Os desertos do músico

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Ricardo M. Corrêa

Os desertos do músico Princípios eternos para as necessidades dos músicos

São Paulo, 2014

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Copyright © 2014 by Ricardo M. Corrêa

Coordenação editorial

Letícia Teófilo

Diagramação Claudio Tito Braghini Junior Capa Monalisa Morato Preparação Patricia Murari Revisão Lucimara Carvalho

Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Decreto Legislativo no 54, de 1995)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Corrêa, Ricardo Marcos Os desertos do músico : princípios eternos para as necessidades dos músicos / Ricardo Marcos Corrêa. -- São Paulo : Ágape, 2014.

1. Música - Aspectos religiosos I. Título.

14-09350

CDD-264.2 Índices para catálogo sistemático:

1. Ministério da música: Cristianismo 264.2 2. Música: Misnistério : Cristianismo 264.2 2014

Impresso no Brasil Printed in Brazil Direitos cedidos para esta edição à

EDITORA ÁGAPE

CEA – Centro Empresarial Araguaia II Alameda Araguaia, 2190 - 11o andar Bloco A – Conjunto 1112 CEP 06455-000 - Alphaville Industrial - SP

Tel. (11) 3677-7107 – Fax (11) 3699-7323 www.agape.com.br

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Sumário

Apresentação...............................................................9 Primeiro deserto - Desertos da vida..........................13 Segundo deserto - Deserto existencial......................24 Terceiro deserto - Deserto financeiro.......................38 Quarto deserto - Deserto emocional........................51 Quinto deserto - Deserto das experiências com Deus..................................................................63 Sexto deserto - Deserto da notoriedade....................77 Sétimo deserto - Deserto dos amigos.......................89 Oitavo deserto - Deserto das motivações...............104 Nono deserto - Deserto das boas notícias..............118 Décimo deserto - Deserto da negligência...............130 5

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Décimo primeiro deserto - Deserto da paternidade.........................................................144 Décimo segundo deserto - Deserto da família........159 Décimo terceiro deserto - Deserto da aceitação...... 173 Décimo quarto deserto - Deserto dos desertos....... 185 Conclusão - Uma canção........................................197

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Dedicatória

Eu dedico este livro aos incríveis ministros que

amam fazer a vontade de Deus singelamente, apoiando, orando e torcendo para que tudo dê certo. Aque-

les que colocam o coração no que fazem. Às vezes não são tão capacitados e talentosos, mas são esforçados e corajosos.

De nada adianta o talento se ele não estiver nas

mãos de Deus. São os parceiros e os companheiros de

ministério que fazem da jornada uma rica escola cheia de bondade, solidariedade e paixão.

Eu dedico também à “Família superação”. Dayse,

Arthur e Ruth que foram e são nascente de inspiração.

Eles enfrentaram desertos com foco e direção. Foram 7

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bússolas precisas quando faltava o norte. Eu sei que

Deus os fez coluna de fogo e nuvem na minha vida. E

como se deixaram ser orquestrados tão maravilhosamente nos desertos, sei que serão nuvem e fogo para os desertos que vierem.

Com amor, Ricardo Marcos Corrêa

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Apresentação

Os músicos e ministros enfrentam dificuldades

ligadas a todas as áreas como qualquer outra pessoa, mas existem partes das suas dificuldades que dependem somente da forma com a qual eles lidam com as situações. Eu me lembro de muitos eventos que acon-

teceram comigo e de não ter orientação específica para

o meu caso. Todos me aconselhavam de maneira geral de se aconselhar. Mas um músico entenderá melhor o coração de outro músico.

Certa vez, quando adolescente e músico na casa

de Deus, enfrentei um desafio além das minhas forças. Não era compreendido e acompanhado de forma pes-

soal. Um líder me recriminou por algo muito comum, mas ele não sabia como falar, abordar e aconselhar. Saí 9

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de uma reunião disposto a desistir de tudo, e um jovem

líder recém-chegado na igreja percebeu que faltava uma identificação existencial para resolver o impasse.

Ele me chamou num lugar separadamente, pegou em minhas mãos, olhou nos meus olhos e disse que sabia

o que eu estava vivendo e sentindo, que já passara por tudo aquilo e conseguiu vencer sendo constante e inabalável. Foram cinco minutos de conversa e uma oração; o vulcão dentro de mim silenciou.

