Suma contra os gentios volume ii

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Suma

contra os

Gentios

II



Suma

contra os

Gentios

Tradução Maurílio José de Oliveira Camello


Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Tomás de Aquino, Santo, 1225-1274. Suma contra os gentios, 2 / Santo Tomás de Aquino; tradução Maurílio José de Oliveira Camello. -- São Paulo : Edições Loyola, 2015. Título original: Summa contra gentiles. ISBN 978-85-15-04320-0 1. Apologética - História - Idade Média, 600-1500 2. Igreja Católica - Doutrinas - Obras anteriores a 1800 3. Tomás de Aquino, Santo, 1225?1274. Suma de teologia I. Título. 15-07626

CDD-189.4 Índices para catálogo sistemático:

1. Tomismo : Filosofia escolástica   189.4

Capa: Viviane B. Jeronimo Diagramação: So Wai Tam Revisão: Vero Verbo Serviços Editoriais Joaquim Pereira

Edições Loyola Jesuítas Rua 1822, 341 – Ipiranga 04216-000 São Paulo, SP T 55 11 3385 8500 F 55 11 2063 4275 editorial@loyola.com.br vendas@loyola.com.br www.loyola.com.br Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora.

ISBN 978-85-15-04320-0 © EDIÇÕES LOYOLA, São Paulo, Brasil, 2015


Plano geral da obra

Volume I

Introdução geral [cc. 1 a 9] A existência de Deus [cc. 10 a 13] A essência de Deus [cc. 14 a 27] As perfeições de Deus [cc. 28 a 102]

Volume II Introdução [cc. 1 a 5] O princípio da existência das coisas [cc. 6 a 38] A distinção e diversidade das coisas [cc. 39 a 45] A natureza das coisas enquanto se refere à luz da fé [cc. 46 a 101] Volume III Proêmio [c. 1] Deus, fim de todas as coisas [cc. 2 a 63] O governo de Deus [cc. 64 a 110] Deus governa as naturezas inteligentes [cc. 111 a 163] Volume IV Introdução [c. 1] O mistério da Trindade [cc. 2 a 25] A geração do Filho [cc. 2 a 14] A geração do Espírito Santo [cc. 15 a 26] Encarnação e sacramentos [cc. 27 a 78] A ressurreição e o juízo [cc. 79 a 97]



Tradutores da edição brasileira

Tradutores: Volume I Joaquim F. Pereira Volume II Maurílio José de Oliveira Camello Volume III Maurílio José de Oliveira Camello Volume IV Joaquim F. Pereira



Ordem e método desta obra

A intenção do sábio deve tratar das duas verdades sobre as coisas divinas e da destruição dos erros contrários. Uma dessas verdades pode ser investigada pela razão, mas a outra excede toda sua capacidade. Digo duas verdades sobre as coisas divinas em relação ao nosso conhecimento, que conhece as coisas divinas de várias maneiras. Procede-se no tratado da primeira verdade [que pode ser investigada pela razão] por razões demonstrativas que possam convencer o adversário. Mas, no tratado da segunda verdade [que excede a razão], não se pretende convencer o adversário com razões, mas resolver as razões que ele tem contra a verdade, uma vez que a razão natural não pode contradizer a verdade de fé. Portanto, em primeiro lugar trataremos da verdade que a fé professa e a razão investiga, com demonstrativas e prováveis razões, recolhidas dos livros dos filósofos e dos santos. Depois, prosseguindo do mais conhecido ao menos conhecido, trataremos da verdade que excede a razão, resolvendo as razões dos adversários e declarando, ajudados por Deus, a verdade de fé com argumentos prováveis e de autoridade. Entre as verdades sobre Deus deve ter prioridade, como fundamento de toda obra, o tratado da existência de Deus. Se isso não é estabelecido, toda consideração sobre as coisas divinas é necessariamente eliminada. Pretendendo, portanto, descobrir, por via racional, as verdades sobre Deus que a razão humana pode investigar, ocorre: • em primeiro lugar, considerar aquelas que lhe convém em si mesmo — LIVRO I, • em segundo lugar, como as criaturas procedem dEle — LIVRO II, e • em terceiro lugar, a ordenação das criaturas a Ele, como fim — LIVRO III. As verdades sobre Deus que excedem a razão serão o objeto do LIVRO IV.

