Vidas incr铆veis: Hist贸rias fascinantes sobre vidas esquecidas
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Charles Swindoll
Vidas incríveis: Histórias fascinantes sobre vidas esquecidas Redescobrindo figuras importantes do Antigo Testamento
São Paulo 2013
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Fascinating Stories of Forgotten Lives Copyright © 2005 by Charles R. Swindoll, Inc.. First published in English by W. Publishing Group, a division of Thomas Nelson Publishers, USA. Copyright © 2013 by Editora Ágape Ltda. Mateus Duque Erthal Eloisa Pasquini Aline Câmara Oika Serviços Editoriais Monalisa Morato Tássia Carvalho da Língua Portuguesa (Decreto Legislativo nº 54, de 1995)
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Swindoll, Charles Vidas incríveis : histórias fascinantes sobre vidas Testamento / Charles Swindoll ; [tradução Eloisa Pasquini]. -- Barueri, SP : Ágape, 2013. Título original: Fascinating stories of forgotten lives.
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3. Vida cristã I. Título. 12-12306
CDD-221.92
Índices para catálogo sistemático: cristãs : Cristianismo
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2013 Publicado com autorização. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida sem a devida autorização da Editora. Impresso no Brasil Printed in Brazil EDITORA ÁGAPE Alameda Araguaia, 2.190 – Conj. 1112 CEP: 06455-000 – Alphaville Industrial, Barueri – SP Tel. (11) 3699-7107 / Fax (11) 3699-7323 www.agape.com.br
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Dedicatória
É com muita gratidão que dedico este livro aos irmãos Ramer: John, Danny e Luke. E a três de seus filhos: Andrew, Justin e David. Esses homens são a personificação de um trabalho altamente ético, de um compromisso desmedido com a excelência, de uma extraordinária habilidade artesanal, de uma rigorosa atenção aos detalhes e de uma atitude excepcionalmente positiva. Qualidades quase extintas nesta apressada época caracterizada por um trabalho artesanal medíocre. Eles não somente construíram nossa nova casa, mas o fizeram de forma competente. Tiveram muito prazer em edificá-la, pois a construíram para a glória de Deus.
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Sumário
Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1. Aqueles que nunca são reconhecidos . . . . . . . . . . . . . . . 15 2. Caim: o fazendeiro que mata o seu irmão . . . . . . . . . . . 35 3. Abraão: o pai que libertou seu filho . . . . . . . . . . . . . . . . 59 4. Esaú: o filho que não venceu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 5. Acã: o homem cujo pecado trouxe calamidade. . . . . . 105 6. Samuel: o menino que ouviu a voz de Deus . . . . . . . . 129 7. Saul: o rei que recusou a se curvar. . . . . . . . . . . . . . . . . 149
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8. Abigail: A mulher que salvou a vida de seu marido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179 9. Absalão: O príncipe charmoso e rebelde . . . . . . . . . . . 205 10. Roboão: O impostor imprudente. . . . . . . . . . . . . . . . . . 227 11. Jabez: O desconhecido que se tornou bem conhecido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 249 12. Naamã: O oficial que foi curado de lepra. . . . . . . . . . . 269 13. Geazi: O servo que se tornou ganancioso. . . . . . . . . . . 289 14. Uzias: o líder que se tornou um perdedor . . . . . . . . . . 307 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 325 Nota do editor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 329 Notas finais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 331
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Introdução Histórias fascinantes sobre vidas esquecidas
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esde a minha juventude, admiro aquelas pessoas que vivem nas sombras. Elas estão sempre sob pressão de muita responsabilidade, mas não procuram chamar a atenção sobre esse fato. Realizam um trabalho notável, graças às habilidades dadas por Deus e às experiências adquiridas ao longo da vida. Muitas ocupam cargos proeminentes e contribuem de modo relevante para a realização de importantes tarefas, permanecendo, porém, no anonimato. Sem qualquer aplauso e, normalmente, sem reconhecimento público, esses homens e mulheres permanecem fiéis mesmo sob pressão, e têm pleno conhecimento de que seus nomes nunca estarão sob holofotes. Sendo bem honesto, eles se sentiriam muito desconfortáveis se isso ocorresse. Atenção e reconhecimento os deixam nervosos. Eles não fazem o que fazem com o intuito de serem notados ou de chamarem a atenção para si; fazem-no porque esse é o papel que devem realizar, ou, melhor dizendo, porque esse é o chamado que receberam.
