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COLETÂNEA DE MENSAGENS E PALESTRAS DE EDINALDO NOGUEIRA 5ª PARTE
Edinaldo Nogueira E-mail: nogueira.edinaldo@gmail.com (caso queira fazer alguma refutação por escrito pode enviar para e-mail) 2
Dedicatória
Dedico este livro a Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que me concedeu graça. A Ele seja a glória para todo sempre em Cristo Jesus no poder do Espírito Santo! À minha digníssima e amada esposa, Claudete Nogueira, por sua compreensão e amor e aos nossos filhos Letícia e Renan e a sua esposa Aline. Aos meus pais, Paulo e Marleide e meus queridos irmãos e irmãs: Edileuza, Fátima, Ednardo, Edvaldo, Eduardo e Paula. À todos os amados irmãos em Cristo que amam as Doutrinas Cristãs. A todos os leitores dedico este livro.
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PREFÁCIO
Este livro é o quinto de uma série de livros que trazem minhas mensagens e palestras desde 2009 em diante. Todas estão gravadas em áudio, e agora pretendo compilá-las. Quero deixar um legado para meus descendentes: filhos(as), netos(as) e bisnetos(as). E à todos os membros, presentes e futuros, da congregação da AD/Salém-Palmeiras. Letícia, leia meus livros, e incentive seus filhos a lê-los também, e peça que eles incentivem os filhos deles a lerem. Conheçam minhas crenças e meus valores. Estes são minha herança e meu legado que eu deixo para vocês.
Edinaldo Nogueira
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ÍNDICES DAS MENSAGENS E PALESTRAS Deu Dons aos Homens ...........................................................................006 ‘Tetelestais’ – ‘Está Consumado’ ..........................................................013 Dons de Revelação .................................................................................019 Dons de Elocução ...................................................................................028 Ministério de Apóstolo ...........................................................................038 Ministério de Mestre ou Doutor .............................................................045 Multiforme Sabedoria de Deus (I) .........................................................055 Multiforme Sabedoria de Deus (II) ........................................................066 O Senhor é Bom ......................................................................................074 O Propósito da Tentação........................................................................083 O Messias (I) ..........................................................................................091 O Messias (II) .........................................................................................098 Gerados de Novo Pela Palavra da Verdade ..........................................103 Por que Jesus Cristo Morreu? ...............................................................110 A Religião Pura ......................................................................................115 Libere a Força do Amor! .......................................................................125 Acepção de Pessoas ...............................................................................133 Cuidado com a Língua ...........................................................................139 Estado Eterno .........................................................................................145 Autorrealização Humana .......................................................................155 A Ressurreição .......................................................................................162 Amo o Senhor .........................................................................................166 O Dia do Senhor ....................................................................................171 Os Pecados de Comissão e de Omissão ............................................... 176 O Cristão Deve Dar Dízimo ..................................................................184 AUTOBIOGRAFIA .................................................................................194 5
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Salém Em 06 de Abril de 2014 Deu Dons aos Homens
O que são dons? O termo dom significa presente, dádiva. Na Bíblia dom vem de várias palavras hebraicas que tem como raiz o termo verbal ‘nathan’ traduzido por ‘dar, presentear, permitir, oferecer, empregar, transmitir, estabelecer, tomar, etc’ (Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, pág. 1036). A palavra ‘nathan’ é bem conhecida, pois é o nome do profeta Natã, donde também derivada o nome de Mateus. Outro termo em hebraico é ‘netinins’, que também é uma derivação de ‘nathan’ que significa ‘aqueles que foram dados’. Essa palavra aparece em Esdras, Neemias e 1º Crônicas. Leiamos 1º Crônicas 9.2: ‘Ora, os primeiros a se restabelecerem nas suas possessões e nas suas cidades foram de Israel, os sacerdotes, os levitas, e os netinins’. E Neemias 3.26: ‘(Ora, os netinins habitavam em Ofel, até defronte da porta das águas, para o oriente, e até a torre que se projeta.)’ . Em algumas Bíblias a palavra ‘netinins’ é traduzida por ‘servidores do templo’ ou ‘servos do templo’. Flávio Josefo os chamava de ‘escravos do templo’ um tipo de escravos sagrados. Na verdade, eles foram dados para servir aos levitas. Eram encarregados para carregar água, lenha e fazer serviços braçais mais pesados no templo. Esses netinins não eram israelitas. Quem eram? Donde vieram? Leiamos Esdras 8.20: ‘e dos netinins, que Davi e os príncipes tinham dado para o serviço dos levitas, duzentos e vinte, todos eles mencionados por nome’. E Salmos 68.18: ‘Tu subiste ao alto, levando os teus cativos; recebeste dons dentre os homens, e até dentre os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles’. Baseando nesses textos entendemos que esses netinins provinham de nações que eram vencidas por Davi e seus oficiais. Eram presos de guerra dedicados para servir aos levitas. Por isso que o Salmo 68.18 descreve um cortejo triunfal. O texto ‘... Tu subiste ao alto, levando os teus cativos...’ faz referência a conquista de Jerusalém por Davi. Davi conquista Jerusalém e a estabelece como capital do seu reino e ergue ali o tabernáculo de Sião, e aqueles povos que dominava Jerusalém, que eram os jebuseus, Davi os tomou como prisioneiros de guerra e os transformou em dons, e os deu como dádivas para os levitas, isto é, foram dados como escravos para servir no tabernáculo. Os sacerdotes foram dados para servir a nação de Israel, os levitas para servir os sacerdotes, e os netinins para servir os levitas. Os levitas são 6
apresentados como os ‘netuneus’ em Números 8.19, pois foram dados a Arão e seus filhos como presentes. No idioma grego a palavra dom é ‘didomi’ de onde se deriva vários termos gregos como ‘dorema’, dosis’ ‘domata’. A Septuaginta traduz o termo ‘netinins’ por ‘dedomenoi’ (gr. δεδοµένοι) em 1º Crônicas 9.2 que significa ‘os entregues’ ou ‘os dados’ ou ‘os dedicados’. Leiamos Efésios 4.8,11: ‘Por isso é que foi dito: Quando ele subiu em triunfo às alturas, levou cativos muitos prisioneiros, e deu dons aos homens. E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres’. Paulo faz citação do Salmo 68.18. Paulo aplica essa Escritura a subida triunfal de Cristo na sua ascensão quando toma posse do trono de Sião. Em Seu triunfo, Cristo, por assim dizer, ‘levou cativos muitos prisioneiros’, transformou-os em dons e os deu a igreja. Os cristãos, outrora inimigos, foram vencidos por Cristo, feitos prisioneiros de guerra e alguns são dados como netinins, isto é, escravos do templo para servir na igreja. Os quais são os apóstolos, os profetas, os evangelistas, os pastores e mestres. Esses homens são os netinins da igreja que servem no templo como escravos de Cristo. São os homens-dons, pois não só receberam dons como também foram dados como dons para a igreja. Outro termo que encontramos no grego que também é traduzido por dom, presente e dádiva é ‘charisma’ de onde vem ‘carisma’ em português. A raiz dessa palavra grega é ‘charis’ traduzido por ‘graça’ significando que os dons são dádivas graciosas e gratuitas de Deus para a igreja. Os dons de Deus não são subornos que forçamos Deus nos pagar através de uma pressão na oração. Dons são dádivas gratuitas que Deus concede ao Seu povo. Encontramos o termo ‘charisma’ em Romanos 6.23 e 1ª Coríntios 12.4 na versão grega. Teologicamente a ‘Bíblia de Estudo Pentecostal define “dons” como “manifestações sobrenaturais concedidas da parte do Espírito Santo, e que operam através dos crentes, para o seu bem comum” (1ª Lição, 2º Trim/2014). Dons são diferentes de talentos. Talento é uma disposição natural que precisa ser desenvolvido e aperfeiçoado. Por exemplo, cantar não é um dom, mas um talento. Há uma diferença na concessão do dom no Antigo Testamento e no Novo Testamento. No Antigo Testamento, o dom era apenas concedido a pessoas peculiares, isto é, pessoas que foram chamadas para desempenhar uma função especial na nação de Israel que eram os reis, os sacerdotes, os profetas e os juízes. Esses homens recebiam a unção do Espírito Santo sobre eles, e neles se manifestavam dons como profecia, visão, revelação, milagres, etc. 7
Quando um israelita queria conhecer a vontade de Deus se dirigia a esses homens. Eles serviam de intermediários entre Deus e o povo. O povo não tinha acesso diretamente ao Espírito Santo. Por isso que a profecia de Joel prometia o derramamento do Espírito sobre todos. Quando Deus escolheu setenta anciãos para auxiliar Moisés na congregação, eles não tinham o Espírito por isso foi necessário Deus tirar uma porção do Espírito que estava sobre Moisés e derramar sobre eles (Nm 11.24,25). Enquanto que no Novo Testamento o Espírito vem sobre todos os cristãos e permanecem em todos e os dons são distribuídos entre todos os cristãos. 1ª Coríntios 12.13: ‘Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito’. O propósito dos dons é auxiliar os crentes no exercício da Grande Comissão, isto é, para que a Igreja proclame o Evangelho de Cristo com graça e poder, promovendo a libertação dos cativos, ministrando cura aos doentes, pregando o evangelho com ousadia e também auxiliar os santos para que cheguem à unidade da fé e a plena maturidade em Cristo, e assim promover a edificação e o crescimento da igreja. Infelizmente, alguns crentes pentecostais confundem o poder do Espírito Santo com a eloquência do pregador. O poder do Espírito produz ousadia, isto é, coragem para pregar o evangelho na oposição (At 4.29-31). Enquanto que eloquência está ligada a tonalidade da voz do pregador, isto é, uma impostação da voz, coisa que qualquer pessoa pode fazer, um advogado em sua defesa, um político em seu discurso, um professor em sua aula, um cantor em sua música e um pregador em seu sermão. A ousadia faz a pessoa ir a uma favela e pregar o evangelho. Pode-se falar calmamente com algum opositor, mas mesmo assim, ali é uma demonstração de ousadia. É evidente, que o pregador no púlpito, em alguns momentos, está debaixo de uma forte emoção e também na unção do Espírito. Então, a emoção humana se mistura com a presença do Espírito, mas não se deve confundir essas emoções com o poder do Espírito. Pois mesmo que o pregador esteja falando sem fortes emoções, mas se proclama as verdades de Deus está sob a unção do Espírito Santo. Como também, pode-se falar incorretamente as Escrituras com fortes emoções, mas sem o poder do Espírito Santo. Já me perguntaram se expulsar demônio é um dom do Espírito Santo. O cristão expulsa demônios pelo poder do Espírito Santo, esse poder é uma autoridade dada a todos os crentes em nome do Senhor Jesus, mas não se constitui um dom especifico (Mt 12.28; Lc 10.17,19), porém, há o dom particular de discernir os espíritos (1ª Co 12.10). Devemos também diferenciar a cura como autoridade do Espírito delegada a todos os crentes do dom particular de curas distribuído pelo Espírito Santo (1ª Co 12.9,30; 8
Mc 16.17,18). Todavia ‘um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas’ (1ª Co 12.11). Os dons têm a sua classificação. Há os dons de serviços, os dons espirituais e os dons ministeriais. Os dons são comparados as funções que os membros desempenham no corpo. Leiamos Romanos 12.4,5: ‘Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros’. Assim como o corpo humano precisa das funções dos seus membros para poder desempenhar as suas atividades, assim também a igreja para poder desempenhar a obra que recebeu do Senhor Jesus Cristo precisa da cooperação de todos os seus membros para isso o Senhor capacitou essas pessoas com dons. O fortalecimento da Igreja e a comunhão dos santos dependem da função de cada membro do corpo de Cristo. Se os membros do corpo deixar de realizar suas funções, haverá um atrofiamento no corpo (1ª Co 12.14-17). Por isso que nenhum crente é inútil na igreja, todos têm uma função no corpo de Cristo. Uns têm funções mais nobres, outros mais simples, mas todos têm utilidade para manutenção e benefício da igreja de Cristo. Assim como não podemos desprezar nenhuma parte do nosso corpo, nem que seja o dedo medinho, pois nos fará faltar em algum momento, assim também a falta da cooperação de um membro poderá prejudicar toda a igreja. Paulo fala em 1ª Coríntios 12.12-27 da importância de cada membro no corpo de Cristo. De modo que um crente não pode dizer: ‘Ah, eu não sou diácono, então não tenho nenhum valor para a igreja’ ou ‘eu não sou presbítero, não tenho nenhum valor para a igreja’. Todos estão no corpo de Cristo e todos pertencem ao corpo. Todos têm o seu valor! Nem que seja apenas o que fala em línguas, que é considerado o menor dom de todos, tem valor no corpo de Cristo, pois sua língua pode ser interpretada para edificação da igreja. Paulo disse que ‘a cabeça’, quer dizer, aqueles que ocupam posição de liderança na igreja, não pode dizer aos pés: ‘Não tenho necessidade de vós’ (1ª Co 12.21). Porque todos os membros estão conectados. Por exemplo, O que tem o dom de profecia não pode dizer que não precisa daquele que tem o dom do ensino, alegando que recebe a palavra diretamente de Deus. Não! Todos dependem uns dos outros para que o corpo desempenhe com regularidade e funcionalidade as suas atividades para o benefício tanto da coletividade como da individualidade de cada um. Portanto, a sua ausência ou a sua falta de serviço na igreja trará um desequilíbrio no corpo do Senhor Jesus Cristo. 9
Convém dizer que os dons de serviços são diferentes dos dons espirituais. Dons espirituais são dons sobrenaturais que se manifestam na congregação quando o Espírito opera sobre os cristãos. Os dons de serviços também são diferentes dos dons ministeriais. Os dons ministeriais são reservados para a liderança da igreja, enquanto que os dons de serviços são distribuídos entre todos os crentes da comunidade cristã. Irei citar os dons que compõem os dons de serviços. Serviço diaconal. Diácono não é um dom espiritual. Quer dizer, a pessoa para servir como diácono não precisa esperar de Deus uma inspiração. – ‘Irmãos, hoje eu estou sentindo de Deus de agir como diácono’. Não! Os dons de serviços não têm essa necessidade do sobrenatural. Paulo disse que aquele que recebeu o dom para servir como diácono, então sirva. Quer dizer, aqueles que foram chamados na igreja para exercer o serviço de diácono, então, não esperem receber alguma revelação do Espírito para exercer a função de diácono. Faça o seu serviço de diácono! Então não diga: ‘Eu não visitei o irmão fulano de tal que está doente porque Deus não me mandou ir lá’. Meu irmão, se você é diácono, independentemente se recebeu revelação ou não, Deus já lhe autorizou quando o chamou para ser diácono. ‘Se é ministério, seja em ministrar’ (Rm 12.7), disse Paulo. Outra tradução diz: ‘Se o seu dom é servir, sirva’ (NVI). Serviço do ensino – Paulo disse que aquele que recebeu o dom para ensinar, se dedique ao ensino (Rm 12.7). A pessoa que tem o dom de ensinar não vai esperar de Deus uma revelação para poder ensinar, ele tem que se dedicar ao ensino através da pesquisa e da interpretação das Escrituras para desenvolver bem o seu serviço. Serviço de Aconselhamento – Paulo disse que aquele que recebeu o dom de exortar, então exorte para encorajar e animar as pessoas, e não para desanimá-las e desmotivá-las (Rm 12.8). Serviço de pregação. Esse dom é alistado por Pedro, ele disse que aquele que prega, pregue baseado nas Escrituras, e não em fábulas engenhosamente inventadas (1ª Pe 4.11; 2ª Pe 1.16). Aquele que serve como pregador na congregação tem a responsabilidade dada por Deus de expor para a congregação a Palavra de Deus. Não deve pregar as suas próprias ideias, conceitos e fábulas, mas a fiel interpretação das Escrituras. Serviço de assistência social. Paulo disse que aquele que recebeu esse dom, deve exercer esse serviço com liberalidade. Em 1ª Co 12.28 esse dom é chamado de ‘socorros’. É socorrer os pobres e necessitados. Serviço de hospitalidade ou hospitaleiro (1ª Pe 4.9). Em Romanos 12.13, Paulo chama esse dom de ‘misericórdia’ e que deve ser exercido com alegria. Não se refere apenas hospedar pessoas em casa, mas, também, acolher e cuidar de pessoas doentes. Esse é o significado do termo hospital onde pessoas são acolhidas para serem tratadas de suas doenças. Pedro disse que esse dom deve ser exercido sem murmurações (1ª Pe 4.9). Podemos, 10
também, incluir nesse dom serviço de filantropia que é cuidar de pessoas doentes, moribundas, abandonadas e viciadas. Podemos incluir aqui casa de repouso para idosos, viúvas e órfãos. Por último, serviço episcopal (os presbíteros). Paulo se referiu a esse dom quando disse: ‘o que preside, com cuidado’ (Rm 12,8). Também chamado em 1ª Coríntios 12.28 de ‘governos’. Pedro chama esse dom de ‘administrar’ e disse ‘administre segundo o poder que Deus dá’ (1ª Pe 4.11). O serviço do presbítero é presidir e administrar uma congregação (At 14.23). A função de presbítero não está incluindo entre os dons ministeriais citado em Efésios 4.11. Encontramos ali o ministério pastoral. Um pastor preside várias congregações, mas um presbítero preside uma congregação. É evidente que no Novo Testamento não havia diferença entre pastor, presbítero e bispo. Todos esses títulos se referiam a mesma função. Assim, o presbítero era o pastor, a distinção surgiu depois. Hoje, o presbítero desempenha na igreja local o serviço de um pastor. Portanto, os dons de serviços não são dons extraordinários, como os dons espirituais, nem são dons especiais como os dons ministeriais, mas são dons essenciais para que os santos desempenhem seus vários serviços cristãos (Ef 4.12; 1ª Pe 4.10). Quais são os dons espirituais? Paulo alista nove dons espirituais em 1ª Coríntios 12, os quais são: Palavra da sabedoria, palavra da ciência, dom da fé, dons de curar, operação de maravilhas, dom de profecia, discernimento de espíritos, variedades de línguas e interpretação de línguas. Os dons espirituais são manifestações sobrenaturais do Espírito Santo na congregação. Assim a pessoa não usa os dons quando quer, mas quando recebe a manifestação do Espírito. E, o fato da pessoa ser usado em profecia, por exemplo, não significa que ela deverá sempre profetizar e se autodenominar como profeta ou profetisa, e nem deve estabelecer na sua casa um local de consulta como se fosse um vidente. Pois a pessoa apenas profetiza se o Espírito se manifestar nela através do dom. A profecia não se constitui um dom de serviço, nem um dom ministerial, mas um dom sobrenatural, por isso é necessário haver uma manifestação do Espírito. Como está escrito: ‘a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil’ (1ª Co 12.7), e o ‘Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer’ (1ª Co 12.11). Geralmente os dons espirituais se manifestam no contexto da oração, principalmente os dons de elocução que são a profecia, as línguas e as suas interpretações. Porém, no culto, temos uma liturgia que inclui a pregação, os salmos, isto é, os cânticos e a doutrina. Pode haver profecia? Pode! Mas não é uma regra. O crente não domina os dons, mas os dons que domina o crente. Ele não pode dizer: ‘Hoje, eu vou profetizar!’. Os dons espirituais só se 11
manifestam se o Espírito vir sobre a pessoa, isso é diferente dos dons de serviço. Por exemplo, o Fernando Brito é presbítero, mas ele não pode dizer: ‘Hoje eu não estou atuando como presbítero porque hoje Deus não está me inspirando a agir como presbítero’. Porque presbítero é um dom de serviço, e não um dom espiritual ou sobrenatural. Mas aquele que tem um dom espiritual só pode manifestar esse dom se o Espírito usá-lo, mesmo que seja o dom de línguas. O crente só pode falar em línguas se o Espírito vir sobre ele, se não vir, ele tem que ficar calado na igreja. Ele não pode pensar: ‘Eu sou batizado com o Espírito Santo, tenho o dom de línguas, então, eu vou falar em línguas’. Não, senhor! Você deve falar se o Espírito se manifestar em você. Talvez alguém questione: ‘Mas o Espírito Santo no já habita permanentemente no crente, diferente da antiga aliança que o Espírito vinha sobre as pessoas esporadicamente’. De fato, o Espírito habita na igreja, mas aqui eu estou tratando do modo como o Espírito administra os dons na igreja para que haja decência e ordem (1ª Co 14.23,49). Porém, isso também não significa que no momento da manifestação de um dom, o crente fica descontrolado. Pois ‘os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas’ (1ª Co 14.32). E, por último, temos os dons ministeriais. Há cinco dons ministeriais: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (Ef 4.11). A nossa Assembleia de Deus reconhece e ordena apenas dois tipos de ministros: pastores e evangelistas. Porém, os demais dons ministeriais, ou seja, apóstolos, profetas e mestres, mesmo que não sejam reconhecidos como ministros oficiais na igreja, são exercidos por esses dois ministros. Pois quem são os apóstolos, os profetas, e os mestres hoje na igreja? São os nossos pastores e evangelistas. Podemos dizer que na Assembleia de Deus os apóstolos que significa enviados são os missionários, os profetas são os pregadores itinerantes e os mestres são os teólogos. E quem desempenha essas funções na igreja? Os nossos pastores e evangelistas. O pastor devido as suas muitas obrigações precisa ser um ministro de tempo integral, portanto, um ministro oficial e remunerado. Porém, um pastor não é uma figura centralizadora e sacerdotal, por isso que a Convenção está acima do pastor. Por que na Assembleia de Deus os pastores são distintos de presbíteros enquanto que no Novo Testamento não havia essa distinção? Porque naquela época eram os apóstolos que exerciam as funções que hoje é exercido pelos pastores. Os apóstolos lideravam muitas igrejas, enquanto, que os presbíteros [pastores ou bispos] lideravam uma igreja local. Era os apóstolos que ordenava presbíteros para dirigir as congregações locais. Com a morte dos apóstolos foi necessário manter essa distinção. Então, surge a 12
figura do pastor que lidera um campo com várias congregações e o presbítero que lidera uma congregação nesse campo. Os presbíteros não são ministros oficiais na Assembleia de Deus por isso não são remunerados pela igreja. Os evangelistas aparecem no Novo Testamento também com o nome de cooperadores, que eram um cooperador do apóstolo (At 13.5; Rm 16.3; Fp 2.25; 4.3; Cl 4.11; Fm 1,24), serviam também, como delegados às congregações (1ª Ts 3.2,6). Eles eram enviados às congregações pelos apóstolos para saber como andava os serviços congregacionais, o ensino apostólico e ajudar nos trabalhos da congregação. Assim, hoje, os evangelistas auxiliam os pastores no campo congregacional. São ministros oficiais da Assembleia de Deus, mas não remunerados. Quero concluir com algumas considerações importantes sobre os dons. Primeiro, os dons espirituais não cessaram, contudo, os crentes pentecostais não podem se sentir superiores as demais igrejas. Segundo, os dons concedidos pelo Espírito Santo não se resumem em apenas nove dons espirituais, mas há uma diversidade de dons. Terceiro, os dons são concedidos pela graça de Deus, portanto o crente não deve se orgulhar e se achar mais espiritual. Quarto, a utilização dos dons deve ser regulamentada pelo ensino correto das Escrituras a fim de evitar abusos. São as Escrituras que estabelecem como esses dons devem ser exercidos na congregação.
Mensagem Ministrada na Sub-Congregação Monte das Oliveiras da AD Em 09 de Abril de 2014 ‘Tetelestais’ – ‘Está Consumado’
Quero saudar a todos na Paz do Senhor Jesus Cristo. Vamos ler um texto das Escrituras que se encontra no Novo Testamento em João 19.30. Nesta noite sou grato a Deus por essa oportunidade que ele me concede de estar junto com os irmãos nesse novo ponto de pregação. Em que eu sei que em breve aqui irá se erguer um grande local de adoração para que a igreja do Senhor possa se congregar. Sinto grato, também, em poder está lançando a minha semente nessa grande seara. Leiamos João 19.30, estando Jesus na cruz, ergueu os seus olhos para o céu e gritou: ‘Tetelestai!’, ‘Tetelestai!’. Palavra que no grego significa ‘Está Consumado’, ‘Está Terminado’, ‘Está Concluído’, ‘Está Pago’.
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Jesus, com a sua morte, pagou a dívida, a dívida de todos os homens. Devemos perguntar se de fato esse homem chamado Jesus estava qualificado para pagar a dívida por todos os homens. Hoje ninguém mais pode contestar a historicidade de Jesus, pois todos, até mesmo os ateus, tem consciência de que Jesus existiu e viveu na Palestina. Mas o que muita gente precisa saber é se realmente Ele foi aquele que diz que era, se era realmente aprovado por Deus para pagar a nossa dívida. Para isso temos que recorrer às profecias, pois antes de Jesus nascer já existia a Escritura, não estava ainda concluída em seus 66 livros, mas já havia 39 livros. O último desses 39 livros já havia sido escrito 400 anos antes de Jesus nascer. E 200 anos antes de Jesus nascer, esses 39 livros já haviam sidos traduzidos para outro idioma. Esses livros contêm muitas profecias que provam a verdadeira identidade daquele que seria enviado por Deus, daquele que seria o Messias que iria pagar o preço do resgate dos homens. Nessa noite iremos vasculhar apenas algumas dessas profecias, pois não é possível vasculhar todas. Quero começar com Daniel 9.25,26 em que o profeta diz quando deveria surgir o Messias, ele falou: ‘desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, [deverá ser contado 483 anos]...’. Se descobrirmos em que data saiu a ordem para que Jerusalém fosse restaurada, poderemos iniciar a contagem dos 483 anos e chegar no ano em que surgiu o Messias. Sabemos pela História que Jerusalém foi destruída no ano 587 por Babilônia, e no ano 457, o rei chamado Artaxerxes decretou um edito dando permissão aos judeus para edificar Jerusalém. Temos a data x do decreto. Se contarmos a partir de 457, os 483 anos da profecia de Daniel, iremos chegar exatamente no ano 26, uma vez que o calendário antigo era decrescente. No ano 26 foi o ano, que segundo Lucas, Jesus Cristo se apresentou para João Batista a fim de ser batizado nas águas (Lc 3.1; Mt 3.13), e naquela ocasião, a Bíblia diz que o Espírito Santo posou sobre Ele para ungi-lo como Messias. O céu se abriu e uma voz lhe disse: ‘Este é o meu Filho Amado em que me comprazo’ (Lc 3.21-23). E, depois que Ele saiu do batismo, logo após a sua tentação de 40 dias, se dirigiu à sinagoga de Nazaré, e lá Ele abriu as Escrituras no profeta Isaías capítulo 61 e versículo 1, onde estava escrito: ‘O Espírito do Senhor me ungiu para evangelizar os pobres, para proclamar libertação aos cativos, restauração de vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos e proclamar o ano aceitável do Senhor’ (Lc 4.16-19). Quando Ele acabou de ler aquela Escritura disse: ‘Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos’ (Lc 4.21). 14
O profeta Daniel, também disse, no versículo 27, que depois de três anos e meio, o Messias faria cessar os sacrifícios. De fato, depois do batismo de Jesus, se contarmos três anos e meio chegaremos no ano 30, quando ele foi pendura em uma cruz e ali deu por encerrado todos os sacrifícios que as pessoas faziam a fim de alcançar o perdão de seus pecados. Porque agora Jesus estava se oferecendo como sacrifício para perdão de todos os pecados. Outra profecia diz que o Messias deveria ser descendente de Davi. Isto está em Jeremias 23.5: ‘Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará... na terra’. Se fizermos uma pesquisa na árvore genealógica de José, pai adotivo de Jesus, veremos que na sua linhagem há um ancestral chamado Salomão, e Salomão era filho de Davi. Se também pesquisarmos a genealógica de Maria, a mãe biológica de Jesus, vamos ver que um de seus ancestral era Natã, e Natã, também, era filho de Davi. Então, José e Maria descenderam de Davi, e se eles descenderam de Davi isso significa que Jesus era um descendente de Davi. A profecia de Isaías 9.6 diz que essa criança seria do sexo masculino e também de natureza divina. Assim está escrito: ‘Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o governo está sobre os seus ombros, e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz’. O Messias deveria ser Filho do Homem e Filho de Deus. Ele deveria reunir em sua Pessoa essas duas naturezas, a natureza humana e a natureza divina. Quando o anjo Gabriel foi enviado a Maria em Nazaré, ele lhe disse: ‘...o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus’ (Lc 1.35), ‘filho do Altíssimo’ (Lc 1.32). A profecia também diz que o Messias deveria nascer de uma virgem. Está escrito em Isaías 7.14: ‘Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e o seu nome Emanuel’, que quer dizer, Deus conosco. Quando o anjo Gabriel foi enviado a Maria, Maria era uma virgem, estava noiva com José, ainda não tinham se casados, e quando o anjo lhe disse: ‘Você conceberá um filho’. Ela replicou: ‘Mas como se fará isto, visto que não tive relações sexuais com homem algum?’. O anjo lhe respondeu: ‘O Espírito Santo descerá sobre ti, e a [sombra] do Altíssimo te cobrirá [e o menino que de ti há de nascer será santo e também filho de Deus]’ (Lc 1.27-35). Mateus escreveu que Maria estava grávida do Espírito Santo (Mt 1.18). Isso aconteceu para se cumprir o que o profeta Isaías tinha dito há uns 700 anos atrás (Mt 1.21-23). As profecias vão se desenrolando e apontando para o nosso Senhor Jesus de uma maneira categórica provando que Ele foi o enviado de Deus conforme Deus tinha prometido. Profecias tão detalhadas que até mesmo diziam onde o Messias deveria nascer. 15
O profeta Miquéias disse que o local do nascimento do Messias seria na cidade de Belém, na Judéia - ‘E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel’ (Mq 5.2). Isso é interessante porque Maria e José moravam em Nazaré, na Galiléia, distante da Judéia. Porém, aconteceu que quando Maria estava com nove meses de gestação, um imperador chamado César Augusto, imperador de Roma, decretou um edito convocando todas as pessoas para se alistar em sua cidade natal. E a cidade natal de José e Maria era Belém. Então, eles tiveram que viajar para lá imediatamente. E quando chegaram em Belém, ‘cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz’, e Maria ‘deu à luz’ um menino o ‘seu filho primogênito’ e ‘pôs-lhe por nome Jesus’ (Lc 2.1-7; Mt 1.25). Irmãos! Não tem como Jesus não ser o Messias, o Santo Filho de Deus, o Prometido! Que iria resgatar os homens da sua escravidão. Os profetas falam do seu sofrimento, da sua crucificação, da sua morte. Por exemplo, o profeta Isaías no capítulo 53 falando acerca do sofrimento do Messias, diz: ‘Ele não tinha aparência e nem formosura, olhando nós para ele nenhuma beleza vimos para que o desejássemos. Ele era desprezado e o mais rejeitado entre os homens. Homem de dores e que sabia o que era padecer. Mas como um de quem os homens escondem o seu rosto, nós não fizermos dele caso nenhum. Mas verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou as nossas dores e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi transpassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades. O castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Porque todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo caminho. Mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a sua boca. Como cordeiro mudo foi levado ao matadouro e deu a sua vida como preço pelo pecado’. Não existe nenhum personagem no mundo e em época nenhuma da História em que todas as profecias se cumpriram de uma maneira categórica a não ser em um homem de Nazaré, Jesus filho de José. Os profetas também previram que ele iria ressuscitar. No Salmo 16.10 está escrito: ‘Não deixará a minha alma na sepultura, nem permitirás que teu Santo veja a corrupção’. Jesus esteve sepultado por três dias, mas seu corpo não entrou em estado de decomposição. Ele ressuscitou! Para cumprir a profecia. A profecia também diz que ele seria elevado aos céus, como está escrito no Salmo 110.1: ‘Diz Adonai ao meu Senhor: Assenta-te a minha direita até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés’. E no Salmo 24 está a entrada triunfal do Messias em sua ascensão quando diz: 16
‘Levantai-vos, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó portais eternos, para que entrem o Rei da Glória! Quem é esse Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso! O Senhor poderoso na guerra! Ele é o Rei da Glória!’. Glória Deus! Aleluia! Bendito seja o seu Nome, Senhor. Essas profecias provam que de fato Ele foi enviado por Deus, dissipando todas as dúvidas. Então, de fato Jesus estava qualificado para pagar as nossas dívidas. Mas agora você me pergunta: ‘Que dívida é essa que Jesus pagou?’. Permitam que eu volte há milênios de história atrás para falar de Adão. Adão foi criado como representante da raça humana e constituído por Deus como pai de todos os homens, de onde deveria descender todas as pessoas. E Adão como nosso representante diante de Deus nos vendeu a escravidão do pecado. Ele fez isso quando transgrediu a lei de Deus, tornouse um transgressor e recebeu como penalidade da sua transgressão a morte pelo seu pecado. De modo que todos os homens que descendem de Adão nascem pecadores, condenados a morte eterna. Mas, então, você questiona dizendo: ‘Mas como eu posso ser culpado por causa do pecado de Adão, se não estive no jardim com ele, não participei de sua decisão e nem fui consultado. Então, como eu posso ser culpado por causa do pecado de Adão’. Realmente os homens são culpados simplesmente por causa do pecado de Adão. Os pecados que praticamos são apenas agravantes, são apenas testemunhas contra nós que provam que somos pecadores e descendentes de Adão. Mas é o pecado de Adão que me torna culpado; é por causa do pecado dele que eu sou pecador. Deixa-me exemplificar isso com a dívida externa do Brasil. Quando o Brasil era uma colônia, lá no ano de 1800 os seus dirigentes contraíram uma dívida que na época era 3 milhões de dólares. De modo que todos os presidentes que se assentaram no trono do Brasil eram devedores daquela dívida. Nenhum deles poderia dizer: ‘Eu não fiz dívida nenhuma’; ‘eu não tive participação com nenhuma dívida externa’. Mas só pelo fato deles serem presidentes eram devedores, e todos os brasileiros nascidos eram também devedores da dívida externa. Essa dívida foi crescendo cada vez mais de modo que em 2008 essa dívida custava 212 bilhões de dólares. Dívida! Que todos nós deveríamos trabalhar para pagar; derramar suor para pagar. Mas diz a História que em 2008 um presidente chamado Lula quitou a dívida externa do Brasil, resgatando o Brasil do FMI (Fundo Monetário Internacional). E assim todo criança que nasceu no Brasil em 2008, nasceu uma criança livre. Não devia mais a nenhum país e nem a ninguém.
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Assim aconteceu com Jesus Cristo, Filho de Deus. Ele pagou a nossa dívida que devíamos a Deus. Ele pagou por nós e com seu sangue nos resgatou do FMI de Deus, Fundo Monstruoso Infernal. Ele nos resgatou. Então, você pergunta: ‘Mas outra pessoa não poderia pagar a dívida? Deveria ser o Filho de Deus?’. Sim! Porque quem pecou contra Deus no Jardim do Éden foi um homem perfeito que não tinha pecado e nem tinha a natureza pecaminosa. Então a pessoa que estava qualificada para pagar a dívida deveria também ser um homem perfeito que não tinha a mancha do pecado e nem tinha uma natureza pecaminosa. Por isso Jesus nasceu por obra e virtude do Espírito Santo, e como ele não teve participação no sêmen dos homens nasceu puro, sem pecado. E como Cristo não poderia pagar a nossa dívida como Deus, um ser divino, pois quem pecou foi um ser humano, ele se encarnou para tomar sobre si o madeiro da nossa condenação e expiar diante de Deus, entre o céu e a terra, os nossos pecados. Talvez você pergunte: ‘Então, isso significa que todos os homens estão perdoados? E que ninguém mais deve coisa nenhuma a Deus?’. Não! Mas somente aquele que tem fé em Jesus é beneficiado por sua morte e por seu resgate. Somente aquele que tem fé em Jesus recebe o perdão dos seus pecados. E ter fé em Jesus inclui quatro passos. Primeiro, reconhecer que você é um devedor, isto é, um pecador. E dizer diante de Deus: ‘Eu sou um devedor, também estou incluído nessa dívida’. O segundo passo que está incluído na fé é reconhecer que você não pode pagar essa dívida. É dizer a Deus: ‘Senhor, eu não posso pagar essa dívida, não tenho recursos para isso. Com minhas boas obras e com minha religião não posso pagar essa dívida’. O terceiro passo é você invocar Jesus como pagador da sua dívida, invocar o Nome do Senhor Jesus como Salvador e Redentor da sua vida – ‘Ó Senhor Jesus perdoa os meus pecados!’. O quarto passo é você obedecer aos ensinamentos de Jesus Cristo. Assim como você tinha prazer em obedecer ao seu antigo senhor que era o pecado, agora você tem que ter prazer de obedecer ao seu novo Senhor que é Cristo. Sim, porque todos quantos foram comprados por Jesus Cristo são escravos de Cristo; todos quantos foram resgatados por ele tornou-se o seu escravo. Aí você pergunta: ‘Mas que vantagens há em ser escravo de Jesus Cristo? Que diferença faz em ser escravo do pecado ou escravo de Jesus? Quais são os privilégios?’. Os privilégios são muitos! Porque quando você era escravo do pecado iria receber como salário a morte eterna, mas como escravo de Jesus, um dos privilégios é que Deus lhe adota como filho, e uma vez que você é 18
adotado como filho de Deus, Ele coloca dentro de você o Seu Espírito Santo, e o Espírito Santo regenera sua natureza em uma nova natureza, transforma suas obras pecaminosas em obras de virtudes e também aqueles que são Seus filhos são herdeiros de Deus e coerdeiros de Jesus Cristo, e uma das dádivas dessa herança é a vida eterna em Cristo Jesus, o nosso Senhor. Amém.
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Salém Em 25 de Abril de 2014 Dons de Revelação
Em nossa palestra anterior vimos que os dons do Espírito estão classificados em três grupos: dons de serviços, dons espirituais e dons ministeriais. E agora veremos que os dons espirituais, também, estão classificados em três categorias: dons de revelação, dons de poder e dons de elocução. Os dons que compõe os dons da revelação são: palavra da sabedoria, palavra do conhecimento e discernimento de espíritos. Os dons que compõem os dons de poder são: fé, dons de curar e operação de milagres ou maravilhas. E os dons que compõem os dons de elocução, também chamados de inspiração, são: dom da profecia, dom de variedade de línguas e o dom de interpretação das línguas. Hoje irei palestrar sobre os dons de revelação. Devemos entender que todo cristão tem que buscar a sabedoria, o conhecimento e o discernimento através da Palavra de Deus. Então, o dom da palavra da sabedoria, o dom da palavra do conhecimento e o dom do discernimento de espíritos não são a sabedoria, o conhecimento e discernimento que os cristãos, de uma maneira comum, devem adquirir através das Escrituras. Precisamos ter em nosso coração a Palavra de Deus para aplicar seus conselhos sábios em nossa vida cotidiana. A Palavra de Deus precisa estar em nossa mente para que possamos discernir entre as coisas que são certas e as coisas que são erradas. A Palavra de Deus precisa estar em nossa boca para que a gente possa falá-la em casa, na igreja e na sociedade. A Palavra de Deus, como diz Paulo, deve habitar abundantemente no cristão em toda sabedoria e admoestação, ensinando-nos uns aos outros no que for útil (Cl 3.16). A palavra da sabedoria e a palavra do conhecimento também não são o dom da pregação e nem o dom do ensino. Vimos, na palestra anterior, que o dom da pregação e o dom do ensino fazem parte dos dons de serviços, muito embora o pregador possa receber um feixe de luz e a partir daí 19
elaborar e desenvolver uma mensagem. Como também alguém, enquanto está pregando ou ensinando, pode receber uma palavra de conhecimento para dirigir a mensagem diretamente à uma pessoa. Contudo são distintas em sua natureza. Porque a palavra da sabedoria, a palavra do conhecimento e o discernimento de espíritos são dons que se recebem de uma maneira sobrenatural que pode se manifestar em qualquer pessoa que é membro do corpo de Cristo. Enquanto que sabedoria, conhecimento e discernimento devem ser adquiridos através do estudo sério das Escrituras Sagradas. O que é o dom da palavra da sabedoria? Antes, porém, convém dizer que existem quatro tipos de sabedoria: A sabedoria humana e diabólica baseada no falso conhecimento donde procedem as filosofias ateístas, os mistérios esotéricos e as falsas doutrinas (Cl 2.8,22; 1ª Tm 4.1). A sabedoria comum baseada no conhecimento natural de onde vêm as descobertas científicas, os estudos seculares e as doutrinas teológicas. Temos também a sabedoria divina baseada no conhecimento bíblico de onde provêm as doutrinas bíblicas. E por último a sabedoria sobrenatural baseada no dom do Espírito que é a palavra da sabedoria. Tanto a sabedoria comum como a divina e a sobrenatural procedem de Deus, tem origem no Senhor que Ele distribui as suas criaturas. Evidentemente que a sabedoria divina e sobrenatural, Ele reservou aos seus santos. Note que na sabedoria comum estão as doutrinas teológicas e na sabedoria divina, as doutrinas bíblicas. Pois há diferença entre doutrinas teológicas e doutrinas bíblicas. As doutrinas bíblicas são aquelas doutrinas expressas claramente nas Escrituras, quer dizer, são encontradas com toda clareza nas próprias palavras das Escrituras. Enquanto que as doutrinas teológicas são doutrinas baseadas na interpretação dos textos das Escrituras. Por exemplo, a doutrina do batismo com o Espírito Santo é uma doutrina teológica ou é uma doutrina bíblica? É uma doutrina bíblica porque encontramos nas Escrituras essa expressão: ‘...vós sereis batizados com o Espírito Santo...’ (At 1.5). Agora, as línguas estranhas como evidência do batismo com o Espírito Santo é uma doutrina bíblica ou é uma doutrina teológica? É uma doutrina teológica, pois não encontramos nas Escrituras essa expressão: a evidência do batismo com o Espírito Santo são as línguas. Para que a pessoa pudesse chegar a essa definição teve que interpretar os textos bíblicos. Meus irmãos, sempre que uma doutrina não é bíblica, mas teológica tem que ter tido um mentor que interpretou aquela doutrina. Por exemplo, quem foi a primeira pessoa que disse que as línguas são evidência do batismo com o Espírito Santo? Foi um teólogo chamado Charles Fox Parham (18731929) que viveu no século XIX. A partir dele, os pentecostais começaram a crer nessa doutrina. É por isso que 20
Parham é considerado o pai do movimento pentecostal. Outro exemplo, a doutrina da segunda vinda de Cristo é uma doutrina bíblica ou uma doutrina teológica? É uma doutrina bíblia, pois encontramos nas Escrituras claramente – ‘...Cristo... aparecerá segunda vez...’ (Hb 9.28). O próprio Cristo disse que voltará outra vez (Jo 14.3). E a segunda fase da segunda vinda de Cristo é uma doutrina bíblica ou é uma doutrina teológica? É uma doutrina teológica porque não encontramos nos textos das Escrituras de modo claro e direto as duas fases da segunda vinda do Senhor Jesus. Então, se é uma doutrina teológica quem é o mentor dessa teologia? Foi um teólogo chamado John Nelson Daby (1800-1882), a partir de seus ensinos surgiu o dispensacionalismo. Aí surge a pergunta: a doutrina teológica é uma doutrina verdadeira? Bem, se a doutrina estiver bem firmada nos textos bíblicos, trazendo uma interpretação coerente é uma doutrina verdadeira. Porém, se carece de testemunho escriturístico está descartada. Vamos definir o que é o dom da palavra da sabedoria. Não é o dom da sabedoria. De acordo com Estêvam Ângelo de Souza, ‘a palavra da sabedoria é a sabedoria de Deus, ou, mais especificamente, um fragmento da sabedoria divina que nos é dada por meios sobrenaturais’ (3ª Lição, 2º Trim/2014). O dom da sabedoria é a sabedoria de Deus, que é Cristo (1ª Co 1.24), pois Nele ‘estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência’ (Cl 2.3). Enquanto que o dom da palavra da sabedoria é apenas um dos tesouros dessa sabedoria, que nos é dado de modo sobrenatural. Estêvam Ângelo diz que é apenas ‘um fragmento da sabedoria divina’, e Paulo fala, em Efésios 3.10, sobre a ‘multiforme sabedoria de Deus’. A sabedoria de Deus tem várias formas de se manifestar, e uma dessas formas é no dom da palavra de sabedoria. O Dr. Elinaldo Renovato, nosso comentarista, disse que ‘o dom da palavra de sabedoria refere-se a uma capacitação divina sobrenatural para tomada de decisões sábias e em circunstâncias extremas e difíceis’ (3ª Lição, 2º Trim/2014). Isso, porém, não significa que a pessoa que recebeu o dom da palavra de sabedoria no passo de mágica vai saber citar de cor a Enciclopédia Britânica, que vai ter a capacidade de aprender qualquer idioma que quiser ou que vai dominar o mundo da computação ou ser aprovado em qualquer vestibular. Essa pessoa não se tornará um gênio ou um superdotado. Na verdade, a palavra da sabedoria pode vir sobre qualquer pessoa, até mesmo sobre um analfabeto, mas depois dele entregar o brilhante conselho que recebeu mediante a palavra da sabedoria, voltará a ser o 21
mesmo analfabeto de sempre. Nada mudará nas suas faculdades cognitivas e racionais. Os cristãos somente farão uso dos dons espirituais, que são dons sobrenaturais, quando o Espírito se manifestar neles. Enquanto o Espírito não se manifestar, a pessoa por si mesmo não tem a capacidade de manifestar o dom. Alguém pode até dizer: ‘Irmãos, vamos consultar o irmão fulano de tal, pois ele tem o dom da palavra da sabedoria. Vamos ouvir o que ele diz acerca dessa situação’. Essa pessoa só pode falar alguma coisa pela palavra da sabedoria se o Espírito naquele momento se manifestar nele. Caso contrário, ele não terá a capacidade de manifestar o dom. E isso é regra para todos os dons espirituais. Como o Espírito irá se manifestar em nós, se ele já habita em nós? O Espírito tanto habita em nós como ele tem que vir sobre nós para nos encher e manifestar os seus dons sobrenaturais. Nós pentecostais fazemos essa diferença: a habitação do Espírito no crente e a plenitude do Espírito no crente. São dois ministérios distintos. Quando o Espírito Santo habita no crente produz a regeneração, a adoção, a santificação e a glorificação, mas quando vem sobre o crente com poder, ele manifesta os dons espirituais. Por isso não é errado dizer que o Espírito veio sobre a congregação, muito embora ele habite na congregação, pois tal expressão significa que naquele momento o Espírito foi derramado sobre a congregação porque houve uma manifestação visível do Espírito. Qual é a função do dom da palavra da sabedoria? Segundo o Dr. Elinaldo Renovato a ‘palavra de sabedoria é de grande valor na tarefa do aconselhamento pessoal e em situações que demanda uma orientação no exercício do ministério pastoral’ (3ª Lição, 2º Trim/2014). Esse dom é de muito valia para o ministério pastoral e o ministério de aconselhamento. Pois tais ministérios lidam com pessoas que estão enfrentados problemas difíceis e complicados. E muitas vezes esses problemas precisam de uma orientação especial de Deus para que a pessoa possa tomar uma atitude sábia. Mas será que só podemos dar um conselho a alguém se for através do dom da palavra da sabedoria? Não! Podemos aconselhar alguém baseado em nosso conhecimento da Palavra de Deus e nossa experiência na vida cristã. Porém, devemos ter cuidado para não manipularmos as pessoas a fim de impor nelas o nosso desejo pessoal e dizer que foi Deus que nos mandou dar tal conselho. O dom da palavra da sabedoria pode, também, se manifestar para a pessoa executar uma tarefa sabiamente, tomar uma decisão sábia, dar um conselho sábio ou fazer uma exposição apologética de improviso. Os cristãos têm à sua disposição uma apologia inspirada, num momento em que precisar fazer uma defesa improvisada. Essa apologia inspirada vem através do dom da palavra de sabedoria. 22
Leiamos Lucas 21.14,15: ‘Proponde, pois, em vossos corações não premeditar como haveis de responder; Porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir nem contradizer todos quantos se vos opuserem’. Alguns crentes têm a mente ingênua de pensar que não precisa preparar a mensagem bíblica, e nem de se preocupar que sermão irá pregar, pois a palavra lhe será dada no púlpito pelo Espírito. Porém, precisamos entender em que ocasião é dada a palavra inspirada. No texto de Lucas, o Senhor Jesus não está se referindo ao sermão, mas conforme o contexto, trata-se de uma defesa diante das autoridades governamentais. Leiamos Lucas 21.12,13: ‘Mas antes de todas estas coisas lançarão mão de vós, e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e às prisões, e conduzindo-vos à presença de reis e presidentes, por amor do meu nome. E vos acontecerá isto para testemunho’. Nessa ocasião improvisada, o Espírito Santo se responsabilizará em dar a palavra de sabedoria. Agora, se o ministro é convidado para pregar em um congresso ou em qualquer outro culto e diz: ‘Não irei preparar o discurso e nem sequer meditar no que vou dizer, pois está escrito: eu vos darei boca e sabedoria’. Não! O Espírito não lhe dará a mensagem improvisada, pois o texto se refere aos tribunais e não ao púlpito. Isso, porém, não significa que o pregador deve depender unicamente da sua capacidade intelectual, ele deve preparar seu sermão buscando orientação e graça do Espírito Santo mediante a oração e a meditação das Escrituras. Vejamos alguns exemplos que mostram o dom da palavra da sabedoria se manifestando. Pode ser visualizado nos sábios conselhos de José à Faraó sobre administração econômica do Egito durante o período de escassez (Gn 41.33-39). Também na habilidade do rei Salomão em resolver causas complexas como o caso daquelas duas mães sobre o filho vivo (1º Rs 3.16-28) e, por último, na exposição sábia e apologética de Estevão diante do Sinédrio (At 6.9,10). Digamos assim, muito embora Salomão, em certas ocasiões complexas manifestou uma sabedoria sobrenatural, a sabedoria que ele recebeu de Deus não foi o dom da palavra da sabedoria, mas a capacidade de adquiri muito conhecimento, acumular informações diversificadas, governar bem e escrever sábios conselhos e provérbios. O que é o dom da palavra do conhecimento ou da ciência? Falamos um pouco sobre o dom da palavra da sabedoria, agora vamos tratar sobre esse outro dom de inspiração sobrenatural. Quero novamente fazer uso do comentário do Dr. Elinaldo Renovato para definir o dom da palavra da ciência: ‘é a capacidade sobrenatural concedida pelo Espírito Santo ao crente para este conhecer fatos e circunstâncias ocultas... O dom da palavra da ciência não é adivinhação, 23
mas conhecimento, concedido sobrenaturalmente, da parte de Deus’ (3ª Lição, 2º Trim/2014). Não se trata de um conhecimento costumeiro que todo o cristão tem que adquirir mediante o constante estudo das Escrituras, mas de um conhecimento especial e sobrenatural. Esse dom também é chamado de ‘divina revelação’ (Mt 2.12), ele pode vir por intermédio de um sonho (Mt 2.22), de uma visão (At 9.10,11), de um anjo (At 10.5-7), da voz do Espírito audível ou na mente (At 10.19-21). Não devemos confundir o dom da palavra de ciência com o dom de profecia. A profecia é um falar espontâneo, improvisado e impulsionado. Pode-se dizer que a profecia é um falar extático, pois a pessoa não meditou no que iria falar. A pessoa recebe o impulso do Espírito e nem sempre sabe o que vai falar até que abra a boca. A própria pessoa que fala não sabe porque falou aquilo. Ela está consciente que está falando, mas nem sempre está consciente do conteúdo da profecia. Enquanto que o dom da palavra da ciência não é um falar extático, a pessoa está consciente do conteúdo da mensagem. Não se tratar do falar pelo impulso do Espírito, mas o que falar dado pelo Espírito Santo. Na profecia, o crente não determina a hora certa para falar, mas é no momento que o Espírito Santo impulsionar. Se o crente não profetizar naquele momento, acabou, a inspiração foi embora. Não tem esse negócio de você dizer: Irmão, Deus quis me usar em profecia, mas não deu tempo, Ele queria lhe dizer isso e isso’. Não tem esse negócio! Já foi! Tem que ser enquanto o crente está, por assim dizer, debaixo da unção de uma palavra de inspiração do Espírito. Na palavra da ciência, o crente recebe a revelação, ou a visão, ou ouve a voz, ou tem o entendimento e pode transmiti-lo com as próprias expressões, utilizando-se da sua própria maneira de falar. A mensagem revelada é mais detalhada e pormenorizada, diferente do dom de profecia que usa expressões mais curtas e gerais. Leiamos Atos 13.1-3: ‘E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram’. O Espírito Santo usou um dos profetas que estava naquela reunião, dizendo: ‘Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado’. Mas a profecia não especificou que obra era essa, nem que rumo eles deveriam tomar, não houve nenhum detalhe, mas falou de modo geral. Paulo não exigiu: ‘Eu só for se você dizer a obra completa’. Depois, no decorrer da missão, Paulo recebe revelações mais especificas. Leiamos Atos 20.23: ‘Senão o que o Espírito Santo de cidade em cidade me revela, dizendo que me esperam prisões e tribulações’. 24
Devemos, também, diferenciar o dom da palavra da ciência do ‘Espírito de revelação’ que inspirou os profetas e apóstolos para escrever as Escrituras (Ef 3.3-5). Pois não há mais nenhuma verdade que precisa ser revelada nem as Escrituras precisam mais ser escritas. Por isso pode-se dizer que essa inspiração dada aos profetas e apóstolos, que chamamos de inspiração verbal e plenária, cessou. Hoje ninguém fala mais debaixo dessa inspiração que eles falaram. Porque se falassem, as profecias de hoje teriam a mesma autoridade que as Escrituras, mas não tem. Por isso que todos os dons espirituais devem ser colocados debaixo do julgamento das Escrituras Sagradas. São dons passíveis de falhas, não são plenos, mas parciais como está escrito: ‘Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos’ (1ª Co 13.9). Na verdade, o cristão pode receber a iluminação para compreender as verdades das Escrituras através do Espírito de revelação (Ef 1.17,18), mas não a revelação da verdade, pois Deus não revela mais a verdade, porque todas as verdades que diz respeito a salvação já foram reveladas e registradas nas Escrituras. Qual é a função do dom da palavra do conhecimento? Esse dom não foi dado com o propósito de descobrir as coisas ocultas nas Escrituras (Dt 29.29). Pois se não foram reveladas é porque não tem nenhuma utilidade para nós no que diz respeito a salvação no tempo presente. Talvez muitas coisas ainda serão reveladas no futuro quando estivermos com o Senhor. Mas agora o que está nas Escrituras é suficiente para que nenhum cristão fique deficiente em sua compreensão da vida cristã. Por outro lado, o cristão não deve se eximir de entender o que foi revelado nas Escrituras por causa do dom da palavra da ciência, dizendo: ‘Apenas procurarei entender as Escrituras depois que recebe o dom da palavra do conhecimento’. Pelo contrário, todo cristão tem que conhecer as verdades reveladas nas Escrituras, pois as Escrituras é o mistério revelado. Porém, aquilo que não foi revelado como, por exemplo, Apocalipse 10.4: ‘E, quando os sete trovões acabaram de emitir as suas vozes, eu ia escrever; mas ouvi uma voz do céu, que me dizia: Sela o que os sete trovões emitiram, e não o escrevas’. Não ainda especular, nem mesmo o dom da palavra do conhecimento dará a alguém a capacidade de conhecer as vozes dos sete trovões. Muito embora esse dom traga um conhecimento místico, e é uma manifestação sobrenatural, não tem a finalidade de revelar novas verdades bíblicas. Como certo pastor brasileiro chamado Ouriel de Jesus, que mora nos Estados Unidos, disse que recebeu a revelação do conteúdo do que os trovões disseram para João. Essas coisas é ir além das Escrituras, porém, está escrito: ‘aprendais a não ir além do que está escrito’ (1ª Co 4.6). Essas revelações novas, chamadas de novas unções, trazidas pelos profetas da confissão positiva, como por exemplo, Kenneth Hagin, propõem acrescentar 25
novas verdades às Escrituras. Contudo, as Escrituras não necessitam de novas revelações da verdade. Temos que ter muito cuidado com essas coisas! Paulo advertindo os irmãos de Corinto, acerca dos dons espirituais, disse: ‘Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados’ (1ª Co 12.1,2), e muito embora Paulo afirmasse que ‘o ídolo nada é no mundo’ (1ª Co 8.4), ele sabia que por trás dos ídolos havia os demônios – ‘as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios’ (1ª Co 10.20). Quer dizer, os cristãos de Corinto antes de serem crentes eram guiados por demônios em suas práticas religiosas, e agora Paulo os adverte para não confundirem a manifestação do Espírito Santo com as manifestações que aconteciam nos cultos de mistérios dos pagãos. Nessas sessões espíritas essas pessoas também recebiam revelações, tinham visões, ouviam vozes, mas todas essas coisas provinham de Satanás. Negamos que esses profetas que trazem revelações de novas ‘verdades’ não tiveram nenhuma revelação? De modo nenhum! Mas afirmo que tiverem experiência esotérica, e não espiritual. Irmãos, a linha divisória entre o espiritual e o esotérico é bem fininha. Por isso muito cuidado! Por que os profetas da confissão positiva, como Kenneth Hagin, Benny Hinn e muitos outros, acabam se envolvem com experiências esotéricas? Porque eles exploram o ‘poder da mente’, que na verdade não é o poder da mente, mas o poder satânico. Você pensa que eles estão ensinando a palavra de Deus, a fé viva, mas na verdade estão ensinando práticas e técnicas que aprenderam da Ciência Cristã. Entre outras coisas, esses homens ensinam que a fé é uma lei espiritual que controla o universo, o próprio Deus para criar todas as coisas fez usa da fé, e se o crente descobrir as leis da fé poderá determinar qualquer coisa que Deus será obrigado a fazer. Essa lei espiritual da fé também é chamada de incubação da fé que se um crente incubar na mente o que deseja adquirir, Deus lhe concede. Por exemplo, Paul Young Cho, em seu livro a Quarta Dimensão, ensinou que o Espírito Santo, em Gênesis 1.2, estava incubando e o produto foi a criação. Outro ensinamento é chamado a lei da semeadura que ensina que a oferta, quer dizer, o dinheiro é uma semente que o crente planta no Reino de Deus, e Deus é obrigado a retribuir em dobro. E para concluir, o que é o dom de discernimento de espíritos? ‘É uma capacidade sobrenatural dada por Deus ao crente para discernir a origem e a natureza das manifestações espirituais’ (3ª Lição, 2º Trim/2014). Permita-me levantar o seguinte questionamento: Será que se um profeta tem um proceder iníquo, mas sua mensagem tem um conteúdo verdadeiro, ele é um falso profeta? E se um profeta tem um proceder correto, mas sua mensagem tem um conteúdo falso, ele é um falso profeta? 26
O que produz um falso profeta ou um falso pastor ou um falso mestre? É a hipocrisia (1ª Tm 4.1,2). Se a pessoa tem um proceder errado e fala a verdade, ele é um falso profeta. Se tem a vida correta, e fala mentira é um falso profeta. O Espírito Santo não usa pessoas que praticam iniquidades, pode usar até pessoas imaturas, mas não pessoas impuras. Alguns crentes de Corinto eram imaturos, e os dons se manifestavam em um ambiente desorganizado e desordenado, mas também havia pessoas impuras por isso que nem todas as profecias que se manifestavam eram verdadeiras. Por exemplo, alguns se levantavam e diziam: ‘Jesus é anátema’ (1ª Co 12.3). Isso era uma falsa profecia! Mas Paulo disse aos gálatas que ‘Cristo... tornou-se maldição por nós’ (Gl 3.13). O termo grego que Paulo usou, em Gálatas 3.13, para ‘maldição’ (katara) é diferente de ‘anátema’. O que significava a expressão ‘anátema’? Anátema era uma oferta dedicada a Deus para uma destruição total sem resgate (Dt 13.16,17). Jesus não foi esse tipo de oferta, mas uma oferta de expiação. Aqueles profetas de Corinto estavam dizendo que aquele Jesus que estava pendurado na cruz foi totalmente destruído por Deus, e que agora só existe o espírito de Cristo, o Cristo divino, o Cristo celestial, e não mais o Jesus humano. E assim negavam a ressurreição do corpo de Jesus Cristo. O Espírito Santo não usa falsos profetas, porém, Deus permite, às vezes, falsos profetas adivinharem coisas e até mesmo realizarem milagres. Por que Deus permite isso? Para nos provar. Leiamos Deuteronômio 13.1-3: ‘Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Senhor vosso Deus vos prova, para saber se amais o Senhor vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma’. Por outro lado, o próprio Deus engana o falso profeta para cumprir os seus propósitos. Leiamos Ezequiel 14.9: ‘E se o profeta for enganado, e falar alguma coisa, eu, o Senhor, terei enganado esse profeta; e estenderei a minha mão contra ele, e destruí-lo-ei do meio do meu povo Israel’. Deus permitiu que os profetas de Acabe fossem enganados por um espírito de mentira a fim de induzir Acabe à batalha e, lá executar o juízo contra ele (1ª Rs 22.19-23).