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Ordem deste volume

Não se pode ter o perfeito conhecimento de uma coisa a não ser que se conheça a sua operação. É, porém, dupla a operação da coisa, como ensina o Filósofo1: uma, que permanece no próprio operante e é perfeição dele, como sentir, entender e querer; outra, que passa para o exterior, e é perfeição do efeito, que por ela é realizado, como aquecer, cortar e edificar. A respeito da primeira operação já dissemos, no livro precedente2, onde se tratou do conhecimento e da vontade divina. Daí que, para uma completa consideração da verdade divina, resta agora tratar da segunda operação, pela qual as coisas são produzidas e governadas por Deus. Seguia, então, falando da meditação sobre a “feitura”, quando diz “e meditarei nos feitos de tuas mãos”, de modo que “por obras das mãos de Deus” entendamos o céu e a terra; e todas as coisas que procedem de Deus no existir, como as coisas manufaturadas procedem do artífice. Será esta a ordem de prosseguimento, de modo que, primeiro, tratemos da produção das coisas no existir (VI-XXXVIII.), segundo, da distinção delas (XXXIX-XLV); e terceiro, da natureza das mesmas coisas produzidas e distintas, enquanto pertence à verdade da fé (XLVI-CI).

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Aristóteles (384-322 a.C.), em Metafísica IX, 8, 1050a, 23b, 2. I.

2 Livro

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Autores citados Alexandre de Afrodísias (séc. II-VI), dirigiu o Liceu de 198 a 211 Obra citada: Livro sobre o Intelecto e o Entendido Algazel [ou Al Ghazali] (1053-1111) Nasceu em Tus, na Pérsia. Foi professor em Bagdá, É considerado Filósofo, Teólogo, Jurista e Místico. Foi um islamita ortodoxo. Obras citadas: Destruição dos Filósofos, em especial contra Avicena e de Alfarabi (século X), que foi Mestre de Avicena e promoveu, entre os árabes, as obras de Aristóteles. Anaxágoras de Clasemena (500-428 a.C.) Filósofo grego, explica o universo como composto de muitos elementos dependentes em seus movimentos de um princípio, o Nous [a Mente]. Obra citada: Sobre a Natureza (fragmentos). Apolinário de Laudiceia [Síria] (†390) Bispo de Laudiceia. Defensor do Concílio de Niceia. Tende para o monofisismo, e assim é condenado por vários concílios. Apuleio (125-180) Africano, escritor latino, discípulo de Platão, apaixonado por Filosofia, Ciência e Magia. Obra citada: Santo Tomás conheceu dele o opúsculo De Deo Socratis. Arato (315-240 a.C.) Astronômo e poeta grego de Solos, na Cilícia. Aristóteles (384-322 a.C.) Nasceu em Estagira, na Tácia. Santo Tomás o chama de O Filósofo. Em Atenas foi discípulo de Isócrates e depois de Platão, por cerca de vinte anos. Em 335 funda a escola do Liceu que durou treze anos. Com o apoio de Alexandre, de quem por dois anos fora preceptor, forma uma biblioteca com importantes documentos. Sua obra é vastíssima, mas conhecemos apenas um pouco mais de 150. Afastou-se da doutrina das Ideias de Platão e explicou a natureza composta de matéria e forma que se referem como potência e ato. Entender, conhecer, pensar são as atividades mais nobres. Assim, Deus é ato puro, primeiro motor imóvel. Obras citadas: Analíticos Posteriores; Exposição das Categorias, Ética; Física; Tópicos, Metafísica; Predicamentos; Da Geração dos Animais, Sobre o Céu e o Mundo, Sobre a Geração e a Corrupção, Sobre a Alma, Sobre a Memória, Sobre os Meteoros, Retórica. Averrois [Ibn Roschd] (1126-1198), o Comentador Nasceu em Córdoba e faleceu em Marraquesh. Dedicou sua vida ao estudo de Aristóteles. Afirmou que Avicena deformara o pensamento de Aristóteles. Foi condenado pelas autoridades muçulmanas e reabilitado antes da morte. O bispo de Paris, em 1270 e em 1277, condenou o averroismo. Obras citadas: Comentários às Obras de Aristóteles: Física, Metafísica, Sobre a Alma. Avicena (980-1037) Nasceu em Bukhara e faleceu em Hamadan (Irã). Filósofo e médico na Escola de Bagdá. Como filósofo, desenvolveu os estudos sobre Aristóteles com temas platônicos. Como médico, escreveu o Cânon da Medicina, utilizado no Oriente e no Ocidente até o século XVIII como manual de Medicina. Obra citada: Suficiência; Metafísica; Sobre a Alma; Sobre as Coisas Naturais; Sobre a Natureza Animal;