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De forma calma e eficiente, eles servem e doam a si mesmos. O mundo é um lugar melhor por causa deles. Como diz a letra de uma música conhecida, eles são o vento sob as nossas asas. Eles são os heróis não aclamados nas batalhas, a equipe por trás dos bastidores, os que recolhem as coisas espalhadas, aqueles que se certificam da fluidez de cada item de um projeto. De fato, se você prestar atenção, descobrirá que muitos deles são pessoas fascinantes com histórias que, se contadas, capturarão profundamente sua atenção. Eles podem ser desconhecidos, mas não irrelevantes. Podem passar despercebidos pelo público, contudo, no âmbito privado, desempenham um papel inestimável. Enquanto estávamos ocupados escrevendo este livro, minha esposa e eu supervisionávamos a construção de nossa nova casa. Entendemos que ela deverá ser a última que pretendemos construir, então nós a idealizamos com várias peculiaridades. Não preciso entrar em detalhes, mas estamos fazendo essa casa sem pressa e do jeito certo. Há várias recordações de nossos mais de cinquenta anos juntos como marido e mulher – lugares para os quais viajamos, paisagens que admiramos, livros colecionados por toda parte, pessoas que acabamos conhecendo, amizades que temos cultivado, e recordações que estamos construindo. Cynthia e eu gostamos muito de coisas que representam raízes profundas, como feixes antigos, projetos arquitetônicos, pisos de madeira, tijolos antigos, rochas, trabalhos feitos em telha, lareiras imponentes, além de madeira esculpida. Esse tipo de arte requer uma grande atenção aos detalhes, implicando artesãos habilitados e com um profundo compromisso com a excelência. Raríssimos são aqueles que se qualificam para tal, e que, sendo conhecedores de seu ofício, orgulham-se de fazê-lo bem feito e para a glória de Deus. É preciso
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dizer mais? Hoje em dia, pessoas assim são dificílimas de ser encontradas. Fomos afortunados em ter escolhido uma família de irmãos para construírem nossa casa – homens que juntaram uma habilidade incomum com experiência, bom gosto e toque especial. É muito improvável que vocês os conheçam, mas eles são os merecedores do crédito pelo produto final. Quero evidenciar nossa gratidão e nossa apreciação por seu trabalho, dedicando-lhes este livro. Tenho certeza de que eles ouviram um chamado de Deus quando aceitaram construir a nossa última morada nesta vida. Moisés deve ter tido esse mesmo sentimento em relação a Bezalel e a Aoliabe. Você nunca ouviu falar deles? Não?! Entendeu agora o que estou querendo dizer? Eles são exemplos clássicos de homens notáveis dos quais todos se esquecem. Apesar de terem sido chamados por Deus para realizar um importante trabalho, passam despercebidos no meio da multidão. Quem são eles? De acordo com os registros inspirados, foram artesãos chamados por Deus para construir o Tabernáculo original. Observe os termos com os quais Deus descreveu esses homens: Depois falou o SENHOR a Moisés, dizendo: “Eis que eu tenho chamado por nome a Bezalel, o filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, e de entendimento, e de ciência, em todo o lavor, para elaborar projetos, e trabalhar em ouro, em prata, e em cobre, e em lapidar pedras para engastar, e em entalhes de madeira, para trabalhar em todo o lavor. E eis que eu tenho posto com ele a Aoliabe, o filho de Aisamaque, da tribo de Dã, e tenho dado sabedoria ao coração de todos aqueles que são hábeis, para que façam tudo o que te tenho ordenado” (Êxodo 31:1-6).
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Na Bíblia, há várias pessoas semelhantes a essas. Um leitor apressado simplesmente passará por cima delas. Convencido dessa verdade, por anos senti que um tipo diferente de biografia deveria ser publicada. Eu achava que alguém precisava escrever sobre as histórias notáveis de vidas esquecidas. Quanto mais eu pensava sobre isso, mais determinado ficava de que deveria incluí-las em minha série de biografias bíblicas, Heróis da Fé (Vidas impactantes da Palavra de Deus). Quando falei sobre esse assunto com meu antigo amigo e editor, David Moberg, da W Publishing Group, houve uma aceitação imediata. O livro que você segura agora em suas mãos é resultado daquela conversa, sendo o volume número oito das biografias bíblicas. O objetivo é tornar conhecido o nome de várias personagens das quais você nunca ouviu falar, e com os quais muito deixou de aprender. Antes de apresentar-lhe essas pessoas, creio ser adequado mencionar, ainda, algumas outras que me ajudaram no processo, muitas vezes tedioso, de preparação deste livro. Sou, em primeiro lugar, grato ao meu genro Mark Gaither. Sua esplêndida ajuda como meu editor principal foi inestimável para mim, pois auxiliou-me a organizar meus originais, ainda manuscritos, de forma que se tornassem mais compreensíveis. Além disso, Mark tem sido uma pessoa de visão, um conselheiro e um grande encorajador. Suas viçosas ideias, aliadas a uma firme disciplina e a uma inesgotável animação, ajudaram-me a permanecer motivado ao longo de todo o projeto. Também sou extremamente grato a Mary Hollingsworth e ao estúdio Shady Oaks, que, com sua eficiente equipe e profissionais na área editorial, não somente deram os toques finais na cópia do manuscrito, como também fizeram o projeto editorial e a diagramação de todo o livro, além da pesquisa e
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da comprovação dos direitos, da exatidão das citações e das ilustrações por mim utilizadas neste volume. A todos vocês, meu mais sincero e profundo agradecimento por mais um excelente trabalho. Finalmente, quero mencionar o apoio e o ânimo que recebi de minha esposa, Cynthia, durante todos os meses que levei para terminar este livro. Ela não somente abriu mão de uma celebração mais especial de nossas bodas de ouro, para que eu pudesse investir mais tempo na preparação do original deste livro, como também permaneceu alerta e eficiente para resolver os detalhes relativos aos acabamentos da construção de nossa nova casa, onde esperamos estar morando quando este livro for lançado. E agora gostaria de apresentar-lhe algumas pessoas fascinantes que passaram suas vidas nas sombras. Espero que você perceba por que eu não poderia permitir que permanecessem no anonimato. Chuck Swindoll Frisco, Texas (Acabamos de nos mudar e garanto que esta será a última vez!)
