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Produtos e Serviços
Digital Twin
O software Vidya é a ferramenta ideal para indústrias de Petróleo e Gás, que estão inseridas em ambientes com atmosferas agressivas para ativos. Com a necessidade de maior controle sobre a integridade desses componentes, garantindo um processo contínuo, e com o mínimo de falhas possível. O software, desenvolvido por engenheiros com experiência na área, faz uso das principais tecnologias de Transformação Digital (IoT, Digital Twin, AI, Machine Learning e Cloud Computing), e tem, entre seus principais objetivos, a missão de fornecer informações relevantes em tempo, a fim de ter uma visão ampla de toda a operação, garantindo integridade, evitando grandes falhas, e otimizando a vida útil restante dos ativos. Tudo isso é possível, graças ao uso do Digital Twin, que é incorporado pelo software por meio de um modelo digital 3D, alimentado com dados em tempo real, coletados pelo responsável pela inspeção, por meio de um tablet utilizado em campo, e por meio de Sensores IoT instalados nos ativos industriais Através do Vidya Software é possível automatizar e integrar todas as atividades de gestão de integridade de ativos. Dentre os módulos que o software atende, destacam-se: Gestão de planos de revestimento; Manutenção elétrica; Integridade estrutural do sistema; Integridade estrutural do equipamento; Manutenção mecânica e gerenciamento de montagem abrangente; Inspeção de estruturas.
CA60 Bobina, indicada para uso industrial
O Grupo Aço Cearense, maior distribuidor independente de aço e seus derivados no Brasil, com diversos segmentos e várias linhas de produtos, lançou o CA60 Bobina, um formato desenvolvido para fornecer toda qualidade do Vergalhão CA60, produzido conforme norma NBR 7480, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT –, garantindo maior facilidade para manuseio, transporte, produtividade, e é ideal para uso industrial. Segundo a empresa, existe uma grande tendência de industrialização da construção, e o CA60 em bobinas é o produto mais adequado para produção dos trefilados.
Membranas para separação de gases
Entre as tecnologias de ponta, destacam-se as inovadoras membranas para a separação de gases da UBE. A empresa destaca as membranas para geração de nitrogênio, enriquecimento de gás natural, upgrade de biogás em biometano, recuperação de hidrogênio, desidratação de etanol, entre outras. As membranas desenvolvidas pela empresa garantem eficiência e segurança no upgrade do biogás para o biometano, resultando em um combustível que atende às normas estabelecidas pela ANP – Agência Nacional do Petróleo –, mais versátil que os outros energéticos, e que pode ser aplicado de forma complementar ao gás natural e ao diesel. Dentre as principais vantagens do uso da tecnologia de membranas frente a outras tecnologias para o processo de upgrade de biogás, pode-se destacar a não utilização de insumos químicos ou água, para remoção do CO2. Devido à sua configuração modular, tanto a operação, manutenção, e um possível scale-up da planta são muito simples.
Isolantes térmicos
A Armacell, fabricante de isolamentos térmicos, acústicos e materiais estruturais, apresenta sua principal linha de isolantes térmicos em Aerogel e Espuma Elastomérica. A Armacell tem, em seu portfólio, um produto especialmente voltado para mitigar o processo de corrosão, que ocorre em tubulações que trabalham em temperaturas diferentes da temperatura do meio ambiente, e precisam de isolamento térmico ou acústico: o ArmaGel HT. Desenvolvido para o isolamento de tubulações, tanques e equipamentos que operam em altas temperaturas, o ArmaGel HT é uma manta aerogel altamente flexível e hidrofóbica, ou seja, repelente à água, que auxilia na mitigação da CUI. A Armacell é também reconhecida no mercado global pela liderança no desenvolvimento de isolamentos de espuma elastomérica e polietileno expandido, no formato de tubos e mantas, que são utilizados em diversos projetos, para atender empresas dos setores de climatização e refrigeração, alimentos, bebidas, entre outros. Com o ArmaGel HT, a unidade de negócios de Energia da empresa traz para o mercado sul-americano mantas de aerogel e espumas elastoméricas especiais, que suportam altas temperaturas em instalações industriais, constituindo-se uma excelente opção no mercado.
Transporte de Cargas Perigosas
O transporte de produtos perigosos requer tratamento especial, principalmente em relação à segurança, durante o manuseio, embalagem e transporte desse tipo de material. Diante disso, temos, como especialidade, viabilizar a logística de artigos restritos ou perigosos, de qualquer origem para qualquer destino, sempre de acordo com normas nacionais e internacionais, em transporte aéreo, rodoviário e marítimo. A ROTABR transporta em total conformidade com a Resolução nº 5232/2016, da ANTT, para o transporte terrestre, e para o transporte aéreo, conforme normas IATA/ICAO. Além disso, seus especialistas são cursados e certificados pela ANAC em “Dangerous Goods Regulations”, e passam regularmente por treinamentos e reciclagens, oferecem o conjunto: transporte e as melhores embalagens homologadas. Saiba mais: https://rotabrtrans.com.br/fale-conosco/
Transmissor Hart certificado
O Transmissor Mássico Coriolis, da Metroval MTM-01-M, foi registrado pela FieldComm Group em Austin Texas (USA), com emissão de certificado de registro. Isso significa que o dispositivo foi submetido aos mais rigorosos testes de conformidade, com as especificações do protocolo HART revisão 7, e foi aprovado. O protocolo HART é um meio de comunicação digital com dispositivos de campo, utilizado principalmente para funções de comissionamento e gerenciamento de ativos, aproveitando a própria infraestrutura existente na indústria, baseado na modulação FSK (Frequency Shift Keying), sobre o canal de medição analógica de 4 a 20 mA. Esta certificação com o reconhecimento da conformidade com as especificações do protocolo garante que o dispositivo Metroval está apto para ser utilizado amplamente pela indústria, em interoperabilidade com dispositivos de outros fabricantes; isto é um pré-requisito para acesso a vários mercados e diferentes aplicações, garantindo qualidade e segurança, comparável aos principais concorrentes internacionais. www.metroval.com.br
Soluções para aplicação com hidrogênio
Como distribuidora no Brasil da Haskel, a Flutrol – que completou 30 anos, apresenta a linha Haskel Hydrogen Systems, que possui 70 anos de experiência com hidrogênio, e fornece Soluções de Reabastecimento de Hidrogênio em todo o mundo, com base em sua reputação de excelência em segurança, qualidade e execução de projetos. A Haskel está sempre expandindo sua oferta de produtos de hidrogênio, com a introdução de diversas Estações de Reabastecimento de Hidrogênio padrão, oferecendo soluções reproduzíveis e de baixo custo. www.flutrol.com.br
Calibrador automático
O PCON KompressorY18 é um calibrador de pressão automático, com compressor de ar interno. Disponível nas versões para Montagem em Rack (Rack Mounting), e uso em campo (Field Service). Nenhum software adicional ou computador é necessário para gerar um relatório de um teste de calibração rapidamente, e os dados são protegidos em concordância com os requisitos de segurança da CFR 21 Parte 11. Ideal para calibrar seus instrumentos de maneira mais eficiente nas áreas industriais, ele se tornará rapidamente uma ferramenta indispensável no seu trabalho do dia-a-dia, permitindo ganhos reais de produtividade. www.presys.com.br
Seja um especialista e abra novas oportunidades para sua carreira
Com unidades em Petrópolis, Rio de Janeiro capital, Macaé e Campos dos Goytacazes, o IPTEC Instituto de Pesquisa, Educação e Tecnologia, da UCP-Universidade Católica de Petrópolis tem cursos de pós-graduação presenciais, e EaD em várias áreas da engenharia, voltadas ao segmento de petróleo, gás, instalações industriais, naval, offshore, infraestrutura, geração, cogeração, dutos e muitos mais! Visite www.ipetec.com.br ou envie sua dúvida para atendimento@ipetec.com.br
Inovação no setor de óleo & gás Inovação no setor de óleo & gás
Na COP26 – Cúpula do Clima de 2021 –, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pontuou que a Natureza não vai esperar o ser humano corrigir seu curso – ela, de fato, vem mostrando isso. Guterres exortou que todos fossem ambiciosos, em relação as metas de redução de carbono. E à medida que mais empresas se concentram na meta global de emissões líquidas zero até 2050, há uma realocação de capital para ativos sustentáveis – que vem impactando o direcionamento dos investimentos em pesquisa e inovação.