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Suma contra os gentios

Boécio (480-524) Mestre do rei godo, Teodorico, em 520. Acusado de traição foi condenado à prisão e à morte. Cristão familiarizado com Santo Agostinho e com os filósofos gregos, sua obra é importante, em Teologia sobressai o tratado Sobre a Trindade e, na Filosofia: A Consolação Filosófica, escrita na prisão. Obra citada: Sobre a Trindade. Claudio Ptolomeu (90-168) Cientista grego que viveu em Alexandria, no Egito. Fundado no sistema de Aristóteles, fez um sistema geométrico-numérico para descrever os movimentos do céu. Obra citada: Almagesto. Demócrito (470-370 a.C.) Filósofo grego, segundo Platão refletiu sobre tudo. Sua obra era abundante, mas desapareceu quase inteiramente. Defende o atomismo: O cosmos é formado por infinitos corpos: os átomos que se movem no vazio, são movimentados pela Necessidade. Dinarco (360-290 a.C.) Orador grego. Viveu em Atenas. Muitas obras de menor valor são atribuídas a ele. Dionísio Areopagita (séc V-VI), pseudônimo de um autor do Oriente Suas obras: A Hierquia Celeste, A Hierarquia Eclesiástica, Os Nomes Divinos (que Santo Tomás de Aquino comentou), e a Teologia Mística influenciaram tanto o Oriente como o Ocidente nos estudos sobre os anjos, sobre a liturgia, sobre Deus e sobre o conhecimento e a prática mística. Obras citadas: Hierarquia Celeste, Os Nomes Divinos. Dionísio de Alexandria (200-255) Nasceu em Alexandria e faleceu na perseguição de Décio e Valeriano, exilado para a Líbia. Discípulo de Orígenes, foi diretor da Escola Catequética e bispo da cidade em 247. Empédocles (490-430 a.C.) Legislador e filósofo grego de Agrigento (Sicília). Afirma a água, o ar, o fogo e a terra como os quatro elementos fundamentais da criação. O Amor e o Ódio unem esses elementos e os separam. O mundo é consequência do conflito dessas duas forças. Obra citada: Da Natureza do Universo e Purificação; Euclides de Alexandria (360-295 a.C.) Professor e matemático, que ordenou os elementos da Escola Pitagórica. Eusébio de Cesareia (263-337) Historiador, nasceu na Palestina e formou-se na escola fundada por Orígenes. Foi um bispo político, devotíssimo de Constantino. Apresenta em sua obra um ideal de um império em estado cristão. Obra citada: História Eclesiástica. Galeno [Cláudio Galeno ou Hélio Galeno, conhecido como Galeno de Bérgamo] (129-217) Médico e filósofo romano de origem grega. É citado por Nemésio de Emessa (séc. V), bispo, em Sobre a Natureza do Homem. Genádio (séc. V) Escritor e historiador cristão, presbítero de Marselha. Obra citada: Livro dos Dogmas Eclesiásticos. Leucipo de Mileto (séc. V a.C.) Filósofo grego. Considerado o mestre de Demócrito de Abdera, segundo Aristóteles é o criador do atomismo. Obra citada: A grande ordem do mundo ou A Grande Cosmologia.