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Capítulo um Aqueles que nunca são reconhecidos
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amos começar com um teste. Está pronto? Não se preocupe; o resultado não vai aparecer no seu currículo. O objetivo é que você observe com que grau de facilidade consegue se lembrar de detalhes relativos a pessoas importantes do passado. 1. Quem ensinou teologia a Martinho Lutero e inspirou a tradução das Escrituras que ele fez do latim para o alemão? 2. Quem falou com Dwight L. Moody na loja de calçados – conversa esta que, em última instância, levou Moody a Cristo e, por tabela, resultou em sua exuberante vida dedicada ao evangelismo? 3. Quem participou da equipe pastoral de Harry Ironside durante os marcantes anos em que ministrou na Moody Memorial Church, em Chicago?
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4. Quem foi a senhora que orou diariamente por Billy Graham, em especial quando seu ministério atingiu o ápice de alcance mundial? 5. Quem substituiu Hudson Taylor na Missão do Interior da China, assumindo uma liderança marcante e de visão por muitos anos? 6. Quem foi a esposa de Charles Haddon Spurgeon, considerado o Príncipe dos pregadores da Inglaterra e, possivelmente, a mais influente voz cristã dos últimos duzentos anos? 7. Quem influenciou Carlos Wesley a compor freneticamente, de forma que deixasse um acervo com mais de 5 mil hinos? Como você se saiu? É impressionante, não é? Pense um pouco em como a família de Deus ficaria empobrecida se não contasse com a preciosa herança deixada por esses homens e mulheres piedosos. No entanto, poucos de nós conseguimos nos lembrar dos nomes dessas sete pessoas solicitadas (devo confessar que eu mesmo precisei fazer um grande esforço). Deixe-me olhar agora sob outra perspectiva. Suponhamos que, durante muitos anos, você tenha sido professor da Escola Dominical em sua igreja, lecionando a uma turma equivalente ao terceiro ano primário. Ou que você trabalhe em um estacionamento, usando aqueles coletes coloridos, orientando pessoas, que demonstram pouquíssima educação, a localizarem vagas para estacionar seus carros. O ano inteiro, no frio e no calor, no vento e na chuva, na seca e no sol, lá está você. Digamos que você faça parte da equipe pastoral de uma igreja. O pastor tem uma equipe que fica mais visível ao público, mas você fica nos bastidores. Você trabalha
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unicamente com os membros da equipe ou com pessoas que trazem reclamações ou preocupações. Você lista e distribui as informações. Você fala com pessoas ao telefone, cumprimenta-as na recepção da igreja. Muita gente passa por você, mas poucos sabem o seu nome. Façamos de conta que está atuando na recepção. Você acha que todo mundo sabe o nome dos recepcionistas? Além do mais, muito provavelmente, quem ocupa esse cargo deve, em um dia, cumprimentar mais pessoas do que qualquer outra do ministério. A diferença é que elas o cumprimentam, mas não conversam com você. Para falar a verdade, elas ligam querendo falar com outras pessoas, só que é você quem atende, implicando um sutil mas real descontentamento de quem está do outro lado da linha. No entanto, apesar de o seu trabalho não ser reconhecido, você está lá. Talvez você seja responsável por juntar as partituras das músicas que serão cantadas pelo coral, ou por ajudar as crianças a ensaiarem para a participação especial que terão no culto. Ou, quem sabe, você seja o responsável pelo som de um famoso cantor gospel, ou de um conhecido grupo musical – colocando os microfones, enrolando ou soltando os fios, testando as caixas de som e os amplificadores –, esforçando-se para conseguir o melhor som possível para aquelas pessoas famosas. Deixe-me ainda colocar outra situação: o que dizer de uma enfermeira que está assessorando um cirurgião cardiovascular enquanto o seu peito está aberto e o seu coração encontra-se, literalmente, nas mãos do médico? Como se chama a profissional treinada que tem à mão os instrumentos devidamente esterilizados e os entrega ao cirurgião no momento adequado? E mais... Você sabe qual é o nome da pessoa que faz a análise clínica ou que tira o seu Raio X? Você
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espera, sinceramente, que o exame de sangue tenha sido realizado da forma certa e que a análise final esteja correta. O que dizer do mecânico que faz a manutenção do avião que você pegará para um voo de duas horas? Ou da pessoa encarregada de acompanhar o percurso de sua bagagem nos aeroportos internacionais por onde você for a negócios? Você espera que sejam pessoas competentes e que consigam localizar suas malas facilmente. E quanto ao soldado que está de sentinela no turno da meia-noite às três horas da manhã, garantindo o sono tranquilo de seus colegas, em zona de perigo? Você espera que ele se mantenha acordado e alerta. É fascinante, não é? Mas, muito possivelmente, esses profissionais de tamanha importância sejam vistos por muitos como um bando de joão-ninguém. Nós não temos a intenção de considerá-los insignificantes, só que facilmente focalizamos mais no que estamos fazendo, para onde estamos indo, e em nossas próprias necessidades. E não é preciso muito tempo para que, naturalmente, encaremos a eles e a muitos outros que nos cercam com indiferença! Chegamos a olhá-los como se fossem um poste ou, pior ainda, uma ferramenta para o nosso uso. Lembrei-me desse fato quando precisei comprar um terno e um paletó esporte. Dirigi-me a uma loja que estava em liquidação e fui atendido por um senhor muito prestativo e competente. Ele saudou-me quando entrei na loja e dali para a frente ajudou-me a encontrar exatamente o que eu precisava. Fez um ótimo trabalho e, com rapidez, eu tinha em minhas mãos aquilo que pedira. Ele me perguntou: – Podemos chamar o alfaiate para que faça as marcações necessárias? – Sim, vamos lá! – eu respondi.
