O RANKING MAIS COMPLETO DO PAÍS, COM AS COMPANHIAS QUE FORAM DESTAQUE NA GESTÃO FINANCEIRA, SOCIOAMBIENTAL, DE INOVAÇÃO, DE RECURSOS HUMANOS E DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
2010
análise
Em ritmo chinês Apesar da crise e da queda do PIB, empresas brasileiras cresceram em 2009. Agora, o caminho está aberto para uma expansão que só deve ser menor que a da China
S
e você está disposto a fazer uma avaliação superficial, pode afirmar que 2009 foi um ano perdido. Afinal, o PIB mostrou um placar negativo pela primeira vez em quase duas décadas. Mas um olhar mais atento – especialmente diante do panorama mundial – mostra que o período foi de resistência. Afetadas pelo encolhimento do mercado externo, as empresas brasileiras fixaram-se no mercado doméstico como salvação para a crise. Com isso, em boa medida, suportaram os efeitos do tsunami financeiro que contaminou o mundo após a quebra do banco Lehman Brothers. As 500 maiores empresas brasileiras, como mostra esta edição de AS MELHORES DA DINHEIRO, cresceram 0,87% no ano passado – excelente resultado numa fase em que a economia
e g p p t e s d d
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r o e , o s a
As 500 maiores empresas do Brasil somaram em 2009 uma receita de R$ 2,2 trilhões, quase 80% do PIB do País
encolheu 0,2%. Quem percebeu que a crise era passageira e se preparou para dias melhores não se arrependeu. Em 2010, a atividade econômica caminha a passos chineses. No primeiro trimestre, o crescimento anualizado emplacou 11,4%. O ritmo caiu, mas estimativas do mercado e do governo indicam expansão entre 6,5% e 7% de janeiro a dezembro. Trata-se da segunda maior taxa entre as economias relevantes do mundo, só atrás da China. “De fato, 2009 foi um ano difícil. Faltou crédito, houve redução de investimentos e de mercado, o que afetou as empresas. Mas elas mostraram uma capacidade de recuperação muito rápida e no fim do ano a economia já crescia a um ritmo de 6% ou 7%”, disse à AS MELHORES DA DINHEIRO o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Foi um ano que exigiu muito das empresas, mas elas souberam aproveitar as oportunidades e agora estamos vivendo em 2010 o
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melhor momento em muito tempo.” Juntas, as 500 empresas listadas entre AS MELHORES DA DINHEIRO somaram uma receita líquida total de R$ 2,2 trilhões, o equivalente a quase 80% do PIB brasileiro. A maior parte das empresas faturou em 2009 entre R$ 1 bilhão e R$ 3 bilhões – o número de companhias nesta faixa aumentou de 260 para 288. “Foi um ano muito bom, dentro de um cenário internacional de muitas dificuldades”, avalia o economista Julio Gomes de Almeida, consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). “Entramos na crise muito bem, por isso saímos dela facilmente”, acrescenta. Significa, na avaliação dele, que as empresas brasileiras estavam em boas condições quando a crise externa bateu à porta em setembro de 2008. Ou seja, tinham baixo endividamento, estavam estruturadas e desfrutavam de alta rentabilidade. O cenário externo desfavorável, que prejudicou as
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Muitos setores brilharam em 2009. As vendas de carros cresceram mais de 10%. No varejo, a alta foi de 6%
empresas exportadoras e resultou em uma queda de 10,3% nas exportações em 2009, fez o governo adotar medidas de estímulo fiscal para incentivar o consumo interno. A ação manteve aquecidas as vendas de veículos, eletrodomésticos e eletroeletrônicos e materiais de construção. O emplacamento de veículos cres-
ceu 11,4%, com o volume recorde de 3,1 milhões de unidades. No varejo, as vendas cresceram 5,9% em relação ao ano anterior. A concessão do crédito continuou aumentando e passou de 41,3% do PIB em 2008 para 45% em 2009. Se a dívida pública interrompeu a trajetória de queda e aumentou de 38,4% do PIB para 42,9% entre 2008 e 2009, o superávit continuou dentro da meta de 3,3%, com os descontos dos investimentos previstos em lei. Efeito salutar também veio do fato de o Brasil manter o caixa reforçado com reservas internacionais de US$ 238,5 bilhões em 2009. O desemprego praticamente se manteve estável, com ligeira alta – de 7,9% em 2008 para 8,1% no ano
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análise
Perfil das 500 maiores Empresas por faixa de receita – Número total
402
2008
2009
82
86
424
Acima de R$ 1 bilhão
Acima de R$ 5 bilhões
48
49
Acima de R$ 10 bilhões
Empresas por faixa de receita – % das 500 maiores % 80,4% 84,8
2008
2009
16,4% 17,2% Acima de R$ 1 bilhão
Acima de R$ 5 bilhões
9,6%
9,8%
Acima de R$ 10 bilhões
Receita por grupo de empresas 2008
