Angelika Grubert
Os 50 melhores jogos para a Autorregulação
SALESIANOS
EDITORA
Ficha Técnica:
© Angelika Grubert
Título Original: Die 50 besten Spiele zur Selbstregulation
Esta edição foi publicada por acordo com a Editora:
© 2021 Don Bosco Medien GmbH, München
Copyright desta edição:
© 2024 Salesianos Editora
Rua Duque de Palmela, 11
4000-373 Porto | Tel: 225 365 750 geral@editora.salesianos.pt www.editora.salesianos.pt
Tradução: Alberto Cunha
Revisão: Delfim Santos
Capa: Paulo Santos
Imagem de Capa: Dreamstime.com
Paginação: João Cerqueira
1ª edição: Janeiro 2025
ISBN: 978-989-9134-45-4
Depósito Legal.: 540897/24
Impressão e acabamento: Imedisa Artes Gráficas
Reservados todos os direitos. Nos termos do Código do Direito de Autor, é expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra por qualquer meio, incluindo a fotocópia e o tratamento informático, sem a autorização expressa dos titulares dos direitos.
“Todo o ser humano tem direito a uma educação que o torne capaz de confiar em si próprio e de se construir a si mesmo”.
Malwida von Meysenbug
Aprender a controlar as emoções e os
sentimentos
Este capítulo trata de forma muito concreta da autorregulação, por exemplo, como lidar ativamente com a raiva ou a ansiedade no grupo.
Aprender a controlar as emoções e os sentimentos
Luta das bolas de neve
Cada criança do grupo recebe uma folha de papel A4, na qual desenha ou escreve um sentimento ou um estado de espírito que não gostaria de ter no momento.
Para cada sentimento desagradável, pode ser utilizada uma nova folha de papel. Depois, a folha é amachucada para formar uma bola. Esta é a bola de neve. E a luta das bolas de neve pode começar!
As crianças atiram as bolas umas às outras e podem pegar naquelas que já tinham sido atiradas e utilizá-las novamente.
Depois de algum tempo, juntam-se todos, abrem as bolas de neve, olham para o seu conteúdo e dizem:
– “Oh, eu também não quero isso!”
Em seguida, amachucam novamente todas as folhas e colocam-nas no caixote do lixo.
E o jogo pode prosseguir. As crianças desenham, numa nova folha de papel, o sentimento ou o estado de espírito que gostariam de ter em vez daquele que amachucaram e puseram no caixote do lixo. E agora recomeça a luta com estas novas bolas de neve.
Aprender a controlar as emoções e os sentimentos
Depois de algum tempo, abrem as bolas de neve e colocam-nas no meio:
• O que é que vemos ali?
• Isto já existiu alguma vez no grupo? Quando?
• Como é que foi?
• Como é que todos podemos beneficiar mais daquilo que estas bolas de neve nos mostram?
Aprofundamento:
Os desenhos ficam expostos. Na avaliação final, refletimos sobre o que já sucedeu no grupo daquilo que vemos exposto, para depois chamar a atenção para o que desejamos que venha a existir.
Aprendemos principalmente com aquilo em que concentramos a nossa atenção.
Material:
• Papel, canetas e lápis.
Aprender a controlar as emoções e os sentimentos
1, 2, 3 – Foguetão!
A nível de sentimentos e de estados emocionais, o grupo pondera quais são os monstros que existem de momento e dos quais todos gostariam de se ver livres. Poderão ser, por exemplo, o monstro da discussão, o monstro da confusão, o monstro da desordem...
Então, o líder do jogo diz: “O melhor é mandarmos todos os monstros ao mesmo tempo para o espaço”. Vamos fazer assim e participamos todos ao mesmo tempo: “Batemos os pés, depressa, cada vez mais depressa; batemos com as mãos nas pernas, depressa, cada vez mais depressa; levantamos os braços bem alto, e ao ´1, 2, 3 – Foguetão!´ atiramos para o ar o que não precisamos nem queremos agora!
Pergunta-se então: “Como vos sentis agora? Os monstros já desapareceram todos? – Não!? Então vamos fazer outra vez!”
O jogo do foguetão pode ser realizado em círculo ou ficando de pé nos seus lugares.
Anões raivosos
– “De onde vêm estes anões raivosos?”, pergunta o educador, perante uma onda crescente de agressividade no grupo. Na maior parte das vezes, as crianças respondem que também não sabem.
