O que disseram de mim?
Eu fui assim!
Manoel D. Rocha
O que disseram de mim?
Eu fui assim!
SĂŁo Paulo 2014
Copyright © 2014 by Editora Baraúna SE Ltda Capa
Jacilene Moraes Diagramação
Camila C. Morais Revisão
Pérola Benitez
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ______________________________________________________________________________ R574q Rocha, Manoel D. O que disseram de mim?: Eu fui assim!/Manoel D. Rocha. - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2014. ISBN 978-85-437-0038-0 1. Rocha, Wagner Castro, Padre - Biografia - 1976-. 2. Igreja Católica. I. Título. 14-09714 CDD: 232.91 CDU: 232.931 ______________________________________________________________________________ 17/02/2014 20/02/2014 ______________________________________________________________________________
Impresso no Brasil Printed in Brazil DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br
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Este livro é dedicado à minha esposa Ivanda, meus filhos: Emerson, Wellington, Cleitison e Luana, mesmo com a nossa perda insubstituível, continuamos uma família unida e feliz na graça de Deus.
Agradecimentos
A
ntes de tudo agradeço a Deus, que mesmo nos meus momentos de pesar e dor me deu conforto, inspiração e ânimo para iniciar e concluir este trabalho. Minha grande gratidão ao Excelentíssimo Reverendíssimo Dom Edson Santana de Oliveira, bispo da Diocese de Eunápólis, Bahia, que acolheu o Wagner, vendo através de suas palavras sinceridade, e que era questão de uma nova oportunidade para dar continuidade a sua vocação, e ter se tornado o padre que foi. Gratidão também ao senhor Padre José Carlos Parmagnani e ao senhor Padre Francisco Saraiva por terem fornecido detalhes de sua caminhada que empreendeu sob a orientação deles. Agradecimentos ao senhor Padre Moacir Marconcini que me emocionou numa tarde com um depoimento sincero sobre a sua vivência e amizade fraternal com o Padre Wagner. Meus agradecimentos também ao senhor Padre Frei Anailton pelo diálogo que tivemos, de fundamental importância, no conhecimento de fatos que eu não os conhecia, como também ter resgatado algo que era pessoal do Padre Wagner e ter nos ofertado como lembrança. Agradeço por todos os que compreenderam o meu trabalho e colaboraram de maneira generosa e carinhosa nos fornecendo material com seus comentários, depoimentos ou testemunhos, bem como aqueles
com quem conversamos e enriqueceram ainda mais minhas lembranças com lindas histórias que recordaram de sua vida, minha eterna gratidão, pois sem vocês eu não conseguiria dar andamento ao nosso projeto. Agradeço aos meus filhos: Emerson, Cleitison, Wellington e Luana, pelo incentivo que me deram e por me compreenderem e respeitarem nos momentos em que a emoção foi mais forte. Ao Padre José Clodoaldo – pároco da Paróquia Santo Antônio de Sant’Anna Galvão (Frei Galvão) e comunidade São Judas Tadeu, um amigo nos momentos de incertezas que temos na vida. Agradeço pela sua generosa atenção em dissipar as dúvidas na interpretação dos textos bíblicos. Não poderia deixar de agradecer à minha esposa Ivanda, que mesmo no seu sentimento de dor, foi de fundamental importância nos detalhes de suas memórias sobre o Wagner. Você foi incentivadora e minha amiga nos momentos em que juntos choramos e quando estivemos precisando um do outro.
Apresentação
“Com o tempo nosso nome cairá no esquecimento, e ninguém se lembrará de nossas obras, nossa vida passará como os traços de uma nuvem, ela desvanecerá como uma névoa que os raios do sol expulsam, e que seu calor dissipa”. (Sab, 2,4) – Falsa mentalidade dos ímpios.
