A Conquista - Língua Portuguesa - 6º ano

Page 1

Eliana Santos Beltrão Tereza Gordilho

Lingua Portuguesa

ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS COMPONENTE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA

MANUAL DO PROFESSOR

6

ELIANA LÚCIA SANTOS BELTRÃO

(Eliana Santos Beltrão)

Mestra em Letras pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Graduada em Letras pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Especialista em Linguística Textual pela Faculdade de Educação da Bahia

Professora de Língua Portuguesa, Literatura e Produção de Texto no Ensino Fundamental e no Ensino Médio

TEREZA CRISTINA SANTOS GORDILHO

(Tereza Gordilho)

Graduada em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo Instituto Sedes Sapientiae (SP) & Centro de Estudos e Terapias integradas de Salvador (Cetis)

Psicóloga na área educacional

1a edição São Paulo • 2022 6
COMPONENTE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA
MANUAL DO PROFESSOR

A conquista Língua Portuguesa – 6o ano (Ensino Fundamental – Anos Finais)

Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira

Direção de conteúdo e negócios Cayube Galas

Direção editorial adjunta Luiz Tonolli

Gerência editorial Roberto Henrique Lopes da Silva

Edição Paulo Roberto Ribeiro (coord.)

André Saretto, Marilda Lima

Preparação e revisão de textos Maria Clara Paes (coord.)

Diogo Souza Santos

Gerência de produção e arte Ricardo Borges

Design Andréa Dellamagna (coord.)

Projeto de capa Sergio Cândido

Imagem de capa Dreamstime/Easypix Brasil

Arte e Produção Rodrigo Carraro (coord.)

Daniel Cilli, Gislene Benedito (assist.)

Diagramação Lima Estúdio Gráfico

Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno

Licenciamento de textos Erica Brambila

Iconografia Erika Neves do Nascimento, Emerson de Lima (trat. imagens), Leticia dos Santos Domingos (trat. imagens)

Ilustrações Allmaps, André Vazzios, Grazi Barth, Luciano Tasso, Maurenilson Freire

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Beltrão, Eliana Lúcia Santos

A conquista língua portuguesa : 6o ano : ensino fundamental : anos finais / Eliana Lúcia Santos Beltrão, Tereza Cristina Santos Gordilho. -1. ed. -- São Paulo : FTD, 2022.

Componente curricular: Língua portuguesa.

ISBN 978-85-96-03565-1 (aluno)

ISBN 978-85-96-03566-8 (professor)

1. Língua portuguesa (Ensino fundamental)

I. Gordilho, Tereza Cristina Santos. II. Título.

22-115062

CDD-372.6 Índices para catálogo sistemático:

1. Língua portuguesa : Ensino fundamental 372.6

Cibele Maria Dias – Bibliotecária – CRB-8/9427

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à

EDITORA FTD

Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP

CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300

Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br

central.relacionamento@ftd.com.br

Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33

Avenida Antonio Bardella, 300

Guarulhos-SP – CEP 07220-020

Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

APRESENTAÇÃO

Caro professor, cara professora, Esta coleção foi desenvolvida fundamentalmente comprometida com estudantes vivos, curiosos e participantes, com professores inquietos e destemidos diante de suas próprias dúvidas e com uma escola que, de fato, ofereça condições para formar jovens e adultos que enfrentem os desafios da atualidade.

Nesse sentido, é preciso preparar os estudantes para a vida, de modo integral, e não para o mero acúmulo de informações. O foco da escola passa a ser não apenas a transmissão de conteúdos, mas também o desenvolvimento de habilidades. Isso significa que não basta, por exemplo, que os estudantes saibam ler e escrever textos; eles precisam também escutar com atenção, interesse e respeito o que é dito por outras pessoas para compreendê-las melhor.

As propostas pedagógicas da coleção têm como objetivo assegurar, de modo efetivo, o desenvolvimento das competências definidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), possibilitando, assim, experiências de aprendizagem e uma participação significativa e crítica dos estudantes nas práticas sociais, culturais e literárias.

Em consonância com o que é proposto pela BNCC, a coleção apresenta práticas de linguagem contextualizadas em todos os campos: jornalístico-midiático, de atuação na vida pública, das práticas de estudo e pesquisa e artístico-literário.

Outro ponto de destaque é a abordagem de gêneros textuais digitais. As propostas com práticas de leitura e produção de gêneros multissemióticos e multimodais visam ampliar o trabalho com esses gêneros, assim como estimular os estudantes a lidar de forma crítica e ética com os conteúdos que circulam na web, entre outras finalidades.

A nossa proposta pedagógica pretende ampliar a capacidade de os estudantes participarem com criticidade de situações comunicativas diversificadas, interagindo com um número de interlocutores cada vez maior, buscando fortalecer sua autonomia e seu protagonismo.

Assim, o que pretendemos é contribuir, juntos e efetivamente, para alcançar os objetivos do ensino de Língua Portuguesa e fornecer instrumentos aos nossos estudantes para essa transformação tão necessária.

As autoras

Introdução V

Conheça seu Manual do Professor VI

Organização da coleção VIII

Base Nacional Comum Curricular XIII

Competências propostas pela BNCC para a Educação Básica XIV

Objetos de conhecimento e habilidades XV

A coleção no contexto da BNCC XXXII

Eixo Leitura XXXIII

Eixo Produção de textos XXXIII

Eixo Oralidade XXXIV

Eixo Análise linguística/semiótica XXXIV

Campos propostos pela BNCC XXXIV

Atitudes e valores no Ensino Fundamental ................................................ XXXV

Concepções de língua, linguagem e aprendizagem XXXV

Variedades linguísticas e ensino de língua XXXVII

Gêneros textuais e ensino XXXIX

Ensino de leitura e escrita XLI

Ensino de oralidade XLIII

Ensino de gramática e análise linguística/semiótica XLIV

Novas tecnologias, gêneros multissemióticos/multimodais e multiletramento XLV

Metodologias ativas e ensino XLVII

Pensamento computacional XLVIII

Interdisciplinaridade e Temas Contemporâneos Transversais XLIX

O processo de avaliação LI

Cultura juvenil, cultura de paz e educação para a cidadania LV

Sugestões de projetos LV

Introdução LV

Proposta de pesquisa para 6o e 7o anos LVII

Proposta de pesquisa para 8o e 9o anos LXV

Quadro programático do 6o ano LXXII

REFERÊNCIAS COMENTADAS LXXIV
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

Esta coleção, composta de quatro volumes, traz o resultado de uma intensa jornada de discussões com professores e leitores críticos, além de ser fruto de pesquisas sobre as principais abordagens concernentes ao ensino-aprendizagem de línguas.

Para organizar a proposta, optamos pela divisão de cada um dos volumes em sete módulos. Tal divisão se justifica ao considerarmos sete meses efetivos de aula, excluindo os períodos de avaliação. Assim, além de explorar os assuntos dos módulos, o professor pode ampliar o trabalho com questões suscitadas pelos conteúdos e temas abordados, desenvolver atividades de interdisciplinaridade, intertextualidade, relação com outros componentes da área de Linguagens, com base no interesse dos estudantes, enriquecendo ainda mais o trabalho em sala de aula.

Os módulos, em sua maior parte, estão organizados em torno de dois gêneros textuais principais e contemplam temas como Meio Ambiente, Ciência e tecnologia, Multiculturalismo, Cidadania e civismo, Saúde e Economia, entre outros. Alinham-se, dessa forma, ao que é apresentado na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento de referência nacional para a formulação dos currículos e das propostas pedagógicas de todas as escolas do país. Esse documento, que define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem desenvolver ao longo da Educação Básica, teve como fundamento a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e o Plano Nacional de Educação (PNE).

Esses documentos nortearam a seleção de gêneros, textos e temas, bem como as atividades de leitura, de escuta, de produção, de análise linguística e semiótica, ao longo de toda a coleção, com o objetivo de contemplar todas as habilidades previstas no componente curricular Língua Portuguesa, considerando os objetos de conhecimento aos quais essas habilidades se relacionam. Buscou-se, assim, que os estudantes desenvolvessem, ao final de cada volume, diferentes habilidades de leitura e de produção, bem como de análise linguística e semiótica, sendo capazes de acionar diversos conhecimentos para atuar nas diferentes situações de comunicação e de contextos interacionais.

Em relação ao estudo dos conhecimentos linguísticos e semióticos, a coleção busca focar ora o uso da língua, ora a análise e a reflexão sobre ela, em uma abordagem que envolve ações de descrição e reflexão sistemática sobre

aspectos linguísticos e o uso de determinados recursos da língua para a construção de sentidos. Procuramos, sempre que possível, priorizar os eixos do uso e da análise no tratamento didático dos conteúdos/objetos de ensino nos diferentes volumes.

Com essa seleção de conteúdos, organização e abordagem didática, pretendemos promover a construção gradativa de saberes sobre os textos (multissemióticos, multimodais ou não)1 de diferentes gêneros que circulam socialmente. Na abordagem do multiculturalismo, por exemplo, os textos possibilitam acesso a variados bens culturais, contemplando não só a diversidade sociocultural brasileira como também outros universos, outras culturas, outras manifestações literárias representativas da diversidade cultural existente. Isso se dá, por exemplo, ao propormos atividades que fazem referência às tradições culturais de povos indígenas e de brasileiros com ascendência africana, aos costumes e às tradições dos povos do campo, como os quilombolas, de povos de diferentes continentes, entre outros, buscando, assim, promover uma educação multicultural. Além disso, por meio de propostas com base em obras de arte, filmes e outras manifestações artísticas e produções culturais, procuramos desenvolver práticas de multiletramentos.

Dada a multiplicidade e a natureza das informações que circulam nas sociedades contemporâneas, esperamos que, ao utilizarem esta coleção, os professores se coloquem na condição de aprendizes e busquem, com os estudantes, respostas a questionamentos suscitados, considerando que seu papel não seja apenas o de ensinar um conteúdo, mas também, e sobretudo, o de orientar a pesquisa e a aprendizagem. Esperamos que, juntos à comunidade escolar, os professores estejam atentos para as diferenças individuais e entre grupos a fim de evitar que, em torno delas, se construam mecanismos de exclusão.

Com o intuito de explicitar os pressupostos desta obra, apresentamos mais adiante as discussões teórico-metodológicas tomadas como base para esta edição. Discorremos sobre a natureza da língua, a concepção de aprendizagem e de ensino, a variação linguística, a abordagem dos gêneros textuais e a perspectiva de avaliação que norteiam a coleção, além de apresentar reflexões mais específicas sobre os multiletramentos, a interdisciplinaridade, o ensino de leitura e escrita, o ensino de oralidade e o ensino de conhecimentos linguísticos.

V
1 Os textos multissemióticos e multimodais apresentam diferentes linguagens em sua composição. Podem se constituir, por exemplo, de linguagem visual, verbal, sonora e ser veiculados em mídias digitais.

CONHEÇA SEU MANUAL DO PROFESSOR

Este Manual do Professor está organizado em duas partes: a primeira parte, geral, apresenta os princípios que embasam a proposta teórico-metodológica desta coleção; a segunda parte, específica para cada volume, apresenta orientações didáticas para apoiá-lo nas práticas pedagógicas em sala de aula.

Na primeira parte, além da fundamentação que embasa a proposta da coleção, apresentamos também o quadro programático do respectivo volume do Livro do Estudante, assim como sugestões de projetos e referências comentadas.

Na segunda parte, apresentamos a reprodução das páginas do Livro do Estudante em tamanho reduzido e, ao redor, objetivos, eventuais respostas ou respostas sugeridas, proposições pedagógicas, competências e habilidades contempladas, Temas Contemporâneos Transversais abordados, sugestões de integração com outros componentes curriculares etc. As páginas reproduzidas a seguir são representativas da segunda parte do Manual do Professor.

Competências do módulo

Gerais: 1, 3, 4

Linguagens: 1, 2, 5

Língua Portuguesa: 1, 3, 7, 9 Arte: 1

Habilidades da abertura • EF67LP23 EF69AR03 • EF69AR05 EF69AR31

Tema Contemporâneo Transversal Diversidade cultural

INTRODUÇÃO Neste módulo, o tema desenvolvido é a leitura literária. O eixo de leitura aborda textos de capa e quarta capa de livro e narrativa de aventura. Os textos que compõem o módulo têm como personagem principal o super­herói Pantera Negra, de grande apelo cultural e identificação na cultural juvenil na contemporaneidade. O suporte de circulação de suas aventuras –as HQs – é bastante apreciado pelos estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental. Dessa forma, contempla­se o trabalho com o Tema Contemporâneo Transversal (TCT) Diversidade cultural. Esse TCT se relaciona à apresentação de narrativa do super­herói Pantera Negra, cuja história faz referência à diversidade cultural dos povos africanos. Se quiser conhecer mais sobre o filme, acesse o link: https://revistagalileu.globo. com/Cultura/noticia/2018/02/ pantera ­ negra ­ e ­ repleto ­ dereferencias­historicas­e­culturais.html (acesso em: 25 maio 2022). O eixo de análise linguística/semiótica tem como foco as linguagens verbal e não verbal, as variações linguísticas, os substantivos e os sinais de pontuação relacionados ao discurso direto e ao discurso indireto. Também são abordados textos de comentário do

BNCC

leitor, buscando­se, a partir das experiências dos estudantes como usuários da internet, analisar os fenômenos da língua e dos novos gêneros textuais. No eixo de produção textual, o trabalho enfoca a produção oral de uma roda de leitura.

OBJETIVOS

• Reconhecer e aprender as características dos gêneros capa e quarta capa de livro, comen­

tário do leitor e narrativa de aventura.

• Identificar textos relativos aos gêneros capa e quarta capa de livro.

• Distinguir linguagem verbal de linguagem não verbal em textos variados.

• Identificar os tipos de variação linguística e o conceito de norma­padrão.

• Retomar o conceito de substantivo e suas classificações.

Indica as competências (gerais, de área e específicas), as habilidades e os Temas Contemporâneos Transversais trabalhados.

INTRODUÇÃO

Introduz, de modo geral, o trabalho realizado nas diferentes seções do respectivo módulo, apresentando os textos que serão trabalhados e os conteúdos abordados em cada uma delas.

• Compreender os usos de sinais de pontuação.

• Participar de práticas de compartilhamento de leitura e recepção de obras literárias e objetos culturais.

• Realizar produção oral de uma roda de leitura.

FIQUE POR DENTRO

• Capa de livro e quarta capa • Comentário do leitor • Linguagem verbal e linguagem não verbal Variação linguística e adequação da linguagem

• Narrativa de aventura

Substantivo: comum e próprio, concreto e abstrato, primitivo e derivado, simples e composto, coletivo • Sinais de pontuação: travessão, ponto de exclamação, ponto de interrogação e reticências • Produção oral: roda de leitura • Arte e universo literário

Observe a imagem que faz parte do curta-metragem Os fantásticos livros voadores do Sr. Morris Lessmore dirigido por William Joyce e Brandon Oldenburg. Depois, discuta as perguntas com os colegas.

1. Quais são os elementos da imagem que mais chamam a sua atenção? Por quê?

Respostas pessoais.

2. Observe o ambiente representado na imagem. Que lugar você imagina que seja esse? Você já esteve em um lugar parecido?

Se necessário, estabeleça com eles, de modo coletivo e colaborativo, maneiras adequadas de tratamento com os colegas e o professor em sala de aula e de participação nos debates, para que os turnos de fala sejam respeitosos e as discussões sejam proveitosas. Proponha ­ lhes que analisem a imagem e pensem em histórias que conheceram em livros, filmes, seriados, HQs ou videogames. Peça que comentem e justifiquem as histórias de que se lembraram. Garanta que os estudantes construam um comentário crítico e pessoal a respeito das histórias escolhidas.

REALIZAÇÃO

1. Incentive os estudantes a observar com atenção a imagem. Ressalte que esse é um frame de um curta­metragem de animação, ou seja, é uma imagem estática que compõe a sequência do audiovisual. Deixe que exponham livremente suas opiniões e, depois, peça­lhes que argumentem o porquê.

3. Para você, qual é a relação da personagem com os livros que estão no chão? Resposta pessoal.

4. Como é a sua relação com os livros e com a literatura?

Respostas pessoais. Respostas

PROPOSIÇÕES

As atividades propostas em Imagem em foco permitem levantar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre as temáticas abordadas no módulo, como o contato e o interesse por livros e o conhecimento sobre narrativas de aventura, bem como incentivá­los a identificar e analisar elementos da linguagem não verbal.

OBJETIVOS

2. Incentive­os a prestar atenção nos detalhes da cena e chame atenção para a maneira pela qual uma imagem não verbal pode comunicar diversas informações e apresentar possibilidades narrativas por meio de cores, tons, formas, dimensões etc.

3. O objetivo da atividade é incentivar os estudantes a buscar sentidos e interpretações voltadas para o tema do módulo. Lembre­se de que eles podem não conhecer o curta­metragem; por isso, deixe que a turma trace hipóteses de maneira livre.

4. Comente com a turma que a prática de leitura é essencial na formação escolar e que a literatura amplia nosso conhecimento acerca de assuntos variados.

Apresenta os objetivos de aprendizagem a serem alcançados.

PROPOSIÇÕES

Traz comentários e orientações para o desenvolvimento dos conteúdos abordados.

REALIZAÇÃO

Apresenta eventuais respostas, sugestões ou complementos de respostas a atividades do Livro do Estudante.

BNCC
FILME DE WILLIAN JOYCE, BRANDON OLDENBURG. OS FANTÁSTICOS LIVROS VOADORES DO SENHOR LESSMORE. EUA. 2012. FOTO: PHOTO 12/ALAMY/FOTOARENA MÓDULO NO
DA LEITURA Frame do curta-metragem Os fantásticos livros voadores do Sr. Morris Lessmore dirigido por William Joyce e Brandon Oldenburg (Estados Unidos, 2012). 1 12 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 12 06/06/22 16:15 12 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LP-G24_AVU.indd 12 16/07/22 09:27
MUNDO
pessoais. IMAGEM EM FOCO 13
13 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LP-G24_AVU.indd 13 16/07/22 09:27
VI

autor de outros livros de ficção derivados de obras cinematográficas.

ESTRATÉGIAS DE LEITURA Explique aos estudantes que a capa de um livro é formada por quatro páginas: a primeira capa, a segunda capa, a terceira capa e a quarta capa, e que eles só irão analisar a primeira e a quarta capas. Após ouvir os comentários da turma, explique que as capas e quartas capas têm a função de identificar o livro para o consumidor e, por

isso, apresentam elementos que visam instigar o interesse pelo seu conteúdo. Em seguida, peça que observem a capa, identifiquem quais elementos sugerem o assunto que será tratado no livro e explicitem o título, a figura da capa, as cores, o conhecimento do filme, da personagem etc. Solicite que observem a quarta capa e o título que aparece nela, imaginando o que poderá acontecer na história com base nesse

ARTICULAÇÃO COM

elemento e que antecipações de fatos ele sugere. Peça a eles que avaliem a capa e a quarta capa, digam se elas cumprem o objetivo e comentem se se sentiram atraídos pela leitura do livro com base nas informações que localizaram até o momento e por quê. Após essa conversa inicial, proponha uma leitura silenciosa dos textos e, depois, a leitura compartilhada em voz alta.

REALIZAÇÃO

Caso você ainda não tenha abordado as informações contextuais dos textos lidos, elas podem ser encontradas em Quem é o autor e exploradas com os estudantes. Verifique com a turma se há dúvidas de vocabulário, esclareça­as coletivamente e leia o boxe Vocabulário

ARTICULAÇÃO COM

GEOGRAFIA

Indica­se a possibilidade de desenvolvimento de trabalho de maneira interdisciplinar com o componente Geografia. Com base na representação do país fictício de Wakanda, conhecido por sua industrialização e tecnologia avançadas, é possível explorar o objeto de estudo identidade sociocultural. O professor convidado pode propor que os estudantes identifiquem e analisem as modificações feitas pelo ser humano nas paisagens naturais em diferentes comunidades a fim de construir novos espaços de vivência. Esse estudo pode ser realizado por meio de imagens e representações relativas aos povos originários, em especial. Cabe também, se possível, incluir nessa seleção sociedades oriundas do universo da ficção.

Indica possibilidades de articulação dos conteúdos ou temas com outros componentes curriculares.

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Sugere estratégias adequadas aos objetivos de leitura e ao propósito dos textos.

FORMAÇÃO CONTINUADA

Apresenta leituras complementares com o objetivo de aprimorar continuamente o trabalho docente.

• O rei soltou um suspiro demorado.

Substantivo concreto e abstrato

Substantivo concreto é a palavra que nomeia seres, reais ou imaginários, que têm existência própria, isto é, que não dependem de outro ser para existir. Mesmo seres imaginários, como dragões e fadas, são substantivos concretos. Exemplo: O rei ativou o motor da moto

Substantivo abstrato é a palavra que representa algo dependente de outro ser, como uma ação um sentimento ou uma qualidade Exemplo: O rei soltou um suspiro demorado. Suspiro depende de rei para se tornar uma ação ou um sentimento.

Substantivo primitivo e derivado

Substantivo primitivo é a palavra que não deriva de nenhuma outra palavra. Exemplo: O rei desligou o aparelho Aparelho forma o substantivo aparelhagem

Substantivo derivado é a palavra formada a partir de outra palavra, substantivo ou não.

Exemplo: Está presa no desabamento Desabamento forma-se a partir da palavra desabar

Substantivo simples e composto

Substantivo simples é um nome formado por uma só palavra. Exemplo:

Eu não deixarei minha mãe indefesa. Substantivo composto é um nome formado por mais de uma palavra, que são combinadas para designar um único ser ou ideia. Exemplo: Você defenderá a Rainha Mãe Rainha e mãe formam um ser único, a personagem Rainha Mãe

Há substantivos compostos que podem ser escritos com hífen. Exemplos: super-herói arranha-céus. Há substantivos compostos que podem ser escritos sem hífen, a partir da junção de outros dois nomes. Exemplos: pontapé passatempo

Substantivo coletivo São palavras que nomeiam em si um conjunto de seres ou coisas de uma mesma espécie, referindo-se a uma coletividade. Exemplo: As tropas lutariam até o último homem. Nomeia um conjunto de soldados.

Se julgar necessário, peça aos estudantes que busquem outras ocorrências em textos, listando outros exemplos de cada tipo de substantivo no caderno ou em uma folha à parte. É possível também propor que elaborem coletivamente um cartaz com os novos exemplos, afixando­o no mural da sala de aula para consultas posteriores. Se considerar interessante, explique aos estudantes as diferenças de sentido no uso do substantivo.

Comente que, em situações formais e informais de comunicação, os substantivos podem ser usados pelos falantes para reforçar certos aspectos do que querem dizer. Ao escolherem usar um nome em vez de outro para referir­se a alguém, por exemplo, os falantes evidenciam algo a respeito dessa pessoa sobre a qual estão falando. Leia para eles estas frases:

• T’Challa passou a mão por sua moto a jato.

• O Pantera Negra assentiu, subiu na moto e acionou a moto. Diga a eles que cada nome ou expressão usada para referir­se ao personagem principal da narrativa enfatiza um aspecto diferente. Na primeira, o substantivo próprio T’Challa dá ênfase ao personagem principal da história em sua individualidade; o substantivo comum rei evidencia seu cargo e destaca seu poder e sua relevância em Wakanda; o substantivo próprio Pantera Negra enfatiza seu papel de super­herói.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Jogo com dicionário

Proponha um jogo com dicionário: fale uma palavra derivada e peça aos estudantes que pesquisem no dicionário a palavra primitiva correspondente. Quem encontrar primeiro a palavra correta desafia os colegas a encontrar a próxima palavra derivada. Vá anotando as palavras indicadas por eles. Ao final, peça que elaborem um quadro ou um cartaz com todos os exemplos apresentados.

PARA LER

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação uma proposta para o ensino de gramática no 1 e 2 graus. 14. ed.

São Paulo: Cortez, 2016. Esse livro, destinado à leitura do professor, propõe o ensino de gramática por meio de atividades que desenvolvem a competência comunicativa. Nele, o autor busca refletir sobre a função e o modo de se ensinar gramática, relacionando o ensino gramatical ao de produção e compreensão de textos.

PROPOSIÇÕES

Em Pronomes pessoais retos e oblíquos, se julgar oportuno, chame a atenção dos estudantes para o fato de que a classificação dos pronomes retos e oblíquos não é fixa; o que a determina é a função sintática que eles exercem na oração, seja de sujeito (retos) ou de complemento (oblíquos). Esse assunto será abordado posteriormente, quando tratarmos das funções sintáticas.

FORMAÇÃO CONTINUADA

No excerto a seguir, a linguista Ingedore Villaça Koch aborda as estratégias de coesão referencial e destaca o uso dos pronomes, em especial os pessoais, para construir os sentidos do texto.

Os pronomes são palavras que podem substituir ou acompanhar um nome e possibilitam ao falante fazer referências e retomadas. Os pronomes analisados anteriormente são chamados de pronomes pessoais

Pronome pessoal é a palavra que representa as pessoas do discurso, indicando quem fala, com quem se fala ou de quem se fala dentro de uma situação de interação.

Veja o exemplo a seguir.

Estamos apenas começando a descobrir o tamanho do QI dos golfinhos. E ele é maior do que imaginávamos Nesse trecho, extraído da reportagem de divulgação científica, o pronome pessoal ele refere-se ao QI dos golfinhos Ao mesmo tempo em que evita a repetição da expressão, ele a retoma para dar sentido ao trecho.

Os pronomes pessoais podem ser usados para ligar diferentes partes do texto, garantindo a coesão e a coerência. Isso porque os pronomes pessoais possibilitam fazer referências, isto é, indicar de que ou de quem se está falando.

Observe este exemplo.

Logo a golfinha também percebeu que o tamanho do lixo não fazia diferença, o lanche era sempre o mesmo. Ela não teve dúvidas [...].

Nesse trecho, o pronome pessoal ela indica que foi a golfinha nome ao qual se refere, que não teve dúvidas.

Os pronomes pessoais são empregados para indicar as três pessoas do discurso

1 pessoa (quem fala)

2 pessoa (com quem se fala)

3 pessoa (de quem se fala)

Pronomes pessoais retos e oblíquos

Os pronomes pessoais podem ser classificados como retos ou oblíquos de acordo com a função que exercem na frase. Os pronomes pessoais retos são aqueles que representam as pessoas do discurso e evidenciam quem realiza a ação declarada pelo verbo. Veja:

1 pessoa (quem fala) – eu, nós 2 pessoa (com quem se fala) – tu, vós

3 pessoa (de quem se fala) – ele/ela, eles/elas 158

[…] A coesão por remissão pode, no meu entender, desempenhar a quer função de (re)ativação de referentes, quer a de “sinalização” textual. A reativação de referentes no texto é realizada por meio da referenciação anafórica ou catafórica, formando-se, deste modo cadeias coesivas mais ou menos longas. Aquelas que retomam referentes principais ou temáticos (por exemplo, protagonista e antagonista, na narrativa; ser que é objeto de uma descrição; tema de uma discussão, em textos opinativos) percorrem em geral o texto inteiro. Esse tipo de remissão pode ser efetuado […] por meio de recursos de ordem “gramatical” – pronomes pessoais de terceira pessoa (retos e oblíquos) e os demais pronomes (possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos, relativos), os diversos tipos de numerais, advérbios pronominais

(como aqui aí lá ali) e artigos definidos; ou por intermédio de recursos de natureza lexical, como sinônimos. hiperônimos, nomes genéricos, descrições definidas; ou, ainda, por reiteração de um mesmo grupo nominal ou parte dele; e, finalmente, por meio da elipse.

por exemplo, o todo a partir de uma ou de algumas partes; um conjunto a partir de um ou mais subconjuntos, o gênero ou espécie a partir de um indivíduo; enfim, conhecimentos que fazem parte de um mesmo “frame” ou “script”, a partir de um ou vários de seus elementos explícitos na superfície textual ou vice-versa. […] KOCH, Ingedore G. V. O texto e a construção dos sentidos. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2018. p. 46-47. 158

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Propõe atividades complementares para ampliar a aprendizagem dos estudantes.

PARA LER / ASSISTIR / ACESSAR

Apresenta sugestões de sites, leituras ou outros recursos para ampliar o trabalho do professor e apoiar a aprendizagem dos estudantes.

Quarta capa do livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra? publicado pela editora Novo Século, em 2018. HOLLAND, Jesse J. Pantera Negra: quem o Pantera Negra? Tradução de Caio Pereira. São Paulo: Novo Século, 2018. Capa e quarta capa. Massiva: numerosa, imensa. VOCABULÁRIO Jesse J. Holland (1971-) é um jornalista estadunidense que escreveu a adaptação em livro das histórias em quadrinhos do personagem Pantera Negra. Além de trabalhar como repórter cobrindo assuntos relacionados à raça e etnia, ele também é
QUEM É O AUTOR RACHEL LUNA/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/ EDITORA NOVO SéCULO 15 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 15 06/06/22 16:16 15 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LP-G24_AVU.indd 15 16/07/22 09:27
41 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 41 06/06/22 16:16 41 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LP-G24_AVU.indd 41
[…] Muitas vezes, a (re)ativação de referentes, a partir de “pistas” expressas no texto, se dá via inferenciação. Pode-se inferir, D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LP-G24_AVU.indd 158 16/07/22 09:36 VII

ORGANIZAÇÃO DA COLEÇÃO

Cada um dos quatro volumes desta coleção – destinados ao 6o, 7o, 8o e 9o anos do Ensino Fundamental –é organizado em sete módulos. Cada um dos módulos apresenta seções, subseções, boxes e outros componentes especialmente pensados para o ensino de Língua Portuguesa e para as temáticas que atendem às necessidades dos estudantes em seus desafios na atualidade.

Abertura

O objetivo da abertura dos módulos é focar a linguagem não verbal de um objeto artístico-cultural (fotografia, pintura, cena de filme etc.) que possibilite relacionar os elementos presentes e/ou sugeridos na imagem aos conhecimentos prévios dos estudantes e acessar suas experiências de mundo, antecipando os conteúdos que serão abordados nos textos. As perguntas apresentadas na subseção Imagem em foco visam desenvolver a habilidade dos estudantes de ler imagens e de utilizar a linguagem não verbal como meio para produzir sentidos e expressar ideias, bem como fazê-los refletir sobre a importância dos elementos não verbais na construção de sentidos. Também apresenta o Fique por dentro, que traz os principais conteúdos abordados no módulo.

Capítulo e Texto

Os módulos estão organizados em Capítulo 1 e Capítulo 2. Cada um dos capítulos se inicia com a seção Texto, com base na qual são desenvolvidas atividades que englobam o estudo dos gêneros textuais em suas três dimensões – conteúdo temático, forma composicional e estilo (marcas linguísticas) –, visando ao desenvolvimento de habilidades de leitura como: localização de informações, inferência, levantamento de hipóteses, reconhecimento de elementos composicionais do gênero em estudo e análise de recursos linguísticos e discursivos.

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

1. A leitura do texto confirmou a sua expectativa quanto à decisão tomada por T’Challa entre a sua missão ou a proteção de sua família? Resposta pessoal.

2. No trecho que você leu, percebe-se que as mulheres são muito importantes no reino de Wakanda. Na sua opinião, em nossa sociedade, as mulheres tem o mesmo protagonismo que as guerreiras de Wakanda? Resposta pessoal.

3. Nesse recorte, que atitudes de T’Challa o caracterizam como um líder, um super-herói para o seu país? Você vê semelhanças entre ele e outros heróis? Respostas pessoais.

TEXTO EXPLORANDO O

TEXTO E CONTEXTO

1. Resposta pessoal. Espera-se que, por meios dessas atividades, os estudantes possam expressar uma avaliação sobre o texto lido e estabelecer preferências por gêneros, temas e autores.

2. a) Sugestões de resposta: A vida em palácios, o uso de armaduras invencíveis, existência de vilões superpoderosos, a presença de seres extraordinários como um homem radioativo, o uso de tecnologias inexistentes como uma motocicleta de motor de íon.

1. O que você achou de conhecer uma das aventuras do Pantera Negra? Ficou com vontade de ler o livro? Troque ideias com os colegas.

CAPA DE LIVRO E QUARTA CAPA CAPÍTULO1

Além da capa, a maioria dos livros apresentam textos na quarta capa. Você acredita que a função da capa de um livro é só atrair os leitores? De que maneira ela pode ajudar na interpretação da obra? Por que algumas capas conquistam os leitores e outras não? A quarta capa tem a mesma função que a capa de um livro? Que informações você imagina que um texto de quarta capa precisa ter? Compartilhe suas opiniões respeitosamente com os colegas e escute com atenção as respostas deles. Respostas pessoais.

TEXTO Leia a seguir capa e a quarta capa do livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra? adaptação de uma história em quadrinhos de mesmo nome.

Capa do livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra? publicado pela editora Novo Século, em 2018. EDITORA NOVO SéCULO 14

Conversando sobre o texto

2. b) Esses elementos são utilizados para proporcionar ao leitor a visualização dos cenários das personagens da história.

2. As narrativas de aventura de super-heróis geralmente apresentam elementos fantásticos e ligados à imaginação. a) Que elementos imaginários aparecem no texto? b) O que esses elementos acrescentam à construção dessa narrativa? c) Outros elementos citados no texto fazem parte do nosso cotidiano. Quais são esses elementos?

2. c) Sugestões de respostas: O tablet o comunicador (telefone), o fone de ouvido e motocicleta são elementos presentes em nosso cotidiano.

d) Que efeitos de sentido a presença desses elementos do cotidiano acrescentam à narrativa?

2. d) Esses elementos produzem um efeito de aproximação do leitor, mobilizando seus conhecimentos de mundo.

3. No trecho do texto que você leu, T’Challa enfrenta a ameaça de invasão de Wakanda por um vilão.

3. a) O inimigo a ser vencido é M’Butu, do reino de Niganda; nesse reino, o povo vive de forma indigna e passa por momentos muito difíceis.

a) Quem é esse vilão? O que é possível afirmar sobre o povo que vive sob o comando dele?

b) Considerando a temática da narrativa e as características do super-herói e do vilão, qual o provável público leitor desse livro?

3. b) Adolescentes adultos que se interessam pelo gênero de aventura, que admiram personagens que têm superpoderes que lutam com vilões, sempre com o objetivo de fazer o bem ou salvar alguém.

4. O livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra? foi publicado em 2018 e, assim como ocorreu com o filme, o personagem fez sucesso e passou a ser uma referência para as pessoas ao redor do mundo. a) Por que você acha relevante haver uma referência de super-herói negro, como o Pantera Negra? b) Na sua opinião, que elementos sociais, históricos e culturais presentes na sociedade podem ter contribuído para que a história do Pantera Negra tenha tido tanto destaque?

4. a) Espera-se que os estudantes infiram que o fato de existir um super-herói negro é uma maneira de dar representatividade protagonismo às pessoas negras, reforçando papéis de destaque que elas ocupam na sociedade.

4. b) Espera-se que os estudantes infiram que ainda há muitas situações em que se observam discriminação e o preconceito em relação às pessoas negras, aspectos que vêm sendo combatidos por todas as pessoas já que todos que vivem em uma sociedade possuem valores devem ter seu lugar respeitado.

Esta seção ocorre logo após a seção Texto e tem por finalidade promover um espaço em que os estudantes possam apresentar as primeiras impressões a respeito do que leram, além de expor suas ideias e opiniões sobre os temas ou fatos presentes nos textos considerando seus conhecimentos prévios. Eles poderão verificar se as hipóteses construídas anteriormente na antecipação realizada na introdução dos textos foram confirmadas ou não, relacionar as informações lidas com seu conhecimento de mundo e emitir pontos de vista com base em uma situação narrada ou apontada nos textos.

FILME WILLIAN JOYCE, BRANDON OLDENBURG. FANTÁSTICOS LIVROS VOADORES DO SENHOR LESSMORE. EUA. 2012. FOTO: PHOTO 12/ALAMY/FOTOARENA MÓDULO NO MUNDO DA LEITURA Frame do curta-metragem Os fantásticos livros voadores do Sr. Morris Lessmore dirigido por William Joyce e Brandon Oldenburg (Estados Unidos, 2012). 1 12 Capa de livro e quarta capa • Comentário do leitor • Linguagem verbal e linguagem não verbal • Variação linguística e adequação da linguagem • Narrativa de aventura Substantivo: comum e próprio, concreto e abstrato, primitivo e derivado, simples e composto, coletivo • Sinais de pontuação: travessão, ponto de exclamação, ponto de interrogação e reticências Produção oral: roda de leitura Arte e universo literário FIQUE POR DENTRO Observe a imagem que faz parte do curta-metragem Os fantásticos livros voadores do Sr. Morris Lessmore dirigido por William Joyce e Brandon Oldenburg. Depois, discuta as perguntas com os colegas. 1. Quais são os elementos da imagem que mais chamam a sua atenção? Por quê? 2. Observe o ambiente representado na imagem. Que lugar você imagina que seja esse? Você já esteve em um lugar parecido? 3. Para você, qual é a relação da personagem com os livros que estão no chão? Resposta pessoal. 4. Como é a sua relação com os livros e com a literatura? Respostas pessoais. Respostas pessoais. Respostas pessoais. IMAGEM EM FOCO 13
A leitura pode nos levar a muitos lugares e nos fazer conhecer personagens e histórias incríveis. Ao adentrar nesse universo, geralmente, o primeiro contato que um leitor tem é com a capa de um livro. Por isso, ela é considerada o cartão de visita de um livro, sendo um de seus elementos mais chamativos.
34 VIII

Explorando o texto

1. A leitura do texto confirmou a sua expectativa quanto à decisão tomada por T’Challa entre a sua missão ou a proteção de sua família? Resposta pessoal.

2. No trecho que você leu, percebe-se que as mulheres são muito importantes no reino de Wakanda. Na sua opinião, em nossa sociedade, as mulheres tem o mesmo protagonismo que as guerreiras de Wakanda? Resposta pessoal.

3. Nesse recorte, que atitudes de T’Challa o caracterizam como um líder, um super-herói para o seu país? Você vê semelhanças entre ele e outros heróis? Respostas pessoais.

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO TEXTO EXPLORANDO O

TEXTO E CONTEXTO

1. Resposta pessoal. Espera-se que, por meios dessas atividades, os estudantes possam expressar uma avaliação sobre o texto lido e estabelecer preferências por gêneros, temas e autores.

2. a) Sugestões de resposta: A vida em palácios, o uso de armaduras invencíveis, a existência de vilões superpoderosos, a presença de seres extraordinários como um homem radioativo, o uso de tecnologias inexistentes como uma motocicleta de motor de íon.

1. O que você achou de conhecer uma das aventuras do Pantera Negra? Ficou com vontade de ler o livro? Troque ideias com os colegas.

2. As narrativas de aventura de super-heróis geralmente apresentam elementos fantásticos e ligados à imaginação.

a) Que elementos imaginários aparecem no texto?

b) O que esses elementos acrescentam à construção dessa narrativa?

c) Outros elementos citados no texto fazem parte do nosso cotidiano. Quais são esses elementos?

2. c) Sugestões de respostas: O tablet o comunicador (telefone), o fone de ouvido e a motocicleta são elementos presentes em nosso cotidiano.

d) Que efeitos de sentido a presença desses elementos do cotidiano acrescentam à narrativa?

2. d) Esses elementos produzem um efeito de aproximação do leitor, mobilizando seus conhecimentos de mundo.

3. No trecho do texto que você leu, T’Challa enfrenta a ameaça de invasão de Wakanda por um vilão.

3. a) O inimigo a ser vencido é M’Butu, do reino de Niganda; nesse reino, o povo vive de forma indigna passa por momentos muito difíceis.

a) Quem é esse vilão? O que é possível afirmar sobre o povo que vive sob o comando dele?

Esta seção é dedicada ao estudo das dimensões discursivas do texto. Em Texto e contexto, as atividades de análise e compreensão contemplam o conteúdo temático, os fatores de textualidade e a situação de produção (finalidade, papel do interlocutor, esfera de produção e circulação, suporte etc.). Em Composição e linguagem, o objetivo é analisar o modo de organização das informações e da sequência textual predominante no gênero explorado, bem como propor atividades de análise e compreensão dos estilos do gênero textual e do autor, por meio da análise linguística do registro escolhido (formal e informal), do léxico, dos elementos coesivos, entre outros fatores.

b) Considerando a temática da narrativa e as características do super-herói e do vilão, qual é o provável público leitor desse livro?

3. b) Adolescentes e adultos que se interessam pelo gênero de aventura, que admiram personagens que têm superpoderes e que lutam com vilões, sempre com o objetivo de fazer o bem ou salvar alguém.

4. O livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra? foi publicado em 2018 e, assim como ocorreu com o filme, o personagem fez sucesso e passou a ser uma referência para as pessoas ao redor do mundo.

a) Por que você acha relevante haver uma referência de super-herói negro, como é o Pantera Negra?

2. b) Esses elementos são utilizados para proporcionar ao leitor a visualização dos cenários e das personagens da história. 34

4. a) Espera-se que os estudantes infiram que o fato de existir um super-herói negro é uma maneira de dar representatividade protagonismo às pessoas negras, reforçando papéis de destaque que elas ocupam na sociedade.

b) Na sua opinião, que elementos sociais, históricos e culturais presentes na sociedade podem ter contribuído para que a história do Pantera Negra tenha tido tanto destaque?

4. b) Espera-se que os estudantes infiram que ainda há muitas situações em que se observam a discriminação e o preconceito em relação às pessoas negras, aspectos que vêm sendo combatidos por todas as pessoas já que todos que vivem em uma sociedade possuem valores e devem ter seu lugar respeitado.

D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 34

09/06/22

Essa organização do estudo do texto em duas partes foi feita para fins didáticos. Contudo, vale ressaltar que o agrupamento dessas duas subseções foi pensado considerando o aspecto predominante a ser tratado. Assim, ao se enfatizar uma questão temática, não significa que se está excluindo o diálogo com os outros elementos, uma vez que todos eles estão interligados e não podem ser completamente desvinculados. O tratamento do texto nessa perspectiva busca favorecer o processo de leitura, a construção de sentidos e a compreensão dos estudantes quanto à situação de comunicação e às características do gênero. Nesta seção, em geral, encontram-se atividades de leitura que visam contemplar os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) e a diversidade de gêneros presentes nos diferentes campos de atuação definidos pela BNCC. Os gêneros, mídias e modalidades abordados na coleção tomam como referência o universo cultural dos estudantes e linguagens por eles conhecidas com práticas de linguagem que envolvem novos gêneros e textos cada vez mais multissemióticos e multimidiáticos, caracterizando, assim, uma abordagem de multiletramentos.

Textos em diálogo

Esta seção promove o diálogo entre a leitura principal do Capítulo 1 e outros textos, a fim de buscar uma interligação entre eles no aspecto composicional (organização e estrutura do gênero), na linguagem e/ou no conteúdo temático. O objetivo da seção é promover a percepção de diferentes linguagens na construção de sentidos dos textos e de aspectos de intertextualidade, levando os estudantes a estabelecer relações de semelhanças e diferenças, assim como conexões entre textos de diferentes gêneros ou de outras linguagens.

Narrativa de aventura e resenha de game Histórias de aventuras, com heróis enfrentando inimigos ou outros desafios e desbravando novos lugares, não estão presentes apenas nos livros. Esse tema também é apresentado em filmes, séries e games Apesar de terem elementos semelhantes, cada uma dessas produções tem linguagens diferentes. Diante da variedade de opções relacionadas a um tema específico, como saber se vale a pena, por exemplo, assistir a um novo filme ou série, ou conhecer um game lançado recentemente? Como você faz para se informar dessas novidades sobre livros, filmes, séries e jogos? Comente com os colegas e ouça com atenção o que eles têm a dizer. Respostas pessoais.

Além das indicações de colegas e amigos, podemos recorrer às resenhas críticas e aos comentários publicados em blogues, sites, revistas, jornais e saber como uma produção é avaliada, quais são os pontos positivos e os negativos. Agora, leia a resenha de um game chamado Sea of Thieves ("Mar de ladrões", em português), publicada em um site especializado em apresentar informações sobre jogos eletrônicos. 62

O jogo tem uma mecânica bem simples, existem dois modos de jogo, o modo corveta, para até dois jogadores, este é um modo mais fácil para jogadores que não tem tanta experiência com o game ou falta de amiguinhos para jogar, e o outro modo é onde você e seus amigos controlam um galeão, um navio para quatro pessoas. O grande charme de Sea of Thieves é o vasto mundo e a experiência cooperativa entre os jogadores, com diversas batalhas entre navios, caçando tesouros e até mesmo podendo derrotar um Kraken. Apesar de todas essas qualidades citadas o jogo peca em um fator importantíssimo para o jogo mais ambicioso da Rare, o conteúdo. As missões de caçadas aos tesouros são repetitivas e seguem uma mesma linha em TODAS as missões, apenas o método de como chegar ao tesouro dá uma pequena variada, tornando assim o segmento das missões muito parecido entre uma e outra, você vai para o porto, pega uma missão, encontra a ilha do mapa, encontra o tesouro (Batalha com alguns esqueletos amaldiçoados) e entrega no porto. [...] Contudo, o pvp agrada muito os jogadores tornando-se o grande acerto da Rare no jogo, o triunfal momento do jogo onde dois barcos piratas se confrontam é de total satisfação e a grande recompensa é o tesouro do navio abatido, a camaradagem é o essencial para você ter sucesso no jogo, não só apenas nos duelos, como também na diversão do jogo. [...]

Kraken é um dos personagens do jogo Sea of Thieves Ele é um monstro que vive em águas profundas costuma atacar embarcações de grande porte.

VOCABULÁRIO

pvp: sigla para a expressão, em inglês, player versus player ou seja, “jogador contra jogador”, em tradução livre. No pvp em equipe, duas ou mais equipes de aliados entram na disputa com outros grupos também controlados por jogadores reais.

a trilogia Donkey Kong Country para Super Nintendo) para os holofotes das indústrias dos games [...]. Dois meses após o seu lançamento e muitas horas de jogatina online com meus amigos, eu vi a necessidade de dar uma opinião sobre o game que apesar de ser bem ambicioso na sua proposta, ele acaba se tornando exaustivo.

Além de promover a intertextualidade, buscamos desenvolver um trabalho de multiletramento. Os gêneros textuais, por serem compostos de múltiplas linguagens, exigem do estudante capacidades e práticas de compreensão para cada uma das linguagens que os compõem (isto é, multiletramentos), a fim de estabelecer sentidos.

Reconhecer essas relações entre os textos é importante para a formação de um leitor crítico e serve para ilustrar a importância do conhecimento de mundo e como esse fator interfere tanto na compreensão do texto quanto na produção textual. Ao relacionar um texto com outro, o leitor pode compreendê-los em sua profundidade.

10:21 DIÁLOGO TEXTOS EM Sea of Thieves – Um Mar de Decepções Luigi 22 de maio de 2018 4 Comments e3 games microsoft pc rare sea of thieves x box one O jogo foi lançado no dia 20 de março de 2018 e demonstrou até o momento uma grande oportunidade perdida. Quando o jogo foi anunciado na E3 de 2015 muitos diziam que seria a volta da Rare (Empresa que produziu
SEA OF THIEVES, 2018/RARE LTD/XBOX GAME STUDIOS/© 2021 MICROSOFT CORPORATION 63 IX

Questão de fala e escrita

A seção tem como objetivo permitir aos estudantes o aprendizado dos elementos notacionais da escrita (pontuação, acentuação, irregularidades ortográficas), assim como de outros aspectos da língua, como as estratégias linguísticas, os recursos discursivos, os elementos de textualidade e os marcadores conversacionais, presentes em textos de diferentes campos de atuação.

QUESTÃO DE FALA E ESCRITA

2. a) O trecho 1 apresenta a descrição dos penhascos. Espera-se que os estudantes indiquem que a descrição produz efeito de tensão e medo no leitor, dando ênfase ao perigo daquele local.

Recursos descritivos, prescritivos e de ordenação de fatos Para elaborar um texto oral ou escrito são usados alguns recursos que possibilitam ao interlocutor ou ao leitor entender melhor o que está sendo dito ou escrito.

1. No trecho do relato pessoal que você leu, a bióloga Deise Nishimura inicia descrevendo o local onde os fatos aconteceram. Releia-o.

E... foi um dia que eu tava limpando peixe, é... preparando o almoço, né? Eu tava limpando o peixe no deque de fora de minha casa e foi quando um jacaré me atacou slide ao fundo do palco mostra uma representação, em desenho, da casa e do jacaré] Eu tava na parte de fora da casa, o jacaré veio por trás, eu tava sentada, né, no chão, limpando no chão [riso nervoso; faz gestos para a plateia, exemplificando a situação] e o jacaré veio por trás e... e pulou mais de um metro, abocanhou a minha perna e ele me levou lá pro fundo da água, né?

• Em sua opinião, a ordem em que os fatos foram relatados contribui ou dificulta o entendimento do texto?

Espera-se que os estudantes infiram que a sequência em que os fatos foram

relatados prioriza a ordem em que se sucederam os acontecimentos, contribuindo para entendimento do texto.

relatados prioriza a ordem em que se sucederam os acontecimentos, contribuindo para o entendimento do texto.

2. Um recurso empregado em textos orais e escritos, principalmente em textos narrativos, é o recurso descritivo. Releia trechos de “O cruzeiro do coracle”.

Trecho 1

Estava bem próximo do Morro da Mezena. Naquele trecho o mar batia em penhascos de 40 ou 50 pés de altura cercados de grandes pedras caídas no mar. Estava perto e meu primeiro pensamento foi remar de volta para a terra.

Trecho 2

Um pouco mais ao norte, o terreno se estendia por um longo trecho, revelando com a maré baixa uma longa faixa de areia amarela. A ponta oposta dessa praia era chamada de Ponta das Florestas no mapa, e merecia o nome. Era coberta por pinheiros verdes que vinham até a beira do mar.

90

ao personagem para ele chegar à praia.

PRODUÇÃO MULTIMODAL

Narrativa de aventura

Agora, é a sua vez de escrever uma narrativa de aventura para compor, com os outros textos da turma, uma coletânea, que pode ser intitulada Grandes aventuras, grandes leituras! Depois, essas histórias serão gravadas para serem ouvidas em formato de audiobook A coletânea audiobook com as produções da turma comporão o acervo da biblioteca, de modo que os estudantes de outras turmas, familiares e amigos possam ler, ouvir e se encantar com essas aventuras.

Planejando a narrativa de aventura Espaço

1 Defina o espaço dos acontecimentos que serão narrados. Para isso, pense em quais elementos fazem parte desse cenário e que permitiriam aos personagens viverem uma aventura. Por exemplo, uma história que se passa em uma ilha deserta pode trazer animais selvagens e plantas venenosas como elementos hostis e desafiadores para a narrativa de aventura; uma floresta densa pode ter animais peçonhentos, desconhecidos.

Escrevendo a narrativa de aventura

1 Defina se o narrador vai participar da história como personagem – narração em 1 pessoa – ou se vai narrar apenas como observador – narração em 3 pessoa. Para isso, pense nos efeitos de sentido que você quer provocar no leitor.

2 Ao narrar as peripécias e aventuras da personagem, descreva o lugar, a cena, os obstáculos e como ela os supera. Dessa forma, revele ao leitor as habilidades da personagem, como coragem e determinação.

3 Atente-se para os recursos que ajudam a dar sentidos ao texto torná-lo compreensível. Para isso, observe:

• a escolha de palavras para caracterização do cenário e dos personagens, como os adjetivos que ajudam o leitor visualizar na imaginação os obstáculos vividos pela personagem.

<Aplicar p. 94 e 95 do LE 6o ano>

Por exemplo: pesada nuvem, encosta íngreme velejo selvagem. Lembre-se de fazer a concordância adequada do adjetivo com relação ao substantivo a que se refere; as associações que ajudam a realçar características, como: ondas pico azul comparações, como: leve como um pássaro as substituições de substantivos por sinônimos para dar continuidade e estabelecer relações de sentido entre as partes do texto. Por exemplo: rochas pedras recifes os recursos de coesão para interligar as partes e dar continuidade ao texto, como em: “A estava com a vela principal e duas bujarronas desfraldadas ao vento. Quando vi pela primeira vez, as velas estavam enfunadas e ela rumava para noroeste” (os pronomes a e ela substituem a palavra escuna produzindo continuidade ao texto);

2 Inspire-se no cenário escolhido e pense no enredo da aventura: Que obstáculos e desafios a personagem deverá superar nesse ambiente?

Protagonista O protagonista tem um modo de ser e de agir que se destaca dos demais personagens. As qualidades atribuídas ao protagonista vão ajudar você a pensar como ele vai encarar os acontecimentos, obstáculos e desafios no ambiente escolhido. Escreva algumas características do seu protagonista, como nome, idade, habilidades, virtudes e defeitos. Considere também como complicação da narrativa vai colocar essas características à prova. Por exemplo: um defeito de caráter do protagonista pode gerar o conflito da história.

O enredo As informações do quadro a seguir ajudam no planejamento das etapas do enredo. É com base nelas que você vai desenvolver sua história.

• as expressões que marcam onde os fatos acontecem. Por exemplo: Estava bem próximo do Morro da Mezena. Naquele trecho o mar batia em penhascos de 40 ou 50 pés de altura”;

• as expressões que constroem passagem do tempo, como: “Logo depois ela começou a buscar cada vez mais o rumo oeste”; “de vez em quando dava uma ou duas pequenas remadas”; por algum tempo finalmente • os tempos verbais no pretérito perfeito ou no pretérito imperfeito, evidenciando que as ações ocorreram em um tempo passado, como em: “Navegou suavemente por cerca de 1 minuto e ficou mais uma vez com o nariz voltado para o vento” (as formas verbais estão no pretérito perfeito, indicando que o fato ocorreu e foi finalizado); “Entre as pedras, a arrebentação espumava uivava As ondas reverberavam pesadas, uma após a outra, borrifando água salgada que ia alto e caía com tudo” (as formas verbais estão no pretérito imperfeito, indicando um acontecimento passado).

3. Leia a seguir um trecho do Estatuto da Pessoa com Deficiência que trata das garantias e dos direitos das pessoas com deficiência relacionadas à educação. Esse trecho compreende três incisos do Capítulo IV, Artigo 28 desse documento.

Incisos são as partes que tratam de aspectos específicos de um artigo. O artigo é uma parte do texto legal, o qual serve para localizar uma informação dentro da lei, por maior que ela seja.

Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida; [...] VIII participação dos estudantes com deficiência e de suas famílias nas diversas instâncias de atuação da comunidade escolar; [...] XV – acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar; [...] de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF: Senado Federal, 2015. Disponível em: www2.senado.leg.br/bdsf/ bitstream/handle/id/513623/001042393.pdf. Acesso em: 17 dez. 2021.

a) Em sua opinião, o que pode ter levado o governo a criar o Estatuto da Pessoa com Deficiência? Resposta pessoal b) Para você, os direitos expressos nesse artigo estão sendo garantidos às pessoas com deficiência? Por quê? c) Com base no inciso XV, o que o poder público deve garantir à pessoa com deficiência? d) De acordo com o Artigo 28, o poder público é o responsável por garantir o cumprimento desses direitos. Que ações são atribuídas a esse poder?

Nos textos que você analisou nesta seção, foram empregados recursos linguísticos de ordenação de fatos, de descrição e de prescrição. Cada um desses recursos tem a sua finalidade e são empregados em diferentes textos. O recurso da ordenação de fatos é usado em textos para evidenciar a sequência em que os fatos ocorrem. Normalmente, em textos narrativos, os fatos se organizam em uma relação de causa e consequência. Exemplo:

3. c) Deve garantir o acesso da pessoa com deficiência jogos a atividades recreativas, esportivas e de lazer no ambiente escolar.

Mas eu consegui chegar dentro da casa, peguei o rádio, chamei por ajuda e... depois de mais ou menos uns 10 minutos, uns... guias turísticos de uma pousada que fica lá perto chegaram. E eles fizeram um torniquete na minha perna, tudo...

Respostas pessoais. No trecho, a forma como os fatos estão escritos possibilita ao leitor compreender a sequência de ações realizadas pela bióloga até o momento do seu resgate.

3. d) O poder público precisa assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar se os direitos às pessoas com deficiência estão sendo cumpridos.

91

Produção

Nesta seção, há uma proposta de produção de texto (escrito, oral ou multimodal) relacionada a um dos gêneros textuais estudados no módulo. Os gêneros selecionados para orientar a proposta são produzidos e circulantes em diferentes esferas da atividade humana, como a literária, a jornalística, a publicitária, a da vida pública e a de estudo e pesquisa.

94

Situação inicial Complicação Clímax Desfecho Apresentação do protagonista e dos demais personagens, fatos iniciais, localização da aventura no espaço (onde) e no tempo (quando).

Parte em que surge o conflito, que vai trazer tensão à narrativa.

Momento de maior tensão da narrativa, que prende atenção do leitor.

Momento em que o conflito é resolvido e a história termina.

4 Escolha um título adequado à narrativa. Revisando e reescrevendo a narrativa de aventura Nesta etapa, você deve ler, reler e avaliar seu texto. Se necessário, deve reescrevê-lo. Em seguida, a turma vai organizar a coletânea. Faça dupla com um colega e troquem seus textos. Leia a narrativa do colega e avalie o texto, de acordo com os aspectos apresentados a seguir. 95

A proposta considera as fases essenciais de planejamento – execução, reescrita, avaliação –, além da divulgação do texto em diferentes mídias, suportes e contextos de produção. Essa sequência didática tem a finalidade de ajudar o estudante a apreender o gênero produzido de modo a poder usá-lo, de forma adequada, em determinada situação de comunicação, considerando o interlocutor, o suporte em que o texto vai circular, a intenção do locutor, entre outros elementos da situação de comunicação.

A seção também possibilita aos estudantes realizar a autoavaliação e observar o que aprenderam e o que ainda precisam aprender, assim como os incentiva a avaliar a produção do colega, opinar e trocar experiências e conhecimentos.

Os critérios avaliativos que vão orientar a autoavaliação e a heteroavaliação devem ser considerados em seu conjunto, de forma contextual, e analisados segundo os objetivos que orientaram o ensino. De modo geral, eles podem ajudar os estudantes a verificar se escrevem textos com pontuação e ortografia convencional; se produzem textos escritos e orais considerando as características do gênero e a situação de comunicação; e aspectos ligados a questões linguísticas gerais e especificas dos gêneros produzidos.

a) Os trechos apresentam a descrição de cenários onde se passam os fatos narrados. Que elemento é descrito no trecho 1? Que efeito de sentido essa descrição produz na narrativa? b) No trecho 2 que elementos são descritos? Que sensações a descrição pode expressar ao leitor sobre esse ambiente com relação à situação vivida pelo personagem na narrativa? 2. b) O trecho descreve o local que personagem estava vendo (a longa faixa de areia e a praia Ponta das Florestas). A descrição desses elementos pode dar ideia de esperança e de tranquilidade, já que ambiente pode representar segurança conforto
XI

Arte e ciência Neste módulo, você estudou uma reportagem de divulgação científica e um verbete de enciclopédia e refletiu sobre a importância da ciência para as sociedades. Agora, você vai conhecer um trabalho artístico que relaciona arte e ciência para propor reflexões ao público. A instalação artística Mundus Admirabilis, da artista gaúcha Regina Silveira (1939-), formada por grandes adesivos colados em paredes, tetos e chão de ambientes. Para produzir esses adesivos, a artista consultou livros científicos do século XVIII e selecionou ilustrações de insetos classificados como daninhos, isto é, que de alguma maneira fazem mal ao ambiente em que vivem. É importante notar que essas ilustrações foram produzidas antes da criação da fotografia, por isso tinham a mesma importância de um registro científico e eram elaboradas com grande riqueza de detalhes.

Linguagens em conexão

1. Observe as imagens da instalação e imagine-se andando dentro desse ambiente. Quais sensações você acha que teria?

personagens brasileiros

História da arte com Regina Silveira Vídeo (5min41s). Canal

Quem é

pessoal. Resposta pessoal.

A seção apresenta uma proposta de integração entre um conteúdo ou tema do módulo e algum aspecto ou algum componente curricular da área de Linguagens, da qual Língua Portuguesa faz parte. O objetivo da seção é interligar diferentes componentes curriculares, contribuindo para o aprofundamento da aprendizagem em diferentes linguagens e para um aprendizado cada vez mais interligado.

2. Em sua opinião, o que a presença de insetos considerados daninhos pode sugerir ao público?

3. Quando a artista retira as imagens dos livros científicos do século XVIII e insere em uma instalação artística do século XXI, os sentidos das imagens continuam os mesmos? Por quê? 4. Em sua opinião, a arte e a ciência podem se relacionar? Como? De quais maneiras?

Cultura. Disponível em: you tube.com/watch?v=qEhjzD7OsSc. Acesso em: abr. 2022.

vídeo uma produção da TV Cultura apresenta a artista Regina Silveira contando um pouco mais sobre o trabalho Mundus Admirabilis

Este boxe traz dados biográficos resumidos sobre o autor do texto, o fotógrafo ou o artista. Tem como objetivo apresentar o perfil do produtor dos principais conteúdos selecionados para a coleção, a fim de ampliar o repertório e o conhecimento de mundo dos estudantes.

O contexto do texto

O boxe acompanha alguns textos principais e tem como finalidade apresentar informações fundamentais para a compreensão de seus contextos de produção, além de despertar o interesse dos estudantes pela leitura integral das obras em que os textos lidos foram publicados.

Vocabulário

O boxe traz uma lista de palavras e seus respectivos significados no contexto em que aparecem nos textos propostos, com o objetivo de auxiliar os estudantes na compreensão textual. Os termos apresentados aparecem em destaque no texto.

Saiba mais

Este boxe apresenta informações complementares a conteúdos e temas suscitados pelos textos do módulo e até mesmo curiosidades que buscam ampliar o repertório dos estudantes.

Língua em cena

Este boxe tem como objetivo propor pesquisas e atividades que levem os estudantes a ampliar seu conhecimento linguístico. Como estratégia, incentiva os estudantes na busca pelo conhecimento instigando-os a levantar hipóteses, desenvolver a capacidade de observação, análise e comparação, e estabelecer conclusões, a fim de realizar as próprias descobertas.

Outros boxes

• Para ler / assistir / acessar / ouvir / visitar: oferece aos estudantes sugestões de livros, textos, filmes, vídeos, sites, músicas e locais de visitação relacionados aos conteúdos apresentados, por meio das quais se pode aprofundar os assuntos abordados.

• “Explicativo”: complementa, detalha, sintetiza ou relembra informações e conceitos que podem auxiliar os estudantes no entendimento de algum tema ou de alguma atividade.

• “Conceito”: apresenta os principais conceitos das seções.

CONEXÃO LINGUAGENS EM SILVEIRA, Regina. Mundus Admirabilis. 2007. Vinil adesivo, 20 m × 20 m × 7 m. CCBB, Brasília, DF. REGINA SILVEIRA/MUNDUS ADMIRABILIS 192
PARA
REGINA SILVEIRA/MUNDUS ADMIRABILIS
XII
Grandes
TV
O
ASSISTIR
Resposta
Respostas pessoais. Respostas pessoais. 193

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

Esta obra está alinhada à Base Nacional Comum Curricular (doravante BNCC), documento normativo de referência nacional para a formulação dos currículos e das propostas pedagógicas de todas as escolas do país. Ao considerar as necessidades e demandas dos estudantes brasileiros contemporâneos, a BNCC, elaborada em conjunto com a sociedade, profissionais da educação e especialistas, define o conjunto de aprendizagens essenciais que todas as escolas do território nacional devem desenvolver em todos os anos ao longo da Educação Básica.

Já prevista na Constituição Federal de 1988, a BNCC teve como base outros marcos legais já existentes, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, lei no 9.394/1996), as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN) e o Plano Nacional de Educação (PNE, 2014-2024). Esse documento integra uma política nacional que visa contribuir para o alinhamento das políticas municipais, estaduais e federais relativas à Educação Básica, para a diminuição das desigualdades entre as escolas e para a garantia de uma formação básica comum aos estudantes, por meio do estabelecimento de competências e diretrizes em que se respeitem os valores culturais e artísticos nacionais e regionais. Portanto, escolas públicas e particulares de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, em todo o Brasil, devem construir currículos e planos de ação e de gestão curricular baseando-se nas aprendizagens essenciais estabelecidas na BNCC.

A BNCC aponta que a Educação Básica brasileira deve promover a formação e o desenvolvimento humano global dos estudantes para que eles sejam capazes de construir uma sociedade mais justa, ética, democrática, responsável, inclusiva, sustentável e solidária. Isso significa orientar-se por uma concepção de educação integral, que proporcione o desenvolvimento de crianças e jovens em todas as suas dimensões: intelectual, física, emocional, social e cultural.

Para abarcar todas essas dimensões, a ideia, de acordo com a BNCC, é que os currículos e as decisões pedagógicas devem estar orientados para o desenvolvimento de competências.

Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.

(BRASIL, 2018, p. 8).

As competências previstas na BNCC para serem desenvolvidas no Ensino Fundamental não se restringem, portanto, aos conhecimentos que os estudantes devem adquirir, mas também abrangem a aplicação desses mesmos conhecimentos na resolução de problemas da comunidade em que vivem e da sociedade, de modo que os jovens exerçam a cidadania e se insiram no mundo do trabalho.

Direitos humanos, ética, justiça social e consciência ambiental são valores e atitudes que a escola e os professores devem promover na formação e aprendizagem de todos os estudantes brasileiros, uma vez que, para viver em sociedade atualmente, mais do que simplesmente obter conhecimentos e informações, é necessário desenvolver

[...] competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades.

(BRASIL, 2018, p. 14).

O trabalho desenvolvido nesta coleção, portanto, guia-se pela proposta pedagógica que visa contribuir para o desenvolvimento integral dos estudantes considerando suas dimensões éticas, morais, afetivas, sociais e simbólicas, reconhecendo suas singularidades e promovendo a valorização das diferenças.

XIII

COMPETÊNCIAS PROPOSTAS PELA BNCC PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA

A BNCC apresenta dez competências gerais que fazem referência ao que, de fato, é necessário trabalhar, oferecer e desenvolver para formar jovens e adultos que deem conta dos novos desafios do século XXI, caracterizados por um alto nível de volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade. Nesse contexto, as Competências gerais da Educação Básica definem o ser humano que se quer formar e tratam das diferentes dimensões humanas (intelectual, física, emocional, social e cultural).

Competências gerais da Educação Básica

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

(BRASIL, 2018, p. 9-10).

As competências gerais definem competências específicas para cada área de conhecimento. Para a área de Linguagens – à qual pertencem os componentes curriculares de Língua Portuguesa, Arte, Língua Inglesa e Educação Física – são estabelecidas seis competências que devem ser desenvolvidas ao longo dos nove anos do Ensino Fundamental.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental

1. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais.

2. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.

3. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.

XIV

4. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, atuando criticamente frente a questões do mundo contemporâneo.

5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.

6. Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares), para se comunicar por meio das diferentes linguagens e mídias, produzir conhecimentos, resolver problemas e desenvolver projetos autorais e coletivos.

(BRASIL, 2018, p. 65).

Com base nas competências gerais e nas competências da área de Linguagens, são definidas competências específicas para o componente curricular Língua Portuguesa.

Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental

1. Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo-a como meio de construção de identidades de seus usuários e da comunidade a que pertencem.

2. Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como forma de interação nos diferentes campos de atuação da vida social e utilizando-a para ampliar suas possibilidades de participar da cultura letrada, de construir conhecimentos (inclusive escolares) e de se envolver com maior autonomia e protagonismo na vida social.

3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes campos de atuação e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e criticidade, de modo a se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo.

4. Compreender o fenômeno da variação linguística, demonstrando atitude respeitosa diante de variedades linguísticas e rejeitando preconceitos linguísticos.

5. Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de linguagem adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero do discurso/gênero textual.

6. Analisar informações, argumentos e opiniões manifestados em interações sociais e nos meios de comunicação, posicionandose ética e criticamente em relação a conteúdos discriminatórios que ferem direitos humanos e ambientais.

7. Reconhecer o texto como lugar de manifestação e negociação de sentidos, valores e ideologias.

8. Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo com objetivos, interesses e projetos pessoais (estudo, formação pessoal, entretenimento, pesquisa, trabalho etc.).

9. Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e humanizador da experiência com a literatura.

10. Mobilizar práticas da cultura digital, diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais para expandir as formas de produzir sentidos (nos processos de compreensão e produção), aprender e refletir sobre o mundo e realizar diferentes projetos autorais.

(BRASIL, 2018, p. 87).

Objetos de conhecimento e habilidades

Para garantir o desenvolvimento das competências específicas de Língua Portuguesa, a BNCC define um conjunto de habilidades que expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos estudantes. Essas habilidades estão relacionadas a diferentes objetos de conhecimento – entendidos como conteúdos, conceitos e processos –, organizados em diferentes práticas de linguagem e de acordo com campos de atuação.

XV

As habilidades para o Ensino Fundamental – Anos Finais estão organizadas em blocos comuns do 6o ao 9o ano, do 6o e do 7o ano, do 8o e do 9o ano e em blocos específicos para cada um dos anos, com progressão de complexidade. As cores indicam os campos de atuação a que pertence cada grupo de habilidades dos quadros a seguir.

• Campo jornalístico-midiático

• Campo de atuação na vida pública

• Campo das práticas de estudo e pesquisa

• Campo artístico-literário

• Todos os campos de atuação

Objetos de conhecimento Habilidades comuns: 6 o ao 9 o ano

(EF69LP01) Diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio, posicionando-se contrariamente a esse tipo de discurso e vislumbrando possibilidades de denúncia quando for o caso.

Apreciação e réplica

Relação entre gêneros e mídias

(EF69LP02) Analisar e comparar peças publicitárias variadas (cartazes, folhetos, outdoor, anúncios e propagandas em diferentes mídias, spots, jingle, vídeos etc.), de forma a perceber a articulação entre elas em campanhas, as especificidades das várias semioses e mídias, a adequação dessas peças ao público-alvo, aos objetivos do anunciante e/ou da campanha e à construção composicional e estilo dos gêneros em questão, como forma de ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros.

Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto

(EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em reportagens e fotorreportagens o fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses defendidas em relação a esses subtemas; em tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente.

Efeitos de sentido

(EF69LP04) Identificar e analisar os efeitos de sentido que fortalecem a persuasão nos textos publicitários, relacionando as estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados, como imagens, tempo verbal, jogos de palavras, figuras de linguagem etc., com vistas a fomentar práticas de consumo conscientes.

(EF69LP05) Inferir e justificar, em textos multissemióticos – tirinhas, charges, memes, gifs etc. –, o efeito de humor, ironia e/ou crítica pelo uso ambíguo de palavras, expressões ou imagens ambíguas, de clichês, de recursos iconográficos, de pontuação etc.

Relação do texto com o contexto de produção e experimentação de papéis sociais

(EF69LP06) Produzir e publicar notícias, fotodenúncias, fotorreportagens, reportagens, reportagens multimidiáticas, infográficos, podcasts noticiosos, entrevistas, cartas de leitor, comentários, artigos de opinião de interesse local ou global, textos de apresentação e apreciação de produção cultural – resenhas e outros próprios das formas de expressão das culturas juvenis, tais como vlogs e podcasts culturais, gameplay, detonado etc. – e cartazes, anúncios, propagandas, spots, jingles de campanhas sociais, dentre outros em várias mídias, vivenciando de forma significativa o papel de repórter, de comentador, de analista, de crítico, de editor ou articulista, de booktuber, de vlogger (vlogueiro) etc., como forma de compreender as condições de produção que envolvem a circulação desses textos e poder participar e vislumbrar possibilidades de participação nas práticas de linguagem do campo jornalístico e do campo midiático de forma ética e responsável, levando-se em consideração o contexto da Web 2.0, que amplia a possibilidade de circulação desses textos e “funde” os papéis de leitor e autor, de consumidor e produtor.

Textualização

(EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto produção e circulação – os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação –, ao modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse contexto, à construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero, utilizando estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e editando imagens, arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos, ajustes, acrescentando/alterando efeitos, ordenamentos etc.

Revisão/edição de texto informativo e opinativo

(EF69LP08) Revisar/editar o texto produzido – notícia, reportagem, resenha, artigo de opinião, dentre outros –, tendo em vista sua adequação ao contexto de produção, a mídia em questão, características do gênero, aspectos relativos à textualidade, a relação entre as diferentes semioses, a formatação e uso adequado das ferramentas de edição (de texto, foto, áudio e vídeo, dependendo do caso) e adequação à norma culta.

XVI

Planejamento de textos de peças publicitárias de campanhas sociais

(EF69LP09) Planejar uma campanha publicitária sobre questões/problemas, temas, causas significativas para a escola e/ou comunidade, a partir de um levantamento de material sobre o tema ou evento, da definição do público-alvo, do texto ou peça a ser produzido – cartaz, banner, folheto, panfleto, anúncio impresso e para internet, spot, propaganda de rádio, TV etc. –, da ferramenta de edição de texto, áudio ou vídeo que será utilizada, do recorte e enfoque a ser dado, das estratégias de persuasão que serão utilizadas etc.

Produção de textos jornalísticos orais

(EF69LP10) Produzir notícias para rádios, TV ou vídeos, podcasts noticiosos e de opinião, entrevistas, comentários, vlogs, jornais radiofônicos e televisivos, dentre outros possíveis, relativos a fato e temas de interesse pessoal, local ou global e textos orais de apreciação e opinião – podcasts e vlogs noticiosos, culturais e de opinião, orientando-se por roteiro ou texto, considerando o contexto de produção e demonstrando domínio dos gêneros.

(EF69LP11) Identificar e analisar posicionamentos defendidos e refutados na escuta de interações polêmicas em entrevistas, discussões e debates (televisivo, em sala de aula, em redes sociais etc.), entre outros, e se posicionar frente a eles.

Planejamento e produção de textos jornalísticos orais

(EF69LP12) Desenvolver estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/ redesign (esses três últimos quando não for situação ao vivo) e avaliação de textos orais, áudio e/ou vídeo, considerando sua adequação aos contextos em que foram produzidos, à forma composicional e estilo de gêneros, a clareza, progressão temática e variedade linguística empregada, os elementos relacionados à fala, tais como modulação de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade, respiração etc., os elementos cinésicos, tais como postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia etc.

(EF69LP13) Engajar-se e contribuir com a busca de conclusões comuns relativas a problemas, temas ou questões polêmicas de interesse da turma e/ou de relevância social.

Participação em discussões orais de temas controversos de interesse da turma e/ ou de relevância social

(EF69LP14) Formular perguntas e decompor, com a ajuda dos colegas e dos professores, tema/ questão polêmica, explicações e ou argumentos relativos ao objeto de discussão para análise mais minuciosa e buscar em fontes diversas informações ou dados que permitam analisar partes da questão e compartilhá-los com a turma.

(EF69LP15) Apresentar argumentos e contra-argumentos coerentes, respeitando os turnos de fala, na participação em discussões sobre temas controversos e/ou polêmicos.

Construção composicional

(EF69LP16) Analisar e utilizar as formas de composição dos gêneros jornalísticos da ordem do relatar, tais como notícias (pirâmide invertida no impresso X blocos noticiosos hipertextuais e hipermidiáticos no digital, que também pode contar com imagens de vários tipos, vídeos, gravações de áudio etc.), da ordem do argumentar, tais como artigos de opinião e editorial (contextualização, defesa de tese/opinião e uso de argumentos) e das entrevistas: apresentação e contextualização do entrevistado e do tema, estrutura pergunta e resposta etc.

Estilo

(EF69LP17) Perceber e analisar os recursos estilísticos e semióticos dos gêneros jornalísticos e publicitários, os aspectos relativos ao tratamento da informação em notícias, como a ordenação dos eventos, as escolhas lexicais, o efeito de imparcialidade do relato, a morfologia do verbo, em textos noticiosos e argumentativos, reconhecendo marcas de pessoa, número, tempo, modo, a distribuição dos verbos nos gêneros textuais (por exemplo, as formas de pretérito em relatos; as formas de presente e futuro em gêneros argumentativos; as formas de imperativo em gêneros publicitários), o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do título, escolhas lexicais, construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e as estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados (tempo verbal, jogos de palavras, metáforas, imagens).

(EF69LP18) Utilizar, na escrita/reescrita de textos argumentativos, recursos linguísticos que marquem as relações de sentido entre parágrafos e enunciados do texto e operadores de conexão adequados aos tipos de argumento e à forma de composição de textos argumentativos, de maneira a garantir a coesão, a coerência e a progressão temática nesses textos (“primeiramente, mas, no entanto, em primeiro/segundo/terceiro lugar, finalmente, em conclusão” etc.).

Efeito de sentido

(EF69LP19) Analisar, em gêneros orais que envolvam argumentação, os efeitos de sentido de elementos típicos da modalidade falada, como a pausa, a entonação, o ritmo, a gestualidade e expressão facial, as hesitações etc.

XVII

Reconstrução

das condições de produção e circulação e adequação do texto à construção composicional e ao estilo de gênero (Lei, código, estatuto, código, regimento etc.)

(EF69LP20) Identificar, tendo em vista o contexto de produção, a forma de organização dos textos normativos e legais, a lógica de hierarquização de seus itens e subitens e suas partes: parte inicial (título – nome e data – e ementa), blocos de artigos (parte, livro, capítulo, seção, subseção), artigos (caput e parágrafos e incisos) e parte final (disposições pertinentes à sua implementação) e analisar efeitos de sentido causados pelo uso de vocabulário técnico, pelo uso do imperativo, de palavras e expressões que indicam circunstâncias, como advérbios e locuções adverbiais, de palavras que indicam generalidade, como alguns pronomes indefinidos, de forma a poder compreender o caráter imperativo, coercitivo e generalista das leis e de outras formas de regulamentação.

Apreciação e réplica

(EF69LP21) Posicionar-se em relação a conteúdos veiculados em práticas não institucionalizadas de participação social, sobretudo àquelas vinculadas a manifestações artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e práticas próprias das culturas juvenis que pretendam denunciar, expor uma problemática ou “convocar” para uma reflexão/ação, relacionando esse texto/produção com seu contexto de produção e relacionando as partes e semioses presentes para a construção de sentidos.

(EF69LP22) Produzir, revisar e editar textos reivindicatórios ou propositivos sobre problemas que afetam a vida escolar ou da comunidade, justificando pontos de vista, reivindicações e detalhando propostas (justificativa, objetivos, ações previstas etc.), levando em conta seu contexto de produção e as características dos gêneros em questão.

Textualização, revisão e edição

(EF69LP23) Contribuir com a escrita de textos normativos, quando houver esse tipo de demanda na escola – regimentos e estatutos de organizações da sociedade civil do âmbito da atuação das crianças e jovens (grêmio livre, clubes de leitura, associações culturais etc.) – e de regras e regulamentos nos vários âmbitos da escola – campeonatos, festivais, regras de convivência etc., levando em conta o contexto de produção e as características dos gêneros em questão.

Discussão oral

(EF69LP24) Discutir casos, reais ou simulações, submetidos a juízo, que envolvam (supostos) desrespeitos a artigos, do ECA, do Código de Defesa do Consumidor, do Código Nacional de Trânsito, de regulamentações do mercado publicitário etc., como forma de criar familiaridade com textos legais – seu vocabulário, formas de organização, marcas de estilo etc. –, de maneira a facilitar a compreensão de leis, fortalecer a defesa de direitos, fomentar a escrita de textos normativos (se e quando isso for necessário) e possibilitar a compreensão do caráter interpretativo das leis e as várias perspectivas que podem estar em jogo.

(EF69LP25) Posicionar-se de forma consistente e sustentada em uma discussão, assembleia, reuniões de colegiados da escola, de agremiações e outras situações de apresentação de propostas e defesas de opiniões, respeitando as opiniões contrárias e propostas alternativas e fundamentando seus posicionamentos, no tempo de fala previsto, valendo-se de sínteses e propostas claras e justificadas.

Registro

(EF69LP26) Tomar nota em discussões, debates, palestras, apresentação de propostas, reuniões, como forma de documentar o evento e apoiar a própria fala (que pode se dar no momento do evento ou posteriormente, quando, por exemplo, for necessária a retomada dos assuntos tratados em outros contextos públicos, como diante dos representados).

Análise de textos legais/normativos, propositivos e reivindicatórios

(EF69LP27) Analisar a forma composicional de textos pertencentes a gêneros normativos/jurídicos e a gêneros da esfera política, tais como propostas, programas políticos (posicionamento quanto a diferentes ações a serem propostas, objetivos, ações previstas etc.), propaganda política (propostas e sua sustentação, posicionamento quanto a temas em discussão) e textos reivindicatórios: cartas de reclamação, petição (proposta, suas justificativas e ações a serem adotadas) e suas marcas linguísticas, de forma a incrementar a compreensão de textos pertencentes a esses gêneros e a possibilitar a produção de textos mais adequados e/ou fundamentados quando isso for requerido.

Modalização

(EF69LP28) Observar os mecanismos de modalização adequados aos textos jurídicos, as modalidades deônticas, que se referem ao eixo da conduta (obrigatoriedade/permissibilidade) como, por exemplo: Proibição: “Não se deve fumar em recintos fechados.”; Obrigatoriedade: “A vida tem que valer a pena.”; Possibilidade: “É permitido a entrada de menores acompanhados de adultos responsáveis.”, e os mecanismos de modalização adequados aos textos políticos e propositivos, as modalidades apreciativas, em que o locutor exprime um juízo de valor (positivo ou negativo) acerca do que enuncia. Por exemplo: “Que belo discurso!”, “Discordo das escolhas de Antônio.”, “Felizmente, o buraco ainda não causou acidentes mais graves.”

XVIII

Reconstrução das condições de produção e recepção dos textos e adequação do texto à construção composicional e ao estilo de gênero

(EF69LP29) Refletir sobre a relação entre os contextos de produção dos gêneros de divulgação científica – texto didático, artigo de divulgação científica, reportagem de divulgação científica, verbete de enciclopédia (impressa e digital), esquema, infográfico (estático e animado), relatório, relato multimidiático de campo, podcasts e vídeos variados de divulgação científica etc. – e os aspectos relativos à construção composicional e às marcas linguísticas características desses gêneros, de forma a ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros.

Relação entre textos

Apreciação e réplica

(EF69LP30) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes, levando em conta seus contextos de produção e referências, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de forma a poder identificar erros/imprecisões conceituais, compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em questão.

(EF69LP31) Utilizar pistas linguísticas – tais como “em primeiro/segundo/terceiro lugar”, “por outro lado”, “dito de outro modo”, “isto é”, “por exemplo” – para compreender a hierarquização das proposições, sintetizando o conteúdo dos textos.

(EF69LP32) Selecionar informações e dados relevantes de fontes diversas (impressas, digitais, orais etc.), avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, e organizar, esquematicamente, com ajuda do professor, as informações necessárias (sem excedê-las) com ou sem apoio de ferramentas digitais, em quadros, tabelas ou gráficos.

Estratégias e procedimentos de leitura

Relação do verbal com outras semioses

Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão

(EF69LP33) Articular o verbal com os esquemas, infográficos, imagens variadas etc. na (re)construção dos sentidos dos textos de divulgação científica e retextualizar do discursivo para o esquemático – infográfico, esquema, tabela, gráfico, ilustração etc. – e, ao contrário, transformar o conteúdo das tabelas, esquemas, infográficos, ilustrações etc. em texto discursivo, como forma de ampliar as possibilidades de compreensão desses textos e analisar as características das multissemioses e dos gêneros em questão.

(EF69LP34) Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os objetivos de leitura, produzir marginálias (ou tomar notas em outro suporte), sínteses organizadas em itens, quadro sinóptico, quadro comparativo, esquema, resumo ou resenha do texto lido (com ou sem comentário/análise), mapa conceitual, dependendo do que for mais adequado, como forma de possibilitar uma maior compreensão do texto, a sistematização de conteúdos e informações e um posicionamento frente aos textos, se esse for o caso.

Consideração

das condições de produção de textos de divulgação científica

Estratégias de escrita

(EF69LP35) Planejar textos de divulgação científica, a partir da elaboração de esquema que considere as pesquisas feitas anteriormente, de notas e sínteses de leituras ou de registros de experimentos ou de estudo de campo, produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigo de divulgação científica, artigo de opinião, reportagem científica, verbete de enciclopédia, verbete de enciclopédia digital colaborativa, infográfico, relatório, relato de experimento científico, relato (multimidiático) de campo, tendo em vista seus contextos de produção, que podem envolver a disponibilização de informações e conhecimentos em circulação em um formato mais acessível para um público específico ou a divulgação de conhecimentos advindos de pesquisas bibliográficas, experimentos científicos e estudos de campo realizados.

Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição

Estratégias de produção

Estratégias de produção: planejamento e produção de apresentações orais

(EF69LP36) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigos de divulgação científica, verbete de enciclopédia, infográfico, infográfico animado, podcast ou vlog científico, relato de experimento, relatório, relatório multimidiático de campo, dentre outros, considerando o contexto de produção e as regularidades dos gêneros em termos de suas construções composicionais e estilos.

(EF69LP37) Produzir roteiros para elaboração de vídeos de diferentes tipos (vlog científico, vídeo-minuto, programa de rádio, podcasts) para divulgação de conhecimentos científicos e resultados de pesquisa, tendo em vista seu contexto de produção, os elementos e a construção composicional dos roteiros.

(EF69LP38) Organizar os dados e informações pesquisados em painéis ou slides de apresentação, levando em conta o contexto de produção, o tempo disponível, as características do gênero apresentação oral, a multissemiose, as mídias e tecnologias que serão utilizadas, ensaiar a apresentação, considerando também elementos paralinguísticos e cinésicos e proceder à exposição oral de resultados de estudos e pesquisas, no tempo determinado, a partir do planejamento e da definição de diferentes formas de uso da fala – memorizada, com apoio da leitura ou fala espontânea.

XIX

Estratégias de produção

(EF69LP39) Definir o recorte temático da entrevista e o entrevistado, levantar informações sobre o entrevistado e sobre o tema da entrevista, elaborar roteiro de perguntas, realizar entrevista, a partir do roteiro, abrindo possibilidades para fazer perguntas a partir da resposta, se o contexto permitir, tomar nota, gravar ou salvar a entrevista e usar adequadamente as informações obtidas, de acordo com os objetivos estabelecidos.

Construção composicional Elementos

paralinguísticos e cinésicos

Apresentações orais

(EF69LP40) Analisar, em gravações de seminários, conferências rápidas, trechos de palestras, dentre outros, a construção composicional dos gêneros de apresentação – abertura/saudação, introdução ao tema, apresentação do plano de exposição, desenvolvimento dos conteúdos, por meio do encadeamento de temas e subtemas (coesão temática), síntese final e/ou conclusão, encerramento –, os elementos paralinguísticos (tais como: tom e volume da voz, pausas e hesitações – que, em geral, devem ser minimizadas –, modulação de voz e entonação, ritmo, respiração etc.) e cinésicos (tais como: postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia, modulação de voz e entonação, sincronia da fala com ferramenta de apoio etc.), para melhor performar apresentações orais no campo da divulgação do conhecimento.

Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais

(EF69LP41) Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais, escolhendo e usando tipos e tamanhos de fontes que permitam boa visualização, topicalizando e/ou organizando o conteúdo em itens, inserindo de forma adequada imagens, gráficos, tabelas, formas e elementos gráficos, dimensionando a quantidade de texto (e imagem) por slide, usando progressivamente e de forma harmônica recursos mais sofisticados como efeitos de transição, slides mestres, layouts personalizados etc.

Construção composicional e estilo Gêneros de divulgação científica

(EF69LP42) Analisar a construção composicional dos textos pertencentes a gêneros relacionados à divulgação de conhecimentos: título, (olho), introdução, divisão do texto em subtítulos, imagens ilustrativas de conceitos, relações, ou resultados complexos (fotos, ilustrações, esquemas, gráficos, infográficos, diagramas, figuras, tabelas, mapas) etc., exposição, contendo definições, descrições, comparações, enumerações, exemplificações e remissões a conceitos e relações por meio de notas de rodapé, boxes ou links; ou título, contextualização do campo, ordenação temporal ou temática por tema ou subtema, intercalação de trechos verbais com fotos, ilustrações, áudios, vídeos etc. e reconhecer traços da linguagem dos textos de divulgação científica, fazendo uso consciente das estratégias de impessoalização da linguagem (ou de pessoalização, se o tipo de publicação e objetivos assim o demandarem, como em alguns podcasts e vídeos de divulgação científica), 3a pessoa, presente atemporal, recurso à citação, uso de vocabulário técnico/especializado etc., como forma de ampliar suas capacidades de compreensão e produção de textos nesses gêneros.

Marcas linguísticas Intertextualidade

(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.

(EF69LP43) Identificar e utilizar os modos de introdução de outras vozes no texto – citação literal e sua formatação e paráfrase –, as pistas linguísticas responsáveis por introduzir no texto a posição do autor e dos outros autores citados (“Segundo X; De acordo com Y; De minha/nossa parte, penso/ amos que”...) e os elementos de normatização (tais como as regras de inclusão e formatação de citações e paráfrases, de organização de referências bibliográficas) em textos científicos, desenvolvendo reflexão sobre o modo como a intertextualidade e a retextualização ocorrem nesses textos. Reconstrução

(EF69LP45) Posicionar-se criticamente em relação a textos pertencentes a gêneros como quarta capa, programa (de teatro, dança, exposição etc.), sinopse, resenha crítica, comentário em blog/ vlog cultural etc., para selecionar obras literárias e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, exposições, espetáculos, CD’s, DVD’s etc.), diferenciando as sequências descritivas e avaliativas e reconhecendo-os como gêneros que apoiam a escolha do livro ou produção cultural e consultando-os no momento de fazer escolhas, quando for o caso.

(EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, como rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dramáticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etc.), dentre outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem estética e afetiva e justificando suas apreciações, escrevendo comentários e resenhas para jornais, blogs e redes sociais e utilizando formas de expressão das culturas juvenis, tais como vlogs e podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists comentadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas de apreciação e de manifestação da cultura de fãs.

das condições de produção, circulação e recepção Apreciação e réplica
XX

Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos

(EF69LP47) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.

(EF69LP48) Interpretar, em poemas, efeitos produzidos pelo uso de recursos expressivos sonoros (estrofação, rimas, aliterações etc.), semânticos (figuras de linguagem, por exemplo), gráfico-espacial (distribuição da mancha gráfica no papel), imagens e sua relação com o texto verbal.

Adesão às práticas de leitura

(EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor.

Relação entre textos

Consideração das condições de produção

Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão/ edição

Produção de textos orais

(EF69LP50) Elaborar texto teatral, a partir da adaptação de romances, contos, mitos, narrativas de enigma e de aventura, novelas, biografias romanceadas, crônicas, dentre outros, indicando as rubricas para caracterização do cenário, do espaço, do tempo; explicitando a caracterização física e psicológica dos personagens e dos seus modos de ação; reconfigurando a inserção do discurso direto e dos tipos de narrador; explicitando as marcas de variação linguística (dialetos, registros e jargões) e retextualizando o tratamento da temática.

(EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/edição e reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário.

(EF69LP52) Representar cenas ou textos dramáticos, considerando, na caracterização dos personagens, os aspectos linguísticos e paralinguísticos das falas (timbre e tom de voz, pausas e hesitações, entonação e expressividade, variedades e registros linguísticos), os gestos e os deslocamentos no espaço cênico, o figurino e a maquiagem e elaborando as rubricas indicadas pelo autor por meio do cenário, da trilha sonora e da exploração dos modos de interpretação.

Produção de textos orais

Oralização

(EF69LP53) Ler em voz alta textos literários diversos – como contos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas, humorísticas, críticas; bem como leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão, como romances, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura infantojuvenil, – contar/recontar histórias tanto da tradição oral (causos, contos de esperteza, contos de animais, contos de amor, contos de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição literária escrita, expressando a compreensão e interpretação do texto por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite o ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto pela pontuação quanto por outros recursos gráfico-editoriais, como negritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações etc., gravando essa leitura ou esse conto/reconto, seja para análise posterior, seja para produção de audiobooks de textos literários diversos ou de podcasts de leituras dramáticas com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas diversos, tanto de forma livre quanto de forma fixa (como quadras, sonetos, liras, haicais etc.), empregando os recursos linguísticos, paralinguísticos e cinésicos necessários aos efeitos de sentido pretendidos, como o ritmo e a entonação, o emprego de pausas e prolongamentos, o tom e o timbre vocais, bem como eventuais recursos de gestualidade e pantomima que convenham ao gênero poético e à situação de compartilhamento em questão.

XXI

Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários

(EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e cinésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz, as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos por meio da estrofação, das rimas e de figuras de linguagem como as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura corporal e a gestualidade, na declamação de poemas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações subordinadas adjetivas etc.), que funcionam como modificadores, percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero narrativo.

(EF69LP55) Reconhecer as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico.

Variação linguística

(EF69LP56) Fazer uso consciente e reflexivo de regras e normas da norma-padrão em situações de fala e escrita nas quais ela deve ser usada.

Objetos de conhecimento

Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos

Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital

Apreciação e réplica

Relação entre textos

Estratégia de leitura

Distinção de fato e opinião

Estratégia de leitura: identificação de teses e argumentos

Apreciação e réplica

Efeitos de sentido

Efeitos de sentido

Exploração da multissemiose

Habilidades comuns: 6 o e 7o anos

(EF67LP01) Analisar a estrutura e funcionamento dos hiperlinks em textos noticiosos publicados na Web e vislumbrar possibilidades de uma escrita hipertextual.

(EF67LP02) Explorar o espaço reservado ao leitor nos jornais, revistas, impressos e on-line, sites noticiosos etc., destacando notícias, fotorreportagens, entrevistas, charges, assuntos, temas, debates em foco, posicionando-se de maneira ética e respeitosa frente a esses textos e opiniões a eles relacionadas, e publicar notícias, notas jornalísticas, fotorreportagem de interesse geral nesses espaços do leitor.

(EF67LP03) Comparar informações sobre um mesmo fato divulgadas em diferentes veículos e mídias, analisando e avaliando a confiabilidade.

(EF67LP04) Distinguir, em segmentos descontínuos de textos, fato da opinião enunciada em relação a esse mesmo fato.

(EF67LP05) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e argumentos em textos argumentativos (carta de leitor, comentário, artigo de opinião, resenha crítica etc.), manifestando concordância ou discordância.

(EF67LP06) Identificar os efeitos de sentido provocados pela seleção lexical, topicalização de elementos e seleção e hierarquização de informações, uso de 3a pessoa etc.

(EF67LP07) Identificar o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do título, escolhas lexicais, construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e perceber seus efeitos de sentido.

(EF67LP08) Identificar os efeitos de sentido devidos à escolha de imagens estáticas, sequenciação ou sobreposição de imagens, definição de figura/fundo, ângulo, profundidade e foco, cores/tonalidades, relação com o escrito (relações de reiteração, complementação ou oposição) etc. em notícias, reportagens, fotorreportagens, foto-denúncias, memes, gifs, anúncios publicitários e propagandas publicados em jornais, revistas, sites na internet etc.

XXII

Estratégias de produção: planejamento de textos informativos

(EF67LP09) Planejar notícia impressa e para circulação em outras mídias (rádio ou TV/vídeo), tendo em vista as condições de produção, do texto – objetivo, leitores/ espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha do fato a ser noticiado (de relevância para a turma, escola ou comunidade), do levantamento de dados e informações sobre o fato – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou com especialistas, consultas a fontes, análise de documentos, cobertura de eventos etc. –, do registro dessas informações e dados, da escolha de fotos ou imagens a produzir ou a utilizar etc. e a previsão de uma estrutura hipertextual (no caso de publicação em sites ou blogs noticiosos).

Textualização, tendo em vista suas condições de produção, as características do gênero em questão, o estabelecimento de coesão, adequação à norma-padrão e o uso adequado de ferramentas de edição

(EF67LP10) Produzir notícia impressa tendo em vista características do gênero – título ou manchete com verbo no tempo presente, linha fina (opcional), lide, progressão dada pela ordem decrescente de importância dos fatos, uso de 3a pessoa, de palavras que indicam precisão –, e o estabelecimento adequado de coesão e produzir notícia para TV, rádio e internet, tendo em vista, além das características do gênero, os recursos de mídias disponíveis e o manejo de recursos de captação e edição de áudio e imagem.

Estratégias de produção: planejamento de textos argumentativos e apreciativos

(EF67LP11) Planejar resenhas, vlogs, vídeos e podcasts variados, e textos e vídeos de apresentação e apreciação próprios das culturas juvenis (algumas possibilidades: fanzines, fanclipes, e-zines, gameplay, detonado etc.), dentre outros, tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha de uma produção ou evento cultural para analisar – livro, filme, série, game, canção, videoclipe, fanclipe, show, saraus, slams etc. – da busca de informação sobre a produção ou evento escolhido, da síntese de informações sobre a obra/evento e do elenco/seleção de aspectos, elementos ou recursos que possam ser destacados positiva ou negativamente ou da roteirização do passo a passo do game para posterior gravação dos vídeos.

Textualização de textos argumentativos e apreciativos

(EF67LP12) Produzir resenhas críticas, vlogs, vídeos, podcasts variados e produções e gêneros próprios das culturas juvenis (algumas possibilidades: fanzines, fanclipes, e-zines, gameplay, detonado etc.), que apresentem/descrevam e/ou avaliem produções culturais (livro, filme, série, game, canção, disco, videoclipe etc.) ou evento (show, sarau, slam etc.), tendo em vista o contexto de produção dado, as características do gênero, os recursos das mídias envolvidas e a textualização adequada dos textos e/ou produções.

Produção e edição de textos publicitários

(EF67LP13) Produzir, revisar e editar textos publicitários, levando em conta o contexto de produção dado, explorando recursos multissemióticos, relacionando elementos verbais e visuais, utilizando adequadamente estratégias discursivas de persuasão e/ou convencimento e criando título ou slogan que façam o leitor motivar-se a interagir com o texto produzido e se sinta atraído pelo serviço, ideia ou produto em questão.

Planejamento e produção de entrevistas orais

(EF67LP14) Definir o contexto de produção da entrevista (objetivos, o que se pretende conseguir, por que aquele entrevistado etc.), levantar informações sobre o entrevistado e sobre o acontecimento ou tema em questão, preparar o roteiro de perguntas e realizar entrevista oral com envolvidos ou especialistas relacionados com o fato noticiado ou com o tema em pauta, usando roteiro previamente elaborado e formulando outras perguntas a partir das respostas dadas e, quando for o caso, selecionar partes, transcrever e proceder a uma edição escrita do texto, adequando-o a seu contexto de publicação, à construção composicional do gênero e garantindo a relevância das informações mantidas e a continuidade temática.

Estratégias e procedimentos de leitura em textos legais e normativos

(EF67LP15) Identificar a proibição imposta ou o direito garantido, bem como as circunstâncias de sua aplicação, em artigos relativos a normas, regimentos escolares, regimentos e estatutos da sociedade civil, regulamentações para o mercado publicitário, Código de Defesa do Consumidor, Código Nacional de Trânsito, ECA, Constituição, dentre outros.

XXIII

Contexto de produção, circulação e recepção de textos e práticas relacionadas à defesa de direitos e à participação social

(EF67LP16) Explorar e analisar espaços de reclamação de direitos e de envio de solicitações (tais como ouvidorias, SAC, canais ligados a órgãos públicos, plataformas do consumidor, plataformas de reclamação), bem como de textos pertencentes a gêneros que circulam nesses espaços, reclamação ou carta de reclamação, solicitação ou carta de solicitação, como forma de ampliar as possibilidades de produção desses textos em casos que remetam a reivindicações que envolvam a escola, a comunidade ou algum de seus membros como forma de se engajar na busca de solução de problemas pessoais, dos outros e coletivos.

Relação entre contexto de produção e características composicionais e estilísticas dos gêneros (carta de solicitação, carta de reclamação, petição on-line, carta aberta, abaixo-assinado, proposta etc.)

Apreciação e réplica

Estratégias, procedimentos de leitura em textos reivindicatórios ou propositivos

Estratégia de produção: planejamento de textos reivindicatórios ou propositivos

Curadoria de informação

Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição

(EF67LP17) Analisar, a partir do contexto de produção, a forma de organização das cartas de solicitação e de reclamação (datação, forma de início, apresentação contextualizada do pedido ou da reclamação, em geral, acompanhada de explicações, argumentos e/ou relatos do problema, fórmula de finalização mais ou menos cordata, dependendo do tipo de carta e subscrição) e algumas das marcas linguísticas relacionadas à argumentação, explicação ou relato de fatos, como forma de possibilitar a escrita fundamentada de cartas como essas ou de postagens em canais próprios de reclamações e solicitações em situações que envolvam questões relativas à escola, à comunidade ou a algum dos seus membros.

(EF67LP18) Identificar o objeto da reclamação e/ou da solicitação e sua sustentação, explicação ou justificativa, de forma a poder analisar a pertinência da solicitação ou justificação.

(EF67LP19) Realizar levantamento de questões, problemas que requeiram a denúncia de desrespeito a direitos, reivindicações, reclamações, solicitações que contemplem a comunidade escolar ou algum de seus membros e examinar normas e legislações.

(EF67LP20) Realizar pesquisa, a partir de recortes e questões definidos previamente, usando fontes indicadas e abertas.

(EF67LP21) Divulgar resultados de pesquisas por meio de apresentações orais, painéis, artigos de divulgação científica, verbetes de enciclopédia, podcasts científicos etc.

(EF67LP22) Produzir resumos, a partir das notas e/ou esquemas feitos, com o uso adequado de paráfrases e citações.

Conversação espontânea

Procedimentos de apoio à compreensão

Tomada de nota

Textualização

Progressão temática

Textualização

Relação entre textos

(EF67LP23) Respeitar os turnos de fala, na participação em conversações e em discussões ou atividades coletivas, na sala de aula e na escola e formular perguntas coerentes e adequadas em momentos oportunos em situações de aulas, apresentação oral, seminário etc.

(EF67LP24) Tomar nota de aulas, apresentações orais, entrevistas (ao vivo, áudio, TV, vídeo), identificando e hierarquizando as informações principais, tendo em vista apoiar o estudo e a produção de sínteses e reflexões pessoais ou outros objetivos em questão.

(EF67LP25) Reconhecer e utilizar os critérios de organização tópica (do geral para o específico, do específico para o geral etc.), as marcas linguísticas dessa organização (marcadores de ordenação e enumeração, de explicação, definição e exemplificação, por exemplo) e os mecanismos de paráfrase, de maneira a organizar mais adequadamente a coesão e a progressão temática de seus textos.

(EF67LP26) Reconhecer a estrutura de hipertexto em textos de divulgação científica e proceder à remissão a conceitos e relações por meio de notas de rodapés ou boxes.

(EF67LP27) Analisar, entre os textos literários e entre estes e outras manifestações artísticas (como cinema, teatro, música, artes visuais e midiáticas), referências explícitas ou implícitas a outros textos, quanto aos temas, personagens e recursos literários e semióticos.

Estratégias de leitura Apreciação e réplica

(EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes –, romances infantojuvenis, contos populares, contos de terror, lendas brasileiras, indígenas e africanas, narrativas de aventuras, narrativas de enigma, mitos, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos, mangás, poemas de forma livre e fixa (como sonetos e cordéis), vídeo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

XXIV

Reconstrução da textualidade

Efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos

(EF67LP29) Identificar, em texto dramático, personagem, ato, cena, fala e indicações cênicas e a organização do texto: enredo, conflitos, ideias principais, pontos de vista, universos de referência.

Construção da textualidade

Relação entre textos

(EF67LP30) Criar narrativas ficcionais, tais como contos populares, contos de suspense, mistério, terror, humor, narrativas de enigma, crônicas, histórias em quadrinhos, dentre outros, que utilizem cenários e personagens realistas ou de fantasia, observando os elementos da estrutura narrativa próprios ao gênero pretendido, tais como enredo, personagens, tempo, espaço e narrador, utilizando tempos verbais adequados à narração de fatos passados, empregando conhecimentos sobre diferentes modos de se iniciar uma história e de inserir os discursos direto e indireto.

(EF67LP31) Criar poemas compostos por versos livres e de forma fixa (como quadras e sonetos), utilizando recursos visuais, semânticos e sonoros, tais como cadências, ritmos e rimas, e poemas visuais e vídeo-poemas, explorando as relações entre imagem e texto verbal, a distribuição da mancha gráfica (poema visual) e outros recursos visuais e sonoros.

Fono-ortografia (EF67LP32) Escrever palavras com correção ortográfica, obedecendo às convenções da língua escrita.

Elementos notacionais da escrita (EF67LP33) Pontuar textos adequadamente.

(EF67LP34) Formar antônimos com acréscimo de prefixos que expressam noção de negação.

Léxico/morfologia

(EF67LP35) Distinguir palavras derivadas por acréscimo de afixos e palavras compostas.

Coesão (EF67LP36) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão referencial (léxica e pronominal) e sequencial e outros recursos expressivos adequados ao gênero textual.

Sequências textuais

Figuras de linguagem

Objetos de conhecimento

Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital

Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto

Apreciação e réplica

Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto

Apreciação e réplica

(EF67LP37) Analisar, em diferentes textos, os efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos linguístico-discursivos de prescrição, causalidade, sequências descritivas e expositivas e ordenação de eventos.

(EF67LP38) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem, como comparação, metáfora, metonímia, personificação, hipérbole, dentre outras.

Habilidades comuns: 8 o e 9 o anos

(EF89LP01) Analisar os interesses que movem o campo jornalístico, os efeitos das novas tecnologias no campo e as condições que fazem da informação uma mercadoria, de forma a poder desenvolver uma atitude crítica frente aos textos jornalísticos.

(EF89LP02) Analisar diferentes práticas (curtir, compartilhar, comentar, curar etc.) e textos pertencentes a diferentes gêneros da cultura digital (meme, gif, comentário, charge digital etc.) envolvidos no trato com a informação e opinião, de forma a possibilitar uma presença mais crítica e ética nas redes.

(EF89LP03) Analisar textos de opinião (artigos de opinião, editoriais, cartas de leitores, comentários, posts de blog e de redes sociais, charges, memes, gifs etc.) e posicionar-se de forma crítica e fundamentada, ética e respeitosa frente a fatos e opiniões relacionados a esses textos.

(EF89LP04) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e implícitos, argumentos e contra-argumentos em textos argumentativos do campo (carta de leitor, comentário, artigo de opinião, resenha crítica etc.), posicionando-se frente à questão controversa de forma sustentada.

XXV

Efeitos de sentido

(EF89LP05) Analisar o efeito de sentido produzido pelo uso, em textos, de recurso a formas de apropriação textual (paráfrases, citações, discurso direto, indireto ou indireto livre).

(EF89LP06) Analisar o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do título, escolhas lexicais, construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e seus efeitos de sentido.

Efeitos de sentido Exploração da multissemiose

(EF89LP07) Analisar, em notícias, reportagens e peças publicitárias em várias mídias, os efeitos de sentido devidos ao tratamento e à composição dos elementos nas imagens em movimento, à performance, à montagem feita (ritmo, duração e sincronização entre as linguagens – complementaridades, interferências etc.) e ao ritmo, melodia, instrumentos e sampleamentos das músicas e efeitos sonoros.

Estratégia de produção: planejamento de textos informativos

(EF89LP08) Planejar reportagem impressa e em outras mídias (rádio ou TV/vídeo, sites), tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. – a partir da escolha do fato a ser aprofundado ou do tema a ser focado (de relevância para a turma, escola ou comunidade), do levantamento de dados e informações sobre o fato ou tema – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou com especialistas, consultas a fontes diversas, análise de documentos, cobertura de eventos etc. –, do registro dessas informações e dados, da escolha de fotos ou imagens a produzir ou a utilizar etc., da produção de infográficos, quando for o caso, e da organização hipertextual (no caso a publicação em sites ou blogs noticiosos ou mesmo de jornais impressos, por meio de boxes variados).

Estratégia de produção: textualização de textos informativos

(EF89LP09) Produzir reportagem impressa, com título, linha fina (optativa), organização composicional (expositiva, interpretativa e/ou opinativa), progressão temática e uso de recursos linguísticos compatíveis com as escolhas feitas e reportagens multimidiáticas, tendo em vista as condições de produção, as características do gênero, os recursos e mídias disponíveis, sua organização hipertextual e o manejo adequado de recursos de captação e edição de áudio e imagem e adequação à norma-padrão.

Estratégia de produção: planejamento de textos argumentativos e apreciativos

(EF89LP10) Planejar artigos de opinião, tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha do tema ou questão a ser discutido(a), da relevância para a turma, escola ou comunidade, do levantamento de dados e informações sobre a questão, de argumentos relacionados a diferentes posicionamentos em jogo, da definição – o que pode envolver consultas a fontes diversas, entrevistas com especialistas, análise de textos, organização esquemática das informações e argumentos – dos (tipos de) argumentos e estratégias que pretende utilizar para convencer os leitores.

Estratégias de produção: planejamento, textualização, revisão e edição de textos publicitários

(EF89LP11) Produzir, revisar e editar peças e campanhas publicitárias, envolvendo o uso articulado e complementar de diferentes peças publicitárias: cartaz, banner, indoor, folheto, panfleto, anúncio de jornal/revista, para internet, spot, propaganda de rádio, TV, a partir da escolha da questão/problema/causa significativa para a escola e/ou a comunidade escolar, da definição do público-alvo, das peças que serão produzidas, das estratégias de persuasão e convencimento que serão utilizadas.

Estratégias de produção: planejamento e participação em debates regrados

(EF89LP12) Planejar coletivamente a realização de um debate sobre tema previamente definido, de interesse coletivo, com regras acordadas e planejar, em grupo, participação em debate a partir do levantamento de informações e argumentos que possam sustentar o posicionamento a ser defendido (o que pode envolver entrevistas com especialistas, consultas a fontes diversas, o registro das informações e dados obtidos etc.), tendo em vista as condições de produção do debate – perfil dos ouvintes e demais participantes, objetivos do debate, motivações para sua realização, argumentos e estratégias de convencimento mais eficazes etc. e participar de debates regrados, na condição de membro de uma equipe de debatedor, apresentador/mediador, espectador (com ou sem direito a perguntas), e/ou de juiz/avaliador, como forma de compreender o funcionamento do debate, e poder participar de forma convincente, ética, respeitosa e crítica e desenvolver uma atitude de respeito e diálogo para com as ideias divergentes.

XXVI

Estratégias de produção: planejamento, realização e edição de entrevistas orais

(EF89LP13) Planejar entrevistas orais com pessoas ligadas ao fato noticiado, especialistas etc., como forma de obter dados e informações sobre os fatos cobertos sobre o tema ou questão discutida ou temáticas em estudo, levando em conta o gênero e seu contexto de produção, partindo do levantamento de informações sobre o entrevistado e sobre a temática e da elaboração de um roteiro de perguntas, garantindo a relevância das informações mantidas e a continuidade temática, realizar entrevista e fazer edição em áudio ou vídeo, incluindo uma contextualização inicial e uma fala de encerramento para publicação da entrevista isoladamente ou como parte integrante de reportagem multimidiática, adequando-a a seu contexto de publicação e garantindo a relevância das informações mantidas e a continuidade temática.

Argumentação: movimentos argumentativos, tipos de argumento e força argumentativa

Estilo

(EF89LP14) Analisar, em textos argumentativos e propositivos, os movimentos argumentativos de sustentação, refutação e negociação e os tipos de argumentos, avaliando a força/tipo dos argumentos utilizados.

(EF89LP15) Utilizar, nos debates, operadores argumentativos que marcam a defesa de ideia e de diálogo com a tese do outro: concordo, discordo, concordo parcialmente, do meu ponto de vista, na perspectiva aqui assumida etc.

Modalização

(EF89LP16) Analisar a modalização realizada em textos noticiosos e argumentativos, por meio das modalidades apreciativas, viabilizadas por classes e estruturas gramaticais como adjetivos, locuções adjetivas, advérbios, locuções adverbiais, orações adjetivas e adverbiais, orações relativas restritivas e explicativas etc., de maneira a perceber a apreciação ideológica sobre os fatos noticiados ou as posições implícitas ou assumidas.

Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos legais e normativos

(EF89LP17) Relacionar textos e documentos legais e normativos de importância universal, nacional ou local que envolvam direitos, em especial, de crianças, adolescentes e jovens – tais como a Declaração dos Direitos Humanos, a Constituição Brasileira, o ECA –, e a regulamentação da organização escolar – por exemplo, regimento escolar –, a seus contextos de produção, reconhecendo e analisando possíveis motivações, finalidades e sua vinculação com experiências humanas e fatos históricos e sociais, como forma de ampliar a compreensão dos direitos e deveres, de fomentar os princípios democráticos e uma atuação pautada pela ética da responsabilidade (o outro tem direito a uma vida digna tanto quanto eu tenho).

Contexto de produção, circulação e recepção de textos e práticas relacionadas à defesa de direitos e à participação social

(EF89LP18) Explorar e analisar instâncias e canais de participação disponíveis na escola (conselho de escola, outros colegiados, grêmio livre), na comunidade (associações, coletivos, movimentos etc.), no município ou no país, incluindo formas de participação digital, como canais e plataformas de participação (como portal e-cidadania), serviços, portais e ferramentas de acompanhamentos do trabalho de políticos e de tramitação de leis, canais de educação política, bem como de propostas e proposições que circulam nesses canais, de forma a participar do debate de ideias e propostas na esfera social e a engajar-se com a busca de soluções para problemas ou questões que envolvam a vida da escola e da comunidade.

Relação entre contexto de produção e características composicionais e estilísticas dos gêneros Apreciação e réplica

(EF89LP19) Analisar, a partir do contexto de produção, a forma de organização das cartas abertas, abaixo-assinados e petições on-line (identificação dos signatários, explicitação da reivindicação feita, acompanhada ou não de uma breve apresentação da problemática e/ou de justificativas que visam sustentar a reivindicação) e a proposição, discussão e aprovação de propostas políticas ou de soluções para problemas de interesse público, apresentadas ou lidas nos canais digitais de participação, identificando suas marcas linguísticas, como forma de possibilitar a escrita ou subscrição consciente de abaixo-assinados e textos dessa natureza e poder se posicionar de forma crítica e fundamentada frente às propostas.

XXVII

Estratégias e procedimentos de leitura em textos reivindicatórios ou propositivos

(EF89LP20) Comparar propostas políticas e de solução de problemas, identificando o que se pretende fazer/implementar, por que (motivações, justificativas), para que (objetivos, benefícios e consequências esperados), como (ações e passos), quando etc. e a forma de avaliar a eficácia da proposta/solução, contrastando dados e informações de diferentes fontes, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de forma a poder compreender e posicionar-se criticamente sobre os dados e informações usados em fundamentação de propostas e analisar a coerência entre os elementos, de forma a tomar decisões fundamentadas.

Estratégia de produção: planejamento de textos reivindicatórios ou propositivos

(EF89LP21) Realizar enquetes e pesquisas de opinião, de forma a levantar prioridades, problemas a resolver ou propostas que possam contribuir para melhoria da escola ou da comunidade, caracterizar demanda/necessidade, documentando-a de diferentes maneiras por meio de diferentes procedimentos, gêneros e mídias e, quando for o caso, selecionar informações e dados relevantes de fontes pertinentes diversas (sites, impressos, vídeos etc.), avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, que possam servir de contextualização e fundamentação de propostas, de forma a justificar a proposição de propostas, projetos culturais e ações de intervenção.

Escuta

Apreender o sentido geral dos textos

Apreciação e réplica

Produção/Proposta

Movimentos argumentativos e força dos argumentos

Curadoria de informação

(EF89LP22) Compreender e comparar as diferentes posições e interesses em jogo em uma discussão ou apresentação de propostas, avaliando a validade e força dos argumentos e as consequências do que está sendo proposto e, quando for o caso, formular e negociar propostas de diferentes naturezas relativas a interesses coletivos envolvendo a escola ou comunidade escolar.

(EF89LP23) Analisar, em textos argumentativos, reivindicatórios e propositivos, os movimentos argumentativos utilizados (sustentação, refutação e negociação), avaliando a força dos argumentos utilizados.

(EF89LP24) Realizar pesquisa, estabelecendo o recorte das questões, usando fontes abertas e confiáveis.

(EF89LP25) Divulgar o resultado de pesquisas por meio de apresentações orais, verbetes de enciclopédias colaborativas, reportagens de divulgação científica, vlogs científicos, vídeos de diferentes tipos etc.

Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição

(EF89LP26) Produzir resenhas, a partir das notas e/ou esquemas feitos, com o manejo adequado das vozes envolvidas (do resenhador, do autor da obra e, se for o caso, também dos autores citados na obra resenhada), por meio do uso de paráfrases, marcas do discurso reportado e citações.

Conversação espontânea

Procedimentos de apoio à compreensão

Tomada de nota

(EF89LP27) Tecer considerações e formular problematizações pertinentes, em momentos oportunos, em situações de aulas, apresentação oral, seminário etc.

(EF89LP28) Tomar nota de videoaulas, aulas digitais, apresentações multimídias, vídeos de divulgação científica, documentários e afins, identificando, em função dos objetivos, informações principais para apoio ao estudo e realizando, quando necessário, uma síntese final que destaque e reorganize os pontos ou conceitos centrais e suas relações e que, em alguns casos, seja acompanhada de reflexões pessoais, que podem conter dúvidas, questionamentos, considerações etc.

Textualização

Progressão temática

(EF89LP29) Utilizar e perceber mecanismos de progressão temática, tais como retomadas anafóricas (“que, cujo, onde”, pronomes do caso reto e oblíquos, pronomes demonstrativos, nomes correferentes etc.), catáforas (remetendo para adiante ao invés de retomar o já dito), uso de organizadores textuais, de coesivos etc., e analisar os mecanismos de reformulação e paráfrase utilizados nos textos de divulgação do conhecimento.

Textualização

(EF89LP30) Analisar a estrutura de hipertexto e hiperlinks em textos de divulgação científica que circulam na Web e proceder à remissão a conceitos e relações por meio de links

XXVIII

Modalização

(EF89LP31) Analisar e utilizar modalização epistêmica, isto é, modos de indicar uma avaliação sobre o valor de verdade e as condições de verdade de uma proposição, tais como os asseverativos – quando se concorda com (“realmente, evidentemente, naturalmente, efetivamente, claro, certo, lógico, sem dúvida” etc.) ou discorda de (“de jeito nenhum, de forma alguma”) uma ideia; e os quase-asseverativos, que indicam que se considera o conteúdo como quase certo (“talvez, assim, possivelmente, provavelmente, eventualmente”).

Relação entre textos

(EF89LP32) Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de mecanismos de intertextualidade (referências, alusões, retomadas) entre os textos literários, entre esses textos literários e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, artes visuais e midiáticas, música), quanto aos temas, personagens, estilos, autores etc., e entre o texto original e paródias, paráfrases, pastiches, trailer honesto, vídeos-minuto, vidding, dentre outros.

Estratégias de leitura

Apreciação e réplica

Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos

(EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoema, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

(EF89LP34) Analisar a organização de texto dramático apresentado em teatro, televisão, cinema, identificando e percebendo os sentidos decorrentes dos recursos linguísticos e semióticos que sustentam sua realização como peça teatral, novela, filme etc.

Construção da textualidade

(EF89LP35) Criar contos ou crônicas (em especial, líricas), crônicas visuais, minicontos, narrativas de aventura e de ficção científica, dentre outros, com temáticas próprias ao gênero, usando os conhecimentos sobre os constituintes estruturais e recursos expressivos típicos dos gêneros narrativos pretendidos, e, no caso de produção em grupo, ferramentas de escrita colaborativa.

Relação entre textos

(EF89LP36) Parodiar poemas conhecidos da literatura e criar textos em versos (como poemas concretos, ciberpoemas, haicais, liras, microrroteiros, lambe-lambes e outros tipos de poemas), explorando o uso de recursos sonoros e semânticos (como figuras de linguagem e jogos de palavras) e visuais (como relações entre imagem e texto verbal e distribuição da mancha gráfica), de forma a propiciar diferentes efeitos de sentido.

Figuras de linguagem

Objetos de conhecimento

Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos

Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital

Léxico/morfologia

(EF89LP37) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância, dentre outras.

Habilidades específicas: 6 o ano

(EF06LP01) Reconhecer a impossibilidade de uma neutralidade absoluta no relato de fatos e identificar diferentes graus de parcialidade/imparcialidade dados pelo recorte feito e pelos efeitos de sentido advindos de escolhas feitas pelo autor, de forma a poder desenvolver uma atitude crítica frente aos textos jornalísticos e tornar-se consciente das escolhas feitas enquanto produtor de textos.

(EF06LP02) Estabelecer relação entre os diferentes gêneros jornalísticos, compreendendo a centralidade da notícia.

(EF06LP03) Analisar diferenças de sentido entre palavras de uma série sinonímica.

XXIX

Morfossintaxe

(EF06LP04) Analisar a função e as flexões de substantivos e adjetivos e de verbos nos modos Indicativo, Subjuntivo e Imperativo: afirmativo e negativo.

(EF06LP05) Identificar os efeitos de sentido dos modos verbais, considerando o gênero textual e a intenção comunicativa.

(EF06LP06) Empregar, adequadamente, as regras de concordância nominal (relações entre os substantivos e seus determinantes) e as regras de concordância verbal (relações entre o verbo e o sujeito simples e composto).

(EF06LP07) Identificar, em textos, períodos compostos por orações separadas por vírgula sem a utilização de conectivos, nomeando-os como períodos compostos por coordenação.

(EF06LP08) Identificar, em texto ou sequência textual, orações como unidades constituídas em torno de um núcleo verbal e períodos como conjunto de orações conectadas.

(EF06LP09) Classificar, em texto ou sequência textual, os períodos simples compostos.

Sintaxe

Elementos notacionais da escrita/morfossintaxe

Semântica Coesão

(EF06LP10) Identificar sintagmas nominais e verbais como constituintes imediatos da oração.

(EF06LP11) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: tempos verbais, concordância nominal e verbal, regras ortográficas, pontuação etc.

(EF06LP12) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão referencial (nome e pronomes), recursos semânticos de sinonímia, antonímia e homonímia e mecanismos de representação de diferentes vozes (discurso direto e indireto).

Objetos de conhecimento Habilidades específicas: 7o ano

Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos

Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital

Léxico/morfologia

(EF07LP01) Distinguir diferentes propostas editoriais – sensacionalismo, jornalismo investigativo etc. –, de forma a identificar os recursos utilizados para impactar/chocar o leitor que podem comprometer uma análise crítica da notícia e do fato noticiado.

(EF07LP02) Comparar notícias e reportagens sobre um mesmo fato divulgadas em diferentes mídias, analisando as especificidades das mídias, os processos de (re)elaboração dos textos e a convergência das mídias em notícias ou reportagens multissemióticas.

(EF07LP03) Formar, com base em palavras primitivas, palavras derivadas com os prefixos e sufixos mais produtivos no português.

(EF07LP04) Reconhecer, em textos, o verbo como o núcleo das orações.

(EF07LP05) Identificar, em orações de textos lidos ou de produção própria, verbos de predicação completa e incompleta: intransitivos e transitivos.

(EF07LP06) Empregar as regras básicas de concordância nominal e verbal em situações comunicativas e na produção de textos.

(EF07LP07) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, a estrutura básica da oração: sujeito, predicado, complemento (objetos direto e indireto).

Morfossintaxe

(EF07LP08) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, adjetivos que ampliam o sentido do substantivo sujeito ou complemento verbal.

(EF07LP09) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, advérbios e locuções adverbiais que ampliam o sentido do verbo núcleo da oração.

(EF07LP10) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: modos e tempos verbais, concordância nominal e verbal, pontuação etc.

(EF07LP11) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, períodos compostos nos quais duas orações são conectadas por vírgula, ou por conjunções que expressem soma de sentido (conjunção “e”) ou oposição de sentidos (conjunções “mas”, “porém”).

Semântica Coesão

(EF07LP12) Reconhecer recursos de coesão referencial: substituições lexicais (de substantivos por sinônimos) ou pronominais (uso de pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos).

XXX

Coesão

Modalização

(EF07LP13) Estabelecer relações entre partes do texto, identificando substituições lexicais (de substantivos por sinônimos) ou pronominais (uso de pronomes anafóricos –pessoais, possessivos, demonstrativos), que contribuem para a continuidade do texto.

(EF07LP14) Identificar, em textos, os efeitos de sentido do uso de estratégias de modalização e argumentatividade.

Objetos de conhecimento Habilidades específicas: 8 o ano

Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos

Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital

Relação entre textos

Textualização de textos argumentativos e apreciativos

Fono-ortografia

Léxico/morfologia

(EF08LP01) Identificar e comparar as várias editorias de jornais impressos e digitais e de sites noticiosos, de forma a refletir sobre os tipos de fato que são noticiados e comentados, as escolhas sobre o que noticiar e o que não noticiar e o destaque/enfoque dado e a fidedignidade da informação.

(EF08LP02) Justificar diferenças ou semelhanças no tratamento dado a uma mesma informação veiculada em textos diferentes, consultando sites e serviços de checadores de fatos.

(EF08LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em vista o contexto de produção dado, a defesa de um ponto de vista, utilizando argumentos e contra-argumentos e articuladores de coesão que marquem relações de oposição, contraste, exemplificação, ênfase.

(EF08LP04) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: ortografia, regências e concordâncias nominal e verbal, modos e tempos verbais, pontuação etc.

(EF08LP05) Analisar processos de formação de palavras por composição (aglutinação e justaposição), apropriando-se de regras básicas de uso do hífen em palavras compostas.

(EF08LP06) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, os termos constitutivos da oração (sujeito e seus modificadores, verbo e seus complementos e modificadores).

(EF08LP07) Diferenciar, em textos lidos ou de produção própria, complementos diretos e indiretos de verbos transitivos, apropriando-se da regência de verbos de uso frequente.

(EF08LP08) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, verbos na voz ativa e na voz passiva, interpretando os efeitos de sentido de sujeito ativo e passivo (agente da passiva).

Morfossintaxe

(EF08LP09) Interpretar efeitos de sentido de modificadores (adjuntos adnominais – artigos definido ou indefinido, adjetivos, expressões adjetivas) em substantivos com função de sujeito ou de complemento verbal, usando-os para enriquecer seus próprios textos.

(EF08LP10) Interpretar, em textos lidos ou de produção própria, efeitos de sentido de modificadores do verbo (adjuntos adverbiais – advérbios e expressões adverbiais), usando-os para enriquecer seus próprios textos.

(EF08LP11) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, agrupamento de orações em períodos, diferenciando coordenação de subordinação.

(EF08LP12) Identificar, em textos lidos, orações subordinadas com conjunções de uso frequente, incorporando-as às suas próprias produções.

(EF08LP13) Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos de coesão sequencial: conjunções e articuladores textuais.

Semântica

Coesão

Modalização

(EF08LP14) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão sequencial (articuladores) e referencial (léxica e pronominal), construções passivas e impessoais, discurso direto e indireto e outros recursos expressivos adequados ao gênero textual.

(EF08LP15) Estabelecer relações entre partes do texto, identificando o antecedente de um pronome relativo ou o referente comum de uma cadeia de substituições lexicais.

(EF08LP16) Explicar os efeitos de sentido do uso, em textos, de estratégias de modalização e argumentatividade (sinais de pontuação, adjetivos, substantivos, expressões de grau, verbos e perífrases verbais, advérbios etc.).

XXXI

Objetos de conhecimento Habilidades específicas: 9 o ano

Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos

Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital

Relação entre textos

Textualização de textos argumentativos e apreciativos

Fono-ortografia

(EF09LP01) Analisar o fenômeno da disseminação de notícias falsas nas redes sociais e desenvolver estratégias para reconhecê-las, a partir da verificação/avaliação do veículo, fonte, data e local da publicação, autoria, URL, da análise da formatação, da comparação de diferentes fontes, da consulta a sites de curadoria que atestam a fidedignidade do relato dos fatos e denunciam boatos etc.

(EF09LP02) Analisar e comentar a cobertura da imprensa sobre fatos de relevância social, comparando diferentes enfoques por meio do uso de ferramentas de curadoria.

(EF09LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em vista o contexto de produção dado, assumindo posição diante de tema polêmico, argumentando de acordo com a estrutura própria desse tipo de texto e utilizando diferentes tipos de argumentos – de autoridade, comprovação, exemplificação, princípio etc.

(EF09LP04) Escrever textos corretamente, de acordo com a norma-padrão, com estruturas sintáticas complexas no nível da oração e do período.

(EF09LP05) Identificar, em textos lidos e em produções próprias, orações com a estrutura sujeito-verbo de ligação-predicativo.

(EF09LP06) Diferenciar, em textos lidos e em produções próprias, o efeito de sentido do uso dos verbos de ligação “ser”, “estar”, “ficar”, “parecer” e “permanecer”.

Morfossintaxe

(EF09LP07) Comparar o uso de regência verbal e regência nominal na norma-padrão com seu uso no português brasileiro coloquial oral.

(EF09LP08) Identificar, em textos lidos e em produções próprias, a relação que conjunções (e locuções conjuntivas) coordenativas e subordinativas estabelecem entre as orações que conectam.

Elementos notacionais da escrita/morfossintaxe

Coesão

Variação linguística

(EF09LP09) Identificar efeitos de sentido do uso de orações adjetivas restritivas e explicativas em um período composto.

(EF09LP10) Comparar as regras de colocação pronominal na norma-padrão com o seu uso no português brasileiro coloquial.

(EF09LP11) Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos de coesão sequencial (conjunções e articuladores textuais).

(EF09LP12) Identificar estrangeirismos, caracterizando-os segundo a conservação, ou não, de sua forma gráfica de origem, avaliando a pertinência, ou não, de seu uso.

(BRASIL, 2018, p. 140-191.)

A COLEÇÃO NO CONTEXTO DA BNCC

O trabalho proposto nesta coleção articula-se com os pressupostos teóricos e as orientações da BNCC, documento que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem desenvolver ao longo das etapas da Educação Básica.

Com base nessa concepção, a nossa proposta pretende assegurar a aprendizagem de conhecimentos curriculares aos estudantes, e também o desenvolvimento de competências, compreendidas como a soma de conhecimentos (saberes), de habilidades (capacidade de aplicar esses saberes na vida cotidiana), de atitudes (disposição para utilização desses conhecimentos e habilidades) e de valores (aptidão para utilizar esses conhecimentos e habilidades com base em valores universais, como direitos humanos, ética, justiça social e consciência ambiental). Busca-se, dessa maneira, promover a formação e o desenvolvimento do estudante em todas as suas dimensões: intelectual, física, emocional, social e cultural. Na coleção, as dez competências gerais norteiam e são o propósito final do que os estudantes irão vivenciar, aprender e desenvolver ao longo da Educação Básica. Assim, a seleção de textos e temas, as atividades de leitura, de escuta, de estudo da gramática e de análise linguística, de produção escrita e oral, contemplam as aprendizagens

XXXII

essenciais, mas também têm como foco ampliar a capacidade de lidar com pensamento crítico e criativo, repertório cultural, comunicação, diversidade de saberes, cultura digital, trabalho e projeto de vida, capacidade de argumentação, autoconhecimento, autocuidado, empatia, desenvolvimento pessoal e social, responsabilidade, consciência socioambiental e cidadania, entre outros aspectos importantes para a vida no século XXI.

Objetiva-se, portanto, expandir as possibilidades de participação dos estudantes nas mais diversas práticas de linguagem e as experiências nos letramentos de natureza multissemiótica e multimidiática no mundo contemporâneo cada vez mais digital, para fortalecer a autonomia dos estudantes, oferecendo-lhes condições e ferramentas para acessar e interagir criticamente com diferentes conhecimentos e fontes de informação.

Nesta fase escolar, os jovens são colocados diante de situações de aprendizagem mais desafiadoras, uma vez que elas mobilizam conhecimentos de diferentes áreas e fontes de informação para que eles sejam capazes de analisar e compreender a complexidade do mundo em que vivem. Dessa maneira, as atividades e as orientações deste material favorecem o desenvolvimento da autonomia, bem como o aprofundamento e a ampliação do repertório dos estudantes.

Ainda, a adolescência é uma época da vida em que se vivenciam muitas experiências novas, além de mudanças físicas e sociais; por isso, este material também privilegia o desenvolvimento dos aspectos afetivos e das singularidades de cada estudante, ao considerar a formação da identidade e a inserção na sociedade.

A partir das competências gerais e das competências da área de Linguagens, foram definidos eixos de aprendizagens relativos às práticas de linguagem:

[...] oralidade, leitura/escuta, produção (escrita e multissemiótica) e análise linguística/semiótica (que envolve conhecimentos linguísticos – sobre o sistema de escrita, o sistema da língua e a norma-padrão –, textuais, discursivos e sobre os modos de organização e os elementos de outras semioses). [...]

(BRASIL, 2018, p. 71).

Eixo Leitura

O eixo da leitura, tal como concebido na BNCC, não diz respeito somente à leitura de textos escritos, mas também às imagens estáticas (fotografias, pinturas, gráfico etc.), às imagens em movimento (filmes e vídeos, por exemplo) ou aos sons (música). Essa abrangência de textos busca contemplar a complexidade dos gêneros digitais que fazem parte do cotidiano dos estudantes. Esse eixo “compreende as práticas de linguagem que decorrem da interação ativa do leitor/ouvinte/espectador com os textos escritos, orais e multissemióticos e de sua interpretação” (BRASIL, 2018, p. 71). A fim de cumprir essa orientação, nesta coleção, os estudantes são incentivados, por exemplo, a fruir esteticamente de textos literários, a entender textos da área jornalística, como reportagens, artigos de opinião e outros e também a ler textos multissemióticos e multimidiáticos próprios da cultura digital, assim como a realizar pesquisas para apoiar trabalhos escolares e a inferir informações implícitas nos textos. Destaca-se, nessa perspectiva, a diversidade de gêneros textuais e de culturas nas propostas e atividades.

Eixo Produção de textos

O eixo da produção de textos “compreende as práticas de linguagem relacionadas à interação e à autoria (individual ou coletiva) do texto escrito, oral e multissemiótico, com diferentes finalidades e projetos enunciativos” (BRASIL, 2018, p. 76). As propostas exploram esse eixo por meio de atividades em que são solicitadas aos estudantes a seleção de dados em fontes confiáveis para a defesa de posicionamentos, a produção de textos com uso de recursos da linguagem próprios para o objetivo comunicativo ou o público-alvo, a análise de aspectos composicionais dos gêneros entre outras ações. Também se considera importante o desenvolvimento de um trabalho contextualizado e específico por meio de situações humanas nas quais os gêneros estejam inseridos.

XXXIII

Eixo Oralidade

O eixo da oralidade “compreende as práticas de linguagem que ocorrem em situação oral com ou sem contato face a face” (BRASIL, 2018, p. 78). Nesta coleção, considerando a importância dessas práticas, busca-se desenvolver nos estudantes as habilidades da oralidade em situações de aprendizagem em que eles são convidados a produzir textos orais, a utilizar uma escuta ativa, a conhecer as tradições orais e seus gêneros, a promover o debate e o questionamento de forma a valorizar e respeitar o pensamento divergente, entre outras propostas nos diferentes campos de atuação.

Eixo Análise linguística/semiótica

Por fim, o trabalho com o eixo da análise linguística não tem um fim em si mesmo, mas busca promover o aperfeiçoamento das habilidades dos estudantes considerando que o conhecimento sobre a linguagem perpassa todos os campos de atuação e é essencial para a inserção na sociedade.

Neste material, além da abordagem que envolve o estudo da ortografia, morfologia, sintaxe, semântica, pontuação, há atividades em que os estudantes analisarão textos orais e os elementos próprios da fala, como os paralinguísticos e cinésicos e textos multissemióticos, considerando as características dos elementos que os compõem e o estilo das diferentes linguagens utilizadas. Considera-se também o estudo sobre o fenômeno da variação na língua portuguesa, o preconceito linguístico e o prestígio de determinadas variedades da língua. As propostas oportunizam situações de reflexão sobre a língua e os aspectos analisados.

CAMPOS PROPOSTOS PELA BNCC

Para desenvolver as habilidades de cada eixo, foram considerados campos de atuação, uma vez que cada prática de linguagem ocorre em uma situação da vida social. Assim, a aprendizagem do componente Língua Portuguesa se organiza de maneira contextualizada e significativa para os estudantes e com progressão de complexidade.

A escolha por campos de atuação considera que a formação dos estudantes se dá dentro e fora da instituição escolar – ela também acontece, por exemplo, no espaço familiar e na esfera pública. Por isso, por meio de um conjunto de práticas, atividades e leituras, nesta coleção, criam-se condições, atividades e leituras que possibilitam aos estudantes desenvolver seu protagonismo no exercício da cidadania e da inserção na sociedade.

No campo artístico-literário, por exemplo, são estudados gêneros como narrativa de aventura, cordel e conto popular, além de manifestações culturais das mais variadas, como intervenção artística, grafite, lambe-lambe, microrroteiro. As atividades contribuem não só para a formação leitora dos estudantes como também permitem o contato com diversificados valores e comportamentos, levando os estudantes a desenvolver uma atitude de respeito e valorização do que é diferente.

O campo jornalístico-midiático envolve as práticas relativas ao trato da informação e da opinião. Alguns dos gêneros desse campo são: notícia, carta do leitor, comentário, charge, meme e propaganda. O estudo das práticas desse campo objetiva levar os estudantes à incorporação da leitura, escuta e produção de textos desses gêneros, de forma crítica e autônoma, além de contribuir para que tenham sensibilidade e interesse pelos temas que fazem parte do cotidiano do mundo e da comunidade em que vivem.

No campo de atuação na vida pública, destacam-se os gêneros legais e normativos, como o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Constituição Federal. Por meio do estudo de textos reivindicatórios, propositivos e regimentais, os estudantes abrem-se para a discussão de ideias, de forma ética e propositiva, e para a valorização dos direitos humanos. A partir de vivências significativas, fomentam-se a autonomia e a formação cidadã dos estudantes.

O campo das práticas de estudo e pesquisa propicia situações em que os jovens atuem como protagonistas nas atividades científicas, de modo que reconheçam e valorizem os procedimentos da ciência para a compreensão do mundo ao redor. Nesta coleção, por exemplo, propõem-se a pesquisa de fenômenos de uso da língua portuguesa no cotidiano, a produção de relatório, a análise de resultados etc. Estão incluídos no campo das práticas de estudo e pesquisa gêneros como apresentação oral, debate, podcast e reportagem de divulgação científica.

XXXIV

ATITUDES E VALORES NO ENSINO FUNDAMENTAL

A escola é o espaço onde crianças e jovens se desenvolvem diariamente, aprendendo sobre si mesmas e sobre o outro a partir das experiências informais e espontâneas, assim como por meio de experiências formais e planejadas. Essas experiências contemplam as dimensões humana, intelectual, social e emocional do estudante e se colocam como possibilidades para que ele possa se desenvolver em sua maturidade pessoal e coletiva.

Neste sentido, propõe-se a formação do jovem em valores fundamentais, como empatia, respeito à natureza, à cultura e às diferenças, assim como trabalhos em grupo, debates, fóruns de discussão, que desenvolvem superação, perseverança e disciplina, qualidades notórias e tão necessárias para a formação humana, social e emocional, uma vez que, posteriormente, ajudarão nas decisões de modo mais consciente sobre si e sobre seu papel na sociedade.

Na coleção, as atividades pedagógicas proporcionam aos estudantes constatar que os valores estão sempre presentes nas escolhas e nas ações propostas, concretas e reais. Merecem destaque algumas propostas em que os estudantes são mobilizados a realizar campanhas de conscientização visando ao bem-estar social, assim como o trabalho voluntário no ambiente escolar, refletindo sobre a importância da solidariedade, do serviço gratuito e da doação pessoal. Isso é, sem dúvida, um instrumento poderoso e eficaz na formação dos valores dos estudantes, que se colocarão como agentes transformadores da sociedade.

Assim, há diversas propostas em que os estudantes são convidados a posicionar-se em relação a direitos e responsabilidades, a identificar valores importantes para si e para o coletivo, a realizar projetos escolares e comunitários e a propor soluções para problemas de modo coletivo e colaborativo, revelando-se como um caminho possível e saudável para a formação em valores como trabalho em equipe, superação, perseverança e disciplina.

CONCEPÇÕES DE LÍNGUA, LINGUAGEM

E APRENDIZAGEM

O primeiro aspecto importante, tanto na elaboração de materiais didáticos de Língua Portuguesa quanto nas práticas de ensino, são as noções de língua e de aprendizagem que se adotam. Assim, toma-se por um primeiro prisma, como referência nesta coleção, a visão sociointeracionista de Bakhtin (2003), Bakhtin e Volochínov (1999) e Vigotski (1984, 2003), a fim de enfatizar o papel das interações sociais na constituição da língua; por um segundo prisma, assume-se o conceito de mediação no processo de desenvolvimento e aprendizagem do sujeito.

No que diz respeito à concepção de língua, parte-se do princípio de que ela “constitui um processo de evolução ininterrupto, que se realiza através da interação verbal social dos locutores” (BAKHTIN; VOLOCHÍNOV, 1999, p. 127). Isso é contemplado nesta coleção em seções como Linguagem e sentidos, em que são estudadas as questões de variações linguísticas, preconceito linguístico e adequação de linguagem; Palavra aberta, em que são propostas atividades de produção de textos orais diversos nos quais os estudantes deverão ajustar a linguagem ao público e ao contexto situacional; Produção, em que as propostas orientam os estudantes a adequar a linguagem à função social, aos interlocutores, à situação de comunicação, aos objetivos pretendidos e ao veículo de publicação desses textos.

Aqui se assume a linguagem como dialógica, isto é, constituída por meio da interação, aspecto fundamental da língua, que só pode ser compreendida com base em sua natureza social, na medida em que “as palavras são tecidas a partir de uma multidão de fios ideológicos e servem de trama a todas as relações em todos os domínios” (BAKHTIN; VOLOCHÍNOV, 1999, p. 41).

Quando se fala ou se escuta, não são apenas palavras ditas ou ouvidas, uma vez que elas vêm carregadas de valores, de julgamentos, de impressões do mundo e do outro. A enunciação, portanto, é o resultado da interação entre pelo menos dois interlocutores reais ou representantes ideais, mas nunca abstratos. A palavra reflete as transformações sociais e se orienta em função do interlocutor, podendo variar se o participante da interação fizer parte de um determinado grupo social ou se mantiver com o seu interlocutor uma relação mais ou menos afetiva, por exemplo. É um fenômeno ideológico por natureza, ou seja, toda palavra

XXXV

[...] é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do interlocutor. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra, defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.

(BAKHTIN; VOLOCHÍNOV, 1999, p. 113).

A língua é, assim, mais do que um conjunto de recursos simbólicos de expressão e comunicação: ela atua como um espaço de interação, de interlocução humana; é viva e dinâmica. Bakhtin (2003) relaciona a língua às condições concretas de vida dos sujeitos – ela não pode ser concebida fora da sua dimensão social e histórica. O discurso, para Bakhtin (1993), apresenta uma orientação dialógica, isto é, emana sempre do outro e é marcado pela presença de múltiplas vozes. Desse modo, o dialogismo, que designa formas da presença do outro dentro do discurso, é o princípio constitutivo da linguagem e a condição do sentido do discurso.

Em resumo, a língua apresenta uma natureza transformadora, interativa, estando sujeita a mudanças. Precisa ser vista como “ação interindividual orientada por uma finalidade específica, um processo de interlocução que se realiza nas práticas sociais existentes nos diferentes grupos de uma sociedade, nos distintos momentos da sua história” (BRASIL, 1998, p. 20). Por meio dela, significamos o mundo, temos acesso à informação, partilhamos e/ou construímos visões de mundo, defendemos pontos de vista, expressamos emoções, nos relacionamos e influenciamos pessoas, muitas vezes alterando a forma como o outro e nós mesmos vemos a realidade e as sociedades e provocando (re)ações. Conceber a língua dessa forma implica a criação de situações que favoreçam seu uso efetivo e a utilização de textos passíveis de reflexão nas práticas de ensino, como é realizado no estudo dos gêneros notícia (Módulo 5 – “Natureza em alerta”) e reportagem de divulgação científica (Módulo 4 – “Vozes da ciência”), ambos do volume do 6o ano, em que se discutem temas relativos à saúde, ao meio ambiente e à ciência.

Com esse trabalho, os estudantes são levados a perceber que as escolhas feitas a cada enunciação não são aleatórias (nem sempre conscientes), mas decorrem da situação de comunicação, isto é, da intenção do locutor, dos conhecimentos prévios sobre o(s) interlocutor(es), da relação entre eles, da posição social de cada um etc., o que determina também a escolha do gênero de texto no qual o discurso se realizará.

Em relação à concepção de aprendizagem, nesta obra, destaca-se o papel da linguagem e da educação formal (escolar) no desenvolvimento do indivíduo. De acordo com Vigotski (1984, 2003), o desenvolvimento ocorre por meio da interação do indivíduo com o contexto sócio-histórico e com os outros membros do grupo cultural do qual faz parte. Assim, a interação social desempenha um papel de formadora e construtora dos processos psicológicos superiores, como a linguagem, os quais não podem surgir nem se constituir sem ela. Nesse sentido, a linguagem é responsável pela própria constituição do sujeito e possibilita ao indivíduo se relacionar com os membros de seu grupo social, agir sobre o outro e expressar desejos, sentimentos, ideias etc.

Para Vigotski, a construção do conhecimento não ocorre isoladamente, mas por meio do processo de aprendizagem, possibilitando o desenvolvimento das funções mentais superiores – por exemplo, a linguagem. Nesse sentido, a aprendizagem é intermediada pelos indivíduos que estão ao redor do sujeito e que repassam significados sócio-histórico-culturais. A aprendizagem “pressupõe uma natureza social específica e um processo através do qual as crianças penetram na vida intelectual daqueles que as cercam” (VIGOTSKI, 1984, p. 99).

Para incentivar a aprendizagem, é importante que o professor desenvolva um trabalho em parceria com os estudantes, por meio de atividades em pares, em pequenos grupos ou com toda a turma, para que eles possam construir significados. Considerando isso, nesta coleção, propomos atividades que promovem o trabalho em duplas ou grupos – por exemplo, as das seções Palavra aberta e Língua em cena – e outras que propiciam a interação entre professor e estudantes, tendo em vista a construção de sentidos – como as de Imagem em foco, Conversando sobre o texto e Linguagens em conexão. Atividades dessa natureza favorecem a constituição do indivíduo, uma vez que ocorrem na sua relação com o outro e na mediação entre instrumentos e signos.

Nesse contexto de aprendizagem, o professor assume um papel essencial, porque passa a ser o elo entre o conhecimento (objeto de ensino) e os estudantes ao trabalhar com eles a fim de explicar e dar informações (com o intuito de XXXVI

ampliar os esquemas mentais já existentes, modificando-os ou substituindo-os por outros mais sólidos e abrangentes), questionar e corrigir (verificando se a sua interferência foi compreendida e capaz de fazer os estudantes alcançarem os objetivos esperados) e, por fim, motivar a explicação do conteúdo apreendido (certificando-se de que o conhecimento novo tornou-se real e significativo para os estudantes).

Também nesta coleção as propostas e atividades visam contribuir para desenvolver nos estudantes o compromisso como protagonistas no seu próprio processo de aprendizagem. Assim, a coleção mobiliza os conhecimentos que já possuem (de anos anteriores de escolarização e de mundo) e propõe novos olhares e perspectivas a eles, possibilitando, no andamento das aulas, uma construção coletiva do conhecimento (entre professor-estudantes e estudantes-estudantes) no processo de aprendizagem.

Variedades linguísticas e ensino de língua

Considerando que a língua é constituída sócio-historicamente e as diferenças são características inerentes a ela, este material se apoia no trabalho com as variedades linguísticas em sala de aula, pois, além de serem eficazes nas interações sociais, elas identificam as comunidades em que são utilizadas.

As variações fazem parte da natureza própria da língua e resultam da diversidade de grupos sociais, ocorrendo em todos os níveis linguísticos – fonético-fonológico, morfológico, sintático, semântico, lexical e estilístico-pragmático (BAGNO, 2007). Elas podem decorrer de vários fatores, como idade, gênero, status socioeconômico e inserção no mercado de trabalho. As diferenças linguísticas derivadas desses e de outros fatores podem ser reunidas em quatro tipos de variação.

• Variação geográfica: constituída por diferenças derivadas da cultura de determinada região; por exemplo, diferenças fonéticas (pronuncia-se “tchia” [no Pará] e “tia” [na Bahia]) e lexicais (semáforo [em São Paulo], sinaleira [na Bahia], sinal [no Rio de Janeiro]).

• Variação sociocultural: constituída por diferenças derivadas da classe social, da profissão, da idade, do nível de escolaridade etc.; por exemplo, gírias e jargões profissionais (“usar datação de carbono” – na Arqueologia; “criar um layout ” – na Publicidade).

• Variação histórica: constituída por diferenças decorrentes do tempo, da evolução natural da língua; por exemplo, diferenças entre o português arcaico e o português contemporâneo (segujmte > seguinte; asy > assim).

• Variação situacional: diferenças originadas pela adaptação à situação de comunicação (suporte, objetivo, interlocutor, contexto sócio-histórico etc.).

Não se pode, diante do fenômeno da variação, conceber a língua como única, baseando-se nas prescrições normativas dos compêndios gramaticais, pois o uso de uma ou outra forma de expressão depende de diversos fatores. E, se existem diferentes formas de usar a língua,

[...] Não cabe o argumento de trabalhar apenas com a norma culta porque o aluno já domina as demais: isso não é verdade, uma vez que o aluno, quando chega à escola, pode dominar bem uma ou duas variedades e alguns elementos de várias, mas sempre tem muito que aprender de diversas variedades, inclusive das que domina. (TRAVAGLIA, 2016, p. 41).

Desse modo, a coleção traz uma abordagem sociolinguística, pois considera a língua essencialmente heterogênea, visto que está sempre em desconstrução e reconstrução, sendo, portanto, um processo, uma atividade social realizada pelos falantes nos momentos de interação social. Assim, estudo das variações se dá não só em textos, explorando as questões de variação geográfica, sociocultural, situacional e os efeitos de sentidos que o seu uso produz, como também na seção Linguagem e sentidos, que tem como uma de suas finalidades abordar, de forma sistemática, questões relacionadas a variação, adequação de linguagem, preconceito linguístico e outros aspectos.

Ainda com relação às variedades linguísticas, vale destacar a diferença entre norma-padrão e norma urbana de prestígio, visto que a primeira corresponde ao modelo ideal de língua “correta”, fundamentado em gramáticas normativas; e

XXXVII

a segunda, a uma variedade social legitimada como meio público de comunicação, geralmente usada em situações mais formais. A norma urbana de prestígio diz respeito “aos usos que se consideram mais adequados aos contextos (orais e escritos) de uso da língua formal, aceitando-se, ainda, que essa formalidade da língua pode admitir graus e variações diversos” (ANTUNES, 2007, p. 91).

Portanto, observa-se que a norma-padrão não corresponde aos usos sociais da língua, ou seja, não corresponde a nenhum uso real, constituindo-se apenas em um modelo abstrato. Contudo, [...] apesar de ser um produto cultural, de natureza diferente das variedades linguísticas efetivamente empregadas pelos falantes, a norma-padrão tem que ser incluída em qualquer estudo sobre as relações entre linguagem e sociedade. E, exatamente por isso, a norma-padrão tem lugar garantido na educação linguística. Só não pode ser, como tem sido, um lugar exclusivo e excludente.

(BAGNO, 2013, p. 67).

Com relação à norma urbana de prestígio, vale destacar que ela:

I. não implica uso efetivo em todas as situações de comunicação;

II. é usada em situações que exigem maior grau de formalidade;

III. está relacionada, por exemplo, às atividades de divulgação de informação escrita (jornais) e ao poder político-administrativo;

IV. é requisitada de acordo com o grau de formalidade da situação de comunicação e não pelo fato de ser uma situação de fala ou de escrita.

Quanto a esse último aspecto, é importante considerar que, para interagir em algumas situações de comunicação, como as que ocorrem via mensagens instantâneas (chats de redes sociais ou aplicativos de conversas, por exemplo), o usuário faz uso da escrita informal; já em situações de exposição oral, como seminários ou palestras, o falante se vale da modalidade oral formal, o que contradiz a ideia de que a oralidade é o lugar da informalidade e a escrita, o da formalidade. Com o intuito de promover essa reflexão, apresentamos atividades que focam na oralidade tanto no aspecto informal (como nas interações em sala de aula, propostas nas seções Imagem em foco, Conversando sobre o texto, Linguagens em conexão e em algumas atividades da seção Palavra aberta) quanto no mais formal (como nas propostas de Produção oral, de debates ou exposição e em algumas atividades também na seção Palavra aberta). Em outros momentos da coleção, também exploramos a escrita em situações informais, como troca de mensagens por meio de aplicativos para esse fim.

Assim, sobre o reconhecimento das variedades linguísticas e sua abordagem em sala de aula, é necessário ressaltar aos estudantes que existem outras formas usadas pelos falantes, e não apenas as prestigiadas, conscientizando-os de que as formas usadas por cada um são tão valiosas quanto aquela ensinada na escola. Estudar o funcionamento da língua sem desconsiderar as origens e as culturas da turma é primordial nas aulas de Língua Portuguesa. Contudo, isso não implica abandonar o ensino das variedades mais prestigiadas; envolve o trabalho com a língua de modo a ampliar as variedades linguísticas dominadas pelos estudantes, mostrando-lhes que as de menor prestígio não são erradas ou inferiores e que a questão é saber como utilizar a língua de acordo com a situação de comunicação.

Tal abordagem pode favorecer o acesso dos estudantes às variedades linguísticas, contestando-se, assim, o preconceito que existe contra aquelas menos prestigiadas, tendo em vista que o “preconceito linguístico, como qualquer outro preconceito, resulta de avaliações subjetivas dos grupos sociais e deve ser combatido com vigor e energia”, e levando os estudantes a entender que “todas as variedades linguísticas são legítimas e próprias da história e da cultura humana” (BRASIL, 1998, p. 82). Desse modo, fomenta-se o combate a quaisquer manifestações de ódio e preconceito contra as variedades menos prestigiadas e a valorização das diferenças.

Portanto, cabe ao professor criar situações de aprendizagem que possibilitem aos estudantes utilizar as variedades linguísticas da língua materna, orientando-os quanto à prática de uma ou outra variedade, de forma que eles as usem proficientemente, segundo suas intenções e a situação de comunicação.

XXXVIII

Gêneros textuais e ensino2

De acordo com Bakhtin (2003), os locutores podem formular e comunicar ideias a partir dos gêneros. Constituídos socialmente, os gêneros são maleáveis, uma vez que possibilitam aos falantes a criação de novas formas discursivas de acordo com as necessidades e situações comunicativas.

Os gêneros refletem as situações de produção dos textos e as finalidades da esfera de atividade humana e são também “tipos relativamente estáveis de enunciados”, pois

[...] organizam nossa fala da mesma maneira que a organizam as formas gramaticais (sintáticas). Aprendemos a moldar nossa fala às formas do gênero e, ao ouvir a fala do outro, sabemos de imediato, bem nas primeiras palavras, pressentir-lhe o gênero, adivinhar-lhe o volume (a extensão aproximada do todo discursivo), a dada estrutura composicional, prever-lhe o fim, ou seja, desde o início, somos sensíveis ao todo discursivo que, em seguida, no processo da fala, evidenciará suas diferenciações. Se não existissem os gêneros do discurso e se não os dominássemos, se tivéssemos de criá-los pela primeira vez no processo de fala, se tivéssemos de construir cada um de nossos enunciados, a comunicação verbal seria quase impossível.

(BAKHTIN, 1993, p. 302).

Ao enfatizar o aspecto “relativo” no conceito, Bakhtin destaca que é preciso levar em consideração a historicidade desses instrumentos semióticos e seu caráter maleável. Por isso, devemos ter cuidado para não tornar o ensino de gêneros algo normativo, priorizando apenas as propriedades formais (estrutura narrativa, argumentativa etc.) e esquecendo-nos de que eles se constituem na interação social, não são estanques, estão diretamente relacionados às atividades humanas, se modificam continuamente e apresentam uma variedade infinita, visto que as possibilidades de interação são inesgotáveis.

Os gêneros, portanto, devem ser entendidos em sua função no processo de interação, uma vez que os seres humanos agem diferentemente de acordo com as esferas de atividades: na escola, na igreja, no trabalho, na política, na família etc., ou seja, “falamos sempre por meio de gêneros no interior de uma dada esfera de atividade. O gênero estabelece, pois, uma interconexão da linguagem com a vida social” (FIORIN, 2006, p. 61).

Vale mencionar que, segundo Bakhtin (2003), os gêneros são constituídos por três elementos: conteúdo temático, forma composicional e estilo (marcas linguísticas) – elementos que se fundem indissoluvelmente no todo do enunciado, mas que apresentam certas regularidades, descritas a seguir.

• Conteúdo temático: o conteúdo temático está fundamentado não apenas no assunto abordado, mas também em vínculos dialógicos que o enunciado (texto) estabelece com outros textos, visto que, ao compor seu enunciado, o sujeito leva em consideração também outras enunciações, que estão correlacionadas ao tema ou assunto de que trata seu texto.

• Forma composicional: é o modo de estruturar ou organizar o texto. Essa análise possibilita que os estudantes possam entender a lógica do texto, em suas partes e no todo, compreendendo não só o que o autor quis dizer, mas também fazendo-o reconhecer o jeito, a forma, como algo foi dito.

• Estilo: equivale à seleção de meios lexicais, fraseológicos e gramaticais em função do interlocutor, do lugar em que o texto vai circular, da situação de comunicação, da finalidade etc., o que atribui entonação própria ao enunciado, garantindo a identidade e a singularidade aos textos de cada interlocutor.

Seguindo essa orientação, é de fundamental importância lembrar que, antes de começar a escrever, o estudante precisa saber por que vai escrever aquela mensagem e quem será seu possível leitor. Ele deve estar ciente do gênero que vai produzir e conhecer suas características típicas, o que implica domínio de vocabulário e de expressão adequados, da estrutura e do contexto de circulação; em síntese, precisa considerar os aspectos de produção, circulação e recepção de um texto.

2 Para este bloco, levamos em consideração diferentes abordagens sobre gênero, a fim de elaborar uma proposta de ensino que contemplasse seus vários aspectos. Assim, não diferenciamos, nesta coleção, os conceitos de gênero textual e gênero discursivo.

XXXIX

É necessário ainda considerar que “a falta de domínio do gênero é a falta de vivência de determinadas atividades de certa esfera. Fala-se e escreve-se sempre por gêneros e, portanto, aprender a falar e a escrever é, antes de mais nada, aprender gêneros” (FIORIN, 2006, p. 69). Por isso, é função das aulas de Língua Portuguesa possibilitar o contato com múltiplos gêneros, relacionados a diferentes esferas da atividade humana, assim como alertar para o fato de que gêneros são ressignificados ao longo do tempo, isto é, podem mudar, ganhar novos sentidos ou até desaparecer, enquanto outros podem surgir.

Quando se fala em gênero, trata-se ainda de distinguir tipos ou sequências textuais de gêneros. Os gêneros são formas de discurso social (ROJO, 2005); os tipos textuais, por sua vez, são sequências definidas pela natureza linguística que envolve questões relacionadas à estrutura sintática, aos tempos verbais, às relações lógicas etc. Segundo Bronckart (2007), há seis sequências: descritiva, explicativa, argumentativa, narrativa, injuntiva e dialogal

Vale mencionar que pode haver textos organizados em torno de uma única sequência ou de várias sequências. No romance, por exemplo, predomina a sequência narrativa, mas outras poderão ser identificadas nele, como a dialogal e a descritiva.

Quanto ao ensino de gênero textual, reconhecemos os gêneros (e seus componentes) como objetos de ensino e como “instrumentos que fundam a possibilidade de comunicação” (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004, p. 171).

Como destacam Schneuwly e Dolz, ao adentrar na escola, o gênero exerce a função tanto de instrumento de comunicação quanto de objeto de ensino-aprendizagem. Em sala de aula, sofre transformações porque ocupa um novo lugar social, diferente daquele em que foi criado; conforme explicam os autores:

Toda introdução de um gênero na escola é o resultado de uma decisão didática que visa a objetivos precisos de aprendizagem, que são sempre de dois tipos: trata-se de aprender a dominar o gênero, primeiramente, para melhor conhecê-lo ou apreciá-lo, para melhor saber compreendê-lo, para melhor produzi-lo na escola ou fora dela; e, em segundo lugar, de desenvolver capacidades que ultrapassam o gênero e que são transferíveis para outros gêneros próximos ou distantes. Isso implica uma transformação, pelo menos parcial, do gênero para que esses objetivos sejam atingidos e atingíveis com o máximo de eficácia.

(SCHNEUWLY; DOLZ, 2004, p. 80-81).

Na situação de ensino, para ajudar os estudantes a dominar melhor um gênero e permitir que escrevam ou falem mais adequadamente conforme a situação de comunicação, sugere-se o uso de sequências didáticas que correspondem a “um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito” (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004, p. 97).

A proposta desta coleção toma o texto como ponto de referência e, com essa finalidade, apresenta aos estudantes diferentes gêneros, de diversos ambientes de produção e circulação, considerando o campo de atuação em que estão inseridos, a finalidade de cada um, os elementos que os compõem e suas características.

Ainda sobre o tratamento dos gêneros na escola, é preciso levar em consideração sua dinamicidade. Não cabe, portanto, reduzir o ensino ao preenchimento de “uma forma vazia com certo conteúdo”; cabe, ao contrário, “desenvolver a habilidade [do estudante] para manipular ao mesmo tempo a forma e o conteúdo” (ALVES FILHO, 2011, p. 19). Desse modo, é equivocado querer associar os gêneros apenas à forma ou imaginar que se reduzam ao conteúdo. A forma “precisa ser vista como funcional, como tendo uma finalidade, uma razão de ser ou produzindo certo efeito de sentido”, e o conteúdo “precisa ser visto como algo semiótico, já que as ideias somente são veiculadas e mesmo pensadas através dos signos” (ALVES FILHO, 2011, p. 29). Como entidades holísticas que são, merecem atenção a forma, o conteúdo, os valores, as ideologias, os papéis sociais dos interlocutores, o suporte, o propósito comunicativo do gênero, a intencionalidade do locutor etc. Com base nesses pressupostos teóricos, a escola deve realizar um trabalho com diferentes gêneros possibilitando aos estudantes o acesso a novas práticas de linguagem ou àquelas que eles ainda não dominam, por meio de atividades que contemplem:

• a situação de comunicação (Quem são os possíveis interlocutores? Quais são os possíveis objetivos do locutor? Qual é a finalidade do gênero? Quais são os veículos em que circula?);

• a estrutura (fases de organização interna do gênero e sequência textual predominante);

XL

• as características semióticas (linguagens verbal, visual, sonora que constituem o gênero);

• as marcas linguísticas (tempo verbal priorizado, tipo de discurso mais utilizado, uso de modalizadores e de operadores argumentativos etc.).

Por isso, conforme recomendado pela BNCC, é preciso uma abordagem em relação à multiplicidade de gêneros e, especificamente, dos gêneros multimodais. Com o objetivo de contribuir para a apropriação, pelos estudantes, de diferentes gêneros que fundem diversas situações de interação, destaca-se na coleção o trabalho com gêneros multimodais ou multissemióticos presentes no cotidiano, como post, blogue, podcast, videos, infográficos etc. Essas abordagens evidenciam as práticas de multiletramentos na leitura e na escrita, pois acredita-se que a compreensão dos recursos multissemióticos associados à linguagem verbal envoltos nessas práticas contribui para a ampliação da produção de sentidos pelos estudantes.

Ensino de leitura e escrita

Koch e Elias (2010) afirmam que a concepção de leitura está associada à forma de conceber o sujeito, a língua, o texto e o sentido. Para as autoras, dependendo da visão de língua, a leitura pode ser entendida como atividade de captação de ideias (língua como representação do pensamento), como reconhecimento do sentido das palavras e estruturas do texto (língua como estrutura) e como uma atividade interativa (língua como uma atividade dialógica).

Rojo (2004) também se refere às concepções de leitura apresentando diferentes maneiras de conceber o ato de ler: como processo de percepção e associação entre som e letra (decodificação); como ato cognitivo; como interação entre leitor e autor; e como apreciação e réplica ativa.

O trabalho com leitura nesta coleção baseia-se na perspectiva interacional. A leitura é, assim, considerada um espaço de produção de sentidos, que engloba o uso de diferentes estratégias, e é regulada pela situação de comunicação. Alguns componentes dessa situação são os sujeitos (autor e leitor), a ideologia, o suporte e os diferentes tipos de discurso. Ela é reconhecida aqui como um processo que transcende o próprio texto. Também destaca-se, na coleção, a leitura de textos da esfera digital, os hipertextos, e as relações entre diversas linguagens que compõem esses textos, estabelecendo os sentidos necessários à sua compreensão, considerando o impacto que essas novas tecnologias trazem para o ensino da língua.

A leitura como interação entre autor-texto e leitor está ancorada na perspectiva interacional (dialógica) da língua. Nessa concepção, o leitor é visto como um sujeito ativo que não apenas decodifica, mas também produz sentidos por sua interação com o texto-autor. O leitor desempenha o papel de “construtor de sentido”, valendo-se, para isso, de estratégias como antecipação e inferência. De acordo com essa visão, o sentido é “construído na interação texto-sujeitos e não algo que preexista a essa interação”. A leitura “se realiza evidentemente com base nos elementos linguísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização” (KOCH; ELIAS, 2014, p. 11). É uma atividade que leva em consideração as experiências e os conhecimentos do leitor, e não apenas o conhecimento do código linguístico.

O texto, portanto, não pode ser concebido fora de sua relação com os processos de produção, distribuição e consumo, que caracterizam as esferas de atividade humana nas quais ele se inscreve. Ele é “um tecido único, cujo resultado global decorre exatamente dos efeitos conseguidos por meio de cada um de nós, feitos textualmente, e pressupostos contextualmente” (ANTUNES, 2010, p. 17). A compreensão de um texto, portanto, decorre da relação entre os elementos linguísticos e os não verbais e da situação na qual as interações acontecem.

A leitura do texto não consiste apenas na decodificação de informações que estão objetivamente inscritas nele. Toda leitura tem sua história, o que implica leituras diferentes em condições diferentes de um mesmo texto, porque as relações entre leitores e textos se modificam. Afirmar, contudo, que é possível ler um mesmo texto de diferentes maneiras não significa aceitar qualquer tipo de compreensão, porque o que se depreende de um texto precisa estar em conformidade com a situação de produção e com sua materialidade linguística.

Quando lemos, consideramos tanto o que está explícito quanto o que está implícito. Assim, as relações de sentido ocorrem também na relação entre os textos uns com os outros, a qual chamamos de intertextualidade.

A intertextualidade stricto sensu (daqui por diante, apenas intertextualidade) ocorre quando, em um texto, está inserido outro texto (intertexto) anteriormente produzido, que faz parte da memória social de uma coletividade ou da memória discursiva

XLI

(domínio estendido de referência [...]) dos interlocutores. Isto é, em se tratando de intertextualidade stricto sensu, é necessário que o texto remeta a outros textos ou fragmentos de textos efetivamente produzidos, com os quais estabelece algum tipo de relação.

[...]

Diversos tipos de intertextualidade têm sido relacionados, cada qual com características próprias: intertextualidade temática, intertextualidade estilística; intertextualidade explícita, intertextualidade implícita; autotextualidade, intertextualidade com textos de outros enunciadores, inclusive um enunciador genérico [...].

(KOCH; BENTES; CAVALCANTE, 2012, p. 17-18).

Ao lermos um texto, acessamos outros textos (relação intertextual) para que possamos compreendê-lo e, assim, produzir sentidos sobre a leitura. Portanto, é importante levar o estudante a considerar as relações intertextuais nos processos de leitura. O conceito de intertextualidade é tido como fundamental para os estudos de textos no ambiente escolar.

Os sentidos não são propriedade privada do leitor nem do autor. É na interação entre leitor, texto e autor que o sentido é construído. Além disso, o lugar social dos interlocutores é parte constitutiva do processo de significação.

Assim, na interação instaurada pela leitura, os sujeitos produtores de sentido – leitor e autor – são ideologicamente constituídos e sócio-historicamente determinados. O leitor é aquele que se assume como tal na prática de leitura, em uma dada ordem social, em um lugar específico. Ele tem identidade de leitura configurada pelo seu lugar social, e é em relação a esse seu lugar que se define a sua leitura. O autor é o responsável pela unidade do texto, entre outros elementos, e está na base da coerência do discurso.

Em síntese, a leitura é aqui tomada como uma atividade de interlocução em que leitor e autor participam do processo de construção de sentidos mediado pelo texto.

O leitor, nessa acepção, é um sujeito que atua ativamente na (re)construção dos sentidos. Nesse processo, segundo Antunes (2003), os sinais gráficos presentes funcionam apenas como guia para o leitor, pois os elementos linguísticos não são os únicos responsáveis pela compreensão. Os conhecimentos prévios e contextuais são essenciais no ato da leitura, porque permitem ao leitor formular hipóteses sobre o assunto ou o fato do texto.

A leitura é também uma atividade de apreciação e de réplica ativa (BAKHTIN; VOLOCHÍNOV, 1999). Segundo Rojo (2004, p. 3-4), nessa vertente teórica, o “discurso/texto é visto como um conjunto de sentidos e apreciações de valor das pessoas e coisas do mundo, dependentes do lugar social do autor e do leitor e da situação de interação entre eles”. A leitura é, portanto, sempre uma atitude assumida diante do discurso do outro, e os sentidos de um texto resultam:

• dos elementos contextuais em que esses textos funcionam como parte de eventos comunicativos;

• do conhecimento de mundo ativado pelo conjunto de elementos contextuais e textuais;

• das unidades lexicais postas ou pressupostas na superfície do texto;

• das unidades gramaticais em suas múltiplas categorias, relações e funções. (ANTUNES, 2010, p. 18).

A escrita mantém uma relação de interdependência e intercomplementaridade com a leitura. Segundo Antunes (2003, p. 67), “a atividade da leitura completa a atividade da produção escrita”. A escrita, para a autora, é uma “atividade interativa de expressão [...], de manifestação verbal das ideias, informações, intenções, crenças ou dos sentimentos que queremos partilhar com alguém, para, de algum modo, interagir com ele” (ANTUNES, 2003, p. 45). Há, portanto, uma relação de interdependência entre os envolvidos na situação comunicativa.

Para a referida autora, as propostas de produção escrita precisam prever três etapas: planejamento, escrita e reescrita. A primeira fase consiste na delimitação do tema e na seleção dos objetivos. A segunda é o ato de escrever propriamente dito. A terceira corresponde àquele momento em que o sujeito avalia o que escreveu – observando a organização textual e a temática, além dos aspectos referentes à segmentação da escrita, entre outros – e reelabora seu texto.

Nesta coleção, com o intuito de trabalhar a escrita como processo, organizamos as propostas de produção de textos em etapas a fim de ajudar os estudantes na escolha do tema ou fato, no planejamento, na escrita propriamente dita, XLII

na revisão, na reescrita e na avaliação, o que acontece, por exemplo, na seção Produção. Além das etapas principais, apresentamos etapas intermediárias, igualmente importantes, em que se definem: o(s) destinatário(s) (público-alvo ou leitor do texto que será produzido); o suporte (mídia ou local em que a produção será divulgada); após a escrita, o processo de edição, com eventuais escolhas de imagens e sua disposição junto ao texto (diagramação) e escolhas de linguagem; os ajustes de escolhas feitas no planejamento e que precisam ser repassadas e revistas; a avaliação do resultado da divulgação ou da socialização da produção (se atingiram o propósito estabelecido durante o planejamento) etc.

Tudo isso vai ao encontro do que preconiza a BNCC:

Da mesma forma que na leitura, não se deve conceber que as habilidades de produção sejam desenvolvidas de forma genérica e descontextualizadas, mas por meio de situações efetivas de produção de textos pertencentes a gêneros que circulam nos diversos campos de atividade humana. Os mesmos princípios de organização e progressão curricular valem aqui, resguardadas a mudança de papel assumido frente às práticas discursivas em questão, com crescente aumento da informatividade e sustentação argumentativa, do uso de recursos estilísticos e coesivos e da autonomia para planejar, produzir e revisar/editar as produções realizadas.

(BRASIL, 2018, p. 78).

