Uma entrevista com Luís áLvaro, o homem qUe segUroU Neymar no Brasil
istoegente.com.br
Giselle itié arrasadora: amor, Los angeLes e o desafio de encarnar uma prostituta de Luxo
os apresentadores na capital italiana, em foto com vista para o vaticano
Luciana e Marcelo
Lua de meL depois do bebê
O casal em Roma e Paris: “Marcelo planejou tudo e me disse: ‘Precisamos namorar’” A top Aline weber em seu apartamento em nova york: “Quero casar só depois dos 50” I S SN
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deus sAlve A rAinhA! as comemorações dos 60 anos de reinado de elizAbeth ii
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Fotos arquivo Pessoal
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Às vésperas do Dia dos Namorados, LuciaNa GimeNez conta à Gente como foi sua primeira viagem romântica com o marido, marceLo De carvaLho, após o nascimento de Lorenzo, de 1 ano e 4 meses. mas ela não conseguiu se desligar dos filhos POR Simone BlaneS
Marcelo e Luciana posam em frente aos cartões postais de Roma e Paris. À esq., com a vista do Vaticano ao fundo, e em frente à Torre Eiffel. “Foram só cinco dias. O Marcelo disse: ‘Vamos, precisamos namorar”, conta a apresentadora
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“O Marcelo é super pragmático. Ele me disse: ‘Vamos viajar. Precisamos namorar”
Sob as lentes do marido, Luciana faz pose na Riviera Francesa: “Andamos por tantos lugares que quase nem deu para dormir”
Fotos arquivo Pessoal
Luciana Gimenez • Era para ser uma viagem 100% romântica, para esquecer de tudo e só pensar no casal. Mas Luciana Gimenez não aguentava a distância dos filhos. À noite, no hotel, a apresentadora do Superpop pegava o computador e se trancava no banheiro, escondida do marido, o empresário Marcelo de Carvalho, dono da RedeTV!. “Ele estranhava a minha demora no banheiro e perguntava: ‘Lu, o que você está fazendo?’. E eu: ‘Nada, amor’. Eu estava falando com os meninos, pelo Skype”, conta ela, aos risos, referindo-se aos filhos, Lucas Jagger, 13 anos, e Lorenzo, 1 ano e 4 meses. Foram apenas cinco dias, na primeira viagem do casal desde o nascimento do caçula. Mas a mamãe não conseguia ficar sem falar com as crias. “É difícil ficar longe deles. Ainda mais para uma mãe fanática como eu. Ainda bem que eles estavam com a minha mãe.” Mas a saudade das crianças não atrapalhou a viagem romântica que o casal fez por Paris, na França, e Roma, na Itália. Para fugir um pouco da correria do dia a dia, Luciana e Marcelo resolveram dar uma parada para curtir em clima de romance. No início de abril, logo depois da Páscoa, o empresário organizou uma bela viagem a sós com a mulher, justamente para as duas cidades que eles mais gostam na Europa. “Marcelo é super pragmático. Ele me disse: ‘Vamos. Precisamos namorar”, conta Luciana. O casal já saiu do Brasil com tudo planejado. Graças ao jeito organizado de Marcelo. “Se dependesse de mim, a gente acabaria não fazendo nada. Eu sou do tipo que acorda, toma café da manhã e só então vai ver o que fazer”, diz Luciana. Juntos, eles foram a restaurantes, visitaram pontos turísticos – como a Torre Eiffel e o Museu do Louvre, em Paris, e o Vaticano, em Roma – e caminharam pelas cidades à noite, principalmente em Paris.
Pausa para um jantar a dois no Bistrot Ma Bourgogne, na Place des Vosges, em Paris. “Ele é um maridão. Organiza, planeja, paga tudo”
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“Eu sou bem mais ciumenta do que o Marcelo. Todo mundo sabe que eu sou brava mesmo” Luciana Gimenez
Mais um jantar romântico do casal em Roma: “Celebramos nosso encontro e nosso filho”
Aliás, Luciana conhece bem a capital francesa. Ela morou na cidade dos 16 aos 24 anos, mas admite que, com o marido, conseguiu aproveitar mais as atrações de Paris e Roma do que se estivesse sozinha. “Se não fosse por ele, eu não faria tantas coisas. Se passasse um mês em Paris com o Marcelo, com certeza eu veria muito mais coisas do que nos anos em que vivi lá.” Dos momentos mais emocionantes, ela ressalta a ida à casa de Victor Hugo, em Paris. “Meu gordo (como ela chama o marido) se emocionou, porque lá tem uma parte da história da família dele. Seu bisavô, o médico Joaquim José de Carvalho, viveu lá”, conta.