– “E o que é que fazemos com eles?”, pergunta ainda o educador. Aqui ele pode dar sugestões, tais como: “Atiramo-los ao chão e espezinhamo-los, arrastamo-los para um silvado, levamo-los para a floresta...”, etc.
Agora vão todos empenhar-se na representação, em forma de pantomima, das sugestões apresentadas. Tudo isto é divertido e transforma o ambiente.
Entretanto, muitas crianças têm as suas próprias sugestões sobre o que ainda querem fazer com os anões raivosos:
Exemplos:
• enterrá-los na caixa de areia,
• enterrá-los no jardim,
• mandá-los para dentro da sanita,
• atirá-los pela janela...
Todas estas sugestões serão abordadas e exploradas de forma lúdica, até os anões raivosos desaparecerem.
Aprender a controlar as emoções e os sentimentos
Exposição de monstros
É um grande alívio ser capaz de gerir as emoções fortes com humor e criatividade.
Cada criança pinta o seu sentimento, representando-o em forma de monstro.
– “Que aspeto tem agora o meu monstrinho? Alguns monstros parecem estar zangados, tristes ou assustados”.
Depois de todas as crianças terem pintado os seus monstros das emoções, faz-se uma exposição dos mesmos. Ninguém pense que é o único a ter estes sentimentos. Todos nós os temos e não são poucos.
A segunda parte da exposição mostra como as crianças conseguem modificar os seus monstros das emoções.
– “Pegai numa nova folha de papel e imaginai que sois os chefes dos monstros. Podeis modificar os vossos monstros das emoções da forma que quiserdes. Como é que quereis que eles sejam agora? Será que algum monstrinho começa a sorrir? Irá tornar-se colorido?...
Uma vez que sou o chefe dos monstros, posso transformar o meu monstrinho. Vou pintá-lo como ele deve ser agora”.
Material: Papel, canetas, fita-cola para colar e pendurar.
Aprender a controlar as emoções e os sentimentos
Chefe de informação meteorológica
Antes de mais, é eleito um chefe de informação meteorológica, que comanda os avisos da meteorologia: “Quando a tempestade de fúria chegar até nós, ao princípio é muito suave e calma, … mas depois avança cada vez com mais força e torna-se cada vez mais ruidosa...”
As crianças correm pela sala ou pelo ginásio e divertem-se, representando em forma de pantomima a sua tempestade de raiva. Levantam os braços, dão saltos para o ar e produzem os ruídos do vento. Também se pode utilizar música, segundo o gosto dos participantes. A dada altura, o chefe de informação meteorológica dá um toque no seu gongo do tempo e ordena: – “Parem!” E todas as crianças param.
Depois, pode ser nomeado outro chefe de informação meteorológica; e o jogo recomeça, até que todas as tempestades de raiva tenham passado. Nessa altura, volta a brilhar o sol do bom humor!
Material:
• Gongo (tambor ou similar), eventualmente música.
Aprender a controlar as emoções e os sentimentos
O vulcão
As crianças reúnem-se em pequenos grupos e fazem um círculo em forma de vulcão. Uma criança é o estudioso do vulcanismo e explica ao grupo o que se passa com o vulcão. Todos os participantes prestam muita atenção à demonstração que o estudioso do vulcanismo (a criança) faz e associam-se aos movimentos:
– “Agora o vulcão começa a estremecer...” (as crianças batem os pés) “ ... e a expelir pequenos jatos de lava.. .” (as crianças, com as mãos, fazem a demonstração da lava a subir).
O expelir da lava é ilustrado com o movimento das mãos, podendo também ser acompanhado com o bater dos pés. Quando o vulcão entrar a sério em erupção e cuspir lava e cinzas, podem atirar-se para trás, por cima do ombro, fragmentos imaginários.
Agora, podem também divertir-se a encenar diferentes variantes, que servem de válvula de escape para emoções intensas ou para inquietações e revoltas.
Um gongo, tocado por uma criança ou por um educador, indica que o vulcão está a acalmar-se novamente. Fica muito sossegado e silencioso.
Aprender a controlar as emoções e os sentimentos
Se necessário, pode recomeçar, depois de uma eventual mudança nos pequenos grupos.
Se houver necessidade de mais instruções e demonstrações, o líder do jogo pode utilizar um tambor para ilustrar a atividade do vulcão das crianças, rufando mais forte ou mais fraco e, no final, fazendo silêncio total.
