Revista Taperá - Agosto-Setembro 2015

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na nova novela das 9

TONY RAMOS

começou na Espanha

PADROEIRA

CULTO À

Edição nº 14 | Agosto/Setembro 2015

GUARDINHA 35 anos

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA


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EDITORIAL

Nesta EDIÇÃO

21 de julho de 1980: uma data marcante

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A

lgumas datas não podem deixar de ser lembradas e até mesmo comemoradas, principalmente quando os anos terminam em “0” ou “5”. É o caso do 21 de julho de 1980, que marcou a criação da Associação de Educação do Homem do Amanhã. Eu estava lá, juntamente com dezenas de outros cidadãos, que pretendiam criar uma entidade que desse retaguarda e apoio aos jovens saltenses. Seis anos antes (1974) tinha sido fundada a Casa do Menor de Salto, sonho do saudoso Luiz Milanez, que comandou a construção de um prédio que veio a ser aproveitado pela Associação de Educação do Homem do Amanhã e que até hoje é utilizado como sede da Guardinha. A Casa do Menor, porém, não estava bem sedimentada e por isso não atingiu o objetivo colimado, apesar dos esforços de alguns abnegados. Já a Associação de Educação do Homem do Amanhã seguiu um caminho diferente, de sucesso, graças principalmente aos integrantes da Loja Maçônica Humanidade, que até hoje respondem pela sua manutenção. A sorte da Associação é ter conseguido esse apoio da Loja Maçônica, pois os maçons são pessoas que levam a sério e com competência tudo aquilo que se propõe a fazer. Temos em Salto duas lojas maçônicas: a Humanidade, mais antiga, com sede na esquina da 9 de Julho com a Avenida D. Pedro II e a Tiradentes, localizada na Rua Antonio Vendramini. São entidades que não aparecem muito aos olhos da população, pois não fazem alarde das campanhas meritórias que promovem e que não são poucas. Só essa atividade da Loja Maçônica Humanidade, em favor da Associação do Homem do Amanhã de Salto, basta para justificar sua existência. Se a Guardinha chegou aos 35 anos, aperfeiçoando-se e revelando jovens promissores a cada temporada, deve muito a ela, pois não fosse o trabalho dos seus integrantes, com toda a certeza a Guardinha não teria chegado onde chegou.

Reportagem de Nelson Lisboa sobre a comemoração dos 35 anos da Associação de Educação do Homem de Amanhã de Salto (Guardinha).

16 e 17 Conheça como se iniciou o culto à Padroeira de Salto, Nossa Senhora do Monte Serrat, na Espanha, ainda no tempo do cristianismo.

18 e 19 O assunto de Esportes desta edição é sobre a época em que Salto viveu uma época de ouro no profissionalismo, com 3 equipes.

20 e 21 Antecipamos a história e os personagens da nova novela das 9 da Rede Globo de Televisão: “A Regra do Jogo”.

22 Veículos revela que, apesar da crise, a indústria automobilística pretende lançar novidades no 2º semestre deste ano.

24 A coluna Saúde alerta que a barriga grande pode causar riscos para o coração e para o figado.

25 O chef Jonas Leite, ituano colaborador de nossa revista, fala da crise e do ovo que fica enterrado 100 dias, antes de ser consumido.

26 Turismo aborda a viagem de um grupo de saltenses à Terra Santa, com informações e fotos fornecidos pela leitora Gizelda M. De Genaro.

O Editor EXPEDIENTE

Publicação da Editora Taperá Ltda.

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ANIVERSÁRIO

Nelson Lisboa

Guardinha • 35 Anos

Empresas de Salto e da região disputam os menores aprendizes da Guardinha No dia 21 de julho a Escola de Educação Humanidade, a tradicional Guardinha, completou o seu 35º aniversário de fundação. É uma data especial, que rememora um trabalho iniciado em 1980, cujos voluntários eram apoiados pelo então juiz de Direito da Comarca, Roque Mesquita de Oliveira. O objetivo era fazer com que a sociedade local assumisse a obrigação de fazer algo pelos seus menores. A verdade é que nenhum dos fundadores imaginava que hoje, 35 anos depois, teríamos uma das entidades mais respeitadas da cidade, que qualifica anualmente centenas de jovens de escolas públicas para o mercado. Atualmente são 606 jovens disputados por empresas de Salto, Itu, Indaiatuba e até de Cabreúva, pela qualidade do ensino

recebido e pela capacidade de atuarem satisfatoriamente. A cada semestre eles são qualificados em uma área do mercado, inclusive com o conceito de cooperativismo. “O desafio é sempre colocar esses menores no mercado, dentro da lei atual do menor aprendiz, para que possam cumprir mil horas de estágio profissional”, diz Antonio Rodrigues Neto, diretor pedagógico da entidade. Os jovens selecionados cumprem estágio profissional em 74 empresas da região. Os maiores contratantes são a Prefeitura de Salto, Pepsico de Itu, Fedrigoni Brasil (fábrica de papel), Unimed Salto/Itu, Eucatex, Kanjiko do Brasil, Toyota, General Motors, dentre outras.

Por que Escola de Educação Humanidade? Até o ano 2000 a Associação de Educação do Homem de Amanhã de Salto, popularmente chamada de Guardinha, prestava apenas um trabalho social e beneficente. Com as mudanças das leis federais, a entidade mudou seu propósito legal e passou a ser a gestora da escola profissionalizante, apta a oferecer para as empresas menores dentro da

lei do menor aprendiz. “O nome Guardinha é carinhoso e aceito, mas o correto é apenas Escola Humanidade”, diz Antonio Rodrigues Neto. A Escola Humanidade fica na Rua Winston Churchil, 416, no Parque Bela Vista. Conheça mais em www.escolahumanidade.org.br.

Diretor do Senai, professor Helvécio Siqueira e o presidente da Guardinha, Olavo Marques de Souza, na confirmação da primeira parceria para a qualificação dos jovens, a partir de 2000 6

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Confiando em sua equipe e na qualidade pedagógica do curso criado em Salto, o diretor da Escola Humanidade, Antonio Rodrigues Neto, diz que o desafio atual é conseguir colocação para todos os jovens, no mercado de trabalho, para que possam fazer o estágio completo exigido.

Um trabalho social imprescindível

J

á foi dito que é impossível medir a dimensão social do trabalho desenvolvido, há 35 anos, pela Associação de Educação do Homem de Amanhã de Salto, a atual Escola de Educação Humanidade, a nossa tradicional e querida Guardinha. Sim, são 35 anos de trabalho voluntário prestado por dezenas de cidadãos abnegados, ligados ou não à Loja Maçônica Humanidade de Salto, em prol de milhares de menores. Até o ano 2000 eram menores apenas acolhidos e enviados ao trabalho, aleatoriamente. Desde então, com a mudança da entidade de apenas beneficente para uma escola profissionalizante, a ação social passou a ser muito mais ampla. Hoje a entidade seleciona na rede pública local centenas de jovens para que possam fazer o seu curso de técnico em administração de empresas. Ali já é dada a primeira lição, a da meritocracia, no qual os bons são apoiados e acreditados. Na entidade, os menores passam por diversos cursos de qualificação que culminam com o diploma de técnico de administração. O tempo todo são orientados, apoiados, estimulados e desafiados a irem além da simples conquista do diploma ao final de dois anos e meio. São estimulados a serem cidadãos melhores. E isso será demonstrado nesta revista, com exemplos de ex-guardinhas, de ontem e de hoje, que são profissionais destacados nas áreas em que atuam ou que hoje ocupam cargos importantes nas empresas onde começaram como simples guardinhas. E inclui-se neste rol este próprio jornalista, que passou pela Guardinha em 1990. A importância da entidade também se vê no carinho com que é tratada na cidade, na opinião de empresas, entidades e poder público. Sabem que sem a Guardinha teríamos centenas de jovens de periferia, de escola pública, com muito menos opções e encaminhamentos para a vida e muito mais suscetíveis à criminalidade, que ronda e se dispõe a “abraçar” nossos jovens a qualquer momento. Ao ser opção para os jovens mais carentes, a Guardinha presta um serviço impossível de ser medido. É fato que a Guardinha muda a vida de milhares de pessoas. Os jovens primeiro e depois seus familiares. (Nelson Lisboa – Jornalista e ex-guardinha)


Quadro enxuto garante atendimento global A Escola de Educação Humanidade, como entidade beneficente e sem fins lucrativos, tem um quadro profissional bastante enxuto, o que não a impede de oferecer aos alunos o melhor atendimento possível. Ela tem hoje 29 profissionais entre funcionários e professores, além do quadro diretor, composto por voluntários. :: Diretoria atual :: Arcy Milioni – Diretor Presidente Flávio Pavanelli – Vice-presidente Menores recebem hoje qualificação e apoio para se desenvolverem na vida

Eliel Pupo Lopes – Tesoureiro Carlos Alberto Spaolonzi – Vice-tesoureiro José Paulo Tarchiani – Secretário Conselho para assuntos econômicos e fiscais Membros efetivos: Allan Conral, Lairi Leão Médola e Luiz Tadeu Martarello Membros suplentes: Edmilson Lui, José Carlos Ciampi, Silvio Ferreira Teijeira.