• Casal bravo
• Luciana Gimenez costuma dizer que ela e o marido formam um “casal bravo”. Na casa de praia deles, no litoral de São Paulo, há até um tapete com a frase “Siamo Tutti Nervosi”: “Somos todos nervosos”, em italiano. Ela diz, também, que eles são espaçosos. Afinal, além do casal, há mais cinco crianças – Lucas, Lorenzo e três filhos do primeiro casamento de Marcelo: Manoela, 12 anos, e os gêmeos Marco e Marcela, 10. “A gente tem de ir numa van”, diverte-se. Para a apresentadora, um dos pontos altos da relação é a ausência de tédio. “Eu sou bem mais ciumenta do que ele. Todo mundo sabe que eu sou brava”, diz ela, que, de tão ciumenta, chega a controlar que mulheres podem participar do programa que o marido apresenta,
o Mega Senha. “Ligo até para a diretora do programa e fico perguntando tudo. Ainda mais se vejo que ele está de muita amizade com alguma convidada.” Já Marcelo é mais discreto quando o assunto é ciúmes. Segundo a esposa, ele não fala nada. Só fecha a cara e sai calado, para preparar alguma vingança, como sair com os amigos e desligar o celular. Mas Luciana vê o ciúme de forma tranquila. “Ninguém rouba ninguém de você. Se a pessoa for embora, é porque não estava mais dando certo. Além disso, acredito que ele é apaixonado por mim. Está tudo bem.” As atitudes de Marcelo indicam que ela está certa. O empresário é dado a belos gestos românticos, como escrever cartões de amor, encher a casa de pétalas de rosa e contratar uma orquestra de violinos só para a mulher. “Ele fez isso quando soube que eu estava grávida do Lorenzo. Foi lindo. O único problema é que ele fez isso às 6 horas da manhã. Eu estava dormindo pelada, com o cabelo em pé. Adorei. Mas podia ter sido às 10 horas, né?”, diz ela. A propósito, para Luciana, um dos maiores problemas do marido é o fato de ele acordar cedo, por volta das 6 horas da manhã. Já a apresentadora não gosta de sair da cama antes das 10 horas. “Nós temos uma dislexia de horários. Eu queria que ele acordasse pelo menos às 10 horas. Mas a essa hora, ele já fez ginástica e já está no trabalho, naquela correria insana”, conta ela. Até nos fins de semana, Marcelo levanta cedo.
“Nós sabíamos que aquela seria a última vez que nos veríamos. Não tinha e nem poderia ser diferente” Fotos arquivo Pessoal
A estrela da Rede TV! na Praça da Concórdia, segunda maior da França, ao pé da famosa ChampsÉlysées, principal avenida da capital francesa
Dolores Donec, empresária
Capa
“Tenho o sonho de passar um dia inteiro com o Marcelo em casa, só vendo tevê. Mas ele não consegue” Luciana Gimenez Por tudo isso, Luciana diz ter dois sonhos: ir para a Austrália com o marido e passar um dia inteiro com ele na cama, apenas assistindo televisão. “Pode ser até um dia de chuva. Mas ele não consegue.” Independentemente do cotidiano, Luciana Gimenez e Marcelo de Carvalho demonstram estar felizes juntos. Seja curtindo uma viagem pela Europa a dois, seja nas surpresas que ele gosta de armar para ela ou nos presentes que o empresário faz questão de escolher para a amada, como um sapato Christian Louboutin que deu a ela no Dia das Mães. Isso sem falar na vida em família, sempre cercados pelos filhos. Mesmo que, para isso, Luciana tenha de se trancar num banheiro de hotel para falar com os filhos pelo computador. •
Fotos arquivo Pessoal
Luciana posa na Praça de São Pedro, no Vaticano (à esq.), e em uma rua de Roma. “Se não fosse pelo meu marido, eu não faria tantas coisas”, diz a apresentadora sobre a viagem à Europa
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Monarquia britânica
God save the queen Com 60 anos de reinado, a rainha ElizabEth ii, da inglaterra, celebra com glamour o aniversário da sua coroação
leon Neal/aFP
POR Júlia leão
aFP
• As bandeiras pintadas de branco, azul e vermelho não pararam de tremular no último fim de semana, na Inglaterra. Em festa, o povo britânico comemorou seis décadas de reinado da rainha Elizabeth II, 86 anos, monarca da Grã-Bretanha, Irlanda do Norte e chefe de Estado de outros 15 países. O Jubileu de Diamante relembra o ano de coroação da rainha, ocorrida logo após a morte de seu pai, o rei George VI, em 1952, quando ela tinha 25 anos. Com muita festa, patriotismo, desfile fluvial e glamour, o povo inglês comemorou a data durante quatro dias. Nem a chuva e o frio tipicamente britânicos conseguiram atrapalhar a festa. Seguindo os protocolos, a rainha desfilou pelas ruas de Londres em sua carruagem ao lado da família. Na sequência, percorreu um trecho do belo rio Tâmisa em sua embarcação real. Além da rainha – a grande estrela do evento –, também chamaram a atenção dos súditos e dos fotógrafos o casal formado pelo príncipe William e a duquesa de Cambridge, Kate Middleton.
Junho de 1953: quase um ano após ser nomeada rainha, Elizabeth é coroada em cerimônia oficial, em Londres. Na foto maior, a monarca comemora com a família seu Jubileu de Diamante
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David Crump/aFP
Monarquia britânica
Camilla Parker acompanhou a rainha em sua carruagem para a cerimônia oficial. Elizabeth II desfilou um look da estilista Angela Kelly, bordado com cristais Swarovski. À dir., Kate chegando à Catedral de São Paulo, com um vestido de Alexander McQueen, por Sarah Burton
aP
aFP
A elegância de Kate Middleton chamou a atenção dos fotógrafos. No caminho para o cortejo de barcos no rio Tâmisa, a Duquesa foi alvo dos flashes ao optar por um look todo vermelho, de Alexander McQueen, e o chapéu fascinator da designer Sylvia Fletcher
aFP
aFP
Linda e elegante, Kate se portou como uma verdadeira princesa e encantou a todos que acompanharam os festejos. O príncipe Charles e sua esposa, Camilla Parker, também estavam presentes. Para a alegria da multidão eufórica, a rainha Elizabeth fez questão de saudar seus súditos por onde passava. Aclamada pelo povo inglês e pelos milhares de turistas que visitavam a capital do país, a monarca manteve o sorriso no rosto e a elegância e sofisticação. A festa só não foi perfeita porque o marido da rainha, o duque de Edimburgo, de 90 anos, teve de ser internado às pressas, após sentir-se mal, na segunda-feira 4.