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Ele, então, desapareceu do outro lado da cortina voltando em seguida com o alfaiate – um profissional muito habilidoso que estava, provavelmente, na casa dos cinquenta anos de idade. Seu sotaque revelava que ele, sem dúvida, era natural de outro país. Assim que entrou no provador, estendi-lhe a mão e, por instinto, ele cumprimentou-me. Enquanto apertávamos as mãos, era notável o seu ar de surpresa. Creio que as pessoas que para ali se dirigem em busca de roupas novas, dificilmente cumprimentam os alfaiates. Creio que seria mais ou menos a mesma coisa que apertar as mãos de um motorista de táxi e perguntar seu nome. Muito provavelmente, ele achará que você quer dar queixa dele. Enquanto apertava a mão do alfaiate, eu lhe disse: – Olá, meu nome é Chuck. Muito prazer em conhecê-lo. Gostaria de lhe agradecer o bom trabalho! Ele mediu, marcou, levantou-se e saiu. Virei-me, então, para o vendedor e disse: – Puxa, ele é ótimo! Há quanto tempo ele trabalha nesta loja? – Há uns quatro anos. – É mesmo?! E como ele se chama? O vendedor sacudiu os ombros e respondeu: – Não sei! Quatro anos! Há quatro anos o alfaiate faz todas as adaptações necessárias nas roupas daquela loja, e o vendedor nem ao menos sabe o seu nome! Conta-se uma história sobre o presidente Roosevelt, a qual não sei dizer se realmente aconteceu, mas o fato é que ela é muito interessante. O presidente estava, certa noite, em pé na linha designada para receber os visitantes. Ele ia cumprimentando, um a um, um grupo de pessoas que estavam sendo designadas para novas funções. Havia sempre alguém à sua esquerda, sussurrando-lhe, com uma
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pequena antecedência, o nome de cada pessoa que entrava, de forma que o presidente pudesse cumprimentá-la, chamando-a pelo próprio nome. Em determinado momento, ele viu alguém na fila, virou-se para o seu assessor e perguntou, baixinho, quem era. – O senhor conhece aquele homem, presidente. Foi ele quem fez a sua melhor calça, lembra-se disso? Quando chegou a vez de cumprimentá-lo, o presidente estendeu-lhe a mão, saudou-o e disse: – Major Calça, estamos muito felizes com sua presença aqui, esta noite. Bem-vindo à Casa Branca!
Pessoas importantes da Bíblia Pode até ser que não percebamos, mas estamos condicionados a considerar importantes as pessoas que são esportistas, astros, estrelas e músicos famosos – pessoas a quem aplaudimos, e a quem pedimos autógrafos. Mas isso não procede. Não mesmo! Importante, de verdade, é quem transforma alguém desconhecido em uma pessoa de sucesso, sem nunca receber o crédito por isso. Como ilustração, então, gostaria de apresentar-lhe algumas pessoas das Escrituras, as quais são sempre esquecidas. Tenho um amigo de anos, que chama essas passagens do Antigo Testamento de potes e panelas. Quando Hollywood desejar fazer um filme épico da Bíblia, eles certamente não usarão tais passagens, mesmo que haja ali histórias realmente interessantes. Já que 1Crônicas 2 e 2Samuel 23 cobrem o mesmo período, examinemos as duas passagens para extrair o quadro mais completo possível. Vamos, primeiramente, para 2Samuel 23:1-2:
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E estas são as últimas palavras de Davi: Diz Davi, filho de Jessé, e diz o homem que foi levantado em altura, o ungido do Deus de Jacó, e o suave em salmos de Israel. O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra está na minha boca.
