Reflexões na esperança

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Reflexões na esperança



Jorge Mario Bergoglio, SJ

Papa Francisco Reflexões na esperança

Tradução:

Fernando Soares Moreira


Título original: Reflexiones en esperanza © Libreria Editrice Vaticana © Edições Loyola, 2014 00120 Città del Vaticano

Preparação: Maurício Balthazar Leal Capa: Walter Nabas AFP/Getty Images Diagramação: So Wai Tam Revisão: Maria de Fátima Cavallaro

Edições Loyola Jesuítas Rua 1822, 341 – Ipiranga 04216-000 São Paulo, SP T 55 11 3385 8500 F 55 11 2063 4275 editorial@loyola.com.br vendas@loyola.com.br www.loyola.com.br Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora.

ISBN 978-85-15-04180-0 © EDIÇÕES LOYOLA, São Paulo, Brasil, 2014


in memoriam Regina Maria SĂ­vori de Bergoglio Rosa Vasallo de Bergoglio MarĂ­a Gogna de SĂ­vori



Prólogo

As reflexões contidas neste livro foram feitas em diversas ocasiões e a propósito de várias circunstâncias; todas elas respondem a apelos de situações concretas, daí a diversidade de temas. E foram feitas com fins apostólicos: pretendem aproximar-se da realidade a partir da vida do Evangelho. A revelação de Deus, a oração, o pecado e a corrupção, a realidade comunitária, o fato histórico dos santos mártires rio-platenses e inclusive a visão filosófica ou a dimensão política da vida são “pensados” na dimensão de esperança. E isso sem forçar a autonomia de cada tema com a finalidade de estruturá-los na unidade de uma publicação. Daí o seu título: Reflexões na esperança. Córdoba, março de 1992



Recordo a fé sincera que está no teu íntimo, que também foi a de tua avó… e de tua mãe. 2 Timóteo 1,5

Que mantenha agora o homem o que prometeu quando era menino. Hölderlin, Ode “À minha veneranda avó em seu septuagésimo segundo aniversário”

Gent ch’a mërcanda nen temp e sudôr, rassa nostraña libera e testarda. Nino Costa, Rassa nostraña



Sumário abba

1. Nossa carne em oração.......................... 13 2. A carne sacerdotal de Cristo.................. 31 3. Epifania e vida........................................ 43 4. Silêncio e palavra.................................... 67 5. Corrupção e pecado............................... 89 6. Vida consagrada e unidade eclesial..... 105 7. Esperança e instituição......................... 115 8. Esperança, política e pastoral............... 145



Capítulo 1

Nossa carne em oração abba

Retiro em La Plata, janeiro de 1990

Não vos envergonheis de vossa própria carne1 (Isaías 58,7)

1. “Quando o Filho do Homem vier gloriosamente…” (Mt 25,31). Porque virá e nós o esperamos. Quando voltar o Rei… (cf. Lc 19,15). São muitas as parábolas de Jesus nas quais se fala desta “vinda”. Virá na glória… mas essa glória não apagará a outra realidade, a primeira, quando “veio na carne” (2 Jo,7). O Senhor não é só espírito: “Olhai para minhas mãos e meus pés: um fantasma não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24,39). E este Senhor Ressuscitado virá, no final dos tempos, “na carne”. Ele vai aproximar-se de nós, de quem se diz na Escritura que toda carne verá a glória de Deus (cf. Is 40,8), e aproximar-se-á “na carne” gloriosa. Esse Verbo que “se fez carne” (Jo 1,14) vai julgar-nos não pautado por uma ética abstrata ou meramente “espiritual”, mas com base na mesma normatividade que surge do caminho que Ele percorreu e que Ele mesmo nos traçou. Vai julgar-nos sobre se soubemos ou não aproximar-nos de “toda carne”, reconhecendo — nela — o Verbo de Deus.

2. O Verbo feito carne redime a carne de pecado por meio de sua Paixão, isto é, assumindo a dor de toda carne. Jesus aproxima-se bem de toda carne dolorosa, paga a hipoteca com sua própria carne (cf. Cl 2,14). Jesus não “seguiu adiante” (Lc 10,31 ss.). Ele é o Bom Samaritano. Nós seremos jul-

1. Na tradução as citações bíblicas seguem a versão publicada por Edições Loyola.

Neste título, porém, foram mantidos termos segundo a versão usada pelo autor (seja em espanhol, seja em latim — a Vulgata), tendo em vista o destaque dado aos termos “carne” e ‘envergonhar-se”. (N. do T.)

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gados a respeito deste aproximarmo-nos de fato de toda carne dolorosa, a respeito do “fazer-nos próximos” de toda carne.