• Celebração no Tâmisa
• Gentil e discreta como sempre, a rainha da Inglaterra iniciou as comemorações do seu Jubileu de Diamante no sábado 2, na corrida de cavalos Epsom Derby, que aconteceu no sul do país e à qual ela sempre vai, desde 1953. Cerca de 150 mil pessoas vestidas de gala compareceram ao evento. No dia seguinte – domingo 3 –, Elizabeth II participou de um desfile de mil embarcações pelo rio Tâmisa, em Londres. Havia barcos de todos os tipos e tamanhos: gôndolas, veleiros, navios militares e lanchas, que transportaram, ao todo, cerca de 20 mil pessoas, produzindo o maior espetáculo náutico dos últimos 350 anos no Reino Unido.
Kate e os príncipes William e Harry, no concerto das estrelas do pop. Acima, a plateia de 12 mil pessoas aplaude o show da esquadrilha britânica 14/01/2011 13/6/2012
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aFP
Monarquia britânica
aFP
Rainha Elizabeth é saudada pelo filho, o príncipe Charles. Abaixo, o cortejo fluvial que comemorou o Jubileu de Diamante da monarca
A embarcação da família real, Spirit of Chartwell, barco utilizado para transportar turistas, foi decorado com dez mil flores e mobiliado com móveis nas cores vermelha, dourada e púrpura, no elegante estilo das embarcações dos séculos 17 e 18. Um dos
Carl Court/aFP
momentos mais esperados pelo povo britânico foi o concerto da segunda-feira 4, que uniu Paul McCartney, Elton John, Robbie Williams, Grace Jones e Kylie Minogue. A plateia – composta pela rainha Elizabeth, sua família e mais 12 mil pessoas –, ficou restrita aos que conseguiram ingressos por meio de um sorteio público ou eram integrantes de instituições de caridade ligadas à realeza. Os não afortunados, cerca de 70 mil pessoas, puderam ouvir o show do lado de fora do Palácio de Buckingham, onde o evento foi realizado. Além dos atos públicos, a família real seguiu com uma agenda paralela de cerimônias oficiais, como a missa religiosa na Catedral de São Paulo e um almoço para 700 convidados, no Palácio de Westminster, sede do Parlamento Britânico. Apesar da festa, grupos contrários à monarquia também se reuniram para protestar. Os republicanos carregavam cartazes com frases como “cidadão e não súdito” e “poder para o povo”, mas enfrentaram vaias da multidão que seguia a rainha, adorada e respeitada por quase todo o povo britânico, que não parava de aplaudir e gritar: “God save the Queen!”. • 13/6/2012
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Diversão & Arte
cinema • teatro • música • livros • televisão • gastronomia
avalia: ★★★★★ indispensável ★★★★ muito bom ★★★ bom ★★ RegulaR ★ fRaco
MÚSICA •
“SOu uMA CANTOrA homossexual, FElIz E FIEl”
Isabella TavIanI A cantora fala pela primeira vez sobre ser gay, fato refletido nas letras de seu recém-lançado CD Eu Raio X, e rebate as comparações com Ana Carolina Mauro Ferreira
“A mAioriA dAs cAntorAs dA músicA brAsileirA é homossexuAl. chegA A ser Até motivo de chAcotA”, diz isAbellA
• Cantora e compositora carioca que despontou em 2003 com canções confessionais que suscitaram comparações com o trabalho de Ana Carolina, Isabella Taviani chega ao quinto CD, Eu Raio X, com sua identidade já marcada e com disposição para exercer toda sua liberdade de expressão. Em sintonia com a transparência sinalizada no título do disco, que gerou turnê que chega a São Paulo no sábado 16, em apresentação única na casa HSBC Brasil, a artista dá voz a letras que deixam transparecer sua homossexualidade. Em entrevista à Gente, Isabella fala pela primeira vez de sua homossexualidade, entrando para um time assumido que já conta com nomes como Ângela RoRo, Cássia Eller (1962 – 2001) e a própria Ana Carolina, com quem Taviani já chegou a dividir o palco em apresentação que lotou a extinta casa carioca Canecão. • Seu disco Eu Raio X tem letras, como as das canções “Estrategista” e “A Imperatriz e a Princesa”, que deixam transparecer uma vivência homossexual. Essa opção de se refletir nas letras foi pensada? • Não foi pensada. Por eu ser homossexual, esses temas sempre estiveram implícitos na minha composição, na minha música. Mas chegou um momento, que é agora, com este disco, em que
• No que o fato de ser homossexual contribui para a sua inspiração? • A contribuição vem de eu poder expressar meus sentimentos. Sou uma cantora e compositora que não sou racional na hora de escrever. Sempre usei e vou usar a música como um veículo para expressar meus sentimentos mais escondidos. É como um diário. Então, por que não falar desse assunto (a homossexualidade), se ele é uma coisa tão natural na minha vida pessoal? • Sim, mas sua homossexualidade estava implícita na sua obra. Todo mundo sabia, mas não era como agora. • Eu não me declarava como agora... • E o que a fez se declarar agora? • Foi a sensação desse disco, de eu não querer mais viver aprisionada a conceito algum. É um momento meu, de não me importar com críticas, de não ambicionar mais ser aceita por todos. Quero tentar ser aceita por aqueles que me respeitam e gostam da minha música. Sou uma cantora homossexual que canta canções de amor, sobre todos os tipos de amor. • É a favor do casamento gay? • Sim, é justa a luta dos homossexuais pelo casamento civil. Quero entrar num cartório e tirar uma certidão de casamento com a minha companheira sem que isso seja uma questão judicial. A união estável abriu uma porta para a gente, mas ela não protege essa família que a gente está criando. Pretendo ter filho agora nesse meu atual relacionamento. Tenho 43 anos. Minha companheira deseja ter um filho e já estou em contato com um especialista para congelar meus óvulos até o momento em que eu me sinta apta a ser mãe. Quero que a minha família seja protegida pela lei.
