Misael Benjamim
Língua, Linguagem e Linguística
São Paulo 2016
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Imagem da capa Misael Benjamim Revisão
Misael Benjamim
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________ M657L Rocha, Misael Língua, linguagem e linguística / Misael Rocha. - 1. ed. - São Paulo : Baraúna, 2016. : il. ISBN 978-85-437-0700-6 1. Aquisição de linguagem. 2. Psicolinguística. 3. Linguística. I. Título. 16-36342
CDD: 401.9 CDU: 81'42
________________________________________________________________ 19/09/2016 22/09/2016 Impresso no Brasil Printed in Brazil
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Sumário Apresentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Capítulo I - Escrita, Fragmentos e História . . . . . 13 1. Mais Antigo Instrumento de Escrita . . . . . . 14 2. A Escrita Cuneiforme da Mesopotâmia. . . 19 3. Escrita do Egito Antigo . . . . . . . . . . . . . . . 23 4. Fenícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 5. Língua Grega. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 6. O Mito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 7. Rômulo e Remo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 8. Origem e Fundação Romana. . . . . . . . . . 39 Capítulo II - Outras Línguas Neolatinas. . . . . . . . 47 1. A Romanização da Língua. . . . . . . . . . . . 47 2. Línguas Indo-europeias. . . . . . . . . . . . . . . 50 3. Línguas Camito-semíticas. . . . . . . . . . . . . 53 4. Latim e Expressões na Atualidade. . . . . . . 54 5. Alguns Verbos do Latim. . . . . . . . . . . . . . . 55 6. Latim e Declinações. . . . . . . . . . . . . . . . . 58 7. Noções de Análises de Morfologia e Sintática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Capítulo III - Língua Portuguesa e Sua Evolução. . 83 1. Línguas do Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 2. Alfabeto Antigamente e Atualmente. . . . 85 3. Pronúncia fonética. . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 4. Os fonemas vocálicos . . . . . . . . . . . . . . . 90 5. Classificação dos Fonemas Vocálicos . . . 91 6. Classificação dos Fonemas Consonantais . . 93 Capítulo IV - Conhecimento do Léxico . . . . . . . 97 1. Léxico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 2. Reunião e Organização Lexical . . . . . . . 101 3. Campo Lexical. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 4. Campo Semântico. . . . . . . . . . . . . . . . . 102 5. Línguas Criadas por Convenção. . . . . . . 104 6. Línguas Quanto ao Uso. . . . . . . . . . . . . . 109 Capítulo V - Pré-linguísticos e Paralinguísticos . 111 1. Oratória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 Capítulo VI - Linguagem da Idade Média. . . . 121 1. Linguagem e Epitome da Idade Média até o Século XVIII. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 2. Língua Indo-europeia e seu Reconhecimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 Capítulo VII - Variações Linguísticas. . . . . . . . . 129 1. Variação Sincrônica e Diacrônica. . . . . . 129 2. Variação Diatópica. . . . . . . . . . . . . . . . . 130
3. Variação Diastrática. . . . . . . . . . . . . . . . 131 4. Variação Diamésia. . . . . . . . . . . . . . . . . 133 5. Variação na Própria Variação. . . . . . . . . 135 Capítulo VIII - Normas das Línguas. . . . . . . . . . 143 1. Norma Culta e Norma Padrão . . . . . . . . 143 2. O filme (A Missão- The Mission 1986). . . . 146 3. Trabalhos Escravos . . . . . . . . . . . . . . . . . 147 Capítulo IX - Gramáticas da Língua Portuguesa. . 155 1. Gramática Internalizada ou “Interiorizada”. . 155 2. Gramática Descritiva ou Sincrônica . . . . 157 3. Gramática Estrutural: Ferdinand de Saussure. 160 4. Gramática Histórico-Comparativa Bopp e Grimm. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164 5. Gramática Prescritiva ou Normativa . . . . 168 6. Gramática Gerativista de Noam Chomsky . 172 7. Gramática Funcional de Roman Jakobson. 182 8. Função da Linguagem e Elemento de Comunicação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184 9. Os Elementos de Comunicações e Suas Premissas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187 10. As Funções da Linguagem. . . . . . . . . . 188 11. A Função Referencial. . . . . . . . . . . . . . 189 12. Função Emotiva ou Expressiva . . . . . . . 190 13. Função Conativa ou Apelativa. . . . . . . 191 14. Função Fática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193 15. Função Metalinguística. . . . . . . . . . . . . 195
