ANA PAULA PADRÃO
istoegente.com.br
“sou uma mulher, não uma máquina de trabalhar”
Ana Estela Haddad
exclusivo: passamos uma tarde na casa do prefeito fernando haddad e descobrimos o poder da bela primeira-dama de são paulo
ANA FERRELL, EXECUTIVA, MÃE DE DOIS FILHOS E FELIZ COM O TRABALHO A MIL POR HORA A CASA DA ESTILISTA ISABELA CAPETO “SOU A PRÓPRIA NOVA AMÉLIA” POR LUIZA BRUNET
CARTA À MULHER INDEPENDENTE POR FABRICIO CARPINEJAR
UM NOVO FEMINISMO? POR JORGE FORBES
ESPECIAL CABELOS 15 MITOS E VERDADES TRANÇAS E COQUES DA TEMPORADA COMO MANTER A COR BB CREAM PARA OS FIOS
CAROL TRENTINI E O MARIDO, O FOTÓGRAFO FABIO BARTELT, CLICADOS POR BOB WOLFENSON
MAIO / 2013 ANO 13 Nº 697 > R$ 14,90 I S SN
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CAROL TRENTINI
a cara do neofeminismo: a top quer cozinhar para o marido, cuidar da casa e criar o filho que espera sem babá
EDITORIAL
Paulo Borges | Publisher
Meninas Superpoderosas Já há algum tempo tenho percebido uma mudança no jeito de ser e de estar das mulheres. Mais soltas, mais focadas, elas buscam (algumas, talvez sem perceber, muito naturalmente) um novo equilíbrio em suas vidas. Nos anos 50 e 60 elas eram superdonas de casa. O exemplo de mulher ideal e de sucesso estava diretamente relacionado a essas conquistas. Servir ao marido, estar 100% presente na vida dos filhos, impecável socialmente, dentro de todas as regras vigentes, que não eram poucas. Muitas vezes abrindo mão de seus sonhos profissionais e pessoais. Logo em seguida, nos anos 70, queimaram o sutiã, tomaram pílula, saíram de casa, abriram mão do casamento, se divorciaram, se informaram, se prepararam para ser iguais aos homens, em todos os sentidos. No trabalho, na carreira, no sexo, nas escolhas. Pouco a pouco foram chegando, de mansinho e sem fazer muito barulho. Às vezes, quando necessário, gritando e mostrando os dentes, o que fizeram muito bem. Chegaram a postos de comando em que jamais se esperavam por elas, deram um susto nos homens mais reativos. Tornaram-se presidentes de empresas, de grandes companhias, líderes em cargos estratégicos e até mesmo como chefes de governo, a exemplo de Margaret Tatcher, Angela Merkel e a nossa presidenta Dilma. E verdade é que exemplos não faltam para elucidar o papel dessa mulher na sociedade. Nesta edição, Gente resolve olhar mais adiante. Temos uma nova mulher no pedaço, na área, como se diz no vocabulário masculino. Um novo feminismo. Um neofeminismo, poderia-se dizer. Gente quer propor uma discussão nesse movimento talvez algumas páginas à frente da história, sem querer, é claro, fechar questão sobre o assunto.
Sinto e me vejo relacionando com tantas mulheres no meu dia a dia que elas mudaram de novo. E para melhor ainda. Querem um novo papel na sociedade, sem, é claro, abrir mão de todas as conquistas desses últimos 60 anos. Querem ser mães, donas de casa, casar, cozinhar, cuidar dos filhos, muitas vezes sem a ajuda de uma babá, namorar, ser amantes, e ainda exercer com plenitude suas carreiras e alcançar o tão desejado sucesso profissional. Pois é, pode parecer impossível, mas elas estão conseguindo. Trazemos para esta edição alguns exemplos bem nítidos desse novo movimento, dessa nova mulher, que se reinventa mais uma vez, agora aparentemente em direção a um equilíbrio de todas essas conquistas. Gente torce por todas elas, por todas vocês. Sem dúvida, o mundo está ficando melhor com esses movimentos e essas novas mulheres, meninas superpoderosas. Paulo Borges
BACKSTAGE
Arquiteto cosmopolita e boa-pinta, André sabe circular em Nova York. Do charmoso bairro de Chelsea, onde mora há quase 20 anos, até os points mais bacanas da Big-Apple. Cole na dele.
BETO LAGO Foto Karmina Sans Light
ANDRÉ MELLONE
Chapa de Gente, ele clicou três Anas nesta edição: Ana Estela Haddad, Ana Paula Padrão e Ana Ferrell. Fotógrafo dos mais experientes, aqui ele aparece ao lado da estilista Clô Orozco, amiga inesquecível e do time de mulheres que fizeram história. A foto é no Jardin des Tuilleries em uma das muitas semanas de moda de Paris.
MILLY LACOMBE Escritora e jornalista das mais respeitadas, Milly já foi diretora de redação da revista TPM e agora está escrevendo seu quinto livro, a biografia da deputada federal Mara Gabrilli. Foi nossa convidada para assinar o texto de capa sobre o “novo feminismo”, assunto que ela entende e trata com a delicadeza que merece
LALÁ GUIMARÃES Relações-públicas, assessora de imprensa e promoter, ela é a cara do Rio. A atual PR da Gucci para a América Latina nos entrega os hot-spots da Cidade Maravilhosa.
SATOR ENDO Stylist e produtor de moda dos mais requisitados, é daqueles profissionais incansáveis e não sossega enquanto não encontra os melhores modelos, roupas, elementos e acessórios para deixar uma mulher linda ou uma página perfeita. Para a Gente, ele assina o styling dos looks de Ana Estela Haddad e a linda composição da seção Pingente.
FLÁVIA POMMIANOSKY E DAVI RAMOS
Fotos Divulgação
FERNANDO LOUZA
Mais do que o criador do Mundo MIX, Betinho é uma referência do circuito alternativo paulistano. E em suas vivências, que combinam moda, diversidade e o mais puro underground, ele sabe tudo da capital financeira do País. No mundo, Beto nos mostra o que realmente vale a pena em São Paulo.
Queridinha do mercado publicitário, a dupla dinâmica do styling brasileiro recria uma linda atmosfera anos 60 para retratar com maestria o lindo casal que ilustra nossa capa: Carol Trentini e Fabio Bartelt.
MICHELLE SILVA Fotógrafa e bailarina, Michelle concilia seu olhar apurado com a sensibilidade feminina para retratar as cinco mulheres reais eleitas por Gente na seção Looks: Maria Fernanda Conte Piedade, Camila Guebur, Joanna Fleury, Fernanda Rocha Kanner e Clécia Simões.
RENNER SOUZA Preferido de estrelas como as Giovannas, Antonelli e Ewbank, Renner coloca seus pincéis em ação e realça ainda mais a beleza natural da primeira-dama de São Paulo, Ana Estela Haddad. Quem gostou muito do resultado foi a cara-metade dela, o prefeito Fernando Haddad.
VANIA TOLEDO Fotógrafa das mais respeitadas e controversas no Brasil, Vania é um ícone retratista. Autora de dois livros, ela nos abre seu rico portfólio, cheio de divas desnudas na alma. Verdade crua.
ÍNDICE
58 CAROL TRENTINI E FABIO BARTELT FOTOGRAFADOS POR BOB WOLFENSON
20 PORTFÓLIO 89 GENTE BONITA VANIA TOLEDO MONICA BELLUCCI 91 ESPECIAL CABELOS
29 ZOOM
100 GENTE ENTREVISTA
30 ANTENA 33 SIGA ANA PAULA PADRÃO 44 LOOKS 46 GENTE DE ESTILO
109 GENTE EM CASA ISABELA CAPETO
34 NO MUNDO
118 GENTE EXPLORA
LALÁ GUIMARÃES BETO LAGO JULIE CHERMANN ANDRÉ MELLONE
122 GASTRONOMIA
49 PINGENTE RENATA VANZETTO 54 A GENTE QUER 128 ESPUMA GENTE NAS FESTAS PELO MUNDO 72 ESPECIAL ANA ESTELA HADDAD 133 OLHAR A AGENDA CULTURAL DO MÊS 82 CARREIRA ANA FERRELL 138 ÁLBUM MARGARET THATCHER COLUNAS 38 MARCOS CAMPOS 40 GUILHERMINA GUINLE 78 JORGE FORBES 80 FABRICIO CARPINEJAR 98 LUIZA BRUNET 126 ENIO MIRANDA
CAPA: Carol usa vestido Christian Dior
COMO A GENTE VÊ EDITOR E DIRETOR RESPONSÁVEL DOMINGO ALZUGARAY EDITORA CÁTIA ALZUGARAY PRESIDENTE EXECUTIVO CACO ALZUGARAY Diretor Editorial Carlos José Marques Diretor Editorial Adjunto Luiz Fernando Sá Publisher Paulo Borges Diretora de Núcleo Gisele Vitória
Gisele Vitória | Diretora de Núcleo
Lugar de mulher No tempo em que lugar de mulher era na cozinha, elas queimaram os sutiãs e declararam guerra ao fogão. Nossas mães, tias e boa parte das mulheres do Ocidente vestiram seus terninhos e saíram em peso para o mercado de trabalho. A cozinha ganhava ares de penitenciária feminina. Não cozinhar, portanto, era uma forma de libertação. Outro dia mesmo, eu e uma amiga da mesma geração demos risadas enquanto seu marido, italiano e exímio cozinheiro, nos servia um belo risoto, inconformado com a nossa incapacidade (ou talvez falta de interesse) de pilotar o fogão. Nos divertimos concordando que nossas mães possivelmente não quiseram nos ensinar a amar seus truques de forno e fogão para que não corrêssemos o risco de ser aprisionadas novamente. Decerto, este é um traço curioso nas filhas da revolução feminina. Há algum tempo, por exemplo, a primeira-dama de São Paulo, Ana Estela Haddad, não entra na cozinha. Aos 46 anos, workaholic assumida, lotada de títulos acadêmicos, ela nos recebeu em sua casa durante quatro horas para uma entrevista exclusiva, juntamente com o prefeito Fernando Haddad, que você encontra na pág. 72 desta edição. Estela adora comer bem. Sua mãe faz uma comida árabe dos deuses. A família valoriza bons pratos em casa. “Mas, com tantas coisas para fazer, risquei a cozinha da listinha. Cozinha toma tempo.” O assunto, por sua vez, não toma muito tempo nas entrevistas de outras duas Anas
clicadas também pelo fotógrafo Fernando Louza: a jornalista Ana Paula Padrão (pág. 100) e a executiva Ana Ferrell (pág. 82). Talvez as mesmas mulheres que queimaram seus sutiãs nos anos 60 tenham guardado seus aventais. Guardado bem guardado, como quem esconde um amor proibido. Poderiam ter a chance de um dia reabilitá-los, sem o peso ou o estigma da submissão. Ou deixar, com pistas de um mapa do tesouro, seus livros de receita e truques culinários para que as netas e bisnetas os redescobrissem num mundo diferente e menos injusto. Aos 25 anos, grávida de cinco meses, a top model Carol Trentini, nossa capa, parece que encontrou esse tesouro. Abriu, gostou e quer desfrutar dele. Carol e o marido, o fotógrafo Fabio Bartelt, protagonizaram para Bob Wolfenson, a partir da pág. 58, um ensaio quase caricato da sua ancestral ocidental. Sim, a mulher dos anos 50, aquela que ainda tinha nas tarefas domésticas uma forma de escravidão. Com a leveza de uma nova geração, Carol pertence a um novo tempo que se desenha. Por liberdade de escolha e pura opção de vida, ama cozinhar para o marido, adora lavar louça e não quer ter babá para cuidar de seu bebê. Nem por isso deixou de ser uma mulher de sucesso. Carol achou o avental perdido da revolução feminina. E não tem a menor necessidade de atear fogo no sutiã. Gisele Vitória
Redatora-chefe Silviane Neno Editora Luciane Angelo Editora contribuinte Carla Gullo (Beleza) Repórteres Marina Rossi e Simone Blanes Coordenadora de Moda e Estilo Bianca Zaramella GENTE ONLINE Editora Luciane Angelo Repórter Júlia Leão FOTOGRAFIA AGÊNCIA ISTOÉ Editor Executivo Cesar Itiberê Editor Juca Rodrigues Repórteres Fotográficos Adriano Machado, João Castellano, Masao Goto Filho, Pedro Dias e Rafael Hupsel Fotógrafo Assistente Simone Alburquerque Produção Rafael Filipe Ferreira Pesquisa Eduardo A. Conceição Cruz Digitalização Denis Teixeira ARTE Diretor de Arte Sergio Cury Chefe de Arte Diógenes Belmonte Designers André Carvalho e Laura Ribeiro Mascarenhas PROJETO GRÁFICO Sergio Cury (colaborou Daniel Sabino) CTI Daniel Costa (Chefe), Daniel Freire, Leandro Alves e Thiago Azevedo COPY-DESK E REVISÃO Revisores Giacomo Leone Neto, Lourdes Maria A. Rivera, Mário Garrone Jr., Neuza Oliveira de Paula e Saulo Alencastre COLABORADORES Daniel Schenker, Elaine Guerini, Mauro Ferreira e Suzana Uchôa Itiberê APOIO ADMINISTRATIVO Gerente Maria Amélia Scarcello Secretária Kátia Tobias Aux. Administrativo Luiz Cabral SERVIÇOS GRÁFICOS Gerente Industrial Fernando Rodrigues Coordenador Gráfico Ivanete Gomes MARKETING Diretor Rui Miguel Gerentes Debora Huzian e Wanderley Klinger Redator Marcelo Almeida Diretor de Arte Thiago Parejo Assistente Andréia Silva e Thaisa Ribeiro PUBLICIDADE Diretor Nacional de Publicidade José Bello Souza Francisco Diretora Carmen Lúcia Mello Secretária Diretoria Publicidade Regina Oliveira Gerentes Executivas de Publicidade Ana Maria e Patrícia Jorge Executiva de Publicidade Carolina Braz Assistente de Publicidade Chadia Mohanna Coordenadora Adm. Maria da Silva Assistente Daniela Sousa Gerente de Coordenação Alda Maria Reis Coordenadores Gilberto Di Santo Filho e Rose Dias Auxiliar Marília Gambaro Rio de Janeiro/RJ Diretor de Publicidade Expedito Grossi Gerentes Executivas Adriana Bouchardet, Arminda Barone e Silvia Maria Costa Coordenadora de Publicidade Dilse Dumar Brasília/DF Gerente de Publicidade Marcelo Strufaldi, Tel.: (61) 3223-1205, 3223-1207, fax (61) 3223-7732 Campinas/SP Wagner Medeiros - Parlare Comunicação Integrada. - Tel./Fax: (19) 8238-8808 Ribeirão Preto/SP Andréa Gebin - Parlare Comunicação Integrada, Tel.: (16) 3236-0016 e 8144-1155 Belo Horizonte/MG Célia Maria de Oliveira - 1ª Página Publicidade Ltda. - Tel./Fax: (31) 3291-6751 Curitiba/PR Maria Marta Craco - M2C Representações Publicitárias - Tels.: (41) 3223-0060 e 9962-9554 Porto Alegre/RS Roberto Gianoni - RR Gianoni Comércio & Representações Ltda. Tel./Fax: (51) 3388-7712. Florianópolis/SC Paulo Velloso - Tels.: (48) 3224-0044 e 9989-3346 Tels.: (21) 2107-6667. Tel./Fax: (21) 2107-666 Salvador/BA André Curvello - AC Comunicação. - Tel.: (71) 3341-0857 Recife/PE André e Eduardo Nicéias - Nova Representações Ltda. - Tel./Fax: (81) 3227-3433 Vila Velha/ES Didimo Effgen - Dicape Representações e Serviços Ltda. - Fone/fax: (27) 3229-1986 Aracaju/SE Pedro Amarante - Gabinete de Mídia - (79) 3246-4139 Fortaleza/CE Paulo Temóteo - Estação de Mídia . - Tel: (85) 3021-0735 Goiânia/GO Paula Centini/Olímpio Cardoso - Centini y Cardoso. - Tel: (62) 3954-9583 Belém/PA Glícia Diocesano - Dandara Representações. - Tel: 32423367 Internacional Sales Gilmar - GSF Representações Tel.: 55 11 9163-3062 - gilmargsf@uol.com.br CONTATO publicidade@editora3.com.br MARKETING PUBLICITÁRIO Diretora Isabel Povineli Gerente Maria Bernadete Machado Coordenadora Simone F. Gadini Assistentes Marília Trindade e Regiane Valente Diretor de Arte Victor S. Forjaz Redator Bruno Módolo OPERAÇÕES Diretor Gregório França Secretária Assistente Yezenia Palma Supervisor Renan Balieiro Coordenador de Processos Gráficos Marcelo Buzzo Analista Luiz Massa Assistente Daniel Asselta Auxiliar Aline Lima Coordenadoras de Logística e Distribuição de Assinaturas Karina Pereira e Regina Maria Analista Jr. Denys Ferreira Operações Lapa Paulo Henrique Paulino MERCADO LEITOR Diretor Edgardo A Zabala ASSINATURAS Diretor de Vendas Pessoais Wanderlei Quirino Supervisora de Vendas Rosana Paal Diretor de Telemarketing Anderson Lima Gerente de Atendimento ao Assinante Elaine Basílio Gerente de Trade Marketing Jake Neto Gerente Geral de Planejamento e Operações Reginaldo Marques Gerente de Operações e Assinaturas Carlos Eduardo Panhoni Gerente de Telemarketing Renata Andrea Gerente de Call Center Ana Cristina Teen Gerente de Venda Avulsa Luciano Sinhorino Central de Atendimento ao Assinante (11) 3618-4566. De segunda a sexta-feira das 9h às 20h30 Outras Capitais: 4002-7334 Demais Localidades: 0800-888 2111 (Exceto ligações de celulares) VENDA AVULSA Coordenador Jorge Burgatti Analistas Fabio Rodrigo, Pablo Barreto, Ricardo Cruz e Thiago Macedo Assistente Sênior Thiago Macedo Shopping 3 Dayane Aguiar IstoÉ Gente ISSN 1516-8204 é uma publicação mensal da Três Editorial Ltda. Redação e Administração: Rua William Speers, 1.088, São Paulo - SP, CEP: 05067-900, Tel.: (11) 3618-4200, Fax da redação: (11) 3611-6706. E-mail: caixapostal@istoegente.com.br Sucursais Rio de Janeiro: Av. Almte. Barroso 63, sala 1.509 - Centro - RJ CEP 20036-900 - Tel.: (21) 2107-6669. E-mail: istoegente@ecrj.com.br. Brasília: SCS, Quadra 2, Bl. D, Ed. Oscar Niemeyer, salas 201/203 - Tel.: (61) 3321-2523 e 3321-2651. Fax: (61) 3225-4062. IstoÉ Gente não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados. Comercialização Três Comércio de Publicações Ltda. Rua William Speers, 1.212, São Paulo - SP. 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INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO
PORTFÓLIO
POR CAUSA DA MULHER Com mais de 30 anos de carreira, Vania Toledo exibe algumas de suas fotos que traduzem com transparência que cada personagem é emoção de uma simples e espontânea condição humana POR JÚLIA LEÃO / FOTOS VANIA TOLEDO
Era meados dos anos 1980 quando Vania Toledo publicou seu primeiro ensaio, Homens. Fascinada pelo corpo masculino, a então socióloga mostrava para o Brasil censurado o frescor e a poética da época dos hippies. Um livro que trazia de Ney Matogrosso e Caetano Veloso a Ignácio de Loyola e Roberto de Carvalho nus. Pelados, à vontade. A exposição deu o que falar na Pauliceia. Havia desejo e ternura nas famosas imagens. Para a audaciosa artista, até então pouco conhecida no métier, surgiu o fechado mundo dos fotógrafos retratistas. “Não existe nada que me atraia mais que um homem nu. Ao mesmo tempo, naquela época, queria saber onde estavam os índios contemporâneos que eles haviam esquecido com suas calças de alfaiataria amassadas e camisas com golas olímpicas existencialistas”, explica Vania, com o livro aberto na foto de seu querido amigo baiano, que escolheu ficar desnudo no quarto – que até então dividia com a primeira esposa, Dedé.
