O CASAMENTO DE THAILA AYALA E PAULO VILHENA EM FERNANDO DE NORONHA "ME ATRAI A PORÇÃO FEMININA DO HOMEM"
Ensaio ALÊ
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Às vésperas de estrear novo musical, a atriz fala pela primeira vez sobre sua separação de Jonatas Faro no fim da gravidez, de seu bebê Guy, de amor, sexo e de seu romance com Marcos Pasquim
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DANIELLE WINITS Livre para novas paixões
A EMOCIONANTE ENTREVISTA DE REYNALDO GIANECCHINI AO FANTÁSTICO: "NÃO JOGO COM A POSSIBILIDADE DE PERDER"
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EXCLUSIVO
ANTONIO BANDERAS E SALMA HAYEK NO RIO: "QUERO VOLTAR NO CARNAVAL", DISSE A ATRIZ
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"SOMOS (EU E JONATAS) GRANDES PARCEIROS DA VIDA, AS PESSOAS ENTENDENDO OU NÃO"
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"A MATERNIDADE NÃO PRECISA TE DESCONECTAR DA TUA SEXUALIDADE"
DE SOUZA 28/NOV/2011 ANO 13 N° 637
R$ 9,90
Capa
Atire a primeira pedra
Ela abriu mão de um casamento estável para viver uma paixão fulminante com um homem 14 anos mais jovem. Não deu certo, e ela, mesmo grávida dele, pediu a separação. Louca? Corajosa? Quem é capaz de julgar DaNiELLE WiNits? Samia Mazzucco Fotos e Beleza Alê de Souza
Blusa de renda Emilio Pucci para Casa Alberta Hot Pants American Apparel Cinto Armani Exchange Botas Louis Vuitton
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‘‘Foi uma história de um amor profundo, imenso e coroada com um filho’’ sobre o casamento de três meses com Jonatas Faro
Quando anunciou o fim de seu casamento breve com Jonatas Faro, três meses depois da troca de alianças e grávida de sete meses do ator, danielle Winits dividiu opiniões. Parte do público, acostumado a acompanhar sua vida desde o primeiro papel na tevê, eva, na minissérie Sex Appeal (1993), encarou a atitude como um ato inconsequente. ainda mais porque ela abriu mão de seu primeiro casamento, com o ator cássio Reis, com quem teve o primogênito noah, 3 anos, para viver essa nova paixão. Fora isso, quantas mulheres optam pela separação de seus maridos enquanto esperam um filho? entretanto, uma outra parte enxergou o ato como uma corajosa libertação de uma mulher que, a despeito dos riscos que assumiu, escolheu a felicidade. Winits viveu toda essa tormenta em casa. a mesma onde ela recebeu Gente para a primeira entrevista sobre o assunto desde o ocorrido, em março. e o que impressiona é o tom de voz da atriz: sereno, tranquilo e muito seguro das decisões que tomou. aos 37 anos, dois filhos, carreira em franca evolução e de cabelos novos (está moreníssima), ela mantém o astral lá no alto. nem as desilusões amorosas a fizeram abater-se e desistir do amor. “não acreditar no amor como? sempre banquei minhas relações no sentido de fazer com que elas dessem certo e nunca tive medo de ser feliz e de viver minha felicidade. ou minha tristeza”, afirma. o momento é de focar no trabalho. ela estreará em janeiro de 2012 a montagem do sucesso Xanadu, no Rio, se firmando como grande estrela dos musicais. ela vai usar patins e diz que a dança é uma paixão que não abre mão. “Faço balé desde os 5 anos e me formei com 17. a primeira vez em que vi um musical foi em nova York e eu tinha 14 anos. É como se fosse a história da minha vida”, lembra ela, que já levou o pequeno Guy para a primeira audição. em tempo, a produção contava, anteriormente, com Jonatas no elenco. Mas o ator desistiu do projeto por causa de um outro trabalho. na conversa que tomou duas tardes da atriz, ela não se esquivou de nenhuma pergunta. Mas optou por ser evasiva ao responder sobre o real motivo da separação de Jonatas ou se está namorando de fato o ator e velho amigo, Marcos Pasquim, seu par constante na noite carioca. tudo para preservar sua vida privada, direito, aliás, respeitado por Gente. no entanto, nas fotos deste ensaio, assinado por alê de sousa, ela revelou outras nuances de sua intimidade. um corpo irretocável apenas meio ano depois de dar à luz, atitude sensual, preferências, sexo, amor. Winits expõe a seguir o seu “espelho da vida” como sempre fez, sem se preocupar em virar alvo. e quem tem coragem de atirar a primeira pedra? 42
IstoÉGente 28/11/2011 – 637
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‘‘Acho que é interessante não deixar de lado o seu lado mulher. A maternidade não precisa te desconectar da tua sexualidade’’
Quem são seus ícones de sensualidade? acho a Kate Winslet uma mulher sensual, que não é o padrão, mas tem uma voluptuosidade. e homem acho o sean Penn. não é o protótipo da beleza, mas é um cara engajado e acho que isso faz dele interessante. Já foi a época quando se é adolescente e olha para as pessoas mais pela estética. Já tive esse meu momento... quem não teve? O que é ser sensual para você? acho que é do temperamento, que você tem ou não. não é uma coisa que se compra. Hoje em dia está tão fácil ficar perfeitinha, sem uma ruga, mas isso não traz sensualidade. e acho clichê a pessoa utilizar um olhar, uma jogada de cabelo para isso. É cafona, demodé, vazio. Mas, enfim, quando a pessoa não tem conteúdo, ela precisa se utilizar dessas armas mais óbvias. E este momento morena fatal? eu gosto de ficar loira, acho bonito. Mas eu quis ficar morena porque olhei em volta e falei ‘nossa! Quanta gente loira no mundo!’, e quis voltar ao tom natural do meu cabelo. Hoje em dia penso na praticidade. sou uma mulher solteira na vida e criando dois filhos. tenho tido menos tempo para ir ao salão. Mas também estou feliz morena.