Fotos Daryan Dorneles/Divulgação
eu sinto mais liberdade de me expressar. Mas “A Imperatriz e a Princesa” foi pensada, sim. Com todas essas questões sobre a união afetiva em voga, eu e Myllena (parceira de Taviani na música) pensamos em narrar um conto de fadas de final feliz sobre uma união homossexual. Prega o amor, a felicidade, o final feliz entre duas mulheres.
‘‘Se a homossexualidade é uma coisa natural na minha vida pessoal, por que não falar desse assunto na minha música?” • O fato de ter feito o disco de forma independente contribuiu também para a exposição de sua homossexualidade? • Na minha gravadora anterior (a Universal Music), nunca questionaram nada. Até porque estava tudo muito implícito! A maioria das cantoras da música brasileira é homossexual. Chega a ser até motivo de chacota. Queria poder falar abertamente nesse disco, no século 21, que sou uma cantora homossexual, feliz e fiel à minha companheira.
toras brasileiras são homossexuais. Já parou para pensar na razão desse grande número de cantoras lésbicas? • Já, e teve um dia que quase cheguei a uma conclusão. É o seguinte: o público feminino é maior na MPB do que em outros segmentos musicais. Então, a mulher tem que saber falar para a outra mulher. Na MPB, a mulher canta para mulher como se fosse homem, como se fosse mulher, mesmo sendo mulher... Mas não sei se é realmente isso.
• Como você disse, existe uma chacota sobre a quantidade de cantoras homossexuais na MPB. Fala-se preconceituosamente até em subgênero, “canção para sapatão”. Isso chegou até você? • Se forem fazer essa chacota, vão fazer com quase a totalidade da população do País que consome a boa música que fala do amor. Pode ser que vejam a minha música dessa maneira (como “canção para sapatão”). Mas isso não atinge somente a mim. A maior parte das cantoras da MPB é homossexual. Algumas mais declaradas, outras totalmente vedadas. Resolvi fazer parte daquelas que não têm medo de se declarar. A música fala mais alto, não a minha opção sexual.
• As comparações de seu trabalho com o de Ana Carolina a incomodam? • Poxa, sou mais velha do que a Ana Carolina. Ela teve a sorte de chegar ao mercado e fazer sucesso um tempo antes de mim. Quando eu tinha 11 anos, já cantava e a Ana Carolina tinha 4. O que me irrita nessas comparações é que eu sou uma cantora mutante. Se você pega o meu DVD de 2005 vai ver que é quase uma outra cantora. Se a gente ligar o rádio numa FM, vai ouvir várias cantoras de voz médio-aguda. Mas recai sempre sobre Isabella Taviani essa porrada de ser o genérico de Ana Carolina. Fico chateada. Canto antes dela, mas levei essa marca por chegar ao mercado depois. Para mim, foi uma falta de sorte. Ao longo de meus cinco discos, eu venho mostrando outras facetas. •
• Como você mesma disse, muitas can-
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Ensaio
Vestido Dolce&Gabbana e sandรกlias Gucci
S
em
máscaras
Giselle itié vive uma prostituta de luxo na
novela Máscaras, da Record, diz que não julga sua personagem, conta que nunca foi assediada e que agora está “supernamorando” POR BRUNA NARCIZO fOtOS ANdRe SChIlIRó
Ensaio
• Hollywood marcou sua vida por um ano. Mexicana de nascimento e brasileira de coração, Giselle Itié teve seus momentos de superstar ao emprestar a beleza latina e os lábios generosos ao filme Mercenários, dirigido e protagonizado por Sylvester Stallone em 2010. Depois disso, ela dedicou o ano de 2011 a Los Angeles. “Tive um coaching muito bacana lá. Mas fiquei só estudando atuação, canto, inglês”, contou. Giselle voltou ao Brasil para um papel desafiador na tevê. Na trama, ela interpreta uma mulher que volta dos Estados Unidos, mas a semelhança com a vida real termina aí. A atriz mergulhou no universo das escorts de luxo para viver a personagem Manuela na novela Máscaras, da Record. A prostituta de luxo que encarna trabalhava em Dallas e volta ao Brasil para mudar de vida. Não é a primeira vez que ela interpreta uma prostituta. “Quando fiz a novela Esperança, na Globo, em 2002, a minha personagem teve de se prostituir depois que os pais passaram por dificuldades financeiras”, conta. Foi nessa experiência que Giselle diz ter aprendido a não fazer juízo de valores. Ela conta que, quando recebeu o roteiro, foi direto à sala do diretor Luiz Fernando Carvalho dizendo que duvidava que sua personagem naquela época fosse capaz de fazer aquilo. “Ele simplesmente respondeu: ‘Você não pode julgar as pessoas’”, conta. A atriz diz que a “lição” serviu também para que ela se tornasse uma pessoa melhor. “Você não sabe quais são as circunstâncias que a levaram a tomar aquela atitude”, acredita Giselle. Durante o laboratório para compor o atual papel, a atriz conversou com duas garotas de programa em São Paulo. “Uma estava come-
çando e a outra já estava tentando sair dessa vida. A mais nova não tinha noção do quanto era difícil sair”, conta. “Apesar de ser sofrido, é um dinheiro fácil. Rola um deslumbre.” Giselle afirma que nunca recebeu propostas masculinas em troca de dinheiro. “Graças a Deus, não. Não sei se é a minha postura, ou sorte mesmo, mas nunca escutei nada que me ofendesse.”
