Rocha, 2010. 304p. ISBN 978-85-7529-471-0 1. Literatura cearense – poesia 2. Antologia poética I. Silva, Antônio Gonçalves da (Patativa do Assaré) II. Título.
CDU: 869.0(813.1)-1
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Prefácio O cânon de Patativa Impossível condensar a poesia de uma vida inteira em uma antologia. As lacunas seriam inevitáveis, e as tensões, por demais latentes. A impressão é de que tudo poderia ter sido resolvido de outra forma e cada qual faria a sua proposta. Teríamos, em um enredo de literatura fantástica, tantas antologias quantos fossem os leitores ou a antologia se confundiria com a obra completa, o que não deixa de ser uma ideia apaziguadora, que elimina fissuras e obtém um aparente consenso. Partindo do pressuposto de que nenhuma escolha é inocente, corri os riscos de uma seleção. Afinal de contas: o que é melhor em Patativa? E uma antologia poética deveria trazer o melhor, o mais expressivo? O que ela deveria englobar? Selecionar é tomar um partido. A operação é assumidamente ideológica e ganha visibilidade porque o resultado final se transformará em uma antologia, a primeira que se organiza e com autorização formal do poeta Patativa do Assaré. O que se entende mesmo por uma antologia? Que critérios podem ser ado tados para uma recolha de poemas que faça jus ao conjunto da obra? Muitas perguntas e um grande desafio. Procurei ouvir o poeta, antes de ini ciar o trabalho. Ele tentou escapar com a comparação, até certo ponto previsível, a mãe que não sabe dizer de qual filho gosta mais porque é tudo do mesmo jeito.
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Insatisfeito, tentei obter algumas sinalizações de outra forma e fui mais direto e insistente para que o poeta me desse algumas balizas. Ele então pôde falar dos seus preferidos, do que consideraria indispensável em uma publicação desse tipo. Algumas escolhas são óbvias: ‘‘O Inferno, o Purgatório e o Paraíso’’, com sua dicção camoniana, mostrando a desenvoltura com que o poeta leu e incorporou as lições do Tratado de versificação, de Guimarães Passos e Olavo Bilac. Podia também se tratar de uma forma de legitimação, em termos de norma culta, o que não deixa de fazer sentido, como alguns poemas que remetem a uma influência romântica, principalmente ao condoreirismo de Castro Alves. Patativa avançou em sua seleção pessoal. Incluiu ‘‘Cante lá que eu canto cá’’, ‘‘Eu quero’’ e ‘‘O agregado e o operário’’, políticos em um sentido mais estrito. Indicou o filosófico ‘‘O maió ladrão’’, reflexão sobre a passagem do tempo, ‘‘As proezas de Sabina’’ e o bem-humorado ‘‘As narrativas de Zé Tataíra’’, uma história de caçador. Em relação aos cordéis, seu preferido é “Brosogó, Militão e o diabo”. E não foi além, mesclando declamações com alguns títulos ditos de maneira pouco metódica, como se soubesse ou quisesse insinuar que a tarefa não era dele, que apenas dava pistas e que eu é que deveria assumir a escolha, na condição de organizador da coletânea. É onde entra o campo movediço da memória, com a recuperação de frag mentos, de trechos de poemas, das insistências com que Patativa nos faz ouvir aquilo que gosta de dizer, das lacunas em relação ao que finge ter esquecido e ao silêncio que ainda hoje envolve sua produção perseguida pelo regime autoritário, instalado com o golpe de 1964, que ele soube driblar com competência e argúcia. Tempo de ouvir as horas e horas de entrevistas, transcritas, procurando indícios, pistas (algumas falsas), mascaramentos, álibis e verdades. Onde entra também a familiaridade com sua vida e sua obra que se tecem com uma coerência e uma unidade pouco comuns. Pacientemente, li e reli tudo o que ele publicou. E optei por fazer a seleção nesta perspectiva, de livro a livro. Descartei os blocos temáticos e procurei ver a obra de Patativa como um todo. E mantive a grafia de cada poema tal como publicado pela primeira vez, sabedor de todos os ruídos da transcrição, em que cada livro foi ditado a uma pessoa diferente, ficando a revisão e a padronização dessa escritura para uma futura edição crítica. É quando se ressalta a importância da voz em uma produção para ser dita (cantada) ou para ser lida em voz alta, uma poética que traz essas marcas em sua
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enunciação. Uma poesia que só consegue atingir sua plenitude na performance e, daí, a certeza de que essa antologia será um documento, um registro chancelado, mas terá sempre esse caráter de falta, pela perda da dimensão da voz, da ento nação — em que se acentuam os pigarros, as ironias, as hesitações — e do gesto, do corpo todo que expressa. A leitura de todos os livros de Patativa, por ordem de publicação, enfatiza a peculiaridade do entrelaçamento dos poemas, que se imbricam, poemas de um livro que se deslocam para outro, quando o que se tem é um único e grande livro em que cada poema é um canto, a sua rapsódia, ao mesmo tempo, pessoal e universal. Como se o poeta, conscientemente, tivesse optado por não fechar cada livro com uma marca ou com um caráter, dando a cada um deles uma identidade. Essa seria a lógica da indústria cultural. O que não significa que ele não valorize sua produção impressa, não se preocupe em ter todos os seus livros disponíveis para o possível / futuro fruidor ou não se aborreça com os descasos de acabamento ou revisão. Patativa optou pela confusão. E a maneira como embaralha os poemas é representativa de que, em outro contexto, eles assumem outros significados. Sobre cada um deles, passam a incidir outras luzes, e eles projetam outras zonas de sombras. Trata-se da estratégia do caleidoscópio e não de um engodo editorial ou uma maneira de justificar uma possível crise criativa. Poemas, ele os tem de sobra, e qualidade é o que não lhe falta. E, organizado e