ISTOÉ GENTE 680

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nasce o filho de AdriAnA LimA • um ensaio com Giovanna LanceLLotti, a lindinalva de Gabriela

istoegente.com.br

musa do impeachment há 20 anos, Thereza collor posa para o filho na mansão de alagoas

depoIs do escândAlo de HARRY, A nudeZ de KATe middleTon ABAlA A reAleZA

A top Heidi Klum Assume romAnce com seu guArdA-costAs

EXCLUSIVO

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ano 13 n° 680

R$ 9,90

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LUIZA BRUNET

EM NOITE DE GALA NO PALÁCIO DE VERSAILLES

A modelo e o namorado, o bilionário Lírio Parisotto, aplaudem o Pianista PoPstar Lang Lang em jantar black-tie no château dos reis franceses

A VIAGEM DO CASAL E OS 10 MESES DE NAMORO : “AOS 50, NãO hÁ TEMPO A PERDER. TEM quE VALER A PENA”


Capa

Estrela mundial, Lang Lang conta o episódio vivido aos 9 anos, em que o pai pediu a ele que se matasse, diz que ama futebol e volta ao País em 2013 pOr GisElE Vitória, dE paris

“Você voou do Brasil até aqui só para a festa?”, pergunta animadamente Lang Lang, enquanto me oferece suco de laranja e abre um iogurte, na manhã que antecedeu sua apresentação na Chapelle Royale do Palácio de Versailles. Ele não tinha tomado café. Empolgado, diz que o Brasil é um grande País. “Estive lá outro dia! Volto ano que vem!” Após terminarmos esta entrevista à Gente, ele sorri e diz em português carregado: “Obriiigado!”. • É sua primeira vez em Versailles? Como é tocar aqui, onde Mozart também tocou? • Lang Lang. Tocar na capela real é emocionante. Já estive em Versailles antes, mas não para tocar. Fiz um rápido tour e tive a oportunidade de conhecer a pequena sala onde Mozart tocou. No tour me deram uma chave, abri a porta e entrei no quarto onde Mozart ficou. Vi a cama e pensei: a cama de um rei. • Vê similaridade entre a história de Mozart e a sua? O talento precoce... Mozart é um Deus para mim. Mas na música precisamos começar cedo mesmo, aos 4 ou 6 anos. Comecei com 5 anos. Não foi fácil, não é fácil quando se é criança. • Quando começou o seu estilo performático? • Quando tinha 5 anos, e sempre toquei do mesmo jeito. É meu estilo. Era tímido. Mas quando toco, me transformo. Só penso na conexão com a música. • Como é ser um popstar da música clássica? Já tocou na Casa Branca, Jogos Olímpicos e para a rainha Elizabeth... • Fico muito feliz de ter feito tudo isso, mas a minha mensagem é acreditar na música clás-

sica.Vivemos em um mundo basicamente regido pela popmusic, grandes popstars e o espaço da música clássica é pequeno, poucas pessoas reconhecem. Minha ideia é propagar isso ao redor do mundo. Quero fazer shows para grandes plateias, para os que não conhecem ou sabem pouco de música clássica, principalmente os jovens, e não somente para aqueles que apreciam o gênero. • Sua história com seu pai é forte. Li que, em um momento de pressão ainda na China, ele lhe disse aos 9 anos: “Por que você não se mata?”. Poderia falar disso? • É verdade e foi muito inesperado. É uma história muito desagradável para mim. Por um lado eu entendo, pois meu pai largou seu trabalho, seu futuro e sua vida para se dedicar a mim e me ajudar a conquistar minha carreira. Fui dispensado por um professor de piano, e ele ficou enlouquecido e mal por um bom tempo. O professor disse que eu não tinha talento e foi uma grande pressão. Mas que bom que eu não me matei, né? •Vê um lado positivo nessa experiência? • Nenhum, só o negativo mesmo, desnecessário. Espero que não aconteça com ninguém. • O que sabe sobre o Brasil ? Você tocou “Tico-Tico no Fubá” em Londres e, no fim, o palco virou um Carnaval. • A música do Brasil é muito popular em todo o mundo. Na ocasião, a apresentadora me fez uma surpresa. Ela trouxe dançarinas brasileiras para dançarem para mim. Foi incrível e fiquei impressionado. Também tive o privilégio de conhecer o Kaká (jogador). Ele estava de férias e tivemos um bom almoço. Já estive em São Paulo e no Rio. Fiquei seis dias em São Paulo e achei muito cosmopolita. A comida chinesa e japonesa são ótimas e o churrasco de vocês é muito saboroso. Já o Rio é uma cidade de praia e tem aquela montanha grande, bonita, artística... (o Pão de Açúcar). Fui à praia. • Conhece pianistas brasileiros? • Sim, Nelson Freire. Nos conhecemos na Suíça. E a música de Villa-Lobos, claro. • E João Gilberto, Caetano, bossa nova? • A bossa nova sim, claro. E o jeito do brasileiro de dançar é único. O samba e outras formas de dança são as melhores. O Carnaval é muito popular. Sem falar do futebol. • Você gosta de futebol? • Sim. Eu jogo e amo. •