Existem várias teorias, que explicam o efeito da sustentabilidade sobre o desempenho financeiro das empresas. Uma é a teoria da modernização ecológica, que afirma que a minimização de custos e a competição pela inovação levaria a um equilíbrio ecológico-econômico tipo solução “ganha-ganha”. Outra é a teoria dos stakeholders, que postula que, além dos acionistas, para uma empresa sobreviver e se manter no mercado, outras partes devem estar satisfeitas – isso pode incluir público, governo, grupos políticos, comunidades, sindicatos, investidores, instituições e ambientalistas. Essa teoria “das partes interessadas” afirma que o desempenho social corporativo das empresas afeta sua imagem, marca, confiança, reputação e redução de custos.
De qualquer forma, o fluxo dos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação seguem o reposicionamento que as petroleiras – e não apenas elas – fizeram há alguns anos, de serem empresas de energia fortemente comprometidas com a sustentabilidade.
E, além da P&I voltada para as energias renováveis, as melhorias no processo da prospecção e extração, de petróleo e gás, precisaram tornar-se mais rápidas, seguras e eficientes. E para o desenvolvimento sustentável do setor, as ferramentas de automação e digitalização têm suportado os complexos desafios de toda a cadeia, mas não só, como a inovação proposta pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da USP, que promete gerar uma economia milioná-
ria ao processo de extração de petróleo dos poços do Pré-sal, utilizando um modelo híbrido de princípios da Inteligência Artificial, com fundamentos da mecânica dos fluidos.
@Comunicação da EESC
Áreas interna e externa do simulador de extração de petróleo da USP/São Carlos
O setor vem utilizando algoritmos de inteligência artificial, robótica avançada, gerenciamento de dados, gêmeos digitais e outras tecnologias disruptivas. Todas os levantamentos sobre tendências de inovação no setor citam Internet das Coisas/Internet Industrial das Coisas (IoT ou IIoT), Inteligência Artificial, Big Data e Analytics, Robótica e Automação, Modelagem e Visualização 3D e 4D, Computação em Nuvem, Realidade Virtual e realidade Aumentada, Blockchain, Sistemas de Execução de Fabricação e Manutenção Preditiva/Inteligente. E, dentro dessas tendências, diversas aplicações.
A GlobalData mapeou os temas relevantes para o setor, destacando os que mais afetarão o setor de petróleo e gás. E ela mesma destaca a importância de manter esses assuntos no radar: empresas que investem nos temas certos se tornam histórias de sucesso; as que os perdem, acabam fracassando. Dado que tantos temas são disruptivos, é muito fácil ser pego de surpresa, por estranhos que invadem o seu setor. E aí devem entrar no radar as startups – muitas das quais acabam sendo compradas, por desenvolverem inovações pontuais perfeitas.
É preciso ainda trabalhar essas tendências, sempre com olhos nas políticas ESG, em macro movimentos – como a escassez de mão-de-obra especializada, aumento dos custos trabalhistas, infraestrutura, por exemplo – e na geopolítica.
E, cada empresa vai buscar sua forma de inovar nesse setor extremamente competitivo. A abordagem da Shell, por exemplo, combina um processo de negócios robusto com objetivos claros, e um estilo de gerenciamento que reconhece os aspectos emocionais da inovação, como criatividade, motivação e mudança, com a integração do desenvolvimento sustentável, em cada parte do esforço de inovação – que deve incorporar os valores da sociedade, as necessidades dos clientes e as opções tecnológicas.
A Shell trabalha P&I em grandes e pequenos centros na Europa, EUA e Ásia; no Brasil, ela usa o Open Innovation, e deve investir entre US$ 60 milhões e US$ 120 milhões em PD&I, em 2022.
“A ideia da inovação aberta é promover sinergia. É importante integrar academia e startups, na busca de soluções. Até pela natureza do financiamento – que vem da receita de petróleo e gás – temos objetivos bem específicos nos projetos. E, de fato, o foco tem sido nas energias renováveis, até porque não adianta falar de sustentabilidade sem agir”, afirma Camila Brandão, gerente do programa de tecnologia para renováveis da Shell no Brasil.
A Shell mantém pesquisas para petróleo e gás, mas vem aumentando foco e recursos humanos para energias renováveis, reforçando a meta Net Zero em 2050. “Não se pode negligenciar o que acontece no mundo, por isso nos posicionamos como uma empresa de energia, comprometida com a sustentabilidade, e nossas ações mantém a coerência dessa narrativa”, continua Camila.
A executiva explica que, para P&I, existem sim os parceiros preferenciais, mas na inovação aberta, a Shell se mantém atenta, para trabalhar com novos pesquisadores e empresas/startups.
Para participar desse ambiente de inovação, há uma apresentação formal das partes, e um primeiro período de interação, que pode ou não se estender. Exemplo recente é o MoU (memorando de entendimento), entre a Shell Brasil e o Porto do Açu, firmado em maio deste ano, para o desenvolvimento conjunto de uma planta-piloto de geração de hidrogênio verde,que terá capacidade inicial de 10 megawatt (MW), podendo chegar a 100MW. Apenas a primeira fase do projeto pode demandar de US$ 20 milhões a US$ 40 milhões, em investimentos. A unidade deve ficar pronta em 2025.