Alguém que é da mesma área ministerial con-

segue ver, entender e apresentar soluções como ne-

nhum outro. Este conselheiro tem sensibilidade e bagagem porque já viveu muitas experiências seme-

lhantes, por isso seu conselho é muito mais preciso e eficaz.

Gostaria de compartilhar com você um pouco do

que aprendi nos desertos e nos anos de ministério. Os princípios são os mesmos da palavra, o que faz esta leitura diferenciada é que eu sou da mesma área minis-

terial que você. Não sei tudo, ainda estou aprendendo. Com calma e paciência o Senhor está me conduzindo.

Imagine que nos desertos que enfrentamos temos

um lugar de incrível transformação. Se você olhar para

a palavra de Deus verá que todos os homens que en-

frentaram desertos e se deixaram ser transformados saíram e escreveram histórias impressionantes com as suas vidas.

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O meu personagem bíblico favorito é Moisés, e em

todos os meus livros procuro deixar que o Espírito Santo mostre tudo o que eu aprendi com este incrível homem de

Deus, e assim eu possa ser usado para abençoar. Aqueles que estão servindo a Deus no ministério de música poderão se identificar com tudo o que for compartilhado aqui.

Vivemos decepções, desapontamentos e dificul-

dades, mas isso não poderá apenas deixar marcas ne-

gativas. Se entendermos que Deus está forjando ministros aprovados, nós reagiremos positivamente. O que adianta um ministro preparado se não for aprovado?

Tantos ministros e músicos habilidosos não conseguem manter-se de pé em uma tempestade.

Eles fogem desesperados, foram até preparados,

mas não foram aprovados para enfrentar as oposições, lutas e dificuldades comuns do dia a dia do ministério de louvor.

Aqui vamos aprender princípios eternos para as

necessidades dos músicos e dos ministros da música

em várias áreas da existência. Os desertos que Moisés enfrentou foram supridos e resolvidos. Suas necessida-

des emocionais, físicas, financeiras, familiares, ocupacionais e muitas mais, tiveram a mão do grande Jeová,

que tudo supre. Mesmo que nós mesmos nos lancemos

nos desertos por causa da obstinação ou da ansiedade em fazer algo para Deus, Ele fará algo extremo para nos levar de volta ao ponto em que estávamos. Pode 11

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ser dolorido e demorado, no entanto são experiências que poderemos usar para ajudar outros.

Por que Deus leva seus músicos e ministros para

habitar desertos? O Senhor pode fazer a sua obra de

forma esplêndida, majestosa e cirúrgica quando a situação parece realmente impossível aos olhos huma-

nos. Os desertos que os músicos enfrentam, são lugares

meticulosamente organizados para que as condições sejam absurdamente improváveis a qualquer reação da

nossa parte. Neste ponto de desespero, sentamos, coça-

mos a cabeça e concluímos que somos totalmente des-

preparados para lidar com certas situações. Olhamos para cima e gritamos socorro! Deus chega, arregaça as

mangas e começa a fazer o quadrado encaixar no redondo e o triângulo encaixar no retângulo:

– Isso é inacreditável! Como Ele consegue? Pensei

que tudo estava perdido! Ele é Deus.

Este livro contém princípios eternos para a gran-

de parte das necessidades dos músicos nos desertos de

sua história pessoal e coletiva, e poderá auxiliá-los a viver uma vida de adoração.

Ricardo Marcos Corrêa 12

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Primeiro deserto: Desertos da vida

Eis um lugar que todos nós gostaríamos de nunca

ter passado ou passar. De nada adianta orar e jejuar ou

fazer votos para Deus não nos mandar para este lugar.

Neste lugar, pessoas estão peregrinando há vários anos. E muitos outros estão à porta dele. Inevitavelmente

cada um de nós passará por muitos desertos. Também já ouvimos pessoas dizendo que o deserto não foi feito para nós. Isso não bíblico. Há um deserto feito sob me-

dida para cada um que se chama pelo nome do Senhor e que pertence a Ele.