Olavo acompanha a rotina e convive com os jovens da Escola Humanidade o máximo possível

Parte dos professores do curso de administração oferecido aos alunos

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Guardinha • 35 Anos

Saiba como contratar os jovens da Escola Humanidade Qualquer empresa de Salto ou da região, interessada em gerar emprego para os jovens da Escola Humanidade, pode contatar sua diretoria para saber como ser útil. Ao fazer isso ela cumprirá a obrigatoriedade da contratação de aprendizes, sem vínculo empregatício. O processo de contratação traz baixo custo salarial para a empresa contratante e contribui diretamente para a formação profissional de jovens de famílias vulneráveis. A parceria entre a entidade e a empresa será constante durante todo o contrato de aprendizagem e ela só poderá selecionar os jovens que já fizeram pelo menos 6 meses de curso de formação cidadã, informática e conversação em inglês. A empresa que se torna parceira oferece ao jovem o seu direito à aprendizagem, facilitando sua entrada no mercado de trabalho e garantindo seus direitos básicos. O telefone de contato é o 40291922, com a coordenadoria de aprendizagem ou com a assistência social.

Olavo Marques de Souza, 86 anos, presidente de honra da Guardinha Olavo é uma figura incrível. De baixa estatura, mas dotado de um espírito juvenil, reforçado por um coração na qual sempre cabe mais um, ele é hoje o presidente de honra da Escola Humanidade, onde começou há mais de 15 anos, sendo o presidente em sua fase mais complicada, de mudança de objetivo de uma entidade para uma escola profissionalizante. Do alto de sua sabedoria e de sua experiência de vida, confessa: é um ser humano realizado, primeiro como marido e pai de família e depois como cidadão que se dedica ao próximo: “Eu me sinto muito feliz. Aprendi muita coisa, conquistei grandes amizades e até minha saúde aqui é melhor”. Com idade para ser bisavô da maioria dos jovens atendidos pela Escola Humanidade/ Guardinha, Olavo diz que nunca enfrentou problemas de relacionamento com eles: “Também tenho um relacionamento excepcional com diretores, funcionários, professores. Aprendo muito com todos eles. Eu sempre falei em público antes da Guardinha, mas me tornei mais desenvolto e seguro”. Olavo nasceu em 20/11/1929 na cidade de Palma, atual Coreau, no Piauí. Casado com Aldenora Soares Souza há 57 anos é pai de 7 filhos. Seu lazer hoje é composto por um descanso diário obrigatório de 2 horas e ouvir rádio. Com problemas nos olhos, tem lido menos do que gostaria. Ele é maçom desde 1971. Presidente de honra diz que aprende mais a cada dia no convívio com os jovens

“Estou aqui, como presidente, por prazer. Tudo que fazemos de bem para os outros, vem melhor para a gente”, diz Arcy Arcy Milioni, 79 anos, é o atual presidente da Escola Humanidade. Ele se recorda das ações para se criar a entidade que ocuparia o tempo dos meninos fora da escola, mas acompanha mais de perto a Guardinha há 13 anos apenas: “Vim para colaborar. Fui tesoureiro, vice-presidente e sou o atual presidente”. Arcy diz que o trabalho mais constante é o coordenado por Antonio Rodrigues Neto e reforça que é muito bom estar na entidade, participar das ações, ser útil: “o que eu posso fazer, eu faço com o maior empenho e satisfação”. Arcy tem prazer ao ver a entidade contribuindo com a sociedade e sendo abraçada por ela: “Tiramos meninos das ruas e ajudamos a cada um deles a não tomarem um caminho errado na vida. A gente tira da rua, ensina a trabalhar e oferece um eventual emprego. Isso permite ao jovem ajudar a família, com o dinheiro que ganha, em um emprego ou estágio”.

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Arcy ALÉM DE cuidaR de sua empresa COLABORA COM a Guardinha e a São Vicente


Guardinha • 35 Anos

Doação de parte do IR ajuda a manter a entidade A Escola Humanidade é mantida pela Associação de Educação do Homem de Amanhã, entidade beneficente de assistência social, com atuação preponderante na área da educação, podendo, portanto, receber esses recursos que são repassados à Receita Federal. A doação é feita sempre no mês de dezembro. As empresas podem doar até 1% do valor do Imposto de Renda que deverão recolher no ano seguinte. As pessoas físicas podem doar até 6%. Esse dinheiro será aplicado no custeio da escola, para pagamentos de salários de professores, técnicos e demais funcionários, alimentação dos alunos, uniformes, etc.

Gratidão é palavra comum dos jovens atendidos

Gratidão pela oportunidade. Pela confiança. Pela chance de evoluir como profissional e cidadão. É o que demonstram os jovens atendidos. “Além de nos preparar para o mercado de trabalho, nos qualificando em alto nível, aqui construímos amizades e aprendemos valores para a vida. Uma vez guardinha, eternamente guardinha”, cita Ana Luiz Gatto, do 4º semestre. As amigas Letícia, Kathylin, Beatriz, Prisci-

la, Gabriela, Rebeca e Bruna resumem o que é ser guardinha: “é estar próximo de um futuro melhor, aptos para encarar a vida profissional”. Letícia Souza Raimundo, funcionária da Ypê, tem 17 anos e diz que a Guardinha é um grande passo para que possa ser alguém melhor e maior no futuro: “Sempre sonhei entrar na Guardinha. Foi a melhor coisa que fiz na vida e estou perto de ir para a faculdade”.

Garotas estão felizes com a chance da qualificação para o mercado e a vida

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Guardinha • 35 Anos

Jovens fazem a própria formatura e demonstram a eficiência do curso

Autoridades e equipe da Escola Humanidade na formatura em julho

Salão social recebeu centenas de convidados na formatura dos alunos, respeito ao trabalho prestado pelas entidades

Parte dos alunos que se formou em julho, gratidão pelas lições de vida e saudades

Professores entregam o diploma aos alunos formados no curso da Escola Humanidade

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“Quem organiza a formatura são os próprios alunos. É o melhor Trabalho de Conclusão de Curso possível, porque é feito na prática. E cada formatura tem custado acima de R$ 50 mil. Os recursos são obtidos pelos alunos ao longo do curso, em diversas atividades”. Foi assim que o diretor da Escola Humanidade, Antonio Rodrigues Neto, demonstrou a amplitude do curso ofertado para os jovens selecionados nas escolas públicas, com idade a partir de 15 anos e meio. E a prova de que o curso é encerrado com galhardia, é vista ao final de cada semestre. A 24ª formatura foi em julho, com 106 dos 110 alunos que começaram o curso. A festa, realizada no salão social da entidade, reuniu centenas de pessoas, entre alunos, familiares, convidados e autoridades. “Ao chegarem na entidade, há 2 anos e meio, vocês conquistaram uma vaga e, ao longo do curso, conquistaram nosso respeito, nosso apreço e nossos corações. Aproveitem as lições da melhor forma possível e sejam bons profissionais e bons cidadãos”, disse o diretor Antonio Rodrigues Neto, no evento.


Guardinha • 35 Anos

Eucatex tem 20 menores em seu quadro de funcionários A Eucatex é citada pelos diretores da Escola Humanidade como uma das maiores benfeitoras da entidade, em seus 35 anos de existência (veja matéria nesta edição). Atualmente a empresa é uma das maiores empregadoras de jovens, com 20 deles atuando em seus departamentos. A diretoria da Eucatex participa do Programa Jovem Aprendiz e prioriza a Guardinha porque com isso consegue oferecer formação profissional para desenvolver futuros talentos para a empresa, no futuro. Prova é que a empresa tem diversos profissionais atuando, que começaram na Eucatex como guardinhas. Alguns deles ocupam cargos elevados na hierarquia. Atualmente os 20 guardinhas atuam em diversas áreas como Segurança do Trabalho, Meio Ambiente, Controladoria, Recursos Humanos, PCM, Almoxarifado e Expedição. Eles são avaliados e acompanhados pela gerência de Recursos Humanos da empresa.