Body Adriana Degreas Corselet Madame Sher Brincos Jack Vartanian
Você está com um corpão! Está se achando mais sensual depois da maternidade? acho que a maternidade, naturalmente, por causa dos hormônios, deixa a mulher mais bonita. tem a ver com o fato de ficar mais feliz depois de ter filho. e a sensualidade é uma coisa que também vem de dentro para fora, nao é uma coisa só externa, estética. Você tem no currículo personagens muito sensuais e isso deve ficar na memória do público. É assim na vida pessoal? (Risos) não, eu sou muito mais para boy do que para girl. eu sou moleque. tanto que a minha vontade sempre foi ter filho homem, nunca tive essa coisa de querer ter filha menininha pra brincar de boneca. Pode parecer uma antítese, mas quem me conhece sabe que eu sou aquela pessoa que se deixar sai na rua com o cabelo de espanador (risos).
Tem algo a ver também com sua nova peça no teatro? não, em Xanadu vou ser loira, mas vou usar peruca. Foi uma vontade, uma volta às raízes, um resgate de mim mesma, de quem sou, como sou. o cabelo é parte do processo, como se estivesse me individualizando depois de muito tempo. É meio isso, essa sou eu. Ser mãe de dois filhos mudou alguma coisa quanto ao sexo? não, mas no momento não é o meu drive. a minha vida não está voltada para isso. não é que não faça mais parte da minha vida, mas não é uma prioridade. acho que é interessante não deixar de lado o seu lado mulher. a maternidade não precisa te desconectar da tua sexualidade. O que te atrai em um homem? Me atrai a porção feminina do homem, que consegue enxergar uma mulher não como um objeto. esse é o homem moderno, que dá a mão para a mulher e caminha junto dela, não à frente, nem atrás. e sem achar que o seu lado feminino vai atrapalhar a masculinidade. Posaria nua de novo? (Ela foi capa de uma revista masculina em 1998) não penso nisso. Foi muito feliz, muito bacana quando eu posei, enfim, mas não é uma coisa que faz parte do meu caminho. Você estava namorando o Jonatas há poucos meses quando engravidou e em seguida casaram. A gravidez foi planejada? a gente nunca chegou um dia e falou: ‘Vamos ter um filho’. ambos deixaram acontecer e foi maravilhoso, muito querido e muito bem-vindo.
‘‘Nos meus dois casamentos, fui realizada como mãe e mulher. Deu mais certo do que para muita gente que continua casada’’
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Body La Perla
Dicas para uma atriz brilhar nos musicais Voz “Faço aula de canto duas vezes por semana” Dança “Balé é a base de tudo. Não adianta fazer aula de salão e não fazer aula de balé porque você vai virar uma dançarina, não uma bailarina. Acho que isso faz muita diferença” Corpo “Balé sempre faço. Um pouquinho de musculação, pilates. Não gosto de correr, o aeróbico para mim é a dança, que me traz esse condicionamento” DiCa “Diversificar, investir. Se não puder ir para fora estudar, procure escolas por aqui”
Como foi a emoção de casar grávida? Foi incrível, maravilhoso, diferente. a gente não casou de papel, fez uma festa até para celebrar a chegada dele. Foi perfeito. Como se sentiu na época da separação, um mês antes de o bebê nascer? Posso te responder que tivemos um filho porque a gente quis ter, foi mais do que querido, mais do que bem-vindo e nos separamos, mas fomos muito felizes. Foi uma história de um amor profundo, imenso, e coroada com um filho. É isso que posso falar. Temeu que a separação prejudicasse a reta final da gravidez? não porque na verdade as pessoas não sabem se a gente estava junto quando teve o filho. É uma história muito particular a minha e do Jonatas, não tenho como responder isso. só tenho como responder que foi um dia maravilhoso quando Guy nasceu, um dos mais felizes da minha vida, como foi o dia que o noah nasceu. Foi uma história muito particular independente de tudo que foi dito, visto, pareceu ser, pareceu não ser e prefiro manter assim, que é assim que dá certo. No aniversário do Jonatas, a família se reuniu para jantar. Vocês continuam amigos? somos grandes parceiros na vida, as pessoas entendendo ou não (risos). o que é uma pena, porque acho que as pessoas têm de ser um pouco mais evoluídas nesse sentido. Quando você tem um filho, vai ser parceiro de vida dessa pessoa, eu acredito nisso. sou privilegiada nesse sentido porque deve ser muito duro você ter um filho com alguém e não ter uma relação com essa pessoa. inimaginável para mim. eu me sinto feliz, vivo para o entendimento da minha família, para o que vai