O grupo de inovação mantém seu portfólio no radar, e utiliza todas as tecnologias necessárias para os diversos projetos. “Tecnologias são ferramentas para inovar. No setor de energia, muitas inovações passam pelos modelos de negócios. A sustentabilidade do negócio, do setor de petróleo e gás, caminha para as renováveis, mas as soluções de oil&gas são fundamentais para o período de transição energética”, destaca Camila.
Para a Petrobras, Inovação é uma alavanca de negócio. A Petrobras é uma empresa intensiva em tecnologia, que viabiliza e amplia a geração de valor de seus projetos. A pesquisa, o desenvolvimento e a inovação também suportam a criação de novos negócios para a Companhia. A Petrobras desenvolve tecnologia e inovação, com base em um framework conhecido como Motor de Inovação, onde times de inovação integrados com áreas de negócio, centros de excelência e interação com o ecossistema (academia, start ups, empresas e outros centros de pesquisa) são elementos chave, para inovar em escala. Para dar suporte aos projetos de inovação, a Petrobras conta com o um Centro de Pesquisas, o Cenpes. Suas instalações possuem uma área total de 308.000 m², contando com 116 laboratórios, e mais de 4.700 equipamentos, incluindo equipamentos de tecnologias de ponta.
E a Petrobras investe em tecnologias, que visam ao aumento da segurança das pessoas e instalações, a descarbonização de suas operações, a otimização e crescimento da produção, e a diversificação rentável de seu negócio – seu portfólio de P&I e Tecnologias digitais estão associados a programas estratégicos das áreas de negócio, e à visão de futuro da empresa.
Em 2021, a Petrobras investiu R$ 3,033 bilhões, em PD&I, além dos investimentos em plataformas, computação de alta capacidade e tecnologias digitais. Porém, não inova sozinha, mantém parcerias com cerca de 150 instituições nacionais e internacionais, incluindo universidades e empresas. Isto cria um ciclo virtuoso de inovação, e estimula o desenvolvimento de soluções tecnológicas para o setor. Além disso, a companhia atua em parceria com outras empresas, em diferentes projetos, o que também promove um importante intercâmbio, para o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas, e troca de conhecimento.
Protótipo criado pela empresa Unidroid testado na Revap – Refinaria Henrique Lage, em São José dos Campos/SP e na Replan – Refinaria de Paulínia. A Unidroid foi contemplada no edital de 2020, do Programa Petrobras Conexões para Inovação – módulo Startups
Nesse contexto, o programa Petrobras Conexões para Inovação é o principal mecanismo de parcerias, por meio do qual compartilha, de forma sistemática, os seus desafios, e constrói projetos com startups, universidades e empre-
sas, que se interessem em cooperar para resolvê-los. É uma forma de mobilizar o ecossistema, em torno dos desafios da Companhia. Desde o seu lançamento, o programa evoluiu, e já abriga 8 diferentes módulos: Startups, Parcerias Tecnológicas, Transferência de Tecnologias, Aquisição de Soluções, Ignição, Encomendas Tecnológicas, Open Lab e Residentes. Todos os módulos têm o objetivo de acelerar a inovação, conectando todo o ecossistema, desde startups, ICTs, universidades, até empresas. A Petrobras tem, atualmente, uma carteira de mais de R$ 3 bi contratada, com cerca de 150 parceiros tecnológicos, nas diversas modalidades de contratação e acordos de cooperação.
E toda iniciativa de inovação deve ser orientada à geração de valor, tendo claro quais as alavancas que vão gerar os benefícios esperados pela empresa, seja nas vertentes econômicas, sociais, ambientais ou de segurança. O processo de definir e medir este potencial ganho de cada inovação faz parte da trilha do sucesso das inovações mais bem sucedidas, na Petrobras e no mundo.
@Aker
E a história de inovação da Petrobras permite que tecnologias disruptivas, como inteligência artificial, realidade aumentada e uso de robôs, já estejam sendo adotadas com sucesso em suas operações. Um exemplo de uso de inovações com resultados expressivos é o Programa de Captura, Uso e Armazenamento geológico de CO2 (Carbon Capture, Utilization and Storage – CCUS), desenvolvido pela companhia para campos do Pré-sal. Pioneiro em águas ultra profundas, o programa se tornou no maior do mundo, em volume reinjetado, em 2020; em 2021, houve a reinjeção de 8,7 milhões de toneladas de CO2, e pretende reinjetar 40 milhões, até 2025. Este resultado é fruto de desenvolvimento de um conjunto de inovações, desde tecnologias de captura, até modelos matemáticos para reinjeção e armazenamento de CO2. A solução desenvolvida pela Petrobras é pioneira, pois, ao mesmo tempo que evita emissões, promove um aumento na quantidade de óleo que pode ser extraído do reservatório (a chamada Recuperação Avançada de Petróleo, ou Enhanced Oil Recovery – EOR). O gás natural e o CO2 são separados na plataforma, e a reinjeção do CO2 no reservatório é realizada de forma alternada com água (tecnologia de injeção alternada de água e gás – Water Alternating Gas – WAG), ajudando a manter a pressão interna, e melhorando a recuperação de petróleo.
O HISEP é outra solução, patenteada pela Petrobras, que deve trazer ganhos na produção de petróleo nos campos do Pré-sal, com a separação de óleo e gás no fundo do oceano, e reinjeção de CO2. Ele remove e reinjeta parte do gás rico em CO2, a partir do solo marinho, e reduz o volume de gás manuseado na planta de processamento de superfície. O HISEP poderá abrir uma nova fronteira exploratória e de desenvolvimento da produção de petróleo em águas profundas e ultra profundas, em regiões onde há fluidos com razão gás-óleo e teor de CO2 elevados. Ele proporcionará aumento da produção de óleo, ao liberar espaço na planta de processamento de gás. A estimativa é de que o equipamento seja instalado em 2025, na área de Mero, no Pré-Sal da Bacia de Santos. Uma vez comprovada a tecnologia HISEP, será possível também desenvolver unidades de produção offshore com plantas de processamento de CO2 menores e menos complexas, que possuem menores custos e prazos de construção, bem como menores custos de operação. A companhia estima uma redução de 4% na intensidade de carbono com a adoção do HISEP.
Dessa forma, a Petrobras segue cada vez mais focada no compromisso com a tríade meio ambiente, papel social e governança, visando a resultados cada vez melhores, que reflitam na sociedade. “Entendemos que as boas práticas em governança, ações sociais e engajamento na conservação do meio ambiente, que engloba temas como a redução das emissões de carbono e a transição energética, constroem uma base sólida, para seguir com nossos projetos em Inovação e Transformação Digital.