A primeira vez que vemos a palavra deserto na

Bíblia, pelo menos na minha, é em Gênesis 14:6. No hebraico, essa palavra vem de midbar, que por sua vez 13

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vem de dabar. Midbar significa: deserto, pasto, terra inabitada, grandes regiões desérticas ao redor das cida-

des. Dabar, que dá a origem a midbar, significa “falar”. Falar, declarar, conversar, comandar, prometer, avisar, ameaçar, cantar.

Veja como é grande a possibilidade de Deus fazer

coisas incríveis ao falar, conversar, comandar, prometer,

avisar, ameaçar e cantar com quem passa pelos desertos com Ele. É impossível não dar ouvidos à voz de Deus no deserto. Eu nunca tive a oportunidade de passar em

um deserto geográfico. Mas na vida já passei por mui-

tos desertos e agora mesmo estou passando por um. E eu sei que quando este acabar Deus tem outro para mim. Aleluia! A boa notícia é que os desertos passam.

Por mais que ouçamos profecias a nosso favor

afirmando que o deserto acabou, isso se refere a alguma situação circunstancial, porque vamos passar por desertos a vida toda. Eles só cessarão quando entrarmos

pelos portões celestiais, onde não haverá lágrimas nem tristeza; nem pecado, nem doenças; e nada desse tipo.

Todos têm seus desertos Todo músico passa por desertos na sua jornada

ministerial e profissional. E são muitos os desertos que parecem intransponíveis. São áridos e inabitáveis. Vez por outra encontramos um oásis. E muitas vezes temos

miragens. Encontramos cobras, escorpiões e lagartos. Cactos, pedras, muita areia e nada de água. 14

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A jornada do músico é difícil e dura. Em nossa so-

ciedade o músico é considerado alguém que não quer trabalhar, um ‘vagabundo’.

Eu já ouvi vários pais dizerem para seus filhos que

músico é vagabundo. Que bom que meu pai, embora humilde, nunca insinuou algo semelhante. Ele me incentivava para que eu vivesse do que gostava de fazer –

música. Hoje algumas coisas estão mudando, mas eu já fui chamado de vagabundo por querer viver da música. E isso não foi e não é algo que ocorre isoladamente.

Se a criança quer tocar um instrumento na igre-

ja logo é incentivada, mas não tem a motivação para dedicar-se em tempo integral produzir o melhor que pode como músico. A proposta na maioria dos casos é

para tocar na casa de Deus como hobby ou passatempo. Não tendo como se sustentar adequadamente, o jovem se tornará padeiro, advogado, técnico eletrônico, marceneiro etc. E viverá sempre frustrado.

O tempo passa e vêm as doenças emocionais e

as crises conhecidas como ‘dos trinta’, ‘dos quarenta’,

‘dos cinquenta’, ‘dos sessenta’ e depois a tristeza dos setenta anos. Eu já me peguei pensando na minha ida-

de, fiquei melancólico e triste. Meditando no quanto

poderia ter realizado a mais se alguns caminhos fossem menos íngremes. A crise da meia-idade.

O músico às vezes é golpeado duramente sem

aviso, sem qualquer sinal que antecipe o que virá. 15

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Derrubado e prostrado não consegue se erguer e de-

siste de tudo. Não há um único Samaritano que, passando, veja e o socorra. Neste deserto a única ajuda possível vem de Deus. E isso é tudo!

O presente de ser músico é especial O músico é uma criatura especial porque tem um

talento especial. Humanamente podemos chamar de dom de Deus. Teologicamente não é correto classificar o talento musical com um dom espiritual. E eu concor-

do com isso. Isso bíblico e está bem claro na palavra de

Deus. Todas as pessoas são especiais não porque têm um dom que as destaque, mas simplesmente por serem

a imagem e semelhança do Criador. A música é um presente que humanamente podemos classificar como um

dom de Deus dado a sua criação, o homem. Podemos ouvir um arranjo orquestrado meticulosamente e ser engolidos para dentro de uma atmosfera de emoções.

Mesmo que esta orquestra ou banda não seja composta de pessoas cristãs ou que esteja executando uma música feita para adorar a Deus. Isso foi cuidadosamente sepa-

rado por Deus no desenvolvimento do homem através da história. Uma música, que é fruto do ‘puro espírito humano’, é manipulável dentro da nossa alma e traz uma ótima sensação de estar.