PepsiCo, de Itu, gera emprego para os guardinhas há 18 anos Divulgação

Divulgação

Aniceia diz que proximidade da empresa com a Escola Humanidade facilita a contratação, até mesmo definitiva, dos menores saltenses

Eucatex cumpre a lei do menor aprendiz priorizando os jovens da Escola Humanidade-Guardinha

A gerente de Recursos Humanos da PepsiCo de Itu, Aniceia Belon, confirma o alto nível da qualificação oferecida pela Escola Humanidade para os seus guardinhas. Ela diz que a empresa contrata os menores de Salto há 18 anos e mantém uma relação próxima com a entidade. Para facilitar a inserção dos menores na empresa, a área de Recursos Humanos da PepsiCo atua em conjunto com a psicóloga da escola e com o gestor para que acompanhem o desenvolvimento de cada um na empresa. “Temos muitos jovens que cresceram na companhia e hoje ocupam posições gerenciais”, afirma Aniceia.

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Guardinha • 35 Anos

Menores que atuam na Prefeitura são beneficiados pela Lei do Estágio

O prefeito Juvenil Cirelli, no primeiro ano de sua gestão, em 2013, obteve a aprovação, na Câmara Municipal, de medidas adequando a contratação dos menores da Escola Humanidade à Lei do Estágio, garantindo-lhes um tratamento melhor e muito mais digno. “Eu sempre digo que essa foi uma das grandes ações do meu governo. Os guardinhas são essenciais em muitos setores da Prefeitura e careciam de melhor proteção legal”, afirmou o prefeito Juvenil Cirelli, em recente entrevista coletiva na própria entidade. Os guardinhas agora tem jornada de trabalho definida, foram remanejados de locais insalubres ou proibidos por lei, como da sede da GCM ou de áreas da Saúde. Desde 2013 eles podem tirar férias do trabalho e receber abono.

COMO TUDO COMEÇOU

Momento EM que os saltenses criavam a Guardinha, em reunião realizada no Clube dos Trabalhadores, em 1980

Prefeito Juvenil e parte dos guardinhas que atua hoje nas repartições públicas municipais

Unimed Salto/Itu é parceira da Escola Humanidade

A cooperativa de médicos é uma das principais parceiras da Escola Humanidade, tendo em seu quadro inúmeros guardinhas trabalhando como jovens aprendizes ou que foram registrados pela empresa, ao final do contrato e que hoje ocupam cargos importantes em sua estrutura. Karina participou da coletiva do prefeito Juvenil Cirelli na entidade, no começo do mês de agosto e enalteceu a seriedade do trabalho da entidade, a disposição ao diálogo de seus responsáveis e a certeza de que a cada menor contratado, a Unimed terá sempre o melhor possível à sua disposição: “A parceria é tanta que hoje os menores já aprendem na escola conceitos de cooperativismo, a nosso pedido. “Muitos ex-guardinhas hoje são analistas, supervisores, auxiliares de departamentos e isso nos orgulha porque é muito fácil o relacionamento com a Guardinha”. Exemplo do sucesso da parceria Unimed / Escola Humanidade é a jovem Alexandra Lilian Gomes Martins, que começou na Unimed como guardinha e hoje atua no setor de RH e está fazendo psicologia. Ela participou da coletiva do prefeito e reforçou: “A Guardinha me abriu a porta do mercado, me permitiu definir minha profissão e projetar minha vida. Minha gratidão é eterna”.

Karina e Alexandra (antepenúltima e última, da esquerda para a diretia), na visita do prefeito Juvenil à Guardinha

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A preocupação com os menores saltenses teve início no início da década de 1970, quando foi realizada uma campanha visando a criação de uma entidade, com a construção de um prédio que se tornou realidade graças ao então vice-prefeito Luiz Milanez, que comandou a arrecadação de fundos. O objetivo era dar amparo aos menores desassistidos da cidade e a princípio a finalidade foi cumprida, acontecendo a inauguração do prédio em julho de 1974. Nos anos seguintes o entusiasmo das pessoas que compunham a diretoria da Casa do Menor, que é como foi denominada a nova entidade, arrefeceu e as dificuldades fizeram com que o plano inicial fosse abandonado. Isso fez com que homens públicos, membros de entidades e a população saltense em geral pensassem em reativá-la, surgindo um movimento mais forte em 1980. Em 19 de julho de 1980 o jornal Taperá, em editorial, aplaudia a ação do juiz de Direito da comarca (dr. Roque Antonio Mesquita de Oliveira), da Promotoria Pública, (dr. Pedro A. Bueno de Oliveira), do delegado de Polícia (dr. Nazareno Marinho de Souza), do Círculo dos Trabalhadores Cristãos (tendo à frente João Batista Camargo), do Poder Público, Rotary, Lions, da Associação Comercial e da Fundação Pró-Menor (presidida na época pelo dr. Mário Dotta Jr.). Na semana seguinte, reportagem de 1ª página dava a boa notícia da fundação da cidade, ocorrida no dia 21 de julho daquele ano, numa reunião realizada no Clube dos Trabalhadores Saltenses, com a presença de representantes de todos os que propugnavam pela criação da Associação de Educação do Homem de Amanhã de Salto. Na oportunidade foi eleita a 1ª diretoria, formada pelas seguintes pessoas: Antonio Aparecido Cicolin, presidente; Waldomiro Tavernari, 1º vice-presidente; Genésio Migliori, 2º vice -presidente; Ruberval Antonio Romero, Jades Martins de Melo, Jarbas Tupinambá Florindo e Waldemar Brock também faziam parte da diretoria. O Conselho consultivo tinha Dione Aparecida de Camargo, Enio Padovani, Margarita Iglezias Borges, Orlanda de Genaro, Vera Lúcia Carvalho de Macedo, Valter Lenzi e Yolanda Rovere Speroni. O Conselho Fiscal contato com Alcides Vitorino de Almeida, Paulo Miranda Campos, Xisto Jamil Scalet, João Camargo, José Carlos Andretta e Tarciso Stefanio. A entidade hoje é uma escola técnica, sem fins lucrativos, que atende mais de 400 menores, vindos de escola pública, que participam do curso de administração de empresas (técnico) e são encaminhados ao mercado de trabalho.


Guardinha • 35 Anos

Eucatex foi a empresa que mais ajudou a Guardinha em seus 35 anos

Roberto Maluf, entre o ex-deputado Archimedes Lammoglia e o exvereador Adelino Matiuzzi: um dos maiores benfeitores da Guardinha

Roberto presta homenagem a um dos guardinhas, em evento na Câmara

A atual diretoria da Escola Humanidade, através de Antonio Rodrigues Neto, é categórica ao citar que a empresa Eucatex é, em 35 anos da entidade, a principal colaboradora que a Guardinha teve e tem. “Chegamos até aqui porque sempre encontramos na Eucatex

uma grande parceira, para custeio de despesas como a alimentação de centenas de adolescentes, por tanto tempo. Ainda hoje é uma das maiores geradoras de emprego da entidade e seus proprietários sempre tiveram um grande carinho para conosco”, ressaltou.

“Uma vez Guardinha, sempre Guardinha”

Este é um lema que move os atuais e os antigos guardinhas: o sentimento de sempre pertencer à entidade, de trazer consigo as lições aprendidas, as amizades conquistadas, as possibilidades tornadas reais.

De Guardinha a estudante de mestrado

Alexandre Satya, 35 anos, consultor de sistema e pesquisador, foi guardinha em 1994. O garoto de família simples, “condenado” a repetir a profissão e a história da família, hoje cursa mestrado em organizações do 3º setor. Ele elogia o papel da Guardinha de receber jovens em vulnerabilidade ou exclusão social, qualificando-os para o mercado, oferecendo-lhes o primeiro emprego mais digno: “Sem a Guardinha eles poderiam achar um primeiro emprego, mas continuariam precários pelo resto da vida, na maioria das vezes”. Ter sido guardinha lhe permitiu conhecer outras formas de se viver, outros pensamentos. E isso o transformou em um cidadão consciente e capaz, apto para ajudar a si e à família: “Ter tido uma chance aqui foi adentrar ao desconhecido. Se não tivesse os parâmetros e referenciais daqui eu seria mais um da minha família de retirantes com uma profissão mais simples. Aprendi a poder estudar, a entrar em novos cenários, conviver com pessoas diferentes e encontrei um norte na vida. Eu e tantos outros”. “A Guardinha foi importante para mim, por me acolher e me dar oportunidades. É um grande orgulho, cheio de gratidão, saber que a Guardinha se mantém. É uma escola profissionalizante, para jovens em situação de vulnerabilidade. É muito bom ver que ela continua fazendo esse trabalho”.

