ISTOÉ Gente (23/05/11) by Editora 3

GISELE BÜndChEn só de lingerie: Bastidores do desfile LETÍCIA BIrkhEuEr fica noiva do joalheiro ALExAndrE furmAnovICh

CLEo PIrES

"um bebê pode vir a qualquer momento"

A atriz vive há 7 meses com o publicitário João Vicente de Castro e revela que parou de usar métodos contraceptivos: "Quero ser mãe. É uma experiência que me causa curiosidade" Ensaio CHRISTIAN

23/mai/2011 ano 12 n° 610

I S SN

GAUL

1 5 1 6 - 8 2 0 4

R$ 9,90

9 7 7 1 5 1 6

8 2 0 0 0 0

CANNES 2011 entrevista exclusiva com PEnéLoPE CruZ e JohnnY dEPP. MAIS: os looKs do red carpet

Camisa Rudge

Capa

usa por

Simone Blanes

fOTOs Christian Gaul

sTyliNG Mauricio Mariano / Abá Mgt

Cleo Pires abre o jogo e fala de tudo: da vaidade com o corpinho pocket size, da descrença no casamento de véu e grinalda, dos aditivos adquiridos em sex shops, da vida a dois com o namorado, João Vicente de Castro, e da possibilidade de ser mãe a qualquer momento

inteiro

A fAmíliA Pires pode aumentar em breve. e, quem sabe, Gloria será, enfim, a “vovó” Gloria Pires, como é de seu desejo. Ao menos foi esta a impressão deixada no ar depois de duas horas de conversa com Cleo Pires em um estúdio de são Paulo, para o ensaio de capa desta edição. Não que a atriz, de 28 anos, esteja perseguindo arduamente uma gravidez agora. Ao contrário: Cleo tem seus planos profissionais e quer curtir ainda um bocado a vida ao lado do namorado, o publicitário João Vicente de Castro, com quem mora junto há sete meses. mas ela própria revela que parou com todo e qualquer método contraceptivo tem um tempo. Pílula ela não toma, acha “um veneno”. Prefere o DiU de cobre ou camisinha, mas não está recorrendo a nenhum dos dois. Portanto... “pode vir um bebê a qualquer momento.” esta é apenas uma das revelações da filha do cantor fábio Jr. com a atriz Gloria Pires (a tal “vovó” lá de cima). Cleo, que ainda é neta do comediante Antonio Carlos Pires e enteada do cantor Orlando morais, traz no DNA a estrela sem estrelismo e fala abertamente dos rumos que tem dado a sua vida. Além da maternidade a mando do destino, ela abordou outros assuntos relacionados à vida a dois. Casar-se, por exemplo, de forma tradicional, véu-grinalda-igreja-buquê, ela acha “desumano”. “É muito a simbologia da princesa do castelo salva para um homem. Tenho preguiça disso”, conta. Do prazer sexual, ela assume que é adepta de brinquedinhos comprados em lojas do ramo. Com a participação do parceiro inclusive. Opiniões fortes e, sobretudo, sinceras de uma atriz que se faz notar também por isso: ser quem ela é, alheia a julgamentos. 39

Passarelas

isele,

calcinha

Pela primeira vez, a übermodel vem ao País para desfilar de lingerie e lança sua linha de roupas íntimas, “Gisele Bündchen Brazilian Intimates” Thaís Botelho fotos AgNews e Divulgação

Fotos Luciana PrEza

e sutiã

20 IstoÉGente 23/5/2011 – 610

Na primeira entrada, Gisele usou um modelo rosa acetinado, com um imenso laĂ§o cobrindo o derriĂ¨re

Felicidade em

família

26 IstoÉGente 23/5/2011 – 610

A primeira foto de Fábio, Karina e Ella Felipa Tavares Assunção, protegida do frio paulistano, na porta do Hospital Albert Einstein

Nascimento

Tranquila e mamando bem, ELLA FELIPA vai para casa nos braços de Fábio Assunção e Karina Tavares, que deixaram a maternidade na manhã da quinta-feira 12

Mãe e filha receberam alta no dia anterior, mas o casal preferiu ter mais tempo para se adaptar à rotina do bebê. Fábio se encarregou dos presentes e, Karina, da pequena