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Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Salém Em 05 de Maio de 2014 Dons de Elocução
Quero iniciar essa palestra reafirmando a tese que falei em minha palestra anterior que o Espírito Santo pode até usar pessoas imaturas na fé, mas não usa pessoas impuras e que o falso profeta, mesmo que a sua profecia se cumpra, não foi o Espírito de Deus que falou em sua boca, mas um espírito enganador, e Deus permitiu apenas para provar os seus filhos. Depois irei dar mais detalhes sobre isso. A nossa palestra de hoje é sobre os dons de elocução, antes, porém, quero introduzir esse assunto falando sobre a manifestação do espírito e a reação humana. Segundo o teólogo Stanley Horton, ‘Paulo conclama os coríntios a não se deixarem influenciar pelo passado pagão. Antes, perdiam o controle; como consequência, podiam dizer qualquer coisa e alegar que provinha do Espírito de Deus. O contexto bíblico dos dons não indica nenhuma perda de controle. Pelo contrário, à medida que o Espírito opera através de nós, temos mais controle do que nunca. Entregamos nosso corpo e mente a Deus como instrumentos a seu serviço’ (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, pág.469). O que é manifestação do Espírito? Leiamos 1ª Coríntios 12.7: ‘Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil’. A manifestação do Espírito é aquilo que torna a Sua presença visível na comunidade cristã. Essa manifestação acontece através dos dons espirituais, quer dizer, os dons tornam o Espírito visível na igreja. Quando vimos um crente falar em línguas, podemos dizer: ‘O Espírito se manifestou’ ou ‘o Espírito tornou-se visível’ ou o Espírito se revelou’. Quando alguém profetiza, pode-se dizer: ‘Ali está o Espírito manifestado’. Portanto, a manifestação do Espírito é dada nos dons espirituais. Não que os demais dons, como os dons de serviços e os dons ministeriais, não manifestem o Espírito. Sim esses dons práticos também são produzidos pelo Espírito, mas é apenas nos dons espirituais que o Espírito se manifesta sobrenaturalmente. O que é a reação humana? É a maneira como a pessoa age diante da manifestação do Espírito. Essa reação humana não é um dom espiritual, nem um transe espiritual. Vamos ler um texto que mostra a manifestação do Espírito e também a reação humana para que possamos diferenciar entre uma coisa e outra. Leiamos Atos 3.6-8: ‘E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levantate e anda. E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e 28
artelhos se firmaram. E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus’. Qual foi a manifestação do Espírito? Foi o dom de curar através do ministério de Pedro e João. Aquele homem foi curado. Ali manifestou-se o Espírito. E qual foi a reação humana? A reação humana foi quando o homem curado saiu ‘saltando, e louvando a Deus’. Saltar e louvar não foram a manifestação do Espírito, mas uma reação humana diante dessa manifestação. Irmãos, um cristão que é cheio da alegria do Espírito, lembrando que a alegria não é um dom, mas um fruto (Gl 5.22; At 13.52), pode manifestar essa alegria no culto com várias reações humanas. Se ele quiser pular na igreja, ele pula, se quiser rodopiar, ele rodopia, se ele quiser ‘plantar bananeira’, ele planta bananeira, se ele quiser bater palmas ou gritar para arrebentar o teto, ele grita, mas nada disso são dons do Espírito. O crente pode fazer essas coisas, mas não pode é dizer que está fazendo essas coisas porque o Espírito Santo está inspirando-o para fazer – ‘Isso aqui é o dom do Espírito, é dom da marcha, dom do pulo, dom do riso, etc.’. Não existem esses dons! São apenas reações humanas que podem ser controladas. As pessoas que estão pulando na igreja, não estão em transe, como se estivessem fora de si, ou sendo tomada pelo Espírito e perdesse o controle sobre si. Alguém costume dizer: ‘Aquilo é mistério!’. Não! Não é nada de mistério, nem de manifestação do Espírito, é apenas a reação do homem diante da alegria ou de uma manifestação do Espírito através dos dons. Paulo disse que o Espírito se manifesta no que for útil para a edificação da igreja. Um crente sapateando no culto que tipo de edificação ele está produzindo na igreja? Nenhuma! Ele está apenas extravasando sua alegria diante da manifestação do Espírito. Porém, devemos ter cuidado com nossas reações humanas. Paulo não queria que os coríntios tornassem o culto semelhante o culto que eles realizavam no paganismo, quer dizer, não transforme a igreja evangélica igual a um terreiro de macumba. Ora, se os cristãos começarem a pular semelhante aos macumbeiros quando estão entoados, vai dar a impressão que eles também estão entoados. Para evitar isso, o crente tem que se controlar. Paulo exorta os irmãos de Corinto para que tenham controle no uso dos dons quanto mais nas reações humanas (1ª Co 14.32,33). Essas é que tem que ser controladas mesmo. Porém, há algumas experiências espirituais que acontecem, e uma pessoa não resiste e cai. Uma visão celestial muito forte ou uma presença poderosa do Espírito, o seu corpo físico não aguenta aquela manifestação, então ele cai. Contudo, quando ele cai não significa que foi um dom que se 29
manifestou, mas foi porque ele não suportou em sua estrutura física a manifestação do Espírito. Leiamos Daniel 10.7-9: ‘E só eu, Daniel, tive aquela visão. Os homens que estavam comigo não a viram; contudo caiu sobre eles um grande temor, e fugiram, escondendo-se. Fiquei, pois, eu só, a contemplar esta grande visão, e não ficou força em mim; transmudou-se o meu semblante em corrupção, e não tive força alguma. Contudo ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo o som das suas palavras, eu caí sobre o meu rosto num profundo sono, com o meu rosto em terra’. Daniel teve uma profunda experiência com Deus em uma visão, e foi tão forte a manifestação que o seu corpo físico não suportou, e ele caiu. Quando há pessoas caindo na igreja não deve ser causado pela manipulação do pregador como, por exemplo, há pregadores que ficam rodando o paletó e todos caem menos ele. Se houve uma manifestação do Espírito que provoque essas reações, o pregador deve ser o primeiro a cair. Se o seu paletó derruba as pessoas, ele deve ser o primeiro a ser derrubado. Por isso que quando há pregadores provocando essas reações é apenas manipulação do homem. Pois quando há uma poderosa presença do Espírito que provoque essas quedas, as pessoas caem porque não aguentam. Não tem esse negócio de ficar esperando o momento de cair, o jeitinho de cair, esperar alguém segurar, colocar uma almofada. Quando alguém cai é porque perdeu todo sentido. Mas essa queda não é provocada por qualquer coisinha. Por exemplo, o pregador grita, a pessoa já tá caindo. É quando há uma experiência muito profunda, e a pessoa não suporta, perde as forças físicas e pode até desmaiar. Outra experiência em que a pessoa cai é quando há um arrebatamento de espírito. Em 2ª Coríntios 12.1,2, Paulo fala sobre seu arrebatamento, ele não sabe se isso aconteceu no corpo ou fora do corpo, quer dizer, a sua experiência foi tão real que ele não sabe em que estado se encontrava no céu. Porém, acredito que foi realmente fora do corpo, isto é, quando a sua consciência foi tomada para a dimensão celestial, com certeza seu corpo caiu inconsciente. E ainda outra ocasião quando a pessoa cai é quando fica endemoninhada. Lucas 9.42: ‘E, quando vinha chegando, o demônio o derrubou e convulsionou; porém, Jesus repreendeu o espírito imundo, e curou o menino, e o entregou a seu pai’. Tendo feito essa introdução, vamos agora falar sobre o dom de profecia que faz parte dos dons de elocução junto com os dons de línguas e dom de interpretação de línguas. O que dom de profecia? Segunda nossa Revista de Lições Bíblicas é ‘uma mensagem espontânea, inspirada pelo Espírito, em uma língua conhecida para quem ouve e fala’ (5ª Lição, 2º Trim/2014). 30
O dom de profecia é ‘uma mensagem espontânea’. O que isso significa? A pessoa não está sendo coagido a profetizar e nem obrigado por ninguém – ‘Abre a boca, irmão, e profetiza!’ ou ‘Irmãos, vamos ficar em espírito porque agora é hora da profecia’. A inspiração profética vem sobre o crente sem artificialismos ou elementos ensaiados ou estudados, mas espontaneamente quando o Espírito quer (1ª Co 12.11). O dom da profecia é ‘inspirado pelo Espírito’, isto é, o Espírito que move a pessoa a profetizar. Não é o dom da profecia que move a pessoa a profetizar – ‘Eu tenho o dom de profecia, esses irmãos vieram orar comigo, então eu tenho que profetizar’. Não! É o Espírito que se manifesta através do dom. O crente só profetiza se o Espírito vir sobre ele, ele pode profetizar uma vez, e nunca mais profetizar. A profecia é dada ‘em uma língua conhecida’. Não existe profecia em línguas estranhas. O crente não pode colocar a mão sobre alguém, falar em línguas e depois dizer: ‘Irmão, receba que é mistério’. Isso não é profecia, as línguas em mistério não trazem nenhuma utilidade para o outro. Leiamos 1ª Coríntios 14.2,4: ‘Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja’. As línguas terão apenas alguma mensagem se for interpretada (1ª Co 14.5), senão apenas o que fala é beneficiado. Qual a finalidade do dom de profecia? O Dr. Elinaldo Renovato escreveu: ‘Profetizar não é desejar uma bênção a uma pessoa, pois essa não é a finalidade da profecia’ (5ª Lição, 2º Trim/2014). Isso não significa que a profecia não traga uma benção para pessoa, mas o que não pode mover a pessoa profetizar é querer dar uma benção a alguém. Leiamos 1ª Reis 17.1: ‘Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o Senhor Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra’. Baseado na expressão do profeta Elias ‘segundo a minha palavra’, muitos hoje dizem: ‘eu sou profeta de Deus para sua vida, então o que eu falar, Deus confirma, pois Deus me estabeleceu como profeta’. A expressão de Elias não dá essa sanção para os profetas modernos. O profeta Elias profetizou acerca da seca porque Deus lhe autorizou a profetizar. Essa expressão ‘segundo a minha a palavra’ significa de ‘acordo com a palavra que Deus me deu para falar’. Portanto, isso não sanciona que pelo fato da pessoa se auto intitular profeta, agora vai profetizar bênção para todas as pessoas sem Deus autorizar expressamente. Deus se responsabiliza apenas pela Sua palavra. E porventura não é isso que ouvimos constantemente esses profetas dizerem: 31
‘Estenda as mãos pra cá que agora eu vou profetizar’. Contudo, ninguém tem autoridade para profetizar, a não ser que Deus ordene. Outro ainda tem a petulância de dizer: ‘Profetize agora para seu irmão’. Quem pode mandar alguém profetizar para seu irmão é Deus, não é o homem. Pois a profecia é espontânea, ela tem que vir sobre a pessoa. O pregador não pode por si mesmo dizer: ‘Deus vai lhe dar uma casa nova’ ou ‘Receba a chave do carro!’. Ele pode simplesmente dizer: ‘Irmãos, eu oro para que Deus lhe abençoe e lhe conceda uma casa nova’ ou ‘Que o Senhor possa lhe conceder um carro’. Mas afirmar e determinar sem Deus mandar é petulância. Deseje a benção para as pessoas, mas não profetize benção sem a inspiração divina. Deus disse para Jeremias: ‘Eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la’ (Jr 1.12). Deus não vela sobre a palavra do homem! Por causa disso eu vejo muitos pregadores dizerem: ‘Se Deus não batizar, eu rasgo a Bíblia’ ou ‘Se Deus não curar, eu jogo a Bíblia na lata do lixo’. Deus, porém, não batiza, não cura e não realiza milagre algum naquele dia. O pregador grita, esperneia, ultrapassa o horário do culto e Deus não faz nenhum milagre, e o pregador não rasga a Bíblia. Deveria rasgar a Bíblia e nunca mais pregar na vida. Meus irmãos, Deus não vai se deixar levar por emoção de pregador, ele usa conforme a sua vontade e se responsabiliza por isso. O dom de profecia não tem como objetivo doutrinar a igreja ou manipular o líder cristão. Qualquer crente pode profetizar para um pastor, porém, não é regra o pastor dirigir uma igreja baseado apenas em profecias. Tomar posições na congregação só depois que ouvir a profetisa. O pastor tem que dirigir a igreja baseado na Palavra de Deus, porque a Escritura é infalível e é a nossa regra de fé e prática. Pode acontece como algo extraordinário, o pastor receber uma mensagem profética, mas no ordinário da igreja, isto é, na sua convivência cotidiana, o pastor dirige o seu rebanho baseado na Palavra de Deus. Deus fala normalmente para os cristãos através das Escrituras. Contudo, muitos cristãos deixam a Palavra de Deus de lado para consultar os profetas, e alguns até se lamentam: ‘Ah! Faz um mês que Deus não fala comigo’. E a Bíblia Sagrada está servindo pra quê!? Procure através das Escrituras a voz de Deus, pois Deus fala conosco, em primeiro lugar, através das Escrituras. Pois o dom de profecia não é para servir de consultório para o cristão. Quer dizer, aquele que tem o dom de profecia não é um tipo de cartomante na igreja. Quando Deus tem uma mensagem para alguém, Ele usa quem Ele quiser. Então, qual é a finalidade objetiva do dom de profecia? Edificar, exortar ou consolar coletivo ou individual e também servir de sinal da presença de Deus entre os crentes (1ª Co 14.3,24,25). 32
Irmãos, será que é necessário falar em línguas para profetizar? O Pr. ‘Estêvam Ângelo de Souza definiu bem essa questão quando disse que “não haverá interpretação se não houver quem fale em línguas estranhas, ao passo que a profecia não depende de outro dom’ (5ª Lição, 2º Trim/2014). Quer dizer, para profetizar não precisa falar em línguas estranhas. Porém, outra questão é a seguinte: A pessoa só pode profetizar se for batizada com o Espírito Santo? O batismo com o Espírito Santo é o primeiro enchimento na vida do crente, a partir desse enchimento inicial, o cristão experimenta outros enchimentos do Espírito que inclui os dons. A nossa Igreja Assembleia de Deus entende que esse enchimento inicial é evidenciado através das línguas. Ora, se o primeiro enchimento é o batismo com o Espírito Santo, então, o cristão só pode profetizar após seu primeiro enchimento. O profeta Joel disse o seguinte: ‘...derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão...’ (Jl2.28). Segundo a predição de Joel a profecia é um sinal do derramamento do Espírito como também as revelações e as visões. Porém, o sinal inicial, segundo a nossa teologia pentecostal, é as línguas. Por que? Porque pelo fato dos crentes terem primeiro falado em línguas no Pentecostes, na casa de Cornélio e em Éfeso em seu primeiro derramamento do Espírito, entende-se que as línguas são evidência inicial do batismo com o Espírito Santo (At 4.4; 10.44-46; 19.6). Pessoalmente mantenho a tradição pentecostal que a evidência inicial do batismo com o Espírito Santo é o falar em línguas, muito embora, acredito que o crente pode experimentar um enchimento do poder do Espírito e não falar em línguas, mas recebe poder para pregar, curar, expulsar demônios e ter experiências espirituais. Por isso que qualquer crente salvo em Cristo pode se encher do Espírito, sentir a presença poderosa de Deus e não falar em línguas. Por que devemos julgar as profecias? Por que não podemos receber tudo, e dizer que é de Deus e acabou? Por causa das várias aberrações que aparecem concernentes ao uso incorreto do dom de profecia. Devemos ter cuidado com as várias manifestações que acontecem no pentecostalismo. Já ouvimos falar da unção do leão que a pessoa ruge como leão, a unção do riso, o dente de ouro, etc. Agora tem uma nova: a unção da urina. O crente urina em um local para marcar o território para Cristo. O cristão precisa manter firme sua posição para não ceder a essas esquisitices. Uma irmã convidou um pastor para fazer três dias de campanhas aqui na Salém na época do Pb. Cristóvão (1998-2003). O Pb. Cristóvão não conhecia esse pastor, mas por consideração a irmã que era dirigente do Círculo de Oração e pretendia fazer três dias de festa do círculo de oração, ele concedeu. No primeiro dia, o tal pastor falou sobre a benção da multiplicação e distribui uns envelopes para que os irmãos pudessem trazer uma oferta e Deus iria multiplicar. 33
No segundo dia, o pastor conclamou que os crentes não faltassem no terceiro dia, pois ele iria ministrar a unção da anestesia, a mesma que Deus aplicou em Adão, e que os irmãos continuassem trazendo os envelopes com as ofertas. Porém, quando terminou o culto, o Pb. Cristóvão juntamente com o Pb. Eutálias arrastaram o tal pastor para secretaria e disseram: ‘Irmão, aqui não! Aqui nós não temos esse negócio! E esses envelopes que os irmãos trouxeram para multiplicação nos dêem porque pertence a igreja’. No terceiro dia, o pastor estava bem emudecido, e os irmãos esperando a benção da unção da anestesia, mas nada aconteceu, ele apenas pregou e encerrou a campanha. Devemos, também, julgar as profecias por causa do seu conteúdo e origem. Isso significa que o cristão não se baseia apenas na manifestação em si, mas se aquela manifestação tem origem em Deus. Não porque em um movimento acontecem milagres, exorcismos e revelações que essas manifestações têm origem divina, podem ter origem satânica. Tratando de origem temos três fontes: divina, satânica e humana. Por causa disso temos que seguir o conselho de João: ‘não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus’ (1ª Jo 4.1). Outro motivo porque devemos julgar as profecias é por causa das falhas humanas (1ª Co 14.29). Pelo fato do dom de profecia não ser um dom perfeito conforme Paulo disse ‘em parte profetizamos’ (1ª Co 13.9), pois esse dom não é semelhante ao dom profético que veio sobre os profetas e apóstolos para escreverem a Bíblia, nem tem a mesma autoridade escriturísticas, por isso que o dom de profecia pode conter falhas humanas. Portanto, o detentor do dom de profecia deve, ele mesmo, ter cuidado, pois entre uma profecia e outra, ele pode falar de si mesmo. Por outro lado, não devemos condenar a profecia por inteiro se o que profetiza falhou em algum ponto. Paulo disse: ‘Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem’. (1ª Ts 5.20,21). As falhas na profecia podem acontecer por imperfeições humanas, imaturidade cristã e falta de temor a Deus. Às vezes a pessoa que conferir uma benção a alguém ou consolar alguém aflito e utiliza a profecia para isso em vez de fazer uso das Escrituras. O Dr. Esequias Soares diz o seguinte: ‘O dom de profecia, na presente era, não é infalível e, portanto, é passível de correção. Pode acontecer de o profeta receber a revelação do Espírito Santo e, por fraqueza, imaturidade e falta de temor de Deus, falar além do que devia’ (11ª Lição, 3º Trim/2010). Ainda outro motivo porque as profecias devem ser julgadas é por causas das consequências das falsas profecias. Muitas pessoas por seguir profecias acabam destruindo a sua família, perde o seu emprego, casa com 34
pessoas erradas, fica frustrado na obra por esperar algo prometido e não acontece. Temos que ter muito cuidado com as falsas profecias. Eu conheci um irmão que morava no Conjunto Esperança que tinha uma doença no coração. Quando ele se converteu a Cristo, logo começou se envolver com profecias, e uma dessas profecias lhe disse que ele estava curado. Ele próprio também começou a profetizar. Na verdade, esse rapaz recebeu duas profecias: uma que ele estava curado e a outra que ele iria ser arrebatado. Por causa dessa profecia, ele deixou de tomar os remédios. Porém, um dia em seu quarto, ele começou a se sentir mal, e então ligou para o seu amigo, Anselmo, também meu amigo, e lhe pediu que desse um pulinho na sua casa. Quando o Anselmo chegou em sua casa, perguntou a sua mãe pelo fulano, ela informou que ele estava no quarto, na parte superior da casa. Quando o Anselmo chegou no quarto, esse irmão estava ajoelhado de busto sobre a cama. O Anselmo falou com ele, mas ele não respondeu, e quando tocou nele, ele virou já sem fôlego. Então, os irmãos da congregação pensaram que ele fora arrebatado, e velaram o seu corpo por três dias na igreja esperando ele retornar do seu arrebatamento. O corpo já estava em estado de putrefação, ninguém estava mais nem aguentando o cheiro. Então, resolveram sepultar o irmão. Como detectar um falso profeta? Quero citar três modos de detectar um falso profeta ou uma falsa profecia. Primeiro, quando a profecia do tal profeta não se cumprir. Leiamos Deuteronômio 18.21,22: ‘E, se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Quando o profeta falar em nome do Senhor, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele’. Convém dizer que há profecias condicionais e profecias incondicionais. As profecias condicionais se cumprirão quando os envolvidos obedecerem às condições que estão determinadas. Por exemplo, a profecia depende da pessoa permanecer fiel, se não for fiel, a profecia também não se cumpre. Porém, as profecias incondicionais não dependem do ouvinte. Segundo, quando o profeta tem um proceder iníquo. Leiamos Mateus 7.20-23: ‘Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade’. 35
Tem irmão que diz: ‘Deus usa quem ele quer, pois ele usou a jumenta de Balaão em profecia?’. Mas a onde está escrito na Bíblia que Deus usou a jumenta de Balaão! Já li a Bíblia várias vezes e não encontrei o texto que diz que Deus usou a jumenta de Balaão. Realmente a jumenta falou, mas será que ela disse: ‘Meu servo! Por que você está desobedecendo a minha voz?!’. Será que é Deus falando na boca da jumenta e perguntando ao profeta: ‘Por que você está batendo em mim?’. Deus realizou um milagre, e diz Pedro que a jumenta falou ‘com voz humana’, e não com voz divina (2ª Pe 2.16 confira Nm 22.27-30). O Espírito Santo não entrou na jumenta e a usou em profecia. Será que o Espírito Santo diria para o profeta: ‘Porventura não sou a tua jumenta’ (Nm 22.30). De modo nenhum! Quem falou foi a jumenta. Portanto, Deus não usa pessoas iníquas, não me refiro necessariamente a pessoas faltosas, mas pessoas que tem intenções impuras em sua conduta. Mas talvez alguém replique dizendo que Deus usou Balaão em profecia sendo ele um falso profeta – ‘veio sobre [Balaão] o Espírito de Deus’ (Nm 24.2). Temos que entender a história de Balaão. Ele era um profeta de Deus que se tornou um iníquo. Mas quando ele se tornou um iníquo? Balaão disse para os oficiais de Balaque: ‘Ainda que Balaque me desse a sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia ir além da ordem do Senhor meu Deus, para fazer coisa pequena ou grande’ (Nm 22.18). Porém, no dia seguinte Balaão, precipitadamente, foi com os mensageiros de Balaque, mas Deus fez com que a jumenta repreendesse ao profeta. Então o Senhor, através do anjo, disse para Balaão: ‘Vai-te com estes homens; mas somente a palavra que eu falar a ti, esta falarás’ (Nm 22.35). E Balaão falou apenas o que Deus mandou (Nm 23.5). E quando foi que Balaão se tornou um iníquo? Foi quando ele ensinou a Balaque como perverter o coração de Israel através das mulheres midianitas, se prostituindo com elas e atraindo sobre si a maldição de Deus (Nm 31.16; Ap 2.14). Deus não usa pessoas iníquas. Porém, existem exceções! Porque toda regra tem exceção (1º Rs 13.11-22; 1º Sm 19.19-24). Todavia, na regra geral quem opera na falsa profecia é um espírito enganador para testar os crentes fiéis (2ª Ts 2.9-12; Mt 24.24,25). Pessoalmente, eu não acredito que um pastor que esteja em adultério seja usado pelo Senhor ainda que o seu ministério seja carregado de milagres e sinais. Para mim é um espírito enganando esse pastor. Gosto das palavras do teólogo Esequias Soares quando ele escreveu: ‘Deus usa o falso profeta para provar os seus servos (Dt 13.3) ...ainda que ele faça descer fogo do céu à nossa vista e impressione o povo, devemos 36
continuar firmes em nosso lugar, pois tais manifestações são de fonte estranha... Deus permite que essas coisas aconteçam para nos provar (Dt 13.3). Isso é ainda mais válido para os dias atuais com tantos inovadores milagreiros, falsos cristos e pregadores de “outro Jesus, outro espírito e outro evangelho” (2 Co 11.4)’.... o apóstolo Paulo nos adverte dizendo que até “Satanás se transfigura em anjo de luz” (2 Co 11.14). Assim, à luz do texto sagrado, é possível alguém manifestar tais sinais e maravilhas sem necessariamente ser um servo de Deus’ (4ª Lição, 3º Trim/2010). Vamos agora falar um pouco sobre o dom de línguas. O que é o dom de variedades de línguas? ‘É a habilidade de falar uma língua que o próprio falante não entende para fins de louvor, oração ou transmissão de uma mensagem divina’ (3ª Lição, 2º Trim/2014). A própria pessoa que fala, não entende. É por isso que diz que a edificação que a pessoa recebe é no espírito, e não no entendimento (1ª Co 14.4,14). Temos que entender também que segundo os nossos teólogos pentecostais há uma diferença entre línguas como sinal e línguas como o dom. Nem todas as pessoas que são batizadas com o Espírito Santo, e falam em línguas recebem o dom de línguas. Essas pessoas só falaram em línguas no dia que foram batizadas com o Espírito, e depois não falaram mais. E algumas pensam que perderam o dom de línguas. Na verdade, ela não recebeu o dom de línguas. Paulo faz uma pergunta retórica: ‘falam todos em línguas?’ (1ª Co 12.30). Claro que não! O dom de línguas não é a evidência do batismo com o Espírito Santo, mas o sinal das línguas. O sinal é para todos que são batizados, o dom de línguas, não são para todos. Será que a pessoa que falou em línguas apenas no dia do seu batismo com Espírito Santo e não falou nunca mais, pode ser chamado para o diaconato ou ordenado presbítero? Claro que sim! Conquanto que tenha como provar que realmente foi batizada. As línguas estranhas que falamos são línguas dos anjos? 1ª Coríntios 13.1 está escrito: ‘Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos’. Será que com isso Paulo quer dizer que as línguas desconhecidas são línguas dos anjos? Não! Paulo usa essa expressão ‘línguas dos anjos’ apenas para dizer que essas línguas são celestiais. Por exemplo, está escrito que o maná que o povo de Israel comia no deserto era o ‘pão dos anjos’ (Sl 78.24,25), isso não significa que os anjos comem pão, mas que o pão vinha do céu (Sl 105.40).
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Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Salém Em 15 de Maio de 2014 Ministério de Apóstolo Em minha palestra estou aberto a questionamento porque eu não sou dona da verdade, e quanto mais a pessoa procura conhecer, está mais passível a cometer erros, por isso que quando vocês questionam algum assunto que eu levanto, isso me ajuda a aprender mais e a me despertar para ficar atenta para não cometer erros. Agora se vocês percebem que eu estou falando alguma coisa errada, e se calarem e se omitirem evitando questionar, saibam que vocês estão me prejudicando, pois estão me deixando prosseguir no meu erro. Não estão se interessando de me conduzir também na verdade. Por isso que nessa noite, eu invoco os céus e terra como testemunhas contra vós que se eu falar alguma coisa herética, e vocês se omitir em me corrigir, eu sigo com minha heresia, mas naquele Dia o Senhor cobrará de vocês e não de mim. Pois estou me colocando à disposição para ouvir qualquer questionamento. A Escritura incentiva-nos a buscar os dons espirituais de uma maneira zelosa e abundante, contudo, ela nos exorta que se façam tudo com decência e com ordem. E que os cristãos ao lidar com os dons espirituais têm que visar a edificação da igreja que promove um culto racional, lógico, que traga entendimento. A manifestação dos dons na igreja é para trazer entendimento às pessoas. Quanto ao histerismo e o misticismo que acontecem em muitos movimentos, as Escrituras nos ensinam a não nos conduzir como meninos, evitando a fazer coisas que não tragam edificação. Quero falar sobre o ministério de apóstolo. Leiamos Efésios 4.11-14: ‘E ele mesmo [Cristo] deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores. Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente’. Ainda há apóstolos? Alguns escritores interpretam Efésios 4.11 assim: ‘Deus deu apóstolos e profetas no início da igreja para lançarem o fundamento e edificar a igreja do Senhor, e como não há mais fundamento a ser lançado também não há mais necessidade de apóstolos e profetas. Por isso que hoje só há o ministério de evangelistas, pastores e mestres. Porém, segundo a interpretação dos teólogos da Assembleia de Deus os cinco ministérios ainda estão vigentes na igreja, atuando no corpo de 38
Cristo para levar os santos ao aperfeiçoamento e crescimento no serviço cristão. Tomando por base a interpretação da Assembleia de Deus veremos quem são esses apóstolos da atualidade. Porém a nossa igreja reconhece que apóstolos como os Doze apóstolos não mais existem. Porque os Doze apóstolos tinham sua singularidade. Depois irei falar sobre a singularidade dos doze apóstolos. A palavra ‘apóstolo’ nas Escrituras tem três sentidos. Primeiro sentido: o sentido técnico, oficial, que se refere aos doze apóstolos do Cordeiro (Ap 21.14) e também ao apóstolo Paulo, pois o apóstolo Paulo é considerado o apóstolo dos gentios (Rm 11.13). Assim com os Doze, Paulo também é um apóstolo especial, sendo também chamado para uma missão especial, e teve uma singularidade igual aos doze apóstolos. Portanto, entre Paulo e os Doze não há nenhuma diferença, a não ser no fato de que os doze apóstolos irão governar e julgar Israel (Mt 19.28; Lc 22.30), e Paulo governará e julgará as nações junto com outros salvos dentre os gentios (1ª Co 4.8; Ap 2.26,27). Por isso que nós, os gentios, consideramos Paulo como apóstolo na mesma qualidade, autoridade e inspiração dos doze apóstolos (1ª Co 9.2). O segundo sentido é o sentido comum da palavra apóstolo. A palavra ‘apóstolo’ aparece na Bíblia como um termo comum significando ‘enviado’. Às vezes, a Bíblia aplica esse termo a alguém que está sendo enviado para realizar determinada missão especifica, porém não se trata de um termo técnico como se a pessoa fosse oficialmente um apóstolo, mas simplesmente porque estão sendo enviados para cumprir uma missão. Leiamos Filipenses 2.25: ‘Julguei, contudo, necessário mandar-vos Epafrodito, meu irmão e cooperador, e companheiro nos combates, e vosso enviado para prover às minhas necessidades’. A expressão ‘enviado’ neste texto é ‘apóstolo’ em grego, como, porém, os tradutores, entendem que não se refere que Epafrodito seja um apóstolo oficial da igreja de Filipos, eles traduziram por enviado. Nesse caso Epafrodito foi incumbido pela igreja de Filipos de levar uma oferta para Paulo que estava preso em Roma. O terceiro sentido do uso da palavra apóstolo é o sentido ministerial, se referindo ao dom ministerial de apóstolo, que nas palavras do teólogo Elinaldo Renovato é um ministério de caráter apostólico que é definido como os missionários. Pois são os nossos missionários que são enviados para fundar igrejas ou ajudar igrejas recém-fundadas. Contudo, apenas os doze apóstolos têm a singularidade de serem chamados de ‘apóstolos do Cordeiro’. No Apocalipse, os nomes dos doze apóstolos aparecem nos doze fundamentos do muro da Nova Jerusalém, e nesse muro há doze portas com os nomes das doze tribos de Israel. Três portas em cada lado do muro ficam na direção do Oriente, Ocidente, Norte e 39
Sul, e por cada uma dessas portas entrará uma tribo conforme o seu nome registrado na porta, e encabeçando cada tribo entrará um apóstolo do Cordeiro (Ap 21.12-14). É interessante notar que esse muro tinha a altura de 144 côvados que apontam para os 144 mil selados das doze tribos de Israel (Ap 7.4-8; 21.17). Isso significa que essas doze tribos que irão entrar com os doze apóstolos do Cordeiro, pelas doze portas da Nova Jerusalém, são os 144 mil israelitas comprados da terra, a nação justa (Ap 14.1-5; Is 26.1,2). Por isso que os 144 mil são o Israel de Deus da nova aliança, o novo Israel, o remanescente de Israel. Quando o novo Israel junto com os doze apóstolos acabarem de entrar na Nova Jerusalém, então, entrará o apóstolo Paulo com os gentios salvos de todas as nações vindos dos quatro cantos da terra (Mt 8.11; Lc 13.29; Ap 7.9). A singularidade dos doze apóstolos está no fato de que assim como o antigo Israel foi formado por doze patriarcas, assim também o novo Israel, o Israel da nova aliança, o Israel restaurado, será formado por doze príncipes, que são os apóstolos. Quando falo do novo Israel não incluo entre ele os gentios, mas me refiro apenas aos judeus, de raça pura, que creram que Jesus é o Messias por intermédio do evangelho pregado pelo ministério dos doze apóstolos. Leiamos Lucas 22.29,30: ‘E eu vos destino o reino, como meu Pai mo destinou, para que comais e bebais à minha mesa no meu reino, e vos assenteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel’. E ainda, Mateus 21.43: ‘Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos’. Prestem bem atenção! Os apóstolos receberam o Reino, esse Reino é o mesmo Reino de Israel que Deus tirou dos líderes do antigo Israel e deu para os seus apóstolos. O Senhor Jesus rejeitou aqueles homens como príncipes do Seu Reino e construtores de Sua casa, e estabeleceu os apóstolos (At 4.11; Ef 2.20,21). O Reino que Deus prometeu a Davi será restaurado no governo do Messias tendo como príncipes, os apóstolos (Lc 1.32,33; Is 32.1; Mt 19.28). Leiamos Mateus 16.18,19: ‘Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus’. Os apóstolos foram os únicos que reconheceram Jesus como o Messias (Mt 16.15,16), quando eles confessaram isso, Jesus disse para Pedro: ‘Você lançou o fundamento, aonde irei edificar a minha Igreja’. E quem fará parte dessa Igreja? Àqueles a quem os apóstolos abrirem as portas, pois Jesus lhes entregou ‘as chaves do reino dos céus’, quer dizer, 40
foram dadas aos apóstolos as chaves para abrir as portas para àqueles que vão entrar no Reino de Deus. Quem detinha essas chaves eram os antigos líderes de Israel (Mt 23.13), mas agora foram transferidas para os apóstolos, assim só pertencerão ao Reino de Deus e serão a Igreja do Messias aqueles que entrarem por intermédio dos apóstolos. Por isso que de Israel, apenas os 144 mil israelitas salvos e selados na nova aliança são o novo Israel, o remanescente de Israel, e reinarão com o Cordeiro no Monte Sião, a Nova Jerusalém (Rm 9.27; 11.5; Ap 14.1). E se unirão a esses 144 mil israelitas salvos uma multidão incontável de gentios (Ap 7.4,9), a plenitude dos gentios, que juntos formam a Igreja do Senhor (Ef 2.16-22; At 15.16,17; Rm 15.10,11), ambos são herdeiros da promessa de Abraão e do Reino de Davi, e reinarão sobre as nações (Ef 3.6; Ap 5.9,10). É claro que entre esses gentios salvos haverá judeus mistos que por serem mistos, isto é, judeus misturados por ter nascido em nações gentílicas, são incluídos entre os gentios salvos (Oséias 1.9-11), como no caso de Timóteo (At 16.1), mesmo que guardem as tradições judaicas (At 21.20), e também os prosélitos gentios que se converteram ao judaísmo e depois se tornaram cristão são também incluídos entre os gentios salvos como no caso de Nicolau e outros (At 6.5; At 13.43). Muito embora não são considerados parte do Novo Israel, são todos membros da Igreja de Cristo, habitantes da Nova Jerusalém, sacerdotes de Cristo e reinarão com Ele sobre as nações (Ap 11.15; 20.6; 22.3-5). Os apóstolos do Cordeiro são apenas doze significando que não haverá uma sucessão de apóstolos. O único que foi substituindo foi Judas Iscariotes. Judas Iscariotes se apostatou e perdeu a sua vaga, e elegeram Matias em seu lugar. Porém, como mais nenhum deles se apostataram não houve mais nenhuma vaga para outro apóstolo. Deus não lhes ordenou que houvesse uma sucessão apostólica em caso de morte. No início da Igreja havia apóstolos e anciãos [presbíteros] (Atos 15.2,4,6,22,23; 16.4). Esses homens lideravam as igrejas, sendo que os apóstolos lideravam as igrejas de uma sede regional, e um grupo de presbíteros liderava uma igreja local, em uma cidade, dentro daquela região (At 14.23; Tt 1.5). De modo que as questões surgidas nas igrejas locais, os presbíteros resolviam (1ª Co 6.4,5), mas questões que diziam respeito ao contexto geral das igrejas, os apóstolos resolviam (Gl 2.9). Com a morte dos apóstolos houve uma necessidade de pessoas para realizar os serviços deles, então, surge a figura do bispo ou pastor, até então, ancião, presbítero, bispo e pastor, na época dos apóstolos, era a mesma função. Porém, no decorrer da história, devido as necessidades surgidas com a morte dos apóstolos, alguns desses homens passaram a liderar um campo de igrejas, sendo reservado para eles o título de bispo ou pastor, e quem liderava apenas uma congregação era chamado de presbítero. Esse sistema ficou conhecido como sistema episcopal. 41
O sistema episcopal é o sistema de governo eclesiástico da Assembleia de Deus. Os pastores, na Assembleia de Deus, dirigem igrejas regionais e resolvem problemas convencionais, e os presbíteros lideram igrejas locais. Além dos doze apóstolos há outros apóstolos? Sim! Mas esses apóstolos são apenas considerados como enviados da igreja. Eles não têm a mesma autoridade e inspiração dos Doze, pois são de uma categoria diferente. E é essa categoria de apóstolos que a nossa igreja reconhece como dom ministerial de apóstolo, que são os nossos missionários (Ef 4.11). Porém, uma categoria de apóstolos como os doze não há mais, quer dizer, não existe uma linha ininterrupta de sucessão de apóstolos iniciando com os doze apóstolos até nossos dias. Essa é uma doutrina formada pela Igreja Romana para justificar as instâncias do poder papal, e que infelizmente está sendo copiada por algumas igrejas evangélicas. Não há mais necessidades de uma classe de apóstolos, pois a igreja tem o registro sagrado dos apóstolos do Cordeiro contido nas Escrituras do Novo Testamento. Por isso podemos dizer que ainda hoje os apóstolos comandam as igrejas através de seus escritos canônicos, de modo que qualquer ensinamento que não está de acordo com a doutrina dos apóstolos é heresia. A nossa salvação está baseada na doutrina dos apóstolos. Só acreditamos que Jesus Cristo é o Messias por causa do testemunho dos apóstolos. A nossa interpretação do Antigo Testamento depende dos escritos e ensinos dos apóstolos. Por isso que até hoje os apóstolos têm autoridade sobre a igreja. Então, para sermos igreja apostólica não precisamos de apóstolos atuais, mas em basear nossos ensinos e práticas nas doutrinas dos apóstolos. A partir do momento que nos afastarmos das doutrinas dos apóstolos, deixamos de ser igreja apostólica, a igreja de Jesus Cristo. Após a morte dos apóstolos e o fortalecimento do gnosticismo surgiram alguns mestres gnoses que reivindicaram serem herdeiros legítimos dos ensinos secretos dos apóstolos de Cristo, e afirmavam que a salvação dependia em conhecer esses segredos. Então, preocupados com isso, os pais da igreja (título dado aos bispos da igreja) afirmaram que os apóstolos transferiram para os bispos o governo episcopal, por isso que os bispos eram os verdadeiros herdeiros dos apóstolos. Asseveravam que foi o apóstolo João que ordenou Policarpo (69-155 d.C) a bispo de Esmirna, e que o bispo Irineu de Lião (130-202 d.C) era discípulo de Policarpo. Temos Papias (70-155 d.C) e Inácio (68-107 d.C), bispos da Igreja, que conheciam os apóstolos. Os apóstolos transferiram a doutrina pura para esses bispos e não para os falsos mestres gnoses. O bispo Irineu para combater esses hereges gnoses falou da sucessão apostólica. No seu tratado Contra as Heresias, escreveu o seguinte: ‘Os bem42
aventurados apóstolos que fundaram e edificaram a igreja transmitiram o governo episcopal a Lino, o Lino que Paulo lembra na carta a Timóteo. Lino teve como sucessor Anacleto. Depois dele, em terceiro lugar, depois dos apóstolos, coube o episcopado a Clemente, que vira os próprios apóstolos e estivera em relação com eles, que ainda guardava viva em seus ouvidos a pregação deles e diante dos olhos a tradição. A este Clemente sucedeu Evaristo; a Evaristo, Alexandre; em seguida, sexto depois dos apóstolos foi Sisto; depois dele, Telésforo, que fechou a vida com gloriosíssimo martírio; em seguida Higino; depois Pio; depois dele, Aniceto. A Aniceto sucedeu Sóter e, presentemente, Eleutério, em décimo segundo lugar na sucessão apostólica, detém o episcopado. Com esta ordem e sucessão chegou até nós, na Igreja, a tradição eclesiástica dos apóstolos e a pregação da verdade’. Meus irmãos, realmente se tivéssemos continuado nessa linha sucessiva de apóstolos e bispos seria maravilhoso. Por exemplo, se retrocedêssemos o bispado do pastor Moacir de Paula e chegássemos aos apóstolos, isso nos daria uma garantia de que realmente estávamos em uma igreja herdeira dos apóstolos. Porém, no século IV quando o imperador Constantino se ‘converteu’ ao cristianismo, ele bagunçou com a Igreja. A apostasia se alastrou na Igreja, e Constantino elegia os bispos que ele quisesse. E assim, essa sucessão apostólica foi quebrada. Os bispos de Roma alteraram a doutrina dos apóstolos, inventaram suas próprias doutrinas, e deste modo a Igreja se tornou na Igreja Católica Apostólica Romana, e os bispos de Roma tornaram-se Papas, e até hoje eles reivindicam para si a sucessão apostólica e herdeiros da cátedra de Pedro. Mas nós sabemos que os papas avacalharam a Igreja, e chafurdaram na lama as doutrinas dos apóstolos. A Igreja de Roma não é a herdeira dos apóstolos. Segundo a Igreja Católica, os bispos apostólicos, como Clemente de Roma, Inácio de Antioquia e São Policarpo de Esmirna foram todos os sucessores dos Doze Apóstolos, escolhidos através da imposição das suas mãos (1ª Tm 4.14). Eles herdaram essa mesma autoridade para proclamar o Evangelho e guardar o repositório da doutrina autêntica, após os apóstolos terem morrido, essa autoridade é transferida ao clero Católico até os dias atuais, através do rito de Ordenação, quando ocorre a imposição de mãos. O Dr. Elinaldo Renovato escreveu o seguinte: ‘Não há sucessão apostólica. Esta é uma doutrina formada pela igreja romana e, infelizmente, copiada por algumas igrejas evangélicas...’ (6ª Lição, 2º Trim/2014). Aqui no Brasil há milhares de pessoas chamadas de apóstolos, cujo número chega a quase 9 mil apóstolos (dados de 2014). Citarei os nomes de alguns, os mais conhecidos: Apóstolo Miguel Ângelo (1991), Apóstolo Estevam Hernandes (1996), Apóstola Valnice Milhomens (2001), Apóstolo 43
Renê Terra Nova (2001), Apóstolo Márcio Valadão (2001), Apóstola Neuza Itioka (2002), Apóstolo Túlio Barros (2004) e muitos outros. Como essas pessoas se tornaram apóstolos? Um homem chamado Peter Wagner recebeu em profecia, através da profetisa Cindy Jacobs, a unção apostólica, e fundou a Coalizão Internacional de Apóstolos, que começou a ungir apóstolos ao redor do mundo, que se constituí a Nova Reforma Apostólica. Um desses apóstolos chamado Rony Chaves, de Costa Rica, é pai espiritual e cobertura de vários apóstolos brasileiros. Em 5 de agosto de 2001, deu início oficial à Nova Reforma Apostólica no Brasil ungindo quatro apóstolos: Arles Marques, Valnice Milhomens, Jesher Cardoso e Mike Shea. Em 16 de novembro de 2001 foi ungido à apóstolo, Renê Terra Nova junto com Márcio Valadão, durante a I Conferência Profética, na Igreja Batista da Lagoinha, pelos apóstolos Cindy Jacobs, Mike Shea, Valnice Milhomens e Harold Caballeros. Em 9 de novembro de 2011 Renê Terra Nova foi recebido oficialmente como membro da Coalizão Internacional de Apóstolos e foi nomeado Apóstolo Embaixador para o Brasil e América do Sul. Já consagrou milhares de apóstolos tanto para o Brasil como para outros países. Esses apóstolos se organizam em redes apostólicas. Por exemplo, só em Manaus, de uma vez, Renê consagrou mil apóstolos. Em 2010, Renê Terra Nova, recebeu de Morris Cerullo, a unção patriarcal, que dizem ser a mesma unção que havia sobre Abraão. Por isso ele é considerado pai-apóstolo. O pastor Marcos Feliciano foi convidado para pregar na igreja do apóstolo Renê Terra Nova, e lhe dirigiu as seguintes palavras: ‘...o apóstolo Renê, meu pai, nosso pai... então, eu também agora sou dos doze. Ponto final’. Esses homens consagrados a apóstolos se organizam em redes apostólicas. Cada rede apostólica é liderada por um apóstolo que implica em receber uma cobertura apostólica e prestar contas. O que a Nova Reforma 44
Apostólica? Eles disseram: ‘Os apóstolos ressurgiram!’. Foi necessário uma nova reforma apostólica porque as igrejas, principalmente, as igrejas pentecostais, perderam a visão e não cumpriram o propósito de Deus. E através desses novos apóstolos Deus trará uma nova unção sobre a Igreja, pois são os únicos capazes de amarrar uma classe de demônios de uma hierarquia superior e destruir as fortalezas satânicas que controlam as cidades. Eles asseveram que irão conquistar o mundo para Cristo através da visão celular e preparar a terra para receber Jesus Cristo em Sua vinda.
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Salém Em 08 de Junho de 2014 Ministério de Mestre ou Doutor (Esta foi a minha primeira palestra com tablet) O Dr. Elinaldo Renovato chama Jesus de ‘Mestre da Galileia’ e ‘Doutor incomparável’, dizendo: ‘O mestre da Galileia. Doutor incomparável, “percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino [...]” (Mt 4.23).’ (10ª Lição, 2º Trim/2014). A Galiléia era uma região que antigamente pertencia a quatro tribos de Israel: Aser, Naftali, Zebulom e Issacar. Depois do cativeiro da Assíria, a Galiléia ficou sob o domínio dos gentios, quer dizer, os assírios deportaram os israelitas que habitavam na Galiléia, e trouxeram outros povos para habitar ali como fizeram com Samaria. Na época dos Macabeus, a Galiléia voltou aos domínios dos judeus. Na época de Cristo, a Galiléia era governada por Herodes Antipas (4 a.C-37 d.C), que estabeleceu sua capital em Tiberíades. Segundo Flávio Josefo, a população da Galiléia era de 3 milhões de habitantes entre judeus e gentios. Leiamos Mateus 26.69: ‘Ora, Pedro estava assentado fora, no pátio; e, aproximando-se dele uma criada, disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu’. Jesus era conhecido como ‘o galileu’. Sabemos que Jesus cresceu em Nazaré da Galiléia, nascera em Belém, mas se mudou com sua família para Nazaré (Nazaré era uma das cidades da região da Galiléia por isso que ele também ficou conhecido como nazareno [Mt 2.23]). Jesus estabeleceu seu centro ministerial na cidade de Cafarnaum, que também, era uma cidade da Galiléia. Era de Cafarnaum que Cristo saía para evangelizar toda a região da Galiléia, da Judéia e também da Samaria. O sermão do monte foi proferido na Galiléia, a transfiguração de Cristo aconteceu também na Galiléia e ‘dezenove das trinta e duas parábolas’ de Jesus foram ensinadas na Galiléia, ‘e vinte e cinco dos seus trinta e três milagres, ocorreram na 45
Galiléia’ [é claro que Jesus realizou muitos outros milagres além desses trinta três]. ‘Algumas das cidades da Galiléia eram: Corazim, Betsaida, Cafarnaum, Nazaré, Megido, Caná, Naim e Tiberíades’. A cidade de Megido, onde ocorrerá a guerra do Armagedom, se localizava na Galiléia. ‘Onze dos apóstolos de Cristo eram galileus’, quer dizer, Cristo resolveu escolher os seus apóstolos da região mais desprezada pelos judeus, pois a Galiléia era uma mistura de judeus com gentios, enquanto que na Judeia habitava apenas judeus. Os judeus do sul tinham preconceito com os judeus do norte por isso que os tachava de galileus. Judas Iscariotes era o único que não era da Galiléia, ele era da Judeia. ‘Baraque, Gideão, Jonas e Elias também era da região da Galiléia’ (Enciclopédia da Bíblia - Cultura Cristã - Vol. 02, pags. 945 e 946). Jesus não é apenas o Mestre da Galiléia, mas também, ele é o Mestre por Excelência. ‘Jesus é chamado Mestre cerca de 45 vezes ao longo do Novo Testamento’ (10ª Lição, 2º Trim/2014). A palavra ‘mestre’ é a tradução de três palavras gregas: ‘didaskalo’, dessa palavra vem o nosso termo didático que significa ensino. Essa palavra grega, nos Evangelhos, é aplicada 42 vezes a Jesus. E significa professor ou mestre. Uma pessoa que dá instrução ou ensino. Jesus foi chamado de mestre (didaskalo) pelos seus discípulos, pelos escribas, pelos fariseus, pelos saduceus, pelas pessoas comuns e pelos enfermos e também por si mesmo. Leiamos Mateus 22.35-37: ‘E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo: Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento’. Nesse texto vemos um doutor da lei reconhecendo a autoridade de Jesus como Mestre. O termo ‘doutor’, nesse texto, é a tradução do grego ‘nomikos’, esse termo não é aplicado a Jesus por nenhum dos evangelistas. O que seria um doutor da lei? Era um especialista das leis de Israel, algo semelhante a um advogado ou jurista. Para ser um ‘nomiko’ tinha que ter, por assim dizer, uma formação acadêmica. Jesus não era um doutor da lei, mas um mestre. Leiamos João 13.13,14: ‘Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros’. A segunda palavra grega é ‘epistáta’. Essa palavra aparece seis vezes no Evangelho de Lucas e são aplicadas a Jesus; subentende autoridade, e é usado acerca da pessoa que tem o direito de dar ordens (Lc 5.5; 8.24, 45; 9.33; 49; 17.13). Leiamos Lucas 5.5: ‘E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre [epistáta], havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, sobre a tua palavra, lançarei a rede’. 46
Epistáta significa supervisor, diretor, mestre. E a terceira palavra grega é ‘kathegetés’, que aparece apenas em Mateus, significa guia, mestre. Leiamos Mateus 23.8,10: ‘Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre [kathegetés], a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. Nem vos chameis mestres [kathegetés], porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo’. Será que esse texto significa que ninguém deve ser chamado de mestre na igreja? O próprio Paulo disse: ‘fui constituído pregador, e apóstolo, e mestre dos gentios na fé e na verdade’ (1ª Tm 2.7), e que alguns foram chamados para serem mestres (Ef 4.11; At 13.1). Cristo usou uma palavra especial e única em todo o Novo Testamento significando que o Cristo é o único Mestre-Guia da Igreja, o Cabeça da Igreja. Ele é o Mestre dos mestres em que todos os demais mestres devem ensinar apenas o que ele ensinou como fé e regra para a igreja. Quer dizer, os cristãos não têm sobre si um Papa ou um Chefe, a não ser o Cristo. Há também duas palavras, que são transliteradas no grego, as quais são Rabi [hebraica] (Mc 9.5; 11.21; Mc 14.45; Jo 1.38; 3.2) e Rabboni [aramaica] (Mt 10.51; Jo 20.16) traduzidas por ‘mestre’. Leiamos Marcos 9.5: ‘E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Mestre [Rabbi], é bom que estejamos aqui; e façamos três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias’. E João 1.38: ‘E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais? E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde moras?’. E ainda João 20.16: ‘Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni (que quer dizer, Mestre)’. O texto grego translitera a palavra hebraica ‘rabi’, e o próprio escritor, João, o traduz por ‘disdakalo’ em grego, que nós traduzimos por ‘mestre’. O que transliteração? É transcrever literalmente as letras de uma escrita pelos de uma outra. Quer dizer, a palavra é escrita utilizando as letras de um idioma do mesmo modo como ela é pronunciada em seu próprio idioma. A palavra não é traduzida. Temos várias palavras que não pertencem ao nosso português, mas que foram transliteradas para o nosso idioma, como por exemplo: ‘apóstolo’. Não é uma palavra portuguesa, mas grega, porém não foi traduzida, mas transliterada. Do mesmo modo rabi, não era uma palavra grega, mas hebraica, e algumas vezes os evangelistas a transliteraram, e não traduziram. Isso significa que o idioma cotidiano de Jesus era o hebraico ou aramaico. Por que o Novo Testamento foi escrito em grego e não em latim, haja visto que quem dominava no mundo era os romanos? De fato, Roma dominou política e militarmente o mundo, mas culturalmente quem dominava eram os gregos. Por isso que o idioma grego tornou-se o que hoje 47
é o inglês, uma língua comercial, enquanto que o latim era o idioma oficial do governo romano e o hebraico era a língua mater dos judeus. Por que Jesus é o Mestre por Excelência? Primeiramente, porque Jesus é o Mestre dos mestres. Leiamos João 3.1,2: ‘E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele’. Jesus foi visitado por uma grande autoridade do povo de Israel, um príncipe dos judeus, um rabino, um mestre, um homem da alta elite do governo de Israel, membro do Sinédrio, mas esse homem vem e reconhece que Jesus é Mestre, um Mestre bem-conceituado, sem igual. Então, Jesus fala algumas coisas a Nicodemos que o deixa, digamos assim, ‘viajando na maionese’, ele não entendeu nada. Nicodemos indagou: ‘Como pode ser isso?’ Jesus disse-lhe: ‘Tu és mestre de Israel, e não sabes isto? Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?’ (Jo 3.3,4,9,10,12). Meus irmãos, Jesus é o Mestre dos mestres. Aos pés dos mestres senta os seus discípulos, mas aos pés de Jesus quem senta são os mestres. Por que Jesus é o Mestre por Excelência? Porque seus sermões, ensinos e discursos eram inflamados pelo amor às pessoas. Jesus não ensinava por fama nem por se achar o melhor de todos, mas o que motivava Jesus a ensinar e que inflamava seu coração era o amor. Ele ensinava por amor. Leiamos Marcos 6.34: ‘E Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a ensinar-lhes muitas coisas’. Alguns textos dizem que Jesus movido por compaixão os curou (Mt 14.14; 20.34; Mc 1.41), mas aqui, Jesus moveu-se de compaixão e os ensinou. Porque o ensino, também, é uma carência das pessoas. Por isso que o que tem que nos levar a ensinar é o amor às pessoas. Essas pessoas estavam ‘como ovelhas que não têm pastor’, quer dizer, estavam sem direção. E quem iria dar direção a essas pessoas? O ensino de Cristo. Jesus era o Mestre por Excelência porque ensinava com autoridade. Está em Mateus 7.28,29: ‘E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina; porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas’. O que significa ensinar com autoridade? Será que ensinar com autoridade tem a ver com a impostação da voz? Veja que o texto não está dizendo que ele não ensinava como os fariseus, mas ‘como os escribas’. Os escribas eram copistas e também considerados como mestres da Lei, pois ensinavam a Lei, porém, não eram ordenados rabinos e nem eram fariseus. Isso significa que os escribas não poderiam estabelecer 48
‘chiddushim’ e nem criar ‘halachá’. Ver Comentário Judaico do Novo Testamento, pag.34. É claro que o Messias tinha autoridade porque o Seu ensinamento vinha diretamente de Deus. Mas por que o povo reconheceu que no ensinamento de Jesus havia uma autoridade que o tornava diferente dos escribas? Porque os escribas não tinham autoridade para estabelecer ‘chiddushim’ e nem criar ‘halachá’. O que é ‘chiddushim’? É introduzir novas interpretações das Escrituras. Os escribas não poderiam estabelecer novas interpretações das Escrituras, eles só poderiam falar baseado no que os rabinos lhes diziam, não poderiam ir além dos ensinamentos dos rabinos. Os escribas diziam: ‘O rabino fulano de tal dizia isso, o rabino beltrano dizia aquilo’. Os escribas, também, não poderiam criar novos mandamentos, isto é, criar ‘halachá’. Jesus Cristo tanto dava novas interpretações da Lei como também criava novos mandamentos. É por isso que Ele ensinava com autoridade. O povo questionava: ‘De onde vem a autoridade dele? Quem lhe deu autoridade para interpretar a Lei, pois só quem pode interpretá-la são os rabinos? Quem lhe deu autoridade para criar novos mandamentos, pois apenas os rabinos podem criar novos mandamentos? Quem foi o rabino que pôs a mão sobre a cabeça de Jesus e lhe conferiu autoridade de rabino? Ninguém! Então por que ele ensina com autoridade?’. Veremos dois textos bíblicos que mostra Cristo introduzindo novas interpretações da Lei e criando novos mandamentos na Lei. Irmãos, autoridade não tem nada a ver com gritaria e com ignorância! Leiamos Mateus 5.27,28: ‘Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela’. Como ‘foi dito aos antigos’. De quem era esse ‘dito aos antigos’? Era dos rabinos, pois era eles que ensinavam a Lei. Mas Cristo disse: ‘Eu, porém, vos digo...’. Nesse texto Cristo está estabelecendo uma halachá, um novo mandamento. Adultério, agora, não é apenas o ato consumado, mas também é a luxúria do coração. Jesus Cristo não ensinou apenas a prática exterior da lei, isto é, o judeu praticava exteriormente a lei e para ele estava tudo bem: ‘eu não adultero’, mas o seu coração estava cheio de cobiça. Cristo veio colocar a Lei dentro do coração. Leiamos Mateus 19.7-9: ‘Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério’. 49
‘Eu vos digo’, Cristo está se colocando em uma autoridade maior do que a de Moisés. Se fosse qualquer outra pessoa que tivesse disto isso, não teria valor nenhum para os cristãos. Os cristãos continuariam seguindo a Lei de Moisés, repudiando suas esposas por qualquer motivo, mas como foi Cristo quem disse, e Cristo tem autoridade para estabelecer halachá, nós obedecemos. Cristo abre uma única brecha para o divórcio, e dá proteção a mulher que era desprezada. Vamos ver Cristo introduzindo chiddushim em Mateus 22.31-34: ‘E, acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos. E, as turbas, ouvindo isto, ficaram maravilhadas da sua doutrina. E os fariseus, ouvindo que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar’. Cristo está estabelecendo uma interpretação no texto da Torá acerca da ressurreição. Se lermos o texto de Êxodo 3.6: ‘Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó’. Vamos raciocinar: ‘Mas isso não tem nada a ver com ressurreição’. Porém, Cristo interpretou-o, aplicando-o também que Deus ressuscita os mortos. Ora se Deus disse para Moisés: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó’, e não ‘Eu era o Deus de Abraão, era o Deus de Isaque, e era o Deus de Jacó’, muito embora esses homens estivesse morrido, Deus continuava sendo o Deus deles, isso significa que Deus poderia ressuscitar Abraão, Isaque e Jacó a hora que Ele quisesse. Por isso que Cristo interpreta esse texto como apoiando a doutrina da ressurreição para os saduceus, pois os saduceus não acreditavam na ressurreição, e para eles apenas o Pentateuco era Escritura, que era os cinco livros de Moisés. Então, nos próprios livros de Moisés, que eles acreditavam, Cristo mostrou que ali havia a doutrina da ressurreição dos mortos. Um irmão me perguntou se os pregadores de hoje têm autoridade. Jesus Cristo entregou aos líderes da Sua igreja a chave, e disse que eles poderiam ligar e desligar, isto é, permitir e não permitir, soltar e não soltar (Mt 16.19; 18.18). Cristo transferiu para os seus apóstolos e os pastores a Sua autoridade. Os pastores têm autoridade na igreja para estabelecer novas interpretações das Escrituras e novos mandamentos. Como assim!? Quando surge algum problema na igreja em que não há nas Escrituras um mandamento explícito, os pastores podem se reunir em convenção e decidir baseado em textos implícitos qual deve ser a posição da igreja em relação ao problema. Há muitas halachá que nossas igrejas estabeleceram, como por exemplo: nós não consumimos bebidas alcoólicas. Muito embora nas Escrituras beber moderadamente não seja pecado, as igrejas da Assembleia de Deus seguem a abstinência total do álcool, de modo que nós nem sequer provamos bebido alcoólica, porque isso é uma halachá da igreja Assembleia 50
de Deus. Pois os nossos pastores entendem que aqueles crentes que eram alcoólatras podem correr o risco de cair novamente no alcoolismo. Há outras halachás no que diz respeito a costumes e condutas que não aparecem nas Escrituras, como por exemplo, nas Escrituras não aparecem a proibição de fumar cigarro. Não encontramos essa proibição nas Escrituras, evidentemente, porque o cigarro surgiu depois das Escrituras. Porém, os pastores têm autoridade de proibir os cristãos de fumarem baseado em princípios bíblicos. É claro que as halachás dos pastores não podem ferir as doutrinas e práticas bíblicas. Nem tampouco as outras denominações são obrigadas a adotarem o chiddushim da Assembleia de Deus, isto é, as interpretações das Escrituras dada pela Assembleia de Deus. As igrejas históricas têm outros dogmas. Jesus era o Mestre por Excelência porque Jesus ensinava a verdade. A nossa Revista diz: ‘a verdade emanava da pessoa de Jesus!’ (10ª Lição, 2º Trim/2014). Cristo era a própria verdade. Temos verdades relativas, verdades pragmáticas e verdades absolutas. Jesus é a verdade absoluta! Isso significa que o que Jesus ensina é a verdade em todo lugar, em todas as épocas e para todas as pessoas. Tinha mais coisas para falar acerca do ministério de mestre do Senhor Jesus Cristo, mas agora, pretendo falar sobre o ensino das Escrituras na igreja do primeiro século e na atualidade. Ensinar é uma ordem de Jesus. Assim como Jesus ordenou ‘ide... pregai’ (Mc 16.13), Ele também ordenou: ‘ide ensinai’. Leiamos Mateus 28.19,20: ‘Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém’. Será que os apóstolos obedeceram a ordenança de Jesus? Sim! Está em Atos 5.42: ‘E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo’. Mas quem habilitou os apóstolos para cumprir a ordenança de Jesus? O Espírito Santo, que é o Espírito de verdade que guiaria os apóstolos em toda verdade e que os ensinaria todas as coisas (Jo 14.26; 16.13). O comentarista disse: ‘Tendo em vista a plena edificação da Igreja na Palavra, o Senhor Jesus, através do Espírito Santo, dotou alguns de seus servos com o dom ministerial de mestre ou doutor (Ef 4.11)’ (10ª Lição, 2º Trim/2014). A função de mestre aparece em terceiro lugar na lista de dons que Paulo estabelece em 1ª Coríntios 12.28: ‘a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres...’. Pois sobre o mestre está a responsabilidade grande de instruir o povo de Deus nas doutrinas das Escrituras. O apóstolo ensina, mas tem outras 51
funções além do ensino, os profetas, também ensinam, mas tem outras funções além do ensino, mas para os mestres o ensino é prioritário. A missão prioritária do apóstolo (missionário) é fundar igrejas, a missão prioritária do profeta é profetizar, exortar e consolar e a missão prioritária do mestre é ensinar. Temos que diferenciar o dom ministerial de mestre do dom de serviço de ensinar. Em Romanos 12 em que Paulo cita os dons de serviços, ele inclui o ensino (Rm 12.7), e em Efésio 4.11, falando dos dons ministeriais, ele inclui os mestres. Digamos assim, todo mestre tem o dom do ensino, mas nem toda pessoa que ensina é um mestre. Quem é o mestre? É um ministro ordenado na igreja. Quem pode ensinar nas igrejas? Todos que tem o dom de ensinar. Então, esse grupo de ensinadores têm que estar debaixo da autoridade do ministério do mestre. Quer dizer, os homens que Deus estabeleceu, isto é, apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, são os líderes que iriam preparar os santos na obra do ministério. Ou seja, os apóstolos são aqueles que lideram pessoas que abrem pontos de pregação, os profetas são aqueles que lideram pessoas que têm ministério de oração e atuam nos dons espirituais, os evangelistas lideram grupos que trabalham na área do evangelismo na igreja, os pastores lideram igrejas e os mestres lideram as pessoas que exercem o ensino na igreja. Porém, uma vez que a nossa igreja Assembleia de Deus não tem oficialmente esses cinco ministérios, apenas dois, que são pastores e evangelistas, então, nossos pastores e evangelistas exercem as funções de apóstolos, profetas e mestres. Por que a Assembleia de Deus não ordena pessoas a apóstolos? Porque a Assembleia de Deus entende que o título apóstolo é reservado aos doze apóstolos e a Paulo. Porém, temos os missionários que podem ser considerados apóstolos, mas não são oficiais da igreja, assim como o mestre também não é um oficial, mas o pastor que é um ministro oficial, e exerce a função de mestre. Por exemplo, o pastor Antônio Gilberto não pastoreia igreja, mas é mestre. Porém, há outros pastores que não são mestres, contudo são bons supervisores, outros pastores são evangelistas, eles gostam mesmo é de evangelizar. E assim vamos encontrar pastores que não dirigem igrejas, mas são pregadores itinerantes, pastores que não dirigem igrejas, mas ensinam nas igrejas e etc. Meus irmãos, nossos mestres são nossos teólogos que foram ordenados pastores. Será que Tiago está desmotivando os cristãos que querem ser mestres ao escrever: ‘Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo’ (Tg 3.1)? Claro que não! Pois o próprio Tiago se inclui entre os mestres ao dizer: ‘...sabendo que [nós] receberemos...’. Ele está simplesmente afirmando que ser mestre é 52
uma grande responsabilidade, pois o juízo sobre o que ensina será maior do que sobre que ouve o ensinamento. De modo que aquele que ouve, pratica o ensinamento se quiser praticar, mas o que ensina tem que praticar o que ensina como está escrito: ‘Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo?’ (Rm 2.21). Aquele que ouve, mas não pratica pode até ser julgado, mas nunca será chamado de hipócrita, mas aquele que ensina e não pratica será chamado de hipócrita. Então, o mestre pode até perder a sua salvação (Jó 27.8; 36.13). Os mestres devem ensinar baseados na doutrina dos apóstolos (Atos 2.42), segundo Elinaldo Renovato: ‘A “doutrina dos apóstolos” aqui referida trata-se do conjunto de ensinos de Cristo ministrados por eles de forma constante e eficaz para o crescimento integral dos novos crentes’ (10ª Lição, 2º Trim/2014). Como o ensino deve ser ministrado na igreja? De forma constante (persistente) e eficaz. Para que o ensino seja constante deve ser encabeçado pela liderança da igreja. Diz a Revista: ‘Os primeiros mestres das Escrituras foram os integrantes do Colégio Apostólico (10ª Lição, 2º Trim/2014). Para que o ensino seja constante precisamos nos conscientizar que o discipulado não termina quando o novo convertido é batizado. Elinaldo Renovato disse que está equivocado quem pensa que apenas tem que aprender as doutrinas são os novos convertidos, pelo contrário, ele escreveu: ‘É um aprendizado diário, permanente e contínuo, tanto para quem é discipulado quanto para quem está discipulando!’ (10ª Lição, 2º Trim/2014). Até os pastores tem que ser discipulados! Pois o discipulado é para vida toda. Para que o ensino seja eficaz é necessário que seja ministrado em pequenos grupos nos lares. Vamos ler em nossa Revista: ‘A Igreja começou nas casas, onde o ensino era ministrado a pequenos grupos nos lares’ (10ª Lição, 2º Trim/2014). A igreja precisa reservar um dia na semana, repartir os seus membros em vários grupos nas casas, onde será ministrado o ensino para que possa haver um melhor aproveitamento e edificação. O culto de doutrina é bom, mas não atinge individualmente as pessoas, pois muitas delas vêm ao culto de doutrina e saem com dúvidas, outras não entendem. Nossos cultos de doutrinas não oferecem condições às pessoas para fazerem perguntas e tirarem suas dúvidas, pois o ensinamento, às vezes, é superficial. Então, para que o ensino atinge profundamente as pessoas precisa ser em pequenos grupos, dialogando e baseado nas Escrituras. Os cristãos não eram para pagar para aprenderem a palavra de Deus, pois teologia não é para ser ensinado apenas em seminários, mas também na igreja. Os pastores não precisavam ser formados teologicamente nos seminários, mas nas igrejas. A teologia tem que partir da igreja, mas infelizmente separaram a teologia da igreja. 53
E o que acontece? É que muitos seminários com seus teólogos liberais têm afastado muitas pessoas das igrejas e causado confusão na interpretação bíblica. Irmãos, muito embora nem todos foram chamados para serem mestres, mas todos foram chamados para aprender a palavra de Deus, e serem discípulos ou alunos de Jesus Cristo. Para que o ensino seja eficaz os ensinadores precisam não só reunir informações exegéticas, históricas e literárias da Bíblia, mas também, saber aplica-las conforme a necessidade da igreja. A escassez de mestres em nossas igrejas resulta em crentes pobres em conhecimento, e essa escassez é devido ao fato de que os crentes não querem se dedicar ao estudo sério das Escrituras. Eu sei que não é fácil ser disciplinado para ler, pesquisar, estudar, entender, acumular informações e adquirir conhecimento. Tudo isso requer um esforço muito grande, e os crentes não querem. E por falta de dedicação ao ensino, a igreja sofre, e fica raquítica e pobre. Para o ministério de ensino ser eficaz na igreja é preciso haver pessoas vocacionadas. Tem a chamada e a vocação. A vocação para o ensino é a inclinação no coração para o ensino, ter desejo para ensinar, gostar de ensinar. Temos que buscar a vocação por causa da carência do ensino na igreja. Paulo disse: ‘Procurai com zelo os melhores dons’, principalmente, aqueles que promovem a ‘edificação da igreja’ (1ª Co 12.31; 14.12). E o ensino é fundamental para promover edificação (1ª Co 14.26). Quais são os requisitos necessários ao mestre? Que ele tenha convicção da sua salvação, tenha o hábito de ler, pois não se pode conceber um mestre sem o hábito de leitura, pois a leitura ajuda na formação do mestre. Leitura é um hábito que tem que ser adquirido, não é um dom natural. Como se adquiri o hábito de leitura? Praticando a leitura. Se o crente não ler todos os dias não vai adquirir o hábito. Mesmo dando sono, lagrimejando os olhos, tem que perseverar na leitura. Quando falo que o crente tem que ler, não me refiro nem as Escrituras, pois a leitura das Escrituras é primordial, porque o cristão que tem cinco anos de fé tem que pelo menos ter lido a Bíblia duas vezes, portanto, eu me refiro a livros, revistas, jornais e etc. A leitura melhora o raciocínio, o vocabulário, o entendimento, produz neurônios na cabeça, exercita os cérebros, aperfeiçoa a escrita e outros benefícios ao leitor. Outro requisito necessário ao mestre é o preparo intelectual, que nesse caso entra a formação teológica. Não precisamos frequentar uma faculdade para fazer teologia. Podemos fazer teologia em nossa casa. As nossas revistas da Escola Dominical são verdadeiros manuais teológicos. Se levarmos a sério o estudo das nossas revistas, iremos adquirir conhecimento teológico. Pois quem escreve as nossas revistas são os teólogos, e as 54
escrevem baseados na dissertação teológica. Portanto, se não apenas lermos as nossas revistas de lições bíblicas, mas se pesquisarmos, examinarmos e colecionarmos, não só teremos uma biblioteca teológica em nossas casas, mas também acumularemos muitas informações teológicas. E assim, o crente da Assembleia de Deus não pode dizer que não tem conhecimento teológico porque não pode pagar uma faculdade teológica e nem dizer que não tem livros porque são caros, porque ele tem as revistas da EBD. Nossas revistas são boas ferramentas para nos preparar para o ensino. Temos instrumentos para nos tornamos mestres e ensinadores da Palavra de Deus. E, acima de tudo, o mestre precisa ter um coração em chamas. Não adianta ter conhecimento, e não ter o fogo do Espírito queimando dentro de si. O conhecimento é a lenha, mas o Espírito é o combustível que põe fogo nessa lenha. Como disse John Wesley: ‘Ponha fogo no seu sermão ou ponha seu sermão no fogo’.