Sentada com as pernas esticadas em sua namoradeira de veludo, que no momento de nosso papo mais parecia um divã, a artista ainda contou que o livro – hoje encontrado com muita sorte em sebos, custando cerca de R$ 1 mil –, apesar de já ter completado 30 anos, é tão atual que, quando o ator Cauã Reymond viu o ensaio durante a gravação da novela Passione (2010), se prontificou a participar de uma nova edição. “Ele disse que amou ver o pinto do Caetano. Depois veio falar que queria posar para um remake. Eu gostaria de fazê-lo nu”, ela ri. A nudez para Vania não é um tabu, ao contrário, é libertária. “Ando nua em casa e não tenho pudor em descobrir o corpo. Gosto disso. Acho que, quando se está pelado, você não é personagem. É pessoa.”
À frente de seu tempo e vanguarda ainda hoje, aos 63 anos revela que também não se importaria em fazer ensaios para revistas masculinas para o público gay. Capas de publicações homossexuais seriam mais uma arte em seu portfólio. A única coisa que rejeita, porém, é a exposição excessiva da mulher. Ao contrário do nu entre homens quebrar preconceitos, o feminino para ela é erótico demais atualmente. “Detesto Playboy, Sexy e afins. Jamais chamaria isso de arte. Acho que não passam de açougues bem produzidos”, critica. Mas não se engane e se remexa na cadeira achando que ela não admira as mulheres e a queima dos sutiãs. Depois de igualar a nudez masculina à feminina, e de satisfazer seu desejo e sua curiosidade com relação ao corpo do ho-
F E RN A N DA M O N T E N EG RO | Sテグ PAU LO | 19 9 3 Istoテゥ Gente | 21
E L I S REG INA | Sテグ PAULO | 19 81
mem, a artista se aventurou em fotos que representam a dualidade da alma da mulher. Desta vez, porém, estavam todas vestidas. Em 1992, trouxe com delicadeza, feminilidade e agudeza de um olhar que de tão refinado é quase seco, o yin-yang de Beth Goulart, Fernanda Montenegro, entre tantas personalidades. Deu atitude à mais simples e espontânea pose da condição humana das atrizes. “Foi aí que me apaixonei pelas mulheres”, revela, em seu apartamento recém-comprado no edifício Copan, que, na visão dela, é um parquinho de diversões e cores no centro de São Paulo. Passando a mão no cabelo, que mantém curto e escuro há muitos anos, Vania reflete sobre o conceito de beleza e estética. Uma análise da mulher não lhe escapou: ela vê a busca excessiva do belo como o mal do século XXI. Divagando sobre o assunto, logo aponta sua estante de livros e cita a máxima do escritor Charles Baudelaire – um dos muitos pensadores que recheiam a biblioteca. “Se 200 anos antes se questionava a natureza mutável da beleza moderna, imagine hoje?”, diz a fotógrafa. Enquanto fala, mostra retratos seus de personalidades que admira. Todas autênticas com a idade.
o tempo Avessa à cena da fama e da busca insana pela eterna juventude, Vania quis neste portfólio homenagear a beleza sem excessos. Incomodada com o que a mulher de 60 anos vive na sociedade atual – da deformação do rosto e da própria pessoa em benefício de uma loucura interna, diz ela – Vania abriu seu coração. “É desesperador”, reflete, com os olhos marejados. “Fácil é ficar ao lado de uma mocinha jovem, de pele bonita, que em qualquer portrait fica com cara de modelo. Mas elas querem isso e os holofotes”, continua. Vania diz que a maioria das fotos que gosta é de mulheres acima de 30, 40 anos. Quase sempre as que vão ao supermercado, têm linhas de expressão e são felizes desta maneira. “Achar jovialidade nessas damas é uma arte. As outras são fotos-legendas. Vou perder meu tempo? Hoje não teria personagens para fazer novos livros-retratos. Odeio burrice. Não compactuo”, defende a fotógrafa-socióloga. Mineirinha de Paracatu, Vania Toledo nasceu com espírito desbravador e cabeça aberta, que, como ela diz, puxou do pai, Mario Clímaco Cordeiro. A cidade natal, com seus dez mil habitantes, ficaria pequena
para ela. Na juventude, nos anos 1970, chegou até a falar para os familiares que havia se criado sozinha, autodidata da vida. “Sou autêntica e sempre gostei de ler. Escolhi as ciências sociais para seguir como carreira por isso. Não tem curso que dê mais retorno cultural do que esse.” Mas eram anos de chumbo e durante a ditadura não foi fácil. Foi aí que ela diz ter aprendido a ser ética, linear e pouco permissiva com o mal e a hipocrisia. Ela viu amigos perderem a língua, serem torturados e morrer. “Escondi-me inúmeras vezes de cavalos, guardas e cassetetes na Praça da República. Mas sou pacífica e não participei da luta política porque detesto violência.” Dessa época, porém, tem na memória a pior das cantadas que já recebeu. “Um desses líderes estudantis, que hoje é um político nefasto (que ela prefere não citar o nome), veio me perguntar por que eu era a única mulher do curso que não dava, não transava com todo mundo. Disse que eu era careta em uma época de liberação sexual.” O momento pedia mudanças. Vania foi perdendo o encanto e resolveu abandonar a sociologia. Aos 30 anos, no começo da década de 1980, após uma viagem a Londres, ela desceu no Aeroporto de Guarulhos disposta a ser fotógrafa.
na lista do celular A agenda de telefones de Vania é sonho de consumo de qualquer promoter . “Acho que vou agregando amigos na minha vida porque todos são Joões e Marias. Não existe celebridade para mim”, afirma a fotógrafa. Comadre é como ela denomina dona Ruth Cardoso, assim como Irene Ravache e Rita Lee. "É engraçado ver a primeira-dama trocar de roupa e pedir ajuda para escolher o colar, pois ela (dona Ruth) estava insegura e precisava ficar bonita para o evento da Presidência.” Cafés memoráveis nos salões do Palácio do Planalto renderiam boas notas para colunistas sociais. “Certa vez fui fazer fotos dela e do Fernando Henrique Cardoso e, em um dado momento, perguntei onde era o banheiro. Ela respondeu: ‘Minha filha, é longe. O Oscar Niemeyer é um ótimo arquiteto, mas ele não gosta de ser humano’.” Quem não admiraria a capciosidade e o humor da ex-primeira-dama? Diante das histórias que viveu, Vania reafirma: tem tantos amigos porque guarda os inúmeros segredos. “Eles sabem que nossas vivências nunca vão sair da minha
“VOU AGREGANDO AMIGOS NA VIDA PORQUE TODOS SÃO JOÕES E MARIAS. NÃO EXISTE CELEBRIDADE PARA MIM” VANIA boca.” Rita Lee que o diga. A fotógrafa foi amiga da cantora, mas as histórias inesquecíveis com a rainha do rock, ela promete, vão morrer com ela. Na agenda, há também famosos de outras praças. O cantor Rod Stewart, por exemplo, ficou tão próximo de Vania que ela acabou trocando beijos e juras de amor com o astro inglês. A fama e os mais de 100 milhões de discos vendidos foram um mero detalhe na história, que passou por ela despercebido. Simples, extremamente simpática e boa de papo – que pode ir de uma receita de suflê de chuchu ao último acontecimento no Congresso –, fica fácil de entender como todos caem aos seus pés. “Fui chamada para fazer fotos dele para o canal da Warner. Enquanto clicava, conversamos sobre tudo. Depois das fotos, ele me chamou para jantar. Do restaurante veio mais um drinque. Bom, aí você já sabe”, relembra ela dando a famosa gargalhada. Na sequência, vieram chocolates quentes pela manhã, jogos de futebol na praia e mais e mais jantares. O affair, que para Vania foi um casinho, é um dos poucos que revela. “Não dá para falar dos famosos nacionais que já beijei na boca. Por isso, prefiro namorar anônimos, é mais confortável.” Ela foi casada por 20 anos com Luis Sergio Toledo, pai de seu único filho, Juliano, com quem divide hoje seus delírios e paixões por cinema. “Sou de uma época em que os relacionamentos eram duradouros, mas, quando me separei, varri São Paulo”, brinca Vania, que hoje prefere sua própria companhia a namorar alguém que não respeite seu silêncio. Mas nos sonhos de Vania Toledo ainda há espaço para um príncipe montado em um cavalo branco – enviado por Deus para bater em sua porta. Quem sabe um Abraçaço...
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P RETA GIL | Sテグ PAULO | 2003
DINA SFAT | RIO DE JANEIRO | 19 87 Istoé Gente | 25
VIRGIN I A PU N KO | Sテグ PAU LO | 19 9 1
R ITA LEE | Sテグ PAULO | ANOS 80
C H R I STI A N E TO R LO NI | Sテグ PAU LO | 1988
Mテ年ICA MA RT ELLI | Sテグ PAU LO | 2 0 0 8
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VISUAL ART Imagens de efeito em preto e branco invadem a Galeria Zipper com a exposição individual do artista Ricardo van Steen
Antena
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Zoom
Siga
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Looks
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Gente de Estilo
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No Mundo
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BRINCAR DE BONECA Madonna, Rihanna e Lady Gaga se transformam em bonecas exclusivas com a assinatura dos artistas italianos Mario Paglino e Gianni Grossi
Mapa da Mina
Foto Divulgação
Criada pela jornalista Antonia Leite Barbosa, a Agendinha Carioca traz 700 dicas de serviços voltados para mães de crianças com até 10 anos. De aulas de fotografia a etiqueta, o livro é mão na roda. Editora Senac Rio de Janeiro. R$ 79. www.rj.senac.br
Zoom
Básica e fun
Jana Rosa e a camiseta de sua linha criada para o Dia dos Namorados: “Depois que te conheci, acho todo mundo chato”
TABLE BOOK
NAS NUVENS
www.zippergaleria. com.br
A designer carioca Claudia Moreira Salles lança na segunda semana de maio seu livro homônimo. A publicação, que tem prefácio da curadora Karen Stein, traz, além das fotos de suas obras, um texto leve que explica como ela criou cada peça. Depois do Brasil, a próxima parada é Nova York. Lá, nova festa e exposição na galeria Espasso. Claudia Moreira Salles Ed. BEI - R$130 www.livrariadavila.com.br
NO Lilly Sarti descobriu o mundo do skate. A estilista agora circula por aí de tênis Vans e calça de couro em cima de seu próprio modelo de madeira lixada. Um dos lugares preferidos? Marquise do Ibirapuera, onde aproveitou o feriado com a irmã Renata e os amigos
Foto Reprodução
A Galeria Zipper, hotspot da nova arte contemporânea no Brasil, abre na segunda quinzena de maio a exposição individual do artista Ricardo van Steen. A série “Noir” tem telas em aquarela, inspiradas em imagens da web e que reproduzem as diferentes nuances do céu. A mostra fica em cartaz até 15 de junho.
Jana Rosa resolveu colocar suas reflexões amorosas e inspirações em uma linha de camisetas. A jornalista e apresentadora criou quatro modelos com ilustrações que ela mesma faz inspiradas nos textos e cartas que já escreveu para os seus ex e até sobre os “pés na bunda”. A coleção, criada em parceria com a marca Vida Bela, se chama “Depois que te conheci, acho todo mundo chato” e também faz homenagem ao Dia dos Namorados. Uma das frases diz: “Eu já sabia que a gente ia namorar”. (B.Z)
Fotos Divulgação
ANTENA
PLANTA COM DESIGN Para quem não vive sem um vasinho de planta em casa, a designer de móveis Ana Espíndola criou peças que vão transformar aquele cantinho verde em um pedaço charmoso em qualquer lar, doce lar. Na coleção “Flores”, a segunda lançada pela designer, estantes e mesas foram criadas com espaços para abrigar vasos, plantas e até uma mini-horta. A linha de móveis promete mudar completamente a cara de mesmice daquela planta sozinha no canto da sala.
Restaurante Tarquino. Cozinha de sensações dentro do Hub Porteño
Fotos Divulgação
www.anaespindola.com.br
Luxo e sabedoria Esqueça a crise na Argentina. Vale a pena programar uns dias em Buenos Aires só para se hospedar no Hub Porteño. O hotel, com apenas 11 apartamentos, aberto há seis meses, é uma experiência única. Além de todos os confortos de uma hospedagem de luxo, ele oferece carros com motorista e guias especializados (todos professores universitários) para imersões em temas de sua preferência: moda, política, arte, tango, polo. Ainda organizam toda a sua agenda e até os programas noturnos. Localizado no coração da Recoleta, o bairro mais classudo da cidade, o Hub entrou nas listas da Conde Nast Traveller americana e inglesa dos melhores novos hotéis do mundo. O lugar ainda conta com o restaurante Tarquino, cuja cozinha de sensações o elevou ao patamar de um dos tops da Argentina. O staff do hotel, bem treinado e superdiscreto, parece adivinhar os desejos dos hóspedes. Um mimo só! Diárias a partir de US$ 320 + tax. www.hubporteno.com
Força na peruca Depois de anos fazendo a cabeça das mulheres da sociedade paulistana nos salões W e Ash, Vânia Carneiro agora tem seu próprio espaço. Localizado no bairro do Itaim, em São Paulo, o Hair Class surgiu da sociedade com Carol Mahfuz. A experiência de Vânia em alguns dos melhores salões de São Paulo faz com que sua clientela fiel a siga aonde vá. Ela é conhecida por fazer mechas consideradas perfeitas. Experimente! Hair Class – rua Bandeira Paulista, 1.005, Itaim Bibi São Paulo. Telefone: (11) 3045-2718 e (11) 3045-2794.
CARA DE BONECA Não é de hoje que celebridades da música e do cinema viram bonecas personalizadas. De Marilyn Monroe e Scarle O’Hara aos vampiros da Saga Crepúsculo, muitos desses personagens ganham sua versão “doll” e podem ser facilmente encontrados nas prateleiras de lojas de brinquedos ou até em coleções particulares e exposições ao redor do mundo. Entre essas personas, existem também aquelas que não são licenciadas comercialmente e acabam virando sonho de consumo. Madonna, Rihanna e Lady Gaga são exemplos das mais desejadas. Pois os artistas italianos Mario Paglino e Gianni Grossi resolveram a questão. Eles transformam qualquer personagem em bonecas, até você. Basta mandar uma foto e eles tratam de construir a criatura a sua imagem e semelhança. As bonecas têm feito sucesso até entre noivos que preferem que o casal em cima do bolo se pareça com eles. “Adoramos criar e por isso estamos constantemente trabalhando em coisas novas.” magia2000.com
Boneca sentada: réplica de Madonna com figurino de “Keep Together”, na “Blond Ambition Tour”, de 1990
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Foto Divulgação
Cristiano Ronaldo dos Santos
Gol de galã Quem é o jogador do Real Madrid que tem o passe mais caro da história do futebol, cerca de R$ 300 milhões, e que afirma ser melhor que Leonel Messi Por Júlia Leão Pelo sobrenome, Cristiano Ronaldo dos Santos, poderia ser brasileiro. Mas não é. Infelizmente, veste a camisa vermelha e verde da seleção portuguesa. O sotaque, porém, tem todo o seu charme. Isso, claro, sem contar o abdome esculpido com mais de cinco horas diárias de treino, o visual de um metrossexual assumido, o 1, 87 m de altura e a pose de galã. No auge de seus 28 anos, CR7 – como ficou conhecido após vestir a camisa 7 do Real Madrid – é desde 2009 o homem mais valorizado no futebol. Apesar de ter conquistado a Bola de Ouro uma única vez, em 2008, é considerado ainda, quase por unanimidade, o jogador mais completo do mundo. Encabeça desde a transação com o Manchester United, há quatro
Nos passos do jogador do Real Madrid
Razões por que Cristiano Ronaldo é diferente
VÍCIO AUTOMOBILÍSTICO Um de seus hobbies prediletos é a coleção de carros que tem na garagem. Na lista, 19 possantes e um gasto de quase R$ 10 milhões em máquinas esportivas, rápidas e tradicionais.
Patrocínio:
Fotos divulgação
SOCIAL MÍDIA Em 2012 foi eleito pela Forbes a quinta pessoa mais influente nas mídias sociais. Com mais de 50 milhões de likes, ele só ficou atrás de Lady Gaga, Rihanna, Justin Bieber e Katy Perry.
Fotos AFP
Fotos divulgação
AUTOESTIMA Convicto de seu potencial como atleta, já declarou que é o primeiro, o segundo e o terceiro melhor jogador do mundo. E afirmou que se sobressai a Messi.
anos, até a lista dos cachês mais caros da história. Mas Cristiano Ronaldo reina também fora dos gramados. Fã das câmeras, tietes e holofotes, divide com David Beckham o posto de um dos atletas mais midiáticos. Contratos milionários com marcas de roupa, bebidas e artigos esportivos, além de seu salário, fazem a conta bancária engordar diariamente cerca de R$ 3 milhões. E, além de goleador e galã, Ronaldo também faz sua parte social. Ajudou a comunidade da Indonésia após o tsunami que arrasou o país, já fez reunião com o vice-presidente do Timor Leste para ajudar as crianças carentes da nação, além de arrecadar fundos paras os jovens que sofrem com os bombardeios na Faixa de Gaza. Mas nem só de brilhantina e confetes vive o jogador. Sua postura, muitas vezes interpretada como arrogante, já lhe trouxe problemas. Principalmente com mulheres. Entre suas conquistas, celebrities como Kim Kardashian e Paris Hilton, a tenista Maria Sharapova e a atual, a top Irina Shayk. Isso sem contar o filho que anunciou via Facebook e o mais novo rumor de que uma brasileira, a Miss Bumbum Andressa Urach, descobriu como driblar o jogador na cama...
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NO MUNDO
Rio Por LALÁ GUIMARÃES
Relações públicas, assessora de imprensa e promoter, Lalá Guimarães é sinônimo de elegância. Com um lifestyle típico de quem vive no Rio de Janeiro, ela descobre os lugares mais incríveis com seu radar apurado e conhece cada canto da cidade. “Sou carioquíssima. Nascida na Tijuca”, define ela, que já esteve à frente de eventos como Fashion Rio e Fashion Business, atendendo marcas e a imprensa internacional. Atualmente como relações públicas da Gucci para a América Latina, Lalá Guimarães entrega os hot-spots de sua cidade:
Foto Michelle Silva/ Kroma MGT
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SEM GAFES
ZONA DE CONFORTO
NUNCA ANDE DE BIQUÍNI PELO CALÇADÃO. É O FIM! VOCÊ VÊ CADA COISA... CARIOCA QUE É CARIOCA ESTÁ SEMPRE COM CANGA OU QUALQUER OUTRA COISA PARA SAIR DA PRAIA. TENHO USADO UMAS BATAS BRANCAS INDIANAS LINDAS QUE TRAGO DAS MINHAS VIAGENS
Para comprar peças exclusivas, vá ao Village Mall. O novo espaço tem lojas bárbaras e é muito aconchegante. Finalmente ganhamos um espaço assim. O Rio merece.
Foto Shu erstock
Village Mall: avenida das Américas, 3.700 – Barra da Tijuca
VAI UM COCO AÍ?
HUMMM
Adoro ir à praia e tomar água de coco. Uma não, várias. Em Ipanema, é claro. Pode ser perto da rua Joaquim Nabuco, onde eu moro. Em frente ao Fasano também é ótimo.