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Autores citados

Liber de Causis (Anônimo) O texto latino é uma tradução de autores árabes. Santo Tomás de Aquino (1225-1274) comentou o texto em Exposição sobre o livro De Causis (Cf. Suma Teológica I, questão 14, artigo 6 em Respondo) e Santo Alberto Magno (1193-1280) em O livro De Causis e o processo do universo. Maimônides [ou Rabi Moisés] (1135-1204) Nasceu em Córdoba (Espanha). Rabino judeu, filósofo e médico, viveu em Fez (Marrocos), na Palestina e em Fostat (Velho Cairo) onde se tornou líder da comunidade judia (1171). Em sua obra mais difundida Guia dos Indecisos (Dux Neutrorum seu Dubiorum) propõe um acordo entre a razão (a filosofia de Aristóteles) e a fé (a revelação mosaica). Obras citadas: Guia dos Indecisos, Moreh Nebukim Maniqueus Seguidores de Mani (250), sacerdote de Ecbátana, na Pérsia. Santo Agostinho (354-431) por um período aderiu ao maniqueísmo, contra ele depois escreveu obras de polêmica e de refutação, por exemplo em De Natura Boni contra Manichaeos Liber unus, ML 42 ou Contra Epistolam Manichaei quam vocant Fundamenti Liber unus, ML 42, etc. Marcião [ou Marcion] (85-160) Em 144, abandonou a Igreja e reuniu adeptos, os marcionistas, influenciado por Cerdão (†140), professou o gnosticismo judeu-cristão. Contra a sua doutrina, Tertuliano escreveu o poema Contra Marcião. Nemésio de Emessa (séc. V) Bispo, sucedeu a Eusébio de Cesaréa (263-337). Obra citada: Sobre a Natureza do Homem. Orígenes (185-253) Discípulo de Clemente de Alexandria, foi diretor da Escola Catequética de Alexandria. Resolve os problemas que lhe são colocados pela Escritura. Na perseguição de Décio é torturado e morre pouco depois. Deixou uma obra imensa e, principalmente, o tratado Sobre os Princípios é considerado a primeira Suma Teológica da Antiguidade cristã. Obra citada: Sobre os Princípios. Pedro Lombardo (1100-1160) Mestre na Escola de Notre-Damme, em Paris. Em 1159, é escolhido para bispo de Paris. Fiel à tradição dos padres e com uma clara preocupação pedagógica, é fator de união, e assim forma um mosaico de sábios. Foi chamado de Mestre das Sentenças e o seu livro adotado como texto nas aulas de Teologia até o século XVI. Somente no séc. XVII a Suma de Santo Tomás de Aquino o substitui. Obra citada: Livro das Sentenças. Pitágoras (571-496) Filósofo e matemático grego. Não deixou nenhum escrito. Foi Euclides de Alexandria (360-295 a.C.), professor e matemático, que ordenou os elementos da Escola Pitagórica. Platão (± 428-347 a.C.) Nasceu em Atenas. Iniciou os estudos com os ensinamentos de Hieráclito e aos 20 anos fez-se discípulo de Sócrates por 8 anos. Após a morte de seu mestre (399 a.C.), vai para Megara e hospeda-se na casa de Euclides. Durante vários anos, andou pela Magna Grécia, frequentando os Pitagóricos e depois tentando em vão tomar parte em política. Retorna para Atenas e funda uma escola de Filosofia, a Academia, que é dirigida por ele até a sua morte, durante 40 anos, ajudou inúmeros jovens a encontrar a verdade que têm em si mesmos. Justiniano a dissolverá em 529. Conhecemos 36 Diálogos e 13 Cartas. Nos primeiros séculos, influenciou fortemente o pensamento cristão. Obras citadas: Alcibíades, Fedon, Fedro, Filebo, Teeteto, Timeu.