• Para descarregar
• A temporada em Los Angeles valeu também para a atriz espairecer. Giselle estudou inglês, atuação e canto mas também se rendeu ao merecido escape em uma rodada de aulas de bateria. Não que ela pretendesse mudar de profissão e ter uma banda. “Era para descarregar mesmo”, conta. A cidade , contudo, não a seduziu. “Das cidades onde eu morei, Los Angeles foi a que eu menos curti. Não foi uma cidade que bateu o santo. E olha que eu estava num esquema bom, em um apartamento bacana, com carro”, explica ela, que também morou em Nova York. “Lá era diferente. Morava num quartinho do tamanho de uma despensa, mas me senti bem mais em casa. É uma cidade do mundo.” O retorno ao Brasil não foi só por razões profissionais. A ideia ganhou força no coração da atriz por causa do namorado, o empresário paulistano Rodrigo Gimenes. Eles estão juntos há pouco mais de um ano e se conheceram em um jantar na casa do publicitário Nizan Guanaes. “Na temporada que passei nos Estados Unidos, ele foi até lá duas vezes, no máximo. Eu vinha mais para cá. Até para ver minha família e meus amigos. Agora estou supernamorando.” E brilhando sempre, com ou sem máscaras •
‘‘Graças a Deus, não (nunca recebi uma proposta indecente). Não sei se é a minha postura, ou sorte mesmo, mas nunca escutei nada que me ofendesse’’
Camisa Salvatore Ferragamo, brincos Raphael Falci e sandรกlias Gucci
“Na temporada que passei nos Estados Unidos, ele foi até lá duas vezes, no máximo. Eu vinha mais. Até para ver minha família e meus amigos. Agora estou supernamorando”
StYLISt • DuDu farias BeLeza • Carlos Cesario
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Ensaio
“O dinheirO é O piOr dOs patrões” Aos 69 anos, Luís ÁLvAro, presidente do santos, conta como reverteu a lógica da exportação dos talentos do futebol e conseguiu manter no País o maior fenômeno do esporte, convencendo Neymar a ficar no time paulista. Ele fala ainda da relação com as seis filhas, da seleção Brasileira, afirma que já fez tudo o que desejava na vida e que nunca quis ser rico POR Thaís BoTelho fOtOS Pedro dias / ag. isToÉ
• Eram 16h30 de um sábado, o presidente do Santos, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, 69 anos, sorria em seu apartamento no bairro do Alto de Pinheiros, em São Paulo, onde mora há 22 anos. A felicidade se dava, entre outros motivos, pela visita ao jogador Paulo Henrique, o Ganso, naquela manhã. O craque havia operado o joelho pela quarta vez. “Tenho essa relação afetiva com todos eles. Fui visitar o Ganso. Ele está bem”, disse. Conhecido como autêntico pelos amigos, ele terminará sua gestão à frente do clube santista em 2 anos e meio. E fazendo história. Até hoje, foi o único presidente de um time capaz de segurar o maior fenômeno do esporte no País: Neymar. “Consegui convencê-lo de que é mais importante ser feliz do que rico. Ele não é de falar muito, mas assimila conselhos”, diz. Nascido em Santos, Luís Álvaro começou a frequentar a Vila Belmiro ainda criança, aos 7 anos. Herdou do avô, Álvaro de Oliveira Ribeiro, médico legista de Santos, a paixão pelo clube. O avô foi dono do terreno onde foi construído o estádio da Vila Belmiro. Antes de se envolver com futebol, Luis Álvaro trabalhou em Brasília por 30 anos no Ministério da Educação e Cultura – do governo Jânio a Collor –, trabalhou com imóveis, foi diretor do Banespa e há 25 anos fundou sua consultoria: a Adviser Consultores. Confira, a seguir, o bate-papo descontraído que o presidente de um dos clubes mais fortes e tradicionais do mundo teve com Gente.
