A Convite das Palavras - Motivações Para Ler, Escrever e Criar

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1a edição - 2009


Copyright© jorge miguel marinho Projeto Gráfico: Rex Design Revisão: Adriano Andrade Coordenação Editorial: Editora Biruta 1ª edição 2009 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Marinho, Jorge Miguel A convite das palavras: motivações para ler, escrever e criar/ Jorge Miguel Marinho. — 1a. ed. — São Paulo: Biruta, 2009 Bibliografia. 1. Criatividade 2. Ensino- Metodologia 3. Escrita 4. Leitura 5. Literatura I. Título. 09-10177

Cdd - 370.14

Índices para catálogo sistemático: 1. Escrita e Leitura: Educação 370.14 2. Leitura e Escrita: Educação 370.14 Edição em conformidade com o acordo ortográfico da língua portuguesa. Todos os direitos desta edição reservados à Editora Biruta Ltda. Rua Coronel José Euzébio, 95, Vila Casa 100 – 5 Higienópolis CEP: 01239-030 São Paulo SP Brasil Tel.: (011) 3081-5739 Fax: (011) 3081-5741 E-mail: biruta@editorabiruta.com.br www.editorabiruta.com.br A reprodução de qualquer parte desta obra é ilegal e configura uma apropriação indevida dos direitos intelectuais e patrimoniais do autor.


para o Marcelo Donatti de Jesus que me avisa sempre dos desejos e dos segredos das palavras...



“Escrever para alguém é essa necessidade tão humana de aproximar a mão que escreve dos olhos de quem lê.” jmm


SUMÁRIO

apresentação 09 Leitura sem moral da história : uma questão de sentido

Primeira Parte - e por falar em leitura 19 de caso com a literatura 23 o modo de ser da literatura 33 Poesia- a palavra que inventa 41 Narrativa- a palavra que conta 45 Cordel-a palavra que acontece 47 Esses cronistas maravilhosos e suas palavras voadoras 57 Só para você abrir um livro 65

Segunda Parte - E por falar em escrita 69 Conversa com livros 73 Carta- a palavra que corresponde 79 Diário-A palavra que se confessa 85 Entrevista- a palavra que entrevê 89 Dentro de mim mora uma casa 107


Terceira parte - E por falar em criação

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Crítica com vontade de criação 117 Marcos: rei da margem 119 Por que gostamos tanto de ler Marcos Rey? 125 Muito Prazer, Machado de Assis 127 Caminho Suave 135 A Rua da Esperança 139 Onde mora a poesia 153 Coisas, palavras e livros 155 Meu amigo, o Leitor: marcas para o leitor que eu imagino 145 Literatura com Informática dá link 159 Os “sentidos” de uma oficina de criação 163 Criação literária no ritmo do teclado 167 Co-respondência criativa 169 Um modelo de questionário para saber que leitor é você 176 Um perfil literário do grupo e orientações 181 Algumas outras dinâmicas de uma oficina de criação 187 Os escritores abrem as palavras 193 Oficina de criação: uma comunidade de palavras 199

Se a conclusão de um livro fosse sempre um livro aberto 213 Livros sobre livros 219

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Leitura sem “moral da história”: uma questão de sentido



“O que eu pediria à escola, se não me faltassem luzes pedagógicas, era considerar a poesia como primeira visão direta das coisas, e depois como veículo de informação prática e teórica, preservando em cada aluno o fundo mágico, lúdico, intuitivo e criativo, que se identifica basicamente com a sensibilidade poética... Alguma coisa que ‘se bolasse’ nesse sentido, no campo da educação, valeria como corretivo prévio da aridez com que costumam transcorrer os destinos profissionais, murados na especialização, na ignorância do prazer estético, na tristeza de encarar a vida como dever pontilhado de tédio...” Carlos Drummond de Andrade1