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Suma contra os gentios

Porfírio (233-305 a.C.) Discípulo de Plotino e seu colaborador. Erudito, adversário do cristianismo, escreveu muito. Seu livro Isagoge, traduzido por Boécio, teve muita influência na Idade Média. Obra citada: Isagoge. Pugio Fidei (O Punhal da Fé) É uma obra do teólogo dominicano Ramón Martí (+- 1284), escrita contra os mouros e os judeus. Procura mostrar a falsidade da religião dos judeus. É uma obra polêmica. Santo Agostinho de Hipona (354-431) Nasceu em Tagaste e morreu em Hipona (Argélia). Batizado por Santo Ambrósio em 387, foi ordenado bispo de Hipona em 395. Filósofo, teólogo e escritor, tem o título de Doctor Gratiae. Seu pensamento marcou o mundo cristão medieval. Santo Tomás cita-o abundantemente. Obras citadas: A Cidade de Deus, A Doutrina Cristã, Comentário Literal ao Gênese, Enquirídio para Laurencio, Sobre as Heresias, Sobre a Origem da Alma, Sobre a Trindade, Sobre a Verdadeira Religião, Solilóquios. Contra os Maniqueus escreveu vários textos. Santo Hilário de Poitiers (315-367) Nasceu e faleceu em Poitiers. Convertido, foi batizado em 345. Ainda casado foi aclamado bispo de Poitiers. As questões arianas ocuparam a sua vida. Em 356, no Sínodo de Béziers, convocado pelo imperador Constâncio, para tratar da questão ariana, Hilário foi condenado e expulso para a Frígia. Aí escreve o Tratado sobre a Trindade, uma obra antiariana. Em 360, volta a Poitiers, escreve várias obras e funda um mosteiro em sua diocese, e em partícular Sobre os Sínodos em resposta aos colegas do Episcopado Gaulês. É Doutor da Igreja. Obras citadas: Sobre a Trindade; Sobre os Sínodos. Santo Tomás de Aquino (1225-1274) Frade dominicano. Nasceu em Aquino, na Itália. Aos 19 anos, entra na Ordem de Domingos de Gusmão. Formou-se em Paris e Colônia, sendo discípulo de Santo Alberto Magno. Mestre na Universidade de Paris, deixou uma obra filosófica e teológica memorável. Faleceu aos 49 anos. Entre as suas obras sobressaem a Suma Teológica e os Comentários aos Livros de Aristóteles e aos Textos bíblicos do Antigo e do Novo Testamento. Obras citadas: Exposição sobre o Livro das Causas, Sobre a Unidade do Intelecto contra os Averroistas, Suma Teológica. São Basílio (319-379) Basílio é o líder da resistência antiariana contra o imperador Valente. É homem de governo e servero com os ricos. Após a sua morte tem o título de Magno. Obra citada: Hora dos Seis Dias. São Gregório Magno (540-604) Romano, foi prefeito de Roma. Torna-se monge e em 590, é bispo de Roma. Grande admnistrador, e também grande pastor. Sua obra é abundante, sobressai as Morais sobre Jó e as Homílias. Obra citada: Moral sobre Jó. São Gregório de Nissa (335-394) Irmão de São Basílio. É um filósofo, teólogo e místico. Sua obra é imensa. Santo Tomás atribui-lhe o tratado Sobre a Natureza do Homem, composto por Nemésio, bispo de Emessa. Obra citada: Sobre a Alma; Sobre a Criação do Homem. São João Damasceno (675-749) Nasceu em Damasco, daí o sobrenome. Morreu em Mar Sabas (perto de Jerusalém). Monge, teólogo, combateu os iconoclastas e deixou obras de exegese, de ascética e de moral. Embora se refira apenas

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Autores citados

aos padres gregos, ignorando os padres latinos, influenciou os teólogos do período escolástico. É Doutor da Igreja. Obra citada: A Fé Ortodoxa. Zenão de Eleia (490-430 a.C.) Discípulo de Parmênides (530-460 a.C.). É reconhecido como o iniciador da dialética ao colocar as opiniões à prova. Obra citada: Paradoxos.

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Referências bíblicas

Para a tradução das referências bíblicas foi utilizada A BÍBLIA — MENSAGEM DE DEUS, Loyola, São Paulo, Brasil, 1994, reedição, janeiro de 2003. NOVO TESTAMENTO Atos, I e II Coríntios, Colossenses, Eclesiástico, Efésios, Hebreus, João, I João, Lucas, Mateus, II Pedro, Romanos, Tiago, I Timóteo. ANTIGO TESTAMENTO Amós, Daniel, Deuteronômio, Eclesiastes, Eclesiástico, Êxodo, Gênesis, Habacuc, Isaías, Jeremias, Jó, Lamentações, Malaquias, Números, Provérbios, I Reis, Sabedoria, Salmos, I Samuel, Sofonias, Zacarias.

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Índice

Plano geral da obra .................................................................................................................................

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Tradutores da edição brasileira .............................................................................................................

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Ordem e método desta obra ..................................................................................................................

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Ordem deste volume ..............................................................................................................................