O rei Davi passou ao topo da lista da História quando matou o gigante, e o povo de Israel celebrou a vitória cantando: Saul feriu os seus milhares, porém, Davi os seus dez milhares. (1Sm 18:7). Apesar de a popularidade de Davi ter subido devido a seus heroicos atos de bravura, Saul permaneceu rei por mais de uma década depois de Davi ter matado Golias. Durante esses anos, a inveja de Saul passou de uma simples irritação para uma insana obsessão, por ver aquele jovem herói morto. Ele, inclusive, declarou Davi como inimigo do Estado e convergiu tempo e exército a perseguir um só objetivo: exterminar seu inimigo. No entanto, Deus tinha outros planos para Davi: E Davi foi tornando-se cada vez mais poderoso, pois o SENHOR dos Exércitos estava com ele. Estes foram os chefes dos principais guerreiros de Davi, os quais, com toda Israel, deram um grande apoio para estender o seu reinado a todo o país, conforme o SENHOR havia prometido (1Cr 11:9-10). Durante aqueles anos, Davi morou em desertos, dormiu em cavernas, alimentou-se diretamente do fruto da terra, e atraiu para o seu lado um grande número de guerreiros – na verdade, centenas deles (veja 1Sm 22:1-2). Quando Saul, finalmente, morreu, Davi subiu ao trono de Israel. Tinha ele, então, 30 anos, e reinou até completar 70. Já perto de sua morte, os historiadores dentre o povo de Israel foram até
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o seu rei para registrar os mais importantes fatos com ele ocorridos, preservando os detalhes das muitas conquistas que marcaram sua carreira. Você, provavelmente, está pensando que o idoso rei daria preferência a contar as histórias das batalhas de seus dias de glória, ou como conseguiu transformar um pequeno e desunido grupo de tribos em um Império. Ele fora um brilhante comandante, um corajoso guerreiro, um sábio estadista e um hábil administrador. Ele poderia gabar-se de muitas façanhas, e todos os fatos confirmariam suas palavras. No entanto, ele citou nomes de diversas pessoas que considerava os verdadeiros heróis em sua escalada ao poder e à supremacia. No início, Davi atraiu um grupo que tinha cerca de uns quatrocentos homens e, entre eles, encontrava-se uma equipe chamada de irmãos, a quem a Bíblia chamava de Os Trinta. Eles formavam um grupo de elite com extraordinários guerreiros, muitos dos quais foram comissionados pelo próprio Davi a comandar outras tropas de seu crescente exército. Dentre todos, havia três notáveis generais. A Bíblia registra os fatos sobre aqueles que, não fosse por Davi, estariam certamente entre os heróis esquecidos: Estes são os nomes dos poderosos que Davi teve: Josebe-Bassebete, filho de Taquemoni, o principal dos capitães; este era Adino, o eznita, que se opusera a oitocentos, e os feriu de uma vez. E depois dele Eleazar, filho de Dodó, filho de Aoí, entre os três valentes que estavam com Davi quando provocaram os filisteus que ali se ajuntaram à peleja, e quando se retiraram os homens de Israel. Este se levantou, e feriu os filisteus, até lhe cansar a mão e ficar a mão pegada à espada; e naquele dia o SENHOR efetuou um grande livramento; e o povo voltou junto dele, somente a tomar o despojo.
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E depois dele Samá, filho de Agé, o hararita, quando os filisteus se ajuntaram numa multidão, onde havia um pedaço de terra cheio de lentilhas, e o povo fugira de diante dos filisteus. Este, pois, se pôs no meio daquele pedaço de terra, e o defendeu, e feriu os filisteus; e o SENHOR efetuou um grande livramento (2Sm 23:8-12).
Se não formos cuidadosos, facilmente nos passará despercebido o fantástico ato de heroísmo relatado nestes cinco versículos. Posso dizer, com base em minha experiência de fuzileiro naval, que eles mereceriam uma genuína medalha de honra. Matar oitocentos homens em uma só batalha seria difícil de se conseguir, até mesmo se estivessem usando armas de fogo. O guerreiro Adino, com sua espada, abateu oitocentos homens armados, treinados e preparados para a guerra. Se assumirmos que em um combate corpo a corpo ele matou um homem por minuto, podemos concluir que tenha lutado, sem trégua, mais de treze horas seguidas. Observe, também, a gana de Eleazar! Enquanto a maioria dos homens de Israel tremia em suas tocas, ele atacou os filisteus – considerados um povo de cães raivosos, armados até os dentes com armas de ferro. E ele lutou tanto tempo seguido, que depois seus colegas tiveram de arrancar a espada, que estava colada na pele da palma de sua mão. E Samá não ficou para trás dos demais. Em outra batalha contra esse mesmo exército cruel, seus companheiros fugiram como gatos amedrontados, mas ele permaneceu em seu posto – sozinho. Três experientes lutadores – Adino, Elezar e Samá –, rijos e tenazes guerreiros, de valor e habilidade inestimáveis. E eles não eram somente fortes, mas também extremamente leais a Davi:
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E teve Davi desejo, e disse: “Quem me dera beber da água da cisterna de Belém, que está junto à porta!”. Então aqueles três poderosos romperam pelo arraial dos filisteus, e tiraram água da cisterna de Belém, que está junto à porta, e a tomaram, e a trouxeram a Davi; porém ele não a quis beber, mas derramou-a perante o SENHOR. E disse: “Guarda-me, ó SENHOR, de que tal faça; beberia eu o sangue dos homens que foram com risco da sua vida?”. De maneira que não a quis beber; isto fizeram aqueles três poderosos (2Sm 23:15-17).