ser bom pra mim e meus filhos. Afinal de contas, por que vocês se separaram? a gente se separou, foi isso, mas quando foi, o motivo, é a nossa história e isso para mim é tão sagrado! eu me reservo mesmo a esse direito, acho que tanto eu quanto ele. nossa história foi profunda, coroada por um filho, então eu respeito muito ela, independente de qualquer especulação. e isso para mim basta. Você foi casada duas vezes. Considera que seus casamentos deram certo? deram supercerto, tenho dois filhos maravilhosos, como não deu certo? costumo me arrepender daquilo que não fiz. do que eu vivi são experiências, bagagem, felicidades adquiridas, cicatrizes às vezes. nos meus dois casamentos fui realizada como mãe e mulher. deu mais certo do que para muita gente que continua casada. (risos) Se casaria de novo? com certeza. como não acreditar no amor? tanta gente que tem traumas. eu não, sempre banquei minhas relações no sentido de fazer com que elas dessem certo e nunca tive medo de ser feliz e de viver minha felicidade. ou minha tristeza. a gente está aqui para viver, ser feliz, esse é o intuito.
‘‘Posso dizer que estou feliz, não deixo de viver minha vida, nunca deixei e acho que time que está ganhando a gente não mexe ’’ sobre seu romance não assumido com Marcos Pasquim
edição de Moda Rodrigo Grunfeld e Ale Duprat stYlinG Arno Jr. PRodução de Moda Renato Telles, Marco Frige e Paulo Zelenka assistente de Beleza Felipe Rodrigues tRataMento diGital Octavio Duarte
Logo depois da separação, você foi vista circulando com o ator Carlos Machado. Chegaram a namorar? não, nunca namorei com ninguém depois do Jonatas. carlos é um amigo de anos, uma pessoa maravilhosa, a gente saiu, fomos em restaurantes, malhamos na mesma academia. só. E agora o mesmo acontece com Marcos Pasquim, que tem sido seu par constante em eventos e na noite do Rio. Não é namoro também? Posso dizer que estou feliz, não deixo de viver minha vida, nunca deixei e acho que time que está ganhando a gente não mexe (risos). Você completa 38 anos em dezembro. A proximidade dos 40 assusta? não. ‘Jovens envelheçam’, já dizia nelson Rodrigues. É fantástico. os 20 anos são exaustivos, você está sempre meio em busca, nos 30 também, mas já com pausa pra deitar na rede. aí, no meio dos 30, você está caminhando para um lugar que eu acredito que seja muito bom e merecido. 47
WAGNER AZ/ HONOPIX
Salma foi direto da prĂŠestreia de O Gato de Botas para o aeroporto Tom Jobim, onde circulou com uma camisa do Flamengo sobre o vestido longo
DELSON SILVA/ AG. NEWS
Cinema
Os dois atores se conhecem há 17 anos: “Sempre que eu e Antonio nos reencontramos tudo está exatamente igual, tanto a personalidade quanto o físico”, brincou Salma
Um pulo do gato Os atores Antonio Banderas e Salma Hayek passaram dois dias no Brasil, mas tiveram tempo suficiente para se encantar com o Cristo Redentor durante passeio panorâmico de helicóptero, beber caipirinha e até escolher um time de futebol do coração Gustavo Autran
no Rio
“TENHO A IMPRESSÃO DE que vou voltar muitas vezes”, declarou Antonio Banderas quando veio ao Rio para lançar seu perfume e inaugurar uma exposição com fotos de sua autoria, em maio. Pois, seis meses após a visita, o ator espanhol deu novo rasante na cidade – desta vez acompanhado da estrela mexicana Salma Hayek. A dupla veio para a préestreia do longa de animação O Gato de Botas, dirigido por Chris Miller, um dos roteiristas de Shrek. No filme, Banderas dubla o protagonista, enquanto Salma empresta a voz para Kitty Pata-Mansa, uma ladra felina supersensual. E a atriz, pela primeira vez no Brasil, deu sinal de ter sido fisgada pelo charme carioca também. Ela manifestou vontade de voltar para o Carnaval e, no aeroporto Tom Jobim, antes de 29
Cinema
Banderas sentou-se ao lado do piloto e pediu para ouvir bossa nova durante o passeio panorâmico de helicóptero pelos cartões-postais do Rio
Fotos DELSON SILVA/ AG. NEWS
O personagem Gato de Botas, dublado por Banderas, nasceu coadjuvante de Shrek e agora ganhou um filme só seu
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IstoÉGente 9/9/2008 – 999