Palestra Ministrada na AD-El Samá em Parque Verde Em 29 de Junho de 2014 Multiforme Sabedoria de Deus (I)
A Paz do Senhor Jesus, irmãos! Para mim é um motivo de muita alegria por estar reunido nessa manhã aqui, na congregação de Parque Verde, liderada pelo meu amigo, Pb. Luciano, para que junto com os irmãos possamos aprender um pouco da Palavra de Deus sobre o ministério do Espírito para edificação de cada cristão. Quero falar sobre a multiforme sabedoria de Deus, isso significa que Deus em Seu conselho, na eternidade, estabeleceu junto com o Seu Filho e o Espírito Santo, um projeto salvífico para toda raça humana e a criação. Esse plano decretado por Deus estava oculto dos anjos, demônios e de todas as gerações dos homens, porém, foi revelado, nesses últimos dias, através de Cristo e Sua Igreja. A revelação desse plano manifestou a multiforme sabedoria de Deus, de modo que os anjos anelam ver o seu pleno cumprimento através da Igreja. Incluído nesse plano de Deus estão os dons do Espírito Santo que foram derramados plenamente sobre a Igreja de Jesus Cristo. Dons esses, que até então, eram desconhecidos pelos sacerdotes e reis do antigo pacto, mas que agora, são derramados abundantemente sobre qualquer crente que busca com dedicação a face do Senhor. 55
Leiamos Efésios 3.9-12: ‘E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor, no qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele’. Os dons são diversos, e estão divididos em três esferas: Dons na esfera congregacional, dons na esfera ministerial e dons na esfera soterional. Essa palavra foi criada por mim, para rimar bem, baseado do termo grego ‘soteria’, que significa salvação, portanto, dons na esfera da salvação. Os dons na esfera congregacional pertencem a duas classes: dons espirituais e dons práticos. Os dons espirituais são manifestações sobrenaturais do Espírito Santo e estão divididos em três categorias: dons de revelação, dons de poder e dons de elocução (1ª Co 12 e 14). Pertencem aos dons de revelação: palavra da sabedoria, palavra da ciência e discernimento de espíritos. Pertencem aos dons de poder: dom da fé, dons de curar e operação de maravilhas. Pertencem aos dons de elocução: profecia, variedades de línguas e interpretação de línguas. Esses dons são chamados de dons sobrenaturais porque não necessitam de ser aprendidos ou desenvolvidos, pois se manifestam segundo a vontade do Espírito Santo, e estão totalmente disponíveis ao Espírito Santo, e não dependem da vontade das pessoas. Quer dizer, o crente não profetiza quando sente vontade, mas quando o Espírito Santo se manifesta sobre ele. A lista desses dons aparece em 1ª Coríntios 12, e não são manipulados pelos homens. Por exemplo, o dom da palavra da sabedoria não é a sabedoria que se recebe através da leitura das Escrituras e dos bons conselhos da Palavra de Deus. Esse dom vem de modo sobrenatural sobre o cristão, independentemente, se ele seja douto ou indouto. Isso, porém, não significa que a partir dali esse cristão se torna sábio, pois o dom da palavra de sabedoria se manifesta enquanto o Espírito está inspirado a pessoa naquele momento, depois, as suas faculdades intelectuais voltam ao estado normal. Na esfera congregacional temos os dons práticos que são serviços à disposição da congregação em que os cristãos desempenham no cotidiano da congregação local. Alguns desses dons práticos aparecem em Romanos 12.7,8, os quais são: serviço episcopal e diaconal (liderança, governo), serviços na área do ensino e da pregação, serviços de aconselhamento, assistência social, hospitalidade e filantropia. Então esses, que aparecem em Romanos 12.7,8, utilizando outros termos, estão disponíveis a todos os santos para o serviço da obra de Deus. Em Efésios 4.12, lemos que Deus aperfeiçoa os santos para a obra do ministério. A obra do ministério desenvolvido pelos santos é tanto os dons 56
espirituais como os dons práticos. Os dons espirituais são dons sobrenaturais que se manifestam de modo sobrenatural, mas os dons práticos são serviços que cada crente desempenha conforme a chamada que ele recebeu de Deus, e uma vez que o crente sente que tem a vocação para determinado serviço não precisa esperar uma manifestação sobrenatural para exercer o dom, basta pratica-lo na casa de Deus. Enquanto que nos dons espirituais, o crente precisa esperar a manifestação sobrenatural do Espírito, nos dons práticos, o crente não precisa de uma inspiração especial ou uma revelação de Deus para operar na igreja. Por exemplo, o serviço diaconal que aparece em Romanos 12.7: ‘Se o seu dom é servir, sirva’, ou seja, aquele que recebeu o dom de servir na casa de Deus como diácono não precisa esperar uma chamada especial ou uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo para praticar o seu serviço como diácono, se ele sabe quais são as suas atribuições como diácono, então, realize seu serviço diaconal. Como assim? Ora, se o diácono sabe que tem um irmão doente e impossibilitado de ir à igreja, não precisa esperar Deus falar com ele: ‘Olha, meu servo está doente, faça uma visita a ele’. Pois, ele sabe que é dever do diácono visitar os irmãos doentes. Outro exemplo, o dom do ensino. Não precisa que aquele que tem o dom do ensino esperar a revelação do Espírito Santo para ministrar o ensino ou depender da manifestação do dom da palavra da sabedoria ou do dom da palavra da ciência, pois o que Paulo diz para aquele que tem o dom do ensino em Romanos 12.7: ‘se é ensinar, haja dedicação ao ensino’. Então, o cristão que tem o dom do ensino precisa se dedicar ao ensino através da leitura, do estudo, da pesquisa e da perseverança sem precisar ficar esperando uma manifestação sobrenatural. ‘Eu tenho o dom do ensino, então, não preciso preparar o ensino, pois o Espírito Santo na hora irá me usar no ensino da palavra de Deus’. Nesse caso, esse crente está confundido os dons práticos com os dons espirituais. Os dons espirituais dependem da manifestação do Espírito Santo, mas os dons práticos é uma operação natural na mente e no coração do cristão. Isso requer esforço e dedicação para desempenhar o dom que recebeu de Deus. Igualmente o presbítero, que é um dom prático, e que também aparece na Escritura como dom de governo, liderança e administração (Rm 12.8; 1ª Co 12.28; 1ª Pe 4.11), não precisa que aquele que serve como presbítero na congregação esperar uma inspiração divina para tomar decisões ou uma revelação ou profecia do Espírito Santo para delegar cargos às pessoas, pois Deus já lhe confiou a administração da sua igreja, por isso ele deve buscar a direção e a orientação de Deus através da palavra escrita e do Espírito Santo no seu coração sem precisar depender das manifestações sobrenaturais do Espírito Santo. 57
Na esfera ministerial temos os dons ministeriais que aparece em Efésios 4.11 que são dons oficiais que atuam nas igrejas do Senhor constituídos de cinco ofícios: apóstolos (missionários), profetas (pregadores inspirados), evangelistas, pastores e mestres (teólogos). Não devem ser confundidos com dons práticos de serviços, e nem com os dons espirituais. O profeta não é aquele que tem o dom de profecia, muito embora o profeta tenha o dom de profecia, mas nem todo que tem dom de profecia é profeta. Ainda que o Novo Testamento aliste cinco dons de ministros ordenados, na Assembleia de Deus há apenas dois ministros ordenados: pastores e evangelistas. Porém, esses dois ministros desempenham as cinco funções ministeriais de Efésio 4.11. São os pastores que são os nossos missionários, são os nossos pregadores inspirados e são os nossos teólogos. Apesar de não temos os títulos de apóstolos, profetas e mestres como ministros ordenados, contudo, os pastores e evangelistas que são ministros ordenados da igreja desempenham essas funções. Nas congregações locais temos os presbíteros e diáconos, mas na liderança das igrejas regionais atuam os pastores e evangelistas. ‘Na Convenção Geral de 1937, realizada na AD de São Paulo, foi debatida a questão sobre se os presbíteros não poderiam ser considerados pastores. Os convencionais compreenderam [baseados em alguns textos bíblicos] uma diferença entre presbitérios e pastores, e estabeleceram, assim, a hierarquia eclesiástica que até hoje existe nas Assembleias de Deus: diáconos, presbíteros e ministros do evangelho [pastores e evangelistas]’ – (Dicionário do Movimento Pentecostal, págs. 715 e 716, CPAD). Prestem bem atenção! O diácono é servo do presbítero, o presbítero é servo do pastor, e o pastor é servo da igreja. Como temos um cargo de auxiliar em nossas congregações, ele é servo do diácono. Na esfera soterional temos vários dons de salvação, irei citar alguns: a dádiva do amor, o ágape de Deus, totalmente revelado na Pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo, pois ele atingiu o limite máximo do amor quando o Pai deu o Seu Filho para morrer pelos pecadores. Esse amor ágape segundo Romanos 5.5: ‘está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi outorgado’. Outro dom na esfera da salvação é filiação divina, quando Deus adota o pecador como seu filho amado. Essa é uma graça abundante de Deus sobre nós, pois Deus não só perdoou nossos pecados e nos absolveu de nossos delitos, mas também, nos adotou como filho em sua família. Quer dizer, o juiz pode até absolver um criminoso, mas nunca irá adotar aquele criminoso como filho em sua família. Contudo, Deus além de nos absolver de nossos pecados, ainda nos adotou como seus filhos. 58
Temos o dom da justificação ou dom da justiça que está em Romanos 5.17: ‘Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo’. Vocês sabem que para que alguém pudesse ser salvo, segundo a lei de Deus, deveria ser justo, e uma pessoa só poderia ser justo se praticasse as leis justas de Deus (Dt 6.25; Lv 18.5; Rm 10.5). Porém, uma vez que Deus viu que os homens são incapazes de praticar Suas leis santas e justas (Sl 53.2,3; Rm 3.10-12; 8.7,8), nos deu gratuitamente, através de Jesus Cristo, o dom da justiça (1ª Co 1.30; 2ª Co 5.21), de modo que, agora, nós nos tornamos justos sem as obras da lei pela fé em Jesus Cristo (Gl 2.16; Fp 3.9). Jesus Cristo praticou a justiça de Deus por nós, e Deus imputou em nós a justiça de Jesus Cristo (Mt 3.15; Rm 4.22-25), de modo que não precisamos mais praticar a justiça para nos salvar, pois somos salvos porque Deus nos tornou justos pela obediência de Jesus Cristo (Rm 5.18,19). - ‘Ah! Irmãos, quer dizer que não precisamos fazer mais nada para nos salvar!?’. Não! Não precisamos fazer mais nada para nos salvar. Pois quem nos salva é a justiça de Jesus Cristo. A partir do momento que o crente tentar fazer alguma coisa para garantir a sua salvação, estará desprezado a graça de Deus, ‘porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus’ (Ef 2.8), e ‘não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde’ (Gl 2.21), e mais ‘separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído’ (Gl 5.4). Isso é fazer agravo ao Espírito da graça! (Hb 10.29-30). E assim todo ato de justiça praticado pelo cristão é o fruto da justiça de Cristo imputada em nós (Rm 6.18-22; Gl 2.20; Ef 2.10; Hb 10.38). Ainda outro dom na esfera da salvação é o dom da reconciliação também chamado de ministério da reconciliação. Através do ministério da reconciliação, Deus, não apenas nos reconciliou consigo mesmo, mas também, agora, nos deu a capacidade de reconciliar as pessoas com Deus. Uma vez que fizemos a paz com Deus, somos enviados para proclamar o evangelho da paz como embaixadores de Cristo (Rm 5.1,10,11; 2ª Co 5.1820; Rm 10.15). Outro dom maravilhoso é o dom do Espírito Santo de Deus (Lc 11.13). Todo aquele que invocar, pela fé, o nome do Senhor Jesus Cristo, recebe o Espírito Santo como dom da parte de Deus (Atos 2.38; 8.18-20; 10.45 11.17), chamado de a ‘promessa do Pai’ ou ‘Espírito da promessa’ e também de ‘ministério do Espírito’ (Lc 24.49; At 1.4; 2.33; Gl 3.14; Ef 1.13; 2ª Co 3.8). Através do dom do Espírito ou do ministério do Espírito, Deus opera vários ministérios na igreja que inclui os dons espíritos, os dons 59
práticos, os dons ministeriais, o batismo com o Espírito Santo e várias maravilhas do Espírito Santo (1ª Co 12.4-6; At 1.5; Hb 2.4). Mas o ministério do Espírito não atua apenas na área dos dons, mas também, é através do Espírito Santo, que Deus, opera a regeneração, a santificação, a adoção e a glorificação (Tt 3.5; 1ª Pe 1.2; Rm 8.11,15). Deus nos selou com o Espírito Santo para do Dia da redenção e nos deu o penhor do Espírito que nos garante a ressurreição futura (2ª Co 1.22; 5.4,5; Ef 1.13,14; 4.30). Cristo efetuou a obra da redenção na cruz, mas se não tivesse enviado o Espírito Santo não tinha como a obra de Cristo ser efetuada em nossos corações, pois é o Espírito Santo que opera a obra da redenção nos crentes. Temos também o dom da vida eterna que está em Romanos 6.23: ‘Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor’. Portanto, os dons são diversos, isso revela a multiforme sabedoria de Deus, pois, Deus não nos deu apenas um tipo de dom, mas nos deu vários dons para o desempenho dos serviços dos santos e para o aperfeiçoamento do corpo de Cristo a fim de que todos cheguemos à maturidade cristã. Pedro disse que Deus ‘nos deu tudo’ para que possamos alcançar uma espiritualidade forte (2ª Pe 1.3-11). De modo que nenhum cristão pode se queixar de ineficiência no serviço cristão, pois os dons de Deus estão à disposição de todos e são diversos. Os dons são amplos, isso significa que os dons de Deus não se esgotam. Os celeiros de Deus estão cheios de dons. Nenhum dom falta no celeiro celestial, pois Deus é amplo. Paulo fala das ‘riquezas insondáveis de Cristo’ (Ef 3.8), do ‘dom inefável’ (2ª Co 9.15) e da ‘profundidade das riquezas’ (Rm 11.33). Temos dons suficientes disponível para todos. Está escrito: ‘Deus que opera tudo em todos’ (1ª Co 12.6). Ninguém fica de fora dos benefícios dos dons de Deus! De forma que não há um cristão no corpo de Cristo que não tenha um dom para operar na igreja. Pois a Bíblia diz que Deus estruturou o corpo de tal modo para que todos os membros pudessem ter ‘igual cuidado uns dos outros’, ‘segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor’ (1ª Co 12.24,25; Ef 4.16). O cristão só fica sem realizar alguma coisa na casa de Deus, se ele mesmo quiser! Se depender dos dons de Deus, que são amplos, diversos, disponíveis, ninguém fica sem dom, seja, uma criança, um adolescente, um jovem, um adulto, um ancião ou uma anciã. Todos podem receber os dons de Deus. 60
É claro que nem todos recebem os mesmos dons ou operam do mesmo modo (1ª Co 12.29,30), pois os dons operam segundo a capacidade e a personalidade de cada um (Rm 12.3,6). Os dons de Deus estão distribuídos na igreja (Hb 2.4). A Escritura compara o derramamento do Espírito Santo sobre a Igreja como uma copiosa chuva e abundante água (Pv 1.23; Is 44.3; Jl 2.23,28,29). Em sua carta, Pedro fala da ‘multiforme graça de Deus’ (1ª Pe 4.10), ou seja, Deus tem multiforme maneira de manifestar seus dons, seus dons são diversos e diferentes em seu modo e forma de operar (1ª Co 12.4; Rm 12.6). Por causa disso, a Escritura nos exorta a buscar ‘os melhores dons’ (1ª Co 12.31), a abundar nos dons (1ª Co 14.12), que nenhum ‘dom nos falte’ (1ª Co 1.7) e ‘que Deus a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto’ (Tg 1.5). Os dons são dádivas do Pai. Em Tiago 1.17 está escrito: ‘Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação’. A palavra ‘dom’ é a tradução de duas palavras gregas ‘dorema’ e ‘carisma’ que significam ‘dádiva (presente)’ e ‘graça’ significando que o dom é um presente gracioso e gratuito de Deus, nosso Pai. Os dons não são algo que o cristão não precisa comprar de Deus, pois Deus dá por sua graça. Sabemos que Deus é riquíssimo em misericórdia e bondoso em sua graça. Talvez alguém diga: ‘Se Deus é tão gracioso, então, por que que em mim não se manifesta o dom que eu desejo? Gostaria tanto que Deus me usasse em profecia, por que, então, Deus não me usa nesse dom?’. Ainda que Deus seja gracioso e conceda seus dons de maneira gratuita, Ele dá conforme a obra que Ele tem com cada cristão. Para cada cristã, em particular, Deus tem uma chamada. Por isso que os dons que hão de se manifesta nesse cristão, serão aqueles que servirão para desempenhar o serviço que ele foi chamado para realizar. Está escrito que os dons são distribuídos conforme a vontade do Espírito Santo (1ª Co 12.11; Hb 2.14), e não segundo a vontade das pessoas. O Espírito distribuí os dons a cada um, para o que for útil (1ª Co 12.7). Porém, uma coisa é certa, nenhum cristão está escasso de dom, pelo contrário, todos têm, nem que seja, um dom de Deus e todos são chamados por Deus para servi-lo em uma determinada tarefa, por isso Deus equipa-os com seus dons. Os dons são indispensáveis à igreja. Sem os dons espirituais, a igreja se torna fria, morna e seca. Romanos 12.11 diz que devemos ser fervorosos no espírito, servindo ao Senhor. Em uma igreja sem dons, os cristãos não têm entusiasmos para servir a Deus, não sentem o fogo do Espírito queimando em seus corações, não sentem a chama do Espírito queimando a sua alma! 61
O que é uma igreja fria? É uma igreja em que se o dirigente não ordenar fazer alguma coisa, seus membros não têm iniciativa para fazer nada. O dirigente precisa estar constantemente solicitando: ‘Irmãos, vamos evangelizar! Vamos discipular! Venham para o culto! Frequentem a Escola Dominical!’. O supervisor diz para o obreiro: ‘Você pode dirigir a campanha em tal lugar?’, um responde: ‘Estou muito ocupado’, outro diz: ‘não sei dirigir’, outro se lamenta: ‘não tenho capacidade’. É uma igreja seca! Semelhante ao vale dos ossos secos que Ezequiel viu no capítulo 37 do seu livro. Mas uma igreja fervorosa, cheia do poder do Espírito de Deus, os membros são proativos, eles dizem ao dirigente: ‘O que tem para fazer? Conte comigo! Estou aqui, e estou à disposição’. A igreja sem os dons, perde a real presença do Espírito de Deus e a manifestação do poder de Deus. Nessas igrejas encontramos apenas reações humanas, e não a manifestação poderosa do Espírito Santo. A igreja sem os dons, o Espírito Santo não se manifesta na vida dos crentes, e assim eles não são aperfeiçoados, edificados e preparados para a obra do ministério a fim de desempenharem bem os serviços que receberam do Senhor. Paulo disse à Timóteo: ‘despertes o dom de Deus que existe em ti... cumpre cabalmente o teu ministério’ (2ª Tm 1.6; 4.5), e exortou cada obreiro, dizendo: ‘Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade’ (2ª Tm 2.15). Irmãos, os dons de Deus estão disponíveis à cada um de vocês! De modo que vocês não abalam o Parque Verde se vocês não quiserem. Se resolverem ficar trancafiados dentro do templo, e não invadirem as portas do inferno com os dons que Deus vos deu, vossos vizinhos jamais ouvirão a pregação do evangelho. E poderão chegar diante de Deus, naquele Dia, e dizerem: ‘Nunca ninguém nos falou do evangelho! Nunca recebi visita de crente nenhum’. Hipoteticamente, Deus lhes dirá: ‘Mas não tem lá, no Parque Verde, na rua fulano de tal, uma igreja Assembleia de Deus?’. E dirão: ‘Tem! Mas aqueles crentes ali, nunca nos visitaram e nem nos evangelizaram. O evangelho que eles tinham, eram só deles, os dons que receberam foram só para eles’. Mas é claro que vocês não querem ouvir isso naquele grande Dia. Meu irmão, não espere fazer alguma coisa, apenas quando o dirigente lhe chamar, e dizer o que você tem que fazer, mas se coloque a disposição de Deus para servi-lo com o espírito fervoroso e dedicado, e com certeza, Deus manifestará os seus dons em sua vida e o usará para edificar o corpo de Cristo. 62
Sem os dons, a igreja está vulnerável aos ataques de Satanás e todo o vento de doutrina falsa. Satanás travou uma guerra contra a Igreja do Senhor. Sabemos que Satanás é um espírito poderoso, e os humanos não têm a capacidade de lutar contra ele com suas próprias forças, mas para isso Deus nos equipou com seus dons, e assim, podemos enfrentar Satanás. Essa guerra não deve ser tratava no quartel, mas no campo de batalha. No templo, nos preparamos, nos equipamos, e somos treinados, mas é no campo que travamos a batalha contra Satanás. Jesus Cristo disse que ninguém pode saquear os bens do valente, se primeiro não amarrar o valente. O valente é amarrado através dos poderosos dons do Espírito Santo dados gratuitamente à Igreja de Cristo (Mt 12.28,29). Por que há tantos cristãos confusos, desorientados e levados por qualquer vento de doutrina? Porque não procuram na fonte inesgotável de Deus saciar a sua sede, e nem na palavra de Deus as respostas para suas dúvidas e questionamentos. A Palavra é a voz do Espírito, e o Espírito está dentro de nós. Se o crente recebe o Espírito quando se converte à Cristo, por que, então, ele deve ainda buscar o derramamento do Espírito Santo? Em relação a salvação, o Espírito Santo habita dentro do crente produzindo a regeneração, a santificação e lhe preparando para a vinda de Cristo. Porém, para o cristão atuar na igreja precisa, agora, da manifestação do Espírito Santo, isto é, precisa receber o derramamento do Espírito Santo. Esse derramamento do Espírito se manifesta em várias formas: através do batismo com o Espírito Santo (esse é o revestimento inicial), através dos dons espirituais, dos dons práticos, dos dons ministeriais, enfim, em todas essas áreas, o Espírito Santo opera na vida do cristão. Evangelizar é um dom espiritual? Não! Evangelizar é uma ordenança dada a todos os crentes. Por isso que todo cristão tem que evangelizar. Porque se for um dom, o cristão dirá: ‘Eu só for evangelizar, se eu receber o dom de evangelizar!’. Não! A partir do momento que a pessoa recebe o primeiro chamado – ‘vinde a mim’ (Mt 11.28) – recebe também o segundo chamado – ‘ide a todos’ (Mc 16.15). Sem os dons, a igreja não alcança à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. E por último, sem os dons, a igreja não estará ornamentada para o dia da vinda de Cristo. Falei sobre algumas características dos dons, mas agora, quero falar sobre algumas características dos bons despenseiros dos mistérios divinos. Um bom despenseiro é sóbrio e vigilante. A palavra ‘sóbrio’ têm muitos sinônimos, e alguns são: ‘moderado’, ‘temperado’, ‘controlado’ e ‘equilibrado’. A palavra vigilância tem haver com ‘estar atento’, ‘manter-se acordado’, ‘estar alerta’, ‘tomar cuidado’, ‘tornar-se sóbrio’, ‘estar de guarda’. 63
Essas são duas atitudes indispensáveis ao despenseiro. O que é um despenseiro? Despenseiro é alguém encarregado de manipular os alimentos de uma despensa; é alguém responsável de administrar algo que está sob sua guarda; é um tipo de mordomo ou administrador. Um administrador cuida de uma empresa, um mordomo cuida de uma grande casa. A Escritura considera um obreiro como despenseiro, pois ele serve na casa de Deus como mordomo. O mordomo não é o dono da obra, mas serviçal ou servo. E como servo, ele deve cuidar muito bem das coisas que Deus lhe entregou. Pode-se dizer que um pastor, um presbítero ou um supervisor de congregação são despenseiros da casa de Deus. Eles são responsáveis pelo alimento espiritual dos seus conservos, pelo governo da casa de Deus e pela dianteira na pregação do evangelho (Mt 24.45-57; 1ª Tm 3.5; 1ª Co 9.13,14; 1ª Tm 5.17,18). Uma grande responsabilidade pesa sobre esses líderes! Diz a Escritura que eles hão de dar contas de nossas almas (Hb 13.17), por isso, que eles devem servir como verdadeiros atalaias que ver o perigo, e avisa ou como pastores de rebanho que ver o lobo, e protege a ovelha (Ez 33.2-7; Jo 10.11-13). Não apenas os ministros são os despenseiros, mas, todo aquele que o Senhor lhe entregou algo! Esse também é um despenseiro na casa de Deus. A Escritura diz: ‘guarda o que tens’ (Ap 3.11). Somos exortados a sermos ‘bons despenseiros da multiforme graça de Deus’ ou ‘dos mistérios de Deus’ (1ª Pe 4.10; 1ª Co 4.1). Quer dizer, os ‘mistérios de Deus’ estão sob os nossos cuidados! Deus nos confiou a sua empresa espiritual, a sua organização. Por isso temos que ser sóbrios e vigilantes! O crente sóbrio não se entrega ao vinho. O ‘vinho’ não se refere apenas a bebida alcoólica, mas a bebida da confusão, da contenda e da dissolução (Ef 5.18). Assim como a bebida alcoólica altera as faculdades de raciocínio e altera o bom senso, assim, também a confusão, a contenda e a dissolução afeta o raciocínio, a razão, o bom-senso, a sensatez, o juízo. A Escritura diz: ‘E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito’ (Ef 5.18). Como uma pessoa que gosta de contenda e confusão vai cuidar das coisas de Deus, se Deus não é Deus de confusão, e Ele exige que as suas coisas sejam feitas com decência e ordem (1ª Co 14.33,40; 2ª Tm 2.24). Para que o bom despenseiro não entre em contendas e perda a sua razão, ele precisa de vigilância. Porque em todas as igrejas existem aqueles ‘que semeia contendas entre irmãos' (Pv 6.19). Uma das qualidades de uma pessoa que tem vigilância é a perspicácia. Uma pessoa perspicaz não se envolve em situação que ele percebe que acabará em confusão, em circunstância em que haverá 64
contendas, ele mante-se afastado daqueles que gostam semear contendas entre os irmãos, mante-se alerta daqueles que gostam de fofocas, disse-medisse, daqueles que gostam de levar e trazer conversas. E assim ele conservará sua alma de confusão. Esse espírito de sobriedade e vigilância deve fazer partes da vida do despenseiro, principalmente, quando estiver ministrando as coisas santas de Deus. Os sacerdotes quando ministravam no santuário sagrado, eram proibidos terminantemente de provar em bebidas alcóolicas, pois, precisavam realizar seus serviços em sã consciência (Lv 10.9-11). Os cristãos como sacerdotes do santuário espiritual não podem servir a Deus com confusão, contendas, brigas, rixas e mágoas, mas manter a sã consciência (1ª Tm 1.5,6; 6.4; 2ª Tm 2.14). Assim como os sacerdotes levíticos corriam o risco de serem fulminados na presença do Senhor, nós, também corremos o risco de sofrer grandes consequências diante do Senhor. A Bíblia diz que ao servo do Senhor não convém contender, mas ser manso para com todos (2ª Tm 2.24). Um líder não pode dirigir seu departamento com confusão com os componentes do departamento ou tomar decisões baseando-se em conversinhas, ele precisa ser moderado e criterioso. Em um ambiente onde atua os dons espirituais, precisa imperar o fruto do Espírito, principalmente o amor. Pois o propósito dos dons é promover a edificação mútua e o altruísmo entre os cristãos. Por isso os dons precisam atuar pelo amor e não pelo egoísmo. É por isso que Paulo exorta a igreja a busca os dons que sirvam melhor para edificação da congregação do que aqueles dons que apenas promovem a edificação pessoal (1ª Co 14.4,12,13,28). Um cristão egoísta procura benefício próprio, destaque entre os irmãos, promoção pessoal e feri a dignidade do outro. O egoísmo não casa bem com os dons, mas o amor sim (1ª Co 13.1-8). Pois quem ama trata bem as pessoas, não espera receber algo em troca, se relaciona bem com os outros e tem um o coração acolhedor para com todas as pessoas. Esse tipo de cristão está habilitado por Deus para ministrar os dons de uma maneira eficaz, pois não serve a si mesmo, mas ao próximo, não busca o seu próprio prazer, mas o agrado de Deus. O mandamento bíblico é: tens de amar ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e ao teu próximo como Jesus te amou (Mc 12.30,31; Jo 13.34; 15.12). O amor é o motivador das nossas ações! O amor é a mola propulsora que nos impulsiona a praticar os bons atos. Temos que servir a Deus por amor, sem visar alguma premiação pessoal. O cristão serve o seu próximo com amor, sem fazer acepção de pessoas, para ele não importa se o seu irmão é pobre ou rico, saudável ou doente, pequeno ou grande, educado ou ignorante. 65
O despenseiro deve servir com fidelidade e zelo. O despenseiro fiel prega a Palavra de Deus, sem adulterar as Escrituras. O despenseiro fiel profetiza apenas aquilo que o Senhor lhe entregou. O despenseiro fiel ensina as Escrituras sem alterar a sã doutrina. O despenseiro fiel ministra os dons espirituais sem atropelar o Espírito Santo. O despenseiro fiel espera ouvir a voz de Deus para depois falar. O despenseiro fiel não cobra cachê para operar milagres, maravilhas e curas. O despenseiro fiel não fala para agradar aos homens, mas a Deus, o Senhor. O despenseiro fiel não dissimula a manifestação do Espírito, nem manipula a fé dos outros. O despenseiro fiel não sonega os dízimos do Senhor, e nem tasca a mão nas finanças da igreja. O despenseiro fiel lidera o seu departamento sem contradizer as diretrizes do seu supervisor. O despenseiro fiel é o que é na presença e na ausência. O despenseiro fiel trabalha na obra do Senhor sem prejudicar a ninguém. O despenseiro fiel procurar manter um bom testemunho para não trazer escândalo a igreja de Deus. O despenseiro fiel cuida bem da sua casa e da sua família para depois cuidar da casa de Deus. O despenseiro fiel não usa as visões e revelações do Senhor para bisbilhotar a vida alheia. O despenseiro fiel não se embaraça com os negócios dessa vida a fim de agradar Àquele que lhe alistou para o serviço cristão. Sejamos, pois, um despenseiro fiel, zeloso, sóbrio, vigilante e amoroso e com certeza iremos administrar os dons da multiforme sabedoria de Deus e da multiforme graça de Deus conforme o seu eterno propósito que ele estabeleceu em Cristo Jesus para fazer conhecido até dos principados e potestades no ar o seu plano salvífico para a sua Igreja.
Mensagem Ministrada na Assembleia de Deus-Shekiná Em 29 de Junho de 2014 Multiforme Sabedoria de Deus (II)
Saúdo a todos na Paz do Senhor Jesus Cristo! Tanto para mim como também para minha esposa é um prazer muito grande puder estar aqui juntamente com os irmãos. Nós viemos nos congregar aqui, em 2007, com o objetivo de ajudar o Pb. Nilton Paulo, e, me alegro muito quando estou nessa congregação, porque vejo que o pavio que estava fumegando, não se apagou, mas está vivo e pegando fogo. E, também, quero agradecer a essa congregação, porque, em 2011, quando eu passei pelo vale da sombra da morte, vocês oraram por mim, vocês me visitaram, as senhoras, a mocidade. Me lembro que um dia, o 66
irmão Tiago foi em minha casa com um grupo de jovens. Eu sei que foi a oração do povo de Deus que me levantou. Quando eu estava na UTI em coma, ouvia muitas vozes em orações, dizendo: ‘Pai, traga o irmão Edinaldo de volta’. E eu sei que a voz de vocês também estava ali, orando por mim. Sou muito grato a Deus! Me alegro mais ainda em poder estar junto com o Pb. Cristóvão, varão de Deus, e eu creio que um dia ele vai voltar para Salém, e dirigir ali por três anos aquele povo de Deus. Quero falar, nessa noite, sobre a multiforme sabedoria de Deus. É um assunto para duas horas, mas pretendo conclui-lo às nove horas da noite, tenham paciência, Deus vai falar conosco através da Sua santa Palavra. A Multiforme sabedoria de Deus foi revelada no plano eterno que o Senhor estabeleceu em Cristo Jesus antes da fundação do mundo, e esteve oculto em mistério das gerações passadas, os profetas apenas contemplaram através de símbolos, figuras e profecias, mas no decorrer dos tempos, foi manifestado através de Jesus Cristo, e os apóstolos o interpretaram, pelo Espírito Santo, para a compreensão da Igreja (Efésios 3.1-12). Dentro desse plano da salvação, Deus colocou os seus dons para enriquecer a igreja com as insondáveis riquezas de Cristo. O Deus sábio e inteligente soube agir de tal modo no mundo que os próprios anjos e demônios ficaram admirados com o plano secreto de Deus. O grande mistério era: Como o Deus santo e justo salvará os pecadores, sendo que eles merecem a condenação? Os anjos ficaram atentos para saber como Deus desvendaria esse mistério (1ª Pe 1.10-12). Deus desvendou o mistério! (Ef 3.10). Deus não só salva pecadores da condenação como também os galardoa com dos dons de Deus. Os dons de Deus são diversos e se estão classificados em três esferas: primeira, esfera congregacional, segunda, esfera ministerial e terceira esfera soterional. Soterional é uma palavra derivado do grego ‘soteria’ que significa ‘salvação’, portanto, dons na esfera da salvação. Nos dons da esfera congregacional temos duas classes de dons: dons espirituais e dons práticos. Os dons espirituais estão divididos em três categorias: dons da revelação, dons de poder e dons de elocução. Os dons de revelação são: palavra da sabedoria, palavra do conhecimento e discernimento de espíritos. Os dons de poder são: dom da fé, dons de curas e operação de maravilhas. Os dons de elocução são: profecia, variedades de línguas e interpretação das línguas. O povo de Deus tem uma diversidade de dons para operar neste mundo! A Escritura diz que os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo, e que os ministérios são muitos, mas que é o mesmo Senhor que opera, e que as operações de Deus são muitas, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos (1ª Co 12.4-6). 67
E ainda dentro dos dons da esfera congregacional temos os dons práticos de serviços. Os dons práticos aparecem em Romanos 12. Enquanto que os dons espirituais são manifestações sobrenaturais do Espírito Santo, que não depende da vontade das pessoas, mas da soberania do Espírito Santo, os dons práticos operam de modo natural na congregação. Por exemplo, a pessoa que tem o dom de profecia, que é um dom espiritual, fala coisas inspiradas sobre as quais não pensou, nem imaginou e nem programou. Quem tem o dom da sabedoria ou da ciência traz o que estava escondido sem saber, revela coisas que ninguém imaginava. Isso vem sobre o douto e o indouto, sobre o educado e o analfabeto. Porque são dons poderosíssimo do Espírito Santo de Deus. São dons pelos quais as pessoas não têm nenhuma capacidade de operar, mas Deus opera por nós. O dom da fé vem sobre alguém, que ele é até capaz de transportar montanhas. Há crentes temerosos, mas quando vem sobre ele os dons de operação de maravilhas ou os dons de curar, ele realiza coisas extraordinárias, pois recebe a inspiração e o poder de Deus. Os dons práticos são serviços que os cristãos desempenham no cotidiano da congregação local. Alguns deles são: serviço episcopal e diaconal, serviços na área do ensino e da pregação, serviços de aconselhamento, assistência social, hospitalidade e filantropia. Esses dons também são concedidos pelo Espírito Santo, mas de uma maneira natural para serviço cristão no corpo de Cristo. Isso significa que aquele que tem o dom da assistência social, que inclui ajudar aos necessitados e aos pobres e visitar os doentes e os presos, não precisa receber alguma revelação sobrenatural de Deus para realizar essas coisas. De modo que ele não precisa dizer: ‘A irmã fulana de tal está doente, precisando de visita, mas eu só for visita-la se o Espírito falar comigo’. Não! Os dons de serviços não precisam dessa capacitação sobrenatural do Espírito. Igualmente o diácono, ele já sabe quais são as suas atribuições, de modo que não precisa esperar receber um toque sobrenatural do Espírito, pois, ele sabe que tem que servir na casa de Deus. O diácono tem que servir na obra de Deus, carregando caixa de som, cadeiras e prestando ajudas. Não precisa esperar diretrizes do supervisor em coisas que ele sabe que deve fazer. Temos que saber diferenciar os dons espirituais dos dons práticos. Nos dons práticos não precisa esperar uma capacitação sobrenatural para agir, mas os dons espirituais sim. O cristão que profetiza, sem Deus inspirar, estará profetizando da carne, mas quem tem o dom do ensino não precisa esperar uma inspiração poderosa de Deus. Paulo disse que aquele que tem o dom de ensinar, então, se dedique ao ensino. Ele não precisa buscar a divina revelação para ensinar, mas buscar na Palavra escrita de Deus o 68
entendimento e o conhecimento através da pesquisa, do estudo sério e da leitura. Temos também os dons na esfera ministerial que consta em Efésios 4.11 que são os ministros oficiais da igreja. Aqueles que o Senhor escolheu para liderar o seu povo. São cinco ministros ordenados na igreja: apóstolos (missionários), profetas (pregadores), evangelistas, pastores e mestres (teólogos). Sabemos que em nossa Igreja Assembleia de Deus temos apenas dois ministros ordenados: os pastores e os evangelistas. Esses dois ministros desempenham as demais funções ministeriais. Ainda que não temos os cinco títulos, mas temos as cinco funções em operação. Pois são nossos pastores que são enviados como missionários, são os pastores que são os pregadores itinerantes inspirados por Deus que nos trazem mensagens proféticas, de exortação, consolação e edificação nas congregações, são nossos pastores que desempenham a função de mestre nos trazendo a interpretação da doutrina cristã e da teologia. Esses ministros foram estabelecidos por Cristo para produzir na igreja o aperfeiçoamento e a preparação dos santos para a obra do ministério. Eles não foram escolhidos para fazer toda a obra, mas para liderar os santos nos diversos serviços cristãos e dons espirituais. Temos também os dons na esfera da salvação. Primeiramente, temos o dom do amor, o ágape de Deus. Esse dom atingiu a sua manifestação máximo no amor de Deus, quando Ele doou seu Filho para morrer por pecadores impenitentes. Isso foi uma demonstração do amor incondicional e sacrificial de Deus. Ninguém tem coragem de dar o seu filho para morrer por pessoas boas, quanto mais por pessoas pecadoras e ímpias, Deus, porém, deu o seu Filho para morrer pelos ímpios (Rm 5.6-8). Cristo disse: ‘Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos’ (Jo 15.13). A boa notícia, irmãos, é que o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi outorgado por Deus (Rm 5.5). De modo que os cristãos podem amar ardentemente e cordialmente uns aos outros em Cristo Jesus (Rm 12.10; 1ª Pe 1.22). Temos também o dom da filiação divina. Este dom é maravilhoso! Deus nos capacitou a torna-nos seus filhos. Outrora, éramos filhos das trevas, filhos da desobediência e filhos da ira (Ef 2.2,3; 5.6,8). Deus nos adotou na sua família como seus filhos, e nos deu os mesmos direitos que Seu Filho Jesus tem, de modo que nos tornamos herdeiros de Deus e coerdeiros de Jesus Cristo (Rm 8.16,17). E agora que não somos mais escravos do pecado, mas filhos de Deus, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do Seu Filho que clama: ‘Aba, Pai’ (Rm 8.15; Gl 4.5,6). Temos uma intimidade profundo com Deus através do dom da filiação. 69
Temos também o dom da justiça ou da justificação. Esse dom se manifesta quando Deus torna pessoas rebeldes em justas (Rm 5.17-19). Para que a pessoa pudesse ser justa aos olhos de Deus, tinha que guardar, radicalmente e ao pé da letra, 613 leis, sem quebrar nenhuma, dia e noite (Rm 10.5; Gl 3.12; Ez 18.22). Se um dia, ele pecasse, toda a sua justiça ia para o ralo (Ez 18.24; Tg 2.10), porém, Deus nos tornou justos sem precisar guardar 613 leis, porque Jesus Cristo, Seu Filho, guardou por nós, e depositou em nossa conta a Sua justiça (Gl 2.16; Rm 4.4-6; 5.1,18,19; 2ª Co 5.21). Jesus Cristo nos vestiu da Sua justiça, de modo que quando Deus nos olha não nos ver mais pecadores, mas justos, redimidos, lavados e comprados no sangue do Cordeiro. O dom da reconciliação. Você pode até não aceitar, mas você era um inimigo de Deus. A Bíblia diz que aquele que se constituí amigo do mundo, se constitui inimigo de Deus (Tg 4.4). Então, erámos inimigos de Deus, e como inimigos de Deus, erámos merecedores da ira de Deus sobre nós. Porém, Deus com Seu grande amor com que nos amou, nos reconciliou através do corpo de Cristo na cruz (Cl 1.20-22). Deus não só nos reconciliou, mas, também, nos deu o ministério da reconciliação, e nos enviou como seus embaixadores e representantes para apregoar aos homens a reconciliação com Deus (Rm 5.10,11; 2ª Co 5.1820). Somos sacerdotes de Deus e de Cristo, e intercedemos por este mundo caído. Outro dom maravilhoso que faz parte da esfera da salvação é o Espírito Santo de Deus, que Deus fez habitar em nossos corações desde quando nascemos de novo. Não estamos sozinhos neste mundo, o Espírito Santo está conosco. Não desenvolvemos a nossa salvação com nosso próprio esforço, mas é o Espírito Santo que nos fortalece para vivermos dia após dia com Deus. O Espírito Santo nos dá força para mortificarmos as obras da carne. É o Espírito Santo que nos guia, nos orienta e ilumina a nossa mente para compreendermos os tesouros ocultos da Palavra de Deus. Fomos selamos com o Espírito Santo para o Dia da redenção, ele é a garantia da ressurreição do nosso corpo no última Dia. Está escrito: ‘se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele’ (Rm 8.9). Mas nós recebemos o Espírito de Cristo! Que foi derramado sobre nós copiosamente e abundantemente. E, por último, o dom da vida eterna ou da salvação eterna. Está escrito: ‘Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor’ (Rm 6.23). Diz o apóstolo João: ‘E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna’ (1ª Jo 2.25), e disse também: ‘Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida’, ‘mas a ira de Deus sobre ele permanece’ (1ª Jo 5.12; Jo 3.36). 70
O cristão não teme a morte! Porque ele sabe que um dia há de erguer da sepultura e gritar: ‘Onde está, ó morte... a tua vitória?’ (1ª Co 15.55). Porque a morte será tragada pela ressurreição (1ª Co 15.54). Meus irmãos, os dons, por fazerem parte da multiforme sabedoria de Deus, são amplos. Isso significa que são inesgotáveis. Não se esgotam! No celeiro de Deus não falta nenhum dom. Todos os dias Deus está fabricandoos, e sua fábrica não para, nem dia e nem de noite. Os dons não cessaram, mas continuam até hoje. Paulo fala da profundidade das riquezas de Deus, fala das riquezas insoldáveis e incompreensíveis de Cristo (Rm 11.33; Ef 3.8). É uma fonte de águas vivas que quanto mais se tira, mais cria (Jo 4.10,14; 7.38,39). Quando mais o povo de Deus recebe dons, mais têm dons para recebermos dele! Os dons são para todos os cristãos como está escrito: ‘Deus que opera tudo em todos’ (1ª Co 12.6). Não são para alguns predestinados, alguns especiais, alguns privilegiados, são para todos. Desde uma criança até um ancião. Isso é uma bênção muito grande! Porque antigamente, apenas os juízes, profetas, reis e sacerdotes recebiam os dons de Deus, mas hoje, são todos. Um dia Moisés estava achando o seu trabalho muito pesado e disse: ‘Eu só não posso levar a todo este povo, porque muito pesado é para mim’ (Nm 11.14). E Deus lhe disse: ‘Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel... e os trarás perante a tenda da congregação... e tirarei do espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo, para que tu não a leves sozinho.’ (Nm 11.16,17). Moisés escreveu os nomes daqueles homens num livro e os convocou para a congregação para que Deus derramasse sobre eles o Seu Espírito. Então compareceram 68 homens à congregação, e sobre eles desceu o Espírito de Deus (Nm 11.24,26). Mas Deus é tão fiel que aqueles dois homens que não foram à reunião naquele dia, mas ficaram no arraial em suas tendas, também foram visitados por Deus, e receberam o Espírito do Senhor e profetizavam (Nm 11.26). Então, Josué enciumado disse a Moisés: ‘Eldade e Medade não compareceram à reunião, mas estão profetizando no arraial, proibi-os’. Então Moisés lhe disse: ‘Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta, e que o Senhor pusesse o seu Espírito sobre ele!’ (Nm 11.27-29). E hoje o Espírito de Deus é derramado sobre todo o povo do Senhor! E todos podem profetizar em nome de Jesus! Porque ‘do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas... e profetizarão’, diz o Senhor (At 2.18). Os dons de Deus por serem amplos se manifestam de modo e forma diferentes na congregação. E assim uma pessoa que recebe o dom de profecia é usado de modo diferente de outra pessoa que também tem o dom de profecia (Rm 12.6). 71
Os dons são dádivas graciosas do Pai (Tg 1.17; Rm 12.6). Duas palavras gregas para dom aparecem nesse texto de Tiago e Romanos: ‘dorema’ (Tg 1.17) que significa ‘presente ou dádiva’ e ‘carismata’ (Rm 12.6) que vem da raiz ‘caris’ e significa ‘graça’, então, os dons de Deus são presentes dados gratuitamente e graciosamente ao Seu povo. Não se pode subornar a Deus, a Bíblia diz que Deus não aceita suborno (2º Cr 19.7). Deus dá de graça! Simão tentou comprar o dom de Deus, o apóstolo Pedro o amaldiçoou: ‘O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro’ (At 8.18-20). Como se adquiri o dom de Deus? Está escrito no Salmo 51.17: ‘um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus’. Diz o autor aos Hebreus: ‘Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé’ (Hb 10.22). Se o crente se aproxima com o coração purificado pelo sangue de Cristo e com a fé viva, receberá os dons de Deus. Porém, ele não recebe os dons segundo o seu querer, pois os dons são distribuídos segundo a vontade do Espírito Santo (1ª Co 12.11; Hb 2.4). Nem o crente usa o dom do jeito quiser, mas o Espírito usa para o que for útil (1ª Co 12.7). É o Espírito Santo que sabe quais são os dons que você precisa para realizar a tarefa que Deus lhe comissionou a fazer. Pois ele conhece a chamada particular que Deus lhe vocacionou (1ª Co 2.10,11). Cada ministério tem o seu dom adequado para atuar. Os dons de Deus são indispensáveis para a igreja, pois sem os dons, ela se torna fria, morna e seca. Sem os dons, a igreja perde a real presença de Deus e o poder do Espírito de Deus; sem os dons, o Espírito Santo não se manifesta na vida do crente; sem os dons, a igreja não é aperfeiçoada, amadurecida e preparada para servir na obra de Deus. Sem os dons, a igreja está vulnerável aos ataques de Satanás e todo o vento de doutrina falsa. Sem os dons, a igreja não alcança à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. Sem os dons, a igreja não estará ornamentada para se encontrar com Cristo naquele grande Dia. Tendo falado sobre as características dos dons, agora quero falar sobre as características dos bons despenseiros dos dons divinos. Diz Pedro: ‘Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus’ (1ª Pe 4.10). Para ser um bom despenseiro precisa ter sobriedade e vigilância. O que é uma pessoa sóbria? É uma pessoa moderada, temperada, controlada e equilibrada. Uma pessoa nervosa, com o pavio curto não pode administrar bem os dons de Deus. Muitos perdem sua sobriedade por causa do vinho da contenda (Ef 5.18). Não podemos nos envolver em confusão, pois o nosso Deus não é Deus de confusão (1ª Co 14.33). Pois os dons precisam se manifestar em um 72
ambiente que tenha decência e ordem (1ª Co 14.40). Temos que agir com mansidão. Paulo disse: ‘E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos’ (2ª Tm 2.24). Para manter-nos sóbrios, temos que ter vigilância, pois a vigilância nos resguardará de nos envolver em situações que nos leve a contendas e confusões. Deus abomina quem semeia contenda entre os irmãos (Pv 6.16,19). Evite o fofoqueiro e o mexeriqueiro (Lv 19.16; Pv 11.13). Mantenha a sua alma pura. Essas atitudes são indispensáveis ao bom despenseiro. Mas o que é um despenseiro? É alguém responsável de administrar algo que está sob sua guarda; é um tipo de mordomo. O mordomo não é o dono da casa, mas é responsável pelos outros empregos que serve naquela casa (Lc 12.42-46). Os cristãos como despenseiros são também mordomos e tem a responsabilidade dada por Deus de cuidar das coisas na casa de Deus (Mt 24.45-47). Os mordomos não são apenas os pastores e presbíteros, mas também todo aquele que recebeu do Senhor algum talento (Mt 25.14,15). Paulo disse para Timóteo: ‘Não desprezes o dom que há em ti... despertes o dom de Deus que existe em ti... cumpre cabalmente o teu ministério (1ª Tm 4.14; 2ª Tm 1.6; 4.5). Cada crente deve exercer plenamente o ministério que recebeu do Senhor (Cl 4.17), e para isso Deus nos deu capacidade, equipamentos e habilidades para que possamos cumprir o nosso serviço (2ª Co 3.5,6; 2ª Tm 3.16,17). Outra característica essencial no bom despenseiro é que ele deve ser amoroso. Em um ambiente onde atua os dons espirituais, precisa imperar o fruto do Espírito, principalmente o amor. O propósito dos dons é promover a edificação mútua e o altruísmo entre os cristãos. Por isso os dons precisam atuar pelo amor e não pelo egoísmo. Um cristão egoísta procura benefício próprio, destaque entre os irmãos, promoção pessoal e fere a dignidade do outro. O egoísmo não casa bem com os dons, mas o amor sim. Pois quem ama se importa com as pessoas, suporta as imperfeições do seu irmão, trata bem o seu próximo, não espera receber algo em troca, se relaciona bem com os outros e tem um o coração acolhedor para com todas as pessoas. É mandamento de Deus: ‘Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração... e o teu próximo’ como Jesus te amou (Mc 12.30,31; Jo 13.34; 15.12). Paulo disse para os irmãos de Corinto: ‘Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente’ (1ª Co 12.31), que é o caminho do amor (1ª Co 13.1-8). Porque se vocês tiverem os dons, mas não tiverem amor, não servem de nada. Diz o apóstolo: ‘Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, senão tiver amor, será como o sino que apenas faz barulho. Ainda que eu tivesse 73
todos os dons, conhecesse todos os mistérios, tivesse uma fé de transportar montes, se não tiver o amor, nada disso me aproveitaria’. Irmãos, é o amor que torna os nossos dons belos e maravilhosos diante de Deus! Aquele que ama ministra o seu dom com o objetivo de edificar o seu irmão. Para sermos bons despenseiros da multiforme graça de Deus temos que ser pessoas fiéis e zelosas. O despenseiro fiel prega a Palavra sem adulterar as Escrituras. O despenseiro fiel profetiza apenas aquilo que o Senhor lhe entregou. O despenseiro fiel ensina as Escrituras sem alterar a sã doutrina. O despenseiro fiel ministra os dons espirituais sem atropelar o Espírito Santo. O despenseiro fiel espera ouvir a voz de Deus para depois falar. O despenseiro fiel não cobra cachê para operar os dons de curas, operações de maravilhas e milagres. O despenseiro fiel não fala para agradar aos homens, mas a Deus, que o chamou para sua obra. O despenseiro fiel não dissimula a manifestação do Espírito, nem manipula a fé dos outros. O despenseiro fiel não sonega os dízimos do Senhor, e nem tasca a mão nas finanças da igreja. O despenseiro fiel lidera o seu departamento sem contradizer as diretrizes do seu supervisor. O despenseiro fiel é o que é na presença e na ausência. O despenseiro fiel trabalha na obra do Senhor sem prejudicar a ninguém. O despenseiro fiel procurar manter um bom testemunho para não trazer escândalo a igreja de Deus. O despenseiro fiel cuida bem da sua casa e da sua família antes de cuidar da casa de Deus. O despenseiro fiel não usa as visões e revelações do Senhor para bisbilhotar a vida dos outros. O despenseiro fiel não se embaraça com os negócios dessa vida a fim de agradar Aquele que o alistou para o serviço e para a guerra. Sejamos, pois, bons despenseiros para ministrarmos os dons divinos, e tornar o mistério de Deus conhecido dos principados e potestades nas regiões celestiais (1ª Tm 3.16).
