Revista LARA

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Contos Poesia Crítica Artes

ano 1, nº 1

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Editorial 6 Por que Lara?

Poesia traduzida 8-11 Soneto 138 de Shakespeare 12 Poema de Byron 14 Paráfrase da paráfrase de Yeats a poema de Ronsard

Poesia original 15 16-17 18-19 20 21 21 22 22 22 23 24 24

Convite para uma festa Davi e o gigante Aurora Ato I Reading the Malatimadhava Poema Autoreferencial Belo Horizonte São Sebastião Floricultura E quando escuto chamarem meu nome Te esqueci quando transformei teu nome em palavra #curtacontos

Contos 25-27 Brainstorm 28-30 Memória 31-32 Sobre Espelhos e Tangos

Resenha 33-35 McTeague - Uma História de São Francisco

Ensaio 36-40 Modernização e Alienação: O Centenário 1914-2014

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Mini-Conto 41 Injeção Letal

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Editorial O Romance dos Três Reinos começa com a mesma frase que termina. A última frase do livro ilegível de Joyce é também o começo da primeira. Quem sabe o primeiro número dessa revista não seja também o último? Ou será que Lara já foi escrita e estamos apenas a reeditá-la, apesar dessa edição ser a primeira. Afinal, como dizia o sábio de estagira, as mesmas coisas foram inventadas e reinventadas ao longo do tempo várias e várias vezes. Nossos críticos dizem que estamos a reinventar a roda. Afinal, revistas literárias não nascem, morrem. A resposta está na própria pergunta, afinal na literatura todo fim é também um começo, da mesma forma que todo começo é também um fim. Será que os fins justificam os meios? Não pretendemos polemizar, afinal nosso caráter revolucionário está em não sermos revolucionários. Nossa maior inovação é admitir que não inovamos nada que já não tenha sido inovado. Afinal, o que é inovar? Inovar é esquecer, disse um Borges esquecido do Eclesiastes, livro que nos dá a motivação maior para a publicação desta revista. Nem os olhos dos leitores se cansam de ler nem seus ouvidos se cansam de ouvir. Outras revistas disseram que seu propósito era a refundação ou reinterpretação da literatura, mas a nós basta conseguir, ao cabo, contribuir com uma frase que seja no grande jogo de Whitman. Seguiremos como regra não possuirmos regras. E é exatamente por observarmos a regra acima que não a observamos. Mas afinal de que lado estamos? Nossa resposta é uma fita de Moebius. Onde um lado é todos os lados, não há que se falar em lado algum. Moebismo? Será que criamos um novo movimento literário? Para tanto, basta esquecer o passado. Com aqueles que se juntarem a nós, formaremos 4 MIOLO_Revista Lara_150416_Christiane.indd 4

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o exército de um homem só, uma estática literária que, por permanecer imóvel, está se movendo em relação a todos os movimentos. Voilá! Descobrimos que nosso primum mobile não se move. Talvez por isso aqui haja espaço para tudo. Afinal, a poesia clássica de Ulisses, não é mais que uma transformação topológica do pop Odisseu. Distorção que não deixa de ser uma forma de movimento, capaz de compreender ninguém como alguém, ou shames como choice. Será que devemos ter vergonha da nossa escolha? Será a opção pelo universalismo uma ausência de opção? Respondemos que não. O que estava partido mostraremos inteiro. Assim, em meio a um caos de poemas, resenhas, ensaios, traduções, contos e miscelaneas de miscelaneas, esperamos uma ordem. Que ordem será esta? É fato, não sabemos. Sabemos apenas que sua âncora é a desordem. Violamos a segunda lei da termodinâmica ou por violá-la não a violamos. O perspicaz leitor perceberá que nossa empreitada é de todo inútil. A esse gênio do saber, dedicamos não só essa obra, como todas aquelas que não escrevemos. Agradecidos e humildes, reverenciamos aquele que reconheceu em nós o artista que então não éramos. Um aviso aos navegantes: como Pessoa, nossa pátria não é só a língua portuguesa. Talvez por isso, não tenhamos pátria alguma. Bruno Oliveira

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Revista Lara | ano 1, nº 1

Por que Lara? O L é de letra, o átomo primordial com o qual pretendemos criar uma ordem a partir do caos. Ao mesmo tempo é também onde começa a literatura, lugar imaginário no qual todas as potencialidades da palavra, conjunto caótico de letras, se realizam. Letra que precede o verbo, mas ao mesmo tempo o cria. Criação a partir da Atração, força verbal que une letras em palavras, assim como leitores e livros. Portanto, o A é Atração que surge depois da letra, mas a suplanta e supera. Sem ela a letra nada seria, mas se letras atraídas são palavras, palavras atraídas são Revistas ou Livros. Logo o R é Revista, somatório de insignificantes significados. Reiteração de letras atraídas revisadas que surgem da atração, mas também atraem e distraem. E se uma revista pode ser um lar, que seja feminina como Lara, para que sua dupla atração, nos levante e nos atraía, de forma que no fim todos sigamos a Lei que Lara nos impõe. E como um cavalo, retornamos a primeira casa, que agora contém em si insignificantes ressignificados, tornando esse texto passível de ser lido em apenas uma letra. Bruno Oliveira

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