Fotos Divulgação

“QUE BOM QUE EU NãO ME MatEi”


“Minha ideia é propagar isso ao redor do mundo. Quero fazer shows para grandes plateias, para os que não conhecem ou sabem pouco de música clássica” Lang Lang, pianista

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Diversão & Arte

cinema • teatro • música • livros • televisão • gastronomia

avalia: ★★★★★ indispensável ★★★★ muito bom ★★★ bom ★★ RegulaR ★ fRaco

MÚSICA •

“EStOU VirAnDO UM DinOSSAUrO para meus amigos” Djavan volta com um Disco só De inéDitas

djavan Músico fala do novo trabalho, Rua dos Amores, analisa com otimismo o momento político do Brasil, diz que convive bem com a solidão, conta que ainda escreve à mão e não gosta de conversar pela internet Mauro Ferreira

• Djavan passou quatro anos sem compor. O fato, inédito em sua carreira, foi necessário para que ele pudesse desenvolver seu primeiro disco de intérprete, Ária, que gerou CD em 2010 e DVD no ano passado. Mas o compositor alagoano, dono de uma das assinaturas mais pessoais e intransferíveis da MPB, já se sente novamente em casa. Djavan está lançando Rua dos Amores, seu primeiro álbum de músicas inéditas autorais em cinco anos. Nesta entrevista à Gente, o artista, de 63 anos, fala de sua volta ao ofício de compor, analisa com otimismo o momento político do Brasil e diz que preza sua solidão, fundamental no processo de criação das 13 músicas do álbum produzido e arranjado pelo próprio Djavan. • Sua intenção foi fazer um disco romântico? • Na verdade, eu queria falar de sensações, de maturidade, insegurança, enfim, de sensações, tendo o amor como elo. De início, até resisti um pouco a essa ideia de um disco romântico, mas depois achei que era um mote interessante. • A música feita para Maria Bethânia no ano passado foi a retomada da produção autoral? • Sim, a primeira música deste disco que fiz foi o “Vive”, de encomenda para Bethânia. Fiquei quatro anos sem com-


por porque essa era a única maneira que eu tinha para poder fazer o Ária. Senão, eu ia compor uma música, depois outra e ia “dançar” o projeto do disco do intérprete. Eu segurei a onda do compositor.

• Outra música, “Pode Esquecer”, fala de política em versos otimistas. Acredita na melhoria da situação política do Brasil? • Estou vendo, pelo andar da carruagem do Supremo (Tribunal Federal e o julgamento do mensalão), que essa faixa vai funcionar como uma premonição. A gente está vendo um evento extremamente novo. E o que importa nem é saber quem vai ser preso, quem não vai. É a gente observar que a democracia está sendo ratificada de maneira firme. Ninguém esperava por isso. A gente esperava que a atitude do Supremo fosse outra. Ele está fazendo o que todo mundo queria: dar um basta. A corrupção aqui era institucionalizada. Os políticos brasileiros envergonham demais a gente. É um avanço o que está acontecendo. O político que está começando na sua cidadezinha, sendo treinado para depois barbarizar no Congresso, vai perceber que a coisa está mudando. • O samba “Acerto de Contas” lembra os sambas que você fazia nos anos 70. Muita gente sente falta de mais sambas desse tipo em seus CDs atuais... • As pessoas ficaram mal-acostumadas porque o meu primeiro disco tem oito sambas. Mas foi por uma decisão do produtor Aloysio de Oliveira. Eu até fiquei um pouco chateado na época. Eu já tinha naquela ocasião uma produção bem diversificada e ele inseriu oito sambas no disco. Mas depois eu achei ótimo.