metódico como é, tem a consciência de que sua obra é predominantemente apolínea, embora possa ter sido dionisíaca em alguns momentos. Ele não propôs esse labirinto por acaso. A esfinge quer ver o enigma decifrado. Seus poemas se articulam como uma rede, uma imaginária teia ou uma engrena gem em que cada peça cumpre uma finalidade e uma função. Isso se reforça na pro posta dessa antologia, que é a de retirar cada poema do contexto em que se articula com o anterior e com o posterior. Trata-se de um desafio e uma forma de fruição pode ser a leitura ao sabor dos caprichos e das conveniências, da curiosidade de cada um de nós, chamados a participar do jogo e a definir suas próprias regras. São ecos ou atualizações intuitivas d’A obra aberta de Eco ou a ideia de que, como está lúcido e ainda atuante, essa antologia possa ser vista como o rascunho de uma obra que não se propõe definitiva, embora seja um clássico, seminal de nossa poesia.
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Mas, afinal, a que se propõe esse cânon patativano? A fazer uma seleta, a partir de cada livro, do que, na verdade, não foi composto para estar em livro. O impresso em Patativa é mais uma necessidade de permanência, visto que, de outro modo, sua obra estaria condenada ao esquecimento. Uma coleta que esclarecesse como ele tratou a relação natureza - cultura, nos múltiplos poemas sobre o sertão, compreendidos sob a rubrica de uma produção telúrica, (Eu e o sertão) em que não se pode perder de vista uma possível dimen são xamânica, sob o viés do trabalho e da festa, avançando (A terra é naturá) para a urgência de uma inadiável reforma agrária. Que passasse pelo amor, mal realizado, ainda que, no plano pessoal, ele tenha vivenciado um casamento de 58 anos com dona Belinha. Ele fala brincando que alguns receptores de seus poemas dizem que ele (ou o seu sujeito poético) não teve sorte com as mulheres. Que mostrasse sua noção de cidadania, com a poesia militante de quem não se omitiu nos principais momentos da vida brasileira, como no período autoritário, em que colaborou com jornais da UNE e com a imprensa nanica ou alternativa ou se engajou na luta pela Anistia, na campanha pelas Diretas Já e na denúncia das mazelas que resultam no drama do menor abandonado, cantado no poema “Menino de Rua”. Que evidenciasse um Patativa de bem com a vida, com uma noção muito particular de humor, sutil, e nunca escancarado. Humor que incorpora uma astúcia sertaneja, o código do aparentemente mais fraco, que o cordel passou a chamar de amarelinho. Que reproduzisse à capela o violeiro que ele sempre foi e, nos motes e nas glosas, continuou a ser pela vida afora. Que não deixasse de lado o poeta de ban cada com sua releitura sertaneja das Mil e Uma Noites (no folheto “A história de Aladim e a lâmpada maravilhosa”). Que elogiasse formas solidárias de convivência superadas pelo progresso em “O puxadô de roda” e “Ingém de ferro” e denunciasse o racismo em “Vicença e Sofia ou o castigo de mamãe”. Enfim, um Patativa único em sua multiplicidade, em que a emissão simultânea da fala cabocla e a observância à norma culta não significassem um antagonismo, mas registros adequados a diferentes enunciações e a um mesmo projeto poético. Patativa, que se sustenta na voz, fluida como um curso d’água, a fonte pata tivana que ele cultivou como semente, e que brotou, vigorosa, de sua Serra de
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Santana, onde mais de vinte poetas articulam uma polifonia que traz sua marca. Uma poesia compreendida como expressão estética e política, tradicional porque vinda de tempos ancestrais, de camadas remotas e superpostas da memória. Um Patativa que tem aqui neste compêndio um roteiro (possível) de leitura e uma amostra do que é capaz de fazer, onde a poesia atualiza o passado e ante cipa o futuro, como profecia, como no dizer do medievalista suíço Paul Zumthor. Uma poesia que se presentifica e passa a ser não apenas o lugar de onde é enun ciada, mas um ponto de em que interferir na realidade. Esse é um cânon para ser questionado e, paradoxalmente, é aceito por Patativa, que sabe se tratar de um jogo de projeções e oposições, da leitura e do viés de um organizador que faz força para se diluir ou se distanciar, mas cuja visão de mundo e da obra patativana fica escancarada em cada poema. Porque é impossível se omitir quando essa escolha ganha concretude, à medida que os poe mas se justapõem e passam a ter um peso, uma densidade, e a significar, sob o influxo da organização. Um cânon patativano que lamenta tudo o que se perdeu na voz e não ganhou o estatuto de palavra escrita ou impressa e que ficou por aí, talvez como matriz de outros poemas, de outros cantadores. Uma produção que a memória de Patativa, por mais privilegiada que fosse, não teria condições de abarcar. Uma antologia de Patativa que não trouxesse, necessariamente, o melhor (e quem teria autoridade ou saberia dizer o que é o melhor?) e sim o mais impor tante para o olhar do organizador, a partir de um determinado ângulo, nos dias de hoje, e, assim, constituir um cânon. Uma antologia que, ao mesmo tempo, fosse uma amostragem do que ele enunciou com a voz (às vezes, mediatizada) e do que viveu, de tal forma que os poemas contam, também, sua história, estão inscritos em sua trajetória pessoal não apenas como um recorte do que ele criou, mas como algo que dele emanou, donde a intensidade e o vigor que esse conjunto irradia e atrai, expande e con gela, sugere e define. Um cânon que perpassa a discussão do conceito de poesia, desde a função adâmica da palavra ao caos instalado por Babel, incorporando o profético dos oráculos, a litania dos saltérios e as variadas possibilidades das poéticas da voz (glossolalia, mantra, oriki, ponto, aboio, repente e rap).