Com isso, vimos até aqui que a linguagem é dialógica. Logo, tanto na escrita quanto na leitura, o interlocutor está presente, ainda que não esteja materializado, interpelando indiretamente o locutor. Em outras palavras, há sempre um interlocutor na prática da escrita que influencia o discurso do locutor. Segundo Britto (1999, p. 119), “a presença desse interlocutor no discurso de um indivíduo não é algo neutro, sem valor”. É necessário, portanto, saber para quem se escreve, e o interlocutor previsto precisa ser real, estar inserido em um contexto sócio-histórico.

Com base nessas considerações, podemos afirmar que a escrita, independentemente de ser uma produção multissemiótica ou multimodal, é um processo, uma atividade que pressupõe a identificação dos objetivos, da situação em que o gênero é utilizado, da mídia em que será veiculada, da relação entre os interlocutores e da natureza da informação.

Ensino de oralidade

Segundo Marcuschi (2003), o estudo da oralidade favorece o tratamento de aspectos como variação, níveis de uso da língua e relação entre escrita e fala; para Antunes (2003), o trabalho com a oralidade permite observar, entre outros aspectos, que: a depender da situação, utilizamos determinados gêneros; a oralidade segue um princípio de textualidade; os textos orais estão organizados em torno de um tema.

A produção oral, sistematizada e adequada à situação discursiva, é importante para o desenvolvimento das habilidades de expressão oral em situações formais e informais.

Vale destacar que, na escola, a oralidade está presente quase sempre em forma de conversas informais, e pouco se dá atenção ao ensino de gêneros orais formais. Nessa instituição, é muito recorrente conceber a oralidade como sinônimo de registro informal, como o espaço do “erro”, da espontaneidade e da falta de planejamento. No entanto, essa é uma noção equivocada, visto que as ações do falante serão menos ou mais planejadas, menos ou mais informais, a depender do gênero oral. Por isso, nesta coleção, propomos não só a produção, mas também a leitura de textos de gêneros orais. Dessa maneira, as atividades das seções Palavra aberta e Produção (oral) oferecem ferramentas para que os estudantes aprendam a transitar das formas cotidianas de produção oral para formas constituídas em esferas de produção e circulação que exigem a utilização da língua na modalidade oral de modo mais formal.

Ao enfatizar gêneros orais nos quatro volumes, pretendemos também que os estudantes percebam que não existe uma única oralidade, mas várias (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004), e que tanto a oralidade quanto a escrita apresentam suas especificidades e estão a serviço da interação verbal, podendo variar e ser menos ou mais formais e planejadas. Ambas estão ligadas às situações comunicativas, uma vez que as diferentes práticas de linguagem requerem usos diferenciados.

Além de propor atividades que envolvem o uso de um registro mais formal e ações mais planejadas, criamos situações que dão a oportunidade de os estudantes utilizarem a língua falada, como em Imagem em foco e Conversando sobre

XLIII

o texto. Nessas e em outras seções, por meio de interações com os colegas e o professor, os estudantes podem expressar suas opiniões, negociar sentidos, socializar conhecimentos e saberes, apresentar e defender uma posição utilizando argumentos em situações didáticas das mais diversas.

Tal abordagem se justifica dada a importância do ensino da oralidade, como bem destaca Marcuschi (2003), na medida em que contribui com a conscientização de que a língua sofre variação e mudança, favorecendo a formação de estudantes atentos à natureza da linguagem: heterogênea, dinâmica e ideológica. Desse modo, sempre que possível, o professor deve trabalhar a fala, que tem suas particularidades, suas regras e seus modos de organização, por meio de situações em que o estudante faça uso de gêneros orais considerando a circunstância de comunicação.

Ensino de gramática e análise linguística/semiótica

São vários os estudos que se propõem a discutir o ensino de gramática. Há, inclusive, a discussão sobre a necessidade de ensiná-la ou não. Como enfatizam os PCN, trata-se de uma “falsa questão: a questão verdadeira é o que, para que e como ensiná-la” (BRASIL, 1998, p. 28), reflexão também reforçada pela BNCC. O fundamental é não tornar as aulas de Língua Portuguesa meramente descritivas e prescritivas, tal como consta nos manuais gramaticais em geral.

A BNCC afirma que as questões gramaticais devem ser pontuadas em função das atividades de produção, leitura e escuta de textos. Nessa perspectiva, a atividade metalinguística (o reconhecimento, a categorização e a classificação de tópicos gramaticais) deve ser instrumento de apoio para a discussão dos aspectos da língua em uso, e não o centro do ensino. Tal atividade precisa “fornecer ao aluno informação cultural sobre a língua, para que ele tenha um conhecimento básico sobre como a língua é constituída e como funciona” e “instrumentalizar o aluno com um meio auxiliar aos demais tipos de atividade de ensino de gramática”, favorecendo a apropriação de uma metalinguagem com o objetivo de “facilitar a referência aos elementos da língua” (TRAVAGLIA, 2018).

Segundo Travaglia (2016), o estudo da gramática em sala de aula propicia uma melhoria na qualidade de vida dos estudantes, visto que o mundo da cultura é constituído pela linguagem e só é possível mover-se nele e perceber os significados nele produzidos dominando a língua. Além disso, o domínio linguístico contribui para o desenvolvimento da competência comunicativa, pois possibilita ao falante conhecer e utilizar os recursos da língua conforme as interações sociais.

De acordo com esses pressupostos, o ensino de gramática deve envolver atividades epilinguísticas e metalinguísticas. As primeiras estão voltadas para o uso da língua e para a exploração dos recursos expressivos utilizados pelo falante em situações de comunicação. As atividades metalinguísticas, por sua vez, correspondem à descrição, à categorização e à sistematização de elementos linguísticos e devem ser instrumento de apoio para a discussão dos aspectos da língua, e não o centro do ensino.

Dada a complementaridade de ambas as atividades na situação didática, pois permitem que os estudantes levantem as regularidades da língua e construam explicações sobre os fenômenos linguísticos, as propostas desta coleção englobam aspectos gramaticais que contemplam essas duas dimensões do ensino.

Nas propostas de atividades de leitura, há também discussões sobre os elementos verbais e não verbais (semióticos) e sobre o uso de elementos linguísticos que permitem a atribuição de múltiplos sentidos a um texto.

O trabalho com elementos linguísticos específicos torna-se significativo à medida que possibilita reflexões sobre o uso e a função de tais elementos na construção e na intensificação de sentidos dentro do texto.

Dessa forma, em Por dentro da língua, Linguagem e sentidos, Questão de fala e escrita e Língua em cena, focamos a reflexão sobre a língua em situações de leitura, produção e compreensão e a análise dos fatos linguísticos, seus usos e os efeitos de sentidos que produzem na construção do texto.

XLIV

NOVAS TECNOLOGIAS, GÊNEROS MULTISSEMIÓTICOS/ MULTIMODAIS E MULTILETRAMENTO

Os novos letramentos e os multiletramentos tornaram-se capacidades básicas para a atuação do professor em seu contexto educacional e para a participação em diferentes interações, em decorrência das novas demandas sociais. O letramento digital e os multiletramentos merecem atenção na perspectiva da formação e no trabalho em sala de aula com os estudantes. De modo geral, esses conceitos se referem, respectivamente, à capacidade do indivíduo para compreender e produzir textos orais e escritos no meio digital e à capacidade do indivíduo de ler, assistir e produzir textos orais e escritos que combinam várias semioses (verbal, imagética, sonora, gestual, espacial), bem como para reconhecer a pluralidade e a diversidade cultural. Desenvolver letramentos múltiplos ajuda, assim, os indivíduos a participar de diversas situações de interação em diferentes meios de comunicação e, ao mesmo tempo, lidar com tecnologias digitais.

A sociedade tem passado por constantes mudanças sociais, culturais, econômicas e históricas decorrentes do surgimento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), o que vem impactando a convivência social e alterando a organização de trabalho. Ao utilizarem tablets, celulares e computadores, adolescentes e jovens atuam como protagonistas da cultura digital, não somente como consumidores, mas também como usuários que interagem de maneira rápida e instantânea com outros usuários nas redes sociais por meio da utilização de diferentes linguagens e mídias.

As mudanças provocadas pelo uso das TICs não se restringem ao uso de novas tecnologias digitais; elas abrangem uma nova maneira de existir e viver em sociedade, em que o conhecimento é produzido de modo compartilhado, colaborativo e interativo. Nesse sentido, novos letramentos (ou multiletramentos) são necessários para acompanhar e possibilitar a construção de um olhar crítico às novas dinâmicas da produção do conhecimento na sociedade contemporânea, uma vez que:

As demandas sociais devem ser refletidas e refratadas criticamente nos/pelos currículos escolares [...], para que a escola possa qualificar a participação dos alunos nas práticas da web, na perspectiva da responsabilização, deve propiciar experiências significativas com produções de diferentes culturas e com práticas, procedimentos e gêneros que circulam em ambientes digitais: refletir sobre participações, avaliar a sustentação das opiniões, a pertinência e adequação dos comentários, a imagem que se passa, a confiabilidade de fontes, apurar os critérios de curadoria e de seleção de textos/produções, refinar os processos de produção e recepção de textos multissemióticos.

(ROJO; BARBOSA, 2015, p. 135).

Daí vem a necessidade de a escola promover o desenvolvimento dos multiletramentos, conceito que aponta para “a multiplicidade cultural das populações e a multiplicidade semiótica de constituição dos textos por meio dos quais ela se informa e se comunica” (ROJO, 2012, p. 13). A pedagogia dos multiletramentos em sala de aula

[...] caracteriza-se como um trabalho que parte das culturas de referência do alunado (popular, local, de massa) e de gêneros, mídias e linguagens por eles conhecidos, para buscar um enfoque crítico, pluralista, ético e democrático – que envolva agência – de textos/discursos que ampliem o repertório cultural, na direção de outros letramentos, valorizados (como é o caso dos trabalhos com hiper e nanocontos) ou desvalorizados (como é o caso do trabalho com picho).

(ROJO, 2012, p. 8-9)

Trabalhar com os multiletramentos significa, portanto, considerar as experiências relativas ao contexto familiar, social e cultural em que os estudantes estão inseridos e levá-los a produzir análises críticas, ampliando seu repertório. Ou seja, propõe-se uma valorização dos conhecimentos e das habilidades que os estudantes já dominam, incentivando-os a cultivar uma postura curiosa, criativa e crítica para a compreensão do mundo e de si mesmos.

Nessa perspectiva, já não é suficiente trabalhar o texto verbal escrito; é preciso relacioná-lo com outras modalidades de linguagem (imagem em movimento, som, fala), sendo o texto multimodal ou multissemiótico:

XLV

[...] aquele que recorre a mais de uma modalidade de linguagem ou a mais de um sistema de signos ou símbolos (semiose) em sua composição. Língua oral e escrita (multimodalidade verbal), linguagem corporal (gestualidade, danças, performances, vestimentas – modalidade gestual), áudio (música e outros sons não verbais – modalidade sonora) e imagens estáticas e em movimento (fotos, ilustrações, grafismos, vídeos, animações – modalidades visuais) compõem hoje os textos da contemporaneidade, tanto em veículos impressos como, principalmente, nas mídias analógicas e digitais.

(ROJO; BARBOSA, 2015, p. 108).

Ao considerar as incessantes transformações tecnológicas possibilitadas pela internet, como o surgimento e a proliferação de novos e diferentes gêneros, é necessário, portanto, que a escola aborde a organização e a constituição dos gêneros e opere com as diferentes semioses (múltiplas linguagens) ou com a multimodalidade, compreendendo como ocorre a construção dos sentidos do texto, visto que levar os estudantes a pesquisar nos motores de busca (por exemplo, sites de pesquisa) não é o suficiente. Os textos veiculados nesse meio exigem, assim, a capacidade de compreensão e de produção de cada semiose para que haja a construção de sentidos.

De acordo com Rojo (2012), o surgimento dos multiletramentos, que englobam a multiplicidade de linguagens, semioses (verbal, visual, sonora) e mídias presentes na criação de significação para os textos multimodais, não só modifica as funções cognitivas humanas como também implica “mutação da relação com o saber” sobre a leitura e a escrita, na medida em que os avanços tecnológicos possibilitam a (re)combinação de outras mídias e outras semioses, instaurando novas formas de produzir e compreender textos, em que apenas o conhecimento da língua (conjunto de signos linguísticos) não se mostra suficiente.

Os multiletramentos apresentam as seguintes características:

(a) são interativos; mais que isso, colaborativos;

(b) fraturam e transgridem as relações de poder estabelecidas, em especial as relações de propriedade (das máquinas, das ferramentas, das ideias, dos textos [verbais ou não]);

(c) são híbridos, fronteiriços, mestiços (de linguagens, modos, mídias e culturas). (ROJO, 2012, p. 23).

O uso de lousa e giz, ainda que instrumentos legítimos e necessários, podem ser insuficientes, nessa perspectiva, uma vez que o hipertexto, a hipermídia, a internet e os gêneros digitais são a expressão característica dos multiletramentos. Os estudantes, nascidos já no ambiente digital, participam de situações sociais em que produzem textos dessa natureza, com base no domínio de “habilidades técnicas”, como editar vídeos para vlogues, elaborar posts para rede social ou produzir gifs. No entanto, as práticas deste material buscam fomentar uma análise crítica dos contextos de produção e circulação dos diferentes gêneros, assim como de suas funções e formas de composição, levando os estudantes a fazer apreciações e a elaborar valorações estéticas e afetivas de produtos culturais locais e mundiais e a participar como autores nesses mesmos gêneros.

Os gêneros, que utilizamos para nos comunicar e interagir em diferentes esferas, se alteram conforme as práticas sociais, que também mudam. A escola, em contrapartida, ainda privilegia o estudo do texto escrito, impresso ou não, principalmente aquele que compõe o cânone e faz parte da cultura “letrada”. No entanto, a articulação entre as diferentes semioses e mídias faz-se necessária em função dos sentidos/significados múltiplos que os gêneros possibilitam aflorar. Esses significados são influenciados pelos aspectos imagético, musical, verbal etc., articulados de acordo com a intenção comunicativa.

Esta coleção, orientada pela pedagogia dos multiletramentos e gêneros multissemióticos e multimodais, contempla atividades que envolvem a análise de fotografias, de gêneros multimodais (tirinhas, infográficos, anúncios de propaganda etc.) e de pinturas, bem como a sugestão de criação de blogue, de gravação de entrevistas, entre outras práticas, buscando desenvolver múltiplos letramentos, a fim de que os estudantes passem a dominar as novas maneiras de ler, de produzir e de colocar textos em circulação nas diversas esferas da atividade humana.

Busca-se enfatizar, nesta coleção, práticas que privilegiam os valores da democracia e da ética na formação dos estudantes, além do respeito à diferença e à diversidade cultural. Para isso, as propostas dialogam com as vivências dos estudantes e contemplam manifestações artístico-culturais oriundas de diferentes espaços e épocas, fruto de subjetividades variadas, produzidas por grupos marginalizados e por aqueles que compõem a tradição erudita.

XLVI

Assim, espera-se que, com base em diferentes letramentos, os estudantes possam desenvolver habilidades para se apropriarem, de forma autônoma e crítica, de diversos saberes com o objetivo de elaborar experimentações e formar novos sentidos criativamente, à medida que atuam em prol da construção de uma sociedade mais justa e democrática.

O uso de novas tecnologias e de novas práticas metodológicas deve impulsionar, portanto, possibilidades de ensino-aprendizagem que acompanhem as mudanças de um mundo globalizado, regido pela velocidade de acesso à informação e à comunicação, e que contemplem a pluralidade cultural e das linguagens e as novas formas de participar e interagir em sociedade.

METODOLOGIAS ATIVAS E ENSINO

Considerando os estudantes como protagonistas do processo de aprendizagem e agentes ativos na construção do conhecimento, produzido em rede e a partir de diferentes linguagens, faz-se necessário adotar novas pedagogias, em que se abandone a premissa de que há uma hierarquia em que o professor é o detentor absoluto dos saberes, para que a sala de aula se torne, de fato, um espaço mais democrático.

Há muitos desafios relativos ao ensino e à aprendizagem atualmente. Muitos deles dizem respeito às dificuldades para motivar os estudantes e envolvê-los nesses processos. As chamadas metodologias ativas visam a uma posição ativa na aprendizagem por parte dos estudantes e à atuação dos professores como mediadores e facilitadores desse processo, possibilitando que os estudantes “aprendam fazendo”.

Nesta coleção, as propostas e atividades estão alinhadas com essa metodologia, aspirando a uma melhoria da qualidade do ensino e entendendo, nesse ambiente de desafios, que para o sucesso da aprendizagem é imprescindível que os estudantes se conectem com os conteúdos, por meio de uma relação positiva com os saberes, a fim de que a aprendizagem seja, de fato, significativa.

Nesse sentido, os conteúdos estão organizados de maneira que os estudantes possam fazer descobertas por eles mesmos, em atividades investigativas e contextualizadas, orientadas para que se engajem em novas experiências. Busca-se, por exemplo, incentivar os estudantes a pensar sobre os conteúdos, a formular hipóteses e a construir conceitos, articulando teoria e prática. Para isso, as propostas são encadeadas em etapas gradativas, de forma dinâmica, para que os estudantes se envolvam no próprio processo de aprendizagem e deem sentido àquilo que aprendem.

O trabalho aqui desenvolvido considera essencial conhecer os estudantes, seus interesses e suas preferências, para a elaboração de práticas que partam dos conhecimentos prévios deles para, em seguida, mobilizá-los em direção a novos desafios, tornando-os críticos e reflexivos. Assim, propõe-se o fomento da leitura, da análise, da comparação e discussão de textos ou de manifestações artístico-culturais, para que eles possam apreciá-las, formar opiniões e elaborar as próprias ideias.

Do mesmo modo, considera-se importante criar situações de aprendizagem que requerem o trabalho em duplas ou grupos visando a um objetivo comum, para que os estudantes possam interagir e compartilhar ideias, testar hipóteses etc., ao mesmo tempo em que aprendem a manter a escuta ativa, a respeitar posicionamentos divergentes e a negociar posições.

Além disso, as metodologias ativas, centradas na aprendizagem e não no ensino, permitem que os estudantes reflitam sobre o próprio processo de aprendizagem ao registrar etapas e processos, de maneira que desenvolvam autonomia, construam os próprios valores e se comprometam com a aquisição de conhecimento. O professor, aqui, propõe as atividades, orienta os estudantes e define as estratégias.

Por fim, espera-se que o trabalho orientado por essa abordagem contribua para que os estudantes possam pensar sobre si mesmos, a comunidade em que vivem e a sociedade, e ampliem seu repertório e visão de mundo a partir de situações vivenciadas na prática. Assim, democratizam-se o conhecimento e a aprendizagem, e os estudantes tornam-se seres protagonistas e transformadores na sociedade.

Como exemplos de metodologias ativas podemos citar: resolução de problemas, trabalho de campo, sala de aula invertida, projetos de pesquisa, aprendizagem colaborativa. Todas essas estratégias de ensino, articulando teoria e prática, objetivam levar os estudantes a aplicar na vida cotidiana os conceitos, as habilidades, os valores e os conhecimentos que aprenderam. Elas também consideram os diferentes modos de aprendizagem dos estudantes, a cultura juvenil e os seus interesses. Apresentamos, a seguir, cada um desses exemplos citados.

XLVII

• Resolução de problemas

A resolução de problemas propicia que os estudantes elaborem hipóteses, criem estratégias de resolução, busquem e analisem informações para solucionar um problema bem definido. Ao aplicar conceitos em atividades práticas, essa estratégia visa desenvolver nos estudantes o pensamento crítico e a capacidade de ação como agentes propositores. Nesse trabalho, os estudantes se sentem encorajados a investigar um problema, por meio da observação de uma situação real, em que decidirão quais são os conhecimentos necessários para chegar ao objetivo proposto.

• Trabalho de campo

O trabalho de campo correlaciona teoria e prática ao propor aos estudantes uma vivência fora do espaço da sala de aula. É um estudo de investigação que proporciona que eles tenham contato com objetos e situações reais e possam aplicar os conceitos aprendidos. Não se trata de uma atividade de natureza recreativa para a turma, pois o trabalho de campo relaciona-se a uma pesquisa em que os estudantes devem fazer entrevistas, observações ou registros que, em seguida, serão analisados e interpretados por eles. Ainda que seja uma oportunidade interessante, em que os estudantes são convidados a interagir com o mundo, o trabalho de campo é também estruturado e faz parte de uma sequência de atividades e objetivos.

• Sala de aula invertida

A sala de aula invertida pretende alterar a lógica tradicional em que o professor faz uma aula expositiva. Nessa estratégia, o professor orienta os estudantes a conhecer um conteúdo por meio de uma aula expositiva registrada, como uma videoaula, de uma sequência ilustrada, de leituras ou outro recurso. Após esse primeiro momento, o professor sana possíveis dúvidas dos estudantes e orienta projetos, exercícios e atividades, em que eles possam aprofundar os conhecimentos sobre o conteúdo estudado. Por fim, o professor sistematiza o conteúdo de modo colaborativo com os estudantes, que podem compartilhar suas experiências. Essa metodologia propicia que o ambiente de sala de aula seja dedicado às experiências ativas e organizadas em duplas, trios e grupos de estudantes.

• Projetos de pesquisa

Os projetos de pesquisa permitem que os estudantes participem mais ativamente do processo de construção do conhecimento. De modo coletivo, os estudantes podem selecionar temas de relevância para a cultura juvenil e investigar os aspectos que julgarem mais interessantes, tornando a aprendizagem mais significativa, uma vez que se engajam no processo. Aqui também eles são protagonistas, pois elaboraram as perguntas, as hipóteses e as conclusões, acompanhados e orientados pelo professor.

• Aprendizagem colaborativa

A aprendizagem colaborativa é uma metodologia que privilegia o desenvolvimento de trabalhos em grupo entre os estudantes. Ela propõe que eles trabalhem em grupos em torno de um objetivo comum de modo colaborativo. Essa estratégia possibilita que os estudantes desenvolvam as habilidades no campo dos afetos e das relações pessoais, como a capacidade de ouvir o outro com respeito e atenção, de liderar um grupo, tomar decisões, mediar conflitos, regular as próprias emoções etc.

Assim sendo, em diferentes momentos da coleção, fazemos uso dessas e de outras metodologias que colocam os estudantes no papel de protagonistas em seu processo de aprendizagem, utilizando recursos e abordagens adequados para eles, para os conteúdos e para os objetivos definidos, baseando-se na ideia de que ensinar não é transmitir conhecimento (professor-estudantes), mas propiciar formas de participação ativa dos estudantes na construção do conhecimento e fazer com que ele possa ser aplicado em sua vida cotidiana.

PENSAMENTO COMPUTACIONAL

O conceito de pensamento computacional está relacionado à habilidade de mobilizar conhecimentos para a solução de problemas, por meio da tecnologia, de maneira crítica, criativa e estratégica. Nesse sentido, ele está relacionado tanto ao uso e à apropriação da tecnologia quanto às diferentes áreas do conhecimento.

O pensamento computacional se sustenta com base em alguns pilares. XLVIII

• Decomposição: habilidade de decompor um problema maior em partes menores, propiciando sua compreensão e consequente resolução.

• Abstração: capacidade de filtrar e classificar os dados mais relevantes para a solução de um problema, em vez de focar nos detalhes.

• Identificação de padrões: análise de dados, de modo a chegar a generalizações e abstrações.

• Pensamento algorítmico: habilidade de definir etapas sistematizadas ou ordenadas para solução de problemas complexos. (É importante lembrar que os algoritmos são parte do pensamento computacional. O pensamento algorítmico ajuda a definir uma série de etapas ordenadas para a resolução de problemas complexos).

Nesta coleção, o pensamento computacional diz respeito especialmente à capacidade dos estudantes de identificar padrões. Essa capacidade, não restrita à Matemática, auxilia os estudantes na resolução de problemas, nas inferências, na argumentação, na investigação, na representação e comunicação de ideias e na elaboração de etapas.

Considerando a abundância de informações no contexto digital atual, é necessário fomentar situações de aprendizagem em que os estudantes possam desenvolver o raciocínio lógico, o pensamento computacional e a análise e interpretação de dados, para que atuem, de maneira autônoma e crítica, nas diversas esferas de atuação social.

Assim, nesta coleção, é solicitado aos estudantes, por exemplo, que desenvolvam um estudo de recepção de produtos da cultura juvenil. Em uma das etapas da pesquisa proposta, relativa à tabulação e análise de dados, eles são convidados a elaborar estratégias do pensamento computacional para análise de informações que comporão o relatório de pesquisa. Além disso, abordagens que levam em consideração o pensamento computacional propiciam maior autonomia aos estudantes ao privilegiar atividades práticas e que exigem deles uma postura ativa, com o exercício da criatividade nos trabalhos interdisciplinares.

INTERDISCIPLINARIDADE E TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS

A abordagem interdisciplinar facilita a organização coletiva e cooperativa do trabalho pedagógico. Segundo Fazenda (2002), ela visa à integração das diferentes áreas do conhecimento e das pessoas por meio de um trabalho de cooperação que prevê o diálogo e o planejamento. Facilita também a integração do processo formativo dos estudantes e pressupõe um trabalho pedagógico centrado em eixos temáticos.

A concepção de interdisciplinaridade respeita a especificidade de cada área do conhecimento, mas pressupõe a colaboração integrada de diferentes especialistas envolvidos nas propostas de ensino. Esse trabalho pode acontecer por meio da criação de práticas de ensino visando resolver um problema ou compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vista.

Nesta coleção, na escolha dos temas e na seleção e organização dos conteúdos, propusemos, sempre que possível, a abordagem interdisciplinar. Além disso, para buscar a integração de diversas áreas do conhecimento, apresentamos sugestões e atividades ao longo das orientações didáticas do Manual do Professor, que ampliam as propostas do Livro do Estudante e envolvem diferentes componentes curriculares. Com isso, pretendemos fomentar iniciativas entre professores para que articulem os seus campos de saber, seguindo, assim, princípios da interdisciplinaridade.

Queremos, desse modo, enfatizar que a função primordial da escola não é a de informar o estudante, mas a de fornecer a ele os instrumentos necessários para que consiga compreender o mundo em que vive e interagir (mediar, articular, acessar, selecionar etc.) com a quantidade de informações e conceitos que circulam à sua volta.

Os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs), previstos na BNCC são organizados em grandes áreas temáticas – Meio Ambiente, Economia, Saúde, Cidadania e Civismo, Multiculturalismo e Ciência e Tecnologia – que objetivam possibilitar um conhecimento contextualizado, que seja relevante para a formação dos estudantes. Assim, busca-se que os estudantes atuem de forma autônoma e crítica, a fim de mudar a realidade em que vivem, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, solidária e democrática.

As grandes áreas temáticas dos TCTs possuem temas mais específicos, aqueles a que nos referimos nesta coleção.

XLIX

No volume do 6o ano desta coleção, por exemplo, exploram-se temas como o do personagem Pantera Negra, de grande identificação com a cultura juvenil, e gêneros próprios do universo digital como comentário de leitor na internet e compartilhamento de resenhas e objetos culturais na rede. Assim, propõe-se um estudo sobre a representatividade da cultura africana e das populações afrodescendentes em diferentes países, levando os estudantes a refletir sobre a herança cultural africana e a valorizar suas contribuições no Brasil. Essa proposta dialoga especialmente com o TCT Diversidade cultural (parte da área temática Multiculturalismo), além de levar os estudantes a compreender a diversidade da realidade em que vivemos, refletindo sobre o universo digital e utilizando as tecnologias digitais de forma ética e respeitosa.

MEIO AMBIENTE

Educação ambiental Educação para o consumo

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Ciência e tecnologia

MULTICULTURALISMO

Diversidade cultural

Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras

Temas Contemporâneos Transversais na BNCC

ECONOMIA

Trabalho

Educação financeira

Educação fiscal SAÚDE Saúde

Educação alimentar e nutricional CIDADANIA E CIVISMO

Vida familiar e social Educação para o trânsito Educação em Direitos Humanos Direitos da Criança e do Adolescente Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso

Fonte: BRASIL, 2019, p. 13.

Para uma aprendizagem mais significativa e conectada com as realidades dos estudantes, no Livro do Estudante e no Manual do Professor desta coleção, há indicações de trabalhos interdisciplinares com os temas apresentados nas diferentes seções, subseções e boxes, com o oferecimento de orientações para o planejamento de maneira individual e em parceria, dialogando com as competências gerais, as de Linguagens e as específicas de Língua Portuguesa, além das habilidades propostas pela BNCC.

Ciente, portanto, de que a aprendizagem não se dá de forma fragmentária e rígida, mas integrada entre as diferentes áreas do conhecimento e também com o contexto, esta coleção apresenta uma variedade de estratégias e orientações para que o professor, de forma flexível, de acordo com os interesses da turma e com as possibilidades da instituição de ensino, proponha atividades em que se relacionem conteúdos de outros componentes curriculares, visando a uma aprendizagem que abarque a complexidade dos saberes e dialogue com a realidade local, regional e global. O objetivo desta abordagem é contribuir para um ensino cada vez mais plural, conectado com as necessidades dos estudantes e comprometido com uma aprendizagem integral, que respeita a diversidade dos estudantes e as experiências vivenciadas por eles.

L

O PROCESSO DE AVALIAÇÃO

Diariamente, ocorrem situações que exigem reflexões e avaliações. Na escola, a dimensão avaliativa da construção do conhecimento é essencial. Avaliam-se constantemente os estudantes, seja de forma sistemática e planejada, seja de forma assistemática. No entanto, o que é avaliação e como se deve avaliar?

Nesta coleção, avaliação é concebida como

[...] a ação processual de construir um valor provisório para o ser focalizado, mediante categorias social e culturalmente marcadas e interativamente elaboradas. Avaliar, portanto, envolve concepções de mundo, conhecimentos partilhados e a emissão de juízos de valor, juízos esses formulados a partir de informações coletadas e selecionadas em contextos sócio-históricos específicos.

(MARCUSCHI; SUASSUNA, 2007, p. 66).

A avaliação também é compreendida como uma sequência de ações orientadas para a obtenção de informações sobre o que os estudantes aprenderam e de que forma. Essas ações podem ser realizadas por um conjunto de procedimentos que possibilita a intervenção pedagógica para tornar possível o ensino-aprendizagem. Os procedimentos e os instrumentos utilizados para avaliar devem orientar não só o professor como também os estudantes, no que diz respeito ao que aprenderam e às suas dificuldades. Para que isso seja possível, a avaliação precisa ocorrer no início e durante todo o processo de ensino-aprendizagem, e não apenas no final de cada etapa de ensino. Nesse sentido, “a avaliação implica a retomada do curso de ação, se ele não tiver sido satisfatório, ou a sua reorientação, caso esteja se desviando” (LUCKESI, 2011, p. 59).

São as informações obtidas no início e ao longo do processo didático-pedagógico que orientam os passos do professor quanto às futuras intervenções pedagógicas. Para que isso ocorra, é preciso recorrer a outros modos de avaliação que forneçam informações importantes para organizar suas ações – por exemplo, a análise das produções para conhecer as dificuldades reais dos estudantes e, com base nisso, selecionar o que será alvo de ensino. “A avaliação deve caminhar para além da mera constatação e classificação do estudante, tornando-se parte integrante do processo de ensino, subsidiando o professor com informações que vão ajudá-lo a orientar e reorientar a sua prática” (BESERRA, 2007, p. 49). Não se deve confundir, portanto, avaliação com nota, pois esta é apenas uma das formas de expressar os resultados de uma avaliação.

Nessa perspectiva, a avaliação é o eixo central de qualquer proposta pedagógica e precisa ser pensada em suas múltiplas funções. Assim, segundo Ferreira e Leal (2007), ela ocorre em diferentes momentos com finalidades diversas, visando identificar os conhecimentos prévios dos estudantes, conhecer suas dificuldades, verificar se aprenderam, por exemplo.

LI

Acompanhar sistematicamente as aprendizagens dos estudantes.
se
o
Planejar ações de intervenção pedagógica. estudantes
Verificar os objetivos foram alcançados. Conhecer
que os
sabem.
Para que avaliar?
A avaliação como orientadora no ensino-aprendizagem.
No processo de ensino-aprendizagem, a definição de critérios avaliativos permite ao professor avaliar a aprendizagem dos estudantes de forma mais confiável.

O professor deve utilizar diferentes estratégias para avaliar os estudantes. Para isso, é necessário usar, além da avaliação somativa (para mensurar e classificar os resultados), a avaliação diagnóstica (realizada no início do processo, com a função de obter informações sobre os conhecimentos e as habilidades dos estudantes) e a formativa (feita para regular e adaptar o ensino às necessidades deles), uma vez que avaliação implica levar em conta o processo, não apenas o produto.

Obter informações sobre os conhecimentos, as habilidades e as capacidades dos estudantes.

Acompanhar o processo de ensino-aprendizagem, verificando o que os estudantes aprenderam e o que eles ainda devem aprender.

Fazer balanço somatório da sequência de trabalho, informando e situando o avaliado.

FORMATIVA SOMATIVA DIAGNÓSTICA

A avaliação é um processo dinâmico e interativo e parte integrante do ensino-aprendizagem.

O professor precisa atentar-se aos diferentes níveis de aprendizagens que os estudantes de uma turma possam apresentar. Nesse sentido, o processo de avaliação pode contribuir para a elaboração de um planejamento adequado que funcione como um guia de práticas que auxiliem os estudantes em situação de defasagem a se recuperarem e acompanhem também o processo de aprendizagem do restante da turma.

Da mesma forma, a avaliação é importante para que cada estudante desenvolva a autonomia. Assim, instrumentos de autoavaliação são fundamentais para que ele tome consciência do que sabe e do que precisa saber. É por meio da autoavaliação que o estudante assume participação ativa em seu processo de aprendizagem.

Além do desempenho dos estudantes em relação à recepção e à aprendizagem da língua, é preciso avaliar suas habilidades e atitudes em relação à escuta atenta na sala de aula; à receptividade às propostas de trabalho e de atividades em sala de aula; à postura nas atividades desenvolvidas em grupo; à interação com o grupo e com o professor.

Sendo assim, a avaliação é uma prática docente que ocorre de modo permanente, não sendo restrita ao momento da avalição formal, como a “prova”, tradicionalmente realizada de maneira individual e por escrito e cujo resultado é uma nota numérica. A avaliação, em nossa abordagem, deve guiar todo o processo de ensino-aprendizagem, inclusive considerando aqueles aspectos relativos ao comportamento e envolvimento dos estudantes nas propostas.

Outra finalidade da avaliação é preparar os estudantes para a participação em exames de larga escala, tais como o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), a Prova Brasil, vestibulinhos e, futuramente, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e os vestibulares. Diante disso, esta coleção apresenta propostas de atividades que consideram o formato desses exames, como atividades contextualizadas, de múltipla escolha, de seleção, de raciocínio.

Nesta coleção, apresentamos também orientações e procedimentos para a realização de trabalho com grupos grandes, pensando na diversidade de conhecimentos e nas habilidades dos estudantes que compõem uma turma, bem como nas diferenças de valores e atitudes entre eles. Essa abordagem visa contribuir para o sucesso do processo de aprendizagem, ao respeitar a pluralidade de formas de aprender.

Considerando as propostas presentes na coleção, o papel do professor é essencial, pois é preciso não só acompanhar de perto os estudantes, desafiando-os à autorreflexão, como também estabelecer diálogos a fim de que eles sejam bem orientados e possam identificar e dizer o que conseguiram aprender e em que precisam melhorar.

A seguir, sugerimos uma ficha de avaliação com critérios de acordo com as práticas a serem desenvolvidas. Essa ficha pode ser adaptada a cada situação de ensino, consoante com os objetivos a serem atingidos e as habilidades a serem desenvolvidas.

LII

FICHA DE AVALIAÇÃO

Tendo em vista o trabalho desenvolvido, pode-se considerar que o(a) estudante: Sempre Às vezes Ainda não

LEITURA, COMPREENSÃO E CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS

1. Localiza informações explícitas em textos.

2. Identifica o tema de um texto.

3. Infere informações implícitas.

4. Relaciona elementos não verbais e verbais na construção de sentidos.

5. Identifica a finalidade dos textos.

6. Percebe a relação de sentido estabelecida pelos conectivos.

7. Identifica as informações principais e secundárias em um texto.

8. Distingue um fato de uma opinião relativa a esse fato.

9. Infere o sentido de palavras ou expressões.

10. Reconhece diferentes formas de abordar uma informação na comparação entre textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que foram produzidos.

11. Identifica as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor do texto.

12 Identifica efeitos de ironia, humor ou crítica.

Observações:

PRODUÇÃO DE TEXTOS

1. Escreve textos considerando o interlocutor e o propósito comunicativo.

2. Organiza textos de acordo com as capacidades de relatar, argumentar, narrar, descrever, expor.

3. Usa o padrão escrito relativo à paragrafação e à pontuação.

4. Escreve textos coerentes e coesos.

5. Usa o sistema ortográfico corretamente.

6. Adapta o registro da língua (formal ou informal) à situação de comunicação.

7. Utiliza recursos multissemióticos de forma articulada e adequada, bem como elementos paralinguísticos e cinésicos.

8. Escreve textos de acordo com gênero, suporte e mídia.

9. Emprega articuladores textuais adequados às relações que deseja estabelecer.

10. Revisa o próprio texto.

11. Cuida da apresentação da sua produção (letra legível, texto limpo e sem rasuras etc.).

12. Utiliza os recursos disponíveis nos meios digitais, como editores que proporcionem cores, movimentos, formas, sons, entre outros, para produzir textos multimodais/multissemióticos.

13. Emprega, em textos orais, recursos como efeitos sonoros e expressividade.

Observações:

LIII

ORALIDADE

1. Produz textos orais de acordo com os gêneros estudados.

2. Faz uso de gestos e da entonação para a construção de sentidos.

3. Segue as fases de planejamento, produção e autoavaliação de suas produções.

4. Adapta o registro (formal e informal) conforme a situação de comunicação.

5. Expõe os fatos de modo organizado, com apresentação, desenvolvimento e conclusão.

6. Conta histórias mantendo a ordem temporal dos fatos e o tipo de relação existente entre eles.

7. Usa material escrito apenas como apoio, sem ficar lendo o texto.

8. Mantém boa postura e contato visual com o seu interlocutor.

9. Usa recursos visuais para dinamizar sua apresentação.

10. Emprega expressões para organizar a fala.

11. Utiliza recursos como modulação de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade.

Observações:

1. Identifica o assunto dos textos.

2. Resume ideias de textos orais.

COMPREENSÃO ORAL

3. Identifica os gêneros em que os textos se realizam.

4. Identifica a finalidade dos gêneros.

5. Reconhece os interlocutores envolvidos na interação.

6. Reconhece a função das pausas, hesitações e repetições nos textos orais.

7. Elenca palavras relativas às temáticas dos textos.

8. Emite opiniões e pontos de vista a respeito dos textos lidos.

9. Estabelece relações com outros textos e/ou com situações vividas.

10. Posiciona-se de forma crítica em relação à tese apresentada em textos argumentativos.

Observações:

ANÁLISE LINGUÍSTICA E SEMIÓTICA

1. Conhece e aplica adequadamente as normas que regem a ortografia e a acentuação das palavras.

2. Identifica e analisa os efeitos de sentido decorrentes de elementos como volume, timbre, intensidade, pausas e ritmo em textos orais.

3. Estabelece relações de sentido com base nos conectivos.

4. Percebe a função de adjetivos, substantivos e advérbios na produção e na compreensão dos textos.

5. Identifica os diferentes tipos de variedades linguísticas e de registro, assim como sua adequação de acordo com a situação de comunicação.

6. Analisa os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e cinésicos.

7. Identifica repetições ou substituições que estabelecem relações entre as partes do texto.

8. Identifica o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação.

9. Analisa adjetivos, locuções adjetivas, advérbios, locuções adverbiais etc. como elementos modalizadores.

10. Reconhece o papel das figuras de linguagem na construção de sentidos do texto.

Observações:

LIV

CULTURA JUVENIL, CULTURA DE PAZ E EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA

A adolescência é um período de mudanças na vida de um indivíduo que passa da infância à juventude. Nessa fase, os adolescentes vivenciam intensas transformações biológicas, sociais, psicológicas e emocionais, cada um à sua maneira, de acordo com a dinâmica da comunidade em que está inserido. Eles vivenciam um processo de amadurecimento, em que a relação com o mundo ao redor se amplia, bem como os laços afetivos com amigos. Tornam-se capazes de elaborar raciocínios mais complexos e definir seus valores éticos.

Os professores que atuam com essa faixa etária de estudantes (11 a 14 anos) necessitam se atentar às particularidades próprias desse grupo e reconhecer também em si mesmos o papel de formadores, uma vez que esse período pode trazer à tona conflitos emocionais e sociais e gerar comportamentos violentos em sala de aula, nos demais ambientes escolares e fora deles.

Esta coleção, no intuito de contribuir para mudanças significativas na sociedade, apresenta uma seleção de textos e temas direcionados a essa faixa etária, para que os estudantes se interessem pelos conteúdos e assuntos abordados, debatendo-os e refletindo sobre questões importantes, como o combate: à propagação de discursos de ódio (na mídia e em redes sociais); à desigualdade em relação às mulheres (especialmente no campo profissional); ao racismo e à xenofobia; à violência de gênero e de identidade de gênero etc. Assim, além de discutir temas próprios da juventude, propõe discussões sobre a violência doméstica, o bullying (intimidação sistemática), o sexismo e a luta por igualdade de gênero na sociedade contemporânea, exposição excessiva em redes sociais e suas consequências, entre outros.

Dessa forma, ao mesmo tempo em que explora o caráter lúdico que o componente curricular pode propiciar, esta coleção apresenta atividades e propostas em que os estudantes podem explorar e apreciar diferentes manifestações artísticas e culturais e suas práticas, fazendo uso delas nas diferentes mídias e linguagens. As atividades em dupla ou em grupo, bem como as discussões com toda a turma, buscam desenvolver os valores da empatia e da cooperação, propondo situações que necessitam do estabelecimento do diálogo e da argumentação para chegar a um objetivo comum.

A coleção, com sua estrutura e seleção de conteúdos, busca reforçar o ideal de uma cultura de paz e valores como cidadania e respeito, contribuindo para o desenvolvimento da autonomia, a formação humana dos estudantes em toda a sua singularidade, a criação de um projeto de vida significativo que possibilite o desenvolvimento pessoal e a atuação significativa na comunidade.

SUGESTÕES DE PROJETOS

Introdução

O objetivo da proposta de trabalhar com projetos é favorecer a criação de estratégias de organização dos conhecimentos escolares por meio do tratamento dado à informação, visto que somente o acesso a ela não garante que o estudantes adquiram conhecimento. Para compreendê-la, é preciso confrontar ideias e reelaborá-las. Por isso, propomos envolver os estudantes em atividades de projetos de pesquisa que lhes possibilitem “aprender a aprender”, tomando as diferentes informações disponíveis sobre determinado tema para transformá-las em conhecimento próprio.

Tomamos como base os princípios das metodologias ativas – conjunto de processo que visa incentivar a autoaprendizagem e a curiosidade do estudante para pesquisar, refletir e analisar possíveis situações de determinado problema. Nessa perspectiva, contribui-se de forma significativa para o desenvolvimento da autonomia e da motivação do estudante, à medida que ele interage, articula, observa, reflete sobre o que vê e emite opinião acerca da situação como forma de intervir na realidade. Ao assumir uma postura mais ativa, o estudante não só aprende, mas também desenvolve valores sociais importantes, como respeito, compreensão e solidariedade, aprendendo a ouvir e a falar.

A seguir, descrevemos as etapas básicas para o desenvolvimento de um projeto de estudo e pesquisa. Logo depois, com base nesse roteiro, apresentamos propostas para desenvolver com os estudantes do 6o e do 7o anos e do 8o e do 9o anos.

LV

Etapas para a realização de uma pesquisa

O trabalho será feito em grupos e a organização deve prever as tarefas de cada membro do grupo em cada etapa.

1. Escolha do tema

A primeira etapa para a realização de uma pesquisa consiste em conhecer as opções de temas para que os grupos possam escolher o que for de seu interesse. A escolha do tema de pesquisa, portanto, é o primeiro passo. Esse tema por si só não constitui um problema de pesquisa, mas dele procede o problema a ser investigado. Essa escolha requer considerar os conhecimentos dos estudantes sobre o que será investigado; por isso, deve ser atraente e interessante para que eles tenham curiosidade e interesse em ler, investigar e se aprofundar no tema.

Propomos que, em vez de o professor apresentar uma lista prévia aos estudantes, eles escolham o tema por meio de discussões, leituras de notícias e artigos sobre determinados assuntos de interesse próprio e da turma. Escolhido o tema, parte-se para a formulação de um conjunto de perguntas a respeito do “problema” que se pretende responder com os estudos e a pesquisa. As perguntas vão ajudar a levantar o que será preciso buscar e definirão todo o processo de investigação e pesquisa posterior.

Apresente como exemplo o problema do lixo na sociedade atual, que possibilita perguntas como as seguintes.

• Por que o lixo é um problema nas cidades?

• Que implicações o problema do lixo causa na saúde pública?

• Qual é a relação entre consumo e lixo?

• Que fatores provocam o aumento do lixo?

• De que forma o consumismo interfere na produção de lixo?

Nessa perspectiva, podemos perguntar: Quais são as consequências do consumismo exagerado para a saúde e o meio ambiente? Seguindo por essa trilha, podemos abrir interfaces com outros componentes curriculares, como História, Ciências e Geografia, fazendo as seguintes perguntas.

• Quanto lixo sua família produz por semana? Compare com os dados dos colegas: isso é muito ou pouco?

• Que produtos são mais encontrados na composição do lixo urbano? Qual é o tempo de duração desses materiais na natureza?

• A composição do lixo no século passado era diferente da atual? Por quê?

• O que ocorre quando o lixo fica exposto durante muito tempo nas ruas?

• Quais são as consequências do excesso de lixo para a saúde?

2. Fontes de pesquisa

A segunda etapa requer que o professor indique algumas fontes aos estudantes, ao menos para o começo da pesquisa principalmente para os estudantes do 6o e do 7o anos. Essas fontes podem ser sites confiáveis, revistas e livros; depois, os próprios estudantes poderão ampliá-las à medida que avançam na pesquisa e procedem à seleção das informações.

É importante, também, que o professor ajude a fazer a análise das referências coletadas pelos estudantes, descartando fontes não confiáveis ou não científicas, e indique a necessidade de buscar outras fontes quando necessário.

3. Leitura e análise das informações

Essa etapa compreende aprender a tomar notas, resumir, ler e elaborar gráficos. Os estudantes podem entrevistar pessoas e avaliar comportamentos, criando tabelas e gráficos que documentem e facilitem as análises, e podem, da mesma forma, recorrer a levantamentos científicos já disponíveis em livros, revistas, filmes e na internet para que subsidiem suas análises. Se desejarem, podem documentar em vídeo seus trabalhos e suas entrevistas.

LVI

4. Produção escrita dos resultados e das conclusões da investigação

Essa etapa consiste em integrar de maneira coerente e pessoal as informações coletadas nas várias fontes, sempre tendo em mente a necessidade de responder às perguntas iniciais sobre o problema investigado e às questões secundárias, que surgirão ao longo da pesquisa.

A produção escrita pode ser na forma de artigo, como fazem cientistas e pesquisadores profissionais. Nesse caso, é importante trabalhar cada tópico em aula e ajudar na definição de objetivos, justificativas e conclusões, seguindo a estrutura desse gênero textual.

5. Compartilhamento dos resultados da pesquisa

Nessa etapa, os estudantes vão compartilhar os conhecimentos adquiridos com a pesquisa, divulgando os resultados, as conclusões e propostas de solução, por meio de apresentações orais, painéis, artigos de divulgação científica, verbetes de enciclopédia, página/blogue na internet etc. Também podem ser organizadas atividades como mesa-redonda, debates, feiras de ciências e mostras na escola.

É importante lembrar que toda pesquisa é um estudo, mas não se resume à coleta de dados/informações e sua apresentação. É preciso que o trabalho envolva uma reflexão sobre os dados e as informações coletados e, por isso, é fundamental a orientação do professor aos estudantes/grupos ao longo de todas as etapas da pesquisa. Para isso, é importante planejar encontros de acompanhamento, durante os quais se deve conversar com os estudantes/grupos para verificar o andamento do trabalho, elucidar dúvidas e oferecer ajuda com embasamento teórico, além de dicas de materiais e indicações de fontes de referências específicas.

Proposta de pesquisa para 6o e 7o anos

Para esta atividade de pesquisa, levamos em conta os conhecimentos prévios dos estudantes e os componentes curriculares Geografia e Ciências, conforme as seguintes habilidades da BNCC.

6 o ano – Geografia

(EF06GE06) Identificar as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento da agropecuária e do processo de industrialização.

(EF06GE07) Explicar as mudanças na interação humana com a natureza a partir do surgimento das cidades.

(EF06GE11) Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

(EF06GE13) Analisar consequências, vantagens e desvantagens das práticas humanas na dinâmica climática (ilha de calor etc.).

7o ano – Ciências

(EF07CI05) Discutir o uso de diferentes tipos de combustível e máquinas térmicas ao longo do tempo, para avaliar avanços, questões econômicas e problemas socioambientais causados pela produção e uso desses materiais e máquinas.

(EF07CI06) Discutir e avaliar mudanças econômicas, culturais e sociais, tanto na vida cotidiana quanto no mundo do trabalho, decorrentes do desenvolvimento de novos materiais e tecnologias (como automação e informatização).

(EF07CI08) Avaliar como os impactos provocados por catástrofes naturais ou mudanças nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam suas populações, podendo ameaçar ou provocar a extinção de espécies, alteração de hábitos, migração etc.

(EF07CI09) Interpretar as condições de saúde da comunidade, cidade ou estado, com base na análise e comparação de indicadores de saúde (como taxa de mortalidade infantil, cobertura de saneamento básico e incidência de doenças de veiculação hídrica, atmosférica entre outras) e dos resultados de políticas públicas destinadas à saúde.

(EF07CI13) Descrever o mecanismo natural do efeito estufa, seu papel fundamental para o desenvolvimento da vida na Terra, discutir as ações humanas responsáveis pelo seu aumento artificial (queima dos combustíveis fósseis, desmatamento, queimadas etc.) e selecionar e implementar propostas para a reversão ou controle desse quadro.

(EF07CI14) Justificar a importância da camada de ozônio para a vida na Terra, identificando os fatores que aumentam ou diminuem sua presença na atmosfera, e discutir propostas individuais e coletivas para sua preservação.

LVII

Parcerias possíveis e interessantes

Para o projeto com os estudantes do 6o ano, sugerimos uma parceria com o professor de Geografia, uma vez que há mais possibilidades de conteúdos para pesquisa com esse componente curricular. Já com os do 7o ano, sugerimos uma parceria com o professor de Ciências. No entanto, isso não significa que outros componentes não possam contribuir com a atividade, pois o conhecimento é interdisciplinar. Considerando isso, a proposta de tema para cada ano, possivelmente, terá diferentes leituras e encaminhamentos voltados para as respectivas áreas (mesmo levando em conta que os conhecimentos não são estanques e perpassam as diferentes áreas).

O tema da pesquisa

O tema ou assunto para ambos os anos partirá do filme de animação Wall-E (ou outro, adaptando a proposta), que propicia a discussão de diversos pontos sobre a questão do meio ambiente, além de mostrar facetas do consumismo e consequências das facilidades da vida moderna, como alienação, comodismo, sedentarismo, problemas de saúde. A exploração desses pontos vai direcionar as diferentes propostas de pesquisa.

Organização dos grupos

A atividade de pesquisa, quando realizada em grupos, traz mais benefícios para o aprendizado, porque os estudantes aprendem com a troca de pontos de vista, ganham espaço para criar e passam a testar hipóteses, refazer raciocínios e estabelecer correlações para construir conhecimentos.

Sugerimos que a atividade seja realizada em grupos com quatro ou cinco estudantes. No entanto, avalie, antecipadamente, como os grupos vão trabalhar: se todos pesquisarão o mesmo tema, se cada grupo pesquisará um tema diferente ou se uma parte dos grupos pesquisará um tema e outra parte, outro. Considere, nessa escolha, o fato de que caberá ao professor indicar, pelo menos inicialmente, fontes de pesquisa relacionadas ao tema de cada grupo.

Procedimentos de leitura e gêneros para registro da pesquisa

Com os estudantes do 6o ano, sugerimos que sejam abordados procedimentos como tomar notas, sublinhar e esquematizar informações, ler e produzir gráficos de barra e de setores. Com os estudantes do 7o ano, sugerimos: procedimentos de esquematizar e resumir informações, ler e produzir gráficos de barras, de setores e de linhas.

Essa divisão é apenas uma sugestão. Caso ache importante e necessário abordar o resumo e os demais tipos de gráfico no 6o ano, considere as possíveis diferenças de experiências entre os estudantes.

Compartilhamento dos resultados da pesquisa

A proposta de compartilhamento descrita adiante visa promover a troca de conhecimentos e a divulgação das informações adquiridas com os estudos e as pesquisas; por isso, sugerimos que seja discutido com os estudantes quem serão os interlocutores reais (leitores e ouvintes) antes da produção do material.

Apresentamos, a seguir, orientações específicas para o desenvolvimento da atividade de pesquisa com os estudantes.

1. Escolha do tema

Nessa etapa, os estudantes devem escolher o tema e planejar a coleta de informações. Converse com a turma sobre o propósito da exibição do filme, direcionando o olhar dos estudantes para o objetivo pedagógico: reconhecer e analisar as questões ambientais, de consumo, de saúde, entre outras, como problemas para o planeta.

O filme Wall-E (direção e roteiro: Andrew Stanton. EUA, 2008) é uma animação dos estúdios Disney e Pixar, de 97 minutos. A história se inicia no ano de 2700, tendo como cenário principal o planeta Terra, onde não há mais recursos naturais e que se apresenta como um grande depósito de lixo, com a atmosfera poluída por gases tóxicos.

Nesse ambiente inóspito, encontra-se o robô Wall-E (Waste Allocation Load Lifters – Earth; “Levantador de Carga para Alocação de Lixo – Classe ‘Terra’”, em tradução livre), deixado na Terra para compactar e organizar todo o entulho. Ele e sua barata de estimação são os únicos habitantes, porque os seres humanos, para se protegerem da toxidade do planeta, foram morar na estação espacial Axiom. O plano era ficar somente cinco anos nessa estação, esperando a conclusão do LVIII

trabalho de Wall-E, para então retornar à Terra, mas a permanência deles em Axiom já dura aproximadamente 700 anos. De tempos em tempos, são enviados robôs para a Terra a fim de verificar se o planeta já está habitável novamente. Um desses robôs é Eva (acrônimo, em português, para “Examinadora de Vegetação Alienígena”), que se encanta com Wall-E. Enquanto isso, os seres humanos, a bordo da estação espacial, estão tão acomodados que são incapazes de se levantarem sozinhos e de se locomoverem sem auxílio de aparelhos especiais. Os robôs executam todas as tarefas e realizam os desejos mais banais dos seres humanos – que são obesos, visto que passam a maior parte do tempo comendo. Além disso, vivem envoltos por uma tela que projeta imagens, deixando-os tão passivos que se tornam incapazes de reconhecer e analisar o mundo à volta – assim como de se relacionarem com as outras pessoas.

Ao final da exibição, com a turma organizada em grupos, retome o objetivo da atividade e peça a cada grupo que aponte os aspectos que consideraram mais significativos em relação ao meio ambiente, à poluição, à saúde, ao consumismo, às tecnologias, à automação, entre outros aspectos. Em seguida, permita que os grupos troquem suas interpretações e impressões, tornando essa interação um momento de aprendizagem significativa, em que os estudantes possam perceber a multiplicidade de visões e conhecimentos. Destacamos, a seguir, aspectos que consideramos interessantes.

Meio ambiente: o filme apresenta o resultado que a poluição e a geração desenfreada de lixo causaram. O cenário desolador retrata a consequência da ação do homem sobre o planeta, caso não haja um desenvolvimento consciente. Podem-se trabalhar a relação do homem com a natureza e o consumo exagerado e a produção de lixo; e cada estudante pode avaliar a própria consciência ecológica, como age em relação ao meio ambiente, suas atitudes para propor mudanças etc.

Poluição: pode-se observar que, no filme, o poluente mais agravante é o lixo, mas é possível deduzir a participação de outros tipos, como a queima de combustíveis da atividade industrial, de automóveis, de centrais termoelétricas, e assim por diante. Podem-se abordar os tipos de poluição (do solo, atmosférica, hídrica, sonora, térmica, luminosa, visual, entre outros), os efeitos negativos causados no ambiente, na saúde, nos seres vivos e em todo o ecossistema, e as diversas medidas de prevenção que os próprios estudantes podem tomar para cuidar do meio ambiente. Recomenda-se propor que os estudantes pensem na correlação do cotidiano deles com o local em que vivem, discutindo a situação da poluição no bairro onde a escola se situa, a responsabilidade de cada um, o papel do poder público etc.

Saúde: no filme, a questão da saúde pode ser explorada ao se observar como, na estação espacial, todos estão acima do peso e ociosos; não realizam atividades físicas; ficam sempre sentados em confortáveis cadeiras que se locomovem; e passam a maior parte do tempo comendo o que é servido por robôs, que ainda escovam seus dentes, lavam seus rostos, arrumam seus cabelos, vestem suas roupas etc. É possível trabalhar com os estudantes a questão da obesidade, iniciando um debate que questione até que ponto é boa essa automação, de que maneira o desenvolvimento de novas tecnologias pode melhorar ou prejudicar a saúde, além dos temas “alimentação saudável” e “estilo de vida”.

Registre as questões que despertaram mais interesse nos estudantes e, juntos, discutam os temas das pesquisas. Em seguida, formulem conjuntamente as perguntas, ou seja, os “problemas”, a que se pretende responder com a prática proposta. Essas perguntas nortearão o trabalho, as leituras e a busca de informações.

2. Fontes de pesquisa

Para a coleta de informações e de dados sobre o tema, oriente os estudantes a buscar fontes como textos de livros didáticos, artigos e reportagens de divulgação científica, verbete de enciclopédia (impressa e digital), infográficos, vídeos variados de canais de divulgação científica. Se achar pertinente, proponha também que façam entrevistas com especialistas no assunto. Peça aos estudantes que fiquem atentos às perguntas que norteiam a pesquisa, como forma de orientar a quantidade de informação. Oriente-os a organizar o material coletado em uma pasta e combinem a data em que deverão levar o material para a aula.

3. Leitura e análise das informações

A pesquisa é um trabalho que requer, além da investigação, o registro escrito do que se leu, observou e coletou, de modo que possa apoiar o estudo e as conclusões sobre o objeto de estudo, produzindo respostas para as questões colocadas. Sugerimos que esses procedimentos de leitura – tomar notas, sublinhar informações importantes, fazer esquemas e resumir –, assim como produzir tabelas e gráficos, sejam objeto de estudo, uma vez que são indispensáveis às atividades escolares e acadêmicas dos mais diferentes componentes curriculares.

LIX

4. Produção escrita dos resultados e das conclusões da investigação

A seguir, destacamos os procedimentos de estudo e os gêneros textuais que podem auxiliar no desenvolvimento das atividades com as turmas do 6o e do 7o anos e constituem um aprendizado útil para os estudantes durante toda a vida escolar.

Tomar notas: fazer anotações das informações consideradas importantes durante aula, exposição oral ou palestra, por exemplo, para retomar posteriormente o conteúdo.

Ressalte a importância das notas, que não têm um formato rígido, mas devem ser úteis para o autor reconstruir a informação mais tarde, no momento de estudar. Promova o exercício desse procedimento de estudo, primeiro como modelo: em apresentações dos estudantes ou seminários em grupos, faça anotações e compartilhe-as com a turma. Comente a necessidade de ser rápido ao anotar; portanto, o uso de abreviações é uma ótima opção. Dê exemplos de diferentes modos de tomar nota, como tópicos, palavras-chave, frases inteiras, esquemas e desenhos. Para exercitar essa habilidade, prepare uma exposição oral sobre um tema de estudo e convide os estudantes a tomar notas das informações que considerarem importantes, usando o modelo de preferência, mas com rapidez, para treinar o registro mais completo possível.

Faça a exposição normalmente, com clareza, objetividade e sem digressões. Durante a explanação, dê ênfase a algumas expressões que indicam uma informação importante, como fator decisivo, isso é muito sério e outras como concluímos que, por isso que. Para ajudar os estudantes, registre os termos mais complexos na lousa. Ao finalizar, convide-os a ler as anotações que fizeram em voz alta e compará-las com as dos colegas. Peça a eles que observem como as formas de registro deixam o conteúdo mais claro e por que isso ocorre. Incentive-os a trocar suas anotações uns com os outros e revisá-las, debatendo sobre os dados considerados importantes.

Alguns aspectos que devem ser observados nesse primeiro registro dos estudantes estão listados a seguir. Com base nestes aspectos, ensine-os a aprimorar as próximas anotações.

• Atenção ao tema exposto para que percebam as informações importantes sobre ele.

• Uso de subtítulos para organizar as informações, o que torna mais fácil a retomada do conteúdo depois.

• Anotações com base nas observações pessoais e na própria compreensão do conteúdo.

• Seleção das informações e dos dados que merecem registro – os principais geralmente são enfatizados pelo orador –, distinguindo-os de informações secundárias.

• Confirmação de que não há dados incorretos e de que não estão faltando informações; averiguação de que foram usadas diferentes técnicas de registro, como frases completas, tópicos e desenhos.

Depois da explanação, produza uma nova nota em conjunto com a turma, descartando dados que não são essenciais para a compreensão do tema e explicando a escolha das diferentes técnicas de registro para que os estudantes possam se apropriar delas.

Sublinhar informações: consiste em marcar (sublinhar) um número reduzido de trechos do texto com o objetivo de ressaltar as informações que melhor sintetizam seu conteúdo.

Sublinhar pressupõe saber selecionar as informações mais importantes, ou seja, saber ressaltar os dados essenciais para a compreensão do texto e omitir os secundários ou menos relevantes. Para isso, pode-se usar marca-texto ou lápis e anotar nas laterais do texto. Para desenvolver esse procedimento de leitura, selecione textos relacionados ao tema da pesquisa. Inicialmente, realize a atividade com algum texto já conhecido dos estudantes. Oriente-os a ler o texto todo antes e a sublinhar as informações que sintetizam seu conteúdo. Esclareça que nem todos os parágrafos apresentam informações que precisam ser ressaltadas.

Analise os dados que os estudantes selecionaram no texto para discutir sua pertinência e relevância em relação ao que está sendo estudado. Observe com eles se as seguintes situações ocorrem.

• Marcação de parágrafos inteiros, o que pode dificultar a identificação das ideias principais. Nesse caso, retome o parágrafo e pergunte: Qual é a informação essencial nesse parágrafo?

LX

• Destaque de palavras soltas, que parecem não fazer sentido sozinhas. Peça-lhes que releiam o trecho em que a palavra está inserida e indiquem/expliquem a relação entre a palavra sublinhada e o trecho.

• Omissão de dados relevantes. Para corrigir, pergunte aos estudantes o que consideraram essencial no texto e anote na lousa. Em seguida, veja se todos os dados importantes aparecem e debata com eles a relevância do que foi anotado. Depois disso, peça a eles que revejam o texto e marquem o que não selecionaram antes.

Em outro momento, proponha-lhes que repitam esse procedimento em outro texto, que trate de um assunto novo para eles. Se achar producente, a atividade pode ser feita em duplas.

Fazer esquemas: um esquema é a representação gráfica de um tema e reflete sua síntese, com seus principais conceitos e a relação entre eles.

Reproduza o modelo de esquema a seguir na lousa.

IDEIA PRINCIPAL 1

TÍTULO (ideia geral)

IDEIA PRINCIPAL 2

ideia secundária ideia secundária

ideia secundária ideia secundária

ideia secundária ideia secundária

detalhe detalhe

detalhe detalhe

detalhe detalhe detalhe

Esquema de setas Esquema de subordinação 1. 1.1 1.2 1.2.1 2. 2.1 2.2 2.2.1 Mapa de ideias Ideia principal EDITORIA DE ARTE EDITORIA DE ARTE EDITORIA DE ARTE LXI

EDITORIA DE ARTE {
{
{
{ {
{
IDEIA PRINCIPAL 3 {
Analise com os estudantes as características do esquema para reconhecerem que ele começa pelo conceito central do conteúdo apresentado em texto, vídeo ou aula, por exemplo. Esse conceito é a palavra-chave e deve aparecer em destaque. Em seguida, aparecem as ideias principais a respeito desse assunto; depois, as secundárias, criando uma hierarquia. Mostre aos estudantes que há variadas formas de esquematizar as informações, como nos exemplos a seguir.

Para melhor compreensão desse procedimento, selecione um texto sobre um assunto ainda não estudado pelos estudantes e peça a eles que o leiam e sintetizem as informações de forma esquemática.

Antes, leia o texto e identifique o tema – a palavra central. Considerando as informações do texto, avalie qual é o tipo de esquema mais adequado para organizá-las e mostre aos estudantes. Em seguida, oriente-os a ler o texto todo e a identificar as informações, os conceitos e a relação deles com a palavra central, separando (com grifos de cores diferentes) as ideias gerais das específicas.

Ao concluir a atividade, peça que comparem as construções que escolheram. Explique que não há uma forma única e certa: cada um pode eleger informações diferentes como principais, porém, por ser importante reconhecer as ideias mais relevantes, distinguindo-as das ideias secundárias, pergunte aos estudantes se, olhando o esquema, é possível saber quais são as informações principais. Também é possível pedir a eles que expliquem o tema por meio do esquema construído, a fim de ajudá-los a reconhecer se os elementos são suficientes para essa explanação e o que deveriam retirar ou acrescentar para tornar isso mais claro. Explicar o conteúdo para os colegas, com base nos próprios esquemas, possibilita aos estudantes confirmar a compreensão do assunto.

Resumo: procedimento de escrita para organizar informações e facilitar a compreensão do conteúdo, elegendo os aspectos mais relevantes.

Consiste em, depois de ler e reler o texto para entender o assunto, definir as informações mais importantes e transcrevê-las de forma resumida. Na construção do resumo, podem-se usar algumas estratégias, entre elas: a supressão – dispensa de exemplos ou dados secundários; a generalização – reformulação das informações com termos mais genéricos; e a construção – reorganização do conteúdo por meio da elaboração de uma ideia central.

Prepare um resumo e apresente-o aos estudantes. Para isso, selecione um texto do livro de História, Ciências ou Geografia já lido por eles e leia-o em sala de aula. Comente o tema, o que está sendo dito sobre ele, quais palavras-chave resumem o assunto ou as informações mais importantes do texto.

Em seguida, leia para os estudantes o resumo que você escreveu e analise-o com eles: Todos os conceitos, informações importantes e necessárias à compreensão estão presentes no resumo? O que foi suprimido pode prejudicar a compreensão? Alguém que não leu o texto do livro é capaz de compreender e explicar o assunto com base no resumo? Há alguma informação que não estava no texto?

Mostre aos estudantes algumas as estratégias que usou em seu resumo, tais como: informações suprimidas; generalizações (por exemplo, uso da expressão “animais carnívoros” no lugar da enumeração “cobra, gavião e onça”); exemplos de reformulação de informação, ou seja, a reescrita com as próprias palavras.

Após essa atividade, proponha aos estudantes que escrevam resumos. Oriente-os com base nos passos a seguir.

1. Ler e reler o texto.

2. Sublinhar algumas palavras-chave sobre o assunto, frases importantes para a compreensão do texto, nomes e datas se forem importantes (em História), nomes das partes do ser vivo em estudo (Ciências), conceitos básicos etc.

3. Organizar as ideias: retomar palavras-chave, frases, nomes e conceitos sublinhados; perguntar-se “Como eu explicaria esse assunto para alguém?”, “Quais informações são necessárias para que alguém entenda esse assunto?”. Reforce a orientação de que o autor do resumo deve usar suas próprias palavras, pois, dessa forma, estará apreendendo e fixando o conteúdo.

Gráficos: são representações visuais utilizadas para exibir dados, a fim de facilitar sua visualização, bem como torná-los mais claros e informativos, deixando a interpretação e/ou análise mais rápida e objetiva. Costumam aparecer em diversas áreas de estudo (Matemática, Estatística, Geografia, Economia, História etc.).

Selecione alguns gráficos simples e mostre aos estudantes, em um primeiro momento, apenas os elementos que os compõem. Explique a eles que, em geral, os gráficos apresentam: título, dados numéricos, legendas e fonte. Explique cada um dos elementos à turma.

• Título: informa a que se referem os dados contidos no gráfico, por exemplo: População de jovens no Brasil; Número de habitantes por região; Renda per capita no mundo.

• Fonte: identifica a procedência dos dados, ou seja, de onde as informações foram retiradas, com indicação do ano de publicação.

• Dados numéricos: compreendem os dados quantitativos dos gráficos e a indicação de período de tempo/abrangência a que os dados se relacionam (mês, ano, trimestre, década, século etc.), essenciais para comparar as informações apresentadas.

LXII

• Legendas: auxiliam na leitura das informações indicando a que corresponde cada uma delas. Em geral, são empregadas cores que destacam diferentes dados ou períodos.

• Tabelas: são representações visuais utilizadas para exibir informações organizadas e separadas por linhas e colunas, de forma que facilitem sua leitura e seu entendimento. Também costumam apresentar título e outros elementos, dependendo dos tipos de dados.

Promova a leitura conjunta de cada gráfico. Mostre aos estudantes diferentes tipos de gráfico, explicando cada tipo em linhas gerais. Para isso, selecione gráficos com dados relacionados a algum tema ou assunto de interesse da turma.

• Gráfico de barras: usado para mostrar dados comparativos ou mesmo demonstrar valores pontuais de determinado período; aparece com muita frequência em jornais, revistas, livros e outros materiais impressos. As barras podem ser utilizadas na horizontal ou na vertical (nesse último caso, é também conhecido como gráfico de colunas).

Utilize o exemplo a seguir para mostrar aos estudantes que é possível apresentar os mesmos dados em um gráfico ou em uma tabela. Faça a leitura e a análise coletiva dos dados. (Os dados apresentados são mera referência para exemplificação da proposta; para uma abordagem mais profunda, é necessária a pesquisa atualizada das informações junto às fontes indicadas).

Fonte de pesquisa: BRASIL. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). [São José dos Campos]: [202-?]. Site. Disponível em: http://www.inpe.br/. Acesso em: 11 jul. 2022.

Fonte de pesquisa: BRASIL. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). [São José dos Campos]: [202-?]. Site. Disponível em: http://www.inpe.br/. Acesso em: 11 jul. 2022.

12 1 994 824 719 225 163 58 Pará Amazonas Mato Grosso Rondônia Acre Roraima Maranhão Amapá Tocantins Em junho de 2019 Em km2 Acumulado de jan.-jun. de 2019 Em km2 O DESMATAMENTO NA ÁREA DA AMAZÔNIA LEGAL 300,07 193,28 142,8 99,421 10,94 7,92 7,56 0,15 0,14 Pará Amazonas Mato Grosso Rondônia Acre Roraima Maranhão Amapá Tocantins
1.410
desmatamento
Legal Em junho de 2019 (em km2) Acumulado de jan.-jun. de 2019 (em km2) Pará 300,07 Pará 1.410 Amazonas 193,28 Amazonas 994 Mato Grosso 142,8 Mato Grosso 824 Rondônia 99,421 Rondônia 719 Acre 10,94 Acre 225 Roraima 7,92 Roraima 163 Maranhão 7,56 Maranhão 58 Amapá 0,15 Amapá 12 Tocantins 0,14 Tocantins 1
O
na área da Amazônia
EDITORIA DE ARTE LXIII

• Gráfico de setores: também conhecido como “gráfico de pizza”, é utilizado, em geral, para representar partes de um todo.

Veja, a seguir, como os mesmos dados do gráfico de barras anterior podem ser representados em um gráfico de setores.

O DESMATAMENTO NA ÁREA DA AMAZÔNIA LEGAL

Fonte de pesquisa: BRASIL. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). [São José dos Campos]: [202-?]. Site. Disponível em: http://www.inpe.br/. Acesso em: 11 jul. 2022.

• Gráfico de linhas: também conhecido como gráfico de segmentos, é utilizado, em geral, para representar a evolução dos valores de uma variável no decorrer do tempo.

• Histograma: as frequências absolutas e as relativas de dados agrupados em intervalos de classes podem ser representadas por meio de um tipo de gráfico denominado histograma, o qual é composto de retângulos justapostos cujas bases são apoiadas em um eixo horizontal.

5. Compartilhamento dos resultados da pesquisa

Proponha que a divulgação dos resultados da pesquisa seja feita de duas maneiras: no 6o ano, por meio de painéis, gráficos, ilustrações e apresentações orais; no 7o ano, por meio de um artigo de divulgação científica.

O painel é um banner (pôster com cerca de 1 m × 1,2 m) utilizado para apresentações de resultado de pesquisas em eventos. Mostre aos estudantes alguns exemplos e aspectos composicionais do painel, como a localização do título e dos nomes dos autores e a organização das informações (introdução, objetivos e resultados da pesquisa).

Oriente os estudantes do 6o ano a organizar o material coletado e a selecionar as informações importantes sobre o tema trabalhado. Explique também a escrita do primeiro parágrafo – a introdução –, com uma breve explicação do tema da pesquisa, e do desenvolvimento – os resultados, as conclusões e ações propostas. Esclareça que a escrita deve ser sintética e o painel pode ser ilustrado com imagens, gráficos, tabelas e fotografias que auxiliem na compreensão da questão abordada. Em seguida, oriente a preparação dos grupos para fazer uma apresentação oral, tendo o painel como apoio e referência das informações.

Com os estudantes do 7o ano, retome o estudo do gênero artigo de divulgação científica e oriente a escrita do artigo sobre o tema da pesquisa, considerando os aspectos composicionais: título, linha fina, intertítulos, parágrafo de introdução, parágrafos de desenvolvimento (com dados, exemplos, explicações, resultados), conclusão. Auxilie-os a inserir ilustrações, esquemas, gráficos e tabelas, por exemplo, para mostrar uma ideia ou resultado, intercalando trechos de texto com esses recursos visuais, e a usar a linguagem impessoal (em 3a pessoa).

Em junho de 2019 Em km2 Acumulado de jan.-jun. de 2019 Em km2 Pará Amazonas Mato Grosso Rondônia Acre Roraima Maranhão Amapá Tocantins 7,56 0,15 12 0,14 1 7,92 10,94 99,421 142,8 193,28 300,07 Pará Amazonas Mato Grosso Rondônia Acre Roraima Maranhão Amapá Tocantins 58 163 225 719 824 994 1.410
EDITORIA DE ARTE LXIV

Proposta de pesquisa para 8o e 9o anos

Para essa atividade de pesquisa, levamos em conta os conhecimentos prévios dos estudantes e o componente curricular Geografia, conforme as seguintes habilidades da BNCC.

8 o ano – Geografia

(EF08GE06) Analisar a atuação das organizações mundiais nos processos de integração cultural e econômica nos contextos americano e africano, reconhecendo, em seus lugares de vivência, marcas desses processos.

(EF08GE20) Analisar características de países e grupos de países da América e da África no que se refere aos aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir as desigualdades sociais e econômicas e as pressões sobre a natureza e suas riquezas (sua apropriação e valoração na produção e circulação), o que resulta na espoliação desses povos.

9 o ano – Geografia

(EF09GE01) Analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em situações de conflito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes tempos e lugares.

(EF09GE18) Identificar e analisar as cadeias industriais e de inovação e as consequências dos usos de recursos naturais e das diferentes fontes de energia (tais como termoelétrica, hidrelétrica, eólica e nuclear) em diferentes países.

Parcerias possíveis e interessantes

Sugerimos uma parceria com o professor de Geografia do 8o e do 9o anos, uma vez que o componente traz mais possibilidades de conteúdos para a pesquisa. No entanto, isso não significa que outros componentes curriculares não possam contribuir com a atividade, que é interdisciplinar. Dessa forma, a proposta de tema a ser escolhida para cada ano, possivelmente, terá diferentes leituras e encaminhamentos voltados para as especificidades do tema.

O tema da pesquisa

Para ambos os anos, o tema da pesquisa partirá da discussão do filme O menino que descobriu o vento (direção e roteiro: Chiwetel Ejiofor. EUA, 2019). A obra fornece diversos pontos relativos às questões políticas e econômicas do continente africano, mas vai além, ao mostrar outras facetas da vida, por exemplo, a exploração humana, o descaso dos governos, assim como a capacidade de superação diante das dificuldades.

Organização dos grupos

A atividade de pesquisa, quando realizada em grupos, traz mais benefícios para o aprendizado, uma vez que os estudantes aprendem na troca de pontos de vista, ganham espaço para criar e passam a testar hipóteses, refazer raciocínios e estabelecer correlações para construir conhecimentos.

Sugerimos que a atividade seja feita em grupos de quatro a cinco estudantes. Todavia, avalie, antecipadamente, como eles vão trabalhar: se todos pesquisarão sobre o mesmo tema; se cada grupo pesquisará um tema diferente; ou se uma parte deles pesquisará um tema e outra parte, outro. Considere, nessa escolha, o fato de que caberá ao professor indicar, pelo menos inicialmente, fontes de pesquisa relacionadas ao tema de cada grupo.

Procedimentos de leitura e gêneros para registro da pesquisa

Além dos procedimentos de leitura e gêneros abordados na proposta de pesquisa com os estudantes de 6 o e 7o anos – tomar notas, sublinhar informações importantes, fazer esquemas, resumir, usar tabelas e gráficos –, trazemos como objeto de estudo para os estudantes de 8 o e 9 o anos os seguintes procedimentos: mapa conceitual, quadro sinóptico (ou sinótico) e quadro comparativo. Avalie a necessidade de trabalhar também com os procedimentos explorados com as turmas de 6 o e 7o anos.

LXV

Compartilhamento da pesquisa

A proposta de compartilhamento está descrita no final destas orientações, mas seria interessante adiantar para os estudantes suas linhas gerais. Ela visa promover a troca de conhecimentos e a divulgação das informações adquiridas com os estudos e as pesquisas; por isso, sugerimos que, antes da produção do material, seja discutido com os estudantes quem serão os interlocutores reais (leitores e ouvintes).

1. Escolha do tema

Nessa etapa, os estudantes devem escolher o tema e planejar a coleta de informações. Converse com a turma sobre o propósito da exibição do filme O menino que descobriu o vento, direcionando o olhar deles para o objetivo pedagógico: reconhecer e analisar as questões políticas e econômicas, as consequências do colonialismo no continente africano, as ações do governo diante do problema da fome, assim como a importância da educação e o poder de superação.

Inspirado em uma história real, O menino que descobriu o vento narra a jornada de William Kamkwamba, um garoto que mora no povoado de Wimbe, na República do Malauí, país da África oriental. Ele cresceu vendo os pais e vizinhos trabalhando como agricultores para sobreviver. Porém, em 2001, o cenário do povoado muda quando, em função do desenvolvimento industrial, o governo começa a comprar terrenos próximos e derrubar árvores – o que traz mudanças climáticas para a região, produzindo chuvas torrenciais e longos períodos de seca, arruinando as terras aráveis e a agricultura. Essas condições climáticas, somadas ao abandono e descaso do governo, culminam em um período de fome e escassez de suprimentos, vitimando as produções agrícolas e, consequentemente, a população. Sem as plantações, cria-se um clima de turbulência social. O governo é brutal na repressão a toda oposição. Diante de tudo isso, William, então com 14 anos, depois de frequentar clandestinamente a biblioteca da escola – de onde fora expulso por falta de pagamento –, aprende, com a ajuda do livro Using Energy (“Usando energia”, em tradução livre) e por meio da energia eólica, como construir um moinho para produzir energia elétrica e acionar uma bomba de captação de água do solo.

A engenhoca permitiu romper uma violenta seca pós-inundação que submetia os moradores do Malauí à fome e à miséria. O jovem fez um moinho de cinco metros de altura utilizando uma bicicleta quebrada, uma pá, um amortecedor velho e árvores de eucalipto azul. Depois o ligou a uma bateria de carro para armazenamento. O moinho foi posteriormente estendido: passou a ter 12 metros para melhor captar o vento acima das árvores. Um terceiro moinho bombeava água para irrigação.

A história narrada no filme ressalta a força da cultura africana, enraizada na ancestralidade, e mostra a importância da educação e da união em momentos de crise. O filme revela questões políticas que permeiam a história do continente africano, cujas democracias recentes ainda sofrem com governos frágeis. A seguir, destacamos aspectos que consideramos interessantes serem abordados.

Para o 8o ano:

I. O filme traz acontecimentos de uma época ainda bem próxima – ano de 2001, em plena era da revolução da internet –e vemos pessoas vivendo de forma simples e rudimentar, em que uma bicicleta e um rádio são recursos especiais por oferecer rapidez de locomoção e acesso à informação. Assim, pode ser trabalhada a questão da atuação das organizações mundiais nos processos de integração cultural e econômica no contexto africano.

II. No filme, os interesses econômicos levaram ao abandono dessas pessoas do lugar, pois o governo só queria comprar terras, cortar árvores, pagar um preço irrelevante pela produção; o desmatamento tornou a terra extremamente árida, dificultando a plantação, e a produção não deu os frutos esperados, provocando saques, embates com o governo e a evasão de famílias.

Para o 9o ano:

I. A obra também expõe o abismo entre os países considerados grandes potências mundiais e as nações africanas quanto aos problemas enfrentados por estas, especialmente as regiões mais distantes dos grandes centros. O Malauí foi colonizado pela Inglaterra e, como toda colônia, sofreu dominação econômica, cultural e político-militar, tornando-se independente em julho de 1964. No filme, 37 anos após sua independência, o país continuou tendo um governo opressor e negligente nas questões de saúde, educação, urbanização etc., o que provocou o agravamento das tensões sociais. Nesse contexto, pode-se abordar a relação entre a atuação do governo na região e a forma como a hegemonia inglesa atuou em suas colônias.

LXVI

II. O garoto investiga fontes de energia e descobre a força do vento e uma possível maneira de gerar energia e água para o povoado, por meio da construção de um moinho de vento. Além da investigação sobre as diferentes fontes de energia e as consequências dos usos de recursos naturais de cada fonte, pode-se pesquisar a importância da ciência e do uso de fontes renováveis como um caminho para mudanças significativas em nossa sociedade, pautas que são cada vez mais relevantes para o planeta.

Ao final da exibição do filme, com a turma organizada em grupos, retome o objetivo da atividade e peça aos estudantes que cada grupo aponte os aspectos que considerou mais importantes em relação às questões apresentadas. Em seguida, separe um momento para que os grupos troquem suas interpretações, tornando essa interação um momento de aprendizagem significativa em que os estudantes possam perceber a multiplicidade de visões, ideias e conhecimentos. Registre as questões que despertaram mais interesse nos estudantes e proponha uma discussão para definir os temas da pesquisa. Em seguida, formulem conjuntamente as perguntas, ou seja, os “problemas”, a que se pretende responder com a prática proposta. Essas perguntas nortearão o trabalho, as leituras e a busca de informações.

2. Fontes de pesquisa

Essa etapa é importante e requer que o professor indique algumas fontes aos estudantes, pelo menos para o começo da pesquisa, que podem ser sites confiáveis, revistas e livros; depois, os próprios estudantes poderão ampliá-las à medida que avançam na pesquisa e procedem à seleção das informações.

Assim, oriente-os a buscar o assunto em fontes como: textos de livros didáticos, artigos, reportagens e vídeos de divulgação científica, verbetes de enciclopédia (impressa e digital) e infográficos. Se considerar pertinente, proponha também que façam entrevistas com especialistas no assunto.

Lembre aos estudantes que, como forma de orientar a quantidade de informação, fiquem atentos às perguntas que norteiam a pesquisa. Oriente-os a organizar o material coletado em uma pasta.

3. Leitura e análise das informações

Reforce com a turma a ideia de que a pesquisa não se resume à mera coleta de dados ou informações. A busca de respostas para uma questão requer, além da coleta de informações mediante leituras e pesquisas, a reflexão sobre os dados coletados. Dessa forma, é importante registrar por escrito o que se leu, observou e coletou, de modo a apoiar o estudo, a reflexão e as conclusões sobre o objeto de estudo.

É fundamental o acompanhamento e a orientação do professor durante o processo de coleta e produção dos estudantes. Nesse momento, se surgirem dúvidas, você poderá ajudá-los com embasamento teórico, além de dicas de materiais e indicações de fontes de referências específicas.

4. Produção escrita dos resultados e das conclusões da investigação

Além dos procedimentos de leitura abordados na proposta de pesquisa com os estudantes de 6o e 7o anos – tomar notas, sublinhar informações importantes, fazer esquemas, resumir, montar tabelas e gráficos –, para os estudantes do 8o e do 9o anos propomos abordar os procedimentos: mapa conceitual, quadro sinóptico (ou sinótico) e quadro comparativo. A seguir, descrevemos esses procedimentos e ilustramos apenas o primeiro deles (mapa conceitual). Sugerimos que busque exemplos dos demais e os apresente aos estudantes, conforme julgar conveniente.

Mapa conceitual: estrutura gráfica que apresenta os conceitos de determinado assunto dispostos em uma espécie de rede e torna mais clara a exposição do conhecimento, segundo a compreensão cognitiva de seu idealizador.

Em um mapa conceitual, os conceitos aparecem relacionados entre si por meio de palavras-chave que explicitam essa relação. Dessa forma, conceito + palavra de ligação + conceito formam uma proposição que evidencia o significado da relação conceitual.

Como exemplo, reproduza o mapa conceitual a seguir na lousa.

LXVII

Conceitos

Veja a seguir aspectos a serem ressaltados pelo professor e observados pelos estudantes.

• Como o conceito/tema de estudo do mapa é identificado.

Oriente os estudantes a observar como são indicados os diversos níveis de hierarquia entre os conceitos, por exemplo: árvore (conceito principal) e lenha > papel > livros.

• Como as proposições de cada segmento conceito + palavra de ligação + conceito exprimem a relação entre eles. Por exemplo: árvore + pode hospedar + ninho de vespa / árvore + quando + cortada + pode produzir + lenha + se + triturada + pode produzir + papel.

• A importância das palavras de ligação no mapa conceitual.

Esclareça que as palavras de ligação são essenciais para dar sentido aos conceitos. Por essa razão, incentive os estudantes a usá-las na confecção de mapas conceituais. Porém, esse recurso não torna os mapas autoexplicativos; eles devem ser explicados por quem os faz. Mostre-lhes as ramificações, como em: triturada + transforma-se em + polpa / triturada + pode produzir + papel / triturada + produz + fibra; e as ligações cruzadas, como em: triturada + em um + moinho / crescer + até ser + cortada.

Ressalte que não há mapa conceitual certo ou errado, o importante é que ele evidencie a relação atribuída aos conceitos. Para isso, é necessária uma leitura atenta do texto que servirá de base para a construção do mapa, porque muitos estudantes podem ter dificuldades para relacionar palavras se tentarem fazê-lo depois de uma leitura rápida. Entretanto, é importante dar um retorno positivo para os estudantes e encorajá-los na construção dos mapas, pois, com a prática, eles vão percebendo quais são as palavras de ligação mais usadas na área de estudo em questão (Ciências, Geografia,

usado para em um pode produzir produz se Moinho Água Madeira transforma-se em movido a Cortada quando pode produzir Lenha Papel Livros Escrita Fibra Polpa Ninho de vespa Suave pode Crescer Triturada pode hospedar até ser de maneira transforma-se em de vespa
LXVIII

História etc.). Os estudantes passam, também, a ler textos com mais atenção, estabelecendo relações entre os conceitos (formando proposições) e de modo não linear, como são apresentados no texto.

Explique-lhes que, em geral, o fluxo para a leitura de um mapa conceitual é do centro para as extremidades e de cima para baixo. No caso de ligações cruzadas, usam-se setas para indicar o fluxo correto. O mapa conceitual pode ser usado com diferentes objetivos, como os listados a seguir.

• Revelar o conhecimento prévio do estudante para desenvolver um tópico.

• Resumir conteúdos e fazer anotações por meio de um texto escrito.

• Preparar exposições orais em seminários e apresentações.

• Revisar e estudar um conteúdo.

• Avaliar conhecimentos adquiridos depois do estudo de um conteúdo. Para exercitar as habilidades dos estudantes na construção de mapas conceituais, sugerimos duas atividades. A primeira consiste em fornecer os conceitos-chave fundamentais para se compreender um tema. Peça aos estudantes que elaborem um mapa conceitual relacionando estes e outros conceitos adicionais relevantes, de modo que formem proposições que tenham sentido. Liste os conceitos relacionados ao conceito principal Hidrosfera

Em seguida, explique-lhes que deverão conectar os conceitos por meio do conceito principal (um par de cada vez), por uma linha na qual deve ser expressa a relação entre eles de uma maneira que faça sentido para o autor do mapa. Incentive-os a incluir outros conceitos à medida que forem lembrando, para que seus mapas sejam únicos e significativos para eles. Dê ênfase especial às ramificações, aos vários níveis de hierarquia e às ligações cruzadas entre conceitos em áreas diferentes do mapa. Dê tempo suficiente aos estudantes para que consigam relacionar significativamente todos os conceitos. Quando concluírem, em grupos de três, peça-lhes que apresentem seus mapas oralmente para os colegas. Depois, selecione outros três estudantes para que compartilhem seus mapas com a turma e os leiam em voz alta, e assim sucessivamente. Chame a atenção deles para ligações apropriadas entre conceitos e para a diversidade e a criatividade na produção dos mapas. Enfatize que não há problema se os mapas ficarem um pouco confusos a princípio, pois eles podem ser refeitos quantas vezes quiserem. Lembre aos estudantes que um mapa conceitual é uma representação da compreensão de quem o cria; entretanto, as ligações de um mapa devem estar cientificamente corretas. Lembre-os também de que existem várias maneiras de organizar e representar o que eles sabem. Comente sobre a importância da criatividade e dê ênfase ao fato de que não existe apenas uma resposta “correta”.

Após as apresentações da turma, dê um tempo para que eles revejam seus mapas, adicionando, excluindo e reorganizando as informações, ou, se acharem necessário, para que comecem um novo mapa.

Para a segunda atividade, peça a colaboração do professor de Geografia para selecionar dois textos do Livro do Estudante desse componente curricular: um referente a um assunto já estudado e outro sobre um assunto que os estudantes ainda não tenham estudado.

Inicialmente, proponha a eles que façam um mapa com base no texto referente ao assunto já estudado. Para isso, terão de reler o texto e listar, no máximo, 20 conceitos (mas, a depender do texto, pode ser menos), além do conceito principal, presente, via de regra, no título do texto.

Explique aos estudantes que, quando considerarem o trabalho pronto, devem ler o mapa observando se as ligações entre os conceitos fazem sentido e se as proposições são verdadeiras, tomando cuidado em terminar a leitura de um ramo (e suas ramificações secundárias) antes de passar para o seguinte. Se possível, devem procurar estabelecer ligações

Águas subterrâneas Lagos Oceanos Vapor de água Seres humanos Mares Pesca Geleiras Transporte Rios
LXIX

cruzadas, isto é, ligar conceitos entre ramos e hierarquias diferentes, demonstrando o aprofundamento da leitura. Quando concluírem, peça-lhes que compartilhem o mapa com dois colegas, observando e perguntando o que significam as relações, a localização de certos conceitos, a inclusão de alguns e a omissão de outros.

Proponha aos estudantes que façam em casa o mapa conceitual do segundo texto (sobre um assunto ainda não estudado por eles). Eles poderão utilizar figuras, papel e lápis; post-it de diferentes tamanhos; ilustrar a hierarquia e dar cor às ligações entre os conceitos. Também poderão utilizar softwares ou programas on-line para criar mapas conceituais.

Quadro sinóptico (ou sinótico): esquema gráfico-visual que permite a distribuição das informações de um texto, uma ideia, um documento e até mesmo de uma aula. É uma excelente estratégia de estudo e de organização das ideias. Também pode servir de material de apoio para exposições orais, oferecendo ao espectador uma perspectiva geral do tema que será abordado.

O termo sinóptico refere-se ao fato de que o quadro equivale a uma sinopse ou a um resumo do tema, sendo necessário determinar a ideia principal (geralmente enunciada no título) e as ideias secundárias (informações concretas, exemplos que ilustram a ideia principal). Pode ser elaborado com a utilização de chaves, diagramas e até mesmo uma série de colunas e fileiras, como tabelas. Devem-se considerar os seguintes aspectos: não incluir ideias próprias, apenas os pontos em destaque no texto, de maneira breve e concisa; indicar os conceitos centrais ordenados, de modo sistemático; partir do geral para o particular; elaborar os subtítulos com frases curtas e que tenham sentido.

A principal diferença entre o quadro sinóptico e o mapa conceitual está no fato de que, no quadro sinóptico, é fundamental resumir e hierarquizar as informações; no mapa conceitual, a representação das informações é mais ampla, variada e pessoal, obedecendo a uma forma particular de ver o assunto.

Para desenvolver a habilidade de escrita de um quadro sinóptico, proponha aos estudantes construí-lo com base em um texto do livro de Geografia ou de História, a ser selecionado juntamente com os professores desses componentes. Veja a seguir os passos para a elaboração do quadro sinóptico.

• Ler, buscando a compreensão do assunto.

• Identificar e anotar, à parte, as ideias principais e as secundárias.

• Identificar e anotar, à parte, os exemplos e casos específicos ou particulares que sirvam para entender as ideias principais ou secundárias.

• Definir o tipo de quadro e organizar as informações.

Como em uma lista, podem-se organizar os tópicos principais na primeira coluna e as informações relacionadas a esses tópicos ao lado. Em forma de esquema, primeiro devem ser escritas as informações principais – aquelas ligadas ao tema; depois, para cada uma dessas informações, abre-se uma nova chave e escrevem-se as informações secundárias. Repete-se essa operação com os temas secundários e acrescentam-se exemplos, detalhes e informações que os complementam. Ao final, oriente os estudantes a revisar o conjunto, fazendo as correções necessárias.

Quadro comparativo: esquema que permite comparar e contrastar diferentes elementos em relação a dois ou mais elementos similares sobre determinado tema, possibilitando, pela visualização, maior compreensão do assunto.

O quadro comparativo é uma interessante ferramenta de estudo ao:

• proporcionar uma síntese de informações;

• comparar dados relevantes;

• destacar as diferenças e as semelhanças entre conceitos ou temas;

• tornar mais visual e didático o estudo, permitindo melhor aprendizado e rápida assimilação de um tema.

Os quadros comparativos são aplicados em variados tipos de atividade. Selecione alguns exemplos desses quadros e apresente-os aos estudantes – um exemplo é o quadro disponível em: https://www.diferenca.com/jogo-e-esporte/ (acesso em: 10 jun. 2022).

As tabelas e os quadros comparativos facilitam a sistematização das informações. Dessa maneira, um tema pode ser comparado a outro. Os conceitos ou as ideias, dispostos lado a lado, proporcionam uma visão global; por isso, torna-se mais viável conhecer um assunto específico.

LXX

Para desenvolver essa habilidade, proponha aos estudantes a construção de um quadro comparativo a respeito de um tema de interesse ou de um assunto que estejam estudando em outro componente curricular. Também pode-se sugerir um tema da área de Linguagens, por exemplo: comparar os gêneros conto e crônica. Para isso, oriente os estudantes a:

I. selecionar os conceitos ou tópicos que serão comparados;

II. escolher os principais elementos, características, conceitos ou ideias a serem comparados;

III. construir uma tabela com o número de colunas necessário à quantidade de tópicos e com o número de linhas suficiente à quantidade de elementos, características, conceitos ou ideias que serão comparados;

IV. escrever as informações de maneira sintetizada.

Quando os estudantes concluírem, peça a eles que, em grupos de três, compartilhem os quadros, analisem e discutam as diferenças encontradas, avaliando a necessidade de acrescentar outros dados ou de excluir determinadas informações.

5. Compartilhamento dos resultados da pesquisa

Para divulgar os resultados das pesquisas e compartilhar os conhecimentos adquiridos, sugerimos uma apresentação oral, explorando os gêneros multimodais, como gráficos, infográficos, mapas conceituais, quadros comparativos, quadros sinópticos e vídeos.

Para isso, converse com os estudantes sobre a proposta e sugira que, durante determinado período (uma semana), observem o cotidiano da escola – colegas, professores, funcionários –, do bairro e da cidade e identifiquem os problemas nos quais poderiam intervir para tornar a vida coletiva melhor.

Identificados os problemas, motive-os a ir em busca de soluções, pesquisando sobre o assunto em livros e sites e procurando projetos já encaminhados em outros lugares. O desenvolvimento dessa proposta de ação poderá ser acompanhado por um grupo de professores, dando suporte, apoio e, principalmente, incentivo.

Para isso, formados os grupos, os estudantes deverão:

I. conversar sobre problemas ou situações, na comunidade escolar, no bairro ou na cidade, que merecem a busca de soluções, tendo em vista a transformação na vida das pessoas;

II. fazer uma lista com sugestões, que poderá ser complementada por outras;

III. tendo definido o problema sobre o qual vão atuar, elaborar um projeto escrito do que pretendem realizar.

Reproduza o roteiro de projeto detalhado a seguir e distribua-o aos grupos.

Título: a escolha de um nome que possa despertar a curiosidade e o interesse das pessoas.

Identificação: os nomes dos integrantes do grupo, o ano e a turma.

Tema: a informação do tema e a descrição do problema que será objeto da pesquisa e alvo da ação do grupo.

Objetivo: perguntas às quais o grupo pretende responder com o projeto, como: O que o projeto deve mudar na comunidade em termos de acessibilidade/locomoção/higiene etc.? Que impacto o projeto terá sobre o ambiente externo à escola? Por exemplo: um projeto cujo tema é “meio ambiente” pode ter como um dos objetivos tornar mais agradável, limpo, saudável e bonito o ambiente da própria escola.

Justificativa: respostas às perguntas: Por que este projeto é importante? Por que vale a pena realizar este projeto? Quem se beneficiará?

Metodologia: explicação sobre como o grupo pretende executar o projeto; quem, além dele, será envolvido na execução (pais, professor, moradores); e a inclusão de pessoas cuja formação ou atividade profissional poderá colaborar com a proposta.

Atividades: descrição das atividades principais que levarão à realização da proposta, explicitando: o que será feito, com que finalidade, como será feito, onde e com que recursos.

Avaliação e divulgação: explicação de como serão medidos os efeitos do projeto com os beneficiados direta ou indiretamente, de como será compartilhado o que se aprendeu e para quem será divulgado (outras escolas, comunidade escolar, pais), pois é importante que outros possam aprender com essa experiência.

LXXI

QUADRO PROGRAMÁTICO DO 6 o ANO

Módulos Conteúdos

• Capa de livro e quarta capa

• Narrativa de aventura

Módulo 1

No mundo da leitura

• Comentário do leitor

• Linguagem verbal e linguagem não verbal

• Variação linguística e adequação da linguagem

• Narrativa de aventura

• Resenha de game

• Substantivo: comum e próprio, concreto e abstrato, primitivo e derivado, simples e composto, coletivo

• Relato pessoal

• Sinais de pontuação: travessão, ponto de exclamação, ponto de interrogação e reticências

• Produção oral: roda de leitura

• Arte e universo literário

Módulo 2

Grandes aventuras, grandes leituras

• Substantivo e adjetivo: flexão de gênero, de número e de grau

• Léxico, sinônimo e antônimo

• Conto popular

• Compartilhamento de resenhas

• Recursos descritivos, prescritivos e de ordenação de fatos

• Produção escrita: narrativa de aventura

• Práticas corporais de aventura urbanas

Módulo 3

Pelos caminhos da cultura

• Cordel

• Determinantes do substantivo: artigo, numeral, pronome

• Reportagem de divulgação científica

• Variação geográfica ou regional

• Cordel

• Concordância nominal

• Palavras derivadas e palavras compostas

• Substantivos com terminações -são e -ção

• Produção escrita: cordel

• Arte e diversidade cultural

• Tonicidade e acentuação gráfica

Módulo 4 Vozes da ciência

• Videominuto

• Pronomes pessoais

• Notícia

• Letra de canção

• Verbete de enciclopédia

• Verbo

Módulo 5

Natureza em alerta

• Verbo: modo subjuntivo e modo imperativo

• Artigo de opinião

• Entrevista

Módulo 6

Trânsito legal

• Sujeito e predicado

• Neologismo

• Peça de campanha

• Carta de solicitação

• Figuras de linguagem: metáfora, personificação e hipérbole

• Carta de leitor e comentário do leitor

• Roda de notícias

• Discussão de temas para campanha de conscientização

• Sujeito simples e sujeito composto

• Abaixo-assinado

• Produção escrita: verbete de enciclopédia

• Arte e ciência

• Oração e período

• Sintagma nominal e sintagma verbal

• Produção escrita: notícia

• Arte como denúncia

• Recursos persuasivos

• Produção multimodal: cartaz de campanha

• A bike além do transporte

Módulo 7

Por uma sociedade mais humana

• Estatuto

• Concordância verbal

• Palavras homônimas

• Discussão coletiva

• Período composto por coordenação

• Pontuação: oração coordenada assindética

• Produção escrita: carta de solicitação

• A arte é para todos

LXXII

Habilidades

EF69LP03, EF69LP05, EF69LP23, EF69LP44, EF69LP45, EF69LP46, EF69LP47, EF69LP49, EF69LP51, EF69LP53, EF69LP54, EF69LP55, EF69LP56, EF67LP08, EF67LP23, EF67LP27, EF67LP28, EF67LP32, EF67LP33, EF67LP38, EF06LP04, EF06LP12, EF69AR01, EF69AR03, EF69AR04, EF69AR05, EF69AR31

EF69LP02, EF69LP03, EF69LP04, EF69LP05, EF69LP06, EF69LP17, EF69LP19, EF69LP20, EF69LP21, EF69LP29, EF69LP33, EF69LP40, EF69LP44, EF69LP45, EF69LP46, EF69LP47, EF69LP51, EF69LP53, EF69LP54, EF69LP55, EF69LP56, EF67LP05, EF67LP06, EF67LP07, EF67LP08, EF67LP11, EF67LP12, EF67LP15, EF67LP23, EF67LP27, EF67LP28, EF67LP30, EF67LP32, EF67LP33, EF67LP34, EF67LP36, EF67LP37, EF67LP38, EF06LP03, EF06LP04, EF06LP05, EF06LP06, EF06LP11, EF06LP12, EF69AR03, EF69AR26, EF67EF18, EF67EF19, EF67EF21

EF69LP03, EF69LP05, EF69LP29, EF69LP44, EF69LP46, EF69LP47, EF69LP48, EF69LP49, EF69LP51, EF69LP53, EF69LP54, EF69LP55, EF69LP56, EF67LP01, EF67LP23, EF67LP25, EF67LP27, EF67LP28, EF67LP31, EF67LP32, EF67LP34, EF67LP36, EF67LP37, EF67LP38, EF06LP03, EF06LP04, EF06LP06, EF06LP11, EF69AR01, EF69AR04, EF69AR09, EF69AR31, EF69AR33, EF69AR34, EF67EF16

EF69LP02, EF69LP03, EF69LP04, EF69LP05, EF69LP15, EF69LP21, EF69LP29, EF69LP30, EF69LP31, EF69LP32, EF69LP33, EF69LP34, EF69LP35, EF69LP40, EF69LP42, EF69LP43, EF69LP56, EF67LP08, EF67LP20, EF67LP21, EF67LP23, EF67LP25, EF67LP26, EF67LP28, EF67LP32, EF67LP35, EF67LP36, EF06LP01, EF06LP03, EF06LP04, EF06LP05, EF06LP12, EF69AR01,EF69AR02,EF69AR03,EF69AR05, EF06CI06

EF69LP01, EF69LP02, EF69LP03, EF69LP04, EF69LP05, EF69LP06, EF69LP07, EF69LP08, EF69LP13, EF69LP15, EF69LP16, EF69LP17, EF69LP21, EF69LP44, EF69LP47, EF69LP48, EF69LP55, EF69LP56, EF67LP01, EF67LP02, EF67LP03, EF67LP04, EF67LP05, EF67LP06, EF67LP07, EF67LP08, EF67LP09, EF67LP10, EF67LP14, EF67LP19, EF67LP23, EF67LP27, EF67LP32, EF67LP33, EF67LP35, EF67LP36, EF67LP38, EF06LP01, EF06LP02, EF06LP04, EF06LP05, EF06LP06, EF06LP08, EF06LP09, EF06LP10, EF06LP11, EF06LP12, EF69AR01, EF69AR03, EF69AR04, EF69AR05, EF69AR08, EF69AR31

EF69LP02, EF69LP03, EF69LP04, EF69LP05, EF69LP06, EF69LP07, EF69LP08, EF69LP09, EF69LP13, EF69LP14, EF69LP15, EF69LP16, EF69LP17, EF69LP21, EF69LP25, EF69LP55, EF69LP56, EF67LP03, EF67LP04, EF67LP05, EF67LP06, EF67LP07, EF67LP08, EF67LP13, EF67LP15, EF67LP23, EF67LP32, EF67LP33, EF06LP02, EF06LP04, EF06LP05, EF06LP06, EF06LP08, EF06LP09, EF06LP10, EF06LP11, EF69AR04, EF69AR05, EF69AR31, EF67EF05, EF67EF06, EF67EF18, EF67EF19, EF67EF21

EF69LP01, EF69LP02, EF69LP03, EF69LP04, EF69LP05, EF69LP13, EF69LP14, EF69LP15, EF69LP21, EF69LP22, EF69LP24, EF69LP25, EF69LP27, EF69LP28, EF69LP44, EF69LP48, EF69LP56, EF67LP07, EF67LP08, EF67LP15, EF67LP16, EF67LP17, EF67LP18, EF67LP19, EF67LP23, EF67LP32, EF67LP33, EF67LP36, EF06LP03, EF06LP04, EF06LP05, EF06LP06, EF06LP07, EF06LP08, EF06LP09, EF06LP11, EF69AR09, EF69AR14, EF69AR31

1 o Bimestre 1 o Trimestre 1 o Semestre
2 o Bimestre
2 o Trimestre
3 o Bimestre 2 o Semestre 3 o Trimestre
LXXIII
4 o Bimestre

REFERÊNCIAS COMENTADAS

ALVES FILHO, Francisco. Gêneros jornalísticos: notícias e carta de leitor no ensino fundamental. São Paulo: Cortez, 2011. (Coleção Trabalhando com... na escola, 2).

O autor discorre sobre as concepções de gênero pontuando os principais elementos caracterizadores dos gêneros (os propósitos comunicativos, o evento deflagrador, o tema etc.) e mencionando parâmetros para o ensino de gêneros. Promove também uma discussão sobre as notícias e as cartas de leitor na mídia e apresenta sugestões de trabalho com ambos os gêneros na sala de aula.

ANTUNES, Irandé. Análise de textos: fundamentos e práticas. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. (Estratégias de ensino, 21).

A publicação busca orientar o docente diante do desafio do ensino da língua, que pode levá-lo a se restringir ao estudo da morfologia e da sintaxe apenas. O objetivo é que a pesquisa da produção textual, voltada para a coesão e a relevância dos temas seja uma forma de ampliar o programa de ensino dos professores.

ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. (Série Aula, 1).

A autora reflete sobre o ensino de leitura, escrita/oralidade e gramática, destacando que essas áreas se sobrepõem e precisam ser articuladas nas práticas de ensino. Foca o texto como unidade de análise e reflexão na atividade diária das aulas de Língua Portuguesa e sugere ainda pistas que podem orientar a prática docente.

ANTUNES, Irandé. Gramática contextualizada: limpando “o pó das ideias simples“. São Paulo: Parábola Editorial, 2014. (Estratégias de ensino, 49).

Irandé Antunes trata de questões ligadas ao ensino buscando esclarecer o que é uma gramática contextualizada. Entre outros itens, a autora discorre sobre a linguagem como interação social e a gramática na atividade discursiva, além de apresentar análises contextualizadas do uso dos conectores e dos pronomes.

ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. (Estratégias de ensino, 5).

O livro tem como objetivo oferecer uma compreensão mais ampla, mais científica e mais relevante dos usos da linguagem. É destinado não apenas aos professores de Língua Portuguesa, mas também a quem se preocupa com questões de gramática e de seu ensino na escola e queira se inteirar das descobertas da Linguística.

ANTUNES, Irandé. Território das palavras: estudo do léxico em sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2012. (Estratégias de ensino, 28).

Esse livro discute a marginalização do léxico e do vocabulário no ensino da língua portuguesa, conduzindo o leitor a uma percepção mais fina sobre o papel das palavras na organização textual.

BAGNO, Marcos. A norma oculta: língua & poder na sociedade brasileira. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.

Nessa obra, o autor trata das relações entre língua e poder no Brasil considerando que o preconceito linguístico enraizado na sociedade brasileira é, na verdade, um entranhado preconceito social.

BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação Linguística. São Paulo: Parábola, 2007. (Educação linguística, 1).

Com linguagem acessível e pragmática, o autor apresenta conceitos como variação e mudança, norma-padrão e norma culta, estigma e prestígio. Aborda ainda maneiras de como tratar essas discussões em sala de aula, apresentando sugestões. Trata-se de um manual para o trabalho pedagógico sobre as variações linguísticas. BAGNO, Marcos. Sete erros aos quatro ventos: a variação linguística no ensino de português. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. (Estratégias de ensino).

A obra investiga o papel dos livros didáticos na formação educacional brasileira, mas levanta um debate sobre o caráter tradicional e de apego às normas-padrão da língua que essas publicações trazem como gênero discursivo. Além disso, o autor aborda as variantes linguísticas e como elas são tratadas nessas publicações, que compõem a base para a aquisição da língua materna.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Tradução: Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

O livro traz produções do autor em três momentos importantes, como um extrato de sua primeira obra mais relevante e a descrição fenomenológica do ato de criação. Esses textos ajudam a entender sua teoria e os princípios fundamentais de sua trajetória.

BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. Tradução e organização: Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2016.

A publicação apresenta os ensaios “Os gêneros do discurso” e “O texto na linguística, na filologia e em outras ciências humanas”, que são de importante peso para compreender a dialogia entre o texto e a linguagem viva. Também traz “Diálogos”, um conjunto de dois textos, até então inéditos no Brasil, que serviram de base para a teoria dos gêneros do discurso e delinearam novas ideias do autor sobre a natureza da língua.

BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. Tradução: Aurora Fornoni Bernardini et al. São Paulo: Hucitec, 1993.

O autor investiga o romance como um universo interno da cultura popular. A obra percorre a trajetória desse gênero passando pelos romances de cavalaria e pelo folclore, por exemplo, para relacionar a produção romântica como expressão de uma consciência da realidade concreta da linguagem.

BAKHTIN, Mikhail; VOLOCHÍNOV, Valentin N. Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução: Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, 1999.

Originalmente publicado entre 1929 e 1930, o livro apresenta as principais tendências no estudo da linguagem que atualmente fundamentam as Ciências Humanas, como a Linguística Aplicada.

LXXIV

BATISTA, Ronaldo de Oliveira. A palavra e a sentença: estudo introdutório. São Paulo: Parábola Editorial, 2011. (Estratégias de ensino, 16).

O livro apresenta os conteúdos básicos das áreas de morfologia (com tópicos de lexicologia) e de sintaxe, dos pontos de vista formal e funcional, trazendo uma introdução sobre o que é considerado como análise linguística, além de exercícios para treinar a análise nos níveis linguísticos da palavra e da sentença.

BESERRA, Normanda da Silva. Avaliação da compreensão leitora: em busca da relevância. In: MARCUSCHI, Beth; SUASSUNA, Livia (org.). Avaliação em língua portuguesa: contribuições para a prática pedagógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. p. 45-59. Disponível em: http://www.serdi gital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/arquivos/8.pdf. Acesso em: 25 jul. 2022.

No capítulo indicado, a autora aborda o tratamento de textos literários e traz exemplos de atividades, formas de interação e avaliação, tanto da turma quanto de si.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a sociolinguística na sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. (Linguagem, 4).

Esse livro apresenta fundamentos teóricos sobre Sociolinguística e suas aplicações práticas. O intuito é instrumentalizar o professor com saberes que o ajudem a criar situações didáticas em que os estudantes das classes sociais menos favorecidas tenham acesso à cultura letrada, contribuindo para a formação plena do cidadão. A obra contempla os fenômenos de variação e mudança linguísticas e busca mostrar que não existe “erro de português“.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Nós cheguemu na escola, e agora? Sociolinguística & educação. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. (Lingua[gem], 11).

Essa obra, fruto da pesquisa sociolinguística realizada no Brasil, apresenta fundamentação teórica e adequada exemplificação de entrevistas sociolinguísticas, eventos de oralidade, análise de erros e episódios comunicativos associados a problemas sociais e comunitários.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris et al (org.). Por que a escola não ensina gramática assim? São Paulo: Parábola Editorial, 2014. (Estratégias de ensino, 47).

Esse livro apresenta reflexões e discussões sobre tópicos de gramática, fenômenos morfossintáticos, semânticos, fonéticos e fonológicos, que ocorrem tanto na variedade de prestígio quanto nas variedades estigmatizadas, nas modalidades escrita e oral. Também traz sugestões de como trabalhar em sala de aula cada tema apresentado.

BRAGA, Denise Bértoli. Ambientes digitais: reflexões teóricas e práticas. São Paulo: Cortez, 2013. (Trabalhando com... na escola, 6).

A autora contextualiza a emergência e a evolução das TICs. A autora apresenta uma reflexão sobre a história da escrita e discorre sobre a tecnologia e as mudanças nos modos de ensinar. Descreve ainda os ambientes virtuais de aprendizagem e as ferramentas da internet (blogue, buscadores, tradutores automáticos, redes sociais) incorporadas às práticas de ensino.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 13 jun. 2022.

Texto da Constituição Federal de 1988, que apresenta o conjunto de leis fundamentais que organiza e rege o funcionamento do país, estabelecendo direitos e deveres para todos os cidadãos.

BRASIL. Lei no 9.394, de 20 de dezembro 1996 Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Casa Civil, 1996. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 13 jun. 2022.

Legislação que define e regulamenta o sistema educacional público e privado no país, a partir dos princípios presentes na Constituição Federal de 1988.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 27 abr. 2022.

Documento que apresenta as bases curriculares a serem consideradas pelos sistemas educacionais e pelas escolas em território brasileiro para todos os segmentos da Educação Básica.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. Diretrizes curriculares nacionais da educação básica Brasília, DF: MEC/SEB/DICEI, 2013. Disponível em: http:// portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman& view=download&alias=15548-d-c-n-educacao-basica-novapdf&Itemid=30192. Acesso em: 13 jun. 2022.

Documento oficial que estabelece direcionamentos curriculares a serem adotados por todas as esferas da Educação Básica no Brasil. As diretrizes são o resultado de debates ocorridos entre diversos agentes da educação e visam estabelecer uma organização pedagógica atualizada para a nova realidade de ensino no país.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília, DF: MEC/SEB, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ Ensfund/ensifund9anobasefinal.pdf. Acesso em: 13 jun. 2022.

Documento que apresenta resultados de estudos e pesquisas demográficas, estabelecendo a inserção dos estudantes de seis anos de idade no sistema de ensino de forma a prolongar o contato com o ambiente escolar e desenvolver suas potencialidades de forma mais efetiva.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. Disponível em: http://portal. mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/portugues.pdf. Acesso em: 27 abr. 2022.

O documento apresenta reflexões e sugestões para abordar o conhecimento em sala de aula, contribuindo para a formação continuada e permanente do professor no ensino da língua portuguesa.

LXXV

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Plano Nacional de Educação. Brasília, DF: MEC/SEF, 2014. Disponível em: https://pne.mec.gov. br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional -de-educacao-lei-n-13-005-2014. Acesso em: 13 jun. 2022.

Plano do Governo Federal que estabelece metas para a Educação entre os anos de 2014 e 2024, que preveem, entre outros pontos, maior universalização do ensino público, melhorias nos índices de alfabetização e aumento de investimento na rede pública escolar.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília, DF: MEC/SEB, 2019. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ images/implementacao/contextualizacao_temas_contempora neos.pdf. Acesso em: 13 jun. 2022.

Documento que estabelece os assuntos ligados à contemporaneidade dos temas ligados à realidade dos estudantes. De caráter diversificado, os temas transversais adicionam ao currículo uma formação voltada ao trabalho, à cidadania e à democracia.

BRITTO, Luiz Percival Leme. Em terra de surdos-mudos: um estudo sobre as condições de produção de textos escolares. In: GERALDI, João Wanderley (org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1999. p. 117-126.

O texto busca identificar os elementos que compõem a produção textual dentro das escolas, considerando os objetivos comumente atribuídos à composição da redação – como o fato de ser uma ferramenta de acesso ao Ensino Superior via vestibular, por exemplo, entre outras condições que subjazem à produção escrita em sala de aula.

BRONCKART, Jean-Paul. Atividades de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sociodiscursivo. Tradução: Anna Rachel Machado e Péricles Cunha. São Paulo: Educ, 2007.

O autor discorre sobre as noções de atividade social e linguagem. Reflete também sobre condições de produção de textos, mecanismos de textualização, mecanismos enunciativos e tipos de discurso. Além disso, faz menção às seis sequências textuais que podem aparecer combinadas em um texto, embora quase sempre haja a predominância de uma ou de algumas delas: a narrativa, a descritiva, a explicativa, a argumentativa, a injuntiva e a dialogal.

CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. 8. ed. São Paulo: T. A. Queiroz: Publifolha, 2000.

Antonio Candido analisa as contribuições das ciências sociais para o estudo literário. Para o autor, o crítico literário deve levar em consideração o vínculo entre a obra e o ambiente, sem abandonar a análise estética da literatura. O contexto e a obra são inseparáveis, e é preciso observar todos os aspectos para uma análise satisfatória.

CASCUDO, Luís da Câmara. Antologia do folclore brasileiro São Paulo: Global, 2001.

Esse livro reúne informações sobre o povo brasileiro. Para divulgar as investigações no campo da folclorística, o autor seleciona obras expressivas deixadas pelos viajantes estrangeiros e estudiosos brasileiros dos séculos XIX e XX, apresentando conceitos e manifestações populares ainda hoje presentes no cotidiano do brasileiro, como o bumba meu boi e festas religiosas.

CASCUDO, Luís da Câmara. Literatura oral no Brasil. São Paulo: Global Editora, 2006.

O livro explora as diversas manifestações da literatura oral, que compõem uma rica trama cultural que envolve o canto, a dança, mitos, lendas e anedotas

CASTILHO, Ataliba Teixeira de. A língua falada no ensino de português. São Paulo: Contexto, 2004. (Repensando o ensino).

A obra aborda o uso da língua portuguesa por meio da análise de exemplos cotidianos, como tirinhas, anúncios, títulos e subtítulos de notícias. Desta forma, é possível compreender os aspectos da língua de maneira prática.

CITELLI, Beatriz. Produção e leitura de textos no Ensino Fundamental: poema, narrativa, argumentação. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2018. (Aprender e ensinar com textos, 7).

Nessa obra, a autora demonstra como o exercício permanente da leitura e da escrita é essencial para o desenvolvimento e a formação do conhecimento dos estudantes, além de colaborar para o próprio ensino da língua materna.

COSSON, Rildo. Círculos de leitura e letramento literário São Paulo: Contexto, 2014.

O livro apresenta possibilidades para reformular, fortalecer e ampliar o estímulo à leitura, propondo a construção de uma comunidade de leitores e sugerindo oficinas para a eficácia do letramento literário.

DALVI, Maria Amélia; REZENDE, Neide Luzia de; JOVER-FALEIROS, Rita (org.). Leitura de literatura na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. (Estratégias de ensino).

Esse livro traz questionamentos e propõe a reflexão sobre a forma como se utiliza a literatura para o ensino da língua portuguesa na atualidade, sugerindo uma forma diferente de ensino, que potencialize ainda mais a exploração da literatura.

DIONISIO, Angela Paiva; BEZERRA, Maria Auxiliadora (org.). Livro didático de português: múltiplos olhares. Campina Grande: EDUFCG, 2020. E-book. Disponível em: https:// editora.ufcg.edu.br/ebooks/151/view_bl/66/publicacoes -2020/83/livrodidatico-de-portugues-multiplos-olhares.html. Acesso em: 6 maio 2022.

O livro preserva os resultados de uma pesquisa publicada em 2001, contribuindo para a construção da história dos estudos sobre o livro didático no Brasil, sobretudo o de Língua Portuguesa, com informações sobre diferentes abordagens de linguagem, língua e ensino.

DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (org.). Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. (Estratégias de ensino, 18).

Esse livro traz artigos que tratam da letra de canção, do verbete, da história em quadrinhos, da entrevista, da carta do leitor etc. como gêneros textuais. Há também reflexões sobre o que são gêneros, textos, sequências tipológicas, entre outros aspectos teóricos e metodológicos relacionados ao ensino de gênero textual.

DOLZ, Joaquim; NOVERRAZ, Michèle; SCHNEUWLY, Bernard. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim (org.). Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização: Roxane Helena Rodrigues Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004. p. 95-128.

Em seu texto, os autores apresentam propostas para a elaboração de um ensino a partir da oralidade, passando pelo estudo de gêneros e pela produção de conteúdos de forma clara e bem sistematizada.

LXXVI

DOLZ, Joaquim; GAGNON, Roxane; DECÂNDIO, Fabrício. Produção escrita e dificuldades de aprendizagem Campinas: Mercado de Letras, 2010.

Nesse livro, os autores propõem um procedimento de análise de textos para guiar o diagnóstico das produções escritas dos estudantes e das dificuldades de aprendizagem mais frequentes no contexto brasileiro.

ELIAS, Vanda Maria (org.). Ensino de língua portuguesa: oralidade, escrita e leitura. São Paulo: Contexto, 2014.

Vários artigos discorrem sobre a oralidade e a escrita no ensino de Língua Portuguesa, a relação entre oralidade e poesia, a avaliação e reescrita de textos escolares, a escrita e as práticas comunicativas na internet, o ato de ler e compreender tirinhas, entre outros assuntos que podem auxiliar o professor no momento da seleção dos objetos de ensino e no planejamento das aulas.

FÁVERO, Leonor Lopes; ANDRADE, Maria Lúcia da Cunha Victório de Oliveira; AQUINO, Zilda Gaspar Oliveira de (org.). Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2017.

Esse livro apresenta questões recorrentes de escrita e de oralidade, além do conhecimento mais atual sobre tais questões e como aplicá-las em sala de aula.

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. São Paulo: Loyola, 2002.

Nessa obra, a autora defende o uso da interdisciplinaridade e do conteúdo integrado no processo de ensino e aprendizagem. Nesse aspecto, a articulação interdisciplinar leva a estabelecer um elo sobre o que é ensinado e o que é vivido pelo estudante, permitindo sua identificação com a realidade.

FERREIRA, Andréa Tereza Brito; LEAL, Telma Ferraz. Avaliação na escola e ensino da língua portuguesa: introdução ao tema.

In: MARCUSCHI, Beth; SUASSUNA, Livia (org.). Avaliação em língua portuguesa: contribuições para a prática pedagógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. p. 11-26. Disponível em: http://www.serdigital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/ arquivos/8.pdf. Acesso em: 9 maio 2022.

Nesse documento, escrito por diversos estudiosos da educação, é proposta uma reflexão sobre o processo de avaliação como etapa fundamental para o desenvolvimento do ser humano, inclusive fora do contexto escolar. Para isso, são investigadas as abordagens que a escola tem adotado em torno desse tema e são feitas propostas para o aprimoramento no processo avaliativo como parte integrante da aprendizagem.

FIORIN, José Luiz. Introdução ao pensamento de Bakhtin

São Paulo: Ática, 2006.

O autor apresenta a complexidade e a riqueza da concepção da linguagem no pensamento de Bakhtin, abordando temas que moldaram a obra do pensador russo como o dialogismo, o “eu” e o “outro” na interação linguística e sua relação com assuntos da atualidade.

FIORIN, José Luiz. Linguagem e interdisciplinaridade. Alea: Estudos Neolatinos, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 29-53, jan./jun. 2008. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php? pid=S1517-106X2008000100003&script=sci_arttext.

Acesso em: 13 jun. 2022.

O autor assume que a linguagem é heterogênea e multifacetada; por isso, a interdisciplinaridade promove um impacto positivo no processo pedagógico. Além disso, Fiorin estabelece uma breve história das relações entre a linguística e a literatura no Brasil, assim como sua relação com outras ciências.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 36. ed. Porto Alegre: Mediação, 2005.

A autora apresenta sua teoria de avaliação mediadora, refletindo sobre o mito da avaliação classificatória. Além disso, discorre sobre o verdadeiro significado da ação avaliativa, o significado de testar e medir, e a avaliação como mediação.

KARWOSKI, Acir Mário; GAYDECZKA, Beatriz; BRITO, Karim Siebeneicher (org.). Gêneros textuais: reflexões e ensino. 4. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2011. (Estratégias de ensino, 25).

A obra reúne nomes como Luiz Antônio Marcuschi e Roxane Rojo, entre outros, para abordar questões relacionadas aos gêneros textuais. Inclui um importante capítulo sobre letramento digital, com proposta de formação continuada para o professor (via web) visando ao desenvolvimento de práticas de leitura e escrita. Trata-se de uma fonte para os estudiosos da linguagem que desejam iniciar ou aprofundar as pesquisas sobre gêneros textuais.

KOCH, Ingedore Villaça. Argumentação e linguagem. São Paulo: Cortez, 2002.

O livro representa um estudo sobre a argumentatividade na língua portuguesa. Composta por um denso embasamento teórico, a obra contribui para o trabalho de leitura dos textos argumentativos.

KOCH, Ingedore Villaça. A inter-ação pela linguagem 11. ed. São Paulo: Contexto, 2015.

Nesse livro, a autora encara a linguagem como um espaço de interação dos membros de uma sociedade e explica a capacidade humana de interagir socialmente por meio da língua.

KOCH, Ingedore Villaça. As tramas do texto. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014.

Esse livro é dedicado a todos os leitores que desejam refletir teoricamente sobre a escrita, a leitura, o mecanismo de construção textual e a capacidade humana de interpretar.

KOCH, Ingedore Villaça. O texto e a construção dos sentidos. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2007.

O livro apresenta questões relativas à compreensão das modalidades escrita e falada do texto e se aprofunda no estudo da construção dos sentidos no texto falado, nas atividades discursivas e em suas marcas linguísticas.

KOCH, Ingedore Villaça; BENTES, Anna Christina; CAVALCANTE, Mônica Magalhães. Intertextualidade: diálogos possíveis. São Paulo: Cortez, 2012.

A obra traz a intertextualidade para o campo das discussões da Linguística Textual, que são cada vez mais presentes pela sua importância na interação com o outro, tanto na produção da escrita e da fala quanto no diálogo.

LXXVII

KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2014.

As autoras estabelecem estratégias para a melhor compreensão do leitor sobre um texto. Seguindo sua proposta, ler um texto não é apenas identificar as palavras em uma produção, mas também se apropriar do texto e criar maneiras de interagir com ele de forma a se aproximar de seu sentido e ser incorporado pela mensagem que o produtor busca alcançar.

KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São Paulo: Contexto, 2010.

Nesse livro encontram-se informações sobre conhecimentos referentes à língua, aos textos e à situação de comunicação. Com exemplos comentados (quadrinhos, crônicas, músicas, entre outros), as autoras mostram a aplicação dos conceitos teóricos abordados, favorecendo a compreensão das peculiaridades de cada gênero textual.

KÖCHE, Vanilda Salton; MARINELLO, Adiane Fogali; BOFF, Odete Maria Benetti. Estudo e produção de textos: gêneros textuais do relatar, narrar e descrever. 2. ed.

Petrópolis: Vozes, 2015.

As autoras expõem estudos teórico-analíticos sobre gêneros textuais e apresentam sugestões de atividades com cada um deles, buscando aprimorar a pedagogia dos professores no ensino da língua portuguesa e o letramento dos estudantes.

LEMKE, Jay L. Letramento metamidiático: transformando significados e mídias. Trabalhos em linguística aplicada, Campinas, v. 49, n. 2, p. 455-479, jul./dez. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tla/a/pBy7nwSdz6nNy98ZMT 9Ddfs/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 12 jul. 2022.

O autor identifica outros veículos de letramento que extrapolam o texto verbal, buscando na semiótica e na semiótica multimidiática a investigação entre imagem e texto como fenômenos complementares, e dotados de maior complexidade, à medida que as tecnologias de difusão de informações tornam-se cada vez mais sofisticadas.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 2011.

Cipriano Luckesi, considerado por vários especialistas o grande nome da avaliação na era contemporânea, aponta nessa obra os fatores históricos, filosóficos e sociológicos da avaliação nos processos de aprendizagem na escola. O autor também apresenta possibilidades práticas de avaliação no cotidiano escolar.

MARCONDES, Beatriz; MENEZES, Gilda; TOSHIMITSU, Thaís. Como usar outras linguagens na sala de aula São Paulo: Contexto, 2015.

As autoras elaboraram esse material visando apoiar os professores no tratamento de diversos gêneros textuais de circulação social. Por isso, são propostas atividades que consideram textos de jornais, televisão, publicidade, entre outros, de forma a despertar no estudante não só o prazer na leitura, mas sua incorporação no cotidiano.

MARCUSCHI, Beth; SUASSUNA, Lívia (org.). Avaliação em língua portuguesa: contribuições para a prática pedagógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. Disponível em: http:// www.serdigital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/arquivos/8. pdf. Acesso em: 9 maio 2022.

Esse livro reúne conceitos e métodos pedagógicos esclarecedores para o docente, propondo reflexões sobre o porquê ensinar a língua portuguesa e como avaliar seu aprendizado e sugerindo uma reconstrução do nosso conhecimento atual sobre as formas de avaliação do saber dos estudantes.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001.

A obra baseia-se na concepção de que fala e escrita não são opostas entre si. Assim, o autor propõe a construção dessa relação por meio de estudos sobre os diversos gêneros textuais, com base na oralidade, de forma a promover um letramento que se interconecta a esses paralelos de produção da linguagem.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (org.). Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. (Estratégias de ensino, 18).

A produção visa destrinchar os gêneros textuais conforme sua funcionalidade e estrutura. A obra colabora no trabalho do docente para que ele possa identificar os tipos textuais e fazer uma abordagem mais profícua em sala de aula.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2010. (Acadêmica, 71).

O especialista em análise textual/discursiva Luiz Antônio Marcuschi aborda nesse livro, por meio de ensaios, a evolução dos gêneros textuais na era tecnológica e aponta formas de analisar e trabalhar os gêneros que circulam no meio digital.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Oralidade e ensino de língua: uma questão pouco “falada”. In: DIONISIO, Angela Paiva; BEZERRA, Maria Auxiliadora. O livro didático de português: múltiplos olhares. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.

A oralidade costuma ser desconsiderada das abordagens no ensino da língua, no entanto, ela é central na comunicação humana. Por isso, por meio dessa obra, Marcuschi põe em relevo esse aspecto da comunicação, que a escola tem tendência a obliterar na formação curricular. Dessa forma, se incorporada na abordagem didática, a inserção da oralidade no ensino ajuda a tratar a linguagem em sua totalidade.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. (Educação linguística, 2).

A obra traz um panorama sobre a Linguística e faz uma análise sobre os gêneros textuais, a leitura e a compreensão dos textos, mostrando como a linguagem pode ser utilizada na produção escrita.

MOLLICA, Maria Cecília. Fala, letramento e inclusão social. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014.

A autora aborda métodos pedagógicos para auxiliar a apropriação da norma-padrão pelos estudantes, elencando o letramento, a fala, a teoria e a prática como ferramentas para inclusão social.

NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática passada a limpo: conceitos, análises e parâmetros. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. (Lingua[gem]).

LXXVIII

A autora aborda a multiplicidade de arranjos linguísticos possíveis, considerando a linguagem tanto como meio de conhecimento e de apreciação de mundo quanto como recurso autoanalítico (a “metalinguagem”), e defende que aos estudantes seja dada a oportunidade de conhecer esses aspectos complexos e extraordinários.

NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática de usos do português. São Paulo: Editora Unesp, 2000.

Recomenda-se a leitura dessa gramática – principalmente dos capítulos que tratam dos substantivos e adjetivos, em que a autora aborda algumas questões de concordância nominal a partir de excertos de textos autênticos – a fim de que o professor retome alguns contrapontos entre a perspectiva normativa e as realizações dos usuários da língua.

NEVES, Maria Helena de Moura. Que gramática estudar na escola? Norma e uso na língua portuguesa. São Paulo: Contexto, 2006.

Esse livro questiona o atual ensino de língua portuguesa, visto que muitos estudantes saem das escolas sem entender o que leem, e propõe que o método de ensino seja mais científico, para que os estudantes possam utilizar a língua de forma legítima.

OLIVEIRA, Luciano Amaral. Coisas que todo professor de português precisa saber: a teoria na prática. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. (Estratégias de ensino, 17).

Esse livro analisa a gramática normativa e a teoria sobre o ensino da língua portuguesa e propõe reflexões teóricas acerca do método de ensino e da teoria da aprendizagem por parte dos estudantes, sem deixar de se preocupar com a efetividade do ensino linguístico.

PALOMANES, Roza; BRAVIN, Angela Marina (org.). Práticas de ensino de português. São Paulo: Contexto, 2012.

A obra apresenta conceitos sobre o processamento cognitivo e a aquisição de conhecimento, além de críticas ao atual ensino da língua portuguesa e seus principais desafios, levando o leitor a ter uma visão mais crítica e analítica e aprimorando o conhecimento do docente.

PEREIRA, Katia Helena. Como usar artes visuais na sala de aula. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014. (Como usar na sala de aula).

O livro apresenta exemplos práticos e sugestões de atividades para trabalhar as artes visuais em aulas de qualquer área e traz também reflexões sobre arte, cultura e sociedade.

POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. 2. ed. São Paulo: Mercado de Letras, 2009.

O autor reúne nessa obra ideias sobre o papel que a gramática exerce na educação. O livro se organiza em duas partes: uma em que apresenta algumas teses para um bem-sucedido ensino de Língua Portuguesa e outra em que expõe alguns conceitos de gramática que considera relevantes para pensar o ensino

POSSENTI, Sírio. Questões de linguagem: passeio gramatical dirigido. São Paulo: Parábola Editorial, 2011. (Educação linguística, 7).

Esse livro aborda e questiona o modo como a língua portuguesa é ensinada nas escolas, buscando alimentar a curiosidade e o interesse no estudo da gramática e tendo em vista que a língua é um objeto complexo sempre em construção.

ROJO, Roxane Helena (org.). Escol@ conectada: os multiletramentos e as TICs. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. (Estratégias de ensino, 40).

Os artigos desse livro contemplam alguns campos dos multiletramentos e focam gêneros que circulam e são produzidos em ambiente digital. Neles, discorre-se sobre a relação entre gêneros discursivos e multiletramentos, vidding, multiletramentos em ambientes digitais, fanfics, práticas de letramento em MUD (jogo de RPG on-line para múltiplos usuários), entre outros.

ROJO, Roxane Helena. Gêneros do discurso e gêneros textuais: questões teóricas e aplicadas. In: MEURER, José Luiz; BONINI, Adair; MOTTA-ROTH, Désirée (org.). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. p. 184-207. (Lingua[gem], 14).

A autora investiga diferentes conceitos de gênero para expor que, embora haja diferenças de método e de concepção, em primeira instância, os estudos da área recorrem a uma base comum: os estudos de Bakhtin.

ROJO, Roxane Helena. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: SEE: CENP, 2004. Disponível em: https://www.academia.edu/1387699/ Letramento_e_capacidades_de_leitura_para_a_cidadania. Acesso em 26 jul. 2022.

A autora faz uma provocação sobre a forma como a leitura é tratada na escola, que circunscreve o ato de ler como uma atividade voltada apenas para demandas escolares. Também defende uma maneira de promover um letramento capaz de dotar o estudante de capacidades para analisar sua realidade, formar-se como leitor e possuir autonomia para intervir socialmente por meio de uma prática cidadã.

ROJO, Roxane Helena. Pedagogia dos multiletramentos: diversidade cultural e de linguagens na escola. In: ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo. (org.). Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola, 2012. (Estratégias e ensino, 29).

Nesse artigo encontra-se uma discussão sobre a necessidade de introduzir na escola diferentes gêneros discursivos que circulam em meios digitais, a fim de que os estudantes assumam o papel de protagonistas na construção de conhecimentos e ocupem o lugar de produtores e consumidores de bens culturais.

ROJO, Roxane Helena; BARBOSA, Jacqueline Peixoto. Hipermodernidade, multiletramentos e gêneros discursivos. São Paulo: Parábola Editorial, 2015. (Estratégias de ensino, 51).

A obra relaciona a abordagem bakhtiniana com outros pensadores para estabelecer os gêneros discursivos na realidade das relações sociais. Além disso, explica de forma clara a estrutura interna desses gêneros em um contexto complexo, o da Hipermodernidade, na qual se insere um cruzamento dinâmico da linguagem contemporânea. O livro aborda esses conceitos de forma didática, mas não simplista, bem como a importância do multiletramento para o atual contexto escolar.

ROJO, Roxane Helena; BATISTA, Antônio Augusto Gomes (org.). Livro didático de língua portuguesa, letramento e cultura da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 2009. (As faces da Linguística Aplicada).

Reunindo diversos artigos, esse livro questiona as intenções atuais do ensino da língua materna, que hoje em dia parece apenas preparar os estudantes para avaliações, em vez de formá-los para a vida cidadã, como é a intenção dos referenciais de ensino.

LXXIX

ROUILLÉ, André. A fotografia: entre documento e arte contemporânea. São Paulo: Senac, 2009.

Trata-se de um estudo sobre a trajetória da fotografia, partindo de sua invenção e tecendo uma reflexão sobre o fazer fotográfico e o consumo da fotografia nos tempos atuais. O autor analisa, desde os primeiros registros fotográficos até a imagem digital, os movimentos estéticos da história da fotografia e seus usos ao longo do tempo.

SANTAELLA, Lucia. Leitura de imagens. São Paulo: Melhoramentos, 2012.

Lucia Santaella apresenta conceitos fundamentais sobre a percepção e as interpretações dos signos visuais, das artes plásticas, da publicidade. Propõe sugestões didáticas para o trabalho com anúncios publicitários e com outras linguagens, como a pintura, a escultura, o desenho e a fotografia.

SCHNEUWLY, Bernard. Palavra e ficcionalização: um caminho para o ensino da linguagem oral. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim (org.). Gêneros orais e escritos na escola Tradução e organização: Roxane Helena Rodrigues Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004. (As faces da Linguística Aplicada, 6).

O autor ressalta a importância da oralidade na percepção da língua e que, por meio dela, a escola permite que o estudante perceba a linguagem de outra forma. Ao praticar a oralidade, o estudante toma consciência de sua expressividade, o que dá a ele capacidade para alcançar meios mais elaborados de comunicação, que vão, por consequência, revelar uma escrita mais desenvolvida.

SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização: Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. São Paulo: Mercado de Letras, 2004.

(As faces da Linguística Aplicada, 6).

Os autores discutem vários aspectos relacionados aos gêneros orais e escritos, em uma perspectiva teórica e prática. Há, por exemplo, reflexões sobre os gêneros como objetos de ensino e o oral como texto, bem como a descrição e a análise dos gêneros seminário e debate.

SCHERRE, Maria Marta Pereira. A norma do imperativo e o imperativo da norma: uma reflexão sociolinguística sobre o conceito de erro. In: BAGNO, Marcos (org.). Linguística da norma. São Paulo: Loyola, 2004. p. 217-252. (Humanística, 6).

O texto traz pesquisas realizadas junto a diversos falantes da língua portuguesa com base na sua produção de enunciados imperativos. A tendência de usar formas sintaticamente “incorretas” nessas formulações representa a maioria das amostragens, e isso suscita uma análise morfológica e social sobre o vão entre as normas gramaticais estabelecidas e sua apropriação subvertida pela oralidade.

SILVA, Luiz Antônio da (org.). A língua que falamos: português: história, variação e discurso. São Paulo: Globo, 2005.

O livro traz noções sobre a formação histórica da língua portuguesa e sua situação no mundo, as variações linguísticas e a língua falada, além de outras pesquisas no campo da Linguística.

SOARES, Doris de Almeida. Produção e revisão textual: um guia para professores de português e de línguas estrangeiras. Petrópolis: Vozes, 2009.

Entre várias questões, a autora trata de assuntos como o ensino da escrita e a importância do feedback do professor nas produções escritas dos estudantes. Apresenta também diversas propostas de atividades para serem utilizadas em sala de aula como alternativas à tradicional correção de textos.

SOUZA, Ana Lúcia Silva. Letramentos de reexistência: poesia, grafite, música, dança: hip-hop. São Paulo: Parábola Editorial, 2011. (Estratégias de ensino).

A obra utiliza o hip-hop como ferramenta ativa para o letramento dos estudantes, visto que suas letras retratam diversas desigualdades existentes na sociedade brasileira relacionadas a aspectos como escolaridade, inserção profissional, classe social, gênero, raça e faixa etária.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2016.

Travaglia propõe o ensino de gramática utilizando atividades que desenvolvem a competência comunicativa do estudante. Nele, o autor busca refletir sobre as finalidades e os meios de ensinar gramática, o que ensinar nas aulas de gramática e como relacioná-las às de produção e compreensão de textos.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática: ensino plural. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2018.

Esse livro busca auxiliar o professor a cumprir um “ensino plural”, isto é, possibilitar aos estudantes que desenvolvam diferentes conhecimentos e habilidades linguísticas para utilizá-los em situações variadas.

VARGAS, Maria Valíria. Verbos e práticas discursivas. São Paulo: Contexto, 2011. (Linguagem e ensino).

A obra trata de questões sobre identificação, dominação e ensino do uso adequado de diversos tempos verbais da língua portuguesa, com base em estudos do texto e do discurso.

VIGOTSKI, Lev Semionovitch. A formação social da mente Tradução: José Cipolla Neto, Luis Silveira Menna Barreto e Solange Castro Afeche. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

Obra basilar para compreender o pensamento de Vigotski, o livro reúne alguns dos ensaios mais importantes do pensador, introduzindo conceitos-chave de sua teoria, como as funções psicológicas superiores e a relação do indivíduo com o mundo físico e social.

VIGOTSKI, Lev Semionovitch. Pensamento e linguagem Tradução: Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

A obra descreve estudos experimentais sobre o desenvolvimento do significado das palavras na infância e a relação da aquisição dos conhecimentos científicos em face dos conhecimentos espontâneos da criança. A pesquisa relaciona, ainda, o que outros pensadores, como Piaget, estabeleceram como fundamentos para o desenvolvimento cognitivo.

XAVIER, Glayci; REBELLO, Ilana; MONNERAT, Rosane (org.). Semiolinguística aplicada ao ensino. São Paulo: Contexto, 2021.

Essa obra reúne reflexões baseadas na Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, trazendo a aplicação da teoria proposta para o estudo da língua portuguesa em funcionamento com base em uma gramática do sentido.

LXXX

ELIANA LÚCIA SANTOS BELTRÃO

(Eliana Santos Beltrão)

Mestra em Letras pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Graduada em Letras pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Especialista em Linguística Textual pela Faculdade de Educação da Bahia

Professora de Língua Portuguesa, Literatura e Produção de Texto no Ensino Fundamental e no Ensino Médio

TEREZA CRISTINA SANTOS GORDILHO

(Tereza Gordilho)

Graduada em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo Instituto Sedes Sapientiae (SP) & Centro de Estudos e Terapias integradas de Salvador (Cetis)

Psicóloga na área educacional

1
6
1a edição São Paulo • 2022 COMPONENTE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA
D2-001-011-POR-F2-2102-V6-INICIAIS-LA-G24_AVU.indd 1 29/07/22 13:38

A conquista Língua Portuguesa – 6o ano (Ensino Fundamental – Anos Finais)

Copyright © Eliana Lúcia Santos Beltrão, Tereza Cristina Santos Gordilho, 2022

Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira

Direção de conteúdo e negócios Cayube Galas

Direção editorial adjunta Luiz Tonolli

Gerência editorial Roberto Henrique Lopes da Silva

Edição Paulo Roberto Ribeiro (coord.)

Caroline Zanelli Martins, Fabiana Marsaro Pavan, Joana Figueiredo

Preparação e revisão de textos Maria Clara Paes (coord.)

Diogo Souza Santos

Gerência de produção e arte Ricardo Borges

Design Andréa Dellamagna (coord.)

Projeto de capa Sergio Cândido

Imagem de capa Dreamstime/Easypix Brasil

Arte e Produção Rodrigo Carraro (coord.)

Daniel Cilli, Gislene Benedito (assist.)

Diagramação Lima Estúdio Gráfico

Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno

Licenciamento de textos Erica Brambila

Iconografia Erika Neves do Nascimento, Emerson de Lima (trat. imagens), Leticia dos Santos Domingos (trat. imagens)

Ilustrações Allmaps, André Vazzios, Grazi Barth, Luciano Tasso, Maurenilson Freire

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Beltrão, Eliana Lúcia Santos

A conquista língua portuguesa : 6o ano : ensino fundamental : anos finais / Eliana Lúcia Santos Beltrão, Tereza Cristina Santos Gordilho. --

1. ed. -- São Paulo : FTD, 2022.

Componente curricular: Língua portuguesa. ISBN 978-85-96-03565-1 (aluno)

ISBN 978-85-96-03566-8 (professor)

1. Língua portuguesa (Ensino fundamental)

I. Gordilho, Tereza Cristina Santos. II. Título.

22-115062

CDD-372.6 Índices para catálogo sistemático:

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à

EDITORA FTD

Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br

1. Língua portuguesa : Ensino fundamental 372.6 Cibele Maria Dias – Bibliotecária – CRB-8/9427 D2-001-011-POR-F2-2102-V6-INICIAIS-LA-G24_AVU.indd

Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33

Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

2 27/07/22 15:14 2

APRESENTAÇÃO

Caro estudante, cara estudante, Nenhuma obra, descoberta ou invenção é fruto do trabalho de uma única pessoa ou de um único grupo. Esta coleção é resultado de um trabalho colaborativo em que nos empenhamos bastante para que chegasse até você, juntamente com uma entusiasmada equipe de colaboradores: editores, professores, especialistas em Língua Portuguesa, profissionais de arte.

Nosso desejo é que você se sinta motivado(a), atraído(a) e desafiado(a) a entender cada vez mais o universo da Língua Portuguesa e assuma maior protagonismo nas práticas de linguagem realizadas dentro e fora da escola, de modo a apresentar soluções para as diferentes demandas com ética e de modo colaborativo.

Esperamos que você interaja ativamente dando continuidade a esta criação, multiplicando a riqueza de cada proposta, e que enriqueça seu repertório utilizando esta obra como aliada da sua aprendizagem.

Desejamos que suas palavras e ações construam uma ponte bela e iluminada entre você, o seu próximo e o mundo!

As autoras

D2-001-011-POR-F2-2102-V6-INICIAIS-LA-G24_AVU.indd 3 11/06/22 12:21 3

CONHEÇA O LIVRO

ABERTURA DE MÓDULO

Apresenta uma imagem significativa e atividades orais, propostas no Imagem em foco, que possibilitam relacionar os elementos presentes na imagem aos conhecimentos prévios e acessar suas experiências de mundo, antecipando os conteúdos que serão abordados nos textos. Também apresenta o Fique por dentro, com os principais conteúdos a serem estudados no módulo.

• Capa de livro e quarta capa

• Comentário do leitor

• Linguagem verbal e linguagem não verbal

• Variação linguística e adequação da linguagem

• Narrativa de aventura

Substantivo: comum e próprio, concreto e abstrato, primitivo e derivado, simples e composto, coletivo

• Sinais de pontuação: travessão, ponto de exclamação, ponto de interrogação e reticências

• Produção oral: roda de leitura

• Arte e universo literário

IMAGEM EM FOCO

Observe a imagem que faz parte do curta-metragem Os fantásticos livros voadores do Sr. Morris Lessmore, dirigido por William Joyce e Brandon Oldenburg. Depois, discuta as perguntas com os colegas.

1. Quais são os elementos da imagem que mais chamam a sua atenção? Por quê?

CAPÍTULO E TEXTO

Os módulos estão organizados em Capítulo 1 e Capítulo 2 Cada um dos capítulos inicia sempre com a seção Texto, que traz diferentes gêneros textuais para leitura, estudo e reflexão.

CAPA DE LIVRO E QUARTA CAPA

a capa de um livro? Que informações você imagina que um texto de quarta capa precisa ter? Compartilhe suas opiniões respeitosamente com os colegas e escute com atenção as respostas deles. Respostas pessoais.

TEXTO Leia a seguir a capa a quarta capa do livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra?

Respostas pessoais.

2. Observe o ambiente representado na imagem. Que lugar você imagina que seja esse? Você já esteve em um lugar parecido?

Respostas pessoais.

3. Para você, qual é a relação da personagem com os livros que estão no chão? Resposta pessoal.

4. Como é a sua relação com os livros e com a literatura?

Respostas pessoais.

FILME DE WILLIAN JOYCE, BRANDON OLDENBURG. OS FANTÁSTICOS LIVROS VOADORES DO SENHOR LESSMORE. EUA. 2012. FOTO: PHOTO 12/ALAMY/FOTOARENA MÓDULO NO MUNDO DA LEITURA
1
Frame do curta-metragem Os fantásticos livros voadores do Sr. Morris Lessmore dirigido por William Joyce e Brandon Oldenburg (Estados Unidos, 2012).
12
06/06/22 16:15
D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 12 FIQUE POR DENTRO
13
06/06/22 16:16
D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 13
A leitura pode nos levar a muitos lugares e nos fazer conhecer personagens e histórias incríveis. Ao adentrar nesse universo, geralmente, o primeiro contato que um leitor tem com a capa de um livro. Por isso, ela é considerada o cartão de visita de um livro, sendo um de seus elementos mais chamativos. Além da capa, a maioria dos livros apresentam textos na quarta capa. Você acredita que a função da capa de um livro só atrair os leitores? De que maneira ela pode ajudar na interpretação da obra? Por que algumas capas conquistam os leitores e outras não? A quarta capa tem a mesma função que
CAPÍTULO1
adaptação
em quadrinhos de mesmo nome. Capa do livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra? publicado pela editora Novo Século, em 2018. EDITORA NOVO SéCULO 14 Quarta capa do livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra? publicado pela editora Novo Século, em 2018. HOLLAND, Jesse J. Pantera Negra: quem é o Pantera Negra? Tradução de Caio Pereira. São Paulo: Novo Século, 2018. Capa quarta capa. Massiva: imensa. VOCABULÁRIO Jesse J. Holland (1971-) um jornalista estadunidense que escreveu a adaptação em livro das histórias em quadrinhos do personagem Pantera Negra. Além de trabalhar como repórter cobrindo assuntos relacionados à raça e etnia, ele também é autor de outros livros de ficção derivados de obras cinematográficas. QUEM O AUTOR LUNA/GETTY IMAGES NORT MERI CA/ EDITORA 15 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd
de uma história
D2-001-011-POR-F2-2102-V6-INICIAIS-LA-G24_AVU.indd
11/06/22 12:22 4
4

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

1. A leitura do texto confirmou a sua expectativa quanto à decisão tomada por T’Challa entre a sua missão ou a proteção de sua família? Resposta pessoal.

2. No trecho que você leu, percebe-se que as mulheres são muito importantes no reino de Wakanda. Na sua opinião, em nossa sociedade, as mulheres tem o mesmo protagonismo que as guerreiras de Wakanda? Resposta pessoal.

3. Nesse recorte, que atitudes de T’Challa o caracterizam como um líder, um super-herói para o seu país? Você vê semelhanças entre ele e outros heróis? Respostas pessoais.

TEXTO EXPLORANDO O

TEXTO E CONTEXTO

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

1. Resposta pessoal. Espera-se que, por meios dessas atividades, os estudantes possam expressar uma avaliação sobre o texto lido e estabelecer preferências por gêneros, temas e autores.

2. a) Sugestões de resposta: A vida em palácios, o uso de armaduras invencíveis, a existência de vilões superpoderosos, a presença de seres extraordinários como um homem radioativo, o uso de tecnologias inexistentes como uma motocicleta de motor de íon.

1. O que você achou de conhecer uma das aventuras do Pantera Negra? Ficou com vontade de ler o livro? Troque ideias com os colegas.

Início do estudo do texto, com um trabalho oral que possibilita explorar as primeiras impressões da leitura, confirmar ou revisar algumas hipóteses iniciais e estabelecer relações entre o texto e o conhecimento de mundo do leitor, além de posicionar-se diante de questões apresentadas nos textos.

2. As narrativas de aventura de super-heróis geralmente apresentam elementos fantásticos e ligados à imaginação.

a) Que elementos imaginários aparecem no texto?

2. b) Esses elementos são utilizados para proporcionar ao leitor a visualização dos cenários e das personagens da história.

b) O que esses elementos acrescentam à construção dessa narrativa?

c) Outros elementos citados no texto fazem parte do nosso cotidiano. Quais são esses elementos?

2. c) Sugestões de respostas: O tablet o comunicador (telefone), o fone de ouvido e a motocicleta são elementos presentes em nosso cotidiano.

d) Que efeitos de sentido a presença desses elementos do cotidiano acrescentam à narrativa?

34

2. d) Esses elementos produzem um efeito de aproximação do leitor, mobilizando seus conhecimentos de mundo.

3. a) O inimigo a ser vencido é M’Butu, do reino de Niganda; nesse reino, o povo vive de forma indigna e passa por momentos muito difíceis.

3. No trecho do texto que você leu, T’Challa enfrenta a ameaça de invasão de Wakanda por um vilão. a) Quem é esse vilão? O que é possível afirmar sobre o povo que vive sob o comando dele?

b) Considerando a temática da narrativa e as características do super-herói e do vilão, qual é o provável público leitor desse livro?

3. b) Adolescentes e adultos que se interessam pelo gênero de aventura, que admiram personagens que têm superpoderes e que lutam com vilões, sempre com o objetivo de fazer o bem ou salvar alguém.

4. O livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra? foi publicado em 2018 e, assim como ocorreu com o filme, o personagem fez sucesso e passou a ser uma referência para as pessoas ao redor do mundo. a) Por que você acha relevante haver uma referência de super-herói negro, como é o Pantera Negra?

4. a) Espera-se que os estudantes infiram que o fato de existir um super-herói negro é uma maneira de dar representatividade e protagonismo às pessoas negras, reforçando papéis de destaque que elas ocupam na sociedade.

b) Na sua opinião, que elementos sociais, históricos e culturais presentes na sociedade podem ter contribuído para que a história do Pantera Negra tenha tido tanto destaque?

4. b) Espera-se que os estudantes infiram que ainda há muitas situações em que se observam discriminação e o preconceito em relação às pessoas negras, aspectos que vêm sendo combatidos por todas as pessoas já que todos que vivem em uma sociedade possuem valores e devem ter seu lugar respeitado.

D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd

22

EXPLORANDO O TEXTO

Estudo do texto com foco no contexto de produção, na estrutura, na composição e na linguagem. A seção está organizada em duas partes: Texto e contexto e Composição e linguagem

TEXTOS EM DIÁLOGO

60 segundos de duração.

Minuto ambiental – Fauna silvestre Os animais silvestres também têm direito à vida e ao território que naturalmente habitam. Você tem um minutinho? Eu sou Paulo Oliveira. Estamos começando agora mais um Minuto ambiental

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

1. Você conseguiu perceber as características de cada personagem? Com qual deles você mais se identificou? Por quê?

2. O que mais surpreendeu você: a atitude do camponês ao receber o desconhecido ou o final do texto? Por quê? Que valores humanos esses personagens expressam com suas ações? 3. Esse conto popular pertence à tradição oral de um país africano. Você conhece algum conto popular que faça parte da cultura tradicional da sua região? Qual? Conte-o aos colegas.

TEXTO EXPLORANDO O TEXTO E CONTEXTO

Resposta pessoal. Respostas pessoais. Ambos os personagens expressam bondade, desprendimento, solidariedade e, principalmente, respeito mútuo. Respostas pessoais. 1. a) O camponês era muito pobre levava uma vida simples, rotineira e sem muitos recursos. 1. b) Situa o leitor no universo em que vivia o personagem, sua simplicidade, carência, pobreza a falta de oportunidades, para evidenciar, no decorrer do conto, o caráter do personagem. 2. a) A atitude do camponês revela bondade e hospitalidade para com um estranho, mesmo sendo muito pobre. Provavelmente isso surpreendeu caçador, pois, no dia seguinte, leva camponês com ele para o reino.

1. No primeiro parágrafo do conto, o narrador apresenta o cam- ponês e descreve como ele vivia. a) O que pode ser inferido sobre a vida que ele levava?

b) Que efeito de sentido evidenciar essas características do perso- nagem no início da história produz na narrativa?

2. O caçador revela ao camponês que precisa chegar ao reino de Gondar. a) O que a atitude do camponês revela sobre o seu jeito de ser? Em sua opinião, é uma atitude esperada pelo caçador? b) O conto popular pode ser visto como uma fonte de ensina- mentos, saberes e conhecimentos. No caderno, transcreva a alternativa que informa a função principal do conto lido.

A. Manter as origens do continente africano.

B. Ressaltar identidades, evidenciando o caráter do povo etíope.

C. Reforçar as culturas materiais e a riqueza da Etiópia.

D. Ressaltar características de reis e de camponeses.

3. Apesar de ser um rei poderoso, o caçador necessitou dos conhe- cimentos do camponês para chegar ao palácio. Em que outras histórias também há personagens poderosas que precisam de pessoas simples para resolver seus problemas?

Apresentação de texto que se relaciona à leitura principal do Capítulo 1, com o objetivo de perceber diferentes linguagens na construção de sentidos dos textos, relações de intertextualidade e de conexões entre eles.

POR DENTRO DA LÍNGUA

Apresentação de conhecimentos linguísticos visando à aprendizagem e ao reconhecimento de diferentes tópicos gramaticais, assim como a reflexão sobre eles.

A África recontada para crianças de Avani Souza Silva. São Paulo: Martin Claret, 2020.

PARA LER EDITORA MARTIN CLARET

Esse livro apresenta diferentes histó- rias sobre a África, as quais retratam, entre outros aspec- tos, a gastronomia, as vestimentas e os costumes dos paí- ses desse continente onde a língua portu- guesa é falada.

2. b) Alternativa B Em histórias de reis e rainhas, contos de fadas, entre outros, as personagens com mais sabedoria são geralmente simples e humildes estão sempre ajudando pessoas poderosas ou sabem solução para situações complicadas. 105 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 105 09:14

POR DENTRO DA LÍNGUA

Linguagem verbal e linguagem não verbal A capa do livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra? que você leu na seção Texto deste capítulo é composta por linguagem verbal, representada no título e na autoria, e por linguagem não verbal, representada na imagem do super-herói. 1. Leia a seguir outra capa de livro.

Nessa aventura, um grupo de amigos conhecido como “A Turma dos Tigres” passa férias em um acampamento, em um vilarejo na Noruega. Enquanto descansam, eles são surpreendidos por um estranho avião que assusta os habitantes da cidadezinha em que estão.

2. a) Dois meninos e uma menina que aparecem na capa provavelmente integram Turma dos Tigres. O destaque desses personagens na capa sugere que eles serão os protagonistas da história e aqueles que desvendarão o mistério.

2. b) O avião parece ter uma luz fosforescente, que induz leitor imaginar que seja algo sobrenatural. O efeito de sentido de algo fora do normal ou estranho.

Capa do livro O avião fantasma de Thomas C. Brezina, publicado pela Editora Ática, em 2019.

a) O título do livro sugere que a narrativa trará desafios e perigos para os personagens.

Como você imagina a Turma dos Tigres? O que eles parecem gostar de fazer?

b) Além do título, a capa desse livro traz pistas sobre o seu conteúdo. Que hipóteses você poderia levantar a respeito da história do livro?

2. As imagens e

as cores da capa possibilitam fazer inferências a respeito da narrativa. a) Quem possivelmente desvendará o mistério do avião fantasma? Como é possível inferir isso? b) Como o avião é representado? Que efeito de sentido essa ilustração pode produzir? Respostas pessoais. Resposta pessoal. EDITORA 22
D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd
DIÁLOGO TEXTOS EM Reportagem de divulgação científica e vídeominuto Atualmente, é possível ter acesso a informações científicas das mais diferentes formas. Além de reportagens como a que você leu anteriormente, podemos consultar livros e revistas especializadas impressas e on-line ou assistir a vídeos. Mas será que é possível compartilhar informações de modo consistente em apenas um minuto? Para descobrir, leia a transcrição e observe a reprodução de algumas cenas de um vídeominuto sobre a preservação da fauna silvestre. O vídeominuto como o próprio nome indica, é um formato audiovisual específico que tem cerca de
HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/WATCH?V=HQYFA1KJUFA
153 D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 153 11/06/22
D2-001-011-POR-F2-2102-V6-INICIAIS-LA-G24_AVU.indd 5 11/06/22 12:22 5

PALAVRA ABERTA

Atividade

falar em público e de posicionar-se criticamente, por meio de situações reais de comunicação.

ABERTA PALAVRA

Compartilhamento de resenhas

Muitos relatos pessoais marcantes já foram transformados em livros e filmes. Você já assistiu a algum filme com base em uma história real? Em geral, essas produções contam histórias que inspiram por serem experiências de superação, de busca por soluções para grandes problemas da comunidade, de gestos heroicos ou de amizades inusitadas, por exemplo. A seguir, você vai ler sinopses de dois filmes que trazem histórias inspiradoras baseadas em fatos e pessoas reais.

A teoria de tudo Data de Estreia: 29/01/2015 Estreia DVD: 27/05/2015

Gênero: Biografia, Drama

Duração: 123 min. Origem: Reino Unido

Direção: James Marsh Sinopse A cinebiografia conta a história do físico Stephen Hawking (Eddie Redmayne). A trama

Sully Data de Estreia: 15/12/2016

Estreia DVD: 15/03/2017

Gênero: Biografia, Drama, Suspense Thriller Duração: 96 min. Origem: Estados Unidos Sinopse Cinebiografia conta a história do piloto Chesley ‘Sully’ Sullenberger (Tom Hanks). Ele ficou mundialmente famoso quando fez um ato de heroísmo em uma de suas viagens. Após enfrentar problemas num voo, Sully consegue pousar o avião com lotação máxima no Rio Hudson, em Nova York, e todos escapam ilesos.

LINGUAGEM E SENTIDOS

Proposta de trabalho com diferentes linguagens e apresentação de aspectos estilísticos, semânticos, entre outros, em uma abordagem para a construção de múltiplos sentidos.

QUESTÃO DE FALA E ESCRITA

90

Recursos descritivos, prescritivos e de ordenação de fatos Para elaborar um texto oral ou escrito são usados alguns recursos que possibilitam ao inter- locutor ou ao leitor entender melhor o que está sendo dito ou escrito.

1. No trecho do relato pessoal que você leu, a bióloga Deise Nishimura inicia descre- vendo o local onde os fatos aconteceram. Releia-o.

E... foi um dia que eu tava limpando peixe, é... preparando o almoço, né? Eu tava limpando o peixe no deque de fora de minha casa e foi quando um jacaré me atacou slide ao fundo do palco mostra uma representação, em desenho, da casa e do jacaré] Eu tava na parte de fora da casa, o jacaré veio por trás, eu tava sentada, né, no chão, limpando no chão [riso nervoso; faz gestos para a plateia, exemplificando a situação] e o jacaré veio por trás e... e pulou mais de um metro, abocanhou a minha perna e ele me levou lá pro fundo da água, né?

• Em sua opinião, a ordem em que os fatos foram relatados contribui ou dificulta o enten- dimento do texto?

2. a) O trecho 1 apresenta a descrição dos penhascos. Espera-se que os estudantes indiquem que a descrição produz efeito de tensão e medo no leitor, dando ênfase ao perigo daquele local. relatados prioriza a ordem em que se sucederam os acontecimentos, contribuindo para o entendimento do texto.

Espera-se que os estudantes infiram que sequência em que os fatos foram

2. Um recurso empregado em textos orais e escritos, principalmente em textos narra- tivos, é o recurso descritivo. Releia trechos de “O cruzeiro do coracle”.

Trecho 1 Estava bem próximo do Morro da Mezena. Naquele trecho o mar batia em penhascos de 40 ou 50 pés de altura cercados de grandes pedras caídas no mar. Estava perto e meu primeiro pensamento foi remar de volta para a terra. Trecho 2 Um pouco mais ao norte, o terreno se estendia por um longo trecho, revelando com a maré baixa uma longa faixa de areia amarela. A ponta oposta dessa praia era chamada de Ponta das Florestas no mapa, e merecia o nome. Era coberta por pinheiros verdes que vinham até a beira do mar.

a) Os trechos apresentam a descrição de cenários onde se passam os fatos narrados. Que elemento é descrito no trecho 1 Que efeito de sentido essa descrição produz na narrativa?

b) No trecho 2 que elementos são descritos? Que sensações a descrição pode expressar ao leitor sobre esse ambiente com relação à situação vivida pelo personagem na narrativa?

2. b) O trecho descreve local que o personagem estava vendo (a longa faixa de areia e praia Ponta das Florestas). A descrição desses elementos pode dar ideia de esperança de tranquilidade, já que o ambiente pode representar segurança e conforto ao personagem para ele chegar praia.

D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 90

D2-001-011-POR-F2-2102-V6-INICIAIS-LA-G24_AVU.indd 6

Você já assistiu a algum desses filmes? O que achou?

Que filme com a temática de histórias inspiradoras baseadas em fatos e pessoas reais você recomendaria para os colegas? Selecione um filme de sua preferência e escreva uma breve resenha sobre ele. Depois, compartilhe-a com a turma em uma apresentação oral. Para escrever a resenha, siga as orientações a seguir.

• Escolha um filme que você desejar recomendar para os colegas e pesquise informações dele em sites especializados sobre cinema. No caderno, anote os resultados da pesquisa.

Não se esqueça de incluir informações sobre a duração do filme, o ano de lançamento, a classificação indicativa e quem são os atores principais.

• Explique brevemente o enredo do filme, ou seja, de que trata a história e que mensagem ela expressa, mas sem revelar o final nem partes importantes dela. Você também pode comentar algo que considera interessante, como ações de alguns personagens ou acontecimentos, trilha sonora, efeitos especiais, entre outros.

• Faça um comentário que informe aos colegas a sua avaliação do filme. Pense nos pontos positivos e negativos que merecem ser compartilhados.

• Por fim, comente por que você está recomendando o filme.

Selecione uma imagem do filme para acompanhar a resenha. Pode ser o cartaz de divulgação ou a reprodução de uma cena marcante. Você também pode indicar uma nota para o filme com base na quantidade de estrelas. A nota não é resultado de uma soma de pontos; trata-se de uma avaliação pessoal, em que você pode indicar de uma a cinco estrelas: uma estrela caso tenha detestado o filme e cinco estrelas se tiver adorado assistir a ele.

4 Antes de recomendar o filme para os colegas, você e a turma, com a ajuda do professor, deverão selecionar um ou mais vídeos disponíveis em plataformas de compartilhamento de vídeos e de resenha de filmes. O objetivo é que vocês analisem a apresentação oral, prestando atenção à postura, tom de voz e gestos do resenhista e à linguagem que ele utiliza para se comunicar com os espectadores.

5 Depois de analisar uma resenha de filme em vídeo, chegou o momento de você compartilhar a sua recomendação do filme fazendo uma apresentação oral para os colegas. Para isso, utilize a resenha escrita como apoio, mas não faça a leitura integral dela. Em casa, você pode ensaiar a sua apresentação, adequando-a ao contexto e ao público-alvo: os colegas da turma. Durante a apresentação, utilize tom de voz adequado e pronuncie as palavras com clareza.

6 Respeite a apresentação dos colegas, fazendo silêncio e prestando atenção às informações que eles trouxerem. Ao final de cada uma das apresentações, vocês poderão fazer perguntas e comentários sobre a apresentação do colega. 7 Finalizadas as apresentações, o professor, com a ajuda da turma, vai afixar as resenhas no mural da sala de aula ou em algum ambiente da escola para que outros estudantes apreciem as produções da turma.

Anote no caderno os títulos dos filmes que os colegas recomendaram. Se você ficou curioso para conhecer a história de algum dos filmes indicados, assista a ele e, depois, faça uma resenha comentando sua avaliação.

83 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd

7. No momento das apresentações orais, disponha as cadeiras da sala de aula em semicírculo. Antecipadamente, combine com os estudantes a duração a ordem das apresentações.

E ESCRITA LINGUAGEM SENTIDOS E

Variação linguística e adequação de linguagem

Uma das formas que temos para interagir uns com os outros por meio das linguagens são as diferentes línguas, como é o caso da língua portuguesa. Os textos deste capítulo mostram que a língua possibilita inúmeras formas de utilizar as linguagens para nos comunicarmos e que seu uso irá depender de fatores diversos ligados à situação de comunicação, à finalidade do texto e à relação com o interlocutor, por exemplo.

1. Releia os dois comentários lidos na seção Textos em diálogo

ACERVO PESSOAL

Danilo.Santiago 20/03/2022

Não dá pra ler esse livro só uma vez! Além de amar muuuuito o Pantera Negra, acho que a história do livro prende a gente pela riqueza dos detalhes e pela possibilidade de conhecer mais e mais sobre o herói. Ainda tem a questão da representatividade dele, né? Não só dele como de outras personagens tb, Shuri, Ramonda.

gostei (1) comentários (0) comente

ACERVO PESSOAL

PatrAcia.Bressy 17/03/2022

Pantera Negra Pensar em um personagem negro como protagonista seria, até então, algo bastante inusitado. Nesse livro, no entanto, temos um herói negro que consegue fazer com que seu país se sobressaia em meio a outras nações poderosas e imperialistas.

1. a) Os dois trechos usam a linguagem verbal, mas, no trecho 1 a autora emprega um registro mais informal da linguagem; no trecho 2 o registro é mais formal.

a) Os comentários foram publicados com a mesma finalidade e para o mesmo público leitor. O que é semelhante e o que é diferente quanto à linguagem utilizada nos dois trechos?

b) Na sua opinião, as duas formas de usar a linguagem estão adequadas à situação de comunicação? Ou apenas uma delas? Justifique seu ponto de vista.

1. b) Espera-se que os estudantes infiram que os dois tipos de linguagem estão adequados, pois o site em que os comentários foram publicados tem um público variado e com diferentes perfis. Assim, os dois textos atingem seus objetivos de expressar opiniões de leitores sobre livros que leram.

gostei (0) comentários (0) comente 25

D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 25

QUESTÃO DE FALA E ESCRITA

Atividades de percepção das convenções da escrita, como pontuação, acentuação, regularidades ortográficas, elementos de textualidade e marcadores de oralidade.

06/06/22 16:16

explora a sua vida como estudante da Universidade de Cambridge, onde conheceu sua futura esposa, Jane (Felicity Jones). Foi nessa fase em que ele começou a ter os primeiros sintomas da esclerose lateral amiotrófica (ELA), que lhe tirou os movimentos do corpo e a fala. Roteiro: Anthony McCarten Distribuidor: Universal Pictures do Brasil Classificação: 10 anos Ano: 2014 Direção: Clint Eastwood Roteiro: Todd Komarnicki Distribuidor: Warner Bros. Classificação 10 anos Ano 2017 A TEORIA de tudo. Cinema 10 l.], [c2022]. Disponível em: https://cinema10.com.br/filme/a-teoria-de-tudo. Acesso em: 22 fev. 2022. SULLY O herói rio Hudson. Cinema 10 S. l.], [c2022]. Disponível em: https://cinema10.com.br/filme/sully. Acesso em: 22 fev. 2022. FILME JAMES MARSH, DE TUDO. EUA. FILME CLINT EASTWOOD, HERÓI RIO HUDSON, 82 F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd
Respostas pessoais.
que tem por objetivo promover a expressão oral e desenvolver as habilidades de
12:22 6
11/06/22

PRODUÇÃO

Trabalho orientado de produção escrita, oral ou multimodal de um gênero textual, considerando as fases de planejamento, execução, revisão, avaliação e divulgação de um texto em diferentes mídias, suportes e contextos de produção.

LINGUAGENS EM CONEXÃO

Proposta de integração entre o tema principal do módulo e algum aspecto da área de Linguagens, da qual o componente curricular Língua Portuguesa faz parte, contribuindo com o aprofundamento da aprendizagem em diferentes linguagens.

QUEM É

94

PRODUÇÃO MULTIMODAL

Narrativa de aventura

Agora, é a sua vez de escrever uma narrativa de aventura para compor, com os outros textos da turma, uma coletânea, que pode ser intitulada Grandes aventuras, grandes leituras!