Wellington: de família humilde a supervisor contábil de uma multinacional japonesa

Wellington Ribeiro Moreira tem 38 anos e uma relação muito próxima com a Guardinha. Ele foi atendido pela entidade entre 1990 e 1992, tendo seu primeiro emprego na Cazelatto Contabilidade, onde foi registrado e ficou muitos anos. Hoje é pós-graduado e faz MBA (Especialização) em controladoria geral, sendo o supervisor da área contábil da empresa Kanjiko do Brasil: “A Guardinha me abriu caminhos que eu não tinha opção e me fez ver o que eu seria profissionalmente. Venho de família humilde e conheci minha profissão aqui”. Ele considera a Guardinha uma instituição diferente de outras por dar suporte e chance para você ser alguém na sociedade e na vida. Wellington, diretor Antonio Rodrigues Neto e marcos: gratidão e prazer de ver outros jovens sendo beneficiados

Presidente de honra homenageia entidade com um poema O presidente de Honra da Guardinha, Olavo Marques de Souza, preparou um poema homenageando a entidade, em seus 35 anos. “Mesmo com toda dificuldade da idade, tento escrever sempre e me manter ativo”, diz.

Guardinha aniversaria Parabéns Guardinha Pelo seu aniversario Que esta data se repita De modo extraordinário Tendo em vista seu valor Causando belo cenário Parabéns Guardinha Pela sua existência Presta papel importante Com muita eficiência No tocante ao ensino Fluindo inteligência Escola humilde Respeito e dedicação Pelo modo perfeito De sua administração Diretor pedagógico Atuante na educação Parabenizo os diretores Do passado e do presente Homens dedicados Cultos e inteligentes Imbuídos de propósitos Como o atual presidente Guardinha parabéns Pelo seu aniversário

São trinta e cinco anos De trabalho diário O que, aliás, culminou Em êxito comunitário Hoje bem conhecida No âmbito regional Desempenha um trabalho De nível profissional Favorecendo principalmente Toda classe jovial Aos ilustres professores A minha saudação Já que seus valores Geram repercussão Edificantes à sociedade Fundamental nesta nação Professor e diretor pedagógico Antonio Rodrigues Neto Sempre leva a efeito O que considera correto Bastante inteligente Em polidez é completo Caros funcionários desta associação dignos de apreço cheios de otimismo sinônimo de evolução (Olavo Marques de Sousa, 30/07/2015)

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Guardinha • 35 Anos

Guardinha abriu as portas da Eucatex, onde Dênis é hoje engenheiro de produção

Dênis Wilian Teixeira Tambolo, 36 anos, atual engenheiro de produção da Eucatex, coordenador das linhas de pinturas da maior empresa de Salto, começou como guardinha, em 1994, com apenas 15 anos: “Fui ser guardinha na Prefeitura e 3 meses depois me enviaram para a Eucatex. Aquilo era um sonho para qualquer aprendiz e para mim virou realidade”. Dênis lembra da farda que era obrigatório usar em 1994, estilo quartel, com a calça por dentro da bota, devidamente engraxada, cordão e boina: “Se a gente não cuidava bem do uniforme, a Dona Rose ou o Marquinhos da Kombi, que hoje é colega de trabalho na Eucatex, nos multava. Hoje os adolescentes não usariam aquela farda de jeito nenhum”. O engenheiro lembra dos atos cívicos que reuniam todos os guardinhas na entidade, para, enfileirados, cantarem o Hino Nacional, da Guardinha e da Bandeira. Quanto à entidade, diz que ela “não é apenas o primeiro emprego, mas sim uma formadora da educação profissional do adolescente. Tinha orgulho de dizer que era um guardinha e meu pai confiava na instituição dizendo que isso daria futuro. E deu, não é Afonso Tambolo?” Na Eucatex Dênis hoje é o coordenador de Produção das Linhas de Pintura na Unidade Chapas e T-HDF: “Durante esses 21 anos trabalhei com vários líderes que sempre me ajudaram a crescer dentro da companhia, me ensinando tudo que sabiam. Aos poucos eles foram saindo da empresa e naturalmente fui assumindo um cargo maior até chegar onde estou. Mas tudo começou quando ainda era um guardinha e me espelhava nos meus ‘chefes’ Ademir Moura (Prefeitura) e Valmir Zotti (Segurança Eucatex), pensando um dia ser como eles. Agradeço este espaço e aproveito para lhes dizer meu muito obrigado”. Dênis, engenheiro de produção na Eucatex, onde está há 21 anos

Ex-guardinha é um comerciante de sucesso

José Cícero Rodrigues Silveira, proprietário da empresa Center Luz Materiais Elétricos, que ocupa um grande prédio na Rua Rússia, no Jardim Planalto, traz consigo a honra de ter sido guardinha, tendo atuado na fábrica de papel de Salto (atual Fedrigoni), em 1990. Depois ele foi ser guardinha na loja Salto Luz, onde ficou por dois anos, até ser registrado. Trabalhou durante 20 anos nessa empresa, até abrir o seu próprio negócio: “Aprendi muito como guardinha: a ter disciplina, caráter e acima de tudo que todo trabalho é digno”. Cícero hoje precisa do apoio de funcionários para poder tocar a sua própria empresa e se orgulha de ter entre eles a sua filha Tainá Camilla Silveira, de 20 anos, que também foi guardinha por 3 anos, tendo atuado em uma empresa multinacional de Salto: “Posso afirmar que meu sucesso profissional veio em grande parte da Guardinha, que está sempre disposta a ajudar e instruir os jovens a terem um futuro brilhante. Ela foi imprescindível para o meu crescimento, como também é importantíssima para os jovens até os dias de hoje. A Guardinha é uma instituição que não ensina só a ser um bom profissional, mas acima de tudo a ter caráter e força de vontade para crescer”. Cícero, em sua empresa: ele e sua filha foram guardinhas e só têm gratidão à entidade

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Dra. Lilia, oficial do Registro de Imóveis de Salto, escreve sobre a Guardinha

Dra. Lilia faz bonita homenagem à entidade da qual é parceira e gera emprego no Cartório de Imóveis

Sinto-me honrada, como Oficial do Registro de Imóveis e Anexos de Salto, em participar da homenagem aos 35 anos da Associação Educação Homem do Amanhã de Salto e grata por fazer parte, de alguma forma, de sua nobre história, em especial nesse momento social em que as atitudes e atividades positivas, pró-ativas e empreendedoras devem ser extremamente valorizadas. E há que realmente se enaltecer a Guardinha, ainda mais quando o alvo do engajamento de toda sua atividade é o nosso jovem, que certamente se depara com tantas incertezas e incoerências ao seu redor. Mas é nele que habita a confiança da mudança e do crescimento, principalmente ético e humano. Mas o que mais enobrece a atividade humanitária e empresarial da Guardinha é que ela muito se assemelha aos cuidados e ao amor de uma mãe zelosa. Ela acolhe os candidatos que mais necessitam de apoio, orientação e direção, orienta-os, os têm sob seus ensinamentos, com a colaboração de profissionais renomados, para em seguida encaminhá-los nos primeiros passos da profissionalização. Mas permanecem, os estagiários, sempre sob o olhar atento da Guardinha, que ao menor deslize os realinha, os repreende, e apenas os deixa caminhar sozinhos quando estão mais preparados e seguros, com a maioridade, para o enfrentamento dos desafios que a vida certamente lhes imporá. O Registro de Imóveis de Salto tem a satisfação de receber estagiários da Guardinha há muitos anos e atualmente tem em seu quadro funcionários efetivados há mais de dez anos, graduandos e graduados em universidades, além de estagiário, desempenhando carreiras brilhantes, que inclusive reconhecem e valorizam todo o aprendizado recebida da Guardinha. A confiança que a Guardinha inspira e os valores e princípios que transmite a seus estagiários coincidem com o anseio de uma sociedade mais justa e ética, e constituem-se no elemento essencial dessa Associação, que faz por merecer os maiores encômios, em especial, dessa instituição, o Cartório de Registros Públicos de Salto (Imóveis, Civil de Pessoa Jurídica e Títulos e Documentos). A todos os diretores, em especial ao sr. Antônio Rodrigues Neto, com quem sempre tenho a oportunidade de contato, e a todos os professores, colaboradores, funcionários, às famílias e aos próprios estagiários que fazem parte dessa Associação, intitulada Guardinha. Que a Guardinha e todos seus associados continuem a cumprir a nobre meta da excelência na educação e na orientação do jovem saltense. (dra. Lilia)


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Guardinha • 35 Anos

Paulo Maluf diz que Eucatex pôde ser útil para Salto gerando emprego também para os menores de idade

Desembargador Roque Antonio Mesquita foi juiz por 4 anos em Salto e ajudou fundar a Guardinha

Paulo Maluf, dono da empresa Eucatex, em entrevista à Revista Taperá ressalta o carinho que sua companhia sempre teve pela Guardinha, a atual Escola Humanidade.