Pegar um cineminha e comer uma pizza depois na Capricciosa. Capricciosa: rua Vinícius de Moraes, 134 - Ipanema. Tel.: (21) 2523-3394
Foto Lew Lara/Divulgação
Fotos Divulgação
VEGAN STYLE O restaurante Purani Vega, em Vargem Grande, é ótimo! O pão, por exemplo, é muito saboroso e leve. É uma alternativa fora do circuito e bem saudável. Mas atenção: reservas somente por telefone ou e-mail puraniveg@gmail.com. Purani Vega: Sítio Purani Veg - Vargem Grande - Tel.: (21) 2428-1383
Se não for à praia, vá ao.. . CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil). Existem exposições bárbaras e, no entorno, você sempre encontra música ao vivo nos bares e restaurantes típicos. O melhor dia é sábado. CCBB: rua 1o de Março, 66 – Centro. Tel.: (21) 3808-2020. Exposição Elles - Mulheres Artistas na Coleção do Centro Georges Pompidou. De 23 de abril à 14 de julho.
o l u a P o ã S
NO MUNDO
Por BETO LAGO
GULA
Foto Ivan Padovani/Divulgação
Há quase 20 anos, ele criou o Mercado Mundo Mix, que revolucionou o cenário dos artistas e designers da cidade, e, desde então, não saiu mais do universo cool de São Paulo. Beto Lago também é o fundador do bloco de Carnaval Baixo Augusta e, agora, quer levar todo o seu conhecimento cultural para a política. Hoje, trabalha como assessor de economia criativa na Câmara Municipal de São Paulo. Mais gabaritado que ele para falar da Pauliceia, impossível!
Tamborim
A Saint Louis lembra as hamburguerias americanas dos anos 1950. A pedida certeira é o flat dog com suco berrie lemonade. É de chorar de bom e o ambiente é supercool!
Não tem lugar melhor e mais bacana para passar um sábado à tarde do que o Traço de União. É onde se ouve um bom e autêntico samba e se come uma feijoada regada a caipirinha. Quem sempre tem um amigo estrangeiro em São Paulo tem que ter uma lista de lugares como esse com referências brasileiras na agenda. É a São Paulo da Nenê da Vila Matilde, da Vai-Vai, onde os sambistas tradicionais sempre se reúnem para dar uma palhinha entre uma cerveja e uma caipirinha.
Saint Louis: rua Batataes, 242 – Jardins. Tel.: (11) 3051-3435
Fotos Divulgação
Traço de União: rua Cláudio Soares, 73 – Pinheiros. Tel.: (11) 3031-8065
ILHA DA FANTASIA A LOJA MAIS LEGAL DE SÃO PAULO É A ARMARINHOS FERNANDO. É UM UNIVERSO MALUCO ONDE TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA E NÃO SABIA. QUEM TRABALHA COM PRODUÇÃO E EVENTOS SEMPRE SAI DE LÁ COM COMPRAS.
DUAS RODAS
ciclofaixa.com.br
Aula gastronômica Foto Rogério Gomes/Divulgação
A nova praia paulistana são as ciclovias. Os passeios de bicicleta passam pelo centro antigo, Parque do Ibirapuera e Minhocão nos fins de semana. É a maior concentração de gente bonita e descolada, com paquera para todos os gostos. E também uma nova tribo que não sai à noite, mas é animada e charmosa. É bom caprichar no visual bike saúde. Há muito mais além de ficar saudável e, em geral, o passeio pode terminar em algo mais.
Armarinhos Fernando: rua 25 de Março, 864 / 872 – Centro. Tel.: (11) 3325-0400
O Bar do Biu é o melhor e mais em conta dos restaurantes que servem uma legítima comida nordestina. Os pratos são quase uma aula de gastronomia brasileira. Não se importe com a apresentação, porque é garantia que o sabor vai compensar qualquer louça simples e te revelar um mundo de opções gastronômicas que são a cara do Brasil e não fazem parte do nosso dia a dia. Tente descobrir quem é o sr. Biu, que sempre está rondando na fila de espera recomendando um ou outro prato maravilhoso e contando a sua fascinante história de vida. Bar do Biu: rua Cardeal Arcoverde, 772 – Pinheiros. Tel.: (11) 3081-6739 Istoé Gente | 35
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NO MUNDO
NY Por ANDRÉ MELLONE
Fotos Divulgação
Em Nova York há 19 anos, André Mellone tem uma relação de amor com a cidade que o acolheu profissionalmente. Hoje, o top arquiteto possui seu próprio estúdio de criação, mora num dos apês mais bonitos dos arredores do High Line e passa o tempo livre caminhando com seu cão Zé Maria ou visitando exposições e lugares descolados da Big Apple. Nascido em São Paulo, André mostra que gosta mesmo é da agitação da vida nas grandes metrópoles.
ALFAIATE Uma camisa sob medida é sempre um bom investimento. Você encontra as melhores na Seize sur Vingt ou na Turnbull and Asser
JOIA RARA
TÚNEL DO TEMPO
O Four Seasons é uma janela no tempo na qual se volta para a Nova York cool de 1950. Foi desenhado meticulosamente por Phillip Johnson, desde o espaço em si até as cortinas de metal, que balançam com o vento do ar-condicionado. Uma joia de design e um dos lugares mais bonitos da cidade. Experimente o almoço do hotel. Four Seasons: 57 E 57th Street. Tel.: (212) 758-5700
Aconchego Antes de Balthazar, Pastis, etc..., veio The Odeon, em Tribeca. Primeiro restaurante do grande Keith McNally. E 30 anos depois, longe do buchicho, o Odeon continua legal, servindo um delicioso bistrô clássico e atraindo uma turma bacana de locais. Você se sente instantaneamente em casa. The Odeon: 145 W Broadway. Tel.: (212) 233-0507 Istoé Gente | 36
Se você for ao lobby do Museu de História Natural (concluído em 1936, pelo arquiteto norte-americano John Russell Pope, um ano antes de sua morte), entrará numa réplica exata de uma antecâmara romana imperial. É uma experiência incrível esse pedaço da Antiguidade clássica revisitado em plena cidade. Museu de História Natural: Central Park West at West 79th Street. Tel.: (212) 769-5200
Só no martelo Vá à Sotheby’s ou à Christie’s. Tente um lugar nas salas para ficar na fila do gargarejo, mesmo sem comprar nada. É emocionante ver grandes obras de perto sendo trocadas de mão. Se não der para ver um bom evento de arte contemporânea, veja algum de design. Os leilões acontecem por estação: quatro por ano. Sotheby’s: 1.334 York Avenue. Tel.: (212) 606-7000 Christie’s: 1.230 Avenue of the Americas. Tel.: (212) 636-2000
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COSMO /
{Marcos Campos é empresário de casas noturnas há 20 anos. À frente dos badalados Club Disco e Bar Numero, em São Paulo, além do Cafe de La Musique, em Florianópolis, ele dá aqui a receita do circuito que importa}
Por MARCOS CAMPOS GAROTA EU FUI PRA CALIFÓRNIA
A beleza da vista panorâmica da Califórnia é um deleite à parte no serviço deluxe do hotel Post Ranch Inn. Localizado no alto da colina, o hóspede não tem hora marcada para nada. Primando pelo relax, as suítes butique não possuem televisão nem despertador. Afinal, para que se distrair com tecnologia quando se tem a exuberância da natureza a seus pés? Aconselho reservar com antecedência, já que são somente 30 suítes. www.postranchinn.com
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DESCANSO NA COSTA
Drinque com estilo Um dos estrelados bares de Hollywood, o Polo Lounge, que fica no icônico The Beverly Hills Hotel, é um lugar certeiro para se desfrutar de dia e à noite. Desde o café da manhã aos drinques na madrugada, o cliente tem um atendimento privé e elegante. No jantar, ainda é possível apreciar um show particular de jazz e piano. www.beverlyhillshotel.com
Hot spot O cair do sol no oceano em Santa Mônica, Los Angeles, fica ainda mais especial quando apreciado no The Bungalow. A casa tem estilo jovial e é cercada por um jardim tropical. O lugar ideal para se tomar um drinque com amigos ou fazer uma reunião despretensiosa de negócios. Intimista, o bar ainda oferece private rooms, sala de jogos e um terraço que, nas noites de verão, fica repleto de gente bonita e interessante. www.thebungalowsm.com
Gastronomia moderna Comandado pelo famoso chef dinamarquês Mads Refslund, o ACME é uma aposta em Nova York. Celebrando o sucesso de um ano de casa, a cozinha estrelada mescla o paladar norte-americano com especiarias e ingredientes nórdicos. Localizado no desejado bairro de Noho, o bistrô tem clima aconchegante. Destaque para o espaço Downstairs, que é o ponto de encontro para o happy hour com pegada rock’n’roll chique. www.acmenyc.com
Som com potência Agora não é mais preciso se preocupar em contratar um DJ para os get together em casa. O PokketMixer faz as vezes. Compacto e leve – ele cabe na palma da mão –, pode ser levado em qualquer lugar e utilizado por todos os amantes da música. Para funcionar, bastam as caixas de som e o iPod. Em 30 segundos você armou a festa. www.compuexpert.com
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COM JÚLIA LEÃO
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MAPA DA MINA Por GUILHERMINA GUINLE
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Segredos da Indochina
O faro fino da atriz que sabe das coisas. Mina, como ela é chamada em família, apresenta sua bússola de achados e truques de estilo. Siga essa trilha de puro bom gosto
Sempre que posso, faço viagens que aliam lazer e cultura. Meu último destino exótico foi o sudeste da Ásia. Além da Tailândia e do Laos, o país que mais gostei de visitar foi o Camboja. É imperdível o passeio pelo templo Angkor Wat: uma das Sete Maravilhas do Mundo e Patrimônio da Humanidade. Ele chama a atenção pela magnitude, beleza e história. O mais legal foi poder me perder entre as ruínas e imaginar como era viver lá séculos atrás. Nesse tipo de turismo, é imprescindível escolher bem as peças na hora de fazer a mala.
TEXTO JÚLIA LEÃO
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Décor
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Sou uma grande apreciadora de design. Depois do Salão Internacional do Móvel de Milão, uma peça que não sai da minha cabeça é a cadeira Squeleto, de Pedro Franco. Ficaria linda no quarto ou no hall como apoio. Além de tudo, o designer é totalmente eco-friendly. Na A Lot Of Brasil: www.alotof.com.br
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Luz e aroma
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Quando chego em casa à noite, uma das primeiras coisas que faço é acender minhas velas. Gosto muito da luz baixa e aconchegante que elas deixam no ambiente. São ótimas para quando se recebe amigos. No momento, as que ocupam os cantos da minha sala de estar são da marca Amazonia Viva, vendidas no So Spa Sofitel Guarujá e em alguns pontos em São Paulo. Elas são totalmente naturais, produzidas com óleos vegetais e cera de abelha. E, claro, a essência é puro luxo.
PROTEGIDA
Notícia organizada
Como sou apaixonada pelo sol e durante a viagem esqueço de repassar o protetor solar, minha dermatologista indicou os produtos da UV.LINE. Depois que comecei a usar os chapéus e as saídas de praia da marca, curto a vida ao ar livre sem me descuidar e sem preocupação. A mágica é que eles apostam em um tecido tecnológico com proteção FPU 50+.
Só leio notícias no iPhone usando o aplicativo Pulse. O app reúne e exibe os conteúdos dos sites que mais acesso de acordo com minhas preferências. Assim não perco tempo olhando informações que não são do meu interesse. Ele pode ser usado também no iPad e no computador.
www.amazoniaviva.com
www.uvline.com.br
www.pulse.me
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LOOKS Joanna Fleury
Camilla Guebur
Mãe de quatro filhos, estilista e dona da marca Jous, veste look total Lilly Sarti, bota Chanel e cinto de acervo pessoal.
Atriz e designer de joias, usa camiseta Zara, shorts NK Store, sapato Christian Louboutin e joias Camilla Guebur.
Maria Fernanda Conte Piedade Mãe de dois filhos e dona da 7 For All Mankind no Brasil, veste calça da grife, camiseta Helmut Lung, blazer Balmain, sapato Christian Louboutin e pulseira Tiffany.
É COM ESSE QUE EU VOU Gente escolheu cinco mulheres de diferentes áreas e pediu que elas se vestissem do jeito que gostam e da forma como se veem. Vários estilos e algo em comum: mulheres de verdade, que adoram trabalhar, administrar a casa e a família. Cada uma a seu jeito Por Simone Blanes Foto Michelle Silva Beleza Alex Origuella/ABÁ MGT
Clecia Simões
Fernanda Kanner
Chef de cozinha, ela veste saia e camisa Lia Souza, bracelete Camilla Guebur, relógio Rolex, aliança Bulgari, anel Antonio Bernardo, brincos de acervo pessoal e sapato Yves Saint Laurent
Da família proprietária da Riachuelo, estudante de medicina e mãe de três filhos, ela usa calça Lilly Sarti, sapato Christian Louboutin, blusa e jaqueta de acervo pessoal. (Styling: Lu Lima. Beleza: Alan Jhonnes).
Edição de Moda Bianca Zaramella Set designer Felipe Protti Agradecimentos Brigadeiro Boutique
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O que levanta qualquer produção
CÁSSIA ÁVILA
“Uma sandália de salto mais fechada ou scarpin e uma bolsa pequena que tenha uma alça comprida.”
Por Simone Blanes
“Maquiagem M.A.C e manteiga de cacau. Adoro maquiagem.” “Eu gosto de fazer meus próprios perfumes. Queria ser perfumista, até cheguei a me inscrever num curso, mas a vida me levou para outros caminhos. Além dos que eu manipulo, gosto bastante do L’Artisan, entre os mais cítricos, amadeirados. Não gosto de perfume muito forte.”
Fotos Divulgação
www.maccosmetics.com.br
WISH
“Uma casa nas montanhas.”
PAISAGEM FAVORITA “Qualquer ponto alto de Belo Horizonte de onde você possa ver a cidade inteira iluminada à noite! Eu amo esse visual desde pequena, sempre achei lindo.”
ACHADO DE MODA “Meu amigo Reinaldo Lourenço.” Reinaldo Lourenço. Rua Bela Cintra, 2.167 Tel.: (11) 3085-8150
BRINQUEDO ELETRÔNICO “iPhone e só.” SAC Apple 0800-761-0867
Foto Arquivo pessoal
NA NÉCESSAIRE
Modelo, jornalista e estilosa por natureza, Cássia Ávila diz que não segue tendências. Autêntica, ela assume estilo de vida próprio sem abrir mão de gostos simples como “um bom prato de arroz, feijão, purê de batata, carne moída e ovo frito”, bem ao jeito mineiro, como ela. Casada com o joalheiro Jack Vartanian e mãe de Yasmin, de 1 ano e 8 meses, Cássia mudou a rotina para ficar mais tempo ao lado deles. No último Réveillon, a família preferiu alugar uma casa em Punta para fugir de programas mais agitados. Falando de moda, ela se assume essencialmente urbana. Uma marca de Cássia: seus looks sempre têm algo rocker e romântico. “É por isso que amo os vestidos Azzedine Alaïa. São atemporais, possuem uma modelagem eterna e caimento impecável.” O mesmo ela diz de seu estilista preferido, Reinaldo Lourenço. “Ele é como eu: adora couro e alfaiataria. Posso estar em qualquer lugar do mundo com algo dele que alguém sempre pergunta de quem é.”
Viagem inesquecível
“Istambul com o Jack (Vartanian). Amei tudo, o lugar, a comida, os passeios.” Passagem em Classe Executiva Air France. Preço sob consulta
NO CRIADO-MUDO
“Atualmente tenho um livro de cabeceira que consulto toda hora, faço umas leituras picadas dele, Your Child.” Your Child: R$ 53,70. Livraria Cultura
Foto Felipe Lessa/ABA MGT
Cássia Ávila veste look total Azzedine Alaïa e joias Jack Vartanian. O make é de Cris Biato. “Gosto de peças estruturadas, mas com esse caimento mais mole. Tem tudo a ver com meu estilo rock-romântico, mas bem urbano. Amo peças únicas, inteiras e monocromáticas!”
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ANTONIO BERNARDO
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A Gente Quer
EFEITO FEMININO Elegante, étnico, romântico ou moderno. O guarda-roupa deste início de Outono/Inverno 2013 pede modelagens femininas. Use e abuse de saias e vestidos com cintura marcada e estampas florais, e escolha os acessórios certos para conquistar tudo o que deseja!
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LADY LIKE A grande vantagem deste estilo é que ele nunca sai de moda e, apesar de ter um pé no passado, pode ser composto com peças bem atuais. O ar vintage pede looks com cintura marcada e cores fortes e femininas. Ah! Joias poderosas também são indispensáveis.
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R$ 399 jkiguatemi.com.br Istoé Gente | 55
A Gente Quer
ROSA BEBÊ Você pode criar o visual “mulherzinha” com cores claras como cor-de-rosa, branco e nude sem cair no efeito sem graça. Misture peças despojadas com outras mais delicadas. Vale também escolher acessórios fortes e estampas com toques fluo para deixar o look mais autêntico e irreverente.
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CAMISA DE SEDA FORUM Preço sob consulta loja.forum.com.br SAIA ESTAMPADA ANIMALE
R$ 398 e-store.animale.com.br COLAR GIOVANNA PARIZZI
R$ 290 giovannaparizzi.com.br
RELÓGIO CRONÓGRAFO COM PULSEIRA DE COURO VERMELHA H.STERN
R$ 1.650 hstern.com.br ANEL SOPHIE AND JULIET Preço sob consulta sophiejuliete.com.br SCARPINS SANTA LOLLA
R$ 179,90 santalolla.com.br
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R$ 459,90 arezzo.com.br
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CAPA
VIRE A PÁGINA, MEU AMOR Depois de conquistar o mercado de trabalho, as mulheres modernas dão-se o direito de escolher o que fazer, inclusive cozinhar e cuidar das crianças, por pura opção. Gente enxergou na top Carol Trentini o perfume dessa nova mulher. Casada e grávida de cinco meses, ela nem pensa em sutiãs queimados. Só quer ser feliz POR MILLY LACOMBE / FOTOS BOB WOLFENSON / EDIÇÃO DE MODA FLAVIA POMMIANOSKY E DAVI RAMOS BELEZA ROBERT ESTEVÃO (CAPA MGT)
Carol usa vestido Sacada e scarpin Jorge Alex Fabio usa camisa Reinaldo Lourenço para Daslu, colete Minha Avó Tinha, calça Giorgio Armani, meias Lupo, sapatos Daslu e óculos Burberry para Luxottica “O cabelo e a maquiagem da Carol tem uma inspiração nos anos 60. Na maquiagem, deixamos a pele bem iluminada e destacamos os olhos com delineador preto em gel Ultra Blue da MakeB Black Crystal Collection”, Robert Estevão Sofá Teo (www.lojateo.com.br); cesta, lãs e agulhas de tricô Novelaria (www.novelaria.com.br)
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Carol veste top, saia e scarpin Christian Dior, colar de pérolas Marina Rinaldi (à venda na Max Mara) Fabio veste camisa Minha Avó Tinha, suspensório Babel, calça Daslu Homem, meias Lupo, sapatos Daslu e óculos Burberry para Luxottica “Nos olhos, usamos duas cores, o preto e o laranja, uma cor que conseguimos com o delineador gel Ultra Blue e sombras da pallette de maquiagem da MakeB Black Crystal Collection”, Robert Estevão Mesa de jantar, cadeiras, pratos e castiçais Teo e copos Spicy (www.spicy.com.br), talheres e skate acervo
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Carol usa vestidos Max Mara e Alexandre Herchovitch (por cima), colar de pérolas Camila Klein e scarpin Jorge Alex Fabio veste camisa Reinaldo Lourenço para Daslu, colete Minha Avó Tinha, calça Babel e óculos Burberry para Luxottica “Para conseguir essa essa coloração rosada nas maças do rosto da Carol usamos o Blush Reflection Caramel, da MakeB Black Crystal Collection”, Robert Estevão Mesa Teo, batedeira Kitchenaid (www.kitchenaid.com.br); prato, colher, espátulas e bowl de vidro Spicy; banqueta acervo
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Carol veste tricô e saia Dolce & Gabbana, colar Marina Rinaldi e scarpin Dior Fabio usa camisa Babel Na boca, usamos o batom Precious Nude, da MakeB Black Crystal Collection, que tinha a cor e a textura exata para este look de beleza”, Robert Estevão Cama Madeira Bonita (www.madeirabonita.com), roupas de cama Casa Almeida (www.casaalmeida.com.br), travesseiros acervo
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Carol veste casaco Miu Miu, colar Marina Rinaldi e scarpin Schutz Fabio usa camisa Minha Avó Tinha, calça Daslu Homem, suspensório Babel, meias Lupo, sapatos Daslu e óculos Burberry para Luxottica “E para finalizar, aplicamos bastante máscara de cílios preta, a 3 em 1 da MakeB Black Crystal Collection”, Robert Estevão Lavadora Brastemp (www.brastemp.com.br) e cesto verde Spicy
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Fabio usa camisa Reinaldo Louren莽o para Daslu Homem, colete Minha Av贸 Tinha, costume Daslu, gravata Giorgio Armani, 贸culos Burberry para Luxottica, meias Lupo e sapatos Daslu Carol usa vestido e colar Max Mara e scarpin Christian Dior Cadeiras Teo
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Em uma cena do seriado americano Mad Men, Peggy Olson, a representação da mulher moderna e disposta a conquistar espaço no mercado de trabalho dos anos 60, está tomando um café com o chefe quando reclama de certas atitudes dele, ao que ele responde: “Esse é seu trabalho. Eu te dou dinheiro, você me dá ideias.” Visivelmente frustrada, Peggy argumenta: “Mas você nunca me agradece.” Ao que o chefe conclui: “Essa é a função do dinheiro”. Mad Men conta a história da primeira onda de feminismo que inundou os Estados Unidos, traçando um retrato sarcástico, levemente caricaturado e largamente cínico da força de trabalho feminina que invadiu os escritórios da Madison Avenue, em Nova York, antes dos anos 70. Era a mulher saindo de casa e entrando desavisada em um universo exclusivamente masculino, dominado pelo terno, pelo tabaco, pelo álcool e por relações extraconjugais. Para que conseguissem pertencer, era necessário se adaptar à forma testosterônica de fazer as coisas: sexo na hora do almoço, drinques depois do expediente e a inevitável masculinização do caráter. Mas o diálogo de Peggy e Draper talvez quisesse mostrar que, embora a mulher estivesse, a contragosto, se moldando ao meio, um “obrigada” aqui e ali não faria mal. Era uma semente de sensibilidade jogada em solo seco.