16. Função Poética ou Estética . . . . . . . . . 196 Capítulo X - Linguagem e Gênero Textual. . . . 199 1. Linguagem Social, Tipologia e Gênero Textual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199 2. O Estudo de Tipologia e Gênero Textual:.203 3. Textos Narrativos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 208 4. Textos Injuntivos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213 5. Textos Descritivos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 214 6. Textos Expositivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217 7. Textos Argumentativos. . . . . . . . . . . . . . . 220 8. “Tipologias Textuais Segundo Werlich (1973)”. . 222 9. Reflexões sobre gêneros textuais . . . . . . 224 Capítulo XI - Linguagem Verbal, Psicológica e Polidez da Face. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 227 1. Linguagem Verbal . . . . . . . . . . . . . . . . . 227 2. Linguagem Psicológica. . . . . . . . . . . . . 229 3. Desenvolvimento Humano: Vigotski. . . . . 240 4. Polidez da Face . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243 5. Face Negativa e Face Positiva. . . . . . . . 245 Capítulo XII - Poesia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 249 1. Linguagem Poética . . . . . . . . . . . . . . . . 249 2. Classificação das silabas métricas referente às escritas poéticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252 3. Texto 1 “Camões/ Poema Tradicional” . . 254 4. Texto 2 “Misael Benjamim/ Poema Livre”. . 255
5. Texto 3 “Olavo Bilac/ Poema Tradicional” . 256 6. Texto 4 “Misael Benjamim/ Poema Livre”. . 257 7. Texto -5- Poema livre: Fernando Pessoa . . 258 Capítulo XIII - Linguagem Evolutiva . . . . . . . . . 261 1. Linguagem Tecnológica Moderna . . . . . 261 2. As Palavras Fora de Ordem. . . . . . . . . . . 264 3. Os Centros Cerebrais . . . . . . . . . . . . . . . 265 Capítulo XIV - (Coesão e Coerência Textual) (Letramento e Analfabetismo). . . . . . . . . . . . . . . . . . 269 1. Coesão e Coerência Textual . . . . . . . . . 269 2 Letramento e Analfabetismo . . . . . . . . . . 276 3. Analfabetismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 279 4. Analfabetismo Absoluto . . . . . . . . . . . . . 281 5. Analfabetismo Funcional . . . . . . . . . . . . 281 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 285 Sobre o Autor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 287 A nova ortografia da língua portuguêsa. . . . . . 289 Referências bibliográficas. . . . . . . . . . . . . . . . . 343
APRESENTAÇÃO Este livro foi elaborado com objetivo de auxiliar alunos, professores estudantes do curso de graduação em letras, linguística, pedagogia, história e pessoas que procuram estar em posse de informações necessárias ao bom desenvolvimento da glossologia, ou seja, estudo científico e afeições da língua, assim como suas variações, transformações e evoluções que a língua portuguesa está a passar por um longo período de tempo. O desenvolvimento inicial da obra foi constituído por fragmentos históricos. A linguagem escrita por ser característica própria do homem, com ela pode-se retratar todos os fatos de forma minuciosa a posterioridade, e assim como ferramenta, sua utilização difere da oralidade de nossa língua, entretanto, são paralelamente ligadas, enguanto que, ao fazer do uso da falácia, e em determinadas palavras podemos convencer certa pessoa, já na utilização da escrita é mais dificil, pois não são todos que possuem o domínio da linguagem escrita. Dessa forma, procurei elaborar o livro mais simples possível. Imaginar uma pessoa sem o devido conhecimento da linguagem escrita, provavelmente seria como se fosse totalmente cega ou surda, sobretudo, desprovida da técnica ou instrumento de pesquisa que temos decorrente 11
de mais cinco milênios, desenvolvida no início pelo sistema pictográfico e sua evolução pelo empenho do ser humano, com objetivo de simplificar e deixar mais fácil ao entendimento entre todos que dominam a linguagem escrita. Sim, o homem é o único entre todas as outras espécies a dominar a escrita, e possuir inteligência de modo a usar dela para se comunicar com outros de nossa raça. Explicar o fomentar da língua, seria impossível sem entender sua evolução sofrida em decorrência do tempo, por este prima, no denodo do saber e sua real coerência a respeito dos estudos “pré-linguísticos” e “paralinguísticos”, por momentos procuramos entender fatos da Antiguidade e também a conhecer o estudo do “certo e errado”, assim como o estudo “filosófico”. E, estudos esses da Antiguidade que de certo, colaboraram para o nosso desenvolvimento da linguagem e linguística da Atualidade. Muito se deu até reforma ortográfica, e como esse novo acordo passou a ser? O acordo ortográfico da língua portuguesa foi aprovado, em 16 de dezembro de 1990. Pelos oitos países lusófonos (que falam o português como língua nacional). No Brasil, somente em 1995, o congresso aprovou oficialmente, no qual, ratificou com a assinatura do presidente da República Luis Inácio Lula da Silva em 29 de setembro de 2008, mas com início de vigência marcado para 1° de janeiro de 2009, e um período para que a população pudesse se adaptar até 2012. Nas páginas finais do livro há uma reprodução similar do acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, e todos os países que fizeram parte desse acordo.