R$ 1,26 trilhão
2009
R$ 1,26 trilhão
R$ 1,55 trilhão
R$ 1,56 trilhão
R$ 636,5 R$ 610 bilhões bilhões 10 maiores
50 maiores
100 maiores
passado. Foi o segundo melhor resultado desde 2002, o que ajudou a manter o poder de compra do consumidor e contribuiu para a rápida recuperação da economia. Foram criados em 2009 um total de 995 mil empregos com carteira assinada. Em 2010, os indicadores do primeiro semestre são mais animadores. O número de vagas com carteira assinada já chegou a 1,5 milhão e o índice de desemprego caiu para 7,2%, o que deve resultar no melhor ano da série. A atividade econômica, depois do ritmo chinês do primeiro trimestre, já apresenta uma curva de estabilidade. “O momento é de acomodação depois da disparada de início de ano”, diz o economista Homero Guizzo, da LCA Consultores. Para ele, há necessidade de mais investimentos em educação e qualificação da
Os números de 2010 mostram um país em forte expansão. No primeiro trimestre, o crescimento do PIB foi de 11,4%. Entre as economias relevantes, o Brasil só deve crescer menos que China mão de obra para enfrentar gargalos ao crescimento. O desenvolvimento econômico também impõe desafios à infraestrutura. A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib) calcula que foram investidos R$ 119 bilhões no setor em 2009. O volume necessário, segundo a entidade, seria de R$ 160 bilhões. A boa notícia é que os investimentos, que caíram em 2009, já se recuperaram e podem aumentar 20% em 2010. Além da infraestrutura, o panorama internacional também preocupa. “O risco é de que as empresas tenham perdido competitividade internacional durante este período e não consigam retomar o mercado”, diz o consultor do Iedi. Por enquanto, pelo menos, o mercado doméstico tem dado conta de substituir o externo fortemente atingido pela crise. Se em 2009 as empresas resistiram bravamente, em 2010 elas comemoram. Até porque só perder em taxa de crescimento para a China tem gosto de vitória.
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metodologia
Como são eleitas as Melhores Os critérios, métodos e fatores utilizados para avaliar e classificar as empresas
O
ranking de AS MELHORES DA DINHEIRO foi elaborado a partir dos questionários preenchidos pelas próprias empresas. O prêmio não avaliou as companhias apenas sob o aspecto financeiro, como tradicionalmente se faz, mas também de acordo com outros critérios que se tornaram fundamentais para medir a boa administração: a gestão de recursos humanos, a gestão em inovação, a gestão social e do meio ambiente e a governança corporativa. Em todos eles, as empresas mais bem ava-
liadas foram consideradas vitoriosas. Os dados foram compilados, cruzados e analisados pela Trevisan, uma das mais renomadas consultorias do País. Informações complementares a respeito das companhias de capital aberto foram fornecidas pela Economática, a principal consultoria de informações financeiras do Brasil. O anuário também conferiu o título de Empresa do Ano para a corporação que obteve a melhor performance em todos os campos analisados. A seguir, as fórmulas de cálculo dos indicadores:
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metodologia
Metodologia Os questionários foram aplicados a três categorias: empresas (subdivididas em 23 setores), bancos e seguradoras
Ao segundo, nota 19 e assim
Critério de desempate: Relação
sucessivamente. A seguir, são
disponibilidades/Endividamento oneroso
apresentados os indicadores de cada
a curto prazo
grupo e os respectivos pontos
Bancos
Sustentabilidade Financeira
Foram adotados os seguintes grupos de indicadores na análise:
Empresas
• Sustentabilidade financeira (200 pontos)
a) Variação da receita líquida (20)
• Recursos humanos (100 pontos)
b) Posição da receita líquida no
• Inovação e qualidade (50 pontos) • Responsabilidade social e ambiental (50 pontos) • Governança corporativa (100 pontos)
foram ordenadas em cada indicador. Ao melhor índice, foi atribuída nota 20
b) Posição dos depósitos no setor (10) c) Variação nos empréstimos e
setor (10) c) Relação ebitda/Receita líquida (20) d) Relação lucro líquido/Patrimônio líquido (20) e) Relação disponibilidades/Endividamento
Critério de pontuação: As empresas
a) Variação nos depósitos (10)
oneroso a curto prazo (20) f) Endividamento oneroso - disponibilidade/ Patrimônio líquido (20)
financiamentos (10) d) Posição dos empréstimos e financiamentos no setor (10) e) Variação da receita de intermediação financeira mais receita de prestação de serviços (10) f) Posição da receita de intermediação financeira mais receita de prestação de serviços no setor (10) g) Relação provisão para créditos de liquidação duvidosa em relação à receita de intermediação financeira (10)