babá pra quê? Cinquenta anos mais tarde, uma nova onda de feminismo pode ser vista se formando no horizonte. Depois de conquistar o mercado de trabalho, de provar que tudo o que um homem pode fazer ela consegue consertar, a mulher moderna, pela primeira vez na história, pode escolher o que fazer da vida. Se antes ser dona de casa era obrigação, hoje é, para muitas de nós, opção. E, enquanto o feminismo antigo grita que uma mulher não precisa escolher entre ficar em casa ou trabalhar fora porque está provado que podemos fazer os dois, o novo feminismo responde: “Verdade, posso conquistar todos os mundos, não preciso escolher, a menos, claro, que eu queira escolher.” Do mesmo jeito que Peggy Olson representa ficticiamente aquele feminismo inaugural, Carol Trentini, 25 anos, tem a cara real desse feminismo vintage. Grávida de cinco
meses, ela se prepara para colocar em prática a máxima de que, motivada, uma mulher tudo pode: Carol, modelo de sucesso, não tem empregada fixa, faz a própria cama, lava a própria louça, vai ao supermercado, cozinha e não quer ter babá. Mas sabe que, sem a ajuda do marido (o fotógrafo de moda Fabio Bartelt), a vida seria mais difícil. “A gente divide as tarefas, tanto em casa como fora, já que os dois trabalham. Aliás, ele arruma a cama melhor do que eu”, diz rindo. Hoje, com a gravidez entrando na reta final, ela passa bastante tempo em casa fazendo o que gosta. “Adoro cuidar da casa. A única coisa que detesto é passar roupa, não passo mesmo, e vamos combinar que a maioria delas a gente nem precisa passar, né?”
O NOVO FEMINISMO DIZ: “POSSO CONQUISTAR TODOS OS MUNDOS, NÃO PRECISO ESCOLHER. A MENOS, CLARO, QUE EU QUEIRA ESCOLHER” Carol cresceu em Panambi, cidade gaúcha de 40 mil habitantes. Caçula, tinha 1 ano quando o pai morreu de hepatite. Foi criada pela mãe com a ajuda da irmã nove anos mais velha, Elen, e de Franciele, quatro anos mais velha. “Antes de o meu pai morrer, minha mãe nem dirigia”, lembra. “Depois, virou essa pessoa que tudo fazia e tudo podia.” Quando dona Lourdes saiu de casa para trabalhar e sustentar a família, as três irmãs passaram a ter na mãe um espelho da mulher que “cresceriam” para ser. “Preciso ter a sensação de que sou suficiente”, diz,
agora mais séria. “Não vejo problema em ter alguém para ajudar nas coisas da casa, claro, é um trabalho muito digno, mas, quando levanto de manhã, por que não posso gastar cinco minutos arrumando minha cama?” Ela lembra que quando era pequena havia um ritual às sextas-feiras. “Era o dia do faxinão. Minhas irmãs e eu limpávamos os vidros, banheiros, arrastávamos móveis. Aí, antes da mãe voltar do trabalho, a gente fazia um chimarrão e ia esperar por ela sentada no portão. Era uma sensação muito boa” “Minha mãe me traz para o chão porque às vezes ligo para dizer que consegui um trabalho excelente e ela fala: ‘Que bom, filha, e isso é legal?’ Isso é muito refreshing, Ela nunca vai se deslumbrar, então também não vou.” Por causa da forma como foi criada, nunca parou para pensar se uma mulher podia ser isso ou aquilo porque, vendo a mãe trabalhar, pagar as contas da casa e cuidar delas, sempre soube que poderia ser tudo ao mesmo tempo. “Não digo que tem que esfriar a barriga no tanque, mas saber observar sua casa, seu marido, seus filhos”, diz ela. Enquanto fala, deixa as mãos descansarem sobre a barriga de cinco meses e vai revelando as garras dessa nova mulher que entende o sucesso profissional como fundamental, opta por cuidar da casa e ter filhos, mas também não se importa em dividir tarefas antes consideradas exclusivamente femininas – uma improvável, mas bem resolvida mistura da dona de casa dos anos 50 com a feminista que queimava sutiã nos anos 70. “Acho que a mulher passou por uma fase muito individualista, quase egoísta nessa coisa de se equiparar com os homens, de ser bem-sucedida, e esqueceu um pouco de sua casa, de ser mulher.”
saudade de casa Quando chegou a São Paulo, com apenas 15 anos, Carol foi morar num apartamento com outras 12 aspirantes a modelo. Ela não lembra como conseguiu aguentar ficar longe da mãe, com quem dormia na mesma cama até ser vista andando pelas ruas de Panambi e ser convidada para fazer testes em uma agência paulistana. “Eu chorava muito. Chorava para andar de ônibus porque tinha medo da cidade, de me perder. Chorava na cama antes de dormir de saudade de casa, chorava na área de serviço do apartamento, mas alguma coisa me movia, me fazia acordar no dia seguinte, entrar no ônibus, ir fazer o teste. Ia chorando, mas ia.” Em São Paulo conheceu Anderson Baumgartner, seu agente até hoje, e figura masculina que de certa forma preencheu uma ausência importante; foi ele que entrou com ela na Igreja no ano passado. Para deixar a história ainda mais poética, Anderson, o Dando, como ela o chama, é irmão de Fabio e, portanto, agora cunhado. Quando teve que fazer trabalhos em Nova York, Carol lembra que não falava nem “hello” e não fazia ideia de quem era
Marc Jacobs, para quem foi trabalhar logo de cara. “Carol sempre quis fazer tudo, lavar, passar, fazer a nossa comida. Eu já perguntei a ela diversas vezes se não queria que contratássemos uma empregada, mas ela prefere assim”, conta Fabio, derretido.
a gravidez e o corpo Há um mês começaram os chutes. “Tudo mudou com os chutes”, diz ela no sofá da sala do apartamento paulistano do cunhado, onde está temporariamente instalada até que a reforma do seu, quase colado ao dele, acabe. “É muito forte sentir uma coisa mexer dentro de você. Agora existe uma troca, é uma energia grande demais”. Carol não vai acelerar a volta ao trabalho, não quer ser aquela modelo que as pessoas veem na passarela e dizem: ‘Gente! Teve filho faz três semanas e olha o corpão.’ “Vou me dar esse tempo, hoje eu posso, planejei chegar a esse ponto da minha vida assim, quero testemunhar o crescimento de meu filho de perto”, explica. Sem se dar conta, Carol é quase modelo desse novo feminismo, tão feminino. “Sou uma boa dona de casa, por isso eu levanto sim essa bandeira. Não de a mulher parar de trabalhar, pelo contrário, acho que onde chegamos hoje foi tudo conquistado, mas sim de a mulher encontrar um equilíbrio, uma harmonia para ser mulher.” Carol é dessas que deixariam Peggy Olson orgulhosa. Se um dia a mulher teve que se adaptar ao mercado de trabalho, hoje é o mercado de trabalho que terá de se adaptar a ela. Simplesmente porque não há mais indústria no mundo que se sustente sem o feminino nos meios de produção, dentro dos quais, aliás, já se diz “por favor” e “obrigada”. (Colaborou Simone Blanes) Agradecimento especial: MakeB Coordenação de moda: Bianca Zaramella Coordenação de produção: Simone Blanes Produção de moda: Well Santos Set designer: Cocoh Almeida Produção de objetos: Valéria Andrighe i Cenotécnico: Aécio Amaral Assistente de beleza: Bruno Cardoso Assistentes de fotografia: Pedro Bonacina e Renata Terepins Tratamento de Imagem: RG Imagem Manicure: Priscila Lopes / MG Hair Camareira: Neide Silva Nunes Catering: La Grâce Experience Agradecimento: Way Models
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Vestido Diane von Furstenberg e sapato Alexandre Birman
ESPECIAL
A HorA dA eStelA A primeira-dama de São Paulo, Ana Estela Haddad, conta sua história, suas ideias, seus dilemas e como vai colaborar com o marido, o prefeito Fernando Haddad. Bonita, elegante e competente, leitora de Clarice Lispector e de Khalil Gibran, é dona de uma formação acadêmica só comparável à de Ruth Cardoso entre as primeiras-damas do País POR Gisele VitÓria, MariNa rossi e siMoNe blaNes / FOTOS FerNaNdo louZa STYLING sator endo / BELEZA renner souza / abÁ MGt
É sábado à tarde em São Paulo e o prefeito Fernando Haddad nos recebe em seu apartamento no bairro do Paraíso. À vontade no sofá, veste jeans, camisa polo, tênis branco da Richard’s e acalma o labrador Stick, o “grude” da família desde Brasília, antes de o filho Frederico, 20 anos, levá-lo para passear. Nossa entrevista não é com ele. Esperamos sua mulher, a dentista e professora Ana Estela Haddad. “Acho que vocês vão trocar de entrevistado”, brinca a primeira-dama, de passagem para o quarto. Podia até ser tentador, mas rapidamente o elegemos o melhor coadjuvante daquele fim de tarde ensolarado. Enquanto nossa protagonista se apronta para as fotos, ele distrai as visitas. Atende ao pedido de tocar violão e escolhe Villa-Lobos para dedilhar. O instrumento fica na sala, ao lado do piano da filha Ana Carolina, 13 anos, e de muitas partituras. Enquanto a aguardamos, o prefeito fala amorosamente da mulher, e, como quem faz suspense, anuncia: “Vou te contar quem é a Estela.” Para começar, finge reclamar. “Ela sempre trabalhou muito, mas vem piorando.” Haddad sorri por poucos segundos e então começa a narrar orgulhosamente o que supõe ser uma história exemplar para defini-la. Recentemente, começa nosso anfitrião, ele a convidou para acompanhá-lo num compromisso oficial. Estela declinou. Seu dia estaria ocupado com afazeres acadêmicos: uma banca de doutorado a aguardava.
“Vai escutando...”, ele prossegue e reproduz o diálogo: – Ah, Estela, se você tem uma banca vai dar tempo... – Não dá, Fê. Não é uma banca. Eu tenho duas bancas. – Como assim? Uma banca de doutorado dura cinco horas! Ninguém marca duas no mesmo dia... – Eu marquei porque não deu para encaixar em outro dia... O papo conjugal se encerrou e o dia seguiu sem que o prefeito voltasse ao assunto. Então, quando chegou a data das duas bancas, viu a mulher se arrumar cedo. Ela avisou que iria para o aeroporto. O marido levou um susto. Estela não havia mencionado um detalhe: uma banca de doutorado seria em Brasília, de manhã, e a outra, à tarde, em São Paulo. “Naquela hora, francamente, eu pensei em renunciar”, confessa o prefeito. Estela, que acaba de chegar à sala para a entrevista, escuta o desabafo e dá risada. A cena não deixa dúvida. Ali dentro, Estela cintila. Ela reina na família, seja na versão workaholic, seja na versão linda mulher, esposa parceiríssima, mãe presente e, nos últimos cento e poucos dias, primeiradama da maior capital do País. Fora de casa, também reluz. Sua alta patente universitária – ela é professora livre-docente da Faculdade de Odontologia da USP – só seria comparável, entre as primeiras-damas que o Brasil já teve, à de Ruth Cardoso. Istoé Gente | 73
“estela É a Melhor coMpaNheira Que alGuÉM pode ter. eStÁ em todAS comiGo” Fernando Haddad
Por certo, como dona Ruth, Estela também acha o termo primeira-dama antiquado. “O papel da mulher em países como o nosso nos põe em igualdade de condições com os homens. Mas nem sempre a imagem retratada da primeira-dama leva isso em conta”, ela quase discursa. Mais do que isso: na carreira acadêmica, essa primeira-dama está um nível acima daquele alcançado pelo marido, que também é professor da USP. Ele é apenas professor-doutor, o que corresponde ao estágio inicial dos que se dedicam ao magistério na Universidade de São Paulo. Ela trabalha, e muito. Na verdade, o episódio das duas bancas não é novidade na história de vida do casal. Estela defendeu sua tese de doutorado enquanto amamentava Ana Carolina. Enchia de livros e teses a mala de férias com a família e estudava nas madrugadas. Preparou-se em três meses para sua livre-docência na faculdade de Odontologia, enquanto coordenava programas no ministério da Saúde. “Essa é a realidade de todas nós, não é?”, indaga a livre-docente. “A gente segura tudo em casa e não quer abrir mão de ter a nossa realização. Trabalhamos dobrado.” Belíssima aos 46 anos, elegante e clássica, construiu o corpo de 1,60m de altura e 52 quilos graças ao balé, que praticou dos 4 aos 18 anos. “Não tenho muito tempo, mas adoro dançar até hoje.”
mulher que não abre mão Ser uma mulher que não teme ir à luta é o que Estela busca passar para a filha. “Às vezes minha mãe me cobra por ficar pouco com a Carol, de levar essa vida. A gente fica sempre nessa culpa, fazendo cálculo. É, seria bom se a gente pudesse conviver mais”, diz Estela. “Mas tenho que ser esse modelo para ela: mulher que se realiza, que não abre mão, que não deixa por menos nem tem medo de querer o melhor para si.” Com Frederico, que cursa direito e gosta de política, a responsabilidade é outra. Ela vê uma importância gigante em como as mães criam filhos homens. “Há coisas tão sutis e arraigadas. Tem que ter uma evolução de uma geração para outra. Não pode ser do mesmo jeito.” Estela e Fernando completarão 25 anos de casados em 17 de setembro. Vai ter festa?, perguntamos. “Entre nós, vai”, ele responde rápido, de pé. Sentada, ela encara o marido por instantes, balança a cabeça e não segura o riso. “Acho que a gente vai viajar”, o prefeito emenda. E, em seguida, faz uma revelação: “Tenho dois destinos em mente. Farei uma surpresa.” Perguntamos se ela gosta de surpresas, e o marido responde na lata: “Ela só gosta se for surpresa.” Na semana das bodas de prata, Haddad pretende se dar este presente: “vazar” com Estela em uma semaninha “básica” de férias. Depois de posar para uma foto, ele se senta novamente e, mais solene, faz sua declaração: “Ela é a melhor companheira que alguém pode ter. Te juro. Está em todas comigo. Não arreda, não foge do desafio.” Estela retribui:
“Ele é amoroso, brinca muito, é companheiro. Sei que posso contar com ele.” Admiradora de Clarice Lispector e Machado de Assis, Estela também nasceu com o sobrenome Haddad. O casal se conheceu no clube Sírio Libanês, em São Paulo. Ambos de família árabe, ela tinha 14 e ele 17. Foi numa temporada de férias de verão, porque as famílias não viajaram. “Nos víamos tanto que ficamos amigos”, ele se recorda. “Na verdade eu dei em cima dela, mas ela estava namorando, então não rolou.” Estela se lembra que Fernando tentou beijá-la no campo de futebol do clube. “Eu já namorava havia dois anos e tínhamos acabado de nos conhecer.” E disse não ao beijo. O namoro aconteceu cinco anos depois. Filha mais velha, com dois irmãos, de um funcionário do Banco do Brasil com uma professora, Estela tinha 19 e Fernando já militava no movimento estudantil na Faculdade de Direito da USP quando se reencontraram. O pedido de casamento veio um ano mais tarde, com um anel de brilhante. Passaram-se 25 anos, mas eles respondem sem hesitar: têm, ainda hoje, ciúmes um do outro. “O meu se manifesta a menos de dez metros de distância. Mantendo uma distância maior, ele não se manifesta”, diz Haddad, provocando risos. “Eu tenho um pouquinho, mas sempre foi dentro da normalidade. Quando a pessoa está exposta, sempre é mais delicado”, resume a primeira-dama.
sonhos A marca da relação dos dois, define ela, poderia ser uma certa arte de dividir sonhos. “Sonhar juntos e tentar conciliar os sonhos é um desafio”, diz. Estela citou o escritor libanês Khalil Gibran, autor de O Profeta, outro dos seus preferidos, para dedicar sua última tese ao marido e aos filhos. “O trecho significativo para mim é o que ele diz: a gente constrói nossa morada nos sonhos, antes de construir nossa morada na terra”, diz ela. Mas, numa relação duradoura, ela sabe bem, aprende-se a flexibilizar os projetos pessoais. “Se a gente for muito individualista, a relação fica difícil de perdurar.” Recém-casados, Estela topou partir para uma temporada de um ano no Canadá, onde Fernando, então analista de investimentos do Unibanco, faria a dissertação de sua tese de mestrado. Um ano depois, ele foi convidado para esticar mais 12 meses com o doutora-
do. Moravam em um estúdio pequeno e também estudaram literatura inglesa e francesa. “Eu fui recém-formada e não fiz planos. Mas, se ficasse mais do que um ano, não teria muita saída a não ser abrir mão da profissão. Disse a ele que ia voltar. Aí ele voltou também.”