Esse texto sugere-me que aqueles homens não lutaram por Davi em busca de fama, riquezas, nem por algum proeminente cargo no governo. Eles o serviram porque o amavam. Quando Davi contou-lhes, ocasionalmente, que estava desejoso de tomar um copo de água da fonte de sua cidade natal, aqueles homens arriscaram suas vidas, mas conseguiram levá-la até ele. E Davi ficou tão tocado pela devoção que lhe dedicavam, que nem conseguiu desfrutar o seu presente. Aqueles homens partilhavam de um elo de lealdade e dedicação que não caracterizavam a busca pela fama. Eles se devotavam uns aos outros, em volta de uma causa legitimada por Deus. Atrás daqueles três generais havia dois comandantes, Abisai e Benaia. Abisai era irmão de Joabe, o homem que mais tarde tornou-se secretário de guerra de Davi. Abisai ficou famoso por matar trezentos soldados inimigos com uma lança. E, segundo disseram-me, seu manuseio é mais difícil do que o da espada. Melhor ainda que Abisai era Benaia. É o homem que você gostaria de ter ao seu lado numa briga de rua: Também Benaia, filho de Joiada, filho de um homem poderoso de Cabzeel, grande em obras; ele feriu a dois heróis de Moabe; e
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também desceu, e feriu um leão dentro de uma cova, no tempo da neve. Também feriu ele a um homem egípcio, homem de grande altura, de cinco côvados; e trazia o egípcio uma lança na mão, como o órgão do tecelão; mas Benaia desceu contra ele com uma vara, e arrancou a lança da mão do egípcio, e com ela o matou (1Cr 11:22-23).
Como é enfrentar alguém assim? Não sei você, mas, se eu fosse ameaçado por um homem medindo por volta de 2,70 m de altura, com uma lança na mão, a primeira coisa que eu faria seria procurar uma saída... E rápido! Contudo, Benaia não agiu assim. A passagem, na maioria das traduções bíblicas, passa a ideia de que ele estava armado. Mas, na verdade, não estava. A palavra no original sugere algo utilizado por um pastor de ovelhas, ou por alguém que precise de apoio para andar. Portanto, conclui-se que ele se encontrava perante aquele homem enorme, com apenas um cajado nas mãos. Você consegue imaginar, então, a fisionomia do egípcio quando Benaia arrancou-lhe a lança das mãos e precipitou-se sobre ele? De acordo com 2Samuel 23, a lista arrola 37 homens ao todo. Mas você chegou a observar que há um nome muito importante faltando? Onde está Joabe, que por tanto tempo foi o general do exército de Davi e seu secretário de guerra? Os parentes dele são mencionados, mas ele não. Em sua ode sobre os fiéis heróis de guerra a quem creditou seu sucesso, Davi preferiu citar nomes menos conhecidos. Joabe teria muito espaço para ser registrado em outras partes da história da vida de Davi. Aquela ocasião foi escolhida pelo rei para honrar aqueles que não eram ninguém, mas que tornaram possível a sua dinastia. Deus manteve Sua aliança com Davi, providenciando-lhe aqueles guerreiros e rejeitando qualquer outro menos gabaritado (2Sm 23:4-6).
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Pessoas de valor fazem a diferença Esta seção me lembra das filas de cruzes brancas ao longo das colinas varridas pelo vento, na Normandia. Somos livres hoje porque em junho de 1944, durante a batalha de três meses na Normandia, aproximadamente 53 mil ninguéns pagaram o preço máximo para derrotar a tirania nazista. Nada menos que 9.387 marcadores de túmulos dão vista para Omaha Beach, muitas com os nomes de homens que morreram durante as primeiras horas da invasão chamada Dia D. Embaixo de cada marcador branco está uma pessoa de valor porque cada uma teve um impacto no resto da História; cada uma fez a diferença. É um lugar que mexe com a gente. Pessoas que o visitam, perto de Colleville-sur-Mer, na França, muitas vezes choram silenciosamente porque ali os verdadeiros heróis da guerra são honrados. Isto é o que Davi faz aqui. Ele honra os heróis esquecidos que fizeram possível o seu reinado. Com certeza, um reino deve ter um rei, bom e forte, se for durar algum tempo. Mas Davi também apreciava o fato de que reis bons e fortes não podem reinar sem pessoas leais e capazes a seu redor. Ele chamou a atenção às façanhas individuais de seus homens mais capazes e mais confiáveis porque entendeu o impacto que um ninguém pode ter. Uma história que ilustra isso muito bem, e veio-me à cabeça, está registrada em Atos 23:10-23: E, havendo grande dissensão, o tribuno, temendo que Paulo fosse despedaçado por eles, mandou descer a soldadesca, para que o tirassem do meio deles, e o levassem para a fortaleza. E na noite seguinte, apresentando-se-lhe o Senhor, disse: “Paulo, tem ânimo;
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porque, como de mim testificaste em Jerusalém, assim importa que testifiques também em Roma”. E, quando já era dia, alguns dos judeus fizeram uma conspiração, e juraram, dizendo que não comeriam nem beberiam enquanto não matassem a Paulo. E eram mais de quarenta os que fizeram essa conjuração. E estes foram ter com os principais dos sacerdotes e anciãos, e disseram: “Conjuramo-nos, sob pena de maldição, a nada provarmos até que matemos a Paulo. Agora, pois, vós, com o conselho, rogai ao tribuno que vo-lo traga amanhã, como que querendo saber mais alguma coisa de seus negócios, e, antes que chegue, estaremos prontos para o matar”. E o filho da irmã de Paulo, tendo ouvido acerca desta cilada, foi, e entrou na fortaleza, e o anunciou a Paulo. E Paulo, chamando a si um dos centuriões, disse: “Leva este jovem ao tribuno, porque tem alguma coisa que lhe comunicar”. Tomando-o ele, pois, o levou ao tribuno, e disse: “O preso Paulo, chamando-me a si, rogou-me que trouxesse este jovem, que tem alguma coisa para dizer-te”. E o tribuno, tomando-o pela mão, e pondo-se à parte, perguntou-lhe em particular: “Que tens de me contar?”. E disse ele: “Os judeus se concertaram rogar-te que amanhã leves Paulo ao conselho, como que tendo de inquirir dele mais alguma coisa ao certo. Mas tu não os creias; porque mais de quarenta homens de entre eles lhe andam armando ciladas; os quais se obrigaram, sob pena de maldição, a não comer nem beber até que o tenham morto; e já estão apercebidos, esperando de ti promessa”. Então o tribuno despediu o jovem, mandando-lhe que a ninguém dissesse que lhe havia contado aquilo. E, chamando dois centuriões, lhes disse: “Aprontai para as três horas da noite duzentos soldados, e setenta de cavalaria, e duzentos arqueiros para irem até Cesareia” (At 23:10-23).