O dr. Roque Antonio Mesquita de Oliveira é hoje um dos desembargadores mais experientes e respeitados do Estado de São Paulo. Entre 1978 e 1982 ele foi juiz em Salto e nesta entrevista relembra sua atuação para a criação da Guardinha.

Por que a empresa sempre colaborou com a Guardinha? Paulo Maluf - Tudo começou com o ideal do meu irmão Roberto, que tinha um coração maior que o peito. Era um sacerdote da melhor qualidade, em trajes civis. Ele tinha uma preocupação de que, pedagogicamente, se garantisse emprego para o homem e para a mulher. Estando empregada, a pessoa tem a dignidade de entrar em uma mercearia, um shopping center ou um supermercado e comprar o que deseja com o dinheiro que ganhou honestamente e não aquilo que lhe é dado como se fosse uma esmola. Meu irmão Roberto queria que os menores de Salto tivessem uma atividade sadia e útil. Seu irmão Roberto Maluf tinha um contato maior com a Guardinha, nos anos 80. O que ele falava ao senhor sobre a entidade? Paulo Maluf - Nós cuidávamos de áreas diferentes na empresa e cada um tinha total confiança no outro. Mas o pensamento de meu irmão Roberto era o de gerar emprego também para os jovens. Ele sempre acreditou no trabalho para garantir uma vida sadia e útil. Para ele, o trabalho era uma garantia da dignidade.

Por que o senhor participou da criação da Guardinha em Salto? Dr. Roque - Sugeri a criação da entidade porque notei uma grande carência na época de uma instituição que amparasse os menores, que ficavam ociosos nas ruas sem qualquer motivação e sem qualquer chance de se tornarem cidadãos comprometidos com a cidade e com a Pátria. Contei com o indispensável apoio de toda a comunidade saltense e de modo especial, da empresa Eucatex que forneceu as condições materiais para a realização da obra. Dá prazer ver uma entidade que ajudou a criar estar chegando no 35º ano de extenso currículo de trabalho social prestado? Dr. Roque - Como ser humano e cristão, tenho como lema de vida amar ao próximo como a mim mesmo e em razão disso agradeço a Deus ter concedido essa oportunidade de ser útil para a cidade de Salto, para qual tenho um especial carinho. A mensagem que tenho o prazer de enviar à Guardinha, a seus diretores e beneficiados é a seguinte: prossigam nesse trabalho que valoriza o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, contribuindo para a formação perene de cidadãos comprometidos com a nossa Pátria.

Revista Taperá

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PADROEIRA

Valter Lenzi

Culto a

Nossa Senhora do Monte Serrat

remonta aos primeiros tempos do cristianismo A santa, adotada como Padroeira de Salto, em sua fundação, foi levada pelo apóstolo São Pedro à Península Ibérica, esculpida em madeira e conhecida como a Senhora Jerusalamita Não se conhece as razões pelas quais Antonio Vieira Tavares decidiu pela escolha de Nossa Senhora do Monte Serrat como Padroeira da cidade que fundou em 16 de junho de 1698. Uma das hipóteses, levantada pelo historiador Ettore Liberalesso em seu livro “Salto – História, Vida e Tradição”, é que ele era bem relacionado com espanhóis que subiam o Rio Tietê, vindos do Paraguai, enquanto os portugueses desciam por ele, em busca de riquezas e de índios. Esses espanhóis deviam ser procedentes da Catalunha, localizada no Sul da Espanha, que adotara Nossa Senhora do Monte Serrat como padroeira. Nessa região, ela é também conhecida como “La Moreneta”, pelo fato de ter sido confeccionada com uma madeira escura. O culto à Virgem Senhora do Montserrat (como se denomina o monte onde está sua imagem) remonta aos primeiros tempos do cristianismo e faz referência ao apóstolo São Pedro, que, segundo a tradição, levou em sua viagem à Península Ibérica uma imagem da Virgem Maria, esculpida em madeira e que era conhecida como a Senhora Jerusalamita. Tempos depois um monge fundou um mosteiro rudimentar, consagrado à referida imagem e no tempo das invasões dos árabes a imagem foi escondida numa caverna e só encontrada dois séculos depois por pastores da região, que a levaram de volta ao mosteiro, em grande procissão. 16

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tentaram retirar a imagem do local onde se encontrava, mas apesar do seu esforço não conseguiram demovê-la do lugar, decidindo que ela continuaria no platô da montanha, onde foi erguida uma capela, visitada pelos principais prelados e altos servidores da corte espanhola, assim como diversos reis católicos. Posteriormente um majestoso edifício do Mosteiro de Montserrat foi erguido e entregue aos beneditinos. Foi o Papa Leão XIII que a declarou padroeira da Catalunha. A imagem, assim como a cadeira onde ela está sentada, são de madeira escura, o manto é de ouro, sua túnica interior e o véu dourados. O Menino Jesus em seu regaço, também foi esculpido em madeira escura.

A Nossa Senhora (“La Moreneta”), Padroeira da Catalunha e há centenas de anos no Morro Montserrat (N. Sra. Espanha)

Conta-se que os pastores que levavam a imagem passavam pelo Montserrat, no ano 900, quando ouviram cânticos celestiais e foram atraídos por uma luz esplendorosa que saía do interior do rochedo. Encantados com o som e com as luzes, subiram o monte e pasmados caíram de joelhos diante da imagem da Virgem Maria, que se encontrava numa cavidade natural. Revelaram o ocorrido ao bispo de Manresa, que foi até o monte e ficou também extasiado pela beleza da imagem, confirmando que era a mesma da igreja de Barcelona e que tinha sido escondida para não ser profanada pelos infiéis. Os habitantes da redondeza A primeira imagem da Padroeira, obtida junto aos espanhóis e doada à capela por Vieira Tavares

No Brasil – O culto à Virgem de Montserrat teria chegado ao Brasil com os dominadores espanhóis. Em 1590, D. Francisco de Souza, governador geral do Brasil, que era devoto da Virgem, divulgou o culto da Senhora de Monserrat por onde passou, como em Tacagipe, na Bahia, em São Sebastião do Rio de Janeiro e em São Paulo de Piratininga. Na capital paulista ele ergueu uma ermida, no local onde hoje se encontra o Mosteiro de São Bento. Nossa Senhora do Monte Serrat é também padroeira de Santos, onde foi construída uma capela em homenagem à Virgem, no Morro de São Gerônimo, entre 1598 e 1609, por D. Francisco de Souza. Atribui-se a ela um milagre ocorrido por ocasião da invasão holandesa à Capitania de São Vicente, em 1614: quando uma turba de soldados inimigos ia subindo o morro, em direção à capela da santa, onde se abrigava grande parte da população santista, um desmoronamento soterrou os invasores, que foram obrigados a deixar a cidade. Desde esse dia, a Senhora do Monte Serrat foi considerada a salvadora da cidade. O título de Padroeira de Santos foi confirmado em documento oficial pelo Papa Pio XII, em 1955.