3. Muitos não se aproximaram: passaram adiante como o levita ou o sacerdote da parábola (Lc 10,31 ss.). Outros se aproximaram inadequadamente: intelectualizaram a dor, refugiaram-se em lugares-comuns (“assim é a vida”), empanaram seu olhar com preferências selecionadas; ou engrossaram a malta dos que aplicam maquiagem à vida… E por aí poderíamos continuar descrevendo atitudes.

4. Aproximar-se de fato de toda carne sofredora é abrir o coração, deixarse “comover até as entranhas”, tocar na chaga, “levar sobre si” o ferido; é também pagar os dois denários e finalmente ser fiador daquilo que se gaste a mais. Seremos julgados por estas coisas. E para poder “entender” tudo o que isso significa (porque o real significado se capta com a inteligência, com o coração e com as atitudes) há que deixar crescer em nossa vida maneiras de pensar, de sentir e de comportar-se que impliquem: — amar a justiça com sede de deserto; — preferir a riqueza da pobreza mais que o empobrecimento que toda riqueza mundana produz; — abrir o coração com mansidão, mais que afiá-lo com a agressão; — moldar a paz, valor superior a toda guerra e a todo irenismo omissivo; — entusiasmar-se pelo olhar puro, o que vem do coração puro, evitando cair na rapinagem ávida por acumular (Mt 23,16 ss.). E tudo isso concretamente, aproximando-nos de fato da carne, da que tem fome e sede, da carne que está doente e ferida, da carne que está pagando suas faltas na prisão, da carne que não tem com que se vestir, da carne que sabe como é o amargo corroer da solidão nascida do menosprezo.

Reflexões na esperança

5. “Quando o Rei voltar…” O mesmo Rei Glorioso é o “Cordeiro imo-

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lado”, o que teve coragem de aproximar-se de toda carne sofredora. E no final dos tempos somente terá acesso a contemplar a realeza desta Carne glorificada quem soube reconhecê-la e aproximar-se de fato, quando sua glória estava oculta sob a sujeira e as chagas, que provocam o afastamento e incluem o desprezo, quando sua glória estava oculta “e habitou entre nós” (Jo 1,14) na pessoa dos irmãos. “Eu vos declaro esta verdade: cada vez que fizestes isso a um dos menores desses meus irmãos, a mim o fizestes… Eu vos declaro esta verdade: o que não fizestes a um desses pequeninos, não o fizestes a mim” (Mt 25,40 ss.).


6. O que se propõe é um direcionamento de vida. E, se contemplarmos o Verbo oculto em toda carne, nós — carne também — seremos cumulados de contemplação: toda carne verá a glória de Deus. Trata-se de preparar nossa carne para esta visão, nossa carne que será glorificada, a mesma com que temos coragem de contemplar como o Verbo de Deus no próximo. Também podemos dizer com São João, mas na pessoa do próximo: “… o que era desde o princípio, o que ouvimos e vimos com nossos olhos, o que contemplamos, o que tocamos com nossas mãos a respeito do Verbo da Vida…” (1Jo 1,1). E preparar nossa carne para esta contemplação — além de servir ao próximo — supõe colocá-la na presença de Deus, submetê-la à ação do Verbo e do Espírito para glória do Pai; encaminhá-la para o serviço que reduz a fiapos e cansa; torná-la pobre, caminhante, em êxodo… Tudo isso que supõe o pôr nossa carne “em presença de Deus” é orar. Será a oração que irá nos guiar pelo caminho, ao mesmo tempo fácil e difícil, de reconhecer o Verbo em toda carne sofredora e de entregar nossa carne à Vontade de Deus para viver “segundo o Espírito”. A oração é que há de nos preparar os olhos para a contemplação da Pessoa do Verbo ao vir em carne, glorioso, quando nos julgar a respeito de tê-lo reconhecido precisamente na carne.

A submissão de nossa carne: o caminho obediencial da oração

Deus é uma situação de precariedade, uma compensação para uma comunicação e um acordo mais profundo. Se não tivéssemos pecado, resultaria óbvio para nós amar a Deus e responder a suas palavras”. Precisamente depois do pecado original dá-se uma pergunta de Deus ao homem: “Onde estás?” (Gn 3,9). Aqui começa a história deste diálogo que nós chamamos de oração. Na oração Deus nos dá a possibilidade de aproximarmo-nos novamente d’Ele, porque Ele pergunta por nós, nos chama. Acabamos de ver que essa proximidade terá que acontecer pelo caminho da carne (cf. o Bom Samaritano que “se aproximou”, o próprio Verbo de Deus que se aproximou e “se fez carne”).