Atualmente, a Petrobras já é uma das empresas mundiais produtoras de óleo e gás com menor emissão de carbono. Para alcançar essa posição, a companhia implantou soluções pioneiras, adotou medidas de gestão, e desenvolve novas tecnologias, para garantir uma produção de óleo e gás com segurança para pessoas, meio ambiente, e com baixas emissões. Além disso, trabalha para capturar potenciais oportunidades de negócios, mantendo um amplo portfólio de P&D em soluções de baixo carbono, e renováveis modernas, para adquirir competências que poderão permitir uma futura diversificação, afirma a Companhia.
Para a TotalEnergies, Pesquisa e Desenvolvimento está na vanguarda da transformação para uma Companhia multinergética. Na TotalEnergies, os projetos de PD&I são realizados com uma abordagem de inovação aberta, através do seu pool de talentos, da infraestrutura de pesquisa, das plantas para execução de pilotos, dos 18 centros de P&D localizados em várias regiões do mundo, bem como através de startups e de parceiros acadêmicos, reconhecidos internacionalmente. A empresa possui hoje cerca de 1.000 contratos com seus parceiros.
Com mais de 4.000 profissionais no segmento de P&D, a TotalEnergies investiu, nesta área, aproximadamente US$ 1 bilhão, apenas em 2021. O investimento da empresa para se preparar para o futuro já totalizou US$ 1,1 bilhão, incluindo desenvolvimentos em tecnologia digital e projetos industriais para captura e armazenamento de CO2, bem como investimentos feitos pela Total Carbon Neutrality.
Além disso, a TotalEnergies vem implementando uma política de propriedade intelectual, para proteger suas inovações, maximizar seu uso, e diferenciar sua tecnologia.
“Com base nos vários cenários estudados pela TotalEnergies, a meta de alcançar a neutralidade de carbono até 2050 vai além da implantação em larga escala de fontes, como energia solar fotovoltaica, energia eólica e biocombustíveis. Também requer mudanças tecnológicas, e o desenvolvimento de cadeias de valor industriais completamente novas, como hidrogênio, combustíveis sintéticos e captura e armazenamento de carbono. E esse movimento de transformação da TotalEnergies em uma empresa multienergética demanda, da área de PD&I, uma atuação ágil e comprometida com a inovação. Por este motivo, a estratégia de Pesquisa & Desenvolvimento está focada em suas equipes e parceiros, especializados na cadeia de valor de eletricidade, energias renováveis e em tecnologia para reduzir a pegada ambiental. Os projetos de pesquisa são definidos pelos princípios que sustentam a estratégia de crescimento e a ambição de neutralidade de carbono da empresa”, conta Charles Fernandes, Diretor Geral da TotalEnergies EP Brasil, e Country Chair da TotalEnergies no Brasil.
Seguindo esse planejamento, a TotalEnergies estruturou os programas globais de P&D em cinco frentes distintas – “Energia”: abrange energias renováveis, sua hibridização e sua operação distribuída, alimentando a rede a partir de baterias de veículos elétricos. O desafio é reduzir os custos de produção de energia de baixo carbono, descarbonizar ativos e oferecer novos processos e serviços; “CO2 & Sustentabilidade”: desenvolve tecnologias inovadoras e competitivas, com foco em soluções cada vez mais sustentáveis, voltado à captura e utilização de CO2, para combustíveis sintéticos sustentáveis e armazenamento de CO2, bem como ao desenvolvimento de tecnologias de baixa pegada ambiental, para toda a cadeia de gás natural liquefeito de baixo carbono, biogás e setor do hidrogênio; “Upstream”: visa a melhorar a eficiência operacional das atividades de exploração e produção, tanto em termos de redução de emissões de gases de efeito estufa, quanto de redução de custos para garantir um baixo ponto de equilíbrio, e uma menor pegada de carbono; “Downstream | Processos e Polímeros”: supervisiona e opera pesquisas sobre reciclagem de polímeros, desenvolvimento de biocombustíveis de nova geração, e eletrificação de processos; “Combustíveis e Lubrificantes”: apoia a transformação do mundo dos transportes e novas formas de mobilidade, desenvolvendo produtos para aumentar o desempenho de sistemas elétricos e motores a gás, e reduzir a pegada ambiental das soluções existentes.
Charles conta que, além dessas frentes, algumas subsidiárias da TotalEnergies desenvolvem P&D voltadas exclusivamente para seus próprios negócios. No Brasil, os investimentos em P&D estão focados no desenvolvimento de soluções e tecnologias que viabilizem a redução das emissões de CO2, o aumento da produção e a redução de riscos operacionais. “O Brasil é um dos polos tecnológicos mais avançados no mundo, e conta com um campo acadêmico que tem sido fundamental para o desenvolvimento de pesquisas, com foco nas mudanças climáticas e na transição energética, atendendo a demanda da agenda Ambiental, Social e de Governança”, destaca o diretor geral da TotalEnergies.
Cristina Vieira, gerente da Coordenadoria de Inteligência de Mercado e estratégia do IPT – Instituto de Pesquisas tecnológicas da USP lembra que as empresas do setor de óleo e gás, e também as empresas do setor elétrico, possuem a obrigatoriedade de destinar 1% da receita operacional bruta (ROB) para projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D). A ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – e a Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica – regulamentam a destinação dos recursos. Essa obrigatoriedade é uma importante forma de garantir recursos de P&D, em projetos que podem ser desenvolvidos em parceira com Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) e empresas, promovendo o desenvolvimento da indústria.
O IPT trabalha em parceria com as empresas na elaboração e execução de projetos nos âmbitos da ANP e ANEEL, bem como em projetos que utilizam de incentivos fiscais, como a Lei do Bem e Lei de Informática. Isso, além de desenvolver projetos com recursos de programas federais e estaduais, tais como o Programa Rota2030 e Embrapii, e de agências de fomento.
“Segundo o Manual de Oslo, a inovação é a introdução de um bem ou serviço novo, ou significativamente melhorado, no que se refere às suas características ou usos previstos, ou ainda, à implementação de métodos ou processos de produção, distribuição, marketing ou organizacionais novos ou significativamente melhorados. Esta definição não é focada necessariamente em tecnologia (tecnologias podem ser fatores importantes, mas não são obrigatórios para que ocorra inovação) e, nos últimos anos, tem-se discutido bastante a inovação em modelos de negócios, assunto que não fica tão evidente, nesta definição do manual”, lembra Alex Fedozzi Vallone, gerente da coordenaria de relações institucionais do IPT.