Depois, essas histórias serão gravadas para serem ouvidas em formato de audiobook A coletânea e audiobook com as produções da turma comporão o acervo da biblioteca, de modo que os estudantes de outras turmas, familiares e amigos possam ler, ouvir e se encantar com essas aventuras.

Planejando a narrativa de aventura

Espaço

Escrevendo a narrativa de aventura

1 Defina se o narrador vai participar da história como personagem – narração em 1 pessoa – ou se vai narrar apenas como observador – narração em 3 pessoa. Para isso, pense nos efeitos de sentido que você quer provocar no leitor.

2 Ao narrar as peripécias e aventuras da personagem, descreva o lugar, a cena, os obstáculos e como ela os supera. Dessa forma, revele ao leitor as habilidades da personagem, como coragem e determinação.

Defina o espaço dos acontecimentos que serão narrados. Para isso, pense em quais elemen- tos fazem parte desse cenário e que permitiriam aos personagens viverem uma aventura. Por exemplo, uma história que se passa em uma ilha deserta pode trazer animais selvagens e plantas venenosas como elementos hostis desafiadores para a narrativa de aventura; uma floresta densa pode ter animais peçonhentos, desconhecidos.

Inspire-se no cenário escolhido e pense no enredo da aventura: Que obstáculos e desafios a personagem deverá superar nesse ambiente?

Protagonista

O protagonista tem um modo de ser e de agir que se destaca dos demais personagens. As qualidades atribuídas ao protagonista vão ajudar você a pensar como ele vai encarar os aconte- cimentos, obstáculos e desafios no ambiente escolhido. Escreva algumas características do seu protagonista, como nome, idade, habilidades, virtudes e defeitos. Considere também como a complicação da narrativa vai colocar essas características à prova. Por exemplo: um defeito de caráter do protagonista pode gerar o conflito da história.

O enredo As informações do quadro a seguir ajudam no planejamento das etapas do enredo. É com base nelas que você vai desenvolver sua história. Situação inicial Complicação Clímax Desfecho Apresentação do protagonista e dos demais personagens, fatos iniciais, localização da aventura no espaço (onde) e no tempo (quando).

Parte em que surge o conflito, que vai trazer tensão à narrativa.

Momento de maior tensão da narrativa, que prende a atenção do leitor.

Momento em que o conflito resolvido história termina.

3 Atente-se para os recursos que ajudam a dar sentidos ao texto torná-lo compreensível. Para isso, observe: a escolha de palavras para caracterização do cenário e dos personagens, como os adjetivos que ajudam o leitor a visualizar na imaginação os obstáculos vividos pela personagem. Por exemplo: pesada nuvem, encosta íngreme velejo selvagem Lembre-se de fazer a concordância adequada do adjetivo com relação ao substantivo que se refere; as associações que ajudam a realçar características, como: ondas pico azul compara- ções, como: leve como um pássaro • as substituições de substantivos por sinônimos para dar continuidade e estabelecer relações de sentido entre as partes do texto. Por exemplo: rochas pedras recifes • os recursos de coesão para interligar as partes e dar continuidade ao texto, como em: “A escuna estava com a vela principal e duas bujarronas desfraldadas ao vento. Quando vi pela primeira vez, as velas estavam enfunadas e ela rumava para noroeste” (os pronomes ela substituem a palavra escuna produzindo continuidade ao texto); • as expressões que marcam onde os fatos acontecem. Por exemplo: Estava bem próximo do Morro da Mezena. Naquele trecho o mar batia em penhascos de 40 ou 50 pés de altura”; • as expressões que constroem passagem do tempo, como: “Logo depois ela começou a buscar cada vez mais o rumo oeste”; “de vez em quando dava uma ou duas pequenas remadas”; por algum tempo finalmente os tempos verbais no pretérito perfeito ou no pretérito imperfeito, evidenciando que as ações ocorreram em um tempo passado, como em: “Navegou suavemente por cerca de 1 minuto e ficou mais uma vez com o nariz voltado para o vento” (as formas verbais estão no pretérito perfeito, indicando que o fato ocorreu e foi finalizado); “Entre as pedras, a arrebentação espumava uivava As ondas reverberavam pesadas, uma após a outra, borrifando água salgada que ia alto e caía com tudo” (as formas verbais estão no pretérito imperfeito, indicando um acontecimento passado). 4 Escolha um título adequado à narrativa. Revisando e reescrevendo a narrativa de aventura Nesta

POR-F2-2102

, da artista gaúcha Regina Silveira (1939-), é formada por grandes adesivos colados em paredes, tetos e chão de ambientes. Para produzir esses adesivos, a artista consultou livros científicos do século XVIII e selecionou ilustrações de insetos classificados como daninhos, isto é, que de alguma maneira fazem mal ao ambiente em que vivem. É importante notar que essas ilustrações foram produzidas antes da criação da fotografia, por isso tinham a mesma importância de um registro científico e eram elaboradas com grande riqueza de detalhes.

ADMIRABILIS REGINA SILVEIRA/MUNDUS ADMIRABILIS

192

Dados biográficos resumidos sobre o autor do texto, o fotógrafo ou o artista.

O CONTEXTO DO TEXTO

Apresentação de informações fundamentais para a compreensão do contexto de produção de alguns dos textos.

SAIBA MAIS

Boxe com informações complementares ou curiosidades que ampliam a compreensão de algum tema ou conteúdo abordado no módulo.

VOCABULÁRIO

1. Observe as imagens da instalação e imagine-se andando dentro desse ambiente. Quais sensações você acha que teria?

2. Em sua opinião, o que a presença de insetos considerados daninhos pode sugerir ao público?

3. Quando a artista retira as imagens dos livros científicos do século XVIII e insere em uma instalação artística do século XXI, os sentidos das imagens continuam os mesmos? Por quê? 4. Em sua opinião, a arte e a ciência podem se relacionar? Como? De quais maneiras?

Grandes personagens

Lista de palavras e seus respectivos significados no contexto em que aparecem nos textos propostos.

LÍNGUA EM CENA

Propostas de pesquisa e atividades que proporcionam a ampliação do conhecimento linguístico.

PARA LER / ASSISTIR / ACESSAR / OUVIR / VISITAR

Sugestões de livros, textos, filmes, vídeos, sites, músicas e locais de visitação relacionados aos conteúdos apresentados.

etapa, você deve ler, reler e avaliar seu texto. Se necessário, deve reescrevê-lo. Em seguida, a turma vai organizar a coletânea. Faça dupla com um colega e troquem seus textos. Leia a narrativa do colega e avalie o texto, de acordo com os aspectos apresentados a seguir. 95 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd
e ciência Neste módulo, você estudou uma reportagem de divulgação científica e um verbete de enciclopédia e refletiu sobre a importância da ciência para as sociedades. Agora, você vai conhecer um trabalho artístico que relaciona arte e ciência para propor reflexões ao público. A instalação artística Mundus Admirabilis
CONEXÃO LINGUAGENS EM SILVEIRA, Regina. Admirabilis. 2007. Vinil adesivo, 20 m × 20 m × 7 m. CCBB, Brasília, DF. SILVEIRA/MUNDUS
Arte D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd
brasileiros – História da arte com Regina Silveira Vídeo (5min41s). Canal TV Cultura. Disponível em: www.you tube.com/watch?v=qEhjzD7OsSc. Acesso em: 8 abr. 2022. O vídeo é uma produção da TV Cultura apresenta a artista Regina Silveira contando um pouco mais sobre o trabalho Mundus Admirabilis PARA ASSISTIR REGINA SILVEIRA/MUNDUS ADMIRABILIS Resposta pessoal. Resposta pessoal. Respostas pessoais. Respostas pessoais. 193 D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd
D2-001-011-POR-F2-2102-V6-INICIAIS-LA-G24_AVU.indd 7 11/06/22 12:22 7
MÓDULO NO MUNDO DA LEITURA 12 CAPÍTULO 1 • Capa de livro e quarta capa 14 TEXTO: Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra?, Jesse J. Holland 14 CONVERSANDO SOBRE O TEXTO 16 EXPLORANDO O TEXTO 16 Texto e contexto 16 Composição e linguagem 18 TEXTOS EM DIÁLOGO: Quarta capa de livro e comentário do leitor 20 POR DENTRO DA LÍNGUA: Linguagem verbal e linguagem não verbal 22 Atividades 23 LINGUAGEM E SENTIDOS: Variação linguística e adequação de linguagem: variações geográficas, históricas, socioculturais e situacionais 25 Atividades 28 CAPÍTULO 2 • Narrativa de aventura 31 TEXTO: Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra?, Jesse J. Holland 31 CONVERSANDO SOBRE O TEXTO 34 EXPLORANDO O TEXTO 34 Texto e contexto 34 Composição e linguagem 36 POR DENTRO DA LÍNGUA: Substantivo: comum e próprio, concreto e abstrato, primitivo e derivado, simples e composto, coletivo 40 Atividades 42 QUESTÃO DE FALA E ESCRITA: Sinais de pontuação: travessão, ponto de exclamação, ponto de interrogação e reticências 45 Atividades 46 PRODUÇÃO ORAL: Roda de leitura 48 LINGUAGENS EM CONEXÃO: Arte e universo literário 50 1 MÓDULO GRANDES AVENTURAS, GRANDES LEITURAS 52 CAPÍTULO 1 • Narrativa de aventura 54 TEXTO: A Ilha do Tesouro, Robert Louis Stevenson 54 CONVERSANDO SOBRE O TEXTO 57 EXPLORANDO O TEXTO 57 Texto e contexto 57 Composição e linguagem 59 TEXTOS EM DIÁLOGO: Narrativa de aventura e resenha de game 62 POR DENTRO DA LÍNGUA: Substantivo e adjetivo: flexão de gênero 65 Atividades 68 LINGUAGEM E SENTIDOS: Léxico, sinônimo e antônimo 71 Atividades 73 CAPÍTULO 2 • Relato pessoal 75 TEXTO: Deise Nishimura lembra do dia que lutou contra um jacaré, TEDx Amazônia 75 CONVERSANDO SOBRE O TEXTO 77 EXPLORANDO O TEXTO 77 Texto e contexto 77 Composição e linguagem 79 PALAVRA ABERTA: Compartilhamento de resenhas 82 POR DENTRO DA LÍNGUA: Substantivo e adjetivo: flexão de número, flexão de grau 84 Atividades 87 QUESTÃO DE FALA E ESCRITA: Recursos descritivos, prescritivos e de ordenação de fatos 90 Atividades 92 PRODUÇÃO MULTIMODAL: Narrativa de aventura 94 LINGUAGENS EM CONEXÃO: Práticas corporais de aventura urbanas 98 2 D2-001-011-POR-F2-2102-V6-INICIAIS-LA-G24_AVU.indd 8 11/06/22 12:22 8
SUMÁRIO

divulgação científica e videominuto 153

POR DENTRO DA LÍNGUA:

pessoal: retos e oblíquos, oblíquos tônicos e átonos, pronomes

CAPÍTULO 2 • Verbete de enciclopédia 169

TEXTO: Cérebro, Britannica

MÓDULO PELOS CAMINHOS DA CULTURA ............. 100 CAPÍTULO 1 • Conto popular 102 TEXTO: Os dois reis de Gondar (Etiópia), Anna Soler-Pont 102 CONVERSANDO SOBRE O TEXTO 105 EXPLORANDO O TEXTO 105 Texto e contexto 105 Composição e linguagem 107 TEXTOS EM DIÁLOGO: Conto popular e cordel 110 POR DENTRO DA LÍNGUA: Determinantes do substantivo: artigo, numeral e pronome 112 Atividades 116 LINGUAGEM E SENTIDOS: Variação geográfica ou regional 119 Atividades 120 CAPÍTULO 2 • Cordel 121 TEXTO: Dois quadros, Patativa do Assaré 121 CONVERSANDO SOBRE O TEXTO 123 EXPLORANDO O TEXTO 123 Texto e contexto 123 Composição e linguagem 126 POR DENTRO DA LÍNGUA: Concordância nominal 129 Atividades 130 QUESTÃO DE FALA E ESCRITA: Substantivos com terminações -são e -ção 133 Atividades 135 PRODUÇÃO ESCRITA E ORAL: Cordel 136 LINGUAGENS EM CONEXÃO: Arte e diversidade cultural 138 3 MÓDULO VOZES DA CIÊNCIA .................................. 140 CAPÍTULO 1 • Reportagem de divulgação científica 142 TEXTO: A verdadeira inteligência dos golfinhos, Clarissa Barreto 142 CONVERSANDO SOBRE O TEXTO 147 EXPLORANDO O TEXTO 147 Texto e contexto 147 Composição e linguagem 149 TEXTOS EM DIÁLOGO: Reportagem de
tratamento
Atividades 161
derivadas
Atividades 166
Pronome
de
157
LINGUAGEM E SENTIDOS: Palavras
e palavras compostas 164
Escola 169 CONVERSANDO SOBRE O TEXTO 172 EXPLORANDO O TEXTO 172 Texto e contexto 172 Composição e linguagem 174 POR DENTRO DA LÍNGUA: Verbo: conjugações verbais, modos verbais, flexões verbais de número e pessoa, tempos verbais do modo indicativo 177 Atividades 182 QUESTÃO DE FALA E ESCRITA: Tonicidade e acentuação gráfica 185 Atividades 186 PRODUÇÃO ESCRITA: Verbete de enciclopédia 187 LINGUAGENS EM CONEXÃO: Arte e ciência 192 4 D2-001-011-POR-F2-2102-V6-INICIAIS-LA-G24_AVU.indd 9 13/06/22 07:43 9
MÓDULO NATUREZA EM ALERTA 194 CAPÍTULO 1 • Notícia 196 TEXTO: ‘Sopa de lixo’ no Pacífico tem três vezes tamanho da França, Sérgio Matsuura 196 CONVERSANDO SOBRE O TEXTO 199 EXPLORANDO O TEXTO 199 Texto e contexto 199 Composição e linguagem 200 TEXTOS EM DIÁLOGO: Notícia e letra de canção 205 POR DENTRO DA LÍNGUA: Verbo: modo subjuntivo 208 Verbo: modo imperativo 209 Atividades 211 LINGUAGEM E SENTIDOS: Figuras de linguagem: metáfora, personificação e hipérbole 214 Atividades 216 CAPÍTULO 2 • Carta de leitor e comentário do leitor 218 TEXTO: Desperdício II, José Roberto; Comentário, leitor desconhecido 218 CONVERSANDO SOBRE O TEXTO 219 EXPLORANDO O TEXTO 219 Texto e contexto 219 Composição e linguagem 221 PALAVRA ABERTA: Roda de notícias 223 POR DENTRO DA LÍNGUA: Oração e período 224 Sintagma nominal e sintagma verbal 226 Atividades 227 PRODUÇÃO ESCRITA: Notícia 231 LINGUAGENS EM CONEXÃO: Arte como denúncia 234 5 MÓDULO TRÂNSITO LEGAL 236 CAPÍTULO 1 • Artigo de opinião 238 TEXTO: Onde está sua bicicleta?, Leonardo Lorentz 238 CONVERSANDO SOBRE O TEXTO 240 EXPLORANDO O TEXTO 240 Texto e contexto 240 Composição e linguagem 242 TEXTOS EM DIÁLOGO: Artigo de opinião e entrevista 246 POR DENTRO DA LÍNGUA: Sujeito e predicado 249 Atividades 252 LINGUAGEM E SENTIDOS: Neologismo 255 Atividades 257 CAPÍTULO 2 • Peça de campanha 258 TEXTO: Ciclista legal, Getz 258 CONVERSANDO SOBRE O TEXTO 259 EXPLORANDO O TEXTO 259 Texto e contexto 259 Composição e linguagem 261 PALAVRA ABERTA: Discussão de temas para campanha de conscientização 263 POR DENTRO DA LÍNGUA: Sujeito simples e sujeito composto 264 Atividades 266 QUESTÃO DE FALA E ESCRITA: Recursos persuasivos 269 Atividades 270 PRODUÇÃO MULTIMODAL: Cartaz de campanha 273 LINGUAGENS EM CONEXÃO: A bike além do transporte 276 6
10 11/06/22 12:22 10
D2-001-011-POR-F2-2102-V6-INICIAIS-LA-G24_AVU.indd

Estudante, Este livro foi produzido para apoiar sua trajetória em busca do conhecimento e da aprendizagem. Cuide bem dele para que, ao final do ano, você possa devolvê-lo para a escola e ele possa ser utilizado por outro colega no ano seguinte.

Assim, não escreva nas páginas deste livro, pois todas as atividades foram pensadas para que sejam respondidas oralmente, por escrito no caderno ou produzidas em outros suportes.

Alguns cuidados adicionais também podem ajudar na conservação do livro: manuseá-lo com cuidado para não danificar suas páginas; não rasgar, arrancar ou recortar as folhas; e protegê-lo da chuva ou de situações que possam molhá-lo.

Com esses cuidados, seus estudos e os de outros colegas estarão garantidos!

MÓDULO POR UMA SOCIEDADE MAIS HUMANA.... 278 CAPÍTULO 1 • Carta de solicitação 280 TEXTO: Carta para o Rotary Club, Maria Cristina Guimarães Brito 280 CONVERSANDO SOBRE O TEXTO 282 EXPLORANDO O TEXTO 282 Texto e contexto 282 Composição e linguagem 283 TEXTOS EM DIÁLOGO: Carta de solicitação e estatuto 286 POR DENTRO DA LÍNGUA: Concordância verbal: com sujeito simples e sujeito composto 288 Atividades 291 LINGUAGEM E SENTIDOS: Palavras homônimas 294 Atividades 295 7 CAPÍTULO 2 • Abaixo-assinado 297 TEXTO: Queremos acessibilidade
cadeirantes em Fortaleza, Guilherme Salles de Oliveira 297 CONVERSANDO SOBRE O TEXTO 298 EXPLORANDO O TEXTO 298 Texto e contexto 298 Composição e linguagem 299 PALAVRA ABERTA: Discussão coletiva 301 POR DENTRO DA LÍNGUA: Período composto por coordenação 303 Atividades 305 QUESTÃO DE FALA E ESCRITA: Pontuação: oração coordenada assindética 309 Atividades 310 PRODUÇÃO ESCRITA: Carta de solicitação 312 LINGUAGENS EM CONEXÃO: A arte é para todos 314 REFERÊNCIAS COMENTADAS 316
para os
D2-001-011-POR-F2-2102-V6-INICIAIS-LA-G24_AVU.indd 11 11/06/22 12:22 11

Competências do módulo

Gerais: 1, 3, 4

Linguagens: 1, 2, 5

Língua Portuguesa: 1, 3, 7, 9

Arte: 1

Habilidades da abertura

• EF67LP23

• EF69AR03

• EF69AR05

• EF69AR31

Tema Contemporâneo Transversal

• Diversidade cultural

INTRODUÇÃO

Neste módulo, o tema desenvolvido é a leitura literária. O eixo de leitura aborda textos de capa e quarta capa de livro e narrativa de aventura. Os textos que compõem o módulo têm como personagem principal o super­herói Pantera Negra, de grande apelo cultural e identificação na cultural juvenil na contemporaneidade. O suporte de circulação de suas aventuras –as HQs – é bastante apreciado pelos estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental. Dessa forma, contempla­se o trabalho com o Tema Contemporâneo Transversal (TCT) Diversidade cultural. Esse TCT se relaciona à apresentação de narrativa do super­herói Pantera Negra, cuja história faz referência à diversidade cultural dos povos africanos. Se quiser conhecer mais sobre o filme, acesse o link: https://revistagalileu.globo. com/Cultura/noticia/2018/02/ pantera ­ negra ­ e ­ repleto ­ dereferencias ­ historicas ­ e ­ culturais.html (acesso em: 25 maio 2022). O eixo de análise linguística/semiótica tem como foco as linguagens verbal e não verbal, as variações linguísticas, os substantivos e os sinais de pontuação relacionados ao discurso direto e ao discurso indireto. Também são abordados textos de comentário do

NO MUNDO DA LEITURA

D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 12

leitor, buscando ­se, a partir das experiências dos estudantes como usuários da internet, analisar os fenômenos da língua e dos novos gêneros textuais. No eixo de produção textual, o trabalho enfoca a produção oral de uma roda de leitura.

OBJETIVOS

• Reconhecer e aprender as características dos gêneros capa e quarta capa de livro, comen­

tário do leitor e narrativa de aventura.

• Identificar textos relativos aos gêneros capa e quarta capa de livro.

• Distinguir linguagem verbal de linguagem não verbal em textos variados.

• Identificar os tipos de variação linguística e o conceito de norma­padrão.

• Retomar o conceito de substantivo e suas classificações.

BNCC
FILME DE WILLIAN JOYCE, BRANDON OLDENBURG. OS FANTÁSTICOS LIVROS VOADORES DO SENHOR LESSMORE. EUA. 2012. FOTO: PHOTO 12/ALAMY/FOTOARENA
MÓDULO
1 12
Frame do curta-metragem Os fantásticos livros voadores do Sr. Morris Lessmore, dirigido por William Joyce e Brandon Oldenburg (Estados Unidos, 2012).
12
06/06/22 16:15

• Compreender os usos de sinais de pontuação.

• Participar de práticas de compartilhamento de leitura e recepção de obras literárias e objetos culturais.

• Realizar produção oral de uma roda de leitura.

FIQUE POR DENTRO

• Capa de livro e quarta capa

• Comentário do leitor

• Linguagem verbal e linguagem não verbal

• Variação linguística e adequação da linguagem

• Narrativa de aventura

• Substantivo: comum e próprio, concreto e abstrato, primitivo e derivado, simples e composto, coletivo

• Sinais de pontuação: travessão, ponto de exclamação, ponto de interrogação e reticências

• Produção oral: roda de leitura

• Arte e universo literário

IMAGEM EM FOCO

Observe a imagem que faz parte do curta-metragem Os fantásticos livros voadores do Sr. Morris Lessmore, dirigido por William Joyce e Brandon Oldenburg. Depois, discuta as perguntas com os colegas.

1. Q uais são os elementos da imagem que mais chamam a sua atenção? Por quê?

Se necessário, estabeleça com eles, de modo coletivo e colaborativo, maneiras adequadas de tratamento com os colegas e o professor em sala de aula e de participação nos debates, para que os turnos de fala sejam respeitosos e as discussões sejam proveitosas.

Proponha ­ lhes que analisem a imagem e pensem em histórias que conheceram em livros, filmes, seriados, HQs ou videogames. Peça que comentem e justifiquem as histórias de que se lembraram. Garanta que os estudantes construam um comentário crítico e pessoal a respeito das histórias escolhidas.

REALIZAÇÃO

1. Incentive os estudantes a observar com atenção a imagem. Ressalte que esse é um frame de um curta­metragem de animação, ou seja, é uma imagem estática que compõe a sequência do audiovisual. Deixe que exponham livremente suas opiniões e, depois, peça­lhes que argumentem o porquê.

2. Observe o ambiente representado na imagem. Que lugar você imagina que seja esse? Você já esteve em um lugar parecido?

3. Para você, qual é a relação da personagem com os livros que estão no chão? Resposta pessoal.

4. Como é a sua relação com os livros e com a literatura?

Respostas pessoais. Respostas pessoais. Respostas pessoais.

PROPOSIÇÕES

As atividades propostas em Imagem em foco permitem levantar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre as temáticas abordadas no módulo, como o contato e o interesse por livros e o conhecimento sobre narrativas de aventura, bem como incentivá­los a identificar e analisar elementos da linguagem não verbal.

2. Incentive­os a prestar atenção nos detalhes da cena e chame atenção para a maneira pela qual uma imagem não verbal pode comunicar diversas informações e apresentar possibilidades narrativas por meio de cores, tons, formas, dimensões etc.

3. O objetivo da atividade é incentivar os estudantes a buscar sentidos e interpretações voltadas para o tema do módulo. Lembre ­se de que eles podem não conhecer o curta­metragem; por isso, deixe que a turma trace hipóteses de maneira livre.

4. Comente com a turma que a prática de leitura é essencial na formação escolar e que a literatura amplia nosso conhecimento acerca de assuntos variados.

13 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 13 06/06/22 16:16
13

BNCC

Habilidades do Capítulo 1

TEXTO

• EF69LP44

• EF69LP45

• EF69LP49

• EF67LP27

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

• EF69LP45

• EF69LP49

• EF67LP23

EXPLORANDO O TEXTO

• EF69LP44

• EF69LP45

• EF69LP54

• EF67LP27

TEXTOS EM DIÁLOGO

• EF69LP45

POR DENTRO DA LÍNGUA

• EF69LP03

• EF69LP05

• EF69LP45

• EF69LP49

• EF69LP56

• EF06LP04

LINGUAGEM E SENTIDOS

• EF69LP03

• EF69LP05

• EF69LP55

TEXTO

• EF69LP56

• EF67LP08

PROPOSIÇÕES

Antes de iniciar a leitura do texto, explore as questões iniciais do capítulo e levante os conhecimentos prévios dos estudantes sobre os gêneros capa e quarta capa. Adicionalmente, avalie a fluência deles em leitura.

Ao propor a leitura de capa e quarta capa de livro, o objetivo pedagógico deste capítulo é ampliar o estudo de diferentes gêneros textuais, não restritos somente ao texto escrito, mas também que contemplem imagens e apresentem diferentes suportes e formas textuais. Considerando a importância de levar os estudantes a ler e compreender diferentes gêneros, de forma crítica e autônoma, recomenda­se realizar uma leitura que considere as propostas sugeridas em Estratégias de leitura a seguir.

Ao longo da leitura, é recomendável manter uma posição dialógica em sala de aula, evitando oferecer aos estudantes respostas prontas e preferindo incentivar a livre participação deles, a fim de levá­los a refletir

A leitura pode nos levar a muitos lugares e nos fazer conhecer personagens e histórias incríveis. Ao adentrar nesse universo, geralmente, o primeiro contato que um leitor tem é com a capa de um livro. Por isso, ela é considerada o cartão de visita de um livro, sendo um de seus elementos mais chamativos. Além da capa, a maioria dos livros apresentam textos na quarta capa.

Você acredita que a função da capa de um livro é só atrair os leitores? De que maneira ela pode ajudar na interpretação da obra? Por que algumas capas conquistam os leitores e outras não? A quarta capa tem a mesma função que a capa de um livro? Que informações você imagina que um texto de quarta capa precisa ter? Compartilhe suas opiniões respeitosamente com os colegas e escute com atenção as respostas deles. Respostas pessoais.

Leia a seguir a capa e a quarta capa do livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra?, adaptação de uma história em quadrinhos de mesmo nome.

Capa do livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra?, publicado pela editora Novo Século, em 2018.

sobre suas próprias considerações. Lembre ­se de que as questões sugeridas podem auxiliar os estudantes a compreender a construção de sentidos e orientá­los a reconhecer características do gênero em estudo.

Ao discutir as questões iniciais do capítulo, espera­se que os estudantes infiram as funções da capa de um livro, como instigar os leitores a ler a obra e dar identidade a ela (nome do

autor, título do livro, nome da editora que o publicou), podendo trazer situações ou cenas que compõem a narrativa. Espera­se que os estudantes compreendam que a quarta capa traz outras informações a respeito do livro e contribui para que o leitor se interesse ou não pela leitura dele. Na quarta capa, podemos encontrar o logotipo da editora, resenhas sobre a obra, o código de barras, entre outros.

CAPÍTULO1
CAPA DE LIVRO E QUARTA CAPA
EDITORA NOVO SéCULO 14 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 14 06/06/22 16:16 14

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Explique aos estudantes que a capa de um livro é formada por quatro páginas: a primeira capa, a segunda capa, a terceira capa e a quarta capa, e que eles só irão analisar a primeira e a quarta capas. Após ouvir os comentários da turma, explique que as capas e quartas capas têm a função de identificar o livro para o consumidor e, por

VOCABULÁRIO

elemento e que antecipações de fatos ele sugere. Peça a eles que avaliem a capa e a quarta capa, digam se elas cumprem o objetivo e comentem se se sentiram atraídos pela leitura do livro com base nas informações que localizaram até o momento e por quê. Após essa conversa inicial, proponha uma leitura silenciosa dos textos e, depois, a leitura compartilhada em voz alta.

REALIZAÇÃO

Caso você ainda não tenha abordado as informações contextuais dos textos lidos, elas podem ser encontradas em Quem é o autor e exploradas com os estudantes. Verifique com a turma se há dúvidas de vocabulário, esclareça ­ as coletivamente e leia o boxe Vocabulário

ARTICULAÇÃO COM

GEOGRAFIA

isso, apresentam elementos que visam instigar o interesse pelo seu conteúdo. Em seguida, peça que observem a capa, identifiquem quais elementos sugerem o assunto que será tratado no livro e explicitem o título, a figura da capa, as cores, o conhecimento do filme, da personagem etc.

Solicite que observem a quarta capa e o título que aparece nela, imaginando o que poderá acontecer na história com base nesse

Indica ­ se a possibilidade de desenvolvimento de trabalho de maneira interdisciplinar com o componente Geografia. Com base na representação do país fictício de Wakanda, conhecido por sua industrialização e tecnologia avançadas, é possível explorar o objeto de estudo identidade sociocultural. O professor convidado pode propor que os estudantes identifiquem e analisem as modificações feitas pelo ser humano nas paisagens naturais em diferentes comunidades a fim de construir novos espaços de vivência. Esse estudo pode ser realizado por meio de imagens e representações relativas aos povos originários, em especial. Cabe também, se possível, incluir nessa seleção sociedades oriundas do universo da ficção.

Quarta capa do livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra?, publicado pela editora Novo Século, em 2018. HOLLAND, Jesse J. Pantera Negra: quem é o Pantera Negra? Tradução de Caio Pereira. São Paulo: Novo Século, 2018. Capa e quarta capa. Massiva: numerosa, imensa.
QUEM É O AUTOR RACHEL LUNA/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/ GETTY IMAGES VIA AFP EDITORA NOVO SéCULO 15 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 15 06/06/22 16:16 15
Jesse J. Holland (1971-) é um jornalista estadunidense que escreveu a adaptação em livro das histórias em quadrinhos do personagem Pantera Negra. Além de trabalhar como repórter cobrindo assuntos relacionados à raça e etnia, ele também é autor de outros livros de ficção derivados de obras cinematográficas.

PROPOSIÇÕES

Em Conversando sobre o texto, os questionamentos possibilitam o trabalho de inferência com os estudantes, ao mobilizar os conhecimentos prévios sobre os gêneros e a temática propostos e ao verificar as hipóteses apresentadas por eles a respeito dos super­ heróis no contexto real, com base nas experiências prévias de leitura.

Retome, oralmente, as características da capa e da quarta capa do livro. Organize ­ os em duplas para que possam trocar conhecimentos e buscar soluções de forma conjunta, além de desenvolver habilidades de comunicação e colaboração entre eles.

REALIZAÇÃO

Conversando sobre o texto

1. A atividade visa incentivar os estudantes a compartilhar opiniões, levando ­ os a se posicionar e a argumentar de modo coerente. Espera­se que, por se tratar das preferências de leitura juvenil e devido à possível identificação dos estudantes com a personagem, eles compartilhem com a turma as experiências da leitura com interesse e disposição.

2. Em razão da faixa etária, é possível que conheçam o herói em questão ou estejam familiarizados com esse tipo de personagem, uma vez que fazem parte do universo juvenil, e queiram dividir com a turma suas experiências.

3. A atividade possibilita aos estudantes construir sentidos e conexões do texto com conhecimentos prévios.

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

1. A capa e a quarta capa desse livro fizeram você se interessar pela leitura da obra? Explique. Resposta pessoal.

2. Você já conhecia essa personagem? Há outros super-heróis que despertam seu interesse? Quais? Respostas pessoais.

3. Super-heróis são seres dotados de poderes extraordinários que, em sua grande maioria, ajudam a transformar o mundo em um lugar melhor. Pensando em pessoas reais, quem poderia ser considerado um super-herói onde você vive? Por quê? Respostas pessoais.

TEXTO EXPLORANDO O

TEXTO E CONTEXTO

1. a) Os estudantes devem identificar os elementos verbais, como o título da obra, o nome do autor, o nome das editoras ou selos que publicam essa obra, e os elementos não verbais, como a imagem do protagonista da narrativa.

1. b) Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois a postura e o uso da armadura sugerem atitudes de coragem e prontidão da personagem, por exemplo.

1. c) A imagem do Pantera Negra aparece no centro de uma silhueta de uma metrópole, onde é possível ver variados edifícios e arranha-céus, evidenciando o nível de desenvolvimento desse lugar.

1. A capa de um livro pode apresentar informações variadas sobre a obra.

a) Releia a capa do livro e identifique as informações principais que aparecem nela.

b) A posição da personagem na capa dá pistas sobre quem é ele? Explique.

c) A narrativa da obra se passa na nação fictícia de Wakanda, localizada no continente africano. De que maneira essa informação aparece na capa do livro?

2. A capa do livro fornece elementos que evidenciam uma visão de mundo a respeito do super-herói.

a) Quais são os valores evidenciados pelo codinome da personagem, pela cor de seu uniforme e por sua origem?

b) Você conhece, já leu livros ou quadrinhos ou assistiu a filmes ou séries em que o super-herói é negro? Que relação pode ser estabelecida entre o Pantera Negra e esses outros super-heróis? E quanto aos temas dessas narrativas, que relação pode ser estabelecida entre essas histórias? Respostas pessoais.

c) Na atualidade, você acredita que é importante livros e quadrinhos abordarem aspectos das culturas africanas? Justifique. Resposta pessoal.

3. Identifique entre as alternativas a seguir o propósito da capa desse livro e transcreva-a no caderno. Alternativa D

A. Alertar para a influência das tecnologias e os riscos de seu uso em excesso.

B. Criticar a alienação dos jovens diante de personagens promovidos pelas mídias.

C. Destacar o nível de criatividade de super-heróis como o Pantera Negra.

D. Proporcionar estímulos à curiosidade e ao interesse do leitor para a leitura do livro.

2. a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam a valorização de aspectos da cultura africana para a construção da personagem. 16

D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 16

Comente que o herói pode ser uma pessoa real capaz de superar um problema, lutar por alguma causa ou alguém que arrisca a vida por outrem; já o super­ herói é um personagem do campo ficcional que tem poderes sobre ­humanos capazes de salvar vidas e até planetas.

PR OPOSIÇÕES

Em Explorando o texto, recomenda­se retomar a leitura de trechos do texto que permitam aos estudantes refletir sobre as questões propostas. É fundamental que eles reconheçam as condições de produção da época em que a obra foi publicada, como parte fundamental da compreensão do contexto dela.

06/06/22 16:16
16

4. a) O livro foi publicado em 2018. Espera-se que os estudantes identifiquem que essa informação, presente na quarta capa, é importante para situar o livro cronologicamente em um universo literário.

4. A capa e a quarta capa também apresentam informações específicas aos leitores.

a) Em que ano o livro foi publicado? Por que é importante essa informação aparecer em um livro? Justifique.

b) Na sua opinião, que conhecimentos e preferências de leitura deve ter o autor desse livro para que ele possa escrever uma obra como essa?

5. Releia o texto da quarta capa do livro.

4. b) Espera-se que os estudantes infiram que o autor, deve, antes de tudo, ser um leitor de obras de ficção e de aventuras e, principalmente, ser um aficionado por histórias em quadrinhos para conhecer a personagem sobre o qual escreve.

a) Quais são as informações do texto que permitem identificar as personagens e saber onde a história do livro se passa?

b) De que maneira essas informações ajudam a compreender a trama? Exemplifique com trechos do texto.

c) Com base nesse contexto, o que você imagina que irá acontecer com o herói? Resposta pessoal.

6. Na sua opinião, o texto da quarta capa serve para atrair ou para afastar o leitor? Por quê?

6. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que, de modo geral, textos de alguns aspectos da trama de um livro e, dessa maneira, atrair o interesse do leitor. quarta capa têm a finalidade de explicar

7. Se você tivesse que selecionar um livro para ler, levaria em consideração as informações da quarta capa? Por quê?

7. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes concluam que o texto da quarta capa dá aos leitores mais informações sobre a obra.

8. Releia a seguir trechos do texto da quarta capa. No caderno, transcreva o trecho em que aparece uma avaliação sobre a obra. Alternativa C

a. No entanto, invasores dão as caras para saquear as riquezas de Wakanda [...].

b. T’Challa, conhecido como o Pantera Negra, é o último desses reis [...].

c. [...] um herói em seu auge e um marco cultural para os dias atuais.

5. a) O texto informa sobre a linhagem de reisguerreiros de Wakanda, incluindo o protagonista T’Challa, e descreve as habilidades extraordinárias do Pantera Negra e a força de sua armadura.

d. [...] raro metal símbolo da economia e das façanhas tecnológicas de Wakanda.

O príncipe T’Challa, mais conhecido como Pantera Negra, é um super-herói criado em 1966 pelo escritor Stan Lee (1922-2018) e pelo ilustrador Jack Kirby (1917-1994). Ele é considerado o primeiro super-herói negro das histórias em quadrinhos estadunidenses, tendo surgido antes de outros heróis como Luke Cage, Blade e Lanterna Verde. Uma das histórias em quadrinhos mais famosas desse super-herói é Quem é o Pantera Negra?, publicada em vários volumes entre 2005 e 2006. Além de centenas de histórias em quadrinhos, esse personagem apareceu no universo cinematográfico em 2018, em um longa-metragem com o ator Chadwick Boseman (1976-2020) no papel principal.

3. Comente que o texto não aborda os riscos do uso da tecnologia (alternativa A ), não critica a alienação dos jovens em relação ao personagem do super­ herói (alternativa B) nem destaca a criatividade na construção de personagens como o Pantera Negra (alternativa C ).

4. b) Pode ­ se explorar o currículo do autor, que traz o envolvimento de Jesse J. Holland com temas como raça e etnia.

5. c) Incentive ­ os a levantar hipóteses sobre o que irá acontecer com o herói. Se preferir, comente que no Capítulo 2 eles lerão um trecho de capítulo do livro.

6. e 7. Retome as questões iniciais realizadas antes da leitura do texto. Espera­se que infiram que, de modo geral, textos de quarta capa têm a finalidade de explicar alguns aspectos da trama de um livro e atrair o interesse do leitor.

9. Que aspectos você levou em conta para chegar à resposta da atividade anterior?

Resposta pessoal. Resposta pessoal.

10. Esse livro é a adaptação de uma história em quadrinhos. Na sua opinião, por quais motivos uma obra como essa pode ter sido adaptada para o formato de livro?

A capa e a quarta capa são textos que permitem aos leitores saber mais sobre o conteúdo de um livro. A capa apresenta o título e a autoria da obra, a editora que a publica, além de muitas vezes ter uma imagem sugestiva. A quarta capa geralmente apresenta um texto que sintetiza a obra e ajuda a despertar a curiosidade do leitor.

5. b) Com base no texto da quarta capa, espera-se que os estudantes notem que o conflito do enredo está na chegada de invasores que querem saquear as riquezas de Wakanda. Sugestão de resposta: “No entanto, invasores dão as caras para saquear as riquezas de Wakanda num ataque brutal liderado por Ulysses Klaw.”.

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

1. A atividade retoma aspectos gerais sobre o texto, como suas informações principais, elementos da personagem e onde a narrativa se passa.

2. b) Comente que existem outros personagens de HQs que são negros, como Raio Negro

e Vixen e uma versão do Homem­Aranha negro em animação.

2. c) Espera ­ se que os estudantes infiram a importância de dar representatividade às culturas africanas e às populações afrodescendentes de diferentes países, incluindo o Brasil, pois isso contribui para que as personagens sejam exemplos relevantes.

8. e 9. Espera­se que reconheçam que o auge é evidenciado pelo fato de o super­herói ser negro, ter surgido como uma figura que atraiu grande parcela do público e que é considerado um marco cultural porque passou a ser um representante da cultura negra, referência de luta e bravura.

10. Os estudantes podem destacar a história, por acontecer em outra época, e o personagem, por ser um super­herói afrodescendente.

17
17
16:16
D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd
06/06/22
17

PROPOSIÇÕES

Em Composição e linguagem, o enfoque recai sobre elementos da composição e aspectos dos usos da linguagem dos gêneros capa e quarta capa, a fim de que os estudantes consolidem o reconhecimento dos elementos fundamentais dos gêneros (como título, autoria da obra e editora) e compreendam suas funções. Pode ­se propor uma leitura em grupo de capas e quartas capas de livros variados, para que reconheçam a variedade desses gêneros.

Pode­se também levantar conhecimentos prévios dos estudantes sobre linguagem verbal e não verbal. Não é necessário introduzir esses conceitos ainda, uma vez que eles serão apresentados neste módulo. Explore comparativamente os textos verbais (título, autoria) e os não verbais (logomarca da editora, ilustração ou fotografia etc.) das capas e quartas capas de livros com a turma.

REALIZAÇÃO

Composição e linguagem

1. b) Comente que a estratégia usada na capa busca estabelecer uma relação de afinidade entre aquele que está lendo a imagem e o protagonista da história.

2. A atividade explora os efeitos de sentido das cores na capa do livro. Deixe que os estudantes comentem livremente os aspectos e os efeitos de sentido percebidos, incentivando ­ os a justificar essas percepções.

3. A atividade pode ser feita com base em uma nova leitura do texto da quarta capa do livro. Espera­se que os estudantes notem que, entre os elementos listados nas alternativas,

COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM

1. a) Espera-se que os estudantes identifiquem os elementos principais: no primeiro plano, destaca-se a personagem em posição de alerta (com uma postura como se estivesse preparado para entrar em combate); ao fundo, aparece a silhueta de edifícios de uma cidade (com muita fumaça avermelhada). A imagem pode ser referência a um momento marcante ou um resumo dos acontecimentos.

1. A capa desse livro é composta por textos verbais e não verbais.

a) Analise o texto não verbal e destaque os elementos que o compõem. O que essa imagem mostra?

b) Observe os olhos do Pantera Negra na capa. A quem o personagem parece dirigir o olhar? Que efeito de sentido essa imagem produz?

1. b) A personagem parece estar olhando diretamente para o leitor. O efeito de sentido é de estabelecer contato com o leitor, atraindo a atenção dele para a leitura.

2. As cores presentes na capa também produzem efeitos de sentido no leitor.

2. a) Além da cor preta no traje do super-herói, predominam vários tons de vermelho no fundo da imagem.

2. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes notem que os tons de vermelho sugerem que a narrativa será de conflitos e de desafios perigosos para o super-herói.

2. c) Essas cores produzem um efeito dramático à cena, aumentando o clima de tensão sobre os desafios do super-herói.

a) Quais são as cores que predominam na capa?

b) O que essas cores sugerem a respeito do clima da narrativa?

c) Que efeito de sentido o uso dessas cores na capa produz na cena ilustrada?

3. A quarta capa do livro apresenta outras informações a respeito da obra. Qual das alternativas a seguir está ausente na quarta capa que você leu? No caderno, transcreva a alternativa correta. Alternativa D

A. Um título que destaca o conflito da história do livro.

B. Um resumo do enredo e das características da obra.

C. O nome das editoras e um código de barras que identifica o livro.

D. O preço do livro e uma indicação da faixa etária do público leitor da obra.

D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd

estão presentes o título, o resumo dos acontecimentos, o nome da editora e o código de barras. Estão ausentes o preço do livro e a indicação da faixa etária do público leitor da obra. Comente que muitas livrarias praticam preços diferentes para uma mesma obra (um dos aspectos que influem na precificação, por exemplo, é o lugar ou região em que elas se localizam), por isso o valor do livro não costuma ser impresso na capa.

EDITORA NOVO SéCULO
18
18
18 06/06/22 16:16

7. b) Espera-se que os estudantes identifiquem que o uso do tempo verbal no presente indica que os fatos ocorrem no momento em que a história é narrada.

4. Releia o terceiro parágrafo da quarta capa, em que aparece uma pergunta.

a) A quem ela se dirige? Ela se dirige ao provável leitor do livro.

b) Quais são os efeitos de sentido dessa pergunta no texto?

4. b) Espera-se que os estudantes infiram que se trata de uma estratégia para aproximar-se do leitor e gerar interesse pela leitura, com base na ideia sobre “o que vai acontecer com o herói”.

5. Releia a seguir trechos do texto da quarta capa que constroem imagens de diferentes personagens.

Trecho 1

5. b) Para o herói (trecho 1), as palavras ajudam a construir uma imagem de um personagem bom, justo, poderoso e dotado de grande força física. Para o vilão (trecho 2), os substantivos constroem uma imagem de um personagem cruel, violento e vingativo.

T’Challa, conhecido como o Pantera Negra, é o último desses reis – um herói dotado de incrível velocidade, força e agilidade [...].

Trecho 2

5. c) Espera-se que os estudantes reconheçam, na comparação desses substantivos, um contraste de sentidos que ajuda a criar o clima de embate entre bem e mal, incentivando o leitor a escolher um lado e a conhecer o desfecho dessa batalha.

Esse assassino tem nas mãos o sangue do pai de T’Challa e traz consigo um exército de mercenários superpoderosos […].

a) Identifique a quais personagens se refere cada trecho, relacionando-o ao herói ou ao vilão.

b) Com base nas palavras em destaque em cada trecho, qual é a imagem construída para cada personagem?

c) O uso dessas palavras na caracterização das personagens pode ajudar a convencer o leitor a ler o livro? Explique.

6. Releia nos trechos as palavras incrível e superpoderosos. Que efeitos de sentido elas produzem ao atribuir características às personagens?

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

As cores nas capas de livros

Para ampliar o conhecimento a respeito do uso significativo das cores nas capas de livros, sugere­se a realização da atividade a seguir. Comente com os estudantes o fato de as capas de livros serem, geralmente, coloridas. De acordo com o professor Fernando Kawakubo, a cor exerce efeitos fisiológicos sobre o ser humano, podendo evocar juízos e sentimentos. A cor vermelha, por exemplo, pode significar alerta, paixão; a azul, estabilidade, calmaria; a verde, positividade, conforto etc. Para saber mais, acesse o link : https://edisciplinas.usp.br/ pluginfile.php/4583241/mod_ resource/content/1/cores.pdf (acesso em: 10 maio 2022).

6. As palavras incrível e superpoderosos enfatizam os atributos do herói (velocidade, força e agilidade) e o poder do vilão e seu exército de mercenários, evidenciando o clima de disputa entre os adversários.

7. O texto da quarta capa pode ser dividido em três partes, marcadas pelo tempo de cada acontecimento.

a) No início do texto, a palavra manteve indica que os fatos ocorreram no passado. Em seguida, há uma mudança no tempo desses acontecimentos. Qual é essa mudança? Exemplifique com trechos do texto.

As formas verbais passam a ser usadas no tempo presente. Sugestão de resposta: “[...] invasores dão as caras para saquear as riquezas de Wakanda [...]”.

b) O que essa mudança no tempo dos acontecimentos indica?

c) No penúltimo parágrafo, a pergunta indica uma ação futura. O que essa mudança indica? Explique o efeito de sentido que ela produz.

A composição da capa e da quarta capa de um livro deve permitir ao leitor compreender do que ele trata, qual editora o publica, quem é seu autor, entre outras informações. A capa geralmente apresenta textos verbais (título, autoria) e não verbais (logomarca da editora, ilustração ou fotografia etc.) que fazem referência ao conteúdo da obra. A quarta capa apresenta elementos variados, como um resumo do conteúdo do livro capaz de despertar o interesse do leitor e informações sobre a identificação da obra (código de barras). Quanto à linguagem, é comum o uso de palavras que identificam personagens e acontecimentos e que evidenciam características e qualidades da obra.

efeito de despertar a curiosidade do leitor para descobrir se o fato irá se realizar ou não. 19

Oriente os estudantes a pesquisar os efeitos de sentido produzidos pelo uso de outras cores, como branca, preta, cinza etc. A escolha das cores pode ser a mais variada possível. Considerando a influência das cores no comportamento das pessoas, peça à turma que componha um desenho para ser colocado no espaço escolar, relacionando uma cor ao lugar. Depois de prontos os trabalhos, solicite que comentem as associações feitas

D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 19

4. a) Estimule a turma a comentar quem seria o provável leitor do livro.

5. e 6. As atividades trabalham com os efeitos de sentido das palavras usadas para a construção da imagem de duas personagens, como substantivos e adjetivos. Não é necessário apresentar os conceitos neste momento, mas

é fundamental levar os estudantes a compreender os sentidos, positivos ou negativos, atribuídos pelas palavras analisadas.

7. a) Espera­se que os estudantes identifiquem a função do uso do tempo verbal no presente para indicar que os fatos ocorrem no momento que a história é narrada.

COMO são feitas as capas dos livros? O processo de criação de uma capa (com Giovanna Cianelli). 2020. Vídeo (15min29s). Publicado pelo canal Antofágica. Disponível em: https://youtu.be/ OdER0WIwWd4. Acesso em: 10 maio 2022.

Esse vídeo tem um enfoque histórico sobre a linguagem visual de capas de livros e destina-se à ampliação dos conhecimentos do professor.

5. a) O trecho 1 apresenta o herói, e o trecho 2 apresenta o vilão. 7. c) O uso da forma verbal poderá indica que o fato ainda não aconteceu, que se trata de uma possibilidade. Ela produz um
09/06/22
10:20
19
PARA ASSISTIR

PROPOSIÇÕES

Se possível, organize os estudantes em círculo para realizar a prática proposta no primeiro momento desta seção. Atente ­ se para que todos participem livremente da discussão.

Se houver um laboratório de informática na escola, verifique a disponilidade dele e reserve um horário para que os estudantes possam, na prática, explorar as funcionalidades do site em que se encontram os comentários feitos pelos usuários; é possível, por exemplo, propor que busquem comentários referentes a livros que já leram. Outra possibilidade é projetar na sala de aula o site e explicar à turma o funcionamento dele, por meio da leitura de comentários previamente selecionados por você. Nesse momento, enfatize a maneira com que os usuários da rede social se posicionam criticamente sobre os livros lidos nos comentários elaborados por eles.

REALIZAÇÃO

1. a) É recomendável incentivar a troca de experiências de leitura entre os estudantes, a fim de que comentem seus interesses literários e quais fontes confiáveis eles consultam para apoiá ­ los na escolha de um livro para ler.

1. b) Incentive os estudantes a comentar com os colegas suas impressões sobre o livro.

1. c) A atividade tem como enfoque o tom da linguagem. É recomendável aprofundá ­ la pedindo aos estudantes que, ao explorarem os aspectos positivos que os leitores destacam

O site em que os comentários foram publicados é uma rede social que funciona como plataforma de compartilhamento de leituras e avaliação de livros. Nela, os leitores podem compartilhar resumos de obras e seus comentários sobre os livros que leram ou que querem ler.

Quarta capa de livro e comentário do leitor

Quem nunca teve dúvidas sobre qual livro ler, qual filme assistir, qual game jogar? O que você leva em consideração ao fazer essas escolhas? Compartilhe suas respostas com os colegas.

A capa e a quarta capa têm por finalidade atrair a atenção e despertar o interesse do leitor para a obra que está sendo apresentada. Leia a seguir dois comentários feitos por leitores da obra Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra?

Danilo.Santiago 20/03/2022

Não dá pra ler esse livro só uma vez! Além de amar muuuuito o Pantera Negra, acho que a história do livro prende a gente pela riqueza dos detalhes e pela possibilidade de conhecer mais e mais sobre o herói. Ainda tem a questão da representatividade dele, né? Não só dele como de outras personagens tb, Shuri, Ramonda.

gostei (1) comentários (0) comente

PatrAcia.Bressy 17/03/2022

Pantera Negra

Pensar em um personagem negro como protagonista seria, até então, algo bastante inusitado. Nesse livro, no entanto, temos um herói negro que consegue fazer com que seu país se sobressaia em meio a outras nações poderosas e imperialistas.

gostei (0) comentários (0) comente

PANTERA Negra: Quem é o Pantera Negra? Resenhas mais comentadas. Skoob. [S. l.], [c2022]. Disponível em: www.skoob.com.br/livro/resenhas/777692/mais-comentadas/. Acesso em: 22 mar. 2022.

D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 20

em seus comentários sobre o livro, explicitem palavras dos textos que reforçam esses sentidos positivos.

2. Se possível, acesse com a turma sites de recomendações de livros para identificar o que oferecem, quais finalidades podem ser observadas, quais elementos – resenhas, comentários, biografias, lançamentos, ranking de melhores livros etc. – aparecem.

3. Se possível, proponha uma reflexão sobre o papel do fã na difusão de produções artístico ­ culturais. Pergunte, por exemplo, se os estudantes já conheceram alguma dessas produções a partir de indicação de algum amigo ou familiar.

DIÁLOGO TEXTOS EM
ACERVO PESSOAL ACERVO PESSOAL 20
06/06/22 16:16 20

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

1. Esses comentários foram publicados em uma rede social de leitura.

1. a) Espera-se que os estudantes infiram que é possível que outros leitores se sintam curiosos, a partir

PARA LER

Elaboração de um comentário

a) Você acredita que esses comentários ajudariam o leitor a se interessar pelo livro? Por quê?

da leitura desses comentários, a ler o livro.

b) Com base nesses comentários, você sentiu interesse em ler esse livro? Resposta pessoal.

1. c) O tom é de elogio e de valorização da obra; os elementos que o evidenciam são as

c) Que tom os leitores imprimem aos comentários feitos? Que elementos em seus textos evidenciam esse tom ao público leitor?

quatro estrelas que eles atribuem à obra.

2. Com que finalidades esse site abre espaço para leitores publicarem e compartilharem comentários?

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes identifiquem como principais

3. Você acredita que comentários de fãs podem ser feitos também sobre outras produções culturais além de livros? Justifique sua resposta.

finalidades a divulgação de livros e o estímulo à leitura gerado por comentários, apreciações e avaliações feitos pelos leitores.

4. Nos comentários que você leu, os dois leitores apresentam um parecer favorável ao livro e destacam a representatividade do herói. Qual dos comentários apresenta um ponto de vista mais crítico em relação ao mundo em que vivemos? Por quê?

4. O segundo comentário, pois o leitor faz uma crítica à falta de visibilidade de personagens negros nas produções culturais em geral e realça a visão de progresso de uma nação africana.

5. O primeiro leitor dá um tom informal ao seu comentário. Que estratégias ele usa para persuadir o leitor? No caderno, transcreva a(s) alternativa(s) que contém(contêm) essa estratégia.

Amoras, de Emicida, ilustrações de Aldo Fabrini. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2018.

Primeiro livro infantil do autor Emicida, que procura contar uma história cheia de poesia, mostrando a importância de conhecermos nossa essência e combatermos o preconceito.

Para ampliar a participação dos estudantes em práticas de apreciação literária e de objetos culturais, peça a eles que elaborem um comentário sobre um livro que tenha marcado, positivamente ou não, a jornada deles como leitores. Solicite que escolham um livro (de preferência, algum que já tenham lido) para compartilhar suas impressões com os colegas.

A. Deixar claro que a leitura do livro a fez conhecer mais sobre a história do Pantera Negra.

Alternativas A , B e D

B. Exaltar o fato de o personagem ter poder e representatividade.

C. Destacar de que forma os fatos acontecem e como eles são contados.

D. Expressar a vontade de ler várias e várias vezes o livro.

6. Compare os comentários feitos pelos leitores com a capa do livro que você analisou na seção Texto desde módulo. Que elementos presentes nesses comentários podem ser visualizados na imagem que compõe a capa?

7. Compare os comentários com o texto da quarta capa apresentado na seção Texto

a) Quanto ao conteúdo, os dois textos são argumentativos, pois tentam convencer o leitor a ler um livro. Qual é a diferença entre esses textos quanto à abordagem?

b) Nesses textos, predomina a linguagem mais formal ou mais informal?

Na quarta capa, há o predomínio de um registro formal da linguagem; nos comentários, esse registro varia de informal (no primeiro comentário) para mais formal (no segundo comentário).

D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 21

4. Se julgar necessário, leve os estudantes a refletir criticamente sobre os efeitos de sentido do trecho que trata da representatividade negra na literatura e nos quadrinhos e sobre a valorização de nações africanas. Caso considere adequado, pode ­ se trabalhar a questão das nações africanas em colaboração com os professores de Geografia e de História.

3. Espera-se que os estudantes compreendam que os textos avaliativos e opinativos, como esses comentários, podem ser feitos para qualquer produção cultural (filmes, séries, games, peças de teatro, shows, exposições e muitas outras).

6. É possível ver a representatividade do herói, como um personagem negro, devido à postura e à posição em que se encontra, o poder da nação em que ele vive, visualizado na representação da cidade, que aparece como fundo da imagem.

7. a) A quarta capa apresenta um texto objetivo que sintetiza o enredo do livro, evidencia as qualidades do herói e visa fomentar o interesse pela leitura; os comentários são textos opinativos de apreciação da produção, em que os leitores expõem seus posicionamentos e destacam tópicos distintos da obra que de alguma maneira os agradam.

Peça a eles que escrevam um pequeno comentário semelhante aos que leram. Se preferir, oriente ­ os a produzir o comentário em forma de postagem ou de vídeo para as redes sociais – não é necessário que os estudantes tenham perfis em redes sociais, tampouco que postem suas produções lá. Combine antecipadamente os critérios para a elaboração, como a duração do vídeo ou o número de caracteres para o texto escrito, e as datas para o compartilhamento desses comentários com os colegas.

13/06/22 07:45

5. Recomenda ­ se explorar todas as alternativas com os estudantes, para que eles identifiquem se cada uma das estratégias de persuasão está presente no texto do primeiro comentário.

6. e 7. Essas atividades demandam a releitura dos textos da capa e da quarta capa do livro. Incentive os estudantes a identificar, em cada releitura, os elementos que os comentários destacam.

COMPANHIA DAS LETRINHAS
21
21

PROPOSIÇÕES

Para verificar o que os estudantes sabem do tema a ser abordado, explore com eles as noções de linguagem verbal e linguagem não verbal. Anote na lousa as respostas que surgirem e confirme oralmente as hipóteses levantadas pela turma.

Se possível, reserve um momento para analisar em grupo capas de livros variados – seja retomando a leitura do Capítulo 1 ou apresentando novas capas. Sugere ­se pesquisar previamente algumas capas de livros antes de compartilhá­las.

Recomenda ­ se fazer essa proposta de leitura antes da realização da atividade 1. Incentive os estudantes a refletir sobre os elementos presentes nas capas selecionadas, trabalhando os efeitos de sentido da linguagem verbal e da linguagem não verbal de cada uma. Se possível, organize ­ os em duplas para a realização da atividade, de modo que possam compartilhar informações e analisar diferentes pontos de vista.

REALIZAÇÃO

Por dentro da língua

1. Propõe ­ se com essa atividade que os estudantes infiram alguns elementos do enredo do livro pela capa.

1. a) Espera­se que os estudantes infiram que a Turma dos Tigres gosta de desvendar mistérios e ajudar os outros. Comente que esta é uma coletânea composta por seis livros e que a Turma dos Tigres é formada pelos amigos Patrick, Gigi e Lu, que vivem aventuras em diversos lugares do mundo, desvendando mistérios e enfrentando múmias, robôs, ninjas, entre outros.

22

Linguagem verbal e linguagem não verbal

A capa do livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra? que você leu na seção Texto deste capítulo é composta por linguagem verbal, representada no título e na autoria, e por linguagem não verbal, representada na imagem do super-herói.

1. Leia a seguir outra capa de livro.

Nessa aventura, um grupo de amigos conhecido como “A Turma dos Tigres” passa férias em um acampamento, em um vilarejo na Noruega. Enquanto descansam, eles são surpreendidos por um estranho avião que assusta os habitantes da cidadezinha em que estão.

2. a) Dois meninos e uma menina que aparecem na capa e provavelmente integram a Turma dos Tigres. O destaque desses personagens na capa sugere que eles serão os protagonistas da história e aqueles que desvendarão o mistério.

2. b) O avião parece ter uma luz fosforescente, o que induz o leitor a imaginar que seja algo sobrenatural. O efeito de sentido é de algo fora do normal ou estranho.

Capa do livro O avião fantasma, de Thomas C. Brezina, publicado pela Editora Ática, em 2019.

a) O título do livro sugere que a narrativa trará desafios e perigos para os personagens. Como você imagina a Turma dos Tigres? O que eles parecem gostar de fazer?

b) Além do título, a capa desse livro traz pistas sobre o seu conteúdo. Que hipóteses você poderia levantar a respeito da história do livro?

Respostas pessoais. Resposta pessoal.

2. As imagens e as cores da capa possibilitam fazer inferências a respeito da narrativa.

a) Quem possivelmente desvendará o mistério do avião fantasma? Como é possível inferir isso?

1. b) É importante que os estudantes percebam que o jogo de cores e sombras da capa sugere um tom sombrio, evidenciando o clima de mistério explicitado no título e que provavelmente permeará a narrativa.

D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd

2. a) Explique que esses personagens são os membros da Turma dos Tigres, grupo de amigos que protagoniza as aventuras da série de mesmo nome.

POR DENTRO DA LÍNGUA
EDITORA ÁTICA 22
b) Como o avião é representado? Que efeito de sentido essa ilustração pode produzir? 22 06/06/22 16:16
3. Deixe que os estudantes descrevam o cenário livremente e verifiquem se os colegas percebem elementos diferentes.
4. Comente com a turma que o livro é destinado ao público infantojuvenil e que, por isso, a capa dele deve atrair o leitor por meio da ludicidade, da imaginação e de imagens para instigar sobre o enredo.

3. Observe o lugar onde os jovens se encontram.

a) Que elementos compõem o cenário?

b) Que atmosfera esses elementos produzem e que efeitos de sentido trazem para o leitor?

4. A capa despertou sua curiosidade e interesse para ler esse livro? Justifique sua opinião. Resposta pessoal.

Em geral, a capa de um livro produz efeitos de sentido por meio do uso das linguagens verbal e não verbal.

Linguagem verbal é aquela que utiliza a palavra – o signo linguístico – na comunicação. A linguagem verbal tem duas modalidades: modalidade oral e modalidade escrita

Linguagem não verbal é aquela que utiliza símbolos, imagens, dança, tom de voz, postura corporal, pintura, música, mímica, escultura e gestos como meio de expressão.

No dia a dia, é possível encontrar vários exemplos de textos que utilizam essas linguagens. Há muitos textos compostos quase exclusivamente por linguagem verbal, como as leis e os textos acadêmicos. Há muitos que são compostos apenas de linguagem não verbal, como fotografias, memes e grande parte da sinalização de trânsito – como semáforos e a maior parte das placas. O mais comum é que ambas as linguagens se complementem em textos, como peças publicitárias, tirinhas, cartazes, placas de trânsito, gifs, memes e muitos outros.

ATIVIDADES

1. As imagens a seguir são comuns em meio digital e costumam ser facilmente compreendidas por usuários da internet.

PROPOSIÇÕES

Recomenda ­ se que a abordagem dos conceitos de linguagem verbal e de linguagem não verbal tenha como base a realidade e os conhecimentos prévios dos estudantes. Pode ­ se trabalhar com a linguagem verbal e a linguagem não verbal por meio de textos da internet que as mesclem. O uso de emojis, por exemplo, possibilita que o autor da mensagem evidencie seu estado de espírito (alegria, tristeza, raiva etc.) sem a necessidade de usar palavras e estabelece uma aproximação maior com o interlocutor. Para se comunicar de maneira eficaz, o falante escolhe diferentes linguagens, de acordo com suas intenções com o interlocutor, o assunto e a situação de comunicação.

Se julgar necessário, diga aos estudantes que signo linguistíco é a relação que se estabelece entre um significado (conceito, elemento abstrato) e um significante (elemento material).

a) No caderno, escreva o que significa cada uma delas empregando a linguagem verbal.

b) Agora, junte-se a um colega e, no caderno, transformem as mensagens a seguir em linguagem não verbal. Para isso, vocês podem usar desenhos ou símbolos, por exemplo.

• É proibido o uso de celular.

• Trânsito permitido às bicicletas.

• É proibido nadar no local.

1. a) Sugestões de resposta: buscar ou pesquisar, tela ou página inicial de sites, pausa (em áudios ou vídeos) e zoom ou ampliação do conteúdo.

• É permitida a entrada de animais. Respostas pessoais.

D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 23

Com isso em mente, antes de iniciar as atividades propostas em Atividades, oriente os estudantes a observar os usos da linguagem verbal e da linguagem não verbal no dia a dia e a registrar esses usos. Sugere­se realizar a proposta a seguir por meio da metodologia ativa da sala de aula invertida, de maneira que os estudantes coletem previamente materiais de pesquisa e possam fazer essa pesquisa e dialogar sobre esses materiais durante a aula.

Ao final, pode ­ se propor que os estudantes criem, coletivamente, um dicionário da turma para registrar os emojis mais usados.

REALIZAÇÃO

Atividades

06/06/22 16:16

É importante, nesse trabalho em sala, levar os estudantes a analisar a composição dos efeitos de sentido da linguagem não verbal predominante nos emojis Podem­se realizar as perguntas a seguir.

• Quais são os emojis mais utilizados?

• Já teve algum problema ao empregar um emoji ?

• Você acredita que o emprego de emojis contribui para tornar a mensagem mais clara?

1. Incentive o compartilhamento da atividade e os comentários dos estudantes, comentando as adequações e opinando se as imagens empregadas estão coerentes com o que se pretende dizer ou não, se a mensagem não verbal está clara para o interlocutor etc.

IMAGENS: MOOFER/ SHUTTERSTOCK.COM
3. b) Esses elementos produzem uma atmosfera de mistério e medo; pretendem despertar a curiosidade e o interesse do leitor sobre o livro, para tentar descobrir o que irá acontecer com esses personagens. 3. a) Espera-se que os estudantes identifiquem a fogueira ao centro e a silhueta de altos pinheiros que circundam o local onde os jovens se encontram, sob um céu escuro e cinzento.
23
23

REALIZAÇÃO

Atividades

2. Ao realizar a atividade, promova uma discussão sobre a importância da linguagem não verbal na construção de sentidos.

3. a 6. Nessas atividades, é importante que os estudantes percebam que somente a sequência de imagens e as expressões das personagens, na composição da charge, não seriam suficientes para que a mensagem fosse compreendida. Os poucos elementos verbais presentes, somados aos elementos não verbais, fundamentalmente contribuem para o entendimento do texto.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Linguagem não verbal

Proponha aos estudantes a criação de uma sequência de ações apenas com o uso da linguagem não verbal. Essa atividade tem como objetivo fazer com que eles percebam como um discurso pode ser construído apenas com base na linguagem não verbal. Observe as orientações a seguir.

1. Em duplas, oriente­ os a pensar em situações possíveis do cotidiano. Exemplos: um menino anda de bicicleta e algo inusitado acontece; uma menina encontra uma cédula de R$ 10,00 no caminho para a escola etc.

2. Peça que planejem o desenvolvimento da cena em que se passa a situação escolhida.

3. Oriente ­ os a distribuir as ações em três ou quatro quadros, usando somente recursos não verbais.

4. Em seguida, os estudantes deverão trocar o trabalho

2. a) Mostra uma grande quantidade de troncos de árvore e a última delas sendo cortada por um homem.

2. b) Os demais quadrinhos mostram a trajetória desses troncos de árvore até a fábrica de celulose que os transforma em papel para o nosso uso.

2. Leia a charge a seguir.

a) Observe o primeiro quadrinho. O que ele mostra?

b) E o que é mostrado nos demais quadrinhos?

3. Na charge, o papel é transformado em cartazes.

3. a) O fato de que os cartazes, elaborados com papel fabricado a partir da destruição das árvores, têm a finalidade de conscientizar as pessoas para a preservação da natureza, isto é, das próprias árvores.

a) Que situação dá um tom inusitado à cena do último quadrinho?

b) Qual é a crítica presente na charge?

3. b) A charge critica o desmatamento, o desperdício de papel e, acima de tudo, a hipocrisia de pessoas que dizem defender a preservação do meio ambiente, mas agem de forma contraditória ao que pregam.

4. Que linguagem predomina nessa charge: a linguagem verbal ou a linguagem não verbal? Predomina a linguagem não verbal.

5. Sim. A linguagem é usada para identificar a fábrica por um letreiro (“CELULOSE”) e para explicitar o slogan do cartaz (“PRESERVE AS ÁRVORES”).

5. A linguagem verbal aparece na charge? Exemplifique com trechos do texto.

6. Em sua opinião, a linguagem verbal poderia ser excluída desses quadrinhos? Explique.

6. Espera-se que os estudantes infiram que ela é essencial para a produção dos efeitos de sentidos do texto, não podendo ser excluída.

com outra dupla e escrever legendas e/ou balões que expressem com coerência as ações desenhadas.

5. Ao concluírem, peça às duplas que destroquem os trabalhos e avaliem se a elaboração verbal corresponde ao que está representado no desenho ou se há algo em desacordo.

Santiago
SANTIAGO. [Preserve as árvores] Ninguém é de ferro. Porto Alegre: L&PM, 1993. p. 15.
24 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 24 09/06/22 10:20 24

PROPOSIÇÕES

E ESCRITA LINGUAGEM SENTIDOS E

Variação linguística e adequação de linguagem

Uma das formas que temos para interagir uns com os outros por meio das linguagens são as diferentes línguas, como é o caso da língua portuguesa. Os textos deste capítulo mostram que a língua possibilita inúmeras formas de utilizar as linguagens para nos comunicarmos e que seu uso irá depender de fatores diversos ligados à situação de comunicação, à finalidade do texto e à relação com o interlocutor, por exemplo.

1. Releia os dois comentários lidos na seção Textos em diálogo.

Danilo.Santiago 20/03/2022

Não dá pra ler esse livro só uma vez! Além de amar muuuuito o Pantera Negra, acho que a história do livro prende a gente pela riqueza dos detalhes e pela possibilidade de conhecer mais e mais sobre o herói. Ainda tem a questão da representatividade dele, né? Não só dele como de outras personagens tb, Shuri, Ramonda.

gostei (1) comentários (0) comente

PatrAcia.Bressy 17/03/2022

Pantera Negra

Pensar em um personagem negro como protagonista seria, até então, algo bastante inusitado. Nesse livro, no entanto, temos um herói negro que consegue fazer com que seu país se sobressaia em meio a outras nações poderosas e imperialistas.

gostei (0) comentários (0) comente

1. a) Os dois comentários usam a linguagem verbal, mas, no primeiro comentário, se emprega um registro mais informal da linguagem; no segundo comentário, o registro é mais formal.

a) Os comentários foram publicados com a mesma finalidade e para o mesmo público leitor. O que é semelhante e o que é diferente quanto à linguagem utilizada nos dois trechos?

b) Na sua opinião, as duas formas de usar a linguagem estão adequadas à situação de comunicação? Ou apenas uma delas? Justifique seu ponto de vista.

1. b) Espera-se que os estudantes infiram que os dois tipos de linguagem estão adequados, pois o site em que os comentários foram publicados tem um público variado e com diferentes perfis. Assim, os dois textos atingem seus objetivos de expressar opiniões de leitores sobre livros que leram.

Em Linguagem e sentidos, como forma de preparação dos estudantes para o trabalho com conceitos de variação linguística, pergunte se já perceberam que seus colegas ou professores de outras regiões do país usam palavras e expressões diferentes e falam com sotaques diversos. Se desejar, anote na lousa o que for compartilhado por eles, sanando eventuais dificuldades na compreensão de expressões e explicando a origem ou a situação em que são utilizadas. Caso surjam manifestações de preconceito linguístico neste momento, atente­se para levar a turma à reflexão sobre a existência de variações estigmatizadas e prestigiadas da língua e sobre a importância da valorização da diversidade e do combate ao preconceito. É fundamental evidenciar que toda língua varia e que essa mudança não se dá somente em um nível amplo (como a diferença de falares de nações ou de estados); dá­se, também, em um nível individual. Se julgar necessário, pode ­se comentar com a turma que a língua é um conjunto de variações linguísticas e que não se deve estabelecer hierarquias entre elas.

D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd

REALIZAÇÃO

Linguagem e sentidos

1. Essa atividade possibilita a discussão sobre o preconceito linguístico, pois os estudantes podem achar que, por se tratar de textos publicados na internet para outros leitores, seria inadequado usar uma linguagem

08/07/22 16:47

informal. Possibilita, também, uma reflexão sobre a diversidade de linguagens e sua adequação ao contexto, para que a turma desenvolva a prática consciente do uso da língua.

BAGNO, Marcos. Variação linguística. In: FRADE, Isabel Cristina Alves da Silva; VAL, Maria da Graça Costa; BREGUNCI, Maria das Graças de Castro (org.). Glossário Ceale: termos de alfabetização, leitura e escrita para educadores. Belo Horizonte: UFMG/Faculdade de Educação, 2014. Disponível em: www. ceale.fae.ufmg.br/glossarioceale/ verbetes/variacao-linguistica. Acesso em: 10 maio 2022.

Para aprofundar as noções de variação linguística, sugere-se ao professor a leitura do texto disponível no site do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale), ligado à Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

PARA ACESSAR
Acervo PessoAl Acervo PessoAl
25
25
25

REALIZAÇÃO

2. Faça com os estudantes uma leitura completa da capa de revista, destacando os efeitos de sentido das linguagens verbal e não verbal. É importante que eles reconheçam a expressão “é o bicho!” na manchete principal. Além disso, leve ­ os a identificar, na referência do texto, o contexto de publicação da revista: a expressão “fim de ano” na capa se justifica por se tratar de uma edição publicada em dezembro. Retome essas noções das condições de produção e explore os efeitos de sentido na atividade 3. c), na sequência.

3. Para abordar essa atividade, considere os conhecimentos prévios dos estudantes sobre formalidade e informalidade na comunicação. Esse é um bom momento para promover uma avaliação diagnóstica do que eles conhecem a respeito dos usos da língua nos diferentes contextos sociais.

3. a) Espera­se que os estudantes notem que o tom de coloquialidade da revista é uma estratégia de aproximação do público leitor, por meio do uso de uma linguagem mais informal.

3. c) Espera ­ se que os estudantes infiram que maior formalidade poderia afastar o interesse do público­alvo dessa revista.

2. Agora, leia esta capa de revista.

2. a) Espera-se que os estudantes notem que a edição trata de animais com base em uma abordagem científica.

2. b) O público-alvo são crianças. Além do nome da revista (Ciência Hoje das Crianças), os títulos da capa (”Fim de ano é o bicho!”) e de textos da revista (“Quem tem medo de ave de rapina?“, “Tem boto na pescaria!” e “Você sabia que a orca é um golfinho?”) e o traço (ou estilo) da ilustração evidenciam esse público.

a) De que assuntos essa edição da revista trata?

b) Qual é o público-alvo dessa revista? Que elementos na capa evidenciam que ela se dirige a esse leitor?

3. a) Espera-se que os estudantes notem que a linguagem informal dá um tom de coloquialidade à revista, além de aproximá-la do público leitor.

3. Observe que a capa tem títulos mais informais.

a) Que efeitos de sentido esse uso da linguagem produz?

b) Na sua opinião, qual é a finalidade do uso da informalidade?

3. b) A finalidade é criar uma linguagem acessível ao público-alvo, embora trate de temas científicos.

c) Se o título da edição fosse ”Os animais e seus hábitats”, o efeito de sentido seria o mesmo? Explique.

3. c) Espera-se que os estudantes infiram que não, pois maior formalidade poderia não atrair o leitor.

Na língua portuguesa existem “muitas línguas”, isto é, diferentes maneiras de usar a língua para interagir. Nas variadas situações de comunicação, é possível notar que pessoas de diferentes lugares ou de diferentes idades usam palavras, expressões e modos de falar distintos. Cada um desses modos de falar recebe o nome de variação linguística

Variação linguística refere-se à transformação de palavras, expressões e de pronúncia determinada por fatores como profissão, classe social, região, idade, nível de escolaridade e situação de comunicação. Esses variados modos de usar a língua podem ocorrer tanto nas modalidades oral e escrita da língua quanto em seus registros formal ou informal.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

A linguagem nas situações de comunicação

Para ampliar a discussão sobre a importância da adequação da linguagem em situações comunicativas diversas e refletir sobre o preconceito linguístico, muitas vezes presente na comunicação diária, pode ­se propor aos estudantes a leitura da

entrevista com Eduardo Calbucci, disponível em: www.museudalinguaportuguesa.org.br/ preconceito ­ linguistico ­ uma ­ entrevista ­ com­ eduardo ­ calbucci (acesso em: 10 maio 2022).

O entrevistado é mestre e doutor em Linguística pela Universidade de São Paulo e foi curador da exposição Menas, o certo do errado, o errado do certo, à mostra no Museu da Língua Portuguesa em 2010.

CIÊNCIA HOJE DAS CRIANÇAS. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, ano 29, ed. 285, dez. 2016.
26 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 26 29/07/22 13:41 26
INSTITUTO CIÊNCIA HOJE

Como vimos, a autora do segundo comentário emprega o verbo amar com um sentido de “gostar muito”, um uso muito próprio da linguagem informal. Nas chamadas da revista, também optou-se pelo uso de uma linguagem mais informal.

Variações geográficas

São os jeitos de falar de um país, uma região, um estado, uma cidade ou mesmo um bairro. No Brasil, embora todos falem a mesma língua, existem diferenças, como os vários usos de certas palavras e expressões e a pronúncia de determinados sons, o que chamamos de sotaque. Os baianos, por exemplo, usam a expressão enxame de gente para dizer que há “muita gente” em um lugar; os gaúchos chamam tangerina de bergamota; para o mineiro, é comum usar a palavra trem para designar qualquer objeto.

Variações históricas

São os jeitos de falar que mudam com o tempo. Pessoas de diferentes idades usam palavras e expressões distintas: em diferentes momentos do passado, as palavras vossa mercê ou vosmecê deram origem à palavra você. Muitas pessoas ainda usam termos e expressões ou grafias diferentes de palavras conforme eram usadas no passado.

Variações socioculturais

São os jeitos de falar que mudam conforme o grau de escolaridade, o grupo de profissionais, o grupo social e as condições socioeconômicas. As revistas dirigidas a um público específico, como a Ciência Hoje das Crianças, procuram usar uma linguagem adequada à faixa etária do leitor. Muitos grupos sociais, como esportistas ou profissionais de uma área, utilizam gírias ou jargões específicos daquele grupo.

Variações situacionais

São os jeitos de falar que mudam conforme a situação de comunicação em que o falante se encontra. Quando uma pessoa apresenta um trabalho acadêmico para uma plateia, é mais comum ela usar um registro formal nessa fala; mas, quando for explicar esse mesmo assunto entre amigos, é mais comum ela usar um registro informal.

Registro é a variação presente na fala de uma pessoa. Essa variação irá depender da situação em que ela se encontra. O registro formal é uma forma mais monitorada, em que o falante geralmente se preocupa em usar as regras gramaticais regidas pela norma-padrão. O registro informal é uma forma menos monitorada, empregada pelo falante em situações de menor formalidade.

Norma-padrão é o termo usado para designar o conjunto de regras descritas pela gramática normativa para regulamentar o uso da língua. Ainda que nem sempre essas regras correspondam ao modo como a língua é utilizada no dia a dia, é fundamental que o falante as conheça para que possa fazer uso consciente e reflexivo delas quando a situação de comunicação exigir.

Como vimos, é a situação de comunicação que irá definir a linguagem que o falante deverá usar. O falante deve desenvolver a competência comunicativa para saber em quais momentos pode ou deve se expressar de determinada maneira.

D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd

PROPOSIÇÕES

Ao trabalhar os conceitos de variação linguística apresentados neste momento da seção Linguagem e sentidos, utilize a lousa como apoio para explicar aos estudantes as definições de cada tipo de variação. Inicie perguntando a eles se existe somente um modo de se expressar em língua portuguesa. Espera­se que respondam que a língua difere de acordo com fatores, tais como o lugar em que é falada. Com base nos comentários e exemplos oferecidos pela turma, construam, de modo coletivo e dialogado, as definições de variação geográfica, variação histórica, variação situacional e de registro formal e registro informal. Instigue ­ os a refletir sobre a importância de dominar a norma­padrão e de adequar a fala à situação comunicativa.

CAMACHO, Roberto. Norma culta e variedades linguísticas. Caderno de formação: formação e professores – didática dos conteúdos, v. 3, p. 34-49, São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. Disponível em: http://acervodigital.unesp.br/ bitstream/123456789/40354/1/ 01d17t03.pdf. Acesso em: 11 maio 2022.

O artigo propõe uma reflexão considerando que a língua expressa variações de acordo com a identidade do emissor e do receptor e das condições sociais da comunicação.

PARA LER
27
27
27
11/06/22 08:02

PROPOSIÇÕES

Em Atividades, é recomendável aproveitar o início dessas atividades para avaliar o que os estudantes apreenderam sobre os conceitos de variações linguísticas e de adequação da linguagem. Pode ­se desenvolver, antes da realização dos conteúdos, um trabalho de pesquisa sobre variações linguísticas do Brasil. A prática, desenvolvida na seção Atividade complementar, realiza­se por meio de uma proposta de pesquisa que mobiliza metodologias ativas e viabiliza o protagonismo do estudante na construção das próprias aprendizagens.

REALIZAÇÃO

1. Ao iniciar a leitura do texto, em diálogo com o texto lido na seção Texto do Capítulo 1, pergunte aos estudantes o que sabem do material vibranium, presente nas narrativas de aventura do super­herói Pantera Negra. Pergunte a eles se acreditam que pode haver, no mundo real, elementos que a ficção tenta imitar. Deixe que exponham livremente suas opiniões e impressões sobre elementos ficcionais de narrativas de aventura. Em Saiba mais, há informações sobre superpoderes de super­heróis cuja criação é inspirada em descobertas científicas do mundo real. Caso os estudantes conheçam outros exemplos, permita que os partilhem com a turma.

1. a) Incentive os estudantes para que tentem explicar o que entenderam do texto. Ajude ­ os a estabelecer a relação do vibranium com o nióbio – um metal que tem propriedades próximas às atribuídas ao vibranium, elemento fictício citado no texto.

1. b) Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois o site divulga pesquisas realizadas na própria universidade, tanto para um público de especialistas quanto para um público de leigos interessados em informações científicas, por isso é adequado utilizar uma linguagem formal.

ATIVIDADES

1. c) Espera-se que os estudantes infiram que não, pois a informação apresenta jargões científicos que os estudantes dessa faixa etária poderiam não compreender.

1. Os superpoderes do Pantera Negra são atribuídos à sua armadura feita de vibranium. Leia o texto a seguir para conhecer um material que se parece muito com esse elemento químico fictício.

Pesquisa e Inovação

“Vibranium da vida real”

Rede de pesquisadores da UFMG estuda aplicações inovadoras do Nióbio sexta-feira, 13 de setembro 2019, às 13h30 atualizado em terça-feira, 17 de setembro 2019, às 12h09

“O vibranium da vida real”, afirma Luiz Carlos Oliveira, professor do departamento de Química da UFMG, ao estabelecer uma comparação entre o nióbio e o elemento químico fictício dos filmes da Marvel, o vibranium. O nióbio é um metal de transição comumente utilizado para ligas metálicas, podendo conferir leveza e grande resistência mecânica ao aço, por exemplo, e integrar a estrutura de foguetes, jatos, mísseis, oleodutos e carenagens de veículos. Para além, é um material tão versátil que pode ter aplicações no tratamento contra o câncer, no armazenamento de energia limpa, em supercapacitores e no clareamento dental, conforme os estudos da rede de pesquisa formada pelo professor vêm demonstrando.

[...]

“VIBRANIUM da vida real”. TV UFMG. Belo Horizonte, 13 set. 2019. Disponível em: https://ufmg.br/comunicacao/ noticias/a-versatilidade-do-niobio.

a) Você conseguiu entender o que é o vibranium? Explique com suas palavras o que é esse elemento. Resposta pessoal.

b) Esse texto foi publicado em uma seção intitulada “Pesquisa e Inovação” do site de uma universidade federal. Na sua opinião, a linguagem empregada está adequada à situação de comunicação?

c) Se esse mesmo texto fosse publicado em um site dirigido a crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental, a linguagem estaria adequada? Explique.

2. No texto foi empregado um registro formal da linguagem. No caderno, transcreva a alternativa que justifica o seu uso.

Alternativa B.

A. O texto foi publicado em um site da internet.

B. O texto divulga um assunto científico em um site dirigido a um público interessado em conhecimento.

C. O conceito foi elaborado por especialistas em um site para o público infantil.

D. Textos publicados em sites devem ser elaborados usando esse mesmo registro.

1. b) Leve ­ os a refletir sobre a situação de comunicação e as condições de produção de um site que divulga pesquisas realizadas em uma universidade. Proponha que observem as características do texto e do suporte, como o público ­alvo a que se destina (leigos interessados em informações científicas), a função social desse texto (divulgação científica e didatização do conhecimento) e a adequação da linguagem à situação de comunicação.

1. c) Ao realizar essa atividade, pode ser produtivo retomar os conhecimentos construídos ao longo da leitura da capa da revista Ciência Hoje das Crianças (CHC), vista anteriormente

2. Essa atividade aprofunda as noções sobre os usos do registro formal da linguagem. Caso considere necessário, faça a análise de cada alternativa da atividade 2, explicitando aos estudantes que nem todo texto publicado

Acesso em: 23 dez. 2021.
28 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 28 09/06/22 10:20 28

3. No texto predomina a variação sociocultural, pois o texto foi publicado em um site especializado e apresenta jargões específicos daquele grupo de especialistas (no caso, especialistas em química), mas adéqua a linguagem para leigos compreenderem. Espera-se que os estudantes identifiquem termos como nióbio, elemento químico, ligas metálicas, resistência

3. Que variação linguística predomina no excerto? Justifique sua resposta com palavras ou trechos do texto.

5. Espera-se que os estudantes observem que o uso desse registro possibilita inferir a precocidade do personagem, demonstrada pelo registro e pelos questionamentos que ele faz à professora.

SAIBA MAIS

Muitos superpoderes dos super-heróis estão associados a tecnologias e descobertas científicas – que deram certo ou não. O vibranium, por exemplo, é um metal raro fictício encontrado nas terras de Wakanda, usado tanto na armadura do Pantera Negra quanto no escudo do Capitão América. O personagem Hulk consegue se transformar porque foi exposto a uma radiação capaz de alterar seu DNA. Já o Homem de Ferro utiliza uma armadura altamente tecnológica. Os X-Men, por sua vez, são um grupo de mutantes que têm diferentes superpoderes decorrentes de suas mutações genéticas.

Frame do filme Homem de Ferro, dirigido por Jon Fraveau (Estados Unidos, 2008).

6. a) Não. Espera-se que os estudantes infiram que ele fica emburrado com a sugestão de que teria de se esforçar mais, sugerindo assim que ele não se esforça de fato na escola.

comportamento de Calvin e à reação da professora. Espera­se que eles observem que, ainda que o uso do registro formal seja esperado em uma situação formal como a da aula, Calvin age de maneira questionadora, soando inadequado ou desrespeitoso. Proponha que reflitam sobre situações informais em que o uso da linguagem informal pode ser respeitoso e educado.

6. A atividade explora a competência de inferir com base na compreensão da tirinha.

6. a) Espera­se que os estudantes identifiquem que Calvin, no último quadrinho, apresenta uma expressão de irritação.

6. b) Explore com a turma quais seriam as possíveis respostas que gerariam a reação oposta de Calvin, deixando­o alegre. Espera­se que eles relacionem a ideia de estar bem preparado e ter um bom emprego à ausência de esforço.

WATTERSON, Bill. [Você tem uma pergunta, Calvin?] Os dias estão todos ocupados: as aventuras de Calvin e Haroldo. São Paulo: Conrad, 2011.

a) Na tirinha, o personagem Calvin questiona a professora. Qual é a preocupação dele, expressa no primeiro quadrinho?

Ele expressa preocupação em estar sendo bem-preparado para o próprio futuro profissional.

b) Essa questão é própria a uma criança da idade dele? O que isso revela sobre o seu jeito de ser?

Não, a preocupação é própria a outra faixa etária, como adolescentes e jovens adultos. Espera-se que os estudantes notem que esse jeito de ser indica um comportamento questionador.

5. Calvin emprega o registro formal em sua fala. Considerando que ele é uma criança, o que o uso desse registro possibilita inferir a respeito do personagem?

6. Na tirinha da atividade 4, a professora faz uma sugestão a Calvin.

a) É possível dizer que Calvin vai se comprometer com uma mudança de atitude? Explique.

b) Na sua opinião, por que a reação de Calvin produz humor? Espera-se que os estudantes infiram que o humor é provocado pelo fato de Calvin reagir de forma contrária ao que se espera, pois ele demonstrou, até então, ser bastante consciente e preocupado com sua educação.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR Variações linguísticas

Organize os estudantes em grupos e oriente­ os a pesquisar vídeos ou áudios na internet em que as variações linguísticas do Brasil sejam observadas. Peça­lhes que exibam os falares de diferentes regiões sem que revelem de onde são, para que os demais grupos possam inferir a região do país onde aquelas variações ocorrem.

D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 29

Federal de Minas Gerais (UFMG), para apresentar pesquisas realizadas por químicos na área da ciência tanto para um público especializado no assunto quanto para leigos.

4. Explore a compreensão sobre a leitura da tirinha, evidenciando o público ­alvo a que se direciona em comparação com a idade do personagem Calvin.

11/06/22 08:03 em um site da internet usa o mesmo registro formal (alternativas A e D), podendo haver predominância do registro informal em redes sociais e em sites do campo jornalístico ­midiático; explique que o site da área de comunicação da UFMG não é voltado para crianças (alternativa C ), ao contrário da revista CHC, mencionada anteriormente.

3. Explique que o texto foi produzido provavelmente por jornalistas da Universidade

5. Explore os aspectos inusitados e bem­ humorados da tirinha, relacionados ao

Após descobrirem as regiões, conclua enfatizando a diversidade de falares no país, e comente que nenhum falar pode ser considerado mais ou menos relevante que outro, uma vez que todos atendem às necessidades de seus usuários, e que respeitar as variações linguísticas contribui para evitar os preconceitos linguístico e social.

4. Leia a tirinha a seguir.
© 1992 WATTERSON
MARVEL ENTERPRISES/ROSENTHAL, ZADE/ALbuM/FOTOARENA CALVIN & HObbES, bILL WATTERSON
/ DIST. bY ANDREWS MCMEEL SYNDICATION
29
mecânica e supercapacitores
29

REALIZAÇÃO

7 c) É importante os estudantes compreenderem que essas palavras devem ser usadas em situações informais e em conversas entre pessoas com as quais se tenha intimidade. Em situações de comunicação formais, elas devem ser evitadas.

8. b) Sugira que pesquisem em dicionários as acepções da palavra miar, de modo que verifiquem se o sentido expresso no texto está registrado na norma ­ padrão. Espera ­ se que concluam se tratar de uma gíria, que atribui um sentido novo a uma palavra existente –essa noção de neologismo será retomada mais adiante neste volume. Se desejar aprofundar o trabalho com variações linguísticas, peça que reproduzam um diálogo similar ao da atividade 7, substituindo as palavras por termos equivalentes da sua comunidade linguística.

9. Espera ­ se que identifiquem os efeitos de sentido mais frequentes para cada emoji É possível que os sentidos sejam diferentes em alguns grupos de estudantes.

10. Reserve um momento para introduzir noções de práticas de pesquisa (observação, tomada de nota e construção de relatórios) aos estudantes para que eles possam realizar um levantamento dos emojis que mais utilizam nas mensagens pessoais. O relatório consiste na lista com o desenho dos emojis mais usados pelas duplas. Verifique se há dificuldades. Nessa atividade, desenvolve­se o trabalho com variação linguística, ao abordar as marcas de variação relativas aos registros informais da língua, levando ­ os a

8. a) Predominam a variação situacional, já que o falante faz uso do registro informal da língua com base na situação de comunicação, e a variação sociocultural, pois o falante usa palavras e expressões específicas de um grupo de amigos.

7. A comunicação instantânea por escrito, possibilitada por aplicativos de mensagens, é uma das mais usadas atualmente. Leia a reprodução desta conversa entre amigos.

ESTOURO p. 30

a) Nessa situação de comunicação predomina qual registro: formal ou informal? Esse uso está adequado? Explique.

b) No caderno, transcreva palavras que indicam esse registro.

c) Você já usou algumas dessas palavras em suas conversas? Quais? Em que situações? Respostas pessoais.

7. a) Predomina o registro informal. Sim, está adequado, pois se trata de uma conversa entre amigos, uma situação de proximidade entre eles.

7. b) Sugestões de resposta: as palavras moleque (“mlk”), você (“cê”), está (“tá”), “naum” (para não), “chovê” (para chover) e as gírias beleza, show, finde, miou, de boa

9. a) Espera-se que os estudantes identifiquem estes efeitos de sentido: o primeiro é um rosto com olhos arregalados, geralmente usado com sentido de surpresa, espanto ou estupefação diante de algo ou de alguém; o segundo é um rosto bufante, geralmente usado para expressar raiva ou frustração; o terceiro é um rosto sorridente com óculos de sol, geralmente usado para denotar ironia ou desprendimento, tranquilidade para solucionar uma situação.

Acervo pessoal das autoras.

8. Na conversa da atividade anterior, podemos encontrar o uso de dois tipos de variação linguística.

9. b) Ao usarem os emojis, os interlocutores revelam o que sentem no momento em que estão escrevendo ou lendo a resposta.

a) Quais são essas variações? Justifique sua resposta.

b) Na frase “Miou então a viagem?”, qual é o significado da palavra em destaque?

9. Nessa conversa, também é possível identificar o uso de emojis

a) Para você, qual é o efeito de sentido de cada um desses emojis?

b) O que os interlocutores revelam ao usar esses emojis em sua conversa?

c) Se a comunicação fosse formal, esses emojis poderiam ser usados? Como você acha que eles poderiam ser substituídos nessa situação?

d) Você já usou algum desses emojis em suas mensagens? Em quais situações? Respostas pessoais.

10. Junte-se a um colega e façam um levantamento dos emojis que vocês usam em suas mensagens. Em seguida, construam em uma folha à parte uma lista com o desenho dos mais usados, escrevendo, ao lado, o que significam e em que situações vocês utilizam cada um deles Resposta pessoal.

9. c) Em uma comunicação formal, em geral, não é adequado o uso dos emojis. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem palavras, como interjeições, que poderiam substituir os emojis 30

reconhecer as situações nas quais os emojis podem ser usados. Considere o protagonismo dos estudantes durante a realização da proposta. Pode­se trabalhar em interdisciplinaridade com o componente Matemática para a coleta, a organização e o registro de dados, de maneira a representá­los em gráficos que identificam os emojis mais usados no dia a dia da turma.

ACERVO PESSOAL/ARTEM MASHCHENKO/SHUTTERSTOCK.COM 8. b) Nesse contexto, a forma verbal miou foi utilizada para indicar que algo não deu certo ou que algo não se concretizou.
D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 30 11/06/22 11:36 30

NARRATIVA DE AVENTURA CAPÍTULO2

O texto que você vai ler a seguir é parte de um capítulo do livro Pantera negra: Quem é o Pantera Negra?, cujas capa e quarta capa foram lidas no Capítulo 1 deste módulo.

No trecho, o herói descobre que sua irmã está em perigo e fica em dúvida entre resgatá-la e lutar pelo próprio reino contra forças inimigas que atacaram Wakanda. Converse com os colegas a respeito das perguntas a seguir.

Levante algumas hipóteses sobre o texto que você vai ler. Se estivesse no lugar do super-herói, o que você faria: salvaria um familiar ou a sua terra? Por quê? Qual decisão você acha que o herói vai seguir? Quem você acredita que poderia ajudá-lo nessa missão? Compartilhe suas respostas respeitosamente e ouça as dos colegas com atenção.

Habilidades do Capítulo 2

TEXTO

• EF69LP44

• EF69LP49

• EF67LP27

• EF67LP28

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

• EF69LP44

• EF69LP49

• EF67LP23

EXPLORANDO O TEXTO

• EF69LP44

• EF69LP47

• EF69LP54

• EF67LP27

• EF67LP28

• EF67LP33

• EF67LP38

• EF06LP04

POR DENTRO DA LÍNGUA

• EF69LP45

• EF69LP54

• EF69LP56

• EF67LP08

• EF67LP32

• EF06LP04

Frame do filme Pantera Negra, dirigido por Ryan Coogler (Estados Unidos, 2018).

Wakanda é o reino do Pantera Negra, identidade secreta de T’Challa. É um país fictício, no coração do continente africano, que aparece em várias histórias em quadrinhos da Marvel. Além de seus arranha­céus futurísticos, Wakanda se destaca pelo uso de tecnologia avançada e pela fonte do mineral vibranium. Após a morte do rei T’Chaka, seu filho T’Challa torna­se responsável por defender e proteger o reino.

Respostas pessoais.

TEXTO

Agora, leia o texto e descubra como se desenrola essa aventura do Pantera Negra.

[...]

T’Challa passou a mão por sua moto a jato customizada e a preparou para partir para Niganda.

[...] Até o final do dia, ele esperava ter resolvido permanentemente dois importantes assuntos inconclusos. Tinha total confiança na habilidade de Wakanda de repelir as tropas nigandanas e os supervilões invasores, então não se preocupava com seu povo. Por outro lado, era hora do reino de M’Butu ser encerrado. Como Wakanda podia justificar a melhoria das vidas de pessoas além de vastos oceanos enquanto seus irmãos e irmãs, a poucos quilômetros dali, viviam em tal sordidez?

Não, era hora de M’Butu sair de cena — querendo ou não. [...]

Ele enrolou um de seus chicotes eletrificados e o guardou no último espaço livre, depois fechou o compartimento. Passou a perna por cima do banco, agarrou os guidões e ativou o motor de íons. O motor, muito apropriadamente, rosnou.

— Adoradas — disse o Pantera Negra, depois que desmontou, a caminho de Nakia e Okoye.

[...]

— Não posso levar vocês, Okoye. Partirei esta manhã, e não posso atrasar nem um pouco. Eu as deixo com minha mais preciosa posse: que

PROPOSIÇÕES

Se possível, organize os estudantes em círculo e pergunte a eles que histórias de aventura conhecem. Ao verificar os conhecimentos prévios da turma, mapeie as características do gênero a ser abordado que dominam. Permita que eles compartilhem o repertório cultural e literário com os colegas. Caso a turma seja grande, pode­se dividi­los

em grupos, reservando um momento para que conversem sobre o gênero, elencando as características e os títulos que conhecem. Explore as questões iniciais do capítulo. Explique que as narrativas de aventura descrevem ações vividas por um personagem que enfrenta situações de perigo em sua jornada. O leitor torce pela superação das dificuldades pelo protagonista, ao se envolver em sua história.

QUESTÃO DE FALA E ESCRITA

• EF67LP28

• EF67LP33

PRODUÇÃO ORAL

• EF69LP23

• EF69LP45

• EF69LP46

• EF69LP49

• EF06LP12

• EF69LP51

• EF69LP53

• EF67LP23

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Oriente os estudantes a observar os elementos que antecipam a história que irão ler: o título do livro, a informação de que se trata de um trecho de um capítulo do livro e uma apresentação resumida do enredo. Se necessário, retome com a turma, de forma oral, o que aprenderam nas aulas anteriores sobre o personagem Pantera Negra. Após essa conversa, proponha a eles a leitura individual do texto. Em seguida, organize uma leitura compartilhada, considerando fluência, entonação e expressividade. Recomenda ­se incentivá­los a recorrer a estratégias de contação de histórias a fim de envolver os ouvintes. Se desejar, divida entre os estudantes as falas do narrador e dos personagens Nakia, T’Challa, Shuri e Okoye.

BNCC
O
© MARVEL © WALT DISNEY STUDIOS MOTION PICTURES /EVERETT COLLECTION/FOTOARENA 31 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 31 06/06/22 16:16
CONTEXTO DO TEXTO
31

VOGLER, Christopher. A jornada do escritor: estrutura mítica para escritores. São Paulo: Aleph, 2015

Esse livro, destinado ao professor, analisa o conceito da jornada do herói tendo como base enredos de filmes e livros. É um livro teórico voltado para a construção das narrativas, considerando os mitos e arquétipos que as sustentam.

PARA ASSISTIR

VIVA: a vida é uma festa. Direção: Lee Unkrich. EUA: Walt Disney Studios, 2017. DVD (105 min).

Para explorar com os estudantes as características do gênero narrativa de aventuras, sugere-se esse filme de animação, que trata da história de Miguel Rivera, um garoto que é transportado para o mundo dos mortos, onde busca o trisavô, que foi músico. Inspirado na celebração do Dia dos Mortos, da cultura mexicana, o filme é uma oportunidade para a turma reconhecer a composição de uma narrativa de aventura e a caracterização das personagens e do espaço em que ocorre a história.

protejam a Rainha Mãe e a princesa. Protejam o palácio e aguardem o meu retorno, Adoradas. É isso que cabe a vocês.

— Não podemos, Amado. Shuri não está no palácio. — Nakia tremia e olhava para o piso do hangar; pelo visto a confissão lhe custava muito caro. — A princesa está no Grande Monte

T’Challa dirigiu-se até Nakia e levantou-lhe o queixo a fim de olhá-la nos olhos:

— Onde está a princesa, Nakia?

Ela se forçou a olhar diretamente nos olhos brancos da máscara de pantera do rei.

— O grande Monte, Amado. Ela partiu ontem à noite e ainda não retornou ao palácio

— E você sabe disso, como, Nakia?

T’Challa abriu a máscara e encarou a jovem, evidentemente, sentindo-se traído.

— Ela pediu que eu guardasse segredo e a ajudasse a investigar o problema do vibranium. — Nakia não parecia arrependida. — Eu ajudei. As Dora Milaje são fiéis aos desejos do rei e sua famí lia, mesmo quando o rei não valoriza o nosso trabalho.

— Entendi — T’Challa rosnou em wakandano. — Discutiremos isso depois.

T’Challa abriu o comunicador, ajustou o fone no ouvido e apertou vários botões num aparelho de mão para obter a conexão.

— Shuri? Shuri? — disse ele no fone.

Ouviu-se apenas estática na linha. T’Challa ouviu também passos suaves e um roçar de tecido. Depois um respirar desesperado, como se alguém tivesse a mão cobrindo a boca, tentando não fazer barulho.

— T’Challa? Shhh — Shuri finalmente respondeu, com mais estática crepitando no fundo.

— Shuri, você está bem? — T’Challa perguntou, falando baixo. — Está presa no desabamento?

— T’Challa — Shuri sussurrou, desesperada. Sua voz ecoava um pouco. — Desculpe por te desobedecer, meu irmão. Não culpe a Nakia... eu a forcei a ajudar.

T’Challa olhou para Nakia, que ainda estava em postura de alerta.

— Eu lidarei com tudo isso mais tarde. Qual o problema? Você consegue sair?

O míssil destruiu o elevador e a escadaria, e desabaram diversos túneis. Não sei o que restou.

— Por que está sussurrando? Não pode falar alto?

— Não! Fale mais baixo — ela pediu. — Estou me escondendo de um cara russo de pele verde. Ele está zanzando por aqui, falando sozinho o que vai fazer quando me pegar.

— Um homem verde? — Nakia perguntou.

T’Challa pediu a ela que se aproximasse.

— Um russo verde dentro do Grande Monte — sussurrou ele para a guarda-costas, que correu sacar o tablet. — Pesquise.

[...]

Nakia tocou o rei no ombro e levou o tablet para que ele pudesse ler o relatório.

— Igor Stancheck, o Homem Radioativo — ele leu para Shuri. — Exposto a radiação, pele verde brilhante, poder de manipular radiação por todo o espectro. Pode emitir calor, radiação pura e luz hipnótica

PARA LER
32 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 32 06/06/22 16:16 32

— Isso, isso. Você pode vir me buscar, T’Challa? Preciso de ajuda.

O rei soltou um suspiro demorado e desligou o aparelho. Por um segundo, apenas ficou de olhos fechados, mas logo se pôs a zanzar pelo hangar. Não seria fácil decidir. Se ele não fosse a Niganda, as tropas e os mercenários superpoderosos de M’Butu lutariam até o último homem, matando inúmeros wakandanos. Mas, se ele deixasse Shuri, e algo lhe acontecesse, ele jamais se perdoaria. De um jeito ou de outro, alguém estaria em risco.

Ele tornou a ligar a comunicação.

— Shuri, o reino está sob ataque, mas eu garanto que a ajuda vai chegar. Fique o mais distante que puder desse Stancheck. Quieta como a noite, ágil como o antílope. Lembra?

— Anda logo, T’Challa — Shuri sussurrou pela última vez, e desligou.

T’Challa baixou os olhos, o desespero evidente no rosto. [...]

— Vocês querem ordens, Adoradas? Eis as suas ordens — ele disse baixinho, num tom de voz que emanava poder. — Existem apenas três pessoas que Klaw não conseguiu matar: minha irmã, minha mãe e eu. Ele vai querer atacar o palácio em algum momento, e eu não deixarei minha mãe indefesa. Okoye, você defenderá a Rainha Mãe. Chame meu tio e o resto das suas irmãs, se precisar. Mas cabe a você, uma das maiores guerreiras do meu reino, protegê-la. Okoye — T’Challa alertou, falando com um rosnado discreto encrespando a voz —, se minha mãe morrer e você sobreviver, vai responder diretamente a mim. E eu não serei bondoso como foram com a sua general

Okaye assentiu, então o rei virou-se para a parceira dela.

— Nakia, você irá ao Grande Monte. Seu objetivo é defender a princesa. Mantenhaa viva e a salvo, não importa como. Você a colocou lá, agora terá que tirar. Esta noite, vocês serão os punhos da pantera. A ponta da lança sagrada. A Deusa Pantera me disse que eu devo confiar naqueles que amo para que seja feito o necessário. Eu não abandonarei a minha missão, Adoradas. Façam o mesmo com as suas.

— T’Challa — Nakia sussurrou com muito respeito, baixando-se num dos joelhos. — Eu não o decepcionarei, Amado Okoye fez a mesma postura.

— T’Challa. Eu não o decepcionarei, Amado.

O Pantera Negra assentiu, subiu na moto e acionou o motor. Após baixar a placa do rosto, olhou mais uma vez para as duas guerreiras e saiu feito um foguete para um dia ensolarado.

VOCABULÁRIO

Inconclusos: sem conclusões, não finalizados.

Sordidez: imundície, precariedade.

Estática: ruído de fundo em telefone ou rádio.

Crepitando: estalando ou pipocando.

Hipnótica: que provoca sono ou passividade.

Hangar: galpão para aeronaves.

Emanava: exalava, espalhava.

Encrespando: engrossando, irritando ou alterando (a voz).

REALIZAÇÃO

Após a leitura, verifique se há dúvidas quanto ao vocabulário do texto – não apenas em relação às palavras indicadas no boxe, mas também em relação a outras palavras que possam ser desconhecidas para os estudantes. Nesse momento, é possível propor a eles que substituam termos cuja compreensão foi difícil por outros, levando ­ os a verificar se as substituições estão adequadas ou não.

Se possível, pergunte aos estudantes se o texto lido pode ser considerado uma história com foco em uma aventura. Espera ­ se que eles consigam reconhecer nele algumas características do gênero narrativa de aventura.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Criação coletiva de uma narrativa de aventura Como forma de colocar em prática as inspirações produzidas pela leitura do texto, proponha aos estudantes a criação coletiva de uma história. Oralmente, um estudante deve iniciar uma história e, em sequência, os colegas devem continuá ­ la, com o acréscimo de ações, personagens, caracterização de ambiente etc. Incentive ­ os a usar a imaginação neste exercício de criatividade e a detalhar a história, atentando ­se à coesão e à coerência da narrativa que está sendo elaborada.

33
33
08:07 33
HOLLAND, Jesse J. Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra? Tradução de Caio Pereira. São Paulo: Novo Século, 2018. p. 181-185.
D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd
11/06/22

PROPOSIÇÕES

A fim de desenvolver estratégias de leitura, as hipóteses levantadas pelos estudantes e compartilhadas com a turma antes da leitura do texto principal do capítulo propiciam o trabalho de inferência.

Em Conversando sobre o texto, o objetivo pedagógico é verificar se essas hipóteses se confirmaram e se conseguiram antecipar o sentido do texto. Sugere­se organizar a turma em duplas para a realização das atividades. Verifique a compreensão do texto e a validação das hipóteses apresentadas antes da leitura dele.

REALIZAÇÃO

Conversando sobre o texto

1. In centive os estudantes a interagir, revelando as expectativas criadas e as constatações após a leitura do texto. Peça que opinem a respeito da narrativa e estabeleçam relações com a leitura feita no Capítulo 1 – que antecipava alguns elementos do enredo, que puderam ser comprovados ao longo da leitura. Desafie os estudantes a se posicionarem em relação às ações do protagonista, para que manifestem suas opiniões e as justifiquem.

2. Espera­se que os estudantes discutam sobre a necessidade de valorização da mulher na sociedade atual. É fundamental que esse papel seja destacado com partes do texto, explorando, por exemplo, as personagens Nakia, Shuri e Okoye. Se necessário, oriente­os a pesquisar informações sobre elas na internet, para compreenderem as relações delas com o protagonista Pantera Negra.

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

1. A leitura do texto confirmou a sua expectativa quanto à decisão tomada por T’Challa entre a sua missão ou a proteção de sua família? Resposta pessoal.

2. No trecho que você leu, percebe-se que as mulheres são muito importantes no reino de Wakanda. Na sua opinião, em nossa sociedade, as mulheres tem o mesmo protagonismo que as guerreiras de Wakanda? Resposta pessoal.

3. Nesse recorte, que atitudes de T’Challa o caracterizam como um líder, um super-herói para o seu país? Você vê semelhanças entre ele e outros heróis? Respostas pessoais.

TEXTO EXPLORANDO O

TEXTO E CONTEXTO

1. Resposta pessoal. Espera-se que, por meios dessas atividades, os estudantes possam expressar uma avaliação sobre o texto lido e estabelecer preferências por gêneros, temas e autores.

2. a) Sugestões de resposta: A vida em palácios, o uso de armaduras invencíveis, a existência de vilões superpoderosos, a presença de seres extraordinários como um homem radioativo, o uso de tecnologias inexistentes como uma motocicleta de motor de íon.

1. O que você achou de conhecer uma das aventuras do Pantera Negra? Ficou com vontade de ler o livro? Troque ideias com os colegas.

2. As narrativas de aventura de super-heróis geralmente apresentam elementos fantásticos e ligados à imaginação.

a) Que elementos imaginários aparecem no texto?

2. b) Esses elementos são utilizados para proporcionar ao leitor a visualização dos cenários e das personagens da história.

b) O que esses elementos acrescentam à construção dessa narrativa?

c) Outros elementos citados no texto fazem parte do nosso cotidiano. Quais são esses elementos?

2. c) Sugestões de respostas: O tablet, o comunicador (telefone), o fone de ouvido e a motocicleta são elementos presentes em nosso cotidiano.

d) Que efeitos de sentido a presença desses elementos do cotidiano acrescentam à narrativa?

2. d) Esses elementos produzem um efeito de aproximação do leitor, mobilizando seus conhecimentos de mundo.

3. No trecho do texto que você leu, T’Challa enfrenta a ameaça de invasão de Wakanda por um vilão.

3. a) O inimigo a ser vencido é M’Butu, do reino de Niganda; nesse reino, o povo vive de forma indigna e passa por momentos muito difíceis.

a) Quem é esse vilão? O que é possível afirmar sobre o povo que vive sob o comando dele?

3. b) Adolescentes e adultos que se interessam pelo gênero de aventura, que admiram personagens que têm superpoderes e que lutam com vilões, sempre com o objetivo de fazer o bem ou salvar alguém.

b) Considerando a temática da narrativa e as características do super-herói e do vilão, qual é o provável público leitor desse livro?

4. O livro Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra? foi publicado em 2018 e, assim como ocorreu com o filme, o personagem fez sucesso e passou a ser uma referência para as pessoas ao redor do mundo.

a) Por que você acha relevante haver uma referência de super-herói negro, como é o Pantera Negra?

4. a) Espera-se que os estudantes infiram que o fato de existir um super-herói negro é uma maneira de dar representatividade e protagonismo às pessoas negras, reforçando papéis de destaque que elas ocupam na sociedade.

b) Na sua opinião, que elementos sociais, históricos e culturais presentes na sociedade podem ter contribuído para que a história do Pantera Negra tenha tido tanto destaque?

4. b) Espera-se que os estudantes infiram que ainda há muitas situações em que se observam a discriminação e o preconceito em relação às pessoas negras, aspectos que vêm sendo combatidos por todas as pessoas já que todos que vivem em uma sociedade possuem valores e devem ter seu lugar respeitado.

3. Espera­se que os estudantes destaquem a atitude de liderança do personagem e a preocupação dele em defender o seu país, a rainha e a princesa, associando ­ o a outras personagens que já conheçam.

PROPOSIÇÕES

As questões propostas em Explorando o texto possibilitam que os estudantes desenvolvam as habilidades referentes à leitura de textos, como a inferência. Comente com a turma que, nesse momento, irão se aprofundar no estudo do texto. Se necessário, retome os principais pontos dele.

34 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 34 09/06/22 10:21 34

5. No texto, é possível reconhecer quanto as mulheres são importantes em Wakanda. A quem o rei confia a proteção de sua mãe e sua irmã?

5. Ele confia sua família às guerreiras Nakia e Okoye, que são membros das forças de elite Dora Milaje.

6. Apesar de ser importante no reino, a guerreira Nakia apresenta uma atitude que contraria o rei. Releia este trecho.

6. a) Espera-se que os estudantes notem um tom de insatisfação, que revela que ela não se sente valorizada pelo rei.

— Ela pediu que eu guardasse segredo e a ajudasse a investigar o problema do vibranium. — Nakia não parecia arrependida. — Eu ajudei. As Dora Milaje são fiéis aos desejos do rei e sua família, mesmo quando o rei não valoriza o nosso trabalho.

a) O que é possível notar sobre o comportamento de Nakia com base nessa resposta dela?

b) As ações que o rei determina para essa guerreira confirmam ou contradizem o que pensa Nakia? Explique.

c) Qual é o trabalho designado pelo rei à guerreira Nakia?

6. b) O rei confia a vida de sua mãe e irmã a Nakia e Okoye, contradizendo o pensamento de Nakia, já que o trabalho designado pelo rei é de grande importância para ele.

7. As mitologias das culturas africanas são repletas de deusas, que podem ser associadas a diferentes forças e fenômenos da natureza. Algumas dessas divindades deram origem a entidades cultuadas por religiões afro-brasileiras. Leia o texto a seguir para conhecer uma delas.

c) Nakia deve resgatar a princesa Shuri, que está presa no lugar onde iria investigar o problema do vibranium.

Proponha reflexões a eles de modo a valorizar a participação desses grupos em atividades profissionais e em posições de poder e liderança – que, majoritariamente, são ocupadas por homens e por pessoas brancas. Nesse sentido, cultive especial atenção ao compromisso de ações contra desigualdade de gênero, violência contra as mulheres e práticas de discriminação social.

4. A atividade traz a questão da representatividade negra na produção cultural cinematográfica e literária.

Iemanjá (yemanjá), a Rainha do Mar, mãe de quase todos os orixás, é exaltada por negros e brancos. Iemanjá, possui vários nomes: sereia do mar, princesa do mar, rainha do mar [...]; dependendo de cada região, mas sua origem vem da África. “A Iemanjá brasileira é resultado da miscigenação de elementos europeus, ameríndios e africanos”.

[...]

Tem poderes sobre todos aqueles que entram em seu domínio, o mar. Venerada e respeitada por pescadores e todos aqueles que vivem no mar, pois a vida dessas pessoas está em suas mãos, segundo a lenda é ela quem decide o destino das pessoas que adentram seu império: enseadas, golfos e baías. Dona de poderes, a tranquilidade do mar ou as tempestades estão sob o seu domínio.

[...]

Iemanjá também é conhecida como deusa lunar, rege os ciclos da natureza que estão ligados à água [...].

Estátua de Iemanjá, na Praia do Meio, localizada na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte. Foto de 2012.

IEMANJÁ – Lenda, Mito e Sincretismo Religioso. Portal Geledés. [S. l.], 2 fev. 2012. Disponível em: www.geledes.org.br/iemanja-lenda-mito-e-sincretismo-religioso/. Acesso em: 3 jan. 2022.

4. b) Comente que o contexto sociocultural torna relevantes obras como as HQs, os livros e os filmes do Pantera Negra, além de ressaltar a representatividade das culturas africanas.

5. A atividade retoma o trabalho de valorização da mulher na estrutura social de Wakanda e propõe que os estudantes reconheçam que as guerreiras exercem posição de destaque no exército de elite do rei (Dora Milaje), visto que são as responsáveis pela segurança de T’Challa e da família dele; por esse motivo, elas são tratadas de modo especial.

6. A atividade retoma um trecho do texto em que se demonstra certa insatisfação da personagem Nakia em relação ao rei. Solicite aos estudantes que identifiquem as palavras que produzem esse efeito de sentido.

REALIZAÇÃO

D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 35 09/06/22

Texto e contexto

1. A atividade retoma o interesse literário, já trabalhado neste módulo. Permita que os estudantes conversem e incentive ­ os a justificar suas respostas.

2. e 3. Explore com a turma algumas características do gênero narrativa de aventura, como as noções de tempo e de espaço,

que lhes permitem pensar nos elementos fantásticos presentes no texto.

4. e 5. Essas atividades exploram temáticas relevantes da sociedade contemporânea, ao considerar um contexto social de valorização e protagonismo de negros e de mulheres. Promova uma perspectiva positiva desses grupos (afrodescendentes, meninas e mulheres), a fim de desenvolver com os estudantes valores éticos e de cidadania.

7. Espera­se que os estudantes observem que tanto as guerreiras de Wakanda quanto Iemanjá são dotadas de extrema inteligência e são sábias e poderosas.

35
6.
J.L. BULCÃO/PULSAR IMAGENS
10:23
35

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

7. b) Essa atividade pode ser ampliada com a atividade complementar a seguir, em que a turma deve pesquisar os padrões das super­heroínas de HQs.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Pesquisa sobre super­ heroínas

Amplie o repertório literário e cultural dos estudantes, solicitando ­ lhes uma pesquisa sobre as super­ heróinas mais conhecidas das HQs. Proponha que analisem os padrões de criação dessas personagens, as habilidades e os poderes que elas têm etc.

PROPOSIÇÕES

Antes de explorar as atividades de Composição e linguagem, sugere ­se realizar uma conversa com a turma após a realização da atividade 7. b) de Texto e contexto. Caso opte por não aplicar a atividade complementar apresentada anteriormente, incentive os estudantes a se posicionarem e justificarem seus interesses em relação a produções culturais protagonizadas por heroínas, deusas ou mulheres.

REALIZAÇÃO

Composição e linguagem

1. e 2. Retome com os estudantes os conhecimentos consolidados sobre características do gênero narrativa de aventura (como as noções de tempo e de espaço) e inclua nessa explanação o conflito, que é o elemento que desenvolve o enredo, e o clímax, que é o ponto culminante do conflito. Releia com a turma

7. a) Espera-se que os estudantes observem que tanto as guerreiras de Wakanda quanto Iemanjá são dotadas de grande poder, são respeitadas por todos e têm o domínio de tudo o que se encontra ao seu redor.

a) Que relações podem ser estabelecidas entre Iemanjá e as guerreiras do exército de Wakanda?

b) As informações sobre a divindade e a relação estabelecida com as guerreiras despertaram algum interesse em você em ler outras histórias que tenham heroínas, deusas ou mulheres como protagonistas? Resposta pessoal.

As narrativas de aventura são histórias de ação e de superação de desafios pelas personagens. A finalidade desses textos é entreter e estimular a imaginação do leitor, levando-o a se envolver com a história como se ele próprio a vivenciasse. A personagem principal – muitas vezes, um herói ou super-herói – apresenta habilidades que lhe possibilitam enfrentar os desafios.

COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM

1. a) O início do conflito acontece quando Nakia diz a T’Challa que a princesa Shuri não estava no palácio.

1. b) Ao tomar conhecimento desse acontecimento, T’Challa precisa agir e tomar decisões que irão mudar o curso do que havia planejado.

1. No início do texto, tudo vai acontecendo de acordo com o planejamento e as ordens definidas por T’Challa. No entanto, em um determinado momento, surge um conflito.

a) Qual é o acontecimento que determina o início desse conflito?

b) Que ações são desencadeadas a partir desse momento da narrativa?

2. Toda narrativa apresenta um clímax, o momento em que a ação atinge o seu ponto crítico.

2. a) O clímax é o momento em que T’Challa precisa decidir o que ele vai fazer: combater M’Butu ou salvar sua irmã presa no Grande Monte.

a) Que momento do texto lido corresponde ao seu clímax?

b) Que consequências esse momento traz? E que efeito de sentido elas produzem na caracterização da imagem do rei?

2. b) Espera-se que os estudantes percebam que esse fato faz com que T’Challa reformule seu planejamento para atender às duas situações e as decisões tomadas valorizam seu caráter de liderança e justiça.

3. O tempo ou a duração dos acontecimentos que compõem a história é um dos elementos importantes de uma narrativa.

a) No texto, que momento marca o início dos acontecimentos? E que momento finaliza esses acontecimentos?

3. a) O texto se inicia no momento em que o Pantera Negra monta em sua moto, preparando-se para partir para Niganda; o texto finaliza quando ele, finalmente, sobe e aciona a moto para partir.

b) Com base nessas informações, qual é provavelmente o tempo de duração dos acontecimentos narrados no capítulo? Podemos afirmar que há uma sequência cronológica? Justifique

4. T’Challa é um líder em seu país.

a) No caderno, transcreva o item que ajuda a construir essa imagem do herói. Item III

I. Passou a perna por cima do banco, agarrou os guidões e ativou o motor de íons.

3. b) Provavelmente alguns minutos, tempo necessário para o Pantera Negra descobrir o que havia acontecido com Shuri e decidir o que fazer, antes de partir para Niganda; os fatos seguem uma progressão cronológica, pois se sucedem um após o outro.

II. — [...] Partirei essa manhã e não posso atrasar nem um pouco.

III. — Vocês querem ordens, Adoradas? Eis as suas ordens — ele disse baixinho, num tom de voz que emanava poder.

IV. O rei soltou um suspiro demorado e desligou o aparelho.

b) Que expressões no trecho evidenciam o tom de liderança para o leitor? Tom de voz com as características baixinho e que emanava poder evidenciam a imagem de líder, que ordena de modo suave, mas com firmeza.

os trechos do texto do Capítulo 2 em que o conflito e o clímax ficam evidentes.

3. Aprofunde com os estudantes as noções de tempo e de espaço da narrativa, de maneira que eles percebam que o trecho do texto compreende acontecimentos e conversas que duram poucos minutos.

4. a) Espera­se que eles notem que os trechos dos itens I e IV tratam de narrar as ações do herói e do rei, respectivamente, mas

não descrevem a imagem deles; já o item II apresenta uma declaração de T’Challa, que, embora indique um comportamento, não corrobora a construção da imagem de um líder.

4. b) Se considerar produtivo, pode ­se propor uma releitura de outros trechos do texto que produzam os mesmos efeitos de sentido, construindo uma imagem favorável de liderança do protagonista.

36
09/06/22 10:24
D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 36
36

5. O narrador de uma história pode ser observador ou narrador-personagem. Na história lida, qual é o tipo de narrador? Justifique sua resposta.

Narrador-observador, pois ele não participa da história; ele apenas narra o que vê.

6. Em alguns momentos do texto, o narrador faz uso de algumas palavras que podem trazer impressões pessoais. No caderno, transcreva a alternativa que exemplifica essa afirmação.

A. Ouviu-se apenas estática na linha.

B. O rei soltou um suspiro demorado e desligou o aparelho.

C. T’Challa baixou os olhos, o desespero evidente no rosto.

D. [...] olhou mais uma vez para as duas guerreiras e saiu feito um foguete para um dia ensolarado

7. Nakia explica ao rei por que ajudou Shuri a ir ao Grande Monte. Releia o trecho a seguir.

— Eu ajudei. As Dora Milaje são fiéis aos desejos do rei e sua família, mesmo quando o rei não valoriza o nosso trabalho.

— Entendi — T’Challa rosnou em wakandano. — Discutiremos isso depois

• Esse trecho reproduz uma fala integral das personagens, apresentando as falas de maneira direta. Leia a seguir esse mesmo trecho, reescrito de maneira indireta

Nakia disse ao rei que tinha ajudado e que as Dora Milaje eram fiéis aos desejos do rei e sua família, mesmo quando não eram valorizadas.

T’Challa respondeu em tom ameaçador que discutiria o assunto depois.

a) Compare os dois trechos. Que efeitos de sentido são produzidos pela reprodução das falas de maneira direta?

b) De quem são as vozes que aparecem nesse trecho? No caderno, transcreva o item correto.

Item III

I. Nakia e T’Challa.

II . Nakia, Okoye e T’Challa.

III. T’Challa, Nakia e narrador.

IV. T’Challa, Nakia e Dora Millaje.

c) Reveja a forma verbal rosnou no trecho. O que ela indica? Justifique sua resposta.

d) Como você explica, nesse momento da história, essa forma de falar da personagem?

5. Se possível, pode ­ se organizar os estudantes em duplas para uma atividade de reescrita de trechos do texto usando outro foco narrativo. Oriente ­ os a escolherem um pequeno trecho do texto. Cada integrante da dupla deverá redigir um parágrafo tendo como base o trecho escolhido, sendo que um dos estudantes deverá reescrevê ­ lo com o enfoque de narrador­ observador, e o outro, de

6. Alternativa C

A expressão em destaque retrata uma observação pessoal do narrador; o desespero do personagem é um acréscimo do narrador para reforçar a tensão do momento. O fato narrado é “TChalla baixou os olhos”.

O narrador-observador narra a história, mas não participa da narrativa.

O narrador-personagem narra a história e participa da narrativa. O narrador onisciente narra em 3a pessoa, como se soubesse tudo que as personagens pensam e sentem.

6. Na alternativa A , a palavra estática não denota uma impressão pessoal, mas de uma característica do telefone (que estava emitindo estática, um ruído); nas alternativas B e D, as palavras em destaque indicam descrições de fatos, mas não representam impressões do narrador.

7. Aproveite para verificar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre discurso direto e discurso indireto. Na comparação entre os dois trechos, explore os efeitos de sentido do discurso direto, de modo que os estudantes reconheçam o dinamismo e a vivacidade da narrativa com o uso desse discurso.

7. a) Espera-se que os estudantes notem que as falas reproduzidas de maneira direta produzem efeitos de vivacidade à narrativa; no segundo trecho, as falas são reproduzidas de maneira indireta, intermediadas pelo narrador.

7. c) Espera-se que os estudantes infiram que essa forma verbal indica a maneira como T’Challa fala com sua interlocutora.

7. d) A personagem fala dessa forma para enfatizar todo o seu descontentamento e contrariedade por Nakia ter permitido a ida de Shuri e também por ter feito críticas ao seu modo de agir em relação a elas.

narrador­ personagem. Ao final, peça a cada dupla que leia os textos produzidos e chame a atenção da turma para as diferenças entre os tipos de narração. Caso seja necessário ampliar essa atividade, distribua aos estudantes frases escritas com o enfoque de narrador­ observador. Em seguida, solicite que reescrevam essas frases como um narrador­ personagem e como um narrador onisciente.

7. b) Espera ­se que eles notem que os itens II e IV indicam incorretamente as vozes (Okoye não participa desse diálogo, e Dora Milaje é o nome de um grupo, não de uma personagem em si); o item I indica somente as vozes das personagens, mas é fundamental que os estudantes reconheçam no trecho a voz do narrador como parte do foco narrativo.

7. c) Espera ­ se que os estudantes reconheçam os efeitos de sentido do uso da palavra rosnou no trecho, indicando ferocidade e impulsividade da personagem, decorrentes de seu descontentamento e contrariedade.

37
37 06/06/22 16:16
D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd
37

PROPOSIÇÕES

Caso seja necessário, pode ­ se retomar e consolidar algumas características do gênero narrativa de aventura já abordadas anteriormente. Relembre os estudantes de qual é a finalidade do gênero; de como se mesclam nele elementos reais e fictícios, imaginados e vivenciados; de como os acontecimentos principais se sucedem na narrativa; de quais são as características dos heróis ou super­ heróis e de como eles superam obstáculos e vencem desafios para cumprir seus objetivos (explique a eles, se necessário, que há narrativas de aventuras em que anti ­ heróis ou anti­ heroínas são as personagens principais); de que maneira a narrativa apresenta descrições de personagens e lugares. Retome também conceitos como narrador­ personagem, narrador­ observador e narrador onisciente, discurso direto e discurso indireto.

REALIZAÇÃO

8. Explique aos estudantes o significado da expressão sair de cena

9. Essa atividade trabalha com algumas formas verbais da narrativa. Embora não seja necessário conceituar os modos e tempos verbais nesse momento, é fundamental que os estudantes identifiquem a ocorrência de palavras que situam os acontecimentos no passado, em um momento determinado no tempo da narrativa. Se considerar produtivo, é possível aprofundar essa atividade

As falas das personagens podem ser introduzidas de diferentes maneiras em uma narrativa: de maneira direta ou indireta. O discurso direto reproduz as falas das personagens da forma como foram ditas. Geralmente elas são antecedidas pelo sinal de travessão (—), que indica o início da fala de uma personagem, a mudança de interlocutores ou a mudança da voz para o narrador. O discurso indireto reproduz o conteúdo das falas das personagens, em vez de uma transcrição exata delas. Predominam nele as palavras do narrador, que pode revelar também emoções, reações e sentimentos em relação às personagens.

Os verbos de elocução – como murmurar, perguntar, responder, exclamar, entre muitos outros – são usados para indicar aspectos das falas das personagens.

8. a) T’Challa afirma que chegou a hora de o vilão M’Butu ser enfrentado e derrotado.

8. A pontuação é um recurso que dá expressidade aos textos e ajuda na produção de sentidos. Releia o trecho:

8. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que a vírgula é fundamental pois destaca a palavra não, enfatizando o sentido desejado pela personagem.

Não, era hora de M’Butu sair de cena — querendo ou não.

a) Qual é o sentido dessa afirmação do personagem T’Challa?

b) Na sua opinião, a vírgula contribui para a construção desse sentido? Explique.

c) Releia a fala retirando somente a vírgula. O sentido do trecho permaneceu o mesmo? Explique.

Retirando a vírgula, o sentido é oposto: a frase passaria a ter o sentido de que M’Butu não deveria ser derrotado.

9. Releia o trecho a seguir, que narra ações do personagem T’Challa.

Ele enrolou um de seus chicotes eletrificados e o guardou no último espaço livre, depois fechou o compartimento. Passou a perna por cima do banco, agarrou os guidões e ativou o motor de íons. O motor, muito apropriadamente, rosnou

a) Qual é o efeito de sentido que a utilização das palavras em destaque provoca no leitor em relação à narrativa?

Elas indicam ao leitor uma sequência de ações de T’Challa em sua preparação para sair para o combate.

b) É possível dizer que essas ações aconteceram em que momento do tempo: presente, passado ou futuro? As ações ocorreram no passado.

c) Essas ações ocorreram uma única vez ou se repetiram algumas vezes?

10. No trecho a seguir, Nakia se encontra em uma situação delicada. Releia.

9. c) Espera-se que os estudantes reconheçam que as ações aconteceram num momento determinado, ocorrendo uma única vez.

— Não podemos, Amado. Shuri não está no palácio. — Nakia tremia e olhava para o piso do hangar; pelo visto a confissão lhe custava muito caro. — A princesa está no Grande Monte.

a) O que o trecho em destaque revela sobre o estado emocional da personagem Nakia? Explique.

Espera-se que os estudantes notem que o trecho destacado revela o quanto Nakia estava nervosa, tensa e envergonhada ao dar aquela notícia a T’Challa.

b) Que palavras e expressões evidenciam esse estado em que se encontra a personagem?

10. b) As palavras e expressões tremia e olhava para o piso

11. Ao saber que não poderia ir em socorro da irmã, T’Challa pede a ela que seja ”quieta como a noite, ágil como o antílope”.

orientando os estudantes a localizarem outras formas verbais no texto para que identifiquem a predominância delas no tempo passado.

10. Oriente os estudantes para a compreensão das expressões olhar para o piso e custar muito caro

10. a) Explore os efeitos de sentido dessas expressões e da forma verbal tremia Espera­se que os estudantes notem que, sem precisar dizer que Nakia estava nervosa, tensa e envergonhada, o texto produz esse efeito de sentido de tensão da personagem.

38 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 38 08/07/22 16:55 38

12. O efeito de sentido é a criação de uma sequência de acontecimentos com um clima de suspense em relação ao que estava acontecendo com Shuri.

a) O que ele quis dizer ao fazer essa comparação?

b) Ao escolher esses elementos para fazer essa comparação, que características de Shuri ficam em evidência?

12. Releia o trecho a seguir.

Ouviu-se apenas estática na linha. T’Challa ouviu também passos suaves e um roçar de tecido. Depois um respirar desesperado, como se alguém tivesse a mão cobrindo a boca, tentando não fazer barulho.

• Qual é o efeito de sentido causado pelas expressões em destaque?

13. O capítulo do livro se encerra com T’Challa partindo para “um dia ensolarado”.

a) Que sentidos podem ser atribuídos à palavra ensolarado nesse contexto?

Pode tanto significar um dia de muito sol como também um dia de luz, de vitórias e de esperança.

b) Explique por que a palavra ensolarado foi empregada no singular e no masculino.

c) Levante hipóteses: qual é o provável desfecho dessa aventura do Pantera Negra?

A narrativa de aventura constrói-se a partir dos elementos centrais de algumas narrativas: situação inicial, complicação, clímax e desfecho. O narrador da história tanto pode participar das ações (narrador-personagem) quanto observar de fora esses acontecimentos e seus desdobramentos (narrador-observador). Quanto à linguagem, observa-se o emprego de substantivos e de adjetivos para construir as imagens de personagens e de espaços onde ocorre a narrativa e o emprego de diferentes maneiras de reproduzir as falas das personagens, por meio do uso do discurso direto e do discurso indireto.

13. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que é porque a palavra ensolarado se refere ao nome dia, pertencente ao gênero masculino e está no singular.

PARA ASSISTIR

Operação Big Hero, dirigido por Don Hall e Chris Williams. Estados Unidos: Walt Disney, 2014. DVD (1h42min). O grande robô inflável está sempre a postos para cuidar de Hiro Hamada. Quando algo devastador assola a cidade, o menino prodígio, seus amigos e o robô formam um grupo de heróis para combater o mal.

A comparação é um recurso linguístico utilizado para aproximar dois termos entre os quais existe certa semelhança, criando um sentido original para os termos comparados.

11. a) Ela deveria ficar sem se mover, sem falar e, ao mesmo tempo, se fosse preciso, deveria agir com rapidez e esperteza para fugir do Homem Radioativo.

11. b) A comparação com a noite remete à quietude e à capacidade de manter-se sem ser vista; a comparação com um antílope remete à agilidade, à rapidez e à inteligência para escapar de situações difíceis.

Homem de lata, de Edson Lopes. São Paulo: Escarlate, 2019.

13. b) Verifique os conhecimentos prévios dos estudantes sobre concordância verbal e sobre gênero e número dos substantivos. Esses conceitos serão estudados mais adiante neste módulo.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Discurso direto na narrativa de aventura É possível ampliar o trabalho com a linguagem das narrativas de aventura por meio de um estudo das marcas linguísticas do discurso direto. A atividade a seguir permite introduzir esse trabalho. Observe que, no texto estudado, alguns trechos de discurso direto aparecem introduzidos por travessão.

T’Challa abriu o comunicador, ajustou o fone no ouvido e apertou vários botões num aparelho de mão para obter a conexão. Shuri? Shuri? — disse ele no fone.

Esse livro conta a história da amizade entre um menino e um robô que aterrissa no sertão pensando estar em Marte. Enquanto o robô estuda e explora o solo e a vegetação desse lugar, o menino Sabiá o observa.

13. c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes concluam que, provavelmente, o herói conseguirá vencer o vilão.

11 Nessa atividade, o enfoque é na comparação de sentidos – não é preciso trabalhar os conceitos das figuras de linguagem nesse momento. Se houver necessidade, proponha aos estudantes que produzam comparações para outras personagens do texto, como forma de aprofundar a compreensão do recurso da comparação. Algumas possibilidades de comparações adequadas ao texto: “T’Challa rosnou como

um leão”, “Pantera Negra voou como uma águia”, entre outras.

12. Retome os conhecimentos da turma sobre as formas verbais e a sequência de acontecimentos na narrativa.

13. a) Essa atividade explora o uso da metáfora no sentido da palavra ensolarado, o que pode indicar a possibilidade de vitória e de esperança para o protagonista da narrativa.

Pergunte aos estudantes se é possível afirmar que o trecho em destaque é uma fala de personagem e, em caso afirmativo, que elemento comprova a resposta deles. É esperado que os estudantes respondam que o trecho introduzido por travessão é uma fala do personagem T’Challa e que a forma verbal disse comprova isso. Se considerar adequado, proponha à turma que identifique as demais marcas de discurso direto do texto e as pontuações usadas.

PARA LER
EDITORA ESCARLATE
OPERAÇÃO BIG
HALL E CHRIS WILLIAMS.WALT
ANIMATION STUDIOS.
HERO.DON
DISNEY
EUA,2014
39 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 39 06/06/22 16:16 39

PROPOSIÇÕES

Antes de iniciar o trabalho de Por dentro da língua, retome com os estudantes os conhecimentos deles sobre as palavras que nomeiam coisas, pessoas, objetos e sensações. Aproveite o momento para realizar uma avaliação diagnóstica dos conhecimentos que eles têm do substantivo. Espera ­se que os estudantes relembrem que os substantivos são essenciais ao falante para construir sentidos em qualquer interação. Se considerar interessante, solicite a eles uma pesquisa ou produção de textos escritos em que haja predominância de substantivos. Se for necessário apresentar exemplos, explore a letra da canção “Diariamente”, composta por Nando Reis e interpretada por Marisa Monte. Por meio dessa atividade, espera­se que percebam a centralidade do substantivo e reconheçam os efeitos de sentido produzidos por textos com muitos substantivos. Explique a eles que o substantivo será o tema a ser aprofundado nesta seção.

REALIZAÇÃO

1. Promova uma leitura em grupo do trecho do texto e, no decorrer da leitura, peça aos estudantes que destaquem os substantivos que encontrarem (seja escrevendo no caderno, seja marcando com entonação, seja com movimentos corporais). Espera ­ se que eles notem maior predominância de palavras que nomeiam seres em geral, como pessoas, objetos, animais, lugares, sentimentos, ações, acontecimentos, entre outros.

1. c) e 1. d) Explore os sentidos das palavras tropas

Substantivo

1. a) Rei nomeia a personagem principal; suspiro nomeia uma ação que indica uma sensação ou sentimento; aparelho nomeia um objeto.

1. b) Espera-se que os estudantes notem que a palavra suspiro indica uma inquietação ou uma ansiedade do herói.

1. c) Essas palavras nomeiam o tipo de pessoa que forma o exército inimigo, um grupo que é uma tropa (provavelmente violenta) e um grupo que é mercenário (provavelmente pessoas não confiáveis, que trabalham somente por dinheiro) que está atacando Wakanda.

Todo falante de uma língua tem a seu dispor um grande conjunto de palavras, usadas para produzir sentidos em situações de comunicação e interação. No texto que você leu no Capítulo 2, várias palavras nomeiam coisas, pessoas, objetos e sensações, por exemplo.

1. Releia o trecho em que o rei T’Challa precisa tomar uma difícil decisão.

O rei soltou um suspiro demorado e desligou o aparelho. Por um segundo, apenas ficou de olhos fechados, mas logo se pôs a zanzar pelo hangar. Não seria fácil decidir. Se ele não fosse a Niganda, as tropas e os mercenários superpoderosos de M’Butu lutariam até o último homem, matando inúmeros wakandanos. Mas, se ele deixasse Shuri, e algo lhe acontecesse, ele jamais se perdoaria. De um jeito ou de outro, alguém estaria em risco.

a) No início do trecho, as palavras rei, suspiro e aparelho são nomes que ajudam a construir os sentidos do texto. O que cada uma dessas palavras nomeia?

b) Qual é a sensação ou o sentimento que a palavra suspiro indica a respeito do estado de ânimo do herói? Explique.

c) Agora, releia as palavras tropas e mercenários. O que elas nomeiam?

d) Considerando o contexto, o valor atribuído aos nomes tropas e mercenários é positivo ou negativo? Justifique sua resposta.

1. d) Espera-se que os estudantes reconheçam que, no texto, o sentido das duas palavras é negativo, pois nomeiam um grupo de inimigos violento e interesseiro.

2. Nesse trecho do texto, algumas palavras são iniciadas por letras maiúsculas.

a) Quais são essas palavras e o que elas nomeiam?

b) Explique por que essas palavras são escritas com letras maiúsculas.

Os nomes que você analisou nessas atividades pertencem à classe de palavras dos substantivos

Substantivo é a palavra que dá nome aos seres em geral, como pessoas, objetos, animais, lugares, sentimentos, ações e acontecimentos.

Substantivo comum e próprio

Substantivo comum é a palavra que nomeia seres, em geral, de uma mesma espécie ou categoria. Exemplo:

O rei pegou um de seus chicotes eletrificados.

Substantivo próprio é a palavra que nomeia um ser particular de uma mesma espécie ou categoria. Deve ser escrito com letra inicial maiúscula. Exemplo:

A princesa Shuri está presa no Grande Monte

2. a) Niganda é o nome de um lugar; M’Butu e Shuri são nomes de pessoas.

2. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que se trata de nomes próprios.

e mercenários, de maneira que os estudantes reconheçam os sentidos negativos associados a ameaças, violência e interesses. Se necessário, permita que a turma consulte dicionários para encontrar as acepções mais adequadas.

2. Retome a leitura do trecho da atividade 1 e leve os estudantes a identificar se a maior parte dessas palavras tem inicial minúscula ou maiúscula.

2. b) Espera­se que os estudantes reconheçam que se trata de nomes próprios, no caso, de um lugar (Niganda) e de duas pessoas (Shuri e M’Butu).

Depois de ler com a turma o boxe Conceito, leia as classificações dos substantivos apresentadas na sequência (substantivos comuns e próprios, concretos e abstratos, primitivos e derivados, simples e compostos e substantivos coletivos), explorando exemplo a exemplo.

POR DENTRO DA LÍNGUA
40 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 40 06/06/22 16:16 40

Substantivo concreto e abstrato

Substantivo concreto é a palavra que nomeia seres, reais ou imaginários, que têm existência própria, isto é, que não dependem de outro ser para existir. Mesmo seres imaginários, como dragões e fadas, são substantivos concretos. Exemplo:

O rei ativou o motor da moto

Substantivo abstrato é a palavra que representa algo dependente de outro ser, como uma ação, um sentimento ou uma qualidade. Exemplo:

O rei soltou um suspiro demorado. Suspiro depende de rei para se tornar uma ação ou um sentimento.

Substantivo primitivo e derivado

Substantivo primitivo é a palavra que não deriva de nenhuma outra palavra. Exemplo:

O rei desligou o aparelho

Aparelho forma o substantivo aparelhagem.

Substantivo derivado é a palavra formada a partir de outra palavra, substantivo ou não.

Exemplo:

Está presa no desabamento

Substantivo simples e composto

Desabamento forma-se a partir da palavra desabar

Substantivo simples é um nome formado por uma só palavra. Exemplo:

Eu não deixarei minha mãe indefesa.

Substantivo composto é um nome formado por mais de uma palavra, que são combinadas para designar um único ser ou ideia. Exemplo:

Você defenderá a Rainha Mãe Rainha e mãe formam um ser único, a personagem Rainha Mãe

Há substantivos compostos que podem ser escritos com hífen. Exemplos: super-herói, arranha-céus. Há substantivos compostos que podem ser escritos sem hífen, a partir da junção de outros dois nomes. Exemplos: pontapé, passatempo

Substantivo coletivo

São palavras que nomeiam em si um conjunto de seres ou coisas de uma mesma espécie, referindo-se a uma coletividade. Exemplo:

As tropas lutariam até o último homem.

Se julgar necessário, peça aos estudantes que busquem outras ocorrências em textos, listando outros exemplos de cada tipo de substantivo no caderno ou em uma folha à parte. É possível também propor que elaborem coletivamente um cartaz com os novos exemplos, afixando­o no mural da sala de aula para consultas posteriores.

Se considerar interessante, explique aos estudantes as diferenças de sentido no uso do substantivo.

Nomeia um conjunto de soldados.

Comente que, em situações formais e informais de comunicação, os substantivos podem ser usados pelos falantes para reforçar certos aspectos do que querem dizer. Ao escolherem usar um nome em vez de outro para referir­se a alguém, por exemplo, os falantes evidenciam algo a respeito dessa pessoa sobre a qual estão falando. Leia para eles estas frases:

• T’Challa passou a mão por sua moto a jato.

• O rei soltou um suspiro demorado.

• O Pantera Negra assentiu, subiu na moto e acionou a moto.

Diga a eles que cada nome ou expressão usada para referir­se ao personagem principal da narrativa enfatiza um aspecto diferente. Na primeira, o substantivo próprio T’Challa dá ênfase ao personagem principal da história em sua individualidade; o substantivo comum rei evidencia seu cargo e destaca seu poder e sua relevância em Wakanda; o substantivo próprio Pantera Negra enfatiza seu papel de super­herói.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Jogo com dicionário Proponha um jogo com dicionário: fale uma palavra derivada e peça aos estudantes que pesquisem no dicionário a palavra primitiva correspondente. Quem encontrar primeiro a palavra correta desafia os colegas a encontrar a próxima palavra derivada. Vá anotando as palavras indicadas por eles. Ao final, peça que elaborem um quadro ou um cartaz com todos os exemplos apresentados.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1o e 2o graus. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2016.

Esse livro, destinado à leitura do professor, propõe o ensino de gramática por meio de atividades que desenvolvem a competência comunicativa. Nele, o autor busca refletir sobre a função e o modo de se ensinar gramática, relacionando o ensino gramatical ao de produção e compreensão de textos.

PARA LER
41 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 41 06/06/22 16:16 41

PROPOSIÇÕES

Antes de iniciar as propostas de Atividades, é recomendável aproveitar essa preparação para avaliar o que os estudantes apreenderam sobre os conceitos de substantivo e suas classificações. Se considerar produtivo, pode ­ se desenvolver, antes da realização dos conteúdos, um trabalho de revisão das classificações ou uma atividade de leitura de novos textos para que os estudantes identifiquem substantivos, compreendam seus efeitos de sentido e seus usos nesses textos.

REALIZAÇÃO

1. Para essa at ividade, a imagem está sendo analisada apenas com fins didáticos e não como propaganda de alguma empresa.

1. a) Espera­se que os estudantes identifiquem o slogan “Ajude animais de rua no inverno.”. Se considerar necessário, apresente à turma algumas características do gênero anúncio, como a presença de um slogan, a assinatura de uma marca e a articulação entre as linguagens verbal e não verbal.

1. b) Incentive os estudantes a analisarem os efeitos de sentido produzidos pelo uso de uma fotografia em preto e branco. Explore os detalhes da imagem: um cachorro com pelo comprido aparentando estar sujo, faminto e sozinho em uma rua escura. Comente que o recurso de usar uma imagem em preto e branco reforça o tom de dramaticidade que o texto pretende passar ao interlocutor.

Nem sempre os falantes da língua optam pelo substantivo coletivo para se referir a um conjunto de seres ou coisas da mesma espécie. Leia o título desta notícia.

Grande quantidade de peixes mortos aparece na Lagoa Rodrigo de Freitas

CORRÊA, Douglas. Grande quantidade de peixes mortos aparece na Lagoa Rodrigo de Freitas. EBC. Rio de Janeiro, 6 fev. 2019. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-02/grande-quantidade-depeixes-mortos-aparece-na-lagoa-rodrigo-de-freitas. Acesso em: 14 jan. 2021.

Embora pudesse ser substituída pelo substantivo cardume, que serve para nomear o coletivo de peixes, a expressão “grande quantidade de peixes” foi usada nesse título para enfatizar uma ideia de grandiosidade, chamando a atenção do leitor para a gravidade do fato noticiado.

ATIVIDADES

2. a) Os substantivos cachorro e brinquedo.

2. b) O substantivo cachorro aparece em letras maiores. Essa escolha evidencia a importância do animal como um ser vivo, em detrimento do brinquedo, que é um objeto.

1. A seguir, leia o texto que foi publicado por uma clínica veterinária em uma rede social.

a) Qual é o objetivo desse texto? O que fez você chegar a essa conclusão?

b) Que efeito de sentido a imagem utilizada produz no leitor?

1. a) O objetivo é sensibilizar e conscientizar o leitor sobre a proteção e o cuidado a animais de estimação abandonados, como forma de combater a falta de cuidados com bichos domésticos, em especial no inverno. Espera-se que os estudantes identifiquem o slogan “Ajude os animais de rua no inverno”.

1. b) Espera-se que os estudantes notem o efeito de impacto, pois mostra uma fotografia em preto e branco de um cachorro sujo, provavelmente faminto e sozinho.

2. Releia a primeira frase do texto, escrita com letras maiores.

a) Que substantivos foram empregados nessa frase?

b) Um dos substantivos recebe mais destaque que o outro na frase. Qual é ele? Que efeito de sentido o uso desse recurso gráfico produz?

c) Qual desses substantivos é usado para expressar uma crítica no contexto da frase? Explique.

2. c) O substantivo brinquedo. Ele evidencia a ideia de que algumas pessoas compram um cachorro como compram um presente, sem se dar conta das responsabilidades envolvidas em criar um ser vivo como um bicho de estimação.

2. e 3. Leve os estudantes a reconhecerem os efeitos de sentido provocados pelo emprego dos substantivos nas frases do anúncio (“Sente fome, frio e medo.” e “Ajude animais de rua no inverno.”).

2. a) Espera­se que os estudantes notem que o efeito de sentido é o de destacar que um cachorro, como animais de estimação em

geral, é um ser vivo que requer abrigo, alimento e carinho; não é um objeto (como um brinquedo), que pode ser descartado quando não é usado ou quando está quebrado, por exemplo.

CARTAZ DA PET SPERK
PET SPERK. [Campanha] Cachorro não é brinquedo
42 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 42 09/06/22 18:49 42

3. b) Os substantivos refletem uma realidade de sofrimento (com foco nas sensações de fome, frio e

3. Releia a segunda frase que explica por que o animal não é um brinquedo.

a) Que palavras nomeiam os sentimentos do animal nessa frase? Fome, frio e medo.

b) Como o uso desses substantivos pode incentivar o leitor a concordar com esse texto?

4. No final da imagem, há uma frase dirigida diretamente ao leitor. Releia.

a) Por que, nessa frase, pode ter sido usado o substantivo animais?

b) Que efeito de sentido a expressão de rua produz no texto?

c) Além dos substantivos animais e rua, que outro substantivo foi usado na frase? Com que finalidade foi usado?

4. a) Para ampliar os sentidos do texto, estendendo a campanha a todos os animais em situação de rua, não apenas os cachorros.

5. O Homem-Aranha é um super-herói que aparece em vários quadrinhos, animações e filmes. Leia a seguir o trecho da resenha de uma animação que tem esse herói como personagem principal.

4. b) Especifica que o texto não está se referindo a todos os animais, mas apenas aos de rua.

Resenha: Homem-Aranha no Aranhaverso

Beto Menezes

1o de janeiro de 2019

[...]

Conhecemos esse novo universo aos olhos de Miles Morales, jovem que ao ser picado por uma aranha acaba ganhando poderes. E acidentalmente descobre um plano do Rei do Crime para abrir um portal para outras realidades, e tal experimento acaba trazendo para o seu mundo inúmeros Homens-Aranhas. Agora, Miles precisa dominar seus poderes para ajudar os outros Aranhas a voltarem para a sua realidade e descobrir o que é ser, de fato, um herói, antes que todas as realidades sejam destruídas.

A animação é um deleite para os fãs de quadrinhos, pois toda a história é conduzida como se fosse um quadrinho vivo, com muito uso de quebra da 4 a parede, balões de diálogo e uso de onomatopeias. E a qualidade visual acrescenta muito, a animação é detalhada, bonita, fluída, frenética, que mais do que simplesmente ser a parte visual do filme, ela ajuda na narrativa. Tudo salta da tela cheio de vida, é realmente lindo de se apreciar.

MENEZES, Beto. Resenha: Homem-Aranha no Aranhaverso. Cinema em série. [S. l.], 1 jan. 2019. Disponível em: https://cinemaemserie.com.br/filmes/resenha-homem-aranha-no-aranhaverso/. Acesso em: 23 dez. 2021.

A resenha crítica é um texto que apresenta uma avaliação e uma opinião sobre produções culturais variadas, como filmes, animações, séries, livros, shows e exposições.

3. b) Lembre os estudantes de que o substantivo abstrato depende de um ser para existir; pergunte­lhes, então, a quais seres poderiam ser atribuídos esses substantivos abstratos. Espera­se que reconheçam que os substantivos fome, frio e medo se referem, no anúncio, ao substantivo cachorro, da frase anterior.

4. Além do trabalho com substantivos, ressalte o efeito de sentido provocado pelo uso da forma verbal ajude no modo imperativo. O estudo dos verbos será realizado mais adiante neste volume. Nesse momento, recomenda ­ se focar na finalidade do anúncio e no uso da forma verbal como um chamado à ação destinado ao

PROPOSIÇÕES

Se considerar necessário preparar os estudantes para a realização da atividade 5, ofereça cópias do texto “Resenha: Homem­Aranha no Aranhaverso” ou disponibilize uma versão digital do material para leitura acompanhada. Esse é um bom momento para observar a fluência em leitura dos estudantes, avaliando se leem com autonomia ou se apresentam dificuldades que requeiram intervenção pedagógica. Aproveite para mostrar à turma algumas características do gênero resenha crítica, como um texto que expressa uma opinião sobre uma produção cultural, a assinatura de um resenhista, a veiculação em meios do campo jornalístico ­ midiático (sites, jornais, revistas, blogues etc.), o grau de formalidade do texto, entre outras.

leitor. É fundamental que eles compreendam que o objetivo do anúncio é veicular uma ideia: a de que animais de rua precisam de cuidados, principalmente no inverno, e não podem ser abandonados.

5. Após a leitura do texto, se for necessário, explique que a quebra da quarta parede ocorre quando as personagens rompem a barreira imaginária que as separa do público e falam diretamente a ele. Os balões de diálogo são utilizados em HQs, cartuns e tiras para representar a fala ou o pensamento das personagens. As onomatopeias são uma categoria das figuras de linguagem que indica a reprodução de sons ou ruídos.

SONY/COLUMBIA/MARVEL/KOBAL/SHUTTERSTOCK.COM
medo) desses animais quando são abandonados na rua. Isso visa incentivar o leitor a concordar com a ideia de jamais abandonar um animal de estimação e a agir em prol da proteção desses animais.
43
43 06/06/22 16:16
4. c) O substantivo inverno; a finalidade é evidenciar em que época esses animais precisam ainda mais ser ajudados pelas pessoas.
D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd
43

REALIZAÇÃO

Atividades

5. a) Comente que a afirmação do item I não é necessariamente parte do gênero resenha; os itens II e IV trazem finalidades dos gêneros resumo e ensaio.

5. b) Espera­se que eles infiram que há relações de temas, como as personagens principais terem superpoderes e serem negras, e de suporte, pois os dois super­ heróis são originários de HQs.

6. a) Leve ­ os a reconhecer os substantivos que identificam o personagem: Miles Morales e Homem­Aranha.

7. b) Espera­se que reconheçam que Aranhaverso é um substantivo composto, formado pelos nomes aranha e verso. A palavra é oriunda de multiverso (composta pelo prefixo multi­ e pelo substantivo universo), e o sentido atribuído a ela é um “mundo virtual dos Homens­Aranhas”.

8. Espera­se que notem a relevância do substantivo no sistema da língua e reconheçam que essa classe gramatical é relevante para dar sentido à maioria dos textos.

PROPOSIÇÕES

A proposta de Língua em cena permite aos estudantes ter contato com noções introdutórias da análise documental como prática de pesquisa, mobilizando princípios da análise do discurso ao observar a presença de substantivos compostos em textos do cotidiano. O trabalho a ser desenvolvido neste boxe também possibilita o desenvolvimento do pensamento computacional nos estudantes, pois eles terão de observar regularidades e padrões nos substantivos compostos presentes nos documentos pesquisados.

6. a) O nome dele Miles Morales; ele é um jovem que, ao ser picado por uma aranha, acaba ganhando superpoderes.

6. b) Sim, os dois são substantivos comuns que formam um substantivo composto que é também um substantivo próprio e dá nome à personagem.

a) No caderno, transcreva o item que expressa a finalidade dessa resenha. Item III

I. Informar ao leitor os detalhes a respeito do filme, como as salas de cinema onde a animação foi exibida.

II . Contar ao leitor toda a história do filme, revelando até mesmo o final da aventura.

III. Expor uma opinião de quem assistiu à animação sobre a qualidade da história.

IV Definir, com detalhes, como o tema dos super-heróis é abordado na animação.

b) Na sua opinião, quais são os elementos dessa animação que poderiam ser relacionados aos do livro do Pantera Negra?

Resposta pessoal.

7. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que Aranhaverso é um substantivo composto, pois é formado pelos nomes aranha e verso, e o sentido atribuído é de um ”mundo virtual dos Homens- Aranhas”.

6. O autor da resenha informa o nome da personagem principal da animação.

a) Qual é o nome dessa personagem? O que nos é informado a respeito dele?

b) Na palavra Homem-Aranha, os substantivos homem e aranha pertencem à mesma classificação? Explique.

7. a) Sugestão de resposta: Aranhaverso é o nome usado para indicar um mundo onde se encontram todos os Homens-Aranhas de universos variados.

7. No título do texto aparece o substantivo Aranhaverso.

a) Com base na explicação de multiverso, escreva uma definição para o substantivo Aranhaverso

b) Aranhaverso é um substantivo composto? Justifique.

8. No início do último parágrafo, o autor do texto explica que a animação usa recursos comuns de histórias em quadrinhos.

a) No caderno, reescreva o trecho excluindo os substantivos.

b) O trecho reescrito por você ficou compreensível? Justifique.

Multiverso é um nome usado para indicar uma espécie de mundo que mistura realidade virtual e internet, em que se pode vivenciar experiências por meio de dispositivos digitais.

c) Com base nas suas respostas anteriores, explique que papel a classe dos substantivos exerce na construção de sentidos de um texto.

8. a) Sugestão de resposta: A é um para os de, pois toda a é conduzida como se fosse um vivo, com muito de quebra da 4a, de e de.

LÍNGUA EM CENA

Substantivo composto em textos do cotidiano

1. Com base no conceito apresentado anteriomente, leia estas expressões.

• Dia das crianças • Dia do professor • Dia do servidor público Essas expressões podem ser consideradas substantivos compostos? Explique.

1. Sim. Espera-se que os estudantes concluam que essas expressões designam um único nome e poderiam, com base na definição da gramática normativa, ser consideradas substantivos compostos.

2. Ago ra, com um colega, você vai pesquisar se expressões como essas aparecem em textos do cotidiano e se podem ser consideradas substantivos compostos. Para isso, façam uma pesquisa de base documental, isto é, que analisa dados em fontes como sites , livros, jornais e revistas. Sob a orientação do professor, após reunir um conjunto significativo dessas fontes, vocês vão tratar e analisar os dados, registrando as expressões encontradas, em que texto foram empregadas e com que função comunicativa, além de explicar por que elas poderiam ser classificadas como substantivos compostos. Os resultados serão registrados em um relatório e posteriormente apresentados aos colegas no dia combinado com o professor.

Resposta pessoal.

8. b) Espera-se que os estudantes percebam que o trecho reescrito se torna incompreensível sem os substantivos. Ao nomear tudo que existe, a classe dos substantivos é fundamental para dar sentidos à maioria dos textos.

8. c) Espera-se que os estudantes reconheçam que, ao nomear tudo que existe, a classe dos substantivos é fundamental para dar sentidos à maioria dos textos.

REALIZAÇÃO Língua em cena

1. Espera ­ se que eles concluam que, uma vez que elas designam um único nome, poderiam ser consideradas substantivos compostos.

2. A questão de pesquisa a ser respondida por meio da análise documental é se expressões que se referem a datas comemorativas

podem ser consideradas substantivos compostos. Para isso, certifique­se de que os estudantes tenham acesso à internet e disponham de materiais impressos e digitais, para que os utilizem como fontes primárias para a análise. Oriente­os quanto à necessidade de buscar fontes confiáveis que apresentem o conceito de substantivo composto (incluindo o livro didático) e permitam responder às atividades. Comente que a atividade se

44 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 44 13/06/22 07:46 44

Sinais de pontuação: travessão, ponto de exclamação, ponto de interrogação e reticências

Os sinais de pontuação são recursos gráficos importantes para a construção de sentidos e para a compreensão de textos. Em um texto escrito, diferentes efeitos de sentidos podem ser construídos pelos sinais de pontuação.

1. Releia, em voz alta, o trecho que narra o momento em que o Pantera Negra consegue localizar sua irmã.

— Por que está sussurrando? Não pode falar alto?

— Não! Fale mais baixo — ela pediu. — Estou me escondendo de um cara russo de pele verde. Ele está zanzando por aqui, falando sozinho o que vai fazer quando me pegar.

a) Que sensações são expressas nesse trecho?

b) O trecho reproduz um diálogo entre duas personagens. Que sinal de pontuação no texto escrito indica isso? O sinal do travessão.

c) Se o trecho fosse lido em voz alta por alguém, que recursos poderiam ser utilizados para indicar que o trecho é um diálogo entre duas personagens?

2. A primeira fala no trecho é marcada pelo sinal de interrogação. No caderno, transcreva a única alternativa que não corresponde ao uso desse sinal. Alternativa C

A. Ele indica que a personagem está fazendo perguntas.

B. Ele enfatiza as dúvidas da personagem.

C. Ele revela a tranquilidade da personagem em relação à situação da irmã.

D. Ele mostra que a personagem está questionando a irmã.

3. A primeira palavra da resposta de Shuri é pontuada por um sinal de exclamação. Que efeito de sentido o uso desse sinal produz na fala dela?

O efeito de enfatizar a palavra não, dita pela personagem.

Os sinais de pontuação são fundamentais para a construção dos efeitos de sentido dos textos. Ponto de interrogação é usado para indicar perguntas diretas. Exemplo:

Onde está a princesa, Nakia?

Ponto de exclamação é usado para dar ênfase ao que se diz. Para obter mais ênfase, em situações informais, é comum usar mais de um sinal ao mesmo tempo. Exemplo:

Amei! Amei!

Reticências são usadas para indicar que a frase foi cortada, interrompida, para evidenciar uma pausa, para indicar que houve dúvida, hesitação ou surpresa. Exemplo:

Eu, particularmente, amo o Pantera Negra

D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd

relaciona também com no ções da prática de pesquisa “observação, tomada de nota e construção de relatórios”. Portanto, é importante que os estudantes registrem e organizem adequadamente os dados selecionados e as conclusões a que chegarem, seja no caderno ou no computador.

Em seguida, auxilie­ os a tratar as fontes selecionadas a fim de obter os dados necessários. Esses dados podem ser tabulados em uma

que poderiam ser classificadas como substantivos compostos. Para isso, eles devem mobilizar princípios da análise do discurso, verificando qual é o tipo de fonte, os efeitos de sentido produzidos pelo documento, onde circula, quem o produziu, com que objetivos, de que modo se relaciona com outros discursos e documentos, entre outros aspectos.

Por fim, oriente ­ os a registrar as conclusões da pesquisa em um relatório e posteriormente a compartilhar com os colegas os resultados, por meio de exposição oral.

PROPOSIÇÕES

Em Questão de fala e escrita, retome os conhecimentos prévios dos estudantes perguntando quais sinais de pontuação eles conhecem e verifique se reconhecem a função desses sinais.

REALIZAÇÃO

Questão de fala e escrita

1. Peça que leiam o trecho de modo expressivo, enfatizando as entonações dos sinais de pontuação.

2. Os estudantes devem reconhecer que o sinal de pontuação não revela tranquilidade da personagem.

3. Oriente os estudantes a localizar outros trechos do texto que apresentem o sinal de exclamação e a analisar seus efeitos de sentido.

11/06/22 08:29

planilha, por exemplo, facilitando a visualização. Após a tabulação de quantidade considerável de dados, parte ­se para a análise, a fim de observarem regularidades e padrões nos substantivos compostos presentes nos documentos pesquisados. Espera ­ se que os estudantes localizem outras locuções substantivas, identifiquem a fonte de onde foram retiradas, reconheçam a função comunicativa com que foram utilizadas nos textos, e expliquem por

QUESTÃO DE FALA E ESCRITA
1. a) São expressas as sensações de preocupação do personagem Pantera Negra e a de medo da irmã.
45
1. c) O leitor poderia fazer pausas e usar entonações diferentes para marcar que se trata de um diálogo entre dois personagens.
45
45

PROPOSIÇÕES

Em Atividades , como atividade de retomada dos conteúdos, proponha aos estudantes que realizem uma pesquisa sobre o uso do discurso direto em textos. Além de narrativas do campo artístico ­literário, é possível pedir a eles que selecionem exemplos dos usos de pontuação no discurso direto em notícias ou reportagens (cujo tema seja de interesse dos estudantes) e analisem como a fala dos entrevistados é reproduzida nesses textos. Selecione alguns estudantes para que compartilhem com os colegas as conclusões a que chegaram.

REALIZAÇÃO

1. É recomendável realizar uma leitura expressiva do texto. Pode ­se escolher três estudantes para fazerem a leitura expressiva do causo, a fim de que possam entender a importância dos sinais de pontuação e o uso (e os efeitos) do discurso direto para dar voz às personagens, tendo assim mais elementos para responder às questões propostas na atividade. Explore a compreensão do texto, de maneira que os estudantes identifiquem que o acontecimento gerador da confusão é um boato. Ao final, recomenda­se comentar as características mais fundamentais do gênero causo com os estudantes, como a predominância de linguagem informal, a presença de elementos imaginários e fantasiosos, a evidência do uso de variações linguísticas regionais e socioculturais, os traços de oralidade nos diálogos, entre outras marcas do gênero.

Travessão é usado para indicar os turnos de falas de interlocutores em um diálogo e para separar palavras ou expressões que explicam algo em um texto. Exemplos:

T’Challa, conhecido como o Pantera Negra, é o último desses reis um herói dotado de incrível velocidade, força e agilidade…

O travessão indica uma expressão explicativa.

— Por que está sussurrando? Não pode falar mais alto?

— Não! Fale mais baixo ela pediu.

O travessão indica mudança de turno de fala em diálogo e o início da narração.

ATIVIDADES

2. a) Espera-se que os estudantes percebam que o uso do discurso direto, ao reproduzir as falas das personagens como foram ditas, dá rapidez e dinamismo à narrativa.

2. b) Porque o contador, ao dar voz às personagens, reproduz o jeito de falar, a entonação adequada à personagem, o ritmo, o sotaque etc., atraindo o ouvinte para o que está sendo dito.

1. O causo a seguir é ao mesmo tempo assustador, engraçado e também mexe com a nossa imaginação. Leia.

CAUSOS: A ONÇA

Toninho e Dico ainda eram crianças, com 12 e 10 anos, quando sua mãe pediu aos dois que buscassem lenha.

Porém, tinha uns boatos de que havia onça no lugar que eles tinham que ir. Mesmo assim, os dois, sem muita escolha, foram obrigados a obedecer à mãe.

Chegando lá, os dois se animaram e acabaram se afastando um do outro (questão de 2 a 3 metros), quando Toninho pisou em um espinho e soltou um grito:

— Ai! ai!

Dico, já assustado gritou:

— A onça? – E saiu correndo.

Toninho também gritou:

— A onça?!

Os dois saíram desembestados, mato abaixo, passando por cipós, espinhos... Quando já cansado de tanto correr, Toninho parou e perguntou pro Dico:

— Você viu a onça?

— Não foi você quem viu...

CAUSOS: A onça. News Rondônia, Rondônia, 22 jul. 2011. Disponível em: www.newsrondonia.com.br/noticia/ 7209-causos-a-onca. Acesso em: 22 fev. 2022.

• O que provocou toda a confusão no causo?

Os boatos de que no local havia sido visto uma onça, o que fez com que os meninos confundissem o acidente com o espinho com a presença do animal.

2. O discurso predominante no causo é o discurso direto.

a) Que efeito de sentido o uso desse discurso produz no texto?

b) Considerando a contação do causo, por que é importante dar voz às personagens?

2. Essa atividade, em conjunto com a atividade 3, retoma os usos dos sinais de pontuação no texto e a predominância do discurso direto.

3. Se considerar necessário, pergunte aos estudantes se a alteração de alguns sinais de pontuação poderia alterar os sentidos do trecho. Para exemplificar, reescreva (na

lousa ou em outro suporte) alguns trechos alterando a pontuação usada, evidenciando a modificação dos sentidos do texto.

4. Se a proposta de leitura sugerida na atividade 1 não foi realizada antes, recomenda­se que esta atividade seja precedida por uma leitura expressiva do texto.

46 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 46 09/06/22 10:30 46

4. Espera-se que os estudantes infiram que as pausas, a entonação, a mudança de voz das personagens e o ritmo feito pelo contador são recursos próprios da modalidade oral, usados para dar sentidos.

3. Na escrita do causo, o sinal de travessão foi usado várias vezes. Identifique com que finalidades ele foi usado.

Para indicar o início das falas de cada personagem e para separar a fala de uma personagem da do narrador. Exemplo: “— A onça? — E saiu correndo.”.

4. Na escrita do causo, os sinais de pontuação enfatizam os sentidos que precisam ser atribuídos pelo leitor para que ele compreenda o texto. Na contação do causo, que recursos você usaria para enfatizar esses sentidos ao ouvinte?

5. Indica que as ações foram feitas com impulsividade no início, devido ao medo, e com mais calma no final.

5. As palavras soltou [um grito], gritou e perguntou introduzem as falas das personagens. O que essa sequência indica sobre a ação das personagens?

6. No início do causo é empregado discurso indireto. Que trecho comprova isso? No caderno, reescreva esse trecho em discurso direto, usando os sinais de pontuação adequados.

Resposta esperada: “[…] quando sua mãe pediu aos dois que buscassem lenha.”. Sugestão de resposta: A mãe deles pediu: — Vocês dois, busquem lenha para mim lá na mata.

7. Será que os super-heróis só vivem enfrentando perigos, defendendo o mundo dos vilões? Ou será que também se divertem? Esse é o tema do brasileiro Lucas Nascimento, que cria tirinhas baseadas em super-heróis em situações inusitadas. Leia a tirinha a seguir.

Lembre-se de incluir falas das personagens, se achar necessário, e utilizar os sinais de pontuação necessários à produção dos sentidos desejados.

7. a) Após a leitura, pergunte o que entenderam, o que há de inusitado, o que ocorreu, como terminou, quem são as personagens etc.

7. b) Verifique se no texto dos estudantes há a presença de discurso direto ou indireto e se usaram os sinais de pontuação estudados.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Produção textual Proponha aos estudantes a produção de um causo ou história marcante ou surpreendente que queiram compartilhar com os colegas e o professor. Oriente ­ os a observar atentamente o uso dos sinais de pontuação. Antes de entregarem o texto ao professor, peça a eles que troquem os textos com um colega para que ele revise e aponte eventuais inadequações quanto à pontuação. Após a leitura dos textos, se desejar, selecione os mais interessantes e compartilhe ­ os com a turma ou a comunidade escolar (seja no jornal da escola, se houver, ou blogue).

a) Essa tirinha não apresenta diálogos. A linguagem visual narra uma situação cômica. No caderno, escreva uma narrativa para reproduzir a situação da tirinha. Resposta pessoal.

b) Compartilhe a história com os colegas, verificando se todos os elementos narrativos estão presentes. Resposta pessoal.

5. Essa atividade retoma os efeitos de sentido do encadeamento de formas verbais no passado para dar ideia de sucessão de acontecimentos – como os estudantes já avaliaram anteriormente no estudo da narrativa de aventura. Recomenda­se aproveitar essa atividade para avaliar a apreensão desses conhecimentos pelos estudantes.

6. Essa atividade trabalha com o discurso indireto no texto, solicitando a reescrita do

trecho em discurso direto. Recomenda ­se avaliar a compreensão dos estudantes sobre o uso da pontuação nessa reescrita.

7. Essa atividade pode ser iniciada com uma leitura livre, individual, feita pelos estudantes. Em seguida, solicite que eles compartilhem com os colegas o que compreenderam da leitura e, se for o caso, comentem se acharam a tirinha bem­humorada.

