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A Falsa Psicologia da Redenção Rudimentos da doutrina de Cristo



Edmilson S. Jesus

A Falsa Psicologia da Redenção Rudimentos da doutrina de Cristo

São Paulo 2014


Copyright © 2014 by Editora Baraúna SE Ltda. Capa Monica Rodrigues Revisão Natália Silveira Diagramação Isaac Tiago CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________ J56f Jesus, Edmilson S. A falsa psicologia de redenção: rudimentos da doutrina de Cristo/ Edmilson S. Jesus. - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2014. ISBN 978-85-7923-916-8 1. Vida cristã - Doutrina bíblica. 2. Espiritualidade. 3. Vida espiritual. I. Título. 14-09341 CDD: 248.4 CDU: 27-423.79 ________________________________________________________________ 05/02/2014 11/02/2014 ________________________________________________________________

Impresso no Brasil Printed in Brazil DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br

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Você é alguém que olha? Ou que põe mãos à obra? Ou que desvia o olhar, põe-se de lado? Nietzsche



Sumário Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Ironia histórica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 A Função dos Escribas .. .. .. .. .. .. .. 13 A Árvore da Ciência do Bem e do Mal ��������19 Potencial de Infinitas Possibilidades ������������ 27 A Liberdade da Vida .. .. .. .. .. .. .. . 33 A doutrina rudimentar do passado .. .. .. .. 43 O Contraste entre João Batista e Jesus Cristo ���������55 A Qualidade da Fé que Herdamos . . . . . . 61 A Liberdade de Cristo .. .. .. .. .. .. .. 68 A escravidão psicológica .. .. .. .. .. .. .. 83 O Pecado Imaginário .. .. .. .. .. .. .. 87 O Significado do Pecado . . . . . . . . . . . . 95 A criação amaldiçoada pela mente .. .. .. 105 O Prêmio de Balaão .. .. .. .. .. .. .. 116


A arte controversa utilizada por Jesus e Nietzsche ��������121 Expediente Necessário .. .. .. .. .. ..

.126

Rudimentos da doutrina de Cristo . . . . . . . . . . . . . . . . 135 Graus de Iniciação Espiritual .. .. .. ..

. 141

Significado da arca da aliança .. .. .. .. .. 149 Bibliografia .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 167


Introdução Existem noções mais elevadas e mais profundas sobre o bem e o mal, moral e imoral. Nietzsche

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o ler o livro O Poder do Agora de autoria de Eckhart Tolle pela primeira vez, obtive um vislumbre da iluminação que durou aproximadamente trinta dias. Eu fiquei num estado alterado de consciência, difícil de explicar com palavras. Depois continuei a minha jornada na busca do autoconhecimento. No final do ano de 2012 adquiri conhecimento sobre a “Transferência de Consciência” através da Física Quântica, então resolvi testar, e aproximadamente seis meses depois, houve o desdobramento de minha Consciência espiritual, cujo resultado consta neste livro. Você está convidado a conhecer a minha experiência e a trajetória na busca espiritual e constatar pessoalmente a realidade do salto quântico de consciência, e a diferença radical entre a letra morta da sabedoria humana intelectual e a Palavra viva, exigente e de autoridade espiritual. Para realçar o objetivo que se destina o conteúdo deste livro, eu faço breves referências também a Caio Fábio, psicanalista clínico e ex-pastor Presbiteriano. Afinal “Quem não é contra A falsa psicologia da redenção - 9


nós é por nós” (Marcos, 9:40). Porém, não tenho nenhuma ligação ou comprometimento com ele, nem com sua instituição. A meu ver, apesar de Caio Fábio ainda utilizar a expressão “pecador por natureza”, acabou por encontrar uma linguagem mais otimista, a qual elimina a culpa e a condenação que a humanidade herdou dos fariseus e de João Batista. Veremos que tal frase pessimista não está equivocada quando se refere apenas à aparência humana e não ao Ser interior. Portanto, vamos esclarecer melhor esta questão fundamental. O interessante é que ele chegou à mesma conclusão que o filósofo Nietzsche a respeito do “cristianismo” que a humanidade herdou. Caio Fábio coloca a diferença e as consequências do caminho religioso trilhado somente pelo esforço e sabedoria intelectual humana (moralismo, repressão) e o caminho da Graça ou da Entrega pela fé (liberdade, harmonia). Verificaremos a importância de Jesus ter utilizado através da arte controversa, uma doutrina rudimentar (expediente de salvação), e como e por que ela foi, mais tarde, abolida. É preciso compreender que a linguagem bíblica se deve àquela época e a mentalidade daquele povo. Portanto, a expressão “Cristo”, descrita nos Evangelhos, pode ser abordada e compreendida através de outras palavras e de ângulos completamente diferentes. E esta é a proposta deste livro, colocar o assunto em ângulos diferentes. O termo “Consciência”, aqui empregado, tem um significado mais abrangente que o significado comumente utilizado. Diferente também do significado “razão” dado pelo filósofo Nietzsche. Inclusive, o que eu denomino “equilíbrio” ou “mudança de inclinação das compulsões”, tem o mesmo significado do termo “Auto Reguladores” utilizado por