Doutrina Ministrada na Assembleia de Deus-Mangueiral Em 10 de Julho de 2014 O Senhor é Bom (Esta foi a minha primeira palestra como diácono)
Saúdo a todos na Paz do Senhor Jesus! Para mim é um motivo de grande alegria de estar aqui na congregação no Mangueiral conhecendo mais uma parcela do povo de Deus, 74
e sinto-me mais grato ainda em está em uma congregação supervisionada pelo meu amigo Pb. Jefferson Rodrigues. Quero nessa noite falar sobre a bondade do Senhor e sua misericórdia sobre todas as pessoas, então vamos ler o Salmo 118.1-4: ‘Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre. Diga, pois, Israel: Sim, a sua misericórdia dura para sempre. Diga, pois, a casa de Arão: Sim a sua misericórdia dura para sempre. Digam, pois, os que temem ao Senhor: Sim a sua misericórdia dura para sempre’. Irmãos, é com muita alegria que lemos este texto da Palavra de Deus e descobrimos que o Senhor é bom. O Criador do céu e da terra é bom. O Soberano do Universo é bom. O Deus todo-poderoso é bom. O Deus justo e santo é bom. O Deus terrível e temível é bom. O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo é bom. E porque o Senhor é bom, a sua misericórdia dura para sempre. Diz o profeta Jeremias, em seu livro de Lamentações: ‘As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos destruídos, porque as suas misericórdias não têm fim’ (Lm 3.22). Então, pelo fato do Senhor ser bom e ter nos mostrado que a sua misericórdia dura para sempre e não tem fim, devemos fazer da nossa vida um meio de render graças ao Senhor. Por isso que o salmista disse: ‘Rendei graças ao Senhor’. Sabemos que render graças a Deus não é apenas verbalizar em palavras de louvores e expressões de gratidão, mas é fazer com que todo o proceder da nossa vida seja de gratidão e todos os nossos atos em demonstração de gratidão por tudo quanto Ele tem feito por nós. O profeta Jeremias disse: ‘Rendei graças ao Senhor dos Exércitos porque a sua misericórdia dura para sempre’ (diga isso os que) ‘trazem ofertas de ação de graças à casa do Senhor; porque restaurarei a sorte da terra como ao princípio, diz o Senhor’ (Jr 33.11). Nesse texto bíblico, Jeremias nos mostra um grande motivo de rendemos graças ao Senhor e de celebramos a sua misericórdia, porque o Senhor promete restaurar a criação como no princípio. A criação é o primeiro ato da demonstração do amor de Deus. Deus não tinha necessidade de criar todas as coisas, mas mesmo assim as criou por sua bondade. Diz Apocalipse 4.11: ‘Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas’. A vontade de Deus de criar todas as coisas é um ato da sua bondade. É por isso que quando lemos o relato da criação em Gênesis, nos deparamos com uma expressão que se repete constantemente: ‘e viu Deus que era bom’ (Gn 1.10,12,18,21,25,31). 75
A criação é produto da bondade de Deus, e não produto do acaso, de leis cegas e aleatórias, mas do projeto muito bem arquitetado e planejado por Deus. A criação revela a bondade de nosso Criador. Todas as pessoas, independentemente que sejam crentes ou descrentes, devem levantar de manhã gratas a Deus pela sua criação. Até mesmo os cientistas ficam abismados quando estudam a Terra, o Universo e a natureza devido a sua beleza e complexidade. Através do princípio antrópico, os cientistas reconhecem que o Universo foi preparado para que pudesse receber a vida. Muitos deles, ainda que não acreditem em Deus, mas quando estudam o Universo percebem que foi tão bem planejado e arquitetado que parece que ele esperava a chegada do ser humano. É semelhante a uma mulher grávida que prepara o quarto de maneira especial para receber a criança. Os cientistas chamam isso de sintonia fina em que o Universo está tão bem sintonizado para receber a vida que se houvesse uma pequena diferença era impossível o desenvolvimento da terra na Terra. A posição da Terra em relação ao sol, o alinhamento dos planetas, a gravidade e as leis da física estão tão bem sintonizados que conspiram para o surgimento da vida. Os cientistas se deparam com a seguinte indagação: ‘Por que existe algo em vez de nada?’. A ciência não tem como responder essa pergunta! Mas nós temos a resposta. Por que existe algo em vez de nada? Porque a criação é produto da bondade de Deus (Sl 136.5-9), e Ele a criou de uma maneira que pudesse originar a vida. De fato, quando lemos o relato de Gênesis e vimos que quando tudo estava preparado e organizado, Deus, então, resolveu fazer a sua obra prima e especial. Se Deus tivesse criado o homem no terceiro dia era impossível aquele ambiente sustentar a vida, nem mesmo no quinto dia, o ecossistema estava viável para receber o homem, mas Deus criou o homem no sexto dia quando tudo estava bem preparado. Depois que Deus criou todas as coisas, preparou um lar especial para sua criatura humana, o Jardim do Éden, em que o homem estava arrodeado de todas as coisas boas e maravilhosas. A Bíblia diz: ‘o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida’ (Gn 2.8-10). Habitando no Jardim do Éden, o homem vivia num paraíso diante de Deus. E a sua vida era de gratidão por causa de todas as belezas que Deus tinha feito, principalmente pelo dom mais preciosa que Deus lhe concedeu, a vida. A vida é um mistério complexo em que cientista nenhum tem a capacidade de produzir, ainda que tenham tentado através de várias experiências em seus laboratórios. De uma maneira inexplicável a vida surgiu da bondade e da graça de Deus. Porque somente Aquele que é vivo e tem a vida abundante poderia produzir vida. A vida está espalhada por toda a criação de Deus. 76
Porém, Gênesis 2.18 mostra algo que Deus não achou bom. Ali está escrito: ‘Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele’. Então, muito embora, o homem estivesse rodeado de delícias, Deus percebeu que ele era solitário. E por causa do homem, Deus criou a mulher (1ª Co 11.9). A Escritura diz em Provérbios: ‘Aquele que encontra uma esposa, acha o bem, e alcança a benevolência do Senhor’ (Pv 18.22). A mulher que Deus criou, também, foi produto da Sua bondade para com o homem, a fim de que pudesse ajuda-lo em seus fazeres, labuta e missão (Gn 2.20-23). O apóstolo Paulo diz algo interessante em sua primeira carta aos Coríntios 11.9: ‘... o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem’. Eis os motivos porque as mulheres devem ser gratas a Deus: Primeiro por causa da sua criação, segundo, por causa do homem que Deus criou, pois foi através do homem que Deus fez com que a mulher existisse. Porém, com o propósito de equilibrar a relação entre homem e mulher, Paulo, também, disse: ‘No Senhor, todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem. Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem é nascido da mulher, mas tudo vem de Deus’ (1ª Co 11.11,12). Ainda que Deus não tivesse a necessidade de ter criado o homem e a mulher (At 17.25), mesmo assim, os criou por sua bondade e graça para que pudessem ser mordomos de Deus e cuidarem de todas as belezas que Deus criou. Porém, não só nos deparamos com a bondade de Deus para com suas criaturas humanas, mas, também, nos deparamos com a sua misericórdia. Por isso está escrito: ‘Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre’. A misericórdia de Deus foi demonstrada quando o casal que Ele criou desobedeceu ao seu mandamento, quebrou a sua lei, transgrediu a sua palavra e foram expulsos do Jardim. Poderiam ter sido fulminados pela ira de Deus, mas Deus os deixou viver com a esperança de serem redimidos de seus pecados. Alguém escreveu que se Deus soubesse que Adão e Eva iriam transgredir a sua palavra não os teria criados. Essa pessoa afirma que Deus se autolimitou em sua onisciência e presciência não prevendo que esse casal pecaria. Porém, a verdade é que Deus criou Adão e Eva sabendo de antemão que eles iriam transgredir a sua lei, contudo, também, providenciou de antemão o resgate, porque a sua misericórdia dura para sempre (Ap 13.8). Portanto, antes daquele casal tomasse do fruto proibido e pecasse contra Deus, ele projetou o meio de salvação para aquele casal e seus descendentes. Assim, a misericórdia de Deus se revela no início da sua criação tendo como objetivo a redenção e restauração de todas as coisas. 77
Jeremias disse: ‘Rendei graças ao Senhor... porque restaurarei... a terra como ao princípio, diz o Senhor’ (Jr 33.11). Sabemos que desde a queda de Adão não deparamos mais com aquela natureza original, mas uma natureza caída que está caminhando para a destruição, mas tendo de Deus a promessa e a esperança de restauração de todas as coisas (At 3.21; Rm 8.20,21; Mt 19.28). Por conseguinte, devemos render graças a Deus por sua bondade e celebrar a sua misericórdia não só pela criação de todas as coisas e a origem da vida humana, mas também, pelo fato de o homem ter caído no pecado e a natureza sofrer as consequências da queda, mesmo assim, Deus providenciou um plano eficaz para resgatar o homem e restaurar a criação ao seu estado original. Então, todos nós temos razões para render graças ao Senhor. Porém, o texto do Salmo 118 cita especialmente Israel como que indagando: ‘Israel, você tem motivos para render graças a Deus?’. Como que respondendo Israel dirá: ‘Sim, porque a sua misericórdia dura para sempre’. Em que a misericórdia de Deus foi demonstrada ao povo de Israel que o leva a ter motivos suficientes para render graças a Deus? No livro do Êxodo encontramos a nação de Israel escravizada na terra do Egito, porém, essa nação torna-se livre pelo poder resgatador de Deus. Até então, Israel tinha uma vida de penúria, de tristeza e sem esperança, não se considerava uma nação independente. Como escravos trabalhavam arduamente e com angústia para comer o pão de cada dia. Israel clamava a Deus, noite e dia, pela sua libertação. Deus, então, levantou um homem chamado Moisés para que, com as habilidades e o poder que Deus lhe concedeu, libertasse o povo de Israel da mão de Faraó e do poder do Egito. Quando Israel travessou o mar Vermelho, que se abriu diante dele de uma maneira milagrosa, lá do outro lado, os israelitas renderam graças a Deus e festejaram o nome do Senhor pela libertação que Deus lhes haviam concedido de modo gracioso por sua imensa bondade e graça demonstrada pelo livramento do povo de Israel da terra do Egito. Outro motivo de renderam graças a Deus foi porque eles peregrinaram por quarenta anos em um deserto terrível e foram sustentados maravilhosamente por Deus através do maná celestial e da água que brotava da rocha. Era impossível que mais de seiscentos mil pessoas pudessem encontrar, em um deserto, alimento suficiente para se manterem, mas Deus por sua provisão amorosa e amor imenso sustentou aquele povo no deserto. Ainda que Deus teve que suportar murmurações, rebeliões contra seus líderes e muitas outras coisas, ele manteve-se fiel à sua palavra de sustenta-los no deserto. 78
Israel, também, tinha motivo de render graças a Deus porque eles tomaram posse de uma terra que mana leite e mel. Deus lhes havia prometido que eles possuiriam uma terra em que não plantaram para colher, pois a terra já estava pronta para usufruírem das delícias dela, uma fiel demonstração da bondade de Deus (Dt 6.10-12; Js 24.13). Aquela terra foi entregue a eles como herança perpétua por toda a sua geração. Muitas nações se revoltaram contra Israel a fim de tomarem a sua herança, mas a herança que Deus lhes prometera estava firmada na palavra da aliança que Deus fez com eles e no juramento que Deus fizera a Abraão, Isaque e Jacó. Contudo, vivendo na terra da promessa, quebraram as leis de Deus e foram conduzidos cativos para Babilônia, onde permaneceram por setenta anos. A terra de Israel ficou abandonada e entregue a destruição, mas Deus lembrou-se do seu povo e os fez voltar para a sua terra novamente. O profeta Isaías disse: ‘...como o terebinto, e como o carvalho, dos quais, depois de derrubados, ainda fica o toco. Assim a santa semente é o seu toco’ (Is 6.13). Deus estava lhes prometendo que ainda que todos fossem derribados, ainda que suas casas fossem todas destruídas, e que a terra fosse toda devastada e todas as árvores fossem arrancadas, e permanecesse apenas o toco, aquele toco seria a semente e através dela, Deus faria seu povo brotar novamente, crescer, produzir e ser abençoado (Is 6.11-13). De fato, apenas com aquele pouco remanescente que voltou da Babilônia, Deus fez tantos como a areia do mar e como as estrelas do infinito. Deus foi fiel com Israel. Deus demonstrou a sua bondade, a sua misericórdia e sua graça ao seu povo escolhido e a sua nação eleita. E por último, Deus demonstrou a sua graça a Israel quando enviou o Messias para restaurar a nação à Deus. O Messias foi para o povo de Israel a maior promessa de Deus para aquela nação. Em quem eles colocaram todas as suas esperanças na certeza que através da vinda do Messias, Deus restaurariam novamente como uma nação santa e poderosa na terra. E o Messias de fato veio como Deus havia prometido, e encontrou a nação debilitada, escravizada pelo pecado e debaixo do domínio dos romanos e trouxe para eles mais do que a libertação política, trouxe a libertação espiritual do pecado que os distanciavam de Deus. O Messias através da sua morte e ressurreição abriu o caminho para que a nação de Israel pudesse voltar para Deus e servisse o Senhor com alegria e singeleza de coração. Deus através de muitas profecias prometeu restaurar a nação de Israel e também a sua terra por intermédio do Messias. Porém, o Messias veio primeiro colocar o Reino dentro do coração deles para depois, então, o Reino de Deus se apoderar de todo o planeta terra. Em outras palavras, o Messias veio primeiramente restaurar os escolhidos, aqueles que dentre 79
Israel creriam nele, e fazer deles uma nação santa e espiritual, e quando retornasse lhes daria a terra que prometeu a Abraão e a todos os profetas. De fato, o Messias quando foi assunto aos céus, deixou a nação restaurada para Deus e através dela constituiu a sua Igreja a fim de que pudesse, através da Igreja, levar a luz à todas as nações. Está escrito nos profetas: ‘... restaurares as tribos de Jacó, e tornares a trazer os preservados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra’ (Is 49.6; At 13.47). O texto do Salmo 118, também, cita a casa de Arão como que indagando também: ‘Se tinham motivos para render graças ao Senhor?’. Em resposta dizem: ‘Sim, porque a sua misericórdia dura para sempre’. Realmente, a casa de Arão foi escolhida por Deus, dentre todas as tribos de Israel, para que pudesse ministrar o sacerdócio santo. De todos os israelitas, os da casa de Arão, eram os únicos privilegiados de entrarem no tabernáculo de Deus, na presença do Altíssimo, e lhe ofertar sacrifícios e dons em favor da nação de Israel. Eles eram os únicos que poderiam tocar nas coisas sagradas, se aproximar do Santo dos santos e contemplar a arca da aliança em todo o seu esplendor. Quando o tabernáculo era desmontando para que a nação pudesse caminhar no deserto, a arca era coberta com vários panos para que nenhum israelita tivesse o privilégio de contemplar a arca, mas a casa de Arão tinha esse privilégio de contemplar a arca de Deus e o sumo sacerdote tinha o privilégio, uma vez no ano, de contemplar a shekiná de Deus se manifestando sobre a tampa da arca e ver o esplendor do Altíssimo. Por isso que os levitas tinham motivos de celebrarem ao Senhor e fazerem de suas vidas um altar de gratidão a Deus. Porém, o Salmo 118 continua: ‘e vocês que temem ao Senhor têm algum motivo para render graças ao Senhor?’. Se nós, que estamos aqui, tememos ao Senhor, então, a sua palavra é dirigida a cada um de nós: Será que temos motivos de render graças a Deus? Será que temos motivos de transformar as nossas vidas em gratidão a Ele por toda a nossa existência? Se Israel tinha motivos para render graças a Deus, se a casa de Arão tinha motivos para dar graças a Deus, nós, gentios, temos muito mais motivos do que eles. Porque eles eram povo escolhido de Deus, estavam amparados pela aliança que Deus fez com Abraão, Isaque e Jacó e prometeu-lhes que nunca quebraria a aliança feita com eles e que através deles abençoaria a sua descendência, e a descendência deles é a nação de Israel, e nós não somos a descendência deles. Nós não estamos amparados pela fidelidade de Abraão, não estamos amparados pelo temor de Isaque e não estamos amparados pela eficiência de Jacó, mas mesmo assim, Deus teve misericórdia de nós, gentios. Pedro escrevendo para os gentios disse que ‘vocês em outro tempo não eram povo, mas agora sois povo de Deus; que não tinham alcançado 80
misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia. Vocês, agora, são a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido e exclusivo de Deus’ (1ª Pe 2.9,10). Irmãos, nós que não tínhamos participação com a nação de Israel, tornámo-nos participantes com ela no mesmo patamar e com os mesmos privilégios. Porque apenas Israel era o sacerdócio real, mas nós, agora, também, somos sacerdócio real de Deus, temos, também, o privilégio de contemplar a Sua arca da aliança, de ver a sua presença, sentir a sua shekiná e receber o Seu Espírito. Deus ordenou que a nação de Israel destruísse todas as demais nações, porque todas aquelas nações eram tidas por Deus como seus inimigos. Deus as detestava e odiava por causa de suas idolatrias, imoralidades e violências, Deus os queriam distante da sua herança, não tendo nenhuma participação no culto à Deus. E se quisessem ter algum privilégio, deveriam se tornar judeus, e assim, receberiam o benefício do concerto que Deus fez com os judeus. Mas agora, irmãos, através de Cristo, nos tornamos povo de Deus sem precisar nos tornar judeus, sem precisar praticar a circuncisão, sem precisar fazer peregrinação para a terra de Israel a fim de adorar a Deus no templo judaico. Como está escrito: ‘Chamarei meu povo ao que não era meu povo. E amada à que não era amada’ (Rm 9.25). Nós não erámos povo, nós não erámos amados, mas agora, quando as Escrituras se dirigem para nós nos chamam de ‘eleitos de Deus, santos e amados’ (Cl 3.12). O profeta Oséias disse, e Paulo cita essa profecia referentes aos gentios: ‘...e acontecerá que no lugar onde se lhes dizia: Vós não sois meu povo, se lhes dirá: Vós sois filhos do Deus vivo’ (Os 1.10; Rm 9.26). Antes, as Escrituras, nos chamava de ‘filhos da ira’ e ‘filhos da desobediência’, mas por sua misericórdia nos tornamos filhos de Deus. Em Efésios 2.11-13 está escrito: ‘Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios... naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo. Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto’. Irmãos, vejam qual era o nosso estado. Nós não tínhamos Cristo, erámos separados da comunidade do povo de Deus, éramos estranhos às alianças da promessa, isto é, a aliança não nos beneficiava, todas as promessas que Deus fez ao seu povo não nos diziam respeito e por causa disso não tínhamos esperança nenhuma e sem Deus no mundo. Esse termo ‘sem Deus’ no grego é ‘atheoi’ que significa ‘ateus’. Os gentios eram ateus! Por mais que adorássemos os ídolos mortos e nos esforçássemos para servir a Deus com nossa religião, somos chamados de ateus, porque não tínhamos parte com o povo da aliança de Deus. Mas agora, pelo sangue 81
do Cordeiro, Jesus, nos aproximamos de Deus e nos tornamos membros do Seu povo. É isso que está escrito em Efésios 2.19: ‘Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus’. Quem eram os ‘santos’? Os judeus do Messias. Quem era a ‘família de Deus’? O Israel de Deus. Agora, os gentios são ‘concidadãos dos santos’. Isso significa que a pátria que eles herdarão, nós também herdaremos porque somos cidadãos juntamente com eles dessa mesma pátria. Quer dizer, a promessa que Deus fez a Abraão de lhe dar uma cidade, cujo arquiteto e edificador é Deus que tem fundamentos no céu (Hb 11.9,10), que foi confirmada através de Cristo, também nos pertence por herança e entraremos juntos com as tribos de Israel nas portas da Nova Jerusalém e cantaremos o cântico de Moisés e o cântico do Cordeiro. Porque Deus não fez nenhuma distinção entre eles e nós, mas acolheu a todos por intermédio do evangelho de Jesus Cristo, o Seu Filho. Em Efésios 3.6 lemos: ‘os gentios são coerdeiros com Israel, e membros de um mesmo corpo, e coparticipantes da promessa em Cristo pelo evangelho’. Pelo que temos muitos mais motivos de render graças a Deus do que Israel, porque Israel era um povo escolhido de Deus desde a eternidade, mas nós éramos uns reprovados e rejeitados, mas a misericórdia que alcançou Israel, também nos alcançou, e a bondade de Deus demonstrada para com o povo de Israel também foi derramada sobre nós, o Cristo que veio para morrer pelos judeus, também estendeu a sua morte e o seu sacrifício para nós. E diante de tanta misericórdia, graça e bondade o que devemos fazer? Aquele que foi alcançado pela bondade de Deus, demonstre bondade ao seu próximo; aquele que foi alcançado pela misericórdia de Deus, demonstre misericórdia as pessoas; aquele que recebeu o perdão de Deus, agora, vai e perdoa também o teu próximo e o teu inimigo; aquele que tem de Deus a paz, divulgue a paz. Tenha uma vida de gratidão a Deus porque a Sua graça lhe alcançou. Mas se fecharmos dentro de nós o evangelho, a misericórdia, a bondade, e se não saímos para proclama-los, seremos egoístas e ingratos, pois fomos agraciados por Deus e não queremos agraciar. E, por último, quero citar dois textos: Salmos 14.7: ‘Que a salvação de Israel venha de Sião! Quando o Senhor restaurar o seu povo, Jacó exultará e Israel celebrará com grande alegria!’ e Romanos 15.10: ‘...Alegrai-vos, gentios, com o seu povo [de Israel]’. Esperamos o Dia em que Deus há de reunir o povo de Israel e estabelecer sobre ele o Seu Reino, pois quando isso acontecer nós, gentios, também seremos beneficiados pelo Reino de Deus. Mas, enquanto, o Reino de Deus não se manifestar que possamos viver o Reino entre nós todos os dias demonstrando-o através de atos de bondade e de misericórdia. 82
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Salém Em 13 de Julho de 2014 O Propósito da Tentação Leiamos Tiago 1.1-3: ‘Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que andam dispersas, saúde. Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações; sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência’. Tiago escreveu essa epístola para os cristãos judeus que estavam dispersos por causa da perseguição, e estando na dispersão, eles enfrentavam várias problemas que causavam tentações e provações, e entre esses problemas irei citar alguns: duras perseguições, alguns crentes pobres estavam sendo humilhados pelos ricos, outros sendo roubados por seus patrões ricos, alguns membros da igreja estavam pleiteando posições de liderança, outros falhando em viver o que pregava, outros vivendo de forma mundana, outros não conseguiam dominar a língua e etc. Por isso que Tiago escreve essa epístola para corrigir vários erros e exortá-los acerca das tentações. O que é tentação? A definição etimológica da palavra ‘tentação’, segundo o Dr. Claudionor de Andrade, é ‘oriunda do vocábulo latino tentatione... significa: indução, seja externa, seja interna, que impulsiona o ser humano à prática de coisas condenáveis’ (9ª Lição, 2º Trim/2008). Essa palavra ‘tentação’ em nossas Bíblias é a tradução de duas palavras, uma hebraica e outra grega. No hebraico, a palavra é ‘massah’ e no grego é ‘peirasmos’. Que relato bíblico nos vem à mente quando citamos a palavra ‘massah’? Quando o povo de Israel tentou a Deus no deserto ao murmurar por falta de água, então, aquele local ficou conhecido por Massá e Meribá (Êx 17.1-7). Tanto o hebraico ‘massah’ como o grego ‘peirasmos’ podem ser traduzidos por testar, tentar, provar, examinar, experimentar, pôr à prova, fazer uma tentativa, teste, provação e tentação. A expressão ‘peirasmos’ ‘pode estar relacionada também ao conflito moral, isto é, uma incitação ou sedução ao pecado. De fato, como mostram as Escrituras, a tentação é uma provação, uma espécie de teste’ (2ª Lição, 3º Trim/2014). Temos ainda outra palavra grega ‘dokismo’. Essa palavra nunca é traduzida por ‘tentação’, mas por ‘prova, aprovado, teste, examine, provação, experiência’. Leiamos dois textos bíblicos na Epístola de Tiago onde aparecerá os dois termos gregos: ‘peirasmos’ e ‘dokimos’.
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Tiago 1.2,3: ‘Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações [peirasmois]; sabendo que a prova [dokimion] da vossa fé opera a paciência’. E Tiago 1.12: ‘Bem-aventurado o homem que suporta a tentação [peirasmon]; porque, quando for provado [dokimos], receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam’. Na definição teológica o termo ‘tentação’ tem dois sentidos, negativo e positivo. No sentido positivo, o termo ‘peirasmos’ se refere uma provação exterior para aperfeiçoar o nosso caráter, e no sentido negativo, tentação interior para provocar nossos desejos pecaminosas. Então, a tentação é uma provação, e uma provação pode se tornar uma tentação. Digamos assim, é uma moeda de dois lados. De um lado, temos a provação e do outro lado, temos a tentação. A provação é permitida por Deus com o objetivo de aperfeiçoar nosso caráter, e a tentação é provocada por Satanás com o objetivo de nos levar ao pecado. Deus prova ou testa as pessoas com boas intenções, e não com intenções malignas. Quando Tiago disse: ‘... Deus... a ninguém tenta’ (Tg 1.13), ele quer dizer que Deus não tenta ninguém para praticar o pecado. Quando alguém peca ao ser provado, esse pecado veio da sua própria natureza caída (Tg 1.14,15). Leiamos Mateus 4.1: ‘Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo’. O Espírito Santo não permitiu Satanás tentar Jesus com o objetivo de leva-lo a pecar, mas para testar e treinar o Filho de Deus para o seu ministério. Deus tem o seu bom propósito ao permitir que os seus servos sejam tentados, e Satanás, por sua vez, tem suas intenções malignas. Leiamos Gênesis 22.1: ‘E aconteceu depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui’. Deus não tentou Abraão com o objetivo de ele pecar, mas para demonstrar a sua fidelidade e integridade a Deus (Gn 22.12). Quando alguém é tentado e cede ao seu desejo pecaminoso durante a provação, esse desejo não foi provocado por Deus. Tiago disse: ‘Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado’ (Tg 1.13), pois não é a intenção de Deus que a pessoas peque, mas que vença a tentação. A questão é: Por que Deus tenta ou prova se ele já sabe qual é a intenção ou a ação da pessoa? Leiamos Deuteronômio 8.2: ‘E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te tentar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não’. Israel guardou os mandamentos de Deus? Não! Deus sabia? Sim! Então, por que Deus os tentou? Porque era eles que não sabiam se eram fiéis ou infiéis. Quem de nós aqui sabemos se somos fiéis ou infiéis? Nós 84
devemos saber qual é a qualidade da nossa fé. Leiamos 2ª Coríntios 13.5: ‘Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados’. Qual é a nossa verdadeira intenção em ser crente? Será que a nossa fé é genuína? Deus sabe! Mas Ele quer expor o que está em nosso coração. Deus permite todo tipo de tentação e provação, agora, cabe ao cristão sair vitorioso de todas. Escute! Deus é incapaz de ser tentado a tentar alguém para praticar o mal. Leiamos Tiago 1.13: ‘...Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta’. Quer dizer, Deus não é induzido por Satanás para praticar o mal contra o ser humano. Não existe dois poderes cósmicos, em pé de igualdade, mantendo um conflito entre o bem e o mal. Satanás é o mal, mas ele está subjugado ao poder de Deus. Deus não sofre nenhuma influência do poder do maligno, pelo contrário, é Deus que dar ao maligno permissão para agir (Ap 17.17). Satanás só pode agir por permissão de Deus! (1ª Jo 5.18; Jó 2.6,7). Quando o Diabo se apresentou diante de Deus naquela reunião dos anjos, ‘...o Senhor lhe perguntou: Donde vens? E Satanás respondeu...: De rodear a terra, e passear por ela’ (Jó 1.7). Foi, então, que o Senhor lhe perguntou: ‘Observaste tu a meu servo Jó?’ (Jó 1.8). Foi Deus quem tocou na conversa. Essa história de Jó revela outro propósito da tentação que é mostrar para Satanás que o crente fiel serve a Deus sem interesses pessoais, mas por amor a Deus, que mesmo sob as piores provações, ele mantém a sua integridade. Satanás acusa os crentes, noite e dia, diante de Deus (Ap 12.10) como fez com Jó ao dizer para Deus: ‘Porventura teme Jó a Deus debalde? Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face’ (Jó 1.9,11). E nós!? Será que servimos a Deus por amor ou por interesses e vantagens? Somos fiéis a ponto de manter a nossa integridade em meio as provações e tentações? Para isso Deus permite as provações, pois tudo quando acontece debaixo do sol é permitido por Deus, mas nem toda permissão de Deus é a sua vontade, porém Ele tem suas razões ao permite que coisas ruins aconteçam. Pois Deus criou as pessoas com livre-arbítrio, e Ele não interfere no livre-arbítrio humano e suas consequências, a não ser se Ele quiser. Devemos fazer uma distinção entre tentação e pecado. ‘O pecado, por sua vez, já se trata de um ato imoral consumado. Por isso, a tentação não é, em si mesma, pecado, pois ninguém peca quando passa pelo processo “probatório”’ (2ª Lição, 3º Trim/2014). Prestem atenção! A tentação externa não é pecado, mas a tentação interna quando se transforma em concupiscência é pecado. 85
Leiamos Gênesis 39.7-10: ‘E aconteceu depois destas coisas que a mulher do seu senhor pôs os seus olhos em José, e disse: Deita-te comigo. Porém ele recusou, e disse à mulher do seu senhor: Eis que o meu senhor não sabe do que há em casa comigo, e entregou em minha mão tudo o que tem; Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como, pois, faria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus? E aconteceu que, falando ela cada dia a José, e não lhe dando ele ouvidos, para deitar-se com ela, e estar com ela’. José sofreu a tentação externa quando uma mulher o seduziu para adulterar com ela, mas ele não cedeu a tentação. E 2º Samuel 11.2,3: ‘E aconteceu que numa tarde Davi se levantou do seu leito, e andava passeando no terraço da casa real, e viu do terraço a uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista. E mandou Davi indagar quem era aquela mulher; e disseram: Porventura não é esta Bate-Seba, filha de Eliã, mulher de Urias, o heteu?’. Conhecemos o restante dessa história, mas até esse ponto Davi pecou? Sim! Por que? Porque ele desejou e cobiçou a mulher do próximo. Segundo a lei, até esse ponto, Davi não seria apedrejado, pois apesar da cobiça ser pecado, a lei não estipula como crime de morte. Porém, de acordo com décimo mandamento do Decálogo ele transgrediu a lei (Êx 20.17). A lei considera o adultério como crime de morte (Lv 20.10), portanto, na lei há pecados que são para morte, e há pecados que não são passíveis de morte (1ª Jo 5.16,17). Sentir desejos sexuais é pecado? Leiamos 1ª Coríntios 7.9: ‘Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se’. O que é ‘abrasar’? Outra tradução diz: ‘Mas, se vocês não podem dominar o desejo sexual, então casem, pois é melhor casar do que ficar queimando de desejo’ (NTLH). É normal um jovem sentir desejos sexuais, mas se ele não consegue controlá-los é melhor casar. Sentir desejo sexual não é pecado, mas sentir desejo sexual por uma mulher que não seja sua esposa é pecado. Leiamos Mateus 5.28: ‘Mas eu lhes digo: Qualquer que olhar para uma mulher e desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração’. Desejo sexual não é pecado, mas alimentar esse desejo com pensamentos lascivos e imorais é pecado. Leiamos Gálatas 5.24: ‘E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências’. E Colossenses 3.5: ‘Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria’. Alguém escreveu: ‘A tentação é uma incitação do desejo natural dado por Deus para ir além dos limites estabelecidos’. Por exemplo, um homem casado viaja a trabalho, e passa três meses fora de casa, ele sentirá desejos sexuais, mas, contudo, isso não se constitui pecado, porém, se ele 86
contratar uma mulher de programa para satisfazer seus desejos sexuais comete pecado. Por outro lado, não devemos confundir a tentação com desejos pecaminosos, isto é, alguém pode sentir desejos sexuais e alimentar seus desejos com pensamentos imorais e pensar que estar apenas sendo tentado, nesse caso, a pessoa já caiu em pecado. Leiamos Tiago 1.14,15: ‘Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte’. Note que o texto diz que havendo a cobiça, o pecado já nasci, porém, esse pecado se torna um ato carnal quando o desejo cobiçoso é consumado. Quando Davi cobiçou Bate-Seba deu ‘à luz o pecado’, porém, o consumo desse pecado surgiu quando ‘ele se deitou com ela’ (2º Sm 11.3,4). Tiago concorda com a lei que embora a cobiça seja pecado, mas não é passível de morte, pois a morte é gerada quando o desejo pecaminoso é consumado no ato. O casal cristão tem que ter muito cuidado quando o assunto é sexo. Pois, às vezes, por vários fatores um dos cônjuges perde o desejo sexual, e Paulo adverte que Satanás pode aproveitar essa situação para tenta-los por causa da abstinência (1ª Co 7.5). Isso pode levar o cônjuge a se envolver com pornografia a fim de satisfazer seus desejos sexuais ou o próprio casal se envolve com pornografia com o intuito de atiçar o desejo sexual. Porém, pornografia não é só pecado como também pode se tornar um vício e causar dependência. Certa mulher disse para um pastor: ‘Eu gostaria que meu marido me devorasse, mas ele prefere assistir pornografia do que ter relação sexual comigo’. O casal cristão precisa conversar muito se estiverem enfrentando uma crise nessa área para evitar uma separação conjugal. Pois quando Jesus falou do motivo legal do divórcio, ele não se referiu apenas ao adultério. Em Mateus 19.9, Jesus disse: ‘Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério’. Cristo usou o termo ‘fornicação’ que no grego é ‘porneia’ que não significa apenas adultério (grego ‘moicheuo’), mas imoralidade sexual, quer dizer, qualquer pecado cometido na área sexual pode ser um motivo legal para o divórcio. Será que isso inclui desejo sexual por outra mulher? Não! O pecado sexual que se torna motivo legal para o divórcio é o ato consumado. Muito embora, Cristo considerou o desejo lascivo como adultério, mas é um adultério em pensamento – ‘já em seu coração cometeu adultério com ela’ (Mt 5.28), e não em ato consumado. Isso equipare a cobiça que é pecado, mas não a causa para a pena de morte, Cristo substitui a morte do 87
adúltero(a) para o divórcio. Mas é claro que esse desejo pervertido precisa ser mortificado, pois ‘havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte’ (Tg 1.15). O adultério no coração pode dá à luz o adultério físico, e isso gera a morte ou o divórcio (Pv 6.27-35; Mt 5.32). Jesus Cristo sofreu tentações externas, e até internas, mas não sentiu desejos maus e lascivos. Leiamos Hebreus 2.18: ‘Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados’. E Hebreus 5.7,8: ‘O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu’. No Getsêmani, Cristo foi tentado internamente pelo medo de beber o cálice da morte. Será que Jesus pecou por que sentiu medo? Não! Porque sentir medo não é pecado, a não ser que o medo leve a covardia. Se Cristo tivesse desistindo da cruz tinha pecado, mas como ele permaneceu firme e determinado em fazer a vontade do Pai, ele venceu a tentação. Os sentimentos humanos como tristeza, ira, medo só se tornam pecados quando nos leva a transvasá-los em ressentimentos, rixas, rancor, ódio e covardia. Por que Jesus foi tentando, mas não corria o risco de sentir desejos pecaminosos? Porque Jesus nasceu com uma natureza humana perfeita, sem pecado como está escrito em Hebreus 4.15: ‘...como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado’. Outro propósito da tentação é provar a fé para se mostrar genuína. ‘À semelhança do aluno que estuda e pesquisa para submeter-se a uma prova e, em seguida, ser aprovado e diplomado, os filhos de Deus são testados para amadurecer a fé uma vez dada aos santos (Jo 16.33; Jd 3)’ (2ª Lição, 3º Trim/2014). Leiamos 1ª Pedro 1.6,7: ‘Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo’. Outra tradução diz: ‘Assim acontece para que fique comprovado que a fé que vocês têm... é genuína...’ (NVI). Como já falei que uma das funções de Satanás é acusar os crentes diante de Deus e que sua acusação é que a nossa fé não é genuína e que servimos a Deus por interesses pessoais. E por razões que desconhecemos, Deus permite que Satanás nos prove para mostra-lo que a nossa fé é genuína e que servimos a Deus por amor. Então, os servos de Deus são colocados na fornalha da provação para comprovar que a fé deles é ouro ou bijuteria qualquer. Satanás ver vantagens em provar os crentes, pois seu desejo é mostrar para Deus que aquele crente não é fiel (Jó 1.11; 2.5). Porém, Deus não deve nada a 88
Satanás, contudo, para Ele há também vantagens em provar os justos (Sl 11.5; Jr 20.12), pois ao ser provado o crente produzirá virtudes necessária à sua salvação. Por que o ouro é provado no fogo? Para que o ouro se torne cada vez mais puro. Quanto mais o ouro ou a prata é refinada no fogo, mais eles são purificados da escória, e adquiri maior valor (Sl 66.10; Pv 17.3; Dn 11.35; 12.10; Zc 13.9). E assim também o crente quanto mais provado, mais preciosa é a sua fé. Deus sabe muito bem e de antemão quem é ouro e quem é bijuteria. Vamos ilustrar uma cena. O Diabo chega para Deus e diz: ‘Tá aqui, põe esse crente no fogo e verás que é uma bijuteria’. Deus mesmo sabendo que é uma bijuteria, não dirá: ‘Não! Não coloque esse aí não, porque senão você me fará passar vergonha’. Jamais Deus dirá isso! Pelo contrário, Ele dirá: ‘jogue-o no fogo da provação!’ (Lc 22.31,32). Porque se esse crente se mostra que é apenas bijuteria, terá a oportunidade de torna-se ouro, assim está escrito: ‘Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças... Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te’ (Ap 3.18,19). A provação inclui vários tipos de sofrimentos e circunstâncias difíceis, mas também, coisas boas, como a riqueza, pode tornar uma tentação. Paulo disse: ‘Mas os que querem ser ricos caem em tentação...’ (1ª Tm 6.9). Essa tentação é uma provação para os ricos. A Bíblia aconselha os ricos a serem generosos, mas muitos tornam-se avarentos por causa da cobiça (1ª Tm 6.10,17-19). Parece-me que as pessoas são mais provadas na riqueza do que na pobreza. Pois é mais fácil um pobre servir a Deus do que o rico com suas riquezas. Diz a Escritura: ‘Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus’ (Lc 18:24,25). O rico é mais provado ainda! Como diz um provérbio árabe: ‘Deus prova alguns seres humanos, dando a eles riquezas’. A tentação das riquezas é torna-se um laço na vida de quem as possuem (Mc 4.19). Sabendo disso, um sábio disse: ‘...não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o Senhor? ou que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome o nome de Deus em vão’ (Pv 30.8,9). Leiamos Apocalipse 2.10: ‘Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida’. As igrejas primitivas foram duramente perseguidas pelos imperadores romanos, e muitos crentes foram presos e torturados. Sabemos, pelo texto sagrado, que isso era obra do diabo para tentar os crentes a 89
negarem sua fé. Mas, a História Eclesiástica narra que muitos foram fiéis até a morte. E a promessa bíblica é: ‘Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida’. A fé provada produz paciência (Tg 1.3), e a paciência faz parte das virtudes preciosas para servir a Deus. O termo grego para ‘paciência’ (gr. hupomone) também pode ser traduzido por ‘perseverança’, e só serão salvos aqueles que perseverarem até o fim (Mt 24.13). Geralmente a fé nos é apresentada como uma virtude que nos faz alcançar os benefícios imediatos. Como dizem: ‘Você tem que ter fé para alcançar as bênçãos!’; ‘Você está doente é porque não tem fé!’; ‘Você é pobre porque não tem fé!’; ‘Se você tiver fé irá remover montanhas!’. A fé é vista como algo que toma a posse de imediato. Mas se Deus sempre responder a nossa fé com milagres, nunca será produzido em nós a perseverança; se todas as vezes que eu enfrentar problemas, e através da minha fé, Deus de maneira milagrosa me tirar daquele sofrimento, a minha fé nunca amadurecerá para se transformar em perseverança. Porém, como Deus quer que tenhamos paciência e perseverança nem sempre responderá minha fé com milagres. Então, a fé terá que suportar a provação até ela produzir a perseverança. E o que a perseverança produz? A perseverança produz a experiência, e a experiência produz a esperança (Rm 5.3-5). Olha aí! Como várias virtudes dependem de sermos provados por Deus! Paulo disse que ‘a tribulação produz a paciência’ (Rm 5.3), mas Tiago diz que a provação da fé produz paciência (Tg 1.3). Como assim? Ora, a tribulação que é uma provação vem para testar a fé, e o crente quando suporta a tribulação ou a provação firme na fé aprende a esperar com paciência em Deus – ‘Estou passando por isso, mas acredito em Deus e na Sua Palavra, por isso que vou esperar nele com paciência’. E assim o crente aprende a exercer essas virtudes preciosas para a salvação. Desse modo o crente alcança a maturidade cristã, torna-se um homem adulto, quem Deus conta para o seu serviço. Uma pessoa que foi provada e aprovada para ser instrumento nas mãos de Deus. Tiago disse: ‘Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma’ (Tg 1.4). E uma vez homens maduros nos tornamos fortalecidos, pois o Espírito Santo nos assiste em nossas provações e tentações para nos consolar, exortar, orientar e nos encher da sua graça. Quando Paulo enfrentou um espinho na carne, suplicou que Deus o afastasse dele, mas o Senhor lhe respondeu: ‘A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza’ (2ª Co 12.9). E assim o crente fica fortalecido para suportar desafios maiores que surgirão pela frente (1ª Co 10.13). E por isso o cristão tem que ser feliz, pois as provações trazem benefícios espirituais. Diz Paulo: ‘Por isso sinto prazer 90
nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte’ (2ª Co 12.10).