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Muito provavelmente, Patativa não se dê conta de que condensa tanta informa ção e teoria, mas o que ele diz vem do oco do tempo e do agora; de sua serra de Santana, em Assaré, e de lugar nenhum, porque de todos os lugares. O que ele diz é dele e de todos os homens / poetas que vieram antes e que virão depois. Essa, a característica de sua poesia que essa antologia tentou captar / capturar e trazer como as páginas do seu livro (das horas) e da vida, testemunho ou testamento estético e político de um homem que viveu intensamente todos os momentos, sintonizan do sua idílica terra com os centros de decisão, antenado com os grandes temas, intérprete dos que não têm como elevar a voz e dizer as verdades que ele passou a pontear pela vida afora. Gilmar de Carvalho
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Patativa do Assaré - org. Gilmar de Carvalho
que Patativa diz vem do oco do tempo e do agora; de sua serra de Santana, em Assaré e de lugar nenhum, porque de todos os lugares. O que ele diz é dele e de todos os homens /poetas que vieram antes e virão depois. Essa a característica de sua poesia que esta Antologia tentou captar e capturar. Testemunho ou testamento estético e político de um homem que viveu intensamente todos os momentos, sintonizando sua idílica terra com os centros de decisão, antenado com os grandes temas, intérprete dos que não têm como elevar a voz e dizer as verdades que ele passou a pontear pela vida afora.
Antonio Gonçalves da Silva
Org. Gilmar de Carvalho 8ª edição
nasceu na Serra de Santana, Assaré, a 5 de março de 1909. Perdeu um olho aos quatro anos e o pai aos oito. Estudou uns quatro meses. O primeiro cordel foi um alumbramento. Aos dezesseis anos, vendeu uma ovelha e comprou a viola. Passou a se apresentar nas festas e a fazer versos. A fama se espalhou. Aos dezenove anos, foi levado para o Pará por um parente que morava lá. Foi onde recebeu do jornalista cratense José Carvalho o epíteto de Patativa. Na volta, conheceu Juvenal Galeno. Subiu a serra, trabalhou a terra, casou com dona Belinha, em 1936, e tiveram nove filhos, dos quais sete vivos (Geraldo, Afonso, João, Pedro, Mirian, Inês e Lúcia). Criava enquanto arava, plantava e colhia. E assim compôs um repertório. Exibia-se como cantador nos sítios e fazendas. Passou a ser Patativa do Assaré. Quando ia à feira do Crato, declamava poemas na rádio Araripe. Assim veio o primeiro livro, Inspiração Nordestina, em 1956, idéia de José Arraes de Alencar.
Em 1964, Luiz Gonzaga grava sua “Triste Partida”. Patativa foi perseguido pelo regime autoritário e continuou sua sina de agricultor. Vieram a segunda edição do Inspiração, em 1967, outros livros e cordéis. O primeiro disco, Poemas e Canções, é de 1979, mesmo ano em que foi homenageado pela SBPC e lutou pela Anistia. Fagner grava “Vaca Estrela e Boi Fubá”. Em 1984, participa das DiretasJá. Vieram outros livros e outros discos. Patativa ganhou expressão nacional, ocupou espaço na mídia, recebeu prêmios e condecorações. Acidentou-se em 1973 e em 1990 ficou cego fatalmente. Passou a ouvir com dificuldade, mas conservou sua memória privilegiada e uma poética lucidez que sempre o manteve antenado com tudo o que ocorria no País. A voz do poeta de Assaré foi emudecida pela morte em 2002, mas seus versos continuam ecoando na lembrança e no coração de todos nós. É de Patativa, cantor de sua aldeia e cidadão do mundo, que as Edições Demócrito Rocha publicam esta Antologia, que pretende reunir o que ele fez de melhor e mais significativo.