Tayane Fernandes
SĂŁo Paulo - 2016
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Editora Baraúna
Capa
Diagramação Felippe Scagion Revisão
Vanise Macedo
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________
F399v
Fernandes, Tayane Vampiros versus mutantes / Tayane Fernandes. - 1. ed. - São Paulo : Baraúna, 2016. ISBN: 978-85-4370-714-3 1. Ficção brasileira. I. Título 16-38346
CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3
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Sumário Capítulo I Como tudo começou. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Capítulo II Como tudo começou — parte 2. . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Capítulo III O lúgubre falecimento de Izabel. . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Capítulo IV Descobrindo-se.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Capítulo V A herança. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
CapítulO VI A multiplicação dos Kardec e dos Lamarck. . . . . . . . . 34 Capítulo VII O surgir de duas novas sociedades . . . . . . . . . . . . . . . 44 Capítulo VIII O Motoqueiro Dourado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Capítulo IX Encantamento à primeira vista. . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 Capítulo X A emboscada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 Capítulo XI Manda quem pode, obedece quem tem juízo. . . . . . . 77 Capítulo XII Coisas de vampiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 Capítulo XIII Coisas de vampiro — parte 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 Capítulo XIV O passado de Claudio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
Capítulo XV O primeiro treino de Alexia na academia de Kung Fu . . 107 Capítulo XVI Rosa de Ouro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 Capítulo XVII O Desejo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
Capítulo I Como tudo começou
Olá, seja bem-vindo ao fantástico mundo da imaginação! Você vai conhecer, a partir deste exato momento, uma história com muitas aventuras. Como tudo começou? É o que saberemos agora! Na Europa, o meado do século XIX caracterizou-se como um período em que o desenvolvimento da Medicina relacionou-se diretamente à migração, à superlotação das cidades, às precárias condições de vida da classe trabalhadora própria da Revolução Industrial e ao surgimento de doenças infecciosas. Viveu-se uma fase de revoltas e revoluções. Longe de todo esse caos, na França, havia uma pacata cidade, NEUILLY SUR SEINE, onde vivia um conde poderoso, recém-casado com a belíssima Izabel Marie La9
marck, uma jovem de 20 anos, com pele de pêssego. Era perdidamente apaixonada pelo esposo. João Lamarck tinha 30 anos completos; porém, não aparentava, pois estava muito bem fisicamente. Era um homem distinto que possuía elegância no poder. Certo dia, passeava pela rua da pequena cidade, em companhia da excelentíssima esposa. Os dois declamavam pomposamente palavras lindas de amor um ao outro. — Por estar em vossa companhia, sinto-me o mais privilegiado dos homens! — Ora, sinto-me a mulher mais amada deste mundo, ou até do universo! — Anseio viver ao teu lado para sempre, mesmo que o para sempre não exista! — O recanto mais íntimo do meu coração clama pelo teu amor! — A essência de meu ser não saberia mais viver sem ti. Às vezes, penso quão seria desastrosa a minha vida sem a tua! — João, gostaria muito de ser mãe de um filho teu. — Tu serás mãe logo, Izabel! Inesperadamente, surgiu uma pobre senhora vestida de trapos. Ela abordou o casal somente para pedinchar. O homem olhou-a com desprezo, porque ela estragara o dia romântico com sua desprezível figura. A miserável mulher somente desejava algumas moedas para inteirar as que já possuía, com a desculpa de dar comida aos cincos filhos. Todavia, o conde e a condessa rejeitaram-na com o olhar e tentavam prosseguir, mas a mulher foi insistente.