Você está pronto para mais uma pergunta do teste? Qual era o nome do menino?
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Nunca nos foi revelado. Não sei porque Lucas, sob a direção do Espírito Santo, deixou o sobrinho de Paulo no anonimato. Mas sei que não foi porque era sem valor. Se este ninguém não tivesse sido fiel, o ministério de Paulo teria terminado antes de seu julgamento em Roma. Não haveria carta alguma aos Efésios, aos Filipenses, ou aos Colossenses. Nenhuma carta para Timóteo ou para Tito. Seu testemunho nos grandes tribunais daquele imenso Império nunca teria sido ouvido. Como isso afetaria a História é a dúvida de todos, mas acho que teria sido significativo. Contudo, não desprezo a soberania do Deus Todo-Poderoso ou Sua fidelidade em preservar Seus servos. Simplesmente chamo a atenção a isso para declarar o que parece estar muitas vezes esquecido: sucesso no Reino de Deus em qualquer igreja local depende das pessoas fiéis, das quais o público em geral não tem consciência. Eu detesto quando as pessoas chamam a Stonebriar Community Church, a igreja que pastoreio, de igreja do Chuck. Acredite em mim. Já estive em nosso prédio quando todos já se foram e não tem nada de empolgante ali. Não há luz, som, não há risos, não há louvor, nem oração. Não existe ninguém lá para fazer-lhe companhia ou para encorajá-lo. O centro de louvor tão vibrante e vivo quando o povo de Deus o lota é virtualmente um espaço vazio, solitário e escuro dentro desse prédio quando estou lá sozinho. A igreja é viva só por causa das pessoas que se reúnem lá para louvar a Deus, servir uns aos outros, cantar louvores, oferecer suas orações e sonhar com novas maneiras de mudar a comunidade na qual Deus colocou-nos. A igreja prospera porque todos nós damos as mãos e caminhamos em harmonia, união e humildade em direção aos alvos eternos que valem a pena serem perseguidos.
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Muitas igrejas têm se tornado centros de entretenimento, onde palestrantes, que são estrelas, andam pomposamente e gabam-se de seus fãs. Para muitas igrejas, a plataforma tornou-se o palco de espetáculos para músicos – e digo isso no sentido mais ignóbil. Até quando cantam e gritam o nome de Jesus Cristo, de alguma forma, o foco da atenção está sobre eles, e o louvor do público é para eles. Não, a igreja não se reúne em consideração aos que ficam lá na frente – o pastor, o dirigente do louvor, os músicos. A igreja é a reunião de ninguéns para adorarem o único verdadeiro Alguém: Cristo, nosso Cabeça, o Rei da criação, ressurreto dentre os mortos, sentado junto ao Pai, Comandante do Céu, exercendo total autoridade por todo o tempo e espaço, Perfeito em Sua justiça, Infinito em Sua misericórdia, Santo em Sua perfeição, o único Alguém perfeito que morreu por ninguéns como você e eu.
Ninguéns têm valor duradouro Ninguéns. É o tema deste livro. A maioria é de ninguéns, cujos nomes você nunca ouviu falar. Poucos são os ninguéns de quem você já ouviu falar, pessoas como Caim, Abraão, Esaú e Samuel. Não quero mudar o significado do termo, mas, em algum nível, somos todos ninguéns. A cena final de The lncredible Shrinking Man [O incrível homem que encolhia], de Richard Matheson, ilustra o que quero dizer. Um acidente na ciência levou Scott Carey a uma jornada bizarra que faria com que ele descobrisse a verdadeira natureza de sua insignificância no universo. Ao tornar-se cada vez menos importante – especialmente ao comparar-se ao mundo ao seu redor. Como um cientista com 1,80 m de fama,
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Carey podia mudar seu mundo para melhor. Mas, ao encolher, sua autoimagem implodiu, deixando no vazio qualquer esperança de se tornar alguém. Finalmente, quase de tamanho microscópico, comeu sua última refeição e deitou-se para dormir, talvez para nunca mais acordar. Agora, deitado, silenciosamente olhando as estrelas. Como eram bonitas; como diamantes branco-azulados lançados pelo céu de cetim tinto. Não havia luar iluminando o céu. Havia uma escuridão total, quebrada apenas pelas deslumbrantes estrelas. E a melhor coisa a respeito delas é que elas eram iguais para todo mundo. Ele as via como qualquer homem as via, e isso lhe trouxe um grande contentamento. Ele podia ser pequeno, mas a terra em si era pequena comparada a issoi.