Fotos Tomás Rangel/Divulgação

• Uma das faixas do disco, “Ares Sutis”, chama a atenção por ter letra escrita sob ótica feminina... • É a segunda vez que eu faço uma música sob a ótica da mulher. Já tinha feito para Bethânia o “Tenha Calma” (música gravada pela cantora em 1989). Queria falar de insegurança e achei que o universo feminino ia me dar nuances distintas para falar desse tema. Mas não que a mulher seja mais insegura do que o homem, acho justamente o contrário...

• Entra muito na internet? • Entro na internet somente quando é o único caminho. A internet é importante porque diluiu o poder, ela é democrática. Mas ficar horas diante de um computador é um negócio f.... As pessoas estão se afunilando nessa conectividade e deixando de viver. Estou virando um dinossauro para meus amigos, uma pessoa estranha, por não estar sendo conectado. • Você se sente só? • Eu gosto da solidão. Eu não me sinto só quando estou só. Adoro pensar, ouvir música, ler. Não me sinto só, não. Mas não sei se é também porque já convivo com muita gente pela própria natureza da profissão. Não abro mão de usar meu tempo com coisas orgânicas. Não abro mão de escrever com a minha própria letra. • Sua imagem é de um artista recluso, que aparece pouco em eventos sociais... • Eu tenho essa coisa de aparecer pouco mesmo. Não foi nem por estratégia ou por falta de tempo. Foi falta de turma mesmo. Não teve turma de alagoanos na MPB, como teve a dos baianos, dos pernambucanos, dos paraibanos, dos cearenses. Isso me fez falta e me deixou sozinho (risos). • Está feliz com a revitalização de seu primeiro sucesso, “Alegre Menina”, que toca na trilha da nova

“Não teve turma de alagoanos na MPB, como teve a dos baianos, dos pernambucanos, dos paraibanos, dos cearenses. Isso me fez falta e me deixou sozinho (risos)” versão da novela Gabriela? • Quando eu ouvi no rádio, me vieram as lembranças boas dessa época. Conheci o Jorge Amado por causa dessa música. Ele me acarinhou e eu fiquei feliz. “Alegre Menina” deu suporte ao meu começo de carreira. Foi meu primeiro sucesso, meses antes de eu aparecer no Festival Abertura com o “Fato Consumado”. • Como é sua relação com seus filhos músicos? • Nós fizemos discos e turnê juntos. Com o Max, foram três. Com o João, dois. Conversamos e achamos que seria bom para a gente se separar profissionalmente por uns tempos. Eles estão seguindo seus caminhos, com seus próprios trabalhos. •

ouça a faixa “Bangalô” EM WWW.ISTOEGENTE.COM.BR

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“Romances são mais empolgantes” Estrela de O Legado Bourne, longa-metragem recheado de ação e espionagem, e casada com Daniel Craig, o James Bond da atualidade, a atriz RaChEL WEisz admite que prefere atuar em filmes românticos e diz que voltará a trabalhar com o brasileiro Fernando Meirelles sempre que ele a chamar POR Cleide KloCK, de los Angeles

• Casada com ninguém menos que o James Bond da atualidade, Daniel Craig, a atriz Rachel Weisz entrou de cabeça no mundo da espionagem. Ela encarna uma cientista no blockbuster do gênero atualmente em cartaz, O Legado Bourne. O filme é sequência da bem-sucedida trilogia Bourne, que já rendeu quase US$ 1 bilhão de bilheteria, além de três estatuetas do Oscar. Em Los Angeles, Rachel, de 42 anos, recebeu jornalistas do mundo inteiro para falar sobre o longa-metragem e revelou um pouco de sua vida, que diz ser pacata, em Nova York, ao redor dos afazeres do filho de seis anos. Henry Chance é fruto de seu relacionamento anterior, com o cineasta Darren Aronofsky (Cisne Negro). A inglesa comentou ainda que separa muito bem trabalho e família, e que não fala sobre o assunto com o marido: “Atuar é muito divertido, mas acho muito chato falar disso.” Apesar de ser a garota-propaganda da L’Oréal e da Bulgari, a atriz usa pouquíssima maquiagem e, de acessório, apenas uma fina aliança. Na unha, somente base transparente. Mas são o jeito de falar, de se equilibrar no saltão e, principalmente, as atitudes, que a deixam elegante. Durante as filmagens nas