Simone Blanes FOTOS Orlando Oliveira/Ag News

RADIANTES, O ATOR Fábio Assunção e a fotógrafa Karina Tavares deixaram a maternidade do Hospital Albert Einsten, em São Paulo, às 11h30 da manhã da quinta-feira 12, três dias após o nascimento da filha, Ella Felipa. No colo da mãe e recebendo a atenção de todos, Ella saiu enrolada em um xale verde-água, mesma cor da sapatilha que Karina usava. Ao lado da mulher e da filha, o orgulhoso papai carregava os mimos recebidos de familiares e amigos: um urso de pelúcia e um arranjo de rosas vermelhas. A saída do hospital na quinta foi uma decisão tomada pelo casal em conversa com o médico obstetra de Karina, Marcelo Zugaib. Por Ella Felipa ter nascido de parto normal, ser tranquila e já estar bem-adaptada à amamentação, mãe e filha poderiam ter deixado a maternidade já na quarta-feira 11, mas Fábio e Karina decidiram que as duas deveriam ficar um dia a mais para que a fotógrafa se acostumasse à rotina da menina. Paizão, Fábio ficou ao lado da mulher no hospital para acompanhar cada momento dos primeiros dias de vida da pequena. Ella Felipa é a segunda filha do ator e a primeira de Karina, que já contava com a ajuda de uma babá no hospital na sua estreia no papel de mamãe. 27

Cannes 2011

Super mademoiselle!

Chic,

Estrelas do cinema exibem glamour e elegância com looks repletos de informação e joias deslumbrantes no badalado festival de cinema francês Bianca Zaramella

56 IstoÉGente 23/5/2011 – 610

O CENÁRIO NÃO PODERIA ser mais glamuroso. Em Cannes, um dos mais importantes festivais de cinema do mundo, a atração não está apenas nas telas. No badalado tapete vermelho armado em plena Riviera Francesa, estrelas do mundo do cinema competem em sofisticação e extravagância para ditar (ou seguir) tendências de moda e arrematar aplausos do público a cada aparição. Como não se impressionar com a elegância de Sarah Jessica Parker a bordo de um colorido modelo assinado pelo estilista Elie Saab? A atriz foi a estrela da noite de sexta-feira 13 com o look estampado, bijoux poderosas e beleza impecável na premiére de “Wu Xia”. Quem também não passou despercebida foi Uma Thurman. Em sua estreia como juri do festival a atriz desfilou com uma série de looks bem selecionados, como o tomara-que-caia da grife italiana Versace, que revelava sua deslumbrante silhueta. Destaque também para novos nomes como a indiana Aishwarya Ria, que apostou em vestidos no estilo sereia com joias lindíssimas. Tons neutros como branco, cinza e bege dominaram a cena em diversos modelos como por exemplo, o ousado modelo Stéphane Rolland eleito por Cheryl Cole. Outra estrela, Penélope Cruz escolheu um modelo da grife Marchesa para circular ao lado de Johnny Deep no lançamento de Piratas do Caribe 4. Grandes marcas brigam pelo guarda-roupa das estrelas também nas festas, sempre disputadíssimas. Como sempre faz, Gente convidou um time de especialistas para avaliar o look das divas que brilharam na festa francesa do cinema: a estilista Emanuelle Junqueira, o cabelereiro Marcos Proença e os stylists Luís Fiod e Manu Carvalho.

Luís Fiod “Achei o look bonito. Sarah Jessica Parker é uma mulher muito iniciada em moda e ela já tem uma sensibilidade para perceber este movimento que une a joia à roupa. É raro uma atriz usar estampas e este vestido tem um caimento muito interessante. Sarah sabe que pode usar isso e saiu na frente das outras como sempre.” Emanuelle Junqueira

“Interessante o look 70’s. O colar é dispensável, matou o detalhe lindo do decote. Eu optaria por um mais longo do tipo com pingente. O cabelo preso e natural estava em harmonia com o restante. De fato me deu a impressão de que ela quis usar o conjunto de colar e brincos.”

Sarah Jessica Parker Vestido Elie Saab

CHRISTINE POUJOULAT/AFP

Marcos Proença “Este cabelo preso de lado e desconstruído é muito moderno. Foi a escolha ideal para um vestido estampado e com muito informação. Sarah sabe que pode investir em um penteado mais construído.”