dilemas e renúncias Escolhas e mudanças de rota foram acontecendo, mas os dilemas de Estela não desapareceram. “Na minha geração, a posição da mulher ainda é um pouco mais difícil. A gente vive uma realidade com a qual as novas gerações lidam melhor e têm isso mais diluído. Hoje sinto que as escolhas são mais individuais.” Estela se refere às renúncias e adaptações à vida do marido. Haddad reconhece que não tem sido fácil para ela. “Ter me acompanhado acabou de certa maneira a prejudicando, porque ela poderia ter ido muito mais longe do que foi”, diz o prefeito e ex-ministro da Educação. “Não resta dúvida que foi uma renúncia ela ter me acompanhado em Brasília. Mas Estela tem se superado. Soube transformar isso em oportunidades importantes para a vida dela.” Conhecer a máquina federal e aprender a produzir políticas públicas, de fato, ampliou seus horizontes. “A vida acabou me levando para um outro lado muito bacana, porque me permitiu exercer outras habilidades que talvez estivessem frustradas e adormecidas”, diz “Eu não tinha me preparado para ser gestora. Tive consultório por muitos anos. Hoje é alugado. Trato os filhos, alguém da família, algum amigo. Minha vida até então era clinicar e dar aula.” É notável o orgulho de ter sido uma das formuladoras do Prouni (programa de bolsas de estudo em universidades) tempos antes de Haddad ir trabalhar no Ministério da Educação. A decisão de arregaçar as mangas e desenvolver um programa partiu de uma carta que chegou às suas mãos. “Existia uma central com respostas-padrão, mas algumas vinham para mim, para análise. Eu tinha uma coleção e isso me deu um panorama”, conta ela, que trabalhava no gabinete do então ministro Tarso Genro. As principais reinvindicações vinham de pessoas que não conseguiam cursar universidade, sem se endividar depois. Estela se emocionou com a carta de uma mãe que perdera o filho seis meses depois de ele se formar em engenharia e continuava pagando, como fiadora, a dívida acumulada durante o curso. “Todo Istoé Gente | 75
mês ela ia quitar o financiamento do sonho que não se realizou. Quando li aquilo, pensei: ‘Não é possível.’” “Na época, não imaginava qual poderia ser a solução. Não tinha base para isso. Então fui estudar um pouco”, conta ela. Ligando pontas, maturando ideias e experiências e conversando com o marido, que trabalhava no Ministério do Planejamento, desenvolveu um sistema de bolsas de estudo no MEC, o Prouni. “O Prouni nada mais é do que regulamentar a filantropia das universidades privadas. Computamos essa filantropia, transformando vagas privadas em públicas”, explica Estela. Duro foi deixar para trás o projeto e as funções no Ministério da Educação quando Haddad virou ministro. “Foi dificil”, admite. “Mas tinha que ir em frente. Quem não me conhecia, achava que estava lá por causa dele.” Para evitar uma situação que poderia ser acusada de conflito ético, ela tomou a decisão de se transferir para o Ministério da Saúde. Lá, esteve à frente do departamento que cuidava da formação de profissionais de saúde. Enquanto gesticula, sentada no sofá, e detalha minúcias de seu trabalho, Estela demonstra como sua expertise com a máquina pública e o elo com a universidade podem contribuir para a gestão de Haddad na prefeitura. Ela voltou às suas atividades acadêmicas na USP e acumula as funções voluntárias na prefeitura. Compartilha uma das salas do gabinete do prefeito, onde cumpre expediente no fim da tarde. Está iniciando um projeto de apoio às secretarias ligadas à primeira infância. Sua especialização é odontopediatria e, como livre-docente, aprofundou-se em gestão pública e na experiência de sete anos à frente da formação de profissionais de saúde. “Essa ponte entre universidade e gestão é bemvinda. O dia a dia da gestão é muito absorvente. É uma luta parar e ter espaço para formulação”, sustenta. O marido escuta ao seu lado, mas em certo momento prefere deixá-la à vontade. “Estou atrapalhando”, diz ele, e se levanta, arruma as cadeiras em torno da mesa de jantar redonda e vai conversar com o filho em um dos quartos. Estela prossegue com as ideias. Há pouco tempo esteve na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, conhecendo um trabalho da universidade com a primeira infância. “Tem uma frase que eu gosto muito: ‘A infância é o tempo das silenciosas preparações.’ Então é preciso fazer um resgate. A sociedade não olha para a criança como algo sagrado. O amor pela cidade precisa passar por isso, para a gente não maltratar a infância.” Já pensou em entrar para a política? Estela diz não, mas seu olhar não parece tão convicto. “Gosto da universidade. Na política tem bastante gente aqui”, ela ri, ao lado do marido. Ele nada diz.“Gosto da parte técnica dos programas, de pensar onde as coisas que você faz conseguem ter um alcance”, diz ela. “A política em si, pelo menos até aqui, não é uma coisa que me ocorre.” Estela deixa escapar um futuro em aberto, um olhar pensativo, algo próprio de quem gosta de surpresas.
“A vidA AcAbou me levAndo pArA um outro lAdo. Me perMitiu exercer habilidades adorMecidas” Ana estela Haddad Coordenação de Produção: Simone Blanes Assistentes de fotografia: Tamiris Campane Tratamento de Imagem: Carlos Mesquita Ana Estela usa blusa Isabella Giobbi e calça Daslu Istoé Gente | 77
DIVÃ /
Por JORGE FORBES
{Jorge Forbes é psicanalista. Preside o Instituto da Psicanálise Lacaniana – IPLA. www.jorgeforbes.com.br}
Foto Ge y Images
UM NOVO FEMINISMO?
Não necessariamente precisamos falar de um novo feminismo por constatarmos que aquela moça que se matou de estudar, fez uma boa faculdade, conseguiu um mestrado em administração de negócios em uma grande universidade americana um MBA – voltou para o Brasil empregada em uma financeira ganhando os tubos, que essa moça largou tudo para se dedicar aos filhos, ser fotógrafa ou vender joias. Arrependimento, recuo, covardia, ou simplesmente vontade de cuidar do filho, tirar fotografia ou de vender joias? O mais provável é que isso seja só uma expressão da vontade de alguém que já se cansou de ser cobrada a provar que é tão boa quanto um homem. De alguém que finalmente entendeu que estar no nível do homem tem pouco a ver com ser parecida com ele. Nada mais caricato que as executivas de terninho preto, mala 007, andar rígido, cara sisuda de grandes preocupações, que infestam os aviões das Istoé Gente | 78
pontes aéreas. Que desserviço fazem ao feminismo aquelas que se fazem homens para provar que “tão podendo”. Estão podendo o quê? Ser iguais aos homens? Mas que besteira! Que atitude mais machista – sem perceber – fazer tudo para serem iguais aos homens, o que leva suas bússolas a os enaltecerem, por suposto. A mulher da pós-modernidade não precisa falar grosso e ser pouco atraente para ser “chefa”. A pós-modernidade serve de bandeja ao feminino. É a era das diferenças, das singularidades, da diversidade, da criatividade, da falta de hierarquias, da razão afetiva, todas essas qualidades harmônicas ao feminino; qualidades de fácil convivência para as mulheres, difíceis para os homens. A tendência não é mais das carreiras lineares: começou como office-boy, chegou a diretor. Não. Nossa época é de caminhos únicos e sinuosos. A mesma moça que largou a financeira para ter
“MBA RIMA SIM COM CUIDAR DOS FILHOS, QUE RIMA COM SER FOTÓGRAFA E COM SER LÍDER EMPRESARIAL. QUE NÃO SE PEÇA A ESTA MULHER COERÊNCIA PROGRESSIVA E ESCALONADA DE SUAS OPÇÕES” filhos e cuidar deles e vender joias, amanhã, pode inaugurar uma startup de muito sucesso, parida no flanar de suas fotografias itinerantes. E mais adiante, tendo acumulado algum dinheiro, lá vai ela para uma viagem de seis meses a algum destino incomum, ou para achar o inusitado em destinos comuns. Nosso momento aponta mais para experiências de vida do que para acumulação de objetos, cargos ou títulos. E as mulheres de vanguarda, não necessariamente sabendo disso, agem assim. É o velho olhar louco para brecar a velocidade da mudança que passamos, saudosos de uma suposta vida boa dos velhos modelos – muito discutível, aliás, pois é preciso ter falha de memória –, é o velho e reacionário olhar que pensa que as mulheres estão recuando de suas conquistas. Nem se quisessem poderiam recuar, pois o mundo mudou e as mudanças são inexoráveis. Vieram para ficar e temos que legitimar novas formas de viver esse tempo. MBA rima sim com cuidar de filhos, que rima com ser fotógrafa e com ser líder empresarial. Que não se peça a essa mulher coerência progressiva e escalonada de suas opções, como se houvesse em algum lugar uma tabela de primeiro a, depois b, em terceiro c, imaginando que a vida seja um alfabeto progressivo. Pois bem, estamos mais perto das sopas de letrinhas, que possibilitam a variação das palavras na composição do presente, dependendo do movimento da colher que mexe o caldo. Ah, então é essa a nova cozinha das mulheres atuais? Ironizaria o macho alquebrado por essa revolução feminina. Sim, diríamos, uma cozinha que homem nenhum escapará de também ter que pôr a sua colher. E já estão atrasados.
CRÔNICA /
Por FABRICIO CARPINEJAR
{Fabricio Carpinejar ĂŠ gaĂşcho, poeta e escritor}
PELO DIREITO À GENTILEZA
as mulheres podem ser modernas, autossuficientes e ambĂguas nos desejos de servir e ser servida. mas, na visĂŁo do poeta, os homens tambĂŠm precisam de uma chance para exercer a gentileza sem exigir nada em troca.
Foto Ge y Images
“MIMAR NĂƒO É ESTRAGAR, A GROSSERIA É QUE DESTRĂ“Iâ€?
Deixe que eu seja gentil. Deixe que puxe a cadeira, espere um pouco, minhas mĂŁos estĂŁo chegando ao espaldar, deixe que abra a porta, me dĂŞ tempo, minhas mĂŁos estĂŁo pousando na maçaneta. Deixe que eu seja gentil, que eu me antecipe a seus incĂ´modos, que procure facilitar suas palavras, que ajude a expressar sua vontade, que concorde com seu silĂŞncio. Deixe que eu seja gentil, meu amor. Minha gentileza nĂŁo ĂŠ ditadura. Minha gentileza nĂŁo ĂŠ imposição. NĂŁo desejo mandar em vocĂŞ, e sim mostro que nĂŁo hĂĄ meu medo de ser dominado. Deixe que eu dĂŞ colo, faça cafunĂŠ, massagem nos pĂŠs, me mantenha acordado atĂŠ que durma. Deixe que eu seja gentil, que tenha a capacidade de adivinhar quando se emocionou ou nĂŁo, que responda a ataques e indelicadezas. Sei que pode se defender sozinha. NĂŁo estou lhe chamando de frĂĄgil. Deixe que eu seja gentil, que aceite meu casaco nos ombros no fim da noite, que aceite meu elogio no inĂcio do dia. IstoĂŠ Gente | 80
Deixe que seja gentil, que eu cozinhe seu prato predileto, que arrume a cama, lave a louça e que você não tema a mesura, não pense em conspiração. Gentileza não Ê favor. Gentileza não guarda recibo. Não peço nada em troca, não protesto recompensa. A gentileza Ê de graça. A gentileza não tem caminho de volta. Deixe que eu seja gentil, que pague a conta do restaurante, adquira um vestido. Não estou lhe corrompendo, não estou lhe comprando. Gentileza não Ê suborno, gentileza não Ê chantagem. Não me culpe por ser gentil. Não me entenda errado. Não pretendo controlå-la, logo eu que mal me domino. Deixe que seja gentil, mimar não Ê estragar, a grosseria Ê que destrói. Deixe que eu seja gentil. Que eu possa tirar seus sapatos, e guardå-los nas gavetas. Não Ê machismo, amor, não Ê machismo cuidar de você. Sei que se vira sozinha desde a adolescência, que não precisa de ninguÊm, nem de meus olhos assustados por um sim.
Mas deixe que eu seja gentil. Que eu possa acompanhĂĄ-la atĂŠ o toalete durante a festa, que possa aguardĂĄ-la na saĂda. Gentileza ĂŠ se preocupar antes de qualquer problema. Deixe que eu seja gentil, deixe que seja sua sombra mais frondosa. Respeitar ĂŠ jamais esquecer que vocĂŞ estĂĄ ao meu lado. Sou gentil por saudade antecipada. Deixe que eu pegue mais coberta, que feche a janela, que atenda o interfone e telefone. Deixe ser sua audição mais apurada: a luz se acende inclusive para os ouvidos. NĂŁo elimine o que recebi de meus pais. A paciĂŞncia das pequenas urgĂŞncias. Deixe que eu seja gentil, nĂŁo ofereço porque pedia, nĂŁo irei cobrar. Gentileza ĂŠ escolha. Gentileza ĂŠ destino. Deixe que eu seja gentil, vou perguntar muitas vezes ao dia como estĂĄ, nĂŁo canse de me responder. Deixe que eu seja gentil, que eu segure seu guardachuva, que eu busque um copo de ĂĄgua de madrugada, que eu dobre suas roupas e lembre qual o momento de acordar. NĂŁo apague minha educação. NĂŁo estou dizendo que vocĂŞ ĂŠ inĂştil, sĂł quero ser gentil. NĂŁo estou dizendo que depende de mim, amor, que nĂŁo valorizo sua liberdade. Deixe eu ser tambĂŠm vocĂŞ.
CARREIRA
Feliz na velocidade máxima A busca pela felicidade é o segredo da executiva Ana Ferrell, diretora de comunicação e branding de O Boticário, para encontrar o equilíbrio entre sua vida profissional e pessoal POR LUCIANE ANGELO E SIMONE BLANES / FOTOS FERNANDO LOUZA / BELEZA PAULO GUERRA
Parece missão impossível, mas a executiva Ana Ferrell, diretora de comunicação e branding de O Boticário, sabe fazer com maestria o milagre da multiplicação do seu dia. Linda aos 39 anos, magra e elegante, mãe de dois filhos, Victor, 9 anos, e Ana Luiza, 5, e casada há 17 anos, ela mora em Curitiba, trabalha na sede da empresa em São José dos Pinhais, Grande Curitiba, e tem sempre uma viagem na sua agenda semanal, geralmente para São Paulo. “Moramos em Curitiba pela qualidade de vida”, explica Ana, nascida em Macapá (AP). Hoje ela tem certeza de que adora essa vida em velocidade máxima. É feliz assim. Não se realizaria sem esse ritmo intenso de trabalho e também sem conciliar suas horas com a família. Nem sempre Ana foi resolvida como acima a descrevemos . Como quase toda mãe que se entrega ao mercado de trabalho, ela se angustiava por não estar tão perto dos filhos no dia a dia. “Me sentia muito culpada pela minha ausência”, conta. Ao mesmo tempo tinha a necessidade de interação e evolução intelectual no trabalho, sentia a ambição positiva de querer crescer profissionalmente e se notabilizar por sua dedicação. Há quatro anos, durante uma experiência de coaching, conseguiu desfazer alguns nós para seguir em frente sem deixar que aquilo virasse um drama inconciliável. “Esse é o grande momento em que temos que deixar de nos chicotear por não podermos ser
100% em tudo”, Ana acredita. Durante o curso de coaching, exercitou uma espécie de jogo: colocar na mesa o que a fazia feliz. “Assim como meus filhos, meu marido e meus amigos, ter estímulo intelectual era fundamental para mim. E foi aí que eu pensei: ‘Bom, tenho tudo isso. Por que eu tenho que me sentir infeliz ou culpada?’”, ela indaga. “Só tenho que abraçar tudo isso e viver na plenitude possível de cada uma dessas coisas que me estimulam.” Depois desse clique, Ana percebeu que muitas mulheres viviam a mesma história. Mas enxerga mudanças de tom nas tintas desse quadro. “Hoje vejo uma mulher elegante, bonita, vivendo trajetórias individuais. A mulher aceita que as satisfações pessoais podem vir através de sua vida profissional, que ela tem direito de ter momentos para ela”, sustenta. “Estamos mais conscientes e vivenciando melhor as escolhas. Hoje a mulher preza pelo seu feminino, se valoriza e se gosta mais.” A multiplicidade é fundamental para esta mulher: “Ela vai para a reunião dos professores, reunião de trabalho, janta com o marido, está com os amigos, com os filhos. Hoje esse papel é mais múltiplo, a mulher transita melhor entre os universos.” A mágica para tudo correr bem é saber administrar e planejar as horas do dia. Ana dorme, em média, seis horas por dia, acorda às 6h e vai à academia. Às 7h30 toma café da manhã com os filhos e todos saem de casa para trabalhar, estudar e só retornam à
“As mulheres queimArAm o sutiã, agora estão chutando a culpa” ana Ferrell
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“trAbAlhAmos porque somos felizes Assim. e a gente nunca deve desistir da Felicidade� ana Ferrell
noite na hora do jantar. Ela faz questão de dar qualidade ao tempo que fica com os filhos. “Lógico que fico cansada, trabalho de 12 a 14 horas por dia, mas temos que colocar prioridades. Se eu não fico muitas horas ao lado das crianças, quando estamos juntos quero fazer daquele momento o melhor do meu dia. Viajamos, vamos a peças de teatro, ao cinema.” Até as viagens a trabalho para São Paulo tornam-se motivo de diversão em família. No mês passado, ela trouxe as crianças para assistirem ao musical Rei Leão e no dia seguinte já estavam de volta a Curitiba. Às vezes, a executiva se ressente de não chegar a tempo para jantar com eles todas as noites, “mas recompenso no café da manhã”. Além de muito foco, planejamento e dedicação, Ana tem o apoio fundamental do marido, Daniel Ferrell, desde 1997, quando os dois, já casados, foram morar em Oregon, Estados Unidos. Ana havia sido convidada para trabalhar na Nike, começando assim sua carreira executiva no Exterior. Sua experiência profissional nos Estados Unidos durou dez anos, com passagem também pela Kra . E lá nos Estados Unidos aproveitou para aprimorar seus estudos e fazer mestrado aos 26 anos. Seu marido, que hoje é superintendente de planejamento da empresa JMalucelli, em Curitiba, esteve sempre com ela. E lá Ana não sentiu pressão ou diferença de cargos entre mulheres e homens. Naquela época, nos Estados Unidos já era mais comum do que no Brasil encontrar os dois gêneros dividindo postos de comando. “Desde sempre eu e meu marido construímos juntos e pudemos viver numa sociedade na qual a relação de trabalho mulher e homem já estava equiparada. Era normal dividir as tarefas domésticas, respeitar os desejos e ansiedades profissionais de cada um.” Ana, que se casou com 22 anos, esperou chegar aos 30 para estrear na maternidade. “Foi tudo bem pensado. Achei que 30 anos era uma idade boa para engravidar porque eu queria ter energia para curtir meus filhos com vibração.” O retorno ao Brasil também foi uma decisão conjunta e dessa vez familiar. “A nossa volta foi tranquila. Nossas carreiras estavam estabelecidas. Tínhamos nossos dois filhos e queríamos que eles crescessem em contato com os avós, aprendessem o português como língua mãe.” Hoje, Ana enxerga um cenário promissor e harmônico para as mulheres. “Trabalhamos porque somos felizes assim. E a gente nunca deve desistir da felicidade.” O movimento feminino continua, mas de uma forma diferente. “Estamos vivendo um feminismo mais forte, mulheres que sabem o que querem e que podem mudar suas escolhas. As mulheres queimavam o sutiã, agora estão chutando a culpa.” Coordenação de produção: Simone Blanes Assistentes de fotografia: Tamiris Campane Tratamento de Imagem: Carlos Mesquita
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Gente BONITA Lançamentos
Monica Bellucci
Idade: 48 anos Onde nasceu: Ci à di Castello, Úmbria, Itália
Foto Divulgação
Você a conhece porque... No final dos anos 1980, fazia parte do time internacional da Elite Models e trabalhava para grandes estilistas, como Dolce & Gabbana. Migrou para o cinema no início dos anos 1990. Há pouco mais de três meses, se mudou com o marido, o ator Vincent Cassel, e as duas filhas para o Rio de Janeiro, mas ainda passa boa parte do tempo na Europa. Monica tambem está nas telas com mais um filme francês, Aconteceu em Saint-Tropez (Des Gens que s’Embrassent), de Danièle Thompson, considerado um dos melhores do Festival Varilux de Cinema Francês 2013. Ela é Gente Bonita porque: foi considerada a mulher mais sexy do mundo em 2004 (já com 40 anos de idade) pelos leitores da revista masculina Maxim’s. Hoje, aos 48 anos, consegue manter a forma e diz que envelhecer é um processo interessante, desde que você saiba aproveitar. Elegante e culta, afirma que a beleza pode abrir muitas portas, mas também gera preconceito. Na escola as boas notas causavam surpresa. “Como se, por ser bonita, tivesse de ser burra.” (Carla Gullo)
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Detox
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Tem que ter
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Tratamentos
Especial Cabelos
Foto Patrick Kovarik / AFP
Gente BONITA
ATA-ME!