Olhando fixamente para a imensidão do espaço, o homem microscópico percebeu algo importante. Nosso universo é medido por longos períodos e por anos-luz, então, para o Deus que criou tudo, uma pessoa de 1,80 m de altura poderia ter dezoito milímetros, que não faria diferença. Do ponto de vista do céu, somos todos simples pontinhos. Mas cada um de nós é um pontinho que nosso grande Salvador valorizou tanto a ponto de morrer por nós. Em Seu universo, somos todos pessoas pequenas – ninguéns. E, contudo, por causa do sacrifício de Cristo, não existem ninguéns vivendo no planeta Terra. Uma pessoa não se torna importante por ser famosa, pela sua estatura ou por publicidade. Cada um é importante porque Deus assim disse. E isso inclui você. Na opinião de Deus, você é importante. A pergunta, então, é a seguinte: você vai ser o que é?
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Quatro traços que caracterizam pessoas de valor Quanto impacto causamos, ou se é positivo ou negativo, depende grandemente das escolhas que fazemos. Encorajo você a ser a pessoa de valor que você é. Descobri que pessoas de valor – algumas famosas, mas a maioria desconhecidas – compartilham as mesmas características. Aqui existem quatro características que percebi na maioria delas. Devoção desinteressada. Pessoas de alto impacto não se importam a quem é dado o crédito, e nunca reclamam do papel que exercem. Com todos os riscos e com todos os esforços heroicos que os homens de Davi investiram em estabelecer sua monarquia, não lemos a respeito de reclamação alguma ou de alguém que quisesse a glória para si mesmo. Cada um tinha uma devoção desinteressada por Davi e pelos outros, numa grande causa que era maior que qualquer indivíduo. Foco na missão. Pessoas de alto impacto focalizam-se nos objetivos certos e não perdem tempo perseguindo coisas que não têm importância. Muitas organizações perderam-se com coisas sem importância porque seus líderes tiraram seus olhos do objetivo e preocuparam-se com questões menos importantes. Gráficos organizacionais e papéis claramente definidos têm o propósito de apoiar a missão, e não o interesse de alguém. Maneira Harmoniosa. Pessoas de alto impacto alimentam a harmonia com os outros para alcançar um bem maior. Colocam de lado diferenças mesquinhas e preferem não dar importância a ofensas, porque reconhecem que o inimigo está ao redor. Os homens de Davi estavam unidos pelo
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objetivo de colocar Davi no trono de Israel. Quando esses heróis alcançaram sua meta, sentaram-se para o banquete e disseram: Davi, este é um dos grandes momentos de nossas vidas (1Cr 12:38-40). Uma Alegria contagiante. Pessoas de alto impacto inspiram humildade e união nos outros, uma combinação que traz alegria. Estou convencido de que alegria é uma escolha e pode ser a qualidade mais atraente numa pessoa. Pessoas alegres têm mais oportunidades de causar um impacto positivo nas outras pessoas, e raramente deixam um local da maneira que o encontraram. E quanto a você? No começo deste capítulo, fiz várias perguntas, às quais provavelmente você não tenha conseguido responder. Quero fazer mais duas perguntas que ninguém poderá responder, a não ser você mesmo. Você prefere ser uma pessoa de valor ou de renome? Pense com cuidado. A resposta a essa pergunta dará forma a todo seu futuro, assim como as decisões que tomará, a maneira pela qual você se relacionará com as pessoas, e até como você estará cumprindo os papéis que Deus designou a você, fazendo uma diferença positiva em sua responsabilidade. O que é mais importante para você: a qualidade ou o tamanho do seu impacto no mundo? Não responda muito rápido! Essa é uma pergunta que exige um tanto de atenção. Vamos enfrentar os fatos: a maioria de nós está condicionada pelo mundo a pensar que temos ambos, qualidade e tamanho, quando na verdade só temos um deles. Você já sabe qual deles é. Nos capítulos seguintes, recordaremos as vidas de pessoas do passado. Algumas das vidas fascinantes que escolhi destacar estão esquecidas e ignoradas. Algumas são
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personalidades conhecidas do Antigo Testamento, mas certos episódios de suas vidas devem ser revistos. A lição que ensinam precisa ser aprendida por alguns e reaprendida por outros. A maioria dessas pessoas teve um impacto positivo no mundo e nas pessoas ao seu redor. Todavia, poucas deixaram legados trágicos em seu rastro. Ao examinarmos cada uma delas, tentaremos encontrar princípios bíblicos e aplicações práticas para a vida, a fim de que possamos ser o que somos na opinião de Deus... pessoas de valor.
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