2. No aproximar-se do Verbo de Deus dá-se, fundamentalmente, um núcleo obediencial: “Subsistindo como imagem de Deus, não julgou como um bem a ser conservado com ciúme sua igualdade com Deus, muito pelo

Nossa carne em oração

1. Diz uma teóloga de nosso tempo que, “no fundo, todo diálogo com

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contrário: ele mesmo se reduziu a nada, assumindo condição de servo e tornando-se solidário com os homens. E sendo considerado homem humilhou-se ainda mais, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz! (Fl 2, 6-8). Esta mesma obediência — referida à Encarnação — exprime-se em forma de oração na carta aos Hebreus em citação do Salmo 40: “e por isso é que eu disse: ‘Eis-me aqui! No livro está escrito a meu respeito que é preciso cumprir tua vontade’” (10,8). Trata-se do “Eis-me aqui” de Abraão (Gn 22,1), que chega à sua plenitude no “porém não o que eu quero, mas o que tu queres” (Mc 14,36) do Getsêmani: em ambos os casos a carne é requerida para ser despojada, para passar pelo crisol do menosprezo, do peregrinar, do desprezo, da humilhação. É a linha obediencial do primeiro mandato de “ganhar o pão com o suor do teu rosto”, do primeiro diálogo com Deus. E aqui o pão que se ganha passa pelo suor obediencial da humilhação e pelo despojamento. “Onde estás?”, “Eis-me aqui”… “Abbá (Pai)! Tudo te é possível: afasta de mim este cálice; porém, não o que eu quero, mas o que tu queres”.

3. Se observarmos atentamente veremos que esta oração está intimamente ligada à obediência a uma missão. Na oração Jesus redescobre (digamos assim), ou melhor, torna a explicitar sua própria missão: Marcos 1,38; Lucas 4,42-43; Marcos 6,46; João 6,15 (e no Getsêmani, como vimos há pouco). Na oração São Paulo encontra a eficácia de sua missão apostólica (2Cor 1,11; Rm 10,1; 2Ts 3,1; Rm 1,10). Por causa disso reza incessantemente (Rm 1,10; Cl 1,9; 2Ts 1,3; 2,13). Recorre-se, inclusive, à oração para descobrir a missão que Deus quer nas dificuldades, como no caso de Atos 4,24-30, onde a comunidade não pede nem o castigo dos perseguidores nem o fim da perseguição, mas a coragem de ser obediente na missão, ou seja, de anunciar abertamente a Cristo mesmo na perseguição.

Reflexões na esperança

4. Esta capacidade de buscar, descobrir, aperfeiçoar, reformular a missão

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e a ela ser obediente somente se dá e cresce na oração. Sem dúvida, a ati­tude de oração não é uma coisa solta. Está bem enraizada: baseia-se numa experiência de solidez anterior a ela. É como um ritornello [refrão, estribilho] obstinado, constante, mesmo em meio às dificuldades: eis a confiança em Deus (Jó 16,19-20; 17,3; 19,25): “toma contigo o meu penhor” (Jó 17,3). Em meio aos protestos, discordâncias e discussões com Deus (cf. Jr 20,9a) há — nas profundezas da alma crente — uma fidelidade que não permite deixar a missão, um amor à Palavra que nenhum “vós mentis” consegue destruir (cf. Jr 20,9b). Quando, no homem e na mulher de oração, há dor e, portanto, lamentação, existe interiormente a confiança, a alegria, a fé, a