Filipinas, por exemplo, a atriz doou dinheiro para a construção de um parque para as crianças da comunidade carente local. Além do O Legado Bourne, Rachel, que ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante em O Jardineiro Fiel (2005), dirigido por Fernando Meirelles, pode ser vista atualmente nas telas em mais um filme do brasileiro: 360 e, em breve, estará na nova versão do Mágico de Oz. • Você sempre foi boa em ciências como a gente vê no filme? • Rachel. Não, fui para a Universidade de Cambridge, na Inglaterra, mas fiz especialização em inglês, gostava de ler poemas e nunca fui bem nas disciplinas relacionadas ao campo das ciências. • Mas se identifica com sua personagem? • Acho que sim, pois ela é apaixonada pelo trabalho, assim como eu. Então me identifico com a paixão que ela tem. Entender a ciência demorou um pouco, mas não precisei fazer equações, o que ficou mais fácil. Foi só compreender os conceitos e para isso usei bastante o Google. Encontrei uma virologista americana que trabalha nessa mesma área da

minha personagem, e ela me disse que o que a gente vê no filme não é apenas ficção científica. Ela me ajudou a aprender um pouco mais sobre o assunto. • Teve de fazer algum exercício para entrar em forma para O Legado Bourne? •Eu não sou nenhuma Lara Croft, não sou uma heroína de ação, eu sou uma cientista em ação. Mas tinha de ter certeza que teria fôlego, então fiz esteira e atividades aeróbicas. • Você fez um trabalho social durante as filmagens do filme, em Manila, capital das Filipinas. Como isso aconteceu? • Nós estávamos filmando numa área chamada San Andres que tinha muitas favelas e era muito pobre. A gente via sempre centenas e mais centenas de crianças, se não milhares, e havia apenas um parque muito velho para elas brincarem. Então, eu pensei que poderia contribuir com aquela comunidade com a qual convivemos e onde filmamos, queria dar algo em troca. Por isso doei uma quantidade em dinheiro para a construção de um novo parque. Queria ter dado ao parque o nome de O Legado Bourne, porém por questões de direitos autorais não


Evan agostini/aP

A atriz conta que o filho, Henry Chance, de seis anos, sonha em ser espi達o


“Os brasileiros são muito espontâneos e acredito que isso seja algo bom para quem está atuando ou dirigindo um filme” foi possível. Mas as crianças foram muito queridas e me mandaram fotos delas brincando lá. Foi emocionante.

Para viver uma cientista em O Legado Bourne, a atriz pesquisou a profissão no Google

• Você tem um filho de seis anos. Você assiste a esses filmes de ação com ele? • Não, não muito. Assistimos às produções do estilo de Um Duende em Nova York, ele gosta mais desses filmes mais delicados, cheios de fantasias, charmosos. • Você vê talento para a arte no seu filho? • Todas as crianças têm um lado artístico, um talento nato, e meu filho é maravilhoso. Mas ele me diz que quer ser um espião.