deixar o País, circulava com um vestido longo Alexander McQueen, usado na première, com uma camisa do Flamengo personalizada por cima – um presente do próprio clube. A visita durou menos de dois dias, mas foi intensa: incluiu passeio de carro pela zona sul carioca e jantar no Aprazível, badalado restaurante de Santa Teresa que já recebeu Madonna e Anne Hathaway. O grupo ocupou uma mesa num lugar reservado, dentro de uma espécie de palafita e com vista privilegiada para a Baía de Guanabara. Salma comeu peixe e experimentou uma caipirinha. Banderas preferiu arroz com camarão. Antes de cruzarem o tapete vermelho no Cinépolis Lagoon, onde foi realizada a pré-estreia de O Gato de Botas, na manhã do sábado 19, Salma e Banderas conheceram os principais cartões-postais do Rio a bordo de um helicóptero. Durante o passeio, a trilha sonora era só de música brasileira, especialmente bossa nova, a pedido do ator. Banderas ficou encantado com o Cristo Redentor. “Maravilhoso! Parece que ele está abraçando a cidade”, disse. A diversão veio depois de uma maratona de entrevistas, na manhã e na tarde da sexta-feira 18, no Copacabana Palace. Logo no início da coletiva de imprensa, Banderas, sempre o mais falante, brincou sobre a música que servia de pano de fundo, dizendo que parecia tema do filme Blade Runner – O Caçador de Androides. Já Salma lembrou da amizade com o diretor brasileiro Walter Salles. “Quem estava cotado para ser o diretor de Frida (2003) era ele. Trabalhamos em cima do filme, fizemos workshops, mas infelizmente o processo foi demorado e ele acabou assumindo outro longa”, contou ela. Banderas disse que aprendeu a conviver com a fama de sedutor e latin lover. “Puseram esse rótulo em mim, mas, curiosamente, sou um dos caras que mais o fizeram papéis de homossexuais na história do cinema. O fato é que existe a tendência de rotular todo mundo, em qualquer lugar. Tem gente que acha que os espanhóis andam nas ruas dançando flamenco com uma flor na boca (risos). Se eu gosto disso? Não. Tenho de conviver com isso? Sim. Então, tento levar na boa”, disse o astro. Banderas conheceu Salma nos sets de filmagem de A Balada do Pistoleiro, há 17 anos. “Somos amigos próximos, mas não somos daqueles que se veem todos os dias. Mas sempre que eu e Antonio nos reencontramos tudo está exatamente igual, tanto a personalidade quanto o físico”, brincou Salma.
Boni lembra que Roberto Marinho sempre lhe presenteava com relógios de pulso sem nunca perceber que o então vice-presidente de sua empresa não usava o acessório
O todo-poderoso
conta tudo
Em livro de memórias, BOni, ex-vice-presidente da Rede Globo, narra histórias de bastidores e detalha sua relação com Roberto Marinho
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Samia Mazzucco
Literatura
Em 1998, quando ocupava o cargo de vice-presidente da Rede Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, foi substituído por marluce Dias da Silva, após 31 anos na casa. Sem citar nomes, ele relembra sua ruidosa saída da emissora elogiando a competência das novas pessoas na empresa, mas enfatizando que tinham um parco conhecimento sobre televisão. E faz questão de deixar claro que, caso tivesse que conviver com elas, corria o risco de sofrer um enfarto. Apesar de dizer que o episódio ficou no passado, também critica, chamando de infantil e vergonhosa, a reportagem publicada no jornal O Globo na época, pertencente à família marinho, em que se afirmava que ele estava sendo rebaixado. Esses são alguns dos assuntos abordados em O Livro do Boni, editado pela Casa da Palavra, que será lançado no Rio, na quarta-feira 30, data em que o autor completa 76 anos. mas quem esperava que o ex-todo-poderoso da Globo – que em agosto terminou um tratamento de câncer
de próstata reincidente – trouxesse à tona revelações bombásticas sobre os bastidores da televisão brasileira, esqueça. Já nas primeiras páginas de suas memórias, ele avisa aos leitores que não criem expectativas quanto a isso. Boni conta, sim, diversos episódios, já conhecidos ou não, de sua carreira e das pessoas com as quais trabalhou, mas tudo bem ao seu jeito: com os modos de um lorde inglês e sinceridade ímpar. E se na descrição de sua saída ele abusa da honestidade, o lado gentleman, claro, é bastante explorado na obra. Ao ex-patrão e criador da emissora, Roberto marinho, a quem ele chama de dr. Roberto, é só elogios e relata fatos engraçados e curiosos sobre o relacionamento dos dois. Como certa vez em que o então chefe lhe ensinou um truque de como agir quando fosse questionado ao telefone sobre algum assunto que não dominasse. A dica? Desligar o aparelho e retornar assim que tivesse apurado as informações, fingindo que a ligação tinha caído. Em outra passagem lembrada com humor, Boni conta que marinho esquecia que ele não usava relógio de pulso e, a cada ano, dava-lhe um novo. mesmo