Cristina destaca que as políticas de ESG e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são oportunidades para o desenvolvimento de projetos de P&D. No IPT, as 9 Unidades de Negócios: Bionanomanufatura (Bionano); Cidades, Infraestrutura e Meio Ambiente (CIMA); Energia (EN); Ensino Tecnológico (ET); Habitação e Edificações (HE); Materiais Avançados (MA); Tecnologias Digitais (TD); Tecnologias Regulatórias e Metrológicas (TRM) e Núcleo de Tecnologias Avançadas para Bem-estar e Saúde, aplicados às Ciências da Vida (NUTABES), dialogam com o ESG e os ODS, que precisam de inovação para atingirem seus propósitos. A inovação é a força motriz para o desenvolvimento dos diferentes setores econômicos e os projetos de P&D dos ecossistemas de inovação servem para acelerar os resultados esperados. “Destaque-se que os investimentos em offshore são mais intensos do que em onshore. Isto porque, em offshore, é necessário prover plataformas fixas ou flutuantes, para suportar os pesados equipamentos de perfuração e produção de P&G. Em terra, essas estruturas não são necessárias, o que reduz consideravelmente o custo dos investimentos em Exploração e Produção (E&P)”, ressalta James Manoel Guimarães Weiss, pesquisador do Laboratório de Infraestrutura em Energia do IPT.
A tabela 1 mostra que somente a Petrobras investiu US$ 7,12 bilhões, em exploração e produção de petróleo e gás. A tabela 2 apresenta a Produção de Petróleo e Gás Natural da Petrobras, no período de um ano (do 3º trimestre de 2021, ao 2º trimestre de 2022), em mboed (thousand barrels of oil equivalent per day). E nota-se que a produção da Petrobrás é altamente concentrada em offshore (Pré-Sal , Pós-sal e Ultra profundo), o que justifica a concentração dos investimentos em offshore.
“É importante notar que o maior esforço em P&D do setor mundial de P&G está sendo direcionado para a pesquisa em sistemas de produção Subsea. Por Subsea, entende-se o desenvolvimento de sistemas automatizados, que podem ser instalados diretamente sobre o leito do oceano, capazes de fazer o controle e o pré-processamento da produção de P&G. A grande vantagem dos sistemas Subsea é a eliminação de necessidade de construir e instalar estruturas fixas ou flutuantes, para suportar os equipamentos de P&G. Os sistemas Subsea reduzem também a necessidade de manter mãode-obra especializada nas plataformas, além de reduzir os custos logísticos de transporte de funcionários, e movimentação de suprimentos entre as
Tabela 1. Investimento Nominal da Petrobrás, de 2018 a 2021 (em US$ MM)
Petrobras - Histórico do Investimento Nominal (US$ MM)
2021 2020 2019 2018
E&P 7,129 6,557 8,410 10,760 Downstream 932 947 1,463 1,107 Gás & Energia 412 353 543 433 Outros 298 200 328 307 Total
Operacional (mboed) Óleo, LGN e Gás Natural – Brasil 2T22 1T22 4T21 3T21
2.616 2.757 2.663 2.790
Óleo e LGN (mbpd) 2.114 2.231 2.151 2.269 Terra e águas rasas 71 82 92 95
8,772 8,057 10,743 12,607 Fonte: https://www.investidorpetrobras.com.br/visao-geral/ indicadores/investimentos/ Tabela 2. Produção de Petróleo e Gás Natural da Petrobras no período de um ano em mboed (2021-22)
plataformas e a terra. Alguns sistemas deste tipo já estão em operação, inclusive no Brasil”.
“A inovação é um dos nossos valores, e traduz nosso foco em criar soluções que gerem valor para o nosso negócio e clientes, combinando nossa experiência técnica, novas tecnologias e parcerias com players da nossa indústria. No Brasil, temos profissionais focados em nossa excelência operacional, por meio da melhoria de processos, digitalização e adoção de tecnologias inovadoras junto a startups, bem como a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos para aplicação em projetos”, comenta o Vice-Presidente Regional da Subsea7, Daniel Hiller.
A Subsea7 possui uma visão de longo prazo, que norteia as estratégias corporativas, tanto para o fortalecimento do negócio ligado às atividades de petróleo e gás, quanto para uma atuação protagonista no setor de energia renovável. Essas diretrizes são acompanhadas e revisadas periodicamente, e levadas em consideração na hora de priorizarmos as oportunidades internas de inovação.
Os projetos de maior complexidade e/ou que mudam a forma com que algumas atividades são feitas costumam ser capitaneadas pelo time corporativo, e cascateados para todas as regiões do mundo. Em paralelo, a região Brasil possui autonomia, para desenvolver ações cujo escopo seja mais específico para nossas necessidades. Existem casos, porém, de ações desenvolvidas no Brasil que se mostram interessantes para o grupo e, após a conclusão de testes e pilotos, são escaladas para outras regiões.
Pós-sal profundo e ultra profundo Pré-sal Gás Natural (mboed) Óleo, LGN e Gás Natural – Exterior 434 467 458 501
1.609 1.682 1.601 1.673 502 526 513 520
37 39 41 41
Total (mboed)
O portfólio de ações da Subsea7 é dividido em pilares que envolvem grupos diferentes dentro da organização. Temos iniciativas focadas nas melhorias e digitalização de processos; governança e modelagem de dados para tomada de decisão; aumento de eficiência operacional em nossos navios e bases; programa de relacionamento com startups, o “Sea The Future”; programa de melhoria contínua de segurança; projetos de P&D desenvolvidos em parceria com clientes; e campanhas de fortalecimento da cultura de inovação dos nossos colaboradores.
Sobre inovação, a ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – comenta que está @Subsea7 empenhada em incentivar a utilização dos recursos da cláusula de P&D, em projetos que busquem TRL mais avançados, ou seja, pesquisas que possam levar a processos e produtos inovadores. A Cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação é uma obrigação de investimento das empresas produtoras de petróleo e gás em PD&I, presente nos contratos de exploração e produção de petróleo e gás. Isso fez com que, nos últimos 5 anos, fossem investidos cerca de R$ 10 bilhões, incluindo investimento em universidades, centros de pesquisa, empresas brasileiras de base tecnológica, startups e centros de
pesquisas próprios das empresas. Vale lembrar que, além da Cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação, todas as demais instituições de fomento, como Finep, MCTI, Fapesp, Faperj, dentre outras, têm projetos vinculados ao setor de energia. Inicialmente, projetos exclusivamente voltados para as tecnologias vinculadas ao setor petróleo, principalmente para o Pré-Sal. Hoje, tecnologias para a geração de energia renovável, temas vinculados à transição energética e captura de carbono vêm ganhando destaque. Mas, uma tendência importante, nos últimos anos, foram os projetos relacionados à transformação digital. As duas últimas nuvens de palavras-chave dos projetos de inovação, que os painéis dinâmicos da ANP conformam, corroboram isso.