• Você fez O Jardineiro Fiel e 360, ambos dirigidos pelo diretor brasileiro Fernando Meirelles. Como é trabalhar com ele? • É maravilhoso. Me sinto muito honrada de ter trabalhado com ele pela segunda vez e trabalharei novamente quando ele me chamar, seja para fazer uma produção de uma hora, seja de uma semana ou um mês. Eu amo trabalhar com ele, mas ainda não temos nenhum outro filme agendado. • Você acha que ele tem algum jeito brasileiro de trabalhar? • A impressão que tenho é que os brasileiros são muito espontâneos e acredito que espontaneidade seja algo muito bom para quem está atuando ou dirigindo um filme. É uma grande qualidade, e ele é assim. • Qual o tipo de filme que você mais gosta de fazer? • Romances são mais empolgantes. • Depois de fazer esse filme de ação ficou mais fácil entender quando o seu marido, Daniel Craig, chega em casa com dores decorrentes das filmagens de James Bond? • A gente não acredita em resmungos, por isso nunca resmungamos por causa das nossas dores (risos). • Como é seu dia típico? • Depende se estou trabalhando ou não. Mas 19/9/2012

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Divulgação

• Antes de ser atriz, você tinha algum herói? • O Zorro. Eu costumava assistir aos sábados de manhã na tevê, quando era ainda um programa em preto e branco. Simplesmente amava quando ele vinha com seu cavalo, mascarado e fazia aquele Z com sua espada. Achava-o muito sensual.

gosto de começar fazendo um bom café da manhã, atualmente gosto de ovos cozidos com torrada, e sou bastante caseira. • Você gosta de cozinhar? • Tem prato que eu faço sempre, que chamo de Shrimp Stir Fry: massa ou arroz, com camarão frito, temperado com pimentas, coentro e alho. Sempre repito a receita, e a família já não aguenta mais e quando vê o prato fala: ‘Ah, de novo!’ É o meu único prato, aliás. • A L’Oréal teve um problema legal por ter retocado muito a sua foto para uma campanha da marca. O que você achou desse episódio? Como se sentiu? • Ai, meu Deus! Acho que essa questão de retoque, de usar o Photoshop, é um grande problema hoje em dia. É um tanto vergonhoso para quem sofre com isso, pois as outras pessoas acabam não sabendo como a gente realmente está. Ao mesmo tempo, acho que as mulheres são muito espertas e quando olham uma foto, sabem se foi retocada. Infelizmente eu não tenho muito controle sobre isso. • Quais os seus segredos de beleza? • Eu não tenho segredos, apenas clichês do tipo: beber muita água, dormir e amar. •

‘‘Ai, meu Deus! Acho que essa questão de retoque, de usar o Photoshop, é um grande problema hoje em dia. É um tanto vergonhoso para quem sofre com isso, pois as outras pessoas acabam não sabendo como a gente realmente está’’

CONFIRA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA EM WWW.ISTOEGENTE.COM.BR



Estilo Casa • Por Silviane Neno

recanto tropical

Em meio ao calor de Maceió, a Casa Turquesa, de Thereza Collor, é um oásis cercado de verde e decorado com toques multiculturais que refletem a personalidade de sua dona Por Bianca Zaramella, de maceió Fotos Victor collor de mello beleza monique casado

O jardim, com grandes palmeiras, foi todo concebido pela dona. “Sinto falta do verde daqui quando estou em São Paulo”, conta Thereza


Thereza costuma enfeitar os grandes vasos com flores e plantas de seu pr贸prio jardim. As grandes velas arom谩ticas ela costuma comprar nos Estados Unidos

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Estilo Casa

O santo barroco era de um discípulo de Aleijadinho

POST-IT ido Canto preferm ícones ortodoxos co “Gosto do hall, uropa” E à em et m que re

écor Achado de dde pedra vulcânica

da “Tenho um bu que eu rdim principal, ja o enfeitando trouxe da Índia”

Na wish listmpre” “Livros de arte

se

Os tapetes persas são espalhados por vários ambientes da casa. À direita o altar abriga uma figura de Cristo e os ícones ortodoxos que a dona coleciona


Na sala de estar, as telas coloridas assinadas pelo artista plástico Aguilar contrastam com os móveis modernos escolhidos em branco.