sem nunca ter usado o acessório, acabou tendo uma coleção recheada de Cartier e Piaget. mimos à parte, os dois chegaram a ter pequenas rusgas, uma por conta de uma demissão que Boni não concordava e outra devido à proibição, pela censura da ditadura, de a novela Roque Santeiro ir ao ar, em 1975. Esse assunto delicado, a relação da Globo com o regime militar, não escapa da obra. Criticada na época por não dar o devido destaque para os comícios das Diretas Já, principalmente o da Praça da Sé em dezembro de 1983, Boni revela que as proibições políticas partiam diretamente de marinho, que, na época, sofria ameaças constantes de que a emissora teria sua concessão cassada. Percalços superados, Boni conta orgulhoso que apesar de a expressão “padrão Globo de qualidade” não ter sido criada dentro da casa, e sim pela imprensa, foi assimilada por todos, já que trabalhavam com tolerância zero para sempre tentar alcançar a perfeição. E o lema era levado a sério não só por ele, mas por profissionais consagrados, como diretores da teledramaturgia. Em especial Daniel Filho, cria sua, de quem se mantém amigo até hoje. Daniel chegou à Globo convidado pelo ex-vice-presidente e tornou-se diretor por sugestão dele. De tão perfeccionista, Daniel é chamado no livro de chatinho e intolerante. Talvez muitos rotulariam Boni com esses mesmos adjetivos. Hoje, proprietário da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, Boni continua buscando a perfeição a todo custo. 69
Diversão & Arte
AVALIA ★★★★★ INDISPENSÁVEL ★★★★ MUITO BOM ★★★ BOM ★★ REGULAR FRACO
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música
Conhecido por seus trabalhos coletivos com a Parede e o Monobloco, Pedro Luís lança seu primeiro disco solo e fala da emoção de cantar com Milton Nascimento
Pedro Luís
No bloco do
eu sozinho
Fotos DIVULGAÇÃO
PEDRO LUÍS SEGUIU, enfim, o bloco do eu sozinho. Em atividade desde os anos 1980, década em que integrou o extinto grupo de rock Urge, o cantor e compositor carioca somente agora lança seu primeiro disco solo, Tempo de Menino. Gravado com a participação de Milton Nascimento na toada “Imbora”, o disco alinha no repertório 12 músicas de autoria de Pedro e a regravação de “Hoje e Amanhã Eu Não Saio de Casa”, música lançada por Luiz Melodia em 1980. Projetado por seus trabalhos coletivos com os grupos cariocas Parede e Monobloco, o artista fala, Você começou a ser gravado desde os anos 1990, mas somente nos últimos tempos conseguiu mais reconhecimento e viu seu nome cirna entrevista, de sua conexão com Portugal, da importância de sua mulher, Roberta Sá, no processo cular fora do circuito indie. A que se deve essa demora? de feitura do disco e da emoção de cantar com Milton. A construção da minha carreira se deu fora dos moldes do mercado mais tradicional. Comecei a gravar com a Parede no final dos anos 1990, nos estertores da indústria fonográfica, o fim de uma época em que as gravaVocê já está na estrada há muito tempo, desde doras ainda botavam muito dinheiro num disco. Mas tudo foi mudando, os anos 1980. Por que somente agora gravou um com a coisa da internet, da pirataria. Então, as coisas foram mais lentas, disco solo? Foi uma demanda pessoal. Normalmente, as pesso- mas, ao mesmo tempo, acho que mais sólidas. Acho também que as intérpretes dessa nova geração que já se estabeleceram, como a Mariana as partem para um trabalho solo quando acabou Aydar e a Roberta (Sá, mulher de Pedro), estão fazendo o papel de gravar a banda ou está em crise. Mas comigo aconteceu e ajudar a estabelecer os compositores que se destacam na geração delas. o contrário: quando meus dois trabalhos coletivos, com a Parede e o Monobloco, estão com todo o fôlego é que eu resolvi atender a um desejo antigo. Roberta já gravou vários vocais no disco e faz dueto com você em “Os Beijos”. Sendo um casal, vocês não preferem se dissociar um do outro no campo profissional? Nossa parceria começou pela música. Eu fiz uma música para o primeiro disco dela, o Braseiro. Ou seja, nosso envolvimento musical é anterior à nossa parceria amorosa. A gente gosta muito de ouvir a opinião de um sobre o trabalho do outro. Roberta teve uma participação muito importante nesse meu disco solo, desde incentivar a fazer até a ouvir o repertório, sugerir, aprovar, vibrar junto. Então, é uma parceria que se estende em vários campos. E a contribuição de um no trabalho do outro é sempre produtiva. E isso talvez tenha dado certo porque a parceria começou pela música. E como foi gravar com Milton Nascimento? Milton é um caso sério, né? Ele é uma referência vocal para o Brasil e sempre queremos trazer para perto da gente pessoas desse porte que