Ensaio

C alma arioca de Daniele Maia

FotoS Felipe Varanda ConCEito Bianca Zaramella StylinG Alexandre Schnabl

Vivendo há sete anos no Brasil, o ator português Ricardo Pereira, de 31 anos, comemora contrato com a Globo, conta como perdeu o sotaque para o papel em Insensato Coração e fala de sua paixão pelo Rio de Janeiro. “Já tô quase um cariocão”

ElE adora CaEtano, Gil, Chico e Bethânia. É alucinado pelos textos de nelson rodrigues. aos finais de semana, não dispensa um pastelzinho de boteco e, de vez em quando, deixa a dieta por “uma boa feijoada com caipirinha”. o churrasco também tem destaque na lista de pratos prediletos... Sete anos depois de chegar ao Brasil, o português ricardo Pereira garante que perdeu o jeitão de estrangeiro e até arrisca algumas gírias locais, como “cara” e “meu irmão”. “Já tô quase um cariocão”, diz ele. ricardo é assim, um apaixonado pelo rio, onde vive, e pelo Brasil. no último Carnaval, ele, que já desfilou duas vezes na Marquês de Sapucaí sob os holofotes que todo artista desperta, quis fazer diferente. aproveitou o desfile das Campeãs sem ser notado: “Saí numa das últimas alas da Unidos da tijuca, que tinha fantasia com o rosto pintado e bastante coberto. Queria passar despercebido para poder curtir, sentir o calor, o suor e a entrega das pessoas nesse espetáculo maravilhoso”. Só a mulher, a marchand Francisca Pinto, e um grupo de dez portugueses sabiam a identidade do folião. os amigos, aliás, vieram ao País de tanto ouvirem ricardo falar sobre a Cidade Maravilhosa. a paixão pelo futebol é outro ponto de identificação com os brasileiros. “lá e cá, só torço por times do povo. o Flamengo e o Benfica são populares, amo os dois por isso”, explica, escorregando no sotaque lusitano que, na novela Insensato Coração, quase não apareceu. “Virginiano e persistente”, o ator surpreendeu em sua primeira participação no horário

Malha sob palet贸 e bermuda Balasarae

ESTILO CASA por Michelle Licory

Adriana na varanda que foi transformada em living. A janela se abre para o verde e para um cantinho do mar

IstoĂ&#x2030;Gente 23/5/2011 â&#x20AC;&#x201C; 610

O riO que

passa aqui... A chef carioca Adriana Mattar, gostava da vista que tinha em seu antigo apartamento, no Flamengo, mas precisava de mais espaço para as obras de arte que coleciona. Demorou dois anos para encontrar o lugar perfeito: uma casa ampla, cercada de verde, bastante iluminada e com um rio no jardim REPORTAGEM Michelle Licory

Há 10 AnOs, Adriana Mattar e o marido, sérgio Monteiro de Carvalho Guimarães, um dos diretores do grupo Monteiro Aranha,resolveram que era hora de trocar o apartamento em que moravam na avenida Rui Barbosa, no bairro do Flamengo, no Rio, por uma casa. Visitaram cerca de 40 endereços antes de se decidirem por um imóvel de dois andares em são Conrado. “Quando solteira, sempre morei em casa. Estava sentindo falta de verde. A gente comprou esta aqui porque temos a sensação que moramos fora do Rio”, conta Adriana. Depois de alguns meses de reforma,

À dir., na mesa de centro, estatueta “O passante” de José Rezende, banco africano e peça de Célia Camarero. A estátua art déco é herança de família

Diversão & Arte

AVALIA ★★★★★ INDISPENSÁVEL ★★★★ MUITO BOM ★★★ BOM ★★ REGULAR FRACO

•

música

O vocalista do Jota Quest fala sobre a transformação da banda, a rejeição da crítica e das histórias dos 15 anos do grupo

Rogério Flausino

“Vivo um

sonho acordado” FABIANO CERCHIARI/AG. ISTOÉ

Na página ao lado: Marco Túlio (guitarrista), Rogério, Paulinho Fonseca (baterista), PJ (baixista) e Márcio Buzelin (tecladista)

ATUALMENTE COM 39 ANOS, Rogério Flausino era um adolescente de 12 quando o rock brasileiro explodiu nas paradas a partir de 1982 e vibrou muito com discos e shows de bandas como Legião Urbana. Por isso, ele mal acreditou quando cantou sucessos da Legião na companhia do guitarrista Dado Villa-Lobos e do baterista Marcelo Bonfá, os dois remanescentes do grupo que projetou Renato Russo (1960 - 1996). O inusitado encontro aconteceu recentemente no Rio, em festa-show para convidados que promoveu a turnê Jota Quest - 15 Anos na Moral. Este mês, o Jota Quest iniciou a turnê que passa por 20 cidades do Brasil, incluindo São Paulo no dia 17. No embalo, a gravadora Sony Music coloca nas lojas a coletânea dupla Quinze, que apresenta três gravações inéditas entre hits da banda. Nessa entrevista à Gente, o vocalista do Jota Quest explica a mudança no som do grupo, fala sobre a rejeição da crítica e revela as manhas dos músicos para conviver no cotidiano estressante das viagens.

