Às margens do quebar

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Wilma Rejane

Às Margens do Quebar 54 Mensagens Bíblicas

São Paulo 2011

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Introdução

“E aconteceu que estando eu no meio dos cativos, junto ao Rio Quebar, se abriram os céus, e eu tive visões de Deus” (Ez 1:1). Onde estava Ezequiel nessa hora? Estava em meio aos cativos, entre sofrimento, choro e falta de esperança, mas, às margens do Quebar, ousou olhar para o céu e viver as visões de Deus. Ezequiel não deveria se entregar àquelas circunstâncias de derrota, desgraça, mas buscar força e conforto no Senhor: “Filho do homem, te põe de pé” (Ez 2:1). Deus estava dizendo: “Sei que és carne, homem, filho de homem, mas vence Ezequiel, te põe de pé e falarei contigo. Vence Ezequiel, não se abata, olha além de tudo que te rodeia, vive as visões que te mostrarei.” O Rio Quebar foi um canal de irrigação da antiga Mesopotâmia, situado a uma pequena distância do Eufrates. Um lugar terreno, real, mas também pode ser comparado a um lugar espiritual: dias difíceis, de dor, pranto, fazendo desfalecer sonhos, ou mesmo a fé. Às margens do Quebar ouse olhar para o alto e ter visões de Deus, tal qual Ezequiel. Porque Deus está elevado, acima de tudo e todos e Sua vontade é nos fazer vencer. Este livro é um convite: “Enxugue as lágrimas às margens do Rio Quebar”. Os estudos aqui reunidos foram inspirados por Deus. Sem Ele não haveria os testemunhos de curas e restaurações que chegam diariamente de todos os lugares. Deus é O autor. Sou apenas ser15

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va, alguém que ousou olhar para o alto, às margens do Quebar. Alguém que dolorosamente foi moldada, entregando-se às promessas do Reino e experimentando a maravilhosa graça Daquele que restaura vida e visões.

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Apanhando gravetos – a viúva de Sarepta Sarepta era uma pequena cidade costeira fora das fronteiras de Israel, pertencia ao domínio de Sidon e era governada por pagãos. Por toda a região, no reinado de Acabe, houve uma grande seca. Por três anos e seis meses nem uma gota sequer de água caiu do céu. Esta seca fora predita pelo profeta Elias que, perseguido por corruptos governantes, se refugiou junto ao ribeiro de Querite. Elias ficou em Querite, sendo sustentado pelos corvos até o riacho secar. Deus cuidou de Elias para que não morresse de fome, já que não podia andar livremente pela região, o lugar e as circunstâncias sob as quais vivia o profeta eram incomuns. Ninguém sabia seu paradeiro, a não ser Deus. Certo dia Elias acorda e não vê corvos, nem comida, nem água. O riacho havia secado. Ele precisava partir, algo novo lhe esperava. Quem ordena que o riacho seque é o próprio Deus que lhe aponta um novo caminho, nova direção: “Levanta-te, vai para Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma viúva que te sustente” (I Rs 17:9). Quando “o riacho” seca, é hora de recomeço. Chegando a Sarepta, à porta da cidade, está uma viúva, apanhando gravetos. Não era lenha, eram gravetos. Lenha é para fogo alto. Gravetos, para pequeninas chamas, que rapidamente se tornam em brasa, sinal de pouca comida. Elias, cansado da viagem, cumprimenta a mulher e lhe pede um pouco de água e também pão: “Não tenho comida em casa, só um punhado de farinha e um pouco de azeite, vês, só 17

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peguei dois gravetos, vou prepará-lo para mim e meu filho para que comamos e morramos” (I Rs 17:12). A reação de Elias, diante da confissão da viúva, é inusitada. Ele pede que o alimento seja dado primeiramente para ele, assim Deus multiplicaria o azeite e a farinha até a chegada da chuva. Sem questionar, a mulher obedece e a Palavra do Senhor se cumpre, dando-lhe fartura de víveres.

Os gravetos A viúva de Sarepta não entregou apenas as primícias da refeição para Deus, mas tudo que tinha. Os gravetos se multiplicaram em sua casa. A notícia se espalhou e logo vieram pedintes. Muitas outras pessoas foram alimentadas. Ali estava uma viúva solitária, em território pagão, falando do Deus de Israel e de suas maravilhas. E ela nem era do povo escolhido! Jesus disse que muitas viúvas havia em Israel na época da grande fome, mas apenas a uma das viúvas foi enviada providência, conforme Lc 4:25. A fé de uma gentia moveu o coração de Deus. Israel era tão populoso, uma vida representa uma porta tão estreita... Onde estariam os judeus? Adorando a Baal? Se curvando a Jezabel, Acabe? Esperando que estes lhes trouxessem chuva? Estariam murmurando? Ao contemplar essa passagem Bíblica, temo pela Igreja. Teríamos a mesma fé da mulher que atraiu Elias até Sarepta? Estaria a igreja hoje como os judeus da época de Elias? No apanhar dos gravetos, a viúva de Sarepta teve um encontro com o Deus de Israel, a quem ela buscava e temia. Sua vida estava por um fio, se Elias não tivesse chegado, a morte a alcançaria. Como está sua vida? Chegou ao limite dos gravetos? Entregue os poucos que lhe restam para Deus, confie e Ele lhe dará vida, em abundância. Não entregue sob medida, mas por 18

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inteiro. Saiba que para Deus, não existe distância, barreira ou circunstância, tudo que Ele quer é um coração que O adore, com todas as forças. Ele mesmo removerá “a fome”, multiplicará “o azeite e a farinha”.

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