Três imagens de Nossa Sra. do Monte Serrat nos 317 anos de Salto Depois de ficar durante 103 anos com uma família saltense, a imagem primitiva foi entregue à Prefeitura, que a guardava num cofre

A fundação de Salto, ocorrida em 16 de junho de 1698, aconteceu quando foi celebrada uma missa, mandada rezar por Antonio Vieira Tavares, numa capela por ele construída. Para isso, ele havia solicitado licença para construir referida capela em seu sítio denominado “Cachoeira” em honra à Nossa Senhora do Monte Serrat, três anos antes (1695). A primeira imagem da Padroeira deve ter sido conseguida junto aos espanhóis por Vieira Tavares. Era pequena, tosca e feia, como era considerada até pelas autoridades religiosas, dentre elas o padre João Leite Ferraz, de Itu, que vinha celebrar missas em Salto. Ele defendia a necessidade de substituir a imagem e acabou encontrando uma solução pouco antes do centenário da capela do então Salto de Itu: soube que o membro de uma tradicional família ituana, os Paula Leite, de nome Francisco, estava apaixonado pela prima, Maria Joaquina de Campos, mas temia falar com o pai dela. Foi, então, proposto um acordo pelo padre Ferraz: ele, como amigo das duas famílias, conseguiria o namoro, o noivado e até o casamento, se a família Paula Leite mandasse confeccionar uma nova imagem de Nossa Senhora do Monte Serrat. A proposta foi aceita e um santeiro de fama chamado Guilherme, de Santana do Parnaíba, foi contratado e ele executou o serviço aproveitando uma tora de cedro fornecida pelo padre Ferraz. Em 1797 o casamento aconteceu, na igreja onde a nova imagem da santa ocupava o altar principal. Quanto à imagem antiga, oferecida por Antonio Vieira Tavares, simplesmente desapareceu, depois de reinar quase 100 anos. Só foi reaparecer em 1981, ou seja, 103 anos depois, quando a família Arruda Castanho, que a deteve por todo esse tempo, oficializou a doação através de uma escritura particular, depois de ter desfilado pelas ruas da cidade, num andor, juntamente com uma urna que levava os ossos do fundador da cidade, doados pela vizinha Itu. A urna foi colocada no Monumento à Padroeira, nas Lavras, e a imagem primitiva guardada num cofre da Prefeitura, o que aconteceu até setembro de 2000, quando percorreu as ruas da cidade, na procissão em honra a Nossa Senhora do Monte Serrat. Nesse ano, a imagem foi doaA atual imagem, ornamentaDa para uma das procissões que se realizam todos os anos em 8 de setembro (3ª imagem Salto)

Fotos: Arquivo

A segunda imagem da Padroeira, fruto de um acordo, foi queimada no incêndio de 1935

da à igreja da santa, pelo prefeito João Conti, sendo colocada num altar, devidamente protegida. Incêndio – A imagem de madeira, que substituiu a primitiva, fruto de um acordo feito pelo padre Ferraz e a família Paula Leite, foi destruída num incêndio que atingiu a igreja de Nossa Senhora do Monte Serrat, em 18 de janeiro de 1935. O altar foi destruído por completo, assim como a imagem da Padroeira, o que levou as autoridades religiosas e os saltenses a se preocuparem em conseguir uma nova imagem. Foi então que a família Paula Leite, de Itu, novamente se mobilizou, apenas 10 dias após a ocorrência do incêndio. Um dos seus membros, Antonio de Paula Leite Camargo, fez então uma coleta entre os integrantes da família, num “Livro de Ouro”, conseguindo o dinheiro suficiente para a compra de uma nova imagem, confeccionada pelo mestre escultor S. Scopoli, de uma tora de cedro da Fazenda Boa Vista, de Itu. A nova igreja estava ainda em construção, em setembro de 1935, seis meses após o incêndio, quando a nova imagem foi entregue, numa solenidade prestigiada por grande número de fiéis saltenses. Essa imagem permanece até hoje na matriz, sendo venerada pela população, que não se cansa de admirar sua beleza e majestade. Revista Taperá

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ESPORTES

VALTER LENZI

A época de ouro do

futebol profissional

saltense: 3 clubes em ação Avenida, Saltense e Guarani disputavam os dois principais campeonatos do Estado, enfrentando equipes de renome Quando se fala no retorno de uma ou duas equipes saltenses ao futebol profissional, quem teve o privilégio de acompanhar as participações de representações locais em campeonatos promovidos pela Federação Paulista de Futebol, nas décadas de 1950 e 1960, vai se lembrar que nesse período o esporte viveu um período áureo, com nada menos que 3 equipes em ação: A.A. Avenida, A.A. Saltense e Guarani Saltense A.C. Quem não acompanhou essa época de ouro, se não tem conhecimento, vai agora saber como tudo aconteceu. Tudo começou em 1954, quando dois clubes saltenses ingressaram na 3ª divisão, que era realmente a 3ª divisão do futebol paulista, pois os clubes do Estado eram divididos em somente três categorias e não em cinco ou seis, como hoje. Saltense e Guarani disputaram, então, uma das séries, juntamente com o Ituano, Primavera de Indaiatuba, Portofelicense e Rafard. A Saltense fez melhor campanha, vencendo 8 jogos, empatando 1 e perdendo também 1. Foi campeã da série, mas perdeu o título na secretaria para o Ituano, que conseguiu anular um jogo em que foi derrotado em Salto por 2 a 1, revertendo o placar favorável. O Guarani foi mal em sua primeira participação, vencendo apenas 1 jogo, perdendo 6 e empatando 3. Em 1955, apenas a Saltense participou, mas não brilhou como no primeiro ano: 5 vitórias, 1 empate e 6 derrotas. O Guarani não disputou, pois realizava melhorias em seu estádio. Formando uma equipe às pressas, o Guarani foi o último colocado do grupo em 1956. Nesse ano a Avenida entrou no profissionalismo, obtendo 1 vitória, 2 empates e 2 derrotas; a Saltense, em sua 3ª participação, foi a 2ª colocada da série, na disputa com Rio Claro, Palmeiras de S. João da Boa Vista, Rigesa de Valinhos e Amparo. Surpresa em 1957 – Saltense e Guarani almejavam disputar a 2ª divisão de profis18

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sionais em 1957, mas foi a Avenida quem conseguiu uma vaga. Constituiu-se numa surpresa, mas o fato se deu em virtude da amizade do presidente do clube (Luiz Milanez) com o presidente da Federação Paulista de Futebol, João Mendonça Falcão. Foi montado um bom time, mas a concorrência com outros clubes, do 2º patamar futebolístico paulista, era muito grande. Para se ter uma ideia, a Avenida enfrentou equipes poderosas, como S. Bento de Sorocaba (que veio jogar em Salto com Bauer, médio que atuou pela Seleção Brasileira na Copa de 50), Paulista de Jundiaí, Bragantino, Internacional de Limeira, Ituano e União de Mogi das Cruzes. Por isso foi penúltima colocada, à frente apenas da Botucatuense. Nesse ano, o Guarani fez campanha superior que a da Saltense, pois foi o campeão da série F, enquanto a Saltense foi a 3ª colocada. O Bugre classificou-se para a fase final do certame, colocando-se em 2º lugar, com 5

vitórias, 4 empate e 3 derrotas. No ano seguinte (1958) a Avenida foi novamente penúltima colocada na 2ª divisão, num campeonato que contou também com o Comercial de Ribeirão Preto, além das demais que participaram no ano anterior. Pela 3ª divisão, a Saltense foi bem, conquistando o título da série D, enquanto o Guarani não esteve mal, pois obteve o 2º lugar. Em 1959 foi o último ano em que a Avenida disputou o profissionalismo, tendo desistido após a 4ª rodada, o que repercutiu muito mal. O Guarani participou pela última vez da 3ª divisão, voltando apenas na década de 1970. Nesse ano a Saltense finalmente conseguiu uma vaga na 2ª divisão, disputando pela série “Vicente Feola” com Paulista de Jundiaí, Ituano, Bandeirante de S. Carlos, Internacional de Limeira, Mogiana de Campinas, Bragantino e Estrada de Sorocaba. Ficou em 5º lugar, com 6 vitórias, 3 empates e 8 derrotas.

Fotos: Arquivo

Equipe da Saltense, em 1954, posando com as faixas de campeã, de papel, após perder o título na secretaria


Foi 4ª colocada em 1960, atrás do Estrada, Ituano, Elvira de Jacareí e Hepacaré de Lorena. Repetiu a colocação em 1961, atrás do Estrada, Usina S. João de Araras e Ituano (ganhou 7 partidas, empatou 1 e perdeu 5).

Em 1962, obteve apenas 4 vitórias, 5 empates e 5 derrotas. Também foi mal em 1963: 5 vitórias, 1 empate e 6 derrotas. Despediu-se melancolicamente do profissionalismo, em 1964, sendo a última colocada da série, ga-

O Guarani brilhou em 1957, conquistando o título da série F da 3ª divisão

nhando apenas 2 jogos, empatando 7 e perdendo 10, inclusive com goleadas contundentes por 7 a 1 e 11 a 2. Teve que disputar o “Rebolo”, do qual foi campeã.

