1
2
O Casamento de Monalisa e Aleijadinho
ELIAS JOSÉ TAISA BORGES
São Paulo – 2010
O Casamento de Monalisa e Aleijadinho Copyright texto © Elias José Copyright ilustrações © Taisa Borges Atualização ortográfica Elisa Zanetti Projeto Gráfico Casa Rex Coordenação Editorial Elisa Zanetti - Editora Biruta 1ª edição – 2010 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
José, Elias O casamento de Monalisa e Aleijadinho / Elias José ; ilustradora Taisa Borges. -São Paulo : Biruta, 2010. ISBN 978-85-7848-054-7 1. Literatura infantojuvenil I. Borges, Taisa. II. Título. 10-04406
CDD-028.5
•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
Índices para catálogo sistemático: 1. Literatura infantil 028.5 2. Literatura infantojuvenil 028.5
Edição em conformidade com o acordo ortográfico da língua portuguesa. Todos os direitos desta edição reservados à Editora Biruta Ltda. Rua Coronel José Euzébio, 95 – Vila Casa 100-5 Higienópolis – CEP 01239-030 São Paulo – SP – Brasil Tel: (011) 3081-5739 Fax (011) 3081-5741 E-mail: biruta@editorabiruta.com.br Site: www.editorabiruta.com.br
A reprodução de qualquer parte desta obra é ilegal e configura uma apropriação indevida dos direitos intelectuais e patrimoniais do autor.
Viagem ao passado Meu pai chegou todo animado anunciando as nossas férias. Como chovia muito e não daria boa praia, faríamos uma viagem ao passado, à História. — Pai, deixa de onda. Que modo difícil de falar! – eu disse. — Eu quero praia, mesmo com chuva. Chuva fina é uma delícia! – falou Aninha, minha irmã gêmea. — Viajar para o passado? Como? Quando? Onde? Por quê? — perguntava a minha mãe, que gosta de tudo explicadinho. — Vamos conhecer as cidades históricas de Minas. Nós conhecemos, e vocês dois precisam conhecer... Aí não se falou em outra coisa. Meu pai comprou livros, revistas, vídeos e discos de música barroca. Antes da viagem, já sabíamos muito sobre Congonhas, Ouro Preto, Mariana, São João del-Rei, Tiradentes, Barroco, Aleijadinho, Ataíde, ciclo do ouro, museus, igrejas e santos. — A Aninha e o Daniel já viajaram, estão doutores em Minas – falou a vó Antônia sorrindo. A Aninha, que não se desanimava, aproveitou a dica: — Como já conhecemos tudo, será melhor uma praia, né, pai? — De perto, tudo isto é mais bonito, filha!
8
A viagem esperada Conforme o combinado, seu Mário, nosso vizinho, tocou a campainha para acordar a gente. Trouxe uma sacola de mexerica e veio receber as últimas recomendações de minha mãe. Ele cuidaria da casa e dos nossos bichos. Logo, partimos animados, rindo de tudo e fazendo mil planos. Duas horas depois, eu pedi para parar, pois queria ir ao banheiro. Aninha dormia no colo da vó, minha mãe reclamou de parar à toa. Como não era ela que estava apertada, poderia implicar à vontade. Paramos. Estrada e mais estrada, aí paramos para o almoço. De barrigas cheias, recomeçamos a viagem. Uma hora depois, apareceram as montanhas de Minas, as curvas fechadas, a rodovia mal cuidada, e meus pais reclamando dos buracos. Meu pai reclamava, mas achava tudo muito bonito, apontava, contava histórias. Minha mãe, ao contrário, mal-humorada, reclamava dos nossos gritos e discussões. A vó pedia que tivesse paciência. Afinal, quando criança, minha mãe fazia a mesma farra em viagens. Pedaços de Congonhas apareceram ao longe. Logo, um enorme profeta anunciava a entrada da cidade. Acho que as montanhas de todos os lados faziam a cidade ficar menor do que eu imaginava. Eu e Aninha olhávamos tudo com admiração. Ruas estreitas, casas, igrejas e pessoas do lugar se misturavam com carros e turistas. Para nós, parecia uma cidade encantada, parada no tempo. Enquanto o moço do hotel levava as malas, saímos a andar ali por perto para ter certeza que a cidade existia.
12