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metodologia
h) R elação do resultado bruto de intermediação financeira/Receita de intermediação financeira (10) i) Relação do resultado operacional/Receita
e) Relação lucro líquido/Prêmios ganhos (20) f) Relação lucro líquido/Patrimônio líquido (20)
de intermediação financeira mais receita de prestação de serviços
k) Posição do número de profissionais
a) Variação do número de
l) Posição da despesa com treinamento por
dedicados à gestão de treinamento (10) funcionários (10) b) Posição do número de funcionários (10) c) Variação do número de funcionários
Seguradoras a) Variação nos prêmios ganhos (20) b) Posição dos prêmios ganhos no setor (20) c) Relação sinistros retidos/Prêmios ganhos (20) d) R elação resultado financeiro da operação/Prêmios ganhos (20)
j) Posição do índice de rotatividade do
Recursos Humanos
em 2008 (10) Critério de desempate: Posição da receita
benefícios (10) i) Posição da despesa por funcionário (10) quadro (10)
de intermediação financeira (10) j) R elação lucro líquido/Patrimônio líquido
h) Posição da despesa com encargos e
terceirizados (10) d) Posição do número de funcionários terceirizados (10)
funcionário (10) m) Posição das despesas com programas de participação nos resultados percentual em relação à despesa com pessoal (10) n) Posição do tempo médio de serviço por funcionário (10)
e) Variação da despesa com salários (10)
Critérios de desempate: 1) Pagamentos
f) Posição da despesa com salários (10)
por funcionário; 2) Número de profissionais
g) Variação da despesa com encargos e
dedicados à gestão de treinamento; 3)
benefícios (10)
Tempo médio de serviço
52 As melhores da Dinheiro 671A agosto de 2010 DIDA SAMPAIO/AG. ESTADO/AE
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metodologia
Inovação e Qualidade
i) Crescimento do gasto com pessoal de marketing em relação ao gasto
a) Possui área de controle de qualidade (2,5) b) Crescimento de número de funcionário da área de qualidade (10) c) Número de profissionais de qualidade para cada 1.000 funcionários (10) d) Crescimento do gasto com pessoal de qualidade em relação ao gasto total anual (10) e) Gasto com pessoal dedicado ao controle de qualidade em relação ao gasto total anual (10) f) Possui área de marketing (2,5) g) Crescimento de número de funcionário da área de marketing (10) h) Número de profissionais de marketing para cada 1.000 funcionários (10)
total anual (10) j) Gasto com pessoal dedicado ao marketing em relação ao gasto total anual (10) k) Crescimento de gasto com marketing em relação à receita líquida (10) l) Gasto com marketing em relação à receita líquida anual (10) m) A empresa possui área de P&D (2,5) n) Crescimento de número de funcionário da área de P&D (10) o) Número de profissionais de P&D para cada 1.000 funcionários (10) p) Crescimento do gasto com pessoal de P&D em relação ao gasto total anual (10)
s) Quanto tempo a empresa possui área de auditoria interna (0) t) Quantidade de profissionais de auditoria interna para cada 1.000 profissionais (10) u) A empresa tem Ombudsman (2,5) v) Quanto tempo a empresa possui Ombudsman (0) w) A empresa possui área de contato com o público (2,5) y) Número de profissionais do SAC para cada 1.000 profissionais (10) z) A empresa possui certificado de qualidade e ou reconhecimento público pelo qualidade de seus serviços/ produtos (2,5)
q) Gasto com pessoal dedicado a P&D em relação ao gasto total anual (10)
Critério de desempate: Quanto tempo a
r) A empresa possui área de auditoria
empresa possui área de auditoria interna /
interna (2,5)
Quanto tempo a empresa possui Ombudsman
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metodologia Critérios de desempate: Principais indicadores sociais / Principais indicadores ambientais / Certificações, prêmios e reconhecimento
Governança Corporativa a) Anexou relatório anual de atividades (10) b) Possui planejamento estratégico, sistema de gestão de desempenho e faz autoavaliações (2,5) c) Desde quando? (7,5) d) Possui comitê de Governança Corporativa (2,5) e) Desde quando? (7,5) f) A empresa possui código de conduta/ ética (2,5) g) Desde quando? (7,5) h) Representatividade de conselheiros independentes (10) i) Porcentagem do crescimento do patrimônio líquido (10) j) Valor do crescimento do Lucro Líquido (10) Critério de desempate: Porcentagem do
Responsabilidade Social e Ambiental
k) Gastos, contribuições e investimentos
crescimento do patrimônio líquido
realizados em projetos sociais (10) l) A empresa possui plano de metas anuais