LUCAS/DRAGONARTE
47 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 47 29/07/22 13:43 47

PROPOSIÇÕES

Em Produção oral, explique aos estudantes que eles farão uma produção oral de uma roda de leitura. Essa proposta é uma atividade mais lúdica e mais livre, de modo a proporcionar uma retomada dos momentos de produção de texto realizados nos anos iniciais do Ensino Fundamental e a fomentar o gosto da turma pela leitura. A organização de um clube de leitura estimula o desenvolvimento do gosto pela efabulação, além de possibilitar a fruição de textos literários. Em grupo, cria ­se um espaço em que os estudantes podem compartilhar e trocar vivências de leitura. A incorporação desta atividade de maneira sistemática no cotidiano da turma contribui para valorizar a literatura e as práticas de leitura.

Pergunte a eles se já participaram de uma atividade dessa natureza e, caso a resposta seja positiva, pergunte se gostaram da experiência. Aproveite as considerações dos estudantes para antecipar o formato do encontro. Lembre­os das atitudes esperadas nessas situações, como respeitar os turnos de fala, levantar a mão para pedir a palavra e aguardar ser chamado, e respeitar as opiniões e sugestões dos colegas. Anime­os para a atividade, engajando­os para a participação de uma atividade coletiva e para a fruição do prazer da leitura.

REALIZAÇÃO

Na etapa Planejando o texto, se for conveniente, proponha aos estudantes que reflitam sobre a escolha do livro em casa e façam as anotações iniciais. Oriente ­ os sobre fontes confiáveis de pesquisa e obtenção do livro. Incentive ­ os a procurar bibliotecas públicas na região onde vivem, se

Roda de leitura

Nesta produção, você vai compartilhar leituras de narrativas de aventuras que já leu e gostou e que, de alguma maneira, atraíram seu interesse. Em seguida, você vai apresentá-la para os colegas em uma roda de leitura, um encontro em que leitores leem trechos de livros, para apreciação de obras, e os comentam, para despertar o interesse pela leitura nos colegas.

Planejando o texto

1 Escolha um livro de narrativa de aventura que você leu e que provocou em você uma mudança de atitude, um jeito novo de pensar sobre determinado assunto e que gostaria de compartilhar com os colegas na roda de leitura.

2 Retome o livro e registre, no caderno, as informações presentes na capa e na quarta capa.

a) Na capa, identifique título, nome do autor, nome da editora e elementos visuais que a compõem. Exemplo: há uma imagem destacada? Essa imagem representa algum elemento da narrativa?

b) Na quarta capa, identifique as informações que são apresentadas sobre a narrativa e os elementos das personagens ou do conflito que são destacados. Observe se há outros elementos, como o preço do livro e informações sobre a editora.

3 Escreva um breve comentário avaliativo sobre a capa e a quarta capa do livro. Ressalte os aspectos a seguir.

a) O que você achou mais interessante e o que ajudou a despertar sua atenção para ler esse livro?

b) O que você acrescentaria ou mudaria na capa ou na quarta capa para que ela fosse mais atraente e chamativa?

Escrevendo o texto

1 Registre suas impressões de acordo com os tópicos a seguir. Reproduza-os no caderno.

• Qual é o enredo da aventura?

• Onde e quando essa narrativa se passa?

• Quem são as personagens – a principal e as demais?

• O que você mais gostou na história?

• Por que esse livro foi importante para você? Mudou seu modo de pensar? Ajudou a entender ou a aprender algo?

houver, ou a buscar obras na biblioteca da escola. Em sala de aula, confira com os estudantes, de modo oral e coletivo, se se atentaram a todos os tópicos propostos. Ajude ­ os a selecionar opções adequadas à faixa etária, se for necessário. Nas atividades 1 e 2 dessa etapa, é fundamental relembrá­ los das leituras que fizeram da capa e da quarta capa e retomar com eles os

conhecimentos sobre

linguagem verbal e linguagem não verbal.

Na etapa Escrevendo o texto, se possível, acompanhe de perto o trabalho dos estudantes, lendo os textos produzidos por eles, e apontando eventuais inadequações e aspectos que podem ser melhorados. Como eles devem escrever um breve texto opinativo avaliando a obra, reforce a importância de se

PRODUÇÃO ORAL 48
48 06/06/22 16:16 48
D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd

2 Escolha um capítulo, ou parte dele, que achar mais interessante, para ler para os colegas. Treine uma leitura expressiva seguindo as orientações a seguir.

• Destaque os diferentes momentos da história explorando a entonação. Use a voz conforme cada personagem. Faça gestos e use expressões faciais, por exemplo, um franzir de sobrancelhas pode expressar uma fala ameaçadora.

• Observe os sinais de pontuação, pois eles dão ritmo à leitura, sugerem uma entonação e determinam as pausas.

• Ajuste a velocidade da fala ao que a cena retrata. Exemplo: um ritmo mais acelerado na leitura sugere mais tensão.

Participando da roda de leitura

Na data combinada, organizem a sala em círculo, para que todos possam se ver e interagir.

1 Apresente a capa do livro e os elementos que a compõem; a quarta capa e o que exalta sobre a história. Em seguida, exponha sua opinião a respeito desses elementos.

2 Comente sobre a história: o que conta, onde e quando se passa, quem são as personagens e o protagonista.

3 Em seguida, comente suas impressões sobre o livro: o que mais gostou na história, o que a leitura o fez pensar, o que o livro o ajudou a entender, o que aprendeu ou o que foi importante saber.

4 Por fim, leia o trecho selecionado, fazendo uma leitura expressiva.

Após a apresentação, abra espaço para uma roda de conversa sobre a obra e escute com atenção os comentários e apreciações dos colegas, respondendo aos questionamentos deles no momento oportuno e de forma respeitosa.

Avaliando a atividade

Após a apresentação de todos os colegas, comentem sobre os livros apresentados.

• Quais livros despertaram seu interesse para leitura?

• O que você aprendeu com essa experiência de compartilhar leituras?

Para que a roda de leitura seja um espaço de múltiplas trocas, faça uma relação dos livros apresentados e dos estudantes interessados em lê-los. Essa anotação pode ser feita com base em um quadro como o do modelo a seguir.

Organizando um clube de leitura

1 Conversem e definam as regras do clube de leitura, como a periodicidade e o local dos encontros.

2 Façam uma lista com o nome dos participantes e os interesses de leitura de cada um.

3 Selecionem as obras, considerando as preferências apontadas.

4 Criem um nome para clube e realizem os encontros seguindo as regras combinadas.

expressarem, contando do que mais gostaram e os efeitos que o livro gerou neles. Se necessário, apresente um modelo à turma: mostre seu livro preferido e diga quais foram as suas impressões sobre ele com base nos critérios da atividade 1 dessa etapa. Incentive os estudantes para que leiam a totalidade do livro selecionado (ou leiam o máximo que conseguirem, em um prazo determinado, de modo que seja suficiente para embasarem

as próprias impressões) e, depois, possam selecionar um trecho preferido para a leitura oral. Oriente ­ os a preparar uma explicação do contexto, caso seja necessário apresentar as personagens, o tempo e o espaço da narrativa, o tema da obra, entre outros aspectos importantes, para garantir que o trecho lido seja compreendido pelos colegas.

Na etapa Participando da roda de leitura, é recomendável afixar um quadro da

turma com os nomes dos estudantes e o dia da apresentação. Essa atividade pode acontecer na sala de aula e em outros ambientes da escola, como o pátio, o jardim, debaixo de uma árvore, a quadra. Inclusive, pode ser interessante variar os ambientes.

Na etapa Avaliando a atividade, pode ­ se desenvolver nesse momento uma avaliação formativa dos conteúdos e das produções realizadas pela turma. Outra opção, se preferir, é propor aos estudantes que façam uma autoavaliação.

Na etapa Organizando um clube de leitura, avalie, juntamente com a direção e o responsável pela biblioteca da escola, a possibilidade de mediação do clube de leitura. Ajude os estudantes a estabelecer as regras, preferencialmente registrando ­ as por escrito.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR Análise de filme

Se julgar interessante, assista com a turma a um dos filmes indicados neste módulo (ou outro filme de aventura adequado à temática e aos conteúdos trabalhados) e proponha uma discussão coletiva. Caso haja relação entre algum dos filmes e os livros escolhidos pela turma (por exemplo, se o filme for uma adaptação de um dos livros indicados pelos estudantes), aproveite essa temática de gancho. Essa proposta deve permitir que os estudantes articulem seus conhecimentos sobre a narrativa de aventura e tenham contato cultural, ampliando o próprio repertório, com diferentes linguagens.

49 D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 49 11/06/22 08:30 49

Habilidades de encerramento

• EF69LP46

• EF67LP23

• EF69AR01

• EF69AR03

• EF69AR04

• EF69AR05

• EF69AR31

PROPOSIÇÕES

Se julgar necessário, retome os conceitos de linguagem verbal e linguagem não verbal. Peça ­ lhes que compartilhem o que aprenderam sobre esse tema.

O trabalho desenvolvido em Linguagens em conexão busca estabelecer conexões entre diferentes linguagens, ao propor que os estudantes explorem e analisem uma instalação artística produzida por um artista brasileiro contemporâneo cuja obra é reconhecida internacionalmente. A atividade busca contribuir para a valorização da diversidade social e cultural brasileira. Sugere ­se o trabalho interdisciplinar com o professor de Arte.

Oriente uma conversa com os estudantes, incentivando que todos expressem opiniões de maneira crítica. Não é preciso que eles respondam às questões em sequência.

REALIZAÇÃO

1. Pe ça aos estudantes qu e observem a imagem e, se necessário, releiam o parágrafo que a descreve. Incentive­os a fazer inferências e construir hipóteses embasadas. Caso os estudantes não conheçam o significado da palavra marulho, peça que pesquisem na internet ou consultem dicionários. Se quiser, comente que marulho é um substantivo comum, que se refere tanto à agitação das águas do mar quanto ao som característico

Arte e universo literário

Neste módulo, você estudou capa, quarta capa e narrativa de aventura. Assim, pôde investigar o mundo da leitura e descobrir textos que associam as linguagens verbal e não verbal. Agora,você vai conhecer a instalação artística chamada Marulho, do artista fluminense Cildo Meireles (1948-), por meio de duas imagens.

A obra é formada por um píer de madeira e milhares de livros abertos em páginas com imagens azuis. Quando o espectador entra na obra, escuta um áudio com vozes de adultos e crianças pronunciando a palavra água em mais de 80 idiomas diferentes. As palavras são repetidas em tons sussurrados, que lembram o som repetitivo das ondas do mar. A obra possibilita uma experiência sensorial ao visitante, que é levado a ter sensações como se estivesse de frente para o mar ouvindo as ondas, contemplando a imensidão e observando as cores e os movimentos das águas.

dessa agitação. Se os estudantes não chegarem a essa conclusão, ajude­os a notar que esse título já aponta para a união entre as linguagens verbal e não verbal, já que o trabalho faz uso do som da palavra água, das imagens e do píer para recriar um cenário de mar e o marulho

2. Diga que não há uma resposta correta e que muitas interpretações são possíveis. Ajude ­ os a reconhecer que, em geral, os

livros com textos literários abrigam narrativas que mobilizam a imaginação do leitor, por isso, eles podem ser usados como “símbolos” nessa instalação. Ressalte que, assim como os textos literários – constituídos pela linguagem verbal –, as imagens –constituídas pela linguagem não verbal –também possuem sentidos e significados abertos que dependem do autor, do público e do contexto em que vivem.

BNCC
CONEXÃO LINGUAGENS EM
CORTESIA DO ARTISTA E GALERIA LUISA STRINA CILDO MEIRELES
50
09/06/22 10:31
MEIRELES, Cildo. Marulho. 1991-2001. Instalação com madeira, livros e áudio, 347 cm × 1350 cm × 2300 cm. MAM Rio, Rio de Janeiro (RJ).
D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd 50
50

o espectador reflita sobre a comunicação, as múltiplas linguagens e seus símbolos e significados. Reitere como a presença da linguagem falada tem relação direta com os livros dispostos no chão, pois ambos os elementos colocam foco na linguagem como responsável pela descoberta de novos mundos, pela quebra de fronteiras.

Relembre o que você aprendeu ao longo deste módulo sobre o universo literário e converse com os colegas e o professor com base nas perguntas a seguir.

1. Comente, de maneira livre, a sua opinião sobre a obra de Cildo Meireles.

2. Para você, por que o artista deu o título Marulho à instalação?

Resposta pessoal. Resposta pessoal.

3. Como você interpreta a presença dos livros abertos na instalação de Cildo Meireles? Resposta pessoal.

4. Qual é a sua interpretação sobre as vozes que pronunciam a palavra água em diferentes idiomas na instalação? Resposta pessoal.

5. Ao observar as imagens dessa instalação artística, que reflexões você pode fazer sobre a presença de um mar construído com livros e palavras?

Resposta pessoal.

6. Quais outras obras artísticas você conhece que misturam linguagens verbais e não verbais e que ajudam a construir sentidos? Resposta pessoal.

PARA ASSISTIR

Cildo Meireles: Entrevendo. 2019. Vídeo (5min4s). Canal ARTE!Brasileiros. Disponível em: www.youtube. com/watch?v=crtI5EAJ8U8. Acesso em: 21 fev. 2022.

O vídeo apresenta trabalhos do artista apresentados na exposição Cildo Meireles: Entrevendo, realizada em São Paulo (SP), em 2019. No vídeo, é possível ver como o artista utiliza a linguagem não verbal para construir vários sentidos em suas obras.

5. Incentive­os a pensar nos sentidos que a presença desse mar construído com livros e palavras pode ter. Leve ­ os a perceber a importância dos livros e da linguagem verbal e não verbal na obra. Deixe que elaborem hipóteses e compartilhem opiniões livremente. Comente que a água e o mar podem ser metáforas para uma reflexão sobre as maneiras pelas quais as linguagens, a literatura e a comunicação podem nos fazer viajar, conhecer o mundo, atravessar fronteiras e investigar culturas. Aproveite a atividade para fazer um fechamento do módulo e pergunte aos estudantes o que eles mais gostaram de estudar nos dois capítulos e quais assuntos eles consideram que podem ter sido um mar para que eles pudessem viajar e conhecer mais do mundo em que vivem.

3. Explique que o fato de o artista ter escolhido livros para a instalação pode apontar para uma reflexão acerca do universo literário e de como os livros, a linguagem e a literatura nos possibilitam viajar, navegar, conhecer o mundo e suas múltiplas culturas.

4 Chame a atenção para a presença da linguagem verbal como uma importante

fornecedora de sentidos à obra artística. É comum que trabalhos de artes visuais não tenham nenhum elemento verbal, por isso, pode ser difícil para a turma reconhecer como as linguagens verbais e não verbais coexistem e se completam nesse trabalho. Comente que a presença da palavra água, em 80 idiomas diferentes, pode sugerir que

6. Essa questão leva os estudantes a compreender que essas duas formas de linguagem se complementam e se misturam em diversos trabalhos artísticos e em muitos outros elementos cotidianos.

CORTESIA DO ARTISTA E GALERIA LUISA STRINA CILDO MEIRELES
51
51 09/06/22 10:31
MEIRELES, Cildo. Marulho. 1991-2001. Instalação com madeira, livros e áudio, 347 cm × 1350 cm × 2300 cm. MAM Rio, Rio de Janeiro (RJ).
D2-012-051-POR-F2-2102-V6-M1-LA-G24_AVU.indd
51

BNCC

Competências do módulo

Geral: 3

Linguagens: 1, 2, 5

Língua Portuguesa: 5

Arte: 2

Habilidades da abertura

• EF67LP23

• EF69AR03

• EF69AR26

Temas Contemporâneos Transversais

• Diversidade cultural

• Educação em Direitos Humanos

INTRODUÇÃO

Este módulo proporcionará aos estudantes imaginar as experiências vividas por diferentes personagens. O eixo de leitura abordará textos de narrativa de aventura e relato pessoal, explorando características desses gêneros. Também é explorada a resenha de game. Por meio do trabalho com esses gêneros textuais, o módulo contempla os Temas Contemporâneos Transversais Diversidade cultural e Educação em Direitos Humanos. O eixo de análise linguística tratará de substantivo e adjetivo; léxico, sinônimo e antônimo; e recursos descritivos, prescritivos e de ordenação de fatos. No eixo de produção textual, os estudantes produzirão narrativas de aventura cujas histórias serão organizadas em uma coletânea e em audiobook A proposta deste módulo é despertar a consciência dos estudantes de que a narrativa de aventura, a resenha de game e o relato pessoal como gêneros textuais têm funções e características próprias, de modo que possam compreendê-los e localizar informações específicas neles.

OBJETIVOS

• Retomar e reconhecer as características e os elementos centrais de organização do gênero narrativa de aventura.

GRANDES AVENTURAS, GRANDES LEITURAS

• Distinguir os tipos de narrador em suas especificidades.

• Reconhecer as características dos gêneros textuais resenha de game e relato pessoal.

• Compreender como os elementos desses gêneros e seus recursos linguísticos se articulam para a construção de sentidos dos textos.

• Identificar o contexto de produção e a linguagem desses gêneros textuais.

• Compreender e considerar o léxico como

condição fundamental para o domínio de uma língua.

• Reconhecer que as substituições de substantivos por sinônimos dão continuidade e estabelecem relações de sentido entre as partes do texto.

• Conhecer a relação morfossintática entre substantivos e adjetivos, observando a flexão de gênero e de número e a variação de grau.

• Produzir uma narrativa de aventura.

MÓDULO
SUPER MARIO ODYSSEY: CASCADE KINGDOM, NINTENDO
2
52 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 52 06/06/22 16:32 52
Frame do jogo eletrônico Super Mario Odyssey, de 2017.

FIQUE POR DENTRO

• Narrativa de aventura

• Resenha de game

• Substantivo e adjetivo: flexão de gênero, de número e de grau

• Léxico, sinônimo e antônimo

• Relato pessoal

• Compartilhamento de resenhas

• Recursos descritivos, prescritivos e de ordenação de fatos

• Produção escrita: narrativa de aventura

• Práticas corporais de aventura urbanas

IMAGEM EM FOCO

Observe a imagem que faz parte de um jogo eletrônico com o personagem Mario, criado pelo designer de jogos Shigeru Miyamoto. Depois, converse com os colegas e o professor sobre as perguntas a seguir. Respostas pessoais.

1. Em sua opinião, qual é o tema desse jogo? Que elementos da imagem fizeram você chegar a essa conclusão?

2. Com base nos elementos da imagem e em suas experiências com jogos eletrônicos, na sua opinião, quais são os objetivos e as características desse jogo?

3. De que maneira essa imagem poderia ajudar você a escolher esse game se tivesse a oportunidade de jogá-lo?

4. Qual história você conhece que se relaciona com o cenário ou com as vestimentas do personagem presente na imagem?

Em Imagem em foco, as questões propostas têm como objetivo pedagógico mobilizar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre os conteúdos e temas abordados no módulo a fim de prepará-los para as próximas atividades e discussões.

REALIZAÇÃO

1. Relembre o tema narrativa de aventura e incentive a turma a justificar as respostas com base em elementos visuais da imagem.

2. A atividade incentiva os estudantes a levantar os conhecimentos prévios sobre jogos eletrônicos, para que infiram as características desse jogo. Espera-se que, após a análise, eles retomem experiências que já tiveram com jogos de aventuras. Se essa relação não for traçada por eles, questione o que os levou a se lembrar de jogos de outros gêneros. Caso alguém não tenha experiência prévia com jogos eletrônicos, oriente a analisar a imagem com base em histórias de filmes, séries ou livros.

3. A atividade incentiva os estudantes a observar como os aspectos visuais de uma imagem podem transmitir inúmeras informações, mesmo que eles não conheçam o jogo.

PROPOSIÇÕES

Faça uma avaliação diagnóstica sobre os conhecimentos prévios dos estudantes, solicitando que observem a imagem: trata-se de um frame do jogo eletrônico Super Mario Odyssey. A imagem dialoga com a cultura juvenil, pois o personagem Mario Bros, apesar de ter sido criado nos anos 1980, é bastante conhecido por meio dos jogos eletrônicos.

Solicite que descrevam a cena, atentando para elementos como cores, cenário e movimento da situação retratada. Espera-se que eles relacionem a imagem com uma situação de aventura, em que é preciso ter coragem para superar obstáculos. Discuta com eles alguns desfechos para a cena, incitando-os a pensar em situações que remetam a narrativas de aventura.

4. Lembre-os de que não há respostas corretas e todas são bem-vindas para enriquecer a conversa e prepará-los para o trabalho do módulo.

53 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 53 08/06/22 11:15
53

BNCC

Habilidades do Capítulo 1

TEXTO

• EF69LP44

• EF69LP46

• EF67LP23

• EF67LP28

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

• EF69LP44

• EF67LP23

NARRATIVA DE AVENTURA CAPÍTULO1

• EF67LP27

EXPLORANDO O TEXTO

• EF69LP44

• EF69LP47

• EF67LP27

• EF67LP36

• EF67LP37

• EF67LP38

• EF06LP03

TEXTOS EM DIÁLOGO

• EF69LP17

• EF69LP45

• EF67LP05

• EF67LP07

• EF67LP23

• EF67LP27

POR DENTRO DA LÍNGUA

• EF69LP02

• EF69LP03

• EF69LP05

• EF69LP47

• EF69LP56

• EF67LP06

• EF67LP08

• EF06LP04

• EF06LP06

LINGUAGEM E SENTIDOS

• EF69LP56

• EF67LP34

• EF06LP03

PROPOSIÇÕES

Antes de ler o texto, faça uma sondagem sobre os conhecimentos prévios dos estudantes a respeito do gênero em foco, perguntando o que eles conhecem por narrativa de aventura. O trabalho com um texto clássico da literatura do gênero de aventuras se justifica pelo fato de a leitura e a análise de textos do campo artístico-literário em sala de aula contribuírem para que os estudantes aprendam a apreciar a literatura, tornando a fruição dela um hábito cotidiano. Pergunte o que esperam encontrar em um texto cujo título é “O cruzeiro do coracle”. Coracle é uma palavra da língua inglesa que designa um tipo de barco pequeno e antigo, geralmente construído em formato arredondado. Se possível, mostre imagens desse tipo de barco e peça aos estudantes

O texto que você vai ler é um capítulo do romance de aventura A Ilha do Tesouro, escrito por Robert Louis Stevenson. No livro, o jovem protagonista Jim Hawkins narra, em forma de diário, sua própria aventura em busca do que poderia ser uma fortuna lendária escondida em uma ilha. Antes de ler o capítulo, confira um breve resumo da história. “O cruzeiro do coracle”, título do capítulo que você vai ler, narra o episódio em que Jim enfrenta o mar no pequeno bote para resgatar a Hispaniola, que estava nas mãos dos piratas amotinados. Para você, quais desafios o jovem possivelmente enfrentará nessa empreitada? Será que ele conseguirá atingir seus objetivos? Comente suas opiniões com os colegas e ouça os comentários deles, respeitando a vez de cada um falar. Respostas pessoais.

TEXTO

Agora, leia o texto, de acordo com as orientações do professor, e acompanhe a aventura e os perigos vividos pelo personagem.

O cruzeiro do coracle

Jim Hawkins e seus pais hospedam um misterioso marinheiro, que morre deixando o mapa do tesouro do temível pirata Capitão Flint. Então, Jim parte em uma incrível aventura a bordo da embarcação Hispaniola, em busca do tesouro escondido na ilha. Certo dia, um grupo de piratas toma a embarcação, obrigando Jim e seus amigos a fugir em botes. Jim parte em direção à Hispaniola a bordo de seu bote, o coracle. Seu objetivo é achar o tesouro com seus amigos e retomar a embarcação.

Não sei quanto tempo eu dormi, mas já era dia claro quando acordei e vi que estava a sudoeste da Ilha do Tesouro. O sol ainda se escondia atrás do Morro da Luneta, que desse lado da ilha descia quase até o mar. Estava bem próximo do Morro da Mezena. Naquele trecho o mar batia em penhascos de 40 ou 50 pés de altura cercados de grandes pedras caídas no mar. Estava perto e meu primeiro pensamento foi remar de volta para a terra.

Essa ideia foi logo abandonada. Entre as pedras, a arrebentação espumava e uivava. As ondas reverberavam pesadas, uma após a outra, borrifando água salgada que ia alto e caía com tudo. Logo vi que não tinha a menor chance de sobreviver tentando chegar à terra por ali.

Um pouco mais ao norte, o terreno se estendia por um longo trecho, revelando com a maré baixa uma longa faixa de areia amarela. A ponta oposta dessa praia era chamada de Ponta das Florestas no mapa, e merecia o nome. Era coberta por pinheiros verdes que vinham até a beira do mar. Veio à minha memória o que Silver tinha dito sobre a corrente que corria para norte ao longo da costa oeste da Ilha do Tesouro. Pela minha posição percebi que já estava sob sua influência e preferi reservar minha força para tentar desembarcar na Ponta das Florestas, de aparência mais amistosa.

O mar se movia com uma ondulação alta, mas suave. O vento soprava firme e gentil vindo do sul, não havia conflito entre ele e a correnteza, e os vagalhões se levantavam e caíam sem quebrar.

que busquem o significado em um dicionário de língua inglesa.

Chame a atenção para o lugar e para a época em que viveu o autor, nascido em Edimburgo (Escócia), em 1850; há outros detalhes interessantes em Quem é o autor, ao final do texto em foco. Pergunte aos estudantes como eles imaginam que era o mundo naquela época: Quais recursos teriam os navegadores? Que

mares eram conhecidos? Essa história teria sido vivida pelo autor? Teria sido baseada em uma experiência real ou teria sido apenas fruto de sua imaginação?

Retome com os estudantes que a narrativa de aventura é um gênero da esfera literária, com um protagonista que se envolve em uma situação de conflito e assume um papel de herói.

54
54 06/06/22 16:32 54
O CONTEXTO DO TEXTO FTD EDUCAÇÃO
D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd

Caso as condições fossem outras, teria morrido. Acabou sendo uma surpresa como meu barquinho leve era levado com facilidade e segurança para cima e para baixo pelas ondas. Eu ficava a maior parte do tempo deitado no fundo, só espiando por cima da amurada, e via aquele grande pico azul se levantando bem perto de mim. O pequeno coracle sacudia um pouco, dançava como se estivesse em uma corredeira e deslizava por trás da onda, leve como um pássaro.

Reuni coragem e me sentei para tentar remar. Mas, mal tinha me movido, o barco interrompera seu movimento suave e ritmado, passando a descer uma parede de água tão íngreme que me deu vertigem, embicando o nariz e borrifando água salgada de encontro à onda seguinte.

Fiquei encharcado e apavorado, e voltei à posição anterior, onde me pareceu que o coracle tinha reencontrado o rumo de novo, me levando suavemente como antes pelos vagalhões. Estava claro que não podia interferir, e daquele jeito, já que não podia alterar o curso, que chance teria de chegar a terra firme?

Comecei a ficar com um medo horrível, mas mantive a cabeça fria. Primeiro, me movendo com todo o cuidado, usei meu gorro para esvaziar o fundo do coracle. [...]

[...]

Notei que não podia alterar seu equilíbrio, mas que seria possível pôr o remo por cima da borda e, de vez em quando, nos trechos mais serenos, dar uma remada ou duas na direção da costa. Comecei a agir assim que pensei nisso. Fiquei deitado sobre os cotovelos numa postura cansativa, e de vez em quando dava uma ou duas pequenas remadas para alterar o rumo do coracle em direção à terra.

[...]

Bem à minha frente, nem meia milha distante, avistei a Hispaniola com as velas levantadas. É claro que tinha certeza de que seria capturado, mas estava tão aflito com a sede que nem ligava. Porém, a surpresa logo tomou conta da minha mente, e não pude fazer nada além de olhar e me admirar.

A escuna estava com a vela principal e duas bujarronas desfraldadas ao vento. Quando a vi pela primeira vez, as velas estavam enfunadas e ela rumava para noroeste. Presumi que os homens a bordo estivessem contornando a ilha para voltar ao ancoradouro. Logo depois ela começou a buscar cada vez mais o rumo oeste, então pensei que tivesse me visto e partido em perseguição. Finalmente, contudo, ela se deixou levar para a linha do vento e ficou ali, inerte e indefesa, com as velas panejando

[...]

Enquanto isso, a escuna aos poucos atravessou a linha do vento e acabou mudando a bordo, começando a inflar as velas de novo. Navegou suavemente por cerca de 1 minuto e ficou mais uma vez com o nariz voltado para o vento. Todo o movimento se repetiu outras

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Proponha uma leitura compartilhada do texto com três estudantes. Para isso, combine antecipadamente a leitura com os estudantes e divida o texto em três partes – primeira parte: de “Não sei quanto tempo eu dormi [...]” (1o parágrafo) a “[...] que chance teria de chegar a terra firme?” (8 o parágrafo); segunda parte: de “Comecei a ficar com um medo horrível [...]” (9 o parágrafo) a “[...] e velame fazia com que se afastasse.” (16o parágrafo); terceira parte: de “Estava a menos de 100 jardas [...]” (17o parágrafo) até o final do texto.

Oriente-os a ler buscando sempre a compreensão da sequência narrativa, das passagens tensas, das mais calmas e descritivas e, em seguida, a treinar a leitura em voz alta por meio de uma fala expressiva e fluente, respeitando o ritmo, as pausas, as hesitações e a entonação indicada pela pontuação, de modo que o ouvinte perceba o clima de aventura e perigo que perpassa a narrativa.

Peça aos estudantes que prestem atenção no protagonista: como ele age para resolver situações difíceis, nas mudanças que ocorrem no ambiente e os desafios que ele vai superando. Peça também atenção para o modo como a narrativa se inicia, como se desenvolve e como termina.

O personagem passa por situações arriscadas, provocadas por acontecimentos imprevistos. E, como toda narrativa de aventura, esta também se dá em torno de um conflito. Esse elemento determina o modo como a história será apresentada ao leitor, a maneira como será desenvolvida e qual será o ponto de maior tensão e como ele se resolverá.

OLIVEIRA, Elaine Cristina de. Leitura e produção escrita da narrativa de aventura no Ensino Fundamental: uma contribuição à prática pedagógica. Repositório Unitau, Taubaté, 2015. Disponível em: http://repositorio.unitau.br/jspui/handle/20.500.11874/827. Acesso em: 14 maio 2022.

Essa pesquisa, destinada ao professor, tem como tema o trabalho com gêneros discursivos como ferramenta que contribui para o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita, com ênfase na produção de narrativas de aventura por estudantes do Ensino Fundamental.

ANDRÉ
55
55 06/06/22 16:32
VAZZIOS
D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd
55
PARA LER

REALIZAÇÃO Texto

Após a leitura, pergunte aos estudantes se gostaram do texto. Questione-os também sobre a sequência dos acontecimentos característicos da narrativa: Qual é o clímax da história? Em que momento se dá o desfecho? A fim de explorar ainda mais os elementos que compõem o enredo, pergunte-lhes quando e onde se passa a história, que informações o leitor tem sobre o espaço e a época e quem é o narrador. Explore com os estudantes o boxe Vocabulário e verifique se há dúvidas sobre os verbetes, esclarecendo-as coletivamente.

PARA ASSISTIR

A ILHA do tesouro. Direção: Steve Barron. Irlanda, Reino Unido: Kindle Entertainment, 2012. (87 min).

Esse filme, que pode ser indicado aos estudantes, tem um enredo semelhante ao da obra original: em 1765, o jovem inglês Jim Hawkins se envolve com piratas durante sua missão de encontrar o tesouro do capitão pirata Flint, que está escondido em uma ilha secreta.

PROPOSIÇÕES

Em Conversando sobre o texto, os estudantes poderão compartilhar as impressões que tiveram da leitura e mobilizar o próprio repertório de narrativas de aventura, refletindo sobre as características desse gênero e dos aspectos que acham atraentes nele, enquanto leitores.

REALIZAÇÃO

Conversando sobre o texto

1 Incentive os estudantes a expressar suas considerações a respeito do texto e a comentar as sensações suscitadas pela leitura. Diante do enredo, é possível que eles comentem que a história lhes causou medo, curiosidade, suspense, surpresa.

vios ou outras embarcações fixadas por uma âncora.

Panejando: abanando, agitando.

2. Peça a eles que se imaginem no lugar do personagem, diante dos desafios que ele enfrentou.

3. Incentive-os a compartilhar os títulos de livros, filmes e peças teatrais cujo tema seja aventura no mar. Peça-lhes que contem o enredo da narrativa, o ambiente, os personagens principais e o que mais lhes chamou a atenção ao ler o livro ou a assistir

Estai: cabo que sustenta a chaminé ou outra peça do navio.

Abalroado: chocado-se contra.

ao filme ou à peça de teatro com essa temática.

4. Comente que as narrativas de aventura são atraentes porque possibilitam ao leitor ou espectador sair do tempo e espaço real de suas vidas e mergulhar na ficção. Pergunte-lhes se assistiram a algum filme cuja história havia sido adaptada para o cinema ou para séries de televisão.

HERITAGE-IMAGES/TOPFOTO/AGB PHOTO LIBRARY ANDRÉ VAZZIOS 56
06/06/22 16:32 56
D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 56

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

1. Que sensações a leitura do texto provocou em você? Comente suas impressões com os colegas

2. Os desafios enfrentados por Jim Hawkins surpreenderam você? Em sua opinião, qual foi o momento mais perigoso que o personagem viveu?

3. Você já leu um livro ou assistiu a um filme ou a uma peça de teatro que contava histórias sobre aventuras no mar? Se sim, qual? Você o recomendaria para os colegas? Por quê?

4. Em sua opinião, por que livros e filmes de aventura com personagens que enfrentam desafios que a maioria das pessoas não teria coragem de enfrentar atraem tantos leitores e espectadores?

Respostas pessoais. Respostas pessoais. Respostas pessoais. Resposta pessoal.

TEXTO EXPLORANDO O

TEXTO E CONTEXTO

2. Espera-se que os estudantes respondam que é necessário o protagonista ter determinadas características porque a narrativa de aventura é composta de histórias cujas personagens vivem situações de perigo, em ambientes adversos, o que requer qualidades especiais como as de Jim Hawkins.

1. As narrativas de aventura são histórias de ação e de suspense que se desenvolvem em locais desafiadores para as personagens.

a) Jim Hawkins, protagonista da história que você leu, enfrenta situações que exigem algumas qualidades. No caderno, transcreva as características que, na sua opinião, podem ser relacionadas a esse personagem a partir das ações e atitudes realizadas por ele durante a narrativa.

fraqueza coragem bom humor inteligência força física perspicácia capacidade de solucionar problemas

b) Em sua opinião, que ações desenvolvidas pelo personagem durante a narrativa destacam essas características dele?

Resposta pessoal.

2. Por que é necessário o protagonista de uma narrativa de aventura ter características como as que você indicou na atividade anterior?

3. No capítulo, Jim enfrenta situações que são impossíveis no mundo real. Em sua opinião, qual ação do personagem evidencia esse caráter ficcional? Resposta pessoal.

4. Releia o trecho a seguir.

A Hispaniola velejava na base de arranques e impulsos, dando voltas como se ninguém a dirigisse. [...] Se conseguisse embarcar, talvez pudesse recuperar o navio.

à leitura, chamando a atenção para as ações do personagem e mostrando como elas vão constituindo o enredo. Estimule-os a pensar nas ações do personagem, nas mudanças que ocorrem no ambiente, nos desafios que ele vai superando. Destaque elementos do texto que ajudam a criar expectativas no leitor, assim como aqueles que orientam os sentidos da leitura, como os conectivos (conjunções e advérbios) que introduzem alguns parágrafos: “ Um pouco mais ao norte [...]”; “ Bem à minha frente [...]”; “Enquanto isso, a escuna [...]”; “ Por algum tempo [...]”

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

1. a) Caso os estudantes desconheçam o significado da palavra perspicácia, explique que significa “esperteza”, “astúcia”.

1. b) É possível que comentem a inteligência e a perspicácia do personagem, quando ele percebe o momento mais adequado para remar em direção à escuna, e a força física, a coragem e a capacidade de solucionar um problema ao se agarrar ao cabo da escuna, no momento do choque entre a embarcação e o coracle

2 Comente que o protagonista também tem valores, objetivos e habilidades

D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd

PROPOSIÇÕES

Em Explorando o texto, propõe-se que as atividades de interpretação e compreensão do texto sejam discutidas e respondidas pelos estudantes em duplas ou em pequenos grupos. Promova a participação de estudantes com mais dificuldade, buscando promover avanços. Legitime as contribuições que fizerem e, quando não estabelecerem

relação direta com as discussões, redirecione a participação com diferentes perguntas ou com exemplos de situações rotineiras características do contexto deles.

Releia os parágrafos iniciais e comente o estilo do texto. Por exemplo: como os adjetivos são usados para descrever o ambiente e os próprios sentimentos do personagem diante do que vê e vivencia. Depois, volte

3. Espera-se que a turma perceba a impossibilidade de alguém se agarrar ao cabo da escuna enquanto ela se choca com o coracle

57
1. a) Espera-se que os estudantes transcrevam os seguintes atributos: coragem, perspicácia, inteligência, força física, capacidade de solucionar problemas.
16:32
57 06/06/22
57

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

4. e 5. Nessas atividades, espera-se que os estudantes compreendam os efeitos de sentido que os recursos linguísticos empregados no texto provocam no leitor e a relação entre fato e consequência. Se necessário, retome o conceito de adjetivo e a função dele nos textos.

6. Espera-se que a turma responda que, provavelmente, Jim passará por novas aventuras, uma vez que não terá como fugir da embarcação Hispaniola

7. Relembre com eles os elementos da narrativa, com foco no tempo e no espaço e na relação entre eles. Abre-se aqui a possibilidade de desenvolvimento de trabalho interdisciplinar com Geografia. Os estudantes podem pesquisar e comparar a visão do mar dos europeus, no século XIX, e de sociedades contemporâneas de diferentes localidades.

8. Comente que esse estilo de narrar, semelhante ao das novelas e séries televisivas da atualidade, atraiu milhares de leitores. Explique que a publicação de histórias, de forma periódica e seriada, em revistas e jornais, era bastante difundida no século XIX, no Brasil e na Europa. A fórmula “amanhã continua” contribuiu, inclusive, para o sucesso dos romances e para a venda de jornais. Aqui, esse tipo de publicação era conhecida como folhetim

9. A atividade tem como objetivo ampliar o olhar dos estudantes em relação a aspectos sociais, humanos e culturais, considerando o contexto histórico e recorrendo ao passado para compreender as

a) Que fatos da narrativa esse trecho permite antecipar?

4. a) Permite antecipar que Jim tentará recuperar a Hispaniola

b) Que efeito de sentido essa antecipação das ações da personagem produz no leitor?

4. b) Espera-se que os estudantes respondam que gera uma expectativa no leitor, levando-o a imaginar a situação.

5. No último parágrafo, a personagem se dá conta do perigo que corria.

5. a) A escuna se chocou com o coracle, que afundou, levando Jim a se agarrar ao cabo da escuna.

Foi quando me deu um estalo e comecei a compreender. Tinha muito pouco tempo para pensar. Aliás, mal tive tempo para agir e me salvar.

a) Qual foi a consequência desse fato?

b) A descrição desse momento ressalta quais características do personagem?

A descrição ressalta sua capacidade de tomar uma decisão e de agir com rapidez e perspicácia para

6. Releia o trecho a seguir.

solucionar o problema.

[...] um barulho seco me contou que a escuna tinha abalroado o coracle, e eu estava na Hispaniola sem ter como fugir.

• O que é possível concluir sobre a situação de Jim a partir desse momento na narrativa?

Resposta pessoal.

7. Ao longo da realização da atividade, explique aos estudantes que o espaço é fundamental para a construção do enredo.

7. As narrativas de aventura refletem a época em que foram escritas. A obra A Ilha do Tesouro retrata o século XIX, período em que se produziu muitas histórias de aventuras no mar.

7. a) Na história, o ambiente marítimo é apresentado como hostil, ameaçador, cheio de perigos.

a) Como o ambiente marítimo é apresentado na história?

Esse cenário foi muito explorado porque os mares representavam os maiores desafios da época, já que, sem muita tecnologia, navegar era perigoso e oferecia maior risco de naufrágio.

b) Quais são os prováveis motivos para que esse cenário fosse bastante explorado nas narrativas de aventura da época?

8. A obra A Ilha do Tesouro foi publicada originalmente na revista Young Folks, entre 1881 e 1882, em uma série em que cada capítulo se encerrava com um momento de tensão. Em 1883, a série foi transformada em livro. Sobre isso, responda às seguintes perguntas.

a) Com que finalidade o autor Robert Louis Stevenson provavelmente usou essa estratégia de publicação na revista?

8. b) Na cena final do capítulo, a embarcação se choca contra o coracle e Jim, para não morrer, se agarra ao cabo da escuna. Essa cena gera interesse no leitor sobre o que acontecerá com o personagem e qual nova aventura ele enfrentará diante dessa situação.

b) De que maneira essa estratégia do autor aparece no capítulo que você leu?

c) Em quais outras produções culturais na atualidade essa estratégia é utilizada?

9. No século XIX, não havia luz elétrica nem automóveis e as viagens eram longas e difíceis. Quando voltavam de suas viagens, as pessoas tornavam-se o centro das atenções, compartilhando o que viram e vivenciaram. Sendo assim, explique por que as narrativas de aventura ficaram populares e atraíram tantos leitores.

9. Como era difícil viajar para conhecer novas cidades e outras culturas, essas histórias atraíam os leitores porque os aproximavam de um mundo pouco conhecido e cheio de novidades.

Nas narrativas de aventura, muitos dos desafios enfrentados pelo protagonista originam-se do espaço hostil e adverso onde a história se desenrola.

8. c) Em filmes de aventura, nas novelas televisivas e nas séries exibidas em canal aberto ou em plataformas de streaming

tendências da atualidade. Nessa atividade, pode-se sugerir um estudo articulado com o componente História. Proponha aos estudantes a construção de uma linha do tempo em que, de modo coletivo e colaborativo, eles possam localizar historicamente eventos marcantes e invenções humanas. Devem-se considerar, principalmente, acontecimentos culturais e os relativos à circulação de pessoas e produtos da Europa do século XIX.

8. a) Provavelmente, o autor usou essa estratégia para gerar expectativa e curiosidade no leitor de ler o capítulo que seria publicado na sequência. 58 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 58 08/07/22 17:06 58

1. a) O mar, pois apresenta ondas enormes, correnteza, ventos fortes, e o barco em que a personagem se encontra, o qual é caracterizado como pequeno e inseguro.

COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM

2. a) Como um momento de tranquilidade, apesar das grandes ondas e do barulho que faziam ao se chocarem com as pedras. Isso o fez desistir de desembarcar naquele lugar e seguir até outro, onde as ondas eram mais suaves.

1. Na narrativa de aventura, o espaço é fundamental para a construção do enredo.

a) Qual ou quais são os espaços em que se passa a narrativa e quais são os desafios que eles oferecem à personagem?

b) Que impressões a descrição detalhada do espaço provocou durante a narrativa? E o que ela despertou em você?

Respostas pessoais.

O espaço, além de ser o cenário onde se desenvolve a história, pode provocar desafios que contribuem para criar suspense e motivar as ações das personagens.

2. Na narrativa de aventura, o enredo é organizado em uma sequência narrativa que consiste em:

Situação inicial Complicação (ou conflito) Clímax Desfecho

REALIZAÇÃO

Composição e linguagem

2. b) A visão da Hispaniola vindo em direção à personagem, impelido pelo vento.

I. Apresentação ou situação inicial: apresentação das personagens, espaço e tempo.

II Conflito: parte da narrativa em que surge o conflito, que vai trazer tensão à história.

II I. Clímax: momento de maior tensão do(s) conflito(s) da narrativa.

IV. Desfecho: resolução do conflito e conclusão da história.

a) Nos primeiros parágrafos do capítulo lido, o narrador apresenta a situação inicial. Como ele descreve esse momento?

2. c) O momento em que a Hispaniola, no alto de uma onda, choca-se com o coracle e Jim pula e agarra-se ao cabo da escuna para não morrer.

b) Um fato muda o curso da narrativa e dá início ao conflito. Que fato é esse?

c) Qual é o clímax, ou seja, o momento de maior tensão na narrativa?

3. Uma história pode ser narrada por um narrador-personagem, um narrador-observador ou um narrador onisciente.

3. a) O personagem Jim Hawkins narra a história. Ele é um narrador-personagem.

a) No texto que você leu, quem narra a história? Qual é o tipo de narrador?

b) Que marcas linguísticas aparecem na narrativa e que indicam o tipo de narrador que você identificou como resposta no item anterior?

4. Releia o trecho a seguir.

3. b) Espera-se que os estudantes identifiquem como marcas linguísticas os verbos conjugados na 1a pessoa do singular e os pronomes pessoais da 1a pessoa.

Fiquei encharcado e apavorado, e voltei à posição anterior onde me pareceu que o coracle tinha reencontrado o rumo de novo, me levando suavemente como antes pelos vagalhões.

PROPOSIÇÕES

Em Composição e linguagem, para ampliar a reflexão a respeito das atividades sobre o texto, seria interessante que os estudantes pesquisassem sobre pirataria e aventura na atualidade. Pergunte-lhes se já

ouviram falar de alguma história de pirata nos dias atuais, seja em notícias reais, seja em obras de ficção. Com base na pesquisa, leve os estudantes a refletirem por que os piratas são personagens que existem até hoje.

1. a) Relembre-os de que o espaço tem como função situar o leitor em relação ao local onde acontecem as ações; além disso, o espaço influi nas situações de conflito – como é o caso do mar agitado, cuja condição exerce influência nas decisões e ações do personagem para resolver o conflito. O tempo também é fundamental na narrativa de aventura. A relação tempo-espaço é uma forma de contextualizar o enredo para o leitor.

1. b) Espera-se que os estudantes comentem que a descrição detalhada do espaço cria um clima de suspense e de perigo, sugerindo algo inesperado ao leitor.

2 É possível complementar essa atividade sobre os elementos do enredo (situação inicial, conflito, clímax e desfecho) perguntando aos estudantes qual é a importância desse encadeamento de acontecimentos na narrativa. Espera-se que notem que o encadeamento dos acontecimentos torna a narrativa coerente, dando progressão e ligando as partes da história.

3. Acompanhe o raciocínio dos estudantes, observando se identificam, pelas marcas linguísticas (formas verbais na 1a pessoa do singular), que se trata de um narrador-personagem.

59
59 06/06/22 16:32 59
D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd

PROPOSIÇÕES

Explique aos estudantes as características principais das narrativas de aventura: o encadeamento dos fatos se dá por meio de ações contínuas, que podem conter elementos reais ou fictícios, imaginados ou vivenciados pelo autor; os protagonistas costumam ser heróis ou heroínas que superam obstáculos e vencem desafios para cumprir seus objetivos – mas há casos em que anti-heróis ou anti-heroínas são as personagens principais; predominam as sequências textuais narrativa e descritiva; há muitas ocorrências de palavras que situam os acontecimentos no passado; podem apresentar diferentes tipos de narrador, como narrador-personagem, narrador-observador ou narrador onisciente; as falas das personagens podem ocorrer por meio do discurso direto (precedidas pelo sinal de travessão) ou do discurso indireto (o narrador cita o que os personagens disseram); o enredo, em geral, é composto de situação inicial, conflito, clímax e desfecho.

REALIZAÇÃO

4. c) Comente como que a forma de compor o texto em 1a pessoa implica um efeito de sentido: a predominância da subjetividade. Os fatos narrados estão na perspectiva desse narrador, isto é, são contados de acordo com seu modo de ver e sentir os acontecimentos.

5. Comente que a presença dos adjetivos é bastante significativa nas narrativas de aventura e também uma característica do estilo do autor. Os adjetivos colaboram na construção da atmosfera de aventura presente na obra, atribuindo valor aos elementos da

• Agora, leia esse mesmo trecho narrado de outra forma.

Jim ficou encharcado e apavorado, voltou à posição anterior, onde lhe pareceu que o coracle tinha encontrado o rumo de novo, levando-o suavemente como antes pelos vagalhões.

No primeiro trecho.

a) Compare os dois trechos. Em qual deles o narrador manifesta ideias e se envolve emocionalmente com o que narra?

b) Em qual trecho o narrador parece estar limitado a apenas contar o que vê? Em que pessoa do discurso o trecho foi narrado: 1a pessoa, 2a pessoa ou 3a pessoa?

No segundo trecho. O trecho foi narrado na 3a pessoa.

c) Em sua opinião, por que o autor de A Ilha do Tesouro optou por um narrador-personagem que narra as próprias ações?

O narrador é a voz escolhida pelo autor para contar a história. O foco narrativo é o ponto de vista por meio do qual se faz a narração, podendo ser em 1a ou 3a pessoa.

5. Releia o trecho o último parágrafo da página 54.

a) Identifique os adjetivos presentes no trecho que ajudam a construir o cenário. Depois, no caderno, transcreva esses adjetivos, indicando os substantivos que eles qualificam.

b) Em sua opinião, seria possível imaginar o cenário da mesma maneira sem a presença desses adjetivos? Por quê?

6. Na narrativa, algumas palavras e expressões ajudam a construir sentidos e a evitar repetições, tornando o texto coeso e compreensível.

• Releia os trechos a seguir e, no caderno, indique o que os termos em destaque expressam.

Trecho 1

As pessoas do discurso são três:

• 1a pessoa (quem fala) – eu, nós

• 2a segunda (com quem se fala) – tu, vós

• 3a pessoa (de quem se fala) – ele/ela, eles/ elas

5. a) Os adjetivos são: alta, suave, firme, gentil. Os adjetivos alta e suave referem-se ao substantivo ondulação; firme e gentil referemse ao substantivo vento

5. b) Espera-se que os estudantes respondam que não, pois os adjetivos ajudam o leitor a imaginar o ambiente em que a narrativa acontece.

Os adjetivos ajudam a compor o cenário da narrativa, pois criam uma ambientação para o desenvolvimento das ações.

No trecho 1, as expressões destacadas indicam a sequência dos acontecimentos narrados; no trecho 2, o termo mas indica uma oposição e primeiro, o início de um encadeamento de ações realizadas pela personagem.

Quando a vi pela primeira vez, as velas estavam enfunadas e ela rumava para noroeste. Presumi que os homens a bordo estivessem contornando a ilha para voltar ao ancoradouro. Logo depois ela começou a buscar cada vez mais o rumo oeste, então pensei que tivesse me visto e partido em perseguição. Finalmente, contudo, ela se deixou levar para a linha do vento e ficou ali, inerte e indefesa, com as velas panejando.

Trecho 2

Comecei a ficar com um medo horrível, mas mantive a cabeça fria. Primeiro, me movendo com todo o cuidado, usei meu gorro para esvaziar o fundo do coracle.

4. c) Espera-se que os estudantes respondam que a escolha de um narrador-personagem torna mais íntima a relação da personagem com os elementos da narrativa. Ao narrar o enredo em 1a pessoa, esse tipo de narrador pode destacar características subjetivas e emocionais da personagem, trazendo mais informações e aproximando o leitor da narrativa. 60

D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd

narrativa e amplitude na descrição das aventuras de pirataria.

6 Explique que, nas narrativas de aventura, o uso de palavras e expressões específicas revelam mudanças repentinas, interrupções no enredo e clima de suspense. Explique, também, que os adjetivos são geralmente empregados na caracterização dos espaços e das personagens, e que as figuras de linguagem dão originalidade ao texto e

possibilitam ao leitor perceber a construção artística dos sentidos do texto.

7. Comente que os termos empregados, além de terem a função de evitar repetições, enfatizam aspectos característicos de cada um deles: escuna – embarcação movida à vela; navio – embarcação de grande porte, em que cabem muitas pessoas e cargas de vários tipos; Hispaniola – termo que traz uma identidade à embarcação.

08/07/22 17:08
60
60

7. a) Os termos usados para substituir a palavra escuna são Hispaniola e navio

7. b) Espera-se que os estudantes concluam que embora exista uma proximidade de sentidos entre essas palavras, cada uma delas evidencia um aspecto que o narrador deseja ressaltar.

7. Releia o último parágrafo da página 55.

a) Quais são as palavras utilizadas nesse trecho para evitar a repetição do termo escuna?

b) Em sua opinião, o sentido dessas palavras é o mesmo ou há diferença no uso delas? Explique sua resposta.

8. Releia o trecho a seguir e observe os destaques.

A escuna estava com a vela principal e duas bujarronas desfraldadas ao vento. Quando a vi pela primeira vez, as velas estavam enfunadas e ela rumava para noroeste.

• A que se referem os termos destacados? Por que eles foram utilizados?

Referem-se à palavra escuna e foram utilizados para evitar a repetição dessa palavra.

9. No texto, a combinação de determinadas palavras dá novos sentidos ao texto. Releia este trecho e responda o que se pede a seguir.

Eu ficava a maior parte do tempo deitado no fundo, só espiando por cima da amurada, e via aquele grande pico azul se levantando bem perto de mim. O pequeno coracle sacudia um pouco, dançava como se estivesse em uma corredeira e deslizava por trás da onda, leve como um pássaro.

a) A expressão grande pico azul é usada para se referir à palavra ondas. O que o narrador pretende enfatizar ao fazer essa associação?

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Para garantir a compreensão e a clareza de um texto, podem ser usados alguns recursos de coesão. A função deles é ligar palavras, expressões e frases, mantendo o sentido do texto. Isso pode ser feito com o uso de palavras sinônimas ou pela substituição de uma palavra por outros termos, como, por exemplo, os pronomes.

Metáfora é o uso de um termo com o significado de outro por haver uma característica comum entre eles. Comparação é a associação entre palavras ou expressões marcadas pela presença dos termos como, assim como, tal como, igual a, que deixam clara a ligação entre o que está sendo comparado.

Identificação de narrador Peça aos estudantes que indiquem trechos da narrativa que comprovem que o narrador participa da história. Ele pode participar da história como narrador-protagonista (personagem principal), narrador-testemunha (personagem secundário que vivencia as aventuras com o protagonista), narrador-observador (narra somente o que viu ou o que ouviu falar) ou narrador onisciente (que sabe tudo o que se passa pela cabeça das personagens).

Se achar interessante, também é possível selecionar trechos de diferentes histórias, promover a leitura deles e pedir que os estudantes tentem apontar o tipo de narrador em cada um.

Sentido de leveza, suavidade: o coracle deslizava suavemente.

b) Na expressão leve como um pássaro, o termo como relaciona os termos coracle e pássaro. Que sentido essa relação produz no texto?

c) Os recursos de linguagem em destaque no trecho são denominados metáfora e comparação, respectivamente. Qual é a importância desses recursos na narrativa?

As narrativas de aventura estruturam-se a partir de uma situação inicial, em que o protagonista, diante de uma situação de perigo, enfrenta desafios com coragem e determinação e os vence. O desfecho ocorre quando o conflito é resolvido. Na construção do texto, determinadas palavras e expressões ajudam na construção dos sentidos e no encadeamento das ideias, ordenando os acontecimentos, realçando os desafios, tornando, assim, o texto coeso. As figuras de linguagem dão originalidade à narração e possibilitam ao leitor perceber a construção artística dos sentidos do texto.

8. Explique que, para garantir a compreensão e a clareza de um texto, podem ser usados alguns recursos de coesão, como o uso de palavras sinônimas e a substituição de palavras repetidas por pronomes, e que a função desses recursos coesivos é ligar palavras, expressões e frases, mantendo o sentido do texto.

9. a) Ele pretende enfatizar o tamanho descomunal da onda, realçando a dificuldade e o perigo que enfrentou naquele momento.

9. c) Espera-se que os estudantes respondam que esse recurso ajuda o leitor a imaginar como o mar era ameaçador e, dessa forma, compreender a situação de perigo vivenciada pelo personagem.

9 Peça aos estudantes que retomem o texto, localizem expressões metafóricas e as interpretem no contexto em que são usadas. Questione-os sobre os efeitos criados por meio desse recurso na leitura. Desafie-os também a associar a linguagem ao gênero narrativa de aventura. As metáforas imprimem à narração um tom de mistério e ajudam o leitor a imaginar a cena descrita.

GANCHO, Cândida. Como analisar narrativas. São Paulo: Ática, 2000.

Esse livro, indicado para o professor, consiste em um guia de iniciação na análise do texto ficcional. Em princípio, examina as especificidades do gênero épico, passa pelos elementos da narrativa e pelos discursos, e termina com a apresentação de um roteiro prático de análise.

LEITE, Ligia C. M. O foco narrativo. São Paulo: Ática, 1985.

Nesse livro, destinado à leitura do professor, a pesquisadora faz uma reflexão sobre uma parte fundamental das narrativas: o foco narrativo. Para isso, ela traz as ideias de inúmeros pensadores da área de literatura e de autores como Henry James, Kayser, Percy Lubbock, Jean Poullion, Maurice-Jean Lefebve, Barthes e Todorov. Também apresenta a tipologia de Norman Friedman, discutindo o conceito de narrador-testemunha, narrador-protagonista e narrador onisciente.

PARA LER
61 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 61 11/06/22 08:32 61

PROPOSIÇÕES

A resenha de game, em foco em Textos em diálogo, está associada às culturas juvenis, cujo público frequentemente consome jogos eletrônicos e busca informações relativas a novos lançamentos dessa indústria. A leitura de um texto desse gênero, portanto, se justifica por dialogar intimamente com as narrativas de aventura e com as preferências e interesses da faixa etária dos estudantes. A resenha que eles vão ler está organizada do seguinte modo: apresentação (1o, 2o e 3o parágrafos); descrição (4 o parágrafo); avaliação do resenhista (5 o e 6 o parágrafos) e recomendação (7o parágrafo).

Promova uma roda de conversa para verificar de que maneira os estudantes buscam informações sobre novos produtos que gostariam de conhecer e saber mais a respeito, como livros, filmes, séries e games. Incentive-os a expor suas considerações e comente que não há uma resposta esperada. Após a conversa, a depender do que disseram, comente que alguns textos que circulam na esfera jornalística-midiática são destinados à apresentação de novos produtos, em que os autores trazem informações e até opiniões pessoais sobre esses produtos. É o caso de textos como resenhas, resenhas críticas, postagens e comentários publicados em redes sociais ou em outros canais na internet.

Narrativa de aventura e resenha de game

Histórias de aventuras, com heróis enfrentando inimigos ou outros desafios e desbravando novos lugares, não estão presentes apenas nos livros. Esse tema também é apresentado em filmes, séries e games. Apesar de terem elementos semelhantes, cada uma dessas produções tem linguagens diferentes.

Diante da variedade de opções relacionadas a um tema específico, como saber se vale a pena, por exemplo, assistir a um novo filme ou série, ou conhecer um game lançado recentemente? Como você faz para se informar dessas novidades sobre livros, filmes, séries e jogos? Comente com os colegas e ouça com atenção o que eles têm a dizer. Respostas pessoais.

Além das indicações de colegas e amigos, podemos recorrer às resenhas críticas e aos comentários publicados em blogues, sites, revistas, jornais e saber como uma produção é avaliada, quais são os pontos positivos e os negativos.

Agora, leia a resenha de um game chamado Sea of Thieves ("Mar de ladrões", em português), publicada em um site especializado em apresentar informações sobre jogos eletrônicos.

Sea of Thieves – Um Mar de Decepções

Luigi 22 de maio de 2018 4 Comments e3 games microsoft pc rare sea of thieves x box one

O jogo foi lançado no dia 20 de março de 2018 e demonstrou até o momento uma grande oportunidade perdida.

Quando o jogo foi anunciado na E3 de 2015 muitos diziam que seria a volta da Rare (Empresa que produziu a trilogia Donkey Kong Country para Super Nintendo) para os holofotes das indústrias dos games [...].

Dois meses após o seu lançamento e muitas horas de jogatina online com meus amigos, eu vi a necessidade de dar uma opinião sobre o game que apesar de ser bem ambicioso na sua proposta, ele acaba se tornando exaustivo.

FORMAÇÃO CONTINUADA

D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 62

Manter-se a par do tipo de conteúdo que os estudantes de diferentes faixas etárias consomem é fundamental para a prática docente, especialmente no que tange ao trabalho com diferentes gêneros textuais, de modo a mantê-los interessados, promover trocas e potencializar as aprendizagens de forma significativa. No excerto a seguir,

as pesquisadoras Maria de Lourdes Rossi

Remenche e Ana Paula Pinheiro da Silveira tratam da importância dos multiletramentos na formação docente, que envolve a mobilização das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação e, consequentemente, dos gêneros textuais que elas propiciam surgir e circular nos diferentes campos.

[...] as práticas de letramento contemporâneas dizem respeito não apenas à

DIÁLOGO TEXTOS EM
SEA OF THIEVES, 2018/RARE LTD/XBOX GAME STUDIOS/© 2021 MICROSOFT CORPORATION
62
06/06/22 16:32
62

O jogo tem uma mecânica bem simples, existem dois modos de jogo, o modo corveta, para até dois jogadores, este é um modo mais fácil para jogadores que não tem tanta experiência com o game ou falta de amiguinhos para jogar, e o outro modo é onde você e seus amigos controlam um galeão, um navio para quatro pessoas. O grande charme de Sea of Thieves é o vasto mundo e a experiência cooperativa entre os jogadores, com diversas batalhas entre navios, caçando tesouros e até mesmo podendo derrotar um Kraken.

Apesar de todas essas qualidades citadas o jogo peca em um fator importantíssimo para o jogo mais ambicioso da Rare, o conteúdo. As missões de caçadas aos tesouros são repetitivas e seguem uma mesma linha em TODAS as missões, apenas o método de como chegar ao tesouro dá uma pequena variada, tornando assim o segmento das missões muito parecido entre uma e outra, você vai para o porto, pega uma missão, encontra a ilha do mapa, encontra o tesouro (Batalha com alguns esqueletos amaldiçoados) e entrega no porto. [...]

Contudo, o pvp agrada muito os jogadores tornando-se o grande acerto da Rare no jogo, o triunfal momento do jogo onde dois barcos piratas se confrontam é de total satisfação e a grande recompensa é o tesouro do navio abatido, a camaradagem é o essencial para você ter sucesso no jogo, não só apenas nos duelos, como também na diversão do jogo.

Kraken é um dos personagens do jogo Sea of Thieves. Ele é um monstro que vive em águas profundas e costuma atacar embarcações de grande porte.

VOCABULÁRIO

pvp: sigla para a expressão, em inglês, player versus player, ou seja, “jogador contra jogador”, em tradução livre. No pvp em equipe, duas ou mais equipes de aliados entram na disputa com outros grupos também controlados por jogadores reais.

MATTAR, João. Games em educação: como os nativos digitais aprendem. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

Esse livro, destinado ao professor, apresenta pesquisas sobre jogos eletrônicos e computacionais (games) e o processo de ensino e aprendizagem.

multiplicidade de linguagens, semioses e mídias envolvidas na criação de significação para os textos multimodais, como também à pluralidade e diversidade cultural trazida pelos sujeitos na produção de sentido.

Esse trabalho, contudo, exige repertório cultural por parte do professor, além da mobilização de diferentes textos/discursos que favoreçam a ampliação do

repertório cultural dos estudantes e, dessa forma, outros e novos letramentos. Nessa linha, Rojo (2012) reforça a importância de uma abordagem situada a partir da cultura de referência dos alunos e da exploração da diversidade de gêneros, mídias e linguagens.

Para isso, o trabalho pedagógico demanda o uso de diferentes modos de representação para expressar

sentidos em textos de gêneros diversificados, incluindo aí os produzidos na cibercultura […].

REMENCHE, Maria de Lourdes R.; SILVEIRA, Ana Paula P. Multiletramentos na formação inicial docente: aproximações entre reflexão e ação. In: MONTEIRO, Solange A. S. (org.). Argumentação e linguagem. Ponta Grossa: Atena Editora, 2019. p. 202. Disponível em: https://educapes.capes.gov.br/handle/ capes/434069. Acesso: 24 jun. 2022.

PARA LER
[...]
SEA OF THIEVES, 2018/RARE LTD/XBOX GAME STUDIOS/© 2021 MICROSOFT CORPORATION 63
63 11/06/22 08:33
D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd
63

REALIZAÇÃO

Textos em diálogo

1. Verifique se a turma sabe o que significa update. Caso não saiba, informe que, em português, significa “atualização”.

2. e 3. Nessas atividades, solicita-se a identificação das sequências descritivas da resenha. Converse com os estudantes sobre a importância dessas informações quando se pretende escolher um jogo. Oriente-os a ler todas as informações do texto.

4. A atividade tem o objetivo de analisar o contexto de produção e a força dos argumentos da resenha. Ainda que a resposta a essa atividade seja pessoal, oriente os estudantes a verificar se o texto cumpriu seu objetivo de convencer o leitor acerca das ideias apresentadas. Peça-lhes que se posicionem criticamente em relação ao texto lido e expressem seus pontos de vista, sustentados por meio de argumentos, exemplos e dados, de modo organizado e lógico. Caso as respostas sejam muito curtas, incentive-os a desenvolvê-las, por meio de perguntas orais e coletivas.

5. O objetivo da atividade é que os estudantes percebam as referências explícitas ou implícitas a outros textos, assim como aos temas, personagens e recursos literários e semióticos, presentes tanto em textos literários como em outras formas de manifestações artísticas.

5. c) Comente que as histórias de caça ao tesouro despertam o interesse dos leitores até hoje; portanto, é possível que esse livro tenha influenciado não só o jogo apresentado na resenha, mas também filmes, séries e outros livros de aventuras.

1. A resenha é dirigida a pessoas de diferentes idades, que conhecem e costumam jogar. O uso de termos como pvp e updates fazem parte do universo dos games

2. b) As informações são apresentadas pelo resenhista de maneira informal, como se ele estivesse conversando com o leitor.

2. c) Espera-se que os estudantes identifiquem que o resenhista apresenta pontos positivos e negativos sobre o jogo. Pontos positivos: o jogo

A obra a Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson, por ser um clássico da literatura, despertou o interesse de muitas pessoas, de diferentes gerações, ao longo do tempo.

O livro já foi adaptado diversas vezes para o cinema, o teatro e a televisão.

tem uma mecânica simples, com duas opções de escolha de jogadores; a experiência cooperativa entre os jogadores; o momento do jogo onde dois barcos piratas se confrontam é de total satisfação e a grande recompensa é o tesouro do navio abatido. Pontos negativos: o conteúdo; as missões de caçadas aos tesouros são repetitivas e seguem a mesma linha em todas as missões.

3. a) Ele não recomenda o jogo. O resenhista utiliza a expressão grande decepção

3. b) Espera-se que os estudantes identifiquem a expressão um mar de decepções compondo o título da resenha.

Sea of Thieves foi um jogo muito aguardado para muitas pessoas, inclusive eu, prometia ser o jogo mais ambicioso da empresa [...]. E acabou se perdendo no grande mar de decepção, só nos resta torcer para que os novos updates que estão por vir mudem isso e não coloquem o jogo no esquecimento profundo desse vasto mar que é a indústria dos joguinhos.

LUIGI. Sea of Thieves – Um mar de decepções. Bota a ficha! [S. l.], 22 maio 2018. Disponível em: https://botaaficha.com.br/sea-of-thieves-um-mar-de-decepcoes/. Acesso em: 25 nov. 2021.

1. Para que leitor o autor escreveu a resenha? Quais elementos na linguagem do texto podem ser relacionados a esse leitor?

2. O autor da resenha apresenta várias informações.

a) Em que parte do texto o resenhista apresenta ao leitor o assunto de que vai tratar na resenha?

A apresentação do assunto ocorre nos três primeiros parágrafos da resenha.

b) De que maneira o autor do texto dialoga com o leitor?

c) Em uma parte do texto, o resenhista descreve o jogo e as opções de como jogá-lo e faz avaliações. Ele destaca aspectos positivos e negativos sobre o jogo? Se sim, quais?

3. No fim do texto, o resenhista se posiciona sobre o jogo.

a) Ele recomenda ou não o jogo ao leitor? De que maneira ele justifica essa opinião?

b) Em qual outro momento do texto o resenhista faz uma crítica sobre o jogo?

3. c) Espera-se que os estudantes percebam que o resenhista aproveita palavras de mesmo campo semântico do tema do jogo para defender sua avaliação negativa relacionada a ele. Pode-se perceber um tom de ironia nas

c) Que recursos linguísticos o resenhista utiliza para informar o leitor de seu posicionamento?

expressões grande mar de decepção e esquecimento profundo desse vasto mar que é a indústria dos joguinhos

4. Após a leitura da resenha, por meio dos comentários do resenhista, você se sentiu motivado para conhecer o jogo? Justifique sua opinião.

Resposta pessoal.

5. A narrativa de aventura que você leu na seção anterior foi retirada do livro A Ilha do Tesouro.

a) Que elementos presentes na narrativa de aventura também se encontram no jogo resenhado?

5. a) Espera-se que os estudantes respondam que o espaço, os personagens e o enredo das narrativas são muito semelhantes: o mar, o galeão, o herói (no caso do jogo, os heróis são os jogadores), os inimigos (piratas, monstros), as aventuras (batalhas entre navios, caça a tesouros, navios abatidos, duelos etc.).

PARA LER

b) Ao ler o final do texto “O cruzeiro do coracle”, é possível saber o que ocorreu com o protagonista. Em um jogo eletrônico, é possível antecipar o que vai acontecer com o protagonista?

c) O livro A Iha do Tesouro foi escrito em 1883 e é um clássico da literatura mundial. Em sua opinião, o jogo apresentado na resenha pode ter sido influenciado por essa narrativa de aventura? Por quê? Respostas pessoais.

5. b) Espera-se que os estudantes infiram que não, pois o desenrolar das ações do jogo dependerá das habilidades do jogador que poderá mudar o seu final, usando estratégias, vencendo ou não os duelos, batalhas, encontrando ou não o tesouro etc.

KOCH, Ingedore G. Villaça. Argumentação e linguagem. 15. ed. São Paulo: Cortez, 2018.

Esse livro, indicado para o professor, constitui-se em estudo pioneiro sobre argumentatividade em língua portuguesa. As análises trazidas possibilitam ao leitor fazer um treinamento prático de decodificação de textos argumentativos.

64 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 64 09/06/22 10:33 64

POR DENTRO DA LÍNGUA

Substantivo e adjetivo

1. a) Sensação de medo, insegurança e de impotência diante da força do mar. A intenção é situar o leitor na sequência da narrativa, destacar o clima de tensão, hostilidade e de periculosidade do ambiente (o mar).

1. b) Movimento (do barco): suave e ritmado; parede de água: íngreme; água: salgada; onda: seguinte

Nas narrativas, os adjetivos e locuções adjetivas possibilitam ao leitor visualizar cenários e situações vivenciadas pelo narrador.

1. No trecho a seguir, retirado da narrativa de aventura que você leu, o narrador descreve o momento em que resolve dar um rumo ao coracle. Releia-o e imagine a cena.

Reuni coragem e me sentei para tentar remar. Mas, mal tinha me movido, o barco interrompera seu movimento suave e ritmado, passando a descer uma parede de água tão íngreme que me deu vertigem, embicando o nariz e borrifando água salgada de encontro à onda seguinte.

Fiquei encharcado e apavorado, e voltei à posição anterior, onde me pareceu que o coracle tinha reencontrado o rumo de novo, me levando suavemente como antes pelos vagalhões. [...]

Comecei a ficar com um medo horrível, mas mantive a cabeça fria.

a) Que sensação o leitor tem ao imaginar essa cena? Qual é a intenção do narrador-personagem ao fazer essa descrição?

b) Para imaginar a cena, algumas palavras e expressões são essenciais. Quais são as palavras ou expressões usadas para caracterizar os substantivos movimento, parede, água e onda?

2. Releia os dois últimos parágrafos do trecho.

a) Duas palavras caracterizam de que maneira o narrador se encontra dentro do barco. Quais são essas palavras e o que elas evidenciam?

As palavras são encharcado e apavorado. Elas evidenciam o frio e a tensão em que se encontrava a personagem.

b) No último parágrafo do trecho, as palavras horrível e fria caracterizam, respectivamente, os substantivos medo e cabeça. Que aspecto a respeito do narrador essas palavras enfatizam?

Enfatizam que, embora esteja com muito medo, o narrador manteve a calma necessária para resolver o que faria em seguida.

2. a) Explique-lhes que essas palavras são adjetivos.

2. b) e 2. c) Espera-se que os estudantes reconheçam a importância e a função dos adjetivos na construção de sentidos nos textos, pois são eles que possibilitam ao leitor recriar e imaginar a cena, o personagem, as reações etc.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Como identificar adjetivos

Para aprofundar os estudos sobre o adjetivo, propõe-se a atividade a seguir.

1. Apresente aos estudantes algumas imagens do mesmo ser ou objeto, mas em diferentes tamanhos, cores e formas.

2. Explore as imagens com eles: peça-lhes que listem, individualmente, as características marcantes de cada uma delas.

3. Depois, peça a um dos estudantes que fale um dos adjetivos que listou e solicite aos demais que identifiquem a imagem à qual o adjetivo citado se refere.

Resposta pessoal.

c) Em sua opinião, se as palavras horrível e fria fossem omitidas do trecho, seria possível compreender toda a tensão e as sensações do personagem? Justifique. Palavras e expressões como as em destaque no trecho que você analisou caracterizam os substantivos a que se referem. Essas palavras são chamadas de adjetivos

Adjetivo é a palavra que modifica o substantivo atribuindo-lhe uma característica que pode ser um estado ou uma qualidade.

PROPOSIÇÕES

Antes de iniciar as atividades de Por dentro da língua, recomenda-se retomar com os estudantes, oralmente, os conceitos de substantivo e de adjetivo, suas flexões e a função que exercem nos textos.

REALIZAÇÃO

Por dentro da língua

1. a) Comente como os adjetivos contribuem para o efeito de suspense, medo etc., caracterizando, assim, os sentimentos do personagem diante da situação.

1. b) Auxilie os estudantes a encontrar as palavras usadas (os adjetivos) para caracterizar os substantivos mencionados.

4. Adote o mesmo procedimento com os outros estudantes, pedindo a eles que adivinhem as imagens de referência.

5. Em seguida, discuta com eles sobre o que esses adjetivos dizem a respeito das imagens, reforçando a função dessa classe gramatical.

6. Por fim, peça que tentem descrever as características que listaram sem usar os adjetivos. Eles perceberão que serão necessárias muitas palavras para expressar o que apenas um adjetivo é capaz de transmitir. Possivelmente perceberão, também, que, ainda assim, muitas vezes não vão conseguir comunicar o que pretendiam.

65 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 65 06/06/22 16:32 65

PROPOSIÇÕES

Para o trabalho de flexão de gênero a ser estudado nesta seção, é importante garantir que os estudantes entendam que a flexão dos substantivos em masculino e feminino não está relacionada com sexo, característica biológica, mas que se trata da categoria gramatical de gênero. Por exemplo, navio é um substantivo masculino pela concordância que estabelece com o artigo o e não porque apresenta características do sexo masculino. É necessário compreender, portanto, que o gênero é uma categoria essencialmente linguística, que não tem uma correlação absoluta com o sexo dos seres em questão, embora em alguns casos exista essa correspondência, por exemplo, em o gato /a gata

REALIZAÇÃO

Releia com os estudantes este trecho da narrativa de aventura “O cruzeiro do coracle”. [...] Fiquei deitado sobre os cotovelos numa postura cansativa, e de vez em quando dava uma ou duas pequenas remadas para alterar o rumo do coracle em direção à terra. Solicite aos estudantes que observem a quais substantivos referem-se os adjetivos em destaque (deitado, cansativa e pequenas). Espera-se que relacionem o adjetivo deitado ao narrador-personagem, visto que esse adjetivo está no gênero masculino, e os adjetivos cansativa e pequenas, aos substantivos postura e remadas , respectivamente, visto que os adjetivos encontram-se no feminino.

Veja o emprego de adjetivos no exemplo a seguir, extraído de "O cruzeiro do coracle".

O mar se movia com uma ondulação alta, mas suave

Nesse exemplo, podemos observar que os adjetivos (alta e suave) estão próximos do substantivo (ondulação) a que se referem. Os adjetivos, no entanto, podem aparecer longe dos substantivos aos quais fazem referência – na mesma frase, em outra frase ou até em outro parágrafo. Veja um exemplo.

Jim acordou no coracle. Encharcado, começou a remar e viu, apavorado, a enrascada em que se metera.

Nesse caso, os adjetivos (encharcado e apavorado) referem-se ao substantivo (Jim), que se encontra na frase anterior.

Algumas expressões formadas por mais de uma palavra também podem ser usadas para produzir sentidos semelhantes aos do adjetivo. Elas são chamadas de locução adjetiva

Locução adjetiva é uma expressão formada por duas ou mais palavras que, assim como o adjetivo, tem a função de atribuir características ao substantivo.

Veja exemplos de locução adjetiva que foram extraídos da narrativa de aventura que você leu.

[...] passando a descer uma parede de água tão íngreme [...].

Um pouco mais ao norte, o terreno se estendia por um longo trecho, revelando com a maré baixa uma longa faixa de areia amarela.

No primeiro exemplo, a locução adjetiva de água caracteriza o substantivo parede; no segundo, a locução adjetiva de areia foi usada para caracterizar o substantivo faixa

As locuções adjetivas geralmente são formadas pela preposição de (e suas variações da, do) seguida de um substantivo. Algumas dessas locuções também podem ser iniciadas por outras preposições como: em, sem, com etc. Exemplos: uvas sem caroço, água com sal, vida em família

A preposição é a palavra invariável que tem a função de ligar dois termos de uma oração.

O adjetivo exerce o papel de determinante – termo que acompanha o substantivo – e, portanto, precisa concordar com ele em gênero e número. Leia os exemplos a seguir e observe os destaques.

Fiquei encharcado e apavorado [...].

Comecei a ficar com um medo horrível, mas mantive a cabeça fria.

No primeiro exemplo, os adjetivos encharcado e apavorado referem-se ao narrador-personagem (Jim Hawkins); por isso, encontram-se no gênero masculino e no singular; no segundo, o adjetivo fria refere-se ao substantivo cabeça; por isso, encontra-se no gênero feminino e no singular.

GONÇALVES, Carlos Alexandre. Ensino de gramática: descrição e uso. In: VIEIRA, Silvia Rodrigues; BRANDÃO, Silvia Figueiredo (org.). Flexão e derivação: o grau. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014.

Esse artigo, recomendado para a leitura do professor, tem como objetivo promover discussões sobre o ensino de gênero, número e grau nas escolas.

66 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 66 06/06/22 16:32
66
PARA LER

Substantivo e adjetivo: flexão de gênero

A regra geral para flexionar o gênero (feminino ou masculino) de grande parte dos substantivos e adjetivos é substituir - o por -a ou -a por - o. Porém, existem algumas regras especiais, como as que você vai analisar a seguir.

Formação do feminino dos substantivos

1. Nos substantivos masculinos terminados em -ão, muda-se a desinência para -ã, - oa ou - ona Exemplos: cidadão patrão valent ão cidadã patroa valentona

2. Substantivos masculinos que indicam ocupações especiais e títulos fazem o feminino com o acréscimo de - esa, -isa, - essa, -triz. Exemplos: príncipe cond e imperador princesa cond essa imperatriz

Observações sobre o gênero de substantivos e adjetivos

1. Há substantivos e adjetivos que apresentam uma única forma para o gênero masculino e feminino. Nesses casos, o gênero é identificado com o auxílio de outras palavras que os acompanham: os determinantes. Exemplos:

Substantivo Adjetivo o estudante a estudante a estrada íngreme o morro íngreme um artista uma artista um acontecimento horrível uma comida horrível (adjetivos que mantêm a mesma forma para o gênero masculino e feminino)

2. Há substantivos que são usados para se referir tanto ao gênero masculino quanto ao gênero feminino. Exemplos: a criança a testemunha o cônjuge

3. Há substantivos que têm uma forma específica para indicar o feminino e o masculino. Nesses casos, não ocorre flexão. Exemplos: homem mulher pai mãe cavalheiro dama

4. Há substantivos que pertencem só ao gênero masculino ou só ao feminino. Para saber a que gênero pertencem, é só colocar o artigo o ou a antes deles. Exemplos: (a) chuva (o) fogo (o) mar

Adjetivo e substantivo: alguns usos

1. Um fator determinante de sentidos é a posição em que os adjetivos são empregados em uma oração ou frase. Observe:

Aquele marinheiro pobre trabalha demais.

Flexão de gênero dos substantivos

Se julgar conveniente, proponha aos estudantes as atividades complementares a seguir para aprofundar os estudos sobre flexão de gênero dos substantivos.

1. Identifique, entre as palavras a seguir, os substantivos que possuem duas formas: uma para o feminino e outra para o masculino.

pato (pata) – criança – dentista – tio (tia)

estudante – boi (vaca) – cobra

2. Dê o significado do substantivo de acordo com o gênero:

guarda armado (vigia) –guarda armada (corpo de vigias)

capital roubado (valor) –capital roubada (cidade onde fica a sede administrativa do estado)

cura milagrosa (restabelecimento) – cura milagroso (vigário).

ATIVIDADES COMPLEMENTARES
67 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 67 09/06/22 10:35 67

PROPOSIÇÕES

Em Atividades, é importante os estudantes relacionarem as reflexões linguísticas sobre o uso de adjetivos com os gêneros textuais utilizados, como capa de revista, tirinha e cartaz de filme.

REALIZAÇÃO

1. A análise da capa de uma revista especializada em turismo pode evocar diálogos interessantes com as narrativas de aventura. Comente com os estudantes que é muito frequente que passeios e viagens turísticas sejam realizados para vivenciar experiências. Além disso, o turismo de aventura é uma prática muito difundida. Pergunte a eles a respeito das viagens ou passeios mais curtos que já fizeram e se, deles, seria possível extrair histórias.

1. a) Explique aos estudantes que as capas das revistas refletem o que há de mais importante na publicação de suas edições.

1. b) Esta atividade possibilita aos estudantes perceberem paisagens e patrimônios da região em que vivem, valorizando esses lugares. Sugere-se verificar se, na construção do título, os estudantes empregaram os substantivos e adjetivos da forma adequada à situação de comunicação.

No exemplo, o adjetivo pobre encontra-se depois do substantivo marinheiro. Esse deslocamento pode acarretar mudanças de sentido sugerindo que o marinheiro tem poucos recursos, poucas posses.

Aquele pobre marinheiro trabalha demais.

O adjetivo pobre colocado antes do substantivo marinheiro expressa uma ideia de compaixão, de pena.

2. Há substantivos que possuem formas idênticas, mas que apresentam significados diferentes dependendo do gênero (masculino ou feminino). Veja:

O cabeça do motim da Hispaniola arremessou um remo e acertou a cabeça do capitão.

o líder a parte do corpo

ATIVIDADES

1. Leia a capa de uma revista especializada em apresentar informações sobre destinos turísticos.

2. a) Refere-se às paisagens do Deserto do Atacama. O recurso pretende atrair o interesse do leitor ao intensificar as belezas que existem no local.

2. b) Resposta pessoal.

3. a) Os adjetivos são mansinhas e quentinhas As praias para crianças devem ter esses atributos para que possam atrair os pais. Portanto, a escolha por esses adjetivos é essencial para a finalidade da revista.

3. b) O uso do diminutivo além de produzir o efeito de aproximar-se ainda mais do público-alvo – os pais – também produz um tom afetivo, como se as águas “mansinhas” e “quentinhas” expressam ao leitor o aconchego, bem-estar ao visitar essas praias.

VIAGEM E TURISMO. [São Paulo]: Abril, ano 21, n. 10, ed. 252, out. 2016. Disponível em: https:// viagemeturismo.abril. com.br/edicoes/252/. Acesso em: 25 nov. 2021.

a) A capa da revista apresenta uma imagem do Deserto de Atacama. Qual é a função dessa imagem?

b) Se você fosse editor de uma revista, que local da região em que vive você destacaria para fazer parte de uma reportagem de viagem? Qual seria o título de sua reportagem?

Despertar o interesse do leitor para a matéria de capa da revista, levando-o a visualizar como é esse lugar. Resposta pessoal.

D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd

PARA ACESSAR

RIOS, Thiane Marjorie Miranda; OSIAS, Juliene Paiva de Araújo. Capa de revista: um gênero rico para a sala de aula. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, São Paulo, ano 6, n. 2, v. 7, p. 37-52, fev. 2021. Disponível em: www.nucleodoconheci mento.com.br/educacao/capa-de-revista. Acesso em: 16 maio 2022.

A pesquisa propõe um debate sobre o trabalho em sala de aula com o gênero capa de revista e o quanto ele pode elevar a capacidade discursiva dos estudantes e a produção escrita deles.

EDITORA ABRIL
68
68 11/06/22 08:34
68

4. d) Sugestões de resposta: agressiva, raivosa, irritada, furiosa, brava. Espera-se que os estudantes respondam que a reação de Marinês foi compreensível, pois, de acordo com o contexto da tira, Linguicinha é um animal de estimação.

2. Releia a capa.

a) A expressão É muuuita beleza! refere-se a quê? Que efeito de sentido o recurso usado no adjetivo muita pretende produzir?

b) A escrita dessa palavra reproduz uma forma muito usada na linguagem oral informal. Em sua opinião, o uso dessa forma em uma capa de revista está adequado?

3. Na parte superior da capa da revista, lê-se uma chamada que destaca praias brasileiras para levar crianças.

percebido que os adjetivos estão de acordo com o gênero do substantivo a que se referem.

a) Que adjetivos foram usados para caracterizar as praias brasileiras? De que forma a escolha desses adjetivos pode contribuir para que as pessoas escolham visitar essas praias?

b) Esses adjetivos encontram-se no diminutivo. Que efeito de sentido o uso desse recurso produz a quem lê o texto?

c) Por que esses adjetivos encontram-se no feminino e no plural? Porque os adjetivos concordam com o substantivo praias, substantivo feminino que se encontra no plural.

4. b) O adjetivo abatido.

4. Proponha aos estudantes que leiam autonomamente a tirinha. Em seguida, peça-lhes que troquem ideias em relação ao assunto e iniciem as atividades em duplas. Chame a atenção deles para os aspectos verbais e visuais da tirinha, apontando como eles dialogam no conjunto. Comente que mal-entendidos são recursos frequentes para gerar conflitos em narrativas.

4. a) Explique que o cenário das tirinhas é algo muito importante a se observar, uma vez que revela elementos que compõem a cena, expondo, além do ambiente em que a história se passa (rural/ urbano), a movimentação em torno das personagens.

a) Em que lugar se passam os fatos narrados na tirinha? Que elementos caracterizam esse ambiente?

b) Na tirinha, há um mal-entendido entre a conversa de Xaxado e Marinês. Que palavra provoca esse mal-entendido?

c) O que Xaxado quis comunicar ao empregar essa palavra? E o que Marinês entendeu sobre a resposta do amigo?

Xaxado quis comunicar que Linguicinha estava sem forças, desanimado, talvez doente ou sem apetite. Já

d) Que adjetivos poderiam caracterizar a personagem Marinês no momento em que Xaxado responde ao que ela lhe perguntou? Em sua opinião, a reação de Marinês fez sentido? Por quê?

Sugestões de resposta: Em um sítio, em uma fazenda ou, ainda, no quintal de uma residência, podendo ser na zona rural ou na zona urbana. Os elementos que caracterizam esse ambiente é a presença do personagem Linguicinha, o porco, que parece estar em uma pocilga, local próprio para a criação desses animais. Marinês imaginou que Linguicinha tinha sido abatido, isto é, morto.

e) O leitor da tirinha fica sabendo quem é Linguicinha apenas no último quadrinho. De que forma essa estratégia pode reforçar a interpretação da menina sobre a resposta de Xaxado?

O fato de Linguicinha ser um porco, um animal doméstico criado, geralmente, para ser abatido e consumido como alimento.

f) Se o adjetivo abatido caracteriza o substantivo Linguicinha, um substantivo feminino, por que ele é empregado no masculino? Porque o adjetivo está concordando com o substantivo porco (masculino) e não com o substantivo Linguicinha (feminino).

RE ALIZAÇÃO

2. a) Converse com a turma sobre a diferença de sentidos das palavras e como eles se constroem a partir de contextos situacionais. Fale também sobre o que é formal e informal para que percebam que cada gênero e cada situação de linguagem são específicos e permitem que o falante explore diferentes recursos da própria língua.

2. b) Espera-se que os estudantes infiram que a construção está adequada porque o tom de informalidade ajuda a atrair o leitor, além de enfatizar a ideia de beleza do lugar.

3. a) Caso julgue pertinente, auxilie os estudantes a identificar os adjetivos presentes para caracterizar as praias brasileiras.

3. b) e 3. c) Pergunte a eles como fizeram para identificar o substantivo a que os adjetivos se referem. Espera-se que eles tenham

4. b) Pergunte de que modo o efeito de humor no texto foi produzido. Nesse caso, o duplo sentido do adjetivo –abatido – leva ao humor.

4. c) Explique que o abate de animais normalmente acontece para o uso alimentar e/ou de sua pele e couro.

4. d) Espera-se que respondam que a reação de Marinês foi compreensível, pois, de acordo com o contexto da tira, Linguicinha é um animal de estimação.

4. e) Comente sobre os cuidados que devemos tomar ao empregar as palavras, pois muitas delas apresentam diferentes significados, como é o caso da palavra abatido

4. f) Para que os estudantes compreendam mais efetivamente a concordância nominal como uma relação que ocorre entre o substantivo e seus determinantes, escreva na lousa outros exemplos, averiguando com eles esse processo.

4. Leia a tirinha, com os personagens Xaxado e Marinês, de Antônio Cedraz. CEDRAZ, Antônio. Turma do Xaxado. A Tarde, Salvador, 2 mar. 2009.
© 2019 CEDRAZ/IPRESS.
EDITORA ABRIL
69 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 69 13/06/22 07:52 69

REALIZAÇÃO

Atividades

5. Sugere-se que os estudantes realizem a leitura individual do cartaz, sendo orientados a relacionar todos os elementos verbais e não verbais nele presentes. Em seguida, proponha uma discussão oral, pedindo-lhes a síntese de todos os recursos linguísticos utilizados no cartaz como estratégias de persuasão do público-alvo. Comente a referência ao personagem conhecido como Pé Grande, figura lendária popular na América do Norte, cuja existência segue sem comprovação e que já esteve presente em diversas narrativas de aventura literárias e audiovisuais. Durante a leitura do cartaz, pergunte sobre as cores usadas na capa como estratégia composicional, bem como sobre a expressão de felicidade das personagens.

6. a) Converse com a turma sobre o jogo de contraste entre os adjetivos pequena e grande e a relação deles com a ilustração do cartaz e com o enredo da animação. Enquanto os humanos acreditam na lenda de que os yetis, criaturas brancas, grandes e peludas, são monstruosos e assustadores (apelidadas de Abominável Homem das Neves), o filme apresenta uma inversão, ao considerar, do ponto de vista dos yetis, o humano (“pé pequeno”) como um ser mítico, nunca antes visto e que, por isso, é uma lenda para essas criaturas.

6. b) Reforce com a turma que o adjetivo concorda com o substantivo a que se refere: substantivo no

5. O personagem humano e os seres peludos estão sorrindo, sugerindo que estão alegres; o uso desse recurso pode produzir, no espectador, efeito de leveza e simpatia pelas personagens, instigando a curiosidade dele para assistir à animação.

5. Leia, a seguir, o cartaz de um filme

6. a) Espera-se que os estudantes identifiquem o uso dos adjetivos destacados como um jogo de palavras antônimas, fazendo referência à lenda do Pé Grande, contribuindo, desse modo, para que os espectadores sintam-se curiosos para assistir ao filme.

6. b) O adjetivo pequena sofreria modificação para concordar com o adjetivo no masculino, e o adjetivo grande não seria modificado, já que apresenta a mesma forma tanto para o masculino quanto para o feminino.

Cartaz do filme Pé Pequeno, dirigido por Karey Kirkpatrick (Estados Unidos, 2018).

• Ao observar a imagem do cartaz, que recurso sugere que a animação é leve e adequada ao público a que se destina? Que efeito de sentido o uso desse recurso produz no espectador?

6. Releia a frase que se encontra no alto do cartaz.

Há sempre uma pequena verdade atrás de toda grande lenda.

Pé Grande é descrito como um macaco muito alto (entre 2 e 4,5 metros) que vive nas regiões selvagens e remotas dos Estados Unidos e do Canadá. Seu rosto é uma mistura de gorila e de ser humano e seu corpo é coberto, geralmente, de pelos de cor marrom escuro. Algumas pessoas relatam que exala um odor forte e desagradável, enquanto outras dizem que a criatura não tem cheiro. Em 2007, foi organizada uma expedição em busca de provas ou até mesmo do próprio Pé Grande, mas nada foi encontrado.

a) De que modo os adjetivos em destaque podem contribuir para que os espectadores se sintam atraídos parar assistir a animação?

b) Os substantivos aos quais os adjetivos se referem são femininos. Se os substantivos verdade e lenda fossem substituídos por substantivos no masculino e no singular, os adjetivos poderiam ser mantidos como estão na frase ou deveriam ser modificados?

Por quê?

7. A animação apresentada no cartaz baseia-se na história de Pé Grande, um personagem de uma lenda. No Brasil, quais são as personagens lendárias e folclóricas que fazem parte da nossa cultura? Há alguma personagem típica da sua região? Junte-se a dois colegas para pesquisar seres lendários ou míticos que fazem parte da cultura popular brasileira. Escolham uma personagem e, em uma folha separada, escrevam um pequeno texto que informe como ela é retratada nas histórias, que características são predominantes nessa personagem, qual é a origem dela e a que cultura pertence: africana, indígena ou europeia. Façam uma ilustração para acompanhar o texto. Depois, compartilhem os textos com os colegas e o professor. Resposta pessoal.

masculino singular, adjetivo no masculino singular; substantivo no feminino plural, adjetivo no feminino plural. Convém lembrá-los dos casos em que o adjetivo apresenta a mesma forma tanto para o masculino quanto para o feminino, não sofrendo variação, portanto.

7. Essa atividade favorece o protagonismo dos estudantes e faz uso das metodologias

ativas por meio de uma prática investigativa. Também contribui para estabelecer um diálogo entre diferentes linguagens, no caso, o cartaz de um filme, e possibilita que os estudantes conheçam personagens de diferentes culturas e sociedades (como Estados Unidos, Canadá e Brasil). Durante a produção dos textos, circule entre os grupos e se coloque à disposição para esclarecer eventuais dúvidas. Verifique se

PÉ PEQUENO. KAREY KIRKPATRICK. TWENTIETH CENTURY FOX. EUA. 2018.
70 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 70 11/06/22 08:46 70

PROPOSIÇÕES

E ESCRITA LINGUAGEM SENTIDOS E

Léxico, sinônimo e antônimo

Saber o significado das palavras dentro do contexto em que estão inseridas é essencial para que se possa entender ou produzir adequadamente os sentidos de um texto.

1. No capítulo do livro A Ilha do Tesouro que você leu anteriormente, o personagem Jim Hawkins vivencia muitos perigos. A seguir, releia o trecho que traz um desses momentos.

Essa ideia foi logo abandonada. Entre as pedras, a arrebentação espumava e uivava. As ondas reverberavam pesadas, uma após a outra, borrifando água salgada que ia alto e caía com tudo. Logo vi que não tinha a menor chance de sobreviver tentando chegar à terra por ali.

a) Qual é o perigo que o personagem enfrenta nesse trecho?

O perigo de seu barco bater nas pedras devido à força das ondas.

b) Em um dicionário, procure o verbo reverberar. Qual das definições pode ser associada à forma verbal reverberavam presente no trecho e por quê?

A definição de repercutir, pois está associada à reprodução das ondas do mar.

2. No trecho, o narrador-personagem, diante da situação descrita, parece sentir medo e coragem, sensações que podem ser consideradas opostas. Leia, a seguir, os verbetes dessas duas palavras e entenda o significado delas.

Para iniciar os estudos propostos em Linguagem e sentidos, converse com os estudantes sobre o fato de que, ao ler, escrever, ouvir ou falar algo, é natural tentar entender o que significam as palavras dentro do contexto em que se apresentam. Explique que tal compreensão é essencial para construir os sentidos adequados com base no texto.

Esclareça que as palavras estabelecem relações de sentido no texto, que podem ser de sinonímia ou de antonímia. A primeira se refere a termos de sentidos semelhantes; a segunda, a termos de sentidos opostos.

REALIZAÇÃO Linguagem e sentidos

1. Sentimento inquietante que se tem diante de perigo ou ameaça; FOBIA; PAVOR; TERROR: Ele tem medo de tempestades.

2. Ansiedade diante de uma sensação desagradável, da possibilidade de fracasso etc.; RECEIO; TEMOR: Tinha medo de ser abandonada pelo marido. [ Antôn.: calma, despreocupação. ]

3. Atitude covarde; POLTRONARIA: Fugiu por medo de apanhar. [ Antôn.: bravura, coragem. ]

[F.: Do lat. metus,us. Ideia de ‘medo’, usar pref. fob(o)- e2 med - e suf. -fobia e -fobo]

MEDO. In: AULETE, J. Caldas; VALENTE, Antonio Lopes dos Santos. Aulete digital. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, [2022?]. Disponível em: https://aulete.com.br/medo. Acesso em: 14 dez. 2021.

PARA ASSISTIR

D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd

FOLCLORE brasileiro em animação infantil. 2012. Vídeo (2min38s). Publicado pelo canal Animar Estúdio – Estúdio de animação 2D. Disponível em: www. youtube.com/watch?v=eCLPV-uc5sw. Acesso em: 15 maio 2022.

Este vídeo, em formato de animação, apresenta personagens do folclore brasileiro e pode ser apresentado aos estudantes.

1. a) Pergunte aos estudantes que critérios utilizaram para chegar à resposta adequada. Espera-se que respondam que tomaram como base as palavras empregadas no trecho para caracterizar as ondas: “arrebentação espumava e uivava”; “ondas reverberavam pesadas, uma após a outra, borrifando água salgada que ia alto e caía com tudo.”

1. b) Oriente a turma a não reproduzir simplesmente os significados presentes nos verbetes de dicionário, mas a pesquisarem, entre esses significados, aquele que mais se relaciona com o contexto apresentado no trecho lido.

2. Reitere que uma palavra é considerada sinônima de outra quando é possível substituí-la em diferentes contextos sem alteração de sentido.

(me.do) [ê] sm.
71
71 09/06/22 10:35
71
os estudantes empregam adjetivos e substantivos segundo as normas estudadas de flexão de gênero, estabelecendo as concordâncias entre substantivo e adjetivo.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Jogo dos sinônimos

Para esse jogo, providencie antecipadamente os seguintes materiais: fichas verdes, contendo uma palavra escrita em cada uma, e fichas vermelhas, contendo seus respectivos sinônimos.

Para a realização do jogo, divida a turma em duas equipes. Distribua as fichas verdes para uma equipe e as vermelhas para a outra. Um dos estudantes com uma ficha verde deve ler em voz alta a palavra que nela está escrita. Outro, com a ficha vermelha, deve ler o sinônimo correspondente e elaborar uma frase com ele.

Em seguida, é a vez da equipe vermelha ler uma palavra, a fim de que a equipe verde encontre o sinônimo e elabore uma frase. Será vencedora a equipe que fizer mais pontos. O mesmo jogo pode ser realizado com antônimos, plural e singular, feminino e masculino, entre outros.

(co.ra.gem) sf.

1. Atitude firme (sem hesitação, sem temor ou sem fraqueza) diante de situações perigosas ou difíceis; BRAVURA; DESTEMOR: Foi muita coragem dele enfrentar os bandidos

2. Força moral e perseverança no enfrentamento de situações emocionalmente difíceis; disposição para suportar ou superar problemas: Ela enfrentou o câncer com grande coragem

3. Pej. Atitude desaforada ou desavergonhada; AUDÁCIA; DESFAÇATEZ: Aquele safado teve a coragem de dizer na minha cara que não sabia de nada

4. Firmeza de caráter, disposição firme a fazer o que se considera correto

5. Determinação, constância, perseverança; TENACIDADE

CORAGEM. In: AULETE, J. Caldas; VALENTE, Antonio Lopes dos Santos. Aulete digital. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, [2022?]. Disponível em: https://aulete.com.br/coragem. Acesso em: 14 dez. 2021.

• Com base na leitura dos verbetes, que outra palavra poderia ser usada no trecho com o mesmo sentido de medo? E com o sentido sentido de coragem? Justifique suas escolhas. As palavras que você analisou e todas as demais usadas para se comunicar compõem o léxico de uma língua.

Léxico é o conjunto de palavras e expressões de uma língua que o falante tem à disposição para usar quando quer se comunicar. O léxico está sempre recebendo palavras novas, acrescentadas pelos falantes da língua, como também excluindo outras que não são mais usadas no cotidiano.

Observe as palavras a seguir: fuzarca, malota, alcunha e balela. É provável que você desconheça o significado dessas palavras porque algumas delas caíram em desuso em nossa língua. Agora, leia estas outras palavras: tablet, aplicativo, meme, hashtag. Elas foram acrescentadas ao léxico da língua portuguesa devido ao uso de dispositivos eletrônicos, da internet e das redes sociais

Informe os estudantes que fuzarca é sinônimo de confusão, malota é o mesmo que corcunda, alcunha tem sentido semelhante a apelido e balela é uma mentira

Cada palavra, seja ela antiga ou nova em uma língua, tem um significado. A parte da gramática que estuda o significado das palavras, expressões presentes em textos chama-se semântica

Na atividade anterior, para indicar outras palavras com o mesmo sentido de medo e de coragem, você utilizou sinônimos

Sinônimo é a palavra que tem significado semelhante à de outra palavra, podendo, em alguns contextos, ser usada no lugar desta sem alterar o sentido do texto.

Na leitura de um texto, é possível perceber uma aproximação semântica entre as palavras empregadas, fazendo uma espécie de rede de sentidos. Leia o trecho a seguir, extraído de “O cruzeiro do coracle”, e observe as palavras em destaque.

Com relação ao primeiro verbete medo, as palavras fobia, pavor, terror, receio e temor poderiam

nomear a sensação do personagem. Sobre o verbete coragem, as palavras bravura,

O mar se movia com uma ondulação alta, mas suave. O vento soprava firme e gentil vindo do sul, não havia conflito entre ele e a correnteza, e os vagalhões se levantavam e caíam sem quebrar.

destemor e tenacidade seriam mais adequadas diante do contexto da narrativa; já audácia e desfaçatez, diante da definição apresentada pelo dicionário, não se enquadrariam como sinônimos de coragem presente no trecho do texto.

PARA LER

CANÇADO, Márcia. Manual de Semântica: noções básicas e exercícios. São Paulo: Contexto, 2013.

Nesse livro, a autora, em uma linguagem simples e objetiva, apresenta os principais temas da Semântica, com rica exemplificação e atividades. Leitura indicada para o professor.

72 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 72 09/06/22 10:37 72

Os substantivos em destaque apresentam uma aproximação de sentidos com a palavra mar (ondulação, vento, correnteza, vagalhões). É como se uma palavra “puxasse” a outra e construísse uma espécie de “rede de sentidos”. Ao substituir uma dessas palavras por sinônimo, é necessário prestar atenção se a palavra escolhida vai manter essa rede de sentidos. No trecho que você acabou de ler, é possível perceber que o narrador-personagem parecia sentir medo e coragem diante do perigo. Essas palavras têm sentidos que se opõem. São palavras antônimas

Antônimo é a palavra que tem um significado oposto em relação a outra palavra.

Muitas palavras apresentam antônimos formados com o uso de prefixos que atribuem sentido de negação. Observe alguns exemplos.

O prefixo é um morfema acrescentado ao radical de uma palavra, formando uma nova palavra.

embarcar desembarcar acompanhado desacompanhado feliz infeliz

segurança insegurança possível impossível perfeito imperfeito regular irregular

Os prefixos des-, in -, im - e ir-, ao serem acrescentados ao radical de palavras já existentes, atribuem a essas palavras um sentido de oposição, tornando-se palavras antônimas em relação às palavras originárias.

ATIVIDADES

1. Desde criança, Tamara Klink gostava de aventuras. O texto que você vai ler é um trecho do relato de viagem à Antártica, escrito por ela e suas irmãs Laura e Marininha. No trecho, elas relatam o momento em que navegaram no barco Optimist pela primeira vez.

O pequeno Optimist

O Optimist é um barco bem pequeno, considerado o menor dos veleiros. Aprendemos a velejar em um quando tínhamos 7 e 10 anos. Na viagem que fizemos em 2010, nossa mãe preparou uma surpresa: escondeu um Optimist no Paratii 2 e só deixou que soubéssemos quando estávamos navegando na baía Margarida, bem no sul da península Antártica, em meio aos icebergs. Foi numa manhã de sol e pouco vento que ela montou o barquinho e o colocou na água. Do Paratii 2 saímos navegando por entre blocos de gelo gigantes!

PROPOSIÇÕES

Em Atividades, os estudantes terão oportunidade de consolidar os estudos referentes ao léxico, aos sinônimos e antônimos. Oriente-os a, se necessário, consultar a teoria apresentada na seção Linguagem e sentidos ao longo da realização das atividades propostas.

REALIZAÇÃO

1. Se julgar pertinente, leia com os estudantes a reportagem “As aventuras das irmãs Klink”, no link http:// www.irmasklink.com.br/ wp-content/uploads/2015/ 07/Guten-News-Edi% C3%A7%C3%A3o-de-F% C3%A9rias-Comportamento. pdf (acesso em: 15 maio 2022). A reportagem traz algumas curiosidades interessantes da família Klink em suas viagens para a Antártica e pode ser um recurso interessante para retomar a relação com as narrativas de aventura.

1. a) Espera-se que os estudantes respondam o fato de terem viajado várias vezes para a Antártica com os pais. Caso os estudantes não tenham chegado à resposta esperada, releia com eles as informações apresentadas no boxe Quem são as autoras.

KLINK, Laura; KLINK, Tamara; KLINK, Marininha. Férias na Antártica. Porto Alegre: Grão Editora, 2010. p. 58-59.

a) O que tornou as irmãs Klink capacitadas para viver essa experiência?

b) As palavras em destaque ajudam a construir os sentidos do relato. Com base nessas palavras, o que se pode inferir sobre a região? Pode-se inferir que a região onde as meninas se encontram é perigosa e hostil, pois tem icebergs e blocos de gelo gigantes.

PARA ASSISTIR

É DIVERTIDO e faz bem l Barco: Optimist. 2021. Vídeo (1min35s). Publicado pelo canal Disney Brasil. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=1r-

4Qw4Gsqgs. Acesso em: 15 maio 2022.

Nesse vídeo, Federico, garoto que pratica Optimist, conta o que vivencia quando está na água com o barco a vela.

PARA LER

FERNANDES, Francisco. Dicionário de sinônimos e antônimos da língua portuguesa: de acordo com a ortografia oficial brasileira. 41. ed. rev. e aum. São Paulo: Globo, 2002.

Esse livro, indicado para o professor, traz orientações sobre as melhores opções de sinônimos e antônimos a serem aplicados em cada situação.

73
73 06/06/22 16:32 73
D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd

REALIZAÇÃO

2. Comente que o léxico da Língua Portuguesa é rico e dinâmico e que, como a língua é viva, vocábulos surgem, enquanto outros caem em desuso e até desaparecem. Se considerar oportuno, comente também sobre as gírias, os regionalismos e os estrangeirismos.

3. Fique atento se as palavras selecionadas e, depois, listadas pelas duplas pertencem ao mesmo campo semântico. Caso os estudantes desconheçam alguma palavra apresentada pelas duplas, incentive-os a pesquisar em um dicionário o significado dessa palavra. Se possível, peça-lhes que registrem, no caderno, a palavra e sua respectiva definição.

4. Comente que o prefixo in- e sua variação i - têm sentido de negação e as palavras e expressões com sentidos opostos, isto é, contrários entre si, recebem o nome de antônimos. Se considerar interessante, é possível ampliar essa atividade propondo que, em duplas, os estudantes pesquisem e escrevam o maior número de palavras antônimas formadas com os prefixos des-, in -, im -. Permita que usem dicionários ou outras fontes de consulta. Em seguida, peça que leiam para os colegas as palavras anotadas e verifiquem se há alguma cujo significado desconheçam.

5 Solicite que pesquisem e escrevam no caderno outros exemplos de palavras antônimas.

6. Esta atividade possibilita aos estudantes refletir sobre os antônimos. Estabeleça um tempo de três a cinco

2. a) Elas empregam os nomes barco (bem pequeno), (o menor dos) veleiros e barquinho. Todos eles se referem à embarcação, pertencendo, portanto, ao mesmo campo semântico.

2. No trecho, as autoras empregam alguns termos para se referir ao Optimist.

a) Que termos são esses? Que relação de sentidos pode ser estabelecida entre eles?

b) Essas palavras são sinônimas, isto é, significam a mesma coisa, ou apresentam diferentes efeitos de sentido? Justifique.

c) O uso de várias palavras para se referir ao barco contribui para a progressão e continuidade do texto. Como isso ocorre?

O uso de outros nomes faz com que o leitor interligue as partes do texto e reforça a ideia de que o Optimist é um pequeno barco à vela.

3. Reúna-se com um colega. Juntos, escolham duas palavras de campos semânticos diferentes. Depois, no caderno, escrevam outras seis palavras que façam parte do campo semântico de cada uma das palavras que vocês escolheram. Observe o exemplo. Palavra escolhida: roupa

Palavras de mesmo campo semântico: calça, vestido, meia, camiseta, bermuda

2. b) Elas se assemelham no significado mas apresentam diferentes efeitos de sentido: barco é usado em um sentido mais genérico; veleiro especifica o tipo de barco usado pelas meninas; barquinho, no diminutivo, revela afetividade das meninas pelo Optimist.

Compartilhem com os colegas todas as palavras que vocês indicaram e verifiquem se eles conhecem o significado delas. Resposta pessoal.

4. Releia outro trecho da narrativa de aventura “O cruzeiro do coracle”.

[...] O gurupés estava sobre minha cabeça, fiquei de pé e saltei, afundando o coracle para dentro da água. Com uma mão me agarrei à retranca da bujarrona, e meu pé se alojou entre o estai e seu suporte. Enquanto me agarrava como podia, um barulho seco me contou que a escuna tinha abalroado o coracle, e eu estava na Hispaniola sem ter como fugir.

4. b) Os estudantes podem responder que alguns dos adjetivos que indicaram são formados pelos prefixos in-, ir- e des-.

a) Leia os adjetivos a seguir.

irresponsável imprudente inconsequente infeliz descontente corajoso destemido incapaz preocupado desprevenido

• No caderno, copie os adjetivos que poderiam indicar como o personagem Jim estava se sentindo na situação

Sugestões de resposta: imprudente, irresponsável, preocupado, corajoso, destemido

b) Há adjetivos formados por prefixos entre os que você indicou? Se sim, quais são eles?

c) Por que os adjetivos que você não indicou não revelam as características da personagem diante da situação apresentada no trecho? Justifique sua resposta.

5. Leia as palavras a seguir. Depois, no caderno, transcreva da lista de palavras correspondente a cada item a palavra que tem sentido oposto.

a) ágil

b) gentil

c) confundir

d) pegar

colorido – nervoso – lento – doente famoso – grosseiro – orgulhoso – carinhoso escutar – vagar – negar – distinguir largar – mostrar – propor – garantir

4. c) Espera-se que os estudantes compreendam que a forma como o personagem agiu diante daquela situação revela que ele não demonstrou estar infeliz, descontente, desprevenido nem se mostrou incapaz.

6. Faça dupla com um colega. No caderno, escrevam até dez palavras e, a partir delas, formem seus respectivos antônimos usando um dos prefixos a seguir: in -, im - ou des -. Depois, leiam esses pares de palavras para os colegas.

6. Sugestões de resposta: com o prefixo des-: desabrigado, desabitado, desabotoar, desacostumar, despenteado, desagradável etc.; com o prefixo im -: imprecisão, imprevisto, improvável, imprudência, impureza etc.; com o prefixo in -: inacessível, incerteza, incompetência, insensível, inconsciente etc.

minutos para que as duplas pensem nas palavras de origem e formem seus respectivos antônimos a partir do acréscimo de um dos prefixos indicados na atividade, registrando essas palavras no caderno. Se considerar necessário, escreva na lousa um exemplo de um par de palavras, sendo a segunda palavra formada de um dos prefixos solicitados, como: possível → impossível. Em seguida, disponibilize um

momento para que as duplas compartilhem os pares de palavras com os colegas. Se possível, convide algumas duplas para escrever alguns pares de palavras na lousa ou, então, escreva-as você mesmo, apresentando a grafia correta das palavras. Verifique, entre as respostas das duplas, quais palavras não são compostas de prefixos que indicam negação/oposição e explique aos estudantes a razão.

74
74 11/06/22 08:48
D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd
74

RELATO PESSOAL CAPÍTULO2

O texto a seguir é a transcrição de uma parte do relato pessoal da bióloga e pesquisadora Deise Nishimura, em que ela compartilha com a plateia de um evento o ataque que sofreu de um jacaré, na reserva amazônica de Mamirauá.

Antes de fazer a leitura do texto, levante algumas hipóteses: Como você imagina que ela saiu dessa situação? O que pode ter provocado esse ataque do jacaré? Que reação você imagina que a plateia teve ao ouvir o relato da bióloga? Compartilhe suas considerações com os colegas e ouça com atenção o que eles têm a dizer Respostas pessoais.

TEXTO

Agora, leia o relato para saber o que aconteceu com a bióloga e pesquisadora Deise Nishimura.

Deise Nishimura lembra do dia em que lutou contra um jacaré [2min11s]

E... foi um dia que eu tava limpando peixe, é… preparando o almoço, né? Eu tava limpando o peixe no deque de fora de minha casa e foi quando um jacaré me atacou [slide ao fundo do palco mostra uma representação, em desenho, da casa e do jacaré]

Eu tava na parte de fora da casa, o jacaré veio por trás, eu tava sentada, né, no chão, limpando no chão [riso nervoso; faz gestos para a plateia, exemplificando a situação] e o jacaré veio por trás e… e pulou mais de um metro, abocanhou a minha perna e ele me levou lá pro fundo da água, né? E lá... hum... a mais ou menos três metros... é que eu não tenho muita noção, mas acho que foi mais ou menos uns três metros. E... aí ele começou a me girar. [faz movimentos com os dois braços, girando-os] Não sei se vocês já viram um jacaré atacando uma presa, mas eles... eles pegam a presa e começam a girar, girar, girar [gesticula novamente, indicando o movimento] até rebentar o pedaço da presa que ele quer, né? [gesticula outra vez.] E foi isso que ele fez comigo, eu lembro de estar girando, girando [gesticula], parecia que eu tava num liquidificador. E aí foi quando… me veio na cabeça... é... qual seria a parte mais sensível do jacaré. Aí eu lembro de colocar a minha mão assim, atrás [gesticula para a plateia, indicando o movimento que fez naquela situação], e sentir dois buracos na cabeça do jacaré. E eu acho que possivelmente eram os olhos ou o nariz, não sei... Mas eu lembro de colocar os meus dedos assim [faz o gesto para a plateia], bem forte, apertar com toda a força, com tanta força que eu até quebrei a minha unha. [risos da plateia.] E aí foi quando o jacaré me soltou. Aí eu consegui subir pra superfície de novo e... e eu consegui respirar, né? Aí eu tentei subir de volta pra casa... é... pelo mesmo lugar que ele me puxou... mas... mas... é… eu tava sem uma perna, eu percebi que eu tava sem uma perna já e eu não tinha força no braço pra me erguer. Então eu fui nadando até a frente da casa [slide ao fundo do palco mostra uma representação, em desenho, da casa], onde tem uma

BNCC

Habilidades do Capítulo 2

TEXTO

• EF67LP23

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

• EF69LP21

• EF67LP23

EXPLORANDO O TEXTO

• EF69LP19

• EF69LP40

• EF69LP55

• EF67LP05

PALAVRA ABERTA

• EF69LP06

• EF69LP45

• EF69LP46

• EF67LP37

• EF67LP38

• EF06LP05

• EF67LP11

• EF67LP12

• EF67LP23

POR DENTRO DA LÍNGUA

• EF69LP03

• EF69LP04

• EF69LP56

• EF06LP04

• EF06LP06

• EF06LP12

QUESTÃO DE FALA E ESCRITA

• EF69LP20

• EF69LP29

• EF69LP33

• EF67LP15

• EF67LP23

• EF67LP37

PRODUÇÃO MULTIMODAL

• EF69LP46

• EF69LP51

• EF69LP53

• EF69LP54

• EF69LP56

• EF67LP30

• EF67LP32

• EF67LP33

• EF67LP36

• EF67LP37

• EF67LP38

• EF06LP03

• EF06LP04

• EF06LP05

• EF06LP06

• EF06LP11

• EF06LP12

jornais, revistas, livros, blogues, sites, redes sociais etc.

D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 75

PROPOSIÇÕES

Ao iniciar o Capítulo 2, chame a atenção dos estudantes para o título do relato e pergunte se eles lembram de algum momento marcante que aconteceu na vida deles.

Em seguida, faça as perguntas que antecedem à leitura do texto, cujo objetivo pedagógico é desenvolver nos estudantes as habilidades de leitura inferencial.

Apresente o gênero relato pessoal, explicando que é um depoimento pessoal relacionado à vida de determinada pessoa. Esse gênero apresenta tempo, espaço, personagens e narrador não ficcional, e sua estrutura contém título, introdução, desenvolvimento e conclusão. A narração é feita em 1a pessoa, em geral, com formas verbais predominantemente no pretérito. A divulgação costuma ocorrer em

06/06/22 16:32

O objetivo de tratar o tema do módulo por meio da leitura de relato pessoal é proporcionar aos estudantes experiências que lhes permitam desenvolver a sensibilidade para os fatos que acontecem no mundo e afetam a vida das pessoas, bem como desenvolver a autonomia e a construção de pensamento crítico para que se situem em relação a interesses e posicionamentos diversos.

A escolha de um relato pessoal possibilita o contato com práticas de leitura de diferentes gêneros, suportes e formas textuais.

75
75

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Promova a leitura compartilhada e colaborativa com os estudantes, realizando pausas para relacionar as informações levantadas antes da leitura com o que está sendo lido, de modo a confirmar ou não as hipóteses deles. Recorra às anotações para que se contemplem todas as antecipações e hipóteses realizadas na predição de leitura. Oriente os estudantes a, sempre que possível, sinalizar as palavras desconhecidas e a pesquisá-las no dicionário, após a leitura.

Com base na leitura compartilhada e colaborativa, converse com os estudantes sobre as características do relato. Questione se gostaram do texto. É importante que manifestem suas opiniões pessoais e relatem suas experiências.

Ao final da leitura, explore o momento do clímax, em que o conflito chega ao seu máximo. Nesse momento, é importante que eles construam suas hipóteses para que as retomem posteriormente.

Se julgar pertinente, inicie a aula apresentando apenas o vídeo aos estudantes sem que vejam a transcrição. Em seguida, permita que vejam o vídeo do relato ao mesmo tempo que leem a transcrição para que as marcas de oralidade sejam evidenciadas.

Faça a leitura do texto em voz alta, compartilhando-a com os estudantes. Faça pausas para relacionar as informações lidas com os sentidos levantados antes da leitura, assim como confirmar ou não as hipóteses elaboradas por eles. Faça intervenções, mediante perguntas, sempre que houver opiniões e relatos que possam contribuir para a ampliação da discussão durante a leitura do texto.

Se considerar necessário, proponha outras questões para serem respondidas oralmente, a fim de envolver os estudantes na leitura.

rampa, onde a gente estaciona os barcos e... eu subi por lá. Eu fiquei nessa rampa um tempo, é... gritando por ajuda, porque tinha visto um pescador passar lá de manhã, e eu achei que ele ainda estaria por perto. Mas, depois de algum tempo lá eu pensei... nossa, a água tá, tava toda vermelha de sangue e a chance de atrair mais jacarés era muito grande, né? Então eu queria sair de perto da água o mais rápido possível. E foi aí que eu lembrei, também, que a gente tem um rádio dentro da casa que é conectado com toda a reserva onde eu tava morando. Então, essa foi a parte mais difícil, eu acho, que foi... foi subir a rampa numa perna só [slide ao fundo do palco mostra, outra vez, a representação da casa], então eu pulava, eu rolava, me arrastava, né? Porque de repente cê está sem uma perna, cê perde totalmente o equilíbrio, né? Mas eu consegui chegar dentro da casa, peguei o rádio, chamei por ajuda e... depois de mais ou menos uns 10 minutos, uns... guias turísticos de uma pousada que fica lá perto chegaram. E eles fizeram um torniquete na minha perna, tudo... [...]

[7min15s]

Mas é por isso que eu tô aqui. Eu tô aqui pra falar pra vocês não só do ataque, né, que é uma história incrível, mas eu tô aqui pra falar de superação que... é... eu tô vivendo e ainda tô superando, né? É... eu confesso que mudar assim de vida, de repente, de uma hora pra outra, não é uma coisa fácil... né? É... não conseguir fazer as coisas como eu fazia antigamente, como subir uma escada, por exemplo, sem ajuda, é uma coisa... difícil, né? E eu não vou mentir que eu não fico triste, chateada, às vezes. Mas eu não tô aqui pra vocês sentirem dó ou pena de mim. [voz emocionada] Eu acho que muitas vezes as pessoas não sabem direito como reagir com um deficiente físico ou deficiente mental, mas, assim, eu não queria que vocês sentissem dó ou pena de mim, né? [...]

[10min7s]

Um dos meus maiores desejos, desde... desde a época em que eu tava no hospital em Tefé, era voltar para Amazônia, que é a minha grande paixão. É... Eu lembro de... de falar pros meus pais “olha, ainda quero voltar”, assim, né? Todo mundo achava que eu era louca. Mas eu posso contar a vocês, né, de primeira mão, agora, que depois de amanhã, depois do TED, eu vou tá voltando à reserva, vou tá voltando ao meu projeto com os botos e eu vou tá voltando ao meu sonho! [aplausos da plateia] Só pra terminar... [aplausos diminuem até cessar] como eu li num blogue uma vez, né, que... [olha para uma ficha em sua mão] “Viver não é esperar as tempestades passarem, mas aprender a dançar na chuva”. Obrigada! [aplausos entusiasmados da plateia]

Transcrito de: TEDxAmazônia – Deise Nishimura lembra do dia que lutou contra um jacaré. 2010. Vídeo (11min27s). Publicado pelo canal TEDx Amazônia. Manaus, nov. 2010. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=B_VUEIdZch4. Acesso em: 14 dez. 2021.

QUEM

É O AUTOR

Deise Nishimura (1985-) nasceu em São Bernardo dos Campos (SP). É bióloga e pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Seu objeto de estudo é o comportamento e a conservação dos botos cor-de-rosa na região amazônica.

BRUNO FERNANDES/ FOLHAPRESS
76 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 76 11/06/22 08:49 76

SAIBA MAIS

O Instituto Mamirauá é uma organização supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Ela foi criada em 1999 para desenvolver programas de pesquisas, de conservação e de uso sustentável da biodiversidade da Amazônia. Além disso, por meio de vários projetos, incentiva o desenvolvimento econômico e social das comunidades ribeirinhas.

Casa flutuante usada para hospedar a equipe de pesquisadores do Instituto Mamirauá, no Amazonas. Fotografia de 2021.

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

1. Que trecho do relato de Deise Nishimura mais chamou a sua atenção? Por quê?

Respostas pessoais. Resposta pessoal. Os estudantes podem evidenciar que a história de Deise, por demonstrar uma superação, pode ajudar outras pessoas a vencer dificuldades na vida.

2. Em sua opinião, o ataque do jacaré poderia ter sido evitado de alguma maneira? Comente com os colegas e o professor. Resposta pessoal.

3. Para você, qual é a importância de que mais pessoas tenham conhecimento da experiência relatada por Deise?

2. A bióloga comenta que estava distraída com a tarefa de preparação do almoço, limpando o peixe, atividade provavelmente habitual, ou seja, que ela fazia com frequência enquanto estava hospedada na casa.

TEXTO EXPLORANDO O

TEXTO E CONTEXTO

2. Reflita com a turma quais medidas poderiam ter sido tomadas pela bióloga e que evitariam o ataque do jacaré. Uma das possibilidades seria ela ter limpado o peixe em um local mais distante da água, fora do alcance do jacaré.

3. Peça que comentem algum caso conhecido de superação (pessoal ou veiculado na imprensa) que possa inspirar pessoas a vencer dificuldades na vida.

PROPOSIÇÕES

Em Texto e contexto, relembre com os estudantes que o relato que eles leram é originalmente oral, tendo sido gravado e divulgado em uma plataforma de compartilhamento de vídeos, na internet. Para fins didáticos, o relato foi, então, transcrito.

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

1. Explique aos estudantes que o relato consiste em contar uma experiência pessoal, no caso deste específico, uma história de superação.

Alternativa B.

1. A bióloga Deise Nishimura relata uma experiência marcante em sua vida. No caderno, transcreva a alternativa que indica a provável razão de ela ter sido convidada para participar desse tipo de evento e compartilhar seu relato a uma plateia.

A. O fato de ela ter conseguido sobreviver ao ataque do jacaré.

B. Poder mostrar uma história de superação.

C. Alertar sobre os perigos que rondam a Floresta amazônica.

D. Incentivar os espectadores do relato a visitar a reserva Mamirauá.

2. No início do relato, Deise Nishimura apresenta fatos que ajudam os ouvintes a entender as circunstâncias do ataque inesperado do jacaré. Que informações são essas?

PROPOSIÇÕES

Antes de iniciar as atividades de Conversando sobre o texto, é recomendável retomar com a turma, oralmente, alguns elementos e características do relato pessoal. Se desejar, peça a dois estudantes que compartilhem com os colegas o que entenderam sobre esse gênero textual.

REALIZAÇÃO

Conversando sobre o texto

1. Os estudantes podem mencionar, por exemplo, o conhecimento de Deise Nishimura sobre o comportamento do jacaré, a coragem que ela teve de lutar contra o animal, a força que ela demonstrou ter, mesmo sem uma perna, para subir uma rampa até a casa onde estava hospedada.

2. Comente que os primeiros parágrafos do relato devem apresentar e contextualizar o narrador-personagem e a situação que inicia a sequência de fatos.

ETHEL BRAGA/NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL
77
77 11/06/22 08:53
D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd
77

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

3. Oriente os estudantes a retomar o texto para que identifiquem nele os aspectos solicitados.

4. Espera-se que os estudantes reconheçam que a experiência profissional de Deise Nishimura contribuiu para que ela adotasse a estratégia em relação ao jacaré – o que foi fundamental, pois, de certa forma, incomodou o animal, que a soltou.

5. Ajude os estudantes que apresentarem dificuldade em identificar as informações solicitadas no texto, de modo que possam estabelecer relações com as características do gênero.

6. Se julgar pertinente e caso não haja estudantes com deficiência na turma, organize uma roda de conversa e pergunte se conhecem e/ ou têm contato com pessoas com deficiência. Oriente-os a expressar suas opiniões e a rejeitar atitudes que possam ser preconceituosas e discriminatórias. Por meio desse tipo de atividade, é possível desenvolver reflexões para a superação do preconceito e para a aceitação da diversidade.

7. a) Ressalte o posicionamento da bióloga diante dos obstáculos.

7. b) Espera-se que os estudantes respondam que Deise optou por usar uma metáfora para reforçar à plateia a ideia de que, ainda que haja adversidades na vida, vale a pena viver.

8. e 9. Acompanhe as respostas dos estudantes e observe se apresentam coerência com o que foi lido e discutido na seção.

78

6. b) Espera-se que os estudantes infiram que é o fato de ela ser prova viva de coragem e de determinação, características que a fazem superar todos os dias os possíveis limites impostos à sua condição.

3. Além do ataque do jacaré, que outros aspectos contribuíram para tornar esse momento assustador?

3. Espera-se que os estudantes respondam que o fato de a bióloga estar sozinha, afastada de outras pessoas, e a possibilidade de o jacaré voltar a atacá-la, devido

4. Durante o ataque, em um certo momento, a bióloga se dá conta de que o jacaré tem uma parte mais sensível.

a) Em sua opinião, a experiência profissional de Deise contribuiu para que ela tomasse uma atitude e não outra no momento de ataque do jacaré? Justifique sua resposta.

ao sangue que estava na água e que atrairia o animal, contribuíram para tornar assustador o momento. conhecimentos da área para tentar se livrar do ataque do jacaré.

b) Você considera que a estratégia usada por Deise foi decisiva para a sobrevivência dela? Por quê?

Resposta pessoal.

5. Em determinado momento do relato, Deise expressa o objetivo maior de estar contando sua história para uma plateia.

a) Qual é esse objetivo?

5. a) Mostrar para as pessoas que, mesmo sendo difícil, sentindo tristeza e chateação por sua condição, é possível superar as dificuldades, realizar os sonhos e seguir em frente.

b) Qual informação apresentada pela bióloga indica que ela está seguindo seu objetivo de vida?

Ela relata que vai voltar para a Amazônia para dar continuidade ao projeto com os botos, já que esse é o seu sonho.

6. Segundo a bióloga, muitas pessoas demonstram sentimento de pena diante de alguém com deficiência física ou mental.

a) Como ela se posiciona diante desse sentimento de algumas pessoas?

Ela discorda, acha que uma pessoa com deficiência física ou mental não é menos capaz do que as outras pessoas.

b) O que a faz pensar dessa maneira?

c) Você concorda ou discorda do posicionamento da bióloga? Justifique sua opinião.

Resposta pessoal.

7. A palestrante finaliza seu relato com a frase “Viver não é esperar tempestades passarem, mas aprender a dançar na chuva”.

a) A partir da escolha dessa frase, o que é possível deduzir sobre a visão da bióloga quanto às dificuldades que sua condição pode trazer?

É possível deduzir que as dificuldades que ela enfrenta não a impedem de realizar seus sonhos e projetos de vida.

b) Em sua opinião, por que Deise utilizou uma metáfora para encerrar o relato?

Resposta pessoal.

8. O evento TEDx Amazônia foi realizado no estado do Amazonas. Além de o tema do relato ser interessante para pessoas do mundo inteiro, por que essa experiência mereceu ser compartilhada nesse evento?

9. O evento TEDx Amazônia manteve o modelo de conferência que acontece ao redor do mundo, com palestras de curta duração e que têm o objetivo de compartilhar ideias e inspirar pessoas. Que demonstração de apreço da plateia confirma que a participação de Deise foi inspiradora?

Espera-se que os estudantes indiquem os aplausos entusiasmados da plateia para Deise no fim do relato.

10. Em sua opinião, qual é a importância de eventos como esse, em que pessoas comuns contam experiências pessoais?

Resposta pessoal.

O relato pessoal tem a função de relatar lembranças de um fato ou de experiências marcantes na vida de uma pessoa. O texto pode ser oral ou escrito e, dependendo do assunto, o autor pode apresentar fatos, emoções e reflexões.

8. Provavelmente pelo fato de a plateia ser composta de cientistas estudiosos do meio ambiente, professores, pesquisadores, ativistas ambientais, estudantes e pessoas interessadas nas questões ambientais da região amazônica.

10. Alguns aprendizados podem ser extraídos do relato de Deise: a necessidade de se superar diante dos problemas da vida, de insistir na busca de seus sonhos, de ressignificar o olhar em relação às pessoas com deficiência.

SILVA, Ana Cristina Cardoso da; OLIVER, Fátima Correa. Pessoas com deficiência no caminho da democracia participativa. Cad. Bras. Ter. Ocup., São Carlos, v. 27, n. 2, p. 279-292, 2019. Disponível em: http:// dx.doi.org/10.4322/2526-8910.ctoao1604. Acesso em: 3 mar. 2022.

Esse estudo, recomendado para a leitura do professor, mostra que, apesar das mudanças ocorridas com relação à participação das pessoas com deficiência na sociedade, ainda há muita fragilidade na participação dessas pessoas em processos decisórios.

08/07/22 17:41

4. a) Espera-se que os estudantes respondam que sim. Pelo fato de Deise ser bióloga e ter experiência com animais na Amazônia, ela aplicou os 78
D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 78
PARA ACESSAR

2. Ela possibilita que se imagine a cena descrita (a água vermelha devido ao sangue que escorria da perna de Deise) e, dessa forma, que a plateia do evento ou que o leitor do texto imagine a tensão do momento e a gravidade do ataque.

COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM

3. a) Informações sobre o nome do evento (TEDx Amazônia), o nome do convidado e o que será relatado.

3. b) Despertar a curiosidade do leitor ou do espectador sobre o fato que será contado.

1. No relato, a bióloga narra as ações na sequência em que elas ocorreram. O clímax, momento mais tenso, é quando o jacaré a ataca e a arrasta para o fundo do rio. Releia o trecho que inicia essa sequência e responda às perguntas a seguir.

Eu tava na parte de fora da casa, o jacaré veio por trás, eu tava sentada, né, no chão, limpando no chão [riso nervoso; faz gestos para a plateia, exemplificando a situação] e o jacaré veio por trás e... e pulou mais de um metro, abocanhou a minha perna e ele me levou lá pro fundo da água, né? [...]

a) O que é descrito no primeiro período do trecho?

1. a) O modo como a bióloga se encontrava e o que estava fazendo no momento do ataque.

b) Qual é o objetivo da bióloga ao apresentar essas informações antes de mencionar o ataque do jacaré?

REALIZAÇÃO

Composição e linguagem

1. Reforce aos estudantes que o clímax é a parte mais emocionante do relato, pois, normalmente, é o momento em que algo é revelado e/ou que o conflito atinge seu ápice.

2. Comente com a turma que o relato pessoal pode trazer descrições do local, das personagens e de objetos.

c) Que outros elementos presentes nesse trecho também ajudam o leitor a perceber a tensão desse momento?

Criar uma expectativa ou gerar um suspense na plateia sobre o que ela vai relatar em seguida – nesse caso, o ataque do jacaré. As indicações entre os colchetes: “[riso nervoso, faz gestos para a plateia, exemplificando a situação]”.

2. O relato pessoal é um texto predominantemente narrativo, mas pode haver sequências descritivas que ajudam a compreendê-lo melhor, como no fragmento a seguir.

Mas, depois de algum tempo lá eu pensei... nossa, a água tá, tava toda vermelha de sangue e a chance de atrair mais jacarés era muito grande, né? Então eu queria sair de perto da água o mais rápido possível.

• Qual é a importância da descrição da cor da água nesse trecho?

3. Os relatos pessoais, quando são transcritos ou disponibilizados em audiovisual, em plataformas de compartilhamento de vídeos, recebem um título.

a) Que informações estão presentes no título do relato pessoal que você acabou de ler?

b) Em sua opinião, qual é a importância do título em um relato pessoal?

4. Em um relato pessoal, geralmente há palavras que expressam emoções e sentimentos de quem está relatando a experiência que viveu. Releia o trecho a seguir

Mas é por isso que eu tô aqui. Eu tô aqui pra falar pra vocês não só do ataque, né, que é uma história incrível, mas eu tô aqui pra falar de superação que... é... eu tô vivendo e ainda tô superando, né? É... eu confesso que mudar assim de vida, de repente, de uma hora pra outra, não é uma coisa fácil... né? É... não conseguir fazer as coisas como eu fazia antigamente, como subir uma escada, por exemplo, sem ajuda, é uma coisa... difícil, né? E eu não vou mentir que eu não fico triste, chateada, às vezes.

a) Quais impressões e sentimentos a bióloga revela nesse trecho?

b) Que elementos da linguagem indicam que a autora do relato também é a mesma pessoa que viveu a experiência?

Textos que expressam a visão pessoal do autor a respeito de algum assunto costumam empregar a linguagem subjetiva. Comumente, são textos narrados em 1a pessoa do singular ou do plural e que expressam as experiências vividas pelo próprio autor do relato.

esforço em superar as dificuldades que encontra no dia a dia e que, às vezes, se sente triste e chateada.

4. b) O uso do pronome eu e das formas verbais em 1a pessoa: tô (estou), confesso, fico

3. Ressalte a importância do título, cuja finalidade é chamar a atenção do leitor. Ele deve ser claro e conciso para que desperte a curiosidade do leitor ou do espectador sobre o fato a ser narrado.

4. Explique que, a depender da situação de exposição, o gênero relato pessoal se vale de uma linguagem mais informal ou mais formal para expressar os aspectos de subjetividade.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Conhecendo o Instituto Mamirauá

Como atividade complementar, solicite aos estudantes que façam uma pesquisa na internet sobre o Instituto Mamirauá para que conheçam as ações que vem realizando para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade da Amazônia. Essa atividade tem como objetivo promover a reflexão, o debate e a busca de solução para um problema que é coletivo. Para conhecer mais sobre este instituto, acesse o link : https://www.mamiraua.org.br (acesso em: 26 maio 2022).

4. a) Revela seu
79 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 79 06/06/22 16:32 79

REALIZAÇÃO

5. Explique aos estudantes que, no ponto alto da história, é comum que sejam utilizados verbos de ação, discurso direto e discurso indireto.

6. Retome os tempos verbais e chame a atenção para o emprego do pretérito e do presente e para o efeito de sentido que produzem nos trechos.

7. a) Ressalte aos estudantes que marcas de oralidade consistem em um vocabulário mais livre e que pode não seguir rigorosamente a norma-padrão em diversos momentos, se comparado ao registro escrito.

7. b) Peça aos estudantes que digam outros exemplos de marcas de oralidade usadas no discurso oral para tornar a comunicação espontânea.

PARA LER

ELIAS, Vanda Maria (org.). Ensino da língua portuguesa: oralidade, escrita e leitura. São Paulo: Contexto, 2011. Nesse livro são apresentados três temas de grande relevância para o ensino de língua portuguesa: oralidade, escrita e leitura. A obra pode auxiliar o professor no trabalho na sala de aula.

5. Os verbos são importantes na construção do texto do relato, principalmente na explicitação da sequência de ações. Releia trechos de diferentes momentos do relato pessoal de Deise.

Trecho 1

Então, essa foi a parte mais difícil, eu acho, que foi... foi subir a rampa numa perna só [slide ao fundo do palco mostra, outra vez, a representação da casa], então eu pulava, eu rolava, me arrastava, né?

Trecho 2

5. a) As ações verbais mostram o desespero de Deise nesse momento, visto que ela queria distanciar-se o máximo possível da água e, por isso, tentava diferentes formas de fazê-lo: pulando, rolando e se arrastando.

[...] e... o jacaré veio por trás e... e pulou mais de um metro, abocanhou a minha perna e ele me levou lá pro fundo da água, né?

a) No trecho 1, o que a sequência de ações em destaque revela sobre o momento vivido?

b) No trecho 2, que sentido o emprego da forma verbal abocanhou produz para compreender a situação?

A forma verbal abocanhou revela que o ataque do jacaré foi bastante agressivo, criando uma expectativa maior acerca do que viria a acontecer.

c) No trecho 2, se a autora tivesse usado a forma verbal mordeu ou agarrou, o sentido do texto seria o mesmo?

Espera-se que os estudantes reconheçam que não, pois o verbo abocanhar, mais do que morder ou agarrar, dá o tom de ferocidade do ataque.

6. Releia os trechos a seguir e observe de que maneira os tempos verbais são usados.

Trecho 1

Mas eu consegui chegar dentro da casa, peguei o rádio, chamei por ajuda e... depois de mais ou menos uns 10 minutos, uns... guias turísticos de uma pousada que fica lá perto chegaram... E eles fizeram um torniquete na minha perna, tudo... [...]

Trecho 2

Mas é por isso que eu tô aqui. Eu tô aqui pra falar pra vocês não só do ataque, né, que é uma história incrível, mas eu tô aqui pra falar de superação que... é... eu tô vivendo e ainda tô superando, né? É... eu confesso que mudar assim de vida, de repente, de uma hora pra outra, não é uma coisa fácil... né?

a) No trecho 1, predominam formas verbais no pretérito perfeito. O que esse tempo verbal informa sobre os fatos relatados?

O tempo verbal informa que os fatos já ocorreram.

b) No trecho 2, predominam formas verbais no presente do indicativo. O que esse tempo verbal informa sobre os fatos relatados?

7. O relato pessoal de Deise é originalmente oral e nele é possível identificar uma linguagem informal.

a) Releia o trecho 2 da atividade 6 e, no caderno, transcreva ao menos duas marcas de oralidade

Informa que os fatos estão acontecendo no momento em que a autora está fazendo o relato. No fragmento, há marcas da oralidade, como reduções (tô) e contrações (pra, né).

Espera-se que os estudantes respondam que essas marcas da oralidade são comumente usadas no discurso oral para tornar a comunicação espontânea. Por isso, são utilizados termos encurtados, como tô e pra, e marcadores conversacionais, como né. 80

b) Em sua opinião, por que essas marcas da oralidade ocorrem nesse tipo de discurso? Justifique sua resposta.

D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 80 06/06/22 16:32 80

8. Na comunicação oral, é comum o uso de diferentes recursos, como gestos, expressão facial e entonação.

8. a) Eles são apresentados entre colchetes. Neles, estão descritos os gestos utilizados por Deise ao longo do relato bem como sua emoção, que impacta a entonação da palestrante e provoca reações da plateia.

8. b) A preservação desses elementos confere, ao relato, maior carga emotiva, uma vez que, ao se indicarem elementos como gestos e entonação, o leitor do relato transcrito consegue vivenciar melhor a história que foi contada.

A bióloga Deise Nishimura apresentando-se no evento TEDx Amazônia.

a) Como esses recursos são apresentados na transcrição do relato e o que eles indicam?

b) Qual é a importância de preservar esses elementos no texto transcrito?

No relato oral, predomina uma linguagem descontraída, espontânea; no relato escrito, dependendo da intenção, emprega-se uma linguagem mais formal.

9. No relato pessoal de Deise Nishimura, as reticências aparecem com frequência.

a) Que marca da oralidade as reticências representam na transcrição do relato? Qual é a importância desse elemento para o autor do relato?

b) Por que é importante indicar as reticências na transcrição do relato?

No relato pessoal, apresentam-se lembranças ou experiências vividas no passado e, por isso, há elementos da narrativa, como introdução, desenvolvimento, clímax e conclusão. Em textos como esse, pode haver trechos descritivos para caracterizar pessoas, lugares e objetos. Os fatos são narrados em 1a pessoa, com predomínio de formas verbais no pretérito. A linguagem pode ser formal ou informal, dependendo da intenção do narrador do texto.

PARA ASSISTIR

Tainá: Uma aventura na Amazônia, dirigido por Tania Lamarca e Sergio Bloch. Brasil, 2001. (1h30min).

Tainá é uma indígena órfã de oito anos que vive com o avô Tigê, em um recanto do Rio Negro, na Amazônia. Tendo o avô como mestre, Tainá aprende as lendas e as histórias de seu povo e convive em harmonia com a floresta e os animais, tornando-se uma guardiã da floresta. No filme, ela vive várias aventuras e em uma delas conhece o macaquinho Catu ao salvá-lo das garras de Shoba, um traficante de animais que, com sua quadrilha, recebe a encomenda de capturar uma macaca da espécie Logotrix e seu filhote para serem utilizados em pesquisas no exterior.

9. a) Representam as pausas comuns na fala, que têm como objetivo organizar o pensamento do autor para dar continuidade à sequência dos fatos a serem relatados.

PROPOSIÇÕES

Caso seja possível, organize a exibição do filme Tainá – Uma Aventura na Amazônia , indicado em Para assistir. Em seguida, promova uma discussão oral ou roda de conversa sobre os temas abordados no filme. Oriente-os a respeitar os turnos de fala dos colegas, as opiniões diferentes, assim como as diferenças socioculturais.

REALIZAÇÃO

8. Se for possível, exiba novamente o trecho do vídeo do relato pessoal de Deise Nishimura, referente à transcrição lida para os estudantes, de modo que possam analisar os elementos relativos à oralidade, tais como: gestos, expressões faciais, postura corporal, entonação e ritmo da fala, uso das ferramentas de apoio, dentre outros que considerar pertinentes, considerando os propósitos da situação comunicativa.

9. Caso julgue interessante, assista com a turma ao vídeo Quando usar reticências [Prof. Alda] , que está em www.youtube.com/watch?

v=GdrlNvRS3-o (acesso em: 15 maio 2022). O vídeo ensina como usar corretamente as reticências.

LUKEMAN, Noah. A arte da pontuação. Tradução: Marcelo Dias Almada. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

Nesse livro, o autor ressalta a importância do uso adequado dos sinais de pontuação, apresentando diferentes maneiras de empregá-los em um texto. Leitura indicada para o professor.

9. b) As reticências, na versão transcrita dos relatos, permitem ao leitor perceber os momentos que as pausas foram produzidas na oralidade.
FILME DE TÂNIA LAMARCA E SÉRGIO BLOCH, TAINÁ UMA AVENTURA NA AMAZÔNIA. BRASIL. 2001 HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/WATCH?V=B_VUEIDZCH4&T=
81 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 81 06/06/22 16:32
81
PARA LER

PROPOSIÇÕES

Em Palavra aberta, inicialmente, explique aos estudantes que, décadas atrás, era comum as resenhas serem publicadas somente em jornais e revistas impressos e escritas por pessoas especializadas. Atualmente, esse tipo de publicação pode ser encontrado em blogues e canais de vídeos, elaborados por pessoas interessadas em áreas culturais específicas.

Caso julgue interessante, retome com os estudantes a resenha de game estudada no Capítulo 1 deste módulo e/ou leve para a sala de aula algumas sinopses de filmes, quartas capas ou orelhas de livros, resenhas de filmes (encontradas em folhetos com a programação do cinema) ou de peças de teatro e localize nesses gêneros o resumo, diferenciando as sequências descritivas das avaliativas. Em seguida, escolha um texto que seja o resumo de outro texto para demonstrar aos estudantes a possibilidade de o resumo também surgir autonomamente, mas com função social.

REALIZAÇÃO

Para a realização da atividade proposta em Palavra aberta, solicite aos estudantes uma pesquisa na internet sobre um filme, a fim de que elaborem uma apresentação oral de uma resenha sobre o filme selecionado e observem as características associadas ao gênero. Trata-se de uma oportunidade para que os estudantes desenvolvam as habilidades relativas à oralidade em uma situação comunicativa.

ABERTA PALAVRA

Compartilhamento de resenhas

Muitos relatos pessoais marcantes já foram transformados em livros e filmes. Você já assistiu a algum filme com base em uma história real? Em geral, essas produções contam histórias que inspiram por serem experiências de superação, de busca por soluções para grandes problemas da comunidade, de gestos heroicos ou de amizades inusitadas, por exemplo.

A seguir, você vai ler sinopses de dois filmes que trazem histórias inspiradoras baseadas em fatos e pessoas reais.

A teoria de tudo

Data de Estreia: 29/01/2015

Estreia DVD: 27/05/2015

Gênero: Biografia, Drama

Duração: 123 min.

Origem: Reino Unido

Direção: James Marsh

Sinopse

Roteiro: Anthony McCarten

Distribuidor: Universal Pictures do Brasil

Classificação: 10 anos

Ano: 2014

A cinebiografia conta a história do físico Stephen Hawking (Eddie Redmayne). A trama explora a sua vida como estudante da Universidade de Cambridge, onde conheceu sua futura esposa, Jane (Felicity Jones). Foi nessa fase em que ele começou a ter os primeiros sintomas da esclerose lateral amiotrófica (ELA), que lhe tirou os movimentos do corpo e a fala.

A TEORIA de tudo. Cinema 10. [S. l.], [c2022]. Disponível em: https://cinema10.com.br/filme/a-teoria-de-tudo. Acesso em: 22 fev. 2022.

Sully

Data de Estreia: 15/12/2016

Estreia DVD: 15/03/2017

Gênero: Biografia, Drama, Suspense / Thriller

Duração: 96 min.

Origem: Estados Unidos

Sinopse

Direção: Clint Eastwood

Roteiro: Todd Komarnicki

Distribuidor: Warner Bros.

Classificação: 10 anos

Ano: 2017

Cinebiografia conta a história do piloto Chesley ‘Sully’ Sullenberger (Tom Hanks). Ele ficou mundialmente famoso quando fez um ato de heroísmo em uma de suas viagens. Após enfrentar problemas num voo, Sully consegue pousar o avião com lotação máxima no Rio Hudson, em Nova York, e todos escapam ilesos.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Como fazer uma resenha de filme Como sugestão, antes que os estudantes comecem o desenvolvimento das produções das resenhas, assista com eles ao vídeo RESENHA DE FILME – Como fazer

uma excelente resenha de filme ou vídeo passo a passo, disponível no link www. youtube.com/watch?v=o2rB0R59Y5w (acesso em: 15 maio 2022).

No vídeo, o Prof. Dr. Ivan Guedes ensina o passo a passo de como produzir resenhas de lives, vídeos, filmes ou documentários.

FILME
MARSH,
TEORIA
2014 FILME DE CLINT EASTWOOD, O HERÓI
HUDSON,
82
82 06/06/22 16:32 82
SULLY – O herói do rio Hudson. Cinema 10. [S. l.], [c2022]. Disponível em: https://cinema10.com.br/filme/sully. Acesso em: 22 fev. 2022.
DE JAMES
A
DE TUDO. EUA.
DO RIO
EUA.2016
D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd

PROPOSIÇÕES

Você já assistiu a algum desses filmes? O que achou?

Respostas pessoais.

Que filme com a temática de histórias inspiradoras baseadas em fatos e pessoas reais você recomendaria para os colegas? Selecione um filme de sua preferência e escreva uma breve resenha sobre ele. Depois, compartilhe-a com a turma em uma apresentação oral.

1 Para escrever a resenha, siga as orientações a seguir.

• Escolha um filme que você desejar recomendar para os colegas e pesquise informações dele em sites especializados sobre cinema. No caderno, anote os resultados da pesquisa. Não se esqueça de incluir informações sobre a duração do filme, o ano de lançamento, a classificação indicativa e quem são os atores principais.

• Explique brevemente o enredo do filme, ou seja, de que trata a história e que mensagem ela expressa, mas sem revelar o final nem partes importantes dela. Você também pode comentar algo que considera interessante, como ações de alguns personagens ou acontecimentos, trilha sonora, efeitos especiais, entre outros.

• Faça um comentário que informe aos colegas a sua avaliação do filme. Pense nos pontos positivos e negativos que merecem ser compartilhados.

• Por fim, comente por que você está recomendando o filme.

2 Selecione uma imagem do filme para acompanhar a resenha. Pode ser o cartaz de divulgação ou a reprodução de uma cena marcante.

3 Você também pode indicar uma nota para o filme com base na quantidade de estrelas. A nota não é resultado de uma soma de pontos; trata-se de uma avaliação pessoal, em que você pode indicar de uma a cinco estrelas: uma estrela caso tenha detestado o filme e cinco estrelas se tiver adorado assistir a ele.

4 Antes de recomendar o filme para os colegas, você e a turma, com a ajuda do professor, deverão selecionar um ou mais vídeos disponíveis em plataformas de compartilhamento de vídeos e de resenha de filmes. O objetivo é que vocês analisem a apresentação oral, prestando atenção à postura, tom de voz e gestos do resenhista e à linguagem que ele utiliza para se comunicar com os espectadores.

5 Depois de analisar uma resenha de filme em vídeo, chegou o momento de você compartilhar a sua recomendação do filme fazendo uma apresentação oral para os colegas. Para isso, utilize a resenha escrita como apoio, mas não faça a leitura integral dela. Em casa, você pode ensaiar a sua apresentação, adequando-a ao contexto e ao público-alvo: os colegas da turma. Durante a apresentação, utilize tom de voz adequado e pronuncie as palavras com clareza.

6 Respeite a apresentação dos colegas, fazendo silêncio e prestando atenção às informações que eles trouxerem. Ao final de cada uma das apresentações, vocês poderão fazer perguntas e comentários sobre a apresentação do colega.

7 Finalizadas as apresentações, o professor, com a ajuda da turma, vai afixar as resenhas no mural da sala de aula ou em algum ambiente da escola para que outros estudantes apreciem as produções da turma.

Anote no caderno os títulos dos filmes que os colegas recomendaram. Se você ficou curioso para conhecer a história de algum dos filmes indicados, assista a ele e, depois, faça uma resenha comentando sua avaliação.

7. No momento das apresentações orais, disponha as cadeiras da sala de aula em semicírculo. Antecipadamente, combine com os estudantes a duração e a ordem das apresentações. 83 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd

PARA ACESSAR

SILVA, Daniela da. Hoje tem filme: a abordagem da diversidade em experiências com o cinema na educação. Dissertação (Mestrado em Educação) –Faculdade de Educação, Universidade Comunitária da Região de Chapecó, Chapecó, 2018. Essa dissertação trata da importância de trabalhar a temática da diversidade por meio da exibição de filmes nas escolas.

Lembre os estudantes de que a resenha crítica é um texto que expõe e avalia as características de um objeto artístico-cultural. Por isso, oriente-os a reunir os conhecimentos que adquiriram por meio da pesquisa, tendo em vista que eles vão compor o repertório que sustentará a avaliação deles.

Diga-lhes que, para tornar a resenha a ser produzida mais atrativa e completa, seria interessante utilizar recursos complementares, como imagens do pôster do filme ou links para acessar o trailer. No momento das apresentações orais, disponha as cadeiras da sala de aula em semicírculo. Antecipadamente, combine com a turma a duração e a ordem das apresentações. Apresentações orais podem ser uma experiência difícil para alguns estudantes, por isso crie um ambiente acolhedor e amistoso em sala de aula. Oriente-os a respeitar os turnos de fala dos colegas tanto no momento da apresentação oral como depois dela, em que poderão fazer perguntas e tecer comentários sobre a apresentação de cada colega.

REALIZAÇÃO

Nas etapas 4 e 5 da atividade, enfatize com a turma a importância da produção do texto oral que antecede a apresentação e proponha uma reflexão sobre o uso de gestos e entonações adequados à situação comunicativa desse tipo de texto.

83 11/06/22 11:43
83

PROPOSIÇÕES

Antes de iniciar os estudos de Por dentro da língua, verifique o que os estudantes já sabem sobre o tema a ser abordado: flexão de número e grau do substantivo e do adjetivo, tendo como base o relato pessoal da bióloga Deise Nishimura. Verifique o conhecimento que eles têm a respeito do uso de substantivos no masculino e no feminino e se percebem, por exemplo, os diferentes recursos da língua para a flexão de gênero e número. Utilize a lousa como apoio para anotar as respostas que surgirem. É recomendável, ao longo da realização das atividades, confirmar de maneira oral as hipóteses levantadas pela turma.

REALIZAÇÃO

1. a) Espera-se que os estudantes infiram que a bióloga foi convidada para participar do evento não apenas porque pesquisava botos na reserva amazônica Mamirauá, mas para contar uma história de superação de vida e a motivação dela para continuar seus projetos na mesma região onde ocorreu o acidente, buscando, assim, qualidade de vida.

1. b) a 1. e) Incentive-os a compartilhar as respostas com os colegas, comentando o que julgar pertinente.

1. f) Verifique se os adjetivos citados pelos estudantes estão adequados à situação de comunicação relatada e flexionados corretamente em gênero e número, de acordo com o substantivo a que se referem.

1. b) A autora do relato enfatiza que, apesar do que aconteceu, o maior desejo dela é voltar para continuar o seu projeto, deixando claro que, apesar das dificuldades, vale a pena defender as causas ambientais.

POR DENTRO DA LÍNGUA

Substantivo e adjetivo

1. c) Guias turísticos que ficavam em uma pousada próxima. Espera-se que os estudantes respondam que o artigo uns e a expressão guias turísticos estarem empregados no plural indica que a bióloga foi socorrida por mais de uma pessoa.

Substantivo e adjetivo: flexão de número

Os substantivos e adjetivos apresentam flexão de gênero. Agora, você vai analisar como essas classes flexionam-se quanto ao número e ao grau.

1. O relato pessoal da bióloga Deise Nishimura traz vários momentos emocionantes. Releia um deles.

Mas eu consegui chegar dentro da casa, peguei o rádio, chamei por ajuda e... depois de mais ou menos uns 10 minutos, uns... guias turísticos de uma pousada que fica lá perto chegaram. E eles fizeram um torniquete na minha perna, tudo… [...] [7min15s]

Mas é por isso que eu tô aqui. Eu tô aqui pra falar pra vocês não só do ataque, né, que é uma história incrível, mas eu tô aqui pra falar de superação que... é... eu tô vivendo e ainda tô superando, né?

a) O relato foi apresentado em um evento cujo tema era “Qualidade de vida para todas as espécies do planeta”. Em sua opinião, por que a bióloga Deise Nishimura foi convidada para falar de sua experiência em um evento com esse tema? Resposta pessoal.

b) A bióloga relata uma experiência difícil que viveu na reserva Mamirauá. De que maneira o relato dela pode contribuir para despertar o interesse na defesa de questões ambientais?

c) Nesse trecho, Deise relata por quem e como foi socorrida. Quem a ajudou? Que recursos linguísticos permitiram você chegar a essa conclusão?

d) A autora do relato emprega o adjetivo incrível para caracterizar a sua história. Ao atribuir esse adjetivo, que juízo de valor ela expressa para os ouvintes?

e) Por que o adjetivo incrível encontra-se no singular?

f) Que outros adjetivos você usaria para caracterizar a história de Deise Nishimura?

Porque o substantivo ao qual se refere (história) encontra-se no singular. Resposta pessoal.

Além da flexão de gênero, substantivos e adjetivos apresentam flexão de número.

Flexão de número é a propriedade que os substantivos e adjetivos têm de se modificar para indicar o singular ou o plural. A maior parte dos substantivos e adjetivos forma o plural com o acréscimo da letra - s

Substantivo e adjetivo: regras especiais para formação do plural

Em alguns casos especiais, dependendo da terminação da palavra, é preciso fazer algumas modificações antes de acrescentar a marca de plural - s

1. Nos substantivos terminados em -r e -z e adjetivos terminados em - s e -z, acrescenta-se - es

Exemplos: mulher – mulheres, feliz – felizes

1. d) Espera-se que os estudantes compreendam que a autora do relato utiliza esse adjetivo para caracterizar o ataque do jacaré, ou seja, a brutalidade do animal, e o que ela fez para tentar sobreviver ao acidente. Nesse sentido, o adjetivo foi usado como sinônimo de inacreditável, fora do comum, extraordinário.

84 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 84 11/06/22 08:56 84

2. Nos substantivos e adjetivos terminados em -al, - el, - ol, - ul, troca-se o -l por -is

Exemplos: animal – animais, incrível – incríveis

3. Nos substantivos e adjetivos terminados em - m, troca-se o - m por - ns

Exemplos: homem – homens, jovem – jovens

4. Nos substantivos terminados em -ão, troca-se o -ão por - ões, -ães ou -ãos

Exemplos: cidadão – cidadãos, confusão – confusões

Algumas observações sobre o número dos substantivos

1. Existem substantivos que apresentam a mesma forma para o singular e para o plural. Então é o modificador ou determinante que indica se o substantivo está no singular ou no plural.

Exemplos: os lápis coloridos, ônibus lotados

2. Existem substantivos que são empregados apenas no plural.

Exemplos: as férias (descanso), os óculos

3. Alguns substantivos apresentam, na formação do plural, uma alteração na pronúncia. Exemplos: forno(ô) – fornos(ó); caroço(ô) – caroços(ó).

Substantivo e adjetivo: flexão de grau

Os substantivos e adjetivos também apresentam variação de grau. Observe os exemplos a seguir. Exemplo 1

E aí foi quando... me veio na cabeça... é... qual seria a parte mais sensível do jacaré.

Exemplo 2

Um dos meus maiores desejos, desde... desde a época em que eu tava no hospital em Tefé, era voltar para Amazônia, que é minha grande paixão.

No exemplo 1, o adjetivo sensível tem seu sentido intensificado pelo emprego da palavra mais. No exemplo 2, o adjetivo maiores sugere que, comparando esses desejos (substantivo) com outros, esse é mais importante que os demais.

Flexão de grau é a propriedade que os substantivos e adjetivos têm de se modificar para estabelecer relações comparativas de inferioridade, de igualdade, de superioridade, de intensidade e de tamanho de seres e objetos.

Graus dos substantivos

Os graus dos substantivos para indicar variação de tamanho são o aumentativo e o diminutivo. Eles podem ser formados de duas maneiras: pelo acréscimo de um sufixo ao substantivo, chamado de grau (aumentativo ou diminutivo) sintético; ou pelo auxílio de um adjetivo que acompanha o substantivo para dar a ideia de aumento ou diminuição, chamado de grau (aumentativo ou diminutivo) analítico. Observe os exemplos a seguir.

Grau aumentativo

A bióloga foi atacada por um animalzão Um jacaré enorme atacou a bióloga

PROPOSIÇÕES

Leia em voz alta o tópico Algumas observações sobre o número dos substantivos , explorando exemplo a exemplo. Se julgar necessário, apresente mais exemplos para cada observação. Veja, a seguir, algumas possibilidades.

1. Um pires → dois pires; o atlas → os atlas.

2. As cócegas; as fezes; as núpcias.

3. Ovo (ô)/ovos (ó); fogo (ô)/ fogos (ó).

Comente com os estudantes que a pluralização dos nomes próprios e sobrenomes ocorre da mesma maneira como para os substantivos comuns.

Exemplo: os Pereiras. Ressalte, contudo, que, no caso dos sobrenomes, é comum a pluralização ser feita apenas pelo artigo: os Silva, os Pereira, os Lima etc.

grau aumentativo sintético grau aumentativo analítico 85 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 85 09/06/22 10:39 85

PROPOSIÇÕES

Chame a atenção dos estudantes para a acentuação dos adjetivos no grau superlativo absoluto sintético. Esses adjetivos serão sempre palavras proparoxítonas; portanto, serão acentuadas. Recomenda-se as seguintes atividades para ampliar o conhecimento dos estudantes em relação ao grau superlativo absoluto sintético e ao grau superlativo absoluto analítico dos adjetivos.

1. Apresente um adjetivo e peça-lhes que escrevam os dois tipos de superlativo absoluto, o sintético e o analítico, a eles correspondentes.

Exemplos:

• amável: amabilíssimo –muito amável

• difícil: dificílimo – muito difícil

• fácil: facílimo – muito fácil

• feliz: felicíssimo – muito feliz

2. Apresente superlativos absolutos sintéticos e peça a eles que escrevam os adjetivos que lhes dão origem.

Exemplos:

• dulcíssimo: doce

• friíssimo ou frigidíssimo: frio

• amicíssimo: amigo

• dificílimo: difícil

Flexão de grau e de número: alguns usos

Se possível, projete para os estudantes a tirinha disponível no link http://www. willtirando.com.br/macho-nao-usa-diminutivo/ (acesso em: 15 maio 2022) e proponha as questões a seguir.

1. No título da história, lê-se: “Macho que é macho nunca fala no diminutivo.”

a) Qual é o sentido da palavra macho nessa tirinha?

Resposta: Ela tem sentido de homem rude, grosseiro, bruto.

Grau diminutivo

O pescador navegava a bordo de um barquinho

A bióloga limpava um peixe pequeno quando ocorreu o ataque do jacaré.

Graus dos adjetivos

Os graus dos adjetivos são o comparativo e o superlativo

O grau comparativo estabelece a comparação de características, de acordo com três tipos: igualdade, superioridade ou inferioridade.

1. Grau comparativo de igualdade: A bióloga é tão corajosa quanto as demais mulheres que vivem nas reservas amazonenses.

2. Grau comparativo de superioridade: A bióloga é mais corajosa que (ou do que) a maioria das pessoas que conhecemos.

3. Grau comparativo de inferioridade: Alguns pesquisadores têm menos experiências na selva que (ou do que) a bióloga.

O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo.

1. O grau superlativo absoluto estabelece uma relação de intensidade máxima, sem comparação com outros seres. Essa relação pode ser feita de dois modos:

• grau superlativo absoluto sintético: acrescenta-se um sufixo ao adjetivo. Exemplo: Foi dificílimo para a jovem subir a rampa da casa.

• grau superlativo absoluto analítico: utiliza-se outro adjetivo. Exemplo: A chance de a bióloga atrair mais jacarés era muito grande.

2. O grau superlativo relativo estabelece uma relação de intensidade máxima em relação a outros seres. Essa relação pode ser de:

• superioridade. Exemplo: O relato da bióloga foi o mais emocionante que muitas pessoas já ouviram.

• inferioridade. Exemplo: No evento, outros relatos foram menos empolgantes que o da bióloga. Flexão de grau e de número do substantivo e adjetivo: alguns usos

Os substantivos e adjetivos podem ser flexionados para exprimir não só os sentidos de diminuição, comparação e aumento, mas também de intensificação, exagero, crítica, ironia, entre outros.

1. Exprimir admiração. Exemplo:

Meu time perdeu, mas jogou um bolão!

2. Com o tempo, alguns substantivos perdem o sentido de aumentativo ou diminutivo de seu substantivo de origem e adquirem outros significados. Exemplos:

Cartão: entre diferentes significados, pode ser um pedaço de plástico retangular usado para identificar o detentor de uma conta bancária ou pessoa habilitada a entrar em uma empresa, escola, clube; também pode ser um pedaço de papel usado como ingresso, bilhete ou para outro propósito de informação ou comunicação.

b) Que palavras, nessa situação, deixaram de ser usadas no diminutivo?

Resposta: Casquinha, joaninha e golfinho.

c) Pesquise em um dicionário e explique a diferença de sentido entre essas palavras.

Respostas possíveis: casca é o que protege uma fruta, casquinha é um suporte comestível para sorvetes de massa; Joana é

um nome próprio feminino, joaninha é um inseto; golfo, termo da Geografia, é a parte de mar que avança na terra e forma uma abertura, golfinho é um mamífero.

d) Que efeito de sentido produz o uso dessas palavras sem o sufixo - inha /- inho?

Resposta: Cria-se um efeito de humor, porque as palavras mudam de significado sem o sufixo - inha /- inho

grau aumentativo sintético grau aumentativo analítico 86 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 86 09/06/22 10:39 86

Vaquinha: substantivo popularmente usado como ação ou resultado da junção de dinheiro por várias pessoas para determinado objetivo.

Folhinha: folha ou bloco de folhas, geralmente destacáveis, com a impressão dos meses e dias do ano.

3. Outras formas para exprimir ideia de aumento, diminuição, comparação, ironia.

• Com prefixos como super-, hiper-, ultra-. Exemplo: A jovem demonstrou ser hipercorajosa.

• Com a repetição do adjetivo. Exemplo: O animal era imenso, imenso!

• Com comparações. Exemplo: A história é aterrorizante como um filme de terror.

• Com expressões populares. O motorista deu a partida, enfiou o pé na tábua e desapareceu na estrada.

4. O plural de alguns substantivos terminados em - r é dado acrescentando-se - es à forma singular; na formação do diminutivo da forma pluralizada, mesmo nos contextos de interação formal, pode-se empregar o sufixo -zinho diretamente à forma do singular e em seguida acrescentar - s. Exemplos: amorzinhos ao invés de “amorezinhos” (amor – amores – amorezinhos) florzinhas ao invés de “florezinhas” (flor – flores – florezinhas)

ATIVIDADES

1. Leia, a seguir, o anúncio de um fabricante de veículos.

PROPOSIÇÕES

É comum que anúncios publicitários usem a variação de grau dos substantivos ou dos adjetivos para enfatizar as vantagens de se adquirir um determinado produto ou serviço ou para reforçar o valor de uma marca.

Ao iniciar as propostas de Atividades, se achar pertinente, proponha aos estudantes que pesquisem slogans de peças publicitárias que se tornaram conhecidas dos brasileiros e que evidenciem esses recursos linguísticos. Pergunte-lhes qual é a ideia reforçada nos slogans apresentados por eles e solicite que indiquem o efeito de sentido que a variação no grau dos substantivos ou adjetivos produz em cada caso. A atividade possibilita observar o uso do grau do adjetivo em anúncios publicitários e os efeitos de sentido produzidos.

REALIZAÇÃO

D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 87

Na tirinha, a variação de grau é uma estratégia linguística que produz sentidos. Devido a essa característica e ao valor expressivo que alguns usos imprimem, pode-se considerar o grau dos substantivos e adjetivos como um processo de variação e não de flexão, já que a flexão não muda o sentido, como a variação.

29/07/22 13:47

FLEXÕES de substantivos e adjetivos. 2021. Vídeo (5min50s). Publicado pelo canal Khan Academy Brasil. Disponível em: www.youtube.com/ watch?v=blYkaW-KUcY. Acesso em: 15 maio 2022.

Nessa videoaula, que pode ser recomendada aos estudantes, são apresentadas as diferentes maneiras de flexionar, em gênero, número e grau, substantivos e adjetivos.

1. A atividade tem como objetivo pedagógico levar o leitor a refletir sobre condutas irresponsáveis no trânsito e a aderir a uma atitude – agir de modo consciente para evitar danos e acidentes –, e não incentivar o consumo por um produto (no caso, a marca de um veículo). Além disso, o texto selecionado propicia o estudo de estratégias de persuasão que a publicidade pode empregar para conscientizar o público a respeito de condutas no trânsito para evitar riscos a si e a terceiros.

GABRIEL NOBREGA, BIRDO / "ILUSTRAÇÕES PRODUZIDAS PELA VETOR ZERO" 87
87
PARA ASSISTIR

PROPOSIÇÕES

Ao realizar a atividade 4, proponha aos estudantes que leiam a tirinha com autonomia. Em seguida, solicite que troquem ideias sobre o assunto e procedam às atividades em duplas. Se achar pertinente, compare a postura do personagem Arturzinho com a demonstrada por Deise Nishimura no relato pessoal – a própria iniciativa de compartilhar uma vivência de adversidade pode ser considerada um traço de humildade, por exemplo.

REALIZAÇÃO

1. a) Chame a atenção dos estudantes para os aspectos verbais e visuais do anúncio publicitário, mostrando como eles dialogam no conjunto do anúncio.

1. b) Observe se os estudantes compreenderam que o efeito dos elementos da imagem no anúncio é chamar a atenção do leitor para os danos causados por um comportamento irresponsável no trânsito.

2. Proponha aos estudantes que compartilhem suas respostas com os colegas e verifique se os itens dessa atividade foram compreendidos por eles.

3. Peça para citarem outros exemplos. Esse tipo de observação contribui para que eles percebam mais facilmente os recursos da língua usados no cotidiano.

4., 5. e 6. Antes de iniciar as atividades com a tirinha, converse com os estudantes sobre o uso do diminutivo no nome do personagem Arturzinho. Para que a turma pratique mais a flexão de grau nos nomes próprios, proponha a atividade a seguir: peça aos estudantes que suponham que Arturzinho seja agora Arturzão, um menino

1. a) O objetivo do anúncio é fazer o leitor refletir sobre a importância do comportamento consciente no trânsito.

1. b) Ele é caracterizado como um motorista que usa o celular enquanto dirige o veículo, não respeita o semáforo vermelho, ultrapassa a faixa de pedestres e ainda avança a calçada. Espera-se que os estudantes percebam que o efeito desses elementos no anúncio é chamar a atenção do leitor para os danos causados por um comportamento irresponsável no trânsito.

2. a) No lugar da letra o, foi colocado um círculo com uma faixa na vertical, como se fosse uma placa de trânsito indicando proibição.

2. b) Pretende enfatizar a ideia de que é proibido às pessoas terem certos comportamentos no trânsito e quem age dessa maneira é irresponsável.

3. a) Espera-se que os estudantes relacionem o uso dessa palavra ao comportamento inadequado do motorista no trânsito.

a) Por meio da leitura dos elementos verbais e não verbais, qual é ideia que o anúncio pretende expressar?

b) Observe a imagem do motorista. Como ele é caracterizado? Que efeito de sentido essa imagem produz em você ao ler o aúncio?

2. No início do anúncio é usada a palavra vacilão.

a) Que recurso visual é usado na composição dessa palavra?

b) O que esse recurso pretende enfatizar no anúncio?

3. A palavra vacilão é um substantivo formado a partir do verbo vacilar, que significa ficar em dúvida, não ter firmeza, oscilar, com o acréscimo do sufixo -ão para indicar o grau aumentativo. Vacilão é uma termo popular brasileiro com significado diferente da palavra que o originou.

a) Que efeito de sentido o uso dessa palavra produz no anúncio?

4. Leia, a seguir, a tirinha que traz o personagem Arturzinho, um dos personagens da Turma do Xaxado.

5. a) Espera-se que os estudantes respondam o jeito de o personagem se sentir superior aos demais.

5. b) Um efeito de ironia, ressaltando a vaidade exagerada do personagem Artuzinho.

• A característica de Arthurzinho é ser vaidoso e convencido. Na conversa com o padre, ele fala de suas qualidades. O padre concorda com o que o personagem diz? Que elementos da tirinha mostram a reação do padre?

Não; o que ele diz e sua expressão fisionômica deixam claro que ele não concorda com Arturzinho.