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LIVRO SEGUNDO INTRODUÇÃO [cc. 1 a 5] .................................................................................................................... 1 Continuação do Livro precedente ............................................................................................... 2 A consideração das criaturas é útil para a instrução da fé....................................................... 3 Conhecer a natureza das criaturas tem valor para destruir os erros a respeito de Deus ..... 4 O filósofo e o teólogo consideram de modo diverso as criaturas............................................ 5 Ordem do que se vai dizer ...........................................................................................................

15 15 16 18 20 22

O PRINCÍPIO DA EXISTÊNCIA DAS COISAS [cc. 6 a 38] ............................................................ 6 Compete a Deus que seja princípio da existência das coisas.................................................... 7 Em Deus existe potência ativa ..................................................................................................... 8 A potência de Deus é sua substância .......................................................................................... 9 A potência de Deus é sua ação ..................................................................................................... 10 De que modo se atribui potência a Deus ...................................................................................

23 23 24 25 26 27

11 A Deus se atribui algo relativamente às criaturas ................................................................... 12 As relações atribuídas a Deus em ordem às criaturas não existem realmente em Deus ...... 13 e 14 De que modo se dizem de Deus as relações mencionadas ............................................... 15 Deus é a causa de ser para todas as coisas .................................................................................. 16 Deus produziu do nada as coisas no ser ......................................................................................

28 29 30 32 35

17 A criação não é movimento nem mutação................................................................................ 18 Como se resolve o que se objeta contra a criação .....................................................................

40 41

19 Na criação não há sucessão .......................................................................................................... 20 Nenhum corpo pode criar ............................................................................................................ 21 Só a Deus pertence criar ............................................................................................................... 22 Deus pode tudo .............................................................................................................................. 23 Deus não age por necessidade da natureza ................................................................................. 24 Deus age segundo sua sabedoria .................................................................................................. 25 Coisas que o onipotente não pode fazer .....................................................................................

42 44 46 50 53 56 58

26 O intelecto divino não se limita a efeitos determinados .......................................................... 27 A vontade divina não se restringe a efeitos determinados ....................................................... 28 e 29 Como se acha o débito na produção das coisas .................................................................. 30 Como pode haver necessidade absoluta nas coisas criadas .....................................................

62 64 64 70

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31 Não é necessário que as criaturas tenham existido sempre ..................................................... 32 Razões dos que querem provar a eternidade do mundo, tomadas da parte de Deus ........... 33 Razões dos que querem provar a eternidade do mundo, tomadas da parte das criaturas .. 34 Razões para provar a eternidade do mundo, tomadas da parte de sua produção ................

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35 Solução das razões expostas e, em primeiro lugar, daquelas que se tomavam da parte de Deus ............................................................................. 36 Solução das razões que se tomam da parte das coisas produzidas ........................................ 37 Solução das razões que eram tomadas da parte da produção das coisas .............................. 38 Razões pelas quais alguns se esforçam por mostrar que o mundo não é eterno ...................

87 92 94 97

A DISTINÇÃO E DIVERSIDADE DAS COISAS [cc. 39 a 45] ........................................................ 39 A distinção das coisas não é por acaso ........................................................................................ 40 A matéria não é a causa primeira da distinção das coisas ........................................................ 41 A distinção das coisas não é em razão da contrariedade dos agentes ................................... 42 A causa primeira da distinção das coisas não é a ordem dos agentes segundos .................... 43 A distinção das coisas não é por algum dos agentes segundos, ao introduzir na matéria formas diversas .................................................................................... 44 A distinção das coisas não procedeu da diversidade dos méritos ou deméritos ................... 45 Qual é a primeira causa de distinção das coisas segundo a verdade ......................................

101 101 103 105 110

A NATUREZA DAS COISAS ENQUANTO SE REFERE À LUZ DA FÉ [cc. 46 a 101] ............... 46 Para a perfeição do universo foi necessário haver criaturas intelectuais ............................... 47 As substâncias intelectuais têm vontade ..................................................................................... 48 As substâncias intelectuais têm livre-arbítrio no agir .............................................................. 49 A substância intelectual não é corpo ........................................................................................... 50 As substâncias intelectuais são imateriais .................................................................................. 51 A substância intelectual não é forma material .......................................................................... 52 Nas substâncias intelectuais criadas diferem o ser [a existência] e o que é [a essência] ....... 53 Nas substâncias intelectuais criadas há composição de ato e potência ................................. 54 Não é o mesmo ser composto de substância e ser e ser composto de matéria e forma ...... 55 As substâncias intelectuais são incorruptíveis........................................................................... 56 O modo pelo qual a substância intelectual pode unir-se ao corpo ......................................... 57 Afirmação de Platão sobre a união da alma intelectual com o corpo ....................................