Equipe da Avenida, que teve o privilégio de ser o primeiro clube de Salto a disputar a 2ª divisão

Partidas emocionantes e estádios lotados nas disputas entre rivais Ao contrário do que ocorreu nos últimos anos, os jogos de equipes locais pelos campeonatos profissionais que disputavam nas décadas de 1950 e 1960 eram sempre prestigiados pelos torcedores. Eles aconteciam nos domingos à tarde, nos estádios da Avenida (Ilha Grande, que havia sido reformado, contando com arquibancada em uma das laterais), da Saltense (ainda apenas com a arquibancada coberta) e do Guarani (com os degraus de uma das laterais). Os jogos que mais atraiam públicos numerosos eram os que envolviam as equipes da cidade e da região (Itu e Indaiatuba). Continuando a rivalidade que já existia quando Saltense e Guarani disputavam o Campeonato Amador da região, as partidas entre ambos os clubes eram arduamente disputados e as vitórias de um ou de outro eram muito festejadas. Quando os clubes locais enfrentavam representações de Itu (Ituano) e Indaiatuba (Primavera), as disputas também eram acirradas. Pode-se citar, por exemplo, um jogo entre Saltense e Ituano, disputado em 1954, no Estádio Alcides Ferrari. Se vencesse, a equipe local seria a campeã da série, enquanto o empate beneficiaria o Ituano. Ao final da partida, quando o placar assinalava o empate por 1 gol, o centroavante Bahia, da Saltense, marcou de cabeça o gol da vitória e os ituanos se rebelaram, apontando uma irregularidade na jogada. O árbitro, porém, confirmou o gol e isso fez com que os torcedores de Itu, que se encontravam do lado oposto ao da arquibancada, onde ficava a torcida da Saltense, quebrassem o gradil e invadissem o gramado, fazendo com que o juiz corresse em direção à arquibancada e lá de cima pulasse na casa de uma moradora da Avenida D. Pedro II, onde permaneceu até que as coisas se acalmassem. Alegando “erro de direito”, o Ituano conseguiu a anulação da partida na Federação Paulista, que determinou uma nova partida, com portões

fechados, vencida pelo time de Itu por 2 a 0. A Saltense, em protesto, mandou confeccionar faixas de campeão, em papel, e seus jogadores posaram para uma foto para servir de lembrança. 2ª divisão – Os jogos pela 2ª divisão de profissionais também atraíam grande público, não só de Salto, mas também de outras cidades, cujos clubes atuavam em nossa cidade. Vinham muitas pessoas, por exemplo, de Sorocaba, Jundiaí, Itu e de outros municípios, lotando o pequeno estádio da Avenida. Quando a Saltense disputou a 2ª divisão, o número de torcedores visitantes era também expressivo.

Jornal “O Liberal” da época mostra a destruição do gradil no estádio da Saltense, pela torcida de Itu

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TELEVISÃO

Grande elenco da Globo,

com nomes consagrados, na nova novela das 9 da noite Duas vidas vão se cruzar: a de uma trabalhadora honesta (Vanessa Giácomo), ele um herói do povo (Alexandre Nero)

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Com o fim de “Babilônia”, uma nova novela será lançada pela Rede Globo, no horário das 9 da noite, no final de agosto: “A Regra do Jogo”, que apresentará um elenco formado por nomes consagrados, além de estreantes de peso. Há cerca de três meses com a equipe nos sets de gravação, a diretora de núcleo, Amora Mautner, tem rodado as cenas no Rio, palco da história de João Emanuel Carneiro. O último trabalho da dupla foi “Avenida Brasil”, sucesso que mobilizou o país em 2012. Alexandre Nero será Romero Rômulo, uma espécie de herói do povo, cuja vida vai se cruzar com a de Vanessa Giácomo, trabalhadora honesta e funcionária de Adisabeba (Susana Vieira). Outros importantes nomes do elenco são: Tony Ramos, como Zé Maria, homem com um passado misterioso e responsável pelo fim da amizade de Djanira (Cássia Kiss) e a vivida por Susana Vieira; Du Moscovis, como Orlando, que volta a gravar depois de quase 10 anos longe das novelas; João Baldasserini é Victor, um rapaz que tem um envolvimento do passado com Atena, papel de Giovanna Antonelli; Giovanna Lancelotti é uma hippie desencanada, vegetariana e tranquila que respeita o meio ambiente e os animais; Juliano é o personagem de Cauã Reymond, filho de criação de Djanira (Cássia Kiss); Susana Vieira faz o papel de “rainha do Morro do Macaco”, dona de uma boate, de um hostel e de vários barracos na comunidade; Cássia Kiss é Djanira, mãe de criação de Juliano (Cauã Reymond) e Toia (Vanessa Giácomo); Bárbara Paz interpreta Nelita, filha de Nora (Renata Sorrah) e Gibson (José de Abreu). Aparecem ainda em outros papéis: Marcelo Novaes, Juliano Cazarré, Marcos Caruso, Alexandre Ritcher, Paula Burlamaquy e outros.


Fotos: TV Globo

Atores mudam o visual na nova novela

Alguns atores e atrizes, dentre eles vários do “primeiro time” da nova novela da Globo, tiveram que mudar o visual para viver os novos personagens. É que parte da história se passa numa favela e por isso os personagens terão que se adaptar ao ambiente. Tony Ramos, por exemplo, aparece com uma barba branca, parecendo um hippie, com trajes muito diferentes daqueles com que aparecia em “O Rebu”. Alexandre Nero deu adeus ao look preto do

comendador, vivendo agora o líder popular que pode novamente dar-lhe o mesmo prestígio da antiga novela. Vanessa Giácomo, vai aparecer com um visual bem mais simples do que aquele com que apareceu na época de “Amor à vida”. E a outra Vanessa, a Antonelli, agora está mais loira e depois da Clara de “Em família”, será Francineide. Juliano Cazarré será um funkeiro e Roberta Rodrigues também aparecerá na turma do funk.

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VEÍCULOS

FolhaPress

Indústria abre o baú de

novidades depois de represar

LANÇAMENTOS

por causa da crise A crise que tem derrubado a produção e as vendas da indústria automotiva não intimida as fabricantes quando se trata de novos produtos. Ao contrário: este segundo semestre terá cerca de 50 novidades, entre veículos inéditos, reestilizações e séries especiais. As novidades se pulverizam em diversas categorias e faixas de preço. Destaque para o surgimento do segmento das picapes ‘quase‘ médias, que por ora terá somente dois participantes: Renault Duster Oroch e um modelo da Fiat, que por enquanto atende pelo codinome 226. Em alta, o mercado de luxo concentra as principais novidades, como a volta do Volvo XC 90 e a estreia do Jaguar XE, forte candidato a primeiro carro nacional da marca inglesa. Tendência - Branco ainda domina, mas azul é a cor mais quente. Um dos mais recentes estudos divulgados pela PPG Industries,

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fabricante de tintas e revestimentos, revela que o branco e o prata se mantém como preferências dos brasileiros. Há, porém, forte tendência de ascensão de tons de azul. ‘A paleta conta com vermelho quente, verde de pedras preciosas, ameixa e azul índigo, que criam uma aparência boêmia‘, afirma a empresa a respeito da Co-Leidescope, que reúne futuras tendências ao lado da Introsense --esta com ‘azul pálido, verde, coral e roxo, combinados com nuances leves e sutis‘. Isso explica a frequência de diversas tonalidades de azul entre os carros novos. A Volks escolheu a Azul Silk para promover o novo Fox e chamar a atenção do público para as novidades do modelo. O tom é praticamente idêntico ao azul Techno do Renault Sandero, outro modelo da categoria que teve a cor como vitrine das mudanças visuais do hatch. O azul também está entre os carros premium, como o BMW M3, o Jaguar XE e o Audi Tts, entre outros.