‘‘As intérpretes dessa nova geração que já se estabeleceram, como a Mariana Aydar e a Roberta (Sá, mulher de Pedro), estão fazendo o papel de gravar e ajudar a estabelecer os compositores que se destacam na geração delas”
chancelem nossas ideias. Como eu sabia que o Milton nutria uma admiração pelo trabalho que eu fazia com a Parede, eu tive a cara de pau de convidá-lo para cantar comigo quando cruzei com ele no estúdio. Ele se mostrou muito disponível e eu vi no “Imbora” a possibilidade de ele render como merece, já que a canção é muito melodiosa e poética. Você considera a cena musical carioca atualmente tão efervescente quanto a de São Paulo? Existem várias efervescências no Rio. Tem a do choro instrumental, a do funk carioca, que está tomando o Brasil inteiro, tem a efervescência do Tono (grupo que está em ascensão na cena indie carioca). Tem muita levada funkeada no meu disco. Como fica a Parede com seu disco solo? Ela dá um tempo agora para respiro. Até porque, o Monobloco já começa a pensar num projeto para o Carnaval de 2012. Mas conseguimos para a Parede um lugar, uma sede, onde podemos ensaiar e até gravar. Falando em Monobloco, você esperava que ele fosse alcançar essa dimensão, arrastando mais de 500 mil pessoas a cada ensaio? Já mudamos nossos ensaios de lugar várias vezes para nos adaptar a esse crescimento, pois nossa intenção é divertir, não é incomodar. Fomos andando com nossos ensaios para onde o nosso crescimento foi levando. Mas tem alguns elementos que levaram o Monobloco a se transformar no fenômeno em que ele se transformou: em primeiro lugar, é a familiaridade do repertório. É um baile, né? Tocamos músicas conhecidas e do gosto popular, tratadas com bom gosto. Não vou tirar nosso mérito. A oficina de percussão do Monobloco, que capacita leigos a se transformar em músicos eventuais, é outro fator. Tudo isso contribuiu para a gente ter atingido esse patamar, que é assustador. Mauro Ferreira
Pedro diz que o Monobloco chegou a um patamar de sucesso “assustador”
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Entrevista
Diário de viagem Ruy CastRo e Heloísa seixas lançam teRRamaReaR, livRo sobRe as expedições do Casal mundo afoRa, e falam da ConvivênCia diáRia de 20 anos, sem nunCa teRem moRado juntos Bruna Narcizo Fotos João Castellano/ Ag. IstoÉ
Ruy CastRo, um dos biógrafos mais importantes do País, diz que só é um bom autor de biografias aquele cuja própria vida valeria um livro. E quem escreveria a dele? “Ninguém, porque enquanto estou vivo, essa pergunta não se coloca”, diz, para logo em seguida brincar: “só vão fazer minha biografia por cima do meu cadáver.” o bom humor está presente o tempo na conversa, mesmo quando discorda da mulher, a escritora Heloísa seixas, com quem lança Terramarear – Peripécias de Dois Turistas Culturais, um livro com textos de viagens do casal. o único escrito a quatro mãos é sobre Ravello, na Itália. E ter um casal de intelectuais por companhia de viagem pode servir, por exemplo, para sabermos detalhes da loja, em Veneza, onde stanley Kubrick comprou as máscaras usadas no filme De Olhos Bem Fechados. ou sobre a grade do metrô, em Nova york, que levantou as saias de Marilyn Monroe em O Pecado Mora ao Lado. Ruy e Heloísa têm olhares diferentes sobre as coisas. Ela é detalhista e ele tem uma visão global. Ela é Fluminense. Ele, Flamengo. Ela desfila no Carnaval há anos. Ele só estreou na avenida em 2008, sob chuva, para homenagear Carmen Miranda. Ela acredita que ele emenda um trabalho atrás do outro para não se dar ao luxo de morrer. Ele discorda, mas nem tanto. Conta que, quando teve câncer, não pensou no prazo de vida, mas no prazo para entregar o livro que estava escrevendo. Diz que um biógrafo nunca deve aparecer, nem se envolver com a história do biografado, mas conta ter usado as próprias experiências quando escreveu sobre Garrincha, porque ambos sofreram com o alcoolismo. “tenho de usar isso como instrumento para saber o que perguntar, porque sei mais do que ninguém porque passei por isso”, diz ele, que nos últimos sete anos teve dois cânceres e um infarto. a celebração de sua melhora foi oficializar a relação de 20 anos com Heloísa. Mas nem pensar em morar juntos. “ser casado sem coabitar mostrou-se uma experiência muito bem-sucedida, finalmente.”
