Projetando Sentidos no Ensino de Química Experiência de uma Escola Pública
Eduardo Ribeiro Mueller
Projetando Sentidos no Ensino de Química Experiência de uma Escola Pública
São Paulo 2011
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M918p
Mueller, Eduardo Ribeiro Projetando sentidos no ensino de química : experiência de uma escola pública / Eduardo Ribeiro Mueller. - São Paulo : Baraúna, 2011. Inclui índice ISBN 978-85-7923-370-8 1. Prática de ensino. 2. Planejamento educacional. 3. Química - (Ensino médio) - Estudo e ensino. 4. Professores - Formação. I. Título. 11-3676.
CDD: 370.7 CDU: 371.3
17.06.11 21.06.11
027365
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Dedicat贸ria Aos meus pais, dona Ana e seu Dagmar
Agradecimentos Agradeço em primeiro lugar a Deus e Nossa Senhora Aparecida, por terem, desde que sempre orei, me agraciado com vitórias importantes; não foi diferente dessa vez. Agradeço a todos que tem estado perto de mim e que, de alguma forma, contribuíram para que eu chegasse até aqui. Todos os meus mestres, cada um à sua maneira, foi para mim, fonte ímpar de socialização de saberes; a Paulo Freire pela transformação depois da leitura de sua obra “Pedagogia da Autonomia”. Em especial, agradeço a meus familiares – Glades, Arthur, Suely e o pequeno Augusto e à querida Irene, por acreditar em mim como profissional e como pessoa.
“A química orgânica hoje em dia quase me tira o juízo. Dá-me a impressão de uma floresta virgem tropical cheia de coisas extraordinárias, uma temerosa selva interminável, na qual não nos atrevemos a penetrar com receio de não encontrarmos a saída”.
Friedrich Wöhler, 1835
Resumo O presente trabalho tem como referência o planejamento curricular de Química – 3º ano “A” do ensino médio – desenvolvido no ano de 2006 na Escola Estadual 12 de Abril, município de Terra Nova do Norte – MT. Teve como objetivo a efetivação de uma nova proposta de atuação pedagógica no ensino/aprendizagem de química, proporcionando, ao conhecimento trabalhado, significações vinculadas à realidade, e ao estudante, compreensão do seu papel sócio-econômico e ambiental nas relações que permeiam a realidade ora considerada. Para isso, o professor buscou utilizar-se de signos e instrumentos que mediassem o conhecimento; o foco de ensino deixou de ser o aluno, isoladamente, e se voltou para as interações discursivas e mediadas. O redimensionamento do conteúdo e da metodologia, aplicando neles algumas essências pedagógicas, foi feito como uma tentativa de que a aprendizagem se tornasse mais dinâmica e signifi-
cativa. O desenvolvimento desses conteúdos se deu com a construção de conceitos em sala de aula; com a análise crítica de textos científicos por meio de debates; com experimentos em laboratório, aulas mediadas por vídeos e por meio de jogo paradidático. No que tange à pesquisa, os resultados mais relevantes apresentaram a este trabalho a perspectiva da dinamização do ensino de química no âmbito de seu objetivo, ou seja, na metodologia. Essa dinamização precisou-me da não necessidade de assimilação dos nomes através de sua decoreba e sim do contexto no qual eles poderiam estar inseridos. Assim, utilizar-se de substâncias como gasolina e leite, ou materiais como fraldas, camisinha e lixo doméstico só foram possíveis a partir da compreensão que tive do resultado da pesquisa como possível caminho a trilhar com o planejamento. Percebeu-se também o quanto a experimentação, precedida de análises teóricas que dão suporte ao universo de seu acontecimento, contribuiu à assimilação dos conceitos trabalhados. A integração e cooperação entre os estudantes, diante do novo, afloraram com mais naturalidade, dado o tempo que se dedicavam a escrever os relatórios e ao nível de ajuda mútua a esta construção científica. Por fim, o exercício de escrever relatórios pode ter aumentado a capacidade de inteligir informações e relatá-las, assim como as falas durante as interferências individuais nas análises dos textos podem ter diminuído a dificuldade de se expressar em público. Palavras-chave: Ensino de Química. Planejamento. Metodologia. Proposta Pedagógica.
Sumário Apresentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Capítulo I - Avaliação emancipatória da área de Ciências Naturais e Matemática na Escola Estadual 12 de Abril, em Terra Nova do Norte – MT em 2006. . . . 25 1.1 – Realidade da área de Ciências Naturais e Matemática na Escola 12 de Abril . . . . . . . . . . . . . . 27 1.2 – Crítica coletiva da realidade observada . . . 29 1.3 – Proposta pedagógica coletiva para os problemas em questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 1.4 – Algumas considerações sobre a avaliação realizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Capítulo II - Planejamento didático pedagógico de Química para a turma do “3º ano A” – Escola 12 de Abril – no ano de 2006. . . . . . . . . . . . . . . 35
2.1 – Conteúdos/conceitos trabalhados . . . . . . 36 2.2 – Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 2.3 – Habilidades potencializadas. . . . . . . . . . . . 44 2.4 – Como este planejamento se inseriu no Projeto Político Pedagógico da escola? . . . . . . . . . . . . . . 45 2.5 – Formas de avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 Capítulo III - Metodologia da Pesquisa. . . . . . 49 Capítulo IV - Resultados das Ações Executadas.55 4.1 – Resultados observados no 1º bimestre. . . . 57 4.2 – Resultados observados no 2º bimestre. . . . 60 4.3 – Resultados observados no 3º bimestre. . . . 61 4.4 – Resultados observados no 4º bimestre. . . . 62 Considerações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 Anexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
Projetando Sentidos no Ensino de Química
Apresentação Sempre que tenho oportunidade, reafirmo que a valorização do trabalho docente e, conseqüentemente da educação e da escola, pressupõem ações que, entre outras, passam pela demonstração de compromisso e respeito por parte de nossos políticos em apresentar emendas, desenvolver ações pró ativas e aprovação de projetos, que viabilizem verbas para investimentos, melhorias salariais e de infra-estruturas para a área educacional como um todo e, especificamente, para a educação básica, além, é claro, de se combater os desvios através de meios mais eficazes de fiscalização e de fazer valer a lei sobre os que insistem na roubalheira. Entretanto, sabemos que na atual conjuntura – para não dizer que em todas – essa possibilidade está longe de ser vivenciada. Seja em função dos muitos interesses de grupos sociais, que não têm para educação 15