Palavras de mestre. Acredite! Falta prazer nos caminhos do conhecimento, falta brincadeira, falta exercício lúdico, falta aposta no imaginário, falta poesia e poeticidade enquanto invenção ou recriação da realidade, do que provisoriamente já se sabe ou ainda se está por saber. Eu podia parar por aqui – na epígrafe do Drummond que diz tudo e sensivelmente se oferece como registro de uma “ausência” na carteira escolar. No entanto, sou motivado pelo Poeta, por ele mesmo, a dizer umas palavras a mais: pouco se diverte na sala de aula, pouco se ri ou se cria, em nada se invertem os papéis escolares investindo-se na dimensão lúdica do conhecimento como contraponto ou, que seja, dimensão complementar de uma rotina de ensino estigmatizado em linha reta, da exposição linear e hierárquica, da repetição ou mecanização do saber. Falta, falta sim. Falta alegria, ousadia e criatividade nas metodologias do “ensinar para aprender”, do informar para formar, do vivenciar o conhecimento como desejo de ser. Falta magia, ludismo, intuição, espírito criativo na escola como “corretivo prévio” da aridez que norteia, por bem ou por mal, uma prática tão ingênua e pedagogicamente “lógica” na sua raiz como nos alerta Drummond. Falta escola na escola, a escola não tem quase nenhuma escola nas veredas do lúdico, nos rumos da imaginação.

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ANDRADE, Carlos Drummond de. “Educação do ser poético”. IN: Arte e educação. v. 5, n.3, p.16, 1974.

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Pois muito bem: nesse contexto há necessidade de que o espaço escolar não seja apenas um lugar que veicule o conhecimento pelo conhecimento, no sentido de quem detém o saber e passa esse saber de forma hierárquica e artificialmente formal para o outro. Mais do que isso: há necessidade e urgência de que a vivência escolar transcenda a sua rotina, por meio de ações que funcionem como permanente diálogo entre aquele que ensina e aquele que busca saber, entre a experiência inestimável do educador e as expectativas e interesses do aluno, entre a relevância de quem tem como ofício suprir os vazios de conhecimento e a atitude, ainda que silenciosa, carregada de indagações de quem busca saber, num feliz casamento entre conhecimento e prazer. É evidente que tal aproximação tão “desacreditada” caminha por um território em que o aluno aprende porções de vida e o professor igualmente reaprende as suas porções de vida com os alunos porque tal convivência tem como “meta” a interlocução que, quando se faz enquanto presença da receptividade e do respeito humanos, “sabe” que toda verdade é provisória, discutível ao menos num determinado aspecto, suscetível a interrogações. Enfim, busca infinita, promessa de um passo além, movimento de ida sem fim. Nas vielas, nas entradas e no trânsito desse caminho, não é nada exagerado dizer que a matriz do conhecimento é a “indagação” e que o ludismo pode ser um componente inestimável no horizonte do saber2 . Pode ser não, é. Sim, porque exercício lúdico, vindo do latim “ludus”, significa jogo, espetáculo, divertimento; significa “ludibundus”, aquele que brinca, que se diverte, que graceja em pleno estado de graça por viver. Falta diálogo na escola, falta palavra criativa e recriadora, falta experiência e experimentação nas palavras de ordem do saber árido e instituído, falta “moral” na escola para ela não ter aquela “moralidade instituída” que só faz aprisionar. Falta também – talvez e sobretudo – liberdade de ler, de escrever e de criar, falta liberdade com as palavras, falta liberdade com a literatura que é uma das formas mais livres de ser.

2 No prefácio da obra Homo Ludens – o jogo como elemento da cultura, estudo dos mais relevantes sobre o tema, Johan Huizinga explica que o objetivo do livro “/.../ não era definir o lugar do jogo entre todas as outras manifestações culturais, e sim determinar até que ponto a própria cultura possui um caráter lúdico.” Op. cit. São Paulo: Editora Perspectiva, 1996, Prefácio, sem referência de página.