Tranças de todos os tipos, coques construídos (ou nem tanto) são os looks do inverno, como foi mostrado nas passarelas nacionais e internacionais. É a união do moderno com o romântico – como a mulher dos anos 2000 Por Carla Gullo
espinha de peixe
Foto Andre Conti / Agência Fotosite
A trança tradicional é chique e sofisticada (à dir.). Acessórios (abaixo) são bem-vindos. Para fazer esse visual, o cabeleireiro Júnior Alves, de São Paulo, ensina a “sujar” a mão com uma pomada antes de fazer a trança e depois é só colocar um spray para finalizar.
victor e rolf
alexandre herchcovith
Foto Martin Bureau / AFP
valentino
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releituras
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Foto AFP
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vivianne westwood
Foto Pascal Le Segretain / Ge y Images
ronaldo fraga
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Foto Yasuyoshi Chiba / AFP
A trança pode virar um coque diferente. E o visual “contos de fadas” (abaixo) é a mais nova mania. “A trança veio para ficar. E valem todas as interpretações: desmanchadas, fofas, coque…”, diz o cabeleireiro Murilo de Sousa, do MG Hair, de São Paulo.
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Foto AFP
lacoste 1
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Foto Andre Conti / Agência Fotosite
andrea marques
Foto Martin Bureau / AFP
dior
Assim como a trança, os coques vão completar as produções do inverno. Valem também rabos baixos (acima, à esq.), presos mais comportados e também o visual “podrinho” (abaixo). “Para fazer esse look, quanto mais despenteado, melhor. É aquela cara de quem acordou, amarrou o cabelo e saiu”, diz o cabeleireiro Júnior Alves. Quem tem cabelos lisos, pode fazer um baby liss antes de amarrar o coque e finalizar com spray.
miu miu Foto Gamma-Rapho / Ge»y Images
Foto AFP
presos chiques
tory burch
Gente BONITA
Especial Cabelos
Aprenda com os experts os truques que ajudam a fixar mais a tintura dos cabelos. E aproveite para deixar os fios com as tonalidades da estação
Foto Divulgação / TV Globo
FEITA PRA DURAR Fernanda Vasconcellos: o loiro amendoado é a cor do inverno
Por Carla Gullo O inverno pede tons mais quentes nos cabelos. Este ano, as cores da moda são caramelo, mel, loiro amendoado e acobreados. O corte, um chanel mais comprido e desconstruído. Fazer o look não é difícil. O problema é manter a cor por mais tempo, já que os cabelos tendem a desbotar rápido também no inverno. Embora no frio os mergulhos no mar e na piscina sejam mais raros, os banhos no chuveiro são mais longos e com água mais quente, que tiram a tintura mais rapidamente. “A água e o detergente do xampu tiram a química. E a água quente abre a cutícula dos fios e também retira a oleosidade, o que prejudica a fixação da cor”, diz o cabeleireiro Guilherme Cassolari, de São Paulo.
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truques no banho
cuidados extras
Como ficar longe do chuveiro é impossível, o jeito é lançar mão de alguns truques para ajudar a manter a cor por mais tempo. “Dilua o xampu com o dobro de água antes de usálo. Misture e aplique sobre o couro cabeludo, massageando para não escorrer. Esfregue apenas o couro com as pontas dos dedos em movimentos circulares”, ensina a cabeleireira Cris Díos, do Laces and Hair, de São Paulo. “O cabelo deve ser lavado novamente com o xampu, caso a primeira vez não faça espuma”, completa. O condicionador também pode ser diluído, mas com uma quantidade menor de água. O ideal também é lavar os cabelos no máximo três vezes por semana. “Ondulados e crespos são mais porosos e a cor demora mais para fixar. Por isso, a lavagem desses cabelos deve ser ainda mais espaçada”, diz Guilherme.
Não só quem tinge os cabelos, mas também quem faz uso de outra química, como progressiva, não deve usar xampu antirresíduos, porque ele retira os produtos dos fios. Secador e chapinha são permitidos, desde que com um bom protetor térmico. Cris Díos aconselha a usar leave-in com protetor solar para evitar que a cor desbote. “Hidratar os fios duas vezes por semana também é importante para deixar os cabelos mais saudáveis”, afirma. Felizmente, existem hoje no mercado xampus, condicionadores e máscaras que mantêm a cor por mais tempo. “Esses produtos contêm substâncias que ajudam a fixar a coloração”, diz Cassolari. “Vale a pena usar aquele que mais se adequar ao seu tipo de cabelo”. Com esses cuidados, a cor não só vai durar mais tempo como também vai ficar mais intensa e com brilho extra.
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Especial Cabelos
Gente BONITA
MITOS E VERDADES
Dormir com cabelo molhado faz mal? Babosa fortalece? Arrancar um fio branco faz crescer outros sete? Se você ainda tem questões como essas, chegou a hora de esclarecê-las. Confira aqui os 15 mitos sobre os cuidados com os fios e acabe com suas dúvidas! Por Carla Gullo
1. Tomar vitaminas fortalece os fios e ajuda a crescer
2. Dormir com o cabelo molhado faz mal Verdade. " Os fios ficam mais úmidos e predispostos a formação de seborreia (caspa) e contaminação de fungos oportunistas que provocam coceira, descamação e até queda" , afirma a farmacêutica Cláudia Marçal.
3. Prender os cabelos quebra o fio Depende. O problema não é prender, mas como prender. Se você puxa com muita força para trás ou faz penteado com nós, pode enfraquecer os fios. O ideal é não prender com muita força e usar presilhas, elásticos de silicone ou revestidos de tecido, para evitar os traumas e a queda.
4. Usar sempre o mesmo xampu “vicia”o cabelo. Verdade. Isso é um modo popular de se dizer que os cabelos não ficam tão bonitos ao usar sempre o mesmo produto. “Se você não varia, deixa de oferecer ativos necessários para a saúde dos fios, presentes em fórmulas distintas”, diz a farmacêutica Cláudia Marçal. O ideal é alternar dois ou três tipos de boa qualidade.
5. Estresse dá caspa Verdade. Períodos de estresse de ordem física ou emocional liberam adrenalina, que aumenta a produção de gordura pelas glândulas sebáceas. Essa gordura excedente provoca uma irritação no local, levando a coceira, descamação, ardência e queda capilar.
6. Duas químicas no mesmo dia prejudicam Depende. “Atualmente, as formulações estão avançadas, então é possível usar duas químicas ao mesmo tempo”, diz Maurício Pupo. Mas ele alerta que, se forem químicas muito agressivas (como coloração e progressiva), é melhor dar um intervalo de pelo menos uma semana.
7. Babosa fortalece os fios Mito. “Embora a planta contenha aminoácidos essenciais
Foto Shu erstock
Verdade. Os suplementos fortalecem os fios e os tornam mais resistentes. "São indicadas biotina, vitamina C, do complexo B e A”, diz o farmacêutico Maurício Pupo, especialista em cosmetologia.
e vitaminas, não há estudo científico que comprove que ela fortaleça os fios”, diz Maurício Pupo. Mas recupera o brilho e modela os cachos.
8. Arrancar fios brancos faz nascer mais Mito. O que ocorre é que, quando começam a aparecer fios brancos, eles vão aumentando com o passar do tempo. O bulbo apresenta um número limitado de melanócitos capazes de produzir a cor. Quando esse estoque termina, o bulbo irá produzir apenas fios brancos.
9. Escova progressiva prejudica os fios Verdade. Qualquer química feita no fio que mude a estrutura original rompe a cutícula capilar, modifica o Ph ácido natural do fio e provoca desnaturação da queratina.
12. O cabelo cresce mais no verão e cai no outono Verdade. O calor estimula a microcirculação ao redor da raiz, aumentando a irrigação local. No outono, os fios tendem a cair porque o uso de água mais quente associado à menor luminosidade inibe a proliferação das células, reduz a formação de novos fios e leva a uma perda maior por atrofia do bulbo”, diz a farmacêutica Cláudia Marçal.
13. Protetor solar não adianta Mito. Esses produtos funcionam como um leave in. Quando utilizados em xampus ou condicionadores, a eficácia é menor, porque serão enxaguados.
14. Luzes e tintura ressecam os fios
Mito. Quem tem cabelos oleosos, principalmente, deve lavar mais vezes para não haver acúmulo de sujeira nos fios. O que não se recomenda é lavar os cabelos duas vezes ao dia e dormir com eles molhados.
Verdade. Tanto tintura quanto luzes levam substâncias que abrem a cutícula dos fios e rompem o córtex para penetrar na medula. Esse processo se repetido sempre provoca uma mudança na estrutura da haste, diminuindo sua resistência, tornando o fio mais frágil e ressecado.
11. Cortar as pontas fortalece os fios
15. Chapinha quebra o fio
Mito. Cortar não muda a resistência dos cabelos. Nas pontas estão os fios mais antigos e, portanto, mais frágeis. Ao cortá-las, os cabelos ficam mais bonitos.
Verdade. “A chapinha atinge até 200 graus – o dobro do que se precisa para fritar um ovo”, diz Maurício Pupo. Esse calor danifica a proteína dos fios, mesmo com um creme protetor.
10. Lavar todos os dias estraga o cabelo
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Gente BONITA
Especial Cabelos
APLIQUE DE ANIMAL PRINT
O acessório é diferente e divertido
O animal print migrou para os cabelos. Trata-se do Clip-in Animal Print, da Hairdo, um aplique com estampas de tigre, que pode ser colocado nas mechas por um mecanismo simples de clipe. Cada aplique tem 40 cm de comprimento em uma trama de 2,5 centímetros de cabelo. R$ 48. Hairdobrasil.com.br
Cuidar dos cabelos ficou mais fácil. Agora, há produtos que superprotegem e cuidam, como primer e BBCream. Escolha o seu! Por Carla Gullo
Fotos Divulgação
ISSO É NOVO!
Lave a seco! Numa emergência ou num dia corrido em que não deu tempo de lavar os cabelos ou de renovar a escova, uma saída é aplicar um xampu a seco. O produto não limpa os fios, mas dá uma aparência melhor. A Keune acaba de lançar o Blend Volume Instant Refreshing, que, além de remover a oleosidade, dá volume aos cabelos. A outra novidade é a hidratação a seco. O Spray Unik substitui as máscaras hidratantes e promete cabelos mais sedosos e revigorados. keune.com.br, Unik (11) 2773-3332
BB CREAM PARA CABELOS
PRIMER NOS FIOS
Um creme que incluísse hidratante, protetor solar e base era o sonho de qualquer mulher. O BB Cream (beauty balm cream) realizou esse desejo e agora promete fazer o mesmo com os cabelos. Algumas marcas já possuem o seu BB para os fios. A máscara All in One Hair Treatment da Uniq One promete dez benefícios num só produto. A Inoar lançou uma linha completa: xampu, condicionador, máscara, leave-in e óleo. O produto da Mutari faz parte da linha Everyday Caribbean Palm Tree. E a Mediterrani trouxe ao mercado o Salvation Treatment Leave-in. A promessa dos BB Cream são reparação, hidratação, controle do frizz, proteção térmica e solar. Uniq One (11) 3052-1414, inoar.com,
No rosto, o produto prepara a pele para receber a maquiagem. E a novidade agora é o primer para cabelos. Ele protege os fios contra os danos do secador, da chapinha e dos finalizadores. Além disso, uniformiza os fios. Algumas marcas já têm o seu primer na linha, como a Cadiveu (Fluido Precioso e Açaí Oil), Joico (Structure Foundation), Wella (Velvet Amplifier) e Korban (Hair Primer). cadiveu.com, joico.com.
mutari.com.br, mediterraniprofessional.com.br
br, wella.com.br e korban.com.br
Maquiagem
Gente BONITA
PELA COR LILÁS Com esse friozinho de outono, o roxo é uma ótima opção para esquentar o make. Ele pode vir nos olhos, na boca e nos mais variados tons
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Por Mayara Alves Foto Fábio Mangabeira
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LUIZA BRUNET
>> Para ficar linda e viver melhor, as dicas e experiências de um mito da beleza <<
Foto Ge y Images
TEXTO SIMONE BLANES
SOU A PRÓPRIA NOVA AMÉLIA É interessante esse movimento da mulher moderna. E se a nova Amélia é aquela mulher que a cada dia reconquista seu espaço neste mundo caótico em que vivemos, delegando funções e assim conseguindo ter qualidade de vida e a preservação de sua família, sim, eu sou a própria “Nova Amélia”. Mulher moderna, ativa, autêntica, disciplinada, bem-sucedida profissionalmente, mas que vê beleza em passar pela floricultura e trazer flores para casa. Mulher amorosa, que sabe tudo da vida de seus filhos, vai à reunião escolar, cozinha e coloca os filhos para dormir. Além de tudo isso, se preocupa com seu bem-estar físico e não deixa a beleza de lado. Eu sou assim. E o mais importante de tudo isso é que me sinto realizada, e não culpada. Cozinhar, lavar, passar são coisas que me dão prazer. O mesmo prazer em encher a casa de flores e arrumar a mesa para um jantar em família. Em meio a tantas funções, porém, o que não pode é se descuidar. Mulher Maravilha ou Nova Amélia, seja qual for o nome dessa mulher moderna, no trabalho ou em casa, tem que estar sempre linda. E o primeiro grande passo é sentir prazer de cuidar de todos, mas também cuidar de si mesma. Acredite, estar linda sem sair de casa também é possível.
CABELOS HIDRATADOS
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Pele linda Fotos Divulgação
Para hidratar os cabelos em casa, um truque infalível é usar o Kérastase Nutri Thermique. É só usar nas pontas com massagem, puxando os fios para baixo. Uma quantidade pequena, é claro. Outro milagre para o cabelo é o óleo de coco natural, que se encontra em qualquer casa de produtos naturais ou supermercado.
Não é difícil hidratar a pele em casa. Uma boa pedida é colocar chá de camomila gelado no rosto. Ao redor dos olhos, aqueles saquinhos de flores aromatizados vendidos em qualquer casa de produtos naturais.
BOM INVESTIMENTO Um bom conjunto de pincéis de maquiagem. A princípio pode parecer caro, mas é um investimento incrível para quem gosta de maquiagem bem-feita e com efeito natural. Se cuidar bem deles e lavá-los, eles duram anos e anos. Conjunto de pincéis M.A.C: Lash Brush (sobrancelha) R$ 59; Eye Liner Brush (delineador) R$ 89; Tapered Blending Brush (sombra) R$ 149; Buffer Brush (para pós e pigmentos) R$ 243; Powder Brush/Blush Short-Handled (blush) R$ 178; Foundation Brush (base) R$ 169; Small Angle Brush (sombra) R$ 99 - 0800 892 1695)
Foto AFP Foto Shu erstock
Seu corpo agradece! Uma bicicleta ergométrica ou esteira. Com uma boa música ou um bom filme na tevê, é super-recomendável. Estimula e faz passar rápido. Seu corpo agradece!
Detox de arroz integral Já que estamos na linha natural, uma ótima sugestão de detox: comer arroz integral por dois dias, cozido e temperado com cebolinha e gersal. Eu adoro. É um alimento completo e desintoxicante Ainda no corpo, vale uma esfoliação natural de mel e fubá. Funciona muito bem. Também recomendo a linha Esfoliante Amêndoa da L’Occitane, que elimina as células mortas da superfície da pele e hidrata. Creme Esfoliante Amêndoa L’Occitane (R$ 168 – 0800 171 271)
Bicicleta ergométrica Group Cycle TechnoGym (US$ 3.161) e esteira Run Personal TechnoGym (US$ 14.700 – 0800 600 6070)
Leite, pepino, mamão... Receitas caseiras, daquelas que vêm de família ou de conhecidos, podem ser perigosas. Mas tem aquelas que funcionam bem. Como já testei, recomendo aqui por saber que são seguras. Além do chá de camomila gelado, o famoso pepino em rodela gelado também é delicioso e ajuda a desinchar a região dos olhos. O mamãopapaia in natura na pele e leite no cabelo, como a Xuxa sempre usou, também são receitas boas. Para o cabelo, eu já usei bastante a babosa, comprada na feira. É tudo muito bom.
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Aí vão duas boas dicas para encarar um dia de faxina em casa: para manter as unhas fortes, usar luvas é a melhor opção. E para quem gosta de unhas compridas, o ideal é usar uma base fortalecedora como a da Colorama incolor. Sempre que puder, também vale passar creme nas mãos para evitar muita cutícula. E o cabelo tem que estar preso. Para ficar mais confortável, o melhor é usar elástico de silicone ou as presilhas tipo “piranhas” para não quebrar ou danificar os fios.
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GENTE ENTREVISTA
“Mulher Maravilha está fora de Moda” Ana Paula Padrão diz que deixou a bancada da Record para ter mais tempo para si. Ela defende que encontrar um parceiro de vida é tão valioso quanto as conquistas profissionais Por Luciane angeLo / FoToS Fernando Louza Beleza ceLso Ferrer / aBÁ MgT
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“SOU FELIZ PORQUE GUIEI MINHA CARREIRA. MAS TENHO MAIS ORGULHO DE TER BUSCADO A TEMPO O EQUILÍBRIO. SOU UMA MULHER, NÃO UMA MÁQUINA DE TRABALHAR” Há 27 anos Ana Paula Padrão se dedica ao jornalismo e ninguém duvida que todo o seu esforço e suas longas noites à frente das bancadas da Globo, do SBT e da Record lhe trouxeram credibilidade, prestígio e fama. Um dia ela se olhou no espelho e fez uma silenciosa retrospectiva. Havia deixado para trás a vida pessoal. O estalo a tempo, quando tinha 35 anos (hoje tem 47), foi fundamental para mudar o seu presente. Casada há 11 anos, faz dois meses que deixou a Record. Agora é dona de sua agenda e tem tempo livre para ir ao cinema e viajar com o marido, o economista Walter Mundell. Hoje a jornalista é exemplo de profissional bem-sucedida que não quis esquecer de outras prioridades além do sucesso na carreira. O equilíbrio é a palavra-chave para a nova Ana Paula Padrão. Gente – Como foi o day-a er da saída da Record e a tomada de posse da própria agenda de trabalho? Ana Paula Padrão – No primeiro dia que não tive compromissos cronometrados, pensei “Como será a nova rotina?”. Cheguei em casa às 19h30, meu marido abriu uma garrafa de vinho, sentamos, bebemos e eu disse: “O que a gente faz agora?”. E ele: “A gente já está fazendo. Estamos sentados tomando vinho e conversando”. É assim que é a vida à noite em casa agora. É um maravilhoso mundo novo: estar em casa, mandar na agenda. Por mais que tenha compromissos, agora estabeleço os horários. Agora você tem feriados, certo? Já experimentou o prazer de viajar sem pensar em plantões? Aproveitar a Páscoa viajando para o Ceará foi a primeira experiência após sair da Record e que há anos não fazia. Vamos fazer o que todos fazem, sair no voo que todo mundo sai, pegar o engarrafamento que todos pegam e tudo bem. E o que quer do futuro? Basicamente tocar os projetos que abri nos últimos anos. Tenho duas empresas, a Tempo de Mulher, que possui o site hoje com 30 milhões de page views por mês, e a produtora Touareg. Agora preciso criar uma sinergia entre elas.
Já ocupou todo o tempo livre? Não (risos). Continuo tentado chegar em casa às 19h30 e tem sido ótimo. Quero fazer coisas como ir ao cinema à noite, comparecer a lançamentos de livros de amigos, fazer happy hour, ler mais. Estava só cumprindo agenda. Agora quero um tempo para mim. Acha que hoje as mulheres que trabalham muito começam a se preocupar em qualificar a vida pessoal? Concorda que há um novo feminismo? Existe um novo feminino. O feminismo foi muito importante. Toda mudança vem de uma radicalização. Você tem que enfiar o pé na porta para que as coisas aconteçam. Nesse sentido, o feminismo foi muito importante, mas acho que mulher é mulher, homem é homem. Somos gêneros diferentes e que bom que o mundo é assim! Muita coisa que a mulher deixou para trás nessa entrada de mercado de trabalho ela está conseguindo recuperar agora. Uma tentativa de equilíbrio maior entre carreira, respeito profissional e sentir-se bela, amada, amando, amante, boa mãe. Mas a grande mudança para a mulher daqui para frente vai ser a do homem absorver determinadas coisas do universo feminino que ainda não absorveu. Como acredita que os homens veem isso? Outro dia, numa palestra sobre universo feminino – que fiz para 200 mulheres e três homens numa empresa –, a primeira pergunta foi a de um homen. Ele disse: “A gente está meio perdido. Não sei se abro a porta, se pago a conta. Não sei o que fazer”. Eu disse: “O que você quer é um manual, e isso não existe. Cada pessoa é de um jeito. Faz o que você acha legal”.