a) Anexou balanço social (10) b) Há quanto tempo publica balanço social (5) c) Data da última publicação do balanço social (5)
para minimizar o impacto ambiental decorrente de sua operação (2,5) m) A empresa possui plano sistematizado de prevenção de riscos ambientais (2,5)
d) Principais indicadores sociais
n) Principais indicadores ambientais
e) A empresa desenvolve ou patrocina progra-
o) A empresa utiliza papel reciclado nas
mas de benefício à comunidade, tais como educação, cultura, saúde, esporte, etc. (2,5) f) Número de profissionais envolvidos em ações sociais para cada 1.000 profissionais (CLT) (10) g) Houve crescimento de profissionais envolvidos em ações sociais (2) h) Crescimento no número de pessoas beneficiadas pelos projetos sociais desenvolvidos ou patrocinados (10) i) Número de pessoas beneficiadas pelos projetos sociais desenvolvidos ou patrocinados (10) j) Crescimento com gastos, contribuições e investimentos realizados em projetos sociais (10)
As empresas de melhor desempenho
atividades diárias (2,5) p) Porcentagem de substituição do papel reciclado (10) q) Número de profissionais envolvidos em ações ambientais para cada 1.000 profissionais (CLT) (10) r) Houve crescimento em profissionais envolvidos em ações ambientais (2) s) Crescimento em gastos com ações ambientais (10) t) Gastos com ações ambientais (10) u) Possui prêmios/certificações/ reconhecimento pelo desempenho em
As empresas serão comparadas pelo seu desempenho somente com outras companhias de seu setor de atividade. Para a identificação das melhores de cada setor, cada grupo de indicadores contribuirá com o mesmo peso para a classificação. A posição relativa de cada empresa em todos os indicadores será convertida em pontos cuja soma será utilizada para a apuração do ranking geral por setor.
ações ambientais (2,5) v) Certificações, prêmios e reconhecimento
60 As melhores da Dinheiro 671A agosto de 2010 Eduardo Nicolau/AE
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destaques na gestão
sustentabilidade
financeira Internacionalização, aquisições de empresas e investimento pesado em marketing triplicam valor de mercado do frigorífico Marfrig
U
ma estratégia definida nos pilares da diversificação, internacionalização e foco nos produtos de maior valor agregado. É dessa forma que o mercado enxerga o frigorífico brasileiro Marfrig, campeão em Sustentabilidade Financeira no ranking de AS MELHORES DA DINHEIRO. Tal visão se intensificou em junho de 2010, quando a companhia anunciou a aquisição da americana Keystone por US$ 1,26 bilhão, uma gigante que atende 28 mil restaurantes e fatura US$ 6,4 bilhões. Com o negócio, são esperadas sinergias como a integração da cadeia na Europa, Estados Unidos e Ásia e uma economia de R$ 100 milhões anuais. Em 2009, a receita do Marfrig foi de R$ 10,28 bilhões, valor que deverá chegar aos R$ 28 bilhões após a aquisição. Para crescer, a companhia procura segmentos de alta margem. “Analisamos a capacidade de aderência dos alvos à estratégia existente”, diz Ricardo Florence, diretor de relações com investidores do Marfrig, que nos últimos três anos comprou 38 empresas. Segundo Florence, o Marfrig busca oportunidades que possam complementar sua estratégia de diversificação geográfica e de produtos. “Buscamos sempre o caminho mais próximo do nosso cliente final”, diz o executivo. O Marfrig sempre trabalhou com rentabilidade elevada – a compra da Keystone, pelo porte, terá impacto
negativo sobre os ganhos, mas tal efeito será de curto prazo, registrou em relatório a analista da BB Investimentos, Mariana Peringer. Em 2009, o Marfrig também comprou a Seara, negócio que elevou a marca à condição de estrela de marketing. Durante a Copa da África do Sul, o frigorífico, um dos patrocinadores da Seleção Brasileira, escalou Robinho, Neymar e Paulo Ganso como garotos-propaganda. No vídeo, os meninos do Santos equilibram uma bola ao ritmo de um sucesso da cantora Beyoncé. O vídeo foi apresentado nos estádios, antes dos jogos. Preteridos por Dunga, Neymar e Ganso tiveram mais exposição do que os convocados. Jogar ofensivamente no marketing contribuiu para triplicar o valor da companhia. Se no primeiro trimestre de 2009 o Marfrig valia R$ 2 bilhões e tinha volume médio diário negociado em bolsa de R$ 2,3 milhões, em meados de 2010 o número passou para R$ 6 bilhões, com volume médio diário de R$ 23,3 milhões. A elevação da liquidez aumenta a expectativa de que a ação da companhia possa, em breve, integrar o Ibovespa, principal indicador da BM&FBovespa. “Fazer parte do Ibovespa representa uma liquidez ainda maior para os acionistas do Marfrig e reflete a confiança do mercado na governança corporativa do grupo”, ressalta Florence.