Ruy e Heloísa caminham juntos toda manhã e gostam de ver futebol juntos, menos em dia de Fla-Flu
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Entrevista
Como decidiram morar em casas separadas? Heloísa Foi natural. Quando conheci o Ruy, ele morava aqui em são Paulo. Então, nos primeiros cinco anos que ficamos juntos, ele morava aqui e eu, no Rio. Ruy Isso foi no final de 1990, assim que saiu o Chega de Saudade. os livros que escrevi em seguida, como O Anjo Pornográfico (biografia de Nelson Rodrigues) e Estrela Solitária (sobre Garrincha), eram passados no Rio. Então, eu ia para lá quase toda semana. aí, achei melhor comprar um apartamentinho lá. Mas nunca moramos juntos. Por quê? Heloísa Está bom assim, né Ruy? Ruy a gente se fala o dia todo por telefone, e-mail. toda quartafeira eu vou lá ver o futebol com ela. Ela adora futebol. Na sexta, ela vai para casa. Ficamos juntos até domingo à noite. Ruy, você disse que a coabitação é o tumulo da paixão. Ruy Já coabitei com outra mulheres, fui casado duas vezes antes da Heloísa. Mas preferia não ter sido, não ter tido essa experiência. ser casado sem coabitar mostrou-se uma experiência muito bem-sucedida, finalmente. Além de viajar e assistir ao futebol, o que mais vocês fazem juntos? Heloísa Caminhamos todo dia. Moramos os dois no Leblon. Ruy todo dia, às 8h30, a gente se telefona e se encontra no meio do caminho, entre um apartamento e outro. Heloísa saímos muito, vamos ao theatro Municipal, ao Clube Renascença (de samba). Vamos ao Engenhão ver futebol. Ruy Desfilamos juntos na Império serrano (em 2008) Heloísa o Ruy foi debutante. Eu desfilo desde 1982, mas como o Império ia homenagear a Carmem Miranda, convidaram e, para minha surpresa, ele aceitou. Fomos com a aquela roupa da diretoria, parecíamos o Zé Carioca. Choveu, caiu o mundo no debut do Ruy na avenida. Ruy, qual a dedicação necessária para a pesquisa de uma biografia? Ruy Não chamo de pesquisa. Chamo de investigação. Envolve tudo, desde pesquisar arquivos até localizar pessoas perdidas, saber o que perguntar e rezar para que eles não estejam muito gagás, muito surdas, fazendo hemodiálise ou outros problemas que se encontram quando as suas fontes têm entre 80 e 99 anos de idade, como são as minhas. É importante seguir cada pista. Como faz para não se envolver com a vida do biografado? Ruy Dei essa instrução para um menino que foi meu aluno em um curso de biografia. Ele estava se envolvendo com os problemas da sua biografada, uma estrela da Globo que morreu há muitos anos. Ele estava sofrendo porque tem o mesmo problema que ela: o uso de comprimidos. Eu também passei por isso ao escrever sobre o Garrincha, porque ele tinha um problema que eu vivi, o alcoolismo. Não é porque o Garrincha passou por coisas que eu também passei, de dramas, sofrimentos e situações terríveis motivadas pelo álcool, que eu vou ficar prostrado. Não, eu tenho que usar isso como instrumento para saber o que perguntar, porque eu sei mais do que ninguém, porque eu passei por isso. Por isso que digo que o melhor biógrafo é o sujeito que talvez mereça uma biografia. Ele foi para a rua, para a noite, correu da polícia, viveu intensamente. o Nelson Rodrigues era um cara muito doente que talvez eu tivesse entendido melhor, mas até escrever a biografia dele, eu nunca tinha tido nada.
‘‘Não é porque o Garrincha passou por coisas que eu também passei, situações terríveis motivadas pelo álcool, que eu vou ficar prostrado. Não, eu tenho que usar isso como instrumento para saber o que perguntar’’ Ruy Castro Há quanto tempo você está sem beber? Ruy Há 23 anos. No caso do Nelson, não tinha a ver com bebida, tinha a ver com doença. Em sete anos, tive dois cânceres e um infarto. Li que você vai emendando um trabalho no outro porque, enquanto estiver trabalhando, não pode se dar ao luxo de morrer. Heloísa Eu escrevi isso no Álbum de Retrato (uma fotobiografia de Ruy). acho que ele é assim, sem dúvida. Ruy É a sua interpretação, não a minha. Heloísa sim. Quando ele teve o primeiro diagnóstico do câncer, a primeira coisa que ele disse foi: “Vai atrasar o livro.” Ruy Quando o médico deu o diagnóstico, que eu tinha um tumor na base da língua, avisou que eu ia precisar fazer radioterapia todos os dias, quimioterapia algumas horas durante o tratamento e, talvez, uma cirurgia. Eu tinha começado a escrever o livro da Carmen Miranda. Quando eu sento para escrever o livro, não há nada que me faça sair de casa. E de repente, recebo essa notícia, de que vou ter de sair todos os dias para o tratamento. todo dia no fim da tarde, ela passava em casa e me levava para a clínica. Eu imprimia o que tinha feito naquele dia e levava para corrigir na sala de espera. No dia da quimio, eu ficava na cadeira mais afastada. ao contrário do que eu imaginava, a quimioterapia é o lugar mais animado que existe. É um bando de homens e mulheres, carecas, fazendo piadas, sentados com os braços cheios de tubos, é uma grande chacrinha. E eu pegava a caneta e mandava bala. Depois da cirurgia, assim que voltei para o quarto, peguei um maço de 18 capítulos para revisar. 73