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SAÚDE

William Cardoso | FolhaPress

Barriga grande pode causar riscos para o coração e o fígado

A barriguinha de chope pode condenar o dono dela a riscos cardíacos e à morte súbita, de acordo com especialistas. Para reduzir a gordura abdominal é importante pegar leve com alimentos muito calóricos e manter uma boa rotina de exercícios que façam o sujeito transpirar para valer. Supervisor do Setor de Emergências do Incor (Instituto do Coração), o cardiologista Alexandre Soeiro afirma que a falta de exercícios físicos, aliada a uma alimentação desregrada, rica em gorduras, é o caminho natural para aumentar a circunferência da barriga.‘A deposição de gordura abdominal é uma consequência da ingestão elevada de gorduras, principalmente as de origem animal e açúcares. Junta-se a isso o sedentarismo como outro fator‘, explica. Endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Paulo Rosembaum afirma que a gordura abdominal se quebra facilmente, entra na corrente sanguínea e chega a órgãos vitais, como o coração. ‘Favorece que a pessoa tenha um infarto. As artérias do coração vão se entupir. Em alguém com 50 anos e outros fatores de risco, como pai ou mãe que já tiveram doenças cardíacas, pode ocorrer um evento súbito, uma parada cardíaca‘, diz. Outros órgãos Não só o coração é afetado pela excesso de gordura abdominal. Outros órgãos, como o fígado e o pâncreas, também ficam sobrecarregados. “Isso aumenta o nível de ácidos graxos [um tipo de gordura] livres na circulação próxima ao fígado e leva à resistência à insulina. Com isso, para manter normal a glicose do indivíduo, o pâncreas é obrigado a produzir insulina em excesso. Esse processo pode conduzir ao diabetes”, diz o coordenador da Área Técnica de Cardiologia da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, Amaury Zatorre Amaral. Corrida e pedalada - Para surtir efeito na perda de gordura abdominal, o exercício físico tem que ser aeróbico, como corridas e pedaladas, para forçar o coração. Atividades localizadas não surtem efeito. “Uma caminhada parando, com cachorro pequeno, não vai adiantar nada. Tem que ser atividade contínua, com velocidade maior. Tem que suar, senão não terá esse benefício”, diz o endocrinologista Paulo Rosembaum.

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GASTRONOMIA

Chef Jonas Leite

Mercado da gastronomia

ganha força, apesar da crise Como é engraçado ver o mercado da gastronomia tomar tanta força em pura crise geral, principalmente tratando-se de Brasil. Gostaria de refletir quantas moradias e escolas profissionalizantes poderiam ser construídas com todo o dinheiro desviado e roubado de nossas almas em escândalos de corrupção, como a operação Lava Jato. Desabafos à parte, voltando à Gastronomia, acredito eu, que vivo da Gastronomia, que os novos programas, como Master Chef e Cozinha sob Pressão, que são assistidos por uma grande parte da população

Ovo que fica enterrado 100 dias: iguaria do Oriente

consumidora, ajudam muito a valorizar um pouco mais o profissional da área e a popularizar a cozinha, com conceitos mais técnicos e aprofundados das origens dos pratos e receitas mais famosas da alta gastronomia mundial, chamada de “Cuisine Fusion”, que é a miscigenação de raças, hábitos alimentares e seus insumos. Só a título de curiosidade, Henrique Fogaça, jurado do Master Chef, e Felipe Santos, vencedor do Cozinha sob Pressão, foram meus alunos. Não posso deixar de citar a nova onda dos “Food Trucks”, que

Hoje o assunto a ser focalizado é sobre o ovo milenar, ovo dos mil anos ou também chamado de ovo centenário. Já ouviram falar nele? Conhecido pelos chineses como “Pidan”, é uma das mais famosas iguarias do Oriente. Tradicional da China, o ovo centenário é feito com ovos de pato, ganso, galinha ou codorna. É coberto com cinzas, sal, argila e cascas de arroz e é enterrado por 100 dias, Imagem da internet

O ovo fica enterrado por no mínimo 100 dias e só após é consumido

vêm disseminando em todos os cantos do país, principalmente nos grandes centros urbanos, com um formato de gastronomia diferenciado e mais descontraído do que o que estamos acostumados a ver em restaurantes convencionais. O truck “La Vera Porchetta”, que faz enorme sucesso em São Paulo, é chefiado por Guilhermo Pinto, que também foi aluno meu. Ver a evolução e sucesso dessas pessoas me traz uma enorme sensação de dever cumprido; uma benção divina.

podendo chegar a ficar enterrado por anos, dependendo do método de preparo e da região onde é produzido. Reza a lenda, que esse ovo é da época da Dinastia Ming, quando, na região da Hunan, foi descoberto em uma construção um ovo perdido por dois meses dentro de uma argamassa. O sujeito experimentou e gostou. Com o passar do tempo foi aprimorando a técnica. Fontes mais confiáveis dizem que o ovo centenário é o resultado de anos de experiências para se descobrir um método de conservação de ovos. O “Pidan” tem uma aparência estranha. A clara fica com uma textura de gelatina e com uma cor dourada escura, estranhamente bonita, quase sem sabor algum. A gema tem uma cor escura, verde acinzentada, e com uma textura macia, cremosa, com cheiro forte e sabor intenso, de enxofre. Pode ser comido cru ou utilizado em algumas preparações chinesas. O lugar mais fácil de se conseguir o ovo centenário no Brasil é no Bairro da Liberdade, em São Paulo. Os ovos são vendidos em dúzias ou de forma individual e custa aproximadamente R$ 5,00 a unidade. Na nossa experiência com o “Pidan”, pudemos notar que a clara realmente não tem gosto algum e tem a aparência de uma gelatina de Coca-Cola. A gema tem uma textura estranha e um gosto muito forte de ovo cozido. É como se existissem 5 ovos cozidos dentro da gema. O gosto de enxofre residual demora algum (leia-se bastante) tempo para passar. Vale a pena experimentar, juro que Revista Taperá 25 vale!


TURISMO

Saltenses visitaram a

Terra Santa, numa viagem cultural e emocionante

Ruínas de Cesareia Maritima, às margens do Mar Mediterrâneo

Mar da Galileia, vendo-se, ao fundo, as colinas de Golã, já no território da Síria

No final de setembro e início de outubro do ano passado um grupo de saltenses visitou a Terra Santa, num grupo acompanhado pelo pe. Carlos Virillo, pároco da Matriz Monte Serrat, de Salto. Foram visitados vários locais sagrados e cidades históricas, como Tel Aviv, Jaffa, Cesaréa Marítima, Haifa, Cafarnaum, Caná, Nazaré, o Monte Tabor, Jericó, Qumran, Belém, Ein-Karem, o Mar Morto, Jerusalém, Bethania, dentre outros locais, como o muFotos: Gizelda M. De Genaro

Gizelda na capela da Natividade, debaixo do altar-mor, estrela de prata marca o lugar do nascimento do Menino Jesus

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seu do Holocausto e o Monte das Oliveiras. Uma das participantes da viagem, a saltense Gizelda Maestrello De Genaro, relata que foi uma viagem muito enriquecedora com muita cultura, muita informação e também muito emocionante. Inclusive, em 3 de outubro de 2014, o Dia do Perdão para os judeus, por coincidência o grupo estava em Jerusalém. “A cidade – relata Gizelda - estava como que deserta, pois ninguém sai de casa e não faz nenhum tipo de atividade/trabalho, nem ônibus e táxis circulam, além do jejum total por 24 horas”. Ela escolheu contar sobre dois locais que a marcaram bastante: Belém e Tiberíades, dizendo que “Em Belém, a cidade onde Jesus nasceu, está a Igreja da Natividade, erguida sobre uma gruta. É uma basílica abobadada e sempre, em todos os aspectos da sua construção, ela é tão bela quanto sagrada. As colunas são de calcário rosado, que se levantam a mais

ou menos seis metros de altura e mais à frente, com alguns degraus bastante gastos, está a escada que conduz à capela da Natividade, localizada debaixo do altar-mor, num pequeno acesso na parede da caverna. Lá uma estrela de prata, assentada sobre o mármore branco, marca o lugar do nascimento do menino Jesus. Sobre Tiberíades, conta que é uma cidade histórica localizada às margens do Mar da Galiléia e foi construída pelo filho de Herodes, “O Grande”, Herodes Antipas, para homenagear o césar romano Tibério. “É a principal cidade da região e hoje é um centro turístico muito visitado, onde pode-se fazer o passeio de barco no Mar da Galileia, em barcos de madeira, similares aos utilizados na época de Jesus. O Mar da Galileia fica situado na parte norte da fratura Sírio-Africana, e é, na realidade, um grande lago de água doce, alimentado pelo Rio Jordão que corre vindo do norte.

O leitor faz a pauta sobre o turismo | Nesta coluna são publicados relatos feitos por leitores que viajaram para cidades do Brasil ou do exterior. Basta entrar em contato pelo e-mail v.lenzi@tapera.com.br, encaminhando um rascunho de texto e 2 ou 3 fotos.


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