• O sr. se casou três vezes, tem seis filhas e lida no dia a dia com vários jogadores de futebol. De quem é mais difícil administrar o ego? • Luís Álvaro. Neymar e Ganso não têm ego. Um é bem diferente do outro, apesar de serem grandes amigos. No Santos, ninguém é metido. É um ambiente de alunos do colegial, às vésperas da formatura, com muitas brincadeiras. Bem diferente do Real Madrid, onde vivem uma guerra de egos. Já as mulheres... são o que Deus criou de mais perfeito. E minhas filhas me mimam muito. Eu me casei com 20 anos e aos 21 já era pai. • Seria capaz de se casar novamente? • Sim. Hoje, estou enrolado com uma menina bem mais nova do que eu. E está bom. Estou numa idade em que me permito falar de tudo. Neste ano, em Comandatuba, eu estava tomando café da manhã e na mesa ao lado estava a Bruna Lombardi, que já foi a mulher mais desejada da minha vida. Ela estava com o marido. Mas pedi licença a ele (o ator Carlos Ricelli) e fiz uma declaração. Ela disse que nunca ninguém tinha feito algo tão bonito. Ele entendeu a brincadeira. No fim, acabou torcendo para o Santos ao meu lado. Isso porque ele é palmeirense (risos). • O sr. é conhecido por falar o que pensa. Tem algum desafeto no futebol?
• Acho que não. Mas o Wanderley Luxemburgo se acha o melhor técnico do mundo. Só ele está certo. Até se meteu na época da eleição à presidência do Santos. Fez campanha para o meu adversário. Na época, ele disse que, se eu fosse eleito, ele sairia. Achei ótimo, pois eu o demitiria de qualquer jeito. • Já teve ambição de trabalhar na CBF (Confederação Brasileira de Futebol)? • Nunca! Nem passou pela minha cabeça. Já ocupei posições importantes na minha vida. Não tenho necessidade de massagem de ego. É o que aconselho ao Neymar. Eu não seria feliz na CBF. Hoje, tenho seis filhas e um filho, que é o Santos. • O senhor se considera totalmente realizado? Posso me dar ao luxo de fazer somente o que quero. Sou livre como um passarinho. Estou solteiro há 5 anos, me casei três vezes e sou muito agradecido por tudo. E também sou um homem de sorte (risos). Já ganhei viagem para o Caribe e convite para assistir aos três tenores, em Londres. Sou sensitivo. Eu sabia que iria ganhar esses prêmios. • Como assim? Costuma ver coisas? • Não vejo, mas sinto. Quando tive quatro paradas cardíacas, em 2003, estava quase morto.
‘‘Posso me dar ao luxo de fazer somento o que quero. Sou livre como um passarinho. Estou enrolado com uma menina bem mais nova. E está ótimo’’
rafael Hupsel/ Ag. Istoé
Luís Álvaro, em seu apartamento no bairro do Alto de Pinheiros, em SP
rafael Hupsel/ Ag. Istoé
“No Exterior, os técnicos são mais disciplinadores, o jogador não tem liberdade. Craques como Ganso e Neymar você tem de deixar fluir naturalmente”
‘‘Tive uma EQM (Experiência de Quase Morte), no hospital. Vi uma cena, como se fosse numa grande tela. Era uma explosão de cores. Eu estava clinicamente morto, mas lembro. Depois desse episódio, parei de ter medo da morte’’
Pedro Dias/ Ag. Istoé
Da esq., para a dir.: Zé Antônio (genro), Ana Carolina (filha), José Mifano (neto), Ana Luisa (filha), Isabel (no colo de Ana Luisa), Sofia Ribeiro (filha), Luís Álvaro, Bia Ribeiro (filha), Mariana Ribeiro (filha, sentada no chão), Dedé Ribeiro (filha) e Roberto Mifano (neto). O neto Gabriel não pôde comparecer no dia da foto
Tive uma EQM (Experiência de Quase Morte) no hospital. Em uma hora, tive algumas situações estranhas. Vi uma cena, como se fosse numa grande tela. Era uma explosão de cores. Eu estava clinicamente morto, mas lembro disso. E a sensação de bem-aventurança era tão grande, que eu devo ter ficado sorrindo. Depois disso, parei de ter medo da morte. • Qual a sua religião? • Sou panteísta (acredita que o universo ou a natureza são Deus). E foi depois dessas paradas cardíacas que me convidaram para ser presidente do Santos novamente. E se Deus existe, ele é santista. • O sr. já disse que teve grandes dificuldades quando assumiu o clube. O que realmente enfrentou? • Tomei posse em 15 de dezembro e faço aniversário no dia 16. Fui jantar com as filhas e netos para comemorar. No dia seguinte, cheguei cedo ao clube. Até umas 16 horas, era só alegria. Por volta das 16h30, me trouxeram a informação de que eu deveria arrumar 5 milhões de reais em 48 horas, pois não havia fluxo de caixa no clube e os salários estavam atrasados. Estávamos ferrados. Foi uma angústia
terrível. A gente corria o risco de perder todos os jogadores se os advogados deles entrassem com uma ação. Não tínhamos dinheiro e não poderíamos vender jogadores. Fui às empresas que deveriam nos pagar, e conseguimos. • O que acredita ter acrescentado ao clube? • Os clubes nascem amadores e tratam as coisas sem preocupação com gestão. Sentíamos que era uma estrutura muito paroquial. Mexemos com uma quantidade de dinheiro impensável. Se não tivéssemos um choque de administração, iríamos quebrar. Começamos a profissionalizar o clube e a buscar gerentes para cada setor. Foram dois anos de exercícios de acomodação e de ego. Agora, a estrutura é toda profissional. Se o Messi disser que quer jogar no Santos, mas não tivermos dinheiro para pagar, não fazemos negócio. • Por falar em craques, o sr. palpita nas escalações do técnico Muricy Ramalho? • De jeito nenhum. Ele é muito bem pago. Não precisa dos meus palpites. • E quanto paga a ele? • Eu não sei números de ninguém (risos).