Acredita-se que o Brasil tenha um potencial incrível, na produção de petróleo e gás natural, em áreas terrestres. No entanto, pouco conhecemos deste potencial, já que esse nível de atividade ainda tem uma participação pequena, na produção nacional. Segundo boletim da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a produção de petróleo e gás natural nacional fechou em 3,664 milhões de barris de óleo equivalente/dia, em junho de 2022, sendo que 2.759 milhões de barris são provenientes do Pré-Sal, 677 mil do Pós-sal, e 228 mil são provenientes de áreas terrestres. Ou seja, apenas cerca de 6% da produção nacional está em áreas terrestres.
Em uma comparação rápida, o Brasil possui, hoje, 5.677 poços produtores. Enquanto isso, nos EUA, este número ultrapassa 936 mil poços em produção, de acordo com a agência de informação de energia (EIA). Destes, mais de 500 mil se encontram no estado do Texas. Esse número é resultado da exploração não convencional (revolução do shale gas), iniciada em 2011, que transformou os EUA no maior produtor de petróleo do mundo, com aproximadamente 18.8 milhões de barris/dia, superando a Arábia Saudita, com 10.8 milhões e a Rússia, com 10.7 milhões, representando quase 20% da produção mundial, de 95.5 milhões barris dia. O Brasil busca uma revolução na produção de petróleo e gás natural em áreas terrestres, através do Programa de Revitalização da Atividade de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres, o REATE. Esse programa é uma política nacional de fomento à atividade de exploração e produção de petróleo e gás natural, em áreas terrestres, implantado por meio de ato do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em 2019, e contribui com a retomada dos investimentos no setor.
Podem-se destacar várias melhorias no arcabouço regulatório, tais como a redução de royalties, de 10% para 5%, da produção incremental em campos maduros; redução de royalties para pequenas empresas, de 5%, e médias empresas, de 7,5%; acesso a dados técnicos das áreas terrestres, sem custo para as empresas; simplificação dos contratos de concessão; além da adequação dos requisitos para exploração e produção em áreas terrestres, referentes à segurança operacional.
Outra contribuição bastante importante para a ampliação da atividade terrestre tem sido o programa de desinvestimentos da Petrobras, que disponibilizou todos os seus ativos em áreas terrestres para venda. A decisão de saída da Petrobras deste segmento abriu espaço para novos entrantes, sendo muitas destas empresas especializadas no
processo de revitalizar campos maduros, para melhorar a produtividade do campo, e avançar na gestão de campos marginais. O número de empresas operando em áreas terrestres vem crescendo, de 37, em 2016, para 52, em 2022, mas, certamente, o ritmo ainda está muito aquém do que poderia ser. Igualmente importante foi a adoção, pela ANP, do modelo de oferta permanente de blocos exploratórios (todos os blocos em mar e áreas terrestres), além de áreas em produção, tais como campos maduros e marginais. Este modelo de leilão possibilita às empresas interessadas manifestar interesse a qualquer tempo, motivando, assim, o início de um processo licitatório, ou seja, é o mercado que acaba sugerindo as áreas de interesse e, consequentemente, a realização do certame. Segundo a ANP, o universo de ativos disponíveis atualmente na oferta permanente é de 522 blocos, distribuídos nas bacias terrestres do Amazonas, Espírito Santo, Paraná, Parecis, Parnaíba, Potiguar, Recôncavo, Sergipe-Alagoas e Tucano. Felipe Kury, ex-diretor da ANP Mas, afinal, por que não se consegue ampliar e acelerar a atividade em áreas terrestres? De fato, ainda existem importantes desafios a serem tratados, tais como a simplificação e agilidade na obtenção de licença ambiental; financiamento específico para esta atividade; escoamento da produção (comercialização da produção a preços competitivos); redução de royalties para campos marginais; além de incentivos para reduzir o risco exploratório, entre outros. E, finalmente, de suma importância, melhorar a comunicação com a sociedade, para mostrar a transformação socioeconômica, que descobertas de petróleo e gás natural em áreas terrestres podem trazer para a sociedade, para o setor e para o Brasil. Em relação ao licenciamento ambiental – independentemente de a empresa e/ou consórcio de empresas obter o direito de explorar uma ou mais áreas objeto das sessões de oferta permanente – qualquer atividade de exploração/produção de petróleo e gás natural somente poderá ser exercida mediante as devidas licenças ambientais, junto aos órgãos competentes. Ou seja, mesmo que a empresa e/ou consórcio de empresas ganhe a licitação, pague o bônus de assinatura e custas do processo, ainda precisa lidar com a possibilidade de não obtenção da licença ambiental. A ANP, juntamente com os órgãos ambientais, já faz o acompanhamento de todo o projeto de exploração e produção de petróleo e gás natural do início ao fim, fiscalizando e garantindo a sustentabilidade e segurança operacional do projeto. Aqui, cabe uma reflexão: será que a manifestação
conjunta dos Ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente, aprovadas quando necessário pela instância maior do CNPE, poderia já considerar as principais preocupações dos Órgãos Estaduais do Meio Ambiente (OEMAs), e serem incluídas como requisitos ambientais do edital do leilão? Desta forma, a empresa e/ou consórcio licitante poderia, já na fase de pré-qualificação, indicar se atende ou não as principais preocupações ambientais, e precificar este risco no projeto.
De fato, precisamos modernizar o marco legal do licenciamento ambiental, para reduzir a burocracia, agilizar e padronizar os procedimentos para diferentes tipos de licença, com o objetivo de simplificar o processo de emissão de licença ambiental em todo o país. É um avanço que precisa acontecer para o bem do agronegócio, dos projetos de infraestrutura, para o setor extrativo e para o país. Iniciativas de desenvolvimento econômico e sustentabilidade precisam caminhar juntas, pautando suas decisões em aspectos técnicos, e com o propósito de gerar prosperidade para toda a sociedade.
É preciso acelerar a atividade de exploração/produção e preservação dos nossos recursos naturais, fundamentais para conhecer a extensão de nossas riquezas, e para poder decidir sobre nosso futuro. Nada mais importante para a segurança enérgica e desenvolvimento econômico do país, que conhecer seu potencial energético, e explorá-lo de forma sustentável.
A ANP vem incentivando obrigatoriamente os investimentos em inovação. Ela tem a missão de fiscalizar e aprovar a aplicação de recursos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I) gerados pelos contratos de concessão, partilha da produção, e cessão onerosa, relacionados com projetos de exploração e produção, de petróleo e gás natural. A cláusula de P,D&I tem como objetivo estimular a pesquisa e a adoção de novas tecnologias para o setor, que é uma das atribuições da ANP, estabelecida na Lei nº 9.478/1997. As empresas operadoras dos contratos decidem em quais projetos e/ou programas de P,D&I vão investir de acordo com os critérios definidos pela ANP. A resolução ANP nº 866/2022, publicada recentemente, aprimorou o regulamento técnico nº 3/2015, onde estão estabelecidas as normas para a aplicação de recursos de P,D&I pelas empresas de exploração e produção, de petróleo e gás natural.