O que torna um músico especial é o seu dom, que

traz responsabilidade por possuir algo extremamente 16

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precioso, do qual terá de ‘prestar contas a Deus’ e res-

ponder que fez com este um presente maravilhoso. A música é uma parte de Deus na sua criatura. A música

é o movimento do cosmos percebido nas frequências e sentimentos que provoca. A música é uma prova que

Deus existe! A música é um mapa para se conectar com Deus. A música faz você ouvir o próprio espírito interior, você pensa que está mais sensível e frágil, quan-

do na realidade está mais perto do seu Criador sem perceber isso. A música é a ferramenta mais poderosa

para tocar o espírito humano. A música consagrada e

ungida é a arma mais poderosa para desarmar a ‘si mesmo’ e, a partir deste ponto de entrega, sentir a brisa da presença de Deus.

Deus fez um musical e sonoro “Haja” e o universo

se expandiu em apenas 10 elevado a -42 segundos (o algarismo 1 precedido de 42 zeros depois da vírgula). Os

anjos o seguiam em coros enquanto Deus distribuía as

mais de 100 bilhões de galáxias, cada uma com mais de 100 bilhões de estrelas. Isto representa 5% do universo

conhecido pelo homem. Ele cantava um hino enquanto

criava o homem. Deus cantava um hino e depois foi para cruz. A música fará parte da nossa história com Deus na eternidade.

O músico é aquele que executa a música. Quem

ouve a música não é músico, mas ouvinte de música. 17

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Quem lida com música não é músico. Músico, como

afirmei, é aquele que está ligado de alguma forma a execução da música. Cantando, tocando, arranjando, compondo, regendo ou lecionando. Quem toca Cd não é músico a não ser que faça algo da lista anterior.

Não quero tornar aqui o músico um ser que mere-

ça ser tratado de forma diferente do outros. Não quero

elitizar o músico e sim responsabilizá-lo por sua vocação, chamado, missão e legado. Mesmo que alguém queira muito ser um músico, se não possuir um pouco

de habilidade não conseguirá sequer executar poucas

lições. Sem habilidade? Nada feito. É melhor procurar outra ocupação.

Chamado, vocação, missão e legado O indivíduo que tem vocação possui uma chama

inata com a matéria. A vocação é o que interpretamos

como talento natural imprimido no ser do músico. Mesmo sem pensar em fazer música ela emana do seu interior naturalmente. Isso pode ser percebido com a

facilidade de batucar, cantar, assoviar, ouvir, seguir o

andamento. A vocação o impulsiona a se relacionar com a música espontaneamente.

O chamado é o que conhecemos em nosso meio

como um convite de Deus para o músico reagir ao Seu

plano e propósito. Tantos são os músicos habilidosos 18

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dentro da igreja, contudo nem todos exercem o ministé-

rio de música na casa de Deus. Há músicos muito mais habilidosos do que muitos que estão agora tocando nas

igrejas. Eles têm o talento, mas não tem o chamado. A vocação, como popularmente conhecemos, está relacionada ao interior natural e espiritual.

O vocacionado pode ter uma grande habilidade

musical, entretanto pode se relacionar melhor com outra habilidade natural e através dela desenvolver outra

carreira ou ministério. Um exemplo para isso são os pastores que são ótimos músicos, no entanto preferiram desenvolver o ministério da palavra. E vice-versa.

Em português as palavras ‘chamado e vocação’

têm o mesmo sentido. A origem da palavra “vocação” é o verbo latino vocare, que quer dizer “chamar”. A vo-

cação é, portanto, um chamado. Desta forma, vocação é sempre um chamado de Deus para alguma coisa.

A missão é claramente o ‘caminho’, a ‘tarefa’ que

de tempos em tempos deve ser realizada. O exemplo

disso é quando tenho de escrever um livro sobre “os desertos do músico a fim de edificar o Corpo de Cristo.

Depois que cumprir esta tarefa até o fim, devo iniciar

um novo desafio proposto, isto é, uma nova missão. Por exemplo, desenvolver um trabalho de discipulado e preparo de músicos em um semestre em determinada escola de adoradores.