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— Por favor, ajudem-me! — Afasta-te de nós, velha imunda! — João, o que custa ajudar? Dê-lhe o que deseja; assim, ela irá embora. — Esta criatura arruinou o nosso passeio romântico. Era para ser um dia belo! — Eu não me sinto bem com a presença desta pobre criatura, mas não sejamos egoístas. Dê-lhe o dinheiro. — Nosso passeio estava tão romântico! Quis proporcionar-te um dia perfeito. Se não fosse por essa... Egoísta e incompreensível, João chateou-se; entretanto, atirou suas moedas no chão para que a velha as catasse. O casal não sabia que se tratava de uma cigana praticante de magia negra. Naquele instante, ela amaldiçoou-os. — Que audácia! Dei as moedas e ainda nos amaldiçoa! — Que horror! — pronunciou a condessa, pasmada com o que dissera a cigana. — A senhora é uma ingrata! — Vós sabeis quem sou eu? — Não queremos saber! — É melhor procurar saber, senhor conde. — João, o que ela quis dizer?! — Essa velha é perturbada, meu amor! Escute, senhora, cate o dinheiro e vai alimentar teus filhos. Venha, meu bem! Ao darem um passo à frente, a senhora voltou a dizer as mesmas palavras: — Eu amaldiçoo-os! 11
— Quem a senhora pensa que é?! — O teu pior pesadelo! — Não fale assim com minha esposa! — Um dia, vossas senhorias precisarão de mim! — falou misteriosamente. — Espero, sinceramente, que a senhora esteja errada. Vamos embora, meu amor! Quando finalmente iriam se retirar, a velha puxou a manga do vestido da condessa, com voracidade, conseguindo arrancar um pequeno pedaço de tecido. Pronunciou, seguidamente, palavras estranhas, em linguagem cigana. O idioma falado pelos ciganos apresenta muitas semelhanças com várias línguas do subcontinente indiano. O conde indagou aborrecido: — O que foi isso? — Velha louca, tu rasgastes meu vestido novo! — O maior sonho de vossas senhorias nunca irá se realizar. — O que a senhora sabe sobre nossas vontades? — Sei que a maior vontade é terem um filho, mas nunca o terão! Em sinal de pavor, a condessa pôs a mão à boca, enquanto a cigana foi embora, dando muitas risadas, visivelmente assustadoras.
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Capítulo II Como tudo começou — parte 2
Passaram-se dias após dias, o anseio de Izabel por querer um filho era cada vez mais angustiante, pois nunca esquecera a praga da cigana. Até que, em um determinado momento, decidiu falar ao esposo: — Meu amor, precisamos achar aquela cigana. — Não entendo, Izabel... Por que devemos procurá-la? — Ela amaldiçoou-nos; lembras? Nunca teremos filhos por culpa daquela mulher! — Como podes acreditar nisso?! Maldição não existe. Ela é só uma coitada. — Ela é cigana. — E o que tem a ver?
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— Ciganos fazem coisas profanas, praticam bruxarias e artes ocultas. Ela lançou-nos uma maldição para nunca termos filhos. Um filho teu é o que mais quero! Mesmo cético, João, para agradar a esposa, fez de tudo para tentar compreendê-la. — Eu também quero muito que geres um filho meu. O que queres que eu faça? — Primeiramente, vamos encontrá-la. — E como? — Não faço ideia. – a condessa permaneceu pensativa por alguns segundos e depois reagiu, discretamente, dando a entender que encontrara a solução — Acho que já sei. À tarde, foram até o local onde conheceram a cigana e desdobraram-se de todas as maneiras para tentar achá-la, mesmo sem saber o nome da miserável. O casal descrevia suas características físicas às pessoas, e praticamente repetiu aquilo durante todo o período. Porém, ninguém parecia conhecê-la. Procurá-la era pior que tentar achar uma agulha no palheiro! Cansados de interrogar e relatar, João e Izabel perceberam que a cigana não era tão conhecida por ali. Como última tentativa, com esperança de encontrarem alguém que a conhecesse, indagaram de novo. E tiveram sorte! Depararam-se com um velho cigano que conhecera a senhora. Porém, a informação não foi nada agradável aos ouvidos da condessa, e ela derreteu-se em lágrimas ao saber da morte da velha. Com esperança esgotada, Izabel chocou-se ao saber que falecera de peste bubônica. Quanto ao conde, não se importou. 14
O cigano, diante da aflição daquela bela mulher, sentiu-se na obrigação de ajudar, pois notou que a situação era séria. E interrogou de onde o casal a conhecia. João explicou, e a esposa contou sobre a maldição. — Foram amaldiçoados? A condessa respondeu com os olhos cheios d’água: — Isso mesmo! — O que vossas senhorias fizeram de tão ruim a ela? — Eu não queria dar-lhe uma esmola. — Mas é claro! – confirma o cigano com um tom misterioso. — Demos a ela, e amaldiçoou-nos do mesmo jeito. — Era típico dela. — pronunciou o velho cigano, refletindo sobre o assunto, como quem a conhecesse intimamente. — O quê? — questionou o conde. — Ela sempre fez isso. — Amaldiçoar as pessoas? — As pessoas que tratassem Dolores mal (esse era o nome da cigana)! Para vingar-se, fazia bruxaria. Estava acostumada a usar seus sortilégios contra quem desejasse. Seus conhecidos não se atreviam a lhe negar nada. As poucas pessoas que a conheciam a temiam. Felizmente, só há uma pessoa que pode ajudar. Esperançosa, Izabel indagou: — E quem seria? — A filha dela.
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