Impulso:
Por vezes, temos sentimentos tão fortes como um vulcão. Então podemos jogar o jogo do vulcão, juntos ou cada um por si.
– “ Cada pessoa é responsável pelo seu próprio vulcão, de modo a proteger-se a si e aos outros.”
Cada “erupção de vulcão” emocional tem fundadas razões:
• O que é que me tornou a mim, a ti ou a vós tão “vulcânico”?
• Consegues identificar quando algo começa a fervilhar dentro de ti como num vulcão?
• O que é que o vulcão exige para melhorar?
• O que é que está bem para ti próprio e para os outros?
• O que é que já te ajudou a ti, a mim ou a nós conjuntamente?
Material: Gongo (tambor ou similar).
Aprender a controlar as emoções e os sentimentos
Gelatina
Os participantes formam um círculo, encostados uns aos outros, ombro com ombro, configurando a tigela de gelatina. O educador explica:
“A gelatina, que na nossa imaginação vai ser colocada na tigela, contém tudo o que pode acontecer ao longo de um dia.
Há algumas coisas de que gostámos e essas queremos mantê-las.
Mas há outras das quais nos queremos livrar de novo.
Aparece então um anãozinho e dá um pontapé na perna da mesa onde está a nossa tigela”.
Perante tal facto, todas as crianças batem os pés energicamente. Então, a tigela começa a abanar, enquanto todas as crianças, ombro com ombro, balançam cada vez mais para cá e para lá. Em todo o caso, é mantido o contacto de ombro com ombro. Então, o educador faz o seguinte apelo:
“Formemos um arco bem alto e deixemos sair da nossa tigela tudo aquilo de que não gostámos hoje.
Essas coisas desaparecem agora mesmo!”
Aprender a controlar as emoções e os sentimentos
Todos dão uma pequena ajuda com os braços e com as suas vozes... e, no final, todos respiram de alívio.
“Está tudo bem!
E agora levemos para casa tudo aquilo de que gostámos.
E adeus!”
Desfazem novamente a tigela.
Variante para a época natalícia:
Biscoitos voadores:
“Formemos um arco bem alto e deixemos voar da nossa tigela, assim como voam estes biscoitos queimados, tudo aquilo de que não gostámos hoje. Essas coisas desaparecem agora mesmo!”
Aprender
Balão de ar quente
O balão de ar quente, em que todos são convidados a entrar, é uma mesa virada com as pernas para cima ou um espaço marcado no chão.
Depois, seguem-se as instruções:
“Agora lançamos ao mar tudo aquilo de que não gostámos hoje, para que o nosso balão de ar quente possa levantar voo.”
As crianças podem chamar a carga indesejável pelo seu nome, como por exemplo:
• “Tive uma discussão com ...”
• “Tive de ficar sentado e calado durante demasiado tempo.”
• “Ninguém tinha tempo para mim.” Etc…
Todos juntos fazem uma pantomima, pegando num saco de areia e gritando de cada vez: “E fora com ele!”
Cada criança pode dar uma sugestão. A carga indesejável é, repetidamente, lançada ao mar por todos, até que todos se sintam aliviados.
Agora, o balão de ar quente pode levantar voo para uma viagem imaginária, para uma conferência ou uma ati-
Comentários para pensar
A experiência de “eu posso contribuir com algo positivo e o meu contributo é reconhecido” reduz a agressividade e reforça a autoestima e o sentido de pertença ao grupo. As vertentes construtivas dos grupos e das comunidades são assim reforçadas e incrementadas.
Saco dos sussurros
Cada criança recebe um saco de papel. Este é o saco dos sussurros, pois as crianças sussurram para dentro dele mensagens de encorajamento umas às outras, comunicando entre si. O educador também pode sussurrar para dentro do saco o seu apreço pela criança.
Para fazer chegar o sussurro e para que possa ser compreendido, pode pintar-se no saco o nome da criança que sussurra ou um símbolo do conteúdo sussurrado. Amarra-se o saco do sussurro com uma fita para que tudo fique no seu interior.
Assim cheio, o saco dos sussurros pode ser levado para todo o lado. Pode meter-se debaixo da almofada no infantário, ou na mochila numa excursão, numa viagem de estudo, etc.
A presença do saco dos sussurros é uma maneira de a criança recordar todas as mensagens de encorajamento.
Material:
• Sacos de papel.
• Canetas.
• Fitas para amarrar os sacos.