renovada esperança (Jr 15,16; 17,14). É a região indestrutível de fidelidade que nos dá uma inexplicável serenidade. Esta base é uma experiência-chave para os diversos modos de oração e para o discernimento dos espíritos. É o recurso ao convencimento de que “a esperança não engana” (Rm 5,5). Quando um homem ou uma mulher perde esta referência, então perde estabilidade; sua oração é cada dia mais “ilusão”, sua carne se “espiritualiza” de maneira imanente (se psicologiza), sua obediência se converte em capricho: “Mas a que vou comparar esta geração? Pode ser comparada a meninos sentados nas praças, que gritam aos companheiros: ‘Tocamos músicas alegres para vós e não dançastes; entoamos cantos de luto e não chorastes’. Pois compareceu João, sem comer nem beber, e dizem: ‘É um possesso’. Veio o Filho do homem, que come e bebe, e dizem: ‘Eis um comilão e beberrão, um amigo dos desprezados cobradores de impostos e dos pecadores! ’” (Mt 11,16-19). Jesus qualifica esta geração de “má e rebelde” (Mt 12,39; 16,4), porque perdeu a orientação dada pela fidelidade, não tem a base sólida da esperança à qual se referir em qualquer dúvida ou sofrimento ou perseguição… guiam-se simplesmente pelo jogo do capricho, pelo “gosto” ou “não gosto”. Não há oração, não há obediência, não há oblação da carne… e por isso a geração desses homens e mulheres não sabe reconhecer o “Verbo que veio na carne”. Fabricam sua própria missão porque seu coração está tão vazio da mortificação que é incapaz de receber uma missão do Senhor e adorá-lo numa imolação obediencial. São os que “se realizam” a si mesmos. Solteirões e solteironas qualificados… mas nunca consagrados a uma missão encomendada e pela qual estão dispostos ao despojamento, começando pelo despojar-se que produz a oração. carne. Explico-me. A concepção mais habitual sobre a oração é que “pedimos coisas a Deus” ou “pedimos que mude situações que resultam adversas a nós”… Isso é verdade, e isso também sucede, e o próprio Senhor nos estimula a fazê-lo. Porém, há algo mais que se move no mesmo nível dessa segurança da esperança — como base da oração — a que acima me referi. A oração toca nossa carne em seu próprio núcleo, toca o coração em nós. Não é Deus quem muda, ao contrário, somos nós os que mudamos — pela obediência e pelo abandono da oração. Elias sai em busca de Deus, tem medo, quer morrer… Encontra-se com Deus e seu coração está mudado (1Rs 19). É também o caso de Moisés quando intercede por seu povo. Não é Deus quem muda de opinião, mas Moisés. Conhecia o Deus da cólera, agora conhece o Deus do perdão, descobriu o verdadeiro rosto de Deus para esse momento de seu povo: rosto

Nossa carne em oração

5. A dimensão obediencial da oração afeta a própria vida, fere a própria

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de fidelidade e de perdão, e soube ler, na justa medida, o pecado do povo. Por isso, a oração é o lugar privilegiado da revelação de Deus, onde se opera a passagem daquilo que se pensa de Deus e aquilo que Ele é verdadeiramente. Pela oração uma pessoa cresce nesta fé silenciosa diante do Mistério: “fui leviano; que te replicarei? Ponho a mão sobre minha boca” (Jó 40,4); “Meu ouvido ouvira falar de ti, mas agora meus próprios olhos te viram” (Jó 42,5). Quando Deus envia seu anjo a Elias para que continue andando (cf. 1Rs 19), ou quando o persistente Jonas vê tudo tenebroso, a resposta do Senhor é sempre a mesma: “Vai, e retoma teu caminho…” (1Rs 19,15), não como quem quer um retornismo estático ou um restauracionismo à maneira dos românticos, mas deixando que a resposta de Deus se encrave no desânimo que nasce do sentimento da inutilidade da própria missão, e assim se abram novas possibilidades para o futuro. Elias retorna sobre seus passos e — por esse caminho — é fecundo, convoca Eliseu. A oração, aos despojar-nos na obediência, nos faz sentir que estamos em tensão entre o acabado e o que começa… Porque para um homem e uma mulher de oração sempre se acaba algo e se começa outra coisa… nunca retêm nada para si mesmos.

O exílio de toda carne. A oração da carne exilada

Reflexões na esperança

1. Adão, depois de sua primeira oração, começou seu caminho de exílio.

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Saiu do paraíso, um longo caminho, para logo — pela misericórdia de Deus — a ele poder regressar. A história do exílio é relida — em conotações trágicas — pelo autor da carta aos Hebreus. Ali se sublinha de modo especial a saudade da pátria perdida e todo o sacrifício que fizeram esses homens e mulheres para permanecer fiéis a tal nostalgia: “E confessaram que eram estrangeiros e andarilhos por este mundo. De fato, os que dizem essas palavras manifestam que andam procurando uma pátria. E, se aludissem àquela de onde saíram, teriam ocasião de voltar para lá. Mas não: eles aspiram por uma pátria melhor, isto é, a celeste…” (Hb 11,13-16). E estes exilados, a fim de salvaguardar sua saudade, “sofreram torturas, recusando a libertação para alcançarem uma ressurreição melhor. Outros sofreram zombarias, açoites, algemas e encarceramentos. Foram apedrejados, cortados com serra, torturados, passados ao fio da espada; andaram ao acaso, cobertos com peles de ovelhas e de cabras, necessitados, atribulados, maltratados. Andaram por desertos e montes, por cavernas e antros da terra, aqueles de quem o mundo não era digno” (Hb 11,35-38).



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