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Ancuri II Em 23 de Julho de 2014 O Messias (I)
Irmãos, Paz do Senhor Jesus. Para mim é motivo de muita alegria em poder estar aqui conhecendo mais uma parte do povo de Deus. Acho que além do irmão Ricardo e sua esposa, a única pessoa que conheço é o irmão Carlinos, que conheci no Ancuri I, muitos anos atrás. É um homem de Deus. Para mim sempre é uma satisfação muito grande conhecer uma nova congregação, em especialmente esta que é liderada pelo meu amigo Ricardo, que se congregou muito tempo conosco na AD-Salém, onde serviu o Senhor Jesus com muito prazer juntamente com sua família. Também fico muito satisfeito em poder compartilhar a palavra de Deus. A Palavra de Deus é uma fonte inesgotável de conhecimento e sabedoria em que quanto mais nos aprofundamos nos mistérios ocultos em Cristo Jesus, mais o Senhor Deus nos surpreende. Nessa noite temos um privilégio muito grande em poder estudar sobre a Pessoa mais importante de todo o Universo, aquém Deus amou profundamente, o Seu Filho, a ponto de lhe dar tudo o que era Seu. Toda honra e toda glória que pertencia ao Pai, Ele entregou ao Seu Filho por amor, e o Seu Filho com grande amor compartilhou conosco todos os benefícios que recebeu do Seu Pai. Vamos introduzir esse assunto falando sobre o objetivo de se estudar a palavra de Deus, que se constitui o objetivo de toda a nossa vida cristã, que é amar o Pai e o Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. A Escritura diz que nós o amamos porque ele nos amou primeiro (1ª Jo 4.19). E diante de tanto amor que devotamos ao Filho de Deus ainda é muito pequeno diante do amor que ele demonstrou por nós (Gl 2.20; Ef 2.4; 5.2). Entretanto, estudamos a Palavra de Deus com esse objetivo de aprender a amar a Deus e a Jesus Cristo (Ef 6.24). Esse amor por Jesus Cristo nos compromete por completo, de modo que Ele disse que se alguém quiser ser o seu discípulo deverá amá-lo acima de qualquer pessoa e coisa, até mesmo acima da sua própria vida quando essa entra em choque com a Sua vontade (Mt 10.37; Lc 14.26; Jo 12.25). 91
Então, o amor que devemos devotar ao Filho de Deus tem que ser aponto de dar-nos, se possível, a nossa própria vida por Ele (Ap 12.11). Em Romanos 8, o apóstolo disse que por amor de ti somos entregues a morte todos os dias (Rm 8.36), e também em 1ª Coríntias 15, ele disse: ‘Eu cada dia morro’ pelo amor de Cristo (1ª Co 15.31). Que o amor de Cristo possa tomar conta de nossa vida para que possamos estar dispostos a entregar tudo a Ele porque Ele entregou tudo por nós. Leiamos Mateus 1.21: ‘E dará à luz um filho e chamarás o seu nome Jesus; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados’. O nome Jesus significa salvação. É um nome grego que no hebraico é o mesmo nome dado a Josué. Ele recebeu esse nome ‘Jesus’ porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados. Quem é esse povo que Jesus veio salvar? Israel. Pois o texto diz que ‘ele salvará o seu povo’. Sabemos que Jesus Cristo era um israelita, um judeu. Então, o seu povo era o povo de Israel. Em que se constitui a salvação de Israel? Temos que entrar nesse assunto para que possamos entender porque Jesus teve que vir para salvar o povo de Israel. Primeiro, a nação de Israel deveria ser uma nação justa e santa para herdar todas as bênçãos prometidas a Abraão, Isaque e Jacó. Essas bênçãos se constitui em possuir a terra, derrotar os seus inimigos e abençoar as nações. Segundo, essa salvação se constitui em estabelecer o reino de Deus sobre o trono de Davi para sempre. São esses pontos em que se constitui a salvação de Israel que Cristo Jesus deveria realizar para com esse povo. Deus fez uma aliança com essa nação por intermédio de seus patriarcas, Abraão, Isaque e Jacó. Deus lhes fez promessas e que por juramento as cumpriria. Porém, para que Israel pudesse herdar a salvação prometida por Deus, como já disse e repito novamente, salvação que se constitui em se tornar uma nação justa e santa, tomar posse da terra prometida, vencer seus inimigos, abençoar as demais nações e se tornar o Reino de Deus que governará toda a terra, Israel deveria cumprir uma condição estabelecida por Deus. Que condição era essa exigida por Deus que Israel ao cumprir herdaria todas as promessas de Deus? Guardar a Lei fielmente dada por intermédio de Moisés sem transgredi-la. Então, se o povo de Israel for fiel a Deus em guardar as suas leis, dadas por intermédio de Moisés no monte Sinai, sem transgredir sequer um mandamento, assim, Deus cumpriria as suas promessas e suas bênçãos feitas a nação de Israel por intermédio de seus patriarcas. Entretanto, sabemos pela história de Israel, que eles quebraram inúmeras vezes a aliança de Deus. Israel não conseguia guardar os santos mandamentos de Deus. Deus, por amor aos patriarcas, falou através dos 92
profetas que enviaria o Messias e também derramaria sobre eles o Seu Espírito para que pudessem realmente se tornarem povo de Deus e herdarem todas as promessas e bênçãos de Deus. Através dessas bênçãos, Deus faria uma renovação e transformação em toda a terra. O Messias veio para perdoar as transgressões de Israel contra a lei de Deus e firmar com eles uma nova aliança para que pudessem guardar a lei de Deus. Como o Messias conseguiu trazer perdão para a nação de Israel e fazer com que ela guardasse a lei de Deus? Primeiramente, o Messias morreu como sacrifício para perdoar os seus pecados e segundo, colocou dentro deles o Espírito Santo. Leiamos Isaías 53.5-10: ‘Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca. Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão’. Através da antiga aliança, Deus providenciou meios para que a nação de Israel reparasse seus pecados que cometiam contra Deus, que eram os sacrifícios no tabernáculo ou no templo. Porém, esses sacrifícios se demonstraram ineficientes para trazer perdão para a nação de Israel. Se acumulavam cada vez mais sacrifícios sobre o altar e os serviços dos sacerdotes aumentavam cada vez mais, mesmo assim, esses sacrifícios eram ineficazes para dar ao povo de Israel perdão eficiente de suas transgressões. Deus simplesmente, de uma maneira simbólica, aceitava o sangue daqueles animais e, digamos assim, tolerava as transgressões de Israel. Porque o pecado, na verdade, permanecia diante de Deus, não era de fato perdoado, mas tolerado por causa dos sacrifícios dos animais, na esperança, de que esses sacrifícios apontavam para o Messias que realmente realizaria o verdadeiro sacrifício por eles e, então, traria o perdão de todos os pecados da nação de Israel. Por isso que o Messias tinha que vir, primeiramente, para morrer por Israel, e preparar essa nação para receber as bênçãos de Deus. Israel esperava que o Messias viesse e trouxesse logo as bênçãos de Deus que incluía a destruição de seus inimigos e o estabelecimento do reino 93
messiânico sobre toda a terra. Mas como a nação participaria do Reino do Messias se ela era uma nação injusta, profana e pecadora? Deus tinha que primeiramente resolver a questão moral da nação de Israel para depois estabelecer suas bênçãos sobre ela. Portanto, o Messias antes de estabelecer o Seu Reino, teve que, primeiro, morrer pela nação a fim de expirar suas transgressões. E através da sua morte, o Messias abriu o caminho para que o Espírito Santo viesse habitar em cada um deles. Leiamos Ezequiel 36.25-27: ‘Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis’. Israel tinha que passar por uma transformação interior para obedecer às leis de Deus, entretanto, a lei de Deus, muito embora, fosse uma lei santa, boa e espiritual, era incapaz de produzir em Israel essa transformação. Por que? Porque a Lei não concedia ao povo de Israel o Espírito Santo. A lei, simplesmente, mostrava as regras que eles deveriam obedecer, mas não lhes conferia o poder para obedecer essas regras. E como eles eram pecadores, por natureza, não tinham condições de obedecer às santas leis de Deus. Para que Israel pudessem obedecer às leis de Deus deveria receber o poder de Deus que lhes desse a capacidade de guardar e obedecer às leis de Deus. Vocês sabem que o Espírito Santo não habitava em toda a nação de Israel, mas apenas, naqueles que eram ungidos com o óleo sagrado que eram os juízes, sacerdotes, profetas e reis. Apenas esses recebiam uma unção especial do Espírito Santo. Mas mesmo assim, não era uma habitação permanente do Espírito Santo, mas apenas uma experiência espiritual enquanto realizavam seus ministérios. Israel não recebia o Espírito em toda a sua plenitude, por isso que alguns eram piedosos, mas outros não tinham a capacidade de alcançar essa piedade exigida pela lei, pois não tinham força espiritual para praticar a lei, muito embora, muitos deles até desejassem pratica-la. Porém, com a vinda do Messias e a purificação do coração deles com sacrifício eficaz, Deus possibilitou-lhes receber o Espírito Santo. Quando o Espírito Santo veio habitar dentro deles, inscreveu nos seus corações os mandamentos, que até então, estavam apenas escritos em tábuas e pergaminhos, e doravante, receberam poder do Espírito para obedecer a palavra de Deus. Jesus era um legitimo judeu, seus pais se chamavam Maria e José. Ele viveu na Palestina durante o período entre o ano 4 antes da nossa era até o ano 30 da nossa era. Durante o tempo dos seus 30 anos até aos seus 33 anos de idade, ele pregava as boas-novas do Reino de Deus, quer dizer, o 94
evangelho. Depois de três anos e meio de intensa pregação em toda a Palestina, ele foi preso injustamente, condenado, crucificado, morto e sepultado, mas no terceiro dia, Jesus ressuscitou dentre os mortos, se apresentou aos seus apóstolos pelo espaço de quarenta dias, e depois foi assunto aos seus. A sua ressurreição e a sua ascensão apenas os seus apóstolos testemunharam, tornando-se testemunhas oculares desses fatos. De modo que tudo quanto acreditamos acerca do Messias, acreditamos por intermédio do testemunho dos apóstolos. Os apóstolos receberam de Deus uma missão muito grande de levar ao povo de Israel o testemunho de que Jesus Cristo é o Messias prometido nas Escrituras. Quero fazer uma pergunta crucial para os judeus, que talvez, não seja tão crucial para nós, os cristãos, que vivemos vinte um séculos depois desses fatos, e cremos no testemunho dos apóstolos, porém, para os judeus, mesmo hoje, é crucial: Jesus é o Messias prometido por Deus? Cristo não era um nome próprio de Jesus, Cristo era um título dado a Jesus. Cristo, uma palavra grega que, em hebraico é Messias. Por isso que Cristo e Messias é a mesma expressão. Leiamos João 1.41: ‘Este achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo)’. A palavra Cristo é a tradução para o grego da palavra hebraica Messias que ambas significam em português Ungido. Então, Jesus foi ungido por Deus para uma missão especial. Vamos ver o testemunho dos apóstolos acerca de Jesus. Os apóstolos tinham a missão de provar para a nação de Israel que Jesus é o Messias, então, para isso eles tomaram como base as Escrituras dos profetas. Isso significa que quando Jesus nasceu já havia uma parte da Bíblia Sagrada escrita composta de 39 livros, de Gênesis a Malaquias. Esses escritos falavam acerca da vinda do Messias e o que ele iria realizar. Então, os apóstolos tomaram textos das Escrituras referentes ao Messias para mostrar aos judeus que essas profecias se cumpriram no homem chamado Jesus de Nazaré. Começaremos com alguns títulos que aparecem nas Escrituras Hebraicas, que chamamos de Antigo Testamento, que são referentes ao Messias e que os apóstolos aplicaram a Jesus. O próprio título Messias. Esse título se encontra no livro do profeta Daniel 9.25,26: ‘Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações’. Esse é o único texto das Escrituras em que em nossas traduções bíblicas aparece o nome Messias, e por sinal, uma das profecias principal 95
que mostrava para a nação de Israel em que época o Messias surgiria. Bastava descobrir em que data saiu a ordem para edificar Jerusalém, e então, contar 483 anos e chegaria aos dias do Messias. Considerando que a ordem para edificar Jerusalém saiu no ano 457 A.C, e a partir daqui contando 69 semanas de anos ou 483 anos cairá no ano 26 D.C, quando Jesus se apresenta a João Batista para ser batizado por ele no rio Jordão, e naquela ocasião o Espírito desce sobre ele para confirmar que ele é o Messias, e, iniciar o seu ministério. Essa profecia se cumpriu de uma maneira categórica! Porém, os judeus daquela época não compreenderam essa profecia. Na verdade, os apóstolos não citaram essa profecia de Daniel em seus escritos para provar que Jesus é o Messias, mas ao aplicarem o título Messias, em grego Cristo, a Jesus, com certeza, tinham em mente essa profecia de Daniel (At 2.36; 17.3; 18.5,28). Além desse título Messias outros títulos aparecem no Antigo Testamento que os apóstolos aplicaram a Jesus Cristo. Um deles é ‘a descendência ou o descendente’. A primeira ocorrência dessa apalavra está em Gênesis 3.15: ‘Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar’. E a mesma palavra também aparecerá em Gênesis 22.18: ‘E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz’. Se lermos Gálatas 3.16 vamos ver que os apóstolos aplicaram o título ‘descendente’ a Jesus – ‘Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo’. Quero apenas citar outros títulos: ‘Meu Filho’ (Sl 2.7), o Messias é o Filho de Deus (Mt 3.16,17); ‘Sacerdote eterno’ (Sl 110.4; Hb 7.17); ‘Meu Servo’, ‘Meu Eleito’, ‘Meu Amado’ (Is 42.1; Ct 1.13; Mt 12.16-18), ‘Luz’ (Is 9.1,2; Mt 4.14-16), ‘Renovo’ (Jr 33.15; Zc 6.12; Ap 22.16) ‘Senhor’ (Sl 110.1; At 2.34-36), ‘Rei’ (Jr 23.5; Mc 15.32; Ap 1.5). Todos esses títulos aparecem no Antigo Testamento e os apóstolos os aplicaram a Jesus reconhecendo que Jesus é essa pessoa aquém esses títulos se referiam. Veremos agora algumas profecias messiânicas que se cumpriram em Jesus que autentica que Ele é o Messias prometido. O Messias deveria nascer de uma virgem. Isaías 7.14: ‘Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel’. Os apóstolos aplicaram o cumprimento dessa profecia a Jesus (Mt 1.22,23), uma vez que Maria era virgem, e ainda não tinha se casado com José, era apenas sua noiva (Mt 1.18-21). O anjo a visitou e lhe disse que ela iria ficar grávida de uma maneira sobrenatural sem nenhuma intervenção humana (Lc 1.26-35). 96
Segundo a profecia o Messias nasceria em Belém quem profetizou foi Miquéias 5.2: ‘E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade’. Essa profecia foi proferia 700 anos antes de Jesus nascer (Mt 2.1-6; Lc 2.11). Outra profecia é que o Messias iria brotar da casa de Davi (2ª Sm 7.12; Is 11.1,2; Jr 33.15). O Messias tinha que ser um descendente de Davi, chamado de filho de Davi (Mt 1.1; Rm 1.3). Sabemos que Maria e José eram descendentes do rei Davi, pelo fato, de que Maria e José moravam em Nazaré antes do nascimento de Jesus, então, surgiu um decreto do imperador romano ordenando que todas as pessoas fossem se alistar em sua cidade natal, e Maria e José foram a Belém (Lc 1.27; 2.1-7). Belém era a cidade de Davi, pois, tanto ele como seu pai, Jessé, nasceram em Belém. Eles eram belemitas (1º Sm 17.58). Como bem descreveu Lucas: ‘E subiu também José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém (porque era da casa e família de Davi). A fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz a seu filho primogênito’ (Lc 2.4-7). Com tempo então, talvez depois de dois anos de terem ficado em Belém, retornaram para Nazaré, antes, porém, foram para o Egito, também, para se cumprir a profecia que diz: ‘Do Egito chamei a meu filho’ (Os 11.1; Mt 2.13-18). E do Egito vão morar em Nazaré, onde se cumpriu outra profecia que diz que ele se chamaria renovo ou nazareno (Zc 6.12; Mt 2.23). A profecia também diz que o Messias teria um precursor, isto é, alguém viria antes dele para anunciar sua vinda. Essa profecia está em Isaías 40.3: ‘Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus’. Sabemos que esse precursor foi João Batista chamado de ‘Voz do que clama no deserto’ (Mt 3.1-3). Ele também é chamado na profecia de ‘Mensageiro’ (Ml 3.1; Mc 1.2-4) e o ‘Elias que havia de vir’ (Ml 4.5; Mt 11.13,14; 17.10-13). Outras profecias afirmam que o Messias sofreria, que já lemos em Isaías 53, que seria crucificado (Sl 22.16), morto e sepultado, mas que depois iria ressuscitar conforme Salmos 16.10 e subiria aos céus, profecia que se encontra nos Salmos 110.1. Todas essas profecias foram aplicadas, pelos apóstolos, a Jesus Cristo e que de fato se cumpriram, pois, a História dar esse testemunho. E, por último, temos o testemunho do próprio Jesus que aplica a si mesmo as profecias. Lemos Lucas 24.25-27: ‘E ele [Jesus] lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicavalhes o que dele se achava em todas as Escrituras’. 97
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Ancuri II Em 23 de Julho de 2014 O Messias (II) Leiamos Salmos 2.7: ‘Proclamarei o decreto: o Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei’. O Messias é o Filho de Deus! Esse título dado ao Messias lhe coloca em uma posição ímpar em relação as todas criaturas de Deus. Apesar dos anjos serem chamados de filhos de Deus, mas a maneira como Cristo é chamado Filho de Deus é diferente. É um título incomum dado ao Messias. Pois o Messias é o Filho Unigênito de Deus. E o que torna o Messias único Filho de Deus diferente dos demais filhos de Deus como os anjos e os humanos? Todas as criaturas são filhos de Deus por criação, mas Cristo é Filho de Deus por geração. O Messias foi gerado por Deus, Seu Pai, e o Pai o gerou da Sua própria natureza divina. Por isso que Ele é chamado de Filho Unigênito de Deus, isto é, o único gerado por Deus da sua natureza divina. Jesus se apresentou como Filho de Deus e os apóstolos, também, aplicaram a ele esse título messiânico, então, foi por causa disso Jesus foi condenado a morte. Quando o sumo sacerdote disse: ‘Conjuro-te pelo Deus vivo... se és o Cristo, o Filho de Deus?’. Cristo disse: ‘Eu sou, e vereis o Filho do homem vindo sobre as nuvens à direita de Deus’. Então, sumo sacerdote disse: ‘Que mais queremos para condená-lo a morte. Ele acabou de dizer uma blasfêmia’ (Mt 26.63-66; Mc 14.61-64). A expressão ‘Filho de Deus’ é um título singular que apenas era aplicado ao Messias, pois, ele é o legitimo e único Filho de Deus. Como Filho de Deus, o Messias é Soberano Salvador que dará a Israel uma eterna salvação conforme está escrito em Isaías 45.17: ‘Porém Israel é salvo pelo Senhor, com uma eterna salvação; por isso não sereis envergonhados nem confundidos em toda a eternidade’. Cristo não veio apenas cumprir as promessas e bênçãos feitas aos patriarcas do povo de Israel, mas veio trazer uma salvação eterna para Israel. Quer dizer, Ele veio fazer muito mais do Deus havia prometido aos patriarcas. Cristo veio para transformar a salvação deles, que até então, eles pensavam apenas em sentido terreno, político e econômico, em uma salvação eterna. É por isso que encontramos nos profetas profecias que inclui Israel no arrebatamento, na ressurreição e na glorificação (Is 11.12; 27.12,13; Ez 37:13,14; Is 8.18; 26.19; Is 35.10). Israel entrará na Jerusalém celestial e reinará sobre as nações (Is 4.2-6; 25.6-9; 49.18; 54.11-13; 60.11,12,19-21; 61.6; 65.17-19). Mas será que essas profecias se cumprirão em toda a nação carnal de Israel? Não! Mas no novo Israel composto de judeus que confessam que 98
Jesus é o Messias. As bênçãos de Abraão e a salvação eterna cumprir-se-á no novo Israel! O novo Israel que será salvo é o remanescente judeu da nova aliança. Leiamos Sofonias 3.13,14: ‘O remanescente de Israel não cometerá iniquidade, nem proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa; mas serão apascentados, e deitar-se-ão, e não haverá quem os espante. Canta alegremente, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija-te, e exulta de todo o coração, ó filha de Jerusalém’. E Romanos 9.27: ‘Também Isaías clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo’ (Is 10.22). Esse remanescente é identificado em Romanos 11.1,5: ‘Digo, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça’. Com essas palavras, Paulo se considerou como pertencente a esse remanescente de Israel. Isso significa que o remanescente são os judeus que inicialmente creram em Jesus, cujo número completo aparecem em Apocalipse 14.1-5: ‘E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome de seu Pai. E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão; e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas. E cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus’. Os 144 mil são os escolhidos da nação de Israel salvos pelo Messias e cheios do Espírito Santo, herdeiros legítimos da promessa de Abraão e do reino de Davi. Ao analisar esse texto de Apocalipse 14 notamos que João aplica aos 144 mil selados de todas as tribos de Israel (Ap 7.1-8) a profecia de Sofonias 3.13,14 referente ao remanescente de Israel que seria salvo pelo Messias. É por isso que os 144 mil são esse remanescente de Israel, e pelo fato de serem chamados de ‘primícias para Deus e para o Cordeiro’ significa que foram os primeiros a crerem no Messias, os primeiros a serem salvos, os primeiros a serem batizados com o Espírito Santo e os primeiros a pregarem o evangelho. Talvez alguém indague: ‘Então, na verdade, esse remanescente já morreram e apenas guardam o dia da vinda de Cristo?’. Apocalipse 7.2-4 99
nos informa que os juízos de Deus cairão sobre a terra quando a selagem dos 144 mil se completarem. Ora, uma vez que os juízos de Deus ainda não caíram sobre a terra, então, ainda resta alguns remanescentes para serem chamados para pertencer a esse número. E o texto que diz: ‘estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens’ significa a pureza com que levam a palavra? Não. ‘Mulheres’ nesse texto se refere a ‘nações’ significando que esses israelitas não estariam contaminados por outras nações, mas serão puros de sangue (Ne 13.23-27; Ed 10.17-19,44; Ne 7.64). Existem muitos tipos de judeus, judeus brasileiros, judeus americanos, judeus árabes e etc., mas os judeus que compõem os 144 mil de Israel são ‘hebreu de hebreus’ (Fp 3.5). A salvação dada aos 144 mil israelitas, o Messias a estenderá para os gentios. Como os gentios serão beneficiados com a salvação trazida pelo Messias, se o Messias veio para morrer pelo seu povo e pagar por seus pecados? A salvação dos gentios é a revelação do grande mistério oculto (Rm 16.25,26). Sobre isso vamos ler um texto que se encontra em João 10.14-16: ‘Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas. Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor’. A salvação dos gentios foi prevista pelas Escrituras conforme disse Paulo em Gálatas 3.8: ‘Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti’. Os profetas também anunciaram a salvação dos gentios através do Messias. O profeta Isaías disse: ‘Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó, e tornares a trazer os preservados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra’ (Is 49.6). Vamos, agora, entender por que o Messias, o Filho de Deus, teve que morrer, não apenas para salvar Israel, mas também os gentios? Por que Deus não nos salvou de outro modo? Por que tinha que ser o Seu Filho? Por que não poderia ser outro ser como um anjo por exemplo ou então, o próprio homem? Falando sobre a abrangência da salvação, Paulo escreveu: ‘Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo’ (1ª Tm 2.4-6). Cristo tornou-se o ‘preço de redenção por todos’ homens e o ‘Mediador entre Deus e [todos] os homens’ porque Deus ‘quer que todos os homens se salvem’, pois, em Adão todos pecaram, e não apenas os judeus. 100
Adão não era um israelita, nem sequer ele era um hebreu. Qual era a nacionalidade de Adão? Adão não tinha nacionalidade nenhuma. Foi ele que gerou todas as nacionalidades (At 17.26). Adão é o pai de toda raça humana. Então, quando Adão pecou, todos pecaram em Adão. Deus criou Adão homem perfeito e o constitui como cabeça federal da raça humana e o nosso representante diante de Deus. Então, a decisão que ele tomaria diante de Deus dizia respeito a todos nós. Qual foi a decisão que Adão tomou diante do mandamento de Deus? Deus deu apenas um mandamento a Adão: ‘De toda a árvore do jardim comerás livremente [até mesmo da árvore da vida], mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás’ (Gn 2.16,17). Qual foi a sentença de Adão pela sua desobediência? A morte, pois ‘a alma que pecar, essa morrerá’ (Ez 18.4), porém, como ele era o representante da raça humana, Paulo disse: ‘Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram’ (Rm 5.12), e assim ‘todos morrem em Adão’ (1ª Co 15.22). Então, para que Cristo pudesse redimir o homem da condenação trazida por Adão, deveria pagar o preço da sentença. Qual era o preço da sentença? A morte. Conforme estabelece a lei: ‘se houver morte, então darás vida por vida’ (Êx 21.23), e ‘a vida da carne está no sangue... porquanto é o sangue que fará expiação pela alma’ (Lv 17.11). Somos condenados, não por nossos pecados, mas pelo pecado de Adão (Rm 5.18), por isso que uma criança já nasce condenada. Os nossos pecados são apenas agravantes da nossa condenação, mas não são a causa da condenação. Quer dizer que as crianças em estado de inocência serão condenadas? Se Cristo não tivesse vindo, nenhuma criança escaparia, a não ser aquelas que eram filhos de judeus piedosos. Porém, o preço do resgate pago por Cristo livra as crianças em estado de inocência da condenação eterna. Jesus disse: ‘Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque de tais é o reino de Deus’ (Lc 18:16). Porém, a salvação dessas crianças inocentes e sua adesão no Reino de Deus não as inclui entre os eleitos da primeira ressurreição membros da Igreja de Cristo composta por aqueles que reinarão com Ele. Tais crianças serão salvas na segunda ressurreição e serão súditas do Reino de Deus. Portanto, Adão pecou, e por causa do pecado de Adão todos nós somos pecadores, e como ele merecia a sentença de morte como pecador, todos nós também merecemos a sentença da morte como pecadores. E assim, tínhamos que ser resgatados desse estado de condenação conforme a promessa que Deus fez a Adão em Gênesis 3.15: ‘E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar’. 101
Esse texto nos ajuda a responder a seguinte pergunta: Se Adão pecou e toda raça humana foi condenada nele, então, por que o Messias veio, especialmente, para salvar os judeus? Gênesis 3.15 diz que Deus porá inimizade entre a serpente e a mulher, a serpente ferirá o calcanhar do descendente da mulher e o descendente da mulher ferirá a cabeça da serpente. Temos quatro personagens: A serpente e a sua descendência, e a mulher e o seu descendente. O livro de Gênesis diz que a serpente é o diabo? Não! Todo o Antigo Testamento diz que a serpente é Satanás? Não! Então, por que afirmarmos que a serpente é o diabo? Porque o livro do Apocalipse identifica quem é a serpente em Apocalipse 12.9: ‘E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo’. Note que Satanás se manifesta no princípio como uma serpente, e agora no final, como um grande dragão vermelho (Ap 12.3). Se em Gênesis a serpente é símbolo de Satanás, então, a mulher também simboliza algo. Quem é essa mulher? Leiamos Apocalipse 12.1-5: ‘E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça. E estava grávida, e com dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz. E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas. E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho. E deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono’. Sabemos que o filho é Jesus Cristo, o descendente prometido. Jesus nasceu de qual nação? De Israel. Então, a mulher é Israel. Por que o dragão se opôs a mulher? Para devorar o seu filho. Por que a serpente queria devorar o descendente da mulher? Para que o descendente não pisasse na sua cabeça. Por essa razão, antes do Messias vir, deveria surgir a nação de Israel, pois senão, a mulher não estaria pronta para dar à luz o descendente messiânico. Quando começou isso? Começou com Abraão quando Deus lhe chamou e lhe prometeu que seu descendente herdaria a terra e abençoaria as demais nações. Então, Abraão teve Isaque, Isaque teve Jacó e Esaú, Deus escolheu Jacó, como o ancestral do descendente prometido, e lhe deu o nome de Israel. E Jacó teve doze filhos que se transformaram nas doze tribos de Israel. As doze estrelas da coroa da mulher representam as doze tribos, o sol são os patriarcas e a lua são as mulheres dos patriarcas, Sara, Rebeca, Léia e Raquel. Todos eles deram origem a nação de Israel. 102
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Salém Em 27 de Julho de 2014 Gerados de Novo Pela Palavra da Verdade
A Paz do Senhor Jesus, irmãos. Leiamos Tiago 1.17,18: ‘Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas’. Já vimos em nossas palestras anteriores que quem escreveu essa epístola foi Tiago, irmão do Senhor, e ele escreveu essa epístola para os judeus que estavam dispersos por causa da grande perseguição que ocorreu em Jerusalém narrada em Atos capítulo 8. Essa perseguiu dispersou os judeus para Antioquia, Fenícia e Chipre, então, possivelmente, Tiago tenha escrito essa epístola para essas comunidades. ‘Ele nos gerou’. Quem nos gerou? O ‘Pai das luzes’. Tiago fala sobre a regeneração. De acordo com o Dr. Eliezer Lira e Silva: ‘A regeneração é um milagre proveniente do Pai das Luzes, segundo a sua vontade (v.l7). Foi Ele que nos gerou pela Palavra da Verdade. Ser gerado de novo é uma ação realizada exclusivamente pelo Pai das Luzes através do Santo Espírito’ (4ª Lição, 3º Trim/2014). A raça humana foi degenerada em Adão, a natureza espiritual do homem entrou em um estado decadente ou morte espiritual por causa da queda do primeiro homem. O pecado do primeiro homem produziu em seus descendentes uma natureza carnal e pecaminosa impossível de ser reparada, reformada e melhorada. Então, apenas uma transformação radical poderia novamente estabelecer o homem diante do Seu Criador. Deus que criou a natureza humana era o único que poderia recriar nesse homem caído uma nova natureza. Por isso que a regeneração é uma dádiva do Pai das Luzes e não algo produzido por nós ou pela religião. A igreja evangélica não tem o poder de produzir em nós o novo nascimento, nem a guarda legalista da Lei produz em nós o novo nascimento. É algo que é produzido por Deus em nós. Ainda citado as palavras do Dr. Eliezer Lira e Silva, ele escreveu: ‘Ele [Deus] limpa o homem dos seus pecados (Is 1.18), dando-lhe perdão e implantando-lhe um novo caráter. Aqui, acontece o que o nosso Senhor falou aos seus discípulos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo 14.23). O Pai é a fonte de nossa vida espiritual (Jo 1.12,13) - (4ª Lição, 3º Trim/2014). Voltar a ter comunhão com Deus e ser estabelecido diante dele com uma vida espiritual exige de nós amor por Deus. Mas, como é impossível 103
amamos a Deus em nosso estado caído, ele gera em nós essa nova natureza para que possamos amar a Deus, e amando a Deus e ao Seu Filho teremos a capacidade de guardar a Sua Palavra, então, Deus nos ‘amará, e viremos’ disse Jesus, ‘para ele e faremos nele morada’. A produção do novo nascimento no homem é fazer dele uma morada para Deus e Seu Filho por intermédio do Seu Santo Espírito. A regeneração é produto do Pai das luzes e uma boa dádiva de Deus, conforme escreveu Tiago: ‘Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação’ (Tg 1.17). Então, a nossa Revista está certa em dizer que a ‘origem de tudo o que é bom está no Pai das Luzes’ (4ª Lição, 3º Trim/2014). Uma vez que Deus é bom e todas as coisas boas procedem de Deus devemos ter uma visão real de Deus e não uma visão turva, obscura, ofuscada de Deus. Vamos clarear a nossa visão sobre Deus no seguinte ponto: Deus não é a origem do mal ou das trevas. Leiamos 1ª João 1.5: ‘Deus é luz, e nele não há trevas nenhumas’. E Isaías 45.7 que diz: ‘Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas’. Ora, se Deus não é a origem do mal, então, por que o profeta Isaías disse que Deus cria o mal? Esse ‘mal’ de Isaías é diferente do ‘mal’ de João. O mal de João é o mal moral, e o de Isaías é o mal circunstancial. Digamos assim, Deus é a causa última das coisas ruins que acontece na vida das pessoas, como um acidente, uma tragédia, uma calamidade e etc. Muito embora, Deus não seja a causa imediata, pois a causa imediata pode ser o homem ou o diabo. Porém, dizemos que a causa final é Deus porque só acontece se Deus permitir. Porém, Deus permite que aconteça o mal circunstancial não é porque Deus é mal, mas Ele permite com boas razões. E uma das razões é exatamente essa: O homem é pecador e só se emenda do seu mau caminho quando passa por algum percalço na vida. É um modo de Deus quebrantar e corrigir suas criaturas e também de castigar com juízo. Quando dizemos que Deus não castiga os seus filhos queremos dizer que Deus não castiga de modo arbitrário, autoritário e pelo prazer de castigar. Deus castiga os seus filhos por boas intenções. Deus não é a origem do mal. Ele não criou Adão para pecar. Ele não criou Satanás para pecar. Como ensina a doutrina calvinista que afirma que Deus predeterminou que Adão pecasse. Na verdade, Deus criou Adão sabendo que Adão cairia, mas não criou Adão para cair. Ele criou Adão com a capacidade de resistir à tentação e vencer, mas também, sabia que Adão podia ceder à tentação e cair. E por causa disso Deus providenciou o resgate antes da queda de Adão. Antes de criar todas as coisas, Deus providenciou a redenção de todas as coisas. Deus não é o culpado do mal. Pelo contrário, Deus procura 104
reparar o mal causado por suas criaturas. Por isso, também, que Deus não é a inclinação dentro do homem para a tentação do mal. Já estudamos sobre isso em Tiago 1.13,14 que muito embora Deus prove suas criaturas com bom propósito, já explicamos bastante sobre isso em nossa palestrar anterior e não quero me deter aqui, mas nessa provação quando o homem sente o desejo de ceder ao pecado, sabemos que esse desejo não foi produzido por Deus. Esse desejo pecaminoso é produzido pela própria natureza caída e depravada do homem. Deus não é esquizofrênico. ‘Não há sombra de variação no Pai das Luzes, isto é, nEle não há momentos de trevas e outros de luzes. Só há luz. Ele não muda e é bom! Não faz o mal aos seus filhos’ (4ª Lição, 3º Trim/2014). O cristão não serve uma divindade cega dominada pela paixão como os deuses gregos que precisava constantemente ser aplacada suas iras através das oferendas, pois eles não sabiam se naquela manhã os seus deuses estavam mal-humorados ou de bom humor. Não é essa a atitude do cristão! O cristão não acorda de manhã amedrontado com Deus, achando que deve fazer uma oração antes de sair para que Deus possa estar bem com ele. Pois se ele se levantar às pressas e esquecer de orar, para ele isso que significa o seu dia será uma desgraça. Por exemplo, assim que ele meter a chave no carro para sair de casa e a chave quebrar, ele dirá: ‘Isso é porque eu não orei!’. Ele transfere para Deus a maneira como os pagãos acreditavam nos seus deuses. Não podemos servir a Deus como se ele fosse um deus pagão. De fato, Deus é misericordioso, mas também, Deus irado, ou estamos debaixo da misericórdia de Deus ou debaixo da ira de Deus. E o que faz Deus ter misericórdia ou ficar irado não é ninguém, é Ele mesmo – “Eu quero ter misericórdia dos justos e quero ter ira dos ímpios’. Os ímpios estão debaixo da ira de Deus e os justos debaixo da misericórdia de Deus. Então, tudo que acontece na vida de um justo, seja ruim ou bom, acontece porque Deus é misericordioso e tem boas intenções para ele. Por que, então, os ímpios prosperam e muitas vezes escapam do perigo? Porque a ira de Deus está suspensa sobre os ímpios e ainda não caiu sobre eles, por enquanto estão sendo amparados pela graça comum de Deus. Todavia, sobre os justos não só está a graça comum de Deus, mas também a graça especial, a ira de Deus não está sobre os justos. Não significa que qualquer passo em falso do ímpio, despencará um raio de fogo sobre sua cabeça. Deus não é Deus tirano, a sua ira está suspensa, aguardando o tempo certo de ser derramada, evidente, que alguns pecadores enchem por antecipação o cálice da ira de Deus sobre eles, então, eles sofrem um juízo. Deus não quer que o sirvamos por medo, mas por amor e temor. Temor não é medo, mas respeito e reverência. Apesar de quer para alguns o terror de Deus o traiu à Ele, mas é no amor de Deus que devemos estar 105
envolvidos – ‘Se eu não seguir bem direitinho os mandamentos de Deus, Deus ficará chateado comigo’. Não, meus irmãos! Deus é que nos ajuda a guardar os seus mandamentos, claro que Ele fica triste com seus filhos contumazes, mas a sua misericórdia os conduz ao arrependimento. ‘Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes’ (Tg 1.17). Vamos ver dois dons perfeitos que Deus nos concedeu. Primeiro, o dom da sabedoria. A sabedoria para agir diante da dificuldade da vida vem de Deus. Leiamos Tiago 1.5: ‘E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e serlhe-á dada’. Deus permite vir a dificuldade e a tentação, mas Ele coloca a nossa disposição a Sua sabedoria para nos orientar como agir na dificuldade e na tentação. Se não passarmos por dificuldades não seremos crentes experientes na vida, e nem serviremos de modelo para as outras pessoas. A dificuldade produz em nós um caráter amadurecido. O segundo dom, como já vimos, é a regeneração. O crente regenerado vence as concupiscências carnais. O cristão tem a capacidade de não praticar pecados grosseiros, porém, ainda que ele caía nesses pecados, ele pode se levantar e vencer. Não alcançamos nessa vida a santidade plena ou a perfeição, porém, podemos combater os pecados imorais e perniciosos. A luta contra o pecado é constante. O homem que serve a Deus sem o poder do Espírito não consegue vencer os desejos carnais. Através da força do Espírito Santo podemos praticar o bem que agrada a Deus. Tiago, também, cita outro propósito porque Deus nos gerou de novo – ‘Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas’ (Tg 1.18). A salvação é comparada a uma colheita. Leiamos Mateus 3.12: ‘Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará’. Em toda colheita, tem os primeiros frutos que são as primícias. E segundo a Lei as primícias deveriam ser oferecidas a Deus. Leiamos Êxodo 23.19: ‘As primícias dos primeiros frutos da tua terra trarás à casa do Senhor teu Deus’. Tiago escreveu: ‘...para que fôssemos como primícias das suas criaturas’. Podemos interpretar esse texto de Tiago de duas maneiras. Primeiro, as primícias são os judeus. O Dr. Eliezer Lira e Silva comentou: ‘Ao referir-se às primícias, Tiago dizia aos primeiros irmãos, notadamente judeus, que eles foram escolhidos como primícias do Evangelho’ (4ª Lição, 3º Trim/2014). Sabemos que Tiago escreveu a sua epístola para ‘às doze tribos’ (Tg 1.1), e sabemos que essas doze tribos não se refere a Igreja em sua totalidade incluindo judeus e gentios. Mas está se referindo apenas aos judeus, haja visto que quando Tiago escreveu a sua epístola ainda não havia 106
acontecido a conversão dos gentios. E se havia algum gentio convertido era prosélito do judaísmo. Essas primícias de judeus apontam para os 144 mil israelitas que aparecem em Apocalipse 7.1-8 e 14.1-5, ali eles são chamados de ‘primícias para Deus e para o Cordeiro’ (Ap 14.4). Se os judeus são as primícias, então, as ‘criaturas’ seriam os gentios que foram criados novas criaturas em Cristo Jesus (2ª Co 5.17; Gl 6.15; Ef 2.10). Os judeus são os primeiros frutos colhidos, e os gentios a colheita geral. Isso é evidente tanto em Apocalipse 7 como em Apocalipse 14 quando fala da selagem e do ajuntamento dos 144 mil judeus como primícias do Senhor, logo após fala da colheita geral dos gentios (Ap 7.9,10; 14.14-16). Leiamos Apocalipse 14.14-16: ‘E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante ao Filho do homem, que tinha sobre a sua cabeça uma coroa de ouro, e na sua mão uma foice aguda. E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice, e sega; a hora de segar te é vinda, porque já a seara da terra está madura. E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi segada’. A ‘seara da terra’ que ‘foi segada’ pelo ‘Filho do homem’ faz referência aquela grande ‘multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro’ (Ap 7.9,10). A segunda interpretação do texto de Tiago 1.18 é essa: As primícias são todos os filhos de Deus. Conforme escreveu o Dr. Eliezer Lira e Silva: ‘... podemos aplicar essa verdade afirmando que somos filhos de Deus, as primícias entre as criaturas do Senhor’ (4ª Lição, 3º Trim/2014). Nesse caso os filhos de Deus são tanto os judeus como os gentios, isto é, a Igreja. A Igreja é as primícias, e essas criaturas do Senhor são a criação de Deus, isto é, os animais, as plantas, os rios e etc. Significando que quando Deus completar a redenção do Seu povo e apresenta-lo como primícias da criação, Deus regenerará a própria criação. Leiamos Mateus 19.28: ‘E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel’. O que Cristo se refere quando fala ‘na regeneração’? Está se referindo a regeneração de todas as coisas, isto é, da criação. Leiamos Romanos 8.19-21: ‘Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que 107
também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus’. Irmãos, quando Adão pecou, a natureza, também, se degenerou, pois, Deus a sujeito à corrupção, mas Deus fez isso na esperança de não destruir a sua criação, mas na esperança de resgatar a sua criação quando os filhos de Deus se manifestarem, quer dizer, quando os filhos de Deus se revestirem da sua glória futura, Deus iniciará um processo de renovação no planeta. Isso significa que a salvação inclui a restauração da terra ao seu estado original de perfeição para a habitação do povo de Deus. Leiamos Apocalipse 21.1-5: ‘E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão os seus povos, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são fiéis e verdadeiras’. E Isaías 65.17-19: ‘Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém uma alegria, e para o seu povo gozo. E exultarei em Jerusalém, e me alegrarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor’. E também Isaías 66.22,23: ‘Porque, como os novos céus, e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante da minha face, diz o Senhor, assim também há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que desde uma lua nova até à outra, e desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor’. Essa nova terra não é o céu! Essa nova terra é essa terra em que estamos pisando que será renovada. Os cristãos não serão zumbis ou anjos flutuando no espaço sideral, serão seres humanos redimidos habitando no novo planeta que Deus há de criar. Temos que nos libertar dessa salvação esotérica e gnóstica em que seremos apenas anjos tocando harpa no céu. Seremos seres humanos habitando no novo planeta onde haverá animais, plantas, pássaros e rios. Não confunda a nova terra com a nova Jerusalém! A nova Jerusalém é uma cidade que descerá para a nova terra. A nova Jerusalém é a capital do Reino de Deus, cujo Reino se estenderá por toda a terra. Haverá alguns habitantes na nova Jerusalém, mas, também, haverá nações que povoarão toda terra. Não será todos os salvos que morarão na nova Jerusalém. Os 108
salvos habitarão na nova terra tendo livre acesso à nova Jerusalém – ‘E será que... desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor’. Diz o texto ‘Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens... e eles serão os seus povos’. Quem são esses homens ou esses povos? São os seres humanos redimidos e restaurados como nova humanidade para Deus. Isso não é ensino das testemunhas de Jeová, foram elas que copiaram dos cristãos. Pedro já ensinava: ‘Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça’ (2ª Pe 3.13). A restauração da terra faz parte do propósito do Reino de Deus. De fato, haverá um período em que a Igreja estará no céu durante os mil anos, mas a eternidade será na nova terra. Nós queremos ir para o céu, mas Deus quer descer para terra e conviver com a humanidade – ‘Deus... habitará com eles, e eles serão os seus povos, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus’. A salvação se completa com a ressurreição do corpo, o estado intermédio dos mortos em Cristo no paraíso ainda não se constitui a salvação. Pois a salvação dos mortos em Cristo não será completada enquanto seus corpos estiverem no túmulo. O espírito do cristão pode estar onde for, mas se o seu corpo ainda está sob o poder da morte na sepultura, a salvação ainda não se concretizou. Pois a salvação é a integração completa do corpo e do espírito restaurados. Leiamos Atos 3.21: ‘O qual convém que o céu contenha [Jesus] até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio’. Os ‘tempos da restauração’ se refere ao mesmo período que Jesus chamou de ‘regeneração’ (Mt 19.28), que é o tempo em que Jesus reinará por mil anos e aniquilará todo o império, e toda a potestade e força (Ap 20.6; 1ª Co 15.24-26). Quando terminar esse período de julgamento e restauração, e os santos descerem com Cristo na nova Jerusalém para a nova Terra, então, Deus dirá: ‘Eis que faço novas todas as coisas’ (Ap 21.5). Os santos em seu estado de glorificação terão corpos espirituais iguais aos anjos? Não! A nossa semelhança com os anjos será apenas em dois pontos: seremos seres assexuados e imortais iguais aos anjos. Os santos glorificados não precisarão mais ter relações sexuais, pois não há mais necessidade de perpetuar a raça, pois seremos imortais (Lc 20.35,36). Anjos não têm corpos, mas nós teremos corpos espirituais semelhantes ao de Jesus formado de carne e osso, mas celestial e glorioso (Lc 24.39; Fp 3.20,21; 1ª Co 15.44-49; 2ª Co 5.1-5). Como interpretar o texto de João 14.2,3: ‘Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos 109
lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também’? A ‘casa de meu Pai’ é a nova Jerusalém onde estará o trono de Deus e do Cordeiro (Ap 22.1), e ela que agora está no céu descerá para a nova Terra (Fp 3.20,21; Ap 21.1,2). O texto que diz ‘para que onde eu estiver estejais vós também’ (Jo 14.3) e ‘estaremos sempre com o Senhor’ (1ª Ts 4.17) significa ‘nela [na nova Jerusalém] estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. E verão o seu rosto, e nas suas testas estará o seu nome... e reinarão para todo o sempre’ (Ap 22.3-5). O cristão com o seu corpo glorificado poderá visitar outras galáxias e conhecer outros mundos, mas a sua pátria estará na nova terra. Se houver outros habitantes em outros planetas que não caíram, iremos conhece-los, mas o lar que Deus prometeu a Abraão e seus filhos estará na nova terra (Hb 11.9,10,16).
Mensagem Ministrada Numa Campanha na Rua Olímpio Ribeiro Em 30 de Julho de 2014 Por que Jesus Cristo Morreu?
Saúdo a todos na Paz do Senhor Jesus. Gostaria nessa noite, juntamente com minha família, parabenizar a irmã Gilda e lhe oferecer o Salmo 121.7,8 que diz: ‘O Senhor te guardará de todo o mal... O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre’. Eu peço atenção de todos os nossos ouvintes da Palavra de Deus que estão nos dando a honra e o privilégio de tê-los como participantes conosco neste culto de louvor a Deus. Eu convido vocês nessa noite para que possamos meditar um pouco na Palavra de Deus. Se você tem alguma Bíblia na sua casa pode lê-la, pois irei fazer citação das Escrituras, e assim você poderá examinar na sua própria Bíblia se o que estamos falando está de acordo com as Escrituras. Leiamos São Marcos 15.37: ‘E Jesus, dando um grande brado, expirou [morreu]’. Jesus Cristo, Filho de Deus, tinha apenas 33 anos de idade quando foi condenado a morte no suplício da cruz. Uma morte cruel, perversa, bárbara em que o Santo Filho de Deus foi submetido. Quando lemos sobre a história da morte de Cristo, a primeira coisa que vem à mente é: Por que Jesus Cristo morreu? O profeta Ezequiel, em seu livro, disse: ‘a alma que pecar, essa morrerá’ (Ez 18.4). E Paulo escrevendo aos Romanos 6.23 disse: ‘Porque o salário do pecado é a morte...’. 110
Mas, por que justamente Jesus morreu se ele não tinha pecado? Se a sua alma não tinha transgredido nenhum dos mandamentos de Deus! Por qual motivo Jesus Cristo morreu? Dentre tantos motivos que as Escrituras nos apresentam, quero apenas citar alguns baseado na Palavra de Deus. Primeiro motivo: Jesus Cristo morreu para nos resgatar do pecado, da morte e da condenação de Adão; Jesus Cristo morreu para nos resgatar do pecado de Adão; Jesus Cristo morreu para nos resgatar da morte de Adão; Jesus Cristo morreu para nos resgatar da condenação de Adão. A morte não é um processo natural biológico do ser humano, pois a Escritura apresenta a morte como uma sentença. Isso está escrito em Romanos 5.17: ‘...pelo pecado de um só [homem, Adão], a morte reinou [sobre todos]’ (Rm 5.12). Isso significa que as pessoas não morrem por causa de seus pecados, mas por causa do pecado de Adão. O texto que diz que ‘o salário do pecado é a morte’, esse pecado não é o meu pecado, é o pecado de Adão, de modo que podemos ler assim: ‘porque o salário do pecado [de Adão] é a morte’ (Rm 6.23). Como somos filhos de Adão herdamos dele a morte como o nosso salário. Assim lemos em Romanos 5.14: ‘No entanto, a morte reinou... até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão...’. A morte vem sobre todos por causa de Adão! Cito como exemplo a história do rico e do Lázaro que o Pb. Fernando leu no início do culto (Lc 16.19-22). Ambos tiveram o mesmo destino: a morte. Era um rico e um pobre, mas a morte não respeitou a classe social deles. Porque não era a questão de um ser rico e outro ser pobre, mas era a questão de ambos serem filhos de Adão. Até mesmo um recém-nascido, por ser descendente de Adão, morre. A morte reina sobre todos. Mas se Jesus Cristo não era filho e nem descendente de Adão, pois Ele foi gerado e concebido pelo Espírito Santo, por que então ele teve que morrer? Porque a morte que veio sobre Jesus Cristo não veio como uma sentença pelo pecado herdado por ele, mas como preço pelo pecado herdado pelos homens. Jesus Cristo morreu para pagar a sentença que pensava sobre todos nós por causa de Adão. Assim Cristo se tornou aquele que nos resgata da morte como está escrito em João 11.25,26: ‘Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto [por causa do pecado de Adão], viverá. E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá eternamente’. Ouça bem! Cristo morreu para nos resgatar da condenação trazida por Adão. Quer dizer, nós não só fomos sentenciados a morte física por causa de Adão, mas também fomos sentenciados a condenação eterna também por causa de Adão conforme está escrito na Escritura em Romanos 5.18: ‘por um só pecado [de um só homem, Adão] veio o juízo sobre todos 111
os homens para condenação’ (Rm 5.19). Somos condenados pelo pecado de Adão. Isso significa que se a pessoa se esforçar para praticar boas obras não alterará o seu estado diante de Deus e nem reverter a situação em que se encontra. Porque a condenação que pesa sobre ela não é de si mesmo, mas de um homem que não conseguiu obedecer a Palavra de Deus, então, não há como fazer algo para remover essa condenação. E os pecados que essa pessoa comete são apenas agravantes para a condenação que já pesa sobre ela. Os nossos pecados de cada dia estão cada vez mais agravando a pena ou a sentença de condenação. Então, nós estamos perdidos! E que não há escapatória para nenhum de nós! Se eu disser: ‘Não pecarei mais!’, ainda que isso seja impossível para mim, e se esforçar às custas penas para alcança esse objetivo, mesmo assim, eu sou sentenciado a morte e a condenação, porque Deus não nos condena apenas por causa dos nossos pecados, mas principalmente pelo pecado de Adão. Então, se eu me revoltar e disse: ‘Ah é assim, então, eu pecarei mais ainda!’. Esses pecados irão agravar mais ainda a minha condenação e prova-la que ela é justa. Então, nós estamos em um beco sem saída! É como se diz: ‘Se ficar, o bicho pega, se correr o bicho come’, mas se invocar Jesus salva. Para que Deus pudesse me resgatar desse estado de morte e condenação foi necessário que alguém que não fosse participante da natureza caída de Adão, mas sendo um ser humano, porém, justo e sem pecado, fizesse algum ato de justiça diante de Deus que pudesse ser contado como se fosse o nosso próprio ato. Conforme está escrito em Romanos 5.19: ‘Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um, muitos serão feitos justos’. E o versículo 18: ‘Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida’. Cristo como sendo o ‘último Adão’, conforme é chamado na Escritura em 1ª Coríntios 15.45, foi obediente a Deus. Ele não subiu na cruz obrigado e nem por merecer, mas foi crucificado por obediência ao Seu Pai. Assim está escrito em Filipenses 2.8: ‘sendo obediente até à morte, e morte de cruz’. Jesus quando estava no Jardim das Oliveiras orando ao Seu Pai dizia: ‘Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres’ (Mt 26.39). O querer do Pai era que Seu Filho fosse crucificado, e Ele obedeceu ao Seu Pai. Quando Jesus foi preso e conduzido ao Sinédrio para ser julgado e sentenciado a morte, os seus discípulos até tentaram o defender. Mas ele disse para os seus apóstolos: ‘Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a 112
meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos?’ (Mt 26.53), mas eu vim certamente para essa hora a fim de fazer a vontade de Meu Pai. Veja bem! A vontade de Deus para Adão é que ele não comesse uma simples fruta, mas a vontade de Deus para Cristo era que Ele morresse na cruz. Adão foi desobediente, muito embora tivesse ao seu redor vários frutos que ele podia comer para deliciar a sua alma, mas por pura desobediência tomou do fruto proibido e comeu. E esse ato trouxe consequências terríveis para nós. Mas o Filho de Deus sofreu a morte por obediência ao Seu Pai, e essa obediência ao Seu Pai tornou-se um ato de justiça diante de Deus e através desse ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para a justificação da vida. E agora Deus pode absolver os homens da condenação de Adão por causa do ato de justiça de Jesus Cristo. Pecadores condenados são agora justificados por Deus! Está escrito em Romanos 8.33,34: ‘Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós’. Talvez você pergunte: ‘Quem são esses escolhidos de Deus sobre os quais não pesa nenhuma condenação e cujos registros no céu estão completamente limpos já que todos nós somos rejeitados e condenados em Adão?’. Os escolhidos são todos aqueles que invocam o nome do Senhor Jesus Cristo. Para sermos escolhidos de Deus basta invocarmos o nome do Filho de Deus, pois está escrito em Romanos 10.12,13: ‘Porquanto [para Deus] não há diferença entre judeu e [brasileiro]; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo’. Por que Jesus Cristo morreu? Segundo motivo: Jesus Cristo morreu na cruz, sendo inocente, mas morreu como réu para nos resgatar dos nossos próprios pecados, da nossa própria morte e da nossa própria condenação. Jesus Cristo morreu na cruz para nos resgatar de nossos pecados contra a Lei de Deus, nos resgatar da morte e da condenação sentenciadas pela Lei de Deus. Não é apenas o pecado de Adão que nos condena, mas também, a Lei de Deus nos condena. A Lei de Deus não nos condena por causa do pecado de Adão, mas nos condena pelos nossos próprios pecados. Isso está escrito em Romanos 5.13: ‘Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei’. A Lei de Deus tornou os nossos pecados em transgressão, e a Lei determina a morte de todos os transgressores. Isso significa que as pessoas são duplamente condenadas. A nossa condenação é dupla! Somos condenados por causa do pecado de Adão, e somos, também, condenados por causa dos meus próprios pecados. 113
Deus deu a Lei no monte Sinai não apenas para que as pessoas pudessem praticar a justiça, mas também para provar que as pessoas são de fato pecadoras. Não temos de que reclamar dizendo: ‘Ah, eu pego esse Adão!’ ou se justificar dizendo: ‘Eu peco por causa de Adão’. Porque a Lei de Deus nos provou que cada um de nós somos um pequeno Adão. A Lei de Deus nos mostra que também transgredimos. Talvez você replique: ‘Quer dizer que Deus nos deu a Lei para nos condenar?’. Não! Deus não nos deu a Lei para nos condenar. Mas é através da Lei que nossos pecados são de fato revelados. Talvez você diga: ‘Eu vou guardar a Lei de Deus! Se eu guardar a Lei de Deus, Deus se agradará de mim, cancelará a condenação de Adão que pesa sobre mim, também revogará a minha própria condenação e me dará a vida eterna’. Realmente está escrito: ‘os que praticam a lei hão de ser justificados’ (Rm 2.13), e também ‘o homem, que fizer estas coisas, por elas viverá’ (Gl 3.12). Mas preste bem atenção! São 613 mandamentos que você deve guardar todos os dias! Será que você consegue guardar 613 mandamentos todos dos dias!? Irei citar apenas três mandamentos dos mais pequenos, dos mais simples para ver se você consegue guardar. Primeiro mandamento dos 613 mandamentos: Todo homem deve praticar a circuncisão. Mas o que é a circuncisão? A cirurgia da fimose. Aí você diz: ‘É mais eu não tenho fimose!’. É, mais se você quiser obedecer à Lei de Deus tem que fazer a cirurgia da fimose mesmo não tendo fimose. Segundo mandamento: toda pessoa tem que guardar o sábado. Isso significa que você não deve fazer nenhum trabalho no sábado. Você não pode aceder a luz no sábado, não pode dirigir seu carro no sábado, se andar no sábado deve ser apenas um quilometro, não pode aceder o fogão e muito menos fazer comida no sábado. Terceiro mandamento: Toda pessoa é proibida comer gordura, sangue e carne de porco. Sabe aquela gordura da picanha, você deve elimina-la, também tem que eliminar da sua dieta o sangue. Ah! Aquela galinha à cabidela! Que nos deixa de água na boca! Você tem que eliminar da sua refeição a carne de porco. Ah! Como é deliciosa a linguiça calabresa. Então, você me diz: ‘Não tem outro caminho?’. Tem! Está escrito em Gálatas 3.13: ‘Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro’. A Lei veio para nos provar que somos pecadores e passíveis de condenação, mas Jesus Cristo veio como escape e meio de salvação, como o caminho que nos conduz a Deus. Basta que nessa noite você tenha fé no Filho de Deus, e todas as cadeias infernais do pecado e da condenação serão rompidas. 114
Aí você pergunta: O que devo fazer para ter fé no Filho de Deus?’. É a coisa mais simples do mundo! Esqueça os 613 mandamentos que você tinha que obedecer para ser salvo e se livrar da condenação que pesa sobre nós por causa de Adão e faça o que está escrito em Romanos 10.8-11: ‘A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos. A saber: Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido’.
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Salém Em 03 de Agosto de 2014 A Religião Pura
A Paz do Senhor Jesus, irmãos. Leiamos Tiago 1.19,25-27: ‘Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito. Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã. A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo’. Jesus Cristo iniciou uma comunidade de seguidores e os chamou de Igreja. Isso está em Mateus 16.18. As pessoas entravam nessa comunidade através da fé em Jesus e do batismo em Seu Nome. Incialmente essa comunidade era composta apenas de judeus e ficaram conhecidos como ‘O Caminho’ e ‘Seita dos Nazarenos’. Leiamos Atos 9.2: ‘[Saulo] pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, caso encontrasse alguns do Caminho, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém’. At 19.9,23; 22.4; 24.22. E Atos 24.5: ‘Temos achado que este homem é uma peste, e promotor de sedições entre todos os judeus, por todo o mundo; e o principal defensor da seita dos nazarenos’. Com tempo essa comunidade de judeus foi se distinguindo do judaísmo, tendo suas próprias doutrinas, práticas e líderes. No início era vista apenas como uma seita do judaísmo, e se congregavam no pátio do templo. No templo judaico havia um pátio muito grande onde se reuniam vários grupos de vários rabinos, e nesse espaço se reunia também os 115
discípulos, e com o crescimento da Igreja houve um rompimento com o judaísmo. Quando essa comunidade de judeu-messiânicos incluíram os gentios ficaram conhecidos como cristãos. Está em Atos 11.26: ‘E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos’. Hoje todos os seguidores de Cristo são conhecidos por cristãos e sua religião recebeu o nome de cristianismo. Atualmente há várias religiões, denominações e seitas que se declaram seguidores de Jesus Cristo e se auto proclamam a religião pura e verdadeira. O cristianismo atual está fragmentado em várias religiões, seitas e denominações. Porém, a verdadeira religião não é um sistema. Tiago, que pertenceu a primeira comunidade de cristãos e era um dos líderes dessa comunidade, nos ensina, em sua epístola, como praticar a verdadeira religião. Tiago, também, mostra que uma pessoa mesmo pertencendo a religião pura e verdadeira pode tornar a sua religião vã para si mesmo. Devemos aprender como praticar a religião pura e verdadeira porque mesmo estando em uma igreja evangélica, que consideramos como representante das comunidades cristãs primitivas, podemos enganar a nós mesmos e praticar uma religião inútil. Estando seguros por sermos membros de uma igreja, achando que isso nos dará a salvação, e acabamos negligenciando as práticas cristãs, e a nossa religião se torna inútil. Veremos alguns conselhos que o pastor Tiago nos dá em relação a praticar o cristianismo de verdade. Primeiro conselho: Aprenda a ouvir. Devemos aprender a ouvir através da leitura, do discurso e do diálogo. Tiago 1.19: ‘Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir...’. Aprenda a ouvir através da leitura. Apocalipse disse que bemaventurados os que ouvem as palavras desta profecia (Ap 1.3). O ouvido é praticamente o órgão do espírito, pois é através do ouvido que o nosso espírito é alimentado. É como se o ouvido fosse a boca do espírito por onde recebe a alimentação da Palavra de Deus. Leiamos Jó 34.2,3: ‘Ouvi, vós, sábios, as minhas razões; e vós, entendidos, inclinai os ouvidos para mim. Porque o ouvido prova as palavras, como o paladar experimenta a comida’. É através do ouvido que a fé é produzida no espírito. Leiamos Romanos 10.17: ‘De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus’. Martinho Lutero dizia que ouvir é uma prática fundamental do cristão. Pois é através do ouvir a palavra que vem a prática. Como iremos praticar a palavra, se não ouvirmos o que está escrito na palavra. E ouvir da 116
palavra vem também através da leitura pessoal que fazemos das Escrituras. Por isso que a leitura da Bíblia não é uma obra meramente carnal, mas uma obra espiritual. A leitura é para o cristão uma prática espiritual assim como a oração, louvor, culto e o jejum. Pois é através da leitura que ele está alimentando o seu espírito e fortalecendo a sua fé. A leitura das Escrituras precisa ter três objetivos: atingir efetivamente o coração, conhecer a mensagem divina de Cristo Jesus e receber orientação sobre princípios cristãos. Para que a leitura das Escrituras produção efeito em nosso coração precisamos lê-las com intenções puras, com sinceridade, mansidão e sobriedade. Temos que fazer o que o agricultor faz antes de semear a sua semente no solo. O que ele faz? Prepara e limpa a terra. Assim também antes de receber a palavra de Deus no coração devemos limpa-lo de toda a malícia e maldade para que a palavra possa produzir efeito. Leiamos Tiago 1.21: ‘Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas’. Sabemos que a palavra de Deus é poderosa, mas ela só produzirá efeito se o solo estiver preparado. Cristo falou do semeador. O semeador só teve bom resultado em uma terra, aquela que caiu em boa terra (Mc 4.8), porém, as sementes que caíram em terra dura ou terra cheia de espinhos ou com pedregais não suscitaram efeitos (Mc 4.4-7). Não devemos ler a Bíblia por obrigação ou apenas no intuito de fazer sermões ou por hábito religioso. Devemos ler a Bíblia para aprender lições de vida e princípios morais. Muitos cristãos não leem a Bíblia porque eles acham que ler a Bíblia é apenas para quem vai pregar ou dar estudo. A Bíblia é o guia do cristão, o manual do cristão, o mapa do cristão. Ele se orienta na vida lendo as Escrituras. Deve fazer da Escritura o seu manual de prática e fé. Para conhecer a mensagem de Jesus Cristo através da leitura precisamos ler os Evangelhos e as demais Escrituras que falam acerca de Cristo. Devemos ler também dicionários, comentários e enciclopédias que nos ajudam no entendimento das Escrituras. Para recebermos orientações sobre princípios cristãos temos que deixar de ler a Bíblia de modo místico, e lê-la com a nossa mente espiritual. Por que muitos cristãos não aprendem a Palavra de Deus? Porque eles leem as Escrituras de uma maneira mística como se Palavra de Deus fosse uma carta de tarô ou uma caixinha de promessas. Porém, para que as Escrituras possam nos edificar precisa ser lida com a nossa mente espiritual. Leiamos 1ª Coríntios 2.13: ‘As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais’. 117
O cristão deve ler as Escrituras estudando-as e pesquisando-as, comparando textos com textos como diz o profeta Isaías: ‘um pouco aqui, um pouco ali’ (Is 28.10), e assim o cristão vai compreendendo as Escrituras. Pois só podemos praticar aquilo que compreendemos. Aprenda a ouvir através do discurso. Leiamos Isaías 28.23,26: ‘Inclinai os ouvidos, e ouvi a minha voz; atendei bem e ouvi o meu discurso. O seu Deus o ensina, e o instrui acerca do que há de fazer’. Temos de ter disposição para ouvir o pregador. Tome uma decisão de prestar atenção ao discurso. O povo de Deus deve persistir em escutar os designíos do Pai! Leiamos Hebreus 2.1: ‘Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas’. Nunca devemos nos incomodar e nem nos chatear com que ouvimos constantemente – ‘já sei, já sei, não preciso mais ouvir isso!’ – pelo contrário, devemos valorizar cada vez mais, pois o apóstolo Paulo disse quanto mais ouvimos é para a nossa própria segurança (Fp 3.1). Provérbios 8.33,34: ‘Ouvi a instrução, e sede sábios, não a rejeiteis. Bem-aventurado o homem que me dá ouvidos, velando às minhas portas cada dia, esperando às ombreiras da minha entrada’. Bem-aventurado o crente que está de prontidão esperando abrir as portas do templo para ouvir o discurso da palavra de Deus. Não transforme o discurso que você ouve da palavra de Deus em um falso discurso. Como é que transformamos o discurso das Escrituras em um falso discurso? Como é que nós transformamos um discurso que está falando a verdade em falso discurso!? Leiamos Tiago 1.22-25: ‘E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; Porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era. Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito’. Tiago nos mostra como um crente transforma um discurso das Escrituras em um discurso falso. Quando ouvimos um discurso sem compromisso, sendo somente um ouvinte. Quando ouvimos um discurso e logo esquecemos. Nada de substancial ficou retido. Quando ouvimos um discurso, concordamos com ele, mas não o cumprimos. Nós ouvimos o pregador, balançamos a cabeça, mas não praticamos aquilo que está sendo dito. Então, tornou-se para mim um discurso falso. Eu desvalorizei as Escrituras. Não se engane com falso discurso! Tem o discurso verdadeiro que se torna um discurso falso para a pessoa que apenas ouviu, mas se esqueceu e 118
não praticou. Esse discurso não é falso em seu conteúdo, mas pelo modo como a pessoa agiu é como se fosse um falso discurso. O ouvinte o tornou em discurso falso, sem valor. E tem o discurso falso em seu conteúdo. Nesse caso, é o pregador que torna o discurso da Escritura em um falso discurso. Como assim? São discursos místicos. O discurso místico nos engana. Por que muitos pregadores em vez de pregar a palavra de Deus acabam pregando um discurso místico na igreja? Porque muitos pregadores estão confundindo o discurso com a profecia. E há diferença entre o discurso e a profecia! A profecia é uma palavra mística, e o discurso é uma palavra lógica. O profeta não prepara a mensagem, não premedita na profecia, não escolhe a profecia. O profeta recebe a profecia, ela vem sobre ele, e ele é impulsionado a falar. Ele fala de coisas que não sabe, nem entende e nem estudou. Porque é uma palavra mística. Mas o discurso não deve ser místico, deve ser lógico. A profecia é baseada na fé, mas o discurso deve ser baseado na Escritura. Leiamos Romanos 12.6: ‘se é profecia, seja ela segundo a medida da fé’. Muitos pregadores preferem pregar de uma maneira mística do que pregar de um modo lógico porque eles não terão o trabalho de ler, estudar e pesquisar as Escrituras. Ele apenas dirá: ‘O Espírito Santo na hora me dá a palavra’, como se o discurso fosse uma profecia. O discurso não é uma profecia. O profeta depende único e exclusivamente de Deus para proferir a mensagem. Ele não pode produzir a mensagem – ‘Hoje eu vou profetizar isso e aquilo. Vou mandar alguém se levantar e vou lhe dizer: O Senhor mandou eu dizer isso a você...’. Uma pregação não é uma profecia. Quando o pregador transforma o seu sermão em uma profecia está trazendo um discurso místico. E esse discurso místico é um discurso falso, pois a profecia proferida não é verdadeira, não foi dada por Deus. A profecia que não vem de Deus é uma profecia falsa. Se o pregador premedita a profecia, essa profecia não vem de Deus, pois a profecia não é premeditada. A não ser que Deus dê a ele uma revelação. O discurso é baseado nas Escrituras. Leiamos Atos 8.35: ‘Então Filipe, abrindo a sua boca, e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus’. E Atos 17.2,3: ‘E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles; e por três sábados disputou com eles sobre as Escrituras, expondo e demonstrando que convinha que Cristo padecesse e ressuscitasse dentre os mortos. E este Jesus, que vos anuncio, dizia ele, é o Cristo’. E ainda Atos 18.28: ‘Porque com grande veemência, convencia publicamente os judeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era o Cristo’. E também At 28.23: ‘E, havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele à pousada, aos quais declarava com bom testemunho o reino de Deus, e procurava 119
persuadi-los à fé em Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos profetas, desde a manhã até à tarde’. Esses textos mostram os pregadores Felipe, Paulo e Apolo arrazoando baseados nas Escrituras por usarem o raciocínio e a lógica para provar que Jesus é o Cristo. Eles utilizaram suas mentes para poderem vasculhar as Escrituras. O pregador não pode esperar receber no púlpito uma palavra mística para falar, pois ele não vai profetizar, ele vai pregar. A pregação não é uma profecia, é um discurso lógico. Por isso que o pregador não determinada quando e o quê vai profetizar. E uma vez que ele não determina o que vai profetizar, então, ele não pode depender dessa profecia para pregar. Pois na profecia é o Espírito que usa a quem quer no que for útil. A profecia não depende do pregador. Qualquer irmão que esteja na igreja pode profetizar. Tem obreiro que quando recebe a oportunidade para pregar, diz: ‘Irmãos, eu não preparei a mensagem porque o Espírito Santo vai dar a mensagem’. Não! O Espírito Santo vai dar a profecia, mas a mensagem, o pregador tem que estudar nas Escrituras, tem que buscar nas Escrituras a mensagem. Porque a mensagem é um discurso lógico baseado nas Escrituras. Um discurso místico não produz efeito prático. Por exemplo, o pregador lê a história de Bartimeu: ‘Batirmeu, jogando a capa, levantou-se’. Irmão! Joga a capa! Joga capa! Jesus tá mandando você jogar a capa, agoraaaaaaa!’. E haja profetadas! Não dá, meus irmãos! Esse tipo de mensagem não traz ensinamento prático para nós. Esse pregador não quis estudar as Escrituras. Esse pregador não quis seguir o exemplo de Apolo que era ‘eloquente e poderoso nas Escrituras... falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor’ (At 18.24,25). O discurso místico produz ouvinte semelhante a um varão que contempla no espelho o seu rosto, mas logo se esquece como era (Tg 1.23,24). Porém, o discurso baseado nas Escrituras produz ouvinte fazedor da obra. Leiamos Tiago 1.25: ‘Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito’. E Atos 17.11: ‘Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim’. E também Salmos 119.130: ‘A exposição das tuas palavras dá luz, dá entendimento aos símplices’. Paulo expôs as Escrituras para os ouvintes de Beréia. Os bereanos eram ouvintes fazedor da obra, esses tipos de ouvintes colhem frutos da mensagem. A Palavra de Deus tem que ser exposta! Ou seja, a pregação das Escrituras tem que ser expositiva, baseada nos textos da Bíblia. Não pode ser baseada nas palavras do pregador. Tem que ser baseada nas Escrituras 120
para que possa produzir entendimento aos ouvintes. Quando o sermão produz entendimento nos seus ouvintes, eles têm a possibilidade de praticarem a palavra, pois entenderam a palavra. O discurso lógico nos dá a possibilidade de atentar bem para as Escrituras, de poder examinar o que está sendo dito, de poder conferir o que o pregador está falando. Quando pregador expôs os textos bíblicos, os ouvintes têm a possibilidade de examiná-los. Mas no discurso místico que o pregador quer porque quer profetizar, e não expor as Escrituras, vai apenas transmitir palavras ocas que não dará aos ouvintes a oportunidade de examinar as Escrituras. Pois não citará as Escrituras, apenas os seus próprios pensamentos místicos. Qual é a origem do discurso místico? É a leitura mística da Bíblia. São pregadores que não estudam as Escrituras com seriedade, mas leem a Bíblia apenas de uma maneira mística, e assim não trazem um discurso lógico. Qual é a mentalidade desses pregadores místicos? É quanto menos preparar o discurso, mais estará vazio para o Espírito Santo usar. Porém, eles estão confundindo o discurso público com a profecia. Na profecia, de fato, temos que estar esvaziado de qualquer pressentimento e de qualquer pensamento premeditado. O profeta não pode vir a igreja já pensando em profetizar. Tem que estar esvaziado disso. Mas no discurso não! O pregador tem que estar com o discurso pronto, preparado e examinado, pois lhe dará segurança e também dará segurança para seus ouvintes. Aprenda a ouvir através do diálogo. Ouça as pessoas atenciosamente e com tato. Tenha paciência e preste atenção na conversa seja de uma criança ou de um idoso. Ouça o conselho e aceite a repreensão. Segundo conselho: Tenha cuidado ao falar. Tiago 1.19: ‘Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja... tardio para falar...’. Tenha cuidado ao falar em um discurso. Não se apresse em ser um mestre, aprenda primeiro a controlar a sua língua. Leiamos Tiago 3.1,2: ‘Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo’. O mestre tem que ter cuidado com a sua língua, por isso que ele deve ter muito cuidado ao falar em um discurso. Não discurse sem o conhecimento dos fatos, quer dizer não faça uma interpretação de um texto ou de uma história sem conhecer de fato aquela história. Procure usar palavras agradáveis a fim de prender a atenção dos ouvintes. Leiamos Eclesiastes 12.10,11: ‘Procurou o pregador achar palavras agradáveis; e escreveu-as com retidão, palavras de verdade. As palavras 121
dos sábios são como aguilhões, e como pregos, bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo único Pastor’. Devemos enriquecer nosso vocabulário! Para que possamos saber escolher a palavra certa. A palavra é comparada a uma flecha e precisa ser bem apontada para puder atingir o alvo. Quando escolhemos as palavras certas e agradáveis conseguimos cativar a atenção das pessoas. Fale com propósito de promover a edificação (Ef 4.29). Fale a verdade em amor e manje bem a palavra da verdade (Ef 4.15,25; 2ª Tm 2.15). Fale segundo as Escrituras (1ª Pe 4.11). Fale o que você vive e viva o que você fala (Tg 2.12). Tenha cuidado ao falar em um diálogo. Ouça primeiro, depois fale. Antes de responder uma pergunta, reflita sobre ela. Não fale sem pensar, de modo precipitado. Não corte a conversa do outro e nem atropela a palavra dele. Seja educado no falar. Não se meta na conversa alheia. Provérbio que quem se mete na conversa alheia é como alguém que pega o cão pela orelha (Pv 26.17). Não seja mexeriqueiro e nem fofoqueiro. Não fale mal de ninguém e nem difame ninguém. Não fale quanto estiver irado. Fale no tempo certo. Fale com mansidão e sem animosidade, ou seja, sem provocar brigas e irritação. Fale com delicadeza e cordialidade. Fique calado quando for insultado. Cuidado com o tom de suas palavras. Quando usamos a palavra certa, mas com o tom errado, e isso pode causar problemas. Todos esses conselhos sobre o diálogo servem para qualquer situação. Não é porque é com a nossa esposa que devemos falar de uma maneira diferente. Pelo contrário, devemos controlar nossa língua principalmente com nossas esposas e nossos filhos. Se queremos manter uma boa amizade temos que cultivar essas qualidades no falar. Se quisermos fazer amizade, temos que também saber falar. Provérbio diz que a morte e a vida estão no poder da língua (Pv 18.21). Tiago disse que com a língua podemos trazer benção, mas também invocar maldição (Tg 3.10). Também está escrito: ‘Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã’ (Tg 1.26). Temos que usar nossa língua como meio de conquistar as pessoas, até mesmo na evangelização, pois devemos saber falar de um modo que possamos conquistar aquela pessoa para Cristo. Terceiro conselho: Controle seus sentimentos. Tiago 1.19: ‘Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja... tardio para se irar’. Os seres humanos têm várias emoções e sentimentos. Porém, vamos falar apenas da ira. Nossos sábios disseram: ‘Controle sua ira’ (4ª Lição, 3º Trim/2014). A ira produz ódio e rancor contra as pessoas! O ódio, que é um sentimento doentio e perverso cujo resultado pode ser a morte, é gerado 122
através da ira. Uma pequena ira pode produzir o ódio, e do ódio pode vir o assassinato. Controle sua ira, pois a ira humana não produz a justiça de Deus. Está em Tiago 1.20: ‘Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus’. Controle sua ira, pois a vingança pertence a Deus - Romanos 12.19: ‘Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor’. Controle a sua ira, pois a ira é uma obra da carne - Gálatas 5.19,20: ‘Porque as obras da carne são manifestas, as quais são:.. inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões...’. Controle sua ira, pois a ira suscita contendas Pv 15.18: ‘O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo apaziguará a luta’. As Escrituras dizem que o Senhor é longânimo (Nm 14.18), que Deus é tardio em irar-se (Na 1.3). Ele não é o Deus descontrolado, emocionalmente sentimental, ele tem o seu tempo de se irar (Ap 11.18; 2ª Pe 3.9), e ainda não chegou o momento dele derramar sobre o mundo a Sua ira (Ap 15.1; 19.15). Então não adianta a gente se irar contra a sociedade, pois isso não virá trazer a ira de Deus. Alguns dizem: ‘Ah! Se eu fosse Deus mandava exterminar todos os estupradores da terra. Seu fosse Deus detonava o Congresso’. Não adianta! O Senhor Jesus disse para Tiago e João: ‘Vós não sabeis de que espírito sois. Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las’ (Lc 9.54-56). O propósito de Cristo agora é salvar as almas dos homens (2ª Co 6.2). O Filho do Homem não veio condenar o mundo, mas salvar o mundo (Jo 3.17). Agora o seu propósito é salvar o mundo, no futuro, que a Deus pertence, ele condenará (Rm 2.5; 3.19). Se ficarmos irado que seja contra as más atitudes, e não contra as pessoas. E se ficarmos irado com alguém que não seja o dia todo (Ef 4.26,27). Se alguém ficar irado contra você, seja prudente e procure aplacar a ira dessa pessoa. Vamos ver como Provérbios nos ensina a aplacar a ira das pessoas. Leiamos Provérbios 21.14: ‘O presente dado em segredo aplaca a ira, e a dádiva no regaço põe fim à maior indignação’. E Provérbios 19.11: ‘A prudência do homem faz reter a sua ira, e é glória sua o passar por cima da transgressão’. E também Provérbios 15.1: ‘A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira’. Se alguém estiver irado contra você, dê um presente em segredo a essa pessoa. Se alguém está irado com você, não fale no mesmo tom, pois o estremar da ira produz contenda (Pv 30.33). Seja humilde, prudente, engula o sapo e fale brandamente. Ainda Provérbios 25.21,22 nos aconselha: ‘Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer; e se tiver sede, dá-lhe água para beber; 123
Porque assim lhe amontoarás brasas sobre a cabeça; e o Senhor to retribuirá’. Quando agimos com bondade para com a pessoa que nos detesta, estaremos amontoando braças vivas sobre a cabeça dessa pessoa (Rm 12.20). Isso significa que a consciência dessa pessoa ficará pesada. Não se ire facilmente, tenha autocontrole! O quarto conselho de Tiago de como praticar a verdadeira religião: Pratique os ensinamentos de Jesus Cristo. Como? Torne a sua religião uma prática de vida. Para que a religião se torne uma prática de vida não pode ser apenas constituída de atividades espirituais: orar, jejuar, ofertar, ler a Bíblia, cantar, pregar, ensinar e ouvir sermão. Para que a religião se torne uma prática de vida não pode ser apenas constituída de ritos: ser batizado, ser ordenado, tomar a ceia, receber unção com óleo, usar vestes sagradas. Para que a religião se torne uma prática de vida não pode ser apenas constituída de experiências místicas: profetizar, falar em línguas, ter visões e revelações, operar milagres, saltar e rodopiar no espírito. Para que a religião se torne uma prática de vida não pode ser apenas constituída de cerimônias: liturgias, casamentos, apresentações de crianças, festas, eventos e funerais. Para que a religião se torne uma prática de vida não pode ser apenas constituída de sistemas: templos, catedrais, tradições, cargos eclesiásticos, rol de membros, departamentos e ministérios. Para que a religião se torne uma prática de vida ela precisa sair dessa estrutura e conjuntura e penetrar no cotidiano e no secular das pessoas. Como tornar sua religião em uma pratica de vida? Ame a Deus de todo o coração, ame as pessoas sem fingimento. Essa é a base da religião verdadeira. Como se ama o próximo? Faça aos outros o que você quer que os outros lhe faça (Mt 7.12). Fale com as pessoas da mesma forma que você quer que as pessoas falem com você. Trate os outros do jeito que você quer ser tratado. Faça o bem e odeie o mal. Ajude os pobres e os necessitados e mantenha-se puro do mundo que também é uma prova do amor a Deus (1ª Jo 2.15-17). Leiamos Tiago 1.27: ‘A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo’. E 1ª João 2.15-17: ‘Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua 124
concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre’.