Dados pessoais Nome: Fabiano Pereira Idade: 28 anos Cargo: supervisor de projetos
68 As melhores da Dinheiro 671A agosto de 2010 foto: pedro dias/ag. istoé Agradecimentos a www.casadepedra.com.br, Renner, Fox Eyewear, Redley, Cavaleira, Quiksilver, Melissa, Pura Mania e dta - Produção: l.a. braga junior (imagemakers)
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o B g à a a o s o e
a e e m m a l a s -
“
Vou continuar me aperfeiçoando para acompanhar o marfrig
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” 8/5/10 6:25:05 PM
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destaques na gestão
Governança
corporativa Na Renner, a ordem expressa é tratar acionista minoritário como se fosse majoritário. Afinal, são os pequenos que detêm 70% das ações da varejista
A
cionista minoritário da Lojas Renner é tratado como se fosse o mais importante dos majoritários. Antes das assembleias, todos recebem em casa um manual com informações sobre o que será debatido e votado na reunião. No material consta a opinião dos administradores em cada um dos itens. A prática foi adotada pela Renner em 2006 e vem sendo aperfeiçoada. Os cuidados se justificam. A Renner é uma das poucas listadas na BM&FBovespa que não têm um investidor com mais de 50% do controle do negócio. A empresa comandada por José Galló tinha 67,3% de suas ações dispersas no mercado acionário em 29 de junho de 2010. O poder, portanto, está nas mãos dos pequenos investidores. “A Renner tem a governança corporativa em seu DNA”, diz Adalberto Pereira dos Santos, diretor de relações com investidores da rede. “Nascemos em 1965 e nos tornamos uma companhia de capital aberto dois anos mais tarde, já com conselho independente.” Essa trajetória credenciou a Renner como melhor empresa do ano no quesito Governança Corporativa de AS MELHORES DA DINHEIRO. A mais recente iniciativa da Renner foi a criação da secretaria do conselho. O departamento atua no auxílio aos conselheiros da empresa. Além do suporte jurídico, o secretário assessora em pesquisas e consultas sobre assuntos relevantes para decisões em assembleias. Um exemplo: se há cinco anos o conselho votou contra um
assunto importante, esse secretário apresenta quais foram os argumentos utilizados à época e o que mudou para a companhia seguir na direção contrária. Uma página na internet foi criada para facilitar a divulgação dos dados. “A secretaria do conselho está tendo um efeito prático em nossas reuniões”, diz Santos. A Renner analisa ações que serão tomadas e pesa o custo que terá se voltar atrás em uma decisão. Por isso, novidades como assembleia virtual e canal na internet aberto à participação do investidor são vistas com cautela. As práticas adotadas pela Renner têm refletido na valorização das ações da companhia. Desde que entrou no Novo Mercado da BM&FBovespa, o nível mais alto de governança corporativa, em julho de 2005, o papel da varejista acumulou alta de 562%, contra 140% do Ibovespa até a primeira quinzena de julho de 2010. “A empresa precisa oferecer confiança para os sócios minoritários de que ela continuará existindo”, assinala Adriane de Almeida, coordenadora do centro de conhecimento do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). “O importante para o investidor é pensar no valor de uma companhia no futuro.” A Renner tem seguido direitinho a cartilha das boas práticas: é preciso cuidar da governança corporativa todos os dias, pois ela se adapta a cada mudança de cenário.