5. No primeiro quadrinho, Arturzinho afirma que é “o ser vivo mais perfeito do Universo”.

a) O que a construção em destaque enfatiza sobre esse personagem?

b) Que efeito de sentido o uso dessa construção traz à tirinha?

6. No segundo quadrinho, o personagem afirma: “Eu sou apenas o menino mais bonito do planeta...”. Se ele tivesse dito “Eu sou um menino bonito”, o efeito de sentido seria o mesmo? Por quê?

Não. Ao dizer que é “apenas o menino mais bonito do planeta”, ele se posiciona acima de todos os meninos que existem, intensificando de forma exagerada o sentido do adjetivo bonito

D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd

já grande, mas que não queria crescer. Solicite que escrevam um poema falando desse garoto, que não gosta que conversem com ele “no aumentativo”. Ao final, abra espaço para que compartilhem suas produções. Avalie os textos quanto ao uso e à formação dos diminutivos e aumentativos dos adjetivos e dos substantivos, verificando se os estudantes utilizaram o conteúdo apresentado sobre a flexão dos

substantivos e adjetivos. Observe se compreenderam o efeito de sentido produzido pelo emprego do grau superlativo relativo de superioridade, que é estabelecer uma relação de intensidade máxima em relação a outros seres, o que fica explícito nas falas de Arturzinho.

CEDRAZ, Antonio. Turma do Xaxado. A Tarde, Salvador, 22 mar. 2008.
© 2019 CEDRAZ/IPRES
88
11/06/22 08:57
88
88

7. Leia a seguir o trecho de uma reportagem sobre Machu Picchu, um dos monumentos arqueológicos e arquitetônicos mais importantes e misteriosos do mundo.

Machu Picchu e a Trilha Inca

Uma viagem pelo tempo e pela história do Peru. Uma caminhada que rememora um dos mais fascinantes e avançados povos do mundo. Uma travessia pela incrível arquitetura Inca. Machu Picchu fascina por tudo isso e pela beleza natural que se vê acima de seus quatro mil metros de altitude. Como se não bastasse, o local ainda é protegido pela UNEP e tem o nome de Santuário Histórico de Machu Picchu. Trilha Inca ou apenas Machu Picchu? É você quem escolhe, mas aqueles que gostam de caminhar não devem perder a oportunidade de fazer a tradicional Trilha Inca, que o levará para uma viagem através dos tempos, até a cidade escondida de Machu Picchu. O local também pode ser visitado de ônibus, caso a caminhada de quatro dias seja muito pesada ou não se tenha tempo suficiente para percorrê-la.

sagrado pelos incas, principalmente por unir os Andes ao Rio Urubamba. Comente que descobertas arqueológicas como a de Machu Picchu costumam inspirar narrativas de aventura, além de serem férteis para a elaboração de relatos pessoais pelos envolvidos.

REALIZAÇÃO

7. Oriente uma leitura expressiva do texto pelos estudantes, que pode ser feita com toda a turma. Em seguida, explore a compreensão deles sobre a leitura, evidenciando o público-alvo.

7. a) Reforce como a caracterização do lugar por meio dos adjetivos contribui para convencer o leitor, despertando nele a curiosidade de conhecer o lugar.

7. b) Os estudantes devem notar que os adjetivos foram empregados em uma reportagem de turismo não apenas para produzir um efeito de ênfase, mas também para promover a cidade de Machu Picchu e persuadir o leitor.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Substantivo coletivo

a) Nesse trecho, foram atribuídas algumas características a Machu Picchu. Com que finalidade isso pode ter sido feito?

b) Releia o trecho e observe os adjetivos em destaque. Eles ajudam o leitor a construir que imagem sobre o povo inca? Por que esses adjetivos estão no plural?

8. a) Espera-se que os estudantes respondam que a finalidade é despertar o interesse dos leitores para conhecer o lugar.

8. b) Ajudam o leitor a construir a imagem de que o povo inca é diferenciado e muito adiantado para a época. Os adjetivos estão no plural porque caracterizam o substantivo povos, que se encontra no plural.

PROPOSIÇÕES

Ao propor a leitura do texto “Machu Picchu e a Trilha Inca”, se julgar conveniente, comente com os estudantes que os monumentos arqueológicos e arquitetônicos da cidade de Machu Picchu, no Peru, foram descobertos oficialmente em 1911 pelo norte-americano Hiram Bingham.

Essa cidade foi construída no século XV a 2 400 m de altitude, no topo de uma grande montanha, e encontra-se preservada. Permaneceu escondida na selva desde então, sendo conhecida apenas pelos moradores locais. As construções feitas com pedras milimetricamente encaixadas, sem qualquer tipo de aderência, despertam a atenção dos pesquisadores. O local era considerado

Pergunte aos estudantes qual substantivo os adjetivos em destaque no texto “Machu Picchu e a Trilha Inca” modificam. Esperase que eles respondam que esses adjetivos modificam o substantivo povos

Explique que o substantivo coletivo, de modo geral, é pouco usado pelos falantes da língua, tanto na modalidade oral como na escrita, mesmo em situações que exigem o uso de um registro mais formal. Apresente outros exemplos, como o uso de “várias ilhas” no lugar do substantivo coletivo arquipélago

[...]
ALEKSANDAR
TODOROVIC/SHUTTERSTOCK.COM
89
Ruínas de Machu Picchu, no Peru. Fotografia de 2019. MACHU Picchu e a Trilha Inca. Trilhas & Rumos. Teresópolis, c2022. Disponível em: https://trilhaserumos.com.br/ dicas-roteiros/machu-picchu-e-a-trilha-inca/. Acesso em: 30 nov. 2021.
11/06/22 08:58
D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 89
89

PROPOSIÇÕES

Em Questão de fala e escrita, é recomendável aproveitar o início das atividades para avaliar os conhecimentos que os estudantes possuem sobre os conceitos de fala e escrita. Deixe que expressem suas opiniões, respeitando os turnos de fala e as colocações dos colegas.

REALIZAÇÃO

1. e 2. É possível ampliar essas atividades sobre o uso da sequência descritiva, a fim de que os estudantes percebam que as descrições de pessoas e de ambientes contribuem para evidenciar os conflitos do enredo. Solicite que transcrevam em uma folha à parte os trechos em que a descrição apareça de forma significativa. Em seguida, peça-lhes que releiam o texto omitindo as partes transcritas. Pergunte qual é a importância das descrições nesse texto e, caso fossem retiradas, se comprometeriam a compreensão. Espera-se que os estudantes notem que, se as descrições fossem suprimidas, muitos sentidos do texto perderiam força ou deixariam de existir.

PARA ACESSAR

ANDRADE, Maria Lúcia da Cunha

Victório de Oliveira. Língua: modalidade oral/escrita. In: UNIVERSIDADE

ESTADUAL PAULISTA. Prograd. Caderno de formação: formação de professores didática geral.

São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. p. 50-67, v. 11. Disponível em: https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/40355/1/01d17t04.

pdf. Acesso em: 26 maio 2022. Esse texto, indicado para a leitura do professor, propõe reflexões sobre as modalidades oral e escrita da língua, chamando a atenção para os usos que fazemos delas.

QUESTÃO DE FALA E ESCRITA

Recursos descritivos, prescritivos e de ordenação de fatos

Para elaborar um texto oral ou escrito são usados alguns recursos que possibilitam ao interlocutor ou ao leitor entender melhor o que está sendo dito ou escrito.

1. No trecho do relato pessoal que você leu, a bióloga Deise Nishimura inicia descrevendo o local onde os fatos aconteceram. Releia-o.

E... foi um dia que eu tava limpando peixe, é... preparando o almoço, né? Eu tava limpando o peixe no deque de fora de minha casa e foi quando um jacaré me atacou [slide ao fundo do palco mostra uma representação, em desenho, da casa e do jacaré]. Eu tava na parte de fora da casa, o jacaré veio por trás, eu tava sentada, né, no chão, limpando no chão [riso nervoso; faz gestos para a plateia, exemplificando a situação] e o jacaré veio por trás e... e pulou mais de um metro, abocanhou a minha perna e ele me levou lá pro fundo da água, né?

• Em sua opinião, a ordem em que os fatos foram relatados contribui ou dificulta o entendimento do texto?

Espera-se que os estudantes infiram que a sequência em que os fatos foram

2. a) O trecho 1 apresenta a descrição dos penhascos. Espera-se que os estudantes indiquem que a descrição produz efeito de tensão e medo no leitor, dando ênfase ao perigo daquele local. relatados prioriza a ordem em que se sucederam os acontecimentos, contribuindo para o entendimento do texto.

2. Um recurso empregado em textos orais e escritos, principalmente em textos narrativos, é o recurso descritivo. Releia trechos de “O cruzeiro do coracle”.

Trecho 1

Estava bem próximo do Morro da Mezena. Naquele trecho o mar batia em penhascos de 40 ou 50 pés de altura cercados de grandes pedras caídas no mar. Estava perto e meu primeiro pensamento foi remar de volta para a terra.

Trecho 2

Um pouco mais ao norte, o terreno se estendia por um longo trecho, revelando com a maré baixa uma longa faixa de areia amarela. A ponta oposta dessa praia era chamada de Ponta das Florestas no mapa, e merecia o nome. Era coberta por pinheiros verdes que vinham até a beira do mar.

a) Os trechos apresentam a descrição de cenários onde se passam os fatos narrados. Que elemento é descrito no trecho 1? Que efeito de sentido essa descrição produz na narrativa?

b) No trecho 2, que elementos são descritos? Que sensações a descrição pode expressar ao leitor sobre esse ambiente com relação à situação vivida pelo personagem na narrativa?

2. b) O trecho descreve o local que o personagem estava vendo (a longa faixa de areia e a praia Ponta das Florestas). A descrição desses elementos pode dar ideia de esperança e de tranquilidade, já que o ambiente pode representar segurança e conforto ao personagem para ele chegar à praia.

D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd

90
90 11/06/22 08:58 90

3. Leia a seguir um trecho do Estatuto da Pessoa com Deficiência que trata das garantias e dos direitos das pessoas com deficiência relacionadas à educação. Esse trecho compreende três incisos do Capítulo IV, Artigo 28 desse documento.

Incisos são as partes que tratam de aspectos específicos de um artigo. O artigo é uma parte do texto legal, o qual serve para localizar uma informação dentro da lei, por maior que ela seja.

PROPOSIÇÕES

Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:

I – sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida;

VIII – participação dos estudantes com deficiência e de suas famílias nas diversas instâncias de atuação da comunidade escolar;

XV – acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar;

BRASIL. Lei no 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF: Senado Federal, 2015. Disponível em: www2.senado.leg.br/bdsf/ bitstream/handle/id/513623/001042393.pdf. Acesso em: 17 dez. 2021.

a) Em sua opinião, o que pode ter levado o governo a criar o Estatuto da Pessoa com Deficiência? Resposta pessoal

b) Para você, os direitos expressos nesse artigo estão sendo garantidos às pessoas com deficiência? Por quê?

Respostas pessoais.

c) Com base no inciso XV, o que o poder público deve garantir à pessoa com deficiência?

d) De acordo com o Artigo 28, o poder público é o responsável por garantir o cumprimento desses direitos. Que ações são atribuídas a esse poder?

Nos textos que você analisou nesta seção, foram empregados recursos linguísticos de ordenação de fatos, de descrição e de prescrição. Cada um desses recursos tem a sua finalidade e são empregados em diferentes textos.

O recurso da ordenação de fatos é usado em textos para evidenciar a sequência em que os fatos ocorrem. Normalmente, em textos narrativos, os fatos se organizam em uma relação de causa e consequência. Exemplo:

3. c) Deve garantir o acesso da pessoa com deficiência a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer no ambiente escolar.

Mas eu consegui chegar dentro da casa, peguei o rádio, chamei por ajuda e... depois de mais ou menos uns 10 minutos, uns... guias turísticos de uma pousada que fica lá perto chegaram. E eles fizeram um torniquete na minha perna, tudo...

No trecho, a forma como os fatos estão escritos possibilita ao leitor compreender a sequência de ações realizadas pela bióloga até o momento do seu resgate.

91

Antes de propor a realização da atividade 3, comente com os estudantes que o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, Lei no 13.146, de 6 de julho de 2015, foi criado com o intuito de assegurar e promover a inclusão social e cidadã de pessoas com deficiência, em igualdade de condições com os demais cidadãos.

A atividade está associada ao Tema Contemporâneo Transversal  Educação em Direitos Humanos. O trecho selecionado apresenta um dos direitos assegurados por esse estatuto para pessoas com deficiência, possibilitando aos estudantes terem contato não apenas com a leitura de um texto normativo e legal, mas também refletirem se esses direitos que constam no trecho lido estão de fato sendo garantidos.

REALIZAÇÃO

3. a) Espera-se que os estudantes compreendam que leis e normas são criadas a partir de uma necessidade da sociedade e que, nesse caso específico, o Estatuto foi elaborado para garantir os direitos às pessoas com deficiência.

3. b) A resposta dos estudantes dependerá da realidade em que vivem, tanto na escola como fora dela, do conhecimento de mundo, da experiência de convivência ou não com colegas que tenham alguma deficiência etc. Promova uma roda de conversa para que exponham considerações a respeito dessa lei. Se possível, selecione, antecipadamente, outros trechos do Estatuto para debater com os estudantes.

[...]
[...]
[...]
D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 91 06/06/22 16:33 91
3. d) O poder público precisa assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar se os direitos às pessoas com deficiência estão sendo cumpridos.

PROPOSIÇÕES

Em Atividades, explique aos estudantes que há diferentes tipos de verbetes: o verbete linguístico tem enfoque nas palavras, trazendo acepções, o sentido de locuções, informações gramaticais (pronúncia, classe gramatical, gênero etc.), uso social (formal, informal etc.) e, em alguns casos, mudanças da palavra no decorrer do tempo.

REALIZAÇÃO

1. Ao propor aos estudantes a leitura do texto, comente que se trata de um verbete enciclopédico, o qual apresenta informações relativas ao elemento denominado pela palavra: descrição, contextualização histórica, relação com determinado campo de conhecimento (folclórico, profissional etc.), entre outros.

O recurso descritivo é usado para descrever uma pessoa, um objeto, um local etc., com a finalidade de especificar esses elementos. A utilização de adjetivos, metáforas e comparações são alguns dos recursos linguísticos relevantes para estruturar textos descritivos. Observe este exemplo.

[...] nossa, a água tá, tava toda vermelha de sangue e a chance de atrair mais jacarés era muito grande, né?

No trecho, a descrição tem a finalidade de informar o leitor e o ouvinte do relato sobre como ficou a água depois do ataque, dando pistas para leitor/ouvinte perceber que o ataque do jacaré a feriu gravemente.

O recurso prescritivo é usado para instruir o leitor ou ouvinte sobre um determinado procedimento ou exigir que as determinações sejam seguidas, como normas, leis e regras. Os verbos encontram-se geralmente no infinitivo, no imperativo ou no presente do indicativo. Veja o exemplo a seguir.

Seja pontual e respeite os horários de início das aulas.

Essas orientações fazem parte das normas de conduta de uma escola e devem ser seguidas por todos os estudantes. Observe que as formas verbais em destaque sugerem uma ideia de ordem, de determinação.

ATIVIDADES

1. A seguir, leia o verbete que apresenta informações sobre o jacaré-açu, animal muito comum na reserva Mamirauá.

Jacaré-açu

Nome científico: Melanosuchus niger

Classe: Reptilia

Ordem: Crocodylia

Família: Alligatoridae

Hábitat : Rios e lagos da bacia Amazônica

Nome popular: Jacaré-Açu

Outros nomes: Caimão-preto, jacaré-aruará, jacaré-açu ou jacaré-gigante

Características: O seu corpo é preto com faixas amarelas. Os olhos e narinas são grandes e os permite ficar semissubmersos. Alimentam-se de caranguejos, peixes e pássaros. Para nadar, eles utilizam o movimento ondulante da cauda. O jacaré-açu é o maior de todos os jacarés, podendo chegar até 6 metros de comprimento e até 300 quilos de peso. A reprodução ocorre uma vez por ano, em média, as fêmeas põem de 40 a 50 ovos. Os jacarés jovens devem ter cuidado, pois correm o risco de serem devorados assim que nascem por

92 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 92 06/06/22 16:33 92

jiboias ou outros jacarés adultos. Sua média de vida é de 80 anos, mas pode chegar aos 100.  Hoje em dia, o jacaré-açu está ameaçado de extinção, pois seu couro é muito cobiçado e sua carne muito saborosa. Os fazendeiros geralmente os matam porque representam perigo para suas criações. O jacaré-açu também é conhecido por ‘caimão-preto’, ‘jacaré-aruará’ ou jacaré-gigante.

REALIZAÇÃO

1. b) Verifique se os estudantes percebem a importância da imagem e a finalidade dela.

1. c) Promova uma roda de conversa e estimule a socialização das respostas entre eles. Oriente-os a respeitar os turnos de fala dos colegas.

2. Acompanhe as respostas dadas pelos estudantes para verificar se compreenderam a diferença entre recurso prescritivo, descritivo e de ordenação de fatos.

KRIEGER, Maria da Graça. Dicionário em sala de aula: guia de estudos e exercícios. Rio de Janeiro: Lexikon, 2012.

JACARÉ-AÇU. Sistema de informação em biossegurança (Fiocruz). Rio de Janeiro, [2022]. Disponível em: www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/jacareacul.htm. Acesso em: 20 dez. 2021.

1. a) Espera-se que os estudantes infiram que a finalidade é levar conhecimento sobre animais típicos da região amazônica e da fauna brasileira, no caso específico, informações sobre o jacaré-açu.

a) O verbete foi publicado em um site especializado em ciência e tecnologia. Em sua opinião, com que finalidade esse texto foi publicado?

b) O texto, além da linguagem verbal, contém uma imagem. Qual é a função dela?

c) Qual das informações sobre o jacaré-açu você achou mais interessante e por quê? Compartilhe a resposta com os colegas

Respostas pessoais.

2. Reúna-se com um colega para reler o verbete. Depois, cada um em seu caderno, respondam à seguinte pergunta: Qual é o recurso predominante que o autor do texto utilizou: prescritivo, descritivo ou de ordenação de fatos? Justifique sua resposta com elementos do verbete.

1. b) Espera-se que os estudantes respondam que é ilustrar o texto, de modo que o leitor consiga observar algumas das características do animal e que foram descritas no verbete.

2. O recurso predominante é o descritivo. Sugestões de justificativas: O seu corpo é preto com faixas amarelas. / Os olhos e narinas são grandes e os permite ficar semissubmersos. / Alimentam-se de caranguejos, peixes e pássaros/ Para nadar, eles utilizam o movimento ondulante da cauda. / O jacaréaçu é o maior de todos os jacarés, podendo chegar até 6 metros de comprimento e até 300 quilos de peso. / A reprodução ocorre uma vez por ano, em média, as fêmeas põem de 40 a 50 ovos. / Sua média de vida é de 80 anos, mas pode chegar aos 100.

Esse livro auxilia o professor dos Anos Finais do Ensino Fundamental a ampliar a competência comunicacional de seus estudantes, principalmente no que se refere à leitura, análise crítica e produção textual.

PARA LER MARCOS AMEND/PULSAR IMAGENS
93
93 11/06/22 09:01 93
Jacaré-açu na Reserva Biológica do Abufari, localizada na cidade de Tapauá (AM). Fotografia de 2019.
D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd

PROPOSIÇÕES

Em Produção multimodal, a proposta é que os estudantes escrevam narrativas de aventura, que ficarão disponíveis na biblioteca da escola. Ao atuarem como protagonistas na elaboração de narrativas em audiobook, gênero digital que dialoga com as culturas juvenis, os estudantes poderão desenvolver a sensibilidade e o interesse por criar histórias e valorizar a literatura presente em diferentes suportes (em áudio ou texto escrito). A constituição de um acervo de histórias a ser usufruído pelos estudantes e pela comunidade em que vivem pode contribuir para suscitar vivências de leituras no cotidiano de todos.

A proposta da produção escrita estimula o desenvolvimento do gosto pela efabulação, além de possibilitar a fruição de textos literários. Em grupo, cria-se um espaço em que os estudantes podem compartilhar e trocar vivências de leitura.

Se considerar necessário, repasse com eles o conteúdo, esclarecendo as dúvidas que surgirem sobre as características do gênero trabalhado.

REALIZAÇÃO

Na etapa Planejando a narrativa de aventura, promova uma roda de conversa entre os estudantes e incentive-os a pensar quais ambientes poderiam ser cenários de uma aventura e por quê. Nesse momento, apresente algumas ideias e noções de cenário e de possíveis elementos que os compõem, como: uma cidade antiga em ruínas, com animais selvagens e venenosos, com labirintos e plantas tóxicas; o mar, que pode ter animais ferozes, como tubarões, além de fenômenos como tempestades, ondas gigantes etc.

Narrativa de aventura

Agora, é a sua vez de escrever uma narrativa de aventura para compor, com os outros textos da turma, uma coletânea, que pode ser intitulada Grandes aventuras, grandes leituras! Depois, essas histórias serão gravadas para serem ouvidas em formato de audiobook A coletânea e o audiobook com as produções da turma comporão o acervo da biblioteca, de modo que os estudantes de outras turmas, familiares e amigos possam ler, ouvir e se encantar com essas aventuras.

Planejando a narrativa de aventura

Espaço

1 Defina o espaço dos acontecimentos que serão narrados. Para isso, pense em quais elementos fazem parte desse cenário e que permitiriam aos personagens viverem uma aventura. Por exemplo, uma história que se passa em uma ilha deserta pode trazer animais selvagens e plantas venenosas como elementos hostis e desafiadores para a narrativa de aventura; uma floresta densa pode ter animais peçonhentos, desconhecidos.

2 Inspire-se no cenário escolhido e pense no enredo da aventura: Que obstáculos e desafios a personagem deverá superar nesse ambiente?

Protagonista

O protagonista tem um modo de ser e de agir que se destaca dos demais personagens. As qualidades atribuídas ao protagonista vão ajudar você a pensar como ele vai encarar os acontecimentos, obstáculos e desafios no ambiente escolhido.

Escreva algumas características do seu protagonista, como nome, idade, habilidades, virtudes e defeitos. Considere também como a complicação da narrativa vai colocar essas características à prova. Por exemplo: um defeito de caráter do protagonista pode gerar o conflito da história.

O enredo

As informações do quadro a seguir ajudam no planejamento das etapas do enredo. É com base nelas que você vai desenvolver sua história.

Situação inicial Complicação Clímax Desfecho Apresentação do protagonista e dos demais personagens, fatos iniciais, localização da aventura no espaço (onde) e no tempo (quando).

Parte em que surge o conflito, que vai trazer tensão à narrativa.

Momento de maior tensão da narrativa, que prende a atenção do leitor.

Momento em que o conflito é resolvido e a história termina.

PRODUÇÃO MULTIMODAL 94 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 94 29/07/22 13:48
94

Escrevendo a narrativa de aventura

1 Defina se o narrador vai participar da história como personagem – narração em 1a pessoa – ou se vai narrar apenas como observador – narração em 3a pessoa. Para isso, pense nos efeitos de sentido que você quer provocar no leitor.

2 Ao narrar as peripécias e aventuras da personagem, descreva o lugar, a cena, os obstáculos e como ela os supera. Dessa forma, revele ao leitor as habilidades da personagem, como coragem e determinação.

3 Atente-se para os recursos que ajudam a dar sentidos ao texto e torná-lo compreensível. Para isso, observe:

• a escolha de palavras para caracterização do cenário e dos personagens, como os adjetivos que ajudam o leitor a visualizar na imaginação os obstáculos vividos pela personagem. Por exemplo: pesada nuvem, encosta íngreme, velejo selvagem. Lembre-se de fazer a concordância adequada do adjetivo com relação ao substantivo a que se refere;

• as associações que ajudam a realçar características, como: ondas e pico azul, comparações, como: leve como um pássaro;

• as substituições de substantivos por sinônimos para dar continuidade e estabelecer relações de sentido entre as partes do texto. Por exemplo: rochas, pedras e recifes;

• os recursos de coesão para interligar as partes e dar continuidade ao texto, como em: “A escuna estava com a vela principal e duas bujarronas desfraldadas ao vento. Quando a vi pela primeira vez, as velas estavam enfunadas e ela rumava para noroeste” (os pronomes a e ela substituem a palavra escuna, produzindo continuidade ao texto);

• as expressões que marcam onde os fatos acontecem. Por exemplo: Estava bem próximo do Morro da Mezena. Naquele trecho o mar batia em penhascos de 40 ou 50 pés de altura”;

• as expressões que constroem a passagem do tempo, como: “Logo depois ela começou a buscar cada vez mais o rumo oeste”; “de vez em quando dava uma ou duas pequenas remadas”; por algum tempo, finalmente;

• os tempos verbais no pretérito perfeito ou no pretérito imperfeito, evidenciando que as ações ocorreram em um tempo passado, como em: “Navegou suavemente por cerca de 1 minuto e ficou mais uma vez com o nariz voltado para o vento” (as formas verbais estão no pretérito perfeito, indicando que o fato ocorreu e foi finalizado); “Entre as pedras, a arrebentação espumava e uivava. As ondas reverberavam pesadas, uma após a outra, borrifando água salgada que ia alto e caía com tudo” (as formas verbais estão no pretérito imperfeito, indicando um acontecimento passado).

4 Escolha um título adequado à narrativa.

Revisando e reescrevendo a narrativa de aventura

Nesta etapa, você deve ler, reler e avaliar seu texto. Se necessário, deve reescrevê-lo. Em seguida, a turma vai organizar a coletânea.

Faça dupla com um colega e troquem seus textos. Leia a narrativa do colega e avalie o texto, de acordo com os aspectos apresentados a seguir.

REALIZAÇÃO

Na etapa Escrevendo a narrativa de aventura, se considerar necessário, retome os tipos de narrador (como narrador-personagem, narrador-observador e narrador onisciente). Reforce com os estudantes que a descrição do espaço, a apresentação das personagens, o desenvolvimento cuidadoso de cada parte da narrativa e o desfecho do

herói devem ser pensados e articulados de forma a prender a atenção do leitor. Além disso, comente sobre o tempo na narrativa, reforçando que o tempo histórico pode estar ausente e o que conta é o tempo em que a aventura se desenvolve.

A etapa Revisando e reescrevendo a narrativa de aventura pode proporcionar um momento de avaliação da turma a respeito da produção. Explicite que toda

produção de texto deve contar com um momento de reescrita, que deve estar focado no público-leitor do texto, visto que os próprios estudantes e os colegas são leitores privilegiados (os primeiros leitores) da própria produção. Os critérios da avaliação podem ser complementados com outros que considerar adequados à realidade dos estudantes, de modo a realizar uma avaliação do processo produtivo. É possível retomar em uma conversa com os estudantes o que eles consideraram mais produtivo, o que gostariam de ter aprendido sobre o gênero, o que acharam mais interessante na aprendizagem, o que consideraram mais fácil e mais difícil etc. Esse pode ser um bom momento para que cada estudante se conscientize de que os processos de ensino e aprendizagem das pessoas podem apresentar semelhanças e diferenças. As dificuldades e facilidades de cada um são, às vezes, as mesmas de outros colegas.

A avaliação em Língua Portuguesa, dada a diversidade de atividades que o componente oferece, permite uma variedade de instrumentos que vão desde leitura, interpretação, verificação de conhecimentos linguísticos até produção de textos individualmente, em duplas ou em grupo. Ela deve ser realizada sempre em função de objetivos definidos previamente e acompanhar todo o percurso de aprendizagem dos estudantes. Se for feita com base na observação sistemática e contínua do desempenho da turma nas várias situações de uso da fala, de leitura, de escrita, deve servir ao professor como uma possibilidade de reflexão sobre sua prática.

95 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 95 06/06/22 16:33 95

REALIZAÇÃO

A coletânea

Se achar pertinente, você pode propor aos estudantes que ilustrem suas narrativas. Oriente-os com base nos seguintes passos para fazer uma ilustração.

1. Planejamento: consiste em elaborar o storyboard, que é o roteiro desenhado da história, com a definição da imagem que vai representar cada cena. Os esboços das ilustrações são confeccionados e o texto é fragmentado em partes e inserido nas respectivas imagens definidas.

2. Desenvolvimento : é o início da produção das ilustrações com o refinamento dos esboços. Nesse momento, é importante atentar para as descrições, seja dos lugares, seja das personagens etc.

3. Finalização: com as imagens já coloridas e finalizadas, o texto é editado, combinando-se imagens de acordo com o planejamento do storyboard. Para que todos possam participar da montagem da coletânea, sugere-se dividir a turma em grupos e distribuir uma tarefa a cada grupo.

PARA ACESSAR

TEIXEIRA, Ariane. Uma proposta de trabalho com o gênero discursivo “narrativa de aventura” no ensino fundamental. Cadernos PDE, Curitiba, v. 2, p. 7-8, 2010. Disponível em: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/ cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2009_unioeste_portugues_md_ariane_teixeira_isotton. pdf. Acesso em: 26 maio 2022. Nesse trabalho, a autora apresenta uma proposta metodológica de trabalho com o gênero narrativa de aventura, inclusive com uma unidade didática para ser aplicada com os estudantes.

• O protagonista se destaca dos demais personagens pelo modo de ser ou de agir?

• O desenrolar da história e as ações do protagonista despertam o interesse e a vontade de saber o que irá acontecer em seguida?

• O protagonista e os acontecimentos iniciais são apresentados?

• São indicados o tempo e o lugar em que se passam os acontecimentos?

• O espaço é caracterizado como hostil? Há desafios?

• O clímax e o desfecho estão claros e definidos?

• O narrador está definido claramente?

• Há o uso do discurso direto ou apenas a voz do narrador?

• Os adjetivos e substantivos ajudam o leitor a reconstruir o cenário, as personagens e os obstáculos vividos pelo protagonista?

• Há uso de expressões para indicar onde os fatos acontecem e para dar a progressão temporal das ações?

• Usam-se recursos como comparações e metáforas para realçar características do cenário ou de alguma situação?

• O texto mostra-se coeso e há emprego de termos que dão encadeamento aos fatos?

• As palavras estão escritas de acordo com as regras da norma-padrão?

• Os sinais de pontuação empregados evidenciam os sentidos da narrativa?

Em seguida, leia a avaliação do seu colega sobre o texto que você produziu. Reescreva seu texto, fazendo as correções que considerar necessárias. Ao escrever a versão final do seu texto, deixe espaço para inserir ilustrações que representem a(s) personagem(ns) ou algumas cenas.

A coletânea

Cada um deve preparar seu texto para integrar a coletânea.

1 Digite o texto. Se achar interessante, ilustre a história com imagens adequadas.

2 Entregue seu trabalho para o grupo encarregado de fazer o sumário da coletânea, que deverá conter o título dos textos e o nome de seus respectivos autores.

3 Escolha, com os colegas e o professor, quem fará a apresentação, isto é, um breve texto informativo para o leitor saber o que vai encontrar na coletânea.

4 Para fazer a capa e a quarta capa da coletânea, utilizem duas folhas de papel-cartão.

5 Organizem o material para a encadernação: apresentação, sumário, textos.

6 Peçam a um adulto que fure o conjunto; depois, vocês podem colocar uma espiral.

7 Combinem com a pessoa responsável pela biblioteca da escola o horário e a forma de entregar a coletânea da sua turma para que todos possam lê-la!

REALIZAÇÃO

Planejando o audiobook

Combine previamente com a turma as datas para a realização de cada etapa. Isso ajudará os estudantes a entenderem a importância da organização, da preparação e do cumprimento de prazos. Para auxiliar na elaboração do audiobook, escolha uma passagem de A Ilha do Tesouro para a leitura

96 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 96 11/06/22 09:02
96

Audiobook

Você já teve a experiência de ouvir textos literários em vez de lê-los? Já produziu textos para serem ouvidos em vez de lidos? Atualmente, pode-se carregar em um celular ou em um notebook incontáveis livros publicados digitalmente, os e-books. Além dos e-books, uma outra modalidade de publicação é utilizada atualmente: os audiobooks, que apresentam o texto no formato de áudio. Agora que você já produziu a narrativa de aventura, chegou o momento de transformá-la em audiobook

Planejando o audiobook

1 Releia sua narrativa de aventura e faça um roteiro da sua leitura do texto, considerando o que deve ser adaptado para que ela seja melhor compreendida pelo ouvinte.

2 Defina como será feita a sua narração: ela será composta somente de locução da voz ou terá recursos sonoros?

3 Ensaie a leitura, considerando o tom de voz usado para a leitura das diferentes passagens do texto: introdução, desenvolvimento das ações, desfecho. Considere as mudanças na voz a serem feitas para que sua leitura expresse a emoção de cada passagem.

Produzindo o audiobook

1 Para gravar o áudio, você deve selecionar os recursos técnicos que serão utilizados. São eles:

• celular ou computador;

• software com código aberto.

2 Agora, teste os recursos tecnológicos.

• Explore os recursos oferecidos pelo software livre. Teste a gravação de voz, os efeitos sonoros e os modos de edição.

Divulgando o audiobook

Na data previamente combinada, envie a gravação para seu professor. Os audiobooks de todos os estudantes poderão ser disponibilizados no site ou nas redes sociais da turma ou da escola, para que estudantes de outras turmas, amigos, familiares e toda a comunidade escolar apreciem as produções.

Dicas importantes

• Respire calmamente; mantenha posição ereta para que sua voz saia clara e fluente; articule bem os lábios e a língua para que as frases e as palavras sejam emitidas adequadamente; controle o volume de sua voz.

• Convide alguém para ouvir sua leitura. Peça que essa pessoa aponte as passagens em que sua leitura está mais ou menos expressiva e se há algo relevante a ser alterado.

Código aberto: termo usado para designar um software cujo código está disponível para compartilhamento e modificação.

Dicas importantes

• Observe se o ambiente onde o áudio será gravado é silencioso.

• Para garantir o silêncio, escolha um horário em que sua casa esteja tranquila. Nos estúdios de gravação, são usados materiais para vedação de portas e janelas. Você pode, então, improvisar, cobrindo portas e janelas com cobertores para que o som fique livre de ruídos. Cuidado com a manipulação de páginas ou folhas de papel, pois qualquer ruído pode ser registrado no momento da gravação.

compartilhada. Ao ler em voz alta, você se torna um exemplo de leitor. Por isso, acentue as possíveis modulações na voz, destaque a adequada postura corporal e a articulação clara das palavras, indicando que esses procedimentos impactam nos sentidos do texto narrado. Antes da gravação do audiobook, oriente-os a realizar as seguintes ações, usando como base o texto da narrativa que escreveram previamente.

1. Peça-lhes que sublinhem com lápis amarelo a apresentação das personagens e do cenário, e as marcações de tempo da narrativa.

2. Solicite que sublinhem com lápis roxo a passagem em que começa a aventura, isto é, o momento em que acontece algo que tira a tranquilidade inicial.

3. Com lápis vermelho, peça-lhes que destaquem as passagens emocionantes, que

imprimem suspense à história e narram os desafios que o protagonista tem de enfrentar.

4. Peça-lhes que grifem de verde o desfecho da narrativa. Os trechos em destaque indicam aos estudantes quais são os pontos principais a serem levados em consideração na elaboração de uma narrativa de aventura e na adaptação para um audiobook

Produzindo o audiobook

Leve os estudantes a compartilhar o conhecimento que já têm sobre o assunto e a trocar experiências sobre o uso da tecnologia, a fim de que, em grupos, possam explorar novos recursos. Desse modo, ampliarão seus conhecimentos sobre ferramentas digitais. Sugerimos o uso de microfones e softwares para a produção do audiobook. Caso não seja possível para os estudantes a utilização desses recursos, oriente-os a usar o celular para realizar a atividade.

Divulgando o audiobook

Se desejar, pode ser utilizado um software de edição de áudio para que todos os audiobooks sejam reunidos em um único arquivo. Nesse caso, convide os estudantes a gravar uma apresentação do audiobook, inserindo título, nome do autor ou identificação da sala e ano de publicação. Para a avaliação, faça uma roda de conversa com a turma, retomando os pontos importantes sobre as características do audiobook e seu modo de produção. À medida que eles forem levantando esses pontos, anote-os e comente que serão usados para a formulação de critérios para avaliar a produção.

97 D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 97 06/06/22 16:33
DARYASUPERMAN/ SHUTTERSTOCK.COM
97

Habilidades de encerramento •

PROPOSIÇÕES

Em Linguagens em conexão, propõe-se um diálogo com os interesses próprios das culturas juvenis por meio das práticas corporais de aventura skate e parkour. Sugere-se o trabalho interdisciplinar com o professor de Educação Física sobre a fruição dessas práticas corporais, com enfoque na segurança e na identificação de riscos durante a realização, além de suas origens e características.

O uso de uma fotografia de uma atleta feminina, em evidência em competições internacionais e na mídia esportiva, de idade aproximada aos estudantes da faixa etária deste módulo, visa aproximá-los do conteúdo abordado, uma vez que podem se identificar com práticas corporais urbanas. O mesmo pode-se dizer sobre a fotografia dos praticantes de parkour, prática que atrai, em especial, os jovens.

Organize uma roda de conversa e incentive os estudantes a refletir, coletivamente, sobre como as situações de aventura costumam provocar interesse e curiosidade nas pessoas. Pergunte a eles por que especialmente o grupo dos jovens e adolescentes se sente atraído por situações de perigo, em que é necessário agir corajosamente. Se julgar conveniente, pergunte à turma quais características comuns às narrativas de aventura mais chamaram a atenção deles. Em seguida, proponha uma conversa com base nas atividades e peça a todos que respeitem os momentos de fala dos colegas.

CONEXÃO LINGUAGENS EM

Práticas corporais de aventura urbanas

Neste módulo, você leu textos que se relacionam com o tema aventura. Esse tema está presente não só em livros, histórias em quadrinhos, filmes, séries e jogos eletrônicos, mas também em algumas práticas corporais.

Existem muitas práticas corporais de aventura diferentes, mas o que une todas elas são o desafio, o perigo e a imprevisibilidade. Para praticar esses esportes, também chamados de esportes de risco, é necessário muito treino e estudo para competir e se divertir com segurança. Para isso, os praticantes desses esportes utilizam acessórios de proteção e/ou criam estratégias e técnicas que possibilitam a eles ultrapassar obstáculos e superar perigos. Geralmente, os espectadores dessas práticas ficam fascinados com as habilidades dos praticantes.

Observe as imagens a seguir e reflita como as situações de aventura podem atrair as pessoas.

REALIZAÇÃO

D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 98

1. O objetivo da atividade é que os estudantes estabeleçam relação entre o que foi apresentado sobre práticas corporais de aventura, os conhecimentos prévios que possuem dos esportes e o conteúdo trabalhado no módulo. Espera-se que eles criem hipóteses acerca do caráter urbano dessas práticas corporais de aventura. Para

isso, sugira que observem com atenção os ambientes em que os atletas estão inseridos e como eles remetem a cenários urbanos. É comum relacionar práticas, narrativas e relatos de aventura a cenários naturais e a contextos que desafiam o ser humano por si só, como tempestades, oceanos, florestas e animais silvestres. Ressalte que as práticas apresentadas nas imagens são criadas em cenários que, a princípio, não

BNCC
EF67LP23
EF67EF18
EF67EF19
EF67EF21
MIKE EHRMANN/GETTY IMAGES 98
Skatista brasileira Rayssa Leal (2008-) durante competição nas Olimpíadas de Tóquio, 2021. Apelidada de “fadinha do skate”, a atleta impressionou o público por ter apenas 13 anos e já dominar o esporte de aventura.
06/06/22 16:33
98

Espera-se que eles reconheçam a necessidade de utilizar roupas adequadas e equipamentos de proteção, como capacetes, joelheiras e cotoveleiras, além de começar a prática com movimentos simples, próximos ao solo, para evitar riscos.

4. A atividade possibilita aos estudantes relacionar as práticas corporais de aventura aos conteúdos trabalhados neste módulo, como narrativa de aventura e resenha de game. Espera-se que eles comentem que essas práticas podem atrair atletas e espectadores por inúmeras razões.

Agora, converse com os colegas sobre as perguntas a seguir.

1. O skate e o parkour são considerados práticas corporais de aventura urbanas. Em sua opinião, por que eles podem ser classificados dessa maneira?

2. Volte às imagens e observe as roupas e os acessórios dos atletas. Como elas podem auxiliar nessas práticas corporais de aventura?

3. Se você fosse experimentar os esportes apresentados nas imagens, o que faria para praticá-los com segurança e evitar eventuais riscos?

Resposta pessoal. Respostas pessoais.

4. Em sua opinião, por que essas práticas corporais de aventura urbanas atraem tantos atletas e espectadores?

Resposta pessoal.

5. Quais outras práticas corporais de aventura você conhece? Você já praticou alguma? Compartilhe suas vivências com os colegas. Respostas pessoais.

PARA ASSISTIR

Será o skate a nova paixão nacional? | G1 Explica. 2021. Vídeo (6min45s). Canal G1. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=-jw8gzJ5wSs. Acesso em: 18 dez. 2021.

O vídeo mostra um pouco da história do skate no Brasil, apresenta as modalidades street e park e nomeia alguns dos atletas profissionais do esporte.

2. Espera-se que os estudantes concluam que as roupas são escolhidas pelos praticantes por serem apropriadas para práticas corporais que demandam movimentos amplos.

5. Incentive os estudantes a pensar em práticas corporais de aventura que conhecem, urbanas ou de natureza. Entre as possibilidades, estão: escalada, slackline, patinação, mountain bike, surf, rafting, rapel, arvorismo, tirolesa etc. Caso algum estudante tenha praticado ou pratique algum esporte de aventura, incentive-o a comentar com os colegas o que o levou a praticá-lo, quais são os riscos dessa prática e quais acessórios utiliza, que sentimentos e sensações essa prática corporal lhe proporciona e qual é a relação dele com o esporte e o ambiente utilizado para essa prática (no sentido de identificar a relação entre a prática corporal e seu envolvimento com o ambiente urbano ou de natureza).

D2-052-099-POR-F2-2102-V6-M2-LA-G24_AVU.indd 99

são perigosos nem desafiadores, mas que se tornam locais de risco e imprevisíveis, por meio da prática corporal, como utilizar uma escada para realizar manobras na prática de parkour

2. Chame a atenção da turma para as calças largas, que possibilitam amplitude de movimentos das pernas. Fale também da importância do uso de tênis, que auxilia na absorção do impacto e na manutenção do

equilíbrio. Comente que a skatista utiliza um capacete, equipamento essencial para protegê-la em caso de queda. Comente também que o praticante de parkour não utiliza equipamento de proteção decerto por ter analisado previamente os riscos dos movimentos que estava fazendo naquela situação.

11/06/22 09:05

3. Sugira que pensem em como uma pessoa sem experiência nesses esportes poderia começar a praticá-los em segurança.

OMAR ALBAM/SOPA IMAGES/LIGHTROCKET/GETTY IMAGES
99
Praticantes de parkour , na Síria, utilizando elementos de ambiente urbano para impulsionar seus movimentos. Fotografia de 2021.
99

Competências do módulo

Gerais: 1, 3

Linguagens: 1, 2, 5

Língua Portuguesa: 3, 7

Arte: 1, 3, 9

Educação Física: 7

Habilidades da abertura

• EF69LP46

• EF67LP23

• EF69AR01

• EF69AR04

• EF69AR31

• EF69AR33

Tema Contemporâneo Transversal

• Diversidade cultural

INTRODUÇÃO

Este módulo aborda o Tema Contemporâneo Transversal (TCT) Diversidade cultural e apresenta aos estudantes diferentes crenças, costumes, conflitos e valores que influenciam a formação de um povo. Isso possibilitará que os estudantes conheçam as diversidades culturais, linguísticas e literárias das sociedades, ampliando o repertório deles e favorecendo novas experiências estéticas. O eixo leitura traz, no Capítulo 1, um conto popular recolhido da tradição oral da Etiópia; em seguida, propõe que os estudantes reconheçam relações entre o conto popular e o cordel; no Capítulo 2, é proposta a leitura de outro cordel, que retrata a vida do povo nordestino. Nos eixos produção de textos e oralidade, os estudantes são convidados a produzir e declamar cordéis exaltando algum aspecto cultural do lugar em que vivem. O eixo análise linguística tem como foco a reflexão sobre alguns determinantes do substantivo, como o artigo, o numeral e o pronome; as noções de concordância nominal; o trabalho com a variação linguística geográfica ou regional; e as questões de regularidades ortográficas de substantivos com terminações -são e - ção

MÓDULO PELOS CAMINHOS DA CULTURA

OBJETIVOS

• Reconhecer e apreender as características dos gêneros textuais conto popular e cordel.

• Reconhecer a importância e a relevância da transmissão da tradição oral.

• Aprofundar os conhecimentos sobre diversidade e identidade.

• Identificar artigos, numerais e pronomes e suas funções no texto.

• Explorar a variação geográfica ou regional.

• Empregar adequadamente as regras de concordância nominal.

• Reconhecer substantivos com terminações

- são e - ção

• Produzir e declamar um cordel.

• Identificar a diversidade cultural em manifestações artísticas e práticas corporais.

BNCC
3
KRAMER, Guilherme. Alteridade. 2016. Aquarela sobre papel. 100 cm × 80 cm. São Paulo.
100 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 100 11/06/22 09:08 100
GUILHERME KRAMER

PROPOSIÇÕES

Em Imagem em foco, levante os conhecimentos prévios dos estudantes sobre as temáticas abordadas no módulo, como o interesse sobre a cultura popular e o contato com contos populares e cordéis. A exploração da imagem de abertura permite abordar a cultura por meio da apreciação da produção artística brasileira. Convidados a atuar como protagonistas, os estudantes devem

FIQUE POR DENTRO

• Conto popular

• Cordel

• Determinantes do substantivo: artigo, numeral, pronome

• Variação geográfica ou regional

• Cordel

• Concordância nominal

• Substantivos com terminações

- são e - ção

• Produção escrita: cordel

• Arte e diversidade cultural

REALIZAÇÃO

1. O objetivo da atividade é instigar os estudantes a observar atentamente a imagem, interpretando-a de modo livre e pessoal. Solicite que respondam de modo aprofundado, identificando e nomeando as próprias sensações.

2. Retome os detalhes da imagem e incentive os estudantes a identificar as temáticas, como diversidade cultural, relações sociais, diferenças e respeito a todos os seres humanos. Incentive-os a justificar a resposta com base nos elementos visuais.

Observe a obra do artista paulistano Guilherme Kramer. Ela compõe a série Impressões, feita em 2011. Depois, converse com os colegas sobre as perguntas a seguir.

Respostas pessoais.

1. O que mais chamou a sua atenção ao observar a imagem? E quais sensações ela expressou a você?

2. Em sua opinião, quais temáticas o artista abordou nessa obra? Por quê?

3. Para você, de que maneira essa obra se relaciona com a temática da diversidade cultural brasileira?

4. Quais são as manifestações culturais típicas da região em que você vive?

reconhecer a pluralidade na formação do povo brasileiro e identificar manifestações culturais na comunidade em que vivem.

Proponha que eles analisem a imagem e reflitam sobre a composição visual dela. Deixe-os livres para que examinem os elementos que desejarem. Se possível, projete a imagem em tamanho grande – há na internet reproduções dessa obra em tamanho adequado para uma análise detalhada.

3. Peça à turma que responda à atividade considerando os conhecimentos prévios e os estudos que já realizaram em outros componentes curriculares, como História e Geografia. Diga a eles que a população brasileira é diversa e que existem múltiplas culturas em todo o país. A obra de Guilherme Kramer evidencia essa pluralidade ao retratar pessoas com diferentes características e estilos.

4. Diga aos estudantes que não somente as grandes festas e expressões artísticas fazem parte de uma cultura, mas que ela também se manifesta na culinária, na religião e nos hábitos cotidianos. Esse tema será estudado ao longo do módulo, por isso, aproveite para reconhecer quais são os conhecimentos deles e qual entendimento eles têm sobre manifestações culturais.

DE
PAULO
OLIVEIRA
101 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 101 11/06/22 09:10 101
IMAGEM EM FOCO

BNCC

Habilidades do Capítulo 1

TEXTO

• EF67LP23

• EF67LP28

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

• EF69LP44

• EF69LP46

• EF67LP23

EXPLORANDO O TEXTO

• EF69LP44

• EF69LP47

• EF69LP49

• EF67LP27

• EF67LP34

• EF67LP36

• EF67LP37

• EF06LP04

TEXTOS EM DIÁLOGO

• EF69LP47

• EF69LP48

• EF67LP27

• EF67LP28

POR DENTRO DA LÍNGUA

• EF69LP03

• EF69LP05

• EF69LP47

• EF69LP56

• EF67LP01

• EF06LP04

• EF06LP06

LINGUAGEM E SENTIDOS

• EF69LP03

• EF69LP44

• EF69LP55

• EF69LP56

• EF06LP03

PROPOSIÇÕES

Primeiramente, explore as questões iniciais do capítulo e aproveite para levantar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o gênero conto popular. Elas também podem ajudá-los a compreender sentidos do texto por meio de estratégias de antecipação e inferência. Comente com a turma que o conto popular é um gênero de tradição oral que expressa tradições e valores de um povo ou de uma cultura. Recomenda-se realizar uma leitura que considere as propostas sugeridas em Estratégias de leitura

Se possível, crie uma roda de contação de histórias. A vivência de leitura de textos literários, de modo coletivo, colaborativo e no cotidiano da turma, contribui para a valorização da literatura

O conto “Os dois reis de Gondar” foi publicado no livro

O príncipe medroso e outros contos africanos, que apresenta uma coletânea de contos recolhidos da tradição oral de diversos países da África, recontados por Anna Soler-Pont. A obra traz uma variedade de histórias de reis, príncipes e princesas e também de animais, seres mágicos e elementos da natureza.

TEXTO

A literatura nos permite conhecer outros lugares e entrar em contato com culturas diferentes da nossa. A seguir, você vai ler um conto popular da tradição oral do povo da Etiópia, um país localizado no continente africano.

A narrativa conta a história do encontro de um camponês com um caçador que, até então, não se conheciam. O caçador surge pedindo ajuda, pois está perdido em seu caminho para o reino de Gondar, que fica a uma grande distância da casa do camponês.

Agora, levante algumas hipóteses sobre o texto que você vai ler: Por que o caçador estava indo para Gondar? O que o fez parar na casa do camponês? Será que o camponês vai ajudar esse desconhecido? O caçador conseguirá chegar com sucesso ao seu destino? Quais situações os personagens poderão enfrentar? Compartilhe suas respostas e ouça com atenção as dos colegas. Respostas pessoais.

Leia o texto e surpreenda-se com o que acontecerá depois do encontro entre esses dois homens.

Os dois reis de Gondar (Etiópia)

Era um dia como os de outrora... e um pobre camponês, tão pobre que tinha apenas a pele sobre os ossos e três galinhas que ciscavam alguns grãos de teff que encontravam pela terra poeirenta, estava sentado na entrada da sua velha cabana como todo fim de tarde. De repente, viu chegar um caçador montado a cavalo. O caçador se aproximou, desmontou, cumprimentou-o e disse:

— Eu me perdi pela montanha e estou procurando o caminho que leva à cidade de Gondar.

— Gondar? Fica a dois dias daqui — respondeu o camponês. — O sol já está se pondo e seria mais sensato se você passasse a noite aqui e partisse de manhã cedo.

O camponês pegou uma das suas três galinhas, matou-a, cozinhou-a no fogão a lenha e preparou um bom jantar, que ofereceu ao caçador. Depois de comerem os dois juntos sem falar muito, o camponês ofereceu sua cama ao caçador e foi dormir no chão ao lado do fogo.

na comunidade escolar e para o desenvolvimento do gosto pela leitura nos estudantes.

Prepare sua leitura com a entonação adequada ao reproduzir as falas dos personagens. Pergunte se eles já leram algum conto popular e se já ouviram falar sobre a Etiópia. O trabalho com um texto de origem africana desse gênero possibilita

à turma conhecer elementos e características de outra cultura (no caso, a etíope), reconhecer nela diferenças e semelhanças com a cultura em que vivem, e respeitar as diversas realidades ao redor do mundo. Em seguida, proponha aos estudantes que estabeleçam algumas hipóteses com base em elementos paratextuais. Pergunte-lhes: Quem poderiam ser os dois reis de Gondar?

CONTO POPULAR CAPÍTULO1
O CONTEXTO DO TEXTO EDITORA SEGUINTE
102 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 102 07/06/22 10:23 102

No dia seguinte bem cedo, quando o caçador acordou, o camponês explicou-lhe como teria que fazer para chegar a Gondar:

— Você tem que se enfiar no bosque até encontrar um rio, e deve atravessá-lo com seu cavalo com muito cuidado para não passar pela parte mais funda. Depois tem que seguir por um caminho à beira de um precipício até chegar a uma estrada mais larga...

O caçador, que ouvia com atenção, disse:

— Acho que vou me perder de novo. Não conheço esta região... Você me acompanharia até Gondar? Poderia montar no cavalo, na minha garupa.

— Está certo — disse o camponês —, mas com uma condição. Quando a gente chegar, gostaria de conhecer o rei, eu nunca o vi.

— Você irá vê-lo, prometo.

O camponês fechou a porta da sua cabana, montou na garupa do caçador e começaram o trajeto. Passaram horas e horas atravessando montanhas e bosques, e mais uma noite inteira. Quando iam por caminhos sem sombra, o camponês abria seu grande guarda-chuva preto, e os dois se protegiam do sol. E quando por fim viram a cidade de Gondar no horizonte, o camponês perguntou ao caçador:

— E como é que se reconhece um rei?

— Não se preocupe, é muito fácil: quando todo mundo faz a mesma coisa, o rei é aquele que faz outra, diferente. Observe bem as pessoas à sua volta e você o reconhecerá.

Pouco depois, os dois homens chegaram à cidade e o caçador tomou o caminho do palácio. Havia um monte de gente diante da porta, falando e contando histórias, até que, ao verem os dois homens a cavalo, se afastaram da porta e se ajoelharam à sua passagem. O camponês não entendia nada. Todos estavam ajoelhados, exceto ele e o caçador, que iam a cavalo.

— Onde será que está o rei? — perguntou o camponês. — Não o estou vendo!

— Agora vamos entrar no palácio e você o verá, garanto!

E os dois homens entraram a cavalo dentro do palácio. O camponês estava inquieto. De longe via uma fila de pessoas e de guardas também a cavalo que os esperavam na entrada. Quando passaram na frente deles, os guardas desmontaram e somente os dois continuaram em cima do cavalo. O camponês começou a ficar nervoso:

— Você me falou que quando todo mundo faz a mesma coisa... Mas onde está o rei?

— Paciência! Você já vai reconhecê-lo! É só lembrar que, quando todos fazem a mesma coisa, o rei faz outra.

Os dois homens desmontaram do cavalo e entraram numa sala imensa do palácio. Todos os nobres, os cortesãos e os conselheiros reais tiraram o chapéu ao vê-los. Todos estavam sem chapéu, exceto o caçador e o camponês, que tampouco entendia para que servia andar de chapéu dentro de um palácio. O camponês chegou perto do caçador e murmurou:

— Não o estou vendo!

— Não seja impaciente, você vai acabar reconhecendo-o! Venha sentar comigo.

E os dois homens se instalaram num grande sofá muito confortável. Todo mundo ficou em pé à sua volta. O camponês estava cada vez mais inquieto. Observou bem tudo o que via, aproximou-se do caçador e perguntou:

— Quem é o rei? Você ou eu?

O caçador começou a rir e disse:

— Eu sou o rei, mas você também é um rei, porque sabe acolher um estrangeiro!

E o caçador e o camponês ficaram amigos por muitos e muitos anos.

Por que esse lugar teria dois reis? Quem parece ser o protagonista da história?

Quais situações os personagens poderão enfrentar? etc. As questões propostas têm como objetivo pedagógico mobilizar os conhecimentos que os estudantes já têm sobre o tema abordado, de modo que formulem hipóteses sobre o texto que lerão em seguida.

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Como estratégia inicial, pode-se abordar questões associadas aos gêneros oriundos da tradição oral em comparação com aqueles difundidos nos suportes escritos. Comente com os estudantes que muitos textos da modalidade oral, ao serem transcritos, perdem seu caráter principal: a oralidade. O conto popular apresentado neste módulo passou por essa retextualização. No entanto, deve-se

considerar válido o contato dos estudantes com o gênero textual, uma vez que se trata de uma manifestação cultural comum a diferentes povos.

Sugere-se uma leitura dramatizada do conto popular. Selecione três estudantes para participar da leitura. Um fará a leitura da parte do narrador; outro será o camponês; e outro, o caçador. Peça que leiam previamente o texto para que entendam a história e se familiarizem com os diálogos dos personagens. Oriente-os a fazer a leitura com expressividade, reproduzindo as entonações sugeridas pelos sinais de pontuação e enfatizando as emoções e sensações vivenciadas pelos personagens nas situações da narrativa para prender a atenção dos ouvintes na sala de aula.

REALIZAÇÃO

Ao longo da leitura oral, pode-se realizar um trabalho de compreensão, com base em questões sobre os personagens, o espaço e o tempo em que se passa a narrativa. Em relação às características dos personagens, sobretudo as psicológicas – que se podem inferir com base na leitura –, pergunte-lhes: O camponês é um homem esperto? E o caçador, ele é um homem bom? Por que o camponês demorou a perceber a real identidade do caçador? Que lição o caçador quis ensinar ao camponês?

103
SOLER-PONT, Anna. Os dois reis de Gondar. In: SOLER-PONT, Anna. O príncipe medroso e outros contos africanos Ilustrações: Pilar Millán. Tradução: Luis Reyes Gil. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 19-21.
103 09/06/22 10:42
D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd
103

PROPOSIÇÕES

Ao finalizar a leitura do texto, incentive os estudantes a avaliarem os efeitos de sentido produzidos pelo desfecho do conto. Espera-se que eles notem que o caçador é um dos reis de Gondar, ao qual o título faz referência, e o camponês é tratado com grande respeito e reverência pelo próprio rei de Gondar – que, ao final, também o chama de rei. Pergunte a eles se o conto popular lido expressa uma visão de mundo e uma lição de vida. Peça-lhes que se posicionem em relação a esses ensinamentos.

REALIZAÇÃO

Converse com os estudantes para aprofundar aspectos do texto e suas condições de produção, como o livro em que ele foi publicado e a autoria da obra. Explique a eles que um conto popular não tem autoria reconhecível, mas que esse conto foi transformado em texto escrito com base em um conto oral original. Aproveite para refletir com a turma sobre a importância desse trabalho de coleta e registro de narrativas orais como forma de valorização cultural de um povo.

Promova a leitura da fotografia que acompanha o conteúdo de Saiba mais. Pode-se utilizar sites de pesquisa de imagens e de mapas para localizar essa cidade.

ARTICULAÇÃO COM HISTÓRIA

Sugere-se trabalhar de modo colaborativo com o componente História, com base na habilidade EF06HI07 Se possível, desenvolva um trabalho com comunidades indígenas ou quilombolas, em que os estudantes possam

QUEM É A AUTORA

Anna Soler-Pont (1968-) nasceu em Barcelona, Espanha, é escritora e agente literária, representando uma ampla gama de autores com foco em projetos multiculturais. Em 2005, publicou uma antologia de histórias e lendas africanas intitulada Um livro maravilhoso de histórias africanas para crianças.

SAIBA MAIS

Gondar foi a última capital do Império Etíope, localizada na província de Beghemidir. Atualmente, a cidade de Gondar é uma atração turística, com muitas ruínas e castelos remanescentes do império, entre elas a cidade fortificada de Fasil Ghebbi. Ela foi residência do imperador etíope Fasilides e de seus sucessores durante os séculos XVI e XVII. Em 1979, foi declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

explorar os significados da tradição oral dessas comunidades. É recomendável que eles apliquem a metodologia ativa de trabalho de campo, como o uso de entrevistas e questionários, tomada de nota e observação.

RUDOLF ERNST/ISTOCK/GETTY IMAGES
Ruínas da cidade-fortaleza de Fasil Ghebbi, na Etiópia. Fotografia de 2020.
© ENNATU DOMINGO
104 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 104 07/06/22 10:23 104

texto os fizeram identificar esses elementos.

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO TEXTO EXPLORANDO O

1. Você conseguiu perceber as características de cada personagem? Com qual deles você mais se identificou? Por quê?

Resposta pessoal.

2. O que mais surpreendeu você: a atitude do camponês ao receber o desconhecido ou o final do texto? Por quê? Que valores humanos esses personagens expressam com suas ações?

Respostas pessoais. Ambos os personagens expressam bondade, desprendimento, solidariedade e, principalmente, respeito mútuo.

3. Esse conto popular pertence à tradição oral de um país africano. Você conhece algum conto popular que faça parte da cultura tradicional da sua região? Qual? Conte-o aos colegas.

Respostas pessoais.

1. a) O camponês era muito pobre e levava uma vida simples, rotineira e sem muitos recursos.

1. b) Situa o leitor no universo em que vivia o personagem, sua simplicidade, a carência, a pobreza e a falta de oportunidades, para evidenciar, no decorrer do conto, o caráter do personagem.

TEXTO E CONTEXTO

2. a) A atitude do camponês revela bondade e hospitalidade para com um estranho, mesmo sendo muito pobre. Provavelmente isso surpreendeu o caçador, pois, no dia seguinte, leva o camponês com ele para o reino.

1. No primeiro parágrafo do conto, o narrador apresenta o camponês e descreve como ele vivia.

a) O que pode ser inferido sobre a vida que ele levava?

b) Que efeito de sentido evidenciar essas características do personagem no início da história produz na narrativa?

2. O caçador revela ao camponês que precisa chegar ao reino de Gondar.

2. b) Alternativa B.

a) O que a atitude do camponês revela sobre o seu jeito de ser? Em sua opinião, é uma atitude esperada pelo caçador?

b) O conto popular pode ser visto como uma fonte de ensinamentos, saberes e conhecimentos. No caderno, transcreva a alternativa que informa a função principal do conto lido.

A. Manter as origens do continente africano.

B. Ressaltar identidades, evidenciando o caráter do povo etíope.

C. Reforçar as culturas materiais e a riqueza da Etiópia.

D. Ressaltar características de reis e de camponeses.

3. Apesar de ser um rei poderoso, o caçador necessitou dos conhecimentos do camponês para chegar ao palácio. Em que outras histórias também há personagens poderosas que precisam de pessoas simples para resolver seus problemas?

Em histórias de reis e rainhas, contos de fadas, entre outros, as personagens com mais sabedoria são geralmente simples e humildes e estão sempre ajudando pessoas poderosas ou sabem a solução para situações complicadas.

PROPOSIÇÕES

Se possível, organize a turma em duplas para que possam realizar as atividades de Conversando sobre o texto de modo colaborativo. Retome oralmente alguns elementos e características do texto lido, explorando as hipóteses prévias dos estudantes.

REALIZAÇÃO

PARA LER

A África recontada para crianças, de Avani Souza Silva. São Paulo: Martin Claret, 2020.

3. Pergunte-lhes se sabem a origem dos contos mencionados, se são de origem indígena, africana, europeia, de povos do campo etc.

PROPOSIÇÕES

Em Explorando o texto, recomenda-se retomar a leitura de trechos do conto popular e abordar o conflito central como parte da compreensão do texto.

Em seguida, diga a eles que o gênero textual conto popular, em geral, tem como conflitos situações cotidianas da sociedade, como o confronto entre fracos e fortes ou entre ricos e pobres, a transmissão de valores morais como solidariedade, amizade e honestidade etc.

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

Esse livro apresenta diferentes histórias sobre a África, as quais retratam, entre outros aspectos, a gastronomia, as vestimentas e os costumes dos países desse continente onde a língua portuguesa é falada.

Conversando sobre o texto

1. Avalie o nível de compreensão do texto e se os estudantes ajustaram suas hipóteses ao longo da leitura.

2. Se necessário, explore os sentimentos implícitos e explícitos no texto (bondade, desprendimento, solidariedade e respeito), orientando-os a explicar quais trechos do

1. Espera-se que os estudantes infiram as características do personagem e analisem os efeitos de sentido decorrentes da caracterização dos aspectos físicos e psicológicos. Chame a atenção deles para o valor moral que emerge do contraste entre a pobreza material e a riqueza de espírito do camponês.

2. Espera-se que os estudantes infiram os valores humanos e culturais presentes na narrativa, reconhecendo uma visão social e o contexto em que ela foi produzida.

3. Espera-se que os estudantes, com base no repertório cultural e imaginário de cada um, sejam capazes de estabelecer relações e observar semelhanças em narrativas, como lendas, contos populares e contos de fadas.

EDITORA MARTIN CLARET
105 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 105 11/06/22 09:14 105

PROPOSIÇÕES

Ao prosseguir com as atividades de Texto e contexto, pode-se realizar uma visita a uma biblioteca, para que os estudantes tenham contato com livros de compilações de contos populares. Essa proposta ajuda a antecipar o trabalho com a atividade 7. c), fomentando o interesse deles por literatura.

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

4. A atividade retoma as formas de composição que as narrativas compartilham entre si; desse modo, espera-se que os estudantes compreendam os efeitos de sentido produzidos por elas nas narrativas.

5. a) Converse com os estudantes sobre valores de generosidade, humildade e hospitalidade. Essas três características do camponês servem de fio condutor do início ao fim do conto.

6. A atividade permite retomar, por exemplo, a composição e a estrutura das narrativas.

7. a) A atividade aprofunda a questão da retextualização e de autoria de textos originários da cultura popular. Destaque o fato de a autora Anna Soler-Pont ser espanhola e ter se inspirado em um texto oral sem autoria definida para recontar o conto popular. Ela, portanto, pode ser considerada a autora desse reconto, mas não do texto matriz. Se possível, pesquise outras versões desse texto, e de outros contos que tenham sido recontados por autores africanos.

4. c) Ambos descrevem um final feliz; os contos de fadas geralmente terminam com a expressão E viveram felizes para sempre..., o conto “Os dois reis de Gondar” termina com a frase E o caçador e o camponês ficaram amigos por muitos e muitos anos. Essa forma de terminar a narrativa sugere uma ideia de otimismo, isto é, sempre se deve ter esperança de um futuro melhor.

4. Relacionando o texto com os contos de fada, observa-se uma semelhança quanto à forma de começar a história e de finalizá-la.

a) Qual é a semelhança entre eles quanto ao começo?

b) O que essa forma de iniciar a narrativa sugere sobre o tempo a que se refere o acontecimento no conto?

Essa forma de iniciar os contos populares e os contos de fadas sugere que os fatos narrados aconteceram em um passado distante e indeterminado.

c) O que há de comum entre esses tipos de conto em relação ao desfecho? O que essa forma de terminar o conto sugere?

5. Ao chegar à cidade, o camponês é conduzido até o palácio e lá percebe que os nobres, os cortesãos e os conselheiros reverenciam o caçador.

a) Na sua opinião, por que o rei não se identificou para o camponês no primeiro momento nem nos demais?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que o rei, provavelmente, queria ver até que ponto iria a generosidade do camponês para com uma pessoa desconhecida e comum.

b) O conto apresenta um ambiente de nobreza e reverência à figura do rei. O que a presença desses elementos pretende indicar sobre o povo etíope?

Sua presença evoca uma característica da história do povo etíope, que já teve a monarquia como forma de governo.

6. O desfecho do conto popular é, geralmente, marcado pela resolução dos conflitos e pela volta de uma situação de equilíbrio ou normalidade. Apesar de essa característica se confirmar no conto que você leu, o que o torna surpreendente, inesperado?

O fato de o rei, ao chegar ao palácio, reconhecer o valor do camponês de modo a considerá-lo também um rei.

7. O conto popular é um gênero da tradição oral, sendo, portanto, modificado pelos contadores cada vez que é recontado.

a) A autora do texto que você leu não é etiópe. Na sua opinião, o que pode ter feito ela se interessar em recontar um conto popular de outro lugar?

Resposta pessoal.

b) Como a publicação de histórias como essas pode contribuir para divulgar a cultura de um povo?

Os contos populares, ao serem coletados e publicados em livros, podem levar conhecimentos e histórias para outras culturas e outros povos de diversas regiões, como o conto “Os dois reis de Gondar”.

c) A leitura desse conto fez você se interessar em conhecer mais contos populares da Etiópia e de outros países africanos? Por quê?

Respostas pessoais.

8. A história contada em “Os dois reis de Gondar” vem sendo transmitida de geração a geração há muitos anos. Na sua opinião, como ela ainda pode influenciar os leitores na atualidade? Resposta pessoal.

9. Nos contos é comum também haver mensagens e reflexões sobre comportamentos humanos. Releia o trecho a seguir. Alternativa A

4. a) Como nos contos de fadas, que geralmente começam com a expressão Era uma vez..., o conto se inicia com a frase Era um dia como os de outrora....

— Eu sou o rei, mas você também é um rei, porque sabe acolher um estrangeiro!

• No caderno, transcreva a alternativa que apresenta a mensagem que pode ser inferida nessa fala.

A. Fazer o bem a qualquer pessoa, independente de qualquer julgamento.

B. Fazer o bem com o intuito de ser reconhecido e gratificado.

C. Só fazer o bem a pessoas que demonstrem poder.

D. Fazer o bem apenas a pessoas as quais você conheça.

A leitura de textos produzidos por escritores que têm a mesma origem das narrativas compartilhadas colabora com a ampliação do repertório dos estudantes.

7. b) Explique que, ao passar da forma oral para a escrita, a linguagem do conto ganha aspectos literários não apontados na oralidade. Quando são caracterizados

detalhadamente, os personagens promovem a identificação do leitor com as situações e sensações da história. Portanto, ao ser publicado, o conto popular passa a ter caráter universal, pois se estende a todos os indivíduos e por toda parte.

7. c) Incentive o compartilhamento das respostas e justificativas dos estudantes.

106 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 106 11/06/22 09:15 106

3. Na cabana, o fogo à lenha e o fato de o camponês dormir ao lado do fogo revelam como viviam os camponeses da região; no caminho para Gondar, as grandes áreas com pouca ou nenhuma vegetação (“caminhos sem sombra”) e outras com bosque, rio e precipício remetem à paisagem do país; no palácio do rei, um grande sofá e a sala imensa, a reverência dos nobres e cortesãos e os trajes remetem à suntuosidade dos palácios dos reis africanos.

Os contos populares são narrativas de tradição oral, ou seja, histórias contadas oralmente ao longo das gerações. Muitos deles são bastante antigos e se mantêm vivos graças à memória dos contadores de histórias. Além de transmitirem valores e ensinamentos, os contos populares podem ter a função de entreter o ouvinte ou leitor.

COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM

1. a) Para marcar a indeterminação temporal, isto é, a falta de definição de quando os fatos ocorreram. Essa é uma forma de indicar que os ensinamentos transmitidos por

meio dessas narrativas são atemporais e continuam válidos ao longo das gerações.

1. O conto inicia-se com a expressão Era um dia como os de outrora

a) Por que essa forma de iniciar é comum em contos como esse?

b) A situação inicial do conto apresenta uma cena descritiva. Que situação quebra essa cena?

c) Que expressão evidencia essa mudança de foco?

A expressão De repente

1. b) A chegada do caçador à cabana do camponês querendo saber o caminho para Gondar.

2. O clímax é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável. No caderno, transcreva a alternativa que apresenta o clímax do conto que você leu. Alternativa B

A. O trecho que descreve o momento em que os dois homens entraram a cavalo dentro do palácio.

B. O trecho que descreve o momento em que o caçador e o camponês se instalaram num grande sofá muito confortável na sala do palácio.

C. O trecho que descreve o momento em que, ao verem os dois homens a cavalo, as pessoas se afastaram da porta e se ajoelharam à passagem deles.

D. O trecho que descreve o momento em que todos os nobres tiraram o chapéu.

3. A narrativa transcorre em três espaços: a cabana do camponês, o caminho que leva a Gondar e o palácio do rei. Que aspectos, em cada um desses espaços, remetem ao lugar de origem do conto?

4. O foco narrativo do conto é o do narrador-observador. Considerando que o texto lido é um reconto, explique por que a voz que narra essa história não é apenas a do narrador-observador.

5. Na construção do conto, predomina o discurso direto. Releia o diálogo entre o caçador e o camponês.

O camponês chegou perto do caçador e murmurou:

— Não o estou vendo!

— Não seja impaciente, você vai acabar reconhecendo-o! Venha sentar comigo.

a) Qual é a forma verbal de elocução empregada pelo narrador e que tom ele atribui ao que diz o personagem?

A forma verbal murmurou; atribui um tom de sussurro à fala do personagem.

b) Embora na fala do caçador não haja uma forma verbal de elocução, qual é o tom impresso nela?

Um tom impositivo, como se estivesse dando uma ordem.

4. Espera-se que os estudantes expliquem que, nos contos populares, transmitidos pela oralidade, estão presentes diferentes vozes, já que cada contador acrescenta novos detalhes à história, que assim vai sendo enriquecida com o passar do tempo.

8. Espera-se que os estudantes reconheçam que o conto expressa uma visão positiva dos povos africanos, representados pelas figuras dos personagens – o camponês e o caçador –, incentivando o uso da boa conduta, da solidariedade e da amizade para um convívio social sem conflitos.

9. Espera-se que os estudantes infiram os valores humanos presentes na narrativa lida.

PROPOSIÇÕES

Em Composição e linguagem , pode-se realizar uma pesquisa com os estudantes sobre a Etiópia, país de origem do conto estudado. É recomendável realizar essa proposta com um enfoque de metodologia ativa de pesquisa, incentivando que os estudantes pesquisem previamente informações fundamentais

sobre o país e compartilhem os resultados de modo coletivo. Outra possibilidade é realizar uma abordagem com o apoio do professor de Geografia, que pode oferecer informações e análises sobre a localização geográfica da Etiópia e sobre a demografia, a economia e a cultura etíopes.

REALIZAÇÃO

Composição e linguagem

1. Explique aos estudantes que o tempo nos contos populares é um tempo indeterminado no passado.

1. b) Comente que, de modo geral, o conto popular apresenta desde o início a motivação dos personagens para prender a atenção do leitor ou ouvinte.

1. c) Espera-se que reconheçam na expressão De repente uma escolha lexical tipicamente utilizada ao se contar uma história.

2. Comente que as alternativas A, C e D narram o momento que antecede o clímax, preparando terreno para ele.

3. Espera-se que os estudantes compreendam os efeitos de sentido produzidos pelas sequências descritivas presentes na narrativa. Recomenda-se explorar com profundidade as noções de sequências textuais com a turma.

4. Se necessário, retome com os estudantes os focos narrativos estudados anteriormente neste volume.

5. Se necessário, relembre os estudantes dos verbos de elocução e da maneira como são usados nas narrativas.

107 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 107 07/06/22 10:23
107

PROPOSIÇÕES

Se julgar conveniente, antes de prosseguir com as atividades de Composição e linguagem, proponha aos estudantes uma investigação sobre a autoria dos textos na tradição oral, a partir do texto trabalhado em sala de aula, de Anna Soler-Pont. Essa reflexão pode se basear na atividade 7 de Texto e contexto, realizada anteriormente, e ser aprofundada com foco em uma proposta de pesquisa. Se considerar produtivo, desenvolva essa prática por meio da metodologia ativa de sala de aula invertida – visto que os estudantes já iniciaram a exploração desse objeto de estudo e podem retomá-lo em casa, finalizando a proposta em sala de aula.

Ao final, reforce que os contos populares não têm autoria reconhecida, são contados e recontados oralmente, preservando a memória cultural de um povo. Comente com a turma que Anna Soler-Pont, tal qual vários autores, baseou-se em um texto oral sem autoria definida para recontar o conto popular.

REALIZAÇÃO

6. Espera-se que os estudantes percebam que o discurso direto deixa o texto mais dinâmico e retrata com mais fidelidade a forma como o personagem produziu a fala. O discurso direto tenta simular a enunciação, como se as palavras marcadas com travessão ou aspas fossem realmente proferidas por outra fonte, indicando a mudança de voz no texto.

7. a) Retome a exploração das sequências descritivas da narrativa, levando os estudantes a compreenderem os efeitos de sentido dessa descrição como

6. O discurso direto dá dinamismo à contação de histórias e possibilita que os contadores, ao darem voz às personagens, usem diferentes recursos que prendem a atenção do ouvinte, como timbre e tom de voz, gestos etc.

6. Considerando que o conto popular é de tradição oral, que efeito de sentido a escolha por essa forma de discurso pode trazer à narrativa?

7. A descrição é um recurso importante na composição do espaço e das personagens. Releia o trecho.

8. b) Essas expressões ajudam a mostrar a sequência dos acontecimentos narrados, ligando uma parte do texto à subsequente, estabelecendo, dessa forma, a coesão.

— Você tem que se enfiar no bosque até encontrar um rio, e deve atravessá-lo com seu cavalo com muito cuidado para não passar pela parte mais funda. Depois tem que seguir por um caminho à beira de um precipício até chegar a uma estrada mais larga...

a) A sequência descritiva do caminho para Gondar apresentada pelo camponês interferiu na decisão do rei?

Sim, ele se sentiu inseguro de ir sozinho e, por essa razão, solicitou ao camponês que o acompanhasse nesse trajeto.

b) Que palavras e expressões usadas pelo narrador possibilitam ao leitor visualizar esse cenário?

Bosque, rio, cavalo, parte mais funda, caminho à beira de um precipício, estrada larga.

8. No conto, os acontecimentos são narrados em ordem cronológica.

a) Identifique, no trecho a seguir, as expressões que marcam a passagem do tempo e transcreva-as no caderno.

[...] Depois de comerem os dois juntos sem falar muito, o camponês ofereceu sua cama ao caçador e foi dormir no chão ao lado do fogo. No dia seguinte bem cedo, quando o caçador acordou, o camponês explicou-lhe como teria que fazer para chegar a Gondar: […]

Depois de; No dia seguinte bem cedo; quando.

b) Além de marcar o tempo dos acontecimentos, por que essas expressões também são consideradas elementos de coesão do texto?

9. No início do texto, o narrador descreve o personagem como “um pobre camponês, tão pobre que tinha apenas a pele sobre os ossos e três galinhas”. No trecho, o adjetivo pobre é usado duas vezes. Que efeito de sentido essa repetição produz na caracterização do personagem?

A repetição do adjetivo reforça as condições precárias em que vivia o camponês e deixa implícito que o

personagem não tinha nenhuma perspectiva de melhorar de vida.

10. No momento em que já estava em Gondar, são atribuídas duas características ao camponês: inquieto e impaciente

Palavras e expressões usadas para encadear as ideias, entrelaçar os parágrafos, dando progressão ao texto, constituem elementos de coesão

a) Por que tais características são atribuídas ao camponês nesse momento da narrativa?

b) Nas palavras inquieto e impaciente, o que as partes em destaque indicam em relação às palavras às quais são acrescentadas? Indicam uma ideia de negação em relação às palavras.

11. As reticências podem ser utilizadas com diferentes intenções em um texto. Que efeito de sentido o uso desse sinal de pontuação traz ao início do conto?

Espera-se que os estudantes percebam que as reticências foram utilizadas para dar um tom de suspense no início da narrativa.

parte de uma das falas do camponês. Se necessário, solicite a eles que compartilhem as sensações que tiveram ao ler tal descrição. Em seguida, encaminhe uma reflexão sobre a expressão com muito cuidado e a sensação que ela produz no trecho.

7. b) Analise os usos dos substantivos e dos adjetivos nesse trecho (ou em outros que também tenham sequências descritivas) e

verifique se os estudantes reconheceram esses substantivos e adjetivos.

8. a) Espera-se que os estudantes percebam os efeitos de sentido no tempo cronológico da narrativa oriundos do uso dos recursos linguístico-gramaticais.

8. b) Espera-se que os estudantes compreendam que esses recursos de coesão atuam para articular as partes do texto e para marcar a passagem do tempo na narrativa.

10. a) Porque, até aquele momento, ele ainda não tinha conseguido identificar o rei, e o caçador não indicava quem era. 108 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 108 09/06/22 10:42 108

12. Releia este trecho do conto.

[...] você também é um rei, porque sabe acolher um estrangeiro!

Agora, compare o emprego da palavra em destaque no trecho anterior com o exemplo a seguir.

Ele sabe acolher um rei estrangeiro

a) Em qual dos trechos a palavra estrangeiro refere-se a outro termo, caracterizando-o? Explique sua resposta.

No exemplo “Ele sabe acolher um rei estrangeiro”, a palavra estrangeiro refere-se ao substantivo rei, caracterizando-o.

b) Em qual dos trechos a palavra estrangeiro é usada como substantivo?

No trecho “[...] porque sabe acolher um estrangeiro!”

Os contos populares, em geral, são iniciados com expressões como era uma vez, em um dia como outro qualquer etc. para marcar a indeterminação temporal, isto é, a não definição de quando os fatos ocorreram. As ações costumam ocorrer em poucos espaços e, na maioria dos casos, o narrador é observador e há poucos personagens. A linguagem apresenta marcas da linguagem oral informal e é usado o discurso direto para reproduzir a fala das personagens. Outros recursos linguísticos, como adjetivos e locuções adjetivas para caracterizar ambientes e personagens, também são usados.

SAIBA MAIS

A Etiópia é um país localizado na região sudeste da África. Sua capital é Adis Abeba, que também é o centro cultural e comercial do país. Pesquisas recentes relacionadas à ocupação humana no planeta alçaram a Etiópia a uma das mais importantes áreas arqueológicas, onde, na década de 1970, foi encontrado o fóssil de uma espécie de hominídeo de 3,2 milhões de anos.

11. Se necessário, retome a leitura dos trechos em que foram utilizadas as reticências para melhor compreensão da turma.

12.Explore com os estudantes as diferentes funções de substantivos e de adjetivos. Espera-se que eles reconheçam e distingam os efeitos de sentido da palavra estrangeiro usada como substantivo e depois como adjetivo que acompanha outro substantivo e atribui a ele um sentido. Explique a eles o processo de substantivação do adjetivo.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Resumindo o conto popular

Essa proposta pode ser realizada como uma pequena produção textual, que explora competências e habilidades dos estudantes em produzir resumos e sínteses de textos lidos. Desenvolve-se, assim, um trabalho que contribui com as práticas de estudo e pesquisa. Solicite a eles que tentem resumir a história em um parágrafo. Em seguida, peça que se reúnam em duplas a fim de que um leia o resumo produzido para o outro e, depois, conversem sobre suas produções.

Pergunte-lhes: Os textos ficaram semelhantes? Por quê?

D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd

9. Se julgar oportuno, peça aos estudantes que troquem ideias com os colegas e justifiquem as respostas oralmente.

10. A atividade retoma o assunto visto no módulo anterior sobre sinônimos e antônimos e sobre a formação de antônimos de palavras encontradas em texto lido pelo acréscimo do prefixo de negação in -/ im -.

10 a) Espera-se que os estudantes compreendam o sentido do uso dos adjetivos em destaque no contexto da narrativa.

10. b) Leve-os a analisar a formação de antônimos a partir do acréscimo de prefixos que expressam negação. Escreva na lousa adjetivos que são criados a partir do mesmo processo morfológico.

Abra espaço para que eles conversem sobre as partes identificadas da história, mediando a discussão, para que eles percebam que, apesar das infinitas possibilidades de leitura, há uma forma de organizar as informações que dá unidade ao texto e é reconhecida por todos.

Peregrinos visitando Bet Amanuel, uma das igrejas escavadas na rocha da cidade de Lalibela, Etiópia. Fotografia de 2018. OSCAR ESPINOSA/SHUTTERSTOCK.COM
109
109 07/06/22 10:23 109

PROPOSIÇÕES

Em Textos em diálogo, propõe-se estabelecer relações entre conto popular e cordel, comparando as características e elementos presentes em cada gênero. A seleção do cordel para leitura e análise em sala de aula fomenta a valorização da literatura, além de aproximar os estudantes de manifestações culturais brasileiras. Se considerar interessante, antes de ler o texto, levante os conhecimentos prévios dos estudantes sobre cordel. Compare o conto popular ao cordel para que os estudantes conheçam os pontos semelhantes e as diferenças entre eles. Aproveite a oportunidade para se aprofundar na função social de textos que expressam conhecimentos e valores e ajudam a promover a cultura de um povo. Caso considere adequado, na exploração inicial do texto, levante hipóteses com a turma sobre o título do cordel e sua autoria.

Em um primeiro momento, recomenda-se realizar uma leitura expressiva do cordel, deixando que os estudantes façam somente uma escuta atenta – a fim de que reconheçam o ritmo, as pausas e toda a entonação que constrói a apresentação do gênero. Em seguida, pode-se realizar uma segunda leitura do texto, a ser compartilhada em voz alta, com grupos de estudantes (em que cada grupo lê uma estrofe do cordel). Solicite à turma que treine a entonação, pois é recitando de modo expressivo que os cordelistas atraem compradores para os seus folhetos. Se houver recursos, grave a leitura dos estudantes e, depois, reproduza a gravação em sala de aula. Assim, eles poderão perceber a relação entre o texto e a oralidade típica do gênero.

Conto popular e cordel

A seguir, você vai ler trechos de um cordel que narra a história de um personagem chamado Pedro Cem e descobrir por que ele tinha esse nome. O texto foi escrito pelo paraibano Leandro Gomes de Barros, considerado o pioneiro da literatura de cordel no Brasil.

1. b) Um homem muito rico, mas que não ajudava ninguém. Era muito orgulhoso e indelicado com as pessoas a sua volta.

A vida de Pedro Cem

Vou narrar agora um fato Que há cinco séculos se deu De um grande capitalista

Do continente europeu Fortuna como aquela

Ainda não apareceu

Pedro Cem era o mais rico

Que nasceu em Portugal

Sua fama enchia o mundo Seu nome andava em geral Não casou-se com rainha Por não ter sangue real

Em prédios, dinheiro e bens Era o mais rico que havia Nunca deveu a ninguém Todo mundo lhe devia Balanço em sua fortuna

Querendo dar não podia

Em cada rua ele tinha

Cem casas para alugar

Tinha cem botes no porto

E cem navios no mar

Cem lanchas e cem barcaças Tudo isso a navegar

Tinha cem fábricas de vinho E cem alfaiatarias Cem depósitos de fazenda Cem moinhos, cem padarias E tinha dentro do mar Cem currais de pescaria

O cordel é um poema popular cuja finalidade é informar e entreter o leitor. Os textos são organizados em estrofes e apresentados em versos ricos em ritmo e rima. Tradicionalmente, os poemas são impressos em folhetos e vendidos em feiras populares.

Em cada país do mundo Possuía cem sobrados Em cada banco ele tinha Cem contos depositados Ocupavam mensalmente Dezesseis mil empregados

Diz a história onde li O todo desse passado Que Pedro Cem nunca deu Uma esmola a um desgraçado Não olhava para um pobre Nem falava com criado

Uma noite ele sonhou Que um rapaz lhe avisava Que aquele orgulho dele Era quem o castigava Aquela grande fortuna Assim como veio, voltava

Ele acordou agitado Pelo sonho que tinha tido, Que rapaz seria aquele Que lhe tinha aparecido?

Depois pensou: – Ora, sonho É ilusão do sentido!

BARROS, Leandro Gomes de. A vida de Pedro Cem. Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Rio de Janeiro, jan. 2000. Disponível em: www.ablc.com.br/a-vida-de-pedro-cem/. Acesso em: 2 mar. 2022.

1. Pelo texto, pode-se identificar a origem do apelido do protagonista da história.

a) Explique o apelido de Pedro Cem, indicando um trecho que comprova sua resposta.

b) Que perfil pode-se fazer do personagem?

1. a) Ao contar sobre a fortuna do personagem, o

narrador dá pistas do apelido: Pedro Cem. Possibilidades de resposta: “Em cada rua ele tinha / Cem casas para alugar / Tinha cem botes no porto / E cem navios no mar / Cem lanchas e cem barcaças / Tudo isso a navegar”.

REALIZAÇÃO

1. A atividade desenvolve a compreensão do texto, com base na identificação do perfil do personagem principal do cordel. Ajude os estudantes nessa atividade, de modo que eles reconheçam o perfil de um homem ao mesmo tempo muito rico e esnobe.

2. É recomendável retomar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o conceito de verso e sobre características de textos poéticos. Pode ser adequado aproveitar essa ocasião para explorar a relevância da versificação e das rimas no cordel. Comente que, além de dar musicalidade, a repetição de sons parecidos nos versos e nas estrofes ajuda os cordelistas a memorizar seus textos para recitá-los em público.

TEXTOS
DIÁLOGO
EM
[...]
LUCIANO TASSO
110 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 110 11/06/22 09:16 110

3. Uma época em que pessoas muito ricas como Pedro geralmente pertenciam à nobreza (“Não casou-se com rainha / Por não ter sangue real”) e a navegação era um meio de transporte muito usado (“Tinha cem botes no porto / E cem navios no mar”).

2. A literatura de cordel é constituída de textos narrativos escritos em versos. Dessa forma, as histórias apresentam tanto características de textos poéticos quanto elementos narrativos. O cordel que você leu tem foco narrativo na 1a ou na 3a pessoa? Justifique.

3. A primeira estrofe do cordel informa que a história narrada se passou há muito tempo. Como esse período é caracterizado no cordel? Justifique sua resposta com elementos do texto.

4. No final do trecho lido, anuncia-se uma complicação na vida do personagem.

a) O que acontece?

b) De que forma esse acontecimento afeta o personagem?

O foco narrativo está na 3a pessoa, pois o narrador não participa da história como um dos personagens. Pedro Cem tem um sonho em que um rapaz lhe diz que ele perderia a fortuna. Inicialmente fica nervoso e angustiado, mas em seguida zomba do sonho e não faz nada.

5. Na continuação do cordel, o sonho de Pedro Cem se concretiza e o personagem perde sua fortuna. Leia mais duas estrofes do poema.

6. a) No conto popular, o desfecho é positivo

para o protagonista, pois o camponês, que era muito pobre, ficou rico por ter ajudado o rei sem saber. Já no cordel, o final é negativo para o protagonista, uma vez que Pedro Cem perde toda a sua fortuna.

– Lá se foi minha fortuna!

(exclamava Pedro Cem)

Ontem fui milionário

Hoje não tenho um vintém

Só mesmo na campa fria

Eu hoje estaria bem!

Eu tive tanta fortuna, Não socorri a ninguém, E todos que me pediram Eu nunca dei um vintém, Hoje eu preciso pedir, Não há quem me dê também!

6. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois um foi castigado com a perda da fortuna por causa da sua avareza e egoísmo em ajudar ao próximo, enquanto o outro foi premiado por sua bondade e desprendimento, tornando-se uma espécie de conselheiro do rei.

BARROS, Leandro Gomes de. A vida de Pedro Cem. Academia Brasileira de Literatura de Cordel Rio de Janeiro, jan. 2000. Disponível em: www.ablc.com.br/a-vida-de-pedro-cem/. Acesso em: 2 mar. 2022.

• Observe novamente a capa do cordel. De que modo ela se relaciona a esses trechos do poema?

6. Compare o desfecho do cordel ao do conto popular “Os dois reis de Gondar”.

a) Em qual dos textos o final é positivo para o protagonista? E em qual deles o final é negativo? Explique o que ocorre em cada um deles.

b) Em sua opinião, os desfechos de cada personagem foram justos? Justifique sua resposta.

A cena retratada na capa refere-se a esses trechos

do texto, momento da história em que o personagem perde sua fortuna e fica na miséria.

7. Tanto o cordel que você leu quanto o conto popular são textos narrativos originados da tradição oral. No caderno, escreva o que se observa nesses textos quanto à:

a) composição.

b) finalidade.

7. a) Embora ambos apresentem os elementos de uma narrativa, o conto é escrito em prosa, com parágrafos, e o cordel, em versos.

D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd

3. A atividade pode ser aprofundada com o apoio do professor de História, a fim de explorar aspectos do modo de vida no período das Grandes Navegações.

4. A atividade tem como foco o reconhecimento de um conflito no enredo. Assim, pode-se aproveitar o momento para trabalhar com os estudantes o reconhecimento da situação inicial – que é o cerne do trecho do cordel que eles leram. Se necessário, leia para eles

a continuação do texto, que está no link http://www.ablc.com.br/a-vida-de-pedro-cem (acesso em: 20 maio 2022). Nessa continuação, é possível identificar o clímax e o desfecho do cordel.

5. A atividade apresenta outro trecho do texto, que compõe o desfecho. Se considerar produtivo, pode-se realizar uma conversa sobre ética com os estudantes, valorizando com eles as noções de solidariedade e

de respeito para uma boa convivência em sociedade. Pergunte-lhes: Vocês acham que Pedro Cem era uma pessoa solidária? Que ações do personagem mostram que ele estava sendo mesquinho e egoísta? Quais são as lições que podem ser aprendidas com esse texto?

6. A discussão da atividade anterior apoia a resolução dessa atividade, em que se pode debater a visão de mundo e a lição de vida explicitadas pelo cordel.

7. Se necessário, ex plore outros aspectos do cordel e do conto popular, para além da composição e da finalidade, como os elementos relativos ao estilo e ao suporte. Enfatize especialmente a semelhança entre os gêneros, considerando-os como manifestações populares, de origem oral, de uma sociedade. Se for possível, pergunte aos estudantes que outras manifestações culturais fazem parte do cotidiano deles, como parlendas, cantigas etc., e leve-os a refletir sobre a importância de conhecê-las para preservar a memória e a história dos povos.

BRANDÃO, Helena Nagamine (coord.). Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel, discurso político, divulgação científica. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2012. (Aprender e ensinar com textos, v. 5).

Esse livro, voltado para o professor, apresenta análises apuradas de contos populares, mitos indígenas, romances de cordel e propõe um trabalho de interpretação desses gêneros, considerando os diferentes estilos e intencionalidades textuais.

PARA LER Capa do cordel A vida de Pedro Cem, de Leandro Gomes de Barros. LUCIANO TASSO
[...]
[...]
[...]
ACADEMIA BRASILEIRA DE LITERATURA DE CORDEL 7. b) Tanto o cordel quando o conto popular têm como finalidade preservar costumes e valores de um povo, além de entreter o leitor.
111
111 09/06/22 10:43 111

PROPOSIÇÕES

Ao abordar os conteúdos gramaticais de Por dentro da língua, que têm foco nos aspectos morfossintáticos de artigos, numerais e pronomes como determinantes do substantivo, recupere os conhecimentos que os estudantes já têm sobre essas classes de palavras – comumente apresentadas a eles nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Recomenda-se perguntar-lhes o que sabem sobre essas categorias e escrever na lousa as respostas, como hipóteses iniciais. Não é necessário corrigi-las, mas aproveite a ocasião como uma oportunidade de avaliação diagnóstica.

Se possível, reserve um momento para ler oralmente textos variados – seja retomando a leitura do Capítulo 1 ou apresentando novos textos. Instigue os estudantes a refletir sobre as palavras e suas relações: destaque, em algumas passagens do texto escolhido, nomes e seus determinantes. Se julgar conveniente, organize-os em duplas para a realização da atividade, de modo que cada dupla possa selecionar um parágrafo diferente do texto para identificar nele os substantivos e os determinantes que se relacionam com cada um deles.

REALIZAÇÃO

1. a) Promova uma leitura do trecho do texto, orientando os estudantes a indicar os substantivos e observar por quais palavras eles são antecedidos – é possível que eles notem que as palavras em destaque no trecho (numerais e artigos) são todas seguidas por substantivos.

1. b) Espera-se que retomem as relações de concordância nominal (relações entre os substantivos e seus determinantes).

Determinantes do substantivo: artigo, numeral e pronome

Os substantivos e adjetivos são classes de palavras muito importantes para a construção dos textos. Além dos adjetivos, outras classes de palavras também atuam junto ao substantivo.

Artigo

1. b) Porque os substantivos aos quais estão relacionadas são de diferentes gêneros (masculino: dia, camponês, ossos, caçador; feminino: pele) e números (singular: dia, camponês, caçador, pele; plural: ossos).

1. Releia o trecho que inicia o conto “Os dois reis de Gondar”.

Era um dia como os de outrora... e um pobre camponês, tão pobre que tinha apenas a pele sobre os ossos e três galinhas que ciscavam alguns grãos de teff que encontravam pela terra poeirenta, estava sentado na entrada da sua velha cabana como todo fim de tarde. De repente, viu chegar um caçador montado a cavalo. O caçador se aproximou, desmontou, cumprimentou-o e disse: [...]

1. a) Aos substantivos dia, camponês, pele, ossos, caçador, caçador

a) A que substantivos as palavras em destaque no trecho estão relacionadas?

b) As palavras em destaque variam em gênero e número. Por que isso ocorre?

2. No caderno, transcreva a(s) alternativa(s) que corresponde(m) aos sentidos que as palavras em destaque expressam aos substantivos.

A. Todas passam uma ideia de indefinição.

B. Todas definem claramente o substantivo ao qual se referem.

C. As palavras a e os definem, com clareza, os substantivos aos quais se referem.

D. A palavra um ex pressa uma ideia de indefinição aos substantivos dia, camponês e caçador

Alternativas C e D.

As palavras analisadas são chamadas de artigo. Essas palavras funcionam como modificadores do substantivo, pois podem determiná-los, particularizando-os, ou indeterminá-los, generalizando-os.

Os artigos podem ser definidos e indefinidos

• Artigo definido: determina o substantivo de modo particular, específico. São as palavras o, a, os, as Veja o exemplo.

[…] tão pobre que tinha apenas a pele sobre os ossos [...].

2. Espera-se que os estudantes analisem o efeito de determinação e indeterminação causado pelo uso dos artigos definidos e indefinidos em relação aos substantivos. O que torna as alternativas A e B equivocadas é a generalização do uso da palavra todas

D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 112

PROPOSIÇÕES

Após a exploração das atividades iniciais, o trabalho com as categorias dos artigos pode ser ampliado com exemplos. Proponha aos estudantes que selecionem trechos de textos lidos e identifiquem o sentido dos artigos.

Espera-se que os estudantes identifiquem a classe gramatical artigo e sua

POR DENTRO DA LÍNGUA
112
11/06/22 09:17
112

Geralmente, o artigo definido é usado quando o substantivo que ele acompanha já foi citado anteriormente no contexto. Observe o exemplo a seguir.

De repente viu chegar um caçador montado a cavalo. O caçador se aproximou, desmontou, cumprimentou-o e disse: […]

No trecho, foi usado o artigo definido o na segunda ocorrência do substantivo caçador porque ele já havia sido citado anteriormente.

• Artigo indefinido: refere-se ao substantivo de maneira indeterminada. São as palavras um, uma, uns, umas Geralmente, o artigo indefinido é usado quando o substantivo que ele acompanha aparece pela primeira vez no contexto, ou seja, é uma informação nova. Veja este exemplo.

Era um dia como os de outrora... e um pobre camponês, tão pobre que […].

Além da ideia de indefinição (não se especifica o dia nem o camponês), os substantivos dia e camponês aparecem pela primeira vez no texto lido.

Numeral

Outra classe de palavras que funciona como determinante dos substantivos é o numeral

Numeral é a palavra que dá ideia de quantidade ou de ordem. Expressa um número exato de seres e objetos ou a posição que eles ocupam em determinada ordem ou sequência.

Releia este trecho do conto.

[...] três galinhas que ciscavam alguns grãos de teff que encontravam pela terra poeirenta [...].

No exemplo, a palavra três é numeral porque indica a quantidade de galinhas do camponês. Os numerais podem ser:

• Cardinais: indicam o número ou a quantidade exata de seres.

Exemplos: três, vinte, duzentos.

• Ordinais: indicam a posição que alguém ou algo ocupa em determinada sequência.

Exemplos: segundo, terceiro, décimo quarto, quadragésimo.

• Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada.

Exemplos: dobro, triplo, quíntuplo.

• Fracionários: indicam uma parte de um todo.

Exemplos: quinto, terço, meio.

D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd

importância na construção de sentidos no texto, ao especificar ou generalizar os substantivos a que se refere.

Ressalte que o artigo está, geralmente, associado ao substantivo e que, se for vinculado a palavras de qualquer outra classe, pode provocar a substantivação dos termos. Se considerar produtivo, apresente os ditados populares a seguir (que são somente sugestões e podem ser ampliadas conforme a

necessidade da turma) e incentive os estudantes a identificarem as palavras substantivadas (por exemplo, reconhecendo a função do artigo nesse processo). Não há necessidade de conceituar as classes de palavras, pois há algumas que serão sistematizadas mais adiante na coleção (como verbos e advérbios).

• Quem ama o feio, bonito lhe parece. (Substantivação de adjetivo.)

• Há males que vêm para o bem. (Substantivação de advérbio.) Ao trabalhar o conceito de numeral, explore o papel dessa classe de palavras na construção de sentidos no texto, com base na observação e na análise linguística do texto do Capítulo 1 Se preferir, pode-se oferecer outros textos, de diversos gêneros textuais (tanto do campo artístico-literário, como dos campos jornalístico-midiático, de atuação na vida pública e das práticas de estudo e pesquisa) para que os estudantes reconheçam e analisem as diversas representações de quantidades numéricas, por meio de numerais ou de algarismos. Comente o uso que fazemos do numeral cotidianamente para indicar os dias do mês e as horas do dia. Se considerar necessário, a abordagem dos numerais multiplicativos e fracionários pode ser feita com o apoio do professor de Matemática, a fim de que se possa sistematizar a relação dos numerais com base em conhecimentos matemáticos. Pergunte-lhes se, além dos algarismos, símbolos próprios da linguagem matemática, há numerais escritos por extenso nos textos selecionados. Os usos dos numerais cardinais e ordinais podem ser analisados com base em textos do dia a dia (nas referências de datas, por exemplo, os numerais cardinais são usados em todos os casos, exceto no primeiro dia do mês, quando o uso do ordinal é o mais costumeiro). Trabalhe as classificações dos numerais com a turma e, se necessário, apresente mais exemplos. Para ampliar essa reflexão, solicite aos estudantes que pensem nos usos dos numerais em outros componentes curriculares, como História e Geografia, principalmente nos mapas, gráficos e infográficos.

113
113 07/06/22 10:23 113

PROPOSIÇÕES

Esta parte da seção tem como objetivo prosseguir na exploração das classes de palavras modificadoras e determinantes do substantivo, concentrando-se no pronome e retomando alguns usos de artigo e numeral. O foco está na compreensão dos efeitos de sentido produzidos pelo uso dessas palavras em textos. É fundamental que os estudantes percebam que essas classes de palavras têm um importante papel na coesão textual. Explique a eles, por exemplo, que artigos, numerais e pronomes podem ser usados para retomar palavras, expressões e frases mencionadas anteriormente em um texto.

REALIZAÇÃO

Ao abordar os pronomes com os estudantes, pode ser interessante comentar que essa é uma classe de palavras com diversas categorias, que serão apresentadas e retomadas em momentos diferentes. Nesse momento, o enfoque se destina ao trabalho com pronomes possessivos, pronomes indefinidos e pronomes demonstrativos. Enfatize a relação dos pronomes com os substantivos, a partir da análise do nome atribuído a cada conjunto de pronomes. Ao tratar dos pronomes possessivos com a turma, se necessário, retome os pronomes pessoais do caso reto, estudados nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Se for possível, proponha aos estudantes a leitura dos textos expositivos desta seção e, em seguida, solicite que troquem ideias com os colegas sobre essas categorias, sobre as situações em que os pronomes são usados, entre outras questões que considerar importantes. Faça as intervenções que julgar

Pronome

Alguns tipos de pronome também podem exercer a função de determinante do substantivo. Pronome é a palavra que substitui ou acompanha um substantivo. Pode apresentar variação de gênero e número e exercer diferentes funções no texto.

Leia este trecho retirado do conto.

[...] estava sentado na entrada da sua velha cabana como todo fim de tarde.

Nesse exemplo, o pronome sua determina a ideia de posse, indicando de quem é a cabana; o pronome todo refere-se, de forma imprecisa, ao substantivo fim. Observe que eles concordam com os substantivos em gênero e número.

Os pronomes recebem diversas classificações.

• Pronome possessivo: usado para indicar posse de algo por parte das pessoas do discurso. Veja o exemplo.

[...] Poderia montar no cavalo, na minha garupa.

Veja o quadro de pronomes possessivos e sua relação com os pronomes pessoais retos.

Pronomes possessivos Pronomes pessoais do caso reto meu, minha, meus, minhas eu (1a pessoa do singular) teu, tua, teus, tuas tu (2a pessoa do singular) seu, sua, seus, suas ele/ela (3a pessoa do singular) nosso, nossa, nossos, nossas nós (1a pessoa do plural) vosso, vossa, vossos, vossas vós (2a pessoa do plural) seu, sua, seus, suas eles/elas (3a pessoa do plural)

Observe que os pronomes possessivos relacionados à 3a pessoa são os mesmos no singular e no plural.

• Pronome indefinido: refere-se de modo vago e impreciso à 3a pessoa do discurso, isto é, ele/ela ou eles/elas ou ao substantivo a que se refere. Podem ser variáveis (variam em gênero e número) ou invariáveis. Exemplos:

[...] três galinhas que ciscavam alguns grãos de teff que encontravam pela terra poeirenta [...].

Todos estavam sem chapéu, exceto o caçador e o camponês [...]

No primeiro exemplo, o pronome alguns indica uma quantidade imprecisa de grãos. No segundo exemplo, o pronome todos substitui, sem identificar, quem estava sem chapéu. Veja o quadro com alguns pronomes indefinidos.

necessárias. Se desejar, organize-os em pequenos grupos, em que cada grupo seja responsável pelo estudo de uma classe de palavras: artigo, pronome e numeral. Ainda que o estudo da metalinguagem seja importante para a compreensão das estruturas que sistematizam a língua, o mais relevante para os estudantes é que observem em contexto as funções dos artigos, pronomes e numerais, compreendendo seu uso nos textos.

114 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 114 07/06/22 10:23 114

Pronomes indefinidos

Invariáveis Variáveis

algo algum(ns), alguma(s), qual(is) alguém certo(s), certa(s), qualquer (quaisquer) ninguém diverso(s), diversa(s), quanto(s), quanta(s) cada muito(s), muita(s), todo(s), toda(s) pouco(s), pouca(s) tudo nenhum(ns), nenhuma(s) nada outro(s), outra(s), vários(as)

• Pronome demonstrativo: é usado para indicar a posição dos seres no espaço em relação às pessoas do discurso.

Veja este exemplo.

— Acho que vou me perder de novo. Não conheço esta região... [...] No exemplo, o pronome esta indica que o personagem está na região a que se refere em sua fala.

O quadro a seguir relaciona os pronomes demonstrativos às pessoas do discurso.

Pronomes demonstrativos Pessoas do discurso Usos

este, estes, esta, estas, isto 1a pessoa perto do falante esse, esses, essa, essas, isso 2a pessoa perto do ouvinte aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo 3a pessoa longe do falante e do ouvinte

Por estarem sempre ligados ao nome – o substantivo –, os artigos, os numerais, os adjetivos e os pronomes possessivos, demonstrativos e indefinidos funcionam como determinantes do nome. Dessa maneira, concordam em gênero e número com o substantivo ao qual se referem.

Artigo: alguns usos

• Antes de nomes próprios não se deve usar artigos. Mas, em algumas regiões e no cotidiano, principalmente para se referir a pessoas do círculo familiar e íntimo, é comum o uso de artigos antes de nomes próprios.

• Os artigos também possibilitam indicar o gênero e o número de determinados substantivos. Exemplos: um /uma estudante; um /uma líder

• Os artigos podem transformar palavras de qualquer classe gramatical em substantivo. Exemplo: Não aceito um não como resposta!

No exemplo, a palavra não, que pertence a outra classe de palavras, é substantivada pelo uso do artigo indefinido um

PROPOSIÇÕES

O estudo de alguns usos de artigos, numerais e pronomes, que se inicia aqui e continua mais adiante no módulo, abre espaço para que os estudantes explorem e analisem conhecimentos gramaticais que, em alguns casos, podem fugir à norma-padrão, mas que fazem parte dos usos cotidianos da língua em suas variedades. Para cada um dos usos apresentados, pode-se orientar os estudantes que conversem sobre eles, observando se os reconhecem em seus próprios usos linguísticos.

REALIZAÇÃO

Ao propor o estudo dos usos dos artigos, é possível, por exemplo, propor que os estudantes elaborem frases curtas ligadas à temática do módulo e observem nelas a função dos artigos e os efeitos de sentido que produzem. Proponha, também, que tentem suprimir dessas frases os artigos originalmente presentes e verifiquem se e como o sentido se altera, bem como casos em que o uso do artigo pode ser considerado opcional.

115
115 07/06/22 10:23
D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd
115

REALIZAÇÃO

Na abordagem dos usos dos numerais, uma possibilidade é investigar os sentidos deles em expressões da língua portuguesa. Oriente os estudantes a pesquisar exemplos de frases e expressões em que os numerais são empregados com sentido diverso de quantidade ou ordenação, como em: “Você é dez!”, “Só tive dois dedos de prosa com ela.”, “Combinei de fazer a lição, agora estudar são outros quinhentos!”, “Quando um não quer, dois não brigam.”.

Na abordagem dos pronomes, uma possibilidade é propor aos estudantes que simulem situações de comunicação que evidenciem o uso dos pronomes demonstrativos em contexto – considerando as relações de proximidade ou a distância física entre o falante e o ouvinte. Para isso, organize-os em pequenos grupos para que elaborem situações comunicativas em que essa categoria gramatical seja utilizada para depois apresentá-las.

PROPOSIÇÕES

Pode-se aproveitar o início de Atividades para avaliar o que os estudantes apreenderam sobre os modificadores e determinantes do substantivo, com foco nos conhecimentos sobre artigos, numerais, pronomes e adjetivos (estudados anteriormente neste volume).

Além disso, pode ser produtivo desenvolver, antes da realização das atividades, um trabalho de leitura de textos de variados gêneros, a fim de que os estudantes possam não apenas desenvolver a fluência em leitura como também tomar contato com os usos das classes gramaticais em textos de circulação real.

Numeral: alguns usos

• É comum o uso do numeral no diminutivo ou no aumentativo para traduzir afetividade ou informalidade.

Exemplos:

Ele é sempre o primeirão a falar nas reuniões. Pai, me empresta cinquentinha para eu ir ao cinema!

• O uso de expressões contendo numerais pode, no sentido figurado, dar a ideia de exagero, ironia, elogio, sentido pejorativo etc.

Exemplos:

Eu já disse mil vezes que é preciso conservar a natureza. (exagero) Essa mercadoria é de primeira! Aquela lá é de segunda. (elogio/sentido pejorativo)

• O numeral cardinal pode, às vezes, indicar uma quantidade indeterminada.

Exemplos:

Contou tudo o que aconteceu em duas palavras. (em poucas palavras) Ele fez mil perguntas sobre a Etiópia. (muitas perguntas)

Pronome: alguns usos

• Os pronomes demonstrativos servem também para indicar, no tempo, proximidade ou distanciamento dos fatos mencionados.

Exemplos:

Hoje é domingo, por isso desejo aproveitar este dia. Na semana passada, fui ao jogo; esse dia foi inesquecível. Naquele tempo havia pouco engarrafamento nas ruas.

• Os pronomes possessivos podem ser empregados em outros sentidos que não o de posse.

Exemplos: Meu caro amigo, não faça bobagem. (afeto) Minha senhora, permita-me ajudá-la. (respeito)

ATIVIDADES

Após ouro e prata, Rebeca Andrade fecha participação com 5o lugar no solo: “Estou muito feliz”

Ouro no salto e prata no individual geral, Rebeca Andrade agradeceu apoio de torcedores após repetir seu Baile da Favela Plinio Teodoro – Rede Brasil Atual / 2 de agosto de 2021 às 08:33

Primeira mulher brasileira a ganhar duas medalhas em uma mesma Olimpíada, Rebeca Andrade fechou sua participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio na manhã desta segunda-feira (2) em 5o lugar no solo da ginástica ao som de Baile de Favela.

REALIZAÇÃO

Atividades

1. Ao promover a leitura, pergunte aos estudantes qual é o fato principal da notícia, onde e quando ele ocorreu e quem participou desse fato.

1. a) Leve os estudantes a refletir sobre a relevância da notícia, considerando o ineditismo da situação.

1. b) Espera-se que eles compreendam, em perspectiva e com base no contexto em que a notícia foi publicada, a importância do fato relatado. É possível que os estudantes deem outras respostas; incentive-os a apresentar justificativas adequadas. Ao longo da conversa sobre a relevância da notícia, é recomendável valorizar o feito da ginasta e a representatividade que ela promove na

1. Os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, no Japão, revelaram a força e a perseverança de uma jovem atleta brasileira. Leia a notícia a seguir.
116 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 116 07/06/22 10:23 116

Olimpíadas: o Brasil das Rebecas para retomar a esperança

Depois de ganhar a prata no individual geral e o ouro no salto, Rebeca, de 22 anos, voltou a levantar o Centro de Ginástica Ariake, mas a tão desejada terceira medalha não veio. Mesmo assim, em vídeo nas redes sociais, a ginasta de Guarulhos, atleta do Flamengo, se mostrou muito feliz com sua performance histórica em Tóquio.

“Fala, galera, competição finalizada. Eu estou muito grata, muito feliz. Obrigado a todos que torceram por mim”, disse Rebeca em vídeo [...].

Rebeca Andrade agora é a primeira brasileira a conquistar uma medalha na ginástica artística dos Jogos Olímpicos – Lionel Bonaventure/AFP.

TEODORO, Plinio. Após ouro e prata, Rebeca Andrade fecha participação com 5o lugar no solo: “Estou muito feliz”. Brasil de Fato, São Paulo, 2 ago. 2021. Disponível em: www.brasildefato.com.br/2021/08/02/apos-ouro-eprata-rebeca-andrade-fecha-participacao-com-5-lugar-no-solo-estou-muito-feliz. Acesso em: 3 mar. 2022.

1. a) Porque Rebeca Andrade é a primeira ginasta brasileira a ganhar duas medalhas em uma mesma Olimpíada.

a) Por que o fato noticiado ganhou tamanha notoriedade?

3. c) Espera-se que os estudantes compreendam as relações de concordância entre os substantivos e os numerais.

4. A atividade propõe uma análise sobre a relação dos pronomes com substantivos e adjetivos. Se considerar necessário, explore a alternativa C para que os estudantes compreendam sua inadequação: espera-se que notem que o adjetivo histórica também modifica o substantivo performance, ao qual o pronome sua se liga e com o qual concorda.

b) Qual é a importância de se divulgar fatos como esse?

1. b) Além de destacar a força e a perseverança da atleta e da mulher brasileira, despertar o Remeter o leitor a um outro conteúdo que poderá ampliar a notícia, trazer um comentário, uma crítica ou uma opinião.

2. No corpo da notícia há um hiperlink. Qual a função dele no texto?

3. Releia o primeiro parágrafo da notícia.

3. a) Primeira (mulher); duas (medalhas); quinto (lugar).

a) Identifique os numerais empregados e os substantivos a que se referem.

b) Qual é a função desses numerais no parágrafo?

c) O que se observa em relação à concordância dos numerais?

Eles concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem.

4. No caderno, transcreva a alternativa que não corresponde ao pronome em destaque no trecho a seguir.

Alternativa C

3. b) Os numerais indicam a posição em que Rebeca se encontra com o seu desempenho e a quantidade de medalhas que ganhou.

[...] a ginasta de Guarulhos, atleta do Flamengo, se mostrou muito feliz com sua performance histórica em Tóquio.

A. O pronome está relacionado ao substantivo performance, por isso encontra-se no feminino singular.

B. O pronome está indicando uma ideia de posse em relação ao substantivo.

C. O pronome sua, apesar de estar ligado ao substantivo, refere-se ao adjetivo histórica, daí encontrar-se no feminino singular.

D. A palavra em destaque no trecho é um pronome possessivo.

5. Em sua fala no final da notícia, Rebeca usa o pronome indefinido todos. Por que ela empregou esse pronome?

Porque ela não poderia citar o nome de todas as pessoas a quem ela

interesse de outros jovens para os esportes, mostrando que é possível se destacarem nos esportes que escolherem. gostaria de agradecer ou deseja deixar indefinido, vago, para não esquecer de ninguém. 117

sociedade, incentivando o protagonismo feminino no esporte.

2. Espera-se que os estudantes compreendam o funcionamento dos hiperlinks e seu uso nos textos jornalísticos. Caso seja possível, demonstre, na prática, com um notebook ou aparelho celular, a abertura do hiperlink inserido na notícia. Nesse caso, recomenda-se digitar o título do texto em um buscador ou acessar a referência do site, indicada na

fonte do texto, e navegar nele para encontrar o hiperlink em estudo.

3., 4., 5. e 6. Essas atividades aprofundam o trabalho com os modificadores e determinantes do substantivo.

3. b) Espera-se que os estudantes compreendam a função dos numerais como determinantes dos substantivos, reconhecendo também seus elementos de referência.

5. Espera-se que os estudantes compreendam o sentido do uso do pronome indefinido (todos), com base no contexto em que foi utilizado. Se considerar produtivo, solicite a eles que digam outras palavras e expressões que poderiam ser utilizadas nesse mesmo contexto, sem alterar o sentido da frase. Respostas possíveis: todo mundo, todas as pessoas, pessoas, brasileiros, torcedores , público, entre outras. Leve-os a notar que o pronome pode ser substituído por outros pronomes ou substantivos. Aborde com a turma os efeitos de sentido produzidos em cada palavra ou expressão, de maneira que os estudantes notem que todas as substituições lexicais produzem novas referências.

LIONEL BONAVENTURE/AFP
117
D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 117 07/06/22 10:23

Atividades

6. Espera-se que os estudantes reconheçam como as categorias dos artigos podem determinar ou indeterminar um substantivo. É recomendável explorar as inadequações de cada alternativa com os estudantes. Na alternativa A, nenhuma das palavras é numeral; na alternativa B, somente a palavra a é artigo definido; na alternativa C , a palavra uma não é numeral.

7., 8. e 9. Para essas atividades, recomenda-se realizar a leitura da tirinha e, caso seja necessário, apresentar a personagem Mafalda aos estudantes. Se considerar produtivo, antes da leitura da tirinha, peça a eles que observem os balões e as expressões dos personagens em cada quadrinho. Em seguida, peça-lhes que identifiquem e localizem todos os pronomes que aparecem nas falas dos personagens. Chame a atenção para os pronomes indefinidos, elementos essenciais para a interpretação do sentido bem-humorado da tirinha.

7. a) Espera-se que os estudantes infiram a compreensão equivocada de João Ninguém, feita por Manolito na tirinha.

7. b) Espera-se que eles deduzam que a grafia dos substantivos ( João Ninguém e joão-ninguém) produz efeitos de sentido distintos.

8. É esperado que os estudantes compreendam o efeito de humor produzido pela compreensão equivocada dos termos. Oriente-os a reler o último quadrinho, a fim de que possam inferir a resposta incorreta que Manolito pode ter colocado na prova de História.

118

7. b) Não. No segundo quadrinho, joão-ninguém é um substantivo comum, pois é um nome usado para referir-se a pessoas que não têm nada que as identifique, que as caracterize.

6. Releia a legenda da fotografia que acompanha a notícia e, no caderno, transcreva a alternativa correta em relação aos termos em destaque. Alternativa D

Rebeca Andrade agora é a primeira brasileira a conquistar uma medalha na ginástica artística dos Jogos Olímpicos

A. As palavras a e uma são numerais, determinantes dos nomes brasileira e medalha

B. As palavras a e uma são artigos definidos.

C. A palavra a é artigo e a palavra uma é numeral.

D. A palavra a é artigo definido e a palavra uma é artigo indefinido.

7. Na tirinha a seguir, Mafalda e o colega Manolito estão na saída da escola. Leia-a.

QUINO. [Ei, Mafalda, quem foi João Ninguém?] Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

7. a) Algum personagem histórico que tivesse feito algo importante, um homem ilustre etc.

a) No primeiro quadrinho, quem Manolito imaginava que era João Ninguém?

b) A forma como João Ninguém foi escrito no primeiro quadrinho indica que ele é um substantivo próprio. No segundo quadrinho, o termo também pode ser classificado assim?

8. A tirinha faz um jogo com os sentidos dos nomes João Ninguém e joão-ninguém Que efeito de sentido o emprego deles produz na tirinha?

Produz humor, pois os dois nomes, embora parecidos, têm significados diferentes.

9. O pronome ninguém foi empregado tanto em João Ninguém quanto em joãoninguém .

9. a) Espera-se que os estudantes infiram que, nesse caso, o pronome ninguém está sendo usado para especificar o substantivo João, ou seja, complementando

a) Pode-se dizer que, em João Ninguém, o pronome adquire o sentido de indefinição?

esse nome como um sobrenome.

b) E na expressão joão-ninguém, o sentido é o mesmo?

Não. Nessa expressão, o pronome ninguém reforça a ideia de imprecisão, indefinição atribuída à expressão.

10. No cotidiano, é comum o uso de expressões com numerais que apresentam sentidos diversos. Leia os exemplos a seguir.

Aqueles meninos pintaram o sete no domingo. A professora precisa corrigir os exercícios até a próxima aula. Ela está a mil! O desenvolvimento sustentável não é um bicho de sete cabeças Com você é oito ou oitenta

• Junte-se a um colega e, cada um em seu caderno, expliquem o sentido das expressões em destaque. Depois, escrevam três expressões com numerais que vocês conheçam e expliquem o sentido de cada uma aos colegas.

9. a) Espera-se que os estudantes infiram que, nesse caso, o pronome ninguém está sendo usado para especificar o substantivo João, ou seja, está complementando esse nome como um sobrenome.

118

9. b) Espera-se que eles compreendam a imprecisão atribuída pelo pronome ninguém ao substantivo joão

10. Espera-se que os estudantes infiram o sentido das expressões em destaque, explicando-as

MAFALDA/FOTOARENA
©
JOAQUÍN SALVADOR
LAVADO (QUINO) TODA
118 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd
Sentido das expressões em destaque: pintar o sete: fazer bagunça; estar mil: muito ocupada, agitada, apressada; bicho de sete cabeças: algo complicado, difícil de fazer; oito ou oitenta: tudo ou nada. As outras respostas são pessoais. 08/07/22 17:18
REALIZAÇÃO
adequadamente. Se julgar necessário, é possível ampliar essa atividade com outras expressões em que os numerais são usados com sentidos distintos do previsto pela classe de palavras. Outros exemplos: dois dedos de prosa, de quinta categoria, os quatro cantos do mundo, trocar seis por meia dúzia

E ESCRITA LINGUAGEM SENTIDOS E

Variação geográfica ou regional

O conto popular “Os dois reis de Gondar” é originário da Etiópia e no texto aparecem algumas referências a esse país africano.

1. Releia o trecho a seguir.

Era um dia como os de outrora... e um pobre camponês, tão pobre que tinha apenas a pele sobre os ossos e três galinhas que ciscavam alguns grãos de teff que encontravam pela terra poeirenta [...].

a) Teff é o nome de um cereal cultivado na Etiópia. Por que a grafia original dessa palavra foi mantida mesmo na tradução do conto para a língua portuguesa?

b) Se esse conto fosse originário do Brasil, qual poderia ser a referência ao alimento das galinhas?

c) No título do texto, também há uma palavra que estabelece ligação com o local de origem do conto. Identifique-a e explique essa relação.

As referências que você identificou no conto ajudam a relacionar o texto ao seu lugar de origem. Isso é muito comum em textos orais e escritos, já que a língua pode mudar dependendo do local onde é utilizada.

No Brasil, por exemplo, apesar de a língua portuguesa ser a oficial, o jeito de falar (o sotaque, a pronúncia de determinados fonemas) e o uso de certas expressões varia entre as regiões, em diferentes áreas de um mesmo estado e até de uma mesma cidade. Esse tipo de variação é chamado de variação geográfica ou variação regional e contribui para a formação de identidades.

A variação geográfica ou regional refere-se à maneira de falar de uma região e ao vocabulário específico utilizado por pessoas de um determinado local.

Expressões próprias de uma região, muitas vezes, não existem ou adquirem sentidos completamente diferentes em outras. Veja alguns exemplos de expressões regionais e seus significados:

• caçar barulho: procurar confusão, procurar encrenca (Maranhão)

• ganhar chão: fugir (Piauí)

• ficar na rabeira: ficar para trás, ser o último colocado (São Paulo)

A variação geográfica é consequência das diferentes culturas e do desenvolvimento histórico de cada lugar. Esses fatores deixaram marcas na língua portuguesa falada no Brasil, dando origem aos regionalismos, expressões típicas de cada região. Por meio do vocabulário e da pronúncia, muitas vezes, conseguimos identificar a região de onde o falante se origina.

PROPOSIÇÕES

Em Linguagem e sentidos, promove-se um estudo da norma-padrão da língua portuguesa, que leva os estudantes a refletir sobre o fenômeno da variação linguística e dos diversos usos da língua em termos de adequação à situação comunicativa. Como forma de prepará-los para o estudo mais aprofundado da variação geográfica,

Algumas línguas faladas pelos povos africanos também influenciaram o português falado no Brasil, por isso nosso vocabulário é repleto de termos e expressões como caçamba, fubá, corcunda, miçanga, samba,

de falar, mas sim diferentes maneiras de falar. O estudo da variação linguística, nesta seção, associa-se ao objetivo pedagógico de analisar o fenômeno da variação como parte constitutiva da língua e de fundamentar o combate a preconceitos contra falantes de variedades estigmatizadas na sociedade. Por isso, fique atento a qualquer manifestação preconceituosa que menospreze as diferentes formas de expressão da língua e do falar do grupo. Ressalte, se julgar necessário, que, pelo fato de pertencermos a um país de grandes dimensões e com um passado histórico que contribuiu para miscigenação de várias culturas, há, no Brasil, manifestações diversas de nossa língua oficial no vocabulário, na organização das frases e na pronúncia.

REALIZAÇÃO Linguagem e sentidos

1. A atividade propõe refletir sobre a escolha de palavras e expressões ao traduzir um texto literário; essa escolha não é aleatória, mas obedece a uma visão sobre a cultura e a identidade presentes no livro.

pergunte a eles palavras ou expressões consideradas típicas de cada região brasileira. Se desejar, pergunte-lhes os nomes que conhecem para se referir a certos alimentos, tais como abóbora e mandioca, que tradicionalmente recebem diversas denominações conforme as regiões de origem. Nesse momento, ressalte que não há um modo mais correto ou menos correto

BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. 56. ed. São Paulo: Loyola, 2016. Nessa obra, o autor discute e defende uma educação linguística voltada à inclusão social, ao reconhecimento e à valorização da diversidade cultural brasileira.

moleque, entre outras. 1. a) Porque a manutenção do nome do cereal com sua grafia original evidencia seu vínculo com a região de origem do conto. 1. b) Provavelmente, a referência seria ao milho, que é o grão que geralmente é dado de alimento às galinhas.
119 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 119 07/06/22 10:23
1. c) A palavra Gondar, nome da antiga capital imperial da Etiópia.
119

PROPOSIÇÕES

Em Atividades, aproveite para avaliar o que os estudantes apreenderam sobre variação geográfica ou regional, enfocando na valorização dos falares deles próprios. Caso considere adequado, pode-se acessar com eles a reportagem sugerida em Para acessar, a fim de apoiá-los na revisão de alguns dos conteúdos sobre os falares do Brasil, a seguir.

REALIZAÇÃO

1. a) Incentive os estudantes para que sejam capazes, por meio do raciocínio lógico, de deduzir informações implícitas na leitura do texto e das imagens da tirinha. Espera-se que infiram, com base na pergunta de Armandinho, o que o personagem pensa sobre a planta, que talvez ele a desconheça ou lhe pareça insignificante.

1. b) Explore a linguagem não verbal da tirinha, a fim de que os estudantes analisem as reações dos personagens considerando o que pensavam sobre a planta anteriormente.

2. a) Espera-se que eles compreendam que o nome da planta varia conforme a região em que é falado, ou seja, trata-se de uma variação da língua.

2. b) Incentive os estudantes a compartilhar o nome que utilizam para se referir a essa planta. Caso compartilhem mais de um nome, discuta com a turma outro critério que possa auxiliar a compreender essas expressões. É

ATIVIDADES

1. a) Pode ser inferido que ele desconhece a planta, que lhe parece insignificante.

1. Nesta tirinha, as personagens são apresentadas a uma planta muito conhecida. Leia.

a) No primeiro quadrinho, o que pode ser inferido sobre a pergunta de Armandinho?

b) No segundo quadrinho, qual é reação das personagens e por que elas provavelmente reagem dessa forma?

As personagens reagem com surpresa, talvez porque nunca tivessem visto uma raiz de mandioca, mas não faziam suposições sobre a planta.

2. A mesma planta recebe três diferentes nomes.

a) Pode-se afirmar que esse é um exemplo de regionalismo? Justifique.

b) Na região em que você vive, qual nome é usado para se referir a essa planta?

2. a) Sim, porque o nome da planta varia de acordo com a região. Resposta pessoal.

3. Com um colega, copiem no caderno o significado correspondente a cada palavra de acordo com o estado indicado entre parênteses. Se necessário, façam uma busca em um dicionário ou na internet.

a) jerimum (Sergipe) abóbora cavalo bala de goma abóbora raiz comestível

b) sinaleiro (Paraná) semáforo semáforo sino sirene campainha

c) catirina (Piauí) libélula borboleta jaguatirica libélula gato do mato

d) lagartear (Rio Grande do Sul) aquecer-se ao sol sair sem se despedir aquecer-se ao sol dançar falar sem parar

possível, por exemplo, relacionar o uso à origem geográfica de alguns familiares dos estudantes.

3. Essa atividade pode ser expandida com outras palavras e expressões regionais e seus significados.

PARA ACESSAR

CARBONARI, Pâmela; JOKURA, Tiago. Sotaques do Brasil: como a geografia molda nosso jeito de falar. Superinteressante, São Paulo, 26 out. 2020. Disponível em: https://super.abril.com.br/cultura/ sotaques-do-brasil/. Acesso em: 20 maio 2022. Essa reportagem traça um retrospecto das mudanças da língua portuguesa no Brasil desde a colonização.

ALEXANDRE BECK
BECK, Alexandre. [Macaxeira, mandioca e aipim...]. Armandinho. [S. l.], 19 jul. 2017. Disponível em: https://tirasarmandinho.tumblr.com/post/163269393434/tirinha-original. Acesso em: 4 mar. 2022.
120 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 120 11/06/22 09:20 120

TEXTO

O texto que você vai ler a seguir é mais um exemplo de cordel. Em “Dois quadros”, o poeta Patativa do Assaré fala do Nordeste, região brasileira onde nasceu. O que você conhece sobre essa região? Você mora ou conhece alguém que vive nela? Qual poderá ser o assunto desse cordel? Algo chama sua atenção no título do texto? Converse a respeito dessas questões com os colegas e o professor, respeitando a vez de cada um falar.

BNCC

Habilidades do Capítulo 2

TEXTO

• EF69LP44

• EF67LP23

• EF67LP28

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

• EF69LP44

• EF67LP23

• EF67LP28

EXPLORANDO O TEXTO

• EF69LP44

• EF69LP48

• EF69LP54

• EF69LP55

• EF67LP38

• EF06LP04

POR DENTRO DA LÍNGUA

• EF69LP29

• EF69LP56

• EF67LP25

• EF67LP36

Dois quadros

Na seca

O sol é mais quente e o céu, mais azul

E o povo se achando sem chão e sem veste, Viaja à procura das terras do Sul.

[...]

Porém, quando chove, tudo é riso e festa, O campo e a floresta prometem fartura, Escutam-se as notas alegres e graves

Dos cantos das aves louvando a natura,

Alegre esvoaça e gargalha o Apita o

E a brisa

Beijando os

De noite notamos as graças eternas

Nas lindas lanternas de mil vaga-lumes.

Na copa da mata os ramos embalam

E as flores exalam suaves perfumes.

PROPOSIÇÕES

121

Antes de iniciar a leitura, explore os conhecimentos dos estudantes sobre literatura de cordel. Pergunte se sabem em quais regiões do país ela tem maior circulação e se conhecem os temas mais comuns. Assim, eles poderão construir hipóteses sobre o texto. Para isso, sugere-se utilizar

• EF06LP03

• EF06LP06

• EF06LP11

QUESTÃO DE FALA E ESCRITA

• EF69LP03

• EF69LP56

• EF67LP32

• EF06LP06

• EF06LP11

PRODUÇÃO ESCRITA E ORAL

• EF69LP51

• EF69LP53

• EF69LP54

• EF69LP55

• EF69LP56

• EF67LP31

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Sugere-se que o professor atue como modelo de leitor e faça a leitura do cordel, a fim de apresentar aos estudantes os efeitos produzidos por uma leitura expressiva, dando destaque ao ritmo e à musicalidade proporcionados pelas rimas, à entonação e ao uso de expressões que ajudam na construção dos sentidos do texto. Em seguida, pode-se pedir aos estudantes que releiam o texto em voz alta, em grupo, buscando repetir a leitura expressiva feita pelo professor.

Oriente-os a acompanhar a leitura e a registrar as palavras desconhecidas. Depois, pergunte-lhes: Qual é o tema do cordel? A visão do eu lírico é negativa ou positiva? Por quê? Se a leitura do cordel expressou certa musicalidade, o que deu esse efeito?

121

CAPÍTULO2
Agora, ouça a leitura do texto que o professor vai fazer. 121
Respostas pessoais. D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd
11/06/22 09:21
o paratexto, como título e ilustrações, para apoiar a formulação dessas hipóteses. Não há uma resposta correta para as questões iniciais, pois o importante é que os estudantes desenvolvam o raciocínio lógico e proponham afirmações, com base no exame de dados e informações.

REALIZAÇÃO

Após finalizar a leitura do texto, releia a última estrofe do cordel e pergunte aos estudantes quais palavras eles consideram que estão rimando.

Comente as marcas de regionalismo trazidas pelos nomes das aves ( jacu, nambu, juriti) e por palavras como palhoça e prazenteiro

Recomenda-se abordar aspectos da composição do texto, chamando-lhes a atenção para a organização de estrofes em quatro versos e um esquema de rimas específico entre esses versos. Aproveite o momento para avaliar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre versos e estrofes. Se considerar produtivo, pode-se comparar a composição do texto deste capítulo com o cordel lido na seção Textos em diálogo deste módulo.

O cordel de Leandro Gomes de Barros, lido anteriormente, é mais tradicional, seguindo o formato de sextilhas com sete sílabas poéticas, enquanto o cordel de Patativa do Assaré tem sete quartetos e outro esquema de rimas. Pode-se abordar as condições de produção, explicitando que Barros era pioneiro do cordel, enquanto Patativa é mais contemporâneo e experimentou outros formatos, inclusive escrevendo poemas que não eram cordéis.

PARA ACESSAR

BRASIL. Dossiê de registro: literatura de cordel. Brasília , DF: Iphan; CNFCP, 2018. Disponível em: http:// portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Dossie_Descritivo(1). pdf. Acesso em: 20 maio 2022.

Essa obra, sugerida para consulta do professor, apresenta definições da literatura de cordel, explora esquemas de composição de rimas, aborda os suportes do cordel, traça um panorama histórico da difusão do gênero no Brasil e discute temas relevantes, como a representação feminina no cordel e a importância de sua preservação como Patrimônio Cultural.

Se o dia desponta, que doce harmonia! A gente aprecia o mais belo compasso. Além do balido das mansas ovelhas, Enxames de abelhas zumbindo no espaço.

E o forte caboclo da sua palhoça, No rumo da roça, de marcha apressada Vai cheio de vida sorrindo, contente, Lançar a semente na terra molhada.

Das mãos deste bravo caboclo roceiro Fiel, prazenteiro, modesto e feliz, É que o ouro branco sai para o processo Fazer o progresso do nosso país.

ASSARÉ, Patativa do. Dois quadros. In: ASSARÉ, Patativa do. Cante lá que eu canto cá: Filosofia de um trovador nordestino. 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2012. p. 55-56.

VOCABULÁRIO

Patativa do Assaré (1909-2002) é o nome pelo qual ficou conhecido Antônio Gonçalves da Silva, um dos mais importantes poetas do século XX, que nasceu e morreu na cidade de Assaré, no Ceará. De origem pobre, precisou ajudar a família e foi trabalhar no plantio e no cultivo de terra, após perder o pai, aos oito anos de idade. Mesmo com uma vida difícil, trabalhando como agricultor, nunca perdeu o amor pela poesia e criava poemas mentalmente para falar sobre a vida, a terra e a gente de seu lugar.

Inclemente: duro, áspero, severo, rigoroso.

Jacu: ave que habita as matas primitivas do Brasil.

Nambu : variação de inhambu, ave quase desprovida de cauda.

Juriti: ave de coloração parda com tons avermelhados; tem canto agradável e nostálgico.

Farfalha (do verbo farfalhar): fazer ruído semelhante ao da folhagem das árvores sob ação do vento.

Verduras: a cor verde das árvores e folhas.

Primores: obra-prima, perfeição.

Balido: som emitido pela ovelha ou pelo cordeiro.

Palhoça: casa humilde coberta de palha ou sapé.

Prazenteiro: alegre, festivo, jovial.

Ouro branco: metáfora para açúcar.

PROPOSIÇÕES

D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 122

Oriente a leitura do boxe Saiba mais sobre a origem do cordel. Retome oralmente as hipóteses de leitura do texto. Prepare-se para acompanhar de perto o trabalho dos estudantes, avaliando a postura e

QUEM É O AUTOR
122
JARBAS OLIVEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO
09/06/22 18:52
122
o engajamento de cada um ao fazer as atividades propostas em Conversando sobre o texto, seja de modo individual, em dupla ou em outra organização dos estudantes que seja adequada à realidade da turma.

SAIBA MAIS

O cordel surgiu há vários séculos e tem origem na tradição dos trovadores medievais da Europa, trazida ao Brasil pelos colonizadores portugueses. Em 1893, o paraibano Leandro Gomes de Barros publicou os primeiros versos em folhetos, dando início a uma forma de expressão que se tornaria parte da cultura brasileira. Reunindo as tradições orais, da prosa e da poesia, a literatura de cordel também conta com contribuições das culturas africana, indígena, europeia e árabe. Hoje o cordel circula especialmente na Paraíba, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. Em 2018, a literatura de cordel foi reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

1. A visão do eu lírico sobre o lugar em que vive é predominantemente positiva ou negativa? Predomina uma visão positiva em relação ao período do inverno.

2. Como o sertão e seu povo são caracterizados no cordel?

3. Você achou interessante a maneira como o poeta abordou seu lugar de origem no cordel? Resposta pessoal.

2. O cordel caracteriza o sertão e passa a impressão de um povo sofrido, devido aos problemas gerados pela seca, mas também de um povo alegre, esperançoso, trabalhador e que mantém uma estreita relação com a natureza.

TEXTO EXPLORANDO O

TEXTO E CONTEXTO

1. a) O período da seca é de sofrimento, pois, devido ao sol forte e à falta de chuvas, os rios secam, plantações e animais não resistem; durante o inverno, a terra floresce, as aves retornam, os animais se alegram.

1. b) Com a seca, o sertanejo fica sem ter de onde tirar alimento e água; assim, abandona a terra e vai buscar trabalho em outras regiões.

1. O cordel “Dois quadros” traz o tema das condições climáticas no sertão nordestino.

a) Qual a visão do eu lírico sobre o lugar no período da seca? E no período do inverno?

b) De acordo com o texto, o que muda na vida do sertanejo quando ocorre a seca?

2. Diante da seca inclemente, o sertanejo se retira da região onde mora em busca de uma região mais promissora e, geralmente, “Viaja à procura das terras do Sul”.

a) Quais são as “terras do sul” a que o cordel faz referência? Por que, em geral, elas são escolhidas como destino pelos sertanejos?

b) Na sua opinião, essa condição do sertanejo é somente devido à falta de chuvas? Que ações poderiam minimizar ou solucionar os efeitos da seca no sertão nordestino? Respostas pessoais.

PROPOSIÇÕES

Em Explorando o texto, aproveite para retomar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre características do cordel e conceitos sobre textos poéticos, como a noção de eu lírico.

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

1. e 2. As atividades retomam aspectos do tema do texto. Caso tenha sido realizado o levantamento de hipóteses dos estudantes sobre o tema, retome-as.

1. a) Espera-se que os estudantes identifiquem como é a visão do eu lírico de acordo com as condições climáticas de cada época do ano.

1. b) Espera-se que eles infiram também o impacto das secas na vida do eu lírico retratado no cordel.

A palavra retirante refere-se à pessoa que, sozinha ou em grupos, sai da região onde mora em direção a outra aparentemente mais promissora. É usada frequentemente para designar o sertanejo nordestino que deixa sua terra em busca de oportunidades em outro lugar.

2. a) As “terras do sul” são as localidades mais ao sul da região em que os sertanejos vivem. Eles costumam migrar para esses locais porque têm clima mais ameno, mais chances de emprego e, consequentemente, melhores condições de vida.

2. a) Esclareça que Sul, no cordel, não se refere necessariamente à Região Sul do Brasil. As constantes secas dos rios devido à falta de chuvas na região Nordeste, associadas às precárias condições econômicas, levaram muitos sertanejos a migrarem para outras partes do Brasil, em especial para o centro-sul do país.

REALIZAÇÃO

D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 123

Conversando sobre o texto

1. Ao explorar as respostas dos estudantes, recomenda-se retomar as hipóteses iniciais sobre o tema do texto, verificando se as respostas deles se alinham à leitura realizada.

2. Espera-se que os estudantes possam ampliar a visão que têm sobre a vida no interior do Nordeste brasileiro, não se restringindo

a imagens de sofrimento e precariedade, mas também associem a sensibilidade artística, a resiliência e a integração à natureza. Proponha uma discussão sobre as imagens e estereótipos relativos ao Nordeste e aos nordestinos, para refletirem sobre eles e desmitificá-los.

3. Incentive os estudantes a compartilharem suas impressões uns com os outros, expressando uma avaliação sobre o texto lido.

2. b) Solicite aos estudantes que levantem ideias do que poderia ser feito. Comente que a falta de chuva é uma condição climática que pode ser minimizada com investimentos públicos e projetos específicos voltados para o abastecimento de água nas regiões áridas, como construção de açudes e cisternas, dessalinização da água etc.

123
07/06/22 10:23 123

PROPOSIÇÕES

Se possível, organize os estudantes em círculo para realizar uma leitura prévia das fotografias da atividade 3. Observe como eles analisam os elementos não verbais presentes nelas e como descrevem a composição delas. Explore a realidade da turma, perguntando se eles reconhecem espaços similares aos retratados nas fotografias. Incentive que todos participem da análise, oferecendo suporte aos estudantes mais tímidos ou que tenham dificuldades de comunicação.

REALIZAÇÃO

3. a) Espera-se que os estudantes associem as imagens da vida no Nordeste às representações do mesmo espaço fe itas no cordel pelo eu lírico.

3. b) Espera-se que os estudantes concluam que predominam imagens positivas do sertão no cordel.

3. c) A atividade propõe também refletir sobre a visão disseminada e compartilhada sobre o Nordeste. Aproveite essa oportunidade para reforçar a importância de mudar concepções e ideias estereotipadas.

4. a) Pode ser difícil para os estudantes compreenderem a relação intrínseca existente entre o homem e a natureza no Nordeste, por isso, ajude-os a entender a perspectiva de que a natureza se expressa e se comunica com os habitantes da região.

5. Espera-se que os estudantes compreendam as ideias expressas por meio dos versos adequadamente. Recomenda-se explorar os

4. a) Segundo o eu lírico, os animais e a natureza expressam a alegria por meio de movimentos, cantos e sons que emitem.

Cocorobó, na cidade de Canudos (BA). Fotografia de 2018.

Plantação de milho na cidade Morro do Chapéu (BA). Fotografia de 2019.

Beija-flor-vermelho, em Potengi (CE). Fotografia de 2020.

Ave jacu, também conhecida como jacu-do-nordeste, na cidade de Serra da Capivara (PI). Fotografia de 2021.

3. c) Ele apresenta o sertão sob essa perspectiva para desconstruir o estereótipo sobre essa região como um lugar de seca e miséria, mostrando que o sertão é também um lugar rico em vida, beleza e diversidade.

a) Quais das imagens podem ser associadas ao cenário descrito no cordel?

b) Considerando sua resposta para o item anterior, conclua: Que aspectos do sertão nordestino predominam no cordel lido?

Predominam os aspectos que descrevem a beleza da fauna e da flora do sertão.

c) Na sua opinião, por que o eu lírico apresentou o sertão sob essa perspectiva?

4. Ao relatar a alegria que a chuva traz para o sertanejo, o eu lírico atribui esse sentimento também à fauna e à flora da região.

a) Segundo ele, de que forma esses seres e elementos expressam sua alegria?

b) Com base nessa ideia, o que se pode concluir sobre a relação entre o sertanejo e a região onde ele vive, de acordo com o cordel? Na sua opinião, abordar esse tema é importante? Justifique.

Entende-se, por essa ideia, que o sertanejo é bem adaptado às condições da natureza do lugar em que vive, a ponto de se contagiar pela alegria que o inverno, com suas chuvas, leva ao sertão. Espera-se que os estudantes infiram que é importante abordar o tema, pois evidencia um outro lado e uma visão diferenciada do sertão para o leitor.

sentidos de cada trecho, demarcando as palavras ou expressões que reforçam a ideia de um eu lírico apaixonado por sua terra. Respostas possíveis: na alternativa A, a expressão primores do meu Cariri; na alternativa D, a frase notamos as graças eternas / Nas lindas lanternas de mil vaga-lumes

6. a) Espera-se que os estudantes interpretem no cordel as imagens elaboradas pelo eu lírico.

6. b) Espera-se que eles compreendam a perspectiva assumida pelo eu lírico no cordel. É possível explorar as inadequações das demais frases: nas alternativas A e B, não é possível identificar saudade nem lembranças; na alternativa D, o enfoque temático não é o sertanejo, mas a natureza.

D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 124 07/06/22 10:23

7. Espera-se que os estudantes mobilizem os conhecimentos sobre as identidades e sobre o contexto de vida do nordestino.

3. Observe as imagens a seguir, que retratam o cotidiano do sertanejo e do local onde ele vive. Imagem 1 Imagem 2 Imagem 3 Imagem 4 Solo do açude
CHICO FERREIRA/PULSAR IMAGENS FABIO COLOMBINI ANDRE DIB/PULSAR IMAGENS THELMA GÁTUZZÔ
Imagens 2, 3 e 4
124
124

5. O texto apresenta um eu lírico apaixonado por sua terra apesar dos problemas existentes. No caderno, transcreva a alternativa que contém os versos que comprovam essa afirmação.

Alternativas A e D

A. E a brisa farfalha por entre as verduras / Beijando os primores do meu Cariri

B. E o forte caboclo da sua palhoça / No rumo da roça de marcha apressada

C. E o povo se achando sem chão e sem veste / Viaja à procura das terras do Sul

D. De noite notamos as graças eternas / Nas lindas lanternas de mil vaga-lumes

6. O cordel apresenta sentimentos bem definidos pelo eu lírico, desencadeados por descrições e narrativas sobre o sertão e o povo sertanejo.

a) Como ele descreve o caboclo e o lugar?

b) No caderno, transcreva a alternativa que representa o que o eu lírico conta no cordel.

A. A saudade que tem da sua terra.

B. As lembranças do seu lugar e do seu povo.

C. As belezas do seu lugar e do seu povo.

D. A força do sertanejo.

6. a) O caboclo é descrito como forte, bravo, fiel, prazenteiro, modesto e feliz; o lugar, quando chove, tem campo e floresta fartos, com aves, abelhas, ovelhas e demais animais alegres, flores exalando perfumes.

6. b) Alternativa C

7. O eu lírico finaliza o cordel exaltando uma atividade do caboclo que provoca reflexões. Essa atividade está contida em qual dos versos a seguir?

Alternativa C

a) E o forte caboclo da sua palhoça / [...] / Vai cheio de vida sorrindo e contente

b) Escutam-se as notas alegres e graves / Dos cantos das aves louvando a natura

c) É que o ouro branco sai para o processo / Fazer o progresso do nosso país

8. No caderno, transcreva a alternativa que sintetiza como o eu lírico se sente por ser sertanejo e nordestino.

Alternativa B.

A. Otimista. B. Orgulhoso. C. Chateado. D. Indiferente.

9. Se você fosse escrever um cordel sobre o lugar em que vive, qual seria o tema? Resposta pessoal.

10. Reflita sobre as ideias que você tinha sobre o sertão nordestino antes e após a leitura desse cordel. Elas se confirmaram? O que mudou após a leitura? Respostas pessoais.

No cordel lido são descritas características que resgatam o lugar, aspectos da natureza e das pessoas. Isso é feito por meio de imagens do cotidiano, do clima, bem como do sentimento que o eu lírico nutre por sua origem e identidade.

O cordel é um texto literário em versos que tem origem na tradição oral e remete à cultura popular do Nordeste brasileiro. Pode abordar questões ligadas à natureza, fatos históricos, fazer críticas sociais, entre outros temas relacionados à vida do povo. Tradicionalmente, é apresentado em formato de pequenos livros, os folhetos, que podem conter uma xilogravura na capa. Os folhetos de cordel ficam pendurados em cordas ou barbantes para serem vendidos em feiras, bancas e mercados populares, o que explica o nome dado a essa manifestação.

8. Espera-se que os estudantes identifiquem o sentimento expresso pelo eu lírico sobre a sua própria vida e identidade. Explore com eles os demais sentimentos, expressos nas alternativas A , C e D, de maneira que reconheçam os significados dessas palavras (otimista, chateado e indiferente).

9. Espera-se que os estudantes compartilhem livremente as ideias e sentimentos que têm em relação ao lugar onde vivem. Esse pode

ser um momento produtivo para realizar uma reflexão com eles sobre o que pode ser feito para valorizar as diversas manifestações artísticas e culturais dos espaços em que eles vivem. Mostre a eles a ampla variedade de temáticas, como cordéis de folclore, de lendas e mitos, de relações familiares, de história do Brasil, entre outras. A sugestão de site, em Para acessar, apresenta algumas declamações de cordéis em vídeo

para inspirar a reflexão da turma. Caso haja estudantes que conheçam ou já tenham criado cordéis, incentive-os a compartilhar seus interesses, conhecimentos prévios e produções. Se preferir, antes de realizar essa atividade, é possível promover uma pesquisa de cordéis – seja em suporte textual, seja em suportes visuais (como declamação de cordéis gravados em vídeo) – pelos estudantes, a fim de que eles próprios tomem contato com as temáticas mais frequentes.

10. Ainda que os estudantes não tenham um conhecimento profundo a respeito dessa região, incentive-os a apontar algo que eles já tenham ouvido ou visto sobre ela, para que, a partir disso, estabeleçam uma comparação. A ideia é desconstruir os possíveis estereótipos relacionados ao Nordeste e ao sertão, especificamente, como um lugar onde só há seca, miséria e pobreza.

Como apresentar a literatura de cordel para as crianças. Laboratório da Educação. [s. l.], 6 jul. 2020. Disponível em: https:// labedu.org.br/como-apresentara-literatura-de-cordel-para-ascriancas-cordeis-infantil-videos/. Acesso em: 20 maio 2022. Esse site apresenta cordéis variados e traz reflexões sobre como abordar esse gênero em sala de aula, apresentando trechos de cordéis escritos e declamações gravadas em vídeo. A sugestão é destinada para uso do professor, mas pode-se apresentar partes aos estudantes.

ACESSAR
PARA
125
125 08/07/22 17:19 125
D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd

PROPOSIÇÕES

Em Composição e linguagem, sugere-se acompanhar de perto o trabalho dos estudantes na realização das atividades. Aproveite para reler o texto e avaliar os conhecimentos da turma a respeito dos efeitos de sentido produzidos pelos elementos que o compõem. Se considerar produtivo, peça aos estudantes que façam as atividades em duplas, de modo que possam compartilhar suas compreensões de leitura uns com os outros e experimentar modos colaborativos no processo de aprendizado.

Mobilize os conhecimentos prévios dos estudantes sobre recursos poéticos, como rima, verso e estrofe, e sobre os conceitos de sentido figurado e sentido literal. Uma atividade lúdica para explorar as rimas pode ser realizada com uma brincadeira em que o professor escolhe uma palavra e, em seguida, um estudante deve dizer (ou escrever na lousa) outra palavra que rima com ela. As palavras citadas pelo professor podem ser as do texto deste capítulo ou de outros textos que os estudantes já conheçam. É fundamental incentivar a participação de toda a turma.

Esse trabalho pode ser considerado como uma avaliação diagnóstica desses conhecimentos a respeito dos recursos poéticos, a fim de que se possa verificar as aprendizagens ao final da exploração do texto.

REALIZAÇÃO Composição e linguagem

1. Espera-se que os estudantes analisem o esquema de rimas na estrofe do cordel e que compreendam os efeitos de sentido decorrentes da associação entre elementos paralínguísticos, como a rima e o ritmo, e os elementos linguísticos, relativos às

COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM

1. O cordel “Dois quadros” tem sete estrofes. Cada estrofe corresponde a uma quadra com versos que rimam entre si.

a) Releia a primeira estrofe.

Na seca inclemente no nosso Nordeste, O sol é mais quente e o céu, mais azul E o povo se achando sem chão e sem veste, Viaja à procura das terras do Sul

1. b) A rima é feita entre as palavras festa (1o verso) e floresta (2o verso); fartura (2o verso) e natura (4o verso) e graves (3o verso) e aves (4o verso). A mudança do esquema de rimas enfatiza a oposição entre a seca e a chuva, atribuindo muito mais ritmo às estrofes que descrevem a explosão de vida que ocorre na época das chuvas.

• No caderno, explique o esquema de rimas dessa estrofe e transcreva as palavras que apresentam semelhanças sonoras.

A rima é feita entre o 1o e o 3o versos (Nordeste/ veste) e entre o 2o e o 4 o versos (azul/sul).

b) A partir da segunda estrofe, há uma mudança no esquema das rimas. Releia a estrofe observando as palavras que rimam:

Porém quando chove, tudo é riso e festa, O campo e a floresta prometem fartura, Escutam-se as notas alegres e graves Dos cantos das aves louvando a natura,

• No caderno, reproduza a estrofe e identifique os pares de rimas usando lápis com cores diferentes. Que efeito de sentido essa alteração do esquema de rimas produz no texto?

No cordel, geralmente, os versos apresentam rimas perfeitas ou consoantes – em que há correspondência total de sons, havendo repetição tanto dos sons vocálicos como dos sons consonantais. Exemplos: festa / floresta embalam / exalam natura / far tura

2. Sabendo-se que o cordel é um texto que também pode ser cantado ou declamado, com que objetivo o cordelista emprega recursos sonoros em seus textos?

Para atribuir beleza aos versos e também para facilitar a memorização e favorecer a apresentação declamada ou cantada.

3. Por se configurar como uma literatura regional do Nordeste, o cordel reflete o jeito de falar e a linguagem dessa região. No caderno, transcreva do cordel palavras que você identificou como próprias da região Nordeste.

Cariri, palhoça, marcha, prazenteiro; e os nomes de aves típicas da região: jacu, nambu e juriti.

escolhas lexicais. Caso os estudantes apresentem dificuldade na resolução dessa atividade, faça uma leitura em voz alta com entonação bastante marcada, em que se acentue o som das rimas, para que eles reconheçam as mudanças apontadas. Se considerar produtivo, amplie a atividade com as demais rimas do cordel completo.

2. Se possível, reforce com os estudantes a origem dos cordéis na oralidade. Pode ser

PARA LER

Terra de cabinha: pequeno inventário da vida de meninos e meninas do sertão , de Gabriela Romeu. São Paulo: Peirópolis, 2017.

Esse livro de causos, brincadeiras e adivinhas faz uma viagem pelo universo dos cabinhas, expressão nordestina utilizada para se referir às crianças no sertão do Ceará.

interessante também reforçar a importância da oralidade para a transmissão de histórias e saberes na comunidade e como ela precede à escrita.

3. Espera-se que os estudantes identifiquem os regionalismos presentes no cordel lido. Retome com eles as atividades e reflexões apresentadas anteriormente a respeito da variação geográfica ou regional.

EDITORA PEIRÓPOLIS
126 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 126 11/06/22 09:25 126

É que o ouro branco sai para o processo Fazer o progresso do nosso país.

Sentido figurado. A expressão refere-se ao açúcar, produto extraído da cana-de-açúcar, que tem grande valor não só na alimentação no mundo todo, mas também na economia, na história e na cultura da região.

• A expressão ouro branco pode ser entendida de duas maneiras: no sentido literal das palavras que a compõem ou no sentido figurado. Com qual sentido ela foi usada no verso? Justifique.

5. Nos versos a seguir, algumas expressões são usadas para fazer referência ao povo e aos vaga-lumes.

Trecho 1

No trecho 1, o sentido de que a seca torna difícil a vida do sertanejo, obrigando-o a abandonar o pouco que tem: a casa, os animais; enfatiza, portanto, o sofrimento, a pobreza extrema.

E o povo se achando sem chão e sem veste,

Trecho 2

No trecho 2, a expressão faz referência à luz transmitida por inúmeros vaga-lumes; enfatiza a beleza da noite com a presença de vaga-lumes.

De noite notamos as graças eternas Nas lindas lanternas de mil vaga-lumes

• Que sentidos podem ser atribuídos aos termos em destaque em cada caso? O que eles enfatizam?

Sentido figurado é um recurso de linguagem em que uma palavra ou expressão é usada no lugar de outra, tornando a mensagem mais expressiva.

Exemplos:

João está com dor de cotovelo (no lugar de ciúme, inveja)

Seu coração é de pedra. (no lugar de insensível)

6. Na construção do texto, predomina o emprego de formas verbais no tempo presente do indicativo e no gerúndio. Que efeito de sentido o uso desse tempo e dessa forma nominal do verbo causa?

7. No poema, há marcas linguísticas indicando que o eu lírico se inclui no contexto regional ao qual se refere. No caderno, exemplifique essa afirmação com dois versos e sublinhe as marcas que comprovam essa inclusão.

6. O emprego de formas verbais no presente do indicativo e no gerúndio permite ao leitor inferir que o eu lírico descreve hábitos de sua rotina e paisagens que observa em seu cotidiano.

8. As duas últimas estrofes do cordel referem-se ao caboclo, morador do sertão nordestino.

Os adjetivos forte, contente, bravo, fiel, prazenteiro, modesto, feliz

a) Quais adjetivos são empregados pelo eu lírico para caracterizá-lo?

b) Ao escolher essas palavras, que características do homem do sertão o eu lírico ressalta?

A simplicidade, a determinação e a força de caráter do homem do sertão.

7. Possibilidades de respostas: “Na seca inclemente no nosso Nordeste” / “Beijando os primores do meu Cariri” / “De noite notamos as graças eternas” / “A gente aprecia o mais belo compasso” / “Fazer o progresso do nosso país.”

6. Espera-se que os estudantes analisem os efeitos de sentido produzidos pelos usos dos tempos verbais nos modos indicativo e gerúndio no cordel. Oriente a leitura e os apoie na localização de formas verbais nesses modos. Não é necessário explorar de maneira sistemática os tempos e modos verbais, apenas retome os conhecimentos prévios deles sobre formas verbais e seus efeitos de sentido no texto. O trabalho com a classe de palavras verbo será aprofundado mais adiante neste volume.

7. Espera-se que os estudantes identifiquem os elementos linguísticos dos pronomes possessivos da 1a pessoa do discurso.

8. a) Espera-se que os estudantes entendam os efeitos de sentido do uso dos adjetivos na caracterização do povo nordestino.

8. b) Espera-se que eles infiram, com base nas escolhas lexicais, a imagem e as ideias associadas ao homem nordestino. Para aprofundar essa atividade, é possível orientar os estudantes no uso de dicionários de sinônimos, para que pesquisem outras palavras que tenham significados similares e possam rimar ou não com as palavras usadas no cordel.

D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 127

4. Espera-se que os estudantes compreendam o uso figurado da expressão no trecho. Se necessário, contextualize a importância econômica do modelo de exploração da cana-de-açúcar na história do Brasil, especialmente na Região Nordeste no período colonial. É recomendável trabalhar essa atividade com o apoio do professor de História, mas sem a necessidade de aprofundar o conteúdo.

5. Espera-se que os estudantes compreendam que, nos textos literários, explora-se um uso mais expressivo das palavras. Se possível, com base na leitura do boxe sobre sentido figurado, ofereça a eles mais exemplos utilizados no dia a dia e solicite também a eles usos da mesma natureza, de modo que possa verificar se compreenderam esse conteúdo.

11/06/22 09:26

PARA LER

GULLAR, Ferreira. Romances de cordel. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009.

Essa obra é um exercício literário do poeta Ferreira Gullar de escrever romances em forma de cordel.

4. Releia os dois últimos versos do cordel. LUCIANO TASSO
127
127

PROPOSIÇÕES

Antes de dar sequência às atividades de Composição e linguagem, caso haja disponibilidade, selecione e exiba para os estudantes trechos do vídeo O que é a literatura de cordel, do canal do escritor César Obeid, disponível em: https://youtu. be/80eX1e0NVzw (acesso em: 20 maio 2022). Nele, o escritor apresenta características do suporte e da linguagem do cordel, de maneira didática e acessível. Se considerar produtivo, pode-se utilizar o vídeo para trabalhar com práticas de resumo ou síntese com os estudantes. Oriente-os a identificar, no vídeo, os elementos fundamentais do cordel e a produzir um mapa mental, articulando também outros conhecimentos já explorados por eles sobre o gênero.

REALIZAÇÃO

Composição e linguagem

9. O trabalho com as xilogravuras do artista J. Borges possibilita o contato dos estudantes com manifestações artísticas com o objetivo de ampliar o repertório deles, a partir da compreensão e fruição de obras representativas da diversidade social e cultural brasileira. Também explora as possíveis articulações entre diferentes linguagens artísticas e suas práticas, a fim de valorizar o Patrimônio Cultural, especialmente aquele produzido no Brasil.

9. a) Espera-se que os estudantes infiram as relações existentes entre os versos do cordel e as xilogravuras, que fazem parte do mesmo contexto social e de produção.

9. b) Se possível, reserve um momento para que eles possam pesquisar xilogravuras na internet. Caso

9. Tradicionalmente, os folhetos de cordel são ilustrados com xilogravuras para atrair os leitores. Observe estas xilogravuras de J. Borges, artista pernambucano.

Xilogragura 1

J. Borges. Os retirantes [199-?]. Xilogravura.

Xilogravura 2

9. a) Xilogravura 1: “E o povo se achando sem chão e sem veste, / Viaja à procura das terras do Sul”; xilogravura 2: “Na seca inclemente no nosso Nordeste / O sol é mais quente e o céu, mais azul”.

J. Borges. O monstro do sertão. [199-?]

Xilogravura.

Xilogravura é o nome dado à gravura obtida pelo processo de xilografia, uma forma de arte gravada em madeira. Nesta técnica de impressão, o desenho é entalhado com formão, faca ou buril em uma peça de madeira, que servirá de matriz, como um carimbo para produzir estampas sobre papel.

a) Quais versos do cordel lido podem ser associados a essas xilogravuras?

b) Agora, selecione uma estrofe do cordel lido para ilustrar. Em uma folha à parte, você pode fazer um desenho, colar imagens recortadas de revistas ou impressas da internet ou ainda indicar uma xilogravura que possa ser relacionada ao verso escolhido. Escreva um comentário explicando a relação da imagem com o verso e, depois, compartilhe sua produção com a turma. Resposta pessoal.

O cordel é composto em versos e estrofes e costuma utilizar linguagem popular, com exemplos de regionalismos. O uso de recursos sonoros, como a rima, dá ritmo ao poema, que também pode ser declamado ou cantado. Faz uso também de uma linguagem conotativa, figurada.

D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd

existam artesãos especializados nessa técnica na região da escola, convide-os para exibir trabalhos e conversar com os estudantes. Se considerar produtivo, sugira que os estudantes consultem o site do Museu Casa da Xilogravura, disponível em: www. casadaxilogravura.com.br (acesso em: 20 maio 2022). Aproveite para verificar com eles o que aprenderam sobre esse gênero e essa técnica artística.

PARA ASSISTIR

J. BORGES e a arte da xilogravura. 2019. Vídeo (3min57s). Publicado pelo canal TV JC. Disponível em: https://youtu.be/Pg70LPMTm14. Acesso em: 20 maio 2022.

Esse vídeo, que pode ser exibido pelo professor aos estudantes, mostra o ateliê e as obras de um dos mais conhecidos artistas brasileiros de xilogravura, J. Borges.

J. BORGES J. BORGES
128
29/07/22 17:10 128
128

Concordância nominal

Adjetivos, artigos, numerais e alguns tipos de pronome sempre estabelecem concordância com os nomes aos quais se relacionam como seus modificadores, determinantes.

1. Releia uma estrofe do cordel “Dois quadros”, em que o eu lírico descreve o raiar do dia e os acontecimentos que o alvorecer traz para o sertanejo.

Se o dia desponta, que doce harmonia!

A gente aprecia o mais belo compasso

Além do balido das mansas ovelhas

Enxames de abelhas zumbindo no espaço

• Qual adjetivo é usado para caracterizar o substantivo harmonia? Quais sentidos ele atribui a essa palavra?

2. Releia o verso em destaque na atividade 1

a) O adjetivo mansas está no feminino plural. Com qual substantivo ele concorda?

b) Se o eu lírico se referisse a bodes e ovelhas, como ficaria o adjetivo?

3. No caderno, escreva três adjetivos que poderiam caracterizar enxames de abelhas no verso. Resposta pessoal.

Os determinantes ou modificadores dos substantivos ajustam-se a eles de acordo com sua flexão de gênero e número. Esse processo é chamado de concordância nominal

Concordância nominal é a combinação entre o nome (substantivo) e seus modificadores ou determinantes (artigo, numeral, pronome, adjetivo) quanto ao gênero e ao número.

Veja este exemplo.

A gente aprecia o mais belo compasso

A base da concordância nominal é o substantivo sublinhado; ele é que determina se as demais palavras que o acompanham são flexionadas no masculino ou feminino e no singular ou plural.

A regra geral que rege a concordância nominal é: toda palavra que exerce a função de modificador ou determinante do substantivo concorda com ele em gênero e número.

Quando há mais de um substantivo, de gênero e número

ras de fazer a concordância, dependendo da posição do adjetivo

PROPOSIÇÕES

Antes da realização das atividades de Por dentro da língua, reserve um momento para verificar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre concordância nominal, levando-os a refletir a respeito desse conceito com base nos conhecimentos sobre as relações entre substantivos e seus modificadores e determinantes (já explorados

existem algumas

anteriormente neste volume). Se desejar, antecipe o estudo do trecho do cordel, na atividade 1. Leia o verso em destaque em voz alta e, em seguida, pergunte a eles o que há em comum entre mansas e ovelhas. Espera-se que observem que ambas estão no plural e no feminino. Explique aos estudantes que esta relação recebe o nome de concordância nominal. É importante garantir que eles percebam que

a flexão dos substantivos em masculino e feminino não está relacionada ao sexo, característica biológica, mas à categoria gramatical de gênero.

Promova uma releitura da estrofe e auxilie os estudantes na compreensão do trecho. Se desejar, releia o cordel em voz alta, enfatizando a sonoridade dele, para que os estudantes percebam a relação existente entre a forma (sons e rimas) e os sentidos (significados das palavras escolhidas). Incentive-os a falar sobre as imagens que o texto evoca: um lugar calmo e com uma natureza exuberante, com um tom de paz e harmonia a esse ambiente.

REALIZAÇÃO

Por dentro da língua

1. Espera-se que os estudantes analisem a relação entre adjetivo e substantivo e como são construídos novos efeitos de sentido no cordel. Pergunte a eles como fizeram para identificar o adjetivo que se associa ao substantivo harmonia.

2. a) Espera-se que os estudantes identifiquem com qual substantivo o adjetivo em questão concorda.

2. b) Espera-se que eles observem a relação de concordância entre os substantivos e o adjetivo. Um aprofundamento possível dessa atividade é explorar com os estudantes outros casos de concordância da estrofe (ou de outras partes do texto lido no Capítulo 2), variando-os em gênero e número.

3. Fique atento aos sentidos dos adjetivos e à concordância deles com o substantivo. Sugestões de resposta: agitados, barulhentos, inquietos entre outros.

POR DENTRO DA LÍNGUA
diferentes, manei- 2. a) Com o substantivo ovelhas O adjetivo mudaria para mansos, para concordar com os dois substantivos.
129 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 129 07/06/22 10:23
O adjetivo doce. Ele atribui o sentido de que a harmonia do despertar do dia ocorre forma suave, em harmonia com outros acontecimentos cotidianos.
129

PROPOSIÇÕES

Durante a exploração do texto expositivo sobre concordância nominal, pode-se propor à turma uma atividade prática, a ser iniciada como atividade de pesquisa. Solicite aos estudantes que pesquisem cordéis na internet e selecionem um deles para analisar a concordância nominal entre os substantivos usados no texto e seus modificadores e determinantes (adjetivo, artigo, numeral e pronome).

Sugira a eles que usem, por exemplo, canetinhas coloridas para destacar cada classe de palavras. Circule pela sala e pergunte-lhes como identificaram os substantivos e as outras palavras que com eles concordam em cada caso. Se desejar, reserve um momento para que compartilhem as conclusões a que chegaram com a turma. É possível que, em alguns casos, os estudantes tenham identificado ocorrências em que há mais de um adjetivo referindo-se a um substantivo, antecedendo-o ou depois dele.

Os textos selecionados em Atividades, de Por dentro da língua, contribuem para dar visibilidade à participação, em espaços de liderança no poder e em diferentes trabalhos, de mulheres afrodescendentes – historicamente deixadas à margem da sociedade brasileira. A valorização desse grupo visa a promover nos estudantes os valores necessários para que atuem de maneira ética e cidadã em prol da construção de uma sociedade mais igualitária e democrática.

Recomenda-se trabalhar a atividade 1 a partir da leitura completa dos trechos, que pode ser feita em grupo, em voz alta, ou com alternância entre os estudantes. Esse pode ser um bom momento para valorizar a história de vida de

1. Adjetivo antes dos substantivos: Lindas ovelhas e bodes são criados na região. Lindos bodes e ovelhas são criados na região. O adjetivo pode concordar só com o primeiro substantivo (primeiro caso), embora a característica expressa se refira aos dois substantivos.

2. Adjetivo depois dos substantivos: Mares e gruta maravilhosa são elementos naturais da região Nordeste. Mares e gruta maravilhosos são elementos naturais da região Nordeste. O adjetivo pode concordar com o último substantivo, como no primeiro caso, ou pode concordar com os dois substantivos, flexionando-se no masculino plural.

As demais classes de palavras que funcionam como modificadores do substantivo – pronomes, numerais e artigos – seguem a regra geral de concordância nominal. Observe os exemplos a seguir.

Na seca inclemente no nosso Nordeste Nesse caso, o pronome concorda com o substantivo Nordeste, palavra do gênero masculino.

As primeiras aves a cantar são o jacu, a nambu e a juriti Nesse outro exemplo, os artigos concordam em gênero e número com o substantivo, assim como o numeral.

Em relação aos numerais, também existem alguns que são invariáveis, como o numeral mil no verso a seguir.

Nas lindas lanternas de mil vaga-lumes

ATIVIDADES

1. A seguir, leia algumas informações sobre duas mulheres negras que fazem parte da história de nosso país.

TEXTO 1

Tereza de Benguela , “Rainha Tereza,” nasceu no século XVIII, tem origem incerta; há historiadores que acreditam se tratar de uma africana angolana, e outros dizem que ela nasceu no Brasil. É fato que ela assumiu o comando do quilombo de Quariterê, após a morte do líder e seu marido José Piolho. O quilombo, localizado na região do Vale do Guaporé, em Vila Bela da Santíssima Trindade, no que hoje é o estado do Mato Grosso, quase divisa com a Bolívia, será comandado por Tereza por duas décadas. [...]

MOREIRA, Maria Aparecida Rita. 12 intelectuais negras que marcaram a história do Brasil e do Mundo. Catarinas. Santa Catarina, 25 jul. 2021. Disponível em: https://catarinas.info/12-intelectuais-negras-quemarcaram-a-historia-do-brasil-e-do-mundo/. Acesso em: 2 mar. 2022.

mulheres negras e destacar seu protagonismo na história do Brasil. Recomenda-se também explorar com os estudantes a questão da concordância nominal em situações formais de uso – como é o caso dos textos apresentados na atividade. Caso seja possível notar, ao longo da leitura, desvios de concordância realizados pelos estudantes, sugere-se levá-los a pensar sobre como é comum, em algumas modalidades orais e

em situações mais informais, os falantes deixarem de fazer uma ou outra concordância. Trate dessa questão posicionando-se contra o preconceito linguístico e, ao mesmo tempo, fazendo com que eles sejam capazes de reconhecer o que determina a norma-padrão. Se necessário, apresente casos em que, até na escrita mais monitorada e revisada, como a da mídia impressa, é possível encontrar usos que não seguem a concordância nominal.