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Cada músico chamado desenvolve seu ministé-

rio através do cumprimento de tarefas de tempos em tempos. No início a tarefa é desenvolver uma musicalidade básica com o propósito de principiar projetos

pequenos e congregacionais como: tocar em um seminário da igreja, tocar nas células e nas reuniões regulares. Com o desenvolvimento e cumprimento das

missões iniciais vêm outros desafios com maior cota de compromisso e envolvimento.

O legado é a coroação de todo o trabalho reali-

zado. Um legado considerável pode levar anos de en-

volvimento, de trabalho e de dedicação para ser cons-

truído. Não é possível deixar um legado sem que uma

tarefa seja feita várias vezes. E também que haja pessoas influenciadas pela conduta e postura do músico e que se sentiram impulsionadas a realizar tarefas semelhantes, dando continuidade ao que foi feito. Em todos

estes caminhos (vocação, chamado, missão e legado) estão presentes nos desertos que Deus nos chama para

atravessarmos com Ele. Lembre-se que o deserto é um lugar onde Deus fala, declara, conversa, comanda, pro-

mete, avisa, ameaça e canta. Ele faz isso e nos leva a segui-lo.

Deserto solitário Deserto é uma palavra que só de falar já dá ar-

repios! Vamos compartilhar os desertos que os músi-

cos passam. Ao invés de ser o fim, sejam o princípio, 20

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o preparo, a descoberta, a promessa, a conversa, o

aviso e um maravilhoso cântico entoado ao executar a grande missão que está por vir.

Cada deserto a que Deus nos levou e nos levará

foi minuciosamente planejado. Todos os livramentos

estão dispostos estrategicamente no caminho destes desertos. Se durante a caminhada nos desviarmos do

caminho, talvez não encontremos um oásis para nos refrescar e renovar nossas forças. Pereceremos se insistirmos em escolher o nosso próprio caminho.

Apesar de sentir que estamos sozinhos no de-

serto, isso é apenas uma sensação ilusória. Apesar

de parecer que Deus não está ali, quero informá-lo que tudo foi planejado. Deus planejou ensinar-nos

sobre a fé. Não se pode afirmar que se é um músico de fé apenas dizendo ter fé. É preciso passar na prova e não repetir. A nota deve ser satisfatória, caso

contrário será necessário passar várias vezes pelo mesmo caminho sozinho.

Se você identificar que está passando no mesmo

caminho, mas com pessoas diferentes e novatas naquele deserto é porque você está ali como instrutor e não como principiante. Mesmo sendo instrutor deve-

rá experimentar tudo novamente. Agora, porém, com

a patente de capitão do deserto. Deus fez isso com 21

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Moisés. Quarenta anos vivendo naquele lugar árido,

pastoreando e sendo pastoreado. Foi por acaso? Não! Foi tudo planejado.

Descanse. Você não vai morrer neste deserto. A

não ser que você tenha uma vida de murmuração e desobediência a Deus.

Cavando na areia 1. O que é deserto para você?

2. Qual foi o deserto que marcou você?

3. O significado da palavra ‘deserto’ trouxe algum aprendizado?

4. Você está passando por algum deserto hoje? Qual?

5. Você se considera privilegiado por ser um ministro de Deus?

6. O que a música é na sua vida?

7. O que representa o seu chamado em relação aos outros cuidados da vida?

8. Qual a sua vocação?

9. Qual é a sua missão?

10. Caso não tenha a sua missão, está disposto a pedir ajuda do seu pastor para buscar em Deus?

11. Você se julga aprovado para sair do deserto e seguir o seu chamado, executar a sua missão? 22

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Tesouro encontrado O Senhor é o meu pastor: nada me faltará. Ele me faz

descansar em pastos verdes e me leva a águas tranquilas.

O Senhor renova as minhas forças e me guia por caminhos certos, como ele mesmo prometeu. Ainda que eu ande por

um vale escuro como a morte, não terei medo de nada. Pois tu, ó Senhor Deus, estás comigo; tu me proteges e me diri-

ges. Preparas um banquete para mim, onde os meus inimigos me podem ver. Tu me recebes como convidado de honra

e enches o meu copo até derramar. Certamente a tua bondade e o teu amor ficarão comigo enquanto eu viver. E na tua casa, ó Senhor, morarei todos os dias da minha vida. (NTLH - Salmos 23:1-6.)

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