O cavalheirismo, a educação, a gentileza não acabaram. Acho bonito quando abrem porta para mim. Mas, de fato, eles estão perdidos. E achei engraçado um deles ter tido coragem de perguntar. Ele personificou o imenso ponto de interrogação que hoje existe na cabeça dos homens. O problema da mulher é que ela assumiu tantas responsabilidades que não parou para pensar. Começamos a trabalhar imitando os homens. Agora queremos trabalhar como mulheres. De que forma seria isso? Quando as mulheres entraram no mercado, nos anos 1980, não existia um modelo feminino a se copiar. Trabalhamos como homens e não percebemos quantas concessões fizemos. Ser Mulher Maravilha está totalmente fora de moda. Já chegamos na fase do “não dá para assumir todos os papéis” e estamos procurando quais papéis nos servem. Mas ainda estamos longe? Há muito para ser feito. Ter a diversidade homem/mulher em postos de comando faz com que o pensamento múltiplo leve a saídas e soluções múltiplas. Estou convencida de que empresas são para homens e mulheres. A gente está longe disso, mas o principal ingrediente da mudança já existe: é a mulher fazer pressão dentro da empresa, porque já concluiu que assim não dá, que Mulher Maravilha não existe. Ela não quer deixar de trabalhar, não quer voltar para casa, quer somente uma vida mais equilibrada. Seu marido compreendia seus horários de trabalho? Foi sempre tudo combinado. Sempre foi tudo muito tranquilo, sem estresse, até mesmo para dividir as tarefas em casa. Tem dia que eu cozinho, tem dia que ele Istoé Gente Istoé Gente || 103
cozinha. O Walter gosta muito dessa função. Administra as compras de supermercado e também o jardineiro. Meu marido não sofre bullying por causa disso, ninguém tem dúvida da masculinidade dele porque gosta de plantas (risos).
Vou até me sentir mal. Como viajo muito, metade do meu armário deve ser de Duty Free. Gosto de coisas com um pé no exotismo, que contêm histórias de países. Sempre compro um paninho, um xale.
Considerava-se workaholic? Sim, até ter um estalo no começo dos anos 2000. Tinha 35 anos (hoje 47), olhei para trás e me perguntei: “Carreira bonita que fiz. E agora? Vou morrer sentada nessa bancada? Respeitada, cheia de credibilidade, mas faço o que com isso?”. Não tive vida pessoal por muito tempo. Gosto de trabalhar e sempre vou trabalhar muito, mas isso agora tem que ser do meu jeito. Me casei com quase 37 anos, administrei melhor minha vida a dois e eu queria isso. Estava focada em ser uma pessoa feliz com alguém. É tão difícil encontrar um parceiro de vida. Isso é tão mais valioso do que qualquer conquista profissional que se possa fazer. Quero ter tempo para ele. Isso é mais importante que fama.
Achava-se feia na adolescência? Me convenci de que eu era uma pessoa harmoniosa muito tarde. Nunca me achei bonita. Não sei se é porque não faço padrão clássico de beleza do nariz fino, olhos claros ou se nunca tive uma relação espetacular com o espelho. Meu pai (Fausto) é intelectual de esquerda. Os valores nossos eram muito ligados à intelectualidade. Talvez ele tenha me passado excessivamente isso: “Treine o seu caráter e pouco treine sua aparência”. Minha vaidade sempre foi intelectual. Passei a prestar mais atenção em maquiagem, cabelo, roupa quando fui pra tevê, porque tem gente que te ensina. Inclusive a valorizar o que tenho de bom. Uma coisa que eu gosto é de ter 47 anos e ter o mesmo peso até hoje. Tenho roupas que comprei há 25 anos.
Essa resolução aos 35 aconteceu em consequência de uma crise de idade? Não passei pela crise dos 30 nem pela dos 40. Me sinto com vigor de uma mulher de 30, me acho resolvida, olho no espelho e gosto do que vejo. Não tenho vergonha de mim, do meu corpo, e sei o que é importante para mim. Não adianta olhar no espelho e dizer “linda carreira você fez”, sem um companheiro, sem uma família, sem ter vivido um amor. A mulher gosta muito de amar. E você amar sua carreira é amar seu espelho, não faz sentido. Adoro minha profissão, ser reconhecida pelo meu trabalho, mas legal mesmo é quando penso ter 11 anos de um casamento muito feliz. Passamos por um monte de crises, como todo casamento, e é com ele que quero ficar. Isso é perene e importante na vida. É com ele que quero envelhecer, e não com a bancada. Envelhecer sozinho deve ser muito triste. Vejo muita ilusão hoje em relação à tevê, com pessoas querendo ser apresentadoras, garotas do tempo, como se isso fosse construir uma carreira, esquecendo da vida pessoal. A fama é legal e passageira, assim como a beleza. E você vai passar o resto da vida se esticando ou colocando botox? Por falar nisso, você já usufruiu dos beneficios da cirurgia plástica? Não, mas não tenho nada contra. Uso cremes na área dos olhos. Noturnos, diurnos... Não sou muito vaidosa, mas gosto de me vestir bem. Não gosto de parecer desarrumada, mas sou capaz de passar meses sem comprar roupa, raramente compro peças caras. Nunca tive um (Christian) Louboutin. E não preciso. O que vou fazer com esse sapato tão caro?
Enquanto workaholic, como via as mulheres que queriam casar e ter filhos como prioridade na vida? Se uma amiga de 15 anos sonhava com casamento e filhos, eu sonhava em ir para o Irã. Nunca cheguei a desmerecer essa opção de casar e ter filhos, mas eu achava um pouco lisonjeiro ser sustentada por um homem. Não me via na situação, mas isso é mantra de mãe. Minha mãe (Sherly) passou a infância dizendo: “Minha filha, estude e não dependa de marido”. Eu a obedeci direitinho. E, de repente, apareceu o Walter. Foi conto de fadas. Quando tinha acabado de montar meu apartamento de solteira, eu o vi pela segunda vez, em 2002, para entrevistá-lo (a primeira foi em 2000, num almoço de negócios). E foi bem no momento em que comecei a pensar no meu equilíbrio. Eu o vi numa sexta-feira, na quarta seguinte viajei para Paris. Ele foi até lá: “Vim aqui para te convidar para jantar”. No segundo encontro, me disse: “Você é a mulher da minha vida. Não precisa responder agora, mas você vai casar comigo”.
Em quatro meses eu estava casada no meu apartamento de solteira. Depois mudamos para uma casa. Considera-se uma pessoa romântica? Não. Ele é muito mais romântico e contemplativo que eu. Já aprendi muito com ele a dar ao outro o que merece, a estar presente no momento em que precisa, a equilibrar minha vida para ter vida a dois. O Walter é romântico o tempo todo, é o jeito dele. Nunca cheguei em casa sem que ele fosse me pegar no elevador, me abraçar, me beijar e me dizer “Como foi seu dia? Você está bem?” Esse homem puxa a cadeira para mim, me espera para jantar todos os dias há 11 anos. Ele deixa claríssimo que sou a principal coisa na vida dele. Você viver sozinho ao lado de uma pessoa é muito fácil. Difícil é viver a dois ao lado de alguém, porque todo dia há uma concessão para ambos os lados. Não sou super-romântica, mas ele me treinou diretinho. Pensam em adotar filhos? Para adotar não tem um tempo limite. Enquanto não sentirmos uma falta incrível, não vou procurar. Ter filho é muito sério. Fiz quatro inseminações. Depois das duas primeiras dei um tempo de seis meses, engravidei e perdi. Depois fiz mais duas. Aí cheguei no meu limite. Honestamente, não é um problema na minha vida. Toda mulher que não passa por todas as etapas do mundo feminino fica pensando que está faltando alguma coisa, “minha barriga não cresceu, não tive um bebê dentro de mim, não pari”. Isso é uma etapa da vida normal feminina. Então isso é uma dor? É uma dor. Mas minha vida é menos feliz porque não tenho filhos? Não, não é. Sou absolutamente feliz, bem-humorada, tenho um maridão, empresas, carreira, viajo. Não posso reclamar da vida; ao contrário. Você se sente realizada? Super-realizada. Acordei a tempo de tentar ser uma pessoa mais equilibrada, ter encontrado o amor. Sou feliz porque guiei minha carreira. Tenho orgulho disso. Mas tenho mais orgulho de ter buscado a tempo o equilíbrio. Sou uma mulher, não sou uma máquina de trabalhar.
Coordenação de Produção: Simone Blanes Assistentes de fotografia: Tamiris Campane Tratamento de Imagem: Carlos Mesquita Istoé Gente | 105
Gente EM CASA
Vaso Lacroix Parceria da marca portuguesa Vista Alegre com o designer francês de moda Christian Lacroix
R$
803
www.vistaalegreatlantis.com
Arquitetura
Foto Mário Grisolli
A estilista Isabela Capeto no seu universo particular com vista para a Lagoa, no Rio
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Décor
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Garimpo
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BRINCANDO DE CASINHA Isabela Capeto descortina seu apartamento de onde vê o Cristo da janela. Estampas, bordados, coleções e fru-frus sob medida
Paisagismo
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Arte em casa
Conjugado à sala de estar, com pufe de Sergio Rodrigues e poltrona e luminárias customizadas por Isabela Capeto, o escritório é espaço de trabalho, mas também de relax, graças ao ‘surubão', o enorme futon apelidado pela família
Gente EM CASA POR SILVIANE NENO
À MODA
de Isabela
Reconhecida nacional e internacionalmente por sua moda artesanal, romântica e urbana, a estilista Isabela Capeto fez da decoração de sua casa no Rio de Janeiro uma extensão da sua veia criativa REPORTAGEM isaBela flÓrido / FOTOS mÁrio Grisolli
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“EU PRECISO MUDAR SEMPRE, É UMA NECESSIDADE DE ME TRANSFORMAR, SER OUTRA PESSOA. DAÍ ME SINTO NOVA DE NOVO” Isabelle Tuchband
Isabela vestiu as cortinas da cozinha com tecidos de sua grife. Ela adora receber os amigos em torno do ambiente gourmet
Quem conhece a estilista Isabela Capeto sabe que um encontro com ela sempre rende uma boa conversa. E não apenas sobre o mundo da moda. Com seu jeito carioca de ser, de comunicação fácil, ela garante assunto com deliciosa simpatia. E o ambiente de sua casa, à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, reflete bem o espírito agregador de sua proprietária. Aconchegante, mesmo tendo grandes dimensões – quase 300 metros quadrados –, o apartamento onde a família Capeto mora há nove anos foi planejado para corresponder aos anseios de Isabela, que, ao lado do marido, Werner Capeto, queria uma casa em que os ambientes ficassem conjugados, sem paredes compartimentando-os. “Demoramos um ano para achar o nosso ideal, porque eu queria um imóvel que tivesse vista (para a Lagoa) e que eu pudesse abrir a cozinha para a sala, que pudesse ficar tudo aberto. Seria uma maneira de ter todos da casa, juntos, num mesmo espaço. Eu poderia estar na cozinha e olhar a minha filha (Francisca, hoje com 14 anos), enquanto ela estivesse vendo televisão na sala, por exemplo. Então, o transformamos num apartamento de dois quartos, já que o escritório é um cô-
modo reversível; quando temos hóspedes, fechamos a porta (camarão)”, explica. Adorar receber os amigos é mais um ponto que fez com que os Capeto quisessem um espaço de convívio amplo e integrado. “É uma delícia. A gente recebe aqui e fica tudo junto, mas organizado, mesmo quando há jantares maiores, em que contrato garçons. Eu adoro aproveitar a casa, sabe? Viver a casa intensamente, não tenho frescuras. Para mim, todos os ambientes devem ser usáveis”, ensina ela, observada pelo quarto morador do endereço, o cãozinho Tião. A reforma do imóvel ficou a cargo de Beto Figueiredo e Luiz Eduardo Almeida, da Ouriço Arquitetura e Design, que traduziu todos os sonhos dos Capeto. A dupla de arquitetos também assina toda a marcenaria da casa, que tem entre os destaques a estante branca, que atravessa a sala de ponta a ponta, em cujos nichos ficam expostas as muitas coleções de Isabela. Com o hábito de acumular objetos desde pequena, a estilista conseguiu organizá-los e destacá-los com charme, seja na grande estante, seja em outros cantos da casa. “Uma coleção só vira coleção quando você agrupa as peças, senão vira quinqui-
“HOJE, CADA VEZ MAIS, A MULHER TEM QUE SER ‘FORNO E CAMA’. NÃO CABE MAIS SER INFLEXÍVEL, SER POUCO VERSÁTIL” Isabela Capeto
A sala de jantar tem mesa e cadeiras de Sergio Rodrigues. Abaixo, o quarto de Francisca, filha única da estilista. À esq., o quarto do casal, decorado com papel de parede sueco e tecido da grife Isabela Capeto. A tela é de Gerben Mulder
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Acima, a poltrona Oscar, de Sergio Rodrigues, ladeia a coleção de insetos de Isabela Capeto. A tela é de Adriana Varejão. À dir., a sala de estar com a paisagem da Lagoa ao fundo
lharia. Adoro juntar, o Werner é que briga comigo. Mas hoje em dia já me controlo, principalmente quando viajo, para não comprar mais uma coisinha, mais um cinzeirinho, mais um bichinho”, conta, enquanto aponta com orgulho para algumas peças, como as faianças portuguesas Bordallo Pinheiro, as imagens de santos, os brinquedos, as sopeiras e os Pinóquios, entre muitas outras. Reconhecida nacional e internacionalmente por sua moda artesanal e romântica, e que jamais perde a urbanidade, a estilista estendeu toda a sua veia criativa à decoração da casa. Os estofados, as cortinas e as cúpulas das luminárias foram feitos com tecidos de antigas coleções da grife Isabela Capeto. Tudo harmoniosamente integrado aos móveis de design – como as poltronas Costela, do austríaco Martin Eisler, ou as Oscar, junto com mesa e cadeiras da sala de jantar, assinadas
pelo brasileiro Sergio Rodrigues. As obras de arte contemporânea, de Adriana Varejão e Maria Polo, entre outros artistas, também “conversam” bem com o restante da casa. Isabela é assim, autoral. Imprime seu bom gosto em tudo o que faz, seja em casa, seja nas coleções que assina para as suas marcas, Isabela Capeto e Ibô, ou em projetos como o livro de receitas, ou ainda nas linhas de maquiagem, óculos e bicicleta. Ufa! Aliás, Isabela usa uma magrela como meio de locomoção pela zona sul do Rio. “Adoro andar de bicicleta! Uso sempre, pedalo para ir até a minha loja, em Ipanema, para fazer comprinhas ou para resolver assuntos domésticos em bairros próximos.”
Mais que carioca, ela é a mais pura tradução da mulher contemporânea: é profissional, mas cuida da família, preserva sua identidade, e ainda sabe ser romântica e feminina. “Minha coleção de inverno, Forno & Cama, é inspirada nesta mulher de hoje, que é independente, que cozinha, que trabalha, mas que não perde a elegância. Resgato também a dos anos 1950: uma mulher meio retrô. E o mais curioso é que, logo depois de lançar a coleção, surgiu a PEC das empregadas, o que só reforça a minha inspiração. Hoje, cada vez mais, a mulher tem que ser “forno e cama”. Não cabe mais ser inflexível, ser pouco versátil.”
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GENTE EXPLORA
QUANTO MAIS quente, melhor
O deserto mais árido do mundo foi o destino da última viagem de férias da estilista Julie Chermann. No meio do caminho, termas, montanhas , vulcões e mergulhos terapêuticos POR JÚLIA LEÃO / FOTOS ARQUIVO PESSOAL
Acima, Julie Chermann e a mãe, Luciane de Paula, fazem uma pausa durante o passeio pelo deserto para apreciar o entorno. A entrada do cinco-estrelas Hotel Explora do Atacama e a vegetação seca da região são um detalhe à parte no destino mais árido do mundo
Ao chegar ao deserto do Atacama, no Chile, região mais árida e alta do mundo, a Cordilheira dos Andes salta aos olhos. E quem se aventura a descobrir esse lado da América do Sul pode se preparar para apreciar paisagens exóticas como o Licancabur (cratera mais famosa da região) e tantos outros atrativos de um solo que, em alguns pontos, não recebe água há mais de quatro mil anos. Nas duas horas de voo entre Santiago – capital do país – e Calama, cidade aeroportuária do Atacama, é a variedade de tons terrosos e da vegetação de cactos que estimula o turista a logo descer do avião. Um álbum de imagens inusitadas, com cerca de mil quilômetros de extensão, que convidou a estilista Julie Chermann a explorar com a mãe, Luciane de Paula, o destino descrito pela Nasa, como o lugar na Terra mais semelhante à superfície de Marte. “Foi esse meu gosto por turismo de aventura e a indicação de muitos amigos que me fizeram viajar para lá. Tirei uns dias de férias e aproveitei para fazer um passeio só de meninas”, conta Julie, dona da marca JChermann.
entre o sal e o sol A primeira sensação ao pousar no deserto é a de secura, que prevalece nas mãos e na boca, principalmente. Tudo por causa do vento, do sol e da temperatura – que pode variar de 0°C a 40°C num mesmo dia. “Queria um destino que me deixasse em contato com a natureza. Que me estimulasse a acordar cedo e a apreciar as belezas do ecossistema”, explica Julie. O primeiro passeio da dupla foi ao Salar do Atacama e às Lagoas Altiplânicas. Conhecido como o maior depósito de sal do Chile, a brancura do Salar acomoda a reserva de flamingos mais importante do país. “Amei ver os ovos do animal. Foi como se eu estivesse em um programa do Discovery Chanel. E a cor rosada deles é um contraste lindo no ambiente.” Outro tour imperdível é o caminho de bicicleta até a Laguna Cejar. São cerca de 40 minutos
pedalando por uma planície, desde o centro de San Pedro até a lagoa. Mergulhos nas águas semelhantes ao Mar Morto são permitidos, mas quase impossíveis devido à grande quantidade de sal. “Entrei e boiei sentada durante algum tempo. Não fiquei muito, pois tive medo de ressecar a pele.” Até para os avessos a esportes radicais o trajeto se faz tranquilo. Os hotéis e algumas agências de turismo oferecem vans de apoio aos clientes. A equipe de staff disponibiliza frutas, frutas secas, águas termais para borrifar pelo corpo e garrafinhas de água em abundância.
energia renovada Julie também queria relaxar e revigorar com essa viagem. Os banhos nos oito poços de água a 33,5ºC, das Termas de Puritama, deram conta do recado. Com valor medicinal e terapêutico, a imersão estimula os sistemas circulatório e digestivo e ainda rejuvenesce a pele. Mas nem só de exotismo fez-se a viagem da designer. Visitas ao centrinho de San Pedro do Atacama também a encantaram. E no roteiro teve de tudo um pouco: desde a ida ao Museo Arqueológico R. P. Gustavo Le Paige – que tem múmias no acervo – até comprinhas de artesanato e papos harmonizados com vinhos nos rústicos, mas aconchegantes, restaurantes. “Tudo que faço serve de sugestão para minhas coleções. Do Atacama, trouxe, com certeza, as cores fortes e as vivências com a natureza e o povoado extremamente carismático.”