Q
uando decidi escrever este livro eu relutei bastante. Tinha somente uma ideia dentro de mim. Não tive o pensamento dessa mentalidade dos ímpios, como está no livro da sabedoria. Queria contar sobre uma vida que tinha sido arrebatada do nosso convívio. Não queria deixar dúvidas quanto à veracidade do conteúdo escrito, assim como os fatos. A luz da ideia estava acesa, faltava eu tomar aquele choque para que fosse dado o impulso para começar. Mas eu me perguntei: “Como vou escrever, não sou escritor, só tenho um pouco da noção, não sei nem mesmo como começar, que devo fazer?” Só sei que era uma meta minha e eu tinha de chegar ao meu objetivo, nisto eu estava convicto. Então não deixei que o medo me dominasse, e comecei a coordenar as ideais e dei início, assim eu não iria desistir. Não é uma biografia, pois eu poderia anacronizar os fatos. Não é um romance, pois não há nada de ficção. É uma narrativa de
fatos reais que aconteceram na sua vida. Então, diante disso eu escrevi um pouco de tudo, que hoje são memórias de meu filho, como filho e como um sacerdote (padre). Procurei narrar os fatos de maneira objetiva, numa linguagem fácil para que fossem bem entendidas, não sendo lacônicos como também não sendo prolixos. Procurei também narrar os fatos e acontecimentos num índice-cronológico, mostrando as etapas de sua vida, desde o nascimento, passando pela infância, adolescência, juventude, caminhada para o sacerdócio e sacerdócio. Em algumas vezes que escrevi algo para homenageá-lo, sempre deixei claro que eu era suspeito em falar sobre sua pessoa. Mesmo na narrativa do livro eu procurei não exaltá-lo, não falar de suas conquistas dentro do seu objetivo para a vida. Até no título para o meu trabalho ficou bem claro tudo isso. Como mencionei em todos os momentos que pedi a colaboração de todos para me fornecerem material como: testemunhos, comentários ou depoimentos daqueles que o conheceram e tiveram uma vivência com ele. Quando tive a vontade de escrever, a ideia inicial era fazer o livro somente com os depoimentos, comentários e testemunhos, mas depois eu fui vendo que eu poderia contar como foi sua vida em família, sua infância, seu início de caminhada, enfim, contar o que eu vi e o que ele nos contava. Não queria contar o que ficava sabendo através do povo. Diante de tudo isso foi que escolhi para título do livro: “O que disseram de mim?” (Eu fui assim!) A princípio o nome seria somente “O que disseram de mim?”, porque era o que iam dizer sobre ele. Depois conversando com pessoas que vivenciaram com ele, fui percebendo que todos sempre me falavam: “O padre Wagner era assim! O padre Wagner foi assim!” Então completei com subtítulo: “Eu fui assim!” E ele era alegre, dedicado, responsável, atencioso, amoroso, e não por ser meu filho, mas todo adjetivo de boa qualidade de uma pessoa pode ser atribuído a ele. Essas suas qualidades já vinham de dentro, eram do seu “Eu”. Qualidades que ele levou até seu último dia. Desde cedo demonstrava obediência tanto aos pais como para Deus. A nós, pais, porque sempre procurou nos ouvir, dar atenção ao que falávamos que não era certo. Se algumas vezes precisávamos
dar aquele ‘puxão de orelha’ (coisa rara), tendo de ser um pouco mais ríspidos, ele aceitava e ficava em silêncio, não demonstrava ter ficado chateado ou com ressentimento. Quando tomou a decisão de ser padre, não me deixou surpreso, pois já o via neste caminho. Teve todo meu apoio e procurei acompanhá-lo dentro do possível. Na minha narrativa procurei não mostrar como a caminhada para o sacerdócio foi difícil, os percalços que, se a pessoa for fraca na vocação e não ter perseverança no seu objetivo, talvez desista. A caminhada é como um barco em alto-mar. Quando navega em calmaria, está tudo correndo bem, mas quando vem a tempestade, é onde acontecem os transtornos. Com o Wagner não foi diferente, durante sua navegação muitas tempestades aconteceram, e com muita luta, obstinação e muita fé em Deus, que ele colocava sempre à frente de tudo, veio finalmente a bonança. Devido a essa luta, obstinação e fé, foi que eu sentia (e sinto) orgulho dele. Confesso que eu nunca vi uma pessoa ser tão perseverante e tão cheia de fé para conseguir chegar ao objetivo de sua vocação. Enfrentou a tudo e a todos sem desrespeitar sua obediência. Não se deixava dominar pelo medo. Nunca ‘baixou’ a cabeça, mesmo diante das injustiças, tribulações e adversidades, nem pensou jamais em desistir. Foi realmente um grande VENCEDOR. Decepções que lhe trouxeram tristezas só lhe deixaram mais fortificado em Deus. Teve momentos de angústia, mas até o Senhor diante de sua suprema angústia pediu ao Pai conforto, (ver LC, 22,42), e ele, o Wagner, com certeza também teve esse conforto. Uma pessoa cheia de entusiasmo e que acreditava fielmente nessa força. O tempo para ele era como uma ‘nuvem passageira’, passava muito rápido. Diante de tudo isso não desperdiçava esse tempo, procurava ser ágil nas coisas, tendo às vezes de ser versátil, não gostava de improvisar, se tinha de fazer algo, que fosse feito com amor. Erros e defeitos? É do ser humano, todos nós cometemos e temos. O que não podemos distinguir são as nossas virtudes e acertos. Se as virtudes e acertos tiverem destaques, os defeitos ficam diminuí-