E vai daí que falta brincar com a literatura sem medo do que as palavras possam dizer... Se a literatura não revelar um mundo livre e em estado virgem de preconceitos para alguém – o que ela sempre faz porque é puríssima descoberta de um mundo que ainda não se viveu –, se a literatura não se oferecer para alguém e convidar esse alguém para viver o espaço virtual da liberdade – o que é impossível porque ela caminha no próprio território da livre expressão –, se a literatura não derramar poesia nos olhos do leitor para esse leitor ver melhor – o que nem se discute porque a literatura existe para revelar a vida com olhos de primeira vez –, se a literatura não implodir aquele moralismo malvado que faz tanto mal a todo aquele que busca se afirmar no exercício de grupo ou pessoal – o que não acontece porque a literatura busca “salvar” sem nenhum catecismo da moral e dos bons costumes –, se a literatura não for sempre uma promessa de felicidade – o que ela sempre é e será, porque, ainda que ela denuncie as mazelas mais “desumanas” da realidade, ela ao menos anuncia um mundo sempre melhor –, a literatura de fato, pela sua própria natureza utópica e entusiasmada, não tira nada de ninguém... Estes são alguns sentidos da literatura que podem ser resumidos num sentido maior que se revela como forma de conhecimento e prazer, instrumento do saber, mas também e sobretudo reduto do imaginário que constrói um feliz casamento do sonho com o real. Este sentido me vem do professor Antonio Candido, num vídeo sobre leitura chamado Palavra de leitor3, onde este sensível estudioso diz as palavras mais significativas que já ouvi – e vou continuar ouvindo e lendo sempre – sobre o sentido humano da literatura e da experiência imperdível de ler como direito de todos. Vale sempre a pena lembrar e repetir: “O cidadão deve ser também um homem que consegue ter equilíbrio interior. Para alguém ter equilíbrio interior, é preciso dosar sabiamente a proporção entre real e fantasia que fazem parte da existência de cada um de nós. E a literatura é a forma mais alta e a mais fundamental para a vida em harmonia”. E, no ensaio “O direito à literatura”, identificando o ato de sonhar como enseada necessária para a existência do ser, o sonho que nos visita durante o sono, o sonho enquanto componente da nature3 Palavra de Leitor, vídeo realizado pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE, argumento e roteiro de Jorge Miguel Marinho, Direção de Celso Maldus.

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za humana e harmonioso contraponto da inteligência lógica, reduto essencial da vivência e sobrevivência do homem em sociedade e também motivação da criação literária – o professor afirma por que a literatura é um direito à cidadania: “Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar vinte e quatro horas sem alguns momentos de entrega ao universo fabulado. O sonho assegura durante o sono a presença indispensável deste universo, independentemente de nossa vontade. E durante a vigília a criação ficcional ou poética, que é a mola propulsora da literatura em todos os seus níveis e modalidades, está presente em cada um de nós, analfabeto ou erudito, como anedota, causo, história em quadrinhos, noticiário policial, canção popular, moda de viola, samba carnavalesco. Ela se manifesta desde o devaneio amoroso ou econômico no ônibus até a atenção fixada na novela de televisão ou na leitura seguida de um romance.”4 Elegendo o lúdico como componente fundamental da literatura e, é claro, que deve ser vivido, experimentado e recriado sempre no universo do leitor, seja ele iniciado ou não, o professor Antonio Candido parece dialogar e partilhar estas ideias com um leitor distante, Tzvetan Todorov, não só porque este mora em Paris, mas sobretudo porque se criou no “formalismo” e até mesmo foi um dos criadores de uma escola literária igualmente distante do mestre ou ao menos vista por ele com reservas procedentes e necessárias, o estruturalismo, ressalvas estas surpreendentemente hoje reconhecidas e aceitas por Todorov, quando declara que, entendida como disciplina e não como palavra que – na sua expressão carregada de um forte sentimento amoroso, “ajuda a viver”, a literatura perdeu o seu poder de referência ao mundo de fato e o seu sentido maior que é dar “sentido ao mundo real”. Mostrando que o livro abrevia as distâncias e aproxima as pessoas, Todorov parece fazer parte agora de um coro que clama pela força encantatória, pelo poder humanamente emocionante e pela força criadora da literatura, no mesmo ritmo do alerta de Antonio Candido, com o mesmo apelo inicial de Drummond: “Uma concepção estreita da literatura, que a desliga do mundo no qual ela vive, impôs-se no ensino, na crítica e mesmo em muitos CANDIDO, Antonio. “O direito à literatura”, in: Vários Escritos. São Paulo / Rio de Janeiro: Duas Cidades, 2004, pp. 174/5.