Dados pessoais Nome: Daniel do Carmo Idade: 25 anos Cargo: responsável pelo visual e merchandising das lojas
80 As melhores da Dinheiro 671A agosto de 2010 foto: pedro dias/ag. istoé Agradecimentos a www.casadepedra.com.br, Renner, Fox Eyewear, Redley, Cavaleira, Quiksilver, Melissa, Pura Mania e dta - Produção: l.a. braga junior (imagemakers)
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s u a o r á s à
a u o a o A s a a é r é ,
“
Quero alcançar em breve a supervisão e chegar a ser gerente de loja no nordeste
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2010
destaques na gestão
Inovação e
qualidade Schincariol inova ao investir em marcas de cerveja premium e desenvolver um mercado que foi negligenciado pela concorrência
Q
uando o tema é inovação, é comum que se pense em tecnologia. Ou ainda em um produto novo no mercado. Na prática, o termo tem significado bem mais amplo. “A inovação vai além do produto. Pode estar ligada à cultura da empresa, assim como às formas de contato que ela tem com seus clientes e consumidores”, diz o diretor do centro de inovação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Paulo Quartiermeister. No caso da cervejaria Schincariol, a empresa inovou ao desenvolver um nicho de mercado esquecido pela concorrência: adquiriu marcas como Devassa, Baden Baden e Eisenbah, conhecidas por fabricar as chamadas cervejas premium. Com isso, passou a ser referência no segmento – e descobriu que podia ganhar dinheiro e valorizar a imagem de todo o grupo. A iniciativa valeu à empresa o pódio na categoria Inovação e Qualidade do ranking de AS MELHORES DA DINHEIRO. “A inovação e a técnica que vêm com as cervejas especiais ajudam a incrementar o nosso portfólio”, diz Adriano Schincariol, presidente da companhia. “Temos um centro de pesquisa interno e fizemos vários lançamentos, como uma cerveja de trigo e outra de baixo teor alcoólico.” Em 2009, a empresa investiu R$ 1 bilhão na família inteira de produtos — dentro desse valor está o volume injetado em pesquisa e desenvolvimento. Seu presidente concorda que o segmento
de cervejas especiais ganhou destaque. Ele não diz quanto a Schincariol cresceu no nicho. “Mas asseguro que foi muito mais do que o mercado.” Uma maneira de inovar em cervejas premium é incentivar a criatividade de mestres cervejeiros. A Schincariol aposta em competições. A receita vencedora da segunda edição do concurso Mestre Cervejeiro 2008, batizada de Joinville Porter, foi lançada no mercado em 2009. Criação do catarinense Ivan Guilherme Steinbach, a inovação resultou em uma cerveja robusta, de coloração preta e com sabor de malte torrado. É uma edição limitada, mas se for muito bem aceita pode até ganhar espaço definitivo no mercado. “O objetivo é que cada vez mais mestres cervejeiros caseiros participem do concurso e disseminem a cultura cervejeira pelo País”, afirma Juliano Mendes, consultor de cervejas especiais do Grupo Schincariol. A inovação aparece em outras linhas de produtos. Entre os sucos prontos, o Fruthos é produzido em embalagem longa vida e sem conservantes. Segundo a empresa, tal cuidado garante uma bebida saudável que mantém o sabor da fruta. “Teremos muitas inovações em 2010, até porque a Schincariol está sempre olhando para o futuro”, conclui o presidente da companhia.
Dados pessoais Nome: Helen Camila de Francesco Idade: 19 anos Cargo: assistente administrativa
72 As melhores da Dinheiro 671A agosto de 2010 foto: pedro dias/ag. istoé Agradecimentos a www.casadepedra.com.br, Renner, Fox Eyewear, Redley, Cavaleira, Quiksilver, Melissa, Pura Mania e dta - Produção: l.a. braga junior (imagemakers)
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é A o e , a é e m o s
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“
Acredito que para o sucesso profissional a atitude é tão importante quanto a capacidade
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2010
destaques na gestão
recursos
humanos Para melhorar o clima interno e os processos de gestão, a Marisol promove a reestruturação de cargos e salários. Como resposta, obtém maior comprometimento dos funcionários
E