DICAS DE JULIE passeios Assim que chegar ao Atacama, peça dicas dos passeios locais em alguma agência de turismo ou no próprio hotel. Além das atrações tradicionais como o Salar, lagunas, termas e vulcões, há o tour a cavalo. Após a cavalgada, você pode apreciar o pôr do sol do alto de uma das montanhas ao redor do deserto.
gastronomia No centro de San Pedro há várias opções de restaurantes. Desde os mais típicos, com a famosa parrilla, aos vegetarianos. Para quem aprecia frutos do mar, lá também é possível encontrar menus al mare. O Café Adobe tem show de músicas locais. cafeadobe.cl
para bons e poucos
“A PRIMEIRA SENSAÇÃO É A DE SECURA, NAS MÃOS E NA BOCA. A TEMPERATURA PODE VARIAR DE 0°C A 40°C” Julie Chermann
Um dos hotéis de luxo da cidade de San Pedro, o Hotel Explora do Atacama, é um oásis no deserto. Destaque para as suítes, que possuem jacuzzi e área de estar, e para o chef do restaurante, que, a cada refeição, chega à mesa do hóspede e oferece um menu especial. explora.com
o que levar Viagens a destinos exóticos merecem atenção na hora de fazer as malas. Não se esqueça de colocar na bagagem um chapéu, tênis para caminhada e roupas leves. Uma jaqueta de nailon e protetor solar também são obrigatórios.
No alto da página, à direita, o caminho para as Termas de Puritama. Ao lado, Luciane e Julie descansam no Salar do Atacama. O passeio de bike, até a Laguna Cejar, também foi um dos mais marcantes da viagem
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GASTRONOMIA
Dedo de moça Da administração à decoração das casas pilotadas por Renata Vanze o, tudo é feito pela família. Uma porção de mulheres garante delicadeza em cada detalhe. A pedido de Gente, a chef se inspirou no certo dom feminino para criar uma sobremesa que tem mulher até no nome POR MARINA ROSSI / FOTOS RAFAEL HUPSEL
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Lugar de mulher é (também) na cozinha. E na família da chef Renata Vanze o esse ditado acabou sendo a alma do negócio. “São as mulheres da família que participam, de alguma maneira, dos negócios do Marakuthai”, conta a chef, de 24 anos, paulistana de nascença, caiçara de criação e coração, sobre o restaurante localizado no bairro dos Jardins, em São Paulo. “Minhas tias costuravam as minhas dólmãs (uniforme branco usado pelos chefs), minha mãe é a decoradora de todas as casas, minha prima cuida do bufê e minha irmã gerencia as redes sociais das casas”, enumera Renata, que começou a cozinhar aos 13 anos, no Kinkhao, restaurante que a mãe abriu em parceria com a prima de Renata, em Ilhabela, litoral norte de São Paulo. “Primeiro, eu fazia as entradinhas do cardápio. Com o tempo, fui tomando gosto”, conta. Com o sucesso da casa, Renata resolveu abrir seu próprio negócio. Com o pé na areia, inaugurou em 2007 o primeiro Marakuthai. Deu tão certo, que, dois anos mais tarde, o restô subiu a serra e foi parar também na capital. Além das duas casas, especializadas na cozinha tailandesa, Renata está no comando das panelas dos bufês que fornecem os quitutes de refinados casamentos e do novo xodó da família, a casa peruana Me Gusta, também no litoral. E é da Ilha que nasce a inspiração para muitas delícias presentes nos cardápios. A sobremesa feita pela chef a pedido de Gente é chamada de Santa Tereza, praia onde está localizado o Marakuthai do litoral.
“Essa sobremesa é a queridinha das noivas. Elas chegam a degustar dez sobremesas diferentes, mas sempre escolhem essa”, conta Renata. Detalhe: de todos os casamentos feitos pelo bufê desde a inauguração no ano passado, nenhum deixou de fora o doce mais mulherengo do menu. “Essa receita é superfeminina”, diz a chef. Com tantos negócios para administrar, a pergunta que fica é: dá tempo para tudo? Como toda mulher moderna, Renata se vira para fazer dar certo. “Hoje eu trabalho menos, porque eu delego tudo”, diz. “Mas eu chego em casa, depois de trabalhar o dia todo, e ainda quero fazer o jantar”, conta a chef, que não tem vergonha de assumir seu lado mulherzinha, embora esteja mais para mulherão. “Quero casar e ter filhos. E acho que vou chegar em casa, depois de um dia inteiro de trabalho, e vou querer cozinhar para eles também.” E quem vai dizer que ela não pode?
PRAIA DE SANTA TERESA Creme 300 g de leite condensado 225 g de creme de leite sem soro, em lata 150 ml de iogurte natural ½ pote de cream cheese Modo de preparo Cozinhe o leite condensado com o creme de leite até o ponto de brigadeiro. Deixe esfriar. Misture o iogurte e o cream cheese, passe por uma peneira e leve à geladeira. Calda 100 g de framboesas frescas 40 g de açúcar 40 ml de água Modo de preparo Leve os ingredientes ao fogo bem baixo e deixe cozinhar até ficar bem cremoso. As framboesas desmancham sozinhas, não precisa bater.
“QUERO CASAR E TER FILHOS. E ACHO QUE VOU CHEGAR EM CASA, DEPOIS DE UM DIA INTEIRO DE TRABALHO, E VOU QUERER COZINHAR PARA ELES TAMBÉM“ Renata Vanzetto, chef
Tuille de macadâmia* 30 g de farinha de trigo 20 g de farinha de amêndoas 20 g de açúcar 2 claras 20 g de manteiga Modo de preparo Misture todos os ingredientes até obter uma pasta homogênea. Sobre uma assadeira de silicone ou untada, faça gotas finas com a massa, usando uma colher. Leve ao forno a 150 graus, por 5 minutos, até dourar. *Pode ser comprado já pronto, no supermercado
Montagem Coloque uma porção do creme no centro do prato e, ao lado, uma pequena quantidade da calda. Decore com a tuille, as frutas vermelhas frescas e a flor de amor-perfeito, que é comestível.
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COLHER DE CHÁ /
Por ENIO MIRANDA
{Enio Miranda é gourmet profissional e sabe tudo da arte de comer bem. eniopm@gmail.com}
QUEIJOS E MAIS QUEIJOS O educador Fernando de Oliveira e o exconsultor financeiro Fábio D’Aprile inauguraram agora mesmo, superfresquinha, A Queijaria, a primeira butique no Brasil especializada em queijos brasileiros. Proprietários do site Alimento Sustentável, que entrega comida saudável e ecológica, os sócios apostaram agora nessa loja física. Fernando diz que uma das próximas estrelas entre os queijos brasileiros pode ser o Araxá. Produzido na região dessa cidade mineira, é feito de leite de vacas que se alimentam somente de canade-açúcar. Esse queijo cremoso, do mesmo estilo do Serra da Canastra, vem ganhando mercado aos poucos pela sua riqueza de paladar. A Queijaria fica na rua Aspicuelta, 354, na Vila Madalena, em SP.
CHARME FRANCÊS Airys Kury já foi executivo, consultor de eventos e bon vivant internacional. Há algum tempo abriu um dos primeiros restaurantes intimistas de São Paulo em uma casa de uma pequena vila do bairro de Pinheiros. Agora, reinaugurado, o espaço traz também o novo sócio e chef, Ricardo Bonomi. O restaurante Chez Airys tem apenas 20 lugares que se
espalham pelo charmoso sobrado, dividindo a atenção com belos quadros, esculturas e um mobiliário da belle époque. A cozinha é versátil: quando fizer sua reserva você pode combinar os pratos com os ingredientes disponíveis do chef. Ideal para encontros especiais, só funciona com reserva e fica na casa 6 da vila na rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 648 em Pinheiros-SP - (11) 3031-9298
NATURAL COM ARTE Este é o nome de um espaço lindo e bem estruturado, que fica só a 20 km de São Paulo, em Embu das Artes. Uma chácara de 3.500 m2 com restaurante, horta, pomar, uma cozinha para eventos, aulas, workshops e ações diversas sempre baseadas na gastronomia natural. Tudo isso liderado pela chef Tatiana Cardoso e seu marido, o artista plástico Felipe Senatore, que colocou no espaço todo o charme de sua sensibilidade estética. O simpático casal é o mesmo que comanda o tradicional restaurante natural Moinho de Pedra, na zona sul de SP. www.naturalcomarte.com.br
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Se puder arcar com uma das noites mais caras de São Paulo, você degustará champanhes Dom Pérignon Oenothèque Brut safras 69, 71 e 96 (as 69 podem custar R$ 5 mil cada garrafa), e Rosé safra 90 com o exclusivo caviar Petrossian do Mar Cáspio. Toda essa mordomia começará com uma chegada triunfal de helicóptero, day spa e um jantar preparado pelo chef Fernando Coradazzi, do estrelado Arola, dentro da sua suíte de 750 m2. Você ainda levará seu amor e mais outros dois casais para a festinha gastronômica. Mas quanto custa? R$ 100 mil para os três casais. Tudo isso no pacote especial de uma diária da suíte presidencial do Tivoli Mofarrej, que tem três suítes, living, sala de jantar, cozinha e sala de apoio. Ah, lógico, o mordomo fica à disposição por 24 horas. Quer reservar? Aqui no e-mail experience.saopaulo@tivolihotels.com ou no (11) 3146-5900.
Fotos Divulgação
LUXO PARA POUCOS
Conta-gotas - Doses diárias de luxos possíveis, vai lá que é um amor de blog, traz casa, cultura, gastronomia, moda e etcéteras... da Juliana Bianchi. Aqui: www.conta-gotas.com
espuma
Almoço da Lanvin em São Paulo com looks de Albert Elbaz
Foto Billy Farrell/Bfanyc.com/Ge y Images/Divulgação
As festas mais bacanas do circuito que importa e as histĂłrias que merecem ser contadas
Dressed to reality Florence Welch e Carey Mulligan foram as estrelas da abertura da exposição da Prada para o esperado The Great Gatsby
espuma POr SILVIANE NENO
Sugar baby
A Lanvin, do designer Alber Elbaz, armou um almoço para convidados no Lounge One do Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. No get together, macarons vindo diretamente da França, a nova coleção da maison e um bate-papo exclusivo com Scott Studenberg, sales director da marca
DoCes ou travessuras?
Chris BiCalho
Daniela Carvalho e Camila GueBur Fotos Divulgação
um Dos moDelos Da marCa
Jeniffer Bresser
AnA JomA FAsAno
Kristopher Hegland e Scott Studenberg, da Lanvin
Fotos Billy Farrell/Bfanyc.com/Getty Images/Divulgação
Os looks do longa
MAGGIE GYLLENHAAL
ALEXA CHUNG
DRESSED TO GATSBY Miuccia Prada e a figurinista Catherine Martin abriram a mostra dos looks icônicos de The Great Gatsby, com festão em Nova York. Para expor as 40 peças com forte perfume dos anos 1920, a marca promoveu um trunk show na flagship no SoHo. Baz Luhrmann, diretor do longa, ciceroneou o evento SAMI GAYLE
KATY PERRY
BAZ LUHRMANN, CAREY MULLIGAN, JENNIFER MEYER, TOBEY MAGUIRE E MIUCCIA PRADA FEI FEI SUN
MACKENZIE DAVIS
Istoé Gente | 129
espuma
bubbleS
Joias e champanhe sempre formaram uma dobradinha irresistível. Por isso, a Veuve Clicquot harmonizou o lançamento da coleção Interface, da designer Emar Batalha, em sua loja da Alameda Lorena, em São Paulo. Pedras, brilhos e pérolas, bolhas em profusão e um time de mulheres bonitas
Fotos Divulgação
raquel silveira
Emar Batalha e Fernanda Motta
letíCia saBatella e maria fernanDa CÂnDiDo
tramaS em SegreDO A casa da empresária Vera Mauro, em São Paulo, foi o cenário da garden party que o joalheiro Mario Pantalena armou para o lançamento de sua coleção Tramas. Tarde de conversas, embaladas por cosmopolitan em torno das novidades: sobreposições de ouro, cravejados com pedras de brilhante. De tirar o fôlego! Istoé Gente | 130
Karina Guarita, aDriana Celes uemura e GaBriela moreno sanChes
rosana saaD
mario Pantalena e vera mauro Cris mofarreJ
valéria BeralDin e sonia Chamlian
MESTRE DA POP ART No Museu de Arte Moderna de São Paulo, a exposição Lady Warhol, com retratos de Andy Warhol travestido, fica em cartaz até 23 de junho.
olhar foco
PARA FALAR DE AMOR Estrela da música latina prestes a vir ao Brasil, Julieta Venegas lança novo CD este mês, intitulado Los Momentos.
Livros • Filmes • Shows • Exposições • Discos • Peças • Papo cabeça
Edição: Fernando Oliveira
Foto Divulgação
Diretor de sucessos como Moulin Rouge, Baz Luhrmann adapta para os cinemas – e em 3D – O Grande Gatsby, estrelado por Leonardo Di Caprio e Carey Mulligan.
Estreia prevista para 7 de junho
Olhar
CINEMA
DAS NOVELAS PARA A TELONA
giovanni improta Estreia prevista para 17 de maio
MAIS UMA ENCRENCA
pela terceira vez seguida, o grupo de amigos formado por bradley cooper, zach galifianakis, justin bartha e ed helms bebe além da conta e acorda numa roubada. A expectativa é que a comédia – uma das mais rentáveis dos últimos anos – repita o sucesso das anteriores. Agora, os colegas saem em busca de pistas sobre o paradeiro do pai de Alan (Galifianakis). A história de Se Beber Não Case 3 tem direito até mesmo a um novo vilão, vivido por John Goodman. se beber não case 3 Estreia prevista para 30 de maio
Fotos Divulgação
depois de cair nas graças do público na novela senhora do destino, o bicheiro giovanni improtta ganha a tela grande num filme que leva seu nome no título. José Wilker volta ao personagem e também assume a direção da película. O elenco conta ainda com Andrea Beltrão, Thelmo Fernandes, André Ma os, Milton Gonçalves, Hugo Carvana, Othon Bastos e participações especiais de Jô Soares e Gregório Duviver. Na comédia, o contraventor tenta ascender socialmente, legalizar seu trabalho e virar celebridade, mas acaba mesmo acusado de assassinato.
CINEMA
FELIZ REENCONTRO
a cada nove anos, um grupo de cinéfilos espera para saber o paradeiro de dois personagens vividos por julie delpy e ethan hawke. Explica-se: depois de estrelar ainda adolescentes o cultuado Antes do Amanhecer e retomar a história com Antes do Anoitecer, os atores voltam a interpretar um casal que se conheceu numa viagem de trem e tentava há tempos consolidar o amor em Antes da Meia-Noite. Bem recebido em festivais como Tribeca, o longa tem direção de Richard Linklater. antes da meia-noite Estreia prevista para 7 de junho
LIVRO
TEATRO
AS AVENTURAS DE ROBERT LANGDON
BEST SELLER À VISTA
CASO DE FAMÍLIA
sob direção de josé possi neto e texto de célia forte, tânia bondezan e daniela galli se revezam nos papéis de avó, mãe e neta de uma mesma família em ciranda. A partir do conflito entre gerações, são discutidos assuntos pertinentes ao universo feminino. Com atuações aclamadas pela crítica paulista, as atrizes agora iniciam temporada carioca. ciranda Estreia em 6 de junho, no Teatro Leblon – Avenida Conde Bernardo e, 26, Rio de Janeiro. Ingressos de R$ 50 a R$ 60
Autor de sucessos gigantescos como O Código Da Vinci e Anjos e Demônios, Dan Brown voltará às livrarias com um novo romance. A expectativa é tão grande que, no Brasil, Inferno sairá com a ambiciosa tiragem de 300 mil exemplares. Mantida em absoluto segredo, a trama traz de volta o simbologista Robert Langdon, que dessa vez vai à Itália descobrir um mistério que envolve Dante Alighieri. inferno Editora Arqueiro, 464 págs., R$ 31,90
Em Anjos e Demônios, o simbolista investiga o ressurgimento dos Ilumina i, fraternidade que quer destruir a Igreja Católica. Seu maior sucesso, O Código Da Vinci, questiona a divindade de Jesus Cristo e investiga a Opus Dei e os Templários. Última aventura antes de Inferno, O Símbolo Perdido coloca Robert Langdon na trilha da maçonaria e de códigos místicos. Istoé Gente
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MINUTOS DE MĂ&#x161;SICA
MINUTOS DE INTERVALO
RADIOS COMO A NOSSA
A nĂşmero 1 em mĂşsica
CLĂ SSICOS DAS PISTAS
quatro anos apos o Ăşltimo show por aqui, o pet shop boys desembarca em sĂŁo paulo para apresentação Ăşnica. No set list do duo formado por Neil Tennant e Chris Lowe estĂŁo sucessos que bombaram as pistas nos anos 80 e 90 como â&#x20AC;&#x153;Itâ&#x20AC;&#x2122;s a Sinâ&#x20AC;?, â&#x20AC;&#x153;Togetherâ&#x20AC;?, â&#x20AC;&#x153;Love Etcâ&#x20AC;? e â&#x20AC;&#x153;Domino Dancingâ&#x20AC;? e renderam mais de 76 milhĂľes de discos vendidos nos 30 anos de carreira. Os ingressos variam entre R$ 100 e R$ 500. pet shop boys Dia 22, no Credicard Hall â&#x20AC;&#x201C; Avenida das Naçþes Unidas, 17.955
MUSA DOS ALTERNATIVOS em turnĂŞ pela amĂŠrica do sul, cat power faz uma parada para trĂŞs shows no brasil. Com visual platinado, a americana se apresentarĂĄ no Rio de Janeiro, no Recife e em SĂŁo Paulo nos dias 18, 19 e 21, respectivamente. No repertĂłrio, as cançþes do ĂĄlbum Sun, gravado depois de um hiato de seis anos na carreira, alĂŠm de hits como â&#x20AC;&#x153;Cherokeeâ&#x20AC;? e â&#x20AC;&#x153;3 6 9â&#x20AC;?. Ingressos de R$ 90 a R$ 180. cat power Dia 18, no Circo Voador, no Rio; Dia 19, no Catamaran, no Recife; Dia 21, no Cine Joia, em SĂŁo Paulo
SHOWS Fotos Divulgação
Olhar
TELEVISÃO
O QUE VEM POR AÍ
MISSÃO IMPOSSÍVEL
grande estreia do mês do history channel, a série o infiltrado coloca o jornalista fred melo paiva em situações inusitadas. A ideia é ousada: ele terá de aprender in loco o que ocorre em universos totalmente diferentes dos quais ele está acostumado. No primeiro episódio, Fred teve de abrir uma igreja evangélica e se aventurar no mundo da religião. As próximas missões serão tão difíceis quanto: disputar um combate oficial de MMA, trabalhar como segurança, investigar o mundo dos sósias e, pasmem, tentar se eleger vereador. No ar toda terça-feira, às 23h. o infiltrado No History Channel, às terças, 23h
BILLY ELLIOT – O MUSICAL
B 52’S
Inspirado no filme homônimo, o musical chega aos palcos brasileiros para 20 apresentações entre 2 e 18 de agosto. Com coreografias espetaculares, narra a história de um garoto que quer ser bailarino.
Donos de uma sonoridade grudenta, mas que não pode faltar em nenhuma festa, o grupo americano fará apresentações no Rio de Janeiro e em São Paulo, nos dias 4 e 5 de outubro.
MOSTRA STANLEY KUBRICK Depois de passagens pela Europa, a exposição sobre um dos maiores nomes do cinema mundial desembarca no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, no dia 9 de outubro. A mostra reúne objetos de cena, figurinos e correspondências do cineasta.
Istoé Gente
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Retrato de uma dama A cena não era apenas para inglês ver. O ano era 1975 e Margaret Thatcher havia acabado de ser eleita líder do Partido Conservador. Em casa, a primeira e única mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra do Reino Unido foi também esposa dedicada e mãe de dois filhos. No final dos anos 1970, em meio a uma sociedade sexista e dominada pelos homens, a dama de ferro revolucionou o cenário político sem abdicar da dupla jornada. Gostem as feministas ou não.
Foto Joe Bangay/LFI/ Keystone
ÁLBUM