Na sala de jantar, o enorme lustre chama a atenção pela beleza ao lado das cadeiras em embuia. O grande centro de mesa em porcelana abriga ovos de avestruz Na entrada principal, o grande cocar que foi trazido do Xingu

• “Minha paixão por arte foi o que me levou a estudar história. Gosto de saber a trajetória das coisas e das pessoas. Cada objeto desta casa, por exemplo, fui eu mesma quem escolhi, comprei e trouxe para cá, conhecendo os detalhes todos de quem as fez”, conta Thereza Collor ao entrar na sala em estilo oriental de sua residência no Condomínio Jardim Petrópolis, em Maceió. A casa – que demorou sete anos para ser construída – ganhou esse nome quando ainda tinha paredes que abrigavam a cor. Com o passar dos anos, o apelido ficou. “O Turquesa pegou mesmo”, brinca a anfitriã enquanto circula na sala a bordo de um elegante caftã de animal print. O look eleito

por ela combina com o décor dos ambientes. Informações étnicas, pinçadas em suas andanças pelo mundo. “Já trouxe dois contêineres de coisas que comprei lá fora, em vários países. Inclusive fui até o porto daqui para esperar chegar”, conta. As joias que ela usou para receber Gente são um exemplo. As peças, garimpadas no Exterior, foram expostas na mostra Joias do Deserto, que ficou em cartaz durante o mês junho na galeria de arte do SESI, na avenida Paulista, em São Paulo. Agora, a coleção será transformada em livro, com fotos de Hugo Curti.

• Identidade

• A casa tem toques de sua dona em cada detalhe e Thereza faz questão de contar que a decoração foi feita por ela mesma.“Pintei estes galhos de vermelho para combinar com estes potes de chá em azul e branco”, conta. Formada em história, ela sabe exatamente a origem de cada um de seus objetos de decoração. O grande cocar que fica na varanda de entrada ela encontrou em uma visita ao Xingu, quando participou do Kuarup. As selas de prata envelhecida ela mesma trouxe da Europa. Outro charme da casa, que tem valor sentimental para a dona, é o jardim. Um imenso gramado, cercado por palmeiras e outras espécies tropicais (leia mais sobre na pág. 62). “No total, demorou 13 anos para que esta casa ficasse do jeito que eu queria, mas ainda arrumo coisas por aqui até hoje. Cada canto tem um objeto especial. Por isso gosto tanto desta casa.” • 19/9/2012

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viaja

AventurA

na neve A apresentadora Marina Person aproveitou as férias para esquiar na Argentina com o namorado, o cineasta Gustavo Rosa de Moura, e a enteada, Lina, 6 anos Depoimento ceDiDo a Júlia leão


Fotos Arquivo Pessoal

Marina Person passou as fĂŠrias nas pistas de esqui de Las LeĂąas, na Argentina


viaja

• “Apesar do pouco tempo de férias que tive no meio do ano, consegui aproveitar os quatro dias de break como se fossem um mês. Eu e o Gustavo, meu namorado, decidimos fazer uma viagem em família, pois a Lina, sua filha, também iria conosco. Optamos por um roteiro diferente das praias que costumamos visitar. A ideia era aproveitar o inverno aqui na América do Sul. A Argentina foi o destino escolhido. Lá, a base da viagem foram as pistas de esqui de Las Leñas. Acertamos em cheio no passeio. Ao chegar ao hotel, Piscis, já nos surpreendemos. Ele fica no meio das montanhas, literalmente. Além da facilidade de chegar ao parque de esqui – não precisa nem pegar carro –, pela manhã, quando acordávamos, da sacada do quarto, só se via neve, montanha e aquele céu azul. Mágico! E nossa viagem foi pautada nisso: natureza, esporte radical e boa gastronomia. Todo dia acordávamos às sete horas da manhã, tomávamos um café bem reforçado – com direito a ovos mexidos e bacon – e saíamos direto para o parque. Às nove horas, quando as pistas abriam, éramos quase sempre os primeiros a desbravar toda aquela branquidão. E o dia seguia dessa maneira. Desce pista de esqui, cai, levanta, sobe


A apresentadora curtiu os dias ao lado do namorado, o cineasta Gustavo Rosa de Moura, e da enteada, Lina

na cadeirinha. Brinca, faz boneco de neve, guerra de bolinha de neve... E assim por diante. Eu, apesar de adulta, fui mais companheira da Lina, na pista para crianças, do que para o Gustavo. Uma vergonha, mas divertido. Depois de passarmos a tarde inteira esquiando – só parávamos para fazer um lanchinho – a melhor hora do dia era o momento de relax na piscina aquecida. Revigorante. Em seguida, vinham os jantares especiais. Cada dia com um tema. Como bons turistas, aproveitamos para degustar a carne e o vinho argentinos. Mas apesar da vontade de estender o passeio, o trabalho me chamava de volta a São Paulo. Decidimos repetir o roteiro com mais calma, já que a Lina amou fazer boneco de neve.” • A piscina aquecida ao ar livre era o recanto da família para relaxar no cair do dia