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escritores. O leitor, por sua vez, procura nos livros o que possa dar sentido à existência. E é ele quem tem razão.”5 E mais: “O conhecimento da literatura não é um fim em si, mas uma das vias régias que conduzem à realização pessoal de cada um. O caminho da literatura tomado atualmente pelo ensino literário, que dá as costas a esse horizonte (‘nesta semana estudamos metonímia, semana que vem passaremos à personificação’), arrisca-se a nos conduzir a um impasse – sem falar que dificilmente poderá ter como consequência o amor pela literatura.”6 Como se vê, há uma estreita ressonância entre as palavras desses três estudiosos e amantes da literatura que confluem, entre outros sentidos, para o caráter lúdico e prazeroso da arte literária a serviço da vida. E, se de fato é assim - e é -, por que não pensar, partilhar e viver a literatura e o ensino da literatura como uma forma de conhecimento singular, cuja possível metodologia pode e até deve ser ditada pela natureza do seu próprio objeto de conhecimento: o componente lúdico dessa forma tão especial de atribuição de sentido e de apreensão da vida. Pois muito bem: depois dessa breve e pontual reflexão, quanto à moral da Literatura, cuja única “moral” é recriar a realidade no horizonte da descoberta, como canto da dor e da alegria, como denúncia do que a vida tem enquanto penúria ou falta e das injustiças sociais, como apelo ao sonho que se oferece como promessa de realidade de fato ou matéria coletiva porque ela sonha nas palavras o sonho de todos, como registro lúdico do amor e da morte, da solidão e do desejo, da violência e dos afetos, das lutas e das renúncias e tantas outras porções de vida, todas elas flagradas pela palavra voltada para a condição humana – enfim, quanto à moral da literatura, é urgente e necessário nunca estar contra a sua natureza que é “jogo”, aventura do conhecimento, universo livre de palavras e idéias que abre mão de toda e qualquer “moral da história” para que o livro não seja apenas um instrumento do saber, mas uma fonte do prazer, não apenas repositório de ideias utilitárias ou até úteis, mas devaneio porque a literatura vive no mais profundo de nós, não apenas exercício, mas experiência de vida vivida de fato na realidade extremamente viva que é a leitura e o livro – quanto a esta possível “MORAL”, é o leitor quem lê, escreve, cria e faz. 5 6

TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. Rio de Janeiro: Difel, 2009, contracapa. Idem, p. 33.

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Acredite. Acredite mesmo! E acreditar no desconhecido como desafio para o que ainda não se conhece, para o que ainda é promessa de vida, para o que ainda não se viveu já é um bom caminho para entrar no jogo. O jogo de ler, de escrever, de criar.

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Alerta do leitor-escritor: escrevo este livro numa longa conversa com professores e alunos do ensino fundamental, médio e universitário, com estudiosos sobre a experiência de ler e de livros e sobretudo com leitores. Portanto o tom é de conversa ao pé do ouvido, de papo ligeiro, de “prosa” por vezes bem prosaica, afinal quem escreve estas anotações e comentários de leitura é um professor, escritor e muito especialmente leitor: eu. Daí a evidente intenção de casar discurso referencial com linguagem lúdica sempre em clima de diálogo, por vezes bem pontual, outras vezes poético, de quando em quando até mesmo confessional, porque me disponho “aqui” a não separar estes universos, sobretudo por conta de querer chegar bem perto do leitor. Por esta razão, vai aqui também o meu desejo que os textos constantes desse livro, focando “coisas” práticas, pontuais e por vezes até algo sutil do universo da leitura, da escrita e da criação – já se ofereçam aos leitores como matéria ou linguagem pontilhada de ludismo como se seu caráter teórico e didático pudesse ser invadido e contaminado aqui e ali de uma certa porção de linguagem literária que, não poucas vezes, é capaz de sugerir o que o discurso lógico nem sempre tem a competência de dizer – sem contar que os educadores acolhem muito bem questões de natureza pedagógica tratadas de uma certa forma poética, com um pouco mais de “jogo expressivo” e não com tanta aridez.7 Organizei o livro em três partes –“Por falar em leitura”, “Por falar em escrita” e “Por falar em criação”– não apenas por questão de ordem didática ou de lógica no encadeamento dessas vertentes, mas particularmente por um sentido de conivência e coerência com o tema já que, no presente estudo, estas três partes, assim como todas as matérias constantes em cada uma, dialogam entre si. Isto porque, no meu entendimento, a tríade “leitura, escrita e criação” é, de fato e na prática, uma realidade única na busca e no norte da expressão. No fundo tudo o que foi escrito neste livro busca apenas dizer que ler, escrever e criar são experiências imperdíveis e únicas na “escola da vida” e podem acontecer a qualquer momento, em qualquer lugar, nas situações 7 Sempre que dou palestras ou faço depoimentos sobre leitura, literatura ou processo de criação, escrevo e levo comigo um texto relativamente poético sobre o assunto e, no final, leio e distribuo ao público, especialmente de educadores, que muito se identificam com uma certa poesia que pode ser um auxiliar bastante relevante em todas as formas de diálogo e de comunicação.