NORA LEZANO

“O Jota Quest não espera a aclamação da crítica. O grupo conseguiu chegar até aqui tomando porrada e não precisamos mais dessa aclamação, que talvez nunca venha mesmo”

Qual foi a sensação de cantar músicas da Legião Urbana com Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá na festa que lançou a turnê dos 15 anos do Jota Quest? Foi muito louco aquele dia, aquele show com a “parada” da Legião! Eu me identifico totalmente com o rock brasileiro dos anos 80. Eu era um menino de 12 anos e pirei com aquela turma que surgia: Barão Vermelho, Legião, Titãs... Essa galera fez a nossa cabeça. A turnê J15 é uma comemoração não somente da história do Jota Quest, mas também de nossas referências. Não era hora de o Jota Quest lançar um disco de inéditas, já que o último, La Plata, é de 2008? Sim, seria o ano de o Jota lançar um disco. Mas a gente resolveu comemorar e se divertir. E eu vou aproveitar esse tempo da turnê para gerar canções novas. Em agosto, vamos começar a produzir um disco de inéditas. Comparando as gravações inéditas da coletânea Quinze com a canção “Jogo”, o fonograma mais antigo da compilação, dá para perceber que o Jota Quest foi abandonando o soul para fazer um som pop. Como se deu o processo? “Jogo” foi gravada no finalzinho de 1993. Foi a primeira vez que gravei em estúdio. Esse processo aconteceu naturalmente. Apesar de ter o “Fácil”, nosso segundo álbum era black, funkeado. Então, a gente começou a tocar em lugar grande e a sentir falta de uma explosão nesses shows. Sentimos que o grupo precisava de um som mais pulsante. A coisa da roupa black também começou a cansar. E a gente começou a se jogar na vida. Mas essa mudança não foi de uma hora para outra. A gente teve um embate muito grande na época do Oxigênio. Um puxava o som da banda para lá, o outro para cá... A banda poderia ter até acabado ali.

Mas no nosso quarto disco, Discotecagem Pop Variada, assumimos com orgulho que somos uma banda pop que mistura sons e ritmos. A maior parte da crítica musical não avaliza o som do Jota Quest. Como o grupo lida com essa rejeição? Hoje estou muito tranquilo em relação a isso. Ouço música para c... e sei que existe uma diferença entre o que o Jota Quest é e o que gostaria de ser. A gente ainda está em evolução. Temos o aval de milhões de fãs e sei que existem vários motivos para a crítica não gostar da gente. Sei que tipo de música os críticos gostam de escutar, sei o que eles não ouvem. O Jota Quest é uma banda popular brasileira e a crítica não ouve grupos como a gente, ela dá atenção a outro tipo de música. Mas a gente está fazendo nossa história. Estamos comemorando nossos 15 anos para nós mesmos. A gente olha bandas de 30, 40 anos e sentimos que podemos chegar lá. O Jota Quest não espera a aclamação da crítica. O grupo conseguiu chegar até aqui tomando porrada e não precisamos mais dessa aclamação, que talvez nunca venha mesmo. Como cinco caras diferentes conseguem lidar com o cotidiano estressante da estrada numa turnê nacional como essa? A gente desenvolveu um sistema de trabalho que tem ajudado nossa convivência. Temos o nosso camarim vermelho, com som rolando, o uisquinho rolando... Seja numa casa de shows no Rio de Janeiro ou numa feira agropecuária em Belém, temos o nosso camarim. É o nosso momentinho de relax. A vitória está aí, na convivência de cinco caras diferentes. Cada um tem seus chiliques, seus pontos de vista. Mas somos os nossos melhores amigos. Já somos meio como irmãos. Deve ter muita história nesses 15 anos... Ah, tem... Volta e meia erram meu nome. Acontece até hoje. Já teve um cara que me chamou de Rogério flautista. Tem também essa coisa de neguinho abordar no aeroporto, você com cara de sono, e pedir: “Fala com a minha filha no celular”. Aí você fala e atende a menina com voz de sono que não acredita que é você mesmo que está falando com ela... Tem tanta coisa. Qual o balanço desses 15 anos? O melhor possível. É uma vida boa. Vivo um sonho acordado há um tempão. Mauro Ferreira 93