FÉLIX EDOUARD VALLOTTON. 18651925 130 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 130 07/06/22 10:23 130

TEXTO 2

1. b) O público-alvo são pessoas interessadas em buscar, ampliar informações sobre personalidades negras que se destacaram na história do Brasil, conhecerem suas trajetórias e suas histórias. A finalidade é trazer para o conhecimento de todos personalidades como essas que não são conhecidas ou são pouco faladas nas escolas, fazer com que sejam reconhecidas por suas lutas e por tudo que viveram e vivenciaram.

Nascida em Costa Mina, na África, no início do século XIX, Luísa Mahin foi trazida para o Brasil como escrava. Pertencente à tribo Mahi, da nação africana Nagô, Luísa esteve envolvida na articulação de todas as revoltas e levantes de escravos que sacudiram a então Província da Bahia nas primeiras décadas do século XIX. Quituteira de profissão, de seu tabuleiro eram distribuídas as mensagens em árabe, através dos meninos que pretensamente com ela adquiriam quitutes. Desse modo, esteve envolvida na Revolta dos Malês (1835) e na Sabinada (1837-1838). Caso o levante dos malês tivesse sido vitorioso, Luísa teria sido reconhecida como Rainha da Bahia. […]

a) Qual das duas histórias de vida mais o surpreendeu? Por quê? Respostas pessoais.

b) Esses textos foram publicados em diferentes sites. Qual é o provável público-alvo desses sites? E a finalidade da publicação dessas biografias?

2. Releia o trecho retirado do texto sobre Tereza de Benguela.

Tereza de Benguela, “Rainha Tereza,” nasceu no século XVIII, tem origem incerta; há historiadores que acreditam se tratar de uma africana angolana, e outros dizem que ela nasceu no Brasil.

a) No trecho, o adjetivo incerta encontra-se no feminino e no singular. Com que substantivo ele estabelece concordância?

Com o substantivo origem, que se encontra no singular e é do gênero feminino.

b) Na expressão uma africana angolana, por que o artigo uma e o adjetivo angolana se encontram no gênero feminino e no singular? Explique.

c) No caderno, transcreva a(s) alternativas(s) que justifica(m) o uso do artigo indefinido uma

A. Pelo fato de estar junto à preposição de

B. Para deixar uma ideia de indefinição no texto sobre quem era essa africana.

C. Porque o autor provavelmente não sabia a origem da Rainha Tereza.

D. Pelo fato de o substantivo africana aparecer pela primeira vez no texto.

2. b) Porque essas palavras exercem a função de determinante do substantivo africana e, por isso, concordam com ele em gênero e número.

Alternativas B e D 131

chegaram às respostas, justificando-as de maneira oral. Se for possível, a fim de aprofundar o estudo sobre a cultura e história dos quilombolas e de valorizar suas tradições e formas de participação social, amplie a atividade 1 com a turma. Proponha aos estudantes que pesquisem mais informações sobre Tereza de Benguela e de que maneira ela atuou no quilombo. Sugira a eles que escolham livremente o formato e o suporte em que apresentarão os resultados da pesquisa: cartaz, texto escrito, áudio de podcast, vídeo, fotorreportagem, entre outros.

2. Espera-se que os estudantes compreendam a importância histórica de Tereza de Benguela no Brasil, independentemente de qual seja o país de origem dela. Explore com eles os efeitos de sentido da expressão Rainha Tereza e analise as qualidades que Tereza provavelmente tinha.

2. b) Retome os conhecimentos dos estudantes sobre os determinantes e modificadores do substantivo.

2. c) Recomenda-se explorar com a turma as alternativas que apresentam inadequações.

PARA LER

D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 131

REALIZAÇÃO

Atividades

1. Essa atividade apresenta algumas informações sobre a vida de duas mulheres negras que fazem parte da história do Brasil, promovendo aos estudantes uma perspectiva positiva dos afrodescendentes e das mulheres, com o intuito de desenvolver valores éticos e de cidadania. Após a leitura dos

textos, verifique se a turma conhecia Tereza de Benguela e Luísa Mahin. Em caso positivo, verifique em que contexto souberam da história dessas mulheres.

1. b) Espera-se que eles identifiquem o público-alvo e a finalidade dos textos, a partir do reconhecimento de características linguísticas e de composição próprias do gênero biografia. Reserve um momento para perguntar aos estudantes como

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo 6. ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2013. Nessa gramática, além da descrição da língua segundo a norma-padrão, uma atenção particular foi dada às diferenças de uso entre as modalidades nacionais e regionais do idioma, sobretudo às que se observam entre a variedade nacional europeia e a americana. Esse livro destina-se à consulta do professor.

REPRODUÇÃO
LUÍSA Mahin. Fundação Cultural Palmares. Brasília, DF, 7 mar. 2013. Disponível em: www.palmares.gov.br/?p=26662. Acesso em: 2 mar. 2022.
09/06/22 10:44 131

REALIZAÇÃO

Atividades

3. A atividade possibilita o desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar com o componente curricular História. Pode-se articular, a partir da biografia de Luísa Mahin, um estudo para a compreensão da Revolta dos Malês (1835) e da Sabinada (1837-1838).

3. c) Espera-se que os estudantes identifiquem o substantivo com o qual os adjetivos concordam.

4. Espera-se que os estudantes reconheçam o uso de elementos coesivos de referenciação, que, por vezes, tratam-se de palavras de uma mesma série sinonímica e têm como finalidade evitar a repetição de termos em um texto.

5. Espera-se que os estudantes identifiquem os adjetivos que poderiam caracterizar a personalidade.

6. Espera-se que eles infiram a função dos numerais como determinantes do substantivo.

PROPOSIÇÕES

A atividade de Língua em cena propicia o trabalho com aspectos multimidiáticos, ao ampliar os letramentos dos estudantes. Verifique se todos os estudantes possuem as condições materiais para realização da proposta: acesso à TV e a um aparelho celular. Se necessário, verifique a possibilidade de a escola auxiliá-los ou mesmo de a turma trabalhar de modo colaborativo. Enfatize a função do aparelho celular, nessa atividade, como uma ferramenta de registro de usos reais da língua em diferentes contextos. Estabeleça regras para a utilização do

3. a) O fato de ela não se sujeitar à escravidão e se tornar líder na defesa das pessoas na mesma condição, articulando todos os levantes e revoltas realizadas na Bahia nessa época.

3. Releia o trecho sobre Luísa Mahin.

a) Luísa veio para o Brasil na condição de escrava. O que a fez se tornar uma mulher que mereça ser conhecida pelo povo brasileiro?

b) Com que finalidade essa informação foi apresentada logo no início do texto?

c) No início do trecho são usadas as palavras nascida, trazida e escrava. Indique com que termo essas palavras estabelecem concordância e explique por que elas estão no gênero feminino.

Essas palavras estabelecem concordância com o substantivo próprio Luísa Mahin – um nome feminino –, por isso elas se encontram também no gênero feminino.

4. No trecho do texto sobre Luísa Mahin, além da palavra escrava , o autor usa os termos quituteira e Rainha da Bahia para se referir a ela. No caderno, transcreva a alternativa que explica o efeito de sentido que o uso desse recurso linguístico produz no texto.

Alternativa A

A. Evita a repetição desnecessária de palavras.

3. b) Para evidenciar a força e a capacidade de liderança dessa personalidade, que, mesmo sendo trazida como escrava, conseguiu tornar-se uma

B. Evidencia, em cada termo, o que o autor do texto pretende destacar.

C. Ajuda o leitor a resgatar quem é a pessoa de quem trata o texto.

D. Produz um encadeamento das ideias, interligando as partes do texto.

figura importante na História do Brasil.

5. Considerando as informações do segundo parágrafo do texto sobre Luísa Mahin, copie no caderno os adjetivos que poderiam ser usados para caracterizá-la.

Espera-se que os estudantes copiem as palavras destemida, audaciosa, corajosa.

vencida inconformado audaciosa desacreditada destemida medrosos corajosa

6. a) Texto 1: por duas décadas; texto 2: nas primeiras décadas do século XIX

6. Nos dois textos que você leu, há numerais usados como determinantes do substantivo.

a) No caderno, registre as expressões que exemplificam esse uso nos dois textos.

b) O que você observa quanto à concordância desses numerais? Explique sua resposta.

c) Na sua opinião, o uso desses numerais é importante para os sentidos do texto? Por quê?

LÍNGUA EM CENA

6. b) Os numerais duas e primeiras determinam o substantivo décadas, estabelecendo concordância de gênero e número com esse substantivo.

Regras de concordância em noticiário de televisão

Junte-se a três colegas e escolham um noticiário de televisão local. Com o uso de um celular, gravem um trecho de uma notícia do interesse de vocês. Depois, ouçam o trecho gravado e verifiquem se os apresentadores empregam, na fala, as regras de concordância que vocês estudaram no módulo. Comentem por que isso ocorre, considerando a situação de comunicação. Observem se há algum equívoco na fala deles ou se não há nenhum caso de inadequação. Anotem as conclusões e os exemplos que encontrarem.

Em seguida, gravem conversas dos integrantes do grupo durante o recreio ou no intervalo entre as aulas. Ouçam as gravações e verifiquem se vocês empregam as regras de concordância de acordo com a norma-padrão ou se não há uma preocupação com elas. Comparem as distintas situações de comunicação e elaborem comentários que justifiquem o uso da linguagem em cada uma delas. Tragam os comentários para a sala de aula no dia combinado com o professor e compartilhem suas conclusões com os colegas.

6. c) Espera-se que os estudantes compreendam que os numerais definem o tempo em que os fatos relatados na biografia de cada uma das personalidades aconteceram, informação muito importante para que o texto cumpra sua finalidade.

aparelho em sala com a turma. A atividade incentiva o exercício do protagonismo dos estudantes, com base em seus interesses por tecnologia e comunicação, ao mobilizar conhecimentos de diversas áreas e ao propor a eles uma investigação de situações cotidianas por meio de metodologia ativa de aprendizagem. O objetivo dessa atividade é promover a prática da observação,

D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 132 07/06/22 10:23

da análise e da comparação das regras prescritas pela gramática normativa e os usos no material observado. Os estudantes devem observar a concordância nominal na modalidade oral da língua, tanto no registro formal como no informal, com o objetivo de reconhecer a necessidade do emprego das normas em situações formais de comunicação.

132
132

PROPOSIÇÕES

QUESTÃO DE FALA E ESCRITA

Substantivos com terminações -são e -ção

Muitos substantivos da língua portuguesa são derivados de verbos no infinitivo e se formam pelo acréscimo das terminações -são e -ção. Para escrever corretamente esses substantivos, há algumas regras ortográficas.

1. A seguir, leia o trecho de uma notícia.

Mapa em Teresina divulga mulheres artistas e incentiva valorização da cultura local

A divulgação do levantamento iniciou no último 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

Um grupo de profissionais reuniu-se para realizar um mapeamento de mulheres que atuam no setor cultural e artístico de Teresina. O intuito é obter informações sobre o perfil demográfico das artistas e suas áreas de atuação, além de fortalecer a cultura local.

O projeto, intitulado Catirinas, prevê o estudo e a divulgação do trabalho de pelo menos 100 mulheres teresinenses. Entre elas estão artistas visuais, artesãs, bordadeiras, produtoras culturais, atrizes, musicistas, contadoras de histórias, fotógrafas e tatuadoras.

[...]

“É um levantamento produzido por mulheres. Há artistas, pesquisadoras, professoras, jornalistas e especialistas em mídias sociais. Embora tenha sido divulgado recentemente, o mapeamento é feito desde 2021. Estamos tecendo uma historiografia que olha para processos criativos femininos”, contou a diretora artística da iniciativa, Layane Holanda.

Para a diretora, o projeto é também uma oportunidade para convencer outras pessoas de que arte não é somente um hobbie, pode ser uma ocupação profissional. De acordo com ela, um formulário para cadastro e indicação de mulheres será disponibilizado para a população no mês de abril.

[...]

Personagem do folclore inspira projeto

Na história do bumba-meu-boi, Catirina é a mulher grávida, que deseja comer a língua do boi. Ao ter conhecimento do desejo da esposa, Francisco, preocupado em satisfazer a vontade de Catarina, cortou a língua de um dos gados de seu patrão.

“Ser artista em Teresina é ser um pouco Catirina. Desobedecer, enfrentar, lutar pelo que você quer. Catirina é uma mulher grávida, um corpo que move e transforma o entorno”, afirmou Layane.

Segundo a diretora, mulheres enfrentam desafio e precisam formular estratégias para conseguir o que querem, em um mundo onde as posições de poder estão demarcadas.

divulga mulheres artistas e incentiva valorização da cultura local. G1, Piauí, 30 mar. 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2022/03/30/mapa-em-teresinadivulga-mulheres-artistas-e-incentiva-valorizacao-da-cultura-local.ghtml. Acesso em: 20 abr. 2022.

REALIZAÇÃO

Língua em cena

Leve os estudantes a observar diferenças entre as situações de comunicação formal (telejornal) e informal (conversa cotidiana).

É importante que eles considerem as variações linguísticas regionais envolvidas, que emergem de um programa de televisão produzido em um determinado espaço e

dos falares que circulam entre os grupos sociais dos quais fazem parte. É fundamental comentar os cuidados com as ferramentas tecnológicas usadas para gravações em vídeo: fale dos aspectos técnicos (para captar um som adequado do vídeo e das conversas) e dos aspectos éticos (como evitar filmagens das falas de colegas sem autorização ou rechaçar qualquer tipo de bullying).

Em Questão de fala e escrita, são propostas atividades para que os estudantes, por meio de observação e reflexão, percebam a regularidade do emprego das terminações - são e - ção em substantivos. É fundamental que o trabalho com essas terminações em substantivos seja feito com base nos conhecimentos prévios dos estudantes sobre verbos, para que possam escrever palavras em análise segundo as convenções de escrita.

Antes de ler a notícia com os estudantes, pergunte se eles conhecem iniciativas que promovam o trabalho de mulheres artistas (artesãs, empreendedoras e autônomas) na comunidade em que vivem. Em seguida, diga a eles que farão a leitura de uma notícia sobre um projeto que divulga mulheres artistas na cidade de Teresina (PI). Solicite que façam uma leitura silenciosa e individual da notícia e, após esse momento, uma leitura compartilhada e em voz alta. Para isso, solicite um ou mais voluntários. Em seguida, proponha uma discussão sobre a importância de divulgar iniciativas como as mencionadas na notícia. Discuta a necessidade de dar visibilidade à participação das mulheres em diferentes trabalhos e profissões, especialmente aqueles dedicados à cultura e à arte local, valorizando o protagonismo feminino. Pergunte se conhecem a história do bumba-meu-boi e da personagem Catirina, que dá nome ao projeto. Espera-se que percebam que existem barreiras que se impõem contra a realização dos projetos de vida das mulheres na sociedade contemporânea.

SERENA, Ilanna. Mapa em Teresina
133
133
133
[...]
D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd
11/06/22 09:27

PROPOSIÇÕES

Recomenda-se disponibilizar, se possível, dicionários impressos ou digitais para que os estudantes possam pesquisar e conhecer palavras novas. Aproveite para levantar os conhecimentos prévios deles sobre os processos de formação de palavras, sobretudo as noções de palavras primitivas e palavras derivadas. Esse momento pode servir como uma oportunidade de avaliar os conhecimentos gramaticais a respeito desses processos.

REALIZAÇÃO

Questão de fala e escrita

1. a) Espera-se que os estudantes relacionem o assunto da notícia com o mês de março, especialmente o dia 8, em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher.

1. b) Espera-se que eles percebam que projetos desse tipo ajudam a divulgar produções culturais e artísticas de diversas regiões, de modo que as populações locais e os turistas consumam ou prestigiem essas produções e, com isso, valorizem a cultura.

1. c) Espera-se que os estudantes compartilhem iniciativas que valorizem o protagonismo feminino em atividades culturais e artísticas na região em que vivem, de modo a divulgá-las para a turma e o professor, incentivando o consumo e/ou participação nesses projetos.

2. Espera-se que os estudantes identifiquem os verbos dos quais derivam os substantivos em destaque.

3. Espera-se que a turma seja capaz de observar uma regularidade na formação

1. a) A divulgação do levantamento de artistas mulheres teresinenses para a elaboração de um mapa que incentivará a cultura local. Espera-se que os estudantes relacionem o assunto da notícia com o mês de março, especialmente o dia 8, em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Resposta pessoal.

a) Qual é o fato principal da notícia e por que ele foi noticiado no mês de março?

b) Em sua opinião, de que maneira projetos como o que foi noticiado podem ajudar a valorizar a cultura de determinado local ou região?

c) Na cidade ou no Estado onde você mora, há algum projeto semelhante ao que foi apresentado na notícia?

2. Releia o título e o subtítulo da notícia.

1. b) Espera-se que os estudantes percebam que projetos desse tipo ajudam a divulgar produções culturais e artísticas do local ou região, de modo que a população do lugar ou turistas consumam ou prestigiem essas produções e, com isso, valorizem a cultura.

Mapa em Teresina divulga mulheres artistas e incentiva valorização da cultura local A divulgação do levantamento iniciou no último 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

3. b) Atuação (atuar), ocupação (ocupar), indicação (indicar), informações (informar), posições (posicionar). Apenas o substantivo população não é derivado de verbo.

• Os substantivos valorização e divulgação derivam de quais verbos?

O substantivo valorização deriva do verbo valorizar e divulgação, do verbo divulgar

3. No trecho da notícia, há outros substantivos com terminação - ção.

a) Quais são eles?

São os substantivos: atuação, ocupação, indicação, população. Os estudantes também podem relacionar os substantivos com a terminação -ções (variação apenas pelo número – plural): informações e posições

b) Esses substantivos que você relacionou no item anterior derivam de verbos? Para responder a essa atividade, registre esses substantivos no caderno e escreva, ao lado de cada um deles, o verbo do qual derivam. Qual é a conclusão que você chegou?

4. No caderno, escreva até cinco substantivos com terminação -ção e que derivam de verbos no infinitivo.

Sugestão de respostas: formação, manutenção, situação, construção, emoção, reação, oração.

5. Leia os substantivos a seguir. Observe que todos têm a terminação - são apreensão suspensão pretensão compreensão inversão conversão diversão repulsão

a) No caderno, copie as palavras em forma de lista. Ao lado de cada substantivo, escreva o verbo correspondente na sua forma do infinitivo.

apreensão: apreender; suspensão: suspender; pretensão: pretender; compreensão: compreender; inversão: inverter; conversão: converter; diversão: divertir; repulsão: repelir.

b) Agora, faça uma tabela para organizar os verbos que você listou no item anterior, de acordo com a terminação.

-ender: apreender, suspender, pretender, compreender; -verter: inverter, converter; -vertir: divertir; -pelir: repelir.

Os substantivos derivados de verbos terminados em -verter, -vertir e - ender e - pelir são escritos com a terminação - são

6. No caderno, escreva o substantivo correspondente a cada verbo a seguir. Sublinhe a terminação comum a todos os substantivos da lista.

abster reter conter deter educar discriminar poluir

Substantivos derivados do verbo ter ou derivados de verbo na forma do infinitivo -ar, - er, -ir são escritos com a terminação - ção

6. abster: abstenção; reter: retenção; conter: contenção; deter: detenção; educar: educação; discriminar: discriminação; poluir: poluição

D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd

de substantivos na língua e que, por meio do registro, análise e observação de fatos linguísticos, sejam capazes de chegar a conclusões sobre o funcionamento da língua e sobre o emprego das palavras de acordo com as regras estabelecidas de ortografia.

4. Espera-se que, a partir das considerações a que chegaram sobre o funcionamento da língua, principalmente as noções de formação de palavras, os estudantes observem e

registrem novas ocorrências que confirmem as hipóteses levantadas anteriormente.

5. a) Espera-se que os estudantes reconheçam que todas as palavras são substantivos derivados de verbos.

5. b) A atividade sistematiza a comparação das terminações dos verbos com parte de seu radical. Ressalte para a turma, se necessário, que essas terminações não são as terminações verbais em si, com

134
134
10:23 134
07/06/22

O Dia Internacional da Mulher originou-se no movimento operário do início do século XX e se tornou um evento anual reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em 1908, 15 mil mulheres marcharam pela cidade de Nova York (Estados Unidos) pela redução das jornadas de trabalho, melhores salários e direito ao voto.

A ideia da criação de 8 de março como o dia internacional foi da ativista alemã Clara Zetkin (1857-1933), e celebrado pela primeira vez em 1911. Mas essa data só foi oficializada em 1975, quando a ONU passou a comemorá-la, tornando-se uma ocasião para celebrar os avanços das mulheres na sociedade, na política e na economia, bem como ampliar a conscientização e reflexão sobre as desigualdades que ainda predominam na sociedade atual.

ATIVIDADES

1. No caderno, copie a alternativa em que todos os substantivos podem ser completados com ç . Alternativa B.

A. evolu ão – ostenta ão – apreen ão

B. conten ão – aspira ão – corrup ão

C. informa ão – subver ão – progre ão

D. valoriza ão – constru ão – suce ão

E. decep ão – admira ão – apreen ão

2. Junte-se a um colega para descobrir qual palavra corresponde a cada uma das definições a seguir.

a) Detalhamento das características de algo ou alguém. descrição

b) Sentimento de que as expectativas pessoais estão sendo atendidas, sensação de felicidade. satisfação

c) Atitude de desacordo com algum procedimento ou algo com que se concorda anteriormente. contradição

d) Deslocamento de pessoas de um país para outro para morar ou trabalhar. imigração

e) Reclamação sobre algo que se considera justo ou a que se tem direito. reivindicação

3. Ainda em dupla, você e o colega deverão escolher quatro palavras terminadas com uma das formas estudadas e elaborar, em uma folha separada, definições para elas. Em outra folha separada, escrevam o substantivo correto para cada definição. Quando terminarem, escolham uma dupla e troquem entre si as definições, para que uma tente descobrir quais são as palavras correspondentes da outra. Resposta pessoal.

base nas conjugações dos verbos – 1a conjugação (-ar, como cantar), 2a conjugação (- er, como vender) e 3a conjugação (- ir, como partir) –, mas um recorte didático para explorar algumas regularidades ortográficas da língua.

6. Pa ra essa atividade, retome a noção de substantivos abstratos, analisando a semântica desses substantivos derivados de verbos.

Dica

Todas as respostas são escritas com ç

internet para pesquisarem as palavras esperadas em cada definição.

3. A atividade propõe o caminho inverso da atividade 2 Sugere-se as seguintes palavras: alegação, atração, reação, adoção, edição, ligação, coleção, exibição etc. Recomenda-se disponibilizar dicionários impressos ou digitais para os estudantes.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Lista de palavras terminadas em -são ou -ção

Dica

Ao escreverem as definições, fiquem atentos à grafia das palavras e à concordância nominal.

REALIZAÇÃO

Atividades

1. Oriente os estudantes a analisarem cada alternativa e refletirem sobre os verbos dos quais os substantivos derivam.

2. Destine tempo para que os estudantes possam refletir sobre as definições apresentadas e, se houver disponibilidade, possam utilizar dispositivos conectados à

Se possível, realize uma atividade em grupo em que cada estudante fale em voz alta uma palavra terminada em - são ou - ção. Como essa é uma atividade oral, reproduza na lousa as palavras pronunciadas. Ao final, para cada palavra que os estudantes disseram, solicite que outro estudante reflita e diga a palavra primitiva relacionada. Pode ocorrer de algumas palavras serem primitivas. Exemplos: nação , seção , facção, entre outras. Nesses casos, intervenha imediatamente pedindo que a turma tente encontrar a palavra primitiva correspondente. No caso de palavras homófonas ou parônimas, como seção, sessão e cessão, explore as diferenças das palavras primitivas de cada uma: seção e sessão são palavras primitivas, e cessão é derivada do verbo ceder

135 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 135 08/07/22 17:21 135
SAIBA MAIS

PROPOSIÇÕES

Em Produção escrita e oral , os estudantes têm a oportunidade de participar de uma atividade do eixo oralidade, em todas as fases do trabalho, desde o planejamento e elaboração do texto até o compartilhamento da produção, em uma situação socialmente significativa. Além disso, eles podem fruir esteticamente de textos do campo artístico-literário, de modo a valorizar a literatura e as práticas relacionadas a ela.

Se possível, como forma de aquecimento para a realização da produção textual, reserve um momento para que eles exponham aos colegas o que aprenderam sobre o gênero cordel. Pergunte a eles de quais cordéis gostaram, o que acharam mais interessante nesse gênero textual, se desejam ler mais cordéis no futuro etc. Ao final, faça uma síntese dos aspectos que julgar mais importantes.

REALIZAÇÃO

Na etapa Planejando o cordel, questione os estudantes sobre possíveis temas para o cordel, incentive-os a usar a criatividade e a pensar sobre diferentes aspectos da comunidade em que vivem que podem ser abordados no texto. Circule pelas duplas e certifique-se de que selecionaram um tema. Verifique também se houve variação na escolha dos temas para que as produções sejam ricas e diversificadas. Se julgar necessário, retome o conceito de eu lírico.

Na etapa Escrevendo o cordel, certifique-se de que as duplas dediquem um tempo para conversar livremente sobre as ideias que podem ser expressas no cordel. Incentive

Cordel

Reúna-se com um colega para produzir um poema de cordel sobre a cultura do lugar em que vocês vivem. Os cordéis produzidos pela turma serão declamados e, depois, impressos em formato de folhetos para serem doados à biblioteca da escola.

Planejando o cordel

1 Levantem temas que tenham relação com o lugar, a cidade ou região em que vivem, como pessoas conhecidas por terem algo especial ou engraçado, um lugar interessante ou importante, um aspecto da natureza (rio, lagoa, morro etc.), curiosidades locais, pratos da culinária regional, festas originárias de outras culturas, entre outros.

2 Registrem as sugestões de temas no caderno e conversem para escolher o tema que mais despertou o interesse de vocês.

3 Escolhido o tema, conversem sobre o que pretendem com o cordel: emocionar, divertir, fazer uma crítica social.

4 Definam também o eu lírico do poema: se será um morador do lugar, um amigo da pessoa homenageada no cordel, um personagem folclórico ou histórico, se será um homem ou uma mulher, em qual universo ele/ela está inserido(a): se no campo, na cidade, na mata, na lavoura etc. Pensem também em qual sentimento o eu lírico tem pelo lugar ou pela pessoa abordados no poema.

Escrevendo o cordel

1 Retomem o tema e conversem sobre os aspectos dele que serão abordados no cordel.

2 Com base no que pretendem com o poema, façam uma rodada de sugestões de ideias e escrevam uma lista de palavras relacionadas ao tema. Em seguida, selecionem as mais interessantes e formem par com outras palavras que possam rimar, para dar ritmo e sonoridade ao cordel. Nesse momento, se desejarem e a depender do tema, insiram palavras e expressões próprias do linguajar da localidade. O uso de regionalismos pode ajudar a construir sentidos e conferir originalidade ao cordel.

3 Usem a linguagem figurada para criar imagens, como ouro branco e lanternas de mil vaga-lumes, trazendo novos sentidos e dando maior expressividade ao texto.

4 Retomem a estrutura do cordel, observando a composição das estrofes e o esquema das rimas. Vocês podem usar estrofes com seis versos, como no cordel de Leandro Gomes de Barros, ou com quatro versos, como no cordel de Patativa do Assaré.

5 No caderno, escrevam a primeira versão do poema.

os integrantes das duplas a participar de modo ativo na seleção dos elementos que irão compor o cordel (sejam formais ou simbólicos). Se necessário, proponha a eles questionamentos que possam ajudá-los a tomar decisões.

PRODUÇÃO ESCRITA E ORAL 136 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 136 07/06/22 10:23 136

Revisando e reescrevendo o cordel

Nesta etapa, releiam o poema, considerando os itens a seguir.

• O tema do cordel está definido claramente? Ele se refere a algum aspecto do lugar onde vocês vivem?

• O objetivo de emocionar, divertir, elogiar ou criticar foi alcançado?

• O eu lírico do cordel está claro? Sua relação com o local foi expressa no poema?

• O cordel é composto de estrofes com quatro ou seis versos?

• Há rimas entre os versos? Como elas aparecem?

• Há uso de expressões com sentido conotativo e figurado?

Preparando a declamação

1 Releiam o cordel com atenção. Depois, realizem os procedimentos a seguir.

• Marquem as rimas.

• Pintem os pares de palavras que rimam com cores diferentes.

• Identifiquem os versos em que se poderá dar um tom mais enfático na declamação.

• Identifiquem as estrofes ou versos em que o ritmo será mais rápido ou mais lento.

2 Decidam como será feita a declamação: se cada um declama uma estrofe ou uma parte do poema.

3 Leiam a parte que coube a cada um várias vezes, até memorizar.

4 Treinem a declamação e os recursos que utilizarão: entonação, ritmo da fala, movimentação corporal, gestos, expressões faciais.

Declamando o cordel

A depender do número de duplas, as apresentações poderão ser feitas em mais de uma aula, durante uma semana. Alguns combinados podem ser estabelecidos com a turma, como:

• prestar atenção às apresentações de cada dupla;

• respeitar os colegas durante a apresentação.

Produzindo um folheto de cordel

1 Dobre folhas de papel sulfite A4 ao meio no sentido horizontal. Uma delas será a capa do cordel e as demais serão usadas para registrar os versos do poema. Usem quantas folhas forem necessárias.

2 Deixem uma margem de segurança de 2 cm na dobra das folhas e grampeiem para uni-las. Vocês também podem fazer dois furos e usar barbante para amarrá-las.

3 Escrevam o cordel nas páginas internas do folheto.

4 Na capa, escrevam o título do cordel e o nome dos autores com letras grandes. Façam também uma ilustração relacionada ao tema.

REALIZAÇÃO

Na etapa Revisando e reescrevendo o cordel, proponha aos estudantes que utilizem as perguntas do boxe como um guia para eventuais correções. Se julgar conveniente, solicite a eles que troquem entre si as produções para que os colegas apontem problemas e melhorias no texto.

Na etapa Preparando a declamação, se for possível, convide um cordelista para que

faça uma apresentação para a turma. Caso não seja possível, procure e exiba vídeos da internet ou declame você mesmo cordéis para a turma. Em seguida, pergunte aos estudantes o que observaram sobre aspectos como: a postura do cordelista, a movimentação do corpo, o tom de voz, o ritmo da fala etc. Explore as sensações e os sentimentos que a interpretação do cordel produz. Comente que a declamação do cordel se dá através de

gestos, da entonação da fala e da expressão do olhar.

A etapa Declamando o cordel pode ser feita em um dia planejado previamente com a turma.

Nesse momento de declamação dos cordéis, é fundamental estabelecer combinados sobre respeito e sobre a importância da escuta atenta aos colegas que estiverem apresentando. Esses acordos abrem espaço para combinar, também, critérios de avaliação formativa (do professor em relação aos estudantes) e de autoavaliação dos estudantes em relação a si e aos colegas. Pode-se compartilhar critérios como:

• tema do cordel;

• boa postura corporal;

• expressividade corporal e gestual;

• entonação na voz (Articulo todas as palavras corretamente? Falo com voz muito suave ou com voz excessivamente grave? Falo rapidamente ou devagar? Pronuncio adequadamente as sentenças, conforme a intenção comunicativa, conforme uma afirmação, uma interrogação etc.?);

• ritmo empregado;

• pronúncia utilizada;

• ocupação do espaço;

• interpretação adequada do texto.

Ao final da etapa Produzindo um folheto de cordel, combine com o responsável pela biblioteca a entrega dos folhetos. Também é possível combinar maneiras de expor os cordéis produzidos pela turma no espaço escolar. Avalie a possibilidade de os folhetos ficarem pendurados no cordão em um corredor ou em algum espaço cultural (como na biblioteca, por exemplo), de maneira a fomentar o interesse por leitura em estudantes de outras turmas.

137
137 07/06/22 10:23
D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd
137

Habilidades de encerramento

• EF67LP23

• EF67LP27

• EF69AR01

• EF69AR04

• EF69AR09

• EF69AR31

• EF69AR34

• EF67EF16

PROPOSIÇÕES

As atividades propostas em Linguagens em conexão propiciam o diálogo entre diferentes linguagens, inseridas na diversidade cultural e social brasileira, ao mesmo tempo em que permitem a valorização de manifestações artístico-culturais de segmentos sociais marginalizados, como os povos indígenas e quilombolas, em suas tradições e saberes. Assim, os estudantes podem ampliar seus conhecimentos sobre a realidade brasileira, construindo uma visão propositiva e crítica da diversidade social e cultural que a compõe. Peça aos estudantes que leiam as perguntas individualmente e reflitam sobre elas. Em seguida, proponha um debate à turma para que todos respondam e troquem opiniões e experiências.

REALIZAÇÃO

1. Destine algum tempo para que os estudantes observem a pintura individualmente e em silêncio. Se considerar produtivo, cite alguns pontos de atenção para que eles detenham o olhar, como o cenário, as vestimentas, os acessórios, as expressões faciais e corporais dos personagens e a composição geral da tela. Depois, incentive cada estudante a compartilhar o que sente quando observa a pintura com atenção,

Arte e diversidade cultural

Neste módulo, você estudou um conto popular e explorou as características da literatura de cordel. Agora, você vai descobrir como a diversidade cultural também pode ser encontrada em manifestações artísticas e práticas corporais.

A capoeira, por exemplo, é uma manifestação cultural afro-brasileira, que mistura música, dança e luta. Já o frevo é uma expressão originária do Nordeste, que une música e dança e possui muitos movimentos inspirados na capoeira. As duas manifestações são reconhecidas como patrimônios imateriais da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Neste momento, recorde o que trabalhou neste módulo e reflita sobre como as culturas do Brasil e do mundo são diversas. Em seguida, observe as pinturas.

garantindo que as falas sejam aprofundadas e justificadas. Para ampliar a discussão, você pode perguntar, por exemplo, se eles compreendem quais são os movimentos que os personagens estão fazendo, se são rápidos ou lentos, amplos ou contidos; se a tonalidade das cores auxilia na criação de uma atmosfera alegre ou triste; ou se a expressão dos personagens sugere algum outro sentimento.

2. Recomenda-se relacionar o componente Arte com o componente Educação Física. Deixe que os estudantes compartilhem as próprias opiniões e acolha todos os pontos de vista. É possível que alguns deles não tenham facilidade de reconhecer a capoeira como uma dança ou como uma luta, por isso, explique que muitas manifestações culturais brasileiras são híbridas e contemplam mais de uma linguagem

BNCC
LINGUAGENS EM
CONEXÃO
HEITOR DOS PRAZERES 138
138 07/06/22 10:23 138
PRAZERES, Heitor dos. Frevo. [19--]. Óleo sobre tela colada em eucatex, 36,50 cm × 45 cm. Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs).
D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd

AUXILIADORA, Maria. Capoeira. 1970. Técnica mista sobre tela, 69,5 cm × 75 cm × 1,5 cm. Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp).

Agora, responda às perguntas em um debate com a turma.

1. Observe outra vez a pintura de Heitor dos Prazeres, atentando para as cores, as formas e as posições das personagens. Quais sensações a imagem lhe transmite?

Resposta pessoal.

2. Agora, observe a pintura de Maria Auxiliadora. Recorde conhecimentos que você já possui sobre a capoeira e explique por que, na sua opinião, é possível considerar que os movimentos dessa manifestação misturam elementos de dança e luta.

3. Observe as cores, as roupas, os acessórios e as sugestões de movimentos das personagens nas duas pinturas. Pense também no que você já conhece das duas manifestações culturais. Quais relações você enxerga entre o frevo e a capoeira?

Resposta pessoal.

4. Em sua opinião, como a capoeira e o frevo se relacionam com o que você estudou neste módulo?

Resposta pessoal.

5. Quais outras manifestações artísticas ou práticas corporais típicas brasileiras você conhece?

Resposta

ou área. Explique a eles que a capoeira, composta por golpes, acrobacias e outros movimentos ágeis, pode ser estudada nas aulas de Educação Física e é reconhecida como uma luta do Brasil. Além disso, a capoeira também pode ser estudada pelo viés do componente Arte, já que segue um ritmo e uma musicalidade, muitas vezes se aproximando de uma coreografia com movimentos expressivos.

Você conhece as modalidades do frevo?

2017. Vídeo (7min16s). Canal Mexe com Tudo. Disponível em: www.youtube.com/ watch?v=zcKI6orXx78

Acesso em: 4 mar. 2022.

O vídeo apresenta as particularidades das modalidades do frevo, tanto em relação à música quanto em relação à dança.

3. A atividade tem como objetivo que os estudantes comparem as duas imagens e explorem possibilidades de relações entre o frevo e a capoeira. Deixe que eles tracem hipóteses livremente, mas peça que justifiquem e argumentem com base nas imagens e em conhecimentos prévios. Ressalte que muitos movimentos do frevo foram inspirados em movimentos da capoeira e que ambas as expressões são típicas do Brasil e

sofreram influências da formação diversa da população do país. Se considerar interessante, ofereça-lhes um tempo para que pesquisem outras informações sobre essas e outras manifestações artísticas brasileiras na internet.

4. Incentive os estudantes a relembrar de pontos específicos do módulo e das temáticas principais. Aproveite esse momento para verificar se a turma tem dúvidas sobre o que foi estudado e coloque-se à disposição para esclarecê-las. Converse com eles acerca de como os contos populares e a literatura de cordel também são manifestações culturais e, por esse motivo, revelam a pluralidade do povo brasileiro e das culturas presentes no país.

5. Incentive os estudantes a pensar em manifestações artísticas e práticas corporais brasileiras da região em que vivem. Se considerar interessante, peça-lhes que perguntem a familiares ou amigos se conhecem outros exemplos. Proponha também que compartilhem exemplos de outras regiões do país e peça-lhes que analisem semelhanças e diferenças, percebendo a pluralidade cultural.

PARA ASSISTIR MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO
Resposta pessoal.
pessoal. 139 D2-100-139-POR-F2-2102-V6-M3-LA-G24_AVU.indd 139 07/06/22 10:23 139

Competências do módulo

Gerais: 1, 2, 3, 4, 5

Linguagens: 1, 2, 6

Língua Portuguesa: 1, 4, 7, 10

Arte: 1, 2

Habilidades da abertura

• EF69LP15 • EF67LP23

Temas Contemporâneos Transversais

• Ciência e tecnologia

• Educação ambiental

INTRODUÇÃO

Neste módulo, o texto selecionado no Capítulo 1 é uma reportagem de divulgação científica publicada no site de uma revista e apresenta pesquisas sobre a inteligência dos golfinhos e as especificidades desses animais. Os textos de divulgação científica trazem informações acerca de fatos de natureza científica e têm como objetivo divulgar pesquisas e estudos para o público geral, não necessariamente especializado nos assuntos abordados.

No Capítulo 2, há um verbete de enciclopédia que apresenta informações sobre o cérebro humano e de outros seres vivos. Com esses estudos, contempla-se o Tema Contemporâneo Transversal (TCT) Ciência e tecnologia , permitindo aos estudantes que compreendam e reflitam sobre diferentes contextos de produção de gêneros relativos à divulgação científica e infiram que são gêneros textuais de modalidades e universos discursivos diferentes, mas que apresentam determinadas características iguais, como o âmbito de divulgação e as intenções comunicativas. Há também uma proposta de análise entre a reportagem de divulgação científica e o gênero videominuto, que contempla o TCT Educação ambiental

VOZES DA CIÊNCIA 4

Da esquerda para a direita, as cientistas e pesquisadoras brasileiras Ingra Morales, Flávia Salles, Ester Sabino, Erika Manuli e Jaqueline Goes, que fazem parte da equipe do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo (SP). Fotografia de 2020.

OBJETIVOS

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 140 07/06/22

• Reconhecer as características dos gêneros textuais reportagem de divulgação científica e verbete de enciclopédia.

• Identificar o contexto de produção e a linguagem desses gêneros textuais.

• Identificar os pronomes pessoais e relacioná-los com as pessoas do discurso.

• Conhecer os processos de formação de palavras: derivação e composição.

• Compreender os verbos e distinguir conjugações, modos, flexões e tempos verbais.

• Relacionar a posição da sílaba tônica à acentuação gráfica de palavras oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas.

• Produzir verbete escrito de enciclopédia.

BNCC
MÓDULO
TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO
140
14:37 140

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 141

PROPOSIÇÕES

Em Imagem em foco, levante os conhecimentos prévios dos estudantes sobre a temática abordada neste módulo: a pesquisa científica e os gêneros relacionados – reportagem de divulgação científica e verbete de enciclopédia.

Convide-os a observar e a descrever a fotografia. Depois, pergunte se o trabalho

FIQUE POR DENTRO

• Reportagem de divulgação científica

• Videominuto

• Pronomes pessoais

• Palavras derivadas e palavras compostas

• Verbete de enciclopédia

• Verbo

• Tonicidade e acentuação gráfica

• Produção escrita: verbete de enciclopédia

• Arte e ciência

IMAGEM EM FOCO

As pesquisadoras apresentadas na imagem são integrantes de uma equipe formada quase inteiramente por mulheres e que foi responsável por sequenciar o genoma do coronavírus no Brasil, logo após os primeiros casos aparecerem no país em 2020. Observe a fotografia e converse com os colegas sobre as perguntas a seguir.

1. O que mais chama a sua atenção na imagem? Por quê?

Respostas pessoais.

2. Você sabe o que é uma pesquisa científica? Em sua opinião, esse tipo de pesquisa é importante para a sociedade?

Respostas pessoais.

3. Quais você acha que podem ser as vantagens de uma pesquisa científica ser desenvolvida em grupo e não por uma pessoa apenas?

Respostas pessoais.

4. Você já conhecia alguma dessas cientistas? Qual é a importância da participação e da visibilidade das mulheres nas pesquisas científicas?

Respostas pessoais.

5. Você já pensou em ser cientista? Se fosse realizar uma pesquisa científica, qual tema gostaria de pesquisar? Por quê?

Respostas pessoais.

desenvolvido por essas profissionais é feito de maneira individual ou coletivamente. É possível que ressaltem o fato de ser retratado nela cientistas mulheres trabalhando em equipe. Chame a atenção dos estudantes para a participação feminina nas áreas de pesquisa, destacando a própria natureza do trabalho científico, que se dá por meio da dedicação de membros da comunidade de pesquisadores, e não de atos isolados de personalidades

13/06/22 07:54

excepcionais. Comente com a turma que a mulher pode ocupar diferentes trabalhos, profissões e espaços de poder, valorizando o protagonismo e a visibilidade desse grupo social. Pergunte nomes de cientistas que eles conhecem e qual é o trabalho desenvolvido por elas. Caso poucos nomes sejam indicados, reflita com a turma sobre o apagamento do trabalho feminino nas ciências.

REALIZAÇÃO

1. Explique a importância da observação atenta para responder às perguntas de forma adequada e embasada.

2. Verifique se os estudantes inferem que a ciência possibilita a melhora na qualidade de vida ao desenvolver progressos nas áreas de saúde, energia, tecnologia etc.

3. A atividade propõe uma reflexão sobre as ideias consolidadas socialmente a respeito do desenvolvimento do trabalho científico. Retome a imagem e a legenda e peça que a descrevam de modo a verificar a importância do trabalho coletivo para o seu desenvolvimento.

4. Leve os estudantes a refletir sobre a valorização da mulher em diferentes trabalhos e profissões. Se possível, proponha um debate sobre as barreiras que impedem a participação igualitária das mulheres nessas áreas, como: preconceito e violência de gênero em cursos e disciplinas majoritariamente ocupados por homens; falta de incentivo da família e da escola; continuidade de estudos na maternidade etc.

5. Entre os problemas e desafios da sociedade atual, instigue-os a selecionar um tema para o qual gostariam de contribuir no papel de cientistas.

141
141

BNCC

Habilidades do Capítulo 1

TEXTO

• EF69LP29

• EF69LP33

• EF69LP34

• EF67LP23

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

• EF69LP29

• EF69LP34

REPORTAGEM DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA CAPÍTULO1

• EF67LP23

EXPLORANDO O TEXTO

• EF69LP29

• EF69LP31

• EF69LP33

• EF69LP42

• EF69LP43

• EF06LP01

• EF06LP03

• EF06LP12

TEXTOS EM DIÁLOGO

• EF69LP29

• EF69LP40

• EF69LP42

• EF67LP23

POR DENTRO DA LÍNGUA

• EF69LP02

• EF69LP03

• EF69LP04

• EF69LP05

TEXTO

• EF69LP29

• EF69LP56

• EF67LP36

• EF06LP12

LINGUAGEM E SENTIDOS

• EF69LP56

• EF67LP23

• EF67LP28

• EF67LP35

PROPOSIÇÕES

Antes de iniciar a leitura do texto do Capítulo 1, levante os conhecimentos prévios dos estudantes sobre textos de divulgação científica. As questões que antecedem a leitura do texto possibilitam desenvolver nos estudantes habilidades relativas à inferência, isto é, estratégias de reconhecimento de informações em textos, de modo que, durante a leitura, possam confirmar as antecipações e verificar as hipóteses elaboradas por eles. Organize uma roda de conversa e avalie a fluência em leitura da turma. As atividades de Estratégias de leitura , a seguir, apresentam sugestões para o encaminhamento do texto deste capítulo.

Pergunte a eles se sabem as maneiras pelas quais as pessoas tomam conhecimento dos

A seguir, você vai ler uma reportagem de divulgação científica publicada no site de uma revista. O texto aborda estudos e pesquisas a respeito da inteligência dos golfinhos.

Leia o título e o subtítulo do texto e levante hipóteses: O que, possivelmente, os pesquisadores conseguiram observar nesses animais? Quais informações você imagina que serão apresentadas sobre a inteligência dos golfinhos? Como os pesquisadores obtiveram essas informações? Será que a inteligência dos golfinhos é diferente da de outros animais? Respostas pessoais.

Agora, leia a reportagem de divulgação científica e, no caderno, anote em formato de lista ou esquema as informações que mais chamarem sua atenção. Ao final, verifique se suas hipóteses sobre o texto se confirmaram ou não.

Ciência

A verdadeira inteligência dos golfinhos

Estamos apenas começando a descobrir o tamanho do QI dos golfinhos. E ele é maior do que imaginávamos

Por Clarissa Barreto – Atualizado em 29 jun. 2020, 11h36 – Publicado em 28 mar. 2018, 13h40

Em Laguna, litoral de Santa Catarina, os pescadores jogam as redes só quando os golfinhos estão por perto. É que alguns dos animais que vivem por lá são seus colegas de trabalho. Por baixo da água, eles vão encurralando os peixes para perto da rede e garantem que a pesca do dia será boa. Se os pescadores não estiverem atentos, eles deduram, com acenos de cabeça e apontando com as nadadeiras, onde está o cardume. Ao final de tudo, parte da presa fica com os botos e todo mundo sai ganhando. A parceria já dura mais de cem anos – só mudam os golfinhos e os humanos.

Longe dali, no Instituto de Estudos de Mamíferos Marinhos, no Mississippi (EUA), a golfinha Kelly também corre atrás do ganha-pão dentro do seu aquário. Os treinadores a ensinaram a recolher o lixo do fundo do tanque em troca de um petisco. Com o tempo, Kelly sacou que não adiantava recolher lixo quando os treinadores não estavam por perto. Assim, começou a esconder os dejetos atrás de uma pedra para entregá-los apenas quando os humanos aparecessem de novo.

estudos e pesquisas científicas, em quais meios são transmitidos e quais assuntos e temas essas pesquisas geralmente tratam. Espera-se que explicitem algum contato com jornais e revistas impressas, sites ou canais de televisão voltados para essa finalidade, com temáticas variadas nos campos das ciências. Levante os interesses deles em áreas ou temas específicos

de ciências e comente a importância da leitura periódica de textos de divulgação científica, que difundem informações de fontes científicas consolidadas, para compreender os fenômenos da vida cotidiana, do mundo e do funcionamento da sociedade. Ofereça exemplos que demonstrem essa relevância à turma e discuta-os coletivamente.

142 D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 142 07/06/22 14:37 142

Logo a golfinha também percebeu que o tamanho do lixo não fazia diferença, o lanche era sempre o mesmo. Ela não teve dúvidas: começou a picotar o lixo, para ganhar um peixe para cada pedacinho que entregasse. Mas a espertinha não parou por aí. Um dia, uma gaivota caiu no tanque. A golfinha recolheu a ave morta e ganhou um balde inteiro de peixes em troca. O negócio foi tão lucrativo que Kelly se tornou uma assassina. Usou os próximos peixes que recebeu como isca para gaivotas e então – zapt – passou a capturá-las e trocá-las por mais e mais baldes de peixe.

Essas duas histórias não são casos isolados. Ao redor do mundo, golfinhos provam o tempo todo que não são apenas um rostinho bonito no oceano – são donos de um cérebro fora do comum. Há espécies que não só aprendem a usar ferramentas, como ensinam seus filhos a usá-las. Há outras que jogam uma espécie de vôlei subaquático com algas apenas para se divertir. Há orcas – que não, não são baleias, mas golfinhos oceânicos – que usam dialetos para se comunicar.

Em comum, todos têm uma inteligência única no reino animal. “Os golfinhos são particularmente bons em inovar. Aves também o fazem, mas golfinhos, além de criativos, sabem como passar isso para a frente”, diz Mauricio Cantor, especialista em mamíferos marinhos das Universidades Federais de Santa Catarina e do Paraná. Medir a inteligência de um ser vivo é algo complicado – há tantas definições por aí quanto teóricos tentando defini-la. Mas criatividade, reconhecimento de padrões e rapidez costumam ser unanimidade. “Os golfinhos também são excelentes em plasticidade, a capacidade de resolver problemas de forma criativa”, diz Cantor.

De fato, seu cérebro é de deixar qualquer um com inveja. [...]

Mais uma medida de inteligência é o índice que relaciona o peso do neocórtex, a parte mais complexa da massa cinzenta, com o peso total do cérebro dos animais. Nos humanos, ele é de 1,75. Nos cetáceos, chega a 2,7. Nada mal: essa área é responsável pela linguagem, a tomada de decisão, os movimentos voluntários e o processamento dos sentidos. Um grande neocórtex indica intensa atividade nessas áreas. “A complexidade é relacionada a funções cognitivas superiores, como atenção, julgamento e comportamento social”, diz Lori Marino, pesquisadora na Emory University, EUA.

Alienígenas terrestres

Esse QI altíssimo não surgiu por acaso. É fruto da adaptação dos golfinhos ao ambiente em que vivem. Para entender, é preciso voltar à época em que tinham pernas. Os cetáceos evoluíram de um tipo ancestral de ungulado, mamífero quadrúpede que foi também antepassado dos hipopótamos, camelos, cavalos e elefantes – todos os bichos de casco.

Há 50 milhões de anos, uma parte desses ungulados primitivos começou a viver perto da água, em busca de alimento. Aos poucos, foram passando cada vez mais tempo submersos, até que seu corpo acabou adaptado à vida submarina. As patas traseiras atrofiaram, seus rabos se tornaram ultramusculosos, sua mandíbula ficou ainda mais comprida. O resultado é o que você conhece: um bicho que tem todo o design de peixe, mas que respira fora d’água e alimenta seus filhotes com leite.

Uma vida submarina, porém, tem suas agruras. Para começar, a luz e o som se propagam de forma diferente na água e no ar, e os sentidos terrestres dos golfinhos se tornaram mambembes – se você alguma vez na vida já afundou a cabeça na água, sabe do que estamos falando. Assim, visão, olfato e audição precisaram passar por uma extrema atualização de software – e é essa adaptação que explica seus cérebros avantajados.

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Sugere-se realizar uma leitura oral e compartilhada do texto, em que cada estudante lê pequenos trechos e trabalha a escuta atenta e o acompanhamento da leitura feita pelos colegas. Quando necessário, é possível mediar a leitura, visando propiciar um maior envolvimento dos estudantes com o texto e uma construção de sentidos mais efetiva.

É recomendável que, durante a leitura de termos científicos ou palavras que podem não fazer parte do repertório da turma, uma dupla de estudantes anote essas palavras para uma pesquisa. Nesse caso, é recomendável separar previamente dicionários impressos ou links de dicionários virtuais para os estudantes.

Faça uma pausa ao final de cada tópico e peça a eles que atentem para os conteúdos lidos anteriormente. É fundamental

encaminhar perguntas de compreensão do texto referentes à parte lida e levantar hipóteses a respeito da parte seguinte.

REALIZAÇÃO

Com o intuito de fomentar o interesse sobre o assunto do texto, após a leitura dos quatro parágrafos iniciais, converse com os estudantes sobre a inteligência nos animais. Destine um tempo para uma releitura dos relatos que abrem a reportagem. É possível que a turma identifique esses relatos como forma de provocar a curiosidade do leitor sobre o assunto e de apresentar exemplos concretos do tema central do texto.

Pergunte a eles se acreditam que todos os animais têm algum tipo de inteligência. Peça que justifiquem suas respostas. Espera-se que possam fazer relatos similares aos que leram nesses parágrafos iniciais.

Antes de iniciar a leitura do trecho após o primeiro intertítulo (“Alienígenas terrestres”), oriente os estudantes a levantar hipóteses a respeito da comparação dos golfinhos com alienígenas. Em seguida, inicie a leitura dessa parte, trabalhando a compreensão dos estudantes a respeito das informações apresentadas. Oriente-os a observar os trechos em que a jornalista traz explicações para tornar evidente algum aspecto do texto e a organização do conteúdo. Sugira que anotem no caderno o que lhes chamou a atenção e o que não entenderam durante a leitura.

143 D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 143 07/06/22 14:38 143

PROPOSIÇÕES

Se julgar necessário, explique que a reportagem de divulgação científica é um gênero textual de disseminação e didatização do conhecimento científico das mais variadas áreas produzido em universidades e centros de pesquisa, e tem como público leitor quaisquer pessoas interessadas em descobertas científicas, sejam elas especialistas ou não. Reforce a importância do pensamento científico, desenvolvido através do trabalho de diversos membros da comunidade de pesquisadores, e não por um indivíduo excepcional, para o progresso da sociedade e da qualidade de vida das populações.

Promova a troca de opiniões sobre a importância da divulgação da pesquisa tratada no texto, as diversas informações que traz, os conhecimentos que divulga e como a leitura a respeito de uma pesquisa científica pode ampliar a visão de mundo dos leitores, despertar o interesse na busca de novas informações etc.

Se possível, converse com os estudantes a respeito do público-alvo da revista, que pode ser consultado na internet. É possível encontrar dados da audiência da revista, como o perfil dos leitores. Trata-se de uma boa forma de os estudantes lidarem com dados científicos e construírem gráficos com base nesses dados fornecidos pela própria revista.

[...] Assim, não é exagero dizer que os golfinhos são uma espécie de vida alienígena inteligente dentro da Terra – seus cérebros são organizados de maneira tão esquisita, e eles habitam um planeta tão diferente do nosso (o fundo do mar), que tentar entendê-los é um desafio tão grande quanto cumprimentar um ET.

Viver debaixo d’água fez com que o cérebro dos golfinhos desenvolvesse sentidos completamente diferentes do resto dos seres vivos – são quase alienígenas.

A rede social

Mas, antes de entrar no fascinante mundo das conversas oceânicas, precisamos entender outra característica que explica o QIzão desses bichos. Assim como nós, eles são animais sociais. Golfinhos que vivem em rios ou perto da praia costumam viver em grupos de algumas dezenas. Já os que vivem em alto-mar são mais gregários: organizam grupos com centenas de milhares de membros.

O motivo é simples: em alto-mar há mais comida, mais recurso para cuidar dos pequenos e mais problemas com predadores – aí vale a pena montar uma metrópole para se proteger e caçar em bando. Golfinhos vivem em todos os cantos do mundo (a orca, aliás, é o segundo mamífero em distribuição geográfica, só perde para nós), e cada grupo tem um tipo único de organização social, com regras, conhecimentos e até gírias próprias.

Golfinhos vivem muito (entre 30 e 60 anos, de acordo com a espécie) e têm longas gestações (entre um ano e um ano e meio). Quando a cria nasce, ela passa outros quatro anos vivendo – e o principal: aprendendo – com as mães. “Como acontece com primatas e elefantes, a dependência do filhote fornece o tempo extra necessário para que aprendam habilidades específicas, principalmente com a mãe, mas também com a comunidade”, diz Heidi Pearson, professora de biologia marinha da Universidade do Sudeste do Alasca.

É ao longo dessa convivência, por exemplo, que as mães da espécie nariz-de-garrafa, da Austrália, ensinam seus filhotes a vasculhar o fundo do oceano com uma

REALIZAÇÃO

Antes de iniciar a leitura do segundo intertítulo (“A rede social”), verifique se os estudantes compreenderam que o trecho em que a jornalista explica a modificação sofrida pelo cérebro dos golfinhos no processo de adaptação é um comentário que pode

distinguir a redação de um artigo de divulgação científica voltado ao público leigo de um texto voltado à comunidade científica. Se necessário, chame a atenção para a afirmação da jornalista sobre não ser exagero afirmar que golfinhos são uma espécie de vida alienígena inteligente na Terra.

144
144 11/06/22 09:29 144
ZAKURO AOYAMAM/ABRIL COMUNICAÇÕES S.A
D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd

esponja do mar acoplada no nariz. As golfinhas usam essa ferramenta para proteger seus delicados narizes enquanto procuram peixes escondidos debaixo da areia – e conseguem passar essa habilidade adiante. Há biólogos que acreditam que esse comportamento é um sinal de cultura: indica a capacidade de desenvolver um hábito único dentro de um grupo e de passá-lo adiante.

Fale com eles

São os golfinhos-pintados das Bahamas que gostam de jogar algas entre si, numa espécie de vôlei submarino. Os pesquisadores americanos da equipe do Wild Dolphin Project já estão habituados a vê-los jogar uns com os outros, mas às vezes é diferente – de vez em quando, os animais parecem chamar os humanos para bater uma bolinha. “Em vez de ficarem na postura horizontal costumeira, ficam numa posição vertical na água, segurando e soltando a alga para que a peguemos. Se não mergulhamos para buscar, eles trazem a alga para a superfície e sacodem com a cauda na nossa direção, como fazem com seus bebês”, disse Denise Herzing, uma das maiores especialistas em golfinhos do planeta, em uma palestra do TED. Sim, esses golfinhos estudados pela dra. Herzing ficam tentando adestrar os humanos

A equipe, porém, não quer só jogar bola com os flippers. Há 30 anos pesquisando o mesmo grupo, a ideia é aprender a se comunicar com eles. Há cinco anos, os cientistas conseguiram chegar ao projeto CHAT, uma espécie de computador subaquático desenvolvido para bater um papo com os animais. O equipamento vai atado ao corpo de um pesquisador e inclui um teclado, alto-falantes e microfones.

Pesquisa sobre o impacto da ciência na sociedade

Se considerar produtivo, explore o papel dos cientistas como agentes responsáveis pelos avanços tecnológicos de que todos se beneficiam em diversas atividades humanas. A fim de que os estudantes conheçam e valorizem essas conquistas, proponha a eles uma pesquisa sobre uma investigação científica que resultou em uma mudança positiva para a sociedade.

Se necessário, apresente um exemplo de mudança social causada pelo desenvolvimento científico, a partir de informações sobre o médico imunologista brasileiro Vital Brazil Mineiro da Campanha (18651950), que em 1898 criou o soro antiofídico polivalente, específico para a mordida de cobras cascavel e jararaca. Até então existia apenas o soro formulado pelo francês Albert Calmette (1863-1933) contra o veneno das espécies de najas, não eficiente para outras famílias de ofídios. Assim, a descoberta de Calmette foi fundamental no desenvolvimento do soro de Vital Brazil. Além disso, o médico brasileiro foi o fundador do Instituto Butantan, um dos mais importantes centros de pesquisa do Brasil.

145

REALIZAÇÃO

Como forma de compartilhamento dos resultados da pesquisa, os estudantes podem se imaginar como jornalistas divulgadores da ciência na sociedade e produzir uma reportagem ou artigo em que registrem e relatem uma pesquisa científica, seja contemporânea à turma ou não – o importante é que seja considerada relevante historicamente.

145

ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Pesquisadores já conseguiram fazer com que uma orca falasse “hello” e “bye-bye”. É uma entre dezenas de tentativas de conversar com esses bichos. S.A 145
ZAKURO AOYAMAM/ABRIL COMUNICAÇÕES D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd
07/06/22 14:38
Ao final da leitura do terceiro intertítulo (“Fale com eles”), reforce com a turma se estão compreendendo o texto com clareza e explore os termos técnicos do vocabulário. Os estudantes devem perceber que há casos em que os termos técnicos são explicados para o leitor no próprio texto.

Ao final da leitura, pergunte aos estudantes se gostaram do texto e o que mais chamou a atenção deles sobre o estudo a respeito dos golfinhos e demais cetáceos. Aproveite para compartilhar alguns sites de revistas, como Superinteressante e Galileu, e o site Ciência Hoje das Crianças, nos quais eles poderão encontrar diferentes conhecimentos científicos em linguagem acessível.

REALIZAÇÃO

Caso você ainda não tenha abordado as informações contextuais do texto lido, explore-as nesse momento em Quem é a autora . Pode-se encaminhar esse trabalho com perguntas sobre quem é o autor e onde se encontra essa informação, por exemplo. Para refletir sobre o papel da autoria nas reportagens de divulgação científica, pergunte aos estudantes se eles consideram que a autora possui características profissionais que a autorizam a escrever uma reportagem científica. Eles deverão observar que ela já participou de outros projetos da revista em questão, cuja especialidade são reportagens científicas.

PROPOSIÇÕES

Nas atividades orais de Conversando sobre o texto, é necessário incentivar a participação e a explicitação das respostas dos estudantes. As questões propostas nesta seção têm como objetivo possibilitar a verificação das hipóteses formuladas pelos estudantes, na leitura inferencial realizada antes da leitura integral da reportagem de divulgação

Ele é programado para emitir assobios-assinatura dos golfinhos e também é capaz de gravar o que eles emitirem em resposta. A ideia é fazer com que os bichos aprendam a associar os assobios emitidos pelo CHAT a um objeto: um lenço, uma corda e uma alga. Caso consigam, será o começo de uma nova linguagem partilhada entre golfinhos e humanos.

[...] Os golfinhos se comunicam usando sinais complexos de pelo menos dois tipos – assobios e cliques –, que são produzidos em sistemas anatômicos diferentes. Os assobios podem durar vários segundos e são contínuos. [...]

Além dos assobios, os golfinhos produzem sinais pulsados, chamados de cliques. Eles são usados tanto para comunicação quanto para percepção do ambiente [...].

Essa versatilidade na hora de conversar abre outro caminho possível para o nosso papo com os golfinhos: ensiná-los a falar “humanês”. Já existe até um primeiro resultado. No começo deste ano, Wikie, uma orca que vive num aquário na França, conseguiu repetir foneticamente, em inglês, algumas palavras. Ela literalmente falou “bye-bye”, “hello” e contou até três – mas os pesquisadores acreditam que não fazia a menor ideia do que tinha dito.

Por enquanto, o experimento serviu para reforçar a ideia de que orcas de fato aprendem sons por imitação. A outra certeza é que orcas, botos e golfinhos são bichos que realmente conversam entre si. O que resta a nós é seguir tentando decifrar o que os nossos vizinhos alienígenas estão tramando debaixo d’água.

BARRETO, Clarissa. A verdadeira inteligência dos golfinhos. Superinteressante, ed. 287. São Paulo, 28 mar. 2018. Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/a-verdadeira-inteligencia-dos-golfinhos. Acesso em: 14 jan. 2022.

VOCABULÁRIO

Dialetos: modos de se comunicar próprios de determinados grupos.

QI: sigla para quociente de inteligência, uma forma de medição de inteligência.

Cetáceos: mamíferos de vida marinha ou fluvial.

Ungulado: mamífero cujos dedos terminam em casco.

Agruras: dificuldades.

Mambembes: falhos, pouco eficazes.

QUEM É A AUTORA

Clarissa Barreto formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Trabalhou como repórter de veículos de grande circulação. Participou de edições especiais da revista Superinteressante e também da pesquisa da biografia do ex-presidente do Brasil Getúlio Vargas, que compõe o livro Getúlio: dos anos de formação à conquista do poder (1882-1930), do jornalista Lira Neto.

científica. Trata-se de um procedimento que deve ser fomentado para trabalhar com a reportagem de divulgação científica, a qual, ao disseminar os resultados de pesquisas científicas, também reproduz parte do método científico de descoberta e de um “saber-fazer” esses resultados.

146

PARA ASSISTIR

Winter, o golfinho, dirigido por Charles Martin Smith. Estados Unidos: Warner Bros, 2011. DVD (1h54min). Inspirado em uma história real, o filme acompanha a saga de um menino que, ao lado de um biólogo e de um especialista em próteses, tenta salvar a vida de um golfinho que teve a cauda amputada após se ferir em uma armadilha.

BROS, EUA,2011

REALIZAÇÃO

Conversando sobre o texto

WINTER O GOLFI NHO.CHARLES MARTIN SMITH.WARNER
Flipper : nome de um golfinho, personagem de filme e série de televisão norte-americanos da década de 1960. 146 D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 146 07/06/22 14:38
PROPOSIÇÕES
1. Fomente a participação dos estudantes ao confrontarem suas hipóteses iniciais e permita que sempre identifiquem e releiam trechos para consolidar a compreensão do texto.

PROPOSIÇÕES

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

1. As informações apresentadas pelo texto são as que você imaginou que encontraria ao ler o título e o subtítulo?

Resposta pessoal.

2. Que informações você anotou no caderno durante a leitura do texto? Quais delas você não conhecia? E quais achou mais curiosas? Por quê?

Respostas pessoais.

3. Em sua opinião, por que é importante saber que os golfinhos são inteligentes e capazes de se comunicarem entre si e com as pessoas?

Resposta pessoal.

4. Você costuma ler revistas e jornais, impressos ou digitais, que publicam descobertas científicas e inovações tecnológicas? Comente com os colegas e o professor.

Resposta pessoal.

1. a) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reconheçam que essas publicações são importantes meios de divulgação de conhecimentos científicos para leitores interessados, mas leigos na área. Os leitores desse tipo de publicação também podem buscar essas informações em livros da área, jornais, programas de televisão, sites e canais em plataformas de compartilhamento de vídeos.

TEXTO EXPLORANDO O

Para a realização das atividades propostas em Texto e contexto, rcomente que o gênero reportagem de divulgação científica segue estrutura similar à da reportagem, com título ou manchete, linha fina, intertítulos, citações de cientistas ou pesquisadores, ilustrações com imagens, gráficos ou infográficos; apresenta termos científicos aliados à linguagem clara, com léxico específico, muitas vezes esclarecido por meio de analogias; utiliza linguagem objetiva e grau de formalidade de acordo com o suporte.

TEXTO E CONTEXTO

1. c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes concluam que sim, já que a reportagem divulga informações relevantes e descobertas recentes relacionadas à inteligência dos golfinhos e pode interessar pessoas que tenham curiosidade sobre o tema, mas não são especialistas no assunto.

1. A reportagem que você leu foi publicada na versão on-line de uma revista voltada para a divulgação de informações relevantes e de descobertas recentes relacionadas a temas como ciência, história, tecnologia e cultura.

a) Qual é a importância de publicações como essa? Em que outros meios o leitor pode buscar informações recentes sobre estudos científicos?

1. d) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que a reportagem foi escrita por uma jornalista

b) Em sua opinião, quem são os prováveis leitores desse tipo de publicação? O que você acha que eles buscam ao ler esse tipo de revista?

Respostas pessoais.

c) A reportagem de divulgação científica lida corresponde ao perfil da revista e ao seu público-alvo? Explique.

d) A reportagem divulga resultados de pesquisas, mas não foi escrita pelos cientistas responsáveis por esses estudos, mas por uma jornalista. Por que você acha que isso acontece? Troque ideias com os colegas e o professor.

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

1. b) Ajude-os a concluir que os prováveis leitores da revista são pessoas curiosas e interessadas nos temas de que ela trata, mas não são necessariamente especialistas nos assuntos abordados.

e) Considerando o público-alvo desse tipo de publicação, o que o autor de uma reportagem que visa divulgar estudos e pesquisas científicas deve fazer, ao escrever seus textos, para que os leitores possam compreendê-los?

2. No caderno, transcreva a alternativa que melhor descreve a finalidade de textos como a reportagem de divulgação científica que você leu.

A. Narrar histórias e entreter o leitor.

que não faz parte da comunidade científica da qual os pesquisadores responsáveis pelos estudos participam.

Alternativa C

B. Convencer o interlocutor do ponto de vista defendido pelo autor.

C. Expor e divulgar um conteúdo de natureza científica.

D. Relatar fatos interessantes da área de ciências naturais.

1. e) Ele deve tratar o tema com uma linguagem acessível e, ao usar termos específicos da área em questão, explicar com outras palavras, além de utilizar, se possível, imagens e infográficos, entre outros recursos.

porque esses são os profissionais responsáveis por esse tipo de publicação e também porque o objetivo é levar as informações divulgadas a um público mais amplo, 147

2. Aproveite essa atividade para verificar que informações os estudantes selecionaram e como organizaram as anotações no caderno. O procedimento de sistematização de informações em formato de itens ou esquema pode ser um importante apoio à compreensão de textos de divulgação científica como a reportagem lida.

3. Espera-se que os estudantes reconheçam a importância desse tipo de estudo para ampliar nossa compreensão do mundo físico e, como consequência, melhorar a relação dos seres humanos com animais de outras espécies, como os cetáceos.

4. A atividade abre espaço para a construção de repertório e para o contato com meios de comunicação que publicam notícias e reportagens de divulgação científica.

1. d) Comente com a turma que os cientistas responsáveis pelas pesquisas também podem escrever textos para divulgá-las, mas que são publicações de outra categoria, voltadas para um público mais especializado, como dissertações, teses e artigos científicos.

1. e) Ao contrário de um artigo de divulgação científica, que é produzido por um pesquisador, a reportagem de divulgação científica normalmente é escrita por jornalistas especializados na cobertura de Ciência, os quais traduzem para o leitor os termos técnicos da área.

2. Ressalte que os textos de divulgação científica mediam o conhecimento científico da comunidade de especialistas para o público leigo.

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 147 11/06/22 09:30
147

PROPOSIÇÕES

Se considerar adequado, proponha uma troca de ideias com base na reflexão a seguir: A leitura do texto lhe proporcionou novos conhecimentos sobre os golfinhos? Considerando as informações do texto e o que você conhece sobre a vida dos golfinhos, o que você acha que os humanos poderiam ou deveriam aprender com eles?

Os estudantes poderão expor seus pontos de interesse e sua avaliação sobre o texto lido.

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

3. Após a realização da atividade, solicite aos estudantes que avaliem se a reportagem de divulgação científica “A verdadeira inteligência dos golfinhos” atende às expectativas dos leitores da revista. Incentive-os a responder livremente, justificando.

4. e 5. Após a realização dessas atividades, explore questões sobre a inteligência dos golfinhos, como aprender a conviver em harmonia entre eles e com outras espécies, ser cooperativo, entre outras. É preciso chamar a atenção para a exploração desses animais em parques temáticos, fora de seu hábitat natural, o oceano. Comente que, em mar aberto, as orcas nadam até 160 quilômetros por dia e os golfinhos, 96 quilômetros. Quando esses cetáceos ficam confinados nos tanques, eles – seres inteligentes, como vimos no texto – sofrem muito. Os sons emitidos por seus sonares (sistema de detecção de objetos por meio de ondas de som), ao se chocarem

3. a) A capacidade de aprender dos golfinhos, o que evidencia a inteligência desses animais.

3. A jornalista inicia o texto relatando a interação de golfinhos com pescadores no litoral de Santa Catarina, no Brasil, e com treinadores do Instituto de Estudos de Mamíferos Marinhos do Mississípi, nos Estados Unidos.

a) Que característica dos golfinhos fica evidente nos dois relatos?

b) Que justificativa o texto apresenta em defesa de que os exemplos desses relatos não são únicos?

ferramentas e ensinam a seus filhos, se divertem jogando algas, são criativos, usam dialetos para se comunicar.

c) Qual pode ter sido o objetivo de iniciar a reportagem com esses relatos? Explique sua resposta.

Espera-se que os estudantes percebam que esses relatos ajudam a contextualizar o assunto

O texto cita a existência de golfinhos em outras partes do mundo que aprendem a usar que será tratado na reportagem e a instigar o interesse do leitor ao aproximar o comportamento desses animais ao nosso.

4. De acordo com a reportagem, um aspecto da anatomia, ou seja, da constituição física dos golfinhos explica sua inteligência.

O tamanho do neocórtex, uma área cinzenta do cérebro responsável por importantes atividades,

a) Que característica do corpo desses animais o texto destaca?

que é bem desenvolvida e

b) Como essa característica física se relaciona ao processo de adaptação dos golfinhos ao ambiente em que vivem atualmente?

O desenvolvimento do cérebro dos golfinhos relaciona-se

avantajada nesses animais, sendo quase duas vezes o tamanho do dos humanos. à adaptação dos sentidos terrestres de seus ancestrais para a vida no mundo aquático.

5. Ao apresentar as habilidades dos golfinhos estudados pelo Wild Dolphin Project [“Projeto Golfinho Selvagem”, em português], a jornalista conclui o trecho do seguinte modo: “[...] Sim, esses golfinhos estudados pela dra. Herzing ficam tentando adestrar os humanos”.

a) Ela atribui um comportamento humano aos golfinhos ao subverter a relação entre o ser humano e as outras espécies animais, admitindo que os

a) Além do destaque em itálico, o que causa estranheza no uso da expressão adestrar os humanos no trecho?

golfinhos são capazes de adestrar pessoas, considerando-se que, em geral, ocorre o contrário.

b) Com base nesse trecho da reportagem de divulgação científica, o que se pode deduzir a respeito do que a jornalista pensa sobre os golfinhos?

Pode-se deduzir que, para ela, os golfinhos são de fato seres extremamente inteligentes.

6. Releia o trecho a seguir, em que a jornalista finaliza o texto oferecendo uma conclusão ao leitor.

[...] A outra certeza é que orcas, botos e golfinhos são bichos que realmente conversam entre si. O que resta a nós é seguir tentando decifrar o que os nossos vizinhos alienígenas estão tramando debaixo d’água.

• O que essa conclusão expressa? No caderno, transcreva a alternativa mais adequada.

a) Um resumo do que foi informado no texto sobre a comunicação entre os cetáceos.

b) Uma confirmação de que os cetáceos se comunicam entre si, mas ainda falta entender o código de linguagem que usam.

Alternativa B

A reportagem de divulgação científica apresenta informações sobre fatos científicos para leitores não especializados no assunto. Por isso, quem a escreve – em geral, jornalistas especialistas – deve empregar uma linguagem acessível. Esse gênero textual costuma circular em jornais, revistas e sites e tem como finalidade divulgar pesquisas e estudos para o público interessado em assuntos da esfera científica.

com as paredes dos tanques, voltam para eles, deixando-os desesperados.

6. Explique que a conclusão de um texto científico apresenta um arremate de tudo o que foi exposto e, em geral, aponta-se uma nova ideia referente ao que foi apresentado na exposição.

PARA LER

BONINI, Adair et al. (org.). Os gêneros do jornal. Florianópolis: Insular, 2014.

Este livro, recomendado ao professor, aborda os gêneros presentes no jornal como práticas discursivas e propicia reflexões e subsídios para o trabalho de aprendizagem de língua portuguesa em sala de aula.

148
148 11/06/22 09:32
D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd
148

1. b) Espera-se que os estudantes percebam que a divisão do texto em partes menores, marcadas por intertítulos, ajuda a hierarquizar e a organizar as informações, facilitando a compreensão do assunto abordado.

COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM

2. b) Os intertítulos indicam aspectos relacionados à inteligência dos golfinhos: cérebro avantajado, modo de viver em comunidade, como se comunicam. Essa divisão dos assuntos por meio dos intertítulos facilita a compreensão do texto.

1. A reportagem de divulgação científica que você leu apresenta várias informações sobre o assunto abordado.

a) No caderno, reproduza o esquema a seguir e complete-o com os nomes das partes e com uma síntese das informações relativas a cada uma.

A verdadeira inteligência dos golfinhos

Como o processo de adaptação levou a espécie a desenvolver sentidos integrados e cérebros avantajados.

Alienígenas terrestres

A rede social

Como se comunicam e como são capazes de interagir com as pessoas.

Estamos apenas começando a descobrir o tamanho do QI dos golfinhos. E ele é maior do que imaginávamos

Fale com eles

1. b) Ressalte que o modo como o texto se organiza ajuda na compreensão dele, pois as relações entre suas partes permitem estabelecer sentidos.

Como vivem e como se relacionam dentro dos grupos e comunidades.

b) Em sua opinião, por que é importante que o texto seja organizado dessa forma? Troque ideias com os colegas e o professor.

2. Releia o título e o subtítulo (ou linha fina) da reportagem.

a) Qual deles – título ou subtítulo – possibilita ao leitor ter mais informações sobre o que será abordado no texto? Por quê?

b) De que forma os intertítulos se relacionam com o título da reportagem? Qual é a importância deles?

3. Além dos intertítulos, as informações do texto são intercaladas por ilustrações, acompanhadas de legendas. Observe novamente a ilustração da página 145 e releia a legenda que a acompanha.

a) A qual intertítulo do texto a ilustração se relaciona? Que elementos presentes nela indicam essa relação?

b) Qual é a função das ilustrações no texto?

Geralmente, a reportagem de divulgação científica articula informações verbais e textos visuais – ilustrações, fotografias, gráficos etc. –, a fim de reforçar o sentido das informações e assegurar uma maior compreensão.

4. Por ser um texto dirigido a um público não especializado no assunto, alguns recursos são empregados na reportagem para facilitar a compreensão do leitor. Releia os trechos e observe as expressões em destaque.

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd

REALIZAÇÃO

Composição e linguagem

1. a) A atividade deve ser feita em sala de aula, com a participação de toda a turma, para que possam avaliar se as informações selecionadas para síntese são ou não pertinentes. Essa atividade é bastante importante, porque, além de estimular

Intertítulos são títulos, em geral curtos, usados para organizar o texto de acordo com seus temas.

2. a) O subtítulo ou linha fina. Porque antecipa alguns dados que reforçam a informação do título, especificando o que se considera como inteligência dos golfinhos.

PARA ASSISTIR

Um cientista, uma história. 2015-2016. Vídeos (5min em média). Canal Sesi. Disponível em: https:// youtu.be/mbd8qb 3uiNE . Acesso em: 9 mar. 2022. Essa série com 30 episódios usa a técnica da animação para contar a história de importantes cientistas brasileiros, como Carlos Chagas, Vital Brasil, Veridiana Victoria Rossetti e Oswaldo Cruz.

as habilidades de localizar e de sintetizar informações, verifica se os estudantes reconhecem as informações mais importantes do trecho lido. Espera-se que, por meio da atividade, eles possam retextualizar as informações do âmbito discursivo para o esquemático, a fim de ampliar a compreensão da reportagem lida e analisar a construção composicional do gênero.

2. Explique que o subtítulo, geralmente, é composto de outros elementos do texto, como os olhos e as legendas das imagens. O título, por sua vez, deve chamar a atenção do leitor e despertar seu interesse para a leitura, e também é composto de elementos externos ao texto, como as chamadas na capa da revista e no sumário.

3. a) Auxilie os estudantes a perceber que a imagem se relaciona ao intertítulo “Fale com eles”.

3. b) Explique a eles que as ilustrações possibilitam uma leitura mais fluida e ajudam a tornar o assunto mais compreensível e interessante para o leitor.

4. Explique que, na reportagem de divulgação científica, há uso de termos específicos do campo científico e que é importante fornecer condições para que o leitor os compreenda.

PARA LER

ZAMBONI, Lilian Márcia Simões. Cientistas, jornalistas e a divulgação científica: subjetividade e heterogeneidade no discurso da divulgação científica.

Campinas: Autores Associados/ Fapesp, 2001.

Essa obra, destinada à leitura do professor, recorre à teoria da Análise do Discurso de vertente francesa para observar a divulgação científica como um discurso que supera a vulgarização ao articular, sob variadas formas, o discurso da ciência para produção de uma mercadoria a ser veiculada nas revistas e em jornais científicos.

Principais
Principais
Título Subtítulo Intertítulo 1 Intertítulo 2 Intertítulo 3
Principais informações
informações
informações
3. b) Elas ilustram informações presentes no texto e ajudam na construção dos sentidos, tornando a compreensão mais fácil para o leitor. 3. a) Ao bloco “Fale com eles”, que trata da comunicação entre os golfinhos. Os elementos na ilustração que indicam essa relação são a representação das ondas de som que ligam os aparelhos dos pesquisadores e os golfinhos, sugerindo uma interação sonora entre eles.
149
149 09/06/22 10:47
149

REALIZAÇÃO

4. Em continuação à atividade, pergunte aos estudantes o que o emprego de termos científicos comprova sobre a reportagem de divulgação científica. Espera-se que eles notem que esse é um indício de que a reportagem tem como base estudos e pesquisas de cunho científico.

5. a) Esclareça que essas palavras aproximam o leitor do texto, imprimindo descontração na apresentação das informações e possibilitando maior compreensão.

5. b) Se julgar conveniente, comente que golfinho é um substantivo epiceno, por isso o gênero é marcado com o acréscimo da palavra macho ou fêmea

FORMAÇÃO CONTINUADA

É muito comum que se confunda o gênero gramatical com o sexo biológico. O excerto a seguir retoma as classes de substantivos epiceno, sobrecomum e comum de dois, que podem gerar dúvidas quanto à flexão de gênero.

Epiceno, sobrecomum e comum de dois. Você já deve ter ouvido algum desses termos, mas sabe a que eles se referem? Epiceno, sobrecomum e comum de dois são classificações dos substantivos em relação a sua flexão de gênero.

Os substantivos epicenos se referem aos animais e possuem apenas um gênero. A distinção entre eles dá-se apenas pela designação de macho ou fêmea. Um exemplo é o substantivo cobra, que se distingue apenas pela definição de cobra macho e cobra fêmea.

Os substantivos sobrecomuns, por sua vez, nomeiam pessoas e determinam o gênero de acordo

Trecho 1

É ao longo dessa convivência, por exemplo, que as mães da espécie nariz-de-garrafa, da Austrália, ensinam seus filhotes a vasculhar o fundo do oceano com uma esponja do mar acoplada no nariz. [...]

Trecho 2

4. b) Exemplos como o do trecho 1, que os estudantes devem ter indicado como resposta ao item III, ajudam a ilustrar, explicar ou sintetizar o conteúdo dos textos de divulgação científica, contribuindo para sua compreensão.

[...] Golfinhos que vivem em rios ou perto da praia costumam viver em grupos de algumas dezenas. Já os que vivem em alto-mar são mais gregários: organizam grupos com centenas de milhares de membros.

Trecho 3

4. c) Esse gênero faz uso de explicações, definições e exemplificações porque ajudam a esclarecer ao leitor não especializado as informações, os termos técnicos e os fenômenos mencionados no decorrer do texto.

Uma vida submarina, porém, tem suas agruras. Para começar, a luz e o som se propagam de forma diferente na água e no ar, e os sentidos terrestres dos golfinhos se tornaram mambembes – se você alguma vez na vida já afundou a cabeça na água, sabe do que estamos falando. [...]

a) No caderno, transcreva o número do trecho:

I. em que é dada uma explicação fazendo referência com uma possível experiência do leitor. Trecho 3

II. que define um termo para garantir o entendimento de seu significado. Trecho 2

III. que emprega o recurso de exemplificação. Trecho 1

b) Em sua opinião, por que é importante dar exemplos como o do trecho indicado como resposta ao item III?

c) Por que a reportagem de divulgação científica faz uso desses recursos?

5. No texto, a jornalista emprega termos no diminutivo e no aumentativo, como nos trechos a seguir.

Trecho 1

5. a) No primeiro caso, o uso de espertinha produz um efeito de afetividade. Já o uso de QIzão reforça a ideia de que o QI dos golfinhos é realmente grande. Em ambos os casos, além de imprimirem um tom de informalidade ao texto, esses usos podem aproximar o leitor do texto na medida em que tornam a linguagem mais descontraída.

[...] Mas a espertinha não parou por aí. [...]

Trecho 2

[...] precisamos entender outra característica que explica o QIzão desses bichos. [...]

a) Que efeito de sentido o uso dessas palavras produz na reportagem em cada caso?

b) No primeiro trecho reproduzido, o substantivo espertinha está substituindo o termo golfinha, citado anteriormente. Sabendo que o mais usual nesse caso seria dizer golfinho fêmea, por que a jornalista pode ter preferido utilizar o termo no feminino?

O uso do feminino também torna o texto mais informal e descontraído, o que pode gerar a identificação do leitor com ele.

com o contexto. Para que haja distinção, é necessário que sejam oferecidas na oração indicações pertencentes aos gêneros masculino ou feminino. Ex.: A vítima é um menino/A vítima é uma menina.

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 150

Já os substantivos comum de dois, a distinção de gênero é feita somente pelo determinante (artigo, numeral, pronome ou adjetivo). Um exemplo é o substantivo cliente, que tem o sentido alterado apenas pelo artigo “o” ou “a”.

Entendeu a diferença? Veja mais alguns exemplos.

Substantivos epicenos

• baleia: baleia macho/baleia fêmea

• jacaré: jacaré macho/jacaré fêmea

• polvo: polvo macho/polvo fêmea

Substantivos sobrecomuns

• criança: criança é um menino/criança é uma menina

150
07/06/22 14:38
150

6. c) Espera-se que os estudantes percebam que não, pois as opiniões expressas pela jornalista não distorcem ou alteram as informações divulgadas pelo texto, apenas buscam aproximá-lo do leitor.

6. Determinadas palavras e expressões revelam o posicionamento da jornalista sobre alguns aspectos tratados no texto.

a) No caderno, transcreva o(s) trecho(s) a seguir em que isso ocorre. Trechos 1 e 2

Trecho 1

[...] seus cérebros são organizados de maneira tão esquisita [...]

Trecho 2

Mas, antes de entrar no fascinante mundo das conversas oceânicas [...]

Trecho 3

Golfinhos vivem muito (entre 30 e 60 anos, de acordo com a espécie) e têm longas gestações (entre um ano e um ano e meio). [...]

Trecho 4

Além dos assobios, os golfinhos produzem sinais pulsados, chamados de cliques. [...]

b) Nesses trechos, que termos revelam a opinião da jornalista sobre o que está sendo abordado? Os adjetivos esquisita, no trecho 1, e fascinante, no trecho 2

c) Em sua opinião, o fato de a jornalista expressar sua opinião em alguns trechos compromete a credibilidade do texto de alguma maneira? Troque ideias com os colegas e o professor.

7. Ao longo do texto, além da voz da jornalista, são inseridas vozes de pesquisadores e profissionais especialistas no assunto. Releia um trecho em que isso ocorre.

[...] Em vez de ficarem na postura horizontal costumeira, ficam numa posição vertical na água, segurando e soltando a alga para que a peguemos. Se não mergulhamos para buscar, eles trazem a alga para a superfície e sacodem com a cauda na nossa direção, como fazem com seus bebês”, disse Denise Herzing, uma das maiores especialistas em golfinhos do planeta, em uma palestra do TED. [...]

a) Quem é a especialista? Que recursos foram usados para marcar a inserção da voz dela no texto?

A especialista é Denise Herzing, uma estudiosa dos golfinhos. Foram usadas aspas e a forma verbal disse para marcar a voz dela no texto.

b) Qual é a importância de introduzir essa outra voz à reportagem de divulgação científica?

A voz da especialista dá credibilidade ao texto ao confirmar a explicação dada pela jornalista.

Substantivos comuns de dois

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 151

• dentista: o dentista/a dentista

• jovem: a jovem/o jovem

• estudante: o estudante/a estudante

DENIS, Kleber. Tire suas dúvidas sobre flexão de gênero! Blog da Faspec . [S. l.], 29 maio 2019. Blogue. Disponível em: https://blog.faspec.edu. br/tire-suas-duvidas-sobre-flexao-de-genero/.

Acesso: 27 jun. 2022

REALIZAÇÃO

6. a) Explique aos estudantes que a divulgação científica é feita, tradicionalmente, pelos próprios pesquisadores. No entanto, existem muitos jornalistas atuando na área e utilizando sua experiência para fornecer informações ao leitor de forma clara e atrativa.

6. b) e 6. c) Comente com os estudantes que a pessoalização da linguagem é admitida em alguns gêneros de publicação na esfera da divulgação científica, mas que isso depende do objetivo e do contexto em que está sendo produzida, pois, em muitos gêneros do campo das práticas de estudo e pesquisa, a impessoalização é preferida.

7. Explique aos estudantes que as aspas são usadas para mencionar uma informação dita por outra pessoa, não pelo autor do texto. Além disso, podem ser utilizadas para mencionar uma informação que foi retirada de outras obras. Esse tipo de recurso pode ser usado para embasar as informações apresentadas e imprimir credibilidade ao texto.

07/06/22 14:38

151
[…]
151

REALIZAÇÃO

Composição e linguagem

8. Explique aos estudantes que, na citação indireta, o autor tem liberdade para escrever com suas palavras as ideias do autor consultado, desde que não desfigure a informação original.

9. Acrescente que as aspas correspondem ao sinal de pontuação que é utilizado para ressaltar palavras e expressões que, por diversos motivos, precisam de destaque.

10. Chame a atenção dos estudantes para a importância de recorrer ao uso de sinônimos na construção dos seus textos.

PARA ACESSAR

ALMEIDA, Sheila. A.; GIORDAN, Marcelo. A apropriação do gênero de divulgação científica pelas crianças: fragmentos de um percurso. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v. 16, n. 3, p. 773-797, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/ index.php/rbpec/article/view/4495. Acesso em: 23 maio 2022.

A proposta desse trabalho, inspirada nas concepções de Bakhtin, é compreender as habilidades textuais apropriadas pelas crianças em situações de interação com textos de divulgação científica.

10. Espera-se que os estudantes infiram que, além de evitar repetição, cada nome ressalta um aspecto que a autora deseja evidenciar sobre os golfinhos: o termo golfinhospintados especifica o tipo de golfinho a que se refere; animais estabelece um paralelo com o uso de humanos no mesmo trecho; flippers associa-os ao personagem da série de TV, um golfinho ágil, simpático e inteligente; bichos, por sua vez, ressalta a natureza desses animais.

O uso de diferentes termos para se referir a um mesmo ser é um recurso para evitar a repetição de palavras em um trecho, além de permitir que o leitor resgate o assunto sobre o qual se fala.

9. Na palavra humanês, as aspas indicam que se trata de um termo inventado (neologismo). Em bye-bye e hello, as aspas destacam as palavras que teriam sido repetidas foneticamente pela orca Wikie. Além disso, podem servir de destaque a termos em inglês.

8. No trecho a seguir, a jornalista também introduz outra voz à reportagem. Releia, observando a parte em destaque.

Essa versatilidade na hora de conversar abre outro caminho possível para o nosso papo com os golfinhos: ensiná-los a falar “humanês”. Já existe até um primeiro resultado. No começo deste ano, Wikie, uma orca que vive num aquário na França, conseguiu repetir foneticamente, em inglês, algumas palavras. Ela literalmente falou “bye-bye”, “hello” e contou até três – mas os pesquisadores acreditam que não fazia a menor ideia do que tinha dito

Nesse caso, a citação é feita de modo indireto, pois a jornalista usa as próprias palavras para contar o que os pesquisadores disseram.

• Como essa outra voz é introduzida no texto nesse caso?

Em textos de divulgação científica, como a reportagem lida, costumam ser usadas citações de especialistas, pesquisadores ou estudiosos, geralmente conhecidos pela comunidade científica, para dar credibilidade a fatos, ideias e observações apresentadas. A introdução dessas outras vozes ao texto pode ser feita por meio de uma reprodução fiel da fala dessas pessoas ou de forma indireta, por meio de paráfrases.

9. Releia o trecho da reportagem reproduzido na atividade anterior e explique o uso das aspas nos termos humanês, bye-bye e hello

10. Na parte da reportagem que tem como intertítulo “Fale com eles”, a autora emprega vários nomes para se referir aos golfinhos: “golfinhos-pintados”, “animais”, “flippers”, “bichos”.

• É possível afirmar que todos os nomes usados para se referir aos golfinhos nesses trechos têm o mesmo sentido ou existe alguma diferença de sentido entre eles? O você acha que cada um deles evidencia a respeito desses animais? Justifique sua resposta.

A estrutura de uma reportagem de divulgação científica não é rígida, pois depende do assunto, de quem produz o texto e para quem ele é produzido, entre outros aspectos. Mas, geralmente, apresenta título, subtítulo ou linha fina e intertítulos. Esses elementos ajudam a organizar o texto e a facilitar a compreensão do leitor, informando-o melhor. A linguagem da reportagem de divulgação científica deve ser precisa e objetiva, mas também acessível a leitores leigos ou não especializados. Por isso, às vezes é utilizada uma linguagem informal e mais descontraída. Explicar conceitos, dar exemplos ou fazer comparações são alguns dos recursos utilizados, além de apresentar imagens, como ilustrações e infográficos.

152
152 08/07/22 19:39 152
D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd

DIÁLOGO TEXTOS EM

Reportagem de divulgação

científica e videominuto

Atualmente, é possível ter acesso a informações científicas das mais diferentes formas. Além de reportagens como a que você leu anteriormente, podemos consultar livros e revistas especializadas impressas e on-line ou assistir a vídeos.

Mas será que é possível compartilhar informações de modo consistente em apenas um minuto? Para descobrir, leia a transcrição e observe a reprodução de algumas cenas de um videominuto sobre a preservação da fauna silvestre.

O videominuto, como o próprio nome indica, é um formato audiovisual específico que tem cerca de 60 segundos de duração.

Pergunte aos estudantes se eles sabem o que é um videominuto. Caso alguém conheça, peça que diga para a turma do que se trata. Conclua acrescentando que o videominuto tem como objetivo informar, homenagear, produzir humor ou criticar, e seu tempo de duração gira em torno de 1 minuto.

REALIZAÇÃO

Textos em diálogo

Os animais silvestres também têm direito à vida e ao território que naturalmente habitam. Você tem um minutinho? Eu sou Paulo Oliveira. Estamos começando agora mais um Minuto ambiental

Se possível, reproduza para a turma o videominuto “Minuto ambiental: fauna silvestre”, disponível no link https:// youtu.be/HqyFa1KjUfA (acesso em: 23 maio 2022). Peça aos estudantes que percebam os recursos sonoros que acompanham as imagens e a sincronia entre elas e o texto oral.

Em seguida, pergunte o que observaram entre a fala do jornalista e as imagens e como essa sincronia contribui para a compreensão do assunto (as imagens ilustram o texto falado, tornando mais claro o que é dito).

Pergunte a eles quais sons, além da música de fundo, aparecem no vídeo (canto de pássaros, som de freio e de buzina do caminhão, sirene do carro de polícia) e que efeito produzem (ajudam a acentuar o ambiente da mata e as diferentes situações mostradas no vídeo).

PROPOSIÇÕES

Em Textos em diálogo, propõe-se a análise do gênero videominuto, com a finalidade de compará-lo ao gênero textual reportagem de divulgação científica. Trata-se de gêneros textuais diferentes, mas que podem compartilhar determinados traços, como a esfera de circulação e os propósitos comunicativos (popularizar um conhecimento científico para leigos).

O videominuto selecionado aborda a preservação de animais silvestres, assunto relacionado ao Tema Contemporâneo Transversal Educação ambiental, e, portanto, possibilita estabelecer relações entre diferentes componentes curriculares, no caso, Língua Portuguesa e Ciências, de forma articulada, contribuindo para contextualizar os conteúdos no processo de aprendizagem dos estudantes.

Esta atividade propicia o trabalho de análise de um gênero multissemiótico e multimodal, ampliando os letramentos dos estudantes. Além disso, desenvolve habilidades relativas à oralidade ao propor aos estudantes a análise dos gestos e da entonação utilizados no videominuto. Ainda que neste momento os estudantes não se dediquem à produção de um texto oral, a análise desenvolvida irá prepará-los para compreender o texto e colocar em prática o que aprenderam sobre o gênero mais adiante.

HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/WATCH?V=HQYFA1KJUFA
Minuto ambiental – Fauna silvestre
153 D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 153 08/07/22 17:25
153

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Tomando notas

Propõe-se desenvolver a atividade seguinte, que consiste em tomar notas das informações relevantes sobre o assunto e sintetizá-las em esquemas. Para isso, sugerimos que escolha um vídeo (veja as sugestões a seguir) para ser reproduzido duas vezes para os estudantes: na primeira vez, eles assistem ao vídeo para conhecer o assunto, respondem às questões propostas e compartilham suas respostas. Na segunda vez, assistem novamente ao vídeo e, ao mesmo tempo, anotam no caderno as informações que considerarem importantes.

Sugestões de videominuto:

Minuto Saúde: Etiquetas de higiene – Ministério da Saúde. Disponível em: www.youtube. com/watch?v=bUEQrefXzjI.

Acesso em: 23 maio 2022.

Campanha: Boas ações fazem bem ao planeta: água. Disponível em: www.multirio. rj.gov.br/index.php/assista/tv/ 1689-boas-acoes-fazem-bem-ao-planeta-agua. Acesso em: 23 maio 2022.

Após a primeira audiência do vídeo, organize uma roda de conversa com os estudantes. Pergunte a eles: Qual é o tema tratado no vídeo? Qual é a relação entre o texto verbal e as imagens? Há uso de outros sons de fundo? Quais? Como eles ajudam a dar sentido às imagens? Como eles ajudam a dar sentido às informações verbais? Há variação no tom de voz do apresentador?

Antes de verem o vídeo pela segunda vez, comente com eles que:

Animais silvestres são os que vivem na natureza e não estão acostumados à presença do ser humano. Em São Paulo, habitam cerca de 2 500 espécies e quase 500 delas correm risco de extinção.

O avanço das ações humanas e a perda de áreas nativas aproximaram em demasia homens e animais.

É comum vermos cobras, gambás e até mesmo onças, atropelados nas estradas de todos o país, onde a cada segundo morrem 15 animais Animais silvestres são caçados, capturados e vendidos como animais de estimação. Uma ação criminosa, que causa a morte das espécies antes mesmo de chegarem aos pontos de venda.

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd

• Não há regras para as anotações, o importante é poder reconstruir as informações depois.

• A rapidez ao anotar faz parte do procedimento. Assim, oriente-os a abreviar as palavras, escrever tópicos, fazer desenhos, usar setas, entre outros. Apresente alguns exemplos de abreviaturas que você utiliza em suas anotações para ser mais ágil na escrita.

• Ao concluírem, oriente-os a reescrever as anotações, organizando as informações em tópicos ou frases completas.

Ao final, convide-os a ler as anotações deles em voz alta e a compará-las com as dos colegas; depois proponha-lhes que debatam sobre as informações consideradas importantes e revisem-nas.

HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/WATCH?V=HQYFA1KJUFA
HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/WATCH?V=HQYFA1KJUFA 154
154 07/06/22 14:38
154

Comprar alguns animais silvestres incentiva a captura de outros. Mude essa história. Faça a sua parte para garanti-los.

PROPOSIÇÕES

Para otimizar os trabalhos sugeridos nesta seção, propõe-se projetar o videominuto diretamente da internet, com o uso do projetor multimídia. Tal medida permitirá que a turma possa rever o vídeo quantas vezes você desejar. Solicite a alguns estudantes que socializem a informação que acharam mais interessante sobre o videominuto, para haver divulgação do conhecimento e percepção do que conseguiram compreender. Caso julgue pertinente, complemente as informações.

REALIZAÇÃO

1. Chame a atenção dos estudantes para todos os elementos que aparecem no videominuto, como tempo de duração, imagens e ilustrações, entonação, pausas, marcas de oralidade, música de fundo e animação. Explique que todos esses recursos ajudam a prender a atenção de quem assiste a ele.

Transcrito de: MINUTO ambiental: fauna silvestre. 2016. Vídeo (1min18s). Publicado pelo canal Repórter Eco. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=HqyFa1KjUfA. Acesso em: 9 mar. 2022.

1. O tema é a preservação dos animais silvestres que vivem próximos das grandes cidades. A principal finalidade do vídeo é informar e conscientizar o público sobre o problema, incentivando o combate à caça e ao comércio ilegal.

1. Que temática é abordada no videominuto? Qual é a principal finalidade dele?

2. Você acha que o vídeo foi gravado de improviso? Por quê? Troque ideias com os colegas e o professor.

Espera-se que os estudantes cheguem à conclusão de que o vídeo não foi feito de improviso. Provavelmente, foi preparado um roteiro que o apresentador leu ou memorizou no momento da gravação. 155

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 155

PARA ACESSAR

FESTIVAL DO MINUTO. [S. l.], [20--]. Site. Disponível em: http://www.festivaldominuto.com.br/. Acesso em 23 maio 2022.

Para os estudantes conhecerem mais dos videominutos, acesse com eles o site do Festival do Minuto. Comente que o Festival do Minuto, criado em 1991, trabalha com a seleção de imagens em movimento – de amadores e profissionais –exercitando a síntese em trabalhos com duração máxima de 60 segundos.

29/07/22 13:58

2. Nesta atividade, os estudantes deverão perceber que, ainda que o vídeo seja curto, ele consegue passar diversas informações dentro de pouco tempo, desse modo, sendo consistente e elucidativo. Além disso, é importante que eles percebam que mesmo vídeos de curta duração, como os videominutos, demandam planejamento e preparação para sua elaboração.

HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/WATCH?V=HQYFA1KJUFA HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/WATCH?V=HQYFA1KJUFA
155

REALIZAÇÃO

Textos em diálogo

3. a) Explique aos estudantes que a imagem tem a função de criar um estímulo visual e ilustrar o texto falado, facilitando a compreensão da mensagem.

3. b) Explique que o ritmo da fala do apresentador e sua entonação permitem que haja melhor entendimento e coerência em relação ao texto narrado.

3. c) Comente que, tendo em vista o fato de as pessoas consumirem conteúdo de forma cada vez mais dinâmica e de que estão sempre buscando por conhecimento de modo rápido, se um vídeo não for atrativo o suficiente logo nos primeiros segundos, provavelmente será descartado. Por isso, a introdução do vídeo é de fundamental importância.

4. Para os estudantes com dificuldade de identificação dos elementos citados, mostre onde eles se localizam no texto, de modo que possam estabelecer relações por meio da configuração do gênero.

5. Oriente os estudantes a justificar suas respostas de forma embasada, se possível, utilizando exemplos do vídeo.

6. A proposta dessa atividade é recuperar, de forma dialógica, o contexto de produção da reportagem de divulgação científica e do videominuto, assim como a finalidade e a situação comunicativa de sua produção.

7. Eles podem citar, por exemplo, a duração, que permite que ele seja visualizado rapidamente; o fato de o conteúdo ser apresentado de modo resumido; o uso de imagens

3. a) O título da série (Minuto ambiental), o tema do vídeo (#FaunaSilvestre) e a ilustração estilizada de uma árvore, cuja copa é formada por vários elementos que remetem ao tema.

3. O videominuto é iniciado com uma imagem de abertura e, na sequência, há uma introdução feita pelo apresentador.

a) Que elementos aparecem na imagem de abertura?

b) Como o apresentador inicia o vídeo?

c) Por que é importante o vídeo começar desse modo?

3. b) Ele começa defendendo o direito de os animais silvestres viverem no território em que sempre habitaram. Depois ele se dirige diretamente ao público (“Você tem um minutinho?”). Em seguida, se apresenta (Eu sou Paulo Oliveira) e faz referência ao nome da série (Estamos começando agora mais um Minuto ambiental).

4. O videominuto traz diferentes informações sobre o tema. No caderno, indique as informações apresentadas sobre:

a) o número de espécies de animais silvestres que vivem em São Paulo.

b) o número dessas espécies em risco de extinção.

c) as causas associadas à extinção desses animais.

d) as ações que podem ajudar a mudar a situação.

3. c) A imagem de abertura e a introdução apresentam o tema que será abordado no vídeo, convidando o público a assisti-lo.

5. Em sua opinião, as informações apresentadas no vídeo são consistentes? Ele cumpre sua finalidade? Explique.

6. Quais são as semelhanças entre a reportagem de divulgação científica que você leu e o videominuto quanto:

a) à finalidade?

b) ao conteúdo?

c) ao uso de imagens?

Espera-se que os estudantes reconheçam que sim. Ainda que seja curto, o vídeo apresenta informações consistentes sobre a preservação de animais silvestres, informando e conscientizando o público sobre formas de ajudar a preservá-los.

6. a) Ambos têm a finalidade de informar e compartilhar conhecimentos.

6. b) Ambos tratam de animais e apresentam informações e dados baseados em pesquisas e levantamentos.

6. c) Em ambos, as imagens complementam o conteúdo e auxiliam o público na compreensão das informações.

7. Quais das características do videominuto você considera mais interessante? Cite pelo menos um aspecto que chamou sua atenção.

Resposta pessoal.

8. Se você fosse produzir um videominuto com base na reportagem de divulgação científica lida, que aspecto destacaria? Por quê? Como você deveria se preparar e que recursos imagina que precisaria usar?

2 500 espécies. 500 espécies. Respostas pessoais.

4. c) O avanço das cidades nas áreas nativas, os problemas trazidos pela aproximação entre humanos e animais, como a caça e a venda de animais silvestres.

4. d) Não comprar animais silvestres e denunciar quem os vende.

estáticas e em movimento associadas a textos orais e escritos, entre outros aspectos.

8. Verifique se os aspectos citados pelos estudantes de fato correspondem às informações apresentadas na reportagem lida. Converse com eles a respeito do planejamento de um videominuto, que demanda, por exemplo, a preparação de um roteiro do que será falado, além da produção e da captação imagens.

PROPOSIÇÕES

Em Por dentro da língua, o objetivo é explorar os pronomes pessoais e seu papel na construção de sentidos do texto, com base em trechos extraídos da reportagem de divulgação científica “A verdadeira inteligência dos golfinhos”. Assim como os substantivos, os pronomes são palavras que podem ser usadas com diferentes funções textuais.

HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/WATCH?V=HQYFA1KJUFA
156
156 13/06/22 07:56 156
D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd

POR DENTRO DA LÍNGUA

Pronome pessoal

Além de atuarem como determinantes do nome, os pronomes podem exercer outras funções, como você vai estudar a seguir.

1. Leia o trecho inicial da reportagem de divulgação científica “A verdadeira inteligência dos golfinhos”.

Em Laguna, litoral de Santa Catarina, os pescadores jogam as redes só quando os golfinhos estão por perto. É que alguns dos animais que vivem por lá são seus colegas de trabalho. Por baixo da água, eles vão encurralando os peixes para perto da rede e garantem que a pesca do dia será boa. Se os pescadores não estiverem atentos, eles deduram, com acenos de cabeça e apontando com as nadadeiras, onde está o cardume. [...]

a) No trecho, o autor se refere aos golfinhos como “colegas de trabalho” dos pescadores. Que ação realizada pelos animais justifica o uso dessa expressão?

b) Considerando que o texto é uma reportagem de divulgação científica, que efeito de sentido o uso dessa expressão produz?

2. Observe que, no trecho, o pronome eles aparece duas vezes.

a) A que nome(s) esse pronome se refere em cada caso?

b) Além do sentido do texto, que pistas nesse pronome evidenciam que ele se refere a esse(s) nome(s)?

3. Os pronomes também são usados para interligar as partes do texto. É possível afirmar que isso ocorre no trecho da atividade 1? Justifique sua resposta.

4. Releia outro trecho da reportagem de divulgação científica.

Mas, antes de entrar no fascinante mundo das conversas oceânicas, precisamos entender outra característica que explica o QIzão desses bichos. Assim como nós, eles são animais sociais. [...]

a) No trecho em destaque foram empregados dois pronomes. Quais são eles?

Os pronomes nós e eles.

b) Considerando o trecho, a que termo o pronome eles faz referência? Onde esse termo está localizado?

c) E o pronome nós, a quem se refere? Como é possível saber essa informação?

REALIZAÇÃO

Por dentro da língua

4. Converse com a turma a respeito dos sentidos que o pronome pessoal de 1a pessoa do plural pode ter. Peça que observem as duas orações a seguir:

• Hoje, nós estudamos para a prova.

Lembre-se: pronome é a palavra que substitui ou acompanha um substantivo. Pode apresentar variação de gênero e número e exercer diferentes funções no texto.

1. a) O fato de eles encurralarem os peixes contra a rede de pesca e, dessa forma, fazerem com que os pescadores tenham um bom resultado sem muito esforço.

1. b) A expressão gera um tom de informalidade e aproxima o texto do leitor, pois é uma expressão muito usada no cotidiano.

2. a) Espera-se que os estudantes infiram que ambos os pronomes se referem ao nome golfinhos.

2. b) O fato de, nas duas ocorrências, o pronome estar no plural e estar no masculino, mesmo gênero e número do nome golfinhos.

3. Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois o pronome eles retoma o nome golfinhos, fazendo com que o leitor estabeleça uma ligação de sentidos com os períodos anteriores.

O pronome eles refere-se ao nome bichos, que se encontra na frase anterior.

• Nós somos responsáveis pelo lixo que geramos. Pergunte em qual das orações o pronome nós se refere a um conjunto amplo de cidadãos. Eles devem responder que é na segunda oração. Explique que o pronome nós tanto pode se referir a quem fala (eu + outro), com um enfoque pessoal, quanto ter um caráter impessoal, generalizador.

4. b) e 4. c) Chame a atenção deles para outro caso de uso do pronome reto nós Peça que adaptem a frase a seguir para a linguagem coloquial, alterando o pronome pessoal, mas mantendo seu sentido: “Nós andamos preocupados em proteger o meio ambiente”. O mais provável é que os estudantes recorram à expressão a gente. Explique que essa expressão é usada com frequência em contextos coloquiais e que, nesses casos, a forma verbal deve estar na 3a pessoa do singular.

1. Reforce a interpretação de elementos próprios de textos de divulgação científica, como o formato, a publicação e o tema.

2. a) O pronome eles substitui, no texto, a palavra golfinhos mencionada anteriormente. Nesse caso, os pronomes

estabelecem a referência anafórica, isto é, ao referente citado anteriormente.

2. b) É importante que os estudantes não só percebam a função referencial dos pronomes como também observem que eles são elementos coesivos e dão progressão ao texto.

3. Reitere que o uso dos pronomes em um texto também garante retomada e progressão

157 D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 157 07/06/22 14:38 157
4. c) O pronome nós se refere a toda espécie humana. Embora não esteja presente de forma clara no texto, a informação pode ser inferida pelo contexto.

PROPOSIÇÕES

Em Pronomes pessoais retos e oblíquos, se julgar oportuno, chame a atenção dos estudantes para o fato de que a classificação dos pronomes retos e oblíquos não é fixa; o que a determina é a função sintática que eles exercem na oração, seja de sujeito (retos) ou de complemento (oblíquos). Esse assunto será abordado posteriormente, quando tratarmos das funções sintáticas.

FORMAÇÃO CONTINUADA

No excerto a seguir, a linguista Ingedore Villaça Koch aborda as estratégias de coesão referencial e destaca o uso dos pronomes, em especial os pessoais, para construir os sentidos do texto.

[…]

A coesão por remissão pode, no meu entender, desempenhar a quer função de (re)ativação de referentes, quer a de “sinalização” textual.

A reativação de referentes no texto é realizada por meio da referenciação anafórica ou catafórica, formando-se, deste modo cadeias coesivas mais ou menos longas. Aquelas que retomam referentes principais ou temáticos (por exemplo, protagonista e antagonista, na narrativa; ser que é objeto de uma descrição; tema de uma discussão, em textos opinativos) percorrem em geral o texto inteiro.

Esse tipo de remissão pode ser efetuado […] por meio de recursos de ordem “gramatical” – pronomes pessoais de terceira pessoa (retos e oblíquos) e os demais pronomes (possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos, relativos), os diversos tipos de numerais, advérbios pronominais

Os pronomes são palavras que podem substituir ou acompanhar um nome e possibilitam ao falante fazer referências e retomadas. Os pronomes analisados anteriormente são chamados de pronomes pessoais

Pronome pessoal é a palavra que representa as pessoas do discurso, indicando quem fala, com quem se fala ou de quem se fala dentro de uma situação de interação.

Veja o exemplo a seguir.

Estamos apenas começando a descobrir o tamanho do QI dos golfinhos. E ele é maior do que imaginávamos

Nesse trecho, extraído da reportagem de divulgação científica, o pronome pessoal ele refere-se ao QI dos golfinhos. Ao mesmo tempo em que evita a repetição da expressão, ele a retoma para dar sentido ao trecho.

Os pronomes pessoais podem ser usados para ligar diferentes partes do texto, garantindo a coesão e a coerência. Isso porque os pronomes pessoais possibilitam fazer referências, isto é, indicar de que ou de quem se está falando.

Observe este exemplo.

Logo a golfinha também percebeu que o tamanho do lixo não fazia diferença, o lanche era sempre o mesmo. Ela não teve dúvidas [...].

Nesse trecho, o pronome pessoal ela indica que foi a golfinha, nome ao qual se refere, que não teve dúvidas.

Os pronomes pessoais são empregados para indicar as três pessoas do discurso:

1a pessoa (quem fala)

2a pessoa (com quem se fala)

3a pessoa (de quem se fala)

Pronomes pessoais retos e oblíquos

Os pronomes pessoais podem ser classificados como retos ou oblíquos, de acordo com a função que exercem na frase.

Os pronomes pessoais retos são aqueles que representam as pessoas do discurso e evidenciam quem realiza a ação declarada pelo verbo. Veja:

1a pessoa (quem fala) – eu, nós

2a pessoa (com quem se fala) – tu, vós

3a pessoa (de quem se fala) – ele/ela, eles/elas

(como aqui, aí, lá, ali ) e artigos definidos; ou por intermédio de recursos de natureza lexical, como sinônimos. hiperônimos, nomes genéricos, descrições definidas; ou, ainda, por reiteração de um mesmo grupo nominal ou parte dele; e, finalmente, por meio da elipse.

Muitas vezes, a (re)ativação de referentes, a partir de “pistas” expressas no texto, se dá via inferenciação. Pode-se inferir,

por exemplo, o todo a partir de uma ou de algumas partes; um conjunto a partir de um ou mais subconjuntos, o gênero ou espécie a partir de um indivíduo; enfim, conhecimentos que fazem parte de um mesmo “frame” ou “script”, a partir de um ou vários de seus elementos explícitos na superfície textual ou vice-versa. […]

KOCH, Ingedore G. V. O texto e a construção dos sentidos. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2018. p. 46-47.

158 07/06/22 14:38
158 D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd
[…]
158

Observe o exemplo a seguir.

[...] Se os pescadores não estiverem atentos, eles deduram, com acenos de cabeça e apontando com as nadadeiras, onde está o cardume. [...]

Nesse trecho, o pronome eles é um pronome pessoal do caso reto, pois corresponde à terceira pessoa do plural e evidencia que quem dedura são os golfinhos.

Os pronomes pessoais oblíquos são aqueles se referem a termos que desempenham a função de complementos dos verbos.

Veja este exemplo.

Longe dali, no Instituto de Estudos de Mamíferos Marinhos, no Mississippi (EUA), a golfinha Kelly também corre atrás do ganha-pão dentro do seu aquário. Os treinadores a ensinaram a recolher o lixo do fundo do tanque em troca de um petisco. [...]

Nesse trecho, o a em destaque é um pronome pessoal oblíquo, pois corresponde ao termo golfinha, indicando quem foi ensinada pelos treinadores (ensinaram a golfinha).

Pronomes pessoais oblíquos tônicos e átonos

Os pronomes pessoais oblíquos podem ser tônicos ou átonos. Veja, no quadro a seguir, quais são eles e a que pessoas do discurso se referem.

Pessoas do discurso

Número

Singular

Plural

Pronomes pessoais oblíquos

Tônicos Átonos

1a pessoa (eu) mim, comigo me

2a pessoa (tu) ti, contigo te

3a pessoa (ele/ela) ele, ela, si, consigo o, a, lhe, se

1a pessoa (nós) nós, conosco nós

2a pessoa (vós) vós, convosco vós

3a pessoa (eles/elas) eles, elas, si, consigo os, as, lhes, se os, as, lhes, se

Quando os pronomes oblíquos átonos o, os, a, as se juntam a formas verbais com a terminação -r, assumem as formas -lo, -la, -los, -las Observe o exemplo.

[...] Usou os próximos peixes que recebeu como isca para gaivotas e então –zapt – passou a capturá-las e trocá-las por mais e mais baldes de peixe.

Nesse trecho, o pronome as assumiu a forma -las porque as formas verbais às quais está ligado terminam com -r: capturar e trocar. Observe que também há o acréscimo do sinal gráfico. 159

PROPOSIÇÕES

Em Pronomes pessoais oblíquos tônicos e átonos, aborde a questão das variedades linguísticas regionais: em algumas regiões do Brasil, por exemplo, ainda se observa o uso do pronome pessoal tu, mesmo o verbo não concordando em pessoa com o pronome. Também é possível abordar a questão da variedade linguística histórica: o pronome vós, por exemplo, está em desuso, mas consta em textos mais antigos.

BAGNO, Marcos. Português ou brasileiro? Um convite à pesquisa. São Paulo: Parábola Editorial, 2001.

O autor propõe, nesse livro, um apoio a professores que querem estudar o brasileiro, refletir com os estudantes e conhecer melhor a língua que falamos.

PARA LER
D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 159 07/06/22 14:38 159

PROPOSIÇÕES

Em Pronomes pessoais: alguns usos, o item 2 também comprova a tendência de se usar pronomes pessoais retos na função de complemento, contrariando o que diz a gramática normativa.

Em relação ao item 3, é comum o emprego dos termos doutor, doutora, madame ou dona para dar um tom cerimonioso ou bajulador. É possível empregá-los também quando se deseja dar um tom de ironia ao que se diz.

PARA ACESSAR

ARAUJO, Wagner Santos. Os pronomes: uma classe de palavras léxico-gramaticais em retrospectiva. Dissertação (Mestrado em Língua Portuguesa) –PUC-SP, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: https:// repositorio.pucsp.br/jspui/handle/ handle/14448. Acesso em: 23 maio 2022.

Esse estudo, indicado para o professor, salienta a classe dos pronomes como objeto de investigação, segundo a perspectiva de que a relação entre estrutura e função linguística é indissociável.

Pronomes de tratamento

Também são considerados como pessoais os pronomes de tratamento

Pronomes de tratamento são aqueles usados pelo falante para se dirigir ao seu interlocutor. O uso desses pronomes indica o grau de intimidade (mais ou menos cerimonioso) entre as pessoas do discurso.

Observe estes exemplos.

Se formos nos dirigir a uma pessoa que não faz parte do nosso círculo de amizades ou a uma pessoa mais velha, podemos usar senhor/senhora

Se formos nos dirigir a uma autoridade, como um governador ou um juiz, por exemplo, podemos usar Vossa Excelência

Se formos nos dirigir a um funcionário graduado, a um oficial ou a uma pessoa para algum trato comercial, podemos usar Vossa Senhoria

Pronomes pessoais: alguns usos

1. É comum o falante empregar construções sem os pronomes pessoais oblíquos modificados. Leia o aviso que uma mãe deu ao filho:

Quando você chegar, precisa limpar os pés antes de entrar. Então, limpe eles agora!

Dificilmente, nessa situação, alguém diria limpe-os

2. O uso da expressão a gente em lugar do pronome nós, muito comum no registro informal de linguagem, está sendo incorporado ao registro formal e algumas gramáticas já consideram essa forma parte da língua.

3. No tratamento a pessoas em nosso cotidiano, pode-se usar seu em vez de senhor quando queremos dar um tom mais afetuoso, menos formal. Algumas pessoas costumam empregar também os termos doutor, doutora, madame ou dona para dar um tom cerimonioso ou bajulador.

Alguns pronomes de tratamento são mais comuns em determinadas esferas ou grupos sociais. No exemplo a seguir, veja como o próprio Presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, em seu pronunciamento por ocasião do encerramento do ano judiciário de 2021, dirige-se aos demais colegas:

[...]

Agradeço-lhes pela dedicação e pela unidade nos momentos turbulentos por que passamos ao longo de 2021, assim como pela companhia e pela parceria de Vossas Excelências com esta Presidência.

[...]

FUX, Luiz. Pronunciamento do Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, por ocasião do encerramento do ano judiciário de 2021. STF. [Brasília, DF], [2021]. Disponível em: https:// www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/discurso_encerramento_2021.pdf. Acesso em: 21 maio 2022.

SAIBA MAIS 160
07/06/22 14:38 160
D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 160

ATIVIDADES

PROPOSIÇÕES

Em Atividades, primeiramente, promova a leitura individual e autônoma do cartaz, orientando a turma a relacionar todos os elementos verbais e não verbais presentes nele. Em seguida, promova uma discussão oral, pedindo aos estudantes a síntese de todos os recursos linguísticos utilizados no cartaz como estratégias de persuasão do público-alvo.

Também é possível estabelecer diálogo entre o cartaz, a reportagem de divulgação científica e o videominuto abordados anteriormente, a fim de que os estudantes ampliem as reflexões sobre a necessidade de preservar o meio ambiente, em especial os hábitats dos animais, garantindo a proteção das variadas espécies.

REALIZAÇÃO

1. Explique aos estudantes que o principal propósito do Projeto Tamar é pesquisar, conservar e manejar as cinco espécies de tartarugas marinhas existentes no Brasil. Para conhecer melhor o trabalho da instituição, acesse o site oficial da entidade: http://www.tamar.org.br (acesso em: 23 maio 2022).

1. Leia, a seguir, o cartaz que faz parte da campanha chamada “Nem tudo que cai na rede é peixe”, publicado no site da Fundação Projeto Tamar, uma fundação que atua na preservação das tartarugas marinhas.
PROJETO
161 D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 161 09/06/22 10:47 161
PROJETO TAMAR. [Campanha] Nem tudo que cai na rede é peixe. c2011. 1 cartaz. Disponível em: www.tamar.org.br/interna.php?cod=348. Acesso em: 10 mar. 2022.
TAMAR

REALIZAÇÃO

1. b) Lembre os estudantes de que provérbios consistem em expressões populares que agregam parte do léxico da língua e estão presentes nas diversas esferas discursivas. São enunciados que fazem parte da cultura de um povo.

2. a) Relembre os estudantes de que o termo onomatopeia consiste no processo de criação de palavras a fim de reproduzir, de forma aproximada, sons naturais.

2. b) Auxilie os estudantes a identificar e a analisar os efeitos de sentido que fortalecem o discurso de persuasão no cartaz da campanha.

3. Explique a eles que o texto que consta na parte superior do cartaz funciona como uma espécie de título, resumindo uma temática que pode ser conhecida pelo leitor. Na atividade 3. b), comente que o pronome você costuma ser utilizado em comunicações informais. Nas atividades 3. c) e 3. d), explique-lhes que o uso desses pronomes evita a repetição de termos.

4. Pergunte aos estudantes qual é a função dos pronomes pessoais empregados no cartaz. Deixe-os levantar hipóteses e auxilie-os a refletir sobre o papel coesivo dos pronomes.

5. Relembre os estudantes de que os pronomes oblíquos átonos são: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes, se

6. Explique aos estudantes que esse texto tem caráter injuntivo, ou seja, sua função é instruir, orientar e explicar para os leitores quais são os procedimentos que devem ser realizados se encontrarem uma tartaruga marinha presa em uma rede de pesca.

1. a) A finalidade do cartaz é mostrar às pessoas como evitar que as tartarugas marinhas morram afogadas em redes de pesca. Ele se dirige à população em geral, especificamente a pescadores, pessoas que se interessem pela vida marinha e visitantes do site da fundação.

a) Qual é a finalidade do cartaz? A quem ele se dirige?

1. b) Para deixar claro que o objetivo da campanha é desmistificar o que diz o provérbio

b) O título da campanha faz um trocadilho com o provérbio “Tudo que cai na rede é peixe”. Na sua opinião, com que objetivo essa estratégia foi usada?

e estabelecer uma proximidade com o leitor, que provavelmente já conhece ou usa esse ditado popular, despertando sua curiosidade para saber mais sobre a campanha.

2. Para chamar a atenção das pessoas, o cartaz apresenta elementos que remetem às histórias em quadrinhos.

2. a) Sugestões de resposta: Uso das imagens dispostas em quadros; balões de fala dos personagens; presença de onomatopeias.

a) Que elementos são esses? Exemplifique sua resposta citando pelo menos um deles.

b) Que efeito de sentido o uso desses recursos busca produzir no leitor?

O efeito é tornar a mensagem mais atraente e fácil para o leitor entender, persuadindo-o a mudar de atitude.

3. Releia o texto que aparece na parte superior do cartaz.

As tartarugas marinhas podem morrer afogadas nas redes de pesca. Você pode ajudar a salvá-las!

3. a) O fato de as tartarugas marinhas correrem o perigo de morrer afogadas, informação desconhecida pela maioria das pessoas, que talvez não saiba que esses animais precisam subir à superfície para respirar, assim como baleias e golfinhos. Resposta pessoal.

3. b) O pronome pessoal de tratamento você Esse pronome produz um efeito de convocação, pois, ao explicitar o leitor, ele atribui uma responsabilidade a quem lê o cartaz.

a) Que informação a primeira frase traz? Você tinha conhecimento desse fato?

b) A segunda frase dirige-se especificamente ao leitor. Que pronome pessoal revela isso? Que efeito de sentido o uso dele produz?

c) Que outro pronome também é empregado na segunda frase?

O pronome pessoal oblíquo as em sua forma -las.

d) Com que finalidade esse pronome foi usado? Explique sua resposta com elementos do texto

O pronome foi usado para referir-se às tartarugas marinhas, termo que se encontra na primeira frase.

4. No quadrinho final, o desfecho da história mostra o que se espera das pessoas e evidencia a finalidade do cartaz.

a) Na fala da tartaruga, é empregado o pronome de tratamento você. É possível afirmar que esse pronome faz a mesma referência do que aparece na segunda frase que você analisou na atividade 3?

b) Que outro pronome pessoal é empregado nessa fala da personagem? Algum outro pronome poderia ter sido usado no lugar dele? Explique.

Espera-se que os estudantes reconheçam que não, pois, na fala da tartaruga, o pronome você faz referência ao pescador, que é a quem ela se dirige no momento da fala.

5. Agora, releia a fala do pescador e identifique que pronome é empregado nela. Por que esse pronome foi usado?

O pronome pessoal oblíquo me. Ele foi usado porque se refere à pessoa que fala – no caso, o pescador.

6. Na parte inferior esquerda do cartaz, há alguns itens após o título “ATENÇÃO!”. No caderno, transcreva a alternativa que descreve o que esses itens apresentam.

A. Procedimentos que devem ser realizados ao se encontrar uma tartaruga marinha presa em uma rede de pesca.

Alternativa A

B. Informações do que ocorre com as tartarugas quando ficam presas em redes de pesca.

C. Relatos de situações que colocam a preservação das tartarugas marinhas em risco.

D. Exemplos de situações que devem ser evitadas no cuidado com as tartarugas.

outro pronome em seu lugar.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Pronomes nos textos do dia a dia

Para abordar os pronomes em outros contextos de uso, proponha aos estudantes que fiquem atentos a textos publicitários nos lugares públicos e anotem ou fotografem aqueles em que aparecem pronomes. Em um dia a ser combinado com todos, peça que tragam o material coletado. Redistribua

esse material e peça que analisem em que situação os pronomes foram usados e para quê. Se necessário, ajude-os a localizar os pronomes. Para finalizar, destaque que os pronomes podem adquirir sentidos diferentes, dependendo do contexto de uso: apontar as pessoas do discurso – 1a (eu, nós), 2a (tu, você, vós) e 3a (ele, eles) –; substituir nomes e objetos; indicar posse ou afetividade; situar uma palavra no texto; entre outros.

4. b) O pronome pessoal oblíquo me. O me é um pronome que se refere à primeira pessoa do discurso (pessoa que fala) – nesse caso, a tartaruga; portanto, não poderia ser usado nenhum
162 D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 162 07/06/22 14:38 162

7. a) Pelo contexto do cartaz, é possível inferir que esse pronome se refere ao termo tartaruga marinha

7. Releia este trecho do cartaz: “Se ela estiver se mexendo, solte-a [...]”.

a) Nesse trecho, foi usado o pronome pessoal oblíquo a. A que termo ele se refere?

b) Além dos sentidos, que elementos linguísticos nesse pronome evidenciam essa referência?

8. Releia este outro trecho do cartaz.

Espera-se que os estudantes expliquem que é por causa do verbo. Nesse caso, o verbo termina com r, (salvar) o que faz

Se ela estiver mole ou aparentemente morta, você pode salvá-la:

que o pronome se transforme em la; no trecho da atividade 7, a forma verbal (solte) não termina com r, por isso o pronome oblíquo não sofre alterações.

• Observe que foi empregado o mesmo pronome oblíquo que você analisou na atividade 7 Por que foi escrito de forma diferente nessa ocorrência?

7. b) O fato de ser um pronome que se encontra no feminino singular, o mesmo número e gênero do termo tartaruga marinha

O Projeto Tamar foi criado em 1980 com o objetivo de atuar na preservação de tartarugas-marinhas ameaçadas de extinção.

O nome do projeto vem da junção do início das palavras “tartaruga” e “marinha”. Sua sede está situada na Praia do Forte, no estado da Bahia, mas há ações do projeto de conservação marinha em outros estados também, como Sergipe, Pernambuco e Espírito Santo.

9. c) Espera-se que os estudantes infiram que provavelmente o objetivo é fazer uma crítica ao ensino descontextualizado de pronomes de tratamento que não são do seu uso cotidiano.

9. Leia, a seguir, uma tirinha de Armandinho, personagem criado pelo ilustrador Alexandre Beck.

REALIZAÇÃO

7. É importante ressaltar aos estudantes que o estudo dos pronomes não deve ser centralizado na classificação deles, a opção por essa sequência tem o objetivo de levar os estudantes a recorrer à teoria mais de uma vez, de modo que se familiarizem com a lógica que estabelece o uso dos pronomes pessoais.

8. Ressalte que, caso o verbo termine em -r, - s ou -z, essas consoantes são suprimidas e o pronome assume a forma lo, la, los ou las

9. Nessa atividade, além de analisar os pronomes de tratamento na tirinha, há questões de interpretação e compreensão de texto.

9. b) Comente que os pronomes de tratamento são palavras usadas para designar os interlocutores. Assim sendo, têm a mesma função dos pronomes pessoais, mas com uma carga de respeito e formalidade em seu uso.

9. a) Armandinho parece ter gostado da aula, porque está sorrindo em toda a narrativa; além disso, usou os adjetivos excelente e magnífica para qualificar positivamente a aula.

a) Com base nas imagens e no diálogo com o pai, você acha que Armandinho gostou da aula? Por quê?

b) Como o efeito de humor se constrói nessa tirinha?

c) Qual pode ter sido o objetivo de usar esse recurso para produzir humor na tira?

d) Considerando o modo como Armandinho parece se relacionar com o pai, que pronome de tratamento, provavelmente, ele usaria para se dirigir a ele?

Diante da informalidade e afetividade com que se tratam, Armandinho poderia usar senhor ou você para se dirigir ao pai.

9. b) O efeito de humor se constrói pelas respostas de Armandinho, pois ele relaciona os adjetivos empregados para caracterizar a aula com os pronomes de tratamento, que provavelmente foram o assunto da aula. 163

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 163

Se necessário, apresente alguns exemplos, como os sugeridos a seguir.

• Este mês vou guardar dinheiro.

O pronome demonstrativo este se refere ao ano corrente.

• Sábado comprei um sapato. Vou levá-lo para usar na festa.

O pronome oblíquo lo substitui o nome sapato, evitando a repetição da palavra.

• Laís emprestou minha camiseta.

O pronome possessivo minha indica posse.

9. c) Ressalte que o essencial é saber que os pronomes de tratamento servem para situações em que se exige a formalidade no tratamento, como ao se referir a autoridades e pessoas que ocupam cargos de prestígio, por exemplo.

9. d) Explique que Armandinho usaria a linguagem informal para se dirigir a seu pai. A linguagem informal não se preocupa tanto com as regras gramaticais, é espontânea, usada cotidianamente com amigos e familiares.

BECK, Alexandre. [Como foi a aula, filho?]. Armandinho. [S. l.], 19 jun. 2016. Disponível: https://tirasarmandinho.tumblr.com/post/146159314434/tirinha-original. Acesso em: 10 mar. 2022. ALEXANDRE BECK
LOGO PROJETO TAMAR
SAIBA MAIS
29/07/22 14:04 163

PROPOSIÇÕES

Em Linguagem e sentidos, o estudo da formação de palavras favorece a ampliação do léxico e a compreensão da morfologia. Por meio dele, os estudantes também compreenderão que as palavras são estruturadas por um elemento comum, o radical, do qual se extrai o sentido primeiro delas e que pode ter sua significação alterada por meio de afixos; e que há ainda, em algumas palavras, as desinências, elementos com implicação gramatical. Apresente aos estudantes palavras como futebolês Peça que reconheçam a parte da palavra que contém o sentido principal. Em seguida, comente que a palavra futebol, do inglês football, foi introduzida no Brasil no século XIX e incorporada em nosso vocabulário com a popularização do esporte. Depois, mostre que o afixo - ês acrescentou uma ideia nova à palavra e pergunte se sabem qual é essa ideia. Explique a eles que essa palavra é utilizada informalmente para nomear a linguagem própria dos profissionais e dos apaixonados por esse esporte. Da mesma forma, empregamos economês , termo já dicionarizado, para a linguagem técnica dos economistas, por exemplo.

REALIZAÇÃO

1. a) Oriente os estudantes a analisar o trecho, de modo que não o transcrevam diretamente, mas façam uma paráfrase das informações sobre o significado da palavra CHAT

1. b) Comente que as pesquisas científicas sempre buscam trazer elementos novos aos conhecimentos já adquiridos, possibilitando

LINGUAGEM SENTIDOS E

Palavras derivadas e palavras compostas

Ao estudar os substantivos, você percebeu que eles podem ser formados a partir de outra palavra na língua (substantivo derivado) ou pelo acréscimo de mais palavras (substantivo composto). Além dos substantivos, alguns adjetivos, verbos e palavras de outras classes podem ser formadas dessa maneira.

1. Releia o trecho da reportagem “A verdadeira inteligência dos golfinhos”.

[...] Há cinco anos, os cientistas conseguiram chegar ao projeto CHAT, uma espécie de computador subaquático desenvolvido para bater um papo com os animais. O equipamento vai atado ao corpo de um pesquisador e inclui um teclado, alto-falantes e microfones. Ele é programado para emitir assobios-assinatura dos golfinhos e também é capaz de gravar o que eles emitirem em resposta. [...]

Pesquisadores já conseguiram fazer com que uma orca falasse “hello” e “bye-bye”. É uma entre dezenas de tentativas de conversar com esses bichos.

a) Defina, com suas palavras, o que é o projeto CHAT e para que foi criado.

b) Na sua opinião, divulgar esse projeto é importante?

1. a) Um computador subaquático criado pelos cientistas para bater papo com os golfinhos. Resposta pessoal.

2. No trecho, o termo cientistas foi usado para designar os profissionais que criaram o equipamento.

a) De que outra palavra o nome cientistas se origina?

b) E o nome pesquisador, se origina de que palavra?

O nome cientistas se origina da palavra ciência

O nome pesquisador se origina da palavra pesquisa

c) Os sentidos das palavras cientista e pesquisador são iguais aos das palavras das quais elas se originam?

3. Observe os elementos acrescentados às palavras de origem para formar as palavras novas.

Espera-se que os estudantes infiram que as palavras criadas têm sentidos novos, específicos, Sugestão de resposta: para cientistas – eletricistas, consumistas, pessimistas,

campo semântico (cientistas –pessoas que estudam e trabalham na área cientifica; pesquisadores –pessoas que fazem pesquisa).

embora os sentidos das palavras derivadas estejam relacionados aos das palavras primitivas, pois estão no mesmo esportistas; para pesquisador – colaborador, lutador, jogador, sonhador, pescador

a) No caderno, escreva três palavras que sejam formadas com o acréscimo desses mesmos elementos.

b) Com base em sua resposta ao item a, explique que sentidos esses elementos trazem às palavras nas quais foram acrescentados

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 164

cientistas pesquisador Expressam sentido de função, profissão, ocupação.

novas aprendizagens, refutando outras, fazendo retomada e revisão de conceitos, entre outros aspectos.

2. a) Comente que a palavra ciência vem do latim scientia, “conhecimento”, e scire, “conhecer, saber”.

2. b) Diga a eles que a palavra pesquisa é originária do latim perquirere, “buscar com afinco”.

2. c) Explique-lhes que o estudo etimológico é importante para conhecer a evolução do significado de uma palavra, de modo a descobrir suas origens.

3. Saliente que a derivação dá origem a palavras com base em outra já existente na língua, que, por isso, é chamada palavra primitiva. A ela são acrescentados prefixos e sufixos para formar a palavra derivada

ZAKURO AOYAMAM/ABRIL COMUNICAÇÕES S.A
164
29/07/22 14:04 164

PROPOSIÇÕES

4. a) Espera-se que os estudantes infiram que é uma forma característica de cada golfinho emitir um som, como se fosse uma espécie de assinatura.

4. Agora, releia estas palavras do trecho da reportagem de divulgação científica. alto-falantes microfones assobios-assinatura

a) O que você entende por assobios-assinatura?

4. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que o contexto e os sentidos de assobios e assinatura

b) O que permitiu você entender o significado dessa palavra?

dão pistas para que o leitor entenda o sentido da nova palavra.

c) As palavras alto-falantes, microfones e assobios-assinatura são consideradas palavras compostas. Como elas são formadas?

As palavras analisadas são formadas por dois processos: derivação e composição

Palavras derivadas são aquelas formadas com o acréscimo de elementos chamados afixos, morfemas que acrescentamos a um radical.

Observe estes exemplos.

[...] eles deduram, com acenos de cabeça e apontando com as nadadeiras [...].

REALIZAÇÃO

[...] Há outras que jogam uma espécie de vôlei subaquático [...].

O afixo pode vir antes (prefixo) ou depois (sufixo) do radical. A palavra nadadeiras foi formada com o acréscimo de sufixo - deiras; a palavra subaquático foi formada com o acréscimo de prefixo sub -.

Palavras compostas são aquelas formadas por mais de uma palavra, mas que designam um único ser ou ideia.

Veja mais estes exemplos.

[...] a golfinha Kelly também corre atrás do ganha-pão dentro do seu aquário. [...]

O motivo é simples: em alto-mar há mais comida [...].

No primeiro trecho, a palavra em destaque é formada pela forma verbal ganha e pelo substantivo pão. Ao ser formado por duas palavras e com o uso de hífen, o substantivo ganha outro sentido, nesse caso de “alimento, refeição”.

Já a palavra alto-mar, no segundo trecho, foi formada pelo adjetivo alto e pelo substantivo mar, separados apenas pelo hífen, assumindo a ideia “local distante da costa”.

4. Retome com os estudantes que todas as palavras possuem um radical, isto é, um elemento que contém o significado dessas palavras, e que a ele podemos acrescentar afixos (prefixos e/ou sufixos), alterando o sentido delas e formando novas palavras. Exercite com eles, por exemplo, a composição de palavras com base no radical cas - do substantivo casa. Sugestões de resposta: casado, descasado, caseiro, recém-casado, casamento, casamenteiro

PARA LER

ILARI, Rodolfo. Introdução ao estudo do léxico: brincando com as palavras. São Paulo: Contexto, 2012.

Nesse livro, Rodolfo Ilari, um dos maiores linguistas brasileiros da atualidade, apresenta, de forma lúdica, possibilidades de estudo das palavras do português brasileiro.

FERRAREZI JÚNIOR, Celso. Semântica para a educação básica. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

Esse livro apresenta a teoria básica de semântica e sugestões sobre procedimentos de como construir um ensino de semântica para a educação básica.

165

afixo acrescentado à palavra nadar afixo acrescentado à palavra aquático
4. c) São formadas com o acréscimo de outras palavras; assim, cria-se uma nova palavra, com um novo significado. 165 D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 165 29/07/22 14:06
Destaque os elementos presentes na formação das palavras. Aproveite para explicar que as palavras que possuem o mesmo radical são chamadas de palavras cognatas. Reforce que as palavras compostas são aquelas formadas por mais de um radical. Se achar pertinente, solicite a eles que formem palavras compostas a partir destes radicais: pé, fruta, pão, homem, livro. Sugestões de resposta: pé de moleque, fruta-do-conde, pão-duro, Homem-Formiga, livro-caixa

REALIZAÇÃO

1. b) Oriente a turma na leitura do verbete e aproveite para enfatizar os aspectos da forma composicional e das marcas de estilo do gênero verbete – essenciais para uma leitura que leva à identificação das diversas acepções das palavras e à compreensão da necessidade de selecionar a acepção mais apropriada.

2. a) Reforce com os estudantes que, nesse caso, trata-se de uma palavra derivada.

2. b) Explique aos estudantes que o afixo é acrescentado a uma palavra já existente, para que possam identificar qual palavra não é formada por esse afixo.

ATIVIDADES

1. a) Resposta pessoal. Provavelmente, elas devem ter surpreendido o leitor, pois a informação de que a origem dos golfinhos é de bichos de cascos, por exemplo, é uma informação específica, à qual talvez os estudantes só tenham tido acesso nesse texto.

1. Releia o seguinte trecho da reportagem de divulgação científica “A verdadeira inteligência dos golfinhos”.

Alienígenas terrestres

Esse QI altíssimo não surgiu por acaso. É fruto da adaptação dos golfinhos ao ambiente em que vivem. Para entender, é preciso voltar à época em que tinham pernas. Os cetáceos evoluíram de um tipo ancestral de ungulado, mamífero quadrúpede que foi também antepassado dos hipopótamos, camelos, cavalos e elefantes – todos os bichos de casco.

Há 50 milhões de anos, uma parte desses ungulados primitivos começou a viver perto da água, em busca de alimento. Aos poucos, foram passando cada vez mais tempo submersos, até que seu corpo acabou adaptado à vida submarina. [...]

a) As informações apresentadas no trecho te surpreenderam ou você já tinha conhecimento desse assunto? Comente sua reposta.

b) Leia o significado da palavra alienígena

alienígena

a·li·e·ní·ge·na

adj sm+f

Que ou aquele que é de outro país; estrangeiro; forasteiro.

ALIENÍGENA. In: MICHAELIS. São Paulo: Melhoramentos, c2022. Disponível em: https://michaelis.uol.com. br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/alien%C3%ADgena/. Acesso em: 10 mar. 2022.

2. a) Essa palavra é formada da palavra terra com o acréscimo do sufixo - estre

• Considerando os sentidos dessa palavra, explique por que foi usado o intertítulo Alienígenas terrestres no trecho da reportagem de divulgação científica.

2. No intertítulo do trecho foi usada a palavra terrestre

a) Como ela é formada?

Provavelmente pelo fato de os cetáceos, assim como os golfinhos, terem uma origem tão distante da espécie animal que são atualmente, pois vieram de bichos de cascos, como os hipopótamos e elefantes, que não têm semelhanças com os cetáceos.

b) As palavras a seguir são formadas pelo mesmo afixo, exceto uma. Copie essa palavra no caderno e explique por que ela não faz parte desta lista.

campestre pedestre terrestre mestre silvestre

2. b) A palavra mestre não é uma palavra derivada, pois - estre não é um sufixo; faz parte da palavra. 166

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 166

09/06/22 10:48 166

REALIZAÇÃO

3. Agora, leia estas outras palavras.

antepassados submersos submarina

a) Essas palavras são formadas do mesmo modo. Qual é o processo empregado em sua formação?

O processo de formação dessas palavras é de derivação; são palavras derivadas.

b) No caderno, copie essas palavras e destaque os afixos de cada uma delas. Depois, indique se os afixos são prefixos ou sufixos. Justifique sua resposta.

4. Observe os três grupos de palavras a seguir.

Grupo 1

antepassados, submersos e submarina; os afixos são prefixos pois se encontram antes do radical.

pedreiro – marinheiro – engenheiro – parteira – madeireiro

Grupo 2

abacateiro – pessegueiro – mamoeiro – jasmineiro – laranjeira

Grupo 3 banheiro – galinheiro – açucareiro – cafeteira – terreiro

Todas são palavras derivadas formadas pelo acréscimo do sufixo - eiro/- eira

a) O que essas palavras têm em comum quanto à formação?

b) Com base no que as palavras dos grupos 1, 2 e 3 nomeiam, crie uma hipótese que justifique o uso dos sufixos - eiro/- eira

Esses sufixos são usados para escrever o nome de algumas profissões (grupo 1); de árvores frutíferas e que dão flores (grupo 2); de lugares e de alguns objetos (grupo 3).

5. No livro Pequeno dicionário ilustrado de palavras invenetas, o autor Marcílio Godoi cria palavras com base em outras, dando novos significados. Leia os exemplos a seguir.

3. Ressalte para os estudantes que as palavras derivadas são aquelas que se formam a partir de outras palavras da língua por meio do acréscimo de morfemas derivacionais (afixos: prefixos e sufixos) ao radical da palavra primitiva.

4. Chame a atenção dos estudantes para o significado de cada morfema. Conhecendo-se o significado dos afixos (prefixos e sufixos), pode-se inferir o sentido das palavras mais facilmente.

5. Oriente os estudantes a observar a imagem com atenção para realizar a atividade.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR Bingo de prefixos e sufixos

Cada estudante deve construir uma cartela com 12 palavras (entre substantivos, adjetivos e verbos) que não tenham qualquer afixo. As palavras devem estar distribuídas em quatro colunas de três linhas. Os afixos sugeridos a seguir devem ser escritos em pequenos círculos. Cada um deles deve ser reproduzido quatro vezes.

VIRTUDE QUE SE ADQUIRE LENTAMENTE.

• Prefixos: in - (e suas variações i -, im -), des-, re -, a -, pré -.

• Sufixos: - oso(a), - mente, - ado(a) , - il , - escer, - mento

O professor ou um estudante sorteará um círculo contendo um afixo. Os estudantes verão se é possível com o afixo sorteado formar uma palavra nova com base em uma das palavras que estão em sua cartela. Se possível, eles devem escrever a nova palavra no caderno e circular a palavra primitiva na cartela. O estudante que conseguir formar mais palavras é o vencedor.

MARCÍLIO
SAGUI
GODOI/EDITORA
11/06/22
167
167 D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 167
09:38

REALIZAÇÃO

5. Esclareça para os estudantes que os elementos que entram na formação das palavras (morfemas) são carregados de significado. Por isso, ao acrescentar, juntar ou excluir morfemas, estamos conferindo novos significados às palavras.

6. Auxilie os estudantes na elaboração dos verbetes. Ressalte que os verbetes não devem conter muitos termos técnicos, uma vez que dificultam a compreensão e que seu objetivo é informar, direta e sucintamente, o leitor sobre determinada palavra. Oriente-os a organizar os verbetes produzidos em ordem alfabética a fim de ajudar o leitor a localizar as palavras. Proponha que exponham os trabalhos em um mural da sala de aula ou da escola. Nesse último caso, pode-se convidar os estudantes de outras salas e funcionários da escola para conhecerem os trabalhos realizados. É fundamental explicar aos visitantes o contexto da produção, desde a inspiração para a elaboração das palavras até a organização para a exposição dos verbetes.

PARA LER

NARANJO, Javier. Casa das estrelas: o universo contado pelas crianças. Rio de Janeiro: Foz, 2013.

Esse livro é um dicionário com mais de 500 termos elaborados por crianças. As definições foram selecionadas pelo autor entre crianças das quais ele era professor.

5. b) Espera-se que os estudantes infiram que a definição da palavra belesma evidencia o que a imagem da lesma reflete: ela parece insatisfeita com a sua aparência, mas, por ser uma lesma, vai esperar lentamente que a beleza venha.

A inacreditável história do diminuto senhor Minúsculo, de Marcílio Godoi, ilustrações de Marcos Garuti. São Paulo: SM, 2013.

a) A primeira palavra inventada é belesma. Quais palavras foram usadas em sua composição?

b) Com base na ilustração, explique o que você entendeu da definição dessa palavra.

c) Agora, analise a palavra dorminó. Que relação tem a imagem com a definição criada pelo autor?

No livro, o senhor Minúsculo é um velhinho diferente e curioso. Apaixonado pelas letras, vive sob as teclas de uma máquina de escrever. Um dia, ele descobre que é possível trocar as letras de lugar e se encanta com a descoberta. A partir de então, passa a participar das histórias do escritor, trocando as letras de lugar e mudando as palavras quando o autor não está por perto.

168

d) O que pode ser inferido sobre o jogo dorminó com base nestas pistas: imagem, palavra inventada e definição? Você concorda com o ponto de vista do autor? Justifique.

6. Reúna-se com dois colegas para inventar novas palavras juntando outras duas palavras existentes, assim como fez o escritor Marcílio Godoi. Sigam as instruções a seguir.

• Elaborem verbetes para explicar as palavras que vocês criaram e façam ilustrações para acompanhá-los.

• Escrevam as palavras, as definições e façam os desenhos em uma folha separada.

• Na escrita dos verbetes, fiquem atentos à grafia das palavras e à concordância entre elas.

• Após a atividade, compartilhem as produções com os colegas.

• No momento adequado, comentem as palavras criadas por eles e ouçam os comentários a respeito das suas criações.

• Se desejarem, selecionem as palavras elaboradas e exponham no mural da sala.

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 168

PROPOSIÇÕES

Propõe-se, no Capítulo 2, a análise do gênero textual verbete de enciclopédia, com a finalidade de compará-lo ao gênero textual reportagem de divulgação científica.

A mudança de suporte tende a promover alterações na composição e na linguagem dos textos de determinados gêneros. O verbete, por exemplo, circula em enciclopédias

impressas ou digitais, suporte bastante distinto da reportagem de divulgação científica quanto à estrutura, ao público-alvo e às linguagens empregadas.

Inicie esta seção perguntando aos estudantes se sabem em que época surgiu a primeira enciclopédia. É possível que eles reconheçam a Wikipedia como um exemplar de enciclopédia, mas é necessário que

GODOI, Marcílio. Pequeno dicionário ilustrado de palavras invenetas São Paulo: Sagüi, 2007. p. 36-37; 82-83. PARA LER EDITORA SM MARCÍLIO GODOI/EDITORA SAGUI 5. a) As palavras beleza e lesma. 5. c) A imagem mostra uma peça de dominó dormindo, totalmente relaxada, em um lugar escuro. Um jogo sem atrativo, que não traz emoção. Respostas pessoais. JOGO SEM GRANDES EMOÇÕES.
11/06/22 09:41
168

VERBETE DE ENCICLOPÉDIA CAPÍTULO2

No capítulo anterior, você leu uma reportagem de divulgação científica que abordava a inteligência dos golfinhos e destacava, entre outros aspectos, características específicas dos cérebros desses animais. Agora, você vai ler um verbete de enciclopédia que apresenta informações sobre o cérebro humano e de outros seres vivos. Antes de ler o texto completo, identifique o título, as ilustrações e suas legendas. Com base nesses elementos, quais informações você espera encontrar no texto? Comente suas hipóteses com os colegas e ouça os comentários deles com atenção.

Respostas pessoais.

BNCC

Habilidades do Capítulo 2

TEXTO

• EF69LP29

• EF69LP33

• EF69LP42

TEXTO

Agora, leia o texto.

Cérebro

Introdução

Em alguns animais, entre eles os seres humanos, o cérebro é o centro de controle do corpo. Ele faz parte do sistema nervoso. O cérebro recebe e interpreta os sinais transmitidos pelo corpo e também envia sinais para os músculos e órgãos.

área motora primária área sensorial primária área motora e sensorial secundária

área da fala anterior (área de Broca)

• EF67LP23

• EF67LP25

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

• EF69LP29

• EF67LP23

EXPLORANDO O TEXTO

• EF69LP29

• EF69LP33

• EF69LP42

• EF67LP25

• EF67LP26

• EF06LP04

POR DENTRO DA LÍNGUA

• EF69LP03

• EF67LP08

• EF67LP25

• EF67LP32

• EF06LP04

• EF06LP05

QUESTÃO DE FALA E ESCRITA

• EF69LP05

• EF69LP42

PRODUÇÃO ESCRITA

• EF69LP30

• EF69LP32

• EF69LP33

• EF69LP34

• EF69LP35

área da fala posterior (área de Wernicke)

área visual secundária

• EF69LP56

• EF67LP32

• EF69LP42

• EF69LP56

• EF67LP20

• EF67LP21

• EF67LP25

enciclopédia. As questões propostas têm como finalidade assegurar o trabalho com a leitura inferencial nos textos. Comente que o verbete de enciclopédia busca expor informações detalhadas e objetivas sobre um tema específico.

área auditiva primária

área visual primária área auditiva secundária

O cérebro está composto de áreas que controlam os pensamentos, sentimentos e sentidos, permitindo a interação da pessoa com o meio.

reflitam sobre as origens desse gênero de material científico.

Explique a eles que, no século XVIII, surgiu a primeira enciclopédia, pela iniciativa de alguns filósofos e pensadores franceses em divulgar o que se considerava conhecimento humano na época. Denis Diderot e Jean le Rond d’Alembert foram os dois franceses encarregados de dirigir uma equipe de pesqui-

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

169

sadores que desenvolveu em torno de 72 mil verbetes enciclopédicos publicados em 28 volumes. A obra tem o nome de Enciclopédia ou Dicionário Sistemático das Ciências, Artes e Profissões

Antes de iniciar a leitura do texto, explore com a turma as questões iniciais do capítulo e aproveite esse momento para levantar conhecimentos prévios sobre o verbete de

Antes de propor a leitura do texto, peça aos estudantes que identifiquem os elementos que o compõem (título, intertítulos, ilustrações, legendas) e questione-os sobre a possibilidade de, com base nesses elementos, prever que tipo de informação será abordada no texto.

REPRODUZIDO COM PERMISSÃO DE BRITANNICA ESCOLA, © 2010 POR ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA, INC
169 07/06/22 14:38
D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd
169

PROPOSIÇÕES

O estudo de verbetes atende ao objetivo de designar a participação dos estudantes nas práticas relacionadas ao estudo e à pesquisa, de modo a propiciar a compreensão da realidade social, considerando sua função social, assim como analisar seu modo de organização e os recursos linguísticos.

REALIZAÇÃO

Durante a leitura, sugere-se orientar a turma para que fique atenta à estruturação do verbete e à seleção de informações que ele apresenta – espera-se que sejam informações pertinentes e relevantes. É possível, assim, questionar se acrescentariam ou retirariam alguma informação do verbete e por quê.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Blogue de conhecimentos científicos

Esse trabalho pode ser desenvolvido interdisciplinarmente com Ciências, Geografia e História. Divida a turma em grupos de interesse e cada um ficará responsável por desenvolver um tema desses componentes curriculares para publicar no blogue da turma ou da escola. Esta proposta propicia que os estudantes mobilizem metodologias ativas, por meio da pesquisa, a fim de ampliar, colaborativamente, o repertório e as aprendizagens de forma significativa, exercitando o protagonismo. Os professores serão os orientadores da pesquisa, auxiliando os estudantes na seleção do material a ser pesquisado por eles, que devem construir sínteses das leituras e apresentá-las ao professor-orientador, de acordo com um calendário estabelecido.

O cérebro do homem e de outros animais vertebrados (que têm coluna vertebral) é uma grande massa de células nervosas, ou neurônios, protegida por um crânio. O cérebro dos vertebrados é formado por várias partes, cada uma com uma função própria. Já o cérebro dos animais invertebrados (sem coluna vertebral) é muito mais simples.

O cérebro humano

O cérebro humano é um órgão muito poderoso que controla o funcionamento de todas as partes do corpo. Também controla os pensamentos, sentimentos e sentidos, permitindo a interação da pessoa com o meio. O cérebro ajuda o corpo a se conservar saudável e a reagir ao ambiente de maneira adequada.

O cérebro humano tem três partes principais: o telencéfalo, o cerebelo e o tronco cerebral.

O cérebro de um adulto pesa cerca de 1,4 quilograma. Sua aparência lembra a de um cogumelo. O “chapéu” do cogumelo é o telencéfalo, a parte superior e maior do cérebro. Sua superfície tem muitas fendas e dobras. O telencéfalo é a parte “pensante” do cérebro.

A “haste” do cogumelo é o tronco cerebral, que se liga à medula espinal. O tronco cerebral controla as atividades que acontecem automaticamente no corpo, como os batimentos cardíacos, a respiração, o prazer, a dor, a fome, a sede e a temperatura corporal.

Na parte de trás da cabeça, entre o tronco cerebral e o telencéfalo, fica o cerebelo O cerebelo controla o equilíbrio, a postura e os músculos, além de ajudar na fala.

O cérebro de outros animais

O cérebro de outros animais vertebrados é formado por três partes principais: o cérebro posterior, o mesencéfalo e o cérebro anterior. Nos peixes e anfíbios, o mesencéfalo é o centro principal do cérebro. Já nos mamíferos, aves e répteis o cérebro anterior é maior e o mesencéfalo é menos importante. O telencéfalo corresponde à maior parte do cérebro anterior em mamíferos, répteis e aves e é o centro de aprendizado desses animais.

Seu trabalho, como professor de Língua Portuguesa, além de desenvolver um tema relativo ao componente, como variações linguísticas, por exemplo, pode ajudá-los a estruturar o trabalho; a traduzir a linguagem científica para compreensão do público leigo, garantindo, dessa forma, que as analogias, os exemplos e as definições estejam presentes; e a verificar as citações e o emprego dos recursos coesivos.

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 170

REPRODUZIDO
© 2010 POR ENCYCLOPÆDIA
COM PERMISSÃO DE BRITANNICA ESCOLA,
BRITANNICA, INC
Cérebro dos mamíferos: ser humano telencéfalo cerebelo tronco cerebral cérebro posterior cérebro anterior
170
11/06/22 12:46
170

REALIZAÇÃO

Cérebro dos mamíferos: gato

Cérebro das aves

Cérebro das peixes

cérebro anterior

Ao final da leitura, retome os pontos principais do texto e verifique se os estudantes compreenderam o que leram. Permita que eles observem as imagens e comentem com os colegas. Explore o boxe Vocabulário e oriente-os caso tenham alguma dúvida.

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 171

cerebelo telencéfalo telencéfalo telencéfalo

cérebro anterior

cérebro anterior cérebro posterior cérebro posterior cérebro posterior

mensencéfalo mensencéfalo

tronco cerebral tronco cerebral tronco cerebral

cerebelo cerebelo

ROJO, Roxane. O letramento escolar e os textos da divulgação científica – A apropriação dos gêneros de discurso na escola. Linguagem em (Dis)curso –LemD. Tubarão, v. 8, n. 3, p. 581-612, set./dez. 2008. Disponível em: www.portaldeperiodicos. unisul.br/index.php/Linguagem_ Discurso/article/view/402/422. Acesso em: 23 maio 2022.

A parte maior do cérebro dos mamíferos é o cérebro anterior. O telencéfalo é a parte maior do cérebro anterior.

O cérebro dos insetos, lagostas, lulas e outros invertebrados apresenta-se como um grupo de células nervosas dispostas nas extremidades de cordões nervosos que percorrem o corpo do animal. Esse tipo de cérebro permite ao animal controlar seu corpo e perceber o ambiente que o cerca. Animais muito simples, como águas-vivas e corais, têm redes de nervos, mas não possuem cérebro.

VOCABULÁRIO

Cerebelo: parte do cérebro que tem a função de controlar os movimentos voluntários do corpo humano.

Medula espinal : tecido nervoso que ocupa o espaço interno da coluna vertebral, cuja função é transmitir os impulsos nervosos, a partir do cérebro, para todo o corpo. Também chamada de medula espinhal.

Nesse ensaio, a autora define letramento escolar na perspectiva dos letramentos múltiplos e situados e, a partir de um estudo sobre textos de divulgação científica, caracteriza, na perspectiva bakhtiniana, alguns dos gêneros discursivos de divulgação científica trabalhados na escola, como verbetes e reportagens. MONTENEGRO, Érica. Encyclopédie: a internet do iluminismo. Aventuras na História, São Paulo, 10 out. 2018. Disponível em: https://aventurasnahistoria. uol.com.br/noticias/reportagem/ historia-encyclopedie-primeiraenciclopedia.phtml. Acesso em: 23 maio 2022.

11/06/22 12:41

Essa reportagem de divulgação científica da revista Aventuras na História apresenta o contexto histórico em que a Encyclopédie ou Dictionnaire des Sciences, des Arts et des Métiers se desenvolveu e a importância social dessa obra para a sociedade.

REPRODUZIDO
© 2010 POR
INC REPRODUZIDO COM PERMISSÃO DE BRITANNICA ESCOLA, © 2010 POR ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA, INC REPRODUZIDO COM PERMISSÃO DE BRITANNICA ESCOLA, © 2010 POR ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA, INC
PARA ACESSAR
COM PERMISSÃO DE BRITANNICA ESCOLA,
ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA,
CÉREBRO. In: BRITANNICA escola. [S. l.], c2022. Disponível em: https://escola.britannica.com.br/artigo/cerebro/480838. Acesso em: 14 jan. 2022.
171
171

PROPOSIÇÕES

Em Conversando sobre o texto, a proposta é possibilitar o trabalho de inferência com os estudantes, ao mobilizar os conhecimentos prévios sobre os gêneros e a temática propostos e ao verificar as hipóteses construídas por eles.

REALIZAÇÃO

Conversando sobre o texto

1. A atividade visa estimular o compartilhamento de opiniões, levando os estudantes a se posicionar, argumentando se encontraram, no texto, as informações que esperavam. Incentive-os a compartilhar as opiniões com respeito aos turnos de fala.

2. Os estudantes podem responder, por exemplo, que o cérebro humano é um órgão considerado poderoso, porque funciona como centro de controle do corpo, responsável pela interação dos seres com o meio.

3. Comente ou reforce que a finalidade do verbete é, além de explicar uma palavra ou conceito, trazer mais informações, podendo conter ilustrações, gráficos e subdivisões do assunto.

PROPOSIÇÕES

Em Explorando o texto, é importante que os estudantes compreendam que nem sempre foi possível ter acesso a tanta informação de forma rápida como hoje em dia. Além disso, ressalte que o conhecimento produzido e registrado nas enciclopédias impressas muitas vezes alimenta as mídias digitais, seja como fonte, seja em transposição direta.

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

1. As hipóteses que você levantou antes de ler o texto se confirmaram ou não após fazer a leitura completa do verbete de enciclopédia?

Resposta pessoal.

2. Na sua opinião, qual informação sobre o cérebro humano foi mais interessante, curiosa ou você desconhecia? Comente.

Resposta pessoal.

3. Você já consultou uma enciclopédia digital para saber mais sobre algum assunto? Caso sim, na sua opinião, qual a importância do verbete enciclopédico?

Resposta pessoal.

TEXTO EXPLORANDO O

TEXTO E CONTEXTO

4. a) A ilustração mostra a localização das diferentes áreas do cérebro e o que cada uma controla no corpo humano, conforme indicam os textos explicativos que a acompanham. Sua função é mostrar visualmente o que está sendo explicado no texto.

1. O verbete que você leu foi publicado em uma enciclopédia digital. Você sabe a diferença entre enciclopédias impressas e digitais? Costuma consultar esse tipo de material? Comente.

Respostas pessoais.

2. No caderno, identifique os aspectos que correspondem aos verbetes publicados em uma enciclopédia impressa (EI) e em uma enciclopédia digital (ED).

a) Possibilita o acesso de mais pessoas ao conhecimento disponível.

b) Traz informações detalhadas e objetivas sobre um tema específico.

c) Apresenta hiperlinks que levam a outras leituras (hipertextos).

d) Organiza os verbetes em ordem alfabética.

e) Tem como finalidade instruir o leitor.

3. Em sua opinião, quais das características listadas na atividade anterior você considera mais interessante em cada tipo de enciclopédia? Explique.

Resposta pessoal.

4. As ilustrações são um recurso importante no verbete.

a) Descreva a ilustração do cérebro humano. Qual é a função dela no texto?

b) Qual é a relação entre essa ilustração e a legenda que a acompanha?

c) Em sua opinião, que conhecimentos precisa ter a pessoa que elaborou essa ilustração?

A enciclopédia é uma obra organizada em verbetes que reúne informações sobre diversos campos do conhecimento humano. Com o advento da internet, além de serem publicadas no formato impresso, as enciclopédias também passaram a circular em meio digital.

4. b) A legenda sintetiza, diz com outras palavras, que o cérebro é o centro de controle do corpo humano, além de responsável pela interação da pessoa com o meio ambiente.

4. c) Espera-se que os estudantes reconheçam que, provavelmente, é necessário ter conhecimentos da fisiologia do corpo humano.

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 172

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

1. Explique aos estudantes que a internet possibilitou o acesso aos verbetes de enciclopédia de forma mais simples e rápida. Anteriormente, era necessário ter acesso a uma biblioteca ou ter uma coleção particular de enciclopédias; atualmente, as enciclopédias podem ser

acessadas por meio de celulares ou pelo computador.

2. Para mais informações sobre a diferença entre as enciclopédias impressas e digitais, acesse o blogue da professora doutora Célia Dias, disponível no link http:// fontesgerais.blogspot.com/2011/06/ enciclopedias-adriana-magda-e-natalia.html (acesso em: 23 maio 2022). O blogue consiste em um canal de

ED EI e ED ED EI EI e ED
172
07/06/22 14:38
172

5. Considerando as demais informações apresentadas no verbete, responda às atividades a seguir.

a) Quais conhecimentos precisa ter a pessoa para escrever um verbete?

b) É possivel identificar o autor do verbete no texto? Na sua opinião, por que isso acontece?

Não é possível, pois não há nenhuma indicação de autoria no texto. Resposta pessoal.

6. Agora, leia o verbete da palavra cérebro retirado de um dicionário on-line

cérebro cé·re·bro

Significado de Cérebro subst. m.

1. órgão situado dentro da cabeça: o cérebro é um órgão vital

2. (fig) ideólogo, mentor: Ele foi o cérebro da revolução.

Definição de Cérebro

Classificação gramatical: nome masculino Divisão silábica de cérebro: cé·re·bro

CÉREBRO. In: LÉXICO. Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2018. Disponível em: www.lexico.pt/cerebro/. Acesso em: 10 mar. 2022.

Os verbetes de enciclopédia e de dicionário não trazem identificação de quem os escreve ou ilustra. Trata-se de uma obra coletiva, em que, geralmente, vários especialistas de diversas áreas científicas contribuem para a escrita dos verbetes.

5. a) Espera-se que os estudantes concluam que um verbete de enciclopédia requer do autor do texto conhecimentos científicos para apresentar definições e informações sobre o assunto.

pequeno texto que, em geral, aparece abaixo delas e tem a função de descrevê-las objetivamente. Acrescente que uma legenda funcional precisa complementar e contextualizar a imagem apresentada no texto e prever possíveis dúvidas do leitor, não devendo se restringir ao que ele pode concluir por conta própria.

5. a) Explique que pessoas que escrevem verbetes são denominadas verbetistas, e são, normalmente, especialistas em determinados campos científicos ou áreas do conhecimento. Comente que há também as enciclopédias colaborativas, como a Wikipédia, nas quais qualquer pessoa pode contribuir inserindo, editando e/ou revisando informações.

a) Reproduza o quadro no caderno e compare o verbete de enciclopédia e o verbete de dicionário.

Como aparece o termo do verbete

Uso de ilustrações

Objetivo do texto

Recursos empregados para atingir o objetivo

Verbete de enciclopédia Verbete de dicionário

Destaque em negrito

Apresenta ilustrações que complementam as informações verbais.

Definir e ampliar com informações detalhadas, advindas de diversas áreas do conhecimento.

Apresenta ilustrações com legenda, hiperlink em determinados termos, comparações ao longo da explicação.

Destaque em negrito

Não apresenta ilustrações.

Explicar o significado do termo.

Apresenta o significado do termo, a classificação gramatical (substantivo masculino), exemplo do uso do termo.

b) Em sua opinião, o leitor que deseja saber do cérebro e suas funções encontrará mais informações sobre o assunto em um verbete de enciclopédia ou em um verbete de dicionário? Justifique sua resposta.

No verbete de enciclopédia, pois além de definir ou descrever o termo, ele apresenta variadas informações, podendo conter ilustrações e gráficos que complementam os dados.

5. b) Comente que, por ser uma obra coletiva, isto é, de muitos autores, pode não haver identificação de nenhum.

6. a) É recomendável discutir as possíveis diferenças entre respostas, lembrando os estudantes de que devem justificar suas colocações com base na estrutura de cada gênero. Comente, no entanto, que há dicionários que são ilustrados, mas não é o caso do que foi colocado em comparação na atividade.

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 173

comunicação e um espaço para o compartilhamento de informações e experiências entre os interessados em gestão da informação e/ou conhecimento da área de Biblioteconomia.

3. A atividade possibilita aos estudantes expressarem suas opiniões, sempre respeitando os turnos de fala e a opinião dos colegas. Não há uma resposta certa ou errada, o importante é que reflitam sobre

o que consideram relevante para o próprio acesso ao conhecimento.

4. Reitere que as ilustrações presentes nos verbetes de enciclopédia têm como propósito principal expressar a mensagem de modo objetivo e esclarecedor. Dessa forma, elas estão intimamente relacionadas com a linguagem, sendo uma espécie de paráfrase visual do texto. A legenda que acompanha essas imagens, por sua vez, consiste em um

6. b) Caso os estudantes não cheguem à resposta esperada, se possível, forneça alguns dicionários impressos ou acesse dicionários virtuais e sugira que eles pesquisem alguns verbetes.

173
173
09/06/22 10:48

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

7. Estimule a participação dos estudantes acerca dessa questão. Espera-se que reconheçam que a leitura do verbete de enciclopédia ampliou a compreensão do funcionamento do cérebro.

REALIZAÇÃO Composição e linguagem

1. Explique aos estudantes que os subtítulos dos verbetes têm a função de organizar as informações e evidenciar ao leitor o assunto antes do início da leitura, permitindo que ele localize as informações com mais facilidade e decida se deseja ler o verbete ou não – seja no todo, seja em parte. Diga a eles que a divisão do texto em três tópicos, por meio da indicação de subtítulos, objetiva simplificar a exposição das informações e a concisão das ideias, o que demonstra a preocupação do autor em ajustar o verbete à condição do interlocutor.

2. Auxilie a turma na realização da atividade. Caso haja estudantes com dificuldades em perceber as características de cada trecho, sugira que retomem a leitura do verbete.

7. A leitura do verbete de enciclopédia fez você compreender mais sobre o órgão definido como o “o centro de controle” do corpo humano? Explique.

Resposta pessoal.

O verbete de enciclopédia apresenta um conjunto de explicações, exemplos e informações sobre determinado assunto. Os verbetes enciclopédicos podem ser organizados em enciclopédias impressas e virtuais.

COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM

1. Releia os subtítulos a seguir.

Introdução

O cérebro humano

1. b) Eles acrescentam informações. No subtítulo “Cérebro humano” são apresentadas informações como peso, partes principais, aparência; no subtítulo “O cérebro de outros animais”, fala-se sobre as características desse órgão em animais como peixes e anfíbios.

O cérebro de outros animais

a) Qual dos subtítulos contém a informação principal do verbete? O primeiro: “Introdução”.

b) Os subtítulos seguintes explicam o que foi dito no subtítulo “Introdução” ou acrescentam novas informações? Explique.

c) Essa organização do texto facilita a compreensão aos leitores? Por quê?

2. Assim como na reportagem de divulgação científica que você leu no Capítulo 1, alguns recursos empregados no verbete de enciclopédia ajudam o leitor a compreender melhor o texto, como nos trechos a seguir.

Trecho 1

O cérebro de um adulto pesa cerca de 1,4 quilograma. Sua aparência lembra a de um cogumelo. [...]

Trecho 2

Em alguns animais, entre eles os seres humanos, o cérebro é o centro de controle do corpo. [...]

Trecho 3

O cérebro do homem e de outros animais vertebrados (que têm coluna vertebral) é uma grande massa de células nervosas, ou neurônios, protegida por um crânio. [...]