mais carregadas de prazer, sendo a escola de fato um lugar privilegiado para este generoso desafio. Enfim, escrevo este livro com palavras - como diria a minha amiga Tatiana Belinky – que não querem levar muito a sério a vida porque ela já é séria demais. Mas com palavras que querem brincar a sério com a leitura, a escrita e a criação, sabendo que “este jeito” é um modo humanamente sensível de conviver com os livros... E muito especialmente de ser... Por isto a epígrafe de Carlos Drummond de Andrade que inicia e termina esta apresentação do livro e vai se tornar o porta-voz de todas as páginas que virão, quando o Poeta pede às escolas e a todos os educadores que preservem em cada aluno “o fundo mágico, lúdico, intuitivo e criativo” que está na raiz do imaginário da literatura e pode fazer parte da sensibilidade criativa da educação.

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Primeira parte e por falar em leitura



fÁbula João escreveu três palavras, colocou dentro de uma garrafa, tampou e atirou tudo ao mar. Não se sentiu menos anônimo nem a existência melhor. Porém o sentimento de abreviar espaços e aproximar pessoas foi lá no fundo do seu coração. Acontece o seguinte: quando João escreveu as três palavras que um dia alguém encontrou e pouco entendeu porque apenas diziam “Eu estou aqui”, comungou com todas as mãos e todas as letras de todos os tempos o primeiro “sentido” de escrever que é partilhar com o mundo a história de alguém, conhecido ou desconhecido, e o que existe dentro de cada um de nós.

jmm

frases soltas ou livres... Do jorge. “A leitura do que possa ser literatura – e ela é tanta coisa – é também um ato previsível, comum, tão trivial e, às vezes, até mesmo banal. Entretanto é impressionante, ao menos para os leitores mais sensíveis, o seu poder de sugerir, de surpresa, de invenção.” “Um aluno chamado marcelo, perguntado sobre o que era leitura para ele, por um professor de língua portuguesa que me contou

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- num congresso de leitura, cujo tema era “a leitura e as diversas leituras na ótica de uma possível leitura”, enquanto folheava um livro sobre leitura com um título mais ou menos assim: ‘a descoberta da leitura: reflexos e reflexões de leitura para quem não sabe ler’ – pensou um pouco na pergunta e respondeu: - Leitura, professor? Leitura é o leite que uma vaca produz. P.S.: Na ocasião o aluno não fez referência se a vaca era louca ou não..., Mas, se a leitura é a quantidade de leite produzida por uma vaca qualquer como este sensível leitor já descreveu, mamar nas tetas do conhecimento já levou muita vaca para o brejo e deu um bode danado em muitos especialistas por demais especializados no ato de ler.”

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“Na prática, quando leio um bom livro ou um livro muito bom, a leitura me parece pura alquimia de um visionário descalço com os pés bem plantados no chão.” “A literatura, de forma singular, motiva o leitor para a busca de um sentido que pode a qualquer momento ser revelado. Esta busca de sentido, própria da natureza humana e na literatura sempre centrada na condição do “ser”, é vivida de forma específica pela relação intersubjetiva entre leitor e texto e pode ser entendida como o sentido “estético” de ler.”


De caso com a literatura


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