Palestra Ministrada no Culto da Família Na Assembleia de Deus de Horizonte-CE Em 03 de Agosto de 2014 Libere a Força do Amor!
Gostaria de saudar a todos na Paz do Senhor Jesus Cristo. Para mim nessa noite é motivo de muita alegria de puder estar aqui juntamente com os irmãos e conhecer mais uma parte do povo de Deus aqui no Planalto Horizonte. Também me sinto bastante privilegiado por esse convite e por saber que os irmãos estão fechando uma etapa da congregação para dar início uma nova etapa e com certeza Deus será convosco. Também me alegro em rever o irmão Vilmar e a irmã Daniele esse casal abençoado que tem realizado um trabalho muito excelente na nossa congregação no Palmeiras, lideraram a mocidade ali, trabalharam na Escola Dominical e com a Família, e deixaram uma lacuna muito grande. Sou muito grato em revê-los. Confesso que de fato fiquei admirado com a irmã Daniele que, com muito respeito, a vejo como uma borboleta que saiu do casulo e está voando livre. E o irmão Vilmar está mais alegre do que todos nós! Ele me disse que não precisou pular a cerca, pois Deus lhe deu uma esposa novilha em folha. Que Deus abençoe esse casal poderosamente. Também me alegro em rever a irmã Vânia, esposa do meu amigo Aldemir, que moraram por muito anos no Palmeiras, e também, a irmã Milena que foi nossa vizinha. Bem meus irmãos, nessa noite, quero falar sobre o tema: Libere a Força do Amor! Sabemos que há uma força muito grande no amor, e que essa força precisa ser liberada pois o amor é mais forte do que a morte. Salomão em Cantares 8.6 disse: ‘O amor é forte como a morte’. Mas Salomão escreveu isso porque ele não conheceu, como nós, a história do Calvário. Porque se ele tivesse conhecido a história do Calvário, ele, de fato, iria saber que o amor é mais forte do que a morte. Porque foi ali, na cruz do Calvário, que Deus, por intermédio de Cristo, demonstrando todo o Seu amor, eles venceram a morte por todos nós. As Escrituras mostram em Romanos 8.37-39 o grande cântico da vitória em que o amor é tão forte que vence todas as coisas. O amor tem a 125
força de quebrar todos os empecilhos, obstáculos e barreiras que se interpõe na vida da família. Também em 1ª Coríntios 13, o apóstolo Paulo demonstra que o amor é mais forte, mais sublime, do que os dons, do que a ciência, do que fé e do que a esperança. Há uma força muito grande no amor, e essa força precisa ser liberada. Podemos comparar o amor como um frasco de perfume, enquanto o perfume estiver dentro do frasco ninguém sente o seu aroma, mas se quebrarmos esse frasco, então o aroma do perfume vai exalar todo esse local. Assim também é o amor, para que o amor possa exalar a sua força, a sua energia, precisa ser liberado através de algumas coisas. Quando o amor libera a sua força não só fortalece a família como também dá a essa família a capacidade de vencer e superar todas as crises. Nessa noite iremos aprender com o Pai e o Seu Filho como liberar a força do amor. O Pai e o Filho têm um amor muito forte. E se as famílias aprenderem com eles esse amor se tornarão famílias fortificadas e superarão todas as crises que surgirem. Vamos ler Mateus 3.17: ‘E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo’. O Pai tem um amor muito grande pelo Seu Filho, e o Filho também teu um amor muito grande pelo Seu Pai. Vamos aprender com Eles como liberar a força do amor. Muitas pessoas se amam mais não sabem fazer com que o amor fortaleça a família, a relação entre os cônjuges e a relação entre pais e filhos. O Filho falando ao Seu Pai disse: ‘tu me amaste antes da fundação do mundo’ (João 17.4). A primeira atitude para liberar a força do amor é: A família tem que tomar a decisão de si amar antes de qualquer outra coisa. O marido amar a sua esposa, a esposa amar ao seu marido, os pais amarem seus filhos e os filhos amarem seus pais antes de qualquer outra coisa. Porque o amor não pode está baseado em coisas. O amor não pode está baseado em objetos. O amor precisa está baseado no próprio amor. Os filhos não devem amar seus pais esperando receber deles alguma coisa. Os filhos devem amar seus pais baseados unicamente no amor. Porque o amor é o fundamento da família e da relação entre os cônjuges. Quando a família está baseada no amor pode despencar tudo na sociedade, mas essa família permanece intacta e firme. O Pai celestial amou o seu Filho antes da fundação do mundo. Antes que qualquer outra coisa que pudesse vir à existência, o Pai já amava o seu Filho. E quando Eles criaram o mundo, e o mundo entrou em decadência, o Pai disse para o Seu Filho: ‘Nós estamos juntos nessa, e vamos sair dessa juntos’.
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O amor da família não deve está baseado em objetos como casa, bens, empresa, dinheiro, mas no próprio amor, pois se essas coisas ir à falência, a família permanece junta. Pois o amor nunca falha (1ª Co 13.8). A segunda atitude para liberar a força do amor é: Instrua a sua família. Leiamos João 12.49,50: ‘...o Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar... Portanto, o que eu falo, falo-o como o Pai mo tem dito’. E João 8.28: ‘...nada faço por mim mesmo, mas falo como meu Pai me ensinou’. E também João 10.18: ‘Este mandamento recebi de meu Pai’. E ainda João 15.10: ‘...eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor’. O Pai instruiu a Jesus, Jesus obedeceu a instrução de Seu Pai, e a relação deles ficava cada vez mais fortalecida. Quando a família se reúne regularmente para estudar as Escrituras essa atitude fortalece a família. Pois abrirá o diálogo entre pais e filhos e a comunicação entre esposo e esposa. Haverá um fluxo constante no diálogo sem interrupção. Pois se acostumaram a dialogar através do estudo da palavra de Deus. Quando o pai, que é o líder do seu lar, reuni a sua família para estudar a Bíblia está dando a oportunidade aos seus filhos adolescentes e jovens para dialogar com seus pais de uma maneira aberta. Deus ordena aos pais a ensinarem seus filhos a palavra de Deus em Deuteronômio 6.6-8: ‘E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. [As palavras de Deus será] por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos’. O ensino da palavra de Deus no lar marca de tal maneira os filhos e os cônjuges que a Escritura diz: ‘Instrui a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele’ (Pv 22.6). Os pais devem falar com seus filhos abertamente sobre sexo, droga, amizade e comportamento para que os filhos possam ter um referencial baseado na palavra de Deus. Porque é a palavra de Deus que fortalece a família. Os pais devem, baseados na palavra de Deus, ensinar princípios cristãos para seus filhos e valores morais que estão sendo perdidos por essa sociedade. Nós vivenciamos numa sociedade em que a família está totalmente desestruturada porque falta o fundamento e a base da palavra de Deus. Jesus foi instruído pelo Seu Pai, e essa instrução fortaleceu a relação deles. A instrução da palavra de Deus em nossa casa fortalecerá a nossa relação familiar.
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Em Deuteronômio 11.19 está escrito: ‘E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitandote, e levantando-te’. O ensinamento da palavra de Deus aos filhos em primeiro lugar é de responsabilidade do pai. Os pais não podem empurrar essa responsabilidade para a igreja, para a sociedade e para colégio. O pai foi constituído líder, ele deve reunir sua esposa e seus filhos para que juntos possam estudar a palavra de Deus. E quando a família estuda junta a palavra de Deus e pratica, o próprio Deus e Jesus faz daquele lar o seu próprio lar. É o que está escrito em João 14.23: ‘Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada’. O lar que prioriza a palavra de Deus tem como hóspedes Deus e o Seu Filho. Quando o Filho de Deus habita em uma casa, ele se responsabiliza em edificar aquela casa. Porque ‘Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os seus edificadores e se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela’ (Sl 127.1). Nós garantimos a presença do Senhor no nosso lar por intermédio do estudo precioso da palavra de Deus. A terceira atitude que devemos tomar para liberar a força do amor e fortalecer a família é: Pais sejam o exemplo para seus filhos! Leiamos João 5.20: ‘Porque o Pai ama o Filho, e mostra-lhe tudo o que faz...’. ‘...porque tudo quanto [o Pai] faz, o Filho o faz igualmente’ (João 5.19). Os pais devem ser exemplo para seus filhos assim como Deus é exemplo para Jesus. Não adianta dizer: ‘Faça o eu digo, mas não faça o que eu faço’. Isso não funcionará para educação dos filhos. Os pais são as primeiras influências na vida de seus filhos. Por isso que os pais precisam ser exemplos de amor, de honestidade, de verdade e de santidade. Quando os filhos encontram em seus pais esses exemplos terão um chão firme para se apoiar mesmo quando a corrupção assola em nossa sociedade. Mesmo se os filhos virem a sociedade se quebrando por falta de honestidade, verdade e bons princípios, eles encontrarão nos seus pais esses princípios. Os pais servem de testemunho exemplar para nortear seus filhos neste mundo a fim de possam seguir em frente. Então o lar se tornará um esconderijo contra a tempestade! E os filhos terão o lar como um oásis diante do deserto deste mundo. O Pai mostra ao Filho tudo o que Ele faz. Podemos aplicar isso ao casal e dizer que entre o marido e a esposa não deve haver nenhum segredo, mas eles têm que ser transparentes e verdadeiros um com outro. Ambos devem tomar decisões em conjunto ou com consentimento. Até mesmo na disciplina de seus filhos, os pais precisam estar juntos. Tem que ser parceiros no exemplo. E esse exemplo fortalecerá a família e liberará a força do amor onde os filhos terão uma base firme para ancorar suas vidas. 128
Os filhos olharão para seus pais e dirão: ‘Eu quero ser como meu pai’ ou ‘Eu quero ser como minha mãe’ ou ‘Eu quero que a minha família seja igual a família do meu pai’, ‘Eu quero educar meus filhos como meu pai me educou’, ‘Quero trata a minha esposa como meu tratou a minha mãe’. O exemplo fala mais alto do que as palavras. Não adianta ensinar, se não der o exemplo. Dê o testemunho com a sua vida! E com certeza seus filhos terão a confiança de que você realmente acredita naquilo que ensina. A quarta atitude que libera a força do amor e fortalece a família é: Tenham confiança um no outro! Leiamos João 3.35: ‘O Pai ama o Filho, e todas as coisas entregou nas suas mãos’. O Pai entregou todas as coisas nas mãos do Filho, porque o Seu amor o fazia ter confiança no seu Filho. Assim também é necessária haver na família confiança. O marido precisa confiar em sua esposa e os filhos confiar nos pais. A confiança é fundamental nos cônjuges para que a força do amor seja liberada na família. O casal precisa tomar a firme resolução de confiar. O esposo dizer convicto: ‘Eu confio na minha esposa’. E a esposa também dizer: ‘Eu confio no meu esposo’. O amor não pode ser por reservas. A família precisa aposta toda as suas cartas no amor. O jovem não pode entrar em uma relação conjugal com os pés atrás. Não pode pensar: “Se não der certo, eu me divorcio’. Tem que entrar com toda confiança no casamento para que o amor possa dar certo. A confiança no amor é importante porque é no casamento que o amor alcança sua plenitude, e se completa plenamente. E para que o casamento manifeste o amor pleno precisa revelar as quatro fases do amor. Quando o casamento revela as quatro fases do amor então surge uma confiança incondicional entre a esposa e o marido. Está escrito no Salmo 125.1,2: ‘Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre. Assim como os montes estão à roda de Jerusalém, assim o Senhor está em volta do seu povo desde agora e para sempre’. O monte de Sião não se abala porque ao redor dele há vários montes que o mantém firme, assim também, para que o casal não se abale no seu matrimônio, o casamento precisa estar rodeado por quatro pilares, isto é, fundamentado nas quatro fases do amor. Essas quatro pilastras não permitirá o casamento se rachar quando vier as crises tempestuosas. A primeira pilastra é o amor ágape. O casal deve tomar a firme decisão de ser fiel aos votos matrimoniais. O casal deve tomar essa decisão de uma maneira consciente. Essa decisão não é baseada nas emoções e nem nos sentimentos, mas na disposição mental de serem fiéis. O homem decide ser fiel à sua esposa custe o que custar e venha o que vier, igualmente a 129
mulher. Eles estão firmes na fidelidade de cumprirem à risca o que prometeram diante de Deus e da lei. Eles prometeram: ‘Prometo ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza todos os dias da minha vida até que a morte nos separe’. É uma decisão que não está baseada na paixão – ‘Eu vou deixar a minha esposa porque não estou mais apaixonado por ela. Não sinto mais por ela aquele amor que sentia quando erámos namorados e noivos. O tempo passou e o nosso amor acabou’. O amor ágape não se baseia no sentimento, na emoção e na paixão, mas na decisão que se toma na mente. É na mente que o cônjuge toma a decisão de ser fiel. Está escrito: ‘Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme ti’ e ‘cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente’ (Is 26.3; Rm 14.5). A segunda pilastra é o amor fileó. O casal torna-se companheiros, parceiros na vida, cúmplices, amigos leias e confidentes. O amor fileó é representado pelo coração, o amor de amizade e companheirismo. A esposa é a amiga principal do esposo, o esposo é o amigo principal da esposa. Não há ninguém no meio dessa relação. Não ninguém de maior confiança com quem podem confidenciar algum segredo a não ser ao seu próprio cônjuge. Fazem tudo para fortalecer relação íntima de amizade. Para enfrentar qualquer dificuldade eles estão juntos como dois amigos leais. A Escritura diz: ‘Em todo o tempo ama o amigo e na angústia nasce o irmão’ (Pv 17.17). A angústia e a tribulação que assolam a família, não separam o casal, pelo contrário, o deixa mais apegado e mais firme um ao outro. A terceira pilastra é o amor storge. O casal se considera irmãos. São afetuosos, podem até arengarem, mas suas entranhas se comovem. O amor storge cobre os defeitos de personalidades. O amor que se manifesta entre irmãos sanguíneos deve se manifestar entre o casal. Os cônjuges podem até ser incompatíveis em alguns pontos, mas o amor storge nos faz superar qualquer incompatibilidade de gênios. Aprendem a conviverem juntos como seres humanos, e não como cão e gato. Como duas pessoas que se entendem e se compreendem. A quarta pilastra é o amor eros. O amor eros faz com que o amor conjugal seja um amor pleno. Pois o casamento é o único lugar onde se manifesta esses quatro amores. Não existe outra instituição ou união onde essas quatro fases do amor se manifestam. É por isso que o casamento manifesta o amor completo e pleno. No amor eros, os cônjuges são amantes, apaixonados, românticos e eternos namorados. Eros torna o casal uma só carne. É um manancial secreto que apenas o casal compartilha. É através do amor eros que o casamento se torna consumado. É uma chama acessa que o casal jamais 130
deixa se apagar. Ambos não deixam o encanto quebrar. Pois no dia que o encanto quebrar, o amor eros perde a sua força. Quando o casal aprende a desenvolver as quatro fases do amor, então há uma confiança mútua. A quinta atitude que libera a força do amor e fortalece a família é: Externem seus sentimentos! Lemos em Mateus 3.17: ‘E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo’. O Pai elogiou o seu Filho, assim também, os membros da família precisam elogiar uns aos outros, precisam demonstrar o amor em pequenos detalhes e pequenos gestos. Precisa ser expressado em palavras, eles nunca devem deixar de dizer: ‘Eu te amo’. Os pais devem dizer aos seus filhos: ‘Eu te amo’. A esposa nunca deve deixar de dizer ao seu esposo: ‘Eu te amo’, e o esposo, também, nunca deve deixar de dizer a sua esposa: ‘Eu te amo’. O amor precisa ser externado também através das palavras, dos gestos e das expressões. Quando o Pai celestial disse para Jesus: ‘Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo’, ele estava elogiando o seu Filho, demonstrando o seu amor em palavras. E essas palavras fortaleceram o Seu Filho para enfrentar as crises na sua vida. Quando a família libera a força do amor terá condições de enfrentar as crises. Logo, após, quando Cristo ouviu a voz do Seu Pai, ele foi conduzido ao deserto para ser tentando por Satanás. No deserto, Jesus teve que enfrentar três terríveis crises, mas ele venceu todas porque confiou na força do amor que emanava do Seu Pai. Foi o amor que sustentou Jesus no deserto, e o amor que sustentará a família e o casal no deserto desse mundo. Satanás disse para Jesus: ‘Você é o amado Filho de Deus? Você tem certeza que Deus realmente lhe ama? Você tem certeza que é realmente o Filho amado de Deus? Então, por que Deus deixa você passar fome? Peça a Ele para transformar essas pedras em pães e saciar a sua fome!’. Essa era uma crise financeira e material! Mas Jesus segurou firme porque ele estava firmado no amor de Deus. Ele disse: ‘Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que saí da boca de Deus’. A família não deve basear o seu amor no dinheiro, pois o dinheiro não é a base para a família. Quando há dinheiro, tudo vai bem e a família está em paz, mas quando falta o dinheiro começa as brigas, discussões e crises conjugais. Isso acontece porque a base da família está nos bens materiais. Jesus sabia que o amor de Deus não estava no fato de Deus lhe sustentar ou deixar de sustentar. O amor de Deus estava na consciência de Cristo de que o Pai lhe amava. Um pai de família pode ficar desempregado, pode faltar as coisas dentro de casa, pode desfazer de alguns bens para sustentar a sua família, mas o esposo nunca abandonará sua esposa por causa disso, e a esposa 131
nunca retornará a casa da sua mãe por causa disso. Eles passarão a crise juntos, mas irão vencer porque estão firmes no amor. Mais uma vez, Satanás disse para Jesus: ‘Você é realmente o Filho de Deus? Será que realmente Deus lhe ama como Ele disse que lhe ama ao chama-lo de Filho amado? Então, por que você não exige de Deus uma prova do seu amor? Pule desse penhasco! Pois se Deus lhe ama virá em seu socorro, Ele não deixará que seu pé tropece em alguma pedra’. Mas Cristo lhe respondeu: ‘Não tentarás ao Senhor teu Deus’. As crises no relacionamento levam a mulher a pensar: ‘Meu marido não me ama mais! Ele nem sequer se lembra da data do nosso casamento. Meu aniversário passou, e ele nem seque me trouxe uma flor. Ele não me diz uma palavra romântica. Acorda de manhã, toma o seu café e sai para o trabalho, e quando chega de noite vem estressado e chateado. Ele não me ama mais!’. Essas crises são vencidas quando o casal tem certeza que realmente se amam. Eles sabem que estão enfrentando apenas uma fase, mas isso passará e o amor permanecerá. Porque o amor é mais forte do que as crises. Porque assim como nada pode nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, seja a tribulação, a angústia, a aflição, a dor, a nudez, a espada e a perseguição, assim também nada poderá separar o casal e a família que estão firmados no amor. Por mais que Satanás tente e se esforce, a família vencerá pelo poder do amor. O amor tem o poder de vencer os principados, as potestades, os poderes, a altura, a profundidade, comprimento, a largura e todas as coisas. Nenhuma crise pode vencer o amor! E, por último, Satanás mostrou a Jesus todos os seus bens, riquezas e os seus reinos e lhe disse: ‘Deus lhe abandonou! Você está no deserto sem nada, mas eu lhe dou o reino. Está lhe faltando tudo, mas eu lhe dou riquezas, basta, tão somente, você ser infiel a Deus e se prostrar aos meus pés e me adorar’. Cristo lhe disse: ‘Vai-te, Satanás! Porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e somente a Ele servirás’. Satanás quis que Cristo quebrasse sua aliança com Deus, mas Jesus segurou firme no amor de Deus e venceu a tentação. Quando a família e o casal estão firmes no amor não existe tentação carnal nenhuma que rompa a relação deles dois. O marido pode ser perseguido como José, mas ele não cede, pois tem compromisso com Deus e com a sua esposa. Ele pode sofrer a tentação da mulher adúltera de Provérbios 7, mas jamais será infiel a sua esposa, jamais quebrará os seus laços conjugais. Porque ele invoca Jesus para o seu lar, a sua família e o seu casamento. E Eclesiastes diz que a corda de três dobras é mais difícil de ser rompida (Ec 4.12). Quando Jesus está na família e entre o casal não existe tentação nenhuma que separe a família e o casal. Porque o que Deus uniu não o separe o homem (Mt 19.6). 132
Não existe crises nenhuma que nos vença! Eu sei disso, pois foi a força do amor que me sustentou. Quando eu pensei que tudo estava perdido e sem esperança, foi o amor que me sustentou na minha angústia e aflição. Em agosto de 2011 quando eu tive uma AVC, o irmão Vilmar e a irmã Daniele sabem disso, tive que ir para UTI e fiquei ali quarenta dias, entrei duas vezes em coma induzido, peguei uma infecção pulmonar e não tinha mais forças para respirar. Estava sem esperança. Mas o que me sustentou foi o amor da minha esposa. Quando minha esposa me visitava, ela me dizia: ‘Meu filho, eu te amo, Jesus te ama, vamos sair dessa juntos porque Deus está conosco’. Foi o amor dela que me sustentou, fez com que eu levantasse os meus olhos para o céu, e tivesse a esperança e a confiança de que iria vencer aquela crise. E hoje estou aqui para glória de Deus. Porque a morte não pode destruir a nossa família, mas vencemos a morte pela força do amor. Libere a força do amor! E a sua família será vitoriosa!
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Salém Em 10 de Agosto de 2014 Acepção de Pessoas O que é acepção de pessoas? Segundo nossos mestres é ‘Predileção por alguém; tendência em favor de pessoa(s) por sua classe social’ (6ª Lição, 3º Trim/2014). A acepção de pessoas é manifestada em várias formas: racismo, discriminação, preconceito, parcialidade e favoritismo. Esses são apenas algumas formas. Será que Deus faz acepção de pessoas? Leiamos Deuteronômio 10.17: ‘Pois o Senhor vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas’. E 2º Crônicas 19.7: ‘Agora, pois, seja o temor do Senhor convosco; guardai-o, e fazei-o; porque não há no Senhor nosso Deus iniquidade nem acepção de pessoas, nem aceitação de suborno’. Também Atos 10.34: ‘E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas’. E ainda Romanos 2.11: ‘Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas’. O Deus grande e terrível não faz acepção de pessoas. As bênçãos de Deus ou o seu castigo virão independentemente de quem seja. Quem lhe obedecer, seja quem for, será abençoa por Deus, mas quem lhe desobedecer, seja quem for, será castigado por Ele. Deus não amenizará o castigo porque 133
a pessoa é rica e pode contribuir melhor para sua obra. E também não aumentará o castigo porque é um pobre que não tem condições nenhuma de fazer contribuições financeiras para a sua obra. Deus não se deixa levar por essas questões de recompensas, de subornos e de ofertas, Ele quer que as pessoas o sirvam de coração. Pedro reconheceu que Deus não fazia acepção de pessoas quando foi ordenado a visitar Cornélio. Sabemos que Cornélio não era um judeu, mas um gentio, e os judeus não mantém comunhão com os gentios, pois se contaminam. Mas Deus mostrou a Pedro em uma visão que ele não deveria fazer acepção de pessoas, então, ele foi visitar Cornélio. No Dia do Juízo, Deus beneficiará aqueles que fazem o bem, independentemente de quem seja, ou judeu ou gentio, Ele dará a essa pessoa a vida eterna. Porém, aqueles que praticam o mal, seja judeu ou gentio, dará a condenação eterna (Rm 2.6-11). Não há algum tipo de favoritismo da parte de Deus em relação aos povos. Será que Deus não fez acepção de pessoas quando escolheu a nação de Israel como seu povo especial? Leiamos Deuteronômio 7.6,7: ‘Porque povo santo és ao Senhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu, para que lhe fosses o seu povo especial, de todos os povos que há sobre a terra. O Senhor não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os povos’. E Deuteronômio 14.2: ‘Porque és povo santo ao Senhor teu Deus; e o Senhor te escolheu, de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe seres o seu próprio povo’. Esses textos nos mostram que Deus escolheu a nação de Israel acima de qualquer outra nação do mundo. Ora se Deus escolheu a nação de Israel para ser o seu próprio povo e uma nação santa, então, isso significa que Deus não escolheu as demais nações. Mas será que ao escolher a Israel, Deus fez acepção de pessoas? Temos então outra questão, pois se Deus escolheu Israel para ser o Seu povo, isso também significa que se qualquer pessoa quiser ser povo de Deus deverá se tornar um judeu? Porém, a intenção de Deus ao escolher Israel como seu povo foi, exatamente, abençoar todas as nações da terra. Esse foi o propósito de Deus ter escolhido Israel. Esse propósito foi reiterado para os três patriarcas de Israel, Abraão, Isaque e Jacó. Leiamos Gênesis 12.2,3: ‘E far-te-ei uma grande nação, e abençoarte-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra’. 134
E Gênesis 22.18: ‘E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz’. E também Gênesis 26.4: ‘E multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e darei à tua descendência todas estas terras; e por meio dela serão benditas todas as nações da terra’. E ainda Gênesis 28.13,14: ‘E eis que o Senhor estava em cima dela, e disse: Eu sou o Senhor Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em que estás deitado, darei a ti e à tua descendência; E a tua descendência será como o pó da terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra’. Ora, se Deus tivesse apenas escolhido a nação de Israel para ser o Seu povo santo, e não tivesse dito que por intermédio de Israel abençoaria todas as nações, então, Deus, de fato, teria feito acepção de pessoas. Pois se a promessa incluísse apenas Israel, as demais nações não seriam salvas, inclusive nós, os brasileiros. Entretanto, a intenção de Deus ao tornar Israel seu povo santo foi também com o objetivo de alcançar todas as nações. Leiamos Gálatas 3.8: ‘Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti’. Paulo ver na promessa feita a Abraão que Deus justificaria as nações gentílicas por meio da fé em Cristo. Quer dizer, as pessoas das nações não precisariam se tornarem judeus para serem povo justo de Deus. Será que Deus não fez acepção de pessoas quanto a Sua escolha para a salvação? Será que Deus já tem um grupo selecionado desde a fundação do mundo para salvação? Será que Deus já determinou desde a fundação do mundo os que iriam se perder? Todas as pessoas, tanto judeus como gentios, estão debaixo do pecado e condenados a morte (Rm 3.9,23; 5.12), mas a graça de Deus em Cristo tornou-se manifesta a todos as pessoas trazendo salvação a todos (Tt 2.11). A Escritura diz que esse é o desejo de Deus que todos sejam salvos (1ª Tm 2.4; 2ª Pe 3.9). Leiamos Gálatas 3.22: ‘Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes’. Romanos 3.9: ‘...Somos nós (os judeus) mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado’. Romanos 11.32: ‘Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia’. A graça da salvação pela fé em Cristo alcançou primeiro a nação eleita de Israel, depois aos não eleitos, os gentios (At 3.25,26; 1ª Pe 2.9,10; 135
Ef 1.11-13). Nem todos creram em Jesus Cristo, mas os judeus e gentios que creram serão salvos na vinda do Senhor. Na vinda de Jesus Cristo, a igreja, composta de judeus e gentios salvos, será arrebatada para reinar sobre as nações. Essas nações serão sobreviventes da destruição que se dará por ocasião do retorno do Senhor (Zc 12.9; 14.16). Como essas nações sobreviverão diante da repentina destruição no Armagedom? (1ª Ts 5.2-4; 2ª Ts 1.7-10; Ap 6.12-17; 16.1416; 19.11-21). Está escrito que quando Jesus voltar todo o olho o verá, e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele até mesmos os que o traspassaram, isto é, os judeus, se lamentarão (Ap 1.7; Mt 24.30; Zc 12.10). Esses que se lamentarão serão poupados como despojo de guerra sobre os quais reinará o Messias e os santos com vara de ferro (Is 53.12; Sl 2.6-9; 110.1-6; Ap 2.26,27; 5.9,10; 12.5; 20.6). Será que Deus faz acepção de pessoas entre ricos e pobres? Tiago disse que Deus escolheu aos pobres para serem herdeiros do reino (Tg 2.5). Será que há aí uma acepção de pessoas? Leiamos Jó 34.19: ‘Quanto menos àquele, que não faz acepção das pessoas de príncipes, nem estima o rico mais do que o pobre; porque todos são obras de suas mãos’. E Provérbios 22.2: ‘O rico e o pobre se encontram; a todos o Senhor os fez’. Deus salva tanto ricos como pobres, porém, Ele dá uma prevalência aos pobres na pregação do Evangelho (Mt 11.5), pois o Evangelho não é apenas uma mensagem de salvação, mas também uma mensagem de transformação social (Mt 19.21; Lc 19.8,9). Deus não deseja que haja desigualdade social entre o seu povo, mas a igualdade (At 2.44,45; 2ª Co 8.14). De modo que se um rico quiser se beneficiar com a salvação, ele tem que ser pobre de espírito, isto é, humilde (Mt 5.3; Tg 1.9-11). Sabemos que é mais fácil para o pobre ser humilde de espírito do que um rico que se exigi dele renúncia maiores (Lc 6.20,21,24,25). Jesus Cristo, sendo rico, em sua encarnação preferiu ser pobre (2ª Co 8.9). Jesus não tinha uma casa própria, mas morava de favor em alguma casa, deixou seu trabalho na carpintaria para se dedicar ao seu ministério de pregação, quer dizer, passou a depender de ofertas (Lc 8.1-3), até mesmo, teve que pedir um jumentinho emprestado para realizar sua entrada triunfal em Jerusalém (Mc 11.1-11). É claro que Deus não quer que tenha pessoas miseráveis entre o seu povo, que passe fome e padeça necessidades, mas que esses pobres sejam supridos em suas necessidades (At 20.35; Rm 12.13; 2ª Co 9.9-12; Hb 13.16; Ef 4.28). Quem deve suprir esses pobres em suas necessidades? São, principalmente, os irmãos ricos que devem suprir aos pobres em suas necessidades (1ª Tm 6.17-19; 1ª Jo 3.17). Não devemos fazer acepção de pessoas, principalmente quando se trata de pessoas pobres, deficientes, negras e desfavorecidas. 136
Não devemos fazer acepção de pessoas porque em Cristo a fé é imparcial. Leiamos Tiago 2.1: ‘Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas’. Cristo veio para salvar o seu povo, a nação de Israel (Mt 1.21), porém, essa salvação foi estendida a todos os gentios (At 11.18; 28.28). Nós, gentios, temos que ter a consciência de que não éramos povo escolhido de Deus, mas, Deus por sua misericórdia, também, estendeu sobre nós a eleição que pertencia a Israel para que nós pudéssemos fazer parte do povo escolhido de Deus. Antigamente para fazer parte do povo escolhido de Deus tinha que se submeter a todos os costumes e leis de Israel, mas por intermédio do Messias, os gentios fazem parte do povo de Deus sem precisar cumprir os costumes judaicos (At 15.1,11,24). Leiamos Efésios 1.4-6: ‘Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado’. Esse texto de Efésios, que muita gente confunde, fala da eleição dos remanescentes de Israel conforme Romanos 11.5,7: ‘Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça... O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos’. Quando Paulo disse ‘nos elegeu’, ‘nos predestinou’, estava se referindo aos remanescentes judeus crentes. Vejamos isso ainda em Efésios 1.11,12: ‘Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade; com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo’. ‘Nós os que primeiro esperamos em Cristo’! Quem são esses? São os judeus! Então, os judeus são os predestinados para salvação em Cristo, porém, no versículo 13 diz: ‘Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa’. A quem Paulo está se referindo quando disse: ‘Em quem também vós...’? Aos gentios. Quando os gentios farão parte da eleição do povo de Deus? Depois de ouvirem o evangelho e crerem em Cristo. Israel escolhida antes da fundação do mundo confirma sua eleição ao crer no Messias, e os gentios são incluídos no povo escolhido também pela fé no Messias. Assim, Deus não fez nenhuma distinção entre judeus e gentios (At 15.9; Rm 10.12). Paulo disse que Deus derrubou a parede de separação e de ambos os povos fez um (Ef 2.14). 137
Ora se Deus não fez nenhuma acepção de pessoas quanto a salvação, assim, também, os cristãos não devem fazer acepção pessoas quanto a questões sociais, e por isso devem derrubar as barreiras sociais aceitando uns aos outros (Rm 15.7). Na igreja, todos são iguais. Não devemos fazer acepção de pessoas porque o amor de Deus tem que ser manifesto na igreja. Leiamos Tiago 2.2-4: ‘Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje, e atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado, porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?’. Para a igreja que Tiago escreveu a sua carta surgiram essas questões de discriminação. Possivelmente, Tiago tenha escrito essa epístola antes dos gentios entrarem na igreja, então, os seus leitores são todos judeus. Logo as questões de acepção de pessoas não eram entre judeus e gentios, essas questões surgiram depois e foram resolvidas no Concílio (At 15). Essas questões, na igreja de Tiago, eram entre judeus ricos e judeus pobres. Esses judeus dispersos por causa da perseguição estabeleceram sinagogas (At 11.19) e para ganharem status diante dos judeus que viviam nesses países começaram a fazer acepção de pessoas. Esses judeus que visitavam essas sinagogas, que trajavam vestes preciosas e usavam anel, eram judeus ricos que pertencia ao senado de Roma ou algum judeu empresário, e os irmãos lhes davam lugar de honra na sinagoga, se fosse nos dias de hoje, digamos assim, traziam para o púlpito. Enquanto que aos irmãos pobres, que estavam malvestidos, eles mandavam sentar no chão abaixo do estrado. Os judeus ricos sentavam em poltronas e ainda tinha um banquinho para colocar os pés, que era o estrado ou escabelo, enquanto que os judeus pobres nem nesses banquinhos se sentavam, mas no chão encostados nesses banquinhos. Tiago para repreender a atitude preconceituosa desses irmãos disse: ‘Mas vós desonrastes o pobre. Porventura não vos oprimem os ricos, e não vos arrastam aos tribunais? Porventura não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado?’ (Tg 2.6,7). Em Atos 5.17,18 lemos: ‘E, levantando-se o sumo sacerdote, e todos os que estavam com ele (e eram eles da seita dos saduceus), encheram-se de inveja, e lançaram mão dos apóstolos, e os puseram na prisão pública’. Esses saduceus, que eram judeus ricos, uma classe dominante do judaísmo, perseguiam os judeus crentes. Foram eles que deram cartas a Saulo para prender os discípulos, eram eles que mandavam prender, açoitar e obrigava-os a blasfemar contra o nome de Jesus. Os discípulos foram dispersos por causa deles, e agora, na diáspora, esses judeus crentes querem 138
agradar esses ricos que faziam parte da mesma classe desses judeus de Jerusalém que os perseguiam. Tiago condena essa prática como acepção de pessoa, e que tal atitude é contrária a lei e ao amor – ‘Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redarguidos pela lei como transgressores’ (Tg 2.8,9). Meus irmãos, será que hoje nossas igrejas também não estão buscando status social diante dos governantes e dos poderosos para fortalecer a instituição religiosa e desprezando os pobres? Será que os nossos pastores precisam se tornar políticos para ajudar os pobres da igreja ou há outra intenção por trás em se envolver com a política? Será que as pessoas que tem posições eclesiásticas nas igrejas tem melhores privilégios do que os demais crentes? É evidente que está escrito: ‘...a quem honra, honra’ (Rm 13.7) e que ‘os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina’ (1ª Tm 5.17). E assim, convém que tanto auxiliares como diáconos cedam seus lugares no púlpito para os pastores e presbíteros visitantes. Honrar uma autoridade é uma coisa, fazer acepção de pessoas é outra coisa. Outros motivos porque não devemos fazer acepção de pessoas é: porque não fomos chamados para fazer juízos de valores contra as pessoas (Tg 2.4), porque Deus em sua soberana vontade escolheu as pessoas desprezíveis deste mundo (1ª Co 1.26-29), porque devemos encarnar a missão de Jesus em fazer opção pelos pobres (Lc 4.18,19), porque a lei áurea nos ordena: amarás o teu próximo como a ti mesmo (Tg 2.8), porque quem faz acepção de pessoas não compreendeu o que é o evangelho (Lc 10.29-37), ‘porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos’ (Tg 2.10), porque o evangelho nos libertou de toda forma de preconceitos (Gl 3.28; Cl 3.11) e por último, porque quem demonstra misericórdia aos pobres alcançará misericórdia no Dia do Juízo (Tg 2.13).
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Salém Em 24 de Agosto de 2014 Cuidado com a Língua Leiamos Tiago 3.1-12: ‘Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é 139
perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo. Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo. Vede também as naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa. Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno. Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa? Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce’. Mestres, tenham cuidado com a língua! Vamos considerar que mestres nesse texto não se refere apenas aos teólogos de nossas igrejas, mas a todos quantos estão na responsabilidade de ministrar a palavra de Deus seja por intermédio da pregação ou do ensino. Por que o mestre tem que ter cuidado com a língua? Primeiro, porque o mestre ocupa uma posição de influência na comunidade cristã. De acordo o teólogo Eliezer Lira e Silva ‘a palavra hebraica para mestre é rabbi, cujo significado é “meu mestre”. Os mestres eram honrados em toda a comunidade judaica, gozando de grande respeito e prestígio. Na realidade, o ofício rabínico era uma das posições mais almejadas pelos judeus, pois era notória a influência dos mestres sobre as pessoas (Mt 23.17). Daí o porquê de muitos ambicionarem tal posição’ (8ª Lição, 3º Trim/2014). Semelhantemente os obreiros cristãos exercem uma certa influência na comunidade cristã, e essa influência poder ser tanto positiva como negativa. O mestre influência negativamente a congregação quando ensina doutrinas equivocadas. Essas doutrinas equivocadas têm origem em três fontes: a interpretação errada das Escrituras, ensinos baseados em fábulas que são estórias inventadas, mitos e experiências místicas e tradições dos homens. Leiamos 2ª Timóteo 2.16-18: ‘Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade. E a palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto; os quais se desviaram da 140
verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns’. E 2ª Timóteo 4.3,4: ‘Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas’. E também Colossenses 2.8,20-22: ‘Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens’. Segundo, porque o mestre não deve ensinar visando obter prestígios, privilégios e fama. O mestre que visa obter essas coisas utilizará seus ensinos e pregações para adquirir essas coisas, e por causa disso muitos deles irão prejudicar a verdade, pois falar a verdade, muitas vezes, torna a pessoa impopular. Então, esses mestres deixam de falar a verdade para falar aquilo que agrada ao público, e assim obtém prestígios, famas e dinheiro (1ª Ts 2.4-6). Não é o amor a verdade que motiva esses mestres, mas o amor ao egoísmo para obter bens materiais (2ª Tm 3.2-5). Uma das características dos falsos mestres, segundo os apóstolos, é quando se ensina para obter lucro (2ª Pe 2.1-3; 1ª Tm 6.3-5), mesmo que se fale a verdade, mas com objetivo financeiro, torna o obreiro um falso mestre. Tais mestres ama o dinheiro! (1ª Tm 6.10,11) O amor ao dinheiro é avareza, e avareza é idolatria (Cl 3.5), e assim eles tornam-se idólatras, pois estão quebrando o primeiro mandamento: ‘Não terás outros deuses diante de mim’ (Êx 20.3). Cristo disse: ‘Vocês não podem servir a dois senhores. Pois se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom’ (Mt 6.24), isto é, ao dinheiro e as riquezas. O mestre não deve basear sua pregação e ensino visando obter lucro financeiro. Leiamos 1ª Timóteo 6.6-11: ‘Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão’. 141
Se o seu objetivo é obter lucro financeiro, então, você deve busca-lo em qualquer outro lugar, se dedique ao trabalho, procure se profissionalizar, mas o ministério cristão, é o único local em que não se deve buscar lucro financeiro, temos que servir a Deus por amor, pois se visarmos o dinheiro, iremos cair em muitas concupiscências loucas e nocivas. Os pastores não devem comprar cachê para pregar! Os pastores têm que ser assalariados (1ª Co 9.10-14; 1ª Tm 5.18), e então, servir a igreja, e devem pregar aonde for sem comprar nada. Se a congregação quiser lhe dar uma oferta de gratidão, aí é outra coisa, mas ele estipular o valor para pregar, então, torna-se um falso mestre e falso profeta (2ª Pe 2.15,16). Ele pode fazer fogo cair do céu, mas se prega por dinheiro, é um falso profeta. Infelizmente os pastores mal-intencionados estão transformando as igrejas em empresas e os pregadores em mercadorias, e assim, esses pastores conseguem ajuntar uma multidão em volta de um pregador de renome, recolhe através das ofertas um montão em dinheiro, paga o cachê do pregador e reembolsa o restante. Virou um comércio. É evidente que o dinheiro arrecadado deve ser investimento na obra de Deus e custear o megaevento, e além do mais, os pregadores convidados precisam ser hospedados bem, pagar suas passagens e abençoa-los. Porém, essas coisas não devem ser o objetivo desses eventos. Terceiro, o mestre tem que ter cuidado com a sua língua porque prestará uma rigorosa conta a Deus pelo seu ensino. Muitos estão correndo apressadamente para serem pastores, com agoniação de que se alguém não lhe consagrar, ele se autoconsagra e abre um ministério próprio, mas não percebe que o juízo sobre os pastores e mestres será mais rigoroso. Tiago disse: ‘muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo’ (Tg 3.1). Os mestres prestarão conta a Deus por pecados de omissão e comissão. Ele peca por omissão quando deixa de falar o deve falar. O obreiro tem a responsabilidade de conhecer a verdade para ensinar a verdade ao povo. Paulo disse: ‘nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus’ (At 20.27). Quando um dirigente lidera uma congregação é responsável de ensinar todo o conselho de Deus. Ele não pode ensinar apenas uma doutrina, insistir apenas em uma tecla. E as demais doutrinas? Ele tem que ensinar as demais doutrinas. Alguém diz: ‘Mas não dá tempo?’. O apóstolo Paulo passou três anos na Ásia, e durante esse tempo, ele se dedicou a ponto de ensinar tudo aquilo que Deus ordenou que ele ensinasse, que era necessário e útil e fazia parte do conselho de Deus para aquelas congregações (At 20.27,31). O pastor, o mestre, o pregador e professor da Escola Dominical pecam por omissão quando deixam de falar a verdade. Alguns dizem: ‘Eu não vou falar porque vai ofender’; ‘Eu não vou falar porque eu vou me queimar’; ‘Eu não vou falar porque irei perder credibilidade’. 142
O mestre também pode pecar por comissão, quando fala além do que ele deve falar. É quando o mestre vai além da palavra de Deus, e acrescenta o que não se deve acrescentar, falando o que Deus não mandou falar. Pregando suas próprias doutrinas, tradições e opiniões sem base nas Escrituras. Leiamos Deuteronômio 12.32: ‘Tudo o que eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem diminuirás’. Nada acrescentarás, pecado por comissão, e nada diminuirás, pecado por omissão. O obreiro peca por omissão quando deixa de ler e estudar as Escrituras a fim de manejar bem a palavra da verdade (2ª Tm 2.15), e peca por comissão quando ler e estuda as Escrituras para torcê-las (2ª Pe 3.16). Quarto, o mestre tem que ter cuidado com a sua língua porque ele deve ensinar com seriedade e fidelidade. E quinto e último, o mestre tem que ter cuidado com a sua língua porque não pode ter o espírito dos fariseus, mas o de Cristo. O espírito dos fariseus é a hipocrisia, quer dizer, pregar e ensinar e não viver (Mt 23.35,24-28). Tiago disse: ‘Assim falai, e assim procedei’ (Tg 2.12). Leiamos Romanos 2.1-3,21-23: ‘Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?’. Jesus Cristo disse: ‘...com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós’ (Mt 7.1). No Dia do Juízo, Deus não analisará apenas o conteúdo do seu ensino e pregação, mas principalmente, se você pratica aquilo que você ensina e prega. Você pode até estar equivocado em sua pregação, quando, por exemplo, você estabelece uma ordem para seus ouvintes – ‘Irmãos, praticar isso é pecado’ - no Dia do Juízo, Deus lhe cobrará a prática do que você ordenou, se você praticou ou não praticou. Se você exigiu das pessoas a prática de algo que Deus não ordenou, mesmo que Deus não tenha ordenado isso, pesa sobre você a cobrança da prática do seu ensino. A medida que nós estabelecemos para medir as pessoas, Deus não julgará as pessoas por essa medida, mas julgará a nós por essa medida. Deus tem o seu critério para julgar cada pessoa, mas o critério para julgar o mestre e o pregador é aquilo que eles falam e ensinam. É a sua própria pregação e ensino que lhe julgará no último Dia (Mt 12.36,37). Deus não julgará os ouvintes pelas pregações que você prega, mas julgará você! É por isso que devemos ter muito cuidado com o que falamos. Aquilo que nós 143
exigimos das pessoas, será exigido de nós. A Bíblia diz que aquele aquém muito lhe é dado, muito também lhe será cobrado (Lc 12.48). Discípulos, tenham cuidado com a língua! A língua é a fraqueza do crente, ele tem que lutar todos os dias para dominar a língua. O crente tem que ter cuidado com a fofoca, a difamação, a calúnia e a injúria. O que é fofoca? Conforme o dicionário é o ‘ato de fazer afirmações não baseadas em fatos concretos, especulando em relação à vida alheia’. Outra definição diz ‘a fofoca consiste no ato de descobrir uma informação sobre a vida de alguém e posteriormente contar essa informação a uma ou várias pessoas’. Segundo uma fonte ‘fofoqueiro é uma pessoa que tem informações privilegiadas sobre outras pessoas e revela essa informação àqueles que não precisam saber’. A mesma fonte diz ‘os fofoqueiros falam dos erros e defeitos dos outros, ou revelam detalhes potencialmente embaraçosos ou vergonhosos sobre a vida alheia sem o seu conhecimento ou aprovação. Mesmo se não tiverem má intenção, ainda é fofoca’. Então, fofocar é falar da vida alheia. O que ouve a fofoca, também, é fofoqueiro. O que fala é o fofoqueiro ativo, e o que ouve é o fofoqueiro passivo. A fofoca não é um prejuízo pequeno, mas um prejuízo terrível, principalmente, para quem é a vítima. Ainda que a pessoa tenha errado, ninguém quer que a sua vida seja exposta para as outras pessoas. Fazer certos comentários da vida de outros que não nos diz respeito também é fofoca. Infelizmente, todos nós caímos nesses comentários, que são fofocas, e temos que tomar, nessa manhã, uma atitude em relação a isso. Por exemplo, se qualquer um de nós cair em adultério, nenhum de nós queremos que isso se torne em comentários na igreja. Essa é uma situação muito dolorosa para o cônjuge e os filhos. Por isso que alguns pastores tomam a sábia atitude de disciplinar a pessoa sem publicar o pecado. Mesmo assim alguns ficam se coçando para saber qual foi o pecado do irmão para fofocar. O que é calúnia? É ‘atribuir, falsamente, à alguém a responsabilidade pela prática de um fato determinado definido como crime’. É uma transgressão ao nono mandamento: ‘Não dirás falso testemunho contra o teu próximo’ (Êx 20.16). A calúnia é um crime contra a honra, consta no artigo 138 do Código Penal Brasileiro, está dito: ‘Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa’. A calúnia é tão séria que até caluniar quem já morreu é crime. O inciso segundo diz: ‘É punível a calúnia contra os mortos’. O que é difamação? É ‘atribuir à alguém fato determinado ofensivo à sua reputação pouco importa se tal fato é verdadeiro ou não, se é crime ou não’. A difamação denigre a imagem de alguém. Por exemplo, se você chamar alguém de marginal, e ainda que aquela pessoa seja um marginal, 144
isso é difamação se você não tiver como provar que ela é um marginal. Ela pode lhe processar por difamação. Conforme o artigo 139 do Código Penal Brasileiro a pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. O que é injúria? É ‘atribuir à alguém alguma qualidade negativa que ofenda sua dignidade ou decoro’. Por exemplo, taxar alguém de ladrão, imbecil é injúria. A injúria também é um crime contra a honra da pessoa e consta no artigo 140 do Código Penal Brasileiro, pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Se dizer qualquer coisa contra alguém, seja de raça, de cor, de religião, de orientação sexual e de qualquer área, e a pessoa se sentir ofendida é um crime contra a honra. O Pr. Elinaldo Renovato escreveu: ‘Há uma atitude de dois pesos e duas medidas, em muitas igrejas, quando só são punidos aqueles que adulteram ou roubam, mas ficam totalmente impunes os caluniadores, injuriadores e difamadores. Alguém responderá por isso no juízo de Deus’ (7ª Lição, 1º Trim/1999).