dos. Só o “Grande Homem” não teve erros e defeitos, foi perfeito em tudo. O Padre Wagner não se limitou a fazer estritamente o necessário, trabalhava por amor e entusiasmo, não por obrigação de ser padre, dedicava totalmente sua alma ao seu trabalho evangelizador. Por tudo isso está aí o que deixou como legado: O amor a Deus acima de tudo, o amor à igreja e aos assuntos da igreja, ao seu irmão, à evangelização, tanto com obras como com palavras, ao próximo (aos doentes, aos fracos na fé, aos que precisam ser compreendidos, enfim, a todos aqueles que vivem no sofrimento, marginalizados sem esperança de dias melhores). Deixou o seu entusiasmo, seus sonhos, sua garra ao trabalho, sua valorização às coisas de Deus, sua alegria, seu carinho, sua simplicidade, sua humildade, sua perseverança, sua honestidade, foi direito, íntegro, respeitoso e fiel a tudo que era de Deus. Como herança do seu trabalho, para ser visto e herdado pelos seus “filhos”, como eram chamados por ele, transformou em menos de cinco anos um velho ‘galpão’ em uma obra estruturada para ser o Centro Pastoral Mariano. Em menos de cinco anos, realizou um de seus maiores sonhos como administrador da comunidade, apesar de alguns incrédulos, transformou a Quase-Paróquia Nossa Senhora da Paz em uma verdadeira Paróquia. Formou coordenadores para as pastorais e deixou a paróquia com toda estrutura administrativa, todas pastorais e grupos formados e atuantes. Hoje muitos comentam sua trajetória de vida como padre, que foi curta, mas que deverá ser para sempre na lembrança dos corações de muitos. Padre Wagner, em sua nova morada deve estar perguntando: “O que disseram de mim?” E ao mesmo tempo dando a resposta: “Eu fui assim!” Manoel D. Rocha, seu pai e autor.
Biografia
P
adre Wagner Castro Rocha nasceu em Fortaleza, Ceará, no dia 30 de agosto de 1976, filho de Manoel Domingos Rocha e Ivanda Castro Rocha, mudou-se, ainda criança, para São Paulo com sua família no ano de 1979, onde teve toda sua formação acadêmica. Concluiu o primeiro grau no ano de 1991 na Escola Municipal Dr. Antônio Carlos de Abreu Sodré e o segundo grau na Escola Estadual do Primeiro e Segundo Grau Sinhá Pantoja, em 1994. Desde cedo sentiu o desejo pela vida religiosa, aos 14 anos entrou para o Grupo dos Vocacionais na Paróquia Bom Jesus da Piraporinha – Diocese de Campo Limpo – São Paulo, capital. Cursou Filosofia no Instituto Superior de Filosofia e Ciências Religiosas São Boaventura, concluindo no ano de 1998. Cursou Teologia na Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, concluído em 2002. Recebeu os Ministérios de Leitor e Acólito, já no Seminário Diocesano Nossa Senhora da Penha, no dia 28 de agosto de 2001, por Dom Fernando Legal, S.D.B. bispo diocesano de São Miguel Paulista – São Paulo, capital. Chegou à Diocese de Eunápolis, situada no Estado da Bahia,
no ano de 2004, por intermédio da Irmã Benta, para fazer parte dos “Apóstolos do Evangelho”. No período em que foi seminarista, prestou serviços na Cúria Diocesana. Em 07 de setembro de 2006 foi ordenado Diácono e logo em 10 de outubro de 2006 assumiu a administração paroquial da Quase-Paróquia Nossa Senhora da Paz – Fontana I em Porto Seguro, Bahia, exercendo ali o Ministério da Diaconia. Em 19 de fevereiro 2007, durante o XVI Reviver, foi ordenado Presbítero pela imposição das mãos e oração consecratória do Excelentíssimo Reverendíssimo Bispo Diocesano Dom José Edson Santana Oliveira, onde permaneceu no ministério com aquela comunidade de fiéis. Como fruto do seu trabalho e reconhecimento da igreja, em 01 de novembro de 2011 viu realizado um de seus sonhos, a elevação da Quase-Paróquia em Paróquia Nossa Senhora da Paz, sendo assim o primeiro Pároco até 20 de fevereiro de 2012, quando Deus em Seus desígnios o arrebatou para a casa paterna.
Sumário
Capítulo I - A infância.................................................................. 19 Capítulo II - Adolescência e juventude.......................................... 23 Capítulo III - A caminhada........................................................... 30 Capítulo IV - diácono e sacerdote................................................. 41 Comentários e testemunhos - Sobre o padre Wagner..................... 59 Índice de fotos............................................................................. 164