Nos contratos de concessão, a cláusula de P,D&I estabelece que os concessionários devem realizar despesas qualificadas, como pesquisa e desenvolvimento, em valor correspondente a 1% (um por cento) da receita bruta da produção dos campos que pagam participação especial.
Já nos contratos de partilha de produção e de cessão onerosa, o valor da obrigação corresponde a, respectivamente, 1% (um por cento) e 0,5% (meio por cento) da receita bruta anual dos campos pertencentes aos blocos detalhados e delimitados, nos respectivos contratos.
Em um passado recente, as empresas operadoras investiram enorme quantias em laboratórios de pesquisa nas Universidades Brasileiras, porém, grande parte destes recursos foram destinados à infraestrutura dos laboratórios e, por limitações da própria resolução da ANP, a aplicação de recursos no custeio e aperfeiçoamento das equipes não acontecia de forma adequada, ou seja, pouco efetivo para garantir o aprofundamento e continuidade dos projetos de pesquisas.
Este quadro mudou bastante nos últimos anos, com o aprimoramento da resolução de P,D&I, que incorporou várias modificações importantes, para atender as principais preocupações das empresas de exploração e produção (E&P), empresas de serviços de E&P, e instituições de ensino e pesquisa. De fato, acredita-se que cláusula de P,D&I vem promovendo inovação no setor de petróleo e gás natural, principalmente utilizando as competências desenvolvidas no Brasil, ampliando o valor agregado e nossa vantagem competitiva em diversos segmentos.
É notório que a exploração e produção de petróleo, em águas profundas e ultra profundas, é motivo de orgulho nacional. Foram décadas de investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias pela Petrobras e empresas parceiras, com objetivo produzir sistemas petrolíferos submarinos (“subsea”), para exploração e produção de petróleo em águas profundas e ultra profundas.
Os recursos gerados pela cláusula de P,D&I são majoritariamente oriundos de projetos no offshore, até porque são projetos sob os contratos de partilha de produção e/ou da cessão onerosa (no polígono do pré-sal), que tem maior produtividade, e entregam os maiores volumes de produção de petróleo e gás natural. Porém, os valores gerados são investidos em projetos de PD&I, que podem ser executados pela própria empresa petrolífera, por empresas brasileiras ou por Instituições credenciadas de todo o país, ou seja, não somente para o offshore, mas também em quaisquer outras áreas que têm interesse estratégico para empresa, e atendem os requisitos da ANP. Importante destacar que as empresas detentora destes recursos somente precisam submeter projetos à aprovação da ANP, o correspondente a 50% do total gerado pela cláusula de P,D&I.
A cláusula de P,D&I gerou, em média, R$ 1,0 bilhão/ ano nos últimos 20 anos. A Petrobras, por ter o maior número de contratos no offshore, responde por mais de 84% destes recursos, segundo última atualização da ANP (1º. Trimestre de 2022). Em função da abertura do mercado de E&P, a Petrobras deixou de ser a operadora única no polígo-
https://www.gov.br/anp/pt-br/assuntos/pesquisa-desenvolvimento-e-inovacao
Como mostra a atualização (2022 – 1º Trimestre) dos investimentos de P,D & I, segundo a ANP, a Petrobras contribui com aproximadamente 84% dos valores de P,D&I, porém, espera-se que sua proporção de contribuição caia, com a participação crescente de outros operadores.
no do Pré-Sal, abrindo espaço para diversos novos operadores no Pré-sal, que vem, de forma crescente, contribuindo com recursos de P,D&I.
Cabe destacar que estas empresas também trouxeram inovações para o setor, especialmente na utilização de novas tecnologias para aumento da produtividade de campos maduros, além de projetos de automação e digitalização de processos, robótica e inteligência artificial, trazendo ganhos expressivos de produtividade, nos projetos de E&P.
As maiores empresas do mundo no setor de petróleo e gás natural vêm diversificando seu portfólio de projetos, e investindo em projetos com fontes de energia renováveis, no caminho da transição energética. De fato, algumas empresas que eram tidas tão somente como petroleiras, se reinventaram e, hoje, são percebidas mais como empresas de energia, investindo de forma crescente e significativa na transição energética.
No Brasil, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) publicou, no ano passado, a resolução nº 2/2021, que orienta a ANP e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a priorizarem a destinação dos recursos de P,D&I, em temas como: hidrogênio, biocombustíveis, armazenamento de energia e transformação digital, entre outros aprimoramentos. Desta forma, a ANP realizou as alterações necessárias no arcabouço regulatório, através da resolução nº 866/2022 (já mencionada) que, além de simplificar o processo de acesso aos recursos de P,D& I, também propõe aprimoramento, em três áreas importantes: • energias renováveis e transição energética; • novas ações para inovação e startups; • inovação em micro e pequenas empresas;
Portanto, governos no mundo todo estão buscando desenvolver políticas públicas, e construir um ambiente de negócios, favorável para acelerar a transição energética.
Entretanto, importante mencionar que cerca de 80% do consumo do petróleo e gás natural no mundo se destina ao setor petroquímico que, por sua vez, produz matéria prima e/ou produtos para diversos outros setores da economia, tais como: agronegócio, indústria de cosméticos, medicamentos & produtos hospitalares, indústria automobilística, aviação, transporte marítimo, entre outros.
Desta forma, mesmo que a matriz energética dos países caminhe para fontes de energia mais limpas e/ou renováveis, ainda existe uma dependência muito grande em relação aos combustíveis fósseis, que devem garantir uma demanda consistente por décadas para empresas produtoras de petróleo e gás natural.
As práticas de ESG e ODS têm sido amplamente adotadas no setor petróleo e gás natural, principalmente por questões relativas a mudanças climáticas e seus efeitos adversos no meio ambiente e na sociedade. A busca por fontes de energia limpa tem motivado o setor de petróleo e gás natural a buscar inovações, para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Um dos exemplos mais recentes é a utilização de parque eólico no mar, para suprir energia para as plataformas de produção de petróleo. Outro exemplo, já no setor petroquímico, é o surgimento de instalações para produção de hidrogênio, utilizando fontes renováveis de energia, o chamado hidrogênio verde.
Podemos dizer que as iniciativas de ESG e ODS estão contratadas pelo setor de petróleo e gás natural, porém, ainda é difícil dizer quanto da inovação é proveniente destas iniciativas, ou simplesmente são motivadas por questões econômicas e/ou concorrenciais. O fato é que muitos investidores têm exigido, como pré-requisito básico para a alocação de seus recursos em empresas, uma política consistente de ESG e/ou ODS, que possa gerar resultados tangíveis para sociedade.