Após o dia todo esquiando, o casal aproveitou o bar do hotel para namorar e apreciar um bom vinho argentino 14/01/2011

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Especial


nos jardins da casa Turquesa

Vinte anos depois de ser a musa do impeachment de Fernando Collor – em um dos episódios mais marcantes da política do Brasil – Thereza Collor posa para o filho Victor Collor de Mello na sua mansão em Maceió, onde viveu os anos mais tensos e intensos de sua vida POR Bianca Zaramella, de maceió fOtOS Victor collor de mello

• O que jardinagem tem a ver com política? No Brasil, tudo. Duas áreas verdes, distantes cerca de 1.500 quilômetros, estiveram no epicentro do momento mais crítico da história do País. O primeiro deles em Brasília. Em 1992, deflagrada a crise no governo de Fernando Collor, os jardins da casa da Dinda – residência oficial do presidente na época – simbolizavam o auge de um esquema de corrupção pilotado pelo braço direito de Collor, seu tesoureiro PC Farias. Motivo: o lugar, cerca de 13 mil metros quadradros adornados com cascatas artificiais, que desembocavam em lagoas habitadas por carpas japonesas, teria custado US$ 2,5 milhões aos cofres públicos. Naquele mesmo ano, o presidente foi destituído do cargo e virou história. O outro jardim, menos portentoso, fica na Casa Turquesa, em Maceió. Ali viveu o casal Thereza e Pedro Collor de Mello, irmão do presidente deposto e autor das denúncias sobre o esquema. Cercado por coqueiros, o gramado era onde os dois buscavam um pouco de ar puro e paz nos dias de “bombardeio”. “Sinto falta de conviver com o verde desta casa”, comenta ela, que hoje se divide entre seus outros dois endereços: um apartamento em São Paulo e a fazenda de coqueiros do atual marido, o empreiteiro Gustavo Halbreich, em Alagoas. Vinte anos depois do escândalo, Thereza posa para Gente neste jardim. Quem a fotografa é o próprio filho caçula, Victor, 25, expondo a cumplicidade que têm. Na entrevista, ela fala de como a família reagiu à superexposição, do apoio ao marido falecido em 1994, do filho mais velho, Fernando, 28, que é candidato a vice-prefeito no interior de Alagoas e da lição que tirou do furacão que viveu. 19/9/2012

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Especial

• Este jardim deve ter história para contar. Sente saudade dele? • Thereza. Sinto. Sinto falta de conviver com o verde desta casa. Aqui é para onde eu volto sempre que posso. • Como foi viver com Pedro Collor aqui naquele período? • Enfrentamos um problema muito grande juntos e na frente de um País inteiro. Foi um processo muito difícil, mas sempre estive ao lado do meu marido.

Paulo Simas/ag. Istoé

Com os filhos Fernando e Victor, e Pedro Collor, na varanda da Casa Turquesa, em maio de 1992

• Você sempre apoiou Pedro em público e o assédio foi inevitável. Isso a incomodava? • Olha, foi um assédio muito grande. Muitas pessoas vinham me entrevistar, mas eu estava ainda sem saber como agir. Surgir como um personagem em um contexto político como aquele foi muito complicado. Eu não tinha assessoria de imprensa e estava no olho dos acontecimentos. Era uma mulher bonita e todo mundo achava que o meu foco era a superficialidade. Teve uma época que achei que toda imprensa estava contra mim. • Como seus filhos reagiram? • Eles eram muito pequenos. Tive de sair do País para preservá-los. Voltei quatro meses antes do câncer surgir no Pedro, em 1994.


• Você viu a entrevista que Rosane Collor deu ao Fantástico? Tem algum tipo de contato com ela? • Essa mulher não faz parte da minha vida.