Palestra Ministrada em Uma Conferência Escatológica Na Assembleia de Deus de Horizonte-CE Em 31 de Agosto de 2014 Estado Eterno
Saúdo a todos na Paz de nosso Senhor Jesus Cristo. Vamos abrir nossas Bíblias na 2ª Carta de Pedro 3.13: ‘Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça’. Essa promessa se encontra no profeta Isaías 65.17: ‘Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão’. O apóstolo João, em visão, teve o privilégio de contemplar a concretização dessa promessa, quando relatou em Apocalipse 21.1: ‘E vi um novo céu, e uma nova terra’. Essa promessa de Deus há de se cumprir quando o Reino de Deus for implantado sobre toda a terra. E o Reino de Deus será implantado sobre toda a terra quando Jesus Cristo assumir o poder e o domínio sobre o mundo. Jesus Cristo assumirá o poder e o domínio sobre a terra em dois momentos: O primeiro momento é no Dia do Senhor e o segundo momento é no Dia do Juízo. Porque no Dia do Senhor, Jesus Cristo vem para salvar os justos e destruir os ímpios. As Escrituras dos profetas dizem em Isaías 66.15,16: ‘Eis que o Senhor virá com fogo; e os seus carros como um redemoinho; 145
para tornar a sua ira em furor, e a sua repreensão em chamas de fogo. Porque com fogo e com a sua espada entrará o Senhor em juízo com toda a carne; e os mortos do Senhor serão multiplicados’. E nas Escrituras dos apóstolos em 2ª Tessalonicenses 1.7-10, Paulo disse: ‘E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu poder, como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder, quando vier para ser glorificado nos seus santos...’. Nessa ocasião da vinda de Cristo, Ele assumirá o Reino sobre as nações que sobreviverão da guerra do Armagedom e dará início o Dia do Juízo que será um longo Dia de mil anos em que Jesus há de julgar a todos sem exceção (Ap 16.14-16; 19.11-21; 20.1-15). Sobre esse Reino está escrito em Daniel 7.14: ‘...eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem... E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais destruído’. E a mesma profecia se encontra em Apocalipse 11.15: ‘Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos’. No versículo 18 de Apocalipse 11 diz o seguinte: ‘E iraram-se as nações (isso no Armagedom), e veio a tua ira (no Dia do Senhor), e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra (no Dia do Juízo)’. Sobre o Dia do Juízo lemos em Apocalipse 20.4: ‘E vi tronos; e assentaram-se sobre eles (os santos), e foi-lhes dado o poder de julgar... (pois) viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos’. O apostolo Pedro falando desse mesmo episódio, escreveu: ‘Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios. Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia’ (2ª Pe 3.7,8). Percebam que Pedro não diz que a terra está reserva como madeira ou palha, mas como tesouro, e sobre esse tesouro será lançado fogo para que seja purificado. A terra não será totalmente destruída, mas purificada. Pois o mesmo fogo que trará a destruição dos ímpios, também purificará a terra para uma nova criação. Depois do Dia do Juízo, esse reinado de Cristo de mil anos, virá o fim, o Estado Eterno. Exatamente sobre isso escreveu Paulo em 1ª Coríntios 146
15.24-28: ‘Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força. Porque convém que (Ele) reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés... E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos’. Meus irmãos, para que nós adentremos no Estado Eterno para usufruir de todas as bênçãos prometidas por Deus teremos que passar por esse reinado e julgamento de Cristo. E durante esse reinado em que Ele há de julgar os vivos, os mortos e os anjos, restaurará a terra ao seu estado original de perfeição. Quando Jesus Cristo concluir essa sua obra que efetuará durante o Milênio é que a terra estará pronta para receber a Nova Jerusalém, isto é, quando Cristo Jesus purificar o planeta Terra de toda a impiedade para habitação da justiça receberá a Jerusalém celestial. João contemplou isso em Apocalipse 21.1,2: ‘E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido’. Quais são as implicações e os processos que acontecerão para que possa surgir um novo céu e uma nova terra? Essa nova terra não será outra terra criada literalmente por Deus, mas será esse mesmo planeta que Ele purificará. Quando a Bíblia diz: ‘nova terra’ a palavra ‘nova’ é a tradução do grego ‘kainós’. No grego há duas palavras para ‘nova’, ‘neos’ e ‘kainós’. Quando se quer se referir algo novo recente, feito recentemente, usa-se o termo ‘neos’, mas quando se refere a algo que já existe, mas foi renovado, aludido a qualidade e não ao tempo, usa-se o termo ‘kainós’. Tanto João como Pedro e a Septuaginta usam o termo ‘kainós’ significando que essa mesma Terra será renovada (Ap 21.1; 2ª Pe 3.13; Is 65.17). Esse templo que vocês estão construindo aqui no Horizonte é um novo templo, nesse caso teríamos que utilizar a palavra grega ‘neos’, pois não havia aqui templo nenhum, porém, se daqui há dez anos vocês fazerem uma reforma nesse templo, então, usar-se-á a palavra ‘kainós’, pois é o mesmo templo que será renovado, recriado e restabelecido. Assim também, ocorrerá com essa Terra, Deus restaurará, purificará e renovará esse planeta para que possa receber a santa Cidade de Deus. Está escrito: ‘E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas (gr. kainà) todas as coisas’ (Ap 21.5). Nós teremos um novo céu quando Deus expurgar das regiões celestiais todos os espíritos imundos e demoníacos que dominam sobre esse 147
planeta. Cristo há de fazer uma limpeza total! E lançará no lago de fogo Satanás e todos os seus demônios purificando os céus de sua influência e de sua presença. Teremos uma nova terra quando Deus expurgar dela todos os ímpios e suas impiedades e restaurar a criação ao seu estado original. O ar, a água, as plantas e os animais serão recriados como no princípio da criação. Conforme está escrito em Romanos 8.18-21: ‘Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus’. A remissão, a libertação e a salvação trazida por Jesus Cristo não atingirá apenas as pessoas, mas também a criação de Deus que foi amaldiçoada por causa da queda do homem. Então, o nosso ar poluído há de ser purificado, as nossas águas que estão sujas e contaminadas hão de ser limpas, nossos animais que estão entregues a decadência e ferocidade serão restaurados à perfeição, nossas plantas serão revigoradas e toda a terra transformar-se-á em um belo paraíso como o Jardim do Éden cheia da glória e do conhecimento de Deus e haverá abundância de paz, vida e justiça para sempre (Is 11.4-9; 35.1,2; 61.9-11; 62.1-5; Sl 37.11,29; 72.1-11; Pv 2.21). A nova terra será um único continente, Pangéia, como no princípio, pois, diz João ‘o mar já não existe’, se literalmente o mar deixar de existir, então, a capacidade populacional da terra será ampliada para a habitação de milhões de milhões e milhares de milhares de remidos (Gn 15.5; 22.17; 26.4; Ap 7.9). Na nova terra haverá uma capital onde estará a sede do governo de Deus. Essa capital é a Nova Jerusalém. A nova Jerusalém tanto é uma cidade literal como também representa a Esposa do Cordeiro. Porque os santos habitam nela. E a Esposa do Cordeiro é a Igreja constituída de judeus e gentios, o povo salvo do Senhor pela Sua graça. João quando contempla a nova Jerusalém que descia do céu para nova terra, ele a viu adornada, enfeitada, como uma noiva para o seu noivo. Como uma noiva se adorna para o casamento? Ela usa joias e traje vestes brancas. Foi assim que João contemplou a cidade. Jerusalém estava adornada de joias e pedras preciosas. Uma cidade muito grande medindo 2.200km de altura, 2.200km de largura e 2.200km de comprimento. Então, era uma cidade quadrada, em forma de cubo, pois suas medidas eram todas iguais. Naquela cidade brilhava a glória de Deus que iluminava cada rua por isso que ela não precisava da luz do sol, da lua e das estrelas. A cidade era feita de ouro puro e resplandecente como o cristal transparente! E seu muro era de jaspe. 148
Imagine a glória de Deus brilhando sobre essa cidade de ouro. Que esplendor! Algo magnífico! Diz Paulo que olho nenhum viu nem ouvido nenhum ouviu nem subiu ao coração de nenhum homem foi o que Deus preparou para aqueles que o amam (1ª Co 2.9). Além das joias e pedras preciosas, João vê a cidade vestida de branco como uma noiva ataviada para o seu marido. Como João contemplou a cidade vestida de branco? Porque ele viu na cidade os remidos do Senhor vestidos de brancos, então, é como se a cidade tivesse também vestida de branco. O profeta Isaías falando sobre isso disse: ‘Levanta os teus olhos ao redor, e olha (ó Jerusalém); todos estes que se ajuntam vêm a ti; vivo eu, diz o Senhor, que de todos estes te vestirás, como de um ornamento, e te cingirás deles como noiva’ (Is 49.18). Isso confere com Apocalipse 19.6-8: ‘Aleluia! Pois já o Senhor Deus Todo-Poderoso reina. Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos’. A nova Jerusalém será implantada no local da antiga Jerusalém, então, é como se a Jerusalém terrena se tornasse glorificada ao descer sobre ela a glória da nova Jerusalém. Pois está escrito no profeta Isaías 52.1,2: ‘Desperta, desperta, vestete da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das tuas roupas formosas, ó Jerusalém, cidade santa, porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo. Sacode-te do pó, levanta-te, e assenta-te, ó Jerusalém: solta-te das cadeias de teu pescoço, ó cativa filha de Sião’. Falando ainda sobre a glorificação de Jerusalém, o profeta diz: ‘Tu, oprimida, arrojada com a tormenta e desconsolada, eis que eu assentarei as tuas pedras com todo o ornamento, e te fundarei sobre as safiras. E farei os teus vitrais de rubis, e as tuas portas de carbúnculos, e todos os teus termos de pedras aprazíveis. E todos os teus filhos serão ensinados do Senhor; e a paz de teus filhos será abundante’ (Is 54.11-13). O profeta Isaías viu a glória de Deus se manifestando na Jerusalém terrena, mas através de João, que recebeu o verdadeiro significado da profecia, entendemos que sobre a Jerusalém terrena, Deus fundará a Jerusalém celestial para a morada dos seus santos. O Senhor disse se referindo a Jerusalém: ‘...glorificarei o lugar dos meus pés’ (Is 60.13). Sobre isso João escreveu: ‘...a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu... tinha a glória de Deus... tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos... o muro da cidade tinha doze fundamentos... e a construção do seu muro era de jaspe, e a cidade de ouro puro, semelhante a vidro puro. E os fundamentos do muro da cidade estavam adornados de toda a pedra preciosa... E as doze portas eram doze pérolas; cada uma das 149
portas era uma pérola; e a praça da cidade de ouro puro, como vidro transparente’ (Ap 21.10-21). João diz que cidade celestial é uma ‘grande cidade’ (Ap 21.10). A Jerusalém atual tem apenas 1km de extensão, e a terra de Israel tem uns 420km, enquanto que a nova Jerusalém tem 2.200km de extensão em sua largura e comprimento. É quase a distância entre a Turquia e o Iêmen e o Egito e o Irã. Quer dizer para Jerusalém celestial ser implanta nessa região praticamente todos os países inimigos de Israel terão que ser eliminados. Por isso que está escrito: ‘...a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos’ (Gn 22.17; Leia Deuteronômio 33.29).
Gênesis 13.14,15: ‘E disse o Senhor a Abrão...: Levanta agora os teus olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o lado do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente; Porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre’. Gênesis 15.18: ‘Naquele mesmo dia fez o Senhor uma aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates’. Isaías 54.1-3: ‘Canta alegremente, ó estéril, que não deste à luz; rompe em cântico, e exclama com alegria, tu que não tiveste dores de parto; porque mais são os filhos da mulher solitária, do que os filhos da casada, diz o Senhor. Amplia o lugar da tua tenda, e estendam-se as cortinas das tuas habitações; não o impeças; alonga as tuas cordas, e fixa bem as tuas estacas. Porque transbordarás para a direita e para a esquerda; e a tua descendência possuirá os gentios e fará que sejam habitadas as cidades assoladas’. 150
Hebreus 11.9,10,16: ‘Pela fé [Abraão] habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus. Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade’. Porém, o mais impressionante é que João diz que a altura da cidade de Jerusalém também tem 2.200km. Para temos uma ideia a atmosfera do planeta Terra tem cinco camadas e juntas, compõem uma extensão de aproximadamente 1000 km do solo da Terra até atingir o espaço sideral. Isso significa que a nova Jerusalém irá ultrapassar as camadas da atmosfera e ainda entrará no espaço sideral uns 1.200km! Essa altura não pode estar se referindo as paredes da cidade porque cidades não tem paredes, mas muro, porém, o muro da nova Jerusalém terá 65 metros (Ap 21.17), então, também, não se refere ao muro da cidade. Também essa altura não pode estar se referindo aos prédios e casas da cidade, pois a Jerusalém celestial não terá construções de prédios, casas e nem templos (Ap 21.22). A cidade será uma extensa área pública com um lindo jardim e uma rua principal que dá acesso ao trono de Deus e do Cordeiro (Ap 21.21; 22.1,2). Então, como a cidade santa alcançará essa altura aponto de atingir o universo? A cidade, assim como o seu muro, está edificada sobre doze fundamentos ou alicerces (Ap 21.14,19,20). Por isso, talvez, essa altura se refira a altitude da cidade sobre os alicerces, logo, os doze alicerces terão a altura de 2.200km elevando a cidade acima do globo. Uma megaestrutura formada por doze blocos de pedras preciosas, cada bloco medindo quase 185 metros de altura que equivale a um prédio de 52 andares. A Nova Jerusalém estará literalmente no espaço celestial com suas bases na terra.
170 metros
Esse prédio localizado em São Paulo tem 170m, só um bloco de pedra do alicerce da nova Jerusalém tem 185m. A cidade tem 12 blocos de pedras preciosas (Ap 21.14,19,20).
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Talvez seja por isso que está escrito: ‘E acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor no cume dos montes, e se elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações’ (Is 2.2). E que ‘a lua se envergonhará, e o sol se confundirá quando o Senhor dos Exércitos reinar no monte Sião e em Jerusalém, e perante os seus anciãos gloriosamente’ (Is 24.23). E também está escrito: ‘nunca mais te servirá o sol para luz do dia nem com o seu resplendor a lua te iluminará; mas o Senhor será a tua luz perpétua, e o teu Deus a tua glória’ (Is 60.19). Se realmente for assim, então, nas doze portas da cidade haverá longas escadas da terra ao céu, semelhante àquela visão de Jacó – ‘eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela’ (Gn 28.12), por onde também subirão e descerão os santos, habitantes da nova Jerusalém. Quem são os santos que morarão na Jerusalém celestial? Somente aqueles que participam da primeira ressurreição. Esses são sacerdotes de Cristo e reinarão com Ele (Ap 20.6). Sobre esses está escrito em Apocalipse 22.3-5: ‘[na nova Jerusalém] estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. E verão o seu rosto, e nas suas testas estará o seu nome. E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre’. Esses são os santos do Altíssimo, os chamados, eleitos e fiéis de Cristo (Dn 7.18,27; Ap 17.14). Eles não só reinarão com Cristo durante o Milênio, mas também, durante toda a eternidade. Para fazermos parte desses santos, temos que ser fiéis, pois está escrito: ‘Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida’ (Ap 2.10), e também está escrito: ‘Aos vencedores se assentarão comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono’ (Ap 3.21). Jesus também disse: ‘Ao que vencer eu lhe darei poder sobre as nações para que juntamente comigo possa reger sobre elas com vara de ferro’ (Ap 2.26,27). Somente os santos e fiéis serão reis com Jesus Cristo para reinar sobre a Terra (Ap 5.9,10). Eles serão feitos colunas permanentes na nova Jerusalém, isto é, moradores fixos de Sião (Ap 3.12; Sl 87.1-7). Enquanto que a nova Jerusalém será a capital do governo de Deus onde estará Cristo com os seus reis glorificados (Is 32.1), a nova terra será a morada dos súditos. E quem são esses súditos? Esses súditos serão constituídos por uma nova humanidade. Assim está escrito em Apocalipse 21.3,4: ‘E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus (quer dizer, a nova Jerusalém onde habita os santos) com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com 152
eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas’. Esses humanos que habitarão na nova terra serão aqueles que permaneceram obedientes a Cristo na revolta de Satanás no final do Milênio e também os mortos da segunda ressurreição que foram julgados no Dia do Juízo e absolvidos por Deus para a vida eterna (Ap 20.7-15). Pois os santos que reinarão com Cristo ressuscitarão na primeira ressurreição, mas na segunda ressurreição na qual todas as pessoas ressuscitarão desde Adão até a última pessoa que há de morrer e que serão julgadas, dentre elas, aquelas cujos nomes estiverem inscritos no livro da vida, farão parte dessa nova humanidade. Eles perderão a participação no Reino de Deus como reis, porque suas obras não resistiram o fogo do juízo. Pois Paulo disse que os crentes serão provados pelo fogo e a obra de alguns se queimarão, esses perderão o galardão de ser rei, contudo, serão salvos para morar na nova terra (1ª Co 3.12-15). Entretanto esses súditos serão remidos do Senhor resgatados pelo sangue de Cristo, imortais e glorificados, mas não serão constituídos reis, esposa do Cordeiro e a rainha do Rei Jesus, porém são concidadãos do Reino, filhas dos reis e convidados à ceia das bodas do Cordeiro (Sl 45.9). Os súditos servirão a nova Jerusalém com suas riquezas, glória e honra que são os louvores com ritmos diversificados e vários tipos de instrumentos musicais. Assim está escrito em Apocalipse 21.24-26: ‘...os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra. E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite. E a ela trarão a glória e honra das nações’. Como também em Isaías 60.11,12: ‘E as tuas portas estarão abertas de contínuo, nem de dia nem de noite se fecharão; para que tragam a ti as riquezas das nações, e, conduzidos com elas, os seus reis. Porque a nação e o reino que não te servirem perecerão; sim, essas nações serão de todo assoladas’. Grandes caravanas de procissão dos remidos virão de todas as partes da nova terra rumo a nova Jerusalém, em dias determinados, para adorar ao Senhor Deus e ao Cordeiro com suas culturas e ritmos. Subirão os degraus da cidade santa cantando salmos (Is 35.8-10; 51.11; 66.23 Sl 84.4-7). Essas nações redimidas andarão à luz de Jerusalém (Ap 21.24; Is 60.1,3), isto é, receberão do governo de Jerusalém orientações e leis, conforme está escrito em Isaías 2.3: ‘E irão muitos povos, e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor’. 153
Quando essas pessoas receberem a sentença de absolvição diante do trono de Deus serão conduzidos pelo Cordeiro para as fontes das águas da vida e comerão da folha da árvore da vida e serão curados de todas as suas maldições. Está escrito: ‘E Mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, e de um e de outro lado do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a saúde das nações. E ali nunca mais haverá maldição contra alguém’ (Ap 22.1-3). Ezequiel 47.12: ‘E junto ao rio, à sua margem, de um e de outro lado, nascerá toda a sorte de árvore que dá fruto para se comer; não cairá a sua folha, nem acabará o seu fruto; nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário; e o seu fruto servirá de comida e a sua folha de remédio’. E então ‘os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão... os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo’ (Is 35.5,6). De modo que o profeta Isaías disse: ‘E morador nenhum dirá: Enfermo estou; porque o povo que habitar nela será absolvido da iniquidade’ (Is 33.24). Meus irmãos, grandes e maravilhosas bênçãos Deus tem reservado para o seu povo, basta que sejamos fiéis a Ele, porque se Ele chamou cada um de nós, é porque ele deseja que cada um seja participante do Seu Reino e glória. Paulo disse que se nós perseverarmos com Ele também com Ele reinaremos (2ª Tm 2.12). Está escrito: ‘Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa’ (Ap 3.11). Você está sendo chamado para ser rei no Reino de Jesus Cristo para governar sobre a Terra. Na dispensação do reino milenar, Deus formará uma nova humanidade para habitar na nova terra, mas hoje, na dispensação da graça, Deus está formando os seus reis e sacerdotes que reinarão com Cristo sobre a nova humanidade (Ap 1.5,6; 5.9,10; 15.2-4). Portanto, hoje você é humilhado e desprezado, mas naquele grande Dia você sentará ao lado de Cristo. Seja fiel e não perca a sua coroa.
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Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Salém Em 07 de Setembro de 2014 Autorrealização Humana
Nessa manhã, saúdo a todos na Paz do Senhor Jesus, irmãos! Vamos ler Tiago 4.1-10: ‘De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes? Antes, ele dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza. Humilhaivos perante o Senhor, e ele vos exaltará’. Já falei em outras palestras que a igreja aquém Tiago escreve sua carta estava sendo perseguida, não pelo império romano, pois, por essa época Roma ainda não tinha começado a perseguição contra a igreja, mas estava sendo perseguida pelos seus próprios compatriotas, os judeus. Lembrando que a igreja de Tiago era a igreja primitiva, a primeira igreja, a igreja de Jerusalém, que estava dispersa por outras regiões. Porém, o problema dessa igreja era muito mais do que a perseguição externa, pois aqueles irmãos estavam enfrentando terríveis crises espirituais internas, e quanto mais analisamos a situação dessa igreja, mais nossas mãos vão se atolando na imundícia daquela igreja. De modo que até parecesse que Tiago está escrevendo para a igreja da atualidade, pois ficamos abismados quando pensamos que é para a igreja do primeiro século, de forma que as coisas que Tiago fala a essa igreja nos é tão familiar, que parecesse que ele está descrevendo o retrato da igreja atual. Tiago fala do preconceito entre ricos e pobres, sobre a tentação carnal, sobre os cristãos que enfatizavam a fé em detrimento das obras, negligenciando a ajuda aos necessitados, ele falou também da língua, esse terrível instrumento nas mãos de Satanás para destruir a comunidade dos cristãos e também denunciou a sabedoria carnal que vem de três origens: terrena, animal e diabólica. Agora no capítulo 4, Tiago nos descreve algumas manifestações dessa sabedoria terrena, animal e diabólica que estava operando entre os 155
membros da comunidade aquém ele se dirigia. Tiago uso expressões pesadas que até parecesse que as palavras são dirigidas às pessoas em campo de batalha. A comunidade cristã que deveria ser um oásis de paz e amor para o mundo, se transformou em um verdadeiro campo de batalha. Cada um buscando sua autorrealização humana. Por que isso acontece em uma comunidade cristã? Primeiro, porque o cristão que busca autorrealização humana coloca seus interesses acima do Reino de Deus. Vamos ler em Mateus 6.31-33: ‘Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? (Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas’. A realização pessoal, profissional e ministerial é um desejo legitimo, porém a autorrealização é um desejo cego e egoísta. Citando as palavras do Pr. Eliezer Lira e Silva, lemos: ‘Realização profissional, pessoal e o desejo de uma melhor qualidade de vida são anseios legítimos do ser humano. Entretanto, o problema existe quando esse anseio torna-se uma obsessão, um desejo cego, colocando o Senhor nosso Deus à margem da vida para eleger um ídolo: o sonho pessoal. Ao concluirmos o estudo dessa semana veremos que não se pode abrir mão de Deus para realizarmos os nossos sonhos, pois os dEle devem estar em primeiro lugar!’ (10ª Lição, 3º Trim/2014). O que Tiago está combatendo não é essa realização pessoal que toda pessoa precisa ter nessa vida, mas da autorrealização. O que é autorrealização? É quando a pessoa busca seu próprio interesse por sua própria capacidade humana, confiando apenas em si mesmo e ignorando os conselhos e orientações de Deus. O sistema do mundo promove esses conceitos, em algumas religiões encontramos a auto salvação, quando a pessoa é a causa da sua própria salvação, na psicologia temos o autoconhecimento quando a pessoa busca dentro de si mesmo as respostas e orientações para sua vida, e na vida materialista temos a autorrealização em que o homem tem a capacidade de realizar a si mesmo. Veja que tudo gira em torno do próprio homem. Vivemos em uma comunidade ateísta que coloca Deus de lado e o homem como centro de todas as coisas. Na igreja de Tiago, e também hoje, a autorrealização é a origem dos conflitos e das discórdias entre os cristãos. Tiago 4.1: ‘De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?’. A política eclesiástica da igreja tem sido motivo de brigas entre os pastores, pois eles ambicionam cargos melhores e em época de eleições 156
desses cargos as convenções mergulham no verdadeiro conflito. Em algumas regiões de nosso País acontecem até brigas de socos que vão parar na justiça. A autorrealização é motivada pela cobiça e a inveja. Tiago 4.2: ‘Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis’. A cobiça e a inveja são pecados do coração, mas são considerados pecados terríveis pois são a causa de todos os demais pecados. Se uma pessoa não cobiçasse não cometeria adultério, se a pessoa não invejasse não cometeria assassinato, se a pessoa não cobiçasse e nem invejasse não praticaria o furto. Então, matar, roubar e adulterar, que consideramos como pecados hediondos, são produzidos pela cobiça e a inveja. Por isso que no Evangelho, cobiça e inveja, são considerados semelhantes a essas práticas grandes. Porque eles são as raízes desses pecados grandes. Por causa da cobiça e inveja, esses dois pecados invisíveis, é que acontecem na igreja o que eu chamo de guerra fria. O que é uma guerra fria na igreja? É quando os membros da igreja não se enfrentam cara a cara, mas promovem uma intriga velada. Um falando mal do outro ali, o outro criticando acolá. O que a Bíblia diz? ‘O furor é cruel e a ira impetuosa, mas quem poderá enfrentar a inveja? Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto. Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos’ (Pv 27.4-6). Às vezes, a pessoa demonstra amor, mas seu coração está queimando de ódio. Porém, a Escritura diz que aquele ‘cujo ódio se encobre com engano, a sua maldade será exposta perante a congregação’ (Pv 26.26). Segundo, porque o cristão que busca autorrealização humana ver a comunidade cristã como uma oportunidade para se autopromover. Esse tipo de cristão sorrateiramente introduz na igreja um tipo de humanismo cósmico, onde o divino está a serviço do humano, onde os profetas só distribuem bênçãos e Deus é o garçom. E assim o conflito na igreja gerado pela busca da autorrealização humana não atinge apenas as pessoas, mas elas, também, envolvem Deus nesse conflito. Sobre isso escreveu o Pr. Eliezer Lira e Silva ‘Deus não é um garçom que está diuturnamente ao nosso serviço. Segundo, como vimos, Ele não tem compromisso com os nossos interesses mundanos. E, finalmente, quando pedimos, o pedimos mal, pois não é a vontade divina que está em nosso coração, mas o desejo egoístico da natureza humana pedindo a Deus para chancelá-lo’ (10ª Lição, 3º Trim/2014). Todas as pessoas querem se dá bem na vida, e sabendo disso muitas igrejas estão se colocando como uma das oportunidades para as pessoas terem sucesso na vida. Essas igrejas estão apelando às necessidades humanas, e prometendo bênçãos materiais em troca de ‘sacrifícios’, e assim, 157
estão gerenciando os desejos materialistas dos homens. Deus é invocado como garçom desses desejos, e anjos são vistos com bandejas distribuindo chaves de carro, chaves de casa, envelope premiado e etc. Estamos nos tornando materialistas dentro da igreja, e eu chamo isso de humanismo cósmico. São humanistas espirituais, crentes materialistas e pensando que são crentes espirituais. Usando as coisas espirituais para conquistas as coisas materiais. Isso é uma abominação diante de Deus. Porque estão usando Deus como meio para alcançar os bens financeiros, e Deus não é o meio, mas o fim de todas as coisas. Os profetas do humanismo cósmico só profetizam bênçãos materiais, suas pregações são voltadas apenas nesses interesses materiais. As pessoas vêm para igreja apenas para receber uma palavra de vitória. É vitória no trabalho, vitória em casa, vitória na igreja... e os profetas taca-le pau a profetizar: ‘Receba isso, receba aquilo...’. Sem Deus mandar. Apenas porque ele se auto intitula profeta – ‘Eu sou profeta e o que eu falar, Deus vai chancelar, confirmar’. Então, começa a falar bênção para todo mundo, sem Deus nem sequer mandar ele falar. O evangelho do cristão humanista cósmico é uma mensagem de autoajuda, de vitória e de PNL (Programação Neurolinguística). De modo que autorrealização leva a pessoa a buscar dentro dela a capacidade para se autopromover sem precisar de Deus, e usa a Deus apenas como uma fachada para dizer que o grupo é evangélico, mas o grupo não é evangélico, o grupo, na verdade, é esotérico, é macumbeiro, mas não é evangélico. Nossas igrejas estão largando de mão da teologia bíblica para abraçar os conceitos psicológicos e até esotéricos. Conceitos esses que a linguagem é parecida com o evangelho, mas o conteúdo é satânico. Muitos pastores estão lançando mão desses conceitos, que estão fazendo sucesso no mundo, com objetivo de fazer suas igrejas crescerem. Quais são os temas das mensagens de autoajuda? São muitas, algumas são: os cinco passos para vencer na vida, os cinco passos para o poder pessoal, os cinco passos para conseguir atitude positiva na vida, três passos para vencer as grandes dificuldades na vida, há poder em suas palavras, etc. Esses conceitos estão substituindo o evangelho de arrependimento e salvação para promover as pessoas nesse mundo material. Quer dize, se você está falido venha para a igreja, se o seu casamento está destruído venha para a igreja, se a sua família está acabada venha para a igreja, e etc. A igreja está se tornando um local para promover essas coisas, como se na igreja não houvesse crentes com problemas no casamento, na família, no emprego, como se a vida de todos os crentes na igreja fosse mil maravilhas. E não é! Eu ouço essas mensagens de vitória e penso: ‘Meu Deus que vitória é essa que esse irmão está pregando?’. Só fala ‘vitória’ – ‘Você vai receber 158
vitória, receber benção, receber vitória, vitória, vitória, vitória em todo lugar’. Mas que vitória é essa? Vamos ler a Primeira Epístola de João 5.4: ‘Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé’. A única vitória na vida de um cristão, que as Escrituras ensinam, é ele não negar a sua fé. É não negar a sua fé na riqueza, e não negar a sua fé na pobreza. É não negar a sua fé na saúde, e não negar na doença. É não negar a sua fé na fome, e não negar na prosperidade. A vitória do cristão é não negar a sua fé. Porém não é essa vitória que se prega em muitas igrejas, mas é a vitória em obter sucesso material, ‘vença o Golias’ como se diz. E quem é esse Golias? Às vezes é um funcionário no emprego que é um concorrente forte ao cargo que a pessoa almeja; às vezes é um irmão dentro da igreja que a pessoa não vai com a cara; às vezes é a sua própria esposa que é a Golias que a pessoa tem que vencer, e às vezes é o marido da mulher que é o Golias. O marido morre, e a esposa dá o testemunho pela vitória: ‘Senhor, obrigado pela grande vitória que o Senhor me deu’. A mensagem da cruz se transformou em uma mensagem de vitória pessoal, sucesso profissional e bem-estar material, é por isso que os pregadores em vez de pregar as doutrinas do evangelho, pregam as guerras de Israel e as aplicam à vida financeira do cristão. Irmãos, a única vitória do crente é não negar a sua fé, não é se dá bem na vida. Os pregadores pregam as bênçãos de Deuteronômio 28 prometidas a Israel como vitória para os crentes, mas para o Evangelho essas coisas não são vitórias. Cristo disse: ‘Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma’ (Mt 16.26). Ter um carro novo não é vitória, ter um bom emprego não é vitória. Vitória é permanecer fiel e praticar o que é justo e certo. O culto do cristão humanista cósmico é uma corrente de campanhas infindáveis para obter bens materiais. Tiago 4.3: ‘Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites’. É campanha atrás de campanha, mas nada recebe, porque está pedindo mal, pensando apenas nos seus próprios interesses. O Pr. Eliezer Lira e Silva diz o seguinte: ‘Da mesma forma que Israel procurou estabelecer acordos não só com o Deus de Abraão, mas também com Baal, Asera e outras divindades de Canaã, os leitores de Tiago também procuraram estabelecer tanto a amizade com o mundo, quanto com Deus’ (10ª Lição, 3º Trim/2014). Sabemos que Israel deixou de adorar o Deus único e verdadeiro para adorar os deuses das nações com único interesse de receber bênçãos materiais. O culto dos pagãos não tem outra finalidade a não ser que os seus deuses lhes dêem chuva, boa fertilidade, amplie seus territórios, conceda vitória sobre seus inimigos, obtenham prosperidade na cidade, proteção dos 159
terremotos, dos tufões e das pragas. É apenas por essas coisas que eles se interessam em cultuar os seus deuses. Esses mesmos conceitos estão penetrando em nossas igrejas. As pessoas não estão servindo a Deus por amor, mas por seus próprios interesses, pelo amor egoísta. Não é o que eles podem fazer em benefício pela salvação, mas o que Deus pode fazer por eles. Quais são as divindades pagãs de muitos cristãos? É o dinheiro. Jesus Cristo chama o dinheiro de ‘ouro do templo’. Vamos ler Mateus 23.16: ‘Ai de vós, condutores cegos! Pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor’. Quer dizer, a igreja se tornou na galinha dos ovos de ouro, uma verdadeira serra pelada, todos estão correndo para a igreja atrás de garimpar o seu ouro. Pois a igreja oferece tudo, oferece um bom emprego, casa nova, carro zero km, e etc. No templo em Jerusalém estava havendo uma inversão de valores, pois os rabinos estavam ensinando o povo a valorizar mais o ouro do que o próprio templo. Hoje as pessoas estão valorizando mais o dinheiro da igreja do que a própria igreja. Quando se convida um pregador para pregar, ele quer saber quanto vai lucrar, ele não quer saber qual é a necessidade espiritual da igreja e qual palavra ela está precisando, sua pregação não é conforme a igreja precisa ouvir, mas conforme a igreja quer ouvir. Alguns cantores só atendem o convite para cantar, se a igreja garantir a venda de não sei quantos cds. Outra divindade pagã é o pensamento positivo da mente humana. Em muitas igrejas, o poder da mente humana está substituindo o poder do Espírito Santo e o poder da fé. Os pastores dessas igrejas estão se transformando em verdadeiros gurus e ensinando as suas ovelhas a explorar o poder da mente para alcançar sucesso pessoal. Esses gurus espirituais ensinam que o pensamento positivo, a comunicação positiva e visualização positiva são as chaves do sucesso. Certo pastor guru desse movimento disse: ‘Isso não é teoria, mas é fato. É uma lei espiritual, funciona todas as vezes em que é aplicada corretamente. Você coloca as leis espirituais em movimento com as palavras da sua boca, tudo que você dizer isso virá a acontecer’. O falecido Pr. Dave Hunt disse contra essas coisas: ‘Qualquer pessoa que imagina que pensar certos pensamentos e falar certas palavras obrigará Deus a agir de certo modo está envolvido com feitiçaria. E se não estiver assumido papel de Deus, estará, pelo menos, tentando manipular Deus’. Essas práticas são semelhantes o que os budistas chamam de meditação transcendental, quer dizer, elevar a mente acima das coisas materiais e ter domínios sobre elas. 160
A teologia do cristão humanista cósmico é a teologia do Dominionismo e pós-milenismo. O que ensina essas teologias? Ensinam que antes de Jesus Cristo voltar, a igreja dominará o mundo. Como a igreja dominará o mundo? Adquirindo poderes políticos, econômicos e militares e assim implantará o Reino de Deus no mundo. Através dos atos proféticos, a igreja reivindicar para si esses poderes. Isso se constituem em sobrevoar sobre as cidades ungindo-as com óleo. Uma igreja em Londrina ordenou seus membros a urinar em cada canto da cidade para marcar o território para Jesus. Marcha para Jesus com intuito de reivindicar o Brasil para Jesus e mostrar que os evangélicos têm uma grande representação política no país. Técnicas de aumento de igreja, com o crescimento da membresia aumenta o poder econômico e político da igreja. Todos esses atos proféticos são estratégias políticas para colocar nas mãos da igreja o poder político com a finalidade de eleger um presidente evangélico. Terceiro, porque o cristão que busca autorrealização humana flerta com o sistema do mundo. Tiago 4.4,5: ‘Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?’. A igreja está traindo o seu noivo, Cristo, e está namorando com Baal! Paulo disse: ‘...porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo’ (2ª Co 11.2). Mas aquém os pastores estão apresentando a igreja? Em Apocalipse a igreja apóstata aparece na figura de uma prostituta (Ao 17.1-6). A igreja está flertando com mundo em duas áreas (para não citar mais): pragmatismo e relativismo moral. No pragmatismo aquilo que funciona é a verdade, quer dizer, os fins justificam os meios. Pastores estão utilizados meios para atrair pessoas para as igrejas. Um deles é adotar práticas esotéricas. Isso é chamado de adultério espiritual. Já falamos um pouco sobre essas práticas. Outros meios são estratégias de marketing, como diz certo dicionário ‘marketing é a arte de explorar’. Em algumas igrejas pastores tem metas financeiras para atingir, então, não importa que meios eles utilizem para explorar os crentes, conquanto que atinjam suas metas mensais. Relativismo moral nos mostra que a igreja com o objetivo de flertar com o mundo está relativizando a sua moralidade. Uma das coisas que estão sendo relativizando dentro das nossas igrejas é o adultério. Tiago chama os crentes de ‘adúlteros e adúlteras’. Isso não só se refere a adultério espiritual como também a adultério conjugal. O adultério está se tornando uma prática normal entre os pastores. Os pastores que adulteram não perdem os seus cargos ministeriais são, apenas, transferidos de igrejas. Alguns são 161
disciplinados, mas não são desqualificados para exercer o ministério pastoral. Tinha um pastor que até paletó lascado era pecado, mas tinha caso com a empregada. Porém, a empregada namorava com um presidiário, e na visita íntima a emprega confessou para o namorado, e ele mandou a namorada denunciar o pastor. O pastor inconformado, porque foi disciplinado, abriu um processo contra a igreja. Para abafar o caso, o pastor foi transferido de campo.
Mensagem Ministrada na Culto de Primícias AD-Salém Em 07 de Setembro de 2014 A Ressurreição
Nessa noite, saúdo a todos na Paz do Senhor Jesus, irmãos! Vamos ler 1ª Coríntios 15.22-26: ‘Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda. Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte’. A ressurreição de Jesus Cristo é o fundamento da nossa fé. Paulo disse que se Cristo não ressuscitou é vã a nossa fé (1ª Co 15.17). A ressurreição de Jesus Cristo torna a comunidade cristã diferente de todas as religiões do mundo. Porque cada religião tem o seu líder, mas nenhum deles ressuscitaram. Porém, nós somos a única religião que testificamos que o nosso fundador ressuscitou dentre os mortos. Cremos na ressurreição de Jesus Cristo pelo testemunho dos apóstolos registrado nas Escrituras Sagradas. Não temos outro meio para acreditar que ele ressuscitou, a não ser pela palavra de Deus. Porém, muitas pessoas que não são cristãos que questionavam a ressurreição de Jesus Cristo, e alguns deles até céticos, passaram acreditar que Cristo ressuscitou dentre os mortos, quando pesquisaram as provas da ressurreição de Jesus Cristo. Dessas provas, há duas que são mais convincentes para essas pessoas. O testemunho da Maria Madalena. Maria Madalena foi a primeira pessoa que deu testemunha da ressurreição de Jesus Cristo. Por que o testemunho dela é tão convincente? Porque no século I a mulher não tinha valor. Ela não era convidada para dar testemunho em um tribunal. A mulher tinha que se manter em silêncio nas sinagogas. Não tinha direito de falar em 162
uma reunião pública. Até mesmo na congregação cristã havia restrições sobre as mulheres (1ª Co 14.34; 1ª Tm 2.11). Em sua primeira carta aos Coríntios, quando Paulo escreve um relato oficial sobre a ressurreição de Cristo não cita as mulheres como testemunhas, ele apenas alistou os homens (1ª Co 15.3-8). Então a questão é a seguinte: Quem, no século I, incluiria uma mulher como testemunha ocular de um fato como a ressurreição de Cristo a não ser que esse fato seja uma história verídica?! Apenas se esse fato realmente aconteceu justifica eles terem incluindo uma mulher como testemunha da ressurreição de Jesus Cristo. Porque se os apóstolos tivessem tentando convencer as pessoas através de uma mentira como se fosse um fato real, a única pessoa que eles não colocariam como testemunha desse fato era uma mulher. Então, Jesus Cristo para confirmar a sua ressurreição como fato verídico apareceu primeiro a uma mulher, Maria Madalena, e lhe ordenou a contar aos seus apóstolos. Evangelho de Marcos 16.9,10 diz: ‘E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios. E, partindo ela, anunciou-o àqueles que tinham estado com ele, os quais estavam tristes, e chorando’. Outra prova convincente da ressurreição de Jesus é porque não existe nenhum registro do primeiro século negando a ressurreição de Jesus. Nenhum rabino nem escritor romano do primeiro século depõem contra a ressurreição de Jesus. Não há nada nos anais históricos refutando o testemunho dos apóstolos acerca da ressurreição de Jesus. Pelo contrário, quanto mais se vasculham os registros históricos mais se confirmam a história sobre Jesus Cristo. Nas Escrituras contém quatro registros históricos que testificam que Jesus ressuscitou dentre os mortos. Crer na ressurreição de Jesus Cristo produz para nós a salvação. A nossa salvação não estar em pertencer a uma religião ou uma igreja. Mas em crer que Jesus ressuscitou dentre os mortos. Está escrito em Romanos 10.9: ‘A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo’. A única coisa que nos salva de nossos pecados e da condenação eterna é cremos que Jesus Cristo ressuscitou dentre os mortos. Cremos que Jesus ressuscitou porque a palavra de Deus nos dá testemunho disso, e a palavra de Deus não é mentirosa. Está escrito: ‘Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos’ (1ª Co 15.20). Quando cremos na ressurreição de Jesus é produzido em nós uma ressurreição espiritual. A Escritura diz que estávamos mortos em nossos delitos e pecados, mas Deus no vivificou por intermédio da ressurreição de Jesus Cristo (Ef 2.1,5,6; Cl 2.12,13). O apóstolo Pedro disse que nós fomos gerados de novo para uma viva esperança pela ressurreição de Jesus Cristo 163
dentre os mortos (1ª Pe 1.3). Jesus Cristo disse os que estiverem mortos em seus pecados, ouvindo a voz do Filho de Deus recebe vida (Jo 5.25). A ressurreição de Cristo não é apenas um fato histórico passado, mas um fato histórico presente e tem uma eficácia poderosa em nossos corações. Nos liberta do poder do pecado e do poder da morte (Rm 8.2). Temos vida por causa do poder da ressurreição de Jesus Cristo. Não só fomos espiritualmente ressuscitados como também seremos fisicamente ressuscitados. A Escritura além de falar da ressurreição espiritual também fala da ressurreição física. Na ressurreição física participamos de uma ressurreição particular e especial em que apenas aqueles que crer em Cristo participarão. Mas não se trata daqueles que tem uma fé teórica e intelectual, mas daqueles que tem uma fé verdadeira e genuína é que participarão desta ressurreição especial. Paulo diz algo interessante em Filipenses 3.10,11: ‘Para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte. Para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição dentre os mortos’. Essa expressão ‘ressurreição dentre os mortos’ é a melhor tradução do grego, pois faz referência a primeira ressurreição. Paulo se esforçava para participar da primeira ressurreição. Sabemos que haverá duas ressurreições, na primeira ressuscitará alguns e os demais continuarão mortos. No seu desejo de ser participante da primeira ressurreição, Paulo disse: ‘Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus’ (Fp 3.12-14). Paulo considerava a primeira ressurreição como atingir o alvo e alcançar o prêmio da vocação de Deus em Cristo Jesus. Cada um de nós que cremos no Filho de Deus fomos vocacionados para participar da primeira ressurreição. Porém alguns crentes ficarão para trás, porque Deus ressuscitará na primeira ressurreição apenas aqueles que de fato amam ao Senhor Jesus Cristo de todo o seu coração, pois aqueles que praticam uma religião disfarçada e estão na igreja apenas se escondendo debaixo de uma cobertura religiosa que estão enganando-se a si mesmo não participarão da primeira ressurreição. Apocalipse 20.6 diz o seguinte: ‘Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos’. Não apenas mil anos, mas por toda a eternidade conforme Apocalipse 22.3,5: ‘...os seus servos o servirão... e reinarão para todo o sempre’. 164
Meus irmãos, os únicos cristãos que participarão do Reino de Deus como reis e sacerdotes na Jerusalém celestial são os que forem havidos por dignos de alcançar a primeira ressurreição (Lc 20.35,36). Eu não sei quantos de nós que estão aqui nessa noite participarão da primeira ressurreição. Alguns ficarão para a segunda ressurreição, porém esses correm o risco do poder da segunda morte. Por isso, como Paulo, devemos nos esforçar para ver se de alguma maneira podemos participar da primeira ressurreição. Aqueles que não amam profundamente a Deus a ponto de dar a sua própria vida por amor do evangelho mesmo diante do martírio fique sabendo que não reinarão com Cristo. Paulo disse que se com ele perseveramos, também com ele reinaremos (2ª Tm 2.12). Para tomar parte na primeira ressurreição e reinar com Cristo temos que perseverar na fé. Não devemos nos deixar sucumbir pelas lutas, dificuldades, tribulações e materialismo, mas mantermos os nossos olhos fixos no Senhor Jesus Cristo e esperar pelo seu Dia em que ele há de voltar para ressuscitar os mortos que lhe pertencem (1ª Co 15.23). Paulo, em 1ª Coríntios 2.9, diz: ‘As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam’. As coisas mais preciosas de Deus, o Senhor está reservando para aqueles que amam muito ao Senhor de todo o seu coração, toda alma e todo entendimento (Mc 12.30). Sobre aqueles que não amam ao Senhor Jesus Cristo, está escrito: ‘Se alguém não ama ao Senhor Jesus Cristo, seja anátema. Maranata!’ (1ª Co 16.22). Quando a Escritura diz que Cristo tornou-se as primícias dentre os mortos faz uma comparação da ressurreição com a colheita (1ª Co 15.20). Nessa colheita, os primeiros frutos referem-se à ressurreição de Cristo que como primícias foi ofertada a Deus (Lv 23.10,11). Depois acontecia a colheita geral quando os frutos maduros eram colhidos. Essa é a primeira ressurreição, a dos santos (1ª Co 15.23; Ap 20.6). E, então, referente a colheita, os judeus deixava os restantes dos cereais para serem colhidos pelos necessitados e pobres (Lv 19.9,10). Isso aponta para segunda ressurreição quando se diz: ‘Mas os restantes dos mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram’ (Ap 20.5). Significando que alguns ainda poderão alcançar a salvação na segunda ressurreição como rabiscos dos salvos (1ª Co 3.15; 5.5). Após peneirarem os cereais, a palha era lançada fora para ser totalmente queimada no fogo (Is 5.24; Na 1.10). Isso acontecerá com os ímpios quando forem ressuscitados na segunda ressurreição (Mt 3.12; 13.30,40-43; Ap 20.12-15; Ml 4.1,3). Os ímpios são ressuscitados como uma oferta chamada anátema. O que é anátema? Anátema era uma oferta consagrada a Deus para destruição no fogo, uma destruição em que não haveria mais resgate (Dt 13.15-17; Js 6.17,21,24; 7.15). Quando uma pessoa 165
não ama ao Senhor Jesus Cristo torna-se uma oferta de destruição. Essa destruição é o lago de fogo e enxofre (Ap 21.8). Se você ainda não creu no Evangelho, saiba que Cristo é o único que pode lhe salvar para participar desta colheita como trigo e não como palha. Cristo é a esperança e o caminho que conduz a vida eterna. Porém, se você o rejeitar, também ele te rejeitará. Porque está escrito que quando o Senhor Jesus Cristo se manifestar do céu com os anjos do seu poder em labareda de fogo tomará vingança contra todos os que foram desobedientes ao evangelho de Cristo. Estes padecerão eterna destruição ante a presença de Deus e de seus anjos quando Cristo vier para ser glorificados nos seus santos (1ª Ts 1.7-9; Ap 14.10).
Mensagem Ministrada na AD-Monte das Oliveiras Em 14 de Setembro de 2014 Amo o Senhor
A Paz do Senhor Jesus! Estava esperando a oportunidade de participar do culto nessa subcongregação, e estou muito grato pelo convite. Dou graças a Deus porque sei que essa semente vai germinar e o Senhor erguerá aqui um grande e bonito templo superlotado de crentes. Salmos 116.1: ‘Amo ao Senhor...’. Amo ao Senhor! Quantos podem expressar esse sentimento tão grato! Amo o Senhor! Quando amamos ao Senhor cumprimos o primeiro e grande mandamento da lei de Deus que diz: Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Tens de amar ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e toda a tua força (Dt 6.4,5; Mc 12.29,30). Quando amamos ao Senhor somos amados pelo próprio Deus porque Jesus disse: ‘Aquele que me ama será amado de meu Pai’ (Jo 14.21). Quando amamos ao Senhor, receberemos a coroa da vida, porque está escrito: ‘Bem-aventurado o varão que sofre a provação; porque, quando for aprovado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aqueles que o amam’ (Tg 1.12). Quando amamos ao Senhor, ele reserva para nós a coroa da justiça, porque está escrito nas palavras do apóstolo Paulo: ‘Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda’ (2ª Tm 4.8). 166
Quando amamos ao Senhor, ele faz com que todas as coisas contribuem para o nosso bem, porque está escrito: ‘todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus’ (Rm 8.28). Quando amamos ao Senhor, ele revela para nós as coisas ocultas e profundas que ainda não foram reveladas a ninguém, porque está escrito: ‘As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam’ (1ª Co 2.9). É por isso que o salmista, com todo o seu coração, disse: ‘Amo ao Senhor’. E quais são as razões pelas quais amamos ao Senhor? O Salmo 116 descreve as razões pelas quais amamos ao Senhor Deus. A primeira razão é porque o Senhor ouve as nossas orações. O texto diz: ‘Amo ao Senhor, porque ele ouviu a minha voz e a minha súplica. Porque inclinou a mim os seus ouvidos...’ (Sl 116.1,2). Deus é chamado, na Escritura, como o ‘Ouvinte de oração’ (Sl 65.2 TNM). Ele é o único que conhece o coração do homem. Por isso que a oração pode ser no íntimo do coração, Ele ouve. Ele ouviu Josué, quando ele disse: ‘Ó Senhor faça que o sol detenha e que a lua pare’. E o texto diz: ‘ouvindo o Senhor assim a voz de um homem’ (Js 10.12-14). Algo impossível! Mas Ele é Aquele que ouvi a oração do seu servo. E Ele fez com que a própria Terra se detivesse para atender a oração do seu filho. Ele é Aquele que ouviu a oração de Ana, mesmo brotando do íntimo do seu coração e que o próprio sacerdote, Eli, não a compreendeu, mas Deus entendeu, pois vasculhou seu coração e atendeu a prece da sua serva. Quantas orações, todos os dias, sobem ao trono de Deus, e Ele ouve todas com carinho e atenção. A Escritura diz que Ele até mesmo se levanta do seu trono para ouvir o clamor do necessitado e a súplica do oprimido (Sl 12.5). Quem é como o nosso Deus, grande e maravilhoso, que está acima de todos os deuses, todavia, Ele se inclina para ouvir a oração do pobre (Sl 97.9; 113.4-9; 135.5; 138.6; 145.3; 147.5). É por isso que o salmista podia dizer: ‘Eu sou pobre e necessitado, mas o Senhor cuida de mim. Tu és o meu auxilio e o meu libertador; não te detenhas ó meu Deus’ (Sl 40.17). Ele tinha essa confiança, porque ele sabia que o seu Deus, ainda que riquíssimo, ouvia a oração do pobre e do necessitado. Por isso que nós amamos ao Senhor! Talvez não sejamos ouvidos pelo governador, pela presidente, pelos advogados e pelos homens poderosos, mas somos ouvidos pelo Soberano do Universo, o Criador de todas as coisas e que tem o domínio sobre todas as coisas. Ele nos ouve e atende a nossa oração! O salmista diz: ‘Eu amo ao Senhor, porque... os cordéis da morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim; encontrei aperto e tristeza. Então invoquei o nome do Senhor, dizendo: Ó Senhor, livra a minha alma’ (Sl 116.3,4). 167
Irmãos e irmãs, nós amamos o Senhor porque ele livra a nossa alma. Ele nos livra da tribulação, da angústia e da tristeza. É Ele que acalenta o nosso coração e consola a nossa alma. É Ele que diz: ‘Não chores, porque eu estou contigo, não te assombres porque eu sou o teu Deus. Eu te tomo pela mão direita e te digo: tu és meu’ (Lc 7.13; Is 41.10,13; 43.1). O Senhor nos livra de todo mal. É o que está escrito no Salmo 121: ‘O Senhor te livrará de todo mal’ (v.7). Ele livrou Davi de Golias, ainda que Golias fosse mais forte do que Davi, mas o Senhor livrou a Davi e deu vitória ao seu servo. A Escritura diz que Deus nos livra daqueles que são mais fortes do que nós (Sl 35.10; 142.6; Jr 31.11). O salmista mostra outra razão porque ama ao Senhor, dizendo: ‘Amo ao Senhor, porque... piedoso é o Senhor e justo; o nosso Deus tem misericórdia’. Amamos ao Senhor por causa das suas qualidades e atributos. Ele é Deus, mas não é um Deus irado, vingativo que a qualquer momento está esperando um deslize de seus servos para os castigar. Ele é compassivo, justo, misericordioso e pode se compadecer de nós quando tropeçamos em nossos pecados e somos surpreendidos em nossas falhas. Diz a Escritura que as suas misericórdias são tão altas quanto aos céus (Sl 103.10, 11) e que Ele é riquíssimo em misericórdia (Ef 2.4). A Escritura também diz que as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos (Lm 3.22). Quantas vezes, Jesus Cristo foi movido por íntima compaixão, e que atendeu pessoas que até mesmo não clamaram por socorro e nem pediram ajuda, mas pela sua compaixão, pela sua misericórdia e pelo seu amor, ele as curou. Aquele pobre paralitico no tanque de Betesda não fazia a mínima ideia que seria alcançado pela misericórdia de Deus quando Cristo se aproximou dele. O Senhor teve compaixão dele e da sua situação, e lhe curou e levantou (Jo 5.5-9). O salmista disse: ‘Eu amo ao Senhor, porque... achava-me prostrado, e ele me salvou’ (Sl 116.6). Porque Ele é o Deus da salvação, o Deus do escape. Quando toda as portas estão fechadas diante de nós, ele abre uma saída. Quantas vezes, Davi se encontrou cercado pelos exércitos inimigos, em apuros, quantas vezes, ele se viu prostrado, mas o Senhor o livrou de todas as suas tribulações. A Escritura diz que o Senhor sabe livrar os justos das suas angústias (2ª Pe 2.9; Sl 34.17). As situações que nos angustiam, que nos tiram a paz, a calma e nos traz desespero, que nos deixam atordoados, andando de um lado e para outro, Deus, num momento, de repente, traz a solução. Por isso está escrito que Deus é a nossa fortaleza e nosso escudo, socorro bem presente na hora da angústia. Ainda que a terra se mude e os montes sejam transportados para o meio dos mares, Deus está conosco. Ele diz: Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus (Sl 46.1,2,10). Deus diz: Eu te 168
livrarei, não pela força do arco, nem pela habilidade da espada, mas pelo poder do meu nome. Porque torre forte é o nome do Senhor e para ela correrá o justo (Sl 20.7; 44.6; 118.8-12; 124.8; Pv 18.10). Quantos livramento você já recebeu em sua vida! Por isso que o salmista dizia: ‘Eu amo o Senhor porque Ele é bom e a sua misericórdia dura para sempre. Eu amo o Senhor porque este pobre gritou e Ele ouviu’ (Sl 34.6; 136.1). Laços da morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim, mas eu invoquei e o Senhor me livrou! (Sl 18.3-6). Amo o Senhor porque Ele ‘tem sido generoso para contigo (Sl 116.7)’. Tiago diz que o Senhor atende as nossas orações sem lançar em rosto, mas nos dá liberalmente (Tg 1.5). O Senhor está com as suas mãos cheias de bênçãos e provisões para nos dá. Essas mãos estão abertas para nós! Não estão fechadas, de modo que precisaríamos nos esforçar para Ele abri-las como se fosse uma pessoa mesquinha. Suas mãos estão abertas para nós. Por isso que o salmista disse: ‘Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos e unges a minha cabeça com óleo e meu cálice transborda’ (Sl 23.5). Deus tem bênçãos grandes e maravilhosas para o seu povo. Ali estava o profeta Jeremias, esquecido, jogado no calabouço, preste a ser morto, barbudo, fedorento, atolado na lama (Jr 38.6). O Senhor chegou para Ele e disse: ‘Clama a mim, e responder-te-ei e te anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes’ (Jr 33.3). Nosso Deus é generoso, bondoso e pronto para nos defender. Amo o Senhor porque livrou a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés da queda (Sl 116.8). Deus é o único que pode nos livrar da morte, e mudar o quadro da nossa situação. Quando as pessoas dizem: ‘Não tem mais jeito’. Ele vem no último momento, e diz: Tem jeito’. Nessa semana, em nosso estudo familiar, estava lendo com a minha filha, Gênesis capítulo5, que dizia: ‘Adão viveu tantos anos e morreu... Sete viveu tantos anos e morreu... Cainã viveu tantos anos e morreu’. Então, ela perguntou: ‘A história é só essa: viveu e morreu’. ‘Tenha calma’, disse eu, ‘que a história vai mudar’. E quando chegou em Enoque, nós lemos e ela passou despercebida. Então, lhe perguntei: ‘Milha filha, quem desses homens foi o único que não morreu?’. ‘Não sei’, disse ela. ‘Leia novamente o versículo 24: ‘E andou Enoque com Deus; e não foi mais visto, porquanto Deus para si o tomou’. Está escrito em Hebreus 11.5: ‘Pela fé Enoque foi transladado para não ver a morte’. Eu dou glória a Deus, porque também escapei da morte. Isaque estava nos últimos momentos da sua vida, Abraão já tinha levantado o cutelo para imolar o rapaz, mas quando ele iria degolar o rapaz uma voz clamou do alto céu e disse: ‘Abraão! Não faças isso com o rapaz’. E quando Abraão ergueu os olhos, viu um cordeiro, que era o próprio Cristo que apareceu no Monte Moriá para livrar Isaque da morte. Esse mesmo Cordeiro que livrou Isaque da morte, também nos livrou da morte eterna. 169
Deus me livrou da morte quando eu estava na UTI. A morte estava se apoderando do meu corpo, me destruindo. Eu parecia uma caveira, estava semimorto. Estava perdendo a esperança. Algumas pessoas que me visitavam diziam: ‘Este vai morrer’. Eu senti a morte tomando conta do meu corpo. Eu amo o Senhor porque Ele me livrou da morte. A minha situação era tão difícil que lá na UTI, os médicos me colocaram no isolamento, dentro de um ambiente fechado. Respirava através dos aparelhos. Mas eu amo o Senhor porque o Senhor livrou a minha alma da morte. Deus livra nossos olhos das lágrimas. É Ele que enxuga todas as lágrimas. Aquela viúva da cidade de Naim estava chorando, mas Jesus lhe disse: ‘Não chores’. O Senhor transformou o choro daquela mulher em alegria quando Ele ressuscitou o seu filho que estava morto a caminho do cemitério. Maria e Marta chegaram para Jesus com seus olhos vermelhos de tanto chorar, e disseram: ‘Se o Senhor estivesse aqui, nosso irmão não teria morrido’. A Escritura diz que o próprio Jesus chorou. Mas no seu choro, Ele enxugou as lágrimas daquelas mulheres, quando ressuscitou o irmão delas da morte. Jesus chorou também por nós para que pudéssemos rir de alegria. No Getsêmani, Ele chorou por nós, derramou lágrimas por nós, para que pudesse enxugar de nossos olhos todas as lágrimas (Hb 5.7; Ap 7.17; 21.4). Tanta coisa aperta nosso coração, tantas coisas nos faz chorar. João, por exemplo, chorou copiosamente quando viu que ninguém podia abrir o livro selado. A Bíblia diz que João chorava muito porque não havia ninguém no céu e nem na terra que pudesse se aproximar do livro, olhar para ele e abrir seus sete selos. Porém, alguém lhe disse: ‘João não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos’ (Ap 5.1-5). Irmãos, nós amamos o Senhor porque Ele livra nossos pés da queda. Não pense que estamos aqui crentes e firmes por nossas próprias forças, mas pela força do Senhor. Porque nosso inimigo, Satanás, é mais forte do que nós, o mundo é terrível e a carne é cruel, mas não caímos porque é o Senhor que firma os nossos pés na rocha e põe um novo cântico em nossa boca. Diante de todas essas bênçãos, o salmista ousa perguntar: ‘Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito?’ (Sl 116.12). O que darei ao Senhor por ter ouvido as minhas orações? O que darei ao Senhor por ter livrado a minha alma da angústia? O que darei ao Senhor por ter sido misericordioso, compassivo e justo para comigo? O que darei ao Senhor por livrar a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas e os meus pés da queda? Então ele responde: ‘Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor’ (Sl 116.13). É isso que Deus pede de cada um de nós. Ele nos insta a tomar posse dessa tão grande salvação. Temos que usufruir, se 170
alegrar e nos entregar plenamente e beber com muito prazer o cálice da salvação e invocar o nome do Senhor todos os dias. Muito obrigado, Senhor, nós te amamos.