Indústria sob ataque Indústria sob ataque
OAmerican Petroleum Institute (API) publicou sua 3ª edição do Standard (Std) 1164, Pipeline Control Systems Cybersecurity, em agosto do ano passado, ressaltando o compromisso da indústria de gás natural e petróleo em proteger a infraestrutura crítica contra ameaças maliciosas e potenciais ataques cibernéticos.
Mas não foi uma reação rápida ao ataque à Colonial Pipeline – essa edição estava em desenvolvimento desde 2017, e é resultado da contribuição de especialistas de mais de 70 organizações, incluindo reguladores estaduais e federais da FERC, TSA, PHMSA, CISA, DoE, NIST, bem como do Argonne National Laboratory, da American Gas Association ( AGA), a Interstate National Gas Association of America (INGAA), a Association of Oil Pipe Lines (AOPL), e vários operadores de gasodutos.
A revisão é baseada no NIST (National Institute of Standards and Technology) Cybersecurity Framework, e nos padrões NERC-CIP (Critical Infrastructure Protection), e expande significativamente o escopo, em comparação com a edição anterior do padrão, para cobrir toda a segurança cibernética do sistema de controle, em vez de apenas controle de supervisão e sistemas de aquisição de dados (SCADA). Vale lembrar que a norma ISA 62443 foi a primeira norma de segurança cibernética voltada para a indústria, com exceção do setor elétrico dos EUA, único setor que tem sua norma própria.
A nova edição API Std 1164 ajuda a proteger a infraestrutura crítica de dutos, aprimorando as proteções para os sistemas de controle digital e operacional, melhorando a segurança, e evitando interrupções ao longo de toda a cadeia de fornecimento de dutos. O que diferencia essa estrutura é seu modelo de avaliação de risco adaptável, que fornece às operadoras flexibilidade para mitigar proativamente a matriz de ameaças cibernéticas em rápida evolução. Esta nova edição, junto a outros padrões da API, formam uma forte estrutura para combater ameaças cibernéticas. Então, quando for proteger dutos, além da API Std 1164, dê atenção à API 780 – que fornece ferramentas para realizar avaliações de risco de segurança eficazes, usadas para identificar ameaças às instalações, bem como contramedidas para essas ameaças. Em outubro de 2020, a API 780 foi certificada como uma tecnologia antiterrorismo pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) sob a Lei de Suporte Antiterrorismo por Fostering Effective Technologies de 2002. Isso fornece proteção de responsabilidade se os membros do API e outros que usam a API 780 tiverem um ataque terrorista em uma de suas instalações.
Porém, o setor de petróleo não se resume a dutos. O Conselho de Coordenação do Subsetor de Petróleo e Gás Natural (ONG SCC), do API, divulgou um relatório descrevendo a resiliência e a preparação do setor, para se defender e aos consumidores de energia, contra ameaças cibernéticas maliciosas, e fornecer informações aos formuladores de políticas sobre os programas abrangentes de segurança cibernética da indústria de gás natural e petróleo.
Para quem não se lembra, a Colonial Pipeline foi vítima de um ataque de ransomware, em maio de 2021, que infectou alguns dos sistemas digitais do pipeline, desligando-os por vários dias, afetando os consumidores e companhias aéreas em toda a Costa Leste dos EUA. Isso envolveu mais de 5.500 milhas de um oleoduto, que começa no Texas e vai até Nova Jersey, fornecendo quase metade do combustível para a Costa Leste. O Oleoduto Colonial fornece óleo refinado para gasolina, combustível de aviação e óleo para aquecimento doméstico. Os invasores roubaram 100 gigabytes de dados, em uma janela de duas horas. Após o roubo de dados, os invasores infectaram a rede de TI da Colonial Pipeline com ransomware, que afetou muitos sistemas de computador, incluindo faturamento e contabilidade.
Esse incidente dá uma ideia da importância de proteger o setor de energia, e da atenção que se deve dar à estrutura de segurança cibernética da empresa, como um todo. Porém, ele não é um caso isolado. Segundo a S&P GlobalPlatts, os ataques cibernéticos à infraestrutura de energia e commodities estão aumentando e os ativos e infraestrutura de petróleo despontaram como os maiores alvos de hackers já em 2017, respondendo por um terço de todos os incidentes no período. As redes de eletricidade são as próximas mais vulneráveis, representando um quarto de todos os incidentes, segundo dados coletados da Platts.
Também estão em risco as químicas e petroquímicas, com uma miscelânea de sistemas de controle e instrumentos, que agora se conectam diretamente à nuvem e são interligados com sistemas corporativos. Os sistemas de controle são gerenciados localmente, e também vêm passando por estruturações de segurança cibernética, face aos crescentes riscos para ter uma visão, em tempo real, do status das redes e instrumentos, e agilizar as respostas, assim que um problema for identificado.
Incidentes de ransomware se multiplicam. Então, garantir uma resiliência cibernética eficaz em todo o setor requer um esforço multidisciplinar combinado, já que vivemos um momento em que a digitalização e a exposição a ataques cibernéticos estão crescendo. Seguir as normas, certificar sistemas e responsáveis, treinar constantemente os funcionários, e atualizar softwares e instrumentos regularmente é o básico. Mas, em matéria de segurança cibernética, o ataque é uma questão de quando. Por isso, 18 organizações do setor de petróleo e gás, incluindo alguns dos maiores fornecedores de energia do mundo e empresas de segurança cibernética industrial, adotaram uma abordagem unificada, para mitigar os crescentes riscos cibernéticos, e se comprometeram a promover a resiliência cibernética: o Cyber Resilience Pledge, coordenado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF), reúne empresas como Aramco, Aker BP, Dragos, Eni, Occidental Petroleum e Suncor, e busca abordagens globais para aumentar a resiliência cibernética, adotando consenso- princípios baseados, e compartilhando lições de segurança cibernética.
As empresas vêm abordando a segurança de TI, há várias décadas. Mas, proteger a tecnologia operacional (OT) – os sistemas de computação e comunicação usados para gerenciar, monitorar e controlar as operações industriais, é algo mais recente, e muito urgente. Um estudo da Ernst & Young, realizado em 2021, descobriu que, à medida que todos os sistemas operacionais das empresas de petróleo e gás ficam online, e se conectam perfeitamente à Internet das Coisas (IoT), sua vulnerabilidade e suscetibilidade a ataques cibernéticos aumentam exponencialmente. O estudo recomenda que a digitalização deve ser implementada simultaneamente com uma estrutura robusta de segurança cibernética. O CEO da Saudi Aramco resumiu bem a importância de formar esse grupo: “à medida que o mundo aprofunda sua pegada digital, as ameaças cibernéticas estão se tornando mais sofisticadas. Mas, uma empresa trabalhar sozinha, é como trancar o portão da frente, e deixar a porta dos fundos aberta. As empresas devem trabalhar juntas, se quiserem realmente proteger a infraestrutura de energia crítica, da qual bilhões de pessoas em todo o mundo dependem.”