ESTILO CASA por Silviane Neno
Na sala de jantar, a vedete é a cascata formada por três lustres antigos, inspirada numa exposição de arte que Georgianna visitou. Foto de Miguel Rio Branco. No detalhe, porta-retratos com fotos da família, e dos tempos de modelo. O abajur é de um antiquário de Copacabana
A marchande Georgianna Basto Richter com seu cachorro e o violão, cercada por referências pops como o pôster do filme “Alien VS Predador”. O maleiro de camelo, ela ganhou da avó
O luxO
e o pop TexTo Thiago Lucas foTos Orestes Locatel/ Ag. IstoÉ
A marchande Georgianna Basto Richter mostra o décor eclético de sua casa, em Copacabana, bairro onde cresceu e voltou a morar com o marido, o fotógrafo Felix Richter e o filho Ernesto, há quatro anos. Apaixonada por fotografias de moda, ela faz do lugar um mix de suas preferências estéticas. De quebra, o apê ainda fica perto da sua galeria. Assim, ela respira arte em casa e no trabalho 79
ESTILO CASA
A mesa de centro tem areia com um pigmento na cor azul Klein, que Georgianna adora. O quadro grafitti é do artista plástico Marcos Corrêa
A fAmíliA cresceu em copAcAbAnA. Georgianna e a irmã, a designer de acessórios constança basto, tiveram formação austera. Gigi, como é chamada em casa e pelos amigos, estudou na escola suíça, em santa Teresa, onde foi alfabetizada em alemão e português e também aprendeu inglês e francês. “Devo muito à minha formação educacional porque abriu a minha cabeça para outras culturas e influências, desde muito cedo.” formada em desenho industrial, desde menina teve interesse pela fotografia. os pais colecionavam revistas de moda. “lembro bem que, aos 14 anos, ganhei um livro enorme de fotos do richard Avedon. Aquilo me encantou e ali eu sabia que queria trabalhar com esse tipo de arte.” o apartamento da marchande reflete as múltiplas influências que recebeu através do universo das fotografias de arte e da
No detalhe à esquerda, o boneco do filme Alien – O Oitavo Passageiro e uma câmera de fotografia antiga, parte da coleção do marido, o fotógrafo Felix Richter. Abaixo, o bar do século 19, Napoleão III , do Império francês
moda, sua grande paixão. As outras formas de arte, também estão ali, representadas por peças assinadas, quadros e relíquias garimpadas em antiquários e no acervo da família. logo na entrada, há, por exemplo, um enorme quadro grafitado do artista plástico marcos corrêa, repleto de influências de artistas como basquiat e Keith Haring. Ainda na antessala, uma credenza brasileira do século xViii e, sobre ela, objetos variados como um termômetro de parede da Áustria, herança da avó de seu marido, uma escultura de tigre feita em couro e uma bússola antiga. ela conta que gosta de misturar obras de arte com os objetos que coleciona. “sei que a mistura é um tanto inusitada, mas é reflexo da minha personalidade e formação, que, por sorte, foi muito rica. com toda certeza a minha casa não é nem nunca será clean ou minimalista.” o apartamento foi um achado que surgiu na época em que havia acabado de mudar sua galeria de fotografias de arte de ipanema para copacabana. “foi quando comecei a sentir uma saudade do bairro em que fui criada e pedi para amigos e parentes ficarem atentos a qualquer oportunidade.”
A mudança aconteceu em dezembro de 2007, mas, antes, foram precisos dois meses de reformas. A sala de estar tem um ar mais pop, com um enorme pôster emoldurado do filme Alien versus Predador, um longo sofá de couro preto e um pufe forrado por um maleiro de camelo, comprado por sua avó no mercado de antiguidades da praça xV. mas é a sala de jantar seu ambiente favorito. “espero meu marido chegar e sento aqui com ele e meu filho para jantarmos sempre juntos, todos os dias. Acho importante e eu adoro o ambiente também.” Ali, uma estante de madeira guarda outro tesouro da casa: os livros, catálogos de moda, muitas revistas, um Alien (outro) e ainda uma coleção de câmeras fotográficas antigas do marido. no teto, uma espécie de instalação com três grandes lustres antigos, pendurados em alturas diferentes. “Tive essa ideia depois de ter visto uma cachoeira de lustres em uma exposição. como nós já tínhamos dois lustres do antigo apartamento, juntamos com esse terceiro, que ganhamos da proprietária do apartamento aqui em copa, e então tomei a coragem de pendurar os três juntos. Acho que dá um toque especial à sala de jantar.” 81
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Ensaio ALÊ
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I S SN
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