125 125 128 130 132 135 137 138 141 142 143 150 154

58 A alma nutritiva, a sensitiva e a intelectiva não são no homem três almas ............................ 59 O intelecto possível do homem não é substância separada ...................................................... 60 O homem não recebe a espécie pelo intelecto passivo, mas pelo intelecto possível ............. 61 A mencionada posição é contra a sentença de Aristóteles ....................................................... 62 Contra a opinião de Alexandre a respeito do intelecto possível ..............................................

158 162 166 175 177

63 A alma não é o temperamento, como sustentou Galeno ......................................................... 64 A alma não é harmonia................................................................................................................. 65 A alma não é corpo ........................................................................................................................

181 182 183

66 Contra os que afirmam que o intelecto e o sentido são a mesma coisa ................................. 67 Contra os que afirmam que o intelecto possível é a imaginação............................................

185 186

68 De que modo a substância intelectual pode ser forma do corpo............................................ 69 Solução das razões pelas quais se prova que a substância intelectual não pode unir-se ao corpo como forma ......................................................................................

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70 É necessário afirmar, segundo os dizeres de Aristóteles, que o intelecto se une ao corpo como forma............................................................................... 71 A alma se une imediatamente ao corpo ...................................................................................... 72 A alma está toda no todo e toda em cada parte .........................................................................

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73 O intelecto possível não é um só em todos os homens............................................................. 74 Opinião de Avicena, que afirmou que as formas inteligíveis não são conservadas no intelecto possível ................................................................................ 75 Solução das razões pelas quais parece provar-se a unidade do intelecto possível ................ 76 O intelecto agente não é substância separada, mas algo da alma ............................................ 77 Não é impossível que o intelecto possível e o agente convenham numa só substância da alma .................................................................................... 78 Aristóteles não julgou que o intelecto agente fosse substância separada, mas antes algo da alma...................................................................................................................

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79 A alma humana, corrompido o corpo, não se corrompe......................................................... 80 e 81 Razões que provam que a alma se corrompe, corrompido o corpo (e refutação delas) ..................................................................................... 82 As almas dos animais irracionais não são imortais .................................................................. 83 A alma humana inicia-se com o corpo ...................................................................................... 84 Solução das razões propostas .....................................................................................................

238 242 251 256 268

85 A alma não é da substância de Deus............................................................................................ 86 A alma humana não é transmitida pelo sêmen ......................................................................... 87 A alma humana é produzida no ser por Deus pela criação ...................................................... 88 Razões para provar que a alma humana é causada pelo sêmen ............................................. 89 Solução das razões expostas ........................................................................................................

271 274 277 279 283

90 A substância intelectual não se une como forma a nenhum outro corpo senão ao humano .................................................................................. 91 Há algumas substâncias intelectuais não unidas a corpos .......................................................

291 295

210 215 222 229 232

92 Da multiplicidade das substâncias separadas............................................................................ 93 Não há muitas substâncias separadas de uma só espécie ......................................................... 94 A substância separada e a alma não são de uma só espécie .................................................... 95 Como se toma gênero e espécie nas substâncias separadas ..................................................... 96 As substâncias separadas não recebem o conhecimento dos sensíveis ................................. 97 O intelecto da substância separada conhece sempre em ato .................................................. 98 Como uma substância separada conhece outra......................................................................... 99 As substâncias separadas conhecem as coisas materiais ......................................................... 100 As substâncias separadas conhecem as coisas singulares ........................................................ 101 Se as substâncias separadas conhecem, por conhecimento natural, todas as coisas, simultaneamente...............................................................................................

299 304 305 306 309 312 313 321 322

Autores citados........................................................................................................................................

327

Referências bíblicas ................................................................................................................................

333

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324

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