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Wilhelm Reich (Psiquiatra e Psicanalista Austríaco). Eu não utilizo o termo esotérico “pluralidade dos egos”, nem os termos utilizados pela Psicologia atual, como Superego e Id, para não complicar e deixar a questão ainda mais difícil e insolúvel. Utilizo também alguns versículos bíblicos e pequenos textos do filósofo Nietzsche, relacionados ao conteúdo escrito. Portanto, caso o leitor tenha algum preconceito contra a Bíblia e/ou contra o Nietzsche, deixe de lado por enquanto, pois vale a pena conhecer certos detalhes e enigmas da Bíblia, e o correto significado das palavras do Nietzsche através de sua arte controversa. Assim, o leitor perceberá que fizeram um julgamento injusto a respeito deste inteligente e polêmico filósofo. O termo “equilíbrio” aqui utilizado, não tem o mesmo sentido de “estático”, porém de harmonia. E a palavra “Vida” se refere à Vida universal (Onipresença, Onipotência, Onisciência) e não a vida orgânica. E para simplificar, às vezes eu descrevo cérebro duplo e mente dualística como sendo uma coisa só, porque existe uma interação entre ambos, semelhante a um computador (hardware e software), pois, embora o cérebro seja físico e palpável, a mente é virtual. Analogicamente, o cérebro seria o hardware e a mente o software. No final de alguns subtítulos, descreverei o conteúdo de alguns versículos selecionados e sugeridos, para o caso de alguém não ter uma Bíblia em mãos para consultar. Também gostaria de antecipar que eu não pertenço a nenhuma religião ou tradição espiritual. Tenha uma boa leitura! O Autor!

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Ironia histórica Sob o domínio da moralidade do costume, toda espécie de originalidade adquiriu má consciência; até o momento de hoje, o horizonte dos melhores tornou-se ainda mais sombrio do que deveria ser. Nietzsche

A Função dos Escribas Qual a procedência da lógica na mente humana? Sem dúvida alguma, do ilogismo, cujo domínio deve ter sido imenso no princípio. Todavia, muitos seres que raciocinavam de maneira completamente diversa da atual desapareceram: e é bem provável que ela fosse mais verdadeira! (Nietzsche).

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om base em informações do historiador Flávio Josefo e do próprio Jesus Cristo, investigaremos o que houve na história bíblica, que de alguma forma interferiu no futuro da humanidade. Para tanto, analisaremos a função dos escribas e o funcionamento do complexo cérebro humano, responsável pela história da humanidade. Contudo, utilizarei apeA falsa psicologia da redenção - 13


nas alguns versículos estratégicos e necessários, os quais revelam a questão do problema. Posteriormente, no sexto capítulo estudaremos também os rudimentos da doutrina de Cristo. Como e por que tal doutrina rudimentar foi utilizada e posteriormente abolida. O termo “escribas” refere-se aos chamados doutores e mestres. Homens especializados no estudo e na explicação da lei ou Torá (doutrinas religiosas antigas). Eles tinham grande influência e eram muito considerados pelo povo. Existiam escribas partidários de diferentes seitas, tais como os fariseus (a maioria), saduceus e essênios. No Novo Testamento a maioria dos escribas se opôs aos ensinamentos diferentes e revolucionários de Jesus (Marcos, 14:1˚), (Lucas, 22:2). Jesus os criticou por causa de suas atitudes moralistas e hipócritas ao mesmo tempo (Mateus 23:1 a 39), (Lucas, 11:45 a 52). Alguns escribas ficaram famosos, tais como Hillel e Sammai. Ambos eram líderes de tendências opostas na interpretação da lei. Hillel era mais liberal e Sammai era mais rigoroso, moralista e conservador. A Casa de Shamai, por exemplo, pregava que um homem só podia se divorciar de sua esposa por uma transgressão grave, mas a Casa de Hillel permitia o divórcio por delitos triviais. Estas questões eram apenas costumes sociais e/ou religiosos, tratados por pessoas de diferentes opiniões. Após o desaparecimento do templo de Jerusalém, no ano 70, não havendo mais a figura do sacerdócio judaico, a influência dos escribas passou a ser ainda maior. Os escribas eram profissionais que tinham a função de escrever textos, registrar dados numéricos, redigir leis, co-

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piar e arquivar informações. Como era uma arte que poucas pessoas dominavam, eles possuíam grande destaque social. Eram geralmente funcionários reais, comandados pelo governante e deviam registrar tudo o que seu superior ordenasse. Alguns eram mais independentes. No Egito antigo, eles tinham uma importante função e ocupavam lugar de destaque na sociedade egípicia, pois eram conhecedores da escrita demótica e dos hieróglifos. Os escribas ainda escreviam sobre a vida dos faraós, registravam a cobrança de impostos e copiavam textos sagrados de outros livros antigos e da Bíblia. Como copistas, eles passavam longos períodos de tempo copiando livros. Isto era necessário porque os registros eram feitos em materiais frágeis, tais como tabuletas de barro, papiro e, mais tarde, pergaminho, os quais se deterioravam com facilidade. Para que os registros não se perdessem, os escribas faziam sempre novas cópias. Faziam parte da elite social de todos os reinos, dada a sua importância. Era uma importante figura nos vários aspectos da administração civil, militar e religioso do antigo Egito. Eles se encarregavam de organizar e distribuir a produção; de controlar a ordem pública; de supervisionar todo e qualquer tipo de atividade. Obedeciam a autoridade dos faraós ou dos templos. Conhecer a escrita era a chave para toda a erudição daquele tempo e os escribas se tornaram os depositários da cultura leiga e religiosa, dominando assim, todas as atividades profissionais, a ponto de ocuparem até os cargos de oficiais do exécito durante o império novo.

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