C. Versiani/ag. Istoé

Com o marido, em 1994, no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo

Momento musa, em premiação no hotel Maksoud Plaza, em 1992, em São Paulo

• O sobrenome Collor virou um fardo? • De jeito nenhum. Faz parte da minha história. Meus filhos usam o sobrenome do pai e meu marido tem orgulho da postura que eu tive. Logo depois do impeachment, quis dar um tempo na história toda e comecei a ligar para as pessoas dizendo que eu era a Thereza Lyra, mas ninguém me reconhecia. • Seu filho Fernando é candidato a viceprefeito no interior de Alagoas. Como é ver a política em casa de novo? • Não estava muito bem nos meus planos ter um filho na política. Fernando é muito doce, querido e leva uma vida diferente da minha aqui e está estreando na política. Ele está solteiro e é namorador que só! • Passados 20 anos, que lição tirou de tudo? • Eu aprendi a aceitar o tempo que as coisas levam para se resolver. E que se deve viver tudo sem perder a paciência e o bom humor. •

Pose solene do casal, em abril de 1993

C. Versiani/ag. Istoé

• Sua beleza causou ciúme na ex-primeiradama, Rosane Collor. Ser bonita chegou a ser um problema? • Olha, lembro que tão logo fiquei viúva, em dezembro de 1994, fui convidada a ser secretária de Turismo de Alagoas. Assumi no dia 3 de janeiro do ano seguinte e fiquei até 1998. Trabalhei muito e usei a atenção da imprensa sobre mim para tentar reverter a imagem negativa que o Estado tinha. Queria resgatar a autoestima dos alagoanos. O Nordeste tem um estigma muito pesado. E lembro que cheguei a ser “alertada” por colegas para ter cuidado e não aparecer mais que o governador.

• E com o ex-presidente, Fernando Collor? • Nenhum. Meus filhos com os filhos dele sim, afinal, são primos. Mas dificilmente conversam sobre o que aconteceu em 1992.

Murilo Clareto/ae

• Você foi eleita a musa do impeachment. Continua vaidosa como antes? • Não, nada. Sabe que até para posar para fotos não uso quase nada? Não tenho mais toda essa preocupação, não. Também não gosto muito de ir ao cabeleireiro. Isso é para quem tem tempo e muita paciência (risos).

“O sobrenome Collor não é nenhum fardo. Faz parte da minha história.Meus filhos usam o sobrenome do pai e meu marido tem orgulho da postura que eu tive” Victor collor de Mello, autor das fotos desta matéria, é fotografo, DJ e comanda um blog com seu nome onde fala de seu lifestyle, moda e gastronomia.

Há 20 anos... Foi no dia 27 de maio de 1992 que Thereza Collor deixava de ser apenas uma dama da sociedade alagoana para se transformar em uma das personagens mais emblemáticas da história política do Brasil. Naquela data, seu marido, o empresário Pedro Collor, denunciava na imprensa o envolvimento do irmão, Fernando Collor, presidente da República, em um esquema de corrupção chefiado por seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias. O esquema PC operava o caixa 2 do partido, contas fantasmas no Exterior e usava dinheiro público para pagar despesas pessoais do presidente e seus aliados. Por sua beleza, Thereza entrou na mira dos fotógrafos e acabou eleita “musa do impeachment”. Dois anos depois, ela se tornaria viúva: Pedro faleceu em dezembro de 1994, vítima de um câncer. A figura de sua esposa, porém, permaneceu na memória dos brasileiros até os dias de hoje.

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Du Moscovis: musa do impeachment há 20 “Para o homem, anos, Thereza collor posa para o filho na mansão de alagoas sexo é bem mais descartável”

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Do DIVINo

A modelo e o namorado, o bilionário Lírio Parisotto, aplaudem o Pianista PoPstar Lang Lang em jantar black-tie châteaue Fabíula dos reis Nascimento: franceses Heloísa Périssé, Elianeno Giardini Brasil trêsA VIAGEM gerações DO de mulheres que10 brilham CASAL E OS MESESemDEAvenida NAMORO :

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AS DIVINAS

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EM NOITE DE GALA NO PALÁCIO DE VERSAILLES

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LUIZA BRUNET

5/set/2012

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R$ 9,90


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