• Como é a sua relação com o Muricy? • Afetiva. Ele é o cara que melhor sabe quem está bem ou não. Essa de presidente dar palpite é coisa de clube de várzea. O Muricy tem um estilo parecido com o meu: fala o que pensa, não gosta de enrolar. • O Ganso acabou de passar pela quarta cirurgia e ficará afastado por 25 dias. O que isso acarreta? • Temos de nos render à realidade. Ele tinha esse problema remanescente no joelho e precisava ser operado. A Seleção Brasileira está fazendo amistosos e, nesse meio tempo, ele voltará para jogar a final da Libertadores e certamente irá para a Olimpíada. Mas é claro que é um jogador que faz muita falta. O Ganso é notável e indispensável. • O sr. disse que ele fica no Santos. Por quê? • Porque é muito fácil fantasiar a vida lá fora, estando aqui. Lá, os técnicos são mais disciplinadores, o jogador não tem liberdade. Craques como Ganso e Neymar você tem de deixar fluir. O salário que ele ganharia lá não é tão diferente do que ganha aqui. E ainda tem o fato de a Europa estar quebrando. 13/6/2012
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“O Ronaldo (Fenômeno) dizia que o Neymar seria o rei da Europa. Fiquei p... O Ronaldo não dá ponto sem nó. Ele só vê o cifrão”
• O Neymar já passou por algo parecido. Como foram suas primeiras conversas com ele, para convencê-lo a ficar? • Foi uma alternativa de plano de carreira, coisa que não existia no Brasil. Consegui convencê-lo de que é mais importante ser feliz do que ser rico. Ele não é de falar muito, mas assimila conselhos. • Além do valor do contrato, o que mais motivava o Neymar a ir para a Europa? • Contei a ele meu exemplo pessoal, quando fui contratado por uma empresa americana com muitas promessas, como viagem para qualquer lugar do mundo, em primeira classe, para mim e minha família. Depois, descobri que quando eles falavam em “família”, só incluíam a mim e à minha mulher. Minhas filhas ficavam de fora. Mas o Neymar não é sensibilizado pelo cheque. Até hoje, ele não entende direito a real dimensão da carreira dele. Só gosta de brincar, de bater bola, de se divertir e dar seus dribles geniais. • Com Neymar no clube, o Santos se tornou o quarto time com maior faturamento no Brasil. Como vê isso? • Ele aumenta a torcida. Isso é inegável. Acredito que grande parte desses milhões de torcedores que temos é resultado dos tempos de Pelé, que atraía simpatia. Agora, vemos isso com Neymar e Ganso. Crescendo torcida, cresce audiência. E, assim, crescem recursos. • Como foi lidar com o assédio do Ronaldo Fenômeno sobre Neymar? • Ele dizia que o Neymar seria o rei da Europa. Eu fiquei p... Trabalho de graça no Santos, sou voluntário e vejo aplausos. Ronaldo não dá ponto sem nó. Ele só vê o cifrão. Ele veio me dizer que o Real Madrid queria o Neymar, mas eu disse que não iria vender o garoto. O Ronaldo é esperto. Todo mundo que tem muita grana, quer mais, não é? Eu, como não tenho, não quero. • Além da Adviser Consultores, o sr. tem outros empreendimentos? • Tenho a consultoria há 25 anos e duas aposentadorias: do INSS e de quando me aposentei no governo Collor, quando eu era técnico de assuntos educacionais do Ministério da Educação. Não tenho nada aplicado. Não invisto em nada. Só faço questão de ser feliz. Nunca quis ser rico. 13/6/2012
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• Por que não? • Para quê? O dinheiro é o pior dos patrões. Já propiciei o básico para minhas filhas e vivo modestamente feliz. • Falando em dinheiro, a Vila Belmiro ficou pequena para os grandes jogos, não? Para quando é a reforma? • É um estádio antigo, construído aos remendos. Pretendemos transformá-lo numa espécie de estádio-butique, muito confortável, com camarotes. Queremos que os santistas que moram na capital não desçam somente para ver 90 minutos de futebol, mas sim para passar oito horas no clube, almoçando, tomando chope e visitando nosso museu, que deverá ser duplicado no próximo ano. • Acredita que, como Pelé, Neymar possa ficar no clube por muito tempo? • Certamente. Aliás, o Neymar já me falou isso. Se você se casar comigo e estiver feliz, vai querer me trocar por outro? • Mas quando estiver mais velho, ele pode ter curiosidade de jogar fora... • Há dois anos, na primeira investida do Chelsea (clube inglês) sobre o Neymar, eu saí para jantar com o pai dele. Pedimos uma salada. O pai dele amou a salada. Eu insisti para que ele pegasse mais uma. Ele disse que