m 2009, a Marisol começou intensa reestruturação na área de recursos humanos. O trabalho envolveu especialmente a análise criteriosa dos salários da casa, as oportunidades de crescimento profissional, o ambiente interno, a proximidade dos subordinados com a liderança e o relacionamento entre as áreas. “Decidimos trabalhar o fortalecimento da gestão do clima organizacional”, diz Sérgio Luiz Conrad, gerente de RH da companhia. O tiro de partida começou quando funcionários responderam a pesquisas que abordavam os quesitos apontados. “Pedimos primeiro que dessem notas em relação a cada um deles”, afirma o executivo. A pesquisa quantitativa foi realizada em novembro de 2008. Na sequência, três meses depois, foi feito outro levantamento, dessa vez qualitativo, para levantar os motivos das notas dadas pelos colaboradores. As pesquisas revelaram aspectos que não funcionavam da maneira desejada. Um deles, por exemplo, levou a uma descoberta importante: alguns líderes desconheciam detalhes da política salarial da empresa. “Se a liderança não responde de forma imediata a um questionamento sobre esse tema ou encaminha o funcionário para o departamento de RH, deixa de criar um vínculo ou de ter a postura mais transparente possível diante de seus comandados”, explica Conrad. Para melhorar o diálogo, um time de 182 líderes – entre supervisores, gerentes e diretores – participou de um
programa batizado Jeito de Ser Marisol. O objetivo da iniciativa é fazer com que os executivos conheçam todos os detalhes sobre a política de remuneração da companhia. Iniciados em 2010, os módulos do treinamento vão durar 20 meses. Essa é apenas uma das 31 ações de curto, médio e longo prazos estabelecidas pelos próprios funcionários durante o ano passado, após as pesquisas realizadas. Entre as ações de curto prazo, houve revisão da política salarial – remunerações que estavam defasadas foram corrigidas. Participaram do projeto de melhoria do clima organizacional colaboradores de todos os departamentos. Também está em andamento um trabalho para aprimorar a gestão de carreiras e o desenvolvimento dos profissionais da Marisol. “Até o fim do ano, concluiremos um projeto nessa área”, diz Conrad. “Estamos otimizando o nosso plano de cargos e salários.” Um dos critérios que vão passar por modificações é o da competência técnica para ocupar determinado cargo. Em vez de ser avaliado somente quando entra na companhia ou quando surge uma chance de promoção, a intenção é tornar as análises de desempenho periódicas, a cada dois anos. “Dessa forma, verificaremos que competências o funcionário precisa desenvolver para crescer na empresa”, afirma o executivo de RH.
Dados pessoais Nome: Felipe Santos Idade: 24 anos Cargo: coordenador de marketing da Rosa Chá
76 As melhores da Dinheiro 671A agosto de 2010 foto: pedro dias/ag. istoé Agradecimentos a www.casadepedra.com.br, Renner, Fox Eyewear, Redley, Cavaleira, Quiksilver, Melissa, Pura Mania e dta - Produção: l.a. braga junior (imagemakers)
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Cresci muito rápido na empresa e espero que o ritmo se mantenha
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destaques na gestão
A Brasil Foods é a
Empresa do Ano Receitas e lucros em alta, forte atuação global, reconhecimento em áreas como governança e sustentabilidade. Eis os segredos que levaram a nova multinacional brasileira a ter um ano histórico
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os últimos anos, poucos negócios causaram tamanho impacto em um setor quanto o casamento entre Perdigão e Sadia, formalizado em maio de 2009. A fusão criou uma das maiores multinacionais brasileiras, com 105 mil funcionários, 64 unidades industriais (são 60 no Brasil e quatro no Exterior) e presença em 110 países, para os quais vende cerca de três mil itens diferentes. A empresa ganhou um nome com vocação global – Brasil Foods – e já nasceu com apetite. Sozinha, a companhia detém 20% do mercado mundial de frangos. No ranking das maiores empresas de alimentos do planeta, ela aparece em décimo lugar em um setor que conta com gigantes centenárias como Nestlé e Kraft Foods. Em seu primeiro ano, a Brasil Foods teve um resultado financeiro espetacular: sua receita líquida saltou de R$ 11,3 bilhões em 2008 para R$ 20,9 bilhões em 2009. O lucro líquido também acompanhou a evolução, saindo de R$ 54 milhões para R$ 228 milhões. Um estudo recente da consultoria McKinsey comprovou os benefícios da fusão: apenas com as sinergias resultantes do casamento, as economias podem chegar a meio bilhão de reais por ano. Por todas essas razões, a Brasil Foods é a Empresa do Ano de AS MELHORES DA DINHEIRO. “Criar uma empresa para competir globalmente era um sonho antigo”, diz Luiz Fernando Furlan, copresidente do conselho de administração da empresa.