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Capítulo I
Escrita, Fragmentos e História A linguagem escrita e seus códigos linguísticos, são uma forma de transmitir ideias entre locutor e interlocutor, essa unidade de origem organizada da linguagem humana, simbolizada pela associação entre um significado e um significante, ou seja, entre uma síntese e uma linguagem acústica é um signo. Linguagem que difere de todo conjunto de indivíduos de igual natureza ou essência, que exibe cunho especial que distingue as coisas entre si, comuns pelos quais são inexatos dos outros grupos de indivíduos pertencentes ao mesmo gênero, em outras palavras, nossa espécie se baseia em conceitos de signos e significados linguísticos. Entender desta forma os signos e significados vamos dar uma volta ao passado e ver como tudo começou: no final do primeiro período da era quaternária e da Pré- História em que aparece os primeiros homens que trabalhavam a pedra, temos os surgimentos de pinturas rupestres, pinturas essas que são os primeiros indícios de escritas, ou seja, proto-escrita, pinturas rupestres que 13
transmitiam mensagens através de desenhos, conhecido como pictografia (Lat. Pictu, desenhado + Gr. Gráphein, escrever), sistema primitivo de escrita. Esse sistema primitivo que surgiu não podemos chamar de escrita, mas sim proto-escrita, pois não tinha um significado linguístico que mandava uma mensagem completa, entretanto, sua base evolutiva contribuiu para formação e criação da língua e seus códigos linguísticos, nesse período o homem fez uso de pictografia, ideogramas, mnemônicos (ferramentas de memória) e usos de sistemas numéricos, assim para transmitir aquilo em que o homem desejava, já era um dos primeiros estágios da escrita. Exemplo desse fato; podemos dizer o “Osso de Ishango”, do Zaire, um dos mais antigos instrumento de escrita, datado por tecnologia da era moderna radiocarbono, aproximadamente 9000 a.C. Possivelmente um calendário lunar, notação númerica ou mesmo um sistema mnemônicos:
1. Mais Antigo Instrumento de Escrita
Figura 1: Osso de Ishango do Zaire, mais Antigo instrumento de escrita. 14
O Osso de Ishango, sua escrita ainda não poderia ser completa, por não haver uma conexão relativo à fala articulada, e no quesito em que dizemos na definição de escrita completa, esta marcação não vem preencher todos requisitos de forma totalizada, na transmissão e representação abstrata e geral de um objeto ou relação, ou seja, conceito a respeito de algo ou mesmo uma visão aproximada. E, pelo conceito da escrita que podemos definir como completa se dá por três etapas evolutivas que são: a escrita completa transmite comunicação, transmite marcações gráficas ou eletrônicas, exemplos: pinturas feitas em cavernas, nas superficies de paredes em rochas e na modernidade em muros, essa escrita completa transmite marcas que relacionem de forma convencional, de maneira transmitir aquilo em que deseja ao receptor. A escrita antiga preenche somente um desses requisitos, mas não os três, sua representação através dos desenhos pictográficos dá a entender que o homem estava a caçar, ou mesmo a pescar. Entretanto, somente quando ele conseguiu elaborar uma escrita completa podemos dizer que era a escrita plena, essa escrita passou por um longo período evolutivo em uma região de comércio, mas a escrita não evoluiu por si só naturalmente, a necessidade do homem transmitir outras informações, que não havia possibilidade de transmitir pelo sistema pictográfico, levou a uma evolução sistemática dos códigos linguísticos. Exemplos de desenhos pictográficos: onde mostra caçadores e suas presas com uma das primeiras escritas não completa, contudo, dá para compreender a mensagem em que o artista tentou passar ao transmitir suas ideias. O ob15