• No caderno, identifique o trecho que:

a) explica o significado de um termo científico. Trecho 3

b) define um termo para garantir o entendimento do seu significado. Trecho 2

c) faz analogia com outro termo para evidenciar uma característica. Trecho 1.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Conhecendo diferentes tipos de dicionários

Certifique-se de que a biblioteca da escola ou da comunidade dispõe de dicionários específicos. Leve a turma até lá ou retire os livros e circule-os entre os estudantes para que

eles possam visualizar as especificidades de cada obra. Se houver dicionários suficientes, forme grupos e solicite a cada um que realize a análise de uma obra. Esclareça para a turma como esses dicionários se organizam. Com essa atividade, pretende-se que os estudantes se familiarizem com as obras de referência.

1. c) Espera-se que os estudantes reconheçam que sim. As três partes abordam o cérebro no corpo humano e em outros animais, tornando o texto coeso e mais compreensivo. 174 D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 174 07/06/22 14:38 174

3. b) Porque o verbete de enciclopédia tem o objetivo de apresentar uma informação de modo objetivo.

3. Releia estes trechos retirados, respectivamente, do verbete de enciclopédia e da reportagem de divulgação científica. São textos que tem diferentes finalidades, forma e conteúdo, portanto, a linguagem também é diferente.

Trecho 1

3. c) Espera-se que os estudantes reconheçam que o texto traz conhecimentos, informações e, muitas vezes, a definição de algo, com um teor de certeza; portanto, o uso do presente do indicativo ajuda a expressar essa ideia ao que está sendo dito.

[...] O cérebro recebe e interpreta os sinais transmitidos pelo corpo e também envia sinais para os músculos e órgãos.

Trecho 2

Uma vida submarina, porém, tem suas agruras. Para começar, a luz e o som se propagam de forma diferente na água e no ar, e os sentidos terrestres dos golfinhos se tornaram mambembes – se você alguma vez na vida já afundou a cabeça na água, sabe do que estamos falando. [...]

3. a) A linguagem impessoal torna os trechos mais objetivos.

a) Que efeito de sentido a linguagem impessoal produz nos trechos 1 e 2?

b) Porque não seria adequado o uso de uma linguagem pessoal no verbete de enciclopédia?

c) Considerando a finalidade do verbete de enciclopédia, por que o uso de formas verbais no presente do indicativo é predominante no texto?

4. Na seção Textos em diálogo deste módulo, você leu a transcrição de um videominuto que traz informações sobre os animais silvestres e sua preservação. Junte-se a um colega e conversem sobre as seguintes perguntas.

REALIZAÇÃO

3. a) Explique aos estudantes que, no gênero verbete de enciclopédia, há o uso predominante da 3a pessoa do singular, isto é, inexistem as marcas pessoais de subjetividade.

3. b) Lembre os estudantes de que um verbete de enciclopédia pertence à tipologia expositiva. Por isso, o texto deve ser objetivo e a linguagem impessoal e formal.

3. c) Ressalte que o propósito é imprimir objetividade e precisão às informações apresentadas, de forma a garantir credibilidade.

4. Comente que, embora usem diferentes recursos quanto ao modo de apresentar as informações, no verbete, as informações estão estáticas, e as ilustrações ajudam a compreender o que está sendo transmitido; no videominuto, as informações são transmitidas de forma mais dinâmica e ágil, e as imagens e os recursos sonoros ajudam a produzir os sentidos desejados –, ambos cumprem a finalidade de expressar conteúdo de modo consistente

Imagem do videominuto apresentado na seção Textos em diálogo

4. a) Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois ambos apresentam informações sobre um assunto com o objetivo de ampliar o conhecimento.

a) Pode-se afirmar que o verbete de enciclopédia e o videominuto têm a mesma finalidade?

b) Que diferenças esses textos apresentam quanto à linguagem?

4. b) O verbete de enciclopédia utiliza predominantemente a linguagem escrita, com o uso de imagens, desenhos e ilustrações; o videominuto utiliza a modalidade oral de linguagem e os recursos que caracterizam essa linguagem, como entonação, além de outros recursos multimodais, como sons, animações e desenhos.

NERY, Alfredina. Escrita de verbetes enciclopédicos. Revista Nova Escola, São Paulo, 2 fev. 2017. Disponível em: https:// novaescola.org.br/conteudo/6043/ escrita-de-verbetes-enciclopedicos. Acesso em: 23 maio 2022. Esse texto traz um plano de aula com proposta de leitura e escrita de verbete de enciclopédia em situações comunicativas específicas, a fim de que os estudantes compreendam a função social desse gênero.

PARA ACESSAR
HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/WATCH?V=HQYFA1KJUFA
175
13/06/22
175
D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 175
07:57

REALIZAÇÃO

Composição e linguagem

5. A análise de hiperlinks possibilita o uso pedagógico da tecnologia ao explorar a estrutura de hipertextos em textos de divulgação científica. Explique a eles que os hiperlinks possibilitam ao leitor fazer conexões e vivenciar diferentes caminhos de leitura, não linearmente. Na realização da leitura, pode-se clicar nos links , que levam a outras páginas, trazendo informações complementares que permitem a ampliação do conhecimento.

6. a) Comente com os estudantes que nem sempre os hipertextos têm relação direta com o texto em que ocorrem.

6. b) Caso a escola tenha à disposição um laboratório de informática, promova um momento para os estudantes acessarem os links do verbete cérebro ou de outro verbete de enciclopédia que considerar interessante. Peça que anotem o percurso de leitura, os links que acessaram e a ordem. Ao final, organize uma roda de conversa para que comentem sobre os links que acessaram, o percurso que fizeram e o que acharam desse modo de ler.

5. Em enciclopédias digitais, é comum haver hiperlinks no corpo do texto, termos com algum tipo de destaque que, quando clicados, direcionam o leitor a outros verbetes, ilustrações, gráficos, entre outras informações relacionadas à temática abordada no verbete. Observe o exemplo em um trecho do verbete de enciclopédia lido.

Em alguns animais, entre eles os seres humanos, o cérebro é o centro de controle do corpo. [...]

a) A palavra foi sublinhada e escrita com cor diferente.

a) Qual tipo de destaque foi utilizado para marcar o hiperlink animais nesse trecho?

b) Que tipo de informação você esperaria encontrar ao clicar nesse hiperlink?

Uma explicação do que são animais.

6. Leia, a seguir, o início do verbete para o qual o leitor é direcionado quando clica na palavra com o hiperlink

animal

Introdução

Os animais são seres vivos que, assim como as plantas, precisam de comida e de água para viver. No entanto, ao contrário das plantas, que produzem seu próprio alimento, os animais têm de comer plantas e outros animais. Eles também conseguem sentir o que acontece à sua volta e são capazes de se movimentar, reagindo ao ambiente. Os animais usam os sentidos e os movimentos para encontrar comida e segurança, bem como para buscar um companheiro ou uma companheira. [...]

a) Essas informações estabelecem relação direta com o verbete cérebro? São essenciais para seu entendimento? Explique.

São informações secundárias, uma vez que não são essenciais para o entendimento do verbete.

b) Esse trecho também apresenta hiperlinks. O que isso pode indicar sobre o modo como é possível ler um verbete de enciclopédia digital? Troque ideias com os colegas e o professor.

Espera-se que os estudantes percebam que um hiperlink leva a outro, que pode levar a outro. Isso caracteriza a leitura hipertextual, típica de vários gêneros que circulam em meio digital.

O verbete de enciclopédia utiliza linguagem impessoal e objetiva, com predomínio da 3a pessoa do singular, ou seja, ausência das marcas pessoais de subjetividade. Geralmente, as informações são organizadas por subtítulos, em uma progressão em que novas informações são acrescentadas e explicadas, tornando o texto coeso e mais compreensível. É comum a presença de fotos, ilustrações, infográficos, mapas e tabelas que dialogam com o texto verbal e o complementam.

Os hiperlinks de um verbete de enciclopédia podem trazer informações essenciais ou secundárias sobre o verbete de origem.

ANIMAL. In: BRITANNICA escola [S. l.], c2022. Disponível em: https://escola.britannica.com.br/artigo/animal/480609. Acesso em: 10 mar. 2022.
176
176 09/06/22 10:49 176
D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd

POR DENTRO DA LÍNGUA

Verbo

O verbo é uma classe de palavras importante para a construção de sentidos nos textos. Eles podem indicar ações, mas também assumem outros sentidos.

1. Releia o início da introdução do verbete de enciclopédia sobre o cérebro.

Em alguns animais, entre eles os seres humanos, o cérebro é o centro de controle do corpo. Ele faz parte do sistema nervoso. O cérebro recebe e interpreta os sinais transmitidos pelo corpo e também envia sinais para os músculos e órgãos.

a) Releia a primeira frase do trecho, usada para definir o que é o cérebro. Por que essa informação se encontra na introdução do verbete?

b) Que forma verbal é usada nessa frase? Que efeito de sentidos produz?

2. A segunda frase do trecho da atividade 1 informa que o cérebro “faz parte do sistema nervoso”.

a) Considerando a importância do sistema nervoso, com que objetivo essa informação foi incluída?

b) Na segunda frase, foi empregada a forma verbal faz. O uso dessa forma verbal produz um efeito de sentido de certeza, suposição ou de possibilidade em relação ao que está sendo dito?

3. Releia a última frase do trecho da atividade 1, em que são informadas as ações realizadas pelo cérebro.

a) Quais formas verbais foram empregadas para informar essas ações?

b) As formas verbais analisadas no item a estão empregadas no tempo presente. Considerando o gênero verbete de enciclopédia e sua finalidade, por que se justifica o emprego desse tempo verbal?

Verbo é uma palavra que indica ação, estado ou fenômeno da natureza.

PROPOSIÇÕES

Em Por dentro da língua, o objetivo é explorar o valor e o papel das formas verbais na construção de sentidos do texto. Antes de apresentar o conceito de verbo, peça aos estudantes que observem o uso das formas verbais em diferentes textos e levem para a sala de aula exemplos retirados de notícias, anúncios publicitários, receitas etc. É importante

1. a) Para destacar desde o início a importância desse órgão, que é responsável pelo controle do corpo.

1. b) A forma verbal é, que produz um efeito de objetividade e dá clareza à definição. No exemplo, seu uso exprime uma certeza, uma verdade baseada na ciência.

2. a) Reforçar a importância dessa parte do corpo, pois o sistema nervoso é responsável por comandar todos os demais sistemas.

2. b) O uso dessa forma verbal produz um efeito de certeza em relação ao que está sendo dito.

O sistema nervoso é um dos mais importantes do corpo humano, pois comanda todos os demais sistemas: o respiratório, o cardíaco, o digestivo etc. É ele que nos possibilita, entre outras funções, identificar e interpretar cheiros, gostos, sons, toques e imagens, por exemplo.

3. a) As formas verbais recebe, interpreta e envia.

3. b) O verbete de enciclopédia é um texto que tem por finalidade definir ou descrever algo com a finalidade de informar; o uso de formas verbais no presente ajuda a dar o efeito de certeza e de objetividade ao texto.

que reconheçam que o conteúdo que estão estudando faz parte do cotidiano deles.

Proponha a eles que, em grupos, explorem o material coletado, identificando as formas e os tempos verbais empregados, levantando hipóteses sobre seu uso em determinados contextos (em manchete, anúncio ou receita).

Sugira aos estudantes que tentem fazer modificações nessas formas verbais quanto

ao tempo, escrevendo no passado ou no futuro as que que aparecem conjugadas no presente, por exemplo, e quanto ao modo, passando a usar o subjuntivo. Questione-os sobre como essas mudanças acabam conferindo outros sentidos ao texto. Ressalte que os verbos e as locuções verbais são importantes, pois auxiliam na compreensão textual.

REALIZAÇÃO

Por dentro da língua

1. a) Explique aos estudantes que a introdução, além de informar os conteúdos seguintes, também tem como objetivo motivar o leitor a continuar a leitura.

1. b) Comente que a forma verbal é apresenta-se no presente do indicativo.

2. Reforce a importância de estabelecer as relações adequadas entre as informações.

3. Reforce que as formas verbais no modo indicativo expressam certeza em relação ao que se fala.

177
177 07/06/22 14:38
D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd
177

PROPOSIÇÕES

Neste momento, será iniciada uma sequência que apresenta uma série de conceitos relevantes sobre verbo Sugerimos que a leitura seja realizada por blocos, acompanhada de paráfrases e exemplos.

O foco dos conhecimentos linguísticos, neste momento, é compreender o conceito de verbo e locução verbal, além de refletir sobre a conjugação verbal e a flexão de número e pessoa. Os estudantes são levados a conhecer os três modos verbais, bem como todos os tempos do modo indicativo.

Ao trabalhar a locução verbal, combinação de um verbo auxiliar com um verbo principal no infinitivo, gerúndio ou particípio, explique aos estudantes que nem sempre essa aproximação de dois ou mais verbos constitui uma locução verbal.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Verbos e dicionário

Proponha aos estudantes que tragam um dicionário para a sala de aula em um dia combinado. Procure levar também alguns dicionários para emprestar a eles, caso seja necessário.

Peça que pesquisem as maneiras como os verbos aparecem no dicionário. Se considerar interessante, indique formas verbais para pesquisa; explore aqueles utilizados nos textos principais dos módulos anteriores, para que a atividade seja mais significativa e permita aos estudantes retomar algumas leituras e exercitar o uso do vocabulário adquirido. Apresente-os na forma conju -

As conjugações são indicadas nas formas que dão nome aos verbos, chamadas infinitivo O verbo pôr (e seus derivados, como compor, depor, propor etc.) não possui a terminação em -er, mesmo assim é considerado um verbo de segunda conjugação.

178 D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd

Observe estes exemplos:

[...] O cérebro ajuda o corpo a se conservar saudável [...].

indica uma ação

O cérebro humano é um órgão muito poderoso [...].

indica um estado

Amanhecia quando os pescadores iniciaram a pescaria com a ajuda dos golfinhos.

indica um fenômeno da natureza

Essas ações também podem ser apresentadas por termos com mais de um verbo: as locuções verbais

A locução verbal é a expressão formada por mais de um verbo para indicar uma só ação ou fato verbal.

Veja os exemplos a seguir.

[...] começou a picotar o lixo, para ganhar um peixe para cada pedacinho que entregasse. [...]

[...] Assim, visão, olfato e audição precisaram passar por uma extrema atualização de software – e é essa adaptação que explica seus cérebros avantajados.

As locuções verbais podem ser empregadas em gêneros formais orais e escritos e, principalmente, em situações mais informais de comunicação.

Conjugações verbais

Os verbos da nossa língua são divididos em três conjugações, determinadas pelas terminações -ar, - er e - ir. Veja exemplos de verbos com essas terminações.

• Controlar, ajudar, conservar são exemplos de verbos da primeira conjugação.

• Acontecer, viver, correr são exemplos de verbos da se gunda conjugação.

• Permitir, reagir, descobrir são exemplos de verbos da terceira conjugação.

gada e chame a atenção para o fato de, no dicionário, o verbo aparecer sempre no infinitivo. Antes de começar, dê exemplos como os seguintes.

Era o que eu temia! (era – ser; temia –temer).

Na mesma hora as indígenas ouviram uma outra flauta tocada com delicadeza e doçura. (ouviram – ouvir; tocada – tocar).

Solicite que anotem no caderno os verbetes encontrados, indicando as primeiras informações e as primeiras acepções (significados) de cada um. Para finalizar a atividade, durante a correção, escreva na lousa o infinitivo das formas verbais apresentadas. Talvez alguns estudantes não cheguem à forma infinitiva; portanto, oriente-os sempre que necessário.

tem o mesmo sentido de picotou tem o mesmo sentido de passaram
178 07/06/22 14:38
178

Os verbos, assim como outras classes de palavras, são formados por radicais e por terminações ou morfemas. Veja a formação dos verbos de cada terminação a seguir.

imaginar imagin- a r

radical vogal temática sufixo modo-temporal

recolher recolh- e r

radical vogal temática sufixo modo-temporal

cair ca- i r

radical vogal temática sufixo modo-temporal

Cada uma dessas partes contém uma informação:

• o radical exprime a significação básica do verbo;

• a vogal temática indica a conjugação à qual o verbo pertence (primeira, segunda ou terceira);

• o sufixo modo-temporal indica o modo e o tempo em que o verbo se encontra.

Modos verbais

O modo verbal expressa a atitude do falante (de certeza, dúvida, suposição ou ordem) em relação à ação verbal. Existem três modos verbais: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo

O modo indicativo exprime um fato dado pelo verbo como certo, definido.

Veja o exemplo.

O cérebro humano é um órgão muito poderoso.

expressa um fato certo

O modo subjuntivo é utilizado para atribuir ideia de suposição, incerteza ou hipótese quanto à existência de um fato.

Veja mais este exemplo.

Caso os cientistas consigam, será o começo de uma nova linguagem partilhada entre golfinhos e humanos.

expressa uma hipótese

O modo imperativo é utilizado para expressar ordem, conselho, convite, súplica, pedido ou solicitação.

Observe o exemplo.

Salvem os golfinhos, as tartarugas e outros animais da fauna marinha.

expressa uma solicitação, um pedido

REALIZAÇÃO

Solicite aos estudantes que indiquem exemplos de formas verbais no modo indicativo no texto “Cérebro”. Se considerar produtivo, proponha que reescrevam, em outro tempo ou modo, os trechos dos quais essas formas verbais foram retiradas e avaliem a mudança de sentido ou a impossibilidade de construção de sentido com base nessas alterações.

TAVARES, Maria Alice. O verbo no texto jornalístico: notícia e reportagem. Working Papers em Linguística, Florianópolis, n. 1, p. 123-142, jul./dez, 1997. Disponível em: https://periodicos.ufsc. br/index.php/workingpapers/ article/view/1490/1631. Acesso em: 23 maio 2022.

Esse artigo, cuja leitura pode auxiliar na exploração do uso das formas verbais no texto jornalístico, mostra que, tanto na notícia como na reportagem, predominam formas verbais no pretérito perfeito e no presente do indicativo.

PARA ACESSAR
179
179 07/06/22 14:38 179
D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd

PROPOSIÇÕES

Em Tempos verbais do modo indicativo, reforce que o modo indicativo faz referência a um fato definido e que o tempo presente pode assumir outros sentidos temporais, além de indicar um fato que ocorre no momento que é enunciado. Explique, com exemplos do dia a dia, os casos de uso a seguir. O presente do modo indicativo pode indicar, em manchetes de jornal, um fato ocorrido. As manchetes, geralmente, referem-se a um fato ocorrido anteriormente, mas a forma verbal do texto é frequentemente escrita no presente do indicativo. Ele também é usado para indicar um hábito. Se você pergunta a alguém “O que você faz?”, por exemplo, o interlocutor entenderá que a pergunta se refere à profissão, à ocupação cotidiana, a uma rotina corriqueira. Uma resposta possível para esse caso seria: “Eu estudo.” O uso do tempo presente é para indicar uma ação habitual. O interlocutor estuda não apenas hoje, mas iniciou o estudo há algum tempo no passado (recente ou não), está estudando no momento presente e pode continuar a estudar no futuro.

É possível também enunciar uma verdade universal ou um fato incontestável (“O humano é um ser mortal.”).

Há também o uso do presente histórico que, embora se refira a fatos ocorridos, dinamiza as ações referidas (“Em missão bem-sucedida dos estadunidenses, Neil Armstrong pisa pela primeira vez em solo lunar em 1969.”). O tempo presente também pode indicar um fato que se realizará em um futuro próximo (“Amanhã tenho prova.”).

Flexões verbais de número e pessoa

O verbo varia em número (singular, plural) e em pessoa (1a, 2a, 3a). Como já sabemos, as pessoas do discurso são aquelas que participam de uma situação de comunicação e são representadas pelos pronomes pessoais.

1a pessoa – aquela que diz algo – eu (singular), nós (plural)

2a pessoa – aquela a quem a primeira pessoa se dirige – tu (singular), vós (plural)

3a pessoa – aquela de quem se fala – ele /ela (singular), eles /elas (plural).

Exemplos:

[...] se você alguma vez na vida já afundou a cabeça na água, sabe do que estamos falando. [...]

verbo na 1a pessoa do plural, pronome pessoal nós

[...] Por baixo da água, eles vão encurralando os peixes para perto da rede [...].

verbo na 3a pessoa do plural, pronome pessoal eles

Tempos verbais do modo indicativo

Os verbos do modo indicativo podem ser flexionados no tempo, expressando o momento em que a ação verbal ocorre, ocorreu ou ocorrerá. São seis os tempos verbais do modo indicativo. Veja a seguir.

Presente

Indica que o fato verbal ocorre no momento em que se fala, é habitual ou se repete.

Exemplo:

[...] O cérebro ajuda o corpo a se conservar saudável [...].

Existem casos, como em títulos de notícias e reportagens, em que a forma verbal, embora esteja no tempo presente, pode indicar um fato já ocorrido, dando um tom de atualidade.

Exemplo:

Biólogo explica aparecimento de golfinhos na costa do Grande Recife

BIÓLOGO explica aparecimento de golfinhos na costa do Grande Recife. G1 Pernambuco, [Recife], [2021]. Disponível em: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/bom-dia-pe/video/biologoexplica-aparecimento-de-golfinhos-na-costa-do-grande-recife-8950865.ghtml. Acesso em: 11 mar. 2022.

Nesse exemplo, a forma verbal está no presente, mas o fato (o aparecimento dos golfinhos) já ocorreu.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Imaginar o passado e o futuro

Para iniciar o estudo dos tempos verbais, incentive os estudantes a fazer um trabalho de imaginação a respeito de dois momentos distintos da vida.

Primeiro, proponha a eles que, imaginando-se com 50 anos, contem como era a escola (se gostavam, se sentem saudades

etc.). Solicite que escrevam no caderno um pequeno relato. O texto pode começar da seguinte maneira: “Quando eu tinha 11 anos, estudava na escola...”.

Depois, proponha-lhes que se imaginem com 15 anos. Agora, eles devem falar sobre quais serão as brincadeiras e passatempos preferidos na adolescência, por exemplo.

Solicite a alguns estudantes que leiam seus relatos; você pode anotar o que julgar

180
180 07/06/22 14:38 180
fato habitual
D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd

Pretérito

Os tempos verbais do pretérito indicam fatos que ocorreram no passado, mas cada um indica diferentes sentidos quanto à duração e à continuidade das ações verbais. Há três tempos verbais no pretérito do modo indicativo.

Pretérito perfeito

Indica ações que ocorreram em um momento determinado do passado e foram concluídas.

Exemplo:

[...] Um dia, uma gaivota caiu no tanque. [...]

Pretérito imperfeito

fato já concluído

Indica algo que ainda não havia sido concluído quando outro fato aconteceu.

Exemplo:

A golfinha picotava o lixo para ganhar um peixe, quando uma gaivota caiu no tanque.

fato contínuo, não concluído

Pretérito mais-que-perfeito

Refere-se a ações passadas e concluídas anteriores a outras ações já passadas (anteriores ao pretérito perfeito). É mais usado no registro formal e em gêneros da modalidade escrita, como romances e contos, e alguns gêneros jornalísticos.

Exemplo:

O noticiário da TV divulgou o que acontecera com os pescadores e os golfinhos em Laguna, litoral de Santa Catarina.

fato ocorreu e foi concluído antes de outro (divulgou) também concluído

Futuro

No modo indicativo, os tempos verbais do futuro indicam fatos que acontecerão ou poderão acontecer, mas têm diferentes sentidos quanto à certeza do fato. Nesse modo, há dois tempos verbais no futuro.

Futuro do presente

Indica um fato certo ou provável no futuro.

Exemplo:

Os cientistas descobrirão o tamanho do QI dos golfinhos?

fato dado como provável no futuro

Em uma sequência temporal hipotética, podemos esquematizar os três pretéritos da seguinte forma:

• pretérito mais-que-perfeito concluído antes de outra ação concluída

• pretérito imperfeito contínuo ou inconcluso

• pretérito perfeito concluído

PROPOSIÇÕES

O pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo é comumente usado no registro formal e em gêneros textuais do campo literário (romances, contos, mitos) e do campo jornalístico (crônicas).

No cotidiano, é mais comum, para indicar uma ação finalizada antes de outra também concluída, o uso de formas verbais compostas. A frase “Já tinha lido o livro quando vi a adaptação dele no cinema” é preferível a “Eu lera o livro...”; “Tínhamos comprado o bolo quando a festa de aniversário começou” é preferível a “Nós compráramos o bolo...”.

Para explorar mais o futuro simples e o futuro composto, apresente aos estudantes as diferentes funções de cada tempo verbal.

• Futuro do presente simples: expressa um fato que deve ocorrer no futuro com relação ao momento atual.

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 181

necessário na lousa (por exemplo, trechos que evidenciem o uso das formas verbais no passado e no futuro). Explore com eles a mudança das formas verbais. Espera-se que eles percebam que há maneiras diferentes para falar do passado e do futuro.

Exemplo: “Claudio estudará para a prova quando chegar em casa.” Explique que o futuro do presente, geralmente, é expresso por uma locução verbal na maioria das situações, formais e informais, tanto na modalidade oral quanto na escrita. É mais comum, por exemplo, uma manchete usar uma locução verbal para indicar o futuro do presente (“Motoristas de ônibus vão parar hoje”) do que a forma verbal simples (“Motoristas pararão...”).

• Futuro do presente composto: indica um fato que deve ocorrer no futuro, mas já terá terminado antes de outro fato ocorrer. Exemplo: “Antes da aula de natação, Claudio já terá estudado para a prova.”

181
07/06/22 14:38
181

PROPOSIÇÕES

Continue a explorar as funções dos tempos verbais no futuro.

• Futuro do pretérito simples: expressa um fato que poderia acontecer dependendo de outro. Exemplo: “Se Claudinho não tivesse aula de natação, estudaria a tarde toda.” Assim como ocorre no futuro do presente, as formas verbais no futuro do pretérito são pouco usadas em situações formais ou informais. É mais comum o falante empregar uma locução verbal, com o auxílio do verbo ir, como “Eu iria passear no parque hoje se não estivesse chovendo” em vez de dizer “Eu passearia no parque...”.

• Futuro do pretérito composto: indica um fato que poderia ter ocorrido após um determinado fato passado. Exemplo: “Se Claudio não tivesse demorado para voltar para casa, teria estudado mais para a prova.”

No estudo das categorias verbais, é fundamental que os estudantes atentem para os textos nos quais os verbos são empregados, de modo que possam analisar seus usos e sentidos.

Futuro do pretérito

Indica um fato que, para acontecer, depende de certa condição. Expressa também uma suposição ou hipótese.

Exemplo:

Com o tempo, Kelly entendeu que não adiantaria recolher lixo quando os treinadores não estavam por perto.

fato (adiantaria) depende de outro para ocorrer (os treinadores estarem por perto) hipótese

Se os pescadores pudessem, só pescariam com a ajuda dos golfinhos.

ATIVIDADES

1. a) Ela tem o propósito de chamar a atenção dos motoristas e alertar para a possibilidade de animais silvestres circularem na rodovia. É dirigida aos motoristas que trafegam na rodovia.

1. b) A imagem e a frase são recursos usados para persuadir o leitor a uma ação: reduzir a velocidade ao passar nessa rodovia.

SETEMBRO: Consciência e preservação para uma fauna viva! [S. l.], [20-]. 1 cartaz. Disponível em: http://gestaoambientalbr470.com.br/2015/09/setembro-uma-mistura-de-preservacaoconsciencia-e-fauna-viva/. Acesso em: 11 mar. 2022.

a) A frase Atenção motoristas! se destaca no outdoor. Qual é o propósito dela? A quem ela é dirigida?

b) Releia o restante do texto do outdoor e observe a imagem que o acompanha. Que efeito de sentido esses recursos pretendem produzir no interlocutor?

c) Em que modo a forma verbal da frase Reduza a velocidade foi empregada? A forma verbal está no modo imperativo.

REALIZAÇÃO

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 182

1. Comente com os estudantes que é comum que campanhas de conscientização também informem o público a respeito de determinados assuntos. Neste caso específico, os motoristas, além de se atentarem para os cuidados na pista, são informados de que o local é hábitat de alguns animais silvestres. Se achar interessante, comente

o tipo de informação fora do campo da educação no trânsito que pode ser extraído do anúncio, colocando-o em diálogo com o verbete de enciclopédia. Após trabalhar o anúncio, comente que o modo imperativo é um dos mais usados nos gêneros publicitários. Reforce que o modo imperativo merece atenção por só ser empregado em contextos de interlocução e, por isso, não possui conjugação na 1a pessoa.

DNIT
1. Leia o outdoor a seguir, que faz parte de uma campanha de conscientização e foi colocado à beira de uma rodovia.
182
07/06/22 14:38
182

REALIZAÇÃO

2. Leia o trecho de uma notícia que trata da viagem de uma manada de elefantes pela China.

Capa > Notícias > Ciência

Manada de elefantes que intrigou cientistas com jornada de 500 km enfim começa a voltar para casa Depois de uma viagem de cerca de 500 km pela China, 14 elefantes parecem estar voltando para sua reserva natural.

11 ago 2021 05h49 | atualizado às 07h30

2. Organize os estudantes em duplas para promover a interação entre aqueles que demonstram maior dificuldade na discussão e realização das atividades de interpretação e compreensão do trecho da notícia. Observe as discussões das duplas, de modo a entender como organizam a participação dos colegas, apesar das diferenças, na realização das atividades. Comente com eles que, para contextualizar os acontecimentos, a notícia apresentada tem um caráter mais especulativo, ressaltando o motivo da intriga dos cientistas – diferentemente do que acontece na reportagem de divulgação científica, que traz informações mais consolidadas e objetivas sobre o assunto em foco.

Os cientistas não sabem por que os elefantes viajaram tão longe.

A manada de elefantes que atraiu a atenção de todo o mundo quando começou uma jornada pela China, há mais de um ano, parece finalmente estar voltando para casa. Os elefantes viajaram cerca de 500 quilômetros pela província chinesa de Yunnan, chegaram aos arredores de Kunming, uma cidade importante, e depois retornaram. [...]

2. a) Explique que, nas últimas décadas, a divulgação de ciência tem se popularizado e vem assumindo um caráter educativo e político para a construção de uma cultura científica.

MANADA de elefantes que intrigou cientistas com jornada de 500 km enfim começa a voltar para casa. Terra Notícias, [s. l.], 11 ago. 2021. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/manada-de-elefantesque-intrigou-cientistas-com-jornada-de-500-km-enfim-comeca-a-voltar-para-casa,d55ed7a1d3f04c6475d3d0fd0065e2b 4cwdqm375.html. Acesso em: 10 mar. 2022.

2. a) Provavelmente, porque é um fato raro e que chamou a

atenção de cientistas e estudiosos sobre as razões para o comportamento desses animais.

a) Em sua opinião, por que essa noticia foi publicada na seção de ciência?

b) O que você acha que pode ter motivado esses animais a saírem do seu hábitat para fazer uma viagem tão longa?

Espera-se que os estudantes infiram que as mudanças climáticas, o

desmatamento, as queimadas, as secas e a busca por alimentos podem ter sido as causas dessa mudança. 183

11/06/22 10:15

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 183

PARA LER

ABREU, Antônio Suárez de. Gramática mínima: para o domínio da língua padrão. 2. ed. São Paulo: Ateliê, 2003.

Com uma linguagem simples e direta, esse livro auxilia aqueles que querem falar e escrever bem.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris et al Por que a escola ensina gramática assim? São Paulo: Parábola Editorial, 2014.

Esse livro contribui para a discussão e a reflexão sobre tópicos gramaticais, como fenômenos fonético-fonológicos, morfossintáticos e semânticos que ocorrem na variedade de prestígio e nas variedades estigmatizadas do português brasileiro.

2. b) Complemente que a intervenção e a ocupação humana na zona rural, assim como a expansão da agricultura e da pecuária, afetam diretamente a biodiversidade. A escassez de áreas de vegetação nativa e preservação permanente faz com que os animais abandonem seus ambientes naturais em busca de alimento e abrigo.

HE XINWEN/GETTY IMAGES
183

REALIZAÇÃO

Atividades

3., 4. e 5. Essas atividades têm como intuito identificar as escolhas lexicais realizadas na produção do título da notícia e da legenda da imagem e os efeitos de sentido que intencionam produzir. Retome a identificação dos tempos verbais empregados no texto: presente e pretéritos, com ênfase no pretérito perfeito. Auxilie-os a identificar, na notícia, o uso da 3a pessoa. Ressalte que, em uma notícia, as formas verbais normalmente são utilizadas na 3a pessoa e no modo indicativo a fim de estabelecerem objetividade e precisão nas informações apresentadas, ou seja, uma representação mais fiel possível e sem falhas, de modo a garantir credibilidade.

5. Os estudantes devem compreender a importância da presença de um verbo ou de uma locução verbal para enfatizar, no título e subtítulo, a principal informação a ser noticiada.

PROPOSIÇÕES

Em Língua em cena , o objetivo da atividade é possibilitar aos estudantes que observem, apliquem o conhecimento apreendido e façam uma análise comparativa entre o que diz a gramática normativa e o que o falante realmente utiliza em sua comunicação. Essa proposta favorece o pensamento computacional, o protagonismo da turma e o trabalho com as metodologias ativas, pois os estudantes são levados a se reunir em duplas para pesquisar títulos de notícias relacionadas à ciência e

3. No título da notícia, encontramos o emprego da forma verbal intrigou.

a) Em que tempo e modo essa forma verbal foi empregada?

No pretérito perfeito do modo indicativo.

b) O uso desse tempo verbal indica que a ação já ocorreu e foi concluída. Analisando as informações da legenda, é possível afirmar que esse sentido está presente na forma analisada?

Espera-se que os estudantes infiram que não, pois se os cientistas não sabem

ainda o motivo dessa viagem, a ação da forma verbal intrigou não foi concluída; eles continuam intrigados.

4. Na legenda da imagem, empregou-se a forma verbal viajaram

a) Em que tempo e modo está essa forma verbal?

Pretérito perfeito do modo indicativo.

b) No caderno, transcreva a alternativa que indica o sentido atribuído a esse tempo verbal.

A. Uma situação incompleta.

B. Uma situação completa.

C. Uma ação possível.

D. Uma ação parcial.

Item B

5. No título e no subtítulo da notícia foram empregadas duas locuções verbais.

a) Quais são elas?

Começa a voltar e parecem estar voltando

b) Que sentidos essas locuções verbais atribuem às ações relatadas?

A primeira locução verbal expressa uma ideia de certeza; a segunda dá ideia de dúvida ou possibilidade ao que está sendo relatado.

LÍNGUA EM CENA

Tempos verbais

em títulos de notícias

O futuro do presente e o futuro do pretérito são tempos verbais usados para indicar que algo vai acontecer e para indicar uma hipótese ou possibilidade de que algo aconteça. Forme dupla com um colega e pesquisem títulos de notícias ligadas à ciência. Vejam o exemplo a seguir.

Cientistas vão estudar vacina da tuberculose para combater Covid-19

CIENTISTAS vão estudar vacina da tuberculose para combater Covid-19. Galileu, [s. l.], 23 mar. 2020. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2020/03/cientistas-vao-estudarvacina-da-tuberculose-para-combater-covid-19.html. Acesso em: 11 mar. 2022.

Analisem esses títulos, verificando quais tempos verbais foram usados: se apenas o futuro do presente e o futuro do pretérito; se as formas verbais encontradas são formadas por um verbo ou se predominam as locuções verbais; que efeito de sentido o uso desses verbos produz nos títulos selecionados etc.

Não se esqueçam de indicar as fontes onde encontraram esses títulos.

Elaborem um pequeno comentário com as conclusões a que chegaram. Na escrita do comentário, empreguem o registro formal, atentando à escrita das palavras, às concordâncias e aos sinais de pontuação.

No dia marcado pelo professor, compartilhem suas conclusões com os colegas.

184

analisá-las para investigar, verificar e reconhecer padrões associados ao uso dos tempos verbais. Dessa forma, a aprendizagem dos tempos verbais pode se consolidar de forma significativa, permitindo que os estudantes reconheçam usos contextualizados em exemplos do dia a dia.

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 184 11/06/22

REALIZAÇÃO Língua em cena

Combine antecipadamente com a turma como será feito o compartilhamento das conclusões pelas duplas. Uma possibilidade é as duplas lerem ou apresentarem por escrito os títulos de notícias que pesquisaram e expor oralmente as conclusões a que chegaram.

10:20
184

QUESTÃO DE FALA E ESCRITA

Tonicidade e acentuação gráfica

2. Espera-se que os estudantes reconheçam que, mesmo sem a marca do acento gráfico, essas palavras têm uma sílaba tônica. Podemos concluir que todas as palavras de mais de uma silaba têm uma sílaba tônica, que pode ou não ser acentuada.

Ao falar uma palavra em voz alta, pode-se perceber que uma das sílabas sempre é pronunciada com maior intensidade. Essas sílabas são chamadas de tônicas e, na escrita, podem ou não ser acentuadas.

1. Releia um trecho do verbete de enciclopédia que você leu neste módulo.

O cérebro de um adulto pesa cerca de 1,4 quilograma. Sua aparência lembra a de um cogumelo. O “chapéu” do cogumelo é o telencéfalo, a parte superior e maior do cérebro. Sua superfície tem muitas fendas e dobras. O telencéfalo é a parte “pensante” do cérebro.

a) Por meio do trecho, é possível saber que o ser humano utiliza o telencéfalo para pensar. Você achou essa informação interessante? Justifique.

b) No trecho, há mais palavras acentuadas ou não acentuadas?

Resposta pessoal. Há mais palavras não acentuadas do que acentuadas.

c) Releia as palavras acentuadas. As sílabas que recebem os acentos gráficos são átonas ou tônicas? Como é possível saber isso?

As sílabas são tônicas, pois elas são pronunciadas com mais força. Podemos saber isso lendo essas palavras em voz alta.

2. Escolha três palavras não acentuadas do trecho com mais de uma sílaba e as pronuncie em voz alta. O que é possível concluir sobre a tonicidade dessas palavras?

3. Pronuncie as palavras cérebro e telencéfalo. O que elas têm em comum em relação à sílaba tônica?

Na língua portuguesa, todas as palavras com mais de uma sílaba têm uma sílaba tônica, que pode ou não ser marcada por acento gráfico. As palavras podem ser classificadas desta maneira de acordo com a posição da sílaba tônica.

• Oxítonas: quando a tônica for a última sílaba da palavra.

Exemplos: chapéu, além, ancestral

• Paroxítonas: quando a sílaba tônica for a penúltima.

Exemplos: adulto, fendas, vôlei.

• Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima.

Exemplos: cérebro, telencéfalo, mamíferos.

Casos de acentuação gráfica de acordo com a sílaba tônica

1. São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em -a(s), - e(s), - o(s), - em(ns).

2. São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em -i(s), -l, - n, -r, -x, - ps, - us, -ã(a), -ão(s), - um, - uns e ditongo

3. Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas.

Além de ambas serem acentuadas, a sílaba tônica dessas palavras está na antepenúltima sílaba. (cérebro e telencéfalo). 185

PROPOSIÇÕES

Para o trabalho com Questão de fala e escrita, inicialmente, peça a cada estudante que fale uma palavra e registre-a na lousa. Ao anotar as palavras ditas por eles, separe-as em oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. Certamente, ao terminar, a coluna menor será das proparoxítonas, seguida das oxítonas e, finalmente, das paroxítonas.

A partir dessa constatação, é possível extrair uma regra: as palavras em maior número na língua são paroxítonas, enquanto as proparoxítonas são as palavras em menor número. Explique aos estudantes, então, que a acentuação gráfica é uma marca de exceção, por isso todas as proparoxítonas são acentuadas graficamente. Em seguida, peça que observem a coluna das palavras oxítonas e destaque que a sílaba final das palavras acentuada graficamente termina em -a(s), - e(s), - o(s) ou - em(- ns) Finalmente, solicite que examinem a coluna das palavras paroxítonas, em que são acentuadas as palavras terminadas em -i(s), -l, -n, -r, -x, -ps, -us, -ã(a) Forneça exemplos para que os estudantes compreendam esse processo de acentuação gráfica.

REALIZAÇÃO

Questão de fala e escrita

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd

1., 2. e 3. Reforce que todas as palavras têm uma sílaba tônica, mas não são todas que são acentuadas. Incentive-os a ler o trecho em voz alta para que percebam a tonicidade com mais facilidade.

185 07/06/22 14:38
185

PROPOSIÇÕES

Em Atividades, para ampliar o trabalho de classificação das palavras quanto à tonicidade, proponha aos estudantes que busquem em outros textos do módulo palavras com aspectos em comum em relação à sílaba tônica ou à acentuação. Verifique se eles conseguiram classificar todas as palavras corretamente. Aproveite o momento para esclarecer possíveis dúvidas.

REALIZAÇÃO

Atividades

1. a) Incentive os estudantes a compartilhar suas opiniões, justificando-as com base no texto lido.

1. b) Verifique se os estudantes apontam corretamente a tonicidade. Se necessário, peça que pronunciem as palavras escolhidas em voz alta para facilitar a percepção.

2. Relembre os estudantes de que há regras próprias para acentuação de palavras proparoxítonas, paroxítonas e oxítonas. Explique que, se a sílaba tônica for a última, a palavra é chamada de oxítona (bo-né); se for a penúltima, paroxítona (for-mi-ga); e se for a antepenúltima, proparoxítona (ân-gu-lo).

3. Se possível, explore o tema da tirinha, que aborda sentimentos humanos. Proponha aos estudantes que definam os sentimentos expressos na tirinha: mágoa, raiva, angústia e amor. Se for conveniente, peça a eles que elaborem no caderno uma breve definição para cada um desses sentimentos, de acordo com suas próprias percepções; para isso, eles podem recorrer à estrutura do verbete de enciclopédia,

ATIVIDADES

2. cérebro: proparoxítona; células: proparoxítona; neurônios: paroxítona; crânio: paroxítona; várias: paroxítona; própria: paroxítona.

3.c) Espera-se que os estudantes entendam que, para Caramelo, o amor é um sentimento maior que a angústia e a mágoa; ele se refere ao amor como o suéter e o guarda-chuva, objetos que nos protegem da chuva e dos elementos que a antecedem, como trovões, nuvens densas e sombrias.

1. Releia outro trecho do verbete de enciclopédia.

O cérebro do homem e de outros animais vertebrados (que têm coluna vertebral) é uma grande massa de células nervosas, ou neurônios, protegida por um crânio. O cérebro dos vertebrados é formado por várias partes, cada uma com uma função própria. Já o cérebro dos animais invertebrados (sem coluna vertebral) é muito mais simples.

3. b) Espera-se que os estudantes infiram que Caramelo vê esses sentimentos como algo pesado, sombrio e ameaçador. Resposta pessoal.

a) O trecho estabelece diferenças entre o cérebro dos animais vertebrados e o dos invertebrados. Qual deles é o mais complexo?

b) Todas as palavras formadas por mais de uma sílaba têm uma sílaba tônica, que pode ser acentuada ou não. No caderno, copie cinco palavras não acentuadas presentes no trecho. Depois, sublinhe a sílaba tônica dessas palavras e as classifique quanto à tonicidade.

O cérebro dos animais vertebrados. Respostas pessoais.

2. Agora, no caderno, copie desse mesmo trecho as demais palavras acentuadas com mais de uma sílaba. Indique a classificação de cada uma quanto à sílaba tônica.

3. O cérebro também é a parte do corpo que processa os sentimentos. Na tirinha a seguir esse tema é abordado em uma conversa entre o caracol Caramelo e seu amigo.

a) O personagem Caracol é um sonhador típico: otimista e romântico. Essas características se confirmam nas definições que ele faz dos sentimentos na tirinha? Como é possível fazer essa inferência?

Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois ele faz definições poéticas e especiais para cada um dos sentimentos citados pelo amigo.

b) Releia a definição que Caramelo dá para as palavras mágoa e raiva. Como o personagem encara esses sentimentos? Você concorda com ele?

c) Releia a parte em que o personagem Caramelo explica o que é o amor. Como ele vê esse sentimento? Ele é mais importante ou semelhante aos demais?

4. Na tirinha, há três palavras com mais de uma sílaba que são acentuadas.

a) No caderno, copie essas palavras.

As palavras acentuadas são mágoa, angústia e suéter

b) Como essas palavras podem ser classificadas em relação à tonicidade? Como você chegou a essa conclusão?

c) Explique por que cada uma delas precisa ser acentuada.

4. c) mágoa, angústia: paroxítonas terminadas em ditongo; suéter: paroxítona terminada em -r

4. b) Todas são paroxítonas. Espera-se que os estudantes notem que a tonicidade dessas palavras é na penúltima sílaba e que, nesses casos, vêm marcada com o acento gráfico.

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 186

estudado anteriormente. Em seguida, solicite a eles que compartilhem as criações com a turma e o professor. Por fim, pode ser interessante discutir com os estudantes a importância de saber nomear e entender os sentimentos, para manter relações saudáveis com outras pessoas e para a manutenção da saúde mental.

4. Comente que as palavras paroxítonas terminadas em ditongo (mágoa, angústia)

podem ser alvo de dupla interpretação referente à classificação, de acordo com diferentes gramáticos. Isso significa que essas palavras podem ser paroxítonas ou proparoxítonas, dependendo da pronúncia do encontro vocálico final – que pode ser classificado, por alguns desses gramáticos, como hiato. Desse modo, a divisão silábica é diferente e, portanto, a classificação quanto à tonicidade varia. Exemplo: á-gua

GOMES, Clara. [O que é?]. Bichinhos de Jardim. [S. l.], 11 maio 2018. Disponível em: http://bichinhosdejardim.com/o-que-e/. Acesso em: 11 mar. 2022.
CLARA GOMES
186
186
09/06/22 10:50

PRODUÇÃO ESCRITA

Verbete de enciclopédia

Você e os colegas vão produzir uma enciclopédia ilustrada de animais em extinção no Brasil. Para isso, vão elaborar verbetes de enciclopédia sobre diferentes espécies de animais dos ambientes marinho e terrestre.

A enciclopédia será composta pelos verbetes produzidos e doada à biblioteca da escola para ser mais uma obra de consulta para os diversos leitores.

Planejando o verbete de enciclopédia

1 Forme dupla com um colega. Juntos, vocês deverão escolher uma espécie animal diferente das demais duplas, pesquisar informações sobre o animal selecionado e escrever o verbete. Para ajudar na escolha, vejam a relação de algumas espécies brasileiras ameaçadas de extinção no mapa e, depois, observe as imagens de alguns desses animais.

Brasil: fauna ameaçada de extinção – mamíferos, répteis e anfíbios

e o trabalho com metodologia ativa. O desenvolvimento do pensamento computacional vai ocorrer no momento que as duplas coletarem as informações necessárias, grifando as partes mais importantes e organizando-as em esquema para chegar a um padrão: o texto do verbete de dicionário. A metodologia ativa ocorre ao longo de toda a proposta, pois os estudantes terão de organizar as etapas de trabalho primeiro em duplas e, depois, trocarão experiências com outra dupla, na etapa de revisão do esboço do verbete de enciclopédia. Já a montagem da enciclopédia pressupõe que a turma toda participe desse momento, já que os verbetes de enciclopédia criados por cada uma das duplas serão organizados para compor esse material.

REALIZAÇÃO

Produção escrita

Dica

No mapa estão indicados apenas mamíferos, répteis e anfíbios ameaçados de extinção no Brasil. Ao selecionar uma espécie, vocês podem escolher também peixes e aves da fauna brasileira.

Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. 8. ed.

Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 109.

Família Cervidae (cervo-do-pantanal, veado-bororó-do-sul)

Família Canidae (lobo-guará, cachorro-vinagre)

Família Felidae (jaguatirica, gato-do-mato, gato-maracajá, gato-palheiro, onça-pintada, onça-parda, suçuarana,puma, onça-vermelha, leão-baio)

Família Balenopteridae (baleia-sei, espadarte, baleia-azul, baleia-fin, baleia-jubarte, jubarte)

Família Callitrichidae (sagui-da-serra-escuro, sagui-da-serra, mico-leão-de-cara-preta, micoleão-de-cara-dourada, mico-leão-preto, mico-leão-dourado, sagui-de-duas-cores)

Família Echimydae (rato-do-cacau, rato-de-espinho)

Família Trichechidae (peixe-boi-da-amazônia, peixe-boi-marinho)

Família Myrmecophagidae (tamanduá-bandeira)

Família Viperidae (jararaca-de-alcatrazes, jararaca-ilhoa, jararaca)

Família Bufonidae (flamenguinho, sapinho-de-barriga-vermelha, sapinho-narigudo-de-barriga-vermelha)

Na etapa Planejando o verbete de enciclopédia, passe uma lista com os nomes das duplas para que elas anotem o nome do animal escolhido, de modo que nenhuma dupla pesquise o mesmo animal de outra dupla.

187

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd

(ditongo crescente, paroxítona) e á-gu-a (hiato, proparoxítona). Nesta coleção, adotamos a abordagem tradicional, segundo a qual as palavras terminadas em ditongo crescente são classificadas como paroxítonas. É o caso de mágoa (má-goa), angústia (an-gús-tia), gênio (gê-nio), história (his-tó-ria), ingênuo (in-gê-nuo) e assim por diante.

PROPOSIÇÕES

Em Produção escrita, avalie a possibilidade de fazer essa produção de maneira interdisciplinar com o componente Ciências da Natureza. O apoio do professor de Ciências pode ser fundamental na seleção de fontes de pesquisa, de material de consulta etc. Essa proposta favorece o pensamento computacional

Explique aos estudantes que, muitas vezes, pode haver divergências nas informações pesquisadas entre uma fonte e outra. Reitere que é importante consultar mais de uma fonte de pesquisa para conferir a veracidade das informações e observar o que é mais aceito nas variadas fontes consultadas.

ALLMAPS
187 07/06/22 14:38
187

REALIZAÇÃO

Na etapa Pesquisando e coletando informações, como a produção do verbete requer um trabalho de curadoria de informações, indique a eles fontes confiáveis, como professores e/ ou especialistas da comunidade escolar, sites sobre estudo das espécies, grupos e projetos de proteção animal que os estudantes possam consultar e ampliar suas possibilidades de produção dos verbetes.

Oriente-os a selecionar imagens que sejam significativas para a abordagem escolhida.

2 Escolhida a espécie animal, preparem-se para a pesquisa, que é a parte essencial dessa produção. O roteiro a seguir traz os tópicos que deverão compor o verbete e será o guia da pesquisa de vocês.

• Nome e classificação do animal.

• Características físicas.

• Comportamento: como vive (se andam em bando, se formam casal); os hábitos (de que e como se alimentam, onde e como dormem); entre outros.

• Relação com os seres humanos: se convive com os seres humanos, como interage com eles.

• Curiosidades que pareçam interessantes e importantes.

• Risco de extinção: se é baixo, médio ou alto e o que se tem feito para evitar a redução da população dessa espécie.

Pesquisando e coletando informações

1 Conversem sobre quais fontes de pesquisa poderão ter acesso: sites especializados, livros da biblioteca.

2 É importante consultar fontes confiáveis e selecionar as informações que serão utilizadas. Uma boa estratégia é comparar as informações coletadas em fontes diferentes.

Onça-pintada. Pantanal. Fotografia de 2019. Lobo-guará. Mineiros (GO). Fotografia de 2020. Mico-leão-da-cara-preta. Guaraqueçaba (PR). Fotografia de 2006. Peixe-boi-marinho. Manaus (AM). Fotografia de 2017.
150 cm 30 cm 3,5 m 120 cm 188
188 09/06/22 18:53 188
DREW NICOLL/SHUTTERSTOCK.COM ANDRE DIB/PULSAR IMAGENS MARCOS AMEND/PULSAR IMAGENS FABIO COLOMBINI
D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd

Como registrar as informações pesquisadas

1 Ao ler o texto, grife as informações que correspondem aos tópicos do roteiro.

2 Após a leitura, retome as partes grifadas e selecione as informações essenciais e que realmente correspondem aos aspectos do roteiro.

3 Essas anotações podem ser organizadas em um esquema, separadas por subtítulos ou tópicos. Para entender como fazer isso, leia o texto.

Nem todos os parágrafos apresentam informações essenciais sobre o tema. Antes de grifar, é importante ler o texto todo. Em um parágrafo, grife apenas o trecho que traz a informação que achar importante. Dessa forma, fica mais fácil recuperar esse dado. Evite grifar palavras isoladas.

Lista de animais ameaçados de extinção no Brasil dobra em oito anos

Entraram na lista neste ano 701 animais. Uma nova espécie de boto-cor-de-rosa, a do Araguaia, da região Amazônica, recentemente descoberta, é um deles.

O Brasil passou a contar com mais 700 animais na lista de ameaçados de extinção. O número de espécies em extinção dobrou em oito anos. Em 2014, ano do último levantamento, eram 698. Hoje, a lista preparada pela Comissão Nacional da Biodiversidade, Conabio, tem 1.399.

Entraram na lista neste ano 701 animais. Uma nova espécie de boto-cor-de-rosa, a do Araguaia, da região Amazônica, recentemente descoberta, é um deles.

[...]

O guaiamum, um caranguejo muito conhecido no Nordeste, é mais um animal sob ameaça. Outro caranguejo, o amarelo, encontrado na ilha de Fernando de Noronha, também está na lista. Além da Piabanha, peixe que era visto com frequência na região Sudeste, e a ave surucuá-de-murici, de Alagoas.

Muitos animais que já estavam na lista anterior, de 2014, continuam sob ameaça de extinção. É o caso da onça-pintada, lobo-guará, tamanduá-bandeira, ariranha, muriqui-do-norte, gato-mourisco e baleia-franca-austral.

A lista elaborada pela Comissão Nacional da Biodiversidade ainda vai passar pela avaliação do Ministério do Meio Ambiente antes de ser oficialmente publicada.

LISTA de animais ameaçados de extinção no Brasil dobra em oito anos. G1, [s. I.], 12 mar. 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/03/12/lista-de-animais-ameacadosde-extincao-no-brasil-dobra-em-oito-anos.ghtml. Acesso em: 25 abr. 2022.

D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 189

Na etapa Como registrar as informações pesquisadas, solicite a um estudante que leia o que anotou. Oriente os demais estudantes a observar as diferenças, identificar e analisar o que errou e fazer as correções necessárias.

Faça a leitura do texto “Lista de animais ameaçados de extinção no Brasil dobra em oito anos” e peça aos estudantes que anotem possíveis dúvidas durante a leitura. Depois, oriente-os sobre as possíveis dúvidas. Se julgar conveniente, pesquise previamente os dados mais recentes sobre o assunto e compartilhe com a turma.

REALIZAÇÃO
[...]
189
07/06/22 14:38 189

REALIZAÇÃO

Na etapa Esboçando o verbete de enciclopédia, defina com os estudantes a quantidade de imagens que cada verbete poderá ter, devido ao espaço que ocuparão na folha, não permitindo que selecionem mais do que duas imagens.

Explique a eles que o verbete produzido não deve ser extenso, por isso é fundamental escolher com critério as informações indispensáveis para informar seu leitor sobre a aparência do animal, suas qualidades, seu hábitat etc. Lembre-os de que o verbete de enciclopédia é um texto de caracteres formal e objetivo.

Na fase da escrita do verbete, explique que se valer do recurso da descrição é importante para a construção do texto, uma vez que explica melhor o assunto a ser tratado.

• Agora, reproduza os tópicos a seguir no caderno e escreva as informações correspondentes.

Quantidade de novos animais que entraram na lista de espécies ameaçadas de extinção no Brasil

Número de espécies brasileiras em extinção em 2014

Número total de espécies brasileiras em extinção em 2022

Relação de animais ameaçados de extinção e sua respectiva região no Brasil

701 animais

698 animais

1.399 animais

boto-cor-de-rosa: região Amazônica; guaiamum: região Nordeste; caranguejo amarelo: região Nordeste; piabanha: região Sudeste; surucuáde-murici: região Nordeste.

Demais espécies brasileiras ameaçadas de extinção

onça-pintada, lobo-guará, tamanduá-bandeira, ariranha, muriqui-do-norte, gato-mourisco e baleia-franca-austral

• Troque o esquema feito com seu colega e analisem as anotações que fizeram.

4 Retome o roteiro e, com o colega de dupla, definam quais tópicos cada um irá pesquisar. Além das informações em textos variados, selecionem imagens, como fotografias e ilustrações do animal, que mostrem o hábitat natural e como vivem, por exemplo.

5 No dia combinado, tragam o material pesquisado para, com o auxílio do professor, verificar a pertinência das informações selecionadas e se elas podem ser utilizadas como fonte de consulta para o verbete.

Esboçando o verbete de enciclopédia

1 Leiam as informações pesquisadas e analisadas com o professor. Lembrem-se de que o leitor da enciclopédia desconhece o assunto ou busca aprofundar o conhecimento. Portanto:

• selecionem as informações mais importantes sobre cada tópico.

• resumam as informações, destacando o essencial, já que o texto de verbete é breve.

• selecionem imagens que dialogam com o texto verbal.

• usem um vocabulário claro e preciso, formas verbais no modo indicativo e na 3a pessoa do singular.

2 Façam um esboço do verbete. Escrevam:

a) introdução: nome e uma breve apresentação do animal.

b) as características físicas.

c) o comportamento.

d) relação com os seres humanos.

e) curiosidades que pareçam interessantes e importantes.

f) risco de extinção: baixo, médio, alto.

e) medidas para ajudar na preservação da espécie.

190
190 07/06/22 14:38 190
D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd

Revisando o verbete de enciclopédia

1 Sentem-se com outra dupla e troquem os esboços que fizeram. Leiam o verbete e indiquem os possíveis ajustes de acordo com as perguntas a seguir.

a) A introdução deixa claro para o leitor do que trata o verbete?

b) As informações selecionadas são importantes e essenciais para que se conheça a espécie animal?

c) O verbete pode ampliar os conhecimentos do leitor sobre o assunto?

d) Apresenta informações de acordo com o roteiro?

e) As imagens selecionadas complementam as informações verbais?

f) As informações estão organizadas por tópicos e devidamente identificadas?

g) O tópico sobre o risco de extinção traz informações de ações para mudar a situação?

h) A linguagem é objetiva e impessoal, fazendo uso de verbos na 3a pessoa?

i) É preciso acrescentar ou retirar alguma informação?

2 Reescrevam o texto, fazendo as correções necessárias. Em seguida, entreguem ao professor.

3 Após a correção do professor, decidam sobre:

• o tipo de papel que usarão na versão final do verbete.

• como será e quem fará a capa, a página de rosto e o índice alfabético dos verbetes com os nomes dos autores.

• como serão os verbetes: manuscritos ou impressos. Caso decidam usar o computador, combinem o tipo de letra e tamanho da fonte.

4 Preparem a versão final do verbete. Antes, façam um esboço da página que irão montar, pensando na distribuição do texto e das imagens, de modo que fiquem na mesma página.

Montando a enciclopédia

1 Organizem as folhas pela ordem alfabética dos verbetes. Em seguida, numerem as páginas.

2 Acrescentem a página de rosto e a do índice e juntem as folhas dentro da capa.

3 Divulguem a enciclopédia. Para isso, coloquem avisos em murais da escola e da biblioteca comunicando a data em que a enciclopédia estará disponível para leitura.

4 Combinem com a pessoa responsável pela biblioteca um lugar onde a enciclopédia poderá ficar exposta por alguns dias antes de ser incorporada ao acervo.

5 Se desejarem, coloquem a enciclopédia dentro de uma pasta plástica para protegê-la e conservá-la.

REALIZAÇÃO

Na etapa Revisando o verbete de enciclopédia, o objetivo é que as duplas façam a revisão dos textos umas das outras. Verifique se os estudantes necessitam de auxílio nessa organização. Oriente-os a tecer comentários construtivos e respeitosos para os colegas, apontando aspectos que podem ser aprimorados em relação à linguagem e ao conteúdo do verbete de enciclopédia. Circule pelas duplas e lembre-os de seguir os passos propostos nesta etapa.

Caso as duplas decidam finalizar a atividade em um computador, verifique a disponibilidade do laboratório de informática da escola, reserve um horário e encaminhe os estudantes ao local para que elaborem a versão final do verbete de enciclopédia, de modo que a turma possa usar um programa de edição de texto sob a sua orientação.

Depois de corrigir os textos, solicite que observem seus apontamentos e realizem a edição final do verbete de enciclopédia.

Na etapa Montando a enciclopédia, combine com os estudantes o dia em que cada dupla deverá trazer as informações coletadas. Reserve um momento da aula para realizar essa etapa da produção.

Ao receber os textos, junte-se a eles, analise e oriente as possíveis reformulações, como: tópicos com informações insuficientes, substituição de imagens, entre outros. Se necessário, combine previamente a ida a sala de informática da escola e oriente-os na realização dos ajustes finais.

Avalie a necessidade de auxiliá-los na composição da enciclopédia. Caso a turma possua canais digitais oficiais, peça que divulguem, sob sua supervisão, a enciclopédia.

Modelo de pasta plástica simples.
191
191 07/06/22 14:38 191
JAKRIT JIRARATWARO/SHUTTERSTOCK.COM
D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd

Habilidades de encerramento

• EF69LP21

• EF69LP33

• EF67LP23

• EF06CI06

• EF69AR01

• EF69AR02

• EF69AR03

• EF69AR05

PROPOSIÇÕES

Em Linguagens em conexão, se possível, inicie a atividade propondo aos estudantes uma conversa sobre os conteúdos estudados no módulo. De forma coletiva e dialogada, solicite a eles que compartilhem os conhecimentos que aprenderam com os colegas sobre os gêneros inseridos no mundo das ciências: reportagem de divulgação científica e verbete de enciclopédia. Explique a eles que, neste momento, irão conhecer uma obra de Regina Silveira, artista brasileira que estabelece relações entre a arte e o conhecimento científico. O objetivo deste trabalho, além de conectar diferentes linguagens, é convidar os estudantes a ampliar o repertório de experiências artístico-visuais. Incentive-os a expressar as suas percepções de maneira livre e autônoma, mas também apoiada em elementos da própria obra que possam ser observados nas fotografias. Ressalte, no entanto, que as imagens apresentadas são apenas registros da obra e que a experiência de fruição presencial é diferente e permite construir sentidos diversos.

Arte e ciência

Neste módulo, você estudou uma reportagem de divulgação científica e um verbete de enciclopédia e refletiu sobre a importância da ciência para as sociedades. Agora, você vai conhecer um trabalho artístico que relaciona arte e ciência para propor reflexões ao público.

A instalação artística Mundus Admirabilis, da artista gaúcha Regina Silveira (1939-), é formada por grandes adesivos colados em paredes, tetos e chão de ambientes. Para produzir esses adesivos, a artista consultou livros científicos do século XVIII e selecionou ilustrações de insetos classificados como daninhos, isto é, que de alguma maneira fazem mal ao ambiente em que vivem. É importante notar que essas ilustrações foram produzidas antes da criação da fotografia, por isso tinham a mesma importância de um registro científico e eram elaboradas com grande riqueza de detalhes.

BNCC
CONEXÃO LINGUAGENS EM
SILVEIRA, Regina. Mundus Admirabilis. 2007. Vinil adesivo, 20 m × 20 m × 7 m. CCBB, Brasília, DF. REGINA SILVEIRA/MUNDUS ADMIRABILIS
192 D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 192 07/06/22 14:38 192
REGINA SILVEIRA/MUNDUS ADMIRABILIS

1. Observe as imagens da instalação e imagine-se andando dentro desse ambiente. Quais sensações você acha que teria?

2. Em sua opinião, o que a presença de insetos considerados daninhos pode sugerir ao público?

3. Quando a artista retira as imagens dos livros científicos do século XVIII e insere em uma instalação artística do século XXI, os sentidos das imagens continuam os mesmos? Por quê?

4. Em sua opinião, a arte e a ciência podem se relacionar? Como? De quais maneiras?

REALIZAÇÃO

1. Dê um tempo para que os estudantes se imaginem no espaço e incentive-os a pensar em sensações de maneira aprofundada. Primeiro, pergunte a eles se gostariam de entrar em uma instalação assim e o porquê. Então, promova reflexões com outras perguntas, como: Vocês teriam aflição de entrar em um ambiente cheio de

Grandes personagens brasileiros – História da arte com Regina Silveira. Vídeo (5min41s). Canal TV Cultura. Disponível em: www.you tube.com/watch?v=qEhjzD7OsSc. Acesso em: 8 abr. 2022. O vídeo é uma produção da TV Cultura e apresenta a artista Regina Silveira contando um pouco mais sobre o trabalho Mundus Admirabilis

uma metáfora para temas “daninhos” que existem na sociedade atualmente e que convivem conosco, isto é, questões globais como a alta produção de lixo, a poluição, o desrespeito à democracia, o preconceito etc.

3. É importante que os estudantes identifiquem uma ressignificação das ilustrações científicas e busquem compreender que a artista reconstruiu os sentidos dessas imagens ao utilizá-las na obra. Ressalte que, nos livros do século XVIII, elas possuíam um objetivo descritivo e científico, já que não havia câmeras fotográficas e era necessário registrar em detalhes a anatomia dos insetos. Ao utilizar as mesmas imagens na instalação, Regina Silveira propõe reflexões artísticas, sociais e até mesmo culturais acerca dessas imagens, causando um estranhamento no público e suscitando diversos debates.

ilustrações de insetos? Como vocês reagiriam se fossem a um lugar e encontrassem essa instalação de surpresa?

2. Promova uma conversa em que os estudantes interpretem o trabalho de maneira livre e possam expressar suas opiniões. Não existe uma resposta correta, muitas interpretações são possíveis. Uma possibilidade é a de que os insetos daninhos são

4. Incentive os estudantes a levantar hipóteses a respeito da questão. É esperado que eles digam que sim, mas é importante que saibam argumentar e dar exemplos. Se eles tiverem dificuldade para justificar, oriente-os a utilizar o trabalho de Regina Silveira como ponto de partida. Esclareça que a arte e a ciência podem se relacionar de inúmeras maneiras, como em pesquisas acadêmicas, em trabalhos artísticos, em livros, em projetos culturais e sociais etc.

PARA ASSISTIR
Resposta pessoal. Resposta pessoal. Respostas pessoais. Respostas pessoais. 193 D2-140-193-POR-F2-2102-V6-M4-LA-G24_AVU.indd 193 07/06/22 14:38 193
REGINA SILVEIRA/MUNDUS ADMIRABILIS

Competências do módulo

Gerais: 1, 3, 4, 5

Linguagens: 1, 2, 3, 4

Língua Portuguesa: 3, 6, 7

Arte: 1, 7

Habilidades da abertura

• EF69LP13

• EF69LP15

• EF67LP23

NATUREZA EM ALERTA

• EF69AR03

• EF69AR05

• EF69AR31

Temas Contemporâneos Transversais

• Educação ambiental

• Educação para o consumo

INTRODUÇÃO

Este módulo tem como foco o meio ambiente, que está associado aos Temas Contemporâneos Transversais Educação ambiental e Educação para o consumo. Esse trabalho contextualizado e integrado a diversas áreas do conhecimento possibilita aos estudantes uma aprendizagem mais significativa e uma formação mais conectada aos desafios da sociedade contemporânea.

No eixo leitura, serão abordadas as características dos gêneros textuais notícia, letra de canção, carta de leitor e comentário do leitor. No eixo de análise linguística, o foco é o trabalho com as formas verbais nos modos subjuntivo e imperativo, a linguagem figurada, as diferenças entre oração e período e os sintagmas nominais e verbais. No eixo de produção de texto, os estudantes vão produzir uma notícia, com base no que foi abordado no decorrer do módulo. A proposta do eixo oralidade é uma prática com roda de notícias.

OBJETIVOS

• Reconhecer as características dos gêneros textuais notícia, letra de canção, carta de leitor e comentário do leitor.

• Identificar o contexto de produção e a linguagem desses gêneros textuais.

• Identificar as formas verbais

nos modos subjuntivo e imperativo e aplicá-las em conformidade com o contexto.

• Interpretar a linguagem figurada.

• Compreender as diferentes funções das figuras de linguagem: metáfora, hipérbole, personificação ou prosopopeia.

• Distinguir oração e período.

• Identificar sintagmas nominais e verbais como componentes diretos da oração.

• Produzir uma notícia escrita.

PROPOSIÇÕES

D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 194 08/06/22 11:21

Em Imagem em foco, após discutir as questões propostas, reserve um momento para explicar a imagem de abertura aos estudantes, oferecendo-lhes as informações contextuais necessárias para compreensão adequada. A fotografia retrata uma ação do Projeto Pegada – criado em 2014, em Vitória (ES) –, organização comunitária

BNCC
MÓDULO
PROJETO PEGADAS
5
Imagem de baleia formada com lixo retirado de limpeza de praia em Vitória, Espírito Santo, por voluntário . Fotografia de 2018.
194
194

que reúne pessoas interessadas na preservação do meio ambiente. O grupo atua, por exemplo, na retirada de lixo de praias, como se observa na imagem, em que os voluntários dispuseram os detritos recolhidos no formato de uma baleia.

Peça aos estudantes que descrevam a imagem. Em seguida, leia o título do módulo e faça uma avaliação diagnóstica do que os estudantes sabem a respeito da

FIQUE POR DENTRO

• Notícia

• Letra de canção

• Verbo: modo subjuntivo e modo imperativo

• Figuras de linguagem: metáfora, personificação e hipérbole

• Carta de leitor e comentário do leitor

• Roda de notícias

• Oração e período

• Sintagma nominal e sintagma verbal

• Produção escrita: notícia

• Arte como denúncia

REALIZAÇÃO

1. Incentive os estudantes a compartilhar o que pensaram assim que viram a imagem. Depois, peça-lhes que observem a imagem com mais atenção e a interpretem de maneira individual. Discuta a importância da conscientização a respeito da poluição ambiental. Essa fotografia possui um caráter jornalístico e suscita reflexões em relação aos problemas ambientais graves, servindo de alerta às diversas sociedades do planeta. Relacione a imagem e o gênero notícia, que será estudado no módulo, evidenciando como a imagem também pode comunicar informações e alertar as pessoas para uma situação específica.

IMAGEM EM FOCO

Observe a imagem e converse com os colegas e o professor sobre as perguntas a seguir.

1. Qual é a importância de produzir e divulgar fotografias como essa?

2. A imagem pode servir de alerta para a necessidade de preservação ambiental. Por que preservar o meio ambiente é importante? Explique sua resposta.

2. Ressalte que muitas notícias são acompanhadas de imagens desse tipo, pois elas contribuem para que as informações que constam no texto tenham mais impacto. É importante que eles compreendam que a preservação do meio ambiente é essencial para que o planeta seja habitável.

3. Se essa imagem ilustrasse uma notícia de jornal, quais poderiam ser os temas abordados no texto da notícia?

Resposta pessoal.

importância da preservação na natureza e dos impactos que o plástico causa no meio ambiente. Proponha questões sobre poluição plástica.

3. Diga aos estudantes que uma imagem como essa poderia ilustrar uma notícia de denúncia contra a poluição dos oceanos, por exemplo, mas também poderia estar presente em uma notícia a respeito de propostas e soluções para a preservação do meio ambiente. Verifique se os estudantes percebem que uma mesma imagem sugere diversas reflexões e pode compor uma notícia com o intuito de dar ênfase ao foco do texto.

2. A imagem aponta um acontecimento de interesse coletivo. Ela serve de alerta ao espectador, chamando a sua atenção para um problema ambiental sério.
195 08/06/22 11:21
Resposta pessoal. 195 D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd
195

BNCC

Habilidades do Capítulo 1

TEXTO

• EF69LP03

• EF67LP23

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

• EF69LP03

• EF69LP13

• EF69LP15

• EF67LP23

EXPLORANDO O TEXTO

• EF69LP03

• EF69LP15

• EF69LP16

• EF69LP17

• EF69LP56

• EF67LP01

• EF67LP06

• EF67LP08

• EF67LP32

• EF67LP36

• EF06LP01

• EF06LP05

• EF06LP06

TEXTOS EM DIÁLOGO

• EF69LP48

• EF67LP19

• EF67LP23

• EF67LP27

POR DENTRO DA LÍNGUA

• EF69LP02

• EF69LP03

• EF69LP04

• EF69LP17

• EF67LP01

• EF67LP07

• EF67LP08

• EF06LP04

• EF06LP05

LINGUAGEM E SENTIDOS

• EF69LP04

• EF69LP05

• EF69LP48

• EF67LP08

• EF67LP38

PROPOSIÇÕES

O trabalho com a leitura da notícia do Capítulo 1 sobre o descarte de lixo em mares e oceanos possibilita que os estudantes, ao se depararem com fatos e fazeres científicos, utilizem o conhecimento que têm da Língua Portuguesa para compreender os fenômenos do mundo e da sociedade.

Esclareça que a notícia é, geralmente, organizada em: título principal (manchete), subtítulo (linha fina), lide (lead ) e corpo da notícia.

As perguntas que antecedem a leitura propõem aos estudantes levantar hipóteses

A notícia reproduzida a seguir foi publicada no site de um jornal. Antes de ler o texto, leia o título, observe a imagem que acompanha a notícia e levante hipóteses: Qual será o fato noticiado? O que será uma “sopa de lixo”? Esses elementos do texto despertam seu interesse para ler a notícia completa? Compartilhe suas considerações com os colegas e ouça, com respeito, o que eles têm a dizer.

TEXTO

Agora, faça a leitura da notícia de acordo com as orientações do professor.

Sustentabilidade é um termo usado para definir ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais da população sem comprometer o futuro das próximas gerações nem o meio ambiente.

Sustentabilidade

‘Sopa de lixo’ no Pacífico tem três vezes

tamanho da França

Região que concentra detritos no oceano também é conhecida como ‘ilha de plástico’

Sérgio Matsuura 24/03/2018 – 04:30 / Atualizado em 24/03/2018 – 08:23

RIO – Numa área remota do Oceano Pacífico, entre a costa da Califórnia e o Havaí, o movimento das correntes marinhas concentra grande parte do lixo descartado em rios e mares. E a quantidade é tamanha que a região foi apelidada como Grande Mancha de Lixo do Pacífico ou, como ficou popularmente conhecida, “ilha de plástico”. Mesmo a centenas de quilômetros de qualquer grande cidade, ela reúne garrafas, brinquedos, carcaças de produtos eletrônicos e redes de pesca abandonadas, entre outros objetos. A estimativa é que existam 1,8 trilhão de detritos – o equivalente a 250 para cada ser humano no planeta –, que se espalham por 1,6 milhão de quilômetros quadrados, três vezes o tamanho da França continental.

A Grande Mancha de Lixo do Pacífico foi descrita pela primeira vez em 1997, mas estimativas sobre seu tamanho e composição eram falhas devido à dificuldade na coleta de informações. Apesar do apelido “ilha de plástico”, não existe uma superfície na qual se possa caminhar. O lixo fica misturado à água, como numa sopa, e a maioria dos detritos é tão pequena que eles não podem ser observados por satélites.

e fazer inferências sobre a notícia que será lida. Incentive a participação e o compartilhamento das respostas dos estudantes, orientando-os a respeitar os turnos de fala dos colegas. Espera-se que eles retomem as hipóteses iniciais sobre o texto, confirmando-as ou refutando-as após a leitura da notícia.

É importante salientar que, ao ler um texto, é imprescindível pensar em ações estratégicas para mediar as leituras feitas pelos estudantes, a fim de contribuir com o desenvolvimento das competências leitora e escritora. Assim, é fundamental considerar os instantes que compreendem o antes, o durante e o depois da leitura.

NOTÍCIA CAPÍTULO1
196
196 07/06/22 16:51 196
Respostas pessoais.
D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd

Para contornar essa barreira, uma equipe internacional de cientistas liderada pela ONG The Ocean Cleanup Foundation, com apoio de pesquisadores de seis universidades, executou o mais abrangente levantamento in loco. Entre julho e setembro de 2015 eles realizaram 652 coletas de materiais com redes de superfície, num esforço que envolveu 18 embarcações. No ano seguinte, duas missões aéreas cobriram uma área de 311 quilômetros quadrados, formando um mosaico com 7.298 fotografias tiradas a apenas 400 metros de altitude.

Os resultados foram publicados nesta semana na revista “Scientific Reports”. Ao todo, a expedição coletou 1.136.145 amostras de lixo, sendo 99,9% peças plásticas. Extrapolando para a área total, os cientistas estimaram a existência de 1,8 trilhão de fragmentos plásticos de diversos tamanhos, sendo 94% deles classificados como microplásticos, com menos de 5 milímetros de diâmetro. O peso estimado do lixo na região é de 79 mil toneladas – entre quatro e 16 vezes o estimado anteriormente por outros estudos –, mas os microplásticos representam apenas 8% da massa total. As redes de pesca abandonadas, conhecidas como “redes fantasmas”, respondem por 46% da massa total de lixo.

— Fomos surpreendidos pela quantidade de grandes objetos de plástico que encontramos — disse Julia Reisser, cientista-chefe da expedição. — Nós pensávamos que a maior parte dos detritos fosse de pequenos fragmentos, mas essa análise joga nova luz sobre o escopo do lixo.

REALIZAÇÃO

Com os estudantes organizados em grupos, conduza uma atividade que aborde as perguntas antes da leitura do texto. Essas perguntas visam levantar hipóteses e conhecimentos prévios deles sobre o assunto. Esse momento dedicado à leitura inferencial tem como objetivo levar os estudantes a exercitar a capacidade de formular antecipações e inferências sobre um texto, com base nos conhecimentos que têm sobre o gênero textual, nos dados do texto, nas imagens etc. e na dedução de informações implícitas do texto lido.

Leia com eles a linha fina (ou subtítulo) e explique que o título é uma metáfora, isto é, uma comparação com base em uma semelhança. Peça-lhes que levantem hipóteses sobre a semelhança entre uma sopa e o lixo.

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Recomenda-se que a primeira leitura seja silenciosa, para que os estudantes compreendam o texto. Depois, proponha a eles uma leitura compartilhada.

Se possível, utilize um mapa-múndi ou um globo terrestre para mostrar aos estudantes onde se localizam o Oceano Pacífico, a Califórnia e o Havaí. Verifique se há palavras que eles desconhecem e incentive-os a inferir

o sentido pelo contexto. Se ainda não for possível, oriente-os a consultar um dicionário.

É provável que os estudantes desconheçam a ONG mencionada na notícia ( The Ocean Cleanup Foundation) e a revista onde o estudo foi publicado (Scientific Reports). Nesse caso, se possível, leve-os ao laboratório de informática e proponha a eles uma pesquisa na internet sobre essas instituições, a fim de conhecer os objetivos delas.

Depois, se possível, mostre o mapa político da França para que eles tenham uma ideia da extensão de lixo acumulado no oceano. Leve-os a pensar sobre o tipo de informação que será veiculada no texto. Por fim, peça a eles que criem hipóteses sobre como esse lixo se acumulou no oceano. Espera-se que citem, entre outras possibilidades, o excesso de uso de plástico nas sociedades contemporâneas, o baixo nível de reaproveitamento de materiais recicláveis, a falta de políticas públicas e de incentivos econômicos para a reciclagem de materiais, o consumo exagerado de produtos etc.

Cientistas começaram a mapear a região em 2015, com 18 embarcações que recolheram amostras de lixo.
197
197 07/06/22 16:51 197
HANDOUT/OCEAN CLEANUP/AFP
D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd

Caso julgue necessário, dedique um momento para sanar eventuais dúvidas de vocabulário dos estudantes. Incentive-os a compreender o significado das palavras pela releitura do trecho da notícia, considerando o contexto em que estão inseridas. Em seguida, explore também o boxe Vocabulário

PROPOSIÇÕES

Em Conversando sobre o texto, retome as hipóteses iniciais que os estudantes fizeram antes da leitura da notícia e verifique se elas se confirmaram ou não, pedindo-lhes que comentem suas considerações. Em seguida, peça aos estudantes que observem novamente o título do texto e digam o que lhes chama a atenção.

Aproveite o momento para discutir com a turma sobre a importância social do jornalismo que se dedica a compartilhar os avanços produzidos pela comunidade científica e os desafios e problemas ambientais vivenciados pelas sociedades ao redor do mundo. Pergunte aos estudantes se costumam se informar sobre Ciência por meio de veículos jornalístico-midiáticos e se eles se utilizam das informações lidas para se posicionar criticamente diante dos fenômenos do mundo contemporâneo.

REALIZAÇÃO

Conversando sobre o texto

1. Possivelmente, alguns estudantes desconheciam o problema de que o texto trata e suas consequências. Incentive a troca de impressões sobre o assunto.

2. Esclareça que a função da notícia é informar, divulgar

198

LEIA TAMBÉM: Plástico forma ilhas de poluição nos oceanos

O problema, dizem os cientistas, é que com o tempo esses pedaços maiores, que representam 92% da massa total de plástico na Grande Mancha de Lixo do Pacífico, tendem a se fragmentar em microplásticos. Estudos demonstram que essas pequenas partículas provocam graves danos à vida marinha.

QUEM É O

AUTOR

— Resíduos grandes são ingeridos apenas por animais de grande porte, mas peixes pequenos e grandes se alimentam dos microplásticos, afetando uma gama muito maior da biodiversidade Essa ingestão pode machucar o trato digestivo e abrir caminho para infecções, ou dar ao animal a impressão de que o estômago está cheio, dando uma falsa sensação de saciedade — explicou Alexander Turra, professor do Instituto de Oceanografia da USP. — E peças grandes de plástico podem ser facilmente removidas da água, mas limpar o microplástico, com a tecnologia que temos hoje, é impossível. Por isso, é infinitamente melhor prevenir, evitando o descarte de plástico no mar, que remediar. Até porque remediar pode não ser uma possibilidade.

[...]

O problema do lixo jogado no mar é grave, tanto que recebeu atenção especial na Conferência sobre os Oceanos das Nações Unidas, realizada no ano passado em Nova York. Durante o evento, o governo brasileiro se comprometeu a elaborar o Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar.

— A gente tem que fazer com que esse lixo não chegue ao mar — afirmou Turra. — Fechar a torneira é o primeiro passo, mas isso não significa simplesmente banir o plástico. Se esse material, em vez de ir para o mar, for para usinas de reciclagem, ele se torna ambientalmente vantajoso em relação a outros.

MATSUURA, Sérgio. ‘Sopa de lixo’ no Pacífico tem três vezes tamanho da França. O Globo, [s. l.], 24 mar. 2018. Disponível em: https://oglobo.globo.com/sociedade/ sustentabilidade/sopa-de-lixo-no-pacifico-tem-tres-vezes-tamanho-da-franca-22522332. Acesso em: 17 mar. 2022.

VOCABULÁRIO

ONG: sigla de Organização Não Governamental, instituição sem fins lucrativos, cujo propósito é defender e promover uma causa social, política, ambiental etc.

Microplásticos: pequenos pedaços de plástico com medida inferior a 0,5 cm.

Gama: série, sucessão.

Biodiversidade: conjunto de todas as espécies de seres vivos existentes em determinada região.

Saciedade: satisfação, sensação de barriga cheia.

Remediar: corrigir, atenuar.

Banir: expulsar, proibir.

fatos e acontecimentos locais e mundiais para que as pessoas tomem conhecimento e, quando necessário, se posicionem e exerçam seu papel como cidadãs.

3. Espera-se que os estudantes reflitam que é urgente a população adotar medidas de redução, reutilização e reciclagem como forma de diminuir os danos causados ao meio ambiente com o descarte de resíduos.

PROPOSIÇÕES

REALIZAÇÃO Texto
Sérgio Matsuura (1980-) é jornalista e atua como repórter na área de tecnologia. GUITO MORETO/AGÊNCIA O GLOBO 198
07/06/22 16:51
D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 198
Em Texto e contexto, solicite aos estudantes que resolvam individualmente e por escrito as atividades propostas. Se julgar conveniente, acesse a página da ONG The Ocean Cleanup Foundation em https:// theoceancleanup.com (acesso em: 26 maio 2022) para conhecer as iniciativas dessa organização, que tem o objetivo de remover 90% do plástico oceânico flutuante

2. Espera-se que os estudantes respondam que assuntos como o descarte de lixo em mares e oceanos precisam ser divulgados para que a opinião pública tome conhecimento e se posicione através de atitudes transformadoras, buscando soluções.

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

1. As hipóteses que você levantou antes de ler a notícia se confirmaram depois da leitura completa do texto? Quais informações surpreenderam você e por quê? Justifique sua resposta.

desse assunto, uma vez que o problema afeta a vida marinha e, por consequência, a vida humana.

2. Em sua opinião, por que é importante noticiar fatos e informações sobre o descarte de lixo em mares e oceanos?

3. Essa notícia fez você refletir sobre algum problema relacionado ao descarte de lixo em sua cidade ou na comunidade em que vive? Qual é o problema e o que você pensa a respeito?

Respostas pessoais. Respostas pessoais.

1. A divulgação dos resultados das pesquisas realizadas pela ONG The Ocean Cleanup Foundation e a publicação na revista ScientificReports sobre o aumento da área chamada de Grande Mancha de Lixo do Pacífico.

2. a) Além de garantirem que o leitor seja informado sobre o que é a Grande Mancha de Lixo, sua composição e localização, as informações revelam a dimensão do problema, surpreendendo o leitor com dados que comprovam o fato.

TEXTO EXPLORANDO O

TEXTO E CONTEXTO

2. b) Ao colocar o leitor a par da dimensão do problema, a explicação desperta a curiosidade sobre as informações e os resultados coletados pelas pesquisas, buscando garantir a continuidade da leitura.

2. Lembre os estudantes de que o parágrafo inicial da notícia configura a parte mais importante do texto. Essa parte é denominada lide, palavra aportuguesada do termo em inglês to lead, que significa “liderar, comandar”. Serve para introduzir, resumir a ideia de todo o texto e situar o leitor.

1. Que fato motivou a produção da notícia que você leu?

5. Além de informar, a notícia visa alertar, chamar a atenção das pessoas para o problema do lixo jogado nas águas dos oceanos e mares. Todas as pessoas são potenciais leitores dessa notícia, tanto estudiosos da área como as pessoas comuns, uma vez que interessa a todos cuidar do meio ambiente.

2. Os dois primeiros parágrafos da notícia situam o leitor sobre a Grande Mancha de Lixo do Pacífico, com informações sobre o que é, onde está localizada, do que é composta e o tamanho dela.

a) O que, provavelmente, levou o jornalista a iniciar o texto com essas informações?

b) Qual é a importância dessa explicação no início do texto?

Espera-se que os estudantes respondam que assuntos como o descarte de lixo em mares e oceanos precisam ser divulgados para que a opinião pública tome conhecimento e se posicione através de atitudes transformadoras, buscando soluções.

3. A notícia apresenta vários dados e informações sobre as pesquisas realizadas pela expedição, como a extensão da “ilha”, a quantidade de fragmentos plásticos coletados, registros fotográficos e os pesquisadores envolvidos. Com que finalidade esses dados são apresentados?

Os dados dão credibilidade ao que está sendo noticiado, evidenciando para o leitor que os fatos relatados se baseiam em pesquisas e estudos.

4. A “sopa de lixo” é um problema que diz respeito somente aos países banhados pelo oceano Pacífico? Justifique sua resposta.

Não. Trata-se de um problema que atinge todos os países e continentes, por isso todos devem ser responsáveis pelas medidas de contenção.

5. Com que objetivo essa notícia foi publicada? Quais seriam seus potenciais leitores?

6. A notícia foi publicada no site de um jornal. Observe que, no início do texto, logo depois do nome do autor, ao lado da data, há também a indicação da hora da publicação. O que isso significa e por que notícias postadas na internet têm essa informação?

Os leitores desses portais de notícias buscam notícias atualizadas, publicadas o mais recentemente possível; assim, a hora em que a notícia é postada é um fator significativo para despertar o interesse do leitor para que ele a leia.

Para complementar as atividades propostas, sugere-se levar para a sala de aula alguns exemplares de notícias (preferencialmente, notícias locais), que podem ser acessados por meio de jornais impressos ou na versão on-line. Proponha aos estudantes que façam comparações em relação ao processo de construção das notícias entre os diferentes veículos de comunicação, de modo que observem a presença dos elementos estruturais que compõem esse gênero textual.

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

1. Comente com a turma que um fato, um evento, uma pesquisa científica e muitos outros assuntos viram notícia se afetarem determinado grupo de pessoas ou a sociedade. Em seguida, pergunte por que esse fato mereceu ser noticiado. Espera-se que todos reconheçam a importância

3. Explique a eles que uma das características básicas do gênero notícia é a credibilidade aos fatos que estão sendo noticiados, a qual é gerada, principalmente, pelas informações acuradas e comprovadas.

4. Ressalte que a notícia não se refere a um fato ocorrido em nosso país, nem no oceano que o banha, o Oceano Atlântico; no entanto, trata-se, sim, de notícia de interesse de todos, visto que envolve uma questão ambiental, cujas consequências podem afetar todas as pessoas do planeta.

5. Explique que a leitura de um jornal é seletiva, ou seja, o leitor escolhe o que deseja ler, por afinidade com o assunto, curiosidade etc.

6. Diga que o jornal digital surgiu com o objetivo de ampliar o potencial do jornalismo impresso, criando diversas formas de se fazer notícia, além de permitir maior participação do público.

199
D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 199 07/06/22 16:51
199

PROPOSIÇÕES

Em Composição e linguagem, incentive os estudantes a perceber a importância da manchete ou título da notícia, que traz a informação principal sobre o texto. A linha fina, por sua vez, é uma frase ou período que complementa com informações adicionais o que a manchete, o título principal, quer expressar ao leitor. Incentive-os, ainda, a reconhecer a importância da primeira parte do texto, em que se apresenta uma síntese do que será lido no corpo da notícia. Explique-lhes como se estrutura a notícia, assim como a sua função e importância social.

Na realização desse bloco de atividades, observe a participação dos estudantes, se conseguem perceber a voz discursiva e o grau de imparcialidade no gênero notícia. Como sugestão, eles podem anotar no caderno suas opiniões a respeito do tema estudado e, posteriormente, socializar com os colegas suas observações. Enfatize a importância da organização hierárquica das ideias que compõem a notícia “‘Sopa de lixo’ no Pacífico tem três vezes tamanho da França”.

REALIZAÇÃO

Composição e linguagem

1. Esclareça aos estudantes que muitos jornalistas chamam de manchete a chamada que vem na primeira página. Essa manchete não precisa ser apenas verbal; uma imagem (fotografia) também pode funcionar como título em conjunto com o texto, se ela ocupar uma parte expressiva da página. Leve-os a notar que essa notícia, além do título, do subtítulo e da fotografia, tem um chapéu, isto é, uma

1. a) O tamanho da mancha de lixo flutuante. A comparação da sua extensão com a de um país como a França dá uma dimensão mais concreta do problema tratado na notícia, ajudando o leitor a visualizar a grandiosidade da mancha de lixo.

A notícia tem como finalidade relatar fatos ou acontecimentos atuais, que sejam de interesse geral ou de um público específico. É fruto do trabalho de um jornalista, que coleta informações sobre o fato e as organiza de acordo com sua relevância para o leitor. Além de ser publicada em jornais, a notícia também está presente em revistas, na internet, na televisão e no rádio.

2. O que aconteceu: foram divulgados os resultados de uma pesquisa sobre a Grande Mancha de Lixo do Pacífico. Quem: uma equipe internacional de cientistas liderada pela ONG The Ocean Cleanup Foundation, com apoio de pesquisadores de seis universidades.

COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM

Quando: pesquisa iniciada em julho de 2015. Onde: no oceano Pacífico, entre a costa da Califórnia e o Havaí. Por que: porque é um problema grave que precisa de solução.

1. O título possibilita o primeiro contato do leitor com a notícia. Além dele, a notícia tem outros elementos: sobretítulo ou chapéu e subtítulo ou linha fina. Veja.

Sustentabilidade

‘Sopa de lixo’ no Pacífico tem três vezes tamanho da França Região que concentra detritos no oceano também é conhecida como ‘ilha de plástico’

sobretítulo ou chapéu

título subtítulo ou linha fina

a) Que informação é destacada no título? Justifique sua resposta.

1. b) O título atrai a atenção e a curiosidade do leitor e pode despertar nele a vontade de ler e saber mais a respeito do problema de que a notícia trata.

b) Que efeito de sentido o uso da expressão sopa de lixo produz no título?

c) A linha fina contém novas informações ou complementa o título? Justifique.

1.c) A linha fina traz novas informações, visando instigar a leitura ao fornecer outra expressão pela qual a região é conhecida.

Constituído de uma ou duas palavras, o sobretítulo é usado para identificar o assunto da notícia. O título é um elemento muito importante de uma notícia: ele pode motivar o leitor a decidir ler o texto ou não. A linha fina, composta com letras menores do que as do título, tem o objetivo de complementar as informações do título ou fornecer mais detalhes para instigar a leitura.

2. O primeiro parágrafo de uma notícia é denominado lide e apresenta as informações sobre o fato noticiado e as circunstâncias em que ocorreu: o que, quem, quando, onde e por que aconteceu. Na notícia lida, essas informações estão distribuídas nos três primeiros parágrafos. Releia-os e, no caderno, identifique tais informações.

3. Os parágrafos que vêm depois do lide compõem o corpo da notícia e acrescentam informações sobre o assunto. No caderno, transcreva as alternativas que contêm as informações presentes nessa parte do texto.

Alternativas A , B e D

A. A quantidade e o principal material que compõe o lixo.

B. O problema causado pelos microplásticos presentes nos mares e oceanos.

C. O compromisso do governo brasileiro em combater o lixo no mar.

D. Como órgãos internacionais e o governo brasileiro estão cuidando do problema.

E. A quantidade de detritos equivale a 250 para cada ser humano no planeta.

palavra que aparece acima do título e que orienta o leitor para o tema de interesse da notícia. Esclareça que sustentabilidade é um conceito relacionado, no aspecto ambiental, a um planeta sadio, em que a conservação e a preservação garantem condições necessárias para a sobrevivência dos seres vivos. Peça a eles que expliquem por que a notícia recebeu esse chapéu.

Pergunte-lhes: Se essa notícia tratasse do

desmatamento florestal, por exemplo, qual poderia ser o chapéu? Espera-se que notem que a notícia expõe um problema que afeta o ecossistema dos mares e oceanos e, consequentemente, compromete o futuro das próximas gerações, atingindo as condições de sobrevivência de todos. Solicite, em seguida, que pensem e digam outras notícias que poderiam ser publicadas nessa mesma seção. Espera-se que citem notícias

200
07/06/22 16:51
D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 200
200

O lide (palavra aportuguesada do inglês lead, que significa “guiar”, “conduzir”) deve situar o leitor no texto e apresentar as informações básicas da notícia: o que (fatos), quem (pessoas envolvidas), quando, onde e por que. Nos demais parágrafos, chamados de corpo da notícia, são apresentadas informações mais detalhadas dos fatos, que explicam melhor como eles aconteceram. Veja o esquema.

Lide: O quê? Quem? Onde? Quando? Como? Por quê?

Corpo da notícia: Como?

Detalhes menores

+ importante – importante

4. As fotografias são outro elemento importante na composição de uma notícia. Observe novamente a fotografia que acompanha o texto da notícia.

um posicionamento, e que o posicionamento do jornalista, associado ou não ao veículo, pode ocorrer de muitas maneiras, entre as quais estão o modo de construir a notícia e a escolha das palavras e dos discursos citados.

4. Reitere aos estudantes que a fotografia configura um suporte à notícia, atribuindo autenticidade, tendo em vista que o leitor, mediante a imagem, pode visualizar melhor a ação, o local e até as personagens envolvidas na notícia.

PARA LER

BOFF, Leonardo. Sustentabilidade: o que é – o que não é. Petrópolis: Vozes, 2017. Nesse livro, o autor – que é referência nacional em desenvolvimento sustentável – traz um histórico sobre o conceito de sustentabilidade e apresenta uma rigorosa crítica aos diversos tipos de desenvolvimento sustentável existentes.

Cientistas começaram a mapear a região em 2015, com 18 embarcações que recolheram amostras de lixo.

a) Qual é o assunto representado na imagem? Que efeito de sentido a escolha dessa fotografia produz na leitura da notícia?

b) A legenda que acompanha a fotografia apenas descreve a imagem ou acrescenta algo que ela não mostra?

D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd

com assuntos sobre ações de preservação do meio ambiente, produção de energia limpa, consumo consciente, produção econômica sustentável etc.

2. e 3. Nessas atividades, comente que alguns veículos de comunicação têm manuais de redação, que fornecem instruções para o jornalista redigir seu texto. Nesses manuais, os jornais estabelecem como deve ser feito um lide e como deve ser desenvolvido o

No jornalismo, a fotografia pode complementar um texto, acrescentando-lhe informações, ou retratar uma notícia por si só. Sua legenda deve identificar o contexto retratado, dar informações sobre algum detalhe da fotografia ou complementar a

corpo da notícia. Em geral, eles orientam também que o jornalista seja imparcial e objetivo ao relatar os fatos – isto é, ele não deve emitir opiniões, apenas relatar os fatos, para que o leitor tire deles as próprias conclusões. Pergunte aos estudantes se é possível que um jornalista ou um jornal seja totalmente isento de opinião nas notícias. Espera-se que os estudantes reflitam sobre o fato de que os próprios veículos adotam

11/06/22 10:24

HANDOUT/OCEAN CLEANUP/AFP imagem. 4. a) O lixo sendo retirado da água. O efeito de sentido é impactar o leitor, pois possibilita a ele visualizar a quantidade de lixo retirada do oceano e entender o significado de “sopa de lixo”. 4. b) A legenda acrescenta informações que não se pode identificar na fotografia, como a quantidade de embarcações e o ano em que a pesquisa foi iniciada. 201
201
201

REALIZAÇÃO

5. Explique à turma que o emprego do tempo pretérito (quando o fato já ocorreu) ou do futuro do indicativo (quando vai acontecer), os indicadores de lugar, a data precisa e os demais dados são responsáveis por co ntextualizar de forma mais consistente fato relatado nos jornais, por exemplo.

6. Diga aos estudantes que a expressão sopa de lixo também pode ter sido escolhida pelo autor do texto para despertar a curiosidade dos leitores. Comente que essa expressão também evoca a imagem de uma sopa, uma vez que os detritos estão espalhados em um “caldo” (o oceano).

7. Ao ler os títulos das notícias, oriente os estudantes a identificar o sentido da expressão no contexto.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR Completar frases

A fim de suscitar debates e troca de ideias, que despertarão sentimentos de empatia e preocupação com o meio ambiente, sugira aos estudantes um jogo de completar frases. Para a realização dessa atividade, disponha-os em um círculo. Previamente, organize tiras de papel que contenham frases inacabadas (a fim de que a turma as complete), e coloque-as em uma caixa. O conteúdo das frases, necessariamente, tem de se relacionar com o meio ambiente. Alguns exemplos de frases são: “Poluição é...”; “Para mim, o futuro do meio ambiente será...”; “Reciclagem consiste em...”; “Gostaria de

5. Releia o título e um trecho do corpo da notícia.

Título da notícia

‘Sopa de lixo’ no Pacífico tem três vezes tamanho da França

Trecho da notícia

Os resultados foram publicados nesta semana na revista “Scientific Reports”. Ao todo, a expedição coletou 1.136.145 amostras de lixo, sendo 99,9% peças plásticas.

6. Espera-se que os estudantes infiram que, ao escolher essa expressão, o jornalista tem a intenção de fazer claramente uma crítica em relação ao que está sendo relatado.

a) No título, a forma verbal dá a impressão de atualidade ao fato relatado mesmo já tendo acontecido. Que tempo verbal produz essa ideia?

Presente do indicativo.

b) Já no trecho do corpo da notícia predominam formas verbais no pretérito perfeito do indicativo. Por que há diferença no uso dos tempos verbais?

Para deixar claro que os fatos relatados já ocorreram.

Os títulos de notícias, geralmente, não têm artigos (a, o, um, uma), adjetivos nem ponto-final e apresentam formas verbais no presente do indicativo, o que imprime um tom de atualidade ao fato noticiado. No corpo da notícia predominam formas verbais no pretérito perfeito do indicativo, revelando que os fatos já aconteceram.

6. No título, a expressão sopa de lixo é usada para se referir ao bloco de lixo plástico no oceano. Se o jornalista tivesse usado no título a palavra detritos ou plástico, o efeito de sentido seria o mesmo? Ao escolher usar a expressão sopa de lixo, qual é a ideia que ele evidencia sobre o assunto?

7. Agora, leia o título de outras duas notícias, publicadas em diferentes mídias, que tratam do mesmo assunto.

Plástico é responsável por 80% do lixo nos oceanos

PLÁSTICO é responsável por 80% do lixo nos oceanos. DW, [s. l.], 11 jun. 2021. Disponível em: www.dw.com/pt-br/plástico-é-responsável-por-80-do-lixo-nosoceanos/a-57859624. Acesso em: 17 mar. 2022.

7. a) A expressão Em 2040, que indica quando o fato irá acontecer, fazendo um alerta e chamando a atenção do leitor.

Em 2040, lixo plástico nos oceanos poderá ser o triplo do atual

PARKER, Laura. Em 2040, lixo plástico nos oceanos poderá ser o triplo do atual. National Geographic Brasil, [s. l.], 30 jul. 2020. Disponível em: www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2020/07/em-2040-lixoplastico-nos-oceanos-podera-ser-o-triplo-do-atual. Acesso em: 17 mar. 2022.

a) Os dois títulos apontam a quantidade de lixo no mar, mas um deles traz uma informação a mais. Que expressão contém essa informação e que efeito de sentido ela produz?

b) Se essa expressão fosse colocada no meio ou no final da frase, provocaria esse mesmo efeito de sentido? Explique.

Espera-se que os estudantes reconheçam que a expressão no início do título destaca mais a informação.

ver os rios da minha cidade...”; “As enchentes acontecem porque...”; “Destruir florestas é um ato de...”; “Todos os animais têm direito a...”;

D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 202

“Para mim, a água é importante porque...”;

“Eu colaboro com o meio ambiente quando...”;

“O que mais gosto na natureza é...” etc.

202
09/06/22 10:51
202

8. Na notícia lida, as declarações dos entrevistados aparecem de duas formas. Releia os trechos a seguir.

Trecho 1

— A gente tem que fazer com que esse lixo não chegue ao mar — afirmou Turra. [...]

Trecho 2

O problema, dizem os cientistas, é que com o tempo esses pedaços maiores, que representam 92% da massa total de plástico na Grande Mancha de Lixo do Pacífico, tendem a se fragmentar em microplásticos. [...]

a) Quais recursos gráficos e linguísticos empregados no trecho 1 indicam se tratar da reprodução da fala do pesquisador?

O uso do travessão e da forma verbal de elocução afirmou

b) No trecho 2, qual recurso linguístico indica que a fala dos cientistas é tomada como referência pelo jornalista?

O uso da oração entre vírgulas dizem os cientistas

c) Qual das duas formas de discurso é mais impessoal e dá mais credibilidade à notícia? Por quê?

O discurso citado, como no trecho 1, porque reproduz a fala literal do pesquisador.

Na notícia, o jornalista pode reproduzir declarações de outras pessoas sobre o fato, incorporando-as ao seu texto de duas maneiras diferentes: por meio da reprodução literal da fala de terceiros, chamada de discurso citado (trecho 1), e por meio da referência à fala de outra pessoa, chamada de discurso reportado (trecho 2). Assim, é possível abordar o acontecimento de maneira mais neutra.

9. Os manuais de redação de jornais costumam orientar seus jornalistas para que redijam textos imparciais e objetivos e não exponham opiniões, mas fatos, para que os leitores tirem deles suas próprias conclusões. Releia os trechos da notícia e a indicação entre parênteses de quem fala em cada um.

Trecho 1

9. a) As expressões em destaque expressam os fatos e o ponto de vista a respeito do que está sendo relatado.

[...] Por isso, é infinitamente melhor prevenir, evitando o descarte de plástico no mar, que remediar. Até porque remediar pode não ser uma possibilidade.

Trecho 2

(Professor Alexander Turra)

9. b) No trecho 1, recomenda uma determinada ação considerada muito importante; no trecho 2, enfatiza a gravidade do fato no meio ambiente marinho.

O problema do lixo jogado no mar é grave, tanto que recebeu atenção especial na Conferência sobre os Oceanos das Nações Unidas [...]. (jornalista)

a) As expressões em destaque nos trechos informam apenas os fatos ou também expressam o ponto de vista de quem fala?

b) Que sentido elas dão ao que é dito?

9. c) Induz o leitor a pensar que se trata de um fato que precisa de uma solução e do envolvimento de todas as pessoas.

c) Que efeito de sentido esse modo de apresentar os fatos provoca no leitor?

8. Ressalte que a reprodução da fala de um especialista ou de uma testemunha do fato é importante também para dar confiabilidade ao acontecimento noticiado. Além disso, tais discursos dão aos leitores uma visão mais clara sobre o fato ou o indivíduo citado na notícia.

9. Espera-se, mais uma vez, que os estudantes reflitam a respeito de que os próprios veículos adotam um posicionamento, e que o posicionamento do jornalista, associado ou não ao veículo, pode ocorrer de muitas maneiras, entre as quais estão o modo de construir a notícia e a escolha das palavras e dos discursos citados.

LAGE, Nilson. Estrutura da notícia. São Paulo: Ática, 2004. Nesse livro, o autor estuda a estrutura da notícia com base nos aspectos que influenciam na produção desse gênero jornalístico. Ele mostra também as relações que a notícia estabelece com outros textos da mesma esfera.

REALIZAÇÃO
203
203
D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd
07/06/22 16:51
LER 203
PARA

REALIZAÇÃO

Composição e linguagem

10. Espera-se que os estudantes reconheçam que o uso de apenas uma palavra deixaria o texto com muitas repetições, interferindo na sua “harmonia” (coesão).

11. É interessante acessar durante a aula o hiperlink, a fim de que os estudantes possam analisar sua estrutura e compreender seu funcionamento. Explique que é possível realizar escrita hipertextual nos textos produzidos, de tal forma que a palavra (ou expressão) encaminhe para alguma parte do texto ou para determinado site. Se julgar conveniente, solicite a alguns estudantes que leiam os textos produzidos e peça à turma que observe se há relação com a notícia lida e se esses textos ampliam as informações contidas nela. Selecione alguns para serem expostos no mural da sala de aula, se considerar relevante.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Imagens em notícias

Proponha aos estudantes que busquem na internet notícias sobre o meio ambiente que sejam acompanhadas por imagens.

Assim, eles poderão analisar profundamente como uma imagem pode ter um caráter jornalístico e informativo.

Algumas palavras, como alimento, pessoas e animais, têm um sentido genérico, pois englobam outros elementos. A palavra alimento, por exemplo, engloba carne, feijão, arroz etc. Essas palavras evitam a repetição e podem ser usadas como recursos de coesão no texto.

10.

A notícia registra os fatos e, apesar das orientações dos manuais de redação dos jornais em relação à neutralidade, é possível perceber os posicionamentos do jornalista pelas escolhas linguísticas, como o uso de certos adjetivos, e pelas vozes representadas no texto, entre outros elementos.

10. Na notícia, algumas palavras ajudam a dar encadeamento e clareza às informações relatadas. Releia o trecho.

— Resíduos grandes são ingeridos apenas por animais de grande porte, mas peixes pequenos e grandes se alimentam dos microplásticos, afetando uma gama muito maior da biodiversidade. [...]

a) De acordo com o trecho, pode-se inferir que baleias, golfinhos e corais, entre outros seres vivos, também podem ser afetados por esses resíduos. Que palavra no trecho informa isso? Por quê?

b) Qual é a importância do uso desse recurso nos textos?

11. No texto da notícia, aparece o seguinte hiperlink

LEIA TAMBÉM: Plástico forma ilhas de poluição nos oceanos

Os hiperlinks são termos destacados no corpo do texto principal e que, ao serem acionados (por meio de um clique com o mouse), exibem ao leitor outros conteúdos relacionados ao tema ou assunto abordado no texto principal. Esses conteúdos podem ser textos verbais, animações, arquivos de áudio e vídeo, galerias de imagens, ilustrações em movimento, gráficos, músicas etc. Hipertexto é o texto marcado por links e/ou hiperlinks

a) Mesmo não tendo lido o conteúdo do texto ao qual leva esse hiperlink, é possível afirmar que ele se relaciona à notícia lida? Justifique.

b) Reúna-se com um colega. Juntos, escolham um dos assuntos a seguir e escrevam um hiperlink que poderia ser acrescentado à notícia lida.

Situação do lixo nas praias

Canudo plástico: um perigo nos oceanos Reciclar o lixo é uma boa ideia

Pesquisem sobre o assunto escolhido, selecionem as informações mais importantes, escolham imagens para ilustrar e elaborem uma legenda. Ao redigir o texto, fiquem atentos aos tempos verbais, à escrita das palavras e aos recursos de coesão, buscando fazer as concordâncias necessárias. Em seguida, compartilhem o texto com os colegas.

ARTICULAÇÃO COM CIÊNCIAS

Se possível, realize a atividade relacionada às notícias com imagens de modo interdisciplinar com o professor de Ciências, para que os estudantes possam ampliar a pesquisa sobre o meio ambiente. Viabilize pesquisas na internet, em sites oficiais de escolas e universidades, e oriente-os a fazer registros das informações encontradas.

PROPOSIÇÕES

Inicialmente, em Textos em diálogo, assista com os estudantes ao clipe da canção “Juntos pelos bichos do mar!” em http://tamar.org.br/interna.php?cod=430 (acesso em: 26 maio 2022), cuja letra será trabalhada nesta seção. Comente que esse clipe foi uma iniciativa do Projeto TAMAR, uma parceria entre o Centro Tamar/ICMBio

10. a) A palavra biodiversidade, pois engloba todos os seres vivos que fazem parte do meio ambiente. b) O uso de palavras com essa característica evita que outros termos precisem ser citados ou listados, dando mais fluência ao texto.
204 D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 204 07/06/22 16:51 204
11. a) Sim, pois, pelo título, pode-se deduzir que o texto trata da questão da poluição causada pelo lixo plástico e certamente complementa ou amplia a notícia em que ele aparece.

como pinturas, poemas e canções. São produções que, de modo lúdico e poético, revelam a visão do artista sobre determinado fato e suscitam ideias, sentimentos e reflexões sobre o tema. Leia a letra da canção “Bichos do mar”, na qual o eu lírico, uma tartaruga marinha, conta o

conhecer e apreciar o gênero, que pertence ao campo artístico. Explore a estrutura, os recursos sonoros, como ritmo e rima, as figuras de linguagem e a liberdade em relação à métrica.

Explique que o gênero letra de canção tem a finalidade de despertar sentimentos no ouvinte, assim como sua sensibilidade verbo-melódica. Destacam-se como características principais: gênero híbrido constituído de duas linguagens (a verbal e a musical); ritmo, melodia e harmonia como elementos fundamentais da canção; a voz que canta como responsável por construir a melodia, seja por meio de pausas, seja por meio de alongamento de sílabas e da velocidade que imprime a elas; e o público-alvo (todos aqueles que gostam de canções).

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Leia com os estudantes as seis primeiras estrofes e peça-lhes que relacionem os animais marinhos mencionados na canção à função que cada um desempenha na natureza. Em seguida, destaque o refrão e pergunte a eles se sabem qual é a função desse elemento na composição. Comente que o refrão, além de facilitar a memorização, é responsável pelo ritmo da canção.

REALIZAÇÃO

Textos em diálogo

D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 205

e a Fundação Pró-TAMAR, que desenvolve pesquisas na área de proteção e manejo de cinco espécies de tartarugas marinhas que estão ameaçadas de extinção no Brasil. Para a realização do clipe, diversos músicos reuniram-se para comemorar e pedir proteção para as tartarugas marinhas, com o objetivo de colocar em destaque informações importantes sobre as tartarugas, os oceanos e toda

a vida marinha. Ressalte que o gênero letra de canção presume um acompanhamento musical. As canções devem ser cantadas; em função disso, é importante ouvi-las. A melodia carrega diversas informações subjetivas que influenciam na interpretação da letra.

11/06/22 10:29

Organize um primeiro momento de leitura em voz alta. Oriente os estudantes a prestarem atenção na sonoridade do texto, bem como nas rimas. Incentive-os a opinar a respeito da letra e da melodia.

Nesta seção, os estudantes deverão compreender que a canção possui texto verbal articulado à peça melódica, além de

GRAZI BARTH 205
205

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Notícias de espécies de tartarugas marinhas ameaçadas de extinção

Proponha aos estudantes que tragam para a sala de aula notícias sobre as espécies de tartarugas marinhas que estão em extinção para compartilhar com os colegas.

Solicite a eles que, depois da pesquisa e da leitura dos textos, anotem os pontos importantes publicados por essas notícias para apresentá-los à turma.

Organize a aula para que possam contar o que leram e, depois, fazer um registro coletivo respondendo às seguintes questões: Quais tartarugas marinhas estão ameaçadas de extinção? O que podemos fazer para colaborar com a preservação delas?

Por fim, pode-se afixar o registro da turma no mural da sala e acrescentar imagens a fim de demonstrar as espécies citadas nas notícias.

ARTICULAÇÃO COM CIÊNCIAS

Se possível, realize a atividade complementar conjuntamente com o professor de Ciências, para que os estudantes possam ampliar a pesquisa sobre as tartarugas marinhas ameaçadas de extinção, de modo interdisciplinar. Viabilize pesquisas na internet, em sites oficiais de escolas e universidades, e oriente-os a fazer registros das informações encontradas.

PARA

ASSISTIR

D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 206

BICHOS do mar. Intérpretes: Lenine e Banda Capim Açu. Compositores: Chico Martins e Guy Marcovaldi. 2016. Vídeo (5min3s). Publicado pelo canal Projeto Tamar. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=sTvVsNNi46s. Acesso em: 17 mar. 2022.

Chico Martins (1972-) nasceu em Florianópolis (SC) e, além de compositor, é cantor, guitarrista e produtor musical.

(1954-) nasceu no Rio de Janeiro (RJ), é oceanógrafo, fotógrafo, um dos fundadores do Projeto Tamar e, atualmente, seu coordenador nacional.

CURIOSIDADES sobre as espécies de tartarugas marinhas no Brasil. 2014. Vídeo (3min31s). Publicado pelo canal Projeto TAMAR. Disponível em: https:// artsandculture.google.com/asset/sea-turtles-in-brazil-projeto-tamar/nAELfaJHX8thxA?hl=pt-br. Acesso em: 26 maio 2022.

ACERVO PESSOAL ACERVO PESSOAL Chico Martins, 2020. Guy Marcovaldi, sem data.
BIS 206
11/06/22 10:32
Vídeo interessante para assistir com os estudantes, o qual apresenta particularidades das espécies de tartaruga marinha ameaçadas de extinção. 206

Quanto à forma, a letra de canção é semelhante a um poema, pois é constituída de versos, estrofes, podendo ou não apresentar rimas regulares. Sua marca essencial é o ritmo, aspecto ligado à musicalidade e elemento fundamental para construir seus sentidos.

1. Os textos da notícia e da letra de canção que você leu diferem um do outro quanto à composição: a letra de canção é estruturada em versos e estrofes e a notícia, em parágrafos. No entanto, é possível estabelecer uma relação entre os temas que abordam. Explique.

2. A letra da canção traz um olhar poético sobre o tema. Nela, o eu lírico, a tartaruga, fala do que viu ao longo de sua viagem pelos mares.

a) Como parece ser a percepção do eu lírico sobre os demais seres marinhos?

b) Compare a percepção do eu lírico em relação aos seres humanos com a que se observa na notícia. Existem semelhanças ou diferenças?

3. Com que finalidade são usados recursos como rimas e repetição de versos e palavras na letra da canção?

4. Em sua opinião, a provável intenção dos compositores da canção – chamar a atenção das pessoas para a importância de preservar o ambiente marinho – pode ser alcançada? Justifique sua resposta. Resposta pessoal.

5. Qual é a importância de textos como esse abordarem temáticas sobre o meio ambiente? Cite outras canções, poemas, pinturas que você conhece e que também exploram temas relacionados ao meio ambiente. Se não conhecer nenhum exemplo, faça uma pesquisa.

6. A letra da canção traz, por meio de imagens poéticas, uma visão do ambiente marinho. A notícia que você leu anteriormente também trata de um tema semelhante. Discuta com os colegas fatos e situações relacionados a esse tema que ocorrem em sua cidade ou região e que precisam ser denunciados ou que exigem atitudes da sociedade e dos moradores.

Resposta pessoal.

A letra de canção tem por finalidade manifestar sentimentos e emoções e, por estar associada à música, apresenta recursos sonoros, como melodia e ritmo. Esse gênero textual pode circular em encartes de CD ou vinil, livros, revistas impressas e na internet.

1. Ambos os textos abordam questões ligadas à poluição causada pelo lixo jogado nas águas dos rios e oceanos, a morte dos animais devido à poluição e a falta de preservação do ambiente marinho e dos seres que ali vivem.

Eu lírico é a voz que fala no poema. Não deve ser confundida com a voz do autor que o escreveu.

2. a) Ele se sente encantado ao ver como os seres marinhos vivem em harmonia, cumprindo seu papel e cuidando do meio ambiente.

2. b) Espera-se que os estudantes respondam que a visão do eu lírico a respeito dos seres humanos é semelhante à relatada na notícia: em ambos, faz-se referência ao descarte de lixo em rios e mares por ação do ser humano.

3. Esses recursos dão ritmo e sonoridade à canção.

5. Esses textos cumprem um papel importante ao proporcionar uma compreensão sobre o assunto por meio de outras linguagens e seus recursos específicos, como a melodia da canção e as imagens no videoclipe.

REALIZAÇÃO

1. A atividade possibilita que os estudantes façam uma ligação entre os textos lidos e a realidade em que vivem e que reconheçam, nesses textos, formas de estabelecer múltiplos olhares sobre sua sociedade e do que ela necessita.

2. Reitere que a canção explora uma vertente materializada pela função poética da linguagem, aquela em que um eu lírico (voz que fala na canção) expressa uma mensagem.

3. Enfatize que o ritmo e a musicalidade são criados, também, pelas rimas, pela combinação das palavras escolhidas para compor os versos.

4. Espera-se que os estudantes reconheçam que a canção pode mobilizar sentimentos e ideias de forma lúdico-poética, além de provocar reflexões sobre o problema.

5. Organize uma roda de conversa para que os estudantes compartilhem as informações a respeito do repertório cultural deles. Peça que comentem se conhecem alguma outra canção que trate de um tema ou assunto semelhante à canção “Bichos do mar”, de que maneira ela chama a atenção deles. Ao final de cada relato de informações, abra espaço para perguntas e comentários relacionados ao assunto.

6. Estimule o debate e a aproximação com questões ou situações da realidade da comunidade dos estudantes.

207 D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 207 07/06/22 16:51 207

PROPOSIÇÕES

Em Por dentro da língua, com o trabalho desenvolvido com o conteúdo Verbo: modo subjuntivo, espera-se que os estudantes identifiquem as formas verbais no modo subjuntivo e reconheçam a intencionalidade de seu uso: expressar desejo ou hipóteses do enunciador.

Comente que, como as formas verbais do subjuntivo enunciam ações incertas, diferentemente das formas do indicativo, a noção temporal não é tão precisa. Leve-os também a observar, por meio de exemplos, que essas formas verbais estão em contextos relacionados com formas verbais no indicativo. Por exemplo: “Ele presume que vençamos a prova.” A forma verbal vençamos, no presente do subjuntivo, está relacionada à forma presume, no presente do indicativo.

REALIZAÇÃO

1. Retome com os estudantes a estrutura das formas verbais. Escolha outros exemplos nos textos lidos no capítulo. Em “’Sopa de lixo’ no Pacífico tem três vezes tamanho da França”, pode-se usar como exemplo a forma verbal podem e em “Bichos do mar”, a forma verbal conscientize. Solicite a eles que identifiquem os respectivos radicais e as vogais temáticas dessas duas formas verbais. Em seguida, trabalhe as desinências número-pessoal e modo-temporal. Ressalte que, em podem, a desinência - m indica a pessoa do discurso (3a pessoa do plural) e o modo indicativo. Já em conscientize, - e indica a desinência modo-temporal (presente do subjuntivo) e a pessoa do discurso (3a pessoa

POR

DENTRO DA LÍNGUA

Verbo: modo subjuntivo

Como você já sabe, os verbos são essenciais para a construção dos sentidos do texto.

1. Releia dois trechos da notícia “‘Sopa de lixo’ no Pacífico tem três vezes tamanho da França”.

Trecho 1

[...] Entre julho e setembro de 2015 eles realizaram 652 coletas de materiais com redes de superfície, num esforço que envolveu 18 embarcações. [...]

Trecho 2

1. a) Trecho 1: os fatos relatados já aconteceram; trecho 2: os fatos estão acontecendo no momento da publicação da notícia.

O problema, dizem os cientistas, é que com o tempo esses pedaços maiores, que representam 92% da massa total de plástico na Grande Mancha de Lixo do Pacífico, tendem a se fragmentar em microplásticos. [...]

a) Considerando as formas verbais presentes nos dois trechos, transcreva-os no caderno e indique em qual deles os fatos relatados já aconteceram e em qual deles os fatos estão acontecendo no momento da publicação da notícia.

b) As formas verbais em destaque nos dois trechos expressam uma certeza ou uma possibilidade sobre os fatos relatados?

Uma certeza.

2. Agora, releia outro trecho da notícia.

Trecho 3

2. Espera-se que os estudantes respondam que não, pois os fatos expressos pelas formas verbais do trecho 3 expressam uma ideia de suposição, de possibilidade.

[...] Se esse material, em vez de ir para o mar, for para usinas de reciclagem, ele se torna ambientalmente vantajoso em relação a outros.

• Compare as formas verbais presentes nos trechos 1 e 2 com as do trecho 3. É possível afirmar que elas expressam a mesma ideia? Justifique.

3. Se o trecho 3 fosse, por exemplo, “Evitem que esse material vá para o mar!”, qual seria a ideia expressa pela forma verbal em destaque?

Existem três modos verbais: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo. Os tempos do modo indicativo, que indicam ideia de certeza, já foram estudados. Agora, serão abordadas as formas verbais do modo subjuntivo e do modo imperativo

3. Espera-se que os estudantes infiram que a ideia expressa pela forma verbal é de solicitação.

O modo subjuntivo é utilizado quando se deseja atribuir dúvida, suposição ou uma hipótese quanto à existência de um fato.

do singular). Se considerar pertinente, mostre a eles que, em todas as formas do presente do subjuntivo nos verbos regulares da 2a conjugação, se encontra a letra -a como marca da desinência modo-temporal. Em seguida, reforce com os estudantes que o modo subjuntivo é empregado quando o fato mencionado é incerto, duvidoso. Explique-lhes que, normalmente, ao conjugar os verbos nesse modo, empregam-se as

palavras que, para o presente; se, para o imperfeito; e quando ou se, para o futuro.

2. Comente que, como as formas verbais do subjuntivo enunciam ações incertas, diferentemente das formas do indicativo, a noção temporal não é tão precisa.

3. Reforce que o modo imperativo merece atenção por ser empregado somente em contextos de interlocução e que, por isso, não possui conjugação em 1a pessoa.

208
208 07/06/22 16:51
D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd
208

Veja este exemplo.

[...] A estimativa é que existam 1,8 trilhão de detritos […]. A forma verbal em destaque sugere que o falante faz uma suposição a respeito do fato relatado.

Tempos verbais do modo subjuntivo

O modo subjuntivo é constituído de três tempos: presente, pretérito imperfeito e futuro.

Presente: indica um fato incerto, um desejo, uma possibilidade. É empregado frequentemente com as expressões é necessário que, é possível que, é provável que, talvez, embora etc. Observe o exemplo a seguir.

[...] A estimativa é que existam 1,8 trilhão de detritos […].

Pretérito imperfeito: indica um fato que poderia ter ocorrido em um tempo passado, uma suposição ou condição.

Veja o exemplo.

Se esse material, em vez de ir para o mar, fosse para usinas de reciclagem, ele se tornaria ambientalmente vantajoso em relação a outros.

Futuro: indica um fato que poderá ocorrer em um tempo futuro (posterior ao momento da fala). Em geral, a forma verbal vem acompanhada das palavras quando ou se Observe o exemplo seguinte.

[...] Se esse material, em vez de ir para o mar, for para usinas de reciclagem, ele se torna ambientalmente vantajoso em relação a outros.

Verbo: modo imperativo

O modo imperativo é utilizado para expressar ordem, convite ou solicitação. Veja o exemplo na estrofe da letra de canção “Bichos do mar”.

Deixa, deixa os bichos do mar Deixa, deixa as tartarugas Deixa, deixa os bichos do mar Deixa, deixa as tartarugas

Observe que a forma verbal deixa, repetida várias vezes na estrofe, além de conferir ritmo à letra da canção, está no modo imperativo, reforçando o efeito de solicitação, pois é um pedido de respeito aos animais marinhos, finalidade da campanha da qual a canção faz parte.

PROPOSIÇÕES

Ao trabalhar o conteúdo dos modos verbais subjuntivo e imperativo na Língua Portuguesa, enfoque os efeitos de sentido produzidos pelo uso de cada um deles, considerando o contexto em que foram utilizados, ou seja, o gênero textual e a intenção do enunciador na situação comunicativa em questão.

Em relação aos tempos verbais do subjuntivo, se possível, traga à sala de aula mais exemplos, retirados de situações reais do uso da língua, para que os estudantes analisem e compreendam a posição do enunciador diante do fato enunciado, assim como as expressões que, em geral, acompanham o uso dessas formas verbais. Se considerar interessante, solicite a eles que pesquisem previamente em notícias formas verbais no subjuntivo, de modo que possam refletir sobre as diferentes maneiras de expressão de dúvida, incerteza e hipótese.

209 D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 209 07/06/22 16:51 209
GRAZI BARTH

PROPOSIÇÕES

Se possível, reserve um momento para recuperar, de modo coletivo e dialogado, o que os estudantes sabem sobre o modo imperativo. Para isso, utilize a lousa para anotar o que for necessário. Com base nos comentários dos estudantes, analise os textos em destaque –a letra de canção e a peça de campanha de conscientização –com a turma, verificando se os apontamentos deles se confirmaram. Enfatize, novamente, a importância da compreensão do contexto e de informações linguísticas adicionais para distinguir e precisar o sentido da forma verbal: se há propriamente uma ordem, um convite ou uma solicitação.

ANTUNES, Irandé. Análise de textos: fundamentos e práticas. São Paulo: Parábola, 2010.

Esse livro tem por objetivo promover uma discussão a respeito da prática de análise de textos como atividade pedagógica.

Veja outro exemplo no anúncio a seguir, que faz parte de uma campanha educativa lançada na cidade de Capelinha, em Minas Gerais.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAPELINHA. [Campanha] Adote uma caneca. [2007-2010]. 1 cartaz. Disponível em: https://informecapelinha.com/2019/08/09/campanhas-educativas-dasecretaria-de-administracao-visam-preservacao-ambiental/. Acesso em: 17 mar. 2022.

Tendo como meta a conscientização ambiental, a campanha pretende lembrar a responsabilidade do cidadão pela preservação dos recursos naturais. Esses sentidos são atribuídos pela escolha da forma verbal no modo imperativo no slogan Adote uma caneca, incentivando uma ação do interlocutor.

Verbo: alguns usos

Observam-se, principalmente nas interações orais, usos do futuro do pretérito, do pretérito perfeito do modo indicativo e do imperfeito do subjuntivo como indicadores de cortesia. Veja os exemplos a seguir.

Gostaria de falar com você.

forma verbal gostaria suaviza a mensagem, dando um tom de cortesia

Se você puder aguardar mais um pouco, ficarei grata.

a forma verbal puder suaviza a forma de falar

Assim, é importante perceber que, para atribuir sentidos aos textos, é preciso prestar atenção não só aos tempos e modos verbais como também aos demais recursos linguísticos.

PREFEITURA
210 D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 210 09/06/22 10:51
MUNICIPAL DE CAPELINHA
LER 210
PARA

ATIVIDADES

1. Leia o cartaz de uma campanha educativa do governo do Maranhão.

a) De que tipo são as ações selecionadas para fazer parte do cartaz?

b) O que a campanha pretende ao destacar essas ações?

1. a) São ações simples que podem fazer parte do cotidiano de todas as pessoas.

1. b) Deixar claro para as pessoas que cuidar do meio ambiente com pequenas ações cotidianas está ao alcance de todos, pois não requer medidas difíceis nem ações complicadas.

SECRETARIA

NATURAIS (SEMA). [Campanha]. [2021]. 1 cartaz. Disponível em: www3.sema.ma.gov.br/p9722/. Acesso em: 17 mar. 2022.

PROPOSIÇÕES

Em Atividades, a campanha apresentada na atividade 1 pode ser colocada em diálogo com a notícia e com a letra de canção lidas neste capítulo pelo viés da educação ambiental. Se achar interessante, convide os estudantes a comentarem quais das ações incentivadas pela campanha eles (ou os familiares) poderiam adotar e como isso aconteceria. Dessa forma, eles podem refletir sobre as próprias atitudes.

2. Para que se consiga o pretendido pelo cartaz, as dicas devem ser seguidas à risca ou podem ser realizadas eventualmente?

As dicas devem ser seguidas à risca e todos os dias,

como forma de contribuir para a preservação do meio ambiente.

3. O cartaz apresenta elementos não linguísticos para chamar a atenção do leitor. Quais são eles e por que foram utilizados?

4. Observe que todas as dicas usam formas verbais no modo imperativo.

a) Quais são essas formas?

b) Considerando o que você já sabe sobre esse modo verbal, que efeito de sentido seu uso produz no texto?

O uso do imperativo traz ao texto uma ideia de solicitação (ou adesão) ao que está sendo proposto, fazendo o texto dirigir-se diretamente ao leitor, convidando-o a agir.

As formas verbais são: use, [não] desperdice, [não] compre, jogue, plante. Alternativas A , C e D

5. Na elaboração das dicas, optou-se pelo uso de recurso prescritivo. Considerando os sentidos do texto e sua finalidade, transcreva, no caderno, as alternativas que descrevem as características presentes nesse tipo de recurso.

A. Instrui ou induz o leitor a proceder de determinada forma.

B. Descreve e enumera as características de uma pessoa ou de um local de maneira bastante detalhada.

C. Emprega formas verbais no imperativo.

D. Exprime uma ordem ao interlocutor para executar ou não uma determinada ação.

6. Reúna-se com um colega. Juntos, elaborem duas dicas que, na opinião de vocês, poderiam fazer parte do cartaz da atividade 1

Resposta pessoal.

3. Espera-se que os estudantes observem que o uso de imagens ilustrativas e da cor verde está diretamente relacionado com as respectivas dicas. As ilustrações exemplificam as dicas e os tons de verde se relacionam ao meio ambiente.

3. Explique aos estudantes que o texto do cartaz foi desenvolvido com uma mistura de linguagens. Na linguagem não verbal, são utilizados desenhos, formas e cores. A informação verbal também tem uma dimensão visual importante, pois recebe uma técnica gráfica própria, em que são pensados e escolhidos o tipo, o tamanho e as cores das letras. Devido à influência das recentes tecnologias, os cartazes passaram a ser propagados no formato digital.

4. Reitere que o uso das formas verbais no imperativo é uma característica comum nos gêneros publicitários, pois favorece a construção da persuasão.

5. Esclareça que a alternativa B está incorreta porque essas características correspondem ao texto descritivo, e não ao injuntivo.

REALIZAÇÃO

D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 211

1. Pergunte aos estudantes se eles conhecem alguma campanha publicitária que alerte sobre questões fundamentais da sociedade, como saúde, educação, meio ambiente etc. Para iniciar uma discussão, peça-lhes que reflitam acerca da importância das campanhas publicitárias que trazem essas questões. Explique a eles que o propósito dessas campanhas é conscientizar a

população em prol de causas sociais. Para a realização das atividades propostas nesta seção, sugere-se que os estudantes as façam sem mediação, para que coloquem em prática as inferências relativas aos textos verbais e imagéticos.

29/07/22 14:08

2. Auxilie os estudantes a identificar e a analisar os efeitos de sentido que fortalecem o discurso de persuasão no cartaz da campanha.

6. Peça aos estudantes que compartilhem as dicas que criaram. Verifique se, na elaboração, foi usado o recurso injuntivo e se as formas verbais estão no modo imperativo. Se desejarem, os estudantes poderão registrar as dicas produzidas em cartazes e afixá-los no mural da sala.

DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS
SEMA/GOVERNO DO MARANHÃO
211
211

PROPOSIÇÕES

Em Atividades, antes de iniciar a leitura do texto “Como seria a Terra se não existisse a Lua?”, levante os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o assunto. O texto dialoga com as leituras anteriores ao apresentar especulações sobre efeitos que a inexistência da Lua causaria nos diferentes ecossistemas terrestres. Dessa forma, pode despertar diferentes reflexões a respeito da importância do equilíbrio ambiental para a manutenção da vida. Permita que observem a imagem e exponham livremente suas impressões. Leia o texto com a turma e depois comente que a Lua é o satélite natural da Terra. Ela exerce a força gravitacional no planeta, condição fundamental para que haja vida na Terra. Essa força gravitacional faz com que os mares se movam conforme a posição da Lua em relação à Terra. Outro fator importante é que, sem a atração gravitacional que a Lua e o Sol exercem sobre a Terra, o eixo do nosso planeta se tornaria instável, podendo sofrer inclinação e girar tombado. Assim, é possível que apenas uma metade do planeta fosse sempre ensolarada e a outra metade permaneceria sempre na sombra. Isso ocasionaria mudanças climáticas impactantes para a Terra.

Ao fim da leitura, pergunte se alguém já enviou uma pergunta a um jornal on-line e, em caso positivo, como foi essa experiência. Explique que a pergunta do leitor lida no texto foi publicada no caderno Ciência de um jornal on-line e que, geralmente, os jornais possuem um espaço para que o leitor manifeste suas dúvidas, comentários, sugestões e opiniões.

7. Leia um trecho da resposta a uma pergunta de um leitor, publicada na seção de ciência de um jornal on-line

Como seria a Terra se não existisse a Lua?

Se o satélite desaparecesse haveria uma dramática mudança climática e, se nunca tivesse existido, a vida teria sido muito difícil

Asunción Fuente - 18 SET 2019 - 13:50

A sua pergunta pode ter duas respostas dependendo do que você quis dizer com “se não existisse a Lua”. Na sua suposição, o astro nunca teria existido ou teria desaparecido?

Se a Lua desaparecesse por qualquer motivo, muitas coisas aconteceriam: a primeira é óbvia, não teríamos luar e as noites seriam sempre escuras. E isso influenciaria o comportamento animal e vegetal porque os seres vivos na Terra, incluindo os humanos, estão adaptados aos ciclos do Sol e da Lua. Também deixaria de haver eclipses porque desapareceria o objeto que eclipsa.

Mas talvez o mais importante seja que não haveria marés. Ou, mais exatamente, haveria marés, mas seriam muito menores porque só existiriam as marés provocadas pelo Sol (marés solares) e desapareceriam as provocadas pela Lua, que são as mais importantes. Isso teria efeitos importantes. O primeiro é que a água dos oceanos teria muito pouco movimento, o que influenciaria principalmente os seres que vivem neles, porque as marés promovem uma limpeza. O movimento das marés realiza uma espécie de drenagem do fundo do mar.

FUENTE, Asunción. Como seria a Terra se não existisse a Lua? El País, [s. l.], 18 set. 2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/09/16/ciencia/1568623732_489498.html. Acesso em: 17 mar. 2022.

• Considerando a seção em que foi publicado o texto, o que o leitor provavelmente espera encontrar?

Provavelmente, espera um texto que traga esclarecimentos sobre a dúvida enviada por um leitor – “Como seria a Terra se não existisse a Lua?” – com informações que se baseiam na ciência.

PARA LER

DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (org.). Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola, 2010.

Esse livro, além de ser um manual, com indagações e pesquisas, provoca reflexões acerca da mutabilidade da língua portuguesa e seu uso no Brasil.

[…]
RAWPIXEL.COM
Imagem da Terra vista da Lua, sem data.
212 D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 212 09/06/22 10:52 212

8. a) Estimular o leitor a ler o texto para buscar as possíveis respostas para a pergunta formulada no título.

8. b) Uma suposição ou possibilidade, porque não aconteceu de fato.

8. O título do texto foi elaborado em forma de pergunta.

8. d) Seria: futuro do pretérito do modo indicativo; existisse: imperfeito do subjuntivo.

a) Que efeito de sentido essa estratégia pretende produzir no leitor?

b) O fato apresentado é considerado real ou é uma suposição? Por quê?

c) Quais formas verbais possibilitam a construção dessa ideia?

d) Em que tempo e modo essas formas verbais se encontram?

9. Agora, releia o subtítulo (ou linha fina) do texto.

As formas verbais seria e existisse.

9. a) As respostas são possibilidades que poderiam ter acontecido com a Terra caso a Lua não existisse.

a) Nele, há duas respostas para a pergunta do título. Essas respostas apresentam fatos comprovados ou possibilidades?

b) Considere as formas verbais desaparecesse e tivesse existido. É possível afirmar que elas expressam o mesmo sentido de uma das formas verbais do título? Explique.

10. O texto é construído com base em hipóteses caso a Lua não existisse.

a) Como o uso das formas verbais no subjuntivo contribuem para a construção de sentidos no texto?

Elas reforçam a ideia de que o texto faz suposições e hipóteses sobre a ocorrência de determinados fatos.

b) Em sua opinião, qual das hipóteses apresentadas no texto seria mais prejudicial para a humanidade em geral? Justifique.

Resposta pessoal.

11. No texto original da publicação on-line, há alguns hiperlinks. Se o leitor clicar na palavra Lua, por exemplo, é levado para um reportagem cujo título é reproduzido a seguir.

9. b) Sim. Essas formas verbais expressam a mesma ideia de possibilidade e suposição, semelhante à forma verbal existisse, empregada no título.

A nova era da corrida espacial: os milionários querem conquistar a Lua

GUIMÓN, Pablo. A nova era da corrida espacial: os milionários querem conquistar a Lua. El País, [s. l.], 20 jul. 2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/07/16/ eps/1563292655_948592.html. Acesso em: 17 mar. 2022.

11. a) Ambos têm a Lua como referência e abordam a importância desse satélite para o planeta Terra e para a vida nele.

a) Que relação pode ser estabelecida entre os dois textos?

b) No título da reportagem, foi empregada a locução verbal querem conquistar. O fato a que essa locução se refere pode ser considerado uma possibilidade ou uma realidade? Por quê?

11. b) Uma possibilidade, pois a forma verbal empregada sugere que o fato ainda não ocorreu.

c) Se a forma verbal fosse trocada para o presente do indicativo – “A nova era da corrida espacial: os milionários conquistam a Lua” –, o sentido seria o mesmo? Por quê?

11. c) Não. Nesse caso, a forma verbal empregada indica que o fato expresso no título é certo, real, não deixando margem para possibilidades ou dúvidas.

hipóteses sobre a ocorrência de determinados fatos. Peça-lhes que passem a forma verbal da segunda oração do título para o futuro do subjuntivo (se/ quando a Lua desaparecer) e diga-lhes para completá-la com uma das outras formas verbais usadas no texto. Em seguida, estabeleça com eles a correlação: as formas verbais no pretérito imperfeito do subjuntivo relacionam-se com o pretérito imperfeito do indicativo; as formas verbais no futuro do subjuntivo relacionam-se com o futuro do presente do indicativo. Assim, o título ficaria: Como será a Terra se/ quando a Lua desaparecer?

10. Incentive os estudantes a justificar suas opiniões com base no texto lido, em suas vivências e em seus conhecimentos prévios.

11. Resgate a discussão relacionada aos hiperlinks Relembre os estudantes de que cada palavra ou expressão que compõe um hiperlink pode conduzir a um texto, na mesma página ou arquivo, ou em outras páginas associadas.

SAIBA MAIS

Os textos da esfera publicitária costumam fazer bastante uso do modo imperativo. Seja em anúncios veiculados na TV, na internet, em jornais, em revistas ou em outros suportes impressos ou digitais, reconhecer esse uso e sua finalidade é fundamental para a adequada leitura crítica desses textos e como eles são organizados para persuadir o leitor.

D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd

REALIZAÇÃO

7. Explique aos estudantes que a interação dos leitores com o jornal demonstra que eles se apropriam das informações veiculadas, incluindo as ligadas à organização estrutural das publicações (como as seções), bem como compreendem os temas.

8. e 9. Após a realização dessas atividades, aproveite para trabalhar com os estudantes

a noção de correlação verbal. Mostre a eles que a forma verbal no pretérito imperfeito do subjuntivo desaparecesse estabelece relação com outras no imperfeito do indicativo: aconteceriam, influenciaria, deixaria , por exemplo. Peça-lhes que expliquem como o uso dessas formas verbais contribui para a construção de sentidos no texto. Espera-se que percebam que elas reforçam a ideia de suposições e

213
213 11/06/22 10:32
213

PROPOSIÇÕES

Em Linguagem e sentidos, os estudantes devem reconhecer o ser humano como um ser que se constitui pela linguagem. Desse modo, ele a emprega de acordo com seus propósitos comunicativos – seja para comunicar objetivamente uma informação, seja para emocionar o leitor por meio de um poema, por exemplo.

Para que possamos empregar a linguagem de acordo com nossos objetivos e de modo mais eficaz, é importante conhecer as figuras de linguagem, isto é, recursos linguísticos utilizados na construção de diferentes sentidos nos textos.

Espera-se que, nesta seção, os estudantes distingam denotação de conotação. Na primeira, a palavra é utilizada em seu sentido original, próprio; na segunda, o significado de uma palavra é fruto da subjetividade. Os poemas, por exemplo, são ricos de palavras e expressões com sentido conotativo, aquelas que transmitem emoção a quem as lê.

Aqui, então, o objetivo é desenvolver nos estudantes a capacidade de interpretar a linguagem figurada e de compreender as funções das diferentes figuras de linguagem: metáfora, hipérbole, prosopopeia ou personificação. Recomenda-se desenvolver esse trabalho a partir da leitura e compreensão dos textos para que os estudantes analisem os fenômenos da linguagem em contexto. Por isso, o foco do estudo não deve ser, num primeiro momento, a metalinguagem utilizada na descrição dos fatos da língua, mas sim a compreensão dos efeitos de sentido produzidos por esses recursos

E ESCRITA LINGUAGEM SENTIDOS E

Figuras de linguagem: metáfora, personificação e hipérbole

No título da notícia que você leu no início do capítulo, aparece a expressão sopa de lixo Nesse título, empregou-se a palavra sopa em um sentido diferente do habitual, como uma estratégia para chamar a atenção do leitor. Muitas vezes e em diferentes situações e gêneros textuais, utiliza-se uma linguagem simbólica ou figurada, que permite sugerir mais do que informar e confere mais expressividade ao que se quer dizer. Veja, por exemplo, os versos da letra da canção “Bichos do mar”.

[…]

A raia-viola sempre afinada

Acompanhando o canto das baleias no show Das estrelas do mar […]

A combinação das palavras afinada, canto e show e os sentidos atribuídos a elas nesses versos constroem uma imagem semelhante a um show em que a raia-viola, as baleias e as estrelas do mar são os artistas.

A linguagem figurada é um recurso em que palavras e expressões adquirem um novo significado, não convencional, conforme o contexto em que são empregadas. A linguagem figurada pode sugerir diferentes imagens e sentidos por meio das figuras de linguagens

Nos versos da canção, a harmonia da natureza é comparada a um show para valorizar a ideia de união entre os animais marinhos. Essa figura de linguagem é a metáfora

A metáfora estabelece uma relação de semelhança entre os termos, na qual a ideia de comparação fica subentendida.

As figuras de linguagem são empregadas em variados textos com diferentes finalidades. Veja este exemplo na notícia que você leu no início do capítulo:

[...] E a quantidade é tamanha que a região foi apelidada como Grande Mancha de Lixo do Pacífico ou, como ficou popularmente conhecida, “ ilha de plástico”. [...]

Nesse trecho, para enfatizar o tamanho, a quantidade e o tipo de material que compõe o lixo presente no oceano Pacífico, foi empregada a metáfora ilha de plástico

214

linguístico-discursivos usados nos textos. Se possível, ofereça aos estudantes mais exemplos das figuras de linguagem estudadas para que eles se familiarizem com esses usos ou solicite a eles que registrem usos frequentes de metáforas, hipérboles ou personificações, falados no dia a dia, na escola ou onde vivem, e compartilhem as observações com a turma.

D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 214

11/06/22 10:34
214

Veja um exemplo de outra figura de linguagem na letra da canção “Bichos do mar”.

Vi o polvo, Vi a lula conversando Pra tentar mudar

Nesses versos, é atribuído ao polvo e à lula a capacidade de conversar, própria dos seres humanos, para realçar a imagem de que até os seres da natureza estão envolvidos na preservação ambiental. Essa figura é a personificação ou prosopopeia

A personificação ou prosopopeia consiste em atribuir características dos seres humanos a seres inanimados.

Veja outro exemplo de emprego dessa figura de linguagem em um poema de Leo Cunha.

No poema, o autor emprega a personificação ao atribuir às nuvens uma capacidade humana: pensar. A finalidade é brincar com o fato de as pessoas dizerem que, quando olham as nuvens, elas parecem carneirinhos.

NUVENS PENSANDO: COMO OS HOMENS LÁ EMBAIXO PARECEM CARNEIRINHOS...

Outra figura de linguagem é a hipérbole. Veja um exemplo em um trecho do poema “Armadilha”, de Damário Dacruz.

Armadilha

A vida inventa mil atalhos provocando fugas.

DACRUZ, Damário. Armadilha. In: DACRUZ, Damário. Todo risco, o ofício da paixão. Salvador: Versarte Editora, 1993. p. 19. No verso em destaque no poema, o autor emprega a expressão mil atalhos para enfatizar, de forma exagerada, o grande número de caminhos que a vida oferece.

A hipérbole consiste no uso do exagero como recurso para tornar uma ideia mais expressiva.

REALIZAÇÃO

A leitura dos poemas propostos nesta seção possibilita a fruição de textos literários pelos estudantes. Ao ler o poema “Vendo poesia” com a turma, comente que Leo Cunha (1968-) nasceu em Bocaiúva (MG) e é autor de literatura infantil e juvenil, crônicas e poemas. Suas obras receberam diversos prêmios, dentre eles Jabuti, Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e Biblioteca Nacional. Também atua como tradutor, dramaturgo, compositor, redator e professor universitário. Ao ler “Armadilha”, diga que Damário Dacruz (1953-2010) nasceu em Salvador e foi poeta, fotógrafo e jornalista. Publicou seu primeiro livro aos 20 anos. Em 1972, foi vencedor do 1o Festival de Poesias da Juventude, organizado pelo Centro Paroquial Paulo VI. Em 2001, fundou a casa Pouso da Palavra, em Cachoeira (BA), espaço dedicado à poesia e às artes visuais.

O POETA (Pablo Neruda) ensina ao carteiro o que é uma metáfora. 2014. Vídeo (3min8s). Publicado pelo canal MHNC. Disponível em: www.youtube.com/watch?v= T2ggLTEDnzg. Acesso em: 26 maio 2022.

Fragmento do filme O carteiro e o poeta, em que o ator que interpreta o poeta chileno Pablo Neruda conversa com o personagem Mario, o carteiro, sobre imagens poéticas criadas num texto recitado.

[...]
[...]
ACERVO EDITORA CUNHA, Leo. Vendo poesia São Paulo: FTD, 2010. p. 11.
[...]
[...]
215
215
D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd
11/06/22 10:35
ASSISTIR 215
PARA

PROPOSIÇÕES

Em Atividades, organize os estudantes em duplas. Acompanhe aqueles que apresentarem mais dificuldade, verificando as capacidades iniciais, seus avanços e as possibilidades de participação. Depois, ainda em duplas, peça-lhes que comparem suas respostas, realizando ajustes, sob sua supervisão. A campanha de adoção de animais é apresentada aqui para fins didáticos e não com objetivo de promover qualquer marca ou produto. Ressalte que o cuidado e o respeito com os animais e a busca pelo bem-estar deles também é uma questão importante e que dialoga com a temática da educação ambiental que vem sendo trabalhada no módulo.

REALIZAÇÃO

1. E xplique aos estudantes que as figuras de linguagem nos anúncios publicitários exercem variadas funções, entre elas chamar a atenção, despertar o interesse do leitor, favorecer a compreensão, aumentar a credibilidade e estimular a memorização.

2. Esclareça que a escolha de figuras de linguagem a serem usadas está diretamente relacionada com o objetivo da mensagem publicitária.

3. Se houver possibilidade, deixe que os estudantes acessem o link https://tenor.com/view/ tell-me-everything-todomundo-ta-falando-googlegif-14461972 (acesso em: 26 maio 2022) para visualizar o gif em movimento. Diga a eles que se trata de uma animação curtíssima. Solicite a eles que descrevam as imagens em movimento e apresentem o sentido construído.

4. Para ampliar o estudo das figuras de linguagem, leve

1. a) A imagem remete à situação de animais que, abandonados pelos donos, perambulam pelas ruas das cidades e, por isso, são aprisionados em abrigos ou canis e ficam à espera de adoção.

ATIVIDADES

2. a) Personificação ou prosopopeia, pois as capacidades humanas de pensamento e fala são atribuídas ao animal que aparece na campanha.

2. b) Ao conferir atributos humanos ao cão, o anunciante dá voz ao animal com a finalidade de sensibilizar o leitor para uma provável adoção.

1. As figuras de linguagem também são empregadas nos textos publicitários. Leia o anúncio ao lado, que faz parte de uma campanha de adoção de animais.

a) No anúncio, destaca-se a fotografia de um cachorro atrás de uma grade. A que situação essa imagem pretende remeter o leitor?

b) Que elementos na imagem podem contribuir para que a campanha obtenha êxito?

2. A imagem e o texto da campanha constroem uma das figuras de linguagem estudadas.

a) Qual é ela? Explique.

b) Que efeitos de sentido ela produz no interlocutor?

3. Os gifs são amplamente usados em redes sociais, principalmente para dar um tom mais descontraído à mensagem. Observe as imagens que formam um gif

1. b) O olhar do animal e a situação na qual ele está sugerem tristeza e solidão, sensações que podem sensibilizar o leitor, persuadindo-o a aderir à campanha e a adotar um animal.

• Como você entende esse gif?

A personagem do gif é uma boca, que, na ânsia de falar ao celular, usa outros objetos que tem à mão.

4. No texto do gif, há duas figuras de linguagem.

a) Identifique-as e explique cada uma delas.

b) Que efeito de sentido cada uma produz no gif ?

4. a) Hipérbole, pois a expressão todo mundo é exagerada, e prosopopeia ou personificação, pois a boca tem ações humanas.

4. b) A hipérbole evidencia que há um grande número de pessoas que age de acordo com a personagem do gif. A personificação atribui à boca autonomia e ações típicas do ser humano.

para a aula algumas canções e alguns poemas para que os estudantes possam identificar metáforas, personificações e hipérboles. Se preferir, é possível usar, em vez de canções e poemas, textos do campo esportivo, que também empregam muitas metáforas. Se considerar interessante, incentive os estudantes a fazer, em grupo, um quadro com as metáforas mais comuns utilizadas no esporte.

D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 216 29/07/22 14:09

LEW LARA/TBWA
TENOR.COM
PEDIGREE. [Campanha] Adotar é tudo de bom. 1 cartaz.
216
216

5. A seguir, leia o trecho de um poema que tem como tema a adolescência.

Ritual

Este corpo que agora me veste ainda é casca e casulo de um outro bicho que cresce.

TELLES, Carlos Queiroz. Ritual. In: TELLES, Carlos Queiroz. Sementes do sol. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 46. (Coleção Veredas).

a) Considerando os versos do poema, é possível afirmar que o eu lírico já é um adulto? Explique.

b) O eu lírico associa o seu corpo a um casulo. Veja, a seguir, uma das acepções dessa palavra.

PROPOSIÇÕES

Ao finalizar as atividades desta seção, aproveite para avaliar o que os estudantes aprenderam sobre o uso das figuras de linguagem (metáfora, hipérbole e personificação). Nesse sentido, se considerar necessário, pode ser interessante reforçar o conteúdo abordado por meio de atividades complementares, com base nas dificuldades deles. Conclua as atividades, enfatizando com a turma a importância da ampliação de um repertório de leituras para a melhor compreensão dos diferentes usos da língua.

REALIZAÇÃO

1 BOT Invólucro filamentoso de seda, feito por larvas de insetos holometabólicos, no interior do qual passam o período de desenvolvimento.

CASULO. In: MICHAELIS: dicionário brasileiro da língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, c2022. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/casulo. Acesso em: 16 mar. 2022.

6. É utilizada a metáfora. Ela possibilita construir uma imagem poética da transformação da criança em adolescente, uma fase de grandes mudanças físicas e psicológicas, embelezando o poema.

• Com base nessa definição, o que o eu lírico pretende evidenciar ao fazer essa associação?

6. Qual é a figura de linguagem empregada nessa construção? Que efeito de sentido o uso dela traz ao poema?

O eu lírico pretende evidenciar que as mudanças que ocorrem no corpo de uma criança ao passar para a adolescência são semelhantes às ocorridas com certos insetos (especificamente aqueles que se desenvolvem em casulos) em seu processo de transformação.

D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Metáfora encontrada em diferentes gêneros textuais

Para dar continuidade no trabalho a respeito da metáfora, peça aos estudantes que façam uma pesquisa a fim de trazer exemplos da manifestação dessa figura de linguagem em panfletos, outdoors, cartazes, canções, poemas etc. Para desenvolver a pesquisa, eles

poderão formar equipes. Cada equipe ficará responsável por pesquisar exemplos de metáforas em um determinado gênero textual. Em uma data estipulada e definida por você, os exemplos pesquisados pelos grupos deverão ser socializados e analisados, tendo em vista a explicação sobre como a metáfora se constitui em cada gênero encontrado.

5. e 6. Nessas atividades, leve os estudantes a compreender os efeitos de sentido produzidos pelo uso de recursos expressivos da língua, como a metáfora, pela associação de sentidos entre os processos de amadurecimento e transformação vividos pelos insetos e, também, pelos seres humanos. Na atividade 5, pergunte que outra metáfora é frequentemente utilizada para indicar crescimento e transformação do ser humano. Para ajudá-los, lembre-os de que o elemento de comparação pertence ao reino vegetal. Se não chegarem à resposta, diga-lhes que a palavra semente é bastante empregada de forma metafórica.

[...] casulo ca·su·lo sm
[...]
MAURENILSON FREIRE
217
Não. De acordo com os versos, o eu lírico ainda “é casca e casulo”, ou seja, ainda está em formação.
217 09/06/22 10:52
217

BNCC

Habilidades do Capítulo 2

TEXTO

• EF67LP02

• EF67LP05

• EF67LP07

• EF67LP23

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

• EF69LP13

• EF67LP05

CARTA DE LEITOR E COMENTÁRIO DO LEITOR

• EF67LP23

EXPLORANDO O TEXTO

• EF69LP16

• EF69LP17

• EF67LP02

• EF67LP04

• EF67LP05

PALAVRA ABERTA

• EF69LP01

• EF69LP56

• EF67LP02

• EF67LP03

• EF67LP06

• EF67LP07

• EF67LP35

• EF06LP02

• EF67LP04

• EF67LP23

• EF06LP01

POR DENTRO DA LÍNGUA

• EF69LP03

• EF69LP44

• EF69LP47

• EF69LP55

• EF67LP02

PRODUÇÃO ESCRITA

• EF69LP06

• EF69LP07

• EF69LP08

• EF69LP16

• EF69LP17

• EF69LP56

• EF67LP01

• EF67LP08

• EF67LP38

• EF06LP08

• EF06LP09

• EF06LP10

TEXTO

A maioria dos jornais e revistas, impressos ou digitais, reserva um espaço destinado à participação dos leitores. Esse espaço pode receber variadas denominações – Voz do leitor, Carta do leitor, Painel do leitor, entre outros – ou se constituir como uma seção para comentários do leitor (nas mídias digitais, por exemplo). Sua função é dar oportunidade para o leitor manifestar sua opinião diante de fatos noticiados, entrevistas, artigos de opinião etc. e expressar se concorda ou discorda do que foi publicado, comentar, dar sugestões, criticar, elogiar, contribuindo, assim, para ampliar a visão de outros leitores. Você já enviou alguma contribuição para esse tipo de canal? Em caso positivo, como foi? O que você escreveu? Em sua opinião, o que pode levar os leitores a querer participar dessa maneira? Troque ideias com os colegas e o professor, respeitando a vez de cada um falar. Respostas pessoais.

• EF67LP09

• EF67LP10

• EF67LP14

• EF67LP32

• EF67LP33

• EF67LP36

• EF06LP11

• EF06LP12

PROPOSIÇÕES

O objetivo desta seção é que os estudantes reconheçam as características e o contexto de produção (autor do texto, intenção comunicativa, público-alvo e suporte) dos gêneros textuais carta e comentário do leitor.

Chame a atenção dos estudantes para o fato de que o texto 1, “Desperdício II”, é uma carta de leitor e foi publicada em um jornal impresso e que o texto 2, “Comentário”, é um comentário de leitor publicado em uma revista digital.

Leia uma carta de leitor, publicada em jornal impresso, e um comentário do leitor, publicado no site de uma revista digital, e saiba o que e como eles se manifestaram diante do que leram.

TEXTO 1

Desperdício II

Observem um detalhe importante: como os supermercados acondicionam suas frutas, legumes e verduras. São amontoados sem nenhum critério, favorecendo a degradação precoce do produto que, em geral, é muito frágil. Canso de observar os funcionários que, trazendo as grades de frutas, muitas bastante maduras, despejam no mostruário sem pena, produzindo um estrago sem precedentes. Uma pena. Deveria haver iniciativa da cadeia produtiva e comercial para a manipulação adequada desses produtos. (Sobre notícia publicada no caderno regional Especial (Descaminhos do alimento), sob o título “Riqueza desperdiçada”)

José Roberto Fortaleza-CE

ROBERTO, José. [Carta de leitor comentando a notícia “Riqueza desperdiçada”]

Destinatário: Diário do Nordeste, Fortaleza, 5 ago. 2014. 1 carta.

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Durante as perguntas que antecipam a leitura dos textos, incentive os estudantes a se manifestarem livremente, mas respeitando os turnos de fala dos colegas, e as opiniões divergentes.

CAPÍTULO2
218
218 29/07/22 14:10 218
D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd

TEXTO 2

Comentário

Vi e ajudei a retirar óleo das nossas praias aqui do Nordeste! Foi uma situação superdifícil para todos, para quem vive próximo ao mar ou distante. Poucas pessoas têm noção de que, sem os oceanos, todas as vidas estarão em risco, já que a chuva vem da evaporação de suas águas e a vida marinha é muito importante. Gostei demais da matéria e, a partir do que li, serei mais um a cuidar e defender o ambiente marinho.

[COMENTÁRIO sobre a reportagem “Pela valorização dos oceanos na educação”]. Destinatário: Ciência Hoje, Rio de Janeiro, 17 out. 2021. 1 carta.

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

1. Algum dos textos despertou em você a vontade de ler a notícia ou a reportagem a que os leitores se referem? Por quê?

Respostas pessoais.

2. O que você achou do comentário sobre a reportagem “Pela valorização dos oceanos na educação”? Como você se posiciona em relação ao problema que gerou o comentário do leitor?

3. Qual é a sua opinião sobre revistas, jornais ou sites destinarem um espaço para o leitor expor seu ponto de vista sobre algum texto jornalístico veiculado por eles?

Resposta pessoal.

2. Espera-se que os estudantes reconheçam que o problema citado na reportagem é grave e que a sua atuação é uma ação de cidadania que deveria ser seguida por todos.

TEXTO EXPLORANDO O

TEXTO E CONTEXTO

1. A carta de leitor e os comentários surgem da vontade de os leitores se manifestarem diante dos textos jornalísticos que são publicados nas diferentes mídias. O que motivou a produção dos textos 1 e 2?

2. No caderno, transcreva os itens a seguir e relacione-os ao posicionamento dos leitores no texto 1 e no texto 2

a) O texto traz uma opinião positiva sobre a notícia ou reportagem lida.

b) O texto traz uma denúncia que confirma o assunto da notícia ou reportagem.

3. Quais informações, possivelmente, estão presentes na notícia e na reportagem a que os textos 1 e 2 se referem?

No texto 1, informações sobre a quantidade de alimentos que

são descartados devido ao descuido de armazenamento e o prejuízo para os comerciantes, que pode gerar aumento do preço dos produtos; no texto 2, informações sobre a importância dos oceanos, a diversidade de seres aquáticos que existe, como os oceanos contribuem com a temperatura do planeta. 219

PROPOSIÇÕES

As atividades de Conversando sobre o texto buscam estabelecer relações entre textos e entre textos e conhecimentos prévios. Explique aos estudantes que muitos sites de notícias, de jornais e de revistas reservam

um espaço para que os leitores possam manifestar suas opiniões, criticar, elogiar e fornecer sugestões. Atualmente, as tecnologias digitais também permitem essa participação, ampliando-a.

REALIZAÇÃO

Conversando sobre o texto

1. Verifique se os estudantes reconhecem que gêneros como os lidos podem despertar a atenção dos leitores para os textos com os quais estabelecem diálogo.

2. Motive os estudantes a se posicionar sobre a importância da conscientização em relação à poluição marinha.

3. O objetivo dessa atividade é que os estudantes apontem suas atuações como leitores ou não de gêneros jornalísticos e o papel que podem exercer nesses espaços de manifestação de ideias.

PROPOSIÇÕES

Em Texto e contexto, é fundamental que os estudantes notem como a revista organiza as cartas, formulando títulos para elas, que servem para informar aos leitores da revista os assuntos que nelas serão abordados – diferentemente do que acontece com os comentários, que, apesar de comumente serem submetidos a mediação, permitem a publicação instantânea e mais livre. Abre-se aqui a oportunidade de propor uma reflexão sobre o consumo de alimentos e de outros produtos que sejam embalados com plástico, relacionando esses assuntos com o Tema Contemporâneo Transversal Educação para o consumo

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

1. No texto 1, o desperdício de alimentos em supermercados; no texto 2, a importância da preservação do ambiente marinho. Texto 1 Texto 2
219 09/06/22 10:53
D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd
1., 2. e 3. Auxilie os estudantes a identificar a temática dos textos apresentados em relação à estrutura, à linguagem, entre outros aspectos. 219

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

4. Possibilite a troca de ideias entre os estudantes. Chame a atenção deles para a forma como o texto está organizado e o modo pelo qual acontece a progressão dos argumentos.

4. c) Alguns estudantes podem concordar total ou parcialmente, justificando que nem todos os funcionários de mercados são descuidados e que, muitas vezes, os próprios consumidores machucam as frutas.

5. Oriente-os a reler o texto 2 para que possam inferir corretamente as informações solicitadas.

5. b) Pergunte aos estudantes se eles se recordam do conceito de adjetivo. Explique que os adjetivos modificam os substantivos, conferindo-lhes características. Incentive-os a perceber as modificações que um adjetivo faz em um substantivo.

5. c) Converse com eles a respeito da necessidade de se conscientizar e conscientizar a população sobre a necessidade urgente de preservação do meio ambiente.

6. Comente com os estudantes que, nas mídias digitais, em geral, há uma mediação entre o leitor e a matéria publicada para evitar comentários que eventualmente violem as regras.

7. Esclareça aos estudantes que a carta de leitor é um texto publicado em uma seção específica do jornal ou revista, por meio do qual o leitor dialoga com os editores da revista e com outros

4. b) Ele cita um exemplo de desperdício que acontece nos supermercados cotidianamente: a maneira pouco cuidadosa de se colocar frutas e verduras nas gôndolas: “Canso de observar os funcionários que, trazendo as grades de frutas, muitas bastante maduras, despejam no mostruário sem pena, produzindo um estrago sem precedentes. Uma pena [...]”.

4. Agora, responda às atividades sobre o texto 1.

a) Qual é a posição do leitor sobre a notícia que deu origem à sua carta?

4. a) Ele concorda que há desperdício de produtos alimentícios.

b) Como ele justifica sua opinião? Justifique sua resposta com elementos do próprio texto.

c) Você concorda totalmente ou em parte com o posicionamento do leitor ou discorda dele? Justifique.

Resposta pessoal.

5. b) A quantidade de óleo que apareceu nas praias do litoral do Nordeste, a qual mobilizou a ação de pessoas para a retirada desse óleo.

5. Responda às atividades a seguir de acordo com o texto 2

Alternativa C

a) Qual das alternativas a seguir indica o fato que levou o leitor a escrever sua opinião diante do assunto abordado na reportagem? Transcreva-a no caderno.

A . A poluição causada pelo lixo jogado nas praias do Nordeste.

B . A falta de conhecimento da maioria das pessoas sobre a importância de preservar o oceano que banha o Nordeste.

C . A situação de praias do Nordeste causada pelo derramamento de óleo no oceano.

D A falta de atitude de moradores que não se dedicam à preservação do meio ambiente.

b) Que situação citada no comentário confirma a opinião do leitor?

c) A reportagem citada no comentário provocou uma mudança de atitude no leitor. Que mudança foi essa?

5. c) Espera-se que os estudantes respondam que, após ler a reportagem, o leitor comenta que será mais um a cuidar do meio ambiente e defendê-lo.

d) Que argumentos o leitor usa para justificar essa mudança?

e) Qual é a sua opinião sobre o posicionamento que o leitor manifestou no comentário?

Resposta pessoal.

6. Geralmente, as cartas e os comentários do leitor são dirigidos a destinatários específicos. Quais os prováveis destinatários da carta e do comentário do leitor que você leu, respectivamente, nos textos 1 e 2?

6. A carta e o comentário do leitor foram destinadas aos editores dos veículos de comunicação em que foram publicadas, a notícia e a reportagem e aos demais leitores desses veículos.

7. O que leva jornais e revistas a dedicar um espaço para os leitores se pronunciarem sobre o que publicam?

7. Essa é uma maneira de saber como os leitores se relacionam com o que é publicado, o que criticam, elogiam e mais comentam. Tais informações ajudam a estabelecer pautas para as futuras notícias e reportagens.

As cartas de leitor e os comentários do leitor são textos que têm como finalidade promover a interação entre os leitores e os textos jornalísticos publicados em variadas mídias. Esses textos mantêm relação direta com um fato noticiado ou um texto publicado anteriormente. Por meio desses gêneros, o leitor manifesta sua opinião e faz críticas, elogios e sugestões. Para o veículo de comunicação, as cartas ou comentários do leitor asseguram uma resposta ao que publicam, podendo, inclusive, ajudar na produção de novas pautas.

Nas revistas e nos jornais impressos, não há espaço suficiente para a publicação de todas as cartas de leitor, por isso esses textos podem ser resumidos, parafraseados ou ter algumas informações suprimidas; às vezes, são divulgados somente os trechos mais relevantes da carta. Já os espaços de comentários das mídias digitais não requerem esse tratamento, pois, além de ser direta, a interação do leitor com o texto pode se dar imediatamente após a leitura.

5. d) A importância dos oceanos para a manutenção da vida da biodiversidade em todo o ecossistema, pois todas as espécies dependem do ciclo da água.

D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 220

leitores, geralmente tendo como assunto os próprios textos do jornal, publicados em edições anteriores. Para o leitor, é um modo de evidenciar o seu ponto de vista, de comentar a respeito de determinado tema etc., emitindo publicamente a sua opinião. Os comentários têm característica semelhante, mas com uma dimensão amplificada pelo potencial das mídias digitais, maior dinamismo e estrutura mais livre.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Carta ou comentário de leitor coletivos

Proponha aos estudantes uma produção coletiva de uma carta ou de um comentário de leitor. Escolha, junto a eles, uma notícia que seja de interesse da maioria e peça-lhes que produzam o texto. Sugere-se que seja postado em um site de notícias; pode-se pesquisar outros comentários elaborados no

220
07/06/22 16:51
220

COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM

2. Espera-se que os estudantes respondam que o título foi inserido para que o leitor da carta saiba de antemão de que trata a carta e possa decidir se quer ler ou não o conteúdo apresentado nela.

1. A carta e o comentário do leitor que você leu na seção Texto foram produzidos com base em uma notícia e uma reportagem divulgadas em duas diferentes mídias: jornal impresso e site de revista.

a) Embora a notícia e a reportagem apresentem semelhanças, o suporte em que são publicadas influencia a leitura e a forma do texto. No caderno, reproduza o quadro a seguir e preencha-o indicando essas diferenças.

Imediata, dá-se por meio de comentários publicados (logo) após a leitura; pode-se compartilhar.

Mídia

Impossível comentar de imediato; é necessário enviar e-mail ou carta para a redação do jornal.

Impressa On-line e Digital Suporte Jornal Site

REALIZAÇÃO

Composição e linguagem

Interatividade do leitor com a mídia

b) Em sua opinião, que mudanças essa possibilidade de comentar imediatamente as notícias on-line trouxe para os leitores?

1. a) Sugira aos estudantes que pesquisem outras diferenças entre o jornal impresso e o on-line, como disposição gráfica do texto, imagens estáticas e/ou em movimento (vídeos, gráficos animados etc.), palavras em destaque, formas de leitura (linear e não linear) etc. Peça a eles que socializem as descobertas e, no caderno, façam um quadro com o resultado da pesquisa. Se possível, acesse com os estudantes as fontes dos textos 1 e 2 para que eles consigam analisar alguns elementos, como as imagens em movimento.

2. Nas cartas ou comentários do leitor, pode haver a presença de um título que resume o assunto do texto elaborado pelo leitor ou que retoma o título da notícia ou da reportagem que lhe deu origem. Com que objetivo o título foi inserido no texto 1?

3. Na elaboração de textos, selecionam-se palavras e expressões que possibilitam a construção de sentidos. No texto 2, o autor do comentário empregou alguns substantivos e adjetivos para se referir ao universo do meio ambiente.

a) No caderno, escreva cinco dessas palavras e expressões.

3. a) Óleo, chuva, evaporação das suas águas, vida marinha, ambiente marinho

b) Com que finalidade o autor usou essas palavras e que efeito de sentido o uso delas busca produzir nos leitores desse comentário?

A finalidade foi, provavelmente, deixar claro que o autor do

4. No texto 2 , o autor emprega o adjetivo superdifícil

1. b) Comente com os estudantes que essa interação imediata amplia a participação do leitor e estimula a leitura de novos textos.

2. Comente que os títulos das cartas de leitor devem ser concisos, diretos e assertivos.

3. Caso julgue conveniente, retome a função dos adjetivos em relação aos substantivos.

comentário leu a reportagem de fato; o uso dessas palavras e expressões ajudam a convencer o leitor de que o autor tem conhecimento do assunto e de que ele sabe do que está falando.

a) De que forma o uso desse adjetivo contribui para a construção de sentidos do texto?

b) Observe que esse adjetivo é formado pelo prefixo super-. No caderno, escreva duas palavras formadas por esse mesmo prefixo que poderiam ser usadas pelo autor do comentário para indicar como ele se sentiu ao ver o óleo nas praias

Resposta pessoal. Resposta pessoal. Sugestões de resposta: supertriste, superchateado, superpreocupado, superenvolvido etc.

4. a) O adjetivo superdifícil intensifica o problema, acentuando as dificuldades de todos diante do fato.

D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 221

mesmo contexto. É importante estar preparado para discutir eventuais impropriedades de outros leitores. Outra opção é enviar o texto produzido por eles para um jornal ou revista com o objetivo de uma possível publicação na seção de cartas do leitor.

PROPOSIÇÕES

07/06/22 16:51

Em Composição e linguagem , foram propostas atividades de reflexão sobre o uso da língua, com base nos estudos linguísticos. Elas possibilitam que os estudantes, com o seu apoio, elaborem conceitos em relação aos elementos formadores e estruturais da língua, com base nos textos estudados.

4. Peça aos estudantes que voltem ao texto 2 (“Comentário”) e releiam os trechos para que compreendam o uso dessas palavras no contexto.

4. b) Comente que o prefixo super - indica algo maior que o normal, superior. Pode ser empregado também com hífen em palavras que se iniciam com r ou h: super-resfriado, super-herói.

221
221

REALIZAÇÃO

Composição e linguagem

5. Reitere aos estudantes que os adjetivos e os advérbios são fundamentais na argumentação, tendo em vista que esclarecem e enfatizam o posicionamento do leitor.

6. Explique que persuasão consiste em uma estratégia comunicativa que usa recursos emocionais ou simbólicos para convencer alguém a aceitar um fato, uma ideia, uma atitude ou a realizar determinada ação.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

O jornal impresso vai desaparecer?

Esta atividade possibilita aos estudantes que opinem a respeito do assunto proposto e desenvolvam a capacidade de escuta e argumentação.

Proponha a seguinte pergunta: O jornal impresso vai desaparecer? Explique a eles que cada vez mais os jornais impressos têm perdido espaço para publicações em mídias digitais, incluindo sites, blogues, aplicativos de celular, redes sociais, entre outros.