estava satisfeito. Eu falei: ‘Está vendo, Neymar? Você tem dinheiro para pedir mais de dez saladas, mas só consegue comer uma. Já tem barco, já tem carro, já tem tudo. Pra que quer mais?’. O importante na vida é viver como rico e morrer como pobre. • É verdade que o Andrés Sanches (ex-presidente do Corinthians) o aconselhou a não vender o Neymar? • Nada disso. Ele me aconselhou a vender o Neymar. Ele deu uma declaração pública, dizendo que, se fosse eu, teria vendido o Neymar de primeira. O Andrés é cascateiro. Ele não sabe de nada. • Como o sr. avalia a Seleção Brasileira e quais as chances de ganharmos a Copa de 2014 no Brasil? • Gosto de dizer que o Neymar é o primeiro violino de uma orquestra sinfônica. Mas não faz nada sozinho. Não falarei de escalação, para não me meter em terreno que não é meu. Mas vejo que a chance de ganharmos a Copa é com o Neymar em campo. Sinto que falta uma unidade de comportamento dentro de campo. Futebol é coletivo. Eu lembro que, na época em que o Brasil ganhou suas três primeiras Copas, no fim dos anos 50 até 70 (58, 62 e 70), todo mundo sabia de cor a escalação da Seleção. Hoje, nem o técnico sabe. Isso é ruim. •
Estilo Casa • Por Silviane Neno
O apartamento de Thomas Azulay na Lagoa, no Rio de Janeiro. As almofadas vieram de uma fantasia que o diretor criativo usou no Carnaval
arte clássica e o kitsch se encontram no mix O paraíso particular Airreverente adotado por Thomaz Azulay, diretor criativo da marca Blue Man, em seu apartamento de AzulAy na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio por Juliana Faddul FoToS Felipe Varanda / Ag.IstoÉ 14/01/2011 13/6/2012
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Estilo Casa
Ao lado de obras de arte, a mesa de urso-polar, que foi comprada em pleno comĂŠrcio popular no centro do Rio
A tevê fica mesclada entre os quadros. “Optei pelo aparelho na sala para que o pessoal não fique indo ao meu quarto”
• A investida para ter um lugar para chamar de seu aconteceu recentemente. Há apenas seis meses o diretor criativo da marca Blue Man, Thomaz Azulay, decidiu deixar a casa da família, na Barra da Tijuca, para ter seu canto nos arredores da Lagoa Rodrigo de Freitas, na fervilhante zona sul carioca. Os motivos foram muitos: proximidade da fábrica de roupas, dos amigos, da tranquilidade de circular pelo bairro sem precisar pegar no carro... além, é claro, da beleza natural que é aquele lugar. O rapaz elegeu para seu pedaço de paraíso um charmoso apartamento de 70 m², de dois dormitórios, que ele tratou logo de decorar. O mix de arte, cultura pop e itens kitsch chamam a atenção tão logo se põe os pés lá dentro – privilégio dos amigos que se reúnem por ali em petit comité, para noites de queijos e vinhos, como gosta o anfitrião. As paredes ganharam rapidamente quadros, uma gravura de Glauco Rodrigues (que Thomaz ganhou de presente da esposa do falecido artista, Norma Estellita Pessoa) e uma fotografia ampliada que o americano Terry Richardson fez para a campanha da Blue Man desta temporada. A paixão e o bom gosto por objetos de arte, aliás, vem de berço. “Meu pai (Simon Azulay,
fundador da extinta grife Yes, Brazil) era colecionador de arte, assim como a minha mãe, Lídia Duarte. Então, sempre amei arte e acabei herdando diversas obras. Tenho quadros do século 19 e de artistas dos anos 70 e 80. Sou bastante viciado”, assume ele, que dividiu as paredes em dois grupos: a de peças estrangeiras e a de arte brasileira.
• Outra bossa
• O toque carioca vem da mistura desses ícones de arte com artigos pop, como a almofada feita de uma fantasia que ele usou no Carnaval e uma mesinha com um urso polar miniatura que ele comprou no Saara, um tradicional shopping popular no centro do Rio. “Não tenho o menor preconceito. Minha casa é totalmente high-low”, define ele. Mas há algo além para se admirar no apartamento de Thomas que transcende a arte e a decoração. Basta abrir as janelas. Afinal, ele mora em um dos endereços mais disputados da cidade exatamente por ser um cartãopostal. “Aqui não só estou perto de tudo e de todos. Estou perto da natureza. Olho para um lado e vejo o Cristo Redentor. Olho para o outro, e vejo o morro Dois Irmãos. Estou na cidade, mas existe essa calmaria e estas paisagens. É maravilhoso!” •
POST-IT ido Canto prefesrquadros e a tevê eu
A sala. Tem m
écor Achado de drque tem valor Po Meus quadros. l ta sentimen
Na wish listra a TV. Gosto da ideia pa Uma moldura quadros arelho com os ap o ar cl es m de
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ASSINE AGORA ISTOÉ GENTE Uma entrevista com Luís áLvaro, o homem qUe segUroU Neymar no Brasil
istoegente.com.br
Giselle itié arrasadora: amor, Los angeLes e o desafio de encarnar uma prostituta de Luxo
os apresentadores na capital italiana, em foto com vista para o vaticano
Luciana e Marcelo
Lua de meL depois do bebê
O casal em Roma e Paris: “Marcelo planejou tudo e me disse: ‘Precisamos namorar’” A top Aline weber em seu apartamento em nova york: “Quero casar só depois dos 50” I S SN
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13/jun/2012
deus sAlve A rAinhA! as comemorações dos 60 anos de reinado de elizAbeth ii
ano 13 n° 666
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