A receptividade do mercado confirma o sucesso da operação. Ela foi tão positiva que a oferta pública de ações da Brasil Foods, que era de R$ 5,3 bilhões, teve que ser ampliada em 15%, em virtude do grande interesse de investidores. “Essa receptividade nos deu confiança para o futuro”, afirma José Antônio Fay, diretor-presidente da companhia. Apesar do casamento bem-sucedido, a empresa vive um momento de expectativa. O negócio ainda precisa do aval final do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o que deve sair apenas em 2011. Enquanto isso, a empresa vai planejando o futuro. Segundo os executivos da empresa, uma das prioridades é aumentar a percepção dos investidores sobre as boas práticas de governança corporativa. “Nesse aspecto, somos uma empresa de vanguarda”, afirma Nildemar Secches, copresidente do conselho de administração da Brasil Foods. Outro foco da companhia está na questão da sustentabilidade. Entre os projetos da empresa nessa área, ganhou destaque o programa de suinocultura sustentável, que consiste na redução de emissões de gás metano oriundo dos dejetos dos animais. O programa foi premiado pela ONU. Nada mal para uma empresa que, daqui por diante, chamará cada vez mais a atenção no Brasil e no mundo.
Dados pessoais Nome: Rodrigo Malinauskas Idade: 24 anos Cargo: trainee da área de mercados externos
64 As melhores da Dinheiro 671A agosto de 2010 foto: pedro dias/ag. istoé Agradecimentos a www.casadepedra.com.br, Renner, Fox Eyewear, Redley, Cavaleira, Quiksilver, Melissa, Pura Mania e dta - Produção: l.a. braga junior (imagemakers)
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Quero fazer um plano de carreira e trabalhar em um dos 90 escritórios mundiais da empresa
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Responsabilidade Social e
Meio Ambiente Grupo Pão de Açúcar é pioneiro na área de sustentabilidade não apenas por uma questão de modismo, mas porque a área beneficia o seu negócio
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ão é de hoje que Grupo Pão de Açúcar, que controla as bandeiras Extra, Pão de Açúcar, CompreBem e Sendas, investe em responsabilidade socioambiental. Em 2001, a rede foi pioneira no apoio à reciclagem de materiais ao disponibilizar áreas específicas para esse fim em seus pontos de venda. Saiu na frente também ao erguer a primeira loja sustentável do País. Em 2009, as atividades de consumo consciente e gestão sustentável absorveram investimentos de R$ 600 milhões. Com tais credenciais, o Pão de Açúcar venceu o prêmio de Gestão em Responsabilidade Social e Meio Ambiente de AS MELHORES DA DINHEIRO. “Optamos por investir nessa área não apenas por modismo, mas porque agrega valor ao nosso negócio”, diz Hugo Bethlem, vice-presidente executivo do Grupo Pão de Açúcar. A loja verde é um exemplo emblemático. Começou em 2008 em Indaiatuba (SP) e hoje o conceito está em seis unidades da bandeira Pão de Açúcar. A difusão da ideia trouxe efeito benéfico também para o corte de despesas. Houve redução de 30% nas contas de água e energia graças à adoção de equipamentos de reciclagem e à instalação de placas que convertem a luz solar em energia. A empresa tem criado ainda mecanismos para mobilizar as comunidades. Em 2009, cerca de 200 estações de reciclagem espalhadas pelo Brasil recolheram
sete mil toneladas de materiais, que foram doados para cooperativas de reciclagem. E mais: foram coletados 388 mil litros de óleo de cozinha usado para produção de biodiesel. Dentro do conceito dos 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar), a rede Pão de Açúcar lançou uma campanha de incentivo ao uso de sacolas retornáveis. Desde 2009, vendeu três milhões. O grupo tem se notabilizado por campanhas de fundo social. Uma delas, batizada de Caras do Brasil, tem o objetivo de incentivar a fabricação e a comercialização de produtos oriundos do manejo sustentável. Tal linha, hoje com 175 itens, é vendida nas lojas da rede. São produtos feitos em 55 comunidades que mobilizam um exército de 40 mil pessoas. O grupo também fomenta a formação de mão de obra para o segmento de varejo. O braço nessa ação é o Núcleo Avançado em Tecnologia de Alimentos (Nata), criado em parceria com o governo do Rio de Janeiro. São cursos profissionalizantes que buscam formar profissionais de qualidade para ser absorvidos pelo supermercado, indústrias e cooperativas do setor. “Mais que assumirmos a postura de pioneirismo nessa área, nosso objetivo sempre foi criar serviços e produtos que pudessem adicionar valor à sociedade”, destaca o vice-presidente.
Dados pessoais Nome: Emily Marjorie do Nascimento Idade: 16 anos Cargo: operadora de supermercado
84 As melhores da Dinheiro 671A agosto de 2010 foto: pedro dias/ag. istoé Agradecimentos a www.casadepedra.com.br, Renner, Fox Eyewear, Redley, Cavaleira, Quiksilver, Melissa, Pura Mania e dta - Produção: l.a. braga junior (imagemakers)
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quero no futuro ocupar um cargo que exija maior responsabilidade
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