Mensagem Ministrada Numa Campanha na Rua Catolé Em 24 de Setembro de 2014 O Dia do Senhor
Saúdo a todos na Paz do Senhor Jesus Cristo. Quero convidar a todos os irmãos para lermos a Palavra de Deus no livro do profeta Joel 2.30-32. E convido também a todos os nossos ouvintes para que pare um pouco e dê atenção a palavra de Deus, e lhe convido a examinar nas Escrituras o que iremos falar nessa noite. Porque nessa noite, eu pretendo expor a palavra de Deus para que você possa conferir comigo aquilo que irei falar. Não irei falar de mim mesmo, mas falarei baseado na Bíblia Sagrada, e acredito que assim como eu, você acredita que a Bíblia é a Palavra de Deus, é a fonte de esperança para as pessoas, é a própria voz de Deus falando conosco, que nos liberta das trevas e da escuridão deste mundo em que as pessoas estão tateando em busca de luz. Deus nos deu um farol que é a luz no fundo do túnel e a esperança para todas as pessoas. Basta abrirmos a Palavra de Deus para que a luz possa iluminar nosso coração e trazer à lume a verdade de Deus. Joel 2.30-32: ‘E mostrarei prodígios no céu, e na terra, sangue e fogo, e colunas de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor. E há de ser que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como disse o Senhor, e entre os sobreviventes, aqueles que o Senhor chamar’. Pretendo falar acerca do Dia do Senhor. O que é o Dia do Senhor? Segundo as Escrituras o Dia do Senhor é o Dia em Jesus Cristo há de se manifestar sobre toda a Terra. Se lermos o livro Bíblico de 1ª Tessalonicenses 5.2 ali está escrito: ‘o dia do Senhor virá como o ladrão de noite’. Se compararmos essa Escritura com o que está escrito em Apocalipse 16.14,15: ‘...naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso. Eis que venho como ladrão’. Então entenderemos que no Dia do Senhor, chamado também de Grande Dia do Deus Todo-Poderoso, é o Dia que Jesus Cristo se manifestará. Lemos também em Apocalipse 1.7: ‘Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá’. A vinda de Cristo, que acontecerá no Dia do 171
Senhor, será visível a todos os olhos. De modo que ninguém poderá dizer: ‘Ele voltou, e eu não vi’; ‘Ele voltou, e eu não percebi’. Porque está escrito: todos ‘verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu’ (Mt 24.30). Quando Jesus disse que virá como ladrão significa que aquele dia e hora ninguém sabe. Está escrito em Mateus 24.36: ‘Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai’. O Dia que Jesus Cristo há de se manifestar é o Dia exclusivo de Deus, é o Dia singular do Senhor. Deus já agendou e marcou, porém nós não sabemos quando será. Mas o Deus, que não pode mentir, já estabeleceu o Dia da vinda do Seu Filho (At 1.7). E assim como o amanhã é certo, assim também, a Sua vinda é certa (Os 6.3). Não foi uma promessa feita por nenhum homem, por nenhum político. Porque se fosse, poderíamos ter razões para desconfiar e duvidar, mas foi uma promessa feita por Deus. A Escritura diz que Deus não pode mentir (Tt 1.2; Hb 6.18). Porém, preste atenção! Muito embora não sabemos o dia e a hora em que os céus se rasgarão, e o Filho do homem se mostrará patente diante de todas as pessoas, Ele nos deu alguns sinais que compravam que a Sua vinda está próxima. Os sinais evidentes nos norteiam para sabemos em que momento no relógio escatológico de Deus estamos. Aqui no profeta Joel está escrito que antes de vir o Dia do Senhor alguns sinais deverão acontecer. O Dia do Senhor será precedido por sinais cataclismos. Está escrito: ‘mostrarei prodígios no céu, e na terra, sangue e fogo, e colunas de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor’. Quer dizer, antes de Jesus Cristo voltar, dias negros e terríveis sobrevirão sobre os habitantes da terra. Esses dias negros e terríveis são chamados nas Escrituras de grande tribulação. Antes de Jesus Cristo voltar esse mundo passará por um período de grande tribulação (Mc 13.19,24-27). Lemos em Daniel 12.1: ‘... haverá um tempo de tribulação, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo...’. Para confirmar essas palavras de Daniel, o próprio Jesus disse, em Mateus 24.21: ‘Porque haverá então grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver’. Será uma grande tribulação sobre as nações. Veja o que escreveu Lucas sobre esses dias de grande tribulação porque você poderá estar vivo nessa época, e Deus está lhe dando o aviso para se preparar. Lucas 21.25,26 diz o seguinte: ‘E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto as virtudes do céu serão abaladas’. Os dias de grande tribulação que estão para vir sobre todas as nações da terra, anjos derramarão terríveis pragas sobre a natureza e sobre as 172
pessoas. Quando abrimos as Escrituras no livro do Apocalipse capítulo 8 lemos que há sete anjos preparados para tocar sete trombetas que trarão juízos sobre a terra (Ap 8.6). Está dito que quando o primeiro anjo tocar a sua trombeta haverá uma chuva de saraiva, isto é, chuvas de pedras de granizos, que cairão do céu misturada com fogo e sangue sobre a terra e ocorrerá uma queimada de grandes proporções nas florestas (Ap 8.7). Essas coisas estão escritas na Bíblia e muitas pessoas nunca ouviram falar, porque são coisas tão terríveis de se contar que muitos pregadores se omitem de falar, mas como a palavra de Deus pesa sobre nossos ombros, temos a responsabilidade de anunciar essas verdades. Porque o Senhor disse: ‘Se eu disser ao ímpio: Ó ímpio certamente morrerá, e se tu não o avisares, ele morrerá nos seus pecados, mas o seu sangue eu o requererei da tua mão’ (Ez 33.8). Quando o segundo anjo tocar a sua trombeta cairá no mar um grande asteroide ardendo em fogo que causará um tsunami e matará muitas pessoas e animais e destruirá muitas embarcações (Ap 8.8,9). Quando o terceiro anjo tocar a sua trombeta cairá um grande meteorito nas águas potáveis que se tornarão amargas e causará a morte de muitas pessoas (Ap 8.10,11). Quando o quarto anjo tocar a sua trombeta haverá um eclipse parcial do sol e da lua que escurecerão simultaneamente em algumas partes da terra (Ap 8.12). Todas essas coisas sobrevirão a terra antes de Jesus Cristo voltar (Mt 24.33; Lc 21.28-31). Depois das trombetas serem tocadas, ainda haverá sete taças da ira de Deus que serão derramadas sobre o mundo. Quando a primeira taça for derramada sobre as pessoas, diz as Escrituras, que arrebentará nos seus corpos chagas malignas e serão tão intensas as dores provocadas por essas chagas que as pessoas morderão as suas línguas de tanta dor (Ap 16.2,11). A segunda taça será derramada sobre as águas do mar e as Escrituras diz que as águas do mar se tornarão em sangue (Ap 16.3). Do mesmo modo também a terceira taça será derramada sobre as águas e represas de águas e se tornarão em sangue (Ap 16.4). A quarta taça será derramada sobre o sol e haverá um aquecimento global que abraçará as pessoas com terrível calor (Ap 16.8,9). E depois quando todos esses juízos de Deus forem derramados, então, virá o Dia do Senhor porque está escrito em Joel 2.30,31: ‘E mostrarei prodígios no céu, e na terra, sangue e fogo, e colunas de fumaça (essas coisas fazem referência a grande tribulação). O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor’. Grande e terrível Dia do Senhor, eu quero dizer com essa expressão que o Dia do Senhor será mais terrível do que a grande tribulação. Se você ficou assustado ao saber das coisas que acontecerão na grande tribulação, 173
ficará mais assustando ainda com que acontecerá no Dia grande e terrível do Senhor. Esse é o Dia que o Senhor marcou para ter um encontro pessoal com todos os moradores da terra. O Dia que Deus reservou para se revelar as pessoas face a face (Ez 38.23). O profeta Isaías 13.9 diz o seguinte: ‘Eis que vem o dia do Senhor, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação, e dela destruir os pecadores’. Joel 1.15 diz: ‘Ai do dia! Porque o dia do Senhor está perto, e virá como uma assolação do Todo-Poderoso’. Joel 2.11: ‘O dia do Senhor é grande e mui terrível, e quem o poderá suportar?’. Ouça o que diz o profeta Sofonias 1.14,15: ‘O grande dia do Senhor está perto, sim, está perto, e se apressa muito... Aquele dia será um dia de indignação, dia de tribulação e de angústia, dia de alvoroço e de assolação, dia de trevas e de escuridão...’. Veja o que diz o profeta Malaquias 4.1: ‘Porque eis que o dia do Senhor vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como a palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo’. Você percebe a seriedade deste Dia! Está escrito: ‘Palavra alguma falhou... que o Senhor falou à casa de Israel; tudo se cumpriu’ (Js 21.45). Portanto, essas profecias que estão reservadas para os últimos dias também se cumprirão fielmente porque quem falou foi o Deus Todo-Poderoso. Deus não falou essas profecias com a finalidade de nos destruir, mas com a finalidade de nos avisar de modo que possamos escapar desse grande Dia. O apóstolo João descrevendo, em visão, o Dia do Senhor disse o seguinte: ‘o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares. E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, [e todos os homens], se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro; Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?’ (Ap 6.14-17). Bendito seja o Deus terrível e poderoso. Essa destruição trazida pelo Dia do Senhor será tão terrível que o profeta Jeremias disse o seguinte: ‘E serão os mortos do Senhor, naquele dia, desde uma extremidade da terra até à outra; não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; mas serão por esterco sobre a face da terra... por causa do furor da ira do Senhor’ (Jr 25.33,37). Os mortos ficarão espalhados sobre a terra como se fosse um grande vale de cadáveres e servirão de comidas para aves de rapinas (Ap 19.17,18). Pois ‘tudo encherá de corpos mortos’ (Sl 110.6). Grande será a mortandade porque, ‘o Senhor virá com fogo; e os seus carros [de anjos] como um torvelinho; para tornar a sua ira em furor, e a sua repreensão em chamas de fogo. Porque com fogo e com a sua 174
espada entrará o Senhor em juízo com toda a carne; e os mortos do Senhor serão multiplicados’ (Is 66.15,16). Ao contemplar em visão as condições da terra depois do grande Dia do Senhor, o profeta Jeremias diz o seguinte sobre a nossa terra que hoje está rodeada de beleza, de bonitas árvores e bosques e lindos prédios construídos: ‘Observei a terra, e eis que era sem forma e vazia; também [olhei para] os céus, e não tinham a sua luz. Observei os montes, e eis que estavam tremendo; e todos os outeiros estremeciam. Observei, e eis que não havia homem algum; e todas as aves do céu tinham fugido. Vi também que a terra fértil era um deserto; e todas as suas cidades estavam derrubadas diante do Senhor, diante do furor da sua ira. Porque assim diz o Senhor: Toda esta terra será assolada...’ (Jr 4.23-27). Talvez você indague: ‘Como escaparei da assolação e destruição do terrível Dia do Senhor? Como posso salvar a minha alma? Como posso livrar a minha vida?’. O profeta Joel nos diz como! Ouça: ‘E há de ser que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo’ (Jl 2.32). Quer dizer, o Dia do Senhor está vindo com destruição e nenhuma pessoa escapará, mas se você invocar o nome do Senhor será salvo (1ª Ts 5.2,3; Sf 1.17,18; 2.2,3). Então, você pergunta nessa noite: ‘Como eu invoco o nome do Senhor?’. Está escrito em Romanos 10.8,9: ‘A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, a saber: Se com a tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo’. Você pode escapar do Dia terrível do Senhor, se hoje você invocar a Jesus Cristo como o teu Senhor (At 2.20,21). Venha diante de Deus e diga: ‘Senhor, eu sou um pecador, e como pecador eu mereço ser destruído naquele Grande Dia, mas eu invoco o nome de Jesus Cristo: Senhor Jesus! Senhor Jesus! Me salva’. Então, Jesus te salvará e não lhe destinará para o Dia da ira (1ª Ts 1.10; 5.9). Porque está escrito em Malaquias 4.2: ‘Mas para vós, os que temeis [e invocais] o meu nome, nascerá o sol da justiça, e salvação trará nas suas asas; e saireis e saltareis como bezerros da estrebaria’. Para concluir, o apóstolo Pedro escreveu para aqueles que invocam o nome do Senhor: ‘Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça’ (2ª Pe 3.13). Este velho mundo será destruído no Dia do Senhor, mas Deus está preparando para aqueles que invocam o nome de Jesus um novo céu e uma nova terra (Sl 102.25,26; Is 65.17; 2ª Pe 3.7,10-13; Ez 36.34,35). A Escritura diz que no novo céu e na nova terra, o Senhor enxugará dos nossos olhos todas as lágrimas porque não haverá mais dor, tristeza e nem morte, pois Deus fará novas todas as coisas (Ap 21.1-5; Is 25.8). 175
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Salém Em 25 de Setembro de 2014 Os Pecados de Comissão e de Omissão
A Paz do Senhor Jesus, irmãos. Tiago 5.1-6: ‘Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai, por vossas misérias, que sobre vós hão de vir. As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas de traça. O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias. Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras, e que por vós foi diminuído, clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos exércitos. Deliciosamente vivestes sobre a terra, e vos deleitastes; cevastes os vossos corações, como num dia de matança. Condenastes e matastes o justo; ele não vos resistiu’. Haja visto que falaremos de pecado, então, não podemos falar de pecado sem antes falar sobre a origem do pecado. Quero iniciar com as palavras do Dr. Eliezer Lira e Silva que diz o seguinte: ‘Um dia o homem resolveu voluntariamente desobedecer a Deus (Gn 3.1-24). O pecado, então, tornou-se uma realidade fatal. A partir dessa atitude rebelde, todas as relações dos seres humanos entre si, com o Criador e com a criação, foram distorcidas (Rm 1.18-32). Assim, a humanidade e a criação sofrem e gemem como vítimas da vaidade humana (Rm 8.19-22). Não somos capazes de, por nós mesmos, vencermos o pecado! Contudo, em Jesus toda essa grave realidade pode ser superada, pois o Pai enviou o seu Filho para que morresse por nós e, assim, resgatasse-nos da miséria do pecado (Rm 8.3; Hb 10.1-39)’(12ª Lição, 3º Trim/2014). Com essas poucas palavras, o Pr. Eliezer Lira descreve todo drama do homem e da situação em que ele se encontra. O homem é vítima de si mesmo porque ele causou a sua própria ruína. Ele foi autor da sua própria queda. E a partir dessa queda narrada em Gênesis 3, o pecado tornou-se uma realidade para toda humanidade. Porque Adão não pecou apenas por si mesmo, mas pecou, também, por nós, pois ele representava a cabeça federal da humanidade. Ele estava no Jardim diante de Deus como nosso representante e pai. A decisão que ele tomou diante de Deus, coube a todos nós como prejuízo. Mas graças a Deus que no mesmo dia que Adão pecou contra Deus, o Senhor providenciou o resgate em Gênesis 3.15 que promete que através do Descendente da mulher desfaria toda desgraça proveniente da desobediência de Adão ao se submeter ao domínio de Satanás. 176
Por causa de Adão, todos somos pecadores, pois herdamos dele a tendência ou inclinação para o pecado desde o nosso nascimento, chamamos essa tendência herdada de pecado original. No escopo do estudo sobre o pecado, usamos dois termos: o pecado e os pecados. O pecado, termo singular, que é o pecado original, uma rebelião inata dentro do coração do homem contra Deus, e os pecados que se deriva dessa rebelião, são os nossos atos pessoais que pecamos diariamente contra Deus. Vamos dividir os pecados em dois tipos de pecados: pecados de comissão e pecados de omissão. O que é pecado de comissão? É praticar atos expressamente proibido por Deus, quer dizer, quebrar os mandamentos de Deus de punho cerrado. Por exemplo, o pecado de Adão e Eva foi um pecado de comissão, pois eles pecaram diretamente contra uma ordem expressa: Não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.17). Eles, porém, comeram (Gn 3.6,7). O que é o pecado de omissão? É deixar de praticar atos expressamente ordenado por Deus. Note a diferença, pecados de comissão é praticar o que Deus proíbe, e pecados de omissão é não praticar o que Deus ordena. Portanto, pecado não é apenas praticar o que Deus proibiu, pecado, também, é se omite de praticar o que Deus ordenou. E assim, Adão e Eva pecaram por comissão quando comeram da árvore que não deveriam comer, e pecaram por omissão quando deixaram de comer da árvore que deveriam comer. Qual era a arvore que eles poderiam comer? A árvore da vida. Deus não os proibiu de comer da árvore da vida, Deus os proibiu de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, a arvore da morte. Eles pecaram contra Deus preferindo a morte, e se omitiram de comer da árvore da vida. Analisando o nosso de texto de Tiago 5.1-6, veremos que os ricos tanto pecam por comissão como por omissão. Tanto eles praticam aquilo que Deus proibiu de fazer como também eles deixam de fazer aquilo que Deus ordenou que os ricos fizessem. Tiago 4:17 diz: ‘Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado’. Isso é pecado por omissão. O pecado de comissão é: Aquele que faz o mal (3ª Jo 11), e por omissão é: Aquele que deixa de fazer o bem. Muitos crentes estão pecando por omissão, pois muito embora eles não pratiquem o que Deus proibiu, como não mate, não furte e não adultere, mas em contrapartida, se omitem de praticar muitos atos que Deus ordenou que fizessem. Por exemplo, Samuel disse: ‘E quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por vós’ (1º Sm 12.23). Quando o crente não ora por si e nem pelo próximo, peca contra Deus por omissão, pois Deus ordenou: ‘orai uns pelos outros’ (Tg 5.16). É dever do cristão orar por todos os santos (Ef 6.18). Quais são os pecados dos ricos opressores? Primeiro, conduzir seus negócios de maneira desonesta e opressora contra os menos favorecidos. As 177
palavras de Tiago são primeiramente dirigidas aos ricos cristãos. E suas palavras nos dão a impressão que aquela igreja é muito parecida com a igreja da atualidade, parece que Tiago está escrevendo para nós devido a realidade dos assuntos ali discutidos. Nós, porém, ficamos admirados diante da situação de uma igreja do primeiro século, e não só do primeiro século, mas a situação da primeira igreja, a igreja de Jerusalém, os primeiros cristãos, aqueles que conviveram com os apóstolos, e receberam, de primeira mão, a instrução, aqueles que estavam próximos da fonte, bebendo diretamente da fonte. Lembrando novamente aos irmãos que os cristãos aquém Tiago escreve estavam dispersos por causa da perseguição em Jerusalém, e se estabeleceram em outras cidades do império Romano como Fenícia, Antioquia e Chipre (At 11.19). Nessas cidades, eles formaram comunidades de judeus crentes, com tempo essas comunidades começaram a receber os ricos em sua membresia. Pois os judeus ricos visitavam essas comunidades fundadas por judeus crentes de Jerusalém, e se convertiam e passavam a participar dessas comunidades. Esses judeus ricos não só receberam mais privilégios do que os judeus pobres, como também alguns deles se tornaram mestres influentes nessas comunidades e outros se tornaram patrões dos judeus pobres. E assim, esses crentes ricos recebiam destaques. Os mestres se orgulhavam de seus privilégios e conhecimento, conhecimento esse que Tiago taxou de sabedoria carnal, animal e diabólica. Enquanto que os patrões ricos exploravam os judeus pobres. Essas coisas estavam trazendo sérios problemas para essa comunidade judaica, pois os mestres bajulavam os ricos, e os ricos, gananciosos, exploravam os pobres e não os ajudava em suas necessidades. Por causa disso a comunidade estava se transformando em um verdadeiro campo de fofoca, de intrigas, de brigas e de guerras. Essa era a situação sócio-econômico-religioso desses judeus crentes dispersos. Por isso que Tiago, em sua epístola, faz duras advertências e denúncias contra os ricos e apresenta o juízo divino contra eles. A denúncia de Tiago contra esses irmãos ricos os coloca no mesmo patamar dos ricos descrentes. Quer dizer, a condenação que cairá sobre os ricos descrentes é a mesma condenação que cairá sobre os ricos crentes, pois eles agem da mesma maneira que os ricos descrentes. A sua parte será com os infiéis. O Senhor não fará nenhuma distinção entre eles. O Senhor não favorecerá os ricos crentes desonestos por serem crentes, pelo contrário, o juízo de Deus é mais pesado sobre aqueles que conhecem a verdade do que sobre aqueles que não conhecem a verdade. Jesus Cristo se referindo a sua geração que ouvira o evangelho da boca do próprio Cristo, disse: ‘No dia do juízo, haverá menos rigor para o país de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade. Porque, se em 178
Sodoma se fizessem as maravilhas que em vós foram feitas, teriam se arrependido, já há muito, assentadas em saco e cinza’ (Mt 10.15; 11.23,24; Lc 10.13). Ora, se os sodomitas tivessem tido o privilégio de ouvir o evangelho por meio de Cristo, eles teriam se arrependido, mas os habitantes de Cafarnaum ouvindo o evangelho de Cristo não se arrependeram dos seus pecados. Então, o conhecimento que eles obtiveram e não obedeceram trará sobre eles mais duro juízo do que sobre os sodomitas. E assim, irmãos, o conhecimento que adquirimos, mas não praticamos trará mais duro juízo sobre nós do que sobre aqueles que não conhecem a palavra de Deus. Tiago 3.1, fala sobre isso: ‘Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo’. Segundo, os ricos opressores confiavam nos bens que eles possuíam. Assim escreveu o Dr. Eliezer de Lira e Silva: ‘A Bíblia afirma que a confiança dos ricos está amparada nos bens que possuem’ (12ª Lição, 3º Trim/2014). Os ricos confiavam mais nas suas riquezas do que em Deus. Eles se achavam seguros por serem ricos, e pensavam que nenhum mal lhes sobreviria, pois tinham poder através da riqueza. Vamos ler Provérbios 18.11: ‘Os bens do rico são a sua cidade forte, e como uma muralha na sua imaginação’. Na imaginação do rico a sua riqueza é como uma cidade forte cercada por muralha, onde ele está protegido. E Provérbios 11.4: ‘De nada aproveitam as riquezas no dia da ira, mas a justiça livra da morte’. As riquezas podem trazer alguma segurança, mas é uma mera segurança, uma segurança transitória, ilusória, porque no dia da ira, no dia do juízo, a riqueza não poderá salvar. E ainda em Provérbios 11.28 diz: ‘Aquele que confia nas suas riquezas cairá...’. Os dias dos ricos opressores estão contados! Mais cedo ou mais tarde, eles caíram. A Bíblia é contundente em dizer: ‘Quão difícil é, para os que confiam nas riquezas, entrar no reino de Deus!’ (Mc 10.24). Além da riqueza proporcionar uma segurança ilusória para o rico, ainda servirá de obstáculo e dificuldade para que ele possa entrar no Reino de Deus. Porque para entrar no Reino de Deus temos que confiar em Deus, mas aqueles que confiam em sua riqueza, não confiam em Deus. Alguém me perguntou: ‘Se os judeus são eleitos para salvação, então, eles serão salvos mesmo que alguns sejam ricos avarentos?’. A salvação do povo escolhido de Deus depende da sua fé no Messias para que ele possa confirmar a sua eleição. Aqueles judeus que não tem fé no Messias serão cortados do privilégio da eleição. Se ele é um judeu rico, mas confia no Messias será salvo, mas se é um judeu rico e não depositou a sua fé no Messias será condenado. 179
Vamos ler 1ª Timóteo 6.17: ‘Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a sua confiança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos’. Outra tradução diz: ‘na instabilidade das riquezas’. As riquezas são instáveis ou incertas porque oscilam conforme a bolsa de valores. Um rico pode amanhecer pobre basta que a bolsa de valores despenque. Então, há uma instabilidade e incertezas nas riquezas. Diz o rico Salomão: ‘as mesmas riquezas se perdem por qualquer má ventura... porque certamente criará asas e voará ao céu como a águia (Ec 5.14; Pv 23.5,6). Terceiro pecado do rico opressor é se orgulhar na quantidade de bens que possuem. Quanto mais rico, mais orgulhoso. Tiago cita algumas razões porque os ricos não devem ser orgulhar das suas riquezas. Porque a vida é breve e as riquezas são transitória. Tiago 4.14: ‘Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece... Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai, por vossas misérias, que sobre vós hão de vir’ (Tg 5.1). Porque as riquezas dos ricos arrogantes ficarão apodrecidas, isto é, sofrerão um colapso, e suas roupas serão comidas pelas traças. Diz Tiago: ‘As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas de traça’ (Tg 5.2). Tiago assume um papel de um profeta do Antigo Testamento e prever a situação futura de um rico apegado aos seus bens. Porque brevemente as riquezas se mostrarão ineficazes para garantir aos ricos o futuro, quer dizer, os ricos acumulam os seus bens visando ter uma segurança no futuro, e isso do ponto de vista humano não é errado, pois todos nós devemos preparar uma segurança para nosso futuro, porém, o perigo está em colocar a confiança unicamente nisso, e não depender de Deus. Os ricos que confiam seu futuro às riquezas perceberão que elas são ineficazes para assegurar o futuro. Esse futuro não o futuro imediato, se referindo ao envelhecimento, a doença e o falecimento, mas o futuro que há de vir na vinda de Cristo que mostrará que suas riquezas não lhe garantirá a verdadeira vida. Diz Tiago: ‘O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias’ (Tg 5.3). Prevendo esse futuro, Sofonias profetizou: ‘Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia da indignação do Senhor, mas pelo fogo do seu zelo toda esta terra será consumida, porque certamente fará de todos os moradores da terra uma destruição total e apressada’ (Sf 1.18). Porque os ricos orgulhosos terão a triste surpresa em suas vidas. Essa triste surpresa acontecerá quando na maior hora da sua vida, em que eles precisarão de um escape, não poderão contar com suas riquezas como muitas vezes contaram para subornar as autoridades. Nesse Dia, Cristo lhes 180
dirá: ‘Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno... Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber’ (Mt 25.42). Por isso que a Escritura aconselha aos ricos em Jeremias 9.23,24: ‘...Não se glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar...’ ‘...gloriese no Senhor’ (1ª Co 1.31). O quarto pecado cometido pelo rico opressor é levar uma vida regalada sem se importar com o futuro e com o próximo. Esse futuro, como já foi dito, não é o futuro imediato, pois o rico pensa no futuro imediato a fim de que tenha uma boa velhice e perpetue suas riquezas através de seu herdeiro. Porém, me refiro ao futuro pós-tumulo, quando a sua alma se desligar do seu corpo. Está escrito: ‘...vindo depois [da morte] o juízo’ (Hb 9.27). Qual é o investimento que o rico está fazendo para esse futuro? Ele está investindo nas ações e nas multinacionais, mas o que ele está investimento no banco do céu? Muitos ricos estão entesourando ‘ira para si no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus’ (Rm 2.5). Os ricos estão vivendo em ‘festejos como se o fim nunca fosse chegar’ (12ª Lição, 3º Trim/2014). Vamos ler na Bíblia a história do mendigo Lázaro e do rico opressor. Lucas 16.19-31: ‘Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele; E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá. E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite’. O rico se importou com tudo na sua vida, menos por duas coisas: o pobre Lázaro que mendigava na porta da sua casa e com os segundos após sua morte. Analisaremos algumas lições desta história. 181
O rico era um judeu, mas não temia a Deus. Porém, ele não foi para o inferno porque era rico, mas porque não temia a Deus. E pelo fato dele não temer a Deus fez mal-uso da sua riqueza. Lázaro, mormente, não foi para o paraíso porque era um pobre, mas porque mesmo sendo pobre temia a Deus. Mesmo não tendo o que comer, confiava em Deus, mesmo não tendo o que vestir, bendizia o nome de Deus. O rico com tanta riqueza não se importava com a miséria de Lázaro. Não precisava o rico acudir todos os pobres do mundo, bastava acudir esse único pobre. O rico morreu subitamente, em pleno vigor da sua vida. A morte não esperou sua fortuna se desgastar nem esperou ele dizer: ‘Ah, não tenho mais contentamento nos meus dias de velhice, para mim as riquezas não me têm mais nenhum valor, pois não tenho mais saúde para desfrutá-las’. A morte não esperou por isso! Foi quando ele saía com seus amigos para festejar ou quando ele estava deitado em sua cama de marfim, que a morte lhe visitou. O rico morreu igualmente como morreu o mendigo. A morte não fez nenhuma distinção entre o rico e o pobre. A Bíblia diz: ‘o mendigo morreu... e morreu também o rico’. Para a morte não existe classe social. Todos são pó e ao pó tornarão (Gn 3.19; Ec 3.20). Essa é a única lei que a morte conhece. Quem é pó, é um candidato potencial para morte. A riqueza do rico não o pode livrar do tormento do inferno. No momento em que ele precisava mais da riqueza, não pode contar com ela. Quando ele estava vivo, se fosse em nossos dias, estava deitado em seu quarto com ar condicionado, mas agora no inferno, ele não tem sequer um tostão furado para comprar um copo d´agua. Ele agora tem que se dirigir ao pobre do mendigo, que negara tanta coisa, para pedir não um copo, mas apenas a ponta do dedo, um gole de água, para aliviar o seu tormento. Veja a situação triste e lastimável deste rico. O quinto pecado do rico opressor é cometer injustiça social. Vamos ler Tiago 5.4: ‘Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras, e que por vós foi diminuído, clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos’. O pobre pode clamar a Deus por justiça, mas o texto diz que o próprio salário sonegado do pobre que está clamando. Quer dizer, só em ver essa sonegação, Deus já está providenciando a justiça em favor do trabalhador que deveria receber seu salário honestamente, mas não recebe. Vamos ler Jeremias 22.13: ‘Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça, e os seus aposentos sem direito, que se serve do serviço do seu próximo sem remunerá-lo, e não lhe dá o salário do seu trabalho’. O rico para se salvar não precisa desfazer de todas as suas riquezas e distribuir para os pobres, ele tem é que ser reto, honesto e fazer o bem. Por exemplo, Jó era rico, mas não precisou desfazer das suas riquezas para 182
agradar a Deus, porém, sabemos que Jó ajudava as pessoas menos favorecidas (Jó 29.12-16). Todavia, toda pessoa rica que é avarenta, que segundo a Escritura é um idólatra, cujo deus é o Mamom, o dinheiro, para servir a Deus precisa desfazer desse deus (Mt 6.24). Então para todo rico avarento e idólatra, o Senhor ordenou: ‘vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me’ (Mt 19.21). Porém, essa mensagem não é para todos os ricos, mas para os ricos avarentos. O patriarca Jó é o exemplo do que o crente deve ser na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, uma pessoa íntegra, fiel e temente a Deus não importa as circunstâncias. Sobre a questão social na igreja é uma responsabilidade social de todos os cristãos. Por exemplo, se há em nossa comunidade cristã um irmão que não tem uma casa, isso não se torna uma obrigação individual do cristão, mesmo que seja rico, mas se ele quiser, voluntariamente, pode dar uma casa para aquele irmão, porém, tratando da comunidade cristã como um todo é uma obrigação, pois não podemos deixar uma família cristã no relento (Gl 6.10). Mas como a igreja não é uma associação de ‘minha casa, minha vida’, é necessário haver diretrizes para tratar do caso como fez Paulo ao tratar do sustento das viúvas na igreja (1ª Tm 5.3-13). A primeira responsabilidade individual do cristão é cuidar da sua família, depois que os seus estão alimentados, então, ele reparte o pão, mas se a sua família está necessitada, não tem como ele repartir o pão (1ª Tm 5.8). Porém, meus irmãos, a ajuda aos necessitados na igreja não se resume apenas em questões financeiras, mas também, em questões, digamos, de ajudas humanitárias. Por exemplo, às vezes a viúva tem o seu salário mínimo, mas não tem saúde e mora sozinha, então, os irmãos da sua comunidade cristã, pode ajuda-la em suas necessidades como limpar o quintal, fazer pequenas manutenção na casa, acompanhá-la ao médico e outras coisas que não envolve necessariamente dinheiro. Até mesmo um irmão que não tem emprego, mas tem saúde, pode fazer isso voluntariamente. Essas ajudas humanitárias tanto vale para viúvas como para deficientes, doentes, mães solteiras e idosos. E Malaquias 3.5: ‘E chegar-me-ei a vós para juízo; e serei uma testemunha veloz... contra os que defraudam o diarista em seu salário, e a viúva, e o órfão, e que pervertem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor dos Exércitos’. E também Deuteronômio 24.14,15: ‘Não oprimirás o diarista pobre e necessitado de teus irmãos, ou de teus estrangeiros, que está na tua terra e nas tuas portas. No seu dia lhe pagarás a sua diária, e o sol não se porá sobre isso; porquanto pobre é, e sua vida depende disso; para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado’. 183
Assim como os patrões tem que cumprir suas obrigações para com os seus funcionários, assim também os funcionários têm que cumprir seus deveres para com seus patrões. Às vezes, o funcionário quer receber sua remuneração bem direitinho, mas no serviço é negligente e faltoso, nesse caso, ele também está defraudando o seu patrão. Enfim, não é pecado ser rico, porém, a Bíblia tem conselhos práticos para ética do cristão que se tornou rico ou do rico que se tornou cristão. As riquezas são ineficazes para garantir o futuro, pois não livrará os ricos arrogantes e insensatos do juízo divino. O evangelho não faz distinção de classes sociais, ele alcança a todos. Porém, a Bíblia dá vários conselhos, advertências e ensinamentos para os ricos. Cabe aos ricos cristãos ou aos cristãos ricos cumpri-los. Assim, também, há vários conselhos para os pobres que convém cumpri-los. Quero terminar dizendo: ‘Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?’ (Mt 16.26).
Carta a Um Querido Diácono da AD-Salém Em Setembro de 2014 O Cristão Deve Dar Dízimo Em setembro de 2014 eu recebi uma carta de um diácono da congregação da Assembleia de Deus-Salém, que quero manter o seu nome em sigilo, que trazia uma refutação de um tal de Luiz Carlos Teixeira que escreveu um artigo sobre ‘dizimar é anti-escritura sob a nova aliança’. Então resolvi escrever ao nosso querido diácono uma contestação ao escrito de Luiz Carlos Teixeira nestes termos: “A primeira razão que o irmão Luiz Carlos Teixeira menciona porque o cristão não deve pagar dízimo é ‘... como não há Sacerdotes Levitas hoje, ninguém pode dizimar sob a Nova Aliança’. Mas isso não é um motivo válido, pois, não havia sacerdotes levitas no tempo de Abraão e Jacó, contudo eles dizimaram (Gn 14.20; 28.22). Não importa se Abraão não ‘dizimou regularmente de sua propriedade pessoal ou de seus gados’ ou que ‘dizimou só das pilhagens da Guerra’, o que importa nesse momento é que ele deu o dízimo antes de haver ‘sacerdotes levitas’. O irmão Luiz Carlos Teixeira diz: ‘Não há evidência que ele [Abraão] jamais tenha dizimado outra vez’. Isso ninguém pode afirmar! Pois, como Abraão poderia saber que existia essa prática de dar dízimo? De onde ele tirou essa ideia!? Pelo fato de dar o dízimo à Melquisedeque, prova que isso era uma prática comum do patriarca Abraão e também uma prática da religião de Melquisedeque. 184
Não importa se Jacó disse: ‘que se Deus o abençoasse primeiro, então Jacó daria a Deus um dízimo’, o que importa é que Jacó deu o dízimo antes de existir ‘sacerdotes levita’. Bem, por enquanto, o irmão Luiz Carlos Teixeira não foi convincente. O irmão Luiz Carlos Teixeira afirmou: ‘Depois da ressurreição de Cristo, os apóstolos não recolheram dízimos ou “dinheiro de dízimo” das pessoas’. Na época dos apóstolos havia ‘sacerdotes levitas’, e conforme o irmão Luiz Carlos Teixeira um dos motivos em não dizimar é porque ‘não há Sacerdotes Levitas hoje, ninguém pode dizimar sob a Nova Aliança’. Então, nesse caso os apóstolos dizimavam no templo, pois havia ‘sacerdotes levitas’, assim, como todos os judeus crentes, pois, eles permaneciam fiéis as tradições judaicas. Mesmo assim havia na igreja primitiva uma doação de dinheiro administrada pelos apóstolos (At 4:34). A Bíblia diz que ‘grande parte dos sacerdotes [levitas] obedecia à fé’. Ninguém pode negar que esses ‘sacerdotes levitas’ continuavam recolhendo os dízimos do povo. E, além do mais não há nenhuma ordem de Jesus Cristo, e nem dos apóstolos, mandando os judeus crentes sonegarem o dízimo, pelo contrário, Cristo disse: ‘deveis, porém, fazer estas coisas (isto é, dar o dízimo)’ (Mt 23.23). O irmão Luiz Carlos Teixeira diz: ‘Só os Levitas poderiam recolher dízimos. Os evangelistas cristãos não são “Pastores de Levi!” Eles podem aceitar ofertas alçadas, eles não deviam recolher “dízimos!” NÃO existem pastores de Levi no mundo de hoje e nem em nenhum lugar. É um PECADO para qualquer pessoa pegar e dizer o valor de “dinheiro de dízimo” de qualquer pessoa!’. Isso é verdade: Só os levitas poderiam recolher dízimos! Veja Hebreus 7.5. Porém, neste momento precisamos diferenciar entre os dízimos recolhidos pelos levitas e os dízimos recolhidos por Melquisedeque. Os levitas eram sacerdotes da ordem de Arão, mas os cristãos são sacerdotes da ordem de Melquisedeque. E, segundo consta a ordem de Melquisedeque não foi abolida. Então, os cristãos pagam dízimo a Melquisedeque, à esse até o próprio ‘Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos’ (Hb 7.9). E quem é Melquisedeque? É uma figura do Filho de Deus (Hb 7.1-8), e a Escritura testifica que hoje ‘toma dízimos Aquele de quem se testifica que vive (isto é, Cristo)’ (Hb 7.8). É evidente que o Nosso Melquisedeque Maior escolheu mordomos fiéis dentre os cristãos para cuidarem de seus bens (Mt 24.45; At 4.34). Ora pelo fato da ordem sacerdotal de Melquisedeque permanecer até hoje, o mesmo que recebeu dízimo de Abraão (o pai da fé) e de Levi (o pai 185
dos sacerdotes levitas), não é pecado, também, qualquer cristão pagar o seu dízimo a Melquisedeque. O irmão Luiz Carlos Teixeira disse: ‘Paulo absolutamente nunca pegou um centavo de “dinheiro de dízimo” para apoiar o seu longo e maravilhoso ministério!’. Paulo não podia recolher dízimo levítico, pois ele não era um sacerdote levita, mas um fariseu, e como fariseu ele dava dizimo como qualquer outro fariseu. Mesmo depois de se converter, Paulo não deixou de praticar seus costumes judaicos, lemos por exemplo em Atos 24.17: ‘Ora, muitos anos depois, vim trazer à minha nação esmolas e ofertas’. Veja, por exemplo, o conselho de Tiago à Paulo: ‘Toma estes contigo, e santifica-te com eles, e faze por eles os gastos para que rapem a cabeça, e todos ficarão sabendo que nada há daquilo de que foram informados acerca de ti, mas que também tu mesmo andas guardando a lei’ (At 21.24). Devemos entender que os judeus crentes do primeiro século viviam em uma transição, e enquanto o templo judaico existia, eles não poderiam instituir o dízimo cristão. De modo, que os crentes judeus pagavam dízimo levítico, mas os crentes gentios não, conforme escreveu Tiago: ‘Todavia, quanto aos que crêem dos gentios, já nós havemos escrito, e achado por bem, que nada disto observem’ (At 21.25). Porém, isso não significa que hoje, os cristãos, tanto judeus como gentios, não possam dar seus dízimos ao Seu grande sacerdote, Cristo. Veja o que diz o autor aos Hebreus: ‘Mas aquele (isto é Cristo), cuja genealogia não é contada entre eles (sacerdotes levitas), tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas’. Cristo continua tendo o direito de tomar o dízimo de seus irmãos, embora não seja sacerdote levita, mas é sacerdote da ordem de Melquisedeque, superior a ordem de Arão. O irmão Luiz Carlos Teixeira diz: ‘no antigo Israel, sob a sacerdócio Levítico, o dinheiro não era uma comodidade dizimável’. Mas isso era apenas uma questão cultural, não havia indústrias, fábricas, empresas, cada um plantava e colhida. A subsistência era muito diferente de hoje. Porém, nada disso se constitui algum tipo de isenção para o crente deixar de dar o seu dízimo a Cristo. Nem mesmo o fato de lobos devoradores administrar mau os dízimos do Senhor é motivo de deixar de dar o dízimo a Melquisedeque, nesse caso o cristão deve mudar de congregação, mas não deixar de praticar o bem, pois ainda há pastores de Cristo que administram bem os dízimos melquisedéquios, por assim dizer, para ajudar os pobres, viúvas, órfãos, assalariar pastores de tempo integral, investir no reino de Deus e para manutenção da congregação. Enfim tanto o DÍZIMO LEVÍTICO com o templo e os sacrifícios de animais foram abolidos quando Cristo substitui o sacerdócio levítico, porém, o sacerdócio de Melquisedeque NÃO FOI ABOLIDO, pois, é 186
eterno, e hoje, Cristo é o sacerdote do Deus Altíssimo na ordem sacerdotal de Melquisedeque, e como tal recolhe dízimo dos crentes, semelhante a Abraão, pai dos crentes, que deu dízimo a Cristo na pessoa de Melquisedeque. Portanto esse é o primeiro motivo porque o crente da nova aliança paga seus dízimos: a ordem sacerdotal de Melquisedeque não foi abolida, e esse recebe dízimo. O segundo motivo é porque dar dízimo é uma questão de princípio. Muito embora o sacerdócio levítico com todas as suas parafernálias foi abolido, os princípios são eternos, e um dos princípios diz: ‘Honra ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos’ (Pv 3.9). O cristão que dá o seu dízimo estar horando ao Senhor Jesus, nosso sumo sacerdote. É igual ao sábado levítico, muito embora foi abolido para os cristãos gentios, mas o princípio de trabalhar 6 dias e folgar um, para honrar ao Senhor, não foi abolido. Portanto as refutações de Luiz Carlos Teixeira são contundentes e até convincentes em relação ao dízimo levítico pertencente ao antigo sacerdócio levítico, mas quanto ao dízimo da nova aliança pertencente ao sacerdócio eterno de Melquisedeque suas refutações são fracas. Pois se os cristãos não derem os dízimos como fica o texto que diz ‘ali (isto é, no céu), [toma dízimos] aquele de quem se testifica que vive (isto é, Cristo nosso sumo sacerdote) – Hb 7.7. Convém salientar o que o inspirado Autor aos Hebreus disse: ‘até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimo [a Melquisedeque]’ (Hb 7.9). Isso significa que, indiretamente, todos os dízimos recolhidos pelos sacerdotes levíticos foram recebidos por Cristo. Assim aprendemos que os sacrifícios levíticos eram tipo do sacrifício perfeito de Jesus Cristo, e o dízimo levítico era tipo do dízimo de Melquisedeque. Hebreus 7.15,17 diz: ‘E muito mais manifesto é ainda, se à semelhança de Melquisedeque se levantar outro sacerdote. Porque dele (de Cristo) assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem [sacerdotal] de Melquisedeque.’ Ora, como Cristo será ‘à semelhança de Melquisedeque’ se ele não receber dízimo hoje!? Portanto, os cristãos pagam seus dízimos hoje porque eles prestam serviços ao Representante atual da ordem sacerdotal de Melquisedeque, e como se sabe essa ordem sacerdotal NÃO FOI ABOLIDA. E, assim como o patriarca Abraão, os cristãos consideram ‘quão grande’ é o Cristo, maior do que Melquisedeque e Levi (Hb 7.4).”
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Depois recebi outra carta do nosso diácono da AD-Salém que segue abaixo: “A paz irmão, gostei muito de seu artigo, mas observe a seguinte colocação: Se o ofício sacerdotal iniciado por Melquisedeque não teve êxito porque era fundamentado apenas em oferendas religiosas e no sacrifício ritualístico de animais. Por causa disso, ele teve de ser substituído pelo sacerdócio de Jesus (Hebreus 7.11), o que significa que o sacerdócio do Velho Testamento deu lugar definitivamente ao sacerdócio do Novo Testamento. Isso é correto? Por extensão, o Velho Concerto se tornou repreensível e por isso foi rejeitado, havendo sido ABOLIDO por Cristo, como diz 2 Coríntios 3:1416. E assim, o ministério de Melquisedeque representa o ministério do Velho Testamento, o qual foi invalidado por Cristo por causa de sua FRAQUEZA e INUTILIDADE (Hebreus 7:18). Se foi abolido, como pode perpetuar? ...continuação: O fato do sacerdócio de Jesus Cristo ter sido “segundo a ordem de Melquisedeque”, como diz Hebreus 5:6, 7:17 e 7:21, não significa que os dois ministérios estavam relacionados entre si, como se um fosse uma continuidade do outro, visto que as diferenças entre eles são muito grandes, a saber: O sacerdócio de Melquisedeque foi temporal enquanto que o de Cristo foi eterno (Hebreus 7:25); No sacerdócio de Melquisedeque e de todos os sacerdotes do Velho Testamento, o sangue usado para expiação era de animais (bodes, bezerros, touros e novilhas), enquanto que o sacerdócio de Cristo foi exercido com o derramamento de seu próprio sangue (Hebreus 9:12-14); Cristo é ministro do santuário do VERDADEIRO tabernáculo estabelecido por Deus (Hebreus 8:2), e não do VIRTUAL, que foi exercido por Melquisedeque e por todos os sacerdotes do Velho Testamento; Com a mudança do sacerdócio houve também a mudança da lei (Hebreus 7:12) e assim, todo aquele arcabouço ritualístico de religiosidade aparente, que regia o ministério do Velho Testamento, deu lugar ao ministério eficaz e autêntico de Jesus no Novo Testamento (Hebreus 8:6; 8:13; 2 Coríntios 3:6).” Após ler essa carta, resolvi escrever outra nestes termos: Graça e Paz, Melquisedeque versus Cristo!? Como assim? Você está confundido a classe sacerdotal de Melquisedeque com a classe sacerdotal de Levi, e usando os textos, que o escritor aos Hebreus, 188
utilizou para demonstrar que o sacerdócio levítico foi abolido para dar lugar ao sacerdócio de Melquisedeque. Isto é, você está afirmando aquilo que o escritor está refutando. Veja bem, Cristo só é sacerdote porque ele pertence à classe sacerdotal de Melquisedeque (Hb 5.10), caso contrário, ele não poderia ser sacerdote, pois Cristo não pertence a tribo de Levi. Conforme está escrito em Hb 7.13-15: ‘Porque aquele (Cristo) de quem estas coisas se dizem pertence a outra tribo (a tribo de Judá, e não tribo de Levi), da qual ninguém serviu ao altar, visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio. E muito mais manifesto é ainda, se à semelhança de Melquisedeque se levantar outro sacerdote...’. Melquisedeque era rei e sacerdote na cidade de Salém (Hb 7.1) que é Jerusalém, dentro do território ocupado pela tribo de Judá. Semelhantemente Cristo é Rei de Jerusalém e sacerdote semelhante a Melquisedeque. Por que semelhante a Melquisedeque? Porque ambos pertence a mesma classe sacerdotal. Conforme está escrito: ‘Porque dele (de Cristo) assim se testifica: Tu (ó Cristo) és sacerdote ETERNAMENTE, segundo (quer dizer, de acordo) a ordem (isto é, com a classe sacerdotal) de Melquisedeque’. Por isso que Cristo, mesmo sendo da tribo de Judá, pode ser sacerdote da nova aliança. Ora, se o sacerdócio de Melquisedeque foi abolido, então, o próprio, sacerdócio de Cristo foi abolido, pois, ambos pertencem ao mesmo sacerdócio. E, além do mais, Melquisedeque é a figura do próprio Cristo (Hb 7.3), por isso que a Escritura é clara em dizer que Melquisedeque ‘permanece sacerdote para sempre’ (Hb 7.3). Você escreveu: ‘Por causa disso, ele (Melquisedeque) teve de ser substituído pelo sacerdócio de Jesus (Hebreus 7:11)’. Não! Não é isso que o texto diz. Pelo contrário, o texto diz que o sacerdócio levítico teve que ser substituído pelo sacerdócio de Melquisedeque, de onde surgiu ‘outro sacerdote’, que é Cristo. 189
Você disse: ‘E assim, o ministério de Melquisedeque representa o ministério do Velho Testamento, o qual foi invalidado por Cristo por causa de sua FRAQUEZA e INUTILIDADE (Hebreus 7:18)’. Não! O ministério de Melquisedeque não representa o ministério do Velho Testamento (velha aliança), mas o ministério levítico que representa o ministério do Velho Testamento ‘(porque sob ele o povo recebeu a lei)’ (Hb 7.11). Pelo contrário, o ministério de Melquisedeque representa o ministério da nova aliança, pois assim está escrito referente ao sacerdócio de Melquisedeque: ‘Que (Cristo) não foi feito (sacerdote) segundo a lei do mandamento carnal (antiga aliança), mas segundo a virtude da vida incorruptível (Hb 7:16)’. Veja que o autor aos Hebreus utiliza o termo ‘segundo a virtude da vida incorruptível’ em sinônimo ‘segundo a ordem de Melquisedeque’. Por que? Porque Melquisedeque ‘não teve princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre’ (Hb 7.3). Por isso que o seu sacerdócio é segundo a virtude da vida incorruptível (imortal, eterna). Sendo assim, Cristo é sacerdote eterno, pois pertence ao sacerdócio eterno de Melquisedeque. Como pode ‘o ministério de Melquisedeque’ ser ‘FRAQUEZA e INUTILIDADE’, se segundo o escritor ele é ‘VIRTUDE da VIDA INCORRUPTIVEL?!’. Fraco e inútil é o sacerdócio levítico conforme Hebreus 7.18, pois ‘a lei (levítica) nenhuma coisa aperfeiçoou’, enquanto que pelo ministério de Melquisedeque, Cristo é constituído perfeito para sempre (Hb 7.28). Você afirma: ‘O fato do sacerdócio de Jesus Cristo ter sido “segundo a ordem de Melquisedeque”, como diz Hebreus 5:6, 7:17 e 7:21, não significa que os dois ministérios estavam relacionados entre si, como se um fosse uma continuidade do outro, visto que as diferenças entre eles são muito grandes, a saber:’ E você cita quatro diferenças. Porém, essas quatro razões diz respeito ao sacerdócio levítico, e ao aplicar os textos que diz respeito ao sacerdócio levítico como se referindo ao sacerdócio de Melquisedeque, você está fazendo a Bíblia entrar em 190
contradição. Pois como pode Cristo ser sacerdote segundo a classe sacerdotal eterna de Melquisedeque e ao mesmo tempo Cristo ter abolido o sacerdócio de Melquisedeque? Isso é contradição! Você disse: ‘o sacerdócio de Melquisedeque foi temporal enquanto que o de Cristo foi eterno (Hebreus 7:25)’. Acredito que você está citado o versículo 24 que diz: ‘Mas este (Cristo), porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo’ (Hb 7.24). O autor aos Hebreus, nesse texto, está contrastando o ministério sacerdotal levítico com o ministério sacerdotal de Cristo e, não o sacerdócio de Cristo com o de Melquisedeque. E a base do autor para defender que Cristo ‘tem um sacerdócio eterno’, aparece no versículo 21: ‘Mas este (Cristo) com juramento (foi feito sacerdote) por aquele que lhe disse: Jurou o Senhor, e não se arrependerá; Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque’ (Hb 7.21). Quer dizer, Cristo tem um sacerdócio eterno, exatamente, porque ele pertence a Ordem de Melquisedeque e não a Ordem de Arão (Hb 7.11). A Ordem de Arão é que ‘foi temporal’, e não a Ordem de Melquisedeque. E, além do mais, o próprio Deus jurou que Jesus seria sacerdote eterno segundo a Ordem de Melquisedeque, então, como agora, Deus vai abolir essa Ordem. Lembrando que esse termo ‘ordem’ nesses textos significa ‘classe, categoria, posição’. O seu segundo motivo diz: ‘no sacerdócio de Melquisedeque e de todos os sacerdotes do Velho Testamento, o sangue usado para expiação era de animais (bodes, bezerros, touros e novilhas), enquanto que o sacerdócio de Cristo foi exercido com o derramamento de seu próprio sangue (Hebreus 9:12-14)’. Aqui você, primeiramente, compara o sacerdócio de Melquisedeque com o sacerdócio levítico (ou da velha aliança), enquanto que o autor aos Hebreus confronta-os em Hb 7.11,12: ‘De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão? Porque, 191
mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei’. A Ordem de Melquisedeque é totalmente diferente da Ordem de Arão, enquanto que o sacerdócio levítico não traz a perfeição, o sacerdócio de Melquisedeque foi exatamente levantado para trazer a perfeição. E note, que o sacerdócio de Melquisedeque substituiu o sacerdócio levítico quando diz: ‘mudando-se o sacerdócio’. Que mudança foi essa? Ora, Deus removeu o imperfeito, temporário, carnal sacerdócio de Arão e colocou em seu lugar o perfeito, eterno e espiritual sacerdócio de Melquisedeque. E além do mais, em lugar nenhum das Escrituras diz que Melquisedeque oferecia animais, a única coisa que o encontramos oferendo foi pão e vinho conforme está escrito em Gn 14.18: ‘E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo’. E sabemos que esses dois elementos apontava para o sacrifício de Jesus Cristo e foi exatamente esses mesmos elementos que Cristo usou para instituir a ceia do Senhor. O seu terceiro motivo diz: ‘Cristo é ministro do santuário do VERDADEIRO tabernáculo estabelecido por Deus (Hebreus 8:2), e não do VIRTUAL, que foi exercido por Melquisedeque e por todos os sacerdotes do Velho Testamento’. Melquisedeque não exerceu seu ministério no tabernáculo virtual, pois este pertencia ao sacerdócio levítico que ‘feito segundo a lei do mandamento carnal’, enquanto que o tabernáculo de Melquisedeque pertencia ‘a virtude da vida incorruptível’. Ora, Melquisedeque era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, essa Salém refere-se a Jerusalém Celestial, onde se encontra o verdadeiro tabernáculo, ali, Cristo foi feito sacerdote eternamente como está escrito: ‘Onde (no céu) Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque. Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém’ (Hb 6.20;7.1). Esse Melquisedeque não é terreno, mas celestial, pois ele, à semelhança de Cristo, é ‘sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida’ (Hb 7.3). O seu quarto motivo diz: ‘Com a mudança do sacerdócio houve também a mudança da lei (Hebreus 7:12) e assim, todo aquele arcabouço ritualístico de religiosidade aparente, que regia o ministério do Velho Testamento, deu lugar ao 192
ministério eficaz e autêntico de Jesus no Novo Testamento (Hebreus 8:6; 8:13; 2 Coríntios 3:6)’. Qual o sacerdócio foi mudado? O sacerdócio levítico. E foi mudado para qual sacerdócio? Para o sacerdócio de Melquisedeque. A Escritura diz que Cristo foi ‘chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque’ (Hb 5.10). Ora, se a ordem de Melquisedeque foi mudada, então, Cristo é sacerdote de qual ordem? A Bíblia diz que ‘Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse... Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque’ (Hb 5.5,6). Ora, para que Deus pudesse cumprir esse juramento, ele teve que remover o sacerdócio de Levi e colocar em seu lugar o sacerdócio de Melquisedeque. E esse sacerdócio é exatamente ‘o ministério eficaz e autêntico de Jesus no Novo Testamento’. Veja que a Escritura diz que esse juramente ‘constitui ao Filho, perfeito para sempre’ (Hb 7.21,28). Os sacerdotes levíticos foram feitos sacerdotes sem juramento (Hb 7.20), quer dizer, Deus não jurou que o sacerdócio levítico seria eterno, por isso ele poderia mudalo, porém, Deus jurou que o sacerdócio de Cristo segundo a classe sacerdotal de Melquisedeque seria eterno (Hb 7.20). Então, Deus não pode remover e nem mudar, jamais, o sacerdócio de Melquisedeque, pois o juramento de Deus é imutável (Hb 6.17,18). Portanto, permita-me corrigir a sua frase: os ‘dois ministérios (de Melquisedeque e de Cristo) estão relacionados entre si, e um é a continuidade do outro, visto que as semelhanças entre eles são muito grandes’. A própria Bíblia diz que Melquisedeque foi ‘feito semelhante ao Filho de Deus’ (Hb 7.3) e que Cristo é ‘à semelhança de Melquisedeque’ (Hb 7.15). Logo não pode haver ‘diferenças entre eles’ como você afirma. E assim como Abraão, pai dos crentes e patriarca da nação de Israel e Levi pai dos sumos sacerdotes e dos sacerdotes levíticos pagaram o dízimo a Melquisedeque (Hb 7.2,9), assim, também, nós devemos pagar nosso dízimo a Cristo, pois, ambos pertencem a mesma classe sacerdotal que não foi abolida e nem invalidada e jamais será, antes pelo contrário, está em pleno vigor pois assim lemos: ‘ali (no céu, toma dízimo), porém, aquele (Cristo) de quem se testifica que vive’ (Hb 7.8).
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AUTOBIOGRAFIA
Esta autobiografia atinge o período de abril a setembro de 2014, seis meses, durante o qual fiz 24 ministrações da palavra de Deus. O conteúdo dessas pregações e palestras estão todas copiladas neste livro. Depois de servir ao Senhor Jesus como auxiliar por longos 17 anos, sinto grato por ter sido indicado para o cargo de diácono. Foi em uma reunião sigilosa que o Ev. João Batista fez com alguns presbíteros da congregação da AD-Salém para escolher alguns irmãos para os cargos de diáconos e presbíteros e apresentar na Sede em Messejana. Cinco irmãos foram escolhidos, três para o diaconato, eu, o Lopes e o Elias Soares e dois para o presbitério, Laudenir e Maicon. Fui indicado pelo presbítero Nilton Paulo, que estava nessa reunião, para o diaconato, e o Ev. João Batista aprovou a indicação. Depois em sigilo, o Pb. Nilton Paulo falou comigo sobre a sua indicação, inicialmente eu quis colocar objeções devido as minhas condições de saúde. Porém, me lembrei de um sonho que tive no início do ano que me levou a aceitar a indicação. Sonhei que estava em frente da minha casa, encostado no portão, então, avistei ao longe o Ev. João Batista saindo da igreja e vindo em direção da minha casa. Notei que ele estava vestido com um manto, parecido com pele de tigre, muito longo que cobria seus pés. Entrei para dentro de casa, e pensei: ‘Eu acho que o Ev. João Batista está vindo para cá’. Logo em seguido o ouviu batendo palmas, abri o portão e ele entrou, e me disse: ‘Você poderia chamar sua esposa para que eu possa orar por vocês’. Quando minha esposa chegou, ele me disse: ‘Você poderia me devolver a chave da secretaria’ (antes do Ev. João Batista assumir a direção da congregação da Salém, eu atuava como secretário da congregação). Quando lhe dei a chave, ele tirou seu longo manto e jogou sobre mim. Achei interessante porque o Ev. João Batista é um homem alto e forte, então, para mim o seu manto é como se fosse uma colcha de cama. Porém, quando aquele manto caiu sobre mim, se adequou perfeitamente ao meu corpo, parece que foi feito para mim sob medidas. Depois ele orou por nós e saiu. Acordei, mas não contei para ninguém esse sonho, senão para minha esposa. Não fazia ideia de que se tratava. Mas quando fui indicado para o diaconato, me lembrei do sonho. Em um culto de doutrina, em maio de 2014, o Ev. João Batista me mandou preparar os documentos para me apresentar como diácono na Sede em Messejana em julho de 2014. 194
Em junho de 2014, comprei meu tablet e doravante comecei a utiliza-lo nas minhas pregações e palestras e também para ler meus livros digitalizados baixados da internet. Inclusive tinha criado um banco de dados que chamei de “Biblioteca Virtual Nogueira” para cadastrar esses livros. Já tem quase 1800 livros cadastrados. Até o presente momento li uns 12 livros, dentre eles: Comentário Judaico do Novo Testamento, Enciclopédia de Apologética, Enciclopédia Popular de Cultura Bíblica, História Eclesiástica e iniciei a leitura do primeiro volume do Comentário Bíblico Beacon.
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Ainda no mês de junho tirei umas férias de dois dias (14,15) na Taíba-Ce com minha esposa e filha e levamos conosco um casal amigo, França e sua esposa. No domingo, dia 15, à noite, visitamos a igreja da Assembleia de Deus na Taíba.
No dia 06 de julho de 2014, foi o dia da consagração dos diáconos e presbíteros na Sede em Messejana. Foi uma manhã inesquecível em que reuniu centenas de pessoas, e muitos obreiros foram ordenados nesse dia. O Ev. João Batista ministrou uma palavra para os candidatos a diáconos e o Pr. Wellington Cardoso ministrou uma palavra para os candidatos à presbíteros, e depois nos convocaram e oraram por nós.
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O ano de 2014 foi um ano muito importante para as Assembleias de Deus no Ceará pois comemorava seus 100 anos de fundação, por isso que nós somos considerados os diáconos centenários da Assembleia de Deus. Note o número 100 na minha carteira. No Ceará, a Assembleia de Deus surgiu em 1914, na cidade de Itapajé. Na manhã de domingo, no dia 03 de agosto de 2014, o Aterro da Praia de Iracema foi palco de um espetáculo organizado pela Assembleia de Deus Templo Central, em Fortaleza (CE). 3 mil pessoas foram batizadas no mar, celebrando o Centenário da Assembleia de Deus no Estado do Ceará. Cerca de 240 líderes das sedes das Assembleias de Deus da capital participaram da grande festa, que batizou, adolescentes, jovens e adultos. Durante todo o evento, cerca de 10 mil pessoas (entre líderes, batizados e público) passaram pelo local. Esse batismo coletivo no mar iniciou as comemorações em Fortaleza, que seguirão até o mês de setembro.
Infelizmente não tive condições físicas de participar desse megaevento. Gostaria que minha filha tivesse sido batizada nesse batismo histórico das Assembleia de Deus no Ceará, mas ela ainda não está espiritualmente preparada para o batismo cristão. Alguns irmãos da nossa congregação foram batizados, inclusive o Ev. João Batista (no meio) foi um dos ministrantes do batismo, juntamente com o Pr. Wellington Cardoso e o Ev. Daniel Gomes. 197
No mesmo dia, às 12 horas, nos reunimos na casa do De Assis, meu cunhado, marido da minha irmã Edileusa, para almoçar em comemoração do seu aniversário. O Ev. João Batista e sua digníssima esposa, Samira, nos prestigiaram com sua presença.
Em agosto, eu e minha esposa fizemos 12 anos de casados, fomos comemorar no shopping e assistir um cineminha com minha irmã Fátima e seu esposo Iranildo que também estava comemorando seu aniversário. Aproveitamos para tirar umas fotos numa exposição de carros antigos.
Eu amo essa mulher! Diz a Bíblia que ‘quem encontra uma esposa acha uma coisa boa; e alcança o favor do Senhor’ (Pv 18.22). Encontrei não só uma boa esposa, mas uma mulher virtuosa. E Provérbio indaga: ‘Mulher virtuosa, quem a pode achar?’ (Pv. 31.10). Eu achei! E também uma mulher amorosa e carinhosa. ‘As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-lo’ (Ct 8.7). 198
Falando em amor, não posso me esquecer que no mês de agosto minha sobrinha Débora, filha do meu irmão Ednardo, se casou com Anderson Santiago. Que Deus os abençoe!
No dia 05 de setembro foi o aniversário do meu pai e como de costume nos reunimos em família para comemorar e comer aquele jantar delicioso. Meu Paizão completou 75 anos.
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No sábado, dia 06 de setembro, aconteceu a celebração do centenário da Assembleia de Deus no Ceará, na Arena Castelão, em Fortaleza. Com uma programação que se iniciou aproximadamente às 16h e se estendeu por parte da noite, mais de 60 mil pessoas participaram do evento. Entre elas estava minha querida esposa. Não pode ir por causa das minhas condições de saúde, pois devido a prótese provisória em minha perna esquerda sentia bastante dor.
Mas apesar disso tenho procurado servir ao Senhor Deus com todas as minhas forças!
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Quando o desânimo e a dor querem me vencer, eu me lembro de 2011, quando estava prostrado numa rede pensando que iria morrer, mas o Senhor me ergueu e me colocou de pé, por isso tomo a peito as palavras que Ele disse para Paulo: ‘Não temas, mas fala e não te cales; porque eu estou contigo e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal’ (At 18.9,10).
Tenho me esforçado para falar e ensinar a palavra de Deus, e o Senhor tem me fortalecido, mas por outro lado, Satanás tenta calar a minha boca. Ele pode até conseguir calar a minha boca, mas não vai apagar as minhas palavras. Por isso estou escrevendo o meu legado: minha vida, minha fé. Já são cinco livros com este, e estou me preparando para escrever o sexto. Todos poderão ser baixados no site: issuu.com.br ou no meu facebook.
Edinaldo Nogueira Fevereiro/2017 201