Pergunte a eles: Na casa de vocês é comum ler jornal impresso? O que vocês e seus familiares fazem para se informar/atualizar? Vocês acham que o jornal impresso tem mais serventia? O que vocês acham que acontecerá com os profissionais dos meios de comunicação impressos?

Deixe que os estudantes participem do debate livremente, desenvolvendo a escuta, o respeito aos diferentes pontos de vista e a habilidade de argumentar.

Após o término da discussão coletiva, peça a eles que respondam, individualmente, em um breve texto, à pergunta inicial.

Promova a socialização das produções deles em sala de aula.

5. a) Ele considera que os funcionários são despreparados para o trabalho, por isso são descuidados com o manuseio das frutas; as frutas são frágeis porque chegam ao mercado já muito maduras.

5. b) Os adjetivos caracterizam os funcionários e os alimentos, possibilitando ao leitor que visualize/imagine a cena, e os advérbios expressam circunstância, intensidade, modo etc. em relação aos fatos (sem nenhum critério, bastante, sem pena etc.). Essas expressões são usadas para convencer o leitor da ideia defendida no texto.

5. Para manifestar uma opinião, são usadas palavras que ajudam a esclarecer a ideia que se deseja evidenciar. Releia estes trechos do texto 1 e observe as palavras e expressões em destaque.

Trecho 1

[...] São amontoados sem nenhum critério, favorecendo a degradação precoce do produto que, em geral, é muito frágil. [...]

Trecho 2

[...] Canso de observar os funcionários que, trazendo as grades de frutas, muitas bastante maduras, despejam no mostruário sem pena, produzindo um estrago sem precedentes. Uma pena. [...]

a) Com base nos termos em destaque, qual é a opinião do autor a respeito dos funcionários? E sobre as frutas?

b) Que efeitos de sentido o uso dessas palavras e expressões –adjetivos e advérbios – traz ao texto? E com que finalidade são usadas em textos argumentativos?

6. a) Aos editores do jornal e aos demais leitores.

6. b) Atrair a atenção para o problema que relatará e, dessa forma, garantir que seu posicionamento será lido.

Alguns recursos linguísticos, como dirigir-se ao leitor diretamente e fazer perguntas retóricas, são maneiras de persuadir e envolver o leitor.

6. O texto 1 inicia com a frase “Observem um detalhe importante”.

a) O uso da forma verbal em destaque indica uma solicitação do leitor. A quem ele se dirige?

b) Ao usar essa forma verbal, que efeito de sentido se busca produzir nos leitores da carta?

Cartas de leitor e comentários são textos breves, que devem prezar por uma linguagem clara e objetiva. O uso de adjetivos e advérbios intensifica as ideias e ajuda a expressar o posicionamento do autor. Em alguns veículos, a carta do leitor costuma ter um título que resume e ajuda a antecipar o assunto tratado no texto.

SAIBA MAIS

A carta de leitor e o comentário que você leu foram publicados em espaços criados para os leitores interagirem com os veículos de comunicação. Mas essa não é a única forma de se posicionar a respeito de uma publicação. Ao compartilhar notícias, imagens e vídeos em uma rede social, por exemplo, os usuários também podem evidenciar uma opinião, uma preferência, uma crítica etc.

222

PROPOSIÇÕES

D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 222

Em Palavra aberta, tendo em vista que o objetivo das notícias é oferecer ao leitor informações referentes a fatos e acontecimentos pertinentes de modo mais preciso possível, nas atividades propostas serão contempladas as problemáticas relacionadas a esse universo, e as investigações das propriedades mais constantes do gênero, bem como a comparação de

notícias sobre um mesmo fato publicadas em diferentes veículos.

Se desejar, também é possível trabalhar questões como manipulações e o quesito da confiabilidade em momentos de fake news Pergunte aos estudantes se eles sabem o que é fake news, se já foram vítimas de notícia falsa ou conhecem alguém que tenha sido, por que eles acham que esse tipo de notícia é criado e o que podemos fazer para evitar que

07/06/22 16:51
222

ABERTA PALAVRA

Roda de notícias

Que tal selecionar textos jornalísticos que chamaram a sua atenção para compartilhar com os colegas e o professor em uma roda de notícias? Para isso, siga as orientações.

1 Em jornais e revistas (impressos e on-line) e em sites noticiosos, procure notícias, fotorreportagens, entrevistas e charges que gostaria de compartilhar e traga esse material para a sala de aula no dia combinado com a turma. Lembre-se de verificar a veracidade das informações nos textos encontrados. Para isso, converse com os colegas e o professor sobre como verificar se elas são falsas ou verdadeiras.

2 Forme grupo para analisar o material coletado, selecionando dois textos diferentes.

3 Se tiverem selecionado uma notícia ou reportagem, verifiquem se ela foi publicada em algum outro veículo e observem se há alguma diferença no título que possa dar um sentido diferente, mais amplo ou mais crítico etc. ao fato relatado. Veja, como exemplo, duas manchetes sobre o mesmo fato. Em que elas se diferenciam no modo de abordá-lo?

Prodígio! Menino de 12 anos cria pilha de longa duração com materiais recicláveis

APOLINÁRIO, Bianca. Prodígio! Menino de 12 anos cria pilha de longa duração com materiais recicláveis. Pais&Filhos, [s. l.], 15 out. 2021. Disponível em: https://paisefilhos.uol.com.br/crianca/prodigio-menino-de-12anos-cria-pilha-de-longa-duracao-com-materiais-reciclados/. Acesso em: 16 mar. 2022.

Menino de 12 anos que não tinha energia em casa cria pilha de longa duração com materiais reciclados

em: 16 mar. 2022.

4 Discutam sobre os textos selecionados, posicionem-se a respeito do conteúdo, dando uma opinião, expressando concordância ou discordância, fazendo críticas, sugerindo uma ação etc.

5 Compartilhem com os outros grupos os textos que vocês selecionaram, explicando, oralmente, do que se trata e o tema que abordam. Em seguida, exponham o posicionamento do grupo a respeito desses textos.

6 Durante a apresentação, procurem ficar atentos à fala dos colegas e, se desejarem interferir, acrescentar ou questionar algo, esperem o momento oportuno para fazê-lo. Lembrem-se de que esses posicionamentos deverão ser feitos de forma ética e respeitosa.

7 Ao expressarem a opinião, fiquem atentos à linguagem empregada, usando os tempos verbais e as concordâncias adequadas a uma situação de comunicação formal.

REALIZAÇÃO

Palavra aberta

Durante a realização da roda de notícias, comente que os fatos podem ser abordados de diferentes maneiras de acordo com o veículo de comunicação, que pode ressaltar ou diminuir o foco de algum aspecto. Isso ocorreu entre os títulos das notícias apresentadas na seção, diante do uso de recursos linguísticos variados, produzindo efeitos de sentido diferentes. Por exemplo, o primeiro título faz uso do ponto de exclamação depois da palavra prodígio, chamando a atenção do leitor. Já o segundo título apresenta mais informações para que o leitor entenda por que o menino criou uma pilha de longa duração.

D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 223

se propaguem. Explique-lhes que a checagem das fontes das notícias e a verificação de que foram publicadas em mais de um jornal são algumas das formas de averiguar a veracidade da informação.

posicionarem, justificando a escolha dos textos jornalísticos e explicando o tema abordado em cada material para a turma e o professor. Para começar as atividades, organize uma roda de conversa com os estudantes. Promova uma leitura compartilhada dos textos e inicie uma discussão. Oriente os estudantes a respeitar os turnos de fala dos colegas e os diferentes pontos de vista.

09/06/22 10:53

Oriente-os a fazer a pesquisa em fontes confiáveis, como portais de notícias de revistas e jornais de circulação nacional, por exemplo, pois essas mídias fazem a checagem de fatos antes de publicar os textos jornalísticos. Além disso, comente que é necessário eles fazerem uma leitura atenta das notícias selecionadas, de modo que façam a distinção de fato e da opinião enunciada em relação a esse mesmo fato noticiado. Comente também que é necessário sempre se posicionar de maneira respeitosa em relação aos conteúdos. Mencione que, ainda que seja uma apresentação feita em sala de aula, com a finalidade de avaliar uma atividade, a situação de comunicação deve ser considerada formal e, portanto, o cuidado com a linguagem deve ser observado.

PIETRO, Gabriel. Menino de 12 anos que não tinha energia em casa cria pilha de longa duração com materiais reciclados. Razões para acreditar. [S. l.], 14. out. 2021. Disponível em: https://razoesparaacreditar. com/menino-cria-pilha-longa-duracao-em-casa/. Acesso
223
A proposta sugerida nesta seção favorece o trabalho com as metodologias ativas e possibilita aos estudantes desenvolverem a argumentação, pois eles deverão trabalhar em grupos para fazer pesquisas e se 223

PROPOSIÇÕES

Em Por dentro da língua, nas atividades de Oração e período, os estudantes devem ser capazes de compreender que nos comunicamos, em linguagem verbal, por meio de enunciados – sequências de ideias encadeadas que transmitem uma mensagem a alguém –, e de distinguir os conceitos de oração e período.

Explique a eles que, para estabelecer os sentidos do texto, os enunciados precisam ser organizados em uma sequência de modo que as informações possam ser completadas pelos enunciados seguintes. Esse encadeamento possibilita compreender o sentido global do texto.

Para dar continuidade ao estudo da oração e do período, é possível levar diferentes textos para a aula e distribuí-los aos grupos. Oriente os estudantes a escolher um dos parágrafos do texto e a observar o título, indicando e quantificando orações e períodos.

Peça-lhes que preparem um resumo do texto fornecido para apresentá-lo aos colegas.

Comente que, nas interações face a face, como na conversação e até em debates, é comum que o falante não conclua seu pensamento ou seja interrompido pelo seu interlocutor, nem que seja com um mero olhar, um gesto, um sorriso etc., o que certamente traz, como consequência, orações (frases) incompletas. Já sabemos também que são as pausas feitas pelo falante no momento da fala que definem o término de períodos, de orações, diferentemente da escrita, em que os períodos são finalizados por meio de um sinal de pontuação.

1. a) O autor informa no comentário que sem os oceanos a vida é colocada em risco, já que a chuva é proveniente da evaporação das águas dos mares.

1. b) A notícia e o comentário do leitor apresentam fatos provocados pelo homem e que agridem não só o meio ambiente, mas também trazem prejuízos à humanidade.

Oração e período

2. a) Sugestão de resposta: O comentário do leitor está organizado em quatro partes, sendo a primeira finalizada com ponto de exclamação e as demais encerradas com ponto-final.

1. No texto 2 que você leu na seção Texto deste capítulo, o autor do comentário se mostra sensibilizado com a questão do derramamento de óleo nas praias do Nordeste.

a) Quais informações presentes no comentário sugerem que o autor do texto tem conhecimento sobre o assunto relacionado à preservação dos oceanos?

b) Que relação se pode estabelecer entre os assuntos abordados na notícia “‘Sopa de lixo’ no Pacífico tem três vezes tamanho da França” que você leu no Capítulo 1 e no comentário do leitor, apresentado anteriormente na seção Texto?

2. Releia o texto 2 na seção Texto deste capítulo.

Comentário

Vi e ajudei a retirar óleo das nossas praias aqui do Nordeste! Foi uma situação superdifícil para todos, para quem vive próximo ao mar ou distante. Poucas pessoas têm noção de que, sem os oceanos, todas as vidas estarão em risco, já que a chuva vem da evaporação de suas águas e a vida marinha é muito importante. Gostei demais da matéria e, a partir do que li, serei mais um a cuidar e defender o ambiente marinho.

a) O comentário do leitor está organizado em quatro enunciados. Explique essa afirmação.

b) Releia o primeiro enunciado do comentário do leitor.

Vi e ajudei a retirar óleo das nossas praias aqui do Nordeste! [...]

• Por meio das formas verbais apresentadas no trecho, quantas e quais foram as ações do autor do texto relacionadas ao óleo de praias do Nordeste?

3. Releia o terceiro enunciado do comentário do leitor.

2. b) Foram duas ações: o autor do comentário viu o óleo em praias do Nordeste e ajudou a retirá-lo. Leia orientações no Manual do Professor.

[...] Poucas pessoas têm noção de que, sem os oceanos, todas as vidas estarão em risco, já que a chuva vem da evaporação de suas águas e a vida marinha é muito importante. [...]

• Agora, organize mentalmente todas as informações do trecho, mas começando o enunciado por: “Sem os oceanos, todas as vidas estarão em risco [...]”. O que você observou? Essa organização garante o mesmo sentido do enunciado original do comentário? Explique.

REALIZAÇÃO

1. a) Espera-se que os estudantes identifiquem a informação de natureza científica que dá embasamento à opinião do autor do texto.

1. b) Espera-se que os estudantes consigam reconhecer o tema comum aos dois textos lidos. Se julgar oportuno, há a possibilidade de estudo interdisciplinar

com o componente de Geografia sobre o funcionamento do ciclo da água (como prevê a habilidade EF06GE04 da BNCC).

2. a) Recupere, se necessário, o conceito de enunciado – unidade da comunicação verbal –, oralmente, com a turma. Aproveite para sanar eventuais dúvidas.

2. b) Nessa atividade, é solicitado aos estudantes que mobilizem os conhecimentos sobre o conceito de oração. Reforce com

POR DENTRO DA LÍNGUA
224 D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 224 09/06/22 10:53 224

4. Agora, releia o segundo enunciado do comentário do leitor.

[...] Foi uma situação superdifícil para todos, para quem vive próximo ao mar ou distante. [...]

• Quantas infomações foram apresentadas? Explique como você chegou a essa conclusão.

Duas informações, por meio das formas verbais foi e vive

Na construção de textos, nas modalidades oral e escrita, os enunciados se organizam em períodos que se interligam para dar os sentidos pretendidos. Dentro do período, as informações se organizam em orações

Período é um enunciado formado por uma ou mais orações. Na escrita, o período termina com um sinal de pontuação. Oração é uma frase ou parte de uma frase que se estrutura em torno de uma forma verbal ou de uma locução verbal, que exerce a função de núcleo da oração.

Veja este exemplo extraído do comentário do leitor.

Gostei demais da matéria e, a partir do que li, serei mais um a cuidar e defender o ambiente marinho

PROPOSIÇÕES

Após as atividades propostas inicialmente, aborda-se o papel dos enunciados para a organização e produção de sentidos nos textos. Os estudantes devem perceber que o encadeamento dos enunciados – em períodos e orações –, em uma sequência, possibilita a compreensão do sentido global de um texto.

oração 1 oração 5

oração 2 oração 3 oração 4

Cada oração possui um verbo. Essas cinco orações, juntas, formam um período.

Agora observe o exemplo a seguir, extraído da notícia que você leu no Capítulo 1

[...] Numa área remota do Oceano Pacífico, entre a costa da Califórnia e o Havaí, o movimento das correntes marinhas concentra grande parte do lixo descartado em rios e mares. [...]

Como há apenas uma forma verbal (concentra), esse exemplo é formado de uma única oração e, por isso, consiste em um único período Os períodos podem ser simples ou compostos

O período simples é formado por uma oração, isto é, por apenas uma forma verbal ou locução verbal. A oração que compõe o período simples tem sempre um sentido completo

a turma que a oração é uma unidade constituída em torno de um núcleo verbal.

3. Espera-se que os estudantes organizem o enunciado de duas maneiras: “Sem os oceanos, todas as vidas estarão em risco, já que a chuva vem da evaporação de suas águas e a vida marinha é muito importante, poucas pessoas têm noção de que” ou “Sem os oceanos, todas as vidas estarão em risco, poucas pessoas têm noção de que, já que a

As frases possuem sentido completo e podem ou não apresentar um verbo. Já as orações são formadas por frases (ou parte de uma frase) que possuem obrigatoriamente uma forma verbal (verbo ou locução verbal).

chuva vem da evaporação de suas águas e a vida marinha é muito importante”. Ao final, espera-se que infiram que essa organização não garante sentido, ao contrário do enunciado original, em que as informações são interligadas e dependem umas das outras para estabelecer sentido ao trecho.

4. Nessa atividade, espera-se que os estudantes percebam a centralidade do verbo na formação das orações.

Conduza os conteúdos desta seção com base na leitura e na análise de trechos dos textos. Se for possível, selecione e analise, de modo coletivo e dialogado, outros trechos dos textos lidos, para que os estudantes possam se familiarizar e se apropriar dos procedimentos de análise inguística/semiótica.

Para que possam assimilar o período simples e o período composto, ressalte que uma frase verbal apresenta ao menos uma forma verbal ou locução verbal, enquanto a oração equivale a uma frase que se organiza em torno de uma única forma verbal ou locução verbal.

PARA ACESSAR

SILVA, Caroline Costa. Os gêneros anúncio publicitário e anúncio de propaganda: uma proposta de ensino ancorada na análise de discurso crítica. Dissertação (Mestrado Profissional em Letras) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2015. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/ bitstream/123456789/16753/1/ GenerosAnuncioPublicitariio.pdf. Acesso em: 26 maio 2022.

Esse estudo propõe desenvolver reflexões sobre aspectos relacionados ao uso da linguagem e às relações de dominação sobrepostas no contexto discursivo.

225
225 07/06/22 16:51 225
D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd

PROPOSIÇÕES

A análise linguística /semiótica que envolve os conhecimentos sobre a língua deve ter como objetivo levar os estudantes a desenvolver as capacidades de leitura e produção de textos orais e escritos, de modo que compreendam os elementos que compõem a materialidade dos textos. Portanto, não se trata de focar, em um primeiro momento, na metalinguagem utilizada nas descrições dos fatos da língua.

Após a leitura do boxe Conceito, estimule os estudantes a formular exemplos de período composto. Escreva na lousa as sugestões e peça à turma que analisem os exemplos, justificando-os: “Isto é um período composto? Por quê?”; “Quais são as orações?”. Se possível, peça a eles que façam uma breve pesquisa em jornais e revistas (impressos ou digitais) e extraiam alguns exemplos de período composto. Registre-os na lousa. Estimule-os a realizar uma análise coletiva dos exemplos obtidos. Valorize a participação de toda a turma.

Em Sintagma nominal e sintagma verbal, o objetivo é promover o conhecimento sintático dos estudantes sobre o sintagma nominal e o sintagma verbal, ambos responsáveis pela construção das orações.

Explique que sintagma é cada parte de uma oração que contém significado e que é formada por um núcleo. No sintagma nominal, o núcleo é constituído de um substantivo ou pronome. Esse núcleo pode vir acompanhado uma ou mais palavras que determinam ou modificam o seu sentido (artigos, pronomes, adjetivos, locuções adjetivas ou numerais).

É preciso que essas palavras se combinem de forma ordenada para produzir um significado. No sintagma verbal, o núcleo é uma forma verbal ou uma locução verbal.

Veja um exemplo de período simples (1 verbo 1 oração = 1 período).

[...] Mesmo a centenas de quilômetros de qualquer grande cidade, ela reúne garrafas, brinquedos, carcaças de produtos eletrônicos e redes de pesca abandonadas, entre outros objetos. [...]

O período composto é formado por mais de uma oração, por isso tem mais de uma forma verbal ou locução verbal. As orações que compõem o período composto podem ter sentido incompleto

Veja o exemplo de período composto.

oração 1

oração 2

O problema do lixo jogado no mar é grave, tanto que recebeu atenção especial na Conferência sobre os Oceanos das Nações Unidas, realizada no ano passado em Nova York.

oração 3

Observe que a oração 1 tem sentido completo, isto é, é possível compreendê-la isoladamente. As orações 2 e 3 têm sentido incompleto, isto é, dependem de informações contidas em outra oração para serem compreendidas por completo.

Sintagma nominal e sintagma verbal

A oração é formada por partes significativas que recebem o nome de sintagmas Veja este exemplo.

Os funcionários despejam as frutas sintagma verbal

sintagma nominal

Observe que cada sintagma tem o seu núcleo: funcionários (núcleo do sintagma nominal) e despejam (núcleo do sintagma verbal).

Sintagma nominal é a parte da oração que tem como núcleo um nome (um substantivo ou pronome).

Sintagma verbal é a parte da oração que tem como núcleo uma forma verbal ou uma locução verbal.

Orações e períodos na fala e na escrita

A organização dos enunciados em orações e períodos é uma característica da língua e, portanto, ocorre tanto na escrita quanto na fala.

Na escrita, os períodos são finalizados por um sinal de pontuação. Na língua falada, nem sempre os enunciados se realizam na forma de orações e períodos completos; por isso, é comum que os falantes utilizem recursos como um olhar, um gesto, um riso, uma pausa etc. para concluir um enunciado e marcar o término de orações e períodos.

PARA LER

NEVES, Maria Helena de Moura; CASSEB-GALVÃO, Vânia Cristina. O todo da língua: teoria e prática do ensino de português. São Paulo: Parábola, 2017.

Esse livro oferece subsídios para professores de ensino básico para a prática de ensino e aprendizagem de língua portuguesa, considerando uma abordagem que integra os aspectos sociais, funcionais, formais e cognitivos da língua.

226 D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 226 07/06/22 16:51 226

ATIVIDADES

1. As alterações climáticas e a degradação ambiental estão entre os maiores e os mais dramáticos desafios que o mundo enfrenta. A seguir, leia o trecho de uma notícia que trata de uma das consequências da seca no Pantanal Mato-grossense.

REALIZAÇÃO

1. A atividade mobiliza os conhecimentos de mundo dos estudantes, além de solicitar que infiram informações do texto lido. Considere as respostas dos estudantes, incentivando-os a justificar as explicações dadas.

Mutirão resgata e transporta jacarés ameaçados em meio à seca do Pantanal Operação, que contou com o Ibama do Mato Grosso, transportou em vans cerca de 70 animais desnutridos e desidratados no último mês. Captura exige quatro pessoas para conter jacaré

Um mutirão de organizações transportou jacarés ameaçados pela seca do Pantanal no último mês. Cerca de 70 animais desnutridos e desidratados foram transferidos de um corixo seco do Rio Pixaim, em Poconé (Mato Grosso), onde disputavam uma poça que chegava a 35ºC com pelo menos 600 jacarés. [...]

Com o princípio de interferir o mínimo possível no ambiente, o Ibama, em conjunto com outras organizações ambientais, decidiu remanejar os jacarés com base em um estudo da água restante do corixo, que se mostrou “inadequada para qualquer tipo de vida”. [...]

Cerca de 70 jacarés desnutridos e desidratados foram translocados de um corixo seco do Rio Pixaim, em Poconé (Mato Grosso).

VOCABULÁRIO

Translocados: transportados, deslocados. Corixo: atoleiro, charco, pequenos rios.

D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 227

PROPOSIÇÕES

Em Atividades, nas atividades de 1 a 5, a proposta é consolidar os conhecimentos linguísticos dos estudantes por meio de práticas de análise da língua, de maneira contextualizada e em uso, em um texto do gênero notícia. De maneira autônoma, os

Ao ler o texto com os estudantes, explique que o Pantanal é um bioma localizado na Região Centro-Oeste do Brasil, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, próximo às fronteiras da Bolívia e do Paraguai. Possui uma fauna extremamente rica. O ciclo climático compreende um inverno seco e um verão quente e chuvoso. Esse período chuvoso provoca inundação em suas planícies, podendo durar até oito meses. As planícies inundadas são consideradas a característica mais marcante da região pantaneira. Porém, esse bioma vem sofrendo as consequências das alterações climáticas e da degradação ambiental. Para manter o Pantanal vivo, é imprescindível que a população se conscientize sobre a importância de preservar o bioma evitando o desmatamento, as queimadas, a caça ilegal e a poluição das águas.

07/06/22 16:51

estudantes são convidados a refletir sobre o fenômeno da variação linguística e sobre a composição do gênero estudado. Além disso, o texto selecionado também dialoga com a temática da educação ambiental que permeia o módulo.

CALAZANS, Amanda. Mutirão resgata e transporta jacarés ameaçados em meio à seca do Pantanal. Estadão, [s. l.], 6 out. 2021. Disponível em: https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,mutiraoresgata-e-transporta-jacares-ameacados-em-meio-a-seca-dopantanal,70003861330. Acesso em: 17 mar. 2021. DIVULGAÇÃO/ECOTRÓPICA
227
227

REALIZAÇÃO

1. a) e 1. b) Deixe que os estudantes levantem hipóteses livremente e peça que argumentem. Se achar pertinente, proponha que busquem na internet outras notícias que abordem o mesmo fato para que tentem encontrar mais informações e validem as hipóteses mencionadas.

2. Espera-se que os estudantes reconheçam que a escolha de palavras não se dá de forma aleatória nas produções textuais e que o fenômeno da variação linguística contribui para a construção de sentidos nos textos.

3. Espera-se que os estudantes mobilizem os conhecimentos que têm sobre a composição do gênero notícia e sobre orações e períodos.

4. Espera-se que eles identifiquem a composição dos elementos que formam os períodos.

5. É esperado que os estudantes percebam que a análise linguística/semiótica contribui para a compreensão de um texto.

1. a) Provavelmente os animais escolhidos deveriam estar mais vulneráveis do que os demais.

1. b) Uma das possibilidades é o custo da operação de transporte e deslocamento desses répteis, além de ser necessário um grande número de pessoas para fazer o traslado.

a) A notícia relata que foram transportados 70 jacarés. Considerando que na poça havia, pelo menos, 600 jacarés, qual pode ter sido o motivo da escolha dos que foram deslocados?

b) Considerando que a água era “inadequada para qualquer tipo de vida”, por que os órgãos ambientais não fizeram o mesmo com os demais jacarés?

2. Na notícia, foi empregada a palavra corixo , termo muito usado no Pantanal. Se a opção fosse pelo uso da palavra charco ou poça , o efeito de sentido seria o mesmo?

Não. A palavra corixo caracteriza uma formação recorrente no Pantanal e remete diretamente à região onde os fatos ocorreram.

3. Após a linha fina, as informações foram organizadas em períodos, finalizados com ponto-final, para que o leitor pudesse compreendê-las.

a) Quantos períodos há no trecho do corpo da notícia?

Há três períodos.

b) Na composição do corpo da notícia, predominam os períodos compostos. Considerando os fatos relatados, por que há essa predominância?

Porque, além de informar o que aconteceu, foram incluídas outras informações para que o leitor possa entender o texto.

4. O primeiro período da notícia é um período simples, portanto é formado por uma oração. Junte-se a um colega, releiam esse período e, no caderno, indiquem o sintagma nominal e o sintagma verbal. Depois, identifiquem os respectivos núcleos.

5. Releia o segundo período do texto.

a) Quantas orações ele contém?

Três orações.

4. Sintagma nominal: “Um mutirão de organizações” (núcleo: mutirão); sintagma verbal: “transportou jacarés ameaçados pela seca do Pantanal no último mês” (núcleo: transportou).

b) Os fatos apresentados nas orações são importantes para o entendimento do texto? Justifique

Sim; por meio dele o leitor fica sabendo o número de jacarés transferidos, de onde eles vieram, o que havia na poça e a temperatura da água.

c) Releia a primeira oração do segundo período do corpo da notícia.

[...] Cerca de 70 animais desnutridos e desidratados foram transferidos de um corixo seco do Rio Pixaim, em Poconé (Mato Grosso) [...].

• No caderno, transcreva o item que indica o sintagma nominal e o item que indica o sintagma verbal. Depois, identifique os respectivos núcleos.

Sintagma nominal

I. Cerca de 70 animais

II. Animais desnutridos e desidratados

III. Cerca de 70 animais desnutridos e desidratados

Item III. O núcleo é animais.

Sintagma verbal

I. foram transferidos de um corixo seco do Rio Pixaim, em Poconé (Mato Grosso).

II. transferidos de um corixo seco do Rio Pixaim.

III. corixo seco do Rio Pixaim, em Poconé (Mato Grosso).

Item I. O núcleo é foram transferidos

228 D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 228 11/06/22 10:38 228

REALIZAÇÃO

Cotidiano

Do meio da multidão, Efebaldo emergia como um santo rumo ao Céu. Assim iniciava mais um dia de trabalho: subindo num banquinho, na esquina das avenidas, gritando que a sorte é para todos, o cavalheiro pode mudar sua vida, é só comprar a cartela da Loteria Federal. De vez em quando, trocava gentilezas com a guarda de trânsito. Tinha clientes assíduos, que não falhavam uma semana. [...]. Meio-dia passava a moça do pastel [...]. Efebaldo sentava-se e comia. Ele, o jornaleiro, o ambulante da agulha de limpar fogão – quase uma família.

6. Leia um miniconto do escritor Leonardo Brasiliense. Nele, o narrador conta o cotidiano de Efebaldo, um trabalhador brasileiro. O miniconto é uma narrativa escrita em um único parágrafo ou mesmo em uma única linha. As características mais importantes são a concisão e a sugestão, pois cabe ao leitor ou ouvinte construir todo o contexto, imaginando o que ocorreu e os desdobramentos do que foi narrado.

BRASILIENSE, Leonardo. Cotidiano. In: BRASILIENSE, Leonardo. Meu sonho acaba tarde. Porto Alegre: WS Editor, 2000.

a) O miniconto narra o cotidiano de Efebaldo, um vendedor de cartelas da Loteria Federal. Com base nas ações descritas, como era a manhã de trabalho do personagem?

b) No miniconto, além de Efebaldo, aparecem outros personagens. Considerando o que fazem, como parece ser a realidade da maioria desses personagens?

7. No primeiro período do texto, o narrador usa uma metáfora para se referir ao início do dia do personagem: “emergia como um santo rumo ao céu”. O que o uso dessa figura de linguagem pretende enfatizar sobre Efebaldo?

8. O miniconto foi construído com um único parágrafo, composto por períodos que dão encadeamento às ações narradas. Quantos períodos formam os sentidos do texto? Por que é possível saber isso?

O texto é formado por sete períodos. Os períodos são marcados por pontos e apresentam sentido completo.

9. Os períodos foram organizados de modo a possibilitar ao leitor entender a rotina de Efebaldo até o horário do almoço.

a) Que período informa isso ao leitor?

“Meio-dia passava a moça do pastel.”

b) Como pode ser classificado esse período? Por quê?

10. Observe que, a partir daí, o ritmo do personagem muda, tornando-se mais lento.

a) Que período revela isso ao leitor? Por quantas orações ele é formado?

b) O que é possível imaginar que poderá acontecer após esse momento?

11. Observe que, no último período, a forma verbal não aparece, ma s é sugerida pelo contexto. Qual é ela? Que efeito de sentido provoca sua ausência?

6. a) Efebaldo seguia a mesma rotina todos os dias: subia em um banquinho para atrair seus clientes e comia o pastel vendido por uma moça, junto com o jornaleiro e um ambulante.

6. b) Parece ser uma vida dura, difícil, pois, com exceção da guarda de trânsito e dos clientes (não fica claro o que fazem), os personagens são pessoas que trabalham informalmente, fazendo “bicos”, isto é, não têm emprego fixo, pertencem a uma classe social de baixo poder aquisitivo.

7. Provavelmente, a ideia de que ele poderia realizar o sonho de alguém ganhar na loteria, um milagre como o de um santo, associado ao fato de ele ficar mais alto e visível para as pessoas que passavam na rua.

9. b) Período simples, porque a oração é construída em torno de uma única forma verbal: passava.

10. a) Efebaldo sentavase e comia.” O período é formado por duas orações.

10. b) Provavelmente, Efebaldo irá descansar e depois continuar a vender suas cartelas ou poderá ir para casa, para retornar à sua rotina no dia seguinte.

11. Eram. A ausência da forma verbal reforça a ideia de união entre as pessoas que o narrador deseja expressar. 229

PARA LER

SPALDING, Marcelo. Minicontos. Porto Alegre: Metamorfose, 2018.

O autor é pesquisador de contos concisos e pós-doutor em Escrita Criativa. Em sua dissertação de mestrado, defendeu a presença do miniconto na literatura brasileira como uma reinvenção contemporânea. Sua obra reúne títulos de ficção e trabalhos acadêmicos.

6. Explique aos estudantes em que consiste um miniconto. Diga-lhes que, nessas narrativas, cabe ao leitor preencher as lacunas, isto é, aquilo que não foi dito. A concisão é a característica mais importante desse gênero textual, mas outros elementos da narrativa estão presentes também. Comente com os estudantes que o autor Leonardo Brasiliense (1972-) nasceu em São Gabriel (RS) e formou-se em Medicina na Universidade Federal de Santa Maria. É autor de livros de teoria psicanalítica, contos, minicontos juvenis, romances e novelas. Recebeu os prêmios Jabuti e Açorianos, além de ter livros selecionados para o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE).

7. Observe se os estudantes percebem o efeito de sentido que a metáfora produz no texto.

8. e 9. Nessas atividades, espera-se que os estudantes consolidem os conceitos de oração e período.

10. Explique aos estudantes que, nos minicontos, a narrativa deixa espaço para que o leitor preencha os sentidos que, muitas vezes, são sugeridos mas não ditos.

11. Comente com os estudantes que a forma verbal eram está subentendida, ou seja, não está presente no período, mas pode ser identificada pelo contexto. Apresente outros exemplos, como: “Alguns jogadores fizeram sua parte no jogo; outros, não.”, “Choveu muito aqui hoje; ontem, não”.

11/06/22 10:38 229
D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 229

PROPOSIÇÕES

Em Língua em cena , o objetivo da atividade proposta é que os estudantes apliquem o conhecimento apreendido sobre período e oração em textos de circulação real, no caso, em capas de revista. Esse tipo de proposta envolvendo pesquisa possibilita o trabalho com metodologias ativas, e a análise comparativa permite aos estudantes desenvolverem o pensamento computacional, já que eles terão de reconhecer se existem padrões entre as chamadas em capas de revista. Se possível, leve para a sala de aula revistas científicas, para que os estudantes analisem as imagens e os textos das capas. Para isso, organize, cuidadosamente, uma bancada para expor as revistas. É importante que esse momento seja valorizado. Inicie a aula solicitando aos estudantes que leiam as capas das revistas que você levou para a sala e que observem atentamente as escritas e as imagens. Incentive-os a compartilhar com os colegas as informações que observaram.

REALIZAÇÃO Língua em cena

1. Peça a eles que observem a capa da revista antes de responderem às perguntas. Oriente-os a olhar bem a cor da água e a levantar hipóteses sobre por que a imagem teria sido apresentada assim. Comente que o petróleo explorado no Brasil se encontra submerso no mar, diferentemente de países do Oriente Médio, como a Arábia Saudita, em que os campos petrolíferos estão em terra. Solicite a eles que levantem hipóteses sobre o sentido da metáfora expressa no título principal

LÍNGUA EM CENA

Período e oração em capa de revista

As capas das revistas têm a finalidade de atrair o olhar do leitor para o teor dos textos publicados.

1. A seguir, leia a capa de uma revista que se dedicada na divulgação de informações relacionadas à ciência.

1. a) Provocar impacto no leitor, pois o movimento das ondas e a cor escura do mar sugerem a ideia de força e destruição das ondas, uma das consequências provocadas por terremotos.

1. b) A imagem possibilita ao leitor inferir o que será abordado na reportagem, que possivelmente vai tratar de questões ligadas aos recursos petrolíferos e sua relação com terremotos.

2. O enunciado sem a forma verbal torna a mensagem mais objetiva, curta e concisa e, junto com a imagem, produz o efeito esperado. Dessa forma, a ausência de um sintagma verbal não prejudicou o entendimento.

a) Que efeito de sentido a imagem que compõe a capa da revista pretende produzir no leitor?

b) De que forma essa imagem contribui para reforçar a chamada “Terremotos no mar: Perigo potencial para recursos petrolíferos do país”?

2. Observe que, ao elaborar a chamada da reportagem, foi utilizado apenas um sintagma nominal. A ausência de um sintagma verbal prejudicou o entendimento? Em sua opinião, por que esse recurso foi empregado? Reúna-se com um colega. Juntos, busquem uma capa de revista em que a chamada seja semelhante à que vocês analisaram e outra em que a chamada tenha um período ou oração. Em seguida, comparem-nas e analisem qual das duas produz mais impacto no leitor. Anotem suas conclusões no caderno e, no dia combinado com o professor, apresentem para os colegas as capas e a análise que fizeram.

da capa. Pergunte-lhes se o impacto para o leitor seria o mesmo se a frase fosse “Exploração de petróleo em perigo”.

2. Reitere que as frases que não apresentam formas verbais ou que contêm apenas uma palavra são muito utilizadas em títulos porque elas transmitem ideias de modo rápido e com clareza. Acrescente ainda que um enunciado, para que tenha sentido, não precisa apresentar forma verbal, mas, sim,

estar contextualizado. Ao observar a foto e o título na capa de uma revista intitulada Ciência Hoje, por exemplo, pode-se compreender o sentido e a intenção dos enunciados.

Por fim, oriente a busca das capas e peça que elaborem as análises e as conclusões que serão apresentadas.

CIÊNCIA HOJE. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, v. 57, n. 337, jun. 2016. Disponível em: https://cienciahoje.org.br/ edicao/337/. Acesso em: 17 mar.2022. INSTITUTO CIÊNCIA HOJE
230
230 11/06/22 10:40 230
D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd

PRODUÇÃO ESCRITA

Notícia

Você e os colegas vão produzir notícias sobre fatos locais e recentes que sejam de relevância social e que mereçam ser divulgados para a comunidade escolar. Ao final da atividade, esses textos jornalísticos poderão ser publicados no site, no blogue ou nas redes sociais da turma ou da escola.

Planejando a notícia

1 Forme um grupo com seis colegas e conversem sobre quais fatos, situações e acontecimentos recentes na escola, no bairro ou na cidade de vocês pode se tornar assunto da notícia. Pode ser uma campanha de arrecadação de agasalhos, a inauguração de uma praça ou de um parque, uma ação de proteção das árvores e dos animais de rua, uma feira de produtos reciclados, entre outros acontecimentos.

2 Com a ajuda do professor, listem os fatos mais relevantes que vocês observaram e registrem o que coube ao grupo. É importante que cada grupo fique responsável pela escrita de notícias diferentes.

3 Após definirem o fato que será noticiado, organizem-se para a coleta de informações.

Pesquisando e coletando informações

1 Realizem uma pesquisa para identificar:

• O que aconteceu?

• Quem ou com quem?

• Onde?

• Quando?

• Como?

• Por quê?

2 Com a ajuda do professor, façam uma lista de pessoas que poderiam ser consultadas a respeito do assunto, de acordo com o fato que vai ser tema da notícia: participantes da comunidade escolar, moradores, comerciantes da região, entre outros.

3 Elaborem perguntas sobre o assunto que façam o entrevistado ajudar vocês a responder às perguntas listadas no item 1 desta parte da produção.

4 Antecipadamente, combinem com o entrevistado o local, a data e a hora que vocês farão a coleta das informações. Além disso, preparem o material necessário para registrar a entrevista: vocês podem anotar as respostas em um caderno ou utilizar equipamento de gravação de áudio ou vídeo, como celular contendo essas ferramentas.

PROPOSIÇÕES

Nesta prática de Produção escrita, propõe-se aos estudantes escrever uma notícia local, de relevância social, com base em fatos. Para isso, terão que assumir a função de repórter para a busca dessas informações, assim como discutir as soluções para o problema. O objetivo dessa atividade é que os estudantes exercitem a habilidade

da escuta, bem como a de selecionar as informações mais importantes para transformar relatos orais em texto escrito. Nesta atividade, os estudantes também podem articular os conhecimentos aprendidos no componente de Língua Portuguesa com as situações vivenciadas na realidade ao redor, desenvolvendo, assim, a formação de cidadãos para uma sociedade mais justa e democrática.

Além disso, dada a natureza do trabalho em equipe, contribui-se para a promoção de práticas de cooperação entre os estudantes, possibilitando o desenvolvimento da empatia entre eles e os demais membros da comunidade escolar. Também pode ser uma oportunidade de aprendizagem com base em projetos, promovendo o trabalho com metodologias ativas por meio do trabalho de campo, do desenvolvimento das habilidades de escuta ativa e seleção de informações, bem como da tomada de decisão para viabilizar a produção, em todas as suas etapas. Dessa forma, os estudantes podem atuar como protagonistas da própria aprendizagem, com responsabilidades individuais na produção coletiva da notícia.

REALIZAÇÃO

Produção escrita

Na etapa Planejando a notícia, oriente a escolha do fato a ser noticiado e reforce a questão da relevância social para a comunidade escolar. Na etapa Pesquisando e coletando informações , oriente os estudantes a conversar sobre as perguntas antes de respondê-las. Destaque a importância de escutarem as respostas dos entrevistados sem praticar juízo de valor, tendo em vista que, como repórteres, não podem influir na resposta dos entrevistados. Enfatize que coletem as falas dos entrevistados e, para a produção escrita, realizem a seleção das falas mais relevantes. Lembre-os de que a estrutura da notícia deve transmitir as informações de modo claro e objetivo, respondendo a questões, como: O que ocorreu? Onde? Como? Quando?, entre outras.

231
07/06/22 16:51
D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 231
231

REALIZAÇÃO

Na etapa Planejando e escrevendo a notícia, promova um ambiente de discussão e socialização para que os estudantes decidam quais informações serão inseridas no texto e de que modo elas serão importantes para a compreensão do fato.

PARA ASSISTIR

FAKE news: por que se espalham e como evitar? 2018. Vídeo (2min9s). Publicado pelo canal Portal Uai. Disponível em: www.youtube.com/ watch?v=51Au5UCmqnE. Acesso em: 26 maio 2022.

Esse vídeo destaca a importância de os leitores ficarem atentos a alguns pontos a fim de não contribuir com a distribuição de boatos e notícias falsas.

PARA ACESSAR

OLIVEIRA, Tory. O que move as fake news? Nova Escola, São Paulo, 5 jun. 2018. Disponível em: https://novaescola.org.br/ conteudo/11824/o-que-moveas-fake-news. Acesso em: 26 maio 2022.

Esse artigo apresenta informações a respeito do cenário de fake news e o papel da educação no combate à desinformação.

5 No dia combinado, peçam a autorização do entrevistado para usar o depoimento e a imagem dele na produção da notícia. Antes de fazerem as perguntas, anotem os dados sobre a pessoa entrevistada, como nome, idade, profissão e de que maneira ela está relacionada ao fato que desejam noticiar.

6 Se possível, registrem o fato em fotografia e/ou vídeo. Esse material poderá ser usado na produção da notícia.

Planejando e escrevendo a notícia

1 Depois de colhidas as informações, preparem-se para analisar as que são pertinentes para a notícia que vão produzir.

2 Conversem sobre o que foi apurado durante a entrevista. Leiam as anotações, escutem as gravações e decidam quais informações serão inseridas no texto.

3 Avaliem a possibilidade de produzir um hiperlink relacionado ao assunto da notícia – um mapa, um verbete ilustrado, uma fotorreportagem. Para isso, pensem também nesta questão: O que poderia interessar aos leitores?

4 Cada integrante do grupo ficará responsável por produzir alguns elementos da notícia:

• Dois estudantes vão escrever o primeiro parágrafo (lide) –O que aconteceu/está acontecendo? Quem está envolvido? Quando? Onde? Por quê?/Para quê? – e os parágrafos seguintes, detalhando em cada parágrafo um aspecto novo sobre o fato. Esse recurso assegura mais clareza ao texto.

• Um estudante vai selecionar as declarações das pessoas envolvidas e escrever a entrevista. Releiam as explicações sobre as diferentes maneiras de inserir declarações na seção Explorando o texto do Capítulo 1

• Um estudante vai produzir um hipertexto.

Importante

A notícia deve expressar credibilidade ao leitor. Desse modo, escrevam o texto em terceira pessoa, redijam períodos curtos, com vocabulário acessível e linguagem adequada à situação, sem usar gírias ou expressões muito coloquiais.

• Um estudante vai elaborar o título e o subtítulo (ou linha fina) da notícia – releiam sobre esse assunto na seção Explorando o texto do Capítulo 1 – e escolher duas fotografias (que retratem de modo impactante o fato), além de escrever as legendas. Reservem as imagens, pois elas só deverão ser inseridas quando o texto for finalizado.

• Um estudante vai diagramar o texto e as fotos e legendas.

232
11/06/22 10:41
D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 232
232

Revisando e reescrevendo a notícia

1 Revisem o texto produzido, conferindo se as informações estão corretas e se os elementos de uma notícia estão presentes nele. Para isso, analisem os aspectos a seguir:

• O fato relatado é relevante para os leitores aos quais se destina?

• As informações são suficientes e possibilitam ao leitor uma maior compreensão do fato?

• Os depoimentos e/ou as citações de especialistas ajudam a dar credibilidade aos fatos relatados?

• Os dados, se houver, acrescentam novas informações?

• O título atrai a atenção do leitor?

• O subtítulo cumpre a função de ampliar o título?

• O primeiro parágrafo contém as informações do lide?

• Os parágrafos seguintes, que compõem o corpo da notícia, apresentam novas informações e detalhes sobre o fato noticiado?

• A imagem e a legenda mostram claramente o fato e acrescentam informações?

2 Em seguida, releiam o texto para verificar os seguintes aspectos:

• Os tempos verbais usados no título e no corpo da notícia estão no presente e no pretérito do indicativo?

• Foram usados recursos que ajudam a identificar quem fala no texto?

• A linguagem do texto é formal e adequada à situação de comunicação?

• As palavras estão escritas de acordo com a norma-padrão?

• Foram usados recursos de coesão para interligar as partes do texto?

• Foram empregados os sinais de pontuação – ponto-final, vírgula, ponto e vírgula etc. – de maneira adequada?

• A concordância – nominal e verbal – foi empregada adequadamente?

3 Redijam a versão final da notícia fazendo as correções necessárias.

4 Insiram as fotografias (relacionadas ao fato e as da entrevista, se houver) no texto e o entreguem ao professor.

Publicando a notícia

1 Com a ajuda do professor, os textos devidamente revisados serão encaminhados para serem publicados no blogue da turma ou no site da escola.

2 Após a publicação, acessem o site e leiam as notícias produzidas pelos demais grupos.

3 Compartilhem as notícias que a turma produziu com familiares, amigos e pessoas da comunidade escolar, a fim de atrair vários leitores. Com a ajuda do professor, vocês também podem encaminhar os textos para um jornal on-line do bairro ou da cidade em que vivem.

REALIZAÇÃO

Ao final da etapa Revisando e reescrevendo a notícia , para avaliar a produção da atividade, apresente uma ferramenta para que cada estudante possa avaliar a sua produção e a dos colegas. Sugestões de ferramentas avaliativas:

• As informações foram escritas de maneira precisa e clara, facilitando a compreensão de todos?

• O texto foi escrito em 3a pessoa?

• A notícia transmitiu credibilidade ao leitor?

• Foram inseridas fotografias relacionadas com o fato e a entrevista?

Na etapa Publicando a notícia, se julgar pertinente, faça a divulgação dos textos no blogue da turma; é possível criar um blogue, caso ainda não tenham. Tal plataforma poderá ser acessada pela comunidade escolar e ser restrita a convidados. Convide os estudantes a ler e interagir com as postagens que vão sendo feitas. Em conjunto, definam um nome para o blogue.

PARA ASSISTIR

COMO o professor pode criar um blogue simples e gratuito em minutos... 2015. Vídeo (13min59s). Publicado pelo canal Ferramentas do Professor. Disponível em: www.youtube.com/watch?

v=1WBcl20EwHg. Acesso em: 26 maio 2022.

O canal Ferramentas do Professor divulga vídeos tutoriais para professores da Educação Infantil, do Ensino Fundamental Anos Iniciais e Finais, do Ensino Médio e do Ensino Superior. Os vídeos também podem ser acessados por quem trabalha com Educação a Distância (EaD) e por aqueles que desejam aprender e conhecer mais sobre atividades on-line, programas e aplicativos utilizados na Educação.

233 D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 233 07/06/22 16:51 233

Habilidades de encerramento

• EF69LP13

• EF69LP15

• EF69LP21

• EF67LP23

• EF69AR01

• EF69AR04

• EF69AR05

• EF69AR08

• EF69AR31

PROPOSIÇÕES

Nas atividades de Linguagens em conexão propõe-se um diálogo entre as manifestações artísticas e o Tema Contemporâneo Transversal Educação para o consumo. O uso de imagens de instalações de arte, produzidas por uma artista japonesa contemporânea, visa a contribuir para a reflexão sobre o problema do consumo excessivo e da produção massiva de lixo nas sociedades e para o estranhamento e sensibilização dos estudantes diante de uma obra artística.

Antes da realização das atividades, oriente os estudantes a conversar e a expressar opiniões acerca das questões. Considere que não é necessário que respondam às questões uma a uma, em sequência, mas que as tenham como tópicos importantes para o encaminhamento da discussão. Peça-lhes que escutem os colegas com atenção e respeitem as opiniões, posicionamentos e argumentos diferentes dos deles.

CONEXÃO LINGUAGENS EM

Arte como denúncia

Neste módulo, você leu notícia, letra de canção, cartas do leitor e outros textos que tratam de importantes questões ambientais. Mas há outras maneiras de abordar e denunciar atitudes que afetam o meio ambiente e propor reflexões acerca desse tema. Muitos artistas visuais, por exemplo, utilizam a arte para expor o que pensam.

A artista japonesa Sayaka Ganz (1976-) cria objetos tridimensionais utilizando apenas materiais plásticos resgatados do lixo. Para a exposição Reclaimed Creations (“Criações recuperadas”), ela produziu diversas esculturas de animais que parecem estar em pleno movimento. As esculturas possuem grandes dimensões e são muito coloridas.

Observe as imagens, relembre o que você estudou neste módulo e reflita a respeito do descarte de lixo no meio ambiente. Pense nos significados que essas esculturas produzidas com plásticos reutilizados podem apresentar. Então, converse com os colegas sobre as perguntas a seguir.

PARA ACESSAR REALIZAÇÃO

SRUR, Eduardo. PETS. Eduardo Srur. São Paulo, c2022. Disponível em: www.eduardosrur.com. br/intervencoes/pets. Acesso em: 26 maio 2022.

No site do artista Eduardo Srur, há texto, fotos e vídeos sobre sua intervenção artística PETS, que instiga o público a refletir sobre os problemas provocados pela paisagem urbana contaminada.

1. A atividade possibilita que os estudantes ampliem o repertório de experiências artístico-culturais. Incentive-os a observar as imagens atentamente e a ler a descrição que as acompanha. Auxilie-os a se imaginar na cena em que as obras estão instaladas e a expressar as impressões e os sentimentos provocados por essa cena imaginária, deixando fruir os sentimentos de

deleite, estranhamento etc. Espera-se que a observação das imagens leve os estudantes a refletir sobre o problema do lixo no meio ambiente, principalmente nos oceanos. Incentive-os a criar hipóteses e justificar posicionamentos com base no que aprenderam e no que observaram nas imagens. É possível entender que o gesto simbólico da artista de retirar o excesso de plástico do lixo acaba “dando vida” a animais.

BNCC
SAYAKA GANZ
234
234 09/06/22 10:53 234
GANZ, Sayaka. Nanami. 2017. Objetos plásticos reutilizados, estrutura de alumínio pintada e fio, 152 cm × 488 cm × 183 cm.
D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd

1. Em sua opinião, o que motivou a artista a criar esculturas em forma de animais com materiais plásticos resgatados do lixo?

Resposta pessoal.

2. Quais dos materiais utilizados para compor as esculturas você reconhece?

Resposta pessoal.

3. Você sabe qual é a quantidade de objetos plásticos que você descarta por semana no lixo? Como você poderia reduzir essa quantidade? Respostas pessoais.

4. Quais são os problemas ocasionados pelo uso e descarte excessivo de plástico no planeta?

5. Se você fosse responsável por organizar uma exposição com os animais criados por Sayaka Ganz, em que local colocaria as obras? Por quê? Respostas pessoais.

PARA ACESSAR

• Reclaimed Creations. Disponível em: https://sayakaganz.com/3. Acesso em: 17 mar. 2022. Faça um tour virtual pela exposição de Sayaka Ganz e repare como as esculturas estão expostas no espaço, como elas são coloridas e dão a impressão de movimento. Também é possível observar detalhes das obras e identificar os materiais utilizados pela artista.

• Trashion. Disponível em: www.washedup.us/trashion.html. Acesso em: 17 mar. 2022. Nessa série, a artista australiana Marina DeBris trabalha com materiais coletados do lixo para criar objetos de arte, particularmente peças de vestuário, produzindo um trabalho que chamou de Trashion, uma junção das palavras em inglês fashion (moda) e trash (lixo). Nesse trabalho, a artista denuncia, com humor, o descarte inadequado de lixo.

4. O descarte excessivo de plástico polui ambientes tanto terrestres quanto aquáticos, como oceanos, mares e rios. Ele favorece enchentes urbanas e, principalmente, o aumento do efeito estufa, contribuindo para o agravamento das mudanças climáticas e do aquecimento do planeta. 235

atenção deles para o fato de que existe um descarte excessivo de plástico, no mundo todo. Ressalte que as sociedades estão habituadas a isso, mas todos precisamos pensar em soluções, pois o planeta está sendo impactado com as graves consequências dessa prática.

4. Peça aos estudantes que retomem o que aprenderam sobre o uso e descarte de lixo no planeta ao longo deste módulo e, se necessário, reforce alguns pontos com eles. Esta atividade propicia aos estudantes a construção de argumentos.

5. Comente com os estudantes que o profissional responsável por montar exposições é, em geral, o curador. Aponte que, nesta atividade, eles podem se imaginar nessa função. Lembre-os de que as obras de arte não precisam ser expostas somente em espaços formais, como museus e galerias, mas também podem estar presentes em espaços públicos e outros espaços não convencionais. Então, proponha que pensem livremente onde colocariam as obras, considerando quais pessoas eles gostariam que vissem as esculturas e tivessem a oportunidade de refletir a respeito da temática do meio ambiente.

D2-194-235-POR-F2-2102-V6-M5-LA-G24_AVU.indd 235

2. Incentive os estudantes a observar as imagens com atenção para identificar alguns objetos plásticos que a artista utilizou. Ressalte que ela utiliza materiais resgatados do lixo, portanto muitos deles são de uso cotidiano, como talheres, utensílios de cozinha e peças de brinquedos.

3. Proponha uma conversa com a turma, sem julgamentos e críticas pessoais, sobre o consumo de plástico e descarte de lixo. Fomente

uma discussão produtiva, em que os estudantes possam sugerir medidas de redução do impacto da ação humana no meio ambiente. Incentive-os a recordar as próprias rotinas e a pensar como o plástico está presente no cotidiano de todos. Lembre-os de que o plástico não está apenas em grandes objetos, mas também em pequenas embalagens de alimentos, além de estar em canudos, escovas de dentes e capinhas de celulares. Chame a

11/06/22 10:41

GANZ, Sayaka. Dulu. 2020. Objetos plásticos reutilizados, estrutura de aço e fio, 183 cm × 81 cm × 46 cm. SAYAKA GANZ
235

Competências do módulo

Gerais: 1, 4, 5, 9, 10

Linguagens: 1, 2, 3, 4

Língua Portuguesa: 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9

Educação Física: 1

Habilidades da abertura

• EF69LP21

• EF67LP23

• EF69AR04

• EF69AR05

• EF69AR31

Tema Contemporâneo Transversal

• Educação para o trânsito

INTRODUÇÃO

Neste módulo, os estudantes são incentivados a refletir sobre a necessidade do cumprimento de regras no trânsito em nossa sociedade priorizando a educação para a paz, por meio de exemplos positivos capazes de desenvolver padrões de interação com os outros e com o meio. No eixo de leitura, os gêneros textuais contemplados são artigo de opinião, entrevista e peça de campanha, dos quais serão exploradas as principais características. O eixo de análise linguística tem como foco o reconhecimento de neologismos, a reflexão sobre os diferentes tipos de sujeito na elaboração de textos e o uso de recursos de persuasão do interlocutor. No eixo de produção textual, o trabalho enfoca a produção multimodal de um cartaz de campanha. O módulo está fortemente associado ao Tema Contemporâneo Transversal Educação para o trânsito

OBJETIVOS

• Explorar as características dos gêneros artigo de opinião e peça de campanha.

• Reconhecer as diferenças entre os gêneros artigo de opinião e entrevista.

• Distinguir sujeito de predicado em uma oração.

• Reconhecer o fenômeno linguístico neologismo.

FIQUE POR DENTRO

• Artigo de opinião

• Entrevista

• Sujeito e predicado

• Neologismo

• Peça de campanha

• Discussão de temas para campanha de conscientização

• Sujeito simples e sujeito composto

• Recursos persuasivos

• Produção multimodal: cartaz de campanha

• A bike além do transporte

• Identificar estratégias argumentativas em peças de campanha.

D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 236

• Discutir temas relacionados a campanhas de conscientização.

• Refletir sobre os diferentes tipos de sujeito na construção do texto.

• Compreender os recursos usados no processo de persuasão do interlocutor.

• Realizar uma produção multimodal: cartaz de campanha.

BNCC
MÓDULO TRÂNSITO LEGAL 6
FLORIO, MARTÍN LUCAS. PASEO POR GENERAL GUIDO. 2013. GRAFITE. BUENOS AIRES, ARGENTINA.
236
FLORIO, Martín Lucas. Passeio por General Guido. 2013. Grafite. Buenos Aires, Argentina.
07/06/22 17:41 236

IMAGEM EM FOCO

3. Provavelmente, estimular o uso da bicicleta, principalmente nas ruas de Palermo, bairro conhecido em Buenos Aires, evidenciando o lado divertido e descontraído desse meio de transporte.

A imagem faz parte de uma série de grafites que têm como tema a bicicleta e estão espalhados pelas ruas de Palermo, bairro de Buenos Aires (Argentina). As obras são do grafiteiro Martín, um dos primeiros artistas desse gênero da capital argentina.

1. O que mais chama a sua atenção ao observar a imagem?

Resposta pessoal.

2. O título do grafite refere-se ao nome da rua onde ele se encontra. Que elementos na imagem contribuem para dar a ideia de passeio, de movimento?

que aparece através da roda traseira sem aros; e a presença do balão de ar quente, do Sol e das casas antigas nessa roda; o uso das cores; a expressão do rosto retratado; o formato da bicicleta. Possibilite um momento de apreciação e deixe-os livres para que analisem os elementos que desejarem. Note que as interpretações serão variadas.

Explique que o grafite faz parte do movimento hip-hop, conjunto de manifestações culturais que surgiram em Nova York nos anos 1970, o qual foi difundido mundialmente. O rap (música), o grafite (arte visual) e o break (dança) são alguns dos elementos que fazem parte dessa cultura.

REALIZAÇÃO

1. Os estudantes podem destacar as cores vibrantes da imagem, o tom lúdico do personagem que representa o ciclista na brincadeira com as diferentes imagens nas rodas, o dinamismo da imagem, as formas geométricas etc.

3. O grafite é uma expressão artística que pode expressar ideias, fazer críticas sociais e provocar reflexões sobre determinados temas. Ao escolher a bicicleta e o tom lúdico como elementos centrais de sua obra, qual pode ter sido a intenção do artista?

4. Qual é sua opinião sobre esse tipo de intervenção urbana? Que grafite você gostaria de ver em sua rua ou cidade? Respostas pessoais.

2. Sugestões de resposta: Imagens diferentes dentro das rodas, como se elas estivessem em movimento, passando por diferentes locais, diversos ambientes, representado pelas cores vibrantes da imagem, tornando o grafite uma ilustração leve e alegre, sugerindo ser agradável passear de bicicleta.

2. Espera-se que os estudantes interpretem que as diferentes imagens dentro das rodas parecem estar passando por diferentes locais, em um movimento representado pelas cores vibrantes da imagem que torna o grafite uma ilustração leve e alegre, sugerindo ser agradável passear de bicicleta.

D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 237

PROPOSIÇÕES

Em Imagem em foco, comente que, a partir dos anos 1990, o artista argentino Mart Aire, nome artístico de Martín Lucas Florio (1986-), ajudou a introduzir a arte do grafite em Buenos Aires, inspirado pelas criações estampadas nos murais de Nova York (EUA). A bicicleta é um elemento de destaque em suas obras, como

vemos nesta imagem, que é o recorte de uma obra mais extensa.

11/06/22 10:43

Como um enfoque diagnóstico em relação aos conhecimentos prévios dos estudantes, proponha a eles que analisem o grafite apresentado e reflitam acerca de sua composição visual, levando-os a atentar para as particularidades como: o elemento irreal próximo ao pé esquerdo do ciclista,

3. Explique que o grafite é uma forma de democratização dos espaços públicos por meio da arte.

4. Pergunte aos estudantes se na cidade em que moram há alguma intervenção artística desse tipo ou se eles conhecem algum artista desse ramo

237
237

BNCC

Habilidades do Capítulo 1

TEXTO

• EF67LP05

• EF67LP23

• EF06LP02

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

• EF69LP13

• EF67LP23

EXPLORANDO O TEXTO

• EF69LP03

• EF69LP13

• EF69LP17

• EF67LP04

• EF67LP05

ARTIGO DE OPINIÃO CAPÍTULO1

• EF67LP06

• EF67LP07

• EF06LP02

• EF06LP05

TEXTOS EM DIÁLOGO

• EF69LP03

• EF69LP16

• EF67LP03

POR DENTRO DA LÍNGUA

• EF69LP02

• EF69LP03

• EF69LP04

• EF67LP05

• EF06LP06

• EF06LP08

• EF06LP09

• EF06LP10

LINGUAGEM E SENTIDOS

• EF69LP03

• EF69LP05

• EF69LP55

• EF69LP56

• EF67LP04

• EF67LP06

• EF67LP07

PROPOSIÇÕES

Neste momento, os estudantes são convidados a refletir acerca do tema do capítulo por meio da leitura de um artigo de opinião. Antes da leitura, apresente as questões introdutórias com o objetivo de levantar os conhecimentos prévios da turma e de propor o levantamento de hipóteses.

Deixe que eles se manifestem livremente, mas respeitando os turnos de fala dos colegas, as opiniões diferentes e a diversidade sociocultural. Propicie a todos a oportunidade de participar, independentemente do ritmo de aprendizagem de cada um. Para tanto, formule perguntas específicas aos estudantes, considerando seu repertório inicial, mas com o objetivo de promover avanços. Valide as contribuições que fizerem e, quando não estabelecerem relação direta com a discussão, redirecione a parti-

Você vai ler a seguir um artigo de opinião sobre um assunto que a cada dia torna-se mais necessário de ser discutido: o uso da bicicleta como meio de transporte nas grandes cidades.

Para você, quais são as possíveis razões para as pessoas usarem a bicicleta como meio de transporte? Qual ou quais meios de transporte você utiliza para ir até a escola? Em sua opinião, quais são os pontos positivos e negativos de usá-los para se deslocar? Comente suas repostas e ouça com atenção as dos colegas.

Respostas pessoais.

TEXTO

Agora, leia o artigo de opinião que foi publicado em um portal de notícias sobre meio ambiente e sustentabilidade.

Sustentabilidade

Onde está sua bicicleta?

Por Leonardo Lorentz – 9 de janeiro de 2017

A bicicleta está bem distante de ser o principal meio de transporte no Brasil. No entanto, estudo feito em 2016 em algumas capitais brasileiras revela, entre outras coisas, que mais de 60% das pessoas gostariam de usar esse modal para ir ao trabalho. No entanto, ainda sentem falta de segurança, de respeito dos motoristas e de ausência de estrutura nas empresas. Esse é um dado importante que nos incentiva a discutir cada vez mais a mobilidade urbana, em especial em metrópoles como São Paulo.

O site Pensamento Verde foi criado em 2017 com o objetivo de informar e conscientizar internautas, promovendo ações em benefício do meio ambiente e da sustentabilidade no Brasil. 238

Cidades orientadas somente ao veículo automotor não fazem mais sentido. A bicicleta deve se tornar mais uma alternativa diante do caos instaurado no trânsito diário. Para distâncias de até cinco quilômetros nas áreas urbanas mais densas das cidades, há pesquisas que constatam que a bicicleta é o modal mais rápido, podendo chegar a uma velocidade entre 12 e 15 km/h.

cipação com outra pergunta ou ofereça exemplos de situações cotidianas correlatas, próprias do contexto deles.

D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 238

O estudo do artigo de opinião possibilita que os estudantes discutam problemas atuais que envolvem a coletividade e se posicionem sobre eles de maneira mais formal. Para isso, pressupõe-se um trabalho que os leve a compreender que há diferentes pontos de vista sobre determinado tema. Eles devem se

conscientizar de que defender um posicionamento não significa impor seu ponto de vista, mas sim dialogar, fundamentando sua opinião em dados estatísticos e em discursos de autoridade, ou seja, utilizando argumentos.

No artigo de opinião deste módulo, discutem-se os benefícios de usar a bicicleta para que haja, de fato, mobilidade urbana e por ser um tipo de transporte sustentável.

09/06/22 10:55 238

Incentivar o seu uso, portanto, é pensar em cidades mais inclusivas e com qualidade de vida. Para a ONU, a bicicleta é o transporte mais sustentável do mundo. Além disso, essa prática faz bem para o meio ambiente. São múltiplos benefícios, imediatos e em longo prazo: redução dos congestionamentos e do barulho, melhoria na segurança viária e diminuição significativa da poluição do ar e nas emissões de gases de efeito estufa.

O uso da bicicleta é uma tendência mundial e alguns locais já estão bem desenvolvidos em relação às ciclovias. Em Tóquio e na Holanda, por exemplo, 25% dos trajetos diários são feitos de bike. No Brasil ainda estamos engatinhando nesse assunto, mas iniciativas e pesquisas mostram que há uma demanda ainda mal explorada. Engana-se quem acha que a introdução da ‘cultura da bicicleta’ deve ser construída prioritariamente pelos órgãos públicos. O incentivo ao uso do modal é responsabilidade de todos. As empresas que adotam o transporte em duas rodas demonstram maior comprometimento com toda a sociedade e podem se tornar referência para outras. Pedalar faz bem para o planeta, para o bolso e para a saúde, além de aproximar as pessoas. Duvida?

Experimente tirar a sua bike da garagem. Experimente pedalar pelo seu bairro, pela cidade. Incentive o uso do modal na sua casa, nas empresas e nas escolas. É com pequenos gestos que iremos desenvolver mais fortemente essa cultura em nossas comunidades. É um grande desafio que vale a pena. Você pode começar hoje!

LORENTZ, Leonardo. Onde está sua bicicleta? Pensamento Verde. [S. l.], 9 jan. 2017. Disponível em: www.pensamentoverde.com.br/sustentabilidade/onde-esta-sua-bicicleta. Acesso em: 14 abr. 2022

Leonardo Lorentz é graduado em Administração de Empresas com habilitação em Comércio Exterior pelo Centro Universitário Una, de Minas Gerais, e pós-graduado em Consultoria pela FIA/USP. Possui experiência profissional em diversas organizações, sendo sócio e gestor de uma empresa paulista que realiza entregas de forma sustentável. Também é professor de estratégia e marketing

VOCABULÁRIO

Modal: tipo de meio de transporte, definido pela via em que é utilizado, como rodoviário, ferroviário, aéreo etc.

Caos: desordem, confusão, balbúrdia.

Densas: populosas.

ONU: sigla para Organização das Nações Unidas. É uma instituição internacional, fundada em 1945, composta de diversos países que trabalham juntos para promover a paz e o desenvolvimento humano mundiais.

Segurança viária: conjunto de medidas e normas relativo à circulação de pedestres e de automóveis pelas vias, com o intuito de reduzir acidentes de trânsito.

Efeito estufa: fenômeno natural responsável pela retenção do calor proveniente dos raios solares e pelo aumento das temperaturas da atmosfera.

Demanda: necessidade, desejo.

Prioritariamente: em primeiro lugar.

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Faça a primeira leitura, em voz alta. Depois da sua leitura, peça aos estudantes que leiam alternadamente o texto. Em seguida, pergunte a eles se o posicionamento do articulista ficou claro: Afinal, vale a pena andar de bicicleta? Questione-os se concordam com ele sobre os benefícios de usar a bicicleta como meio de transporte. Pergunte também: Por que a

bicicleta seria um meio de transporte saudável? Já pediram alguma refeição por aplicativo ou compraram algum produto cujo entregador usava uma bicicleta?

Chame a atenção também para as informações sobre o articulista e pergunte se os argumentos apresentados por ele se relacionam, de alguma forma, com sua profissão. Comente o fato de ele ser graduado em Administração de Empresas com habilitação

em Comércio Exterior, além de ser sócio e gestor de uma empresa paulista que realiza entregas de forma sustentável. Indague se os argumentos por ele apresentados têm mais credibilidade em decorrência de sua formação e profissão.

REALIZAÇÃO

Após a realização da leitura, aproveite o momento para explicar que o artigo de opinião é um gênero textual que compõe a esfera jornalística e pode ser encontrado em jornais e revistas (impressos e virtuais), assim como em sites. Diga-lhes também que o principal intuito desse gênero é convencer o leitor de que é válido determinado ponto de vista sobre um tema polêmico e/ou socialmente relevante.

Depois, proponha aos estudantes que façam uma breve pesquisa na internet sobre os números apresentados no início do texto e peça a eles que os comparem com os dados atuais para descobrir se houve algum avanço em relação a pesquisas similares.

Se possível, acesse com os estudantes o site Pensamento Verde: https://www.pensamento verde.com.br/ (acesso em: 26 abr. 2022). Nesse site, há diversos outros assuntos relacionados com o meio ambiente e a sustentabilidade, além da divulgação de ações ambientais e de conscientização adotadas por empresas. Aproveite para verificar com os estudantes se há dúvidas em relação ao vocabulário, esclarecendo-as coletivamente por meio da leitura do boxe Vocabulário

QUEM É O AUTOR ACERvO
239
PESSOAL
07/06/22 17:41 239
D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 239

PROPOSIÇÕES

Sugere-se que as atividades de Conversando sobre o texto sejam discutidas e respondidas pelos estudantes em duplas ou em pequenos grupos. As atividades de Conversando sobre o texto e Explorando o texto possibilitam acessar os conhecimentos prévios dos estudantes, construir hipóteses e fazer inferências a respeito do tema tratado.

REALIZAÇÃO

Conversando sobre o texto

1. Incentive os estudantes a manifestar suas impressões sobre a experiência de leitura. É possível que citem os benefícios citados pelo autor do texto relacionados com o uso da bicicleta.

2. Espera-se que mencionem os usos da bicicleta que já observaram, como meio de transporte sustentável para se deslocar até o trabalho, a escola, para passeios e momentos de lazer etc.

3. Peça aos estudantes que não sabem andar de bicicleta que pensem nos familiares e amigos que a têm como meio de transporte e lazer e de que maneira eles fazem uso dela. Para responder à pergunta, os estudantes não precisam necessariamente ter uma bicicleta própria.

PROPOSIÇÕES

Em Texto e contexto , o objetivo das atividades é identificar a tese do autor em relação ao uso e aos benefícios de utilizar a bicicleta. Auxilie os estudantes a encontrar a tese, reformulando as questões, se necessário: De que

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO TEXTO EXPLORANDO O

1. Quais informações apresentadas no artigo de opinião você achou mais importantes? Por quê?

2. Na cidade onde você mora, em quais situações as pessoas costumam usar a bicicleta?

3. Se você sabe andar de bicicleta, em que situações do cotidiano você a utiliza?

Respostas pessoais. Resposta pessoal. Respostas pessoais.

TEXTO E CONTEXTO

1. Porque, de acordo com ele, as metrópoles são as maiores produtoras de poluição, devido ao trânsito congestionado e à quantidade de veículos automotores, e porque a maioria de seus habitantes (60%), segundo um estudo, gostaria de usar esse modal para se locomover até o trabalho.

2. O uso da bicicleta contribui para uma cidade mais inclusiva, com qualidade de vida e com benefícios para o meio ambiente, como redução dos congestionamentos e do barulho, melhoria na segurança viária e diminuição significativa da poluição do ar e nas emissões de gases de efeito estufa.

1. Por que o autor do artigo de opinião considera necessário discutir o uso da bicicleta como meio de transporte no Brasil, principalmente em relação às grandes metrópoles?

2. No artigo de opinião, o autor afirma que a bicicleta deve ser mais uma alternativa de transporte nas grandes cidades. De acordo com ele, quais benefícios o uso da bicicleta traz para esses locais?

3. O texto publicado no portal Pensamento Verde tem como sobretítulo (ou chapéu) o termo sustentabilidade, que significa o uso consciente dos recursos naturais sem comprometer sua disponibilidade para as futuras gerações.

a) Que relação é possível estabelecer entre o conceito de sustentabilidade e o assunto discutido no artigo?

Como a bicicleta é um meio de transporte que não polui o meio ambiente, usá-la como alternativa de transporte é uma atitude sustentável.

b) Qual é a importância de se apresentar esse assunto em um artigo de opinião?

Promover a reflexão e a conscientização dos leitores diante de um tema atual e, geralmente, de interesse da sociedade.

4. Os artigos de opinião são acompanhados do nome de quem os escreve. Em sua opinião, por que isso acontece?

da pessoa que escreve o texto, é ela quem se responsabiliza publicamente pelo posicionamento que defende no artigo.

5. Geralmente, o autor de um artigo de opinião é uma autoridade no assunto discutido no texto.

240

Espera-se que os estudantes infiram que, por se tratar da opinião Alternativa B

Com base nas informações apresentadas sobre o autor Leonardo Lorentz, o que o autoriza a se posicionar sobre o tema? No caderno, transcreva a alternativa mais adequada para responder a essa pergunta.

A. A opinião pessoal do autor sobre o assunto abordado.

B. A atuação profissional do autor em uma empresa de iniciativa sustentável.

C. A paixão do autor pelo ciclismo.

D. O conhecimento que o autor adquiriu ao ler textos sobre o assunto.

o autor pretende tratar? Por que incentivar o uso da bicicleta torna as cidades mais inclusivas? Ao longo da realização das atividades, recomenda-se retomar a leitura do texto – dessa forma os estudantes podem refletir sobre as questões propostas e retomar elementos do gênero, identificando trechos do texto que justifiquem as respostas.

D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 240

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

1. e 2. Explique que, no artigo de opinião, o autor busca convencer seus leitores e, para isso, usa argumentos com exemplos para sustentar sua opinião.

3. a) Diga que a bicicleta é um meio de transporte sustentável, econômico e eficiente, que ajuda a diminuir a emissão de gases

07/06/22 17:41
240

6. Qual dos trechos a seguir expressa apenas a opinião do autor sobre o assunto do texto? No caderno, transcreva a alternativa correta.

A.

Alternativa B

[...] Para a ONU, a bicicleta é o transporte mais sustentável do mundo. [...]

B.

Pedalar faz bem para o planeta, para o bolso e para a saúde, além de aproximar as pessoas. Duvida?

C.

O uso da bicicleta é uma tendência mundial e alguns locais já estão bem desenvolvidos em relação às ciclovias. [...]

D.

[...] Para distâncias de até cinco quilômetros nas áreas urbanas mais densas das cidades, há pesquisas que constatam que a bicicleta é o modal mais rápido, podendo chegar a uma velocidade entre 12 e 15 km/h.

7. Releia este trecho do artigo de opinião.

Engana-se quem acha que a introdução da ‘cultura da bicicleta’ deve ser construída prioritariamente pelos órgãos públicos. [...]

a) De acordo com a opinião do articulista, a quem cabe a responsabilidade de introduzir a “cultura da bicicleta”?

b) Você concorda com a opinião do articulista sobre quem são os responsáveis por introduzir a “cultura da bicicleta” ou discorda dela? Por quê? Respostas pessoais.

c) Em sua opinião, que atitudes, mudanças e comportamentos precisam ser incentivados e implementados pelos responsáveis por introduzir a “cultura da bicicleta” nas cidades brasileiras?

8. O autor do artigo de opinião conclui o texto afirmando que o ato de pedalar traz diversos benefícios. Depois de você ter feito a leitura desse texto, o articulista convenceu você de que o uso da bicicleta no dia a dia faz bem para a saúde e o meio ambiente? Compartilhe sua resposta com os colegas e o professor.

9. Para você, a leitura de um artigo de opinião pode mudar ou reforçar o ponto de vista dos leitores sobre o assunto que ele apresenta? Por quê? Respostas pessoais.

poluentes e traz hábitos saudáveis para as pessoas que a usam, assim como diminui o fluxo de carros e facilita a locomoção.

3. b) Reitere que, nos artigos de opinião, os assuntos são motivados por fatos que mobilizam a sociedade.

4. Comente que é comum que artigos de opinião divirjam do posicionamento editorial do veículo em que o texto é publicado

A Turma da Mônica – Educação no trânsito não tem idade. Mauricio de Sousa Editora. Disponível em: https:// crianca.mppr.mp.br/ arquivos/File/publi/ turma_da_monica/ monica_transito. pdf. Acesso em: 14 abr. 2022. Essa história em quadrinhos orienta os leitores a como se comportarem de maneira responsável no trânsito, como pedestre, ciclista ou motorista.

7. a) A responsabilidade deve ser de toda a sociedade: órgãos públicos, cidadãos e empresas que adotam transporte em duas rodas, como as de serviços de entrega de alimentos e as farmácias.

Resposta pessoal.

Resposta pessoal.

6. Na atividade, a única alternativa que traz informação pessoal é a B; as alternativas A e D trazem, respectivamente, dados da ONU e dados de pesquisas.

7. e 8. A atividade traz perguntas que instigam a expressão de um posicionamento e de sua justificativa. Auxilie os estudantes que sentirem dificuldade em expor seus argumentos e opiniões. Oriente-os a responder às perguntas no caderno e, em seguida, promova um momento em sala de aula para que expressem suas opiniões manifestando concordância ou discordância em relação à opinião do articulista. Reforce que não há resposta correta, já que as opiniões de cada um podem ser semelhantes ou diferentes. O importante é que todos ouçam com respeito as considerações e os argumentos dos colegas.

9. Espera-se que os estudantes reflitam que a mudança de opinião do leitor ou o reforço ao ponto de vista dele estão associados à maneira como o articulista apresenta as informações, baseando-se não apenas em suas próprias opiniões, mas também apresentando dados comprovados por meio de estudos e pesquisas. Além disso, a formação e a área de atuação do articulista são importantes para dar mais credibilidade ao texto.

em relação a determinados assuntos. Por isso, é relevante que esteja assinado.

5. Incentive os estudantes a retomar a leitura do boxe Quem é o autor para que identifiquem a alternativa correta. Explique-lhes que apenas a opinião pessoal, a paixão pelo ciclismo ou conhecimentos rasos sobre o assunto não o tornariam especialista no assunto.

PARA ACESSAR
241 D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 241 07/06/22 17:41 241
©MAURICIO DE SOUSA EDITORA L TDA.

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

10. A atividade favorece o protagonismo juvenil e possibilita um trabalho com o Tema Contemporâneo Transversal Educação para o trânsito. Seu principal objetivo é propiciar à turma ferramentas para desenvolver sua autonomia por meio de pesquisas orientadas.

Caso os estudantes optem por fazer a pesquisa na internet, é importante instruí-los a buscar informações em sites confiáveis. Ajude-os a realizar a seleção dessas fontes e das informações, acompanhando de perto o processo de pesquisa.

PROPOSIÇÕES

Em Composição e linguagem, encaminhe um trabalho que enfoque a estrutura composicional e o estilo do texto. Para o trabalho com esses conhecimentos, espera-se que os estudantes já reconheçam os elementos fundamentais do gênero artigo de opinião e suas condições de produção.

REALIZAÇÃO

Composição e linguagem

1. Explique que uma maneira de perceber se determinada informação é um fato ou uma opinião é observar se ela pode ser comprovada com evidências (no caso do fato) ou se é possível concordar ou não com o que é dito (no caso da opinião). Nesta atividade, os estudantes poderão se instrumentalizar para distinguir fato de opinião e a identificar valores sociais por meio

10. No bairro ou na cidade onde você mora, há algum projeto que incentiva os cidadãos a usar a bicicleta como meio de transporte? Converse com familiares ou pessoas do seu entorno ou faça uma pesquisa para saber se existe alguma ação governamental ou não governamental relacionada a esse tema. No caderno, registre essas informações e, no dia combinado com o professor, exponha suas considerações para os colegas.

Resposta pessoal.

O artigo de opinião é um texto do campo jornalístico-midiático e, por isso, circula em jornais e revistas impressos ou digitais. O objetivo principal do autor desse texto é defender determinado ponto de vista sobre um assunto de interesse geral da sociedade. Por isso, geralmente, o articulista é um profissional ou especialista da área, o que garante confiabilidade às informações apresentadas no texto.

COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM

1. a) A parte “Cidades orientadas somente ao veículo automotor não fazem mais sentido. A bicicleta deve se tornar mais uma alternativa diante do caos instaurado no trânsito diário”.

1. No artigo de opinião, o articulista posiciona-se sobre o uso da bicicleta expondo fatos e opiniões. Releia o trecho a seguir.

1. b) A parte “Para distâncias de até cinco quilômetros nas áreas urbanas mais densas das cidades, há pesquisas que constatam que a bicicleta é o modal mais rápido, podendo chegar a

Cidades orientadas somente ao veículo automotor não fazem mais sentido. A bicicleta deve se tornar mais uma alternativa diante do caos instaurado no trânsito diário. Para distâncias de até cinco quilômetros nas áreas urbanas mais densas das cidades, há pesquisas que constatam que a bicicleta é o modal mais rápido, podendo chegar a uma velocidade entre 12 e 15 km/h.

1. c) Espera-se que os estudantes infiram que o articulista expressa sua opinião pessoal ao mencionar que a

a) Que parte desse trecho expressa uma opinião pessoal do articulista?

b) Que parte do trecho expressa o fato apresentado?

c) Qual é a relação entre o fato apontado e a opinião do articulista?

uma velocidade entre 12 e 15 km/h”. bicicleta poderá ser uma das alternativas para diminuir o trânsito caótico nas cidades e, na sequência, apresenta um fato, apoiando a afirmação em dados concretos obtidos por meio de pesquisas relacionadas ao assunto.

d) Com base nos itens anteriores desta atividade, explique qual é a diferença entre fato e opinião.

2. Ao longo do texto do artigo, o autor defende seu ponto de vista utilizando argumentos variados. Releia os trechos a seguir.

Trecho 1

[...] Para distâncias de até cinco quilômetros nas áreas urbanas mais densas das cidades, há pesquisas que constatam que a bicicleta é o modal mais rápido, podendo chegar a uma velocidade entre 12 e 15 km/h.

Trecho 2

1. d) Espera-se que os estudantes percebam que fato é uma informação apresentada sobre algo que aconteceu ou sobre algo observável, que pode ser comprovada por meio de dados, a partir de pesquisas ou de outras fontes que comprovem sua veracidade. Desse modo,

[...] Para a ONU, a bicicleta é o transporte mais sustentável do mundo. [...]

Trecho 3

[...] São múltiplos benefícios, imediatos e em longo prazo: redução dos congestionamentos e do barulho, melhoria na segurança viária e diminuição significativa da poluição do ar e nas emissões de gases de efeito estufa.

não há discussão sobre sua natureza. A opinião, por sua vez, é uma ideia pessoal, de acordo com o ponto de vista da pessoa que a emite, a partir dos conhecimentos que ela tem. É algo discutível, do qual é possível concordar ou discordar.

das explicações que compõem o trecho em questão. É importante destacar para os estudantes que, caso o gênero trabalhado fosse notícia, ele deveria sempre se basear em fatos.

2. Essa atividade envolve a compreensão do conteúdo e da estrutura do texto, levando os estudantes a perceber a declaração

da tese, a escolha e a organização dos argumentos, a seleção vocabular, a modalização do discurso e diferentes aspectos próprios de textos argumentativos. Se os estudantes tiverem muita dificuldade para realizar essa tarefa, você poderá conduzi-la de forma coletiva, ou em duplas, retomando o texto.

D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 242 11/06/22 10:44

242
242

Trecho 4

[...] Em Tóquio e na Holanda, por exemplo, 25% dos trajetos diários são feitos de bike. [...]

• No caderno, relacione os trechos ao tipo de argumento que expressam.

a) Consequências da ideia apresentada.

b) Referência a um órgão ou autoridade.

c) Exemplos concretos.

Trecho 4.

d) Dados resultantes de pesquisas.

Trecho 3

Trecho 2

Trecho 1

No artigo de opinião, o autor apoia-se no uso de diferentes tipos de argumento para defender seu ponto de vista. Veja alguns deles:

• Prova concreta: apresentação de dados.

• Argumento de autoridade: citação de especialistas ou referência a órgãos reconhecidos ou a dados de pesquisa.

• Causa e consequência: apresentação das causas (os motivos) e/ou das consequências (os efeitos) de algo.

• Exemplificação: apresentação de um fato ou exemplo concreto para comprovar o que se afirma.

3. O articulista encaminha a conclusão do texto do seguinte modo: “Pedalar faz bem para o planeta, para o bolso e para a saúde, além de aproximar as pessoas. Duvida?”. No caderno, transcreva a alternativa que indica o que esse trecho representa.

A. Uma provocação, pois brinca com o leitor para tornar a leitura mais leve.

3. Alternativa B

B. Uma síntese, pois retoma os argumentos do autor com outras palavras para tornar mais clara sua opinião

C. Uma proposta, pois sugere ao leitor ações a serem executadas, com o objetivo de solucionar o problema apresentado.

D. Uma dúvida, pois questiona o leitor em relação ao que foi dito anteriormente.

4. O autor do texto utiliza duas perguntas para compor o artigo. Releia os trechos a seguir.

Trecho 1 (título)

Onde está sua bicicleta?

Trecho 2

Composição e linguagem

3. Explique aos estudantes que a conclusão de um artigo de opinião deve conter um fechamento, muitas vezes sintetizando os argumentos e retomando a opinião apresentada na introdução do texto.

4. No fim da atividade, peça que avaliem o quanto é importante, para a compreensão do artigo de opinião, entender como as informações são organizadas. Espera-se que isso possibilite a eles não apenas compreender o texto, mas também visualizar quais informações foram priorizadas e quais argumentos foram usados.

4. b) Trecho 1: o efeito de sentido é fazer um convite ao leitor, levando-o a refletir sobre o uso que faz da bicicleta e instigando-o a ler o texto para saber qual será o assunto apresentado; trecho 2: instiga o leitor a experimentar as ações sugeridas para confirmar os benefícios do uso da bicicleta.

Pedalar faz bem para o planeta, para o bolso e para a saúde, além de aproximar as pessoas. Duvida?

a) A quem são dirigidas essas perguntas? Ao leitor.

(sexto parágrafo)

b) Qual é o efeito de sentido que essa interlocução produz no leitor em cada um dos trechos?

REALIZAÇÃO
243
243 07/06/22 17:41 243
D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd

PROPOSIÇÕES

Explique aos estudantes que o gênero artigo de opinião tem as seguintes características: defesa de posicionamento sobre questão polêmica e/ ou socialmente relevante com base em argumentos lógicos; construção de sequências argumentativas que sustentam o ponto de vista assumido; emprego de operadores argumentativos; gênero da esfera jornalística, presente na mídia impressa, televisiva, radiofônica ou digital; registro geralmente formal, mas definido de acordo com o público-alvo da publicação em que circula.

REALIZAÇÃO

5. Explique aos estudantes que, nos gêneros opinativos, palavras ou expressões também podem evidenciar o posicionamento do articulista, expressando, assim, sua avaliação, seu julgamento ou sua crítica. Reitere aos estudantes que o efeito de sentido é o estabelecimento de juízos de valor, atribuídos pelo autor, aos aspectos referidos, o que possibilita compreender o posicionamento dele.

6. O objetivo da atividade é comparar os tratamentos dados no relato do mesmo fato para propiciar a análise crítica de textos do campo argumentativo.

PARA ASSISTIR

Em Afuá (PA), 75% dos moradores usam a bicicleta como principal meio de transporte. 2019. Vídeo (6min17s). Disponível em: https:// globoplay.globo. com/v/7850057/

Acesso em: 14 abr. 2022.

Assista à reportagem que apresenta a cidade do estado do Pará onde a maioria das pessoas usa a bicicleta como meio de locomoção.

O artigo de opinião busca a concordância do leitor por meio do uso de variados recursos, como a interlocução direta, instigando o leitor a pensar e a refletir sobre o que o articulista defende.

5. No artigo de opinião, o articulista utiliza palavras e expressões para defender seu ponto de vista. Releia o trecho a seguir.

[...] É com pequenos gestos que iremos desenvolver mais fortemente essa cultura em nossas comunidades. É um grande desafio que vale a pena. [...]

a) Nesse trecho, quais palavras foram utilizadas para:

I. qualificar as ações propostas? A que classe gramatical essas palavras pertencem?

As palavras pequenos e grande, que são adjetivos.

II intensificar e ressaltar as ações?

Mais fortemente.

b) Agora, releia o trecho omitindo as palavras que identificou. Em seguida, conclua: qual é a importância dessas palavras em um artigo de opinião?

Essas palavras destacam valores e qualidades importantes à proposta do articulista e ajudam a convencer o leitor a aderir à ação.

6. Compare o trecho do artigo de opinião com a versão modificada desse mesmo trecho.

Trecho original

6. a) No trecho original, o autor se inclui na ação que propõe aos leitores; já na versão modificada, ele não se inclui na proposta, apenas comunica aos leitores o que eles precisam fazer.

[...] É com pequenos gestos que iremos desenvolver mais fortemente essa cultura em nossas comunidades. [...]

6. b) O pronome pessoal vocês associado à forma verbal vão e o pronome possessivo suas, que substituem, respectivamente, a forma verbal iremos e o pronome possessivo nossas

Versão modificada

É com pequenos gestos que vocês vão desenvolver mais fortemente essa cultura em suas comunidades.

a) Explique como é o envolvimento do autor quanto ao uso da bicicleta no trecho original e na versão modificada.

b) Na versão modificada, quais palavras alteram o envolvimento do autor em relação ao uso da bicicleta?

c) Qual é a importância do uso da 1a pessoa do plural no artigo de opinião?

No artigo de opinião, o uso da 1a pessoa do plural funciona como estratégia persuasiva ao aproximar autor e leitor, sugerindo que ambos partilham das mesmas ideias. O posicionamento do autor é demonstrado pela escolha do vocabulário e pelo emprego de determinadas classes de palavras, como adjetivo e verbo.

6. c) Sua utilização inclui o leitor em um mesmo grupo do qual o autor faz parte, tornando mais eficaz a comunicação e, por conseguinte, a adesão do leitor à ideia defendida no texto. 244

PARA

LER

D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 244 07/06/22 17:41

CASSEB-GALVÃO, Vânia Cristina; DUARTE, Milcinele da Conceição. Artigo de opinião: sequência didática funcionalista. São Paulo: Parábola Editorial, 2018. (Leitura e produção de textos técnicos acadêmicos, 6).

Esse livro promove uma justificativa fundamentada acerca do uso do expediente pedagógico das sequências didáticas nas atividades escolares de estudo da língua, com foco no artigo de opinião.

244

7.

7. Agora, releia outro trecho do artigo de opinião.

A bicicleta está bem distante de ser o principal meio de transporte no Brasil. No entanto, estudo feito em 2016 em algumas capitais brasileiras revela, entre outras coisas, que mais de 60% das pessoas gostariam de usar esse modal para ir ao trabalho. [...]

7. a) As formas verbais está e revela estão no presente e gostariam, no futuro do pretérito do modo indicativo.

a) Em que tempo e modo as formas verbais em destaque se encontram?

b) Volte ao artigo de opinião e observe as formas verbais que foram usadas. Qual é o tempo e o modo verbal predominante no texto? Considerando o tema do artigo de opinião, por que se justifica a predominância desse tempo verbal?

8. Releia o último parágrafo do artigo de opinião.

Experimente tirar a sua bike da garagem. Experimente pedalar pelo seu bairro, pela cidade. Incentive o uso do modal na sua casa, nas empresas e nas escolas. É com pequenos gestos que iremos desenvolver mais fortemente essa cultura em nossas comunidades. É um grande desafio que vale a pena. Você pode começar hoje!

8. a) Estão no modo imperativo. Ele foi utilizado com o objetivo de o articulista se dirigir diretamente ao leitor, aconselhando-o a experimentar as ações sugeridas para confirmar os benefícios do uso da bicicleta.

a) As formas verbais em destaque estão em que modo verbal: indicativo, subjuntivo ou imperativo? Por que ele foi utilizado?

b) Compare as formas verbais analisadas na atividade anterior com as desse trecho. É possível afirmar que os efeitos de sentido são os mesmos? Há alguma diferença de sentidos? Explique.

8. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que elas apresentam sentidos diferentes, pois no modo indicativo as formas verbais dão ideia de certeza ao fato atual relatado, diferente das formas do modo imperativo, que expressam um conselho.

No artigo de opinião, há sempre a presença de argumentos. São eles que validam o ponto de vista defendido pelo articulista. O posicionamento do autor é demonstrado pela escolha do vocabulário e pelo emprego de algumas classes de palavras, como adjetivos e verbos. O artigo de opinião geralmente é escrito em 3a pessoa, mas, dependendo da intenção do articulista, pode-se fazer uso da 1a pessoa.

SAIBA MAIS

Para utilizar a bicicleta como meio de locomoção em segurança é necessário tomar alguns cuidados, para se proteger e proteger os demais ciclistas e pedestres, principalmente se for em uma cidade muito agitada ou com fluxo intenso de veículos.

Uma boa sugestão é sempre utilizar uma bicicleta adequada à sua estatura e sempre preferir circular pelas ciclofaixas disponíveis, se houver, e não pelas vias de tráfego para outros veículos motorizados.

Outras dicas importantes: utilizar capacete e outros equipamentos de proteção; equipar a bicicleta com uma buzina, com retrovisores e com adesivos luminosos que refletem a luz, para que você seja visto pelos demais que estão circulando por perto; utilizar os braços para fazer sinalizações para pedestres e veículos, como no caso de realizar uma curva ou pedir passagem.

7. Relembre aos estudantes os sentidos dos diferentes modos verbais – indicativo, subjuntivo e imperativo.

8. Reforce que, no trecho, a intenção do autor foi sugerir às pessoas a adesão ao uso da bicicleta usando verbos no imperativo, diferentemente do trecho analisado na atividade 7, em que ele empregou os verbos no presente do indicativo e no futuro do pretérito do indicativo.

PARA ACESSAR

XAVIER, Giselle Noceti Ammon; GIUSTINA, Milton Della; CARMINATTI, Lorival José. Promovendo o uso da bicicleta para uma vida mais saudável. Cinergis, Santa Cruz do Sul, v. 1, n. 2, p. 51-58, jul./dez. 2000. Disponível em: www.educadores.diaadia.pr.gov. br/arquivos/File/2010/artigos_teses/EDUCACAO_FISICA/artigos/ ciclismo.pdf. Acesso em: 26 abr. 2022.

Esse trabalho salienta a importância da prática do ciclismo, considerando-a como uma atividade física saudável. Apresenta alternativas que podem ser viabilizadas pelo poder público e visam um estilo de vida ativo e saudável para os brasileiros.

PARA ASSISTIR

COMECE a pedalar: conheça os benefícios da bicicleta. 2011. Vídeo (3min37s). Publicado pelo canal Minha Vida. Disponível em: www.youtube.com/ watch?v=xYjQ6nDXar0. Acesso em: 7 maio 2022.

Esse vídeo, que pode ser exibido pelo professor aos estudantes, é uma reportagem que traz informações relevantes sobre os cuidados que devem ser tomados ao andar de bicicleta.

REALIZAÇÃO
b) O tempo verbal predominante é o presente do indicativo. O articulista traz um assunto extremamente atual e apresenta como argumentos situações que acontecem atualmente no cotidiano; daí a predominância do presente do indicativo em sua construção.
245
245 07/06/22 17:41
D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd
245

PROPOSIÇÕES

Para iniciar os trabalhos de Textos em diálogo, ao comparar a entrevista com o artigo de opinião, explique aos estudantes que os textos opinativos publicados em jornais e revistas, normalmente, provêm de quatro núcleos: da própria empresa jornalística, cuja opinião é veiculada em textos do gênero textual editorial; dos leitores, que opinam por meio de cartas de leitor; dos jornalistas e outros profissionais contratados, que opinam por meio de charges, resenhas críticas (sobre filmes, livros, shows etc.), comentários analíticos e artigos de opinião; e dos colaboradores, isto é, personalidades públicas e especialistas convidados a escrever artigos de opinião sobre determinados temas.

A entrevista consiste em um gênero interacional, geralmente realizado entre duas pessoas, organizado em turnos com uma pequena introdução sobre o(s) entrevistado(s) e o(s) tema(s). Pode ser registrada em áudio e/ou vídeo e ser exibida em suportes audiovisuais, ou ser posteriormente transcrita e editada para publicação por escrito. Ela também pode ser feita com a interação escrita (por e-mail, por exemplo). A intenção desse gênero é obter informações acerca da pessoa entrevistada ou em relação a um tema ou fato no qual ela esteja envolvida.

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Sugere-se realizar uma leitura coletiva com os estudantes, destacando os elementos que integram o texto da entrevista, como título; identificação

Artigo de opinião e entrevista

No artigo de opinião que você leu na seção anterior, o autor defende seu ponto de vista sobre o uso de bicicleta nas grandes cidades. O que a sociedade pode fazer para que a bicicleta seja considerada uma alternativa de meio de transporte nas cidades? Pensando nessa questão, uma professora de Educação Física de Florianópolis (SC) criou um projeto para incentivar estudantes da escola pública a adotar bicicletas como meio de transporte.

Leia, a seguir, um trecho da entrevista realizada com essa professora e conheça o projeto que ela criou.

Bora pedalar!

Uma mudança de hábito na vida de Ana Destri, de 53 anos, acabou promovendo uma revolução também na vida de diversas crianças em Florianópolis. Em 2012, a professora de educação física se cansou de passar uma hora e meia no trânsito para chegar ao trabalho e resolveu adotar a bicicleta como meio de transporte.

Não foi uma decisão simples. Ana mora na parte continental da capital catarinense, e precisa atravessar a ponte Pedro Ivo para chegar à escola onde trabalha, na ilha. Vencido o medo, ela causou surpresa entre os estudantes da escola de ensino fundamental ao chegar para dar aulas de bicicleta.

A curiosidade das crianças logo se transformou em uma aula sobre a história, o uso e outras curiosidades da bicicleta. Então, Ana percebeu que poderia ampliar sua atuação nas aulas de educação física com o uso de magrelas e capacitação para que as crianças seguissem seu exemplo e passassem a usar a bicicleta como meio de transporte. Foi assim que surgiu, em 2014, o projeto Bicicleta na Escola.

Como você pensou em montar o Bicicleta na Escola?

Na entrevista , um entrevistador faz perguntas à pessoa entrevistada com o objetivo de colher informações, opiniões, experiências pessoais e profissionais a respeito dela.

Quando comecei a usar a bicicleta como meio de transporte, percebi que os estudantes a viam apenas como um brinquedo. Tive a ideia de introduzi-la nas aulas de educação física. No início, cada um trazia sua bike e as usávamos na quadra da escola. Aos poucos, percebi que poderia ensiná-los para que ela virasse também meio de transporte.

do responsável pelas perguntas; identificação do entrevistado e do conteúdo de sua fala transcrita; portal (local) em que foi publicada. Caso haja estudantes que sintam dificuldade em identificar esses elementos, mostre a localização dessas informações no texto, de modo a estabelecer relações com base no formato do gênero, especialmente a configuração de

apresentação inicial e sequências de pergunta e resposta. Depois da leitura, pergunte a eles: Vocês conseguiram compreender as informações? Existem palavras que vocês desconhecem no contexto apresentado? Essa entrevista é destinada a um público específico? Você acha que qualquer pessoa compreenderia a entrevista? Por quê?

DIÁLOGO TEXTOS EM 246
07/06/22 17:41
D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 246
246

REALIZAÇÃO

Paralelamente, eu tinha apresentado um projeto para a secretaria de educação: passei a medir a quantidade de bicicletas que havia nos bicicletários das escolas da rede municipal diariamente e me surpreendi com o resultado. Em alguns casos, havia 20, 30 bicicletas, um número considerável, dada a quantidade de estudantes. Aí comecei a estruturar o projeto. […]

Como funciona?

Agendamos, com a equipe pedagógica da escola, cinco momentos com as crianças que duram em torno de 45 minutos cada um. Começamos com uma roda de conversa, para entender o contexto e o uso que elas fazem da bicicleta. No encontro seguinte sugerimos brincadeiras com a bici. Depois, mostramos sua possibilidade como meio de transporte, levando as crianças para um passeio na rua, apresentando e direcionando o seu olhar para o trânsito. Em seguida, voltamos para a sala e conversamos um pouco sobre o “direito de ir e vir”, sobre o que elas observaram, e construímos também placas ativistas, reivindicando o direito à cidade… […]

Que benefícios você percebe que as crianças têm ao pedalarem?

Como sou professora de educação física, o primeiro e mais óbvio é a atividade física. A bicicleta trabalha vários grupos musculares, não exclusivamente as pernas. Outras partes importantes são a coordenação motora, o equilíbrio, a organização espacial e temporal que precisa ser desenvolvida ao longo da infância. Mas há também outros benefícios, que têm mais a ver com o mundo em que estamos inseridos. A bicicleta é um meio de transporte que ajuda a transformar as cidades em lugares melhores para as pessoas viverem, com menos poluição, menos trânsito, mais saúde. Penso que minha geração talvez não consiga colher os frutos desse trabalho, mas acredito estar colaborando com a formação de pessoas que realmente pensem a cidade para as pessoas, desenvolvendo o senso crítico, começando pelo seu brinquedo: a bicicleta.

BORA pedalar. Criança e Natureza. [S. l.], [20-?]. Disponível em: https://criancaenatureza.org.br/entrevistas/bora-pedalar/. Acesso em: 14 abr. 2022.

22 de setembro

Essa é a data internacional em que se celebra o Dia Mundial sem Carro. Ela tem como objetivo estimular o uso racional dos carros e propor às pessoas que reflitam sobre a possiblidade de se locomoverem sem a necessidade de veículos automotores ou motocicletas, buscando meios alternativos de transporte.

1. a) Essa parte é essencial para antecipar ao leitor algumas informações sobre a entrevistada e o assunto da entrevista e, desse modo, contextualizá-lo, garantindo que ele compreenda melhor as perguntas e respostas apresentadas na sequência do texto.

1. b) As frases das perguntas estão destacadas em negrito e finalizadas pelo ponto de interrogação. O objetivo é ressaltar e separar para o leitor o que é pergunta e o que é a resposta da entrevistada.

1. A entrevista geralmente é composta de título, apresentação, perguntas e respostas. Após o título, há parágrafos que apresentam a professora entrevistada e o que a motivou a desenvolver o projeto.

a) Qual é a importância dessa parte inicial para a compreensão do texto?

b) No texto, como estão indicadas as perguntas feitas à entrevistada? Em sua opinião, por que o site que publicou a entrevista utilizou esse recurso?

D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd

FÁVERO, Leonor Lopes; AQUINO, Zilda Gaspar Oliveira de. As perguntas na organização das entrevistas. Revista da Anpoll, [s. l.], n. 4, p. 121-135, jan./jun. 1998. Disponível em: https:// revistadaanpoll.emnuvens.com.br/revista/article/view/283/296.

Acesso em: 24 maio 2022.

Esse artigo acadêmico faz parte da série “Projetos Paralelos – NURC/SP”, que publica textos referentes a pesquisas e estudos sobre a língua oral e suas eventuais relações com a escrita.

1. a) Reitere aos estudantes que o título serve para antecipar qual será o assunto tratado na entrevista. Nessa atividade, os estudantes devem refletir sobre o contexto de produção da entrevista, analisando os interlocutores e o papel social da entrevistada em relação ao tema discutido. Explique-lhes que as informações presentes na primeira parte de qualquer entrevista têm o objetivo de levar o leitor/ouvinte/ espectador a refletir acerca do contexto de elaboração da entrevista, fazendo uma análise dos interlocutores e do compromisso do entrevistado em relação ao tema que será discutido. Esclareça que, antes do início da parte de perguntas e respostas, o leitor/ouvinte/espectador de determinado jornal, revista, portal, rádio ou TV precisa estar informado sobre quem é a pessoa entrevistada e qual é o seu papel social, ou seja, o que a legitima a discorrer acerca de tema tão particular.

1. b) Re force aos estudantes que os seguintes recursos visuais foram utilizados para que haja distinção entre perguntas e respostas: o destaque em negrito e o emprego do ponto de interrogação, além da distribuição do texto (perguntas seguidas de respostas). Espera-se que eles concluam que todo o corpo da entrevista é um diálogo realizado entre entrevistador e entrevistado.

247
247 07/06/22 17:41
247
PARA LER

REALIZAÇÃO

Textos em diálogo

2. Explique que o objetivo do entrevistado é relatar suas experiências e conhecimentos acerca de determinado assunto, em consonância com os questionamentos previamente elaborados pelo entrevistador.

3. Permita que os estudantes troquem ideias entre eles e pergunte se conhecem ações sociais semelhantes à da professora entrevistada.

4. a) Auxilie os estudantes que sentirem dificuldade de localizar essas informações presentes no texto. Lembre-os de voltar ao texto e reler a última pergunta da entrevista e a respectiva resposta.

4. b) Oriente-os a registrar a resposta no caderno e, em seguida, promova um momento para que eles a compartilhem com a turma. Espera-se que reflitam, por meio da afirmação da professora entrevistada, que o uso da bicicleta como meio de transporte pode ser uma maneira de transformar as cidades em lugares melhores para viver, devido aos inúmeros benefícios que a prática do ciclismo pode trazer aos usuários e à sociedade em geral. Leve-os a perceber que, além dos benefícios relacionados à saúde e ao meio ambiente, é importante que a sociedade tenha uma atitude respeitosa com relação ao ciclista. Nesse sentido, respeitar as regras e sinalizações de trânsito, por exemplo, e, no caso específico do ciclista, utilizar equipamentos de proteção adequados.

2. a) Para explicar à sociedade, aos pais dos estudantes dessa escola e, por extensão, aos pais de crianças de outras escolas que o projeto possui uma orientação pedagógica e uma metodologia orientada por uma equipe de professores, assim como uma função social; que não é apenas um simples passeio de bicicleta pela cidade ou pelos arredores da escola.

2. As perguntas feitas durante a entrevista levam a professora a explicar o projeto e sua fundamentação pedagógica e social.

a) Considerando a finalidade do projeto criado pela professora, por que essas informações são apresentadas na entrevista?

b) Que efeito de sentido essas informações pretendem produzir no leitor?

refletirem sobre o

2. b) Dar credibilidade ao que é desenvolvido no projeto, ressaltando a atuação das crianças no papel de cidadãs, por exemplo, ao direito de ir e vir na cidade, aprenderem as leis de trânsito e criarem placas com informações sobre o uso da bicicleta.

3. Releia a resposta à pergunta “Como você pensou em montar o Bicicleta na Escola?”.

3. a) Ao observar a grande quantidade de bicicletas nos bicicletários das escolas onde ela ensinava, a professora percebeu que

Quando comecei a usar a bicicleta como meio de transporte, percebi que os estudantes a viam apenas como um brinquedo. Tive a ideia de introduzi-la nas aulas de educação física. No início, cada um trazia sua bike e as usávamos na quadra da escola. Aos poucos, percebi que poderia ensiná-los para que ela virasse também meio de transporte.

Paralelamente, eu tinha apresentado um projeto para a secretaria de educação: passei a medir a quantidade de bicicletas que havia nos bicicletários das escolas da rede municipal diariamente e me surpreendi com o resultado. Em alguns casos, havia 20, 30 bicicletas, um número considerável, dada a quantidade de estudantes. Aí comecei a estruturar o projeto. […]

3. b) Sugestão de resposta: Pode-se dizer que ela é

a) O que motivou a professora a criar o projeto?

mas também como cidadã, ao demonstrar e tornar viável que crianças usem bicicletas como

b) Com base nessas informações, que características pessoais podem ser atribuídas à professora que criou o projeto?

4. Releia a última pergunta da entrevista.

uma pessoa preocupada em transformar a sociedade em que vive e atuante em seu papel não só de professora, meio de locomoção na cidade onde vivem.

4. a) Ela considera que o uso da bicicleta pode ajudar na saúde e na diminuição da poluição e do trânsito. Por ser professora de Educação Física, ela elenca vários benefícios associados à saúde de quem utiliza a bicicleta.

a) De acordo com a professora, quais são os benefícios relacionados ao uso da bicicleta?

b) A professora afirma que a bicicleta é um meio de transporte que ajuda a transformar as cidades em lugares melhores. Você concorda ou discorda da opinião dela? Justifique sua resposta. 4. b) Resposta pessoal.

5. O artigo de opinião e a entrevista trazem como tema em comum os benefícios do uso da bicicleta, mas apresentam diferentes enfoques.

5. a) No artigo de opinião, o autor aborda o uso da bicicleta como uma solução para os problemas de transporte das cidades; já na entrevista, a professora, além desse aspecto, ressalta os benefícios que a bicicleta traz à saúde.

a) Qual é o enfoque dado ao tema pelo autor do artigo de opinião? E qual é o enfoque dado pela professora na entrevista?

b) Considerando a região em que você vive, qual dos dois enfoques você considera mais importante? Explicite seu ponto de vista, argumentando com base no seu cotidiano.

a bicicleta poderia ser também um meio de transporte para seus estudantes, assim como foi para ela. Resposta pessoal.

6. Compare o artigo de opinião e a entrevista com relação à composição e à finalidade dos textos.

a) Quanto à composição, qual é a diferença entre os dois textos?

6. a) O artigo de opinião é escrito em parágrafos e apresenta argumentos variados; já a entrevista é composta de parágrafos introdutórios, que apresentam informações sobre a entrevistada e sobre o assunto da entrevista, e de blocos de perguntas e respostas.

b) E quanto à finalidade, em que eles se diferenciam? 6. b) A finalidade do artigo de opinião é a

defesa do ponto de vista do articulista, que busca incentivar o leitor a aderir à causa, ao apresentar argumentos relacionados aos benefícios do uso da bicicleta como meio de transporte nas grandes cidades. A finalidade da entrevista é apresentar informações sobre o projeto criado pela professora e a função social que ele desempenha, levando o leitor a perceber, por meio de um exemplo real, os benefícios do uso da bicicleta no cotidiano de habitantes de uma cidade.

5. Se necessário, oriente os estudantes a retomarem os dois textos. Incentive-os a compartilhar ideias, de modo que eles possam esclarecer por que preferem um ou outro enfoque, ou até os dois, explicando suas razões. Considere os aspectos levantados por eles em relação às suas escolhas, levando em conta a região em que vivem e as características de locomoção do lugar, por exemplo. Incentive-os a sustentar suas

opiniões com argumentos. Suscite reflexões pedindo exemplos e deixe que se manifestem livremente. É importante incentivar a visão crítica dos estudantes para que desenvolvam uma noção social relevante.

6. Certifique-se de que os estudantes compreenderam as diferenças entre os dois gêneros textuais. Caso ainda tenham dúvidas, retome as características de cada um dos gêneros.

248 D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 248 09/06/22 10:55 248

Sujeito e predicado

No artigo de opinião que você leu na seção Texto, o autor faz um panorama a respeito do uso da bicicleta no Brasil e expõe seu ponto de vista sobre o assunto.

1. Releia o trecho do primeiro parágrafo do artigo de opinião.

A bicicleta está bem distante de ser o principal meio de transporte no Brasil. No entanto, estudo feito em 2016 em algumas capitais brasileiras revela, entre outras coisas, que mais de 60% das pessoas gostariam de usar esse modal para ir ao trabalho. No entanto, ainda sentem falta de segurança, de respeito dos motoristas e de ausência de estrutura nas empresas. [...]

a) O estudo feito em 2016 mostrou que mais de 60% das pessoas gostariam de usar a bicicleta, mas não o fazem por algumas razões. Em sua opinião, as razões apresentadas são pertinentes? Justifique. Resposta pessoal.

b) De que maneira, provavelmente, o articulista teve acesso às informações que apresentou no artigo de opinião?

Por meio de textos jornalísticos sobre o tema, já que é um assunto de interesse

geral, e de textos relacionados à divulgação de dados comprovados através de estudos e de pesquisa.

2. O trecho que você leu na atividade anterior é composto de três períodos. Que sinal de pontuação é usado para marcar cada período? O ponto-final.

3. O primeiro período é classificado como simples.

a) O que esse período informa ao leitor?

O período informa que a bicicleta não é, e provavelmente demorará a ser, o principal meio de transporte no Brasil.

b) Explique por que esse período é classificado como simples.

Porque é constituído de apenas uma oração, pois há um único verbo, e tem sentido completo.

4. O segundo período é formado por três orações. A seguir, releia uma das orações desse período.

4. a) Espera-se que os estudantes reconheçam que a oração tem sentido incompleto, pois depende das informações das demais orações que compõem o período para ser compreendida totalmente.

[...] mais de 60% das pessoas gostariam de usar esse modal [...].

a) As orações podem ter um sentido completo ou incompleto. Como você analisa essa oração quanto ao sentido?

b) Essa oração é formada de sintagma nominal e de sintagma verbal. No caderno, transcreva a oração e indique, com cores diferentes, os dois tipos de sintagma. Depois, circule o núcleo de cada um deles.

c) O que você observou quanto ao núcleo do sintagma verbal?

O sintagma nominal é a parte da oração que tem como núcleo um nome (um substantivo ou pronome). O sintagma verbal é a parte da oração que tem como núcleo uma forma verbal ou uma locução verbal.

PROPOSIÇÕES

Após o estudo de Por dentro da língua, espera-se que os estudantes sejam capazes de diferenciar sujeito de predicado e reconhecer o papel desses termos essenciais da oração na construção de sentidos de um texto. Toda manifestação comunicativa da linguagem ocorre a partir de uma sequência de unidades, que são delimitadas por um silêncio que as

REALIZAÇÃO

Por dentro da língua

1. a) Espera-se que os estudantes avaliem as razões apresentadas, principalmente as relacionadas com a falta de segurança no trânsito e ao comportamento de motoristas em relação aos ciclistas.

1. b) Explique que articulistas são as pessoas que escrevem os artigos de opinião. Ressalte que, para sustentar argumentos e defender uma opinião, é fundamental embasá-la em fatos e dados comprováveis.

2. Diga que o ponto-final finaliza uma oração declarativa ou imperativa.

3. Relembre-os de que os períodos simples são compostos por uma oração, isto é, apresentam enunciado com apenas um verbo e sentido completo.

precede e por um contorno melódico (entonação) que as finaliza. Na escrita, as marcas de tais delimitações são, respectivamente, a letra maiúscula e o ponto-final. A essa sequência se atribui o nome de enunciado ou período. Os enunciados, ou períodos, expressam mensagens com sentido completo.

Entre os diferentes enunciados, encontram-se a frase e a oração. Esta se caracteriza

4. Espera-se que os estudantes compreendam que construímos orações com blocos significativos compostos de uma ou mais unidades linguísticas que se combinam – os sintagmas. Peça-lhes que alterem a ordem dos sintagmas das orações e que verifiquem se, em alguma delas, há distorção do sentido pretendido pelo texto. Faça com que observem também a necessidade de usar a vírgula para marcar alguns dos deslocamentos nos textos escritos e ajudar na produção de sentidos.

249

POR DENTRO
DA LÍNGUA
Sintagma nominal: “mais de 60% das pessoas”; núcleo: pessoas. Sintagma verbal: “gostariam de usar esse modal”; núcleo: gostariam de usar O núcleo do sintagma verbal é formado pela locução verbal gostariam de usar 249 D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 249 07/06/22 17:41
pela presença de uma palavra fundamental: a forma verbal; já a frase reúne duas unidades significativas – o sujeito e o predicado –, entre as quais pode ou não se estabelecer uma relação predicativa.

REALIZAÇÃO

5. Explique aos estudantes que, embora a gramática determine sujeito e predicado como elementos essenciais na composição de uma oração, há orações compostas apenas do sintagma verbal, ou seja, somente do predicado. Explique-lhes que a ordem em que as partes de uma oração são organizadas também é um fator que atribui sentidos. A organização das unidades de uma oração ou de um período não é aleatória; ela depende das necessidades do processo comunicativo e das intenções do falante.

PROPOSIÇÕES

Após a realização da atividade 5, leia o boxe conceito com os estudantes. A compreensão dos sintagmas nominais e sintagmas verbais é importante para a construção gramatical e compreensão de textos. Nesta seção, os estudantes devem compreender que construímos orações com blocos significativos compostos de uma ou mais unidades linguísticas que se combinam – os sintagmas. Mostre a eles que tais unidades podem mudar de posição na oração de acordo com a intenção comunicativa do enunciado. Escreva na lousa a manchete a seguir ou, se possível, projete a página na qual ela se encontra.

Após possível lesão de Murilo, Palmeiras sofre com falta de zagueiros

DA REDAÇÃO. Após possível lesão de Murilo, Palmeiras sofre com falta de zagueiros. Folha da Região, Araçatuba, 31 maio 2022.

Disponível em: https://www. folhadaregiao.com.br/2022/05/31/ apos-possivel-lesao-de-murilo-palmeiras-sofre-com-falta-de-zagueiros. Acesso em: 2 jun. 2022.

5. O sintagma nominal e o sintagma verbal correspondem a funções sintáticas consideradas essenciais na constituição de uma oração: sujeito e predicado

a) Na oração que você analisou na atividade 4, qual é o sintagma que exerce a função de sujeito?

É o sintagma nominal (mais de 60% das pessoas).

b) E qual é o sintagma que exerce a função de predicado da oração?

É o sintagma verbal (gostariam de usar esse modal).

O sujeito é constituído, geralmente, de um sintagma nominal; o predicado é constituído de um sintagma verbal. O sujeito e o predicado são termos essenciais que estruturam grande parte das orações.

O sujeito é o termo da oração sobre o qual se declara algo e com o qual o verbo concorda em número e pessoa. O predicado é o termo da oração que declara algo sobre o sujeito.

Exemplos:

A parte da gramática que estuda as funções que as palavras desempenham na oração, como sujeito e predicado, chama-se sintaxe

Cidades orientadas somente ao veículo automotor não fazem mais sentido.

predicado – sintagma verbal – núcleo: fazem sujeito – sintagma nominal – núcleo: cidades

Você pode começar hoje!

sujeito – sintagma nominal –núcleo: você predicado – sintagma verbal – núcleo: pode começar

Observe que o predicado pode conter sintagmas nominais em sua composição. Veja outro exemplo:

Muitas pessoas gostariam de usar a bicicleta diariamente.

sujeito – sintagma nominal (núcleo: pessoas)

predicado – sintagma verbal (núcleo: gostariam de usar + sintagma nominal: a bicicleta)

No exemplo, o sintagma nominal aparece na posição de sujeito e também na composição do sintagma verbal ou predicado.

O núcleo do sintagma nominal é sempre constituído de um nome (substantivo ou pronome). No exemplo, pessoas e bicicleta são os núcleos dos sintagmas nominais.

O núcleo do sintagma nominal pode vir acompanhado de artigos, outros pronomes (termos determinantes), numerais e pronomes indefinidos (termos quantificadores) ou de adjetivos e/ou locuções adjetivas (termos modificadores). No exemplo, muitas (pronome indefinido) e a (artigo) são usados, respectivamente, como quantificador e determinante dos núcleos dos sintagmas nominais analisados.

Solicite aos estudantes que localizem a forma verba lno texto. Depois, releia todo o enunciado e proponha-lhes que dividam o título da notícia em blocos de sentido. Diga a eles que esses blocos de palavras que se combinam são denominados sintagmas.

Peça que reescrevam a manchete colocando o sujeito no início da oração e que conversem sobre a intenção de se optar por outra

organização textual. Eles devem inferir que, nesse caso, a intenção foi destacar a possibilidade de afastamento de mais um jogador da equipe, por isso inicia o texto com o sintagma após possível lesão de Murilo Explique aos estudantes que o sintagma verbal é a base da estrutura de uma oração. Sem ele, não se constitui a oração. O sintagma verbal pode ser constituído apenas

250
250 07/06/22 17:41 250
D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd

Às vezes, algumas orações não preenchem a posição do sujeito com um sintagma nominal, mas é possível compreendê-lo pelo sentido e pela flexão verbal.

Veja este exemplo extraído do artigo de opinião:

[...] No entanto, ainda sentem falta de segurança , de respeito dos motoristas e de ausência de estrutura nas empresas. [...]

No exemplo, a oração em destaque é formada apenas do sintagma verbal que exerce a função de predicado. A posição de sujeito da oração não está preenchida por um sintagma nominal, mas pode ser inferida pelo contexto – quem sente falta de segurança? – e pela flexão verbal – 3a pessoa do plural. O sujeito dessa oração é mais de 60% das pessoas, localizado no período anterior do artigo de opinião “Onde está sua bicicleta?”.

Nas orações e nas frases, geralmente, as palavras são organizadas em uma determinada sequência chamada ordem direta, formada de: sujeito + forma verbal + complemento

Nesta seção, todas as orações analisadas até o momento estão organizadas na ordem direta. Porém, dependendo do sentido que se deseja produzir, a organização das unidades de uma oração de uma frase, de um período pode ser diferente.

Exemplo:

A bicicleta traz melhorias à saúde

forma verbal complemento sujeito

Trilhando sonhos: 365 dias de bicicleta pela América do Sul, de Thiago Fantinatti. Joinvile: Clube dos Autores, 2011.

localizar exemplos de sintagmas nominais e sintagmas verbais. Escreva os exemplos encontrados na lousa. Oriente-os a avaliar se os exemplos que eles encontraram apresentam sintagma nominal. Comente que o sintagma nominal pode ser formado por uma ou mais palavras. Então, peça que identifiquem o núcleo do sintagma nominal de cada exemplo.

REALIZAÇÃO

Veja outras possibilidades de organizar a oração:

1. Melhorias à saúde a bicicleta traz

(ordem direta) sujeito forma verbal complemento

2. Traz melhorias à saúde a bicicleta

forma verbal

complemento sujeito

Observe que as orações mantêm todos os elementos, mas, em cada uma das disposições, prioriza-se o destaque de um elemento, o que modifica os sentidos em cada uma delas. Portanto, a escolha de qual organização usar irá depender daquilo que se deseja priorizar no texto.

por seu núcleo ou pela forma verbal. Exemplo: Marcos viajou (sintagma verbal: viajou; núcleo do sintagma verbal: viajou).

Ao explorar a ordem direta nas orações e nas frases, é importante que os estudantes compreendam que a ordem direta na organização de uma oração e de uma frase – composta de sujeito, forma verbal e complemento – favorece a compreensão do

O livro narra a viagem de bicicleta de Thiago Fantinatti pelo continente sul-americano entre 2008 e 2009. Em um ano, ele percorreu 15 mil km. Saindo do estado de São Paulo, o ciclista cruzou os pampas, a Patagônia, os Andes, o deserto de Atacama e o altiplano, passando por seis países latino-americanos, e retornou ao Brasil, onde atravessou a Amazônia, finalizando a viagem em Belém, no Pará.

PARA

ACESSAR

enunciado linguístico. Entretanto, admite-se formas diferentes de organização do sujeito e do predicado numa oração ou frase, desde que o sentido seja preservado.

Se julgar interessante e se for possível, reserve um horário na sala de informática da escola e oriente-os a acessar sites de jornais e revistas digitais. Peça aos estudantes que se organizem em grupos e incentive-os a

PARA LER
251 D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 251 11/06/22 10:45
Editora ClubE dos autorEs
Leia com os estudantes os exemplos propostos nesta seção e reproduza-os na lousa. Forneça novos exemplos e permita a interação entre eles. Propicie o protagonismo dos estudantes durante a atividade. Explore a organização de cada exemplo e, se julgar necessário, reforce o fato de que o sujeito e o predicado nem sempre são posicionados na ordem direta de uma oração ou frase, podendo ocupar uma ordem diferente. Acrescente que algumas orações e frases podem ser constituídas apenas pelo predicado. MINIGRAMÁTICA. São Paulo, [20--]. Site. Disponível em: http:// www.nilc.icmc.usp.br/nilc/minigramatica/mini/sejabemvindo. htm. Acesso em: 9 maio 2022. Entre outros conteúdos, essa minigramática digital traz uma definição conceitual de sintagma e a classificação de seus diferentes tipos. 251

PROPOSIÇÕES

Para a realização da subseção Atividades, sugere-se que promova a leitura individual e autônoma da peça da campanha “Eu respeito os ciclistas”, em um primeiro momento, orientando-os a relacionar todos os elementos verbais e não verbais do cartaz da campanha publicitária. Em seguida, realize a discussão oral, solicitando à turma a síntese de todos os recursos linguísticos utilizados no cartaz como estratégias de persuasão do público-alvo. Relacione o conteúdo da campanha com a temática trabalhada nos textos lidos anteriormente no módulo.

REALIZAÇÃO

1. a) Explique aos estudantes que é comum o corpo do texto publicitário utilizar uma linguagem informal para se aproximar do público-alvo.

1. b) Diga que, assim como há desrespeito no trânsito em relação aos ciclistas, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro para Ciclistas (CTB), eles devem utilizar ciclovias, ciclofaixas ou acostamentos. Caso não haja es ses espaços devem usar a lateral direita da pista, no mesmo sentido dos demais veículos. Ainda de acordo com o CTB, é proibido pedalar em calçadas, passarelas e outras vias exclusivas para pedestres. Caso julgue pertinente, acesse com a turma a cartilha de orientações aos ciclistas, disponível em: https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/arquivos-senatran/docs/ CartilhaCiclistaatualizada.pdf

ATIVIDADES

1. Leia, a seguir, a peça que faz parte de uma campanha de conscientização para promover o respeito aos ciclistas no trânsito.

1. b) Provavelmente, a iniciativa se deve ao aumento do uso de bicicletas pelos moradores do município e de casos de desrespeito aos ciclistas nas vias públicas. Em razão disso, a finalidade da campanha é reforçar que a bicicleta faz parte do trânsito e que, por isso, todos devem respeitá-la.

2. a) A fotografia de um ciclista usando uma bicicleta, de uma perspectiva que evidencia mais a bicicleta do que o ciclista. O efeito de sentido produzido é chamar a atenção do leitor para o ato de pedalar associando a imagem ao objeto principal da campanha, o ciclista.

a) Que público a peça pretende atingir?

b) O que provavelmente levou a prefeitura a lançar essa campanha na cidade? O que se pretende alcançar com ela?

2. A peça apresenta alguns elementos que atraem o olhar do leitor.

a) Que estratégia visual se destaca nela? Que efeito de sentido ela produz?

b) Que outra estratégia gráfico-visual se destaca na composição da peça?

c) Qual é a finalidade dessas estratégias?

3. Releia o slogan da campanha. Depois, no caderno, transcreva a alternativa que se refere ao seu enunciado. Alternativa C .

A. É formado por duas orações, portanto é um período composto.

B. É um período simples, composto de uma oração formada apenas de um sintagma nominal.

C. É um período simples, composto de uma oração formada por um sintagma verbal e dois sintagmas nominais.

D. É um período simples, composto de uma oração formada apenas de sintagma verbal.

(acesso em: 10 maio 2022). Nela, há diversas informações a respeito dos benefícios do uso da bicicleta, assim como informações do CTB – Código de Trânsito Brasileiro em relação aos direitos e deveres dos ciclistas quanto ao uso desse meio de transporte, comprometendo o ciclista a também observar cuidados para não infringir as leis de trânsito.

2. Incentive os estudantes a notar todos os elementos da imagem e relacioná-los com as informações escritas que a acompanham. Esclareça que esses recursos visuais, juntamente com a parte escrita, contribuem para a construção do sentido integral desse texto multissemiótico. Auxilie-os a entender o objetivo da campanha e a identificar os recursos persuasivos, como o slogan

PREFEITURA DE PANAMBI. [Campanha] Eu respeito os ciclistas 2021. 1 cartaz. Disponível em: www.noroesteonline.com/ prefeitura-de-panambi-lanca-campanha-em-respeito-aos-ciclistas/. Acesso em: 14 abr. 2022. 1. a) Pretende atingir a população da cidade de Panambi, no Rio Grande do Sul, seja pedestre, motorista ou ciclista. 2. b) O slogan da campanha, “Eu respeito os ciclistas”, escrito em letras grandes e na cor branca, colocadas em um fundo na cor verde. Prefeitura de Panambi
252
2. c) Persuadir o leitor a aderir à campanha de conscientização, levando-o a adotar novas posturas no trânsito e promovendo o respeito entre todos os usuários.
29/07/22 14:13
D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 252
252

4. Observe que a forma verbal empregada no slogan da campanha está no singular. Por que isso ocorre?

Porque a forma verbal respeito concorda com o sujeito ao qual se refere, o pronome pessoal eu, da 1a pessoa do singular.

5. Releia o trecho a seguir. O ciclista não é um obstáculo nas vias. Ele faz parte do trânsito.

5. b) Sintagma nominal: Ele; núcleo do sintagma nominal: ele Sintagma verbal: faz parte do trânsito; núcleo do sintagma verbal: faz.

5. a) Sujeito: O ciclista; núcleo do sujeito: ciclista

a) Na primeira oração, que termo exerce a função de sujeito? Qual é o núcleo do sujeito?

b) Na segunda oração, identifique os termos que a compõem e classifique-os em sintagma nominal e sintagma verbal, destacando o núcleo de cada um deles.

6. Leia o trecho de uma reportagem publicada em um portal de notícias on-line

Da neve ao deserto, brasileiro viaja pelo mundo em uma bicicleta de bambu

Priscila Carvalho De São Paulo para a BBC News Brasil – 28 dezembro 2021

O sociólogo carioca Ricardo Martins, 36, está viajando o mundo de bicicleta desde 2007. Cansado da vida de escritório e uma rotina tradicional, ele largou o emprego e embarcou para América do Sul com apenas R$ 385.

Nesta primeira etapa, que ganhou o apelido de “Roda América”, ele ficou fora de casa por quatro anos.

De volta ao país, ele tentou retomar uma vida “normal” e começou a cursar sociologia. Porém, não se encaixava mais nos padrões tradicionais de uma empresa ou vida, como ele mesmo define.

Como sempre curtiu experiências diferentes, pensou que poderia voltar às viagens ao lado de outra “magrela”, só que dessa vez ela seria feita de bambu.

Ricardo Martins, na Tanzânia, ao lado de bicicleta de bambu usada para fazer jornada por diversos países.

Ele descobriu o meio de transporte depois de ver um homem andando na rua e teve a curiosidade em perguntar como a bicicleta funcionava.

“Ele construía esses tipos de bicicleta e ainda as fazia sob medida. Dá para deixar o bambu mais claro, mais escuro e do jeito que você quer. Mede sua perna e tudo. Encaixa como uma aliança”.

Ao ficar pronta, ela foi batizada como Dulcineia.

Em 2016, depois de receber a bike, seguiu para mais uma viagem de um ano e meio pelo continente africano, começando na Cidade do Cabo, África do Sul, e terminando em Alexandria, no Egito.

Ao todo, somando as duas jornadas, ele já pedalou mais de 50 mil quilômetros. [...]

notícias sobre negócios e economia, esportes, política, meio ambiente; ou ainda classificados, entrevistas, colunas de opinião, cartas de leitores, entre outras possibilidades.

PARA

LER

AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola Editorial, 2021.

3. No slogan “Eu respeito os ciclistas”, o sintagma verbal tem como núcleo a forma verbal respeito, e a oração compreende dois sintagmas nominais, um formado pelo sujeito (eu) e outro formado pelo objeto direto (os ciclistas).

4. e 5. Esclareça que, em caso de sujeito simples, a forma verbal concorda com o núcleo em número e pessoa.

6. Ao ler o texto com os estudantes, permita que eles troquem ideias sobre a experiência retratada no texto e comentem de forma coletiva. Eles podem relacionar esse texto com os lidos anteriormente no módulo, ampliando o olhar a respeito das possibilidades de uso da bicicleta. Se possível, explique que, geralmente, um jornal é dividido em várias seções que podem incluir: notícias locais e internacionais;

[...]
BAMBOO T RIP 253 D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 253 07/06/22 17:41
Nesse livro, o autor explica que é por meio do verbo que se realiza a predicação. Pelo ato de predicar, o ser humano associa um atributo a um objeto, circunscrevendo essa associação a alguma fase da linha do tempo da fala. 253

REALIZAÇÃO

6. Convide alguns estudantes para compartilhar a resposta com a turma. É possível que eles comentem que a reportagem foi publicada em um portal de notícias devido à viagem de um ano e meio que o brasileiro fez por países de vários continentes, pedalando uma bicicleta de bambu, material incomum para esse meio de transporte.

7. Reitere aos estudantes que o sintagma nominal é a parte da oração que tem como núcleo um nome (substantivo ou pronome). O sintagma verbal, por sua vez, é a parte da oração que tem como núcleo uma forma verbal ou uma locução verbal.

8. e 9. Nessas atividades, é importante os estudantes compreenderem que construímos orações com blocos significativos compostos de uma ou mais unidades linguísticas que se combinam – os sintagmas. Mostre que tais unidades podem mudar de posição na oração de acordo com a intenção comunicativa.

10. Após a realização da atividade, retome, com exemplos transcritos na lousa, as definições de sujeito (termo ao qual o predicado se reporta), sujeito simples (constituído por um só núcleo), composto (constituído por dois ou mais núcleos) e predicado (tudo o que se declara sobre o sujeito). Pergunte à turma se restou alguma dúvida e faça a correção das atividades transcrevendo as orações na lousa e analisando com eles cada resposta.

9. Espera-se que os estudantes percebam que os efeitos de sentido seriam diferentes. No título original, a autora da reportagem, ao começar por “Da neve ao deserto”, quis enfatizar para o leitor os lugares por onde o brasileiro viajou; já o título reformulado destaca como primeiro elemento o sujeito da oração (Brasileiro), em seguida como ele viajou (em uma bicicleta de bambu), para depois apresentar a forma verbal (viaja). Portanto, embora a informação seja a mesma, os efeitos de sentido se modificam, dependendo da intencionalidade.

[...]

Durante os anos que levou planejando suas viagens, Ricardo desenvolveu trabalhos de sustentabilidade e mobilidade, palestrou em alguns países e realizou pesquisas acadêmicas à distância — por isso era conhecido por autoridades internacionais.

[...]

Depois de encerrar seu trajeto na África, ele resolveu encarar as temperaturas negativas da Europa. Dessa vez, também iria explorar o continente de uma ponta a outra.

[...]

Hoje, ele vive com sua esposa na cidade do Cairo, no Egito, e pretende pedalar com a Dulcineia mais uma vez pelo mundo, só que dessa vez o destino será o continente asiático.

CARVALHO, Priscila. Da neve ao deserto, brasileiro viaja pelo mundo em uma bicicleta de bambu. BBC, São Paulo, 28 dez. 2021. Disponível em: www.bbc.com/portuguese/brasil-59803838. Acesso em: 2 maio 2022. Resposta pessoal.

• Em sua opinião, por que um fato como esse foi publicado em um portal de notícias?

7. O título do texto é formado por um período simples, portanto por apenas uma oração.

7. a) Sujeito: brasileiro; núcleo: brasileiro

a) Qual é o sintagma nominal que está na posição de sujeito? E qual é o seu núcleo?

b) Qual é o sintagma verbal e seu núcleo? Que função o sintagma verbal exerce na oração?

7. b) Sintagma verbal: “Da neve ao deserto, [...] viaja pelo mundo em uma bicicleta de bambu”; núcleo: viaja

8. Em que ordem os elementos do título foram organizados? No caderno, transcreva a alternativa correta. Alternativa B.

O sintagma verbal exerce a função de predicado da oração.

A. sintagma verbal + sintagma nominal + sintagma nominal

B. sintagma nominal + sintagma nominal + sintagma verbal

C. sintagma nominal + sintagma verbal + sintagma nominal

D. sintagma verbal + sintagma verbal + sintagma nominal

9. Se o título da reportagem fosse “Brasileiro, em uma bicicleta de bambu, viaja da neve ao deserto”, os efeitos de sentido seriam os mesmos? Explique.

10. Releia o período a seguir.

[...] Cansado da vida de escritório e uma rotina tradicional, ele largou o emprego e embarcou para América do Sul com apenas R$ 385.

10. a) Esse período é formado por duas orações identificadas pelas formas verbais largou e embarcou

a) Quantas orações formam esse período? Como é possível identificá-las?

b) No caderno, copie a primeira oração do período e indique qual é o sujeito e o predicado dela.

10. b) Sujeito: ele; predicado: “Cansado da vida de escritório e uma rotina tradicional, [...] largou o emprego”.

c) Em sua opinião, por que a função de sujeito não foi preenchida na segunda oração?

Porque as orações estão interligadas e apresentam o mesmo sujeito, já determinado na primeira oração; logo, não há necessidade de repeti-lo, pois é possível saber essa informação por meio do contexto.

PARA LER

SOUZA-E-SILVA, Maria Cecília P. de; KOCH, Ingedore Villaça. Linguística aplicada ao português: sintaxe. 16. ed. São Paulo: Cortez, 2017.

Esse livro apresenta a descrição das funções sintáticas do português, procedendo à operacionalização para o ensino dos conceitos da teoria linguística e da gramática gerativa transformacional.

254 D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 254 11/06/22 12:01 254

E ESCRITA LINGUAGEM SENTIDOS E

Neologismo

Já sabemos que a língua é extremamente dinâmica e que é possível atribuir um novo significado a determinadas palavras ou criar novas palavras ou expressões para dar nomes a algo que precise ser nomeado.

1. Releia um dos parágrafos do artigo de opinião “Onde está sua bicicleta?”.

O uso da bicicleta é uma tendência mundial e alguns locais já estão bem desenvolvidos em relação às ciclovias. Em Tóquio e na Holanda, por exemplo, 25% dos trajetos diários são feitos de bike. No Brasil ainda estamos engatinhando nesse assunto, mas iniciativas e pesquisas mostram que há uma demanda ainda mal explorada.

1. a) O fato de que na cidade de Tóquio (capital do Japão) e na Holanda 25% dos trajetos diários são feitos de bicicleta pela população.

a) Que fato o autor menciona para exemplificar que o uso da bicicleta é uma tendên cia mundial?

b) O autor afirma que “No Brasil ainda estamos engatinhando nesse assunto”. Que termo ele usa para evidenciar sua opinião sobre o que ocorre no Brasil? O que o uso desse termo sugere?

O termo engatinhando, que sugere que o autor considera o país muito atrasado no uso da bicicleta como meio de transporte.

2. Agora, leia o verbete da palavra engatinhar.

(en.ga.ti.nhar)

v.

1. Andar de gatinhas ou de quatro [int.: Meu filho começou a engatinhar.]

2. Fig. Estar-se iniciando em (ciência, arte etc.) [tr. + em: Ele ainda engatinha em física .]

ENGATINHAR. In: AULETE, J. Caldas; VALENTE, Antonio Lopes dos Santos. Aulete digital. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, [2022?]. Disponível em: https://aulete.com.br/engatinhar. Acesso em: 14 abr. 2022.

a) Qual acepção corresponde ao sentido em que essa palavra foi usada no texto? Por que você acha que ela foi escolhida pelo autor?

A segunda acepção. Resposta pessoal.

b) Considerando que o artigo de opinião é um texto em que predomina o registro formal de linguagem, em sua opinião o uso dessa palavra está adequado?

Pelo fato de ser usada com um sentido diferente de sua acepção inicial – andar de gatinhas ou de quatro –, a palavra engatinhando é considerada um neologismo.

2. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que o uso de termos no sentido figurado também pode aparecer em textos formais, como artigos de opinião, e é um recurso empregado pelo autor para enfatizar sua opinião a respeito do assunto.

criando palavras novas com base em palavras já existentes na nossa língua e dando novos sentidos a palavras que existem.

REALIZAÇÃO

Linguagem e sentidos

1. e 2. O neologismo analisado é um exemplo de transferência semântica.

1. a) Lembre os estudantes de que é comum o articulista citar exemplos concretos em artigos de opinião com o objetivo de mostrar aquilo que pretende defender.

2. a) A palavra está sendo usada no texto com o sentido da segunda acepção. Espera-se que os estudantes infiram que o uso dessa palavra evidencia a crítica feita pelo autor e, ao mesmo tempo, dá um tom mais informal ao texto.

FARACO, Carlos Alberto. (org.). Estrangeirismos: guerras em torno das línguas. São Paulo: Parábola Editorial, 2001. (Na ponta da língua, 1).

PROPOSIÇÕES

Em Linguagem e sentidos será estudado o neologismo, que consiste na criação de uma palavra ou expressão nova por meio de alguns processos, como: derivação (processo pelo qual uma palavra é criada a partir de uma palavra existente na língua), composição (processo pelo qual uma palavra é formada pela junção

de duas palavras), transferência semântica (processo pelo qual uma palavra é usada por relação de similaridade), truncação (processo pelo qual uma palavra é criada a partir do desaparecimento de parte da palavra de que deriva) e empréstimo (empréstimo de uma palavra ou expressão de uma língua sem alterar a grafia ou a pronúncia). É possível aumentar o léxico

D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 255 07/06/22 17:41

Os autores desse livro são unânimes na afirmação de que a língua muda para atender às necessidades dos falantes e de que a variação é inerente às línguas, tornando impossível regulamentar a língua humana.

VALENTE, André (org.). Aulas de português: perspectivas inovadoras. 2. ed. Petrópolis: Vozes, (RJ), 2001.

Nesse livro, o professor encontra estudos sobre conceitos de enunciação, discurso, texto e sentido e sua operacionalidade no ensino da língua.

PARA LER
255
255

PROPOSIÇÕES

As múltiplas atividades sociais são favoráveis à criação de novas palavras para atender a comunidades científicas, comerciais, culturais etc. As palavras que atendem a tais necessidades denominam-se neologismos. Em português, os neologismos são criados por dois mecanismos principais: com base nos elementos estruturais das palavras, empregados em seu sentido usual ou com novo valor semântico; ou por empréstimos gramaticais ou de palavras de outras línguas (ou de uma comunidade linguística dentro da mesma língua histórica – regionalismos, nomenclaturas técnicas e gírias). Todos esses mecanismos de introdução de novas palavras são responsáveis por revitalizar o léxico. Leia em voz alta o boxe que conceitualiza o neologismo e, em seguida, comente com os estudantes que se criam constantemente palavras e expressões na língua, das mais simples às mais complexas. O neologismo pode ser:

a) Semântico: palavra já existente que adquire um novo significado, como navegar (na internet). Exemplo:

• Gabriela adora navegar na internet.

Comente que navegar tem o sentido de “viajar no mar ou no ar” (em barco, aeronave etc.). No sentido em que foi usada – percorrer os sites e as redes sociais na internet –, essa palavra é um neologismo, pois acrescenta um novo significado aos que a palavra já possuía.

b) Lexical: nova palavra criada para designar algo, como internetês

Pergunte aos estudantes se eles conhecem o significado de internetês. Esclareça que

Neologismo é tanto o uso de palavras novas, formadas ou não a partir de outras existentes, quanto a atribuição de novos sentidos a palavras já existentes ou importadas de outra língua.

Exemplo:

[...] e nas emissões de gases de efeito estufa

A expressão efeito estufa é um neologismo porque foi criada a partir da palavra estufa, para designar o fenômeno natural que faz com que uma parte do calor do sol permaneça na atmosfera.

Agora, leia este outro exemplo:

[...] pensou que poderia voltar às viagens ao lado de outra “magrela” [...].

A palavra magrela é um neologismo criado para referir-se à bicicleta, por associação à estrutura compacta do meio de transporte.

Criam-se palavras a todo instante na língua, sejam palavras simples, compostas e até frases. Na entrevista da professora que você leu na seção Textos em diálogo, encontramos alguns exemplos de neologismo. Veja:

[...] passei a medir a quantidade de bicicletas que havia nos bicicletários das escolas [...].

A palavra bicicletários foi criada pela necessidade de se dar um nome ao local onde se guardam bicicletas.

[...] No encontro seguinte sugerimos brincadeiras com a bici. [...]

A palavra bici é uma redução da palavra bicicleta, muito usada por falantes mais jovens.

As onomatopeias, processo que forma palavras novas para tentar imitar os sons, também são consideradas neologismos, assim como os verbos que derivam desses sons. Por exemplo: trimm-trimm (para imitar o som do telefone); sniff-sniff (o som do choro); tim-tim (do som do tilintar de copos de vidro).

Como vimos nesta seção, o neologismo consiste na criação de uma palavra ou expressão nova, ou na atribuição de um novo sentido a uma palavra já existente.

Os neologismos surgem como uma necessidade de novas formas de expressão de conceitos. Muitos possuem duração momentânea ou transitória (exemplo: marilama); outros, com o passar do tempo, perdem o caráter de neologismo e se tornam permanentes no léxico da língua (exemplos: deletar, resetar etc.).

esse neologismo, referente à “língua falada na internet”, tem uma formação parecida com a de diversos outros neologismos criados para se referir a um jargão de uma área específica: ao radical internet é acrescido o sufixo - ês, empregado para formar nomes que indicam origem, naturalidade. Estes neologismos foram formados pelo mesmo processo: juridiquês (“língua usada

na área jurídica)”, politiquês (“língua usada na política”), burocratês (“língua usada na área burocrática”) etc.

c) Sintático: construção ou expressão que adquire um novo significado, conotativo ou figurado. Exemplo:

• Vá plantar batatas! (que significa “Saia daqui!”, “Vá embora!”).

MAIS 256
07/06/22 17:41 256
SAIBA
D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 256

ATIVIDADES

1. a) O tema é a criação de faixas para ciclistas em pistas onde trafegam motoristas, as quais são separadas apenas com sinalizações visuais, sem uma separação física, como são as ciclovias.

1. b) O cartunista retrata um repórter entrevistando um ciclista, como acontece em programas de reportagens televisivas.

1. Leia, a seguir, uma charge que aborda uma situação com a qual muitos ciclistas se deparam em algumas cidades do Brasil.

a) Qual é o tema da charge?

b) Que recursos não verbais são usados para evidenciar esse tema?

2. a) Nessa situação, significa que uma parte das pistas destinadas aos motoristas é separada para os ciclistas transitarem, ou seja, uma parte para motoristas e outra para ciclistas,

CABRAL, Ivan. [Charge do dia: Semi-ciclista] Sorriso Pensante Natal, 17 set. 2015. Disponível em: https://www.ivancabral. com/2015/09/charge-do-diasemi-ciclista.html. Acesso em: 14 abr. 2022.

portanto o emprego da palavra semiexclusiva está adequado ao contexto.

2. Observe que o repórter emprega em sua fala a palavra semiexclusiva

a) Considerando os sentidos da charge, qual significado pode ser atribuído a ela? Na sua opinião, seu uso está adequado ao contexto?

b) O ciclista, em sua fala, emprega o termo semiciclista. Que sentido pode ser atribuído a essa palavra?

c) E que efeito de sentido essa palavra produz?

Evidencia a crítica à falta de respeito aos ciclistas e de políticas de trânsito adequadas para esse tipo de modal.

3. Considerando as palavras semiexclusiva e semiciclista , transcreva, no caderno, a alternativa que as descreve. Depois, justifique sua escolha.

Alternativa D

A. Os dois termos são neologismos.

B. Apenas o primeiro termo é um neologismo, pois a palavra já existia e adquiriu um novo significado.

C. Nenhum dos dois termos pode ser considerado neologismo.

D. Apenas o segundo termo é um neologismo, pois foi criado a partir de uma associação de sentidos.

4. a) Todos os neologismos são da área tecnológica, e o termo intruso é surfar, pois ele se relaciona à área esportiva.

4. Há neologismos que são empregados por usuários de determinadas áreas de especialidade, como os listados a seguir. No caderno, escreva o neologismo considerado intruso, isto é, que não faz parte da especialidade da maioria, explicando o porquê da sua escolha.

4. b) Todos os neologismos são da área do futebol, e o termo intruso é internauta, pois ele se relaciona à área tecnológica.

a) deletar – surfar – escanear – clicar – lincar

b) frangaço – fazer cera – lanterna– pipoqueiro– internauta

c) printar – inflação – âncora fiscal – descapitalizado – privatização

2. b) Ao utilizar essa palavra, o ciclista enfatiza como ele se sente ao usar esse tipo de faixa, ou seja, como ele se sente inseguro ao trafegar ao lado de carros, ônibus e caminhões.

Novas construções de frases que passam a ser empregadas com sentido diferente do usual também são consideradas neologismos, como: “José está fora da casinha.” (significa que o comportamento de José foge ao esperado socialmente); “Cada um no seu quadrado.” (= cada um cuide daquilo que diz respeito a si próprio) etc.

4. c) Todos os neologismos são da área econômica, e o termo intruso é printar, pois ele se relaciona à área tecnológica.

REALIZAÇÃO

1. Exponha que a charge consiste em um gênero multissemiótico, em que normalmente se abordam de modo crítico temas ou fatos atuais, podendo causar humor ou o reconhecimento de ironia. Incentive os estudantes a observar todos os elementos que compõem a charge, principalmente as expressões dos rostos do entrevistador e do

entrevistado, e os contrastes das cores para compor o sentido geral da charge.

2. Ao analisarem os termos semiexclusiva e semiciclista, explique aos estudantes que o hífen é utilizado apenas quando a palavra que vem depois desse prefixo começa com as letras i ou h. Nas demais situações, grafa-se junto, sem hífen, repetindo-se o r ou o s quando a palavra que vem depois do prefixo começa com uma dessas letras: semifechar, semiabandonado, semicircunferência, semifechar, semirracional, semissintético, semi-improviso, semi-humano.

3. Comente que os neologismos são criados espontaneamente pelos falantes a partir de suas necessidades de comunicação e dos efeitos de sentido que desejam atribuir. A criação de neologismos deve seguir algumas normas de formação de palavras, como no exemplo, em que se aproveitou a mesma formação da palavra semiexclusiva para se criar o neologismo semiciclista Os neologismos podem ser empregados pelos falantes em distintas situações de comunicação, em qualquer gênero de discurso, e podem se referir a qualquer tema.

4. a) Comente com os estudantes que o verbo surfar, assim como navegar, já esteve associado à tecnologia no sentido de estar (interagindo) na internet, mas caiu em desuso.

IVAN
CABRAL
257
257 09/06/22 10:56
D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd
257

BNCC

Habilidades do Capítulo 2

TEXTO

• EF69LP02

• EF69LP17

• EF67LP23

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

• EF69LP13

• EF69LP15

PEÇA DE CAMPANHA CAPÍTULO2

• EF67LP23

EXPLORANDO O TEXTO

• EF69LP02

• EF69LP04

• EF69LP17

• EF67LP08

PALAVRA ABERTA

• EF69LP03

• EF69LP05

• EF69LP13

• EF67LP15

• EF06LP04

• EF06LP05

A peça que você vai ler faz parte da campanha “Ciclista legal”, lançada na cidade de Curitiba (PR).

Antes de ler a peça, levante hipóteses: Por que foi feita uma campanha relacionada ao trânsito de bicicletas? Qual é o provável objetivo dessa campanha? Comente suas opiniões com os colegas e ouça atentamente as considerações deles.

Respostas pessoais.

• EF69LP14

• EF69LP15

POR DENTRO DA LÍNGUA

• EF69LP02

• EF69LP03

• EF69LP04

• EF69LP56

• EF67LP07

• EF67LP08

• EF67LP32

• EF67LP33

• EF06LP06

• EF06LP08

• EF06LP09

• EF06LP10

• EF06LP11

QUESTÃO DE FALA E ESCRITA

• EF69LP02

• EF69LP03

• EF69LP05

• EF69LP17

• EF67LP07

• EF67LP08

PRODUÇÃO MULTIMODAL

• EF69LP06

• EF69LP07

• EF69LP08

• EF69LP09

• EF69LP13

• EF67LP13

PROPOSIÇÕES

Antes de iniciar a leitura, explore os conhecimentos prévios dos estudantes e incentive-os a levantar hipóteses acerca da leitura do texto. Pergunte a eles se já tiveram contato com esse gênero textual, se sabem onde ele têm maior circulação e se lembram de algum tema que tenha sido abordado em peças de campanha. O objetivo dessa discussão inicial é convidá-los a olhar para a questão temática da peça.

Agora, leia a peça da campanha “Ciclista legal”.

A propaganda, termo que deriva do verbo propagar, é a difusão de causas, ideias ou valores, com o objetivo de promover mudanças de comportamento no público por meio de variados materiais concebidos geralmente por agências publicitárias e distribuídos por órgãos do governo e ONGs, entre outras instituições. A publicidade tem o objetivo de apresentar um produto ou serviço, tentando convencer o público a consumi-lo.

CICLISTA legal. 2011. 1 cartaz. Disponível em: https://pt-br. facebook.com/agenciagtz/photos/ a.254649581232146. 70595.172252576138514/ 254649874565450.

Acesso em: 14 abr. 2022.

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd

Realize uma leitura compartilhada da peça publicitária. Incentive os estudantes a observarem os elementos verbais e não verbais. Peça que tracem hipóteses e inferências sobre as ilustrações do carro e da bicicleta, além da placa de trânsito na parte inferior da peça publicitária.

REALIZAÇÃO

Texto

Para fomentar o interesse sobre o assunto da peça, após a leitura, converse com os estudantes sobre o objetivo dessa campanha e a razão de uma agência publicitária ter criado a peça de modo voluntário.

AGÊNCIA GETZ
258
TEXTO
258 29/07/22 14:15 258

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

1. As hipóteses que você levantou antes da leitura da peça de campanha se confirmaram ou não? Explique.

REALIZAÇÃO

Conversando sobre o texto

1. Recomenda-se retomar também as hipóteses iniciais sobre o tema do texto.

2. Em sua cidade, há sinalização apropriada e faixa exclusiva para ciclistas? Você acha que essas medidas são importantes? Por quê?

3. Para você, quais situações em sua cidade ou região poderiam ser tema de campanhas de conscientização? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal. Respostas pessoais. Resposta pessoal.

TEXTO EXPLORANDO O

3. b) Confirma. Além de o texto principal sugerir que há uma relação entre eles, a frase abaixo dele diz que eles podem formar “um belo par”.

TEXTO E CONTEXTO

3. c) Tratar o automóvel e a bicicleta como um casal torna mais humana a relação entre eles, sensibilizando o leitor e motivando-o para a ação proposta.

1. Na peça da campanha “Ciclista legal”, imagem e texto verbal se articulam para propagar uma ideia.

a) Para qual fato a campanha chama a atenção?

b) Qual é a ideia propagada na peça?

Para as situações de perigo enfrentadas por ciclistas no trânsito e para a possibilidade de uma relação mais harmônica entre eles e os motoristas. A ideia de que é possível e necessária a convivência pacífica entre motoristas e ciclistas.

2. O trecho “Não adianta fingir que eu não existo” mostra um conflito entre ciclistas e motoristas.

a) Qual é esse conflito? Explique.

O conflito é a ocupação do espaço nas ruas, pois muitas vezes os motoristas agem como se fossem os únicos a trafegar pelas vias, sem dar atenção às bicicletas.

b) Por que esse conflito foi abordado na peça da campanha?

2. Espera-se que os estudantes respondam que essas medidas são importantes porque têm a função de proteger o ciclista contra o tráfego intenso e rápido dos veículos.

3. A identificação das situações na cidade ou na região vai depender da realidade de cada estudante, levando em consideração o local em que ele reside, o trajeto que faz da residência até a escola e de que maneira se locomove, entre outros elementos.

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

3. Para tratar da relação entre ciclistas e motoristas, a peça faz uma associação entre as palavras bicicleta e automóvel.

Para levar o leitor a refletir e, talvez, a reconhecer a necessidade de respeito e harmonia no trânsito. Representam a relação harmônica entre ciclistas e motoristas no trânsito. O desenho do coração que aparece entre a

a) O que a bicicleta e o automóvel representam nessa peça? Que recurso visual contribui para essa associação?

representação da bicicleta e a do automóvel contribui para tal associação.

b) O texto verbal confirma ou se opõe a essa representação da imagem? Explique.

c) Qual é o efeito de sentido criado por essa articulação entre a imagem e o texto verbal?

4. De que modo a peça de campanha procura convencer o leitor/motorista a dar preferência aos ciclistas?

Mostrando que a bicicleta e o automóvel podem conviver e formar um belo par.

5. Considerando essa estratégia de convencimento, a peça da campanha “Ciclista legal” faz um apelo aos sentimentos do leitor ou mostra objetivamente as razões para a mudança de comportamento dos motoristas?

A propaganda e a publicidade recorrem a diferentes estratégias, de acordo com o que anunciam e o público que pretendem conquistar.

O apelo emocional é utilizado para persuadir o público pela emoção. Para tanto, relaciona o produto ou serviço a sentimentos ou experiências. O apelo racional tenta convencer o público com o uso de argumentos que demonstrem qualidades e efeitos reais.

Apela para os sentimentos e as emoções do leitor.

D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 259

PROPOSIÇÕES

Caso seja possível, organize a turma em duplas para que possam realizar as atividades de Conversando sobre o texto e de Explorando o texto de modo colaborativo. É recomendável retomar oralmente

07/06/22 17:42

alguns elementos e características do texto lido, explorando as hipóteses prévias dos estudantes em relação ao texto, acionando também os conhecimentos prévios para fazer inferências.

1. e 2. Comente com os estudantes que, para se fazer a leitura de textos multissemióticos, que apresentam linguagens verbal e não verbal, é necessário analisar, criteriosamente, os elementos linguísticos (verbais) e os não linguísticos (não verbais: cores, imagens, etc.). Comente com os estudantes que, na peça de campanha, o objetivo do enunciador não é “vender” um produto, mas levar o interlocutor a aderir a uma ideia.

2. b) Oriente os estudantes a pensar na cidade como um espaço público que todos têm o direto de ocupar.

3., 4., 5. e 6. Ressaltar que os publicitários utilizam a linguagem persuasiva para conquistar as pessoas por meio das palavras, das cores, de imagens etc. As estratégias de comunicação criam uma linguagem acessível e atrativa para os mais diversos públicos que ela deseja atingir.

259
259

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

6. Se os estudantes tiverem dificuldades ou dúvidas, oriente-os a retomar a leitura da peça de campanha, se possível, coletivamente.

7. Comente que, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) (TD 2276 – Cidades Cicláveis: avanços e desafios das políticas cicloviárias no Brasil, disponível em: https://www. ipea.gov.br/portal/index. php?option=com_content &view=article&id=29531: td-2276-cidades-ciclaveis-avancos-e-desafios-das-politicas-cicloviarias-no-brasil& catid=397:2017&directory=1, acesso em: 2 jun. 2022), no Brasil há mais bicicletas que carros; por isso a necessidade de políticas públicas de conscientização da população em geral para respeitar o ciclista.

8. Ressalte que campanhas educativas são importantes para conscientizar a população sobre o papel de cada um na redução dos acidentes de trânsito.

9. Comente com os estudantes que, embora nem sempre sejam suficientes, as campanhas educativas têm um papel importante na conscientização das pessoas e na mudança de comportamento, como as campanhas de vacinação, de uso do cinto de segurança, entre outras.

10. e 11. Essas atividades contemplam o trabalho com o Tema Contemporâneo Transversal Educação para o trânsito e o respeito à legislação.

10. Os gêneros textuais normativos apresentam linguagem mais técnica, o que pode

6. Apoiar a relação harmoniosa no trânsito e dar preferência à passagem de veículos não motorizados.

6. A peça de campanha, além de tentar fazer o leitor concordar, precisa levá-lo a realizar ações concretas. No texto analisado, quais são as ações que se espera?

7. Qual é o público-alvo da campanha “Ciclista legal”? Onde essa campanha poderia ser divulgada em sua cidade?

8. Qual pode ter sido o motivo para a produção dessa campanha? Em quais textos jornalísticos da mídia impressa, digital e televisiva aparecem assuntos que comprovam a necessidade de uma campanha como essa?

acidentes entre ciclistas e motoristas. Esse tipo de ocorrência é noticiado em jornais impressos e digitais e em telejornais.

9. Você acha que as campanhas educativas são capazes de convencer as pessoas a aderir a uma causa ou a adotar novos comportamentos?

A razão pode ter sido o aumento no número de Resposta pessoal.

10. Você sabia que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) contém artigos a respeito da segurança dos ciclistas, assegurando direitos e deveres para eles? Leia alguns desses artigos.

LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997 Institui o Código de Trânsito Brasileiro

[...]

Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:

[...] § 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.

[...]

CAPÍTULO XV

DAS INFRAÇÕES

Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste Código ou da legislação complementar, e o infrator sujeita-se às penalidades e às medidas administrativas indicadas em cada artigo deste Capítulo e às punições previstas no Capítulo XIX deste Código.

[...]

Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinquenta centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:

Infração – média;

Penalidade – multa.

[...]

Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pedestre e a veículo não motorizado:

[…]

7. O público-alvo imediato são os motoristas e os ciclistas, além de todos os que convivem no trânsito, inclusive os passageiros dos veículos, os pedestres e usuários de outros veículos não motorizados (como skate, patinete e patins), que também são beneficiados pela boa convivência no trânsito. Dependendo da cidade, a campanha poderia ser divulgada em escolas, shoppings, supermercados, ou em lugares em que circulam motoristas adultos e ciclistas.

dificultar a leitura por parte de alguns estudantes. Inicie a leitura do texto perguntando a eles o que esperam encontrar em um documento denominado Código de Trânsito Brasileiro. É possível que reconheçam que se trata de um texto legal, que procura regulamentar a conduta de motoristas. Explique a eles que esses textos possuem um número de lei e título, e têm também uma estrutura comum: são

divididos em capítulos, que por sua vez podem se desdobrar em artigos, parágrafos, incisos etc. Peça aos estudantes que leiam o número e o título do capítulo cujos fragmentos foram transcritos no módulo. Em seguida, eles devem escolher um artigo para ler individualmente. Chame a atenção deles, nesse momento, para o fato de que os artigos são subdivididos em parágrafos. Peça a eles que

260
260 07/06/22 17:42 260
D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd

PROPOSIÇÕES

Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permitida a circulação desta, ou de forma agressiva, em desacordo com o disposto no parágrafo único do art. 59: Infração – média; Penalidade – multa.

Medida administrativa - remoção da bicicleta, mediante recibo para o pagamento da multa.

BRASIL. Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Brasília, DF: Presidência da República, 24 set. 1997. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9503.htm. Acesso em: 14 abr. 2022.

• No caderno, transcreva os itens a seguir e relacione-os com os artigos lidos, de acordo com o que significam na prática.

a) Ciclistas não podem circular de bicicleta em todos os passeios (calçadas).

b) Motoristas não devem “tirar fina(o)” (ou “passar raspando”) de bicicletas.

c) Motoristas devem dar preferência de passagem ao ciclista quando ele já estiver atravessando a via, mesmo se o sinal abrir.

11. Qual(is) artigo(s) podem ser relacionados à peça da campanha “Ciclista legal”? Por quê?

Os artigos 201 e 214, porque se referem a ações realizadas por motoristas de veículos motorizados.

A propaganda tem a finalidade de persuadir o público a aderir a uma ideia e a adotar novas atitudes diante de uma questão social ou de uma causa de interesse coletivo. As peças de propaganda são divulgadas em diversos meios de comunicação – internet, rádio, TV, jornais, revistas, folhetos, entre outros –, podendo ser locais, regionais ou nacionais, conforme o público que se pretende atingir.

COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM

1. a) A imagem de que o ciclista é uma pessoa que respeita as leis de trânsito e que deve ser respeitada.

1. Além da imagem, a peça de campanha apresenta três pequenos textos, log omarca e slogan.

a) O slogan “Ciclista legal” identifica a ideia da campanha. Com esse slogan, a campanha pretende levar o leitor a construir qual imagem do ciclista?

b) A logomarca se assemelha a uma placa de trânsito. O que essa semelhança e o conteúdo da placa sugerem?

Slogan é uma expressão ou frase concisa, de fácil memorização, usada na publicidade e na propaganda para identificar o produto ou a ideia principal de uma campanha.

Na peça, o nome que identifica a campanha é acompanhado de um símbolo. Nesse caso, temos uma logomarca, pois o nome da empresa ou instituição não faz parte do símbolo que a identifica, diferente de um logotipo, no qual o próprio símbolo corresponde ao nome da empresa ou instituição.

Sugerem que a norma de trânsito é a convivência pacífica (representada pelo sorriso) entre bicicletas (representadas por uma roda) e veículos motorizados (representados por outra roda).

expliquem o que entenderam do artigo selecionado e que indiquem o que não compreenderam. Comente com os estudantes que, principalmente em textos da área jurídica, utiliza-se o símbolo § para indicar parágrafo, que é uma das subdivisões de um artigo, abreviado, por sua vez, como Art

11. Para finalizar a atividade, peça aos estudantes que levantem hipóteses sobre o fato de

haver um código normatizando os direitos e deveres dos ciclistas e, mesmo assim, ainda ocorrerem tantos acidentes com esses condutores. Em seguida, peça que comentem se eles consideram campanhas como “Ciclista legal” suficientes para prevenir acidentes entre motoristas e ciclistas, e que outras ações e medidas poderiam ser implementadas para que eles tenham uma convivência pacífica.

Em Composição e linguagem, sugere-se acompanhar de perto o trabalho dos estudantes na realização das atividades. Aproveite para reler a peça de campanha e avaliar os conhecimentos deles a respeito dos efeitos de sentido produzidos pelos elementos que compõem o texto. Se considerar produtivo, peça-lhes que realizem as atividades em duplas, com o objetivo de que eles possam compartilhar suas compreensões de leitura uns com os outros e experimentar modos colaborativos no processo de aprendizado. Se possível, mostre outras peças de campanha realizadas pelos governos municipal, estadual e federal, com o objetivo de que compreendam a estrutura: slogan (letras maiores e em destaque), imagens (com legendas e créditos) e textos breves que acompanham as imagens.

REALIZAÇÃO Composição e linguagem

1. a) Reforce que o slogan também funciona como um recurso persuasivo.

1. b) Ressalte que o logotipo consiste em uma criação que representa graficamente uma empresa, enquanto a logomarca pode identificar um serviço, um produto, uma ideia etc.

Item a: art. 255; item b: art. 201; item c: art. 214.
[…]
261
08/07/22 17:27 261
D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 261

REALIZAÇÃO

2. Explique que as imagens e demais recursos visuais, nas peças publicitárias têm papel importante no estímulo de nossas emoções, atraindo o olhar e despertando os sentidos que são incitados pelo pensamento.

3. e 4. Explique que a estratégia de usar verbos no imperativo é muito comum em peças publicitárias. Para ampliar essa percepção, proponha aos estudantes que procurem em jornais e revistas outros exemplos de campanhas, nos quais haja verbos no imperativo para que possam analisar os efeitos de sentido.

5. Antes de realizar a atividade, oriente os estudantes a pesquisar o adjetivo legal no dicionário e ajude-os a encontrar o significado que mais se aproxima do contexto da peça de campanha. Permita que se manifestem e reforce a necessidade de haver respeito aos turnos de fala dos colegas e às opiniões contrárias.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Regimento escolar

Solicite à direção da escola uma cópia do regimento escolar e apresente-o aos estudantes. Explique que as organizações possuem normas que regem seu funcionamento. As ações de uma escola são pautadas por um regimento: o sistema de aprovação, por exemplo, deve seguir à risca as normas determinadas por esse documento. Escolha a seção relativa ao corpo discente para estudar a composição do gênero.

Leve-os a identificar que o regimento é dividido em capítulos com títulos que se subdividem

2. Além da imagem, a peça explora variados recursos visuais.

a) Qual é o principal recurso visual empregado para dirigir o olhar do leitor ao elemento principal do texto?

b) Por que foi dado destaque a essa frase?

Uso de letras em formato diferente e tamanho maior do que as demais e no centro da página. Porque é a frase que traz um apelo aos sentimentos e emoções do leitor.

3. Nas peças de propaganda, procura-se estabelecer um diálogo próximo e direto com o leitor, para levá-lo a aderir à causa ou ideia propagada.

a) O trecho “Bicicleta e Automóvel podem formar um belo par. Apoie essa relação” dialoga com o leitor. Que forma verbal indica essa interlocução?

A forma verbal apoie deixa claro que o texto se dirige ao leitor.

b) O uso dessa forma verbal fala diretamente ao leitor por meio de recurso presente em uma das alternativas a seguir. Transcreva-a no caderno.

Alternativa C .

A. Um conselho.

B. Uma ordem.

C. Um pedido.

D. Uma sugestão.

5. a) O adjetivo legal remete a lei, incitando o motorista a agir de acordo com o que ela estabelece, mas também remete, em linguagem informal, a uma conduta positiva, amigável.

4. Na peça, há outras formas verbais no imperativo que indicam esse diálogo com o leitor.

a) Quais são essas formas verbais?

As formas presentes nas expressões “seja legal” e “dê a preferência”.

b) Além de se dirigirem ao leitor, a quem mais elas podem estar se referindo?

Ao motorista, públoco-alvo da campanha.

5. Na frase “Motorista, seja legal: dê a preferência de passagem aos veículos não motorizados”, há um jogo com os sentidos do adjetivo legal

a) Quais sentidos podem ser atribuídos ao adjetivo?

b) Essa mesma palavra aparece no slogan da campanha. Os dois significados também são possíveis nesse contexto? Por quê?

Sim. Um ciclista legal pode ser aquele que respeita as leis de trânsito ou que é gentil, respeitando também os outros no trânsito.

As peças de propaganda , geralmente, são compostas de texto verbal e imagem (não verbal) que se complementam para a construção dos sentidos. Fazem uso de variados recursos como imagem, diferentes tipologia e tamanho das letras, cores e formas, entre outros elementos. Costumam ter slogan, que resume a ideia central da campanha e um logotipo ou uma logomarca, que identificam o anunciante ou a própria campanha.

A linguagem utiliza diversos modos de envolver o leitor e levá-lo a adotar uma postura ativa frente à causa da campanha. Isso é feito por meio das escolhas lexicais, de formas verbais no imperativo (apoie, dê, seja), do emprego de figuras de linguagem, jogos de palavras e seus diferentes significados. Todos esses aspectos procuram persuadir o leitor, levando-o a aderir à ideia apresentada. 262

em diferentes artigos numerados e cada um desses pode também se subdividir em incisos, numerados com algarismos romanos.

D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 262

Leia alguns artigos com eles e peça que comentem aqueles com os quais concordam e aqueles dos quais discordam. Lembre-os de que é preciso apresentar argumentos consistentes que sustentem a opinião.

Questione-os se consideram que, nesse regimento, falta algum capítulo que poderia contribuir com o melhor funcionamento da escola.

Peça-lhes que, em grupo, construam um capítulo que poderia contribuir para o melhor funcionamento da escola, observando a composição e a linguagem próprias do gênero.

11/06/22
262
10:48

ABERTA PALAVRA

Discussão de temas para campanha de conscientização

1. Leia a tirinha a seguir.

BECK,

a) A que fato a tirinha faz referência?

À falta de educação no trânsito que gera conflitos entre motoristas e ciclistas.

b) Qual é a solução proposta?

Ter respeito entre motoristas e ciclistas.

1 Forme um grupo com cinco colegas da turma. Juntos, pensem em situações e/ou problemas que são importantes abordar em uma campanha para incentivar mudanças de atitudes e novas maneiras de agir no trânsito.

2 Listem situações presenciadas por vocês e/ou outras pessoas nas quais o respeito, a boa convivência, o exercício de cidadania deixaram de ser realizados. Mencionem episódios e problemas enfrentados no seu entorno, como: danificar bens públicos (transportes públicos, ponto de ônibus), atravessar fora da faixa de pedestres, sentar-se em lugar reservado para pessoas com deficiência. Anotem todas as ideias.

3 Escolham dois representantes do grupo: um deverá fazer uma apresentação oral da lista de situações aos demais grupos e o outro se encarregará de registrar essa lista na lousa.

4 Em seguida, a turma deverá selecionar as cinco situações mais mencionadas pelos grupos. Caso haja dúvidas quanto à inclusão de alguma situação, apresentem explicações e argumentos a favor ou contra a inclusão, de modo que permaneçam as preferidas por todos do grupo.

5 Ao final, a turma deverá conversar e analisar as situações selecionadas e escolher apenas uma para ser alvo da campanha da turma. Para decidirem com segurança, apresentem argumentos e contra-argumentos em prol do tema de preferência.

PARA ACESSAR

CAMPOS JR., Luiz Henrique Scalise Monteiro. Plano de aula: a estrutura organizacional de textos normativos e legais. Nova Escola, São Paulo, 2018. Disponível em: https://novaescola.org.br/ planos-de-aula/fundamental/7ano/lingua-portuguesa/a-estruturaorganizacional-de-textos-normativos-e-legais/3193.?query=3193.

Nesse link, a revista Nova Escola disponibiliza um regimento escolar cedido por uma instituição de ensino para fins didáticos.

PROPOSIÇÕES

Em Palavra aberta, a proposta favorece o trabalho com a oralidade e a discussão coletiva proposta, e o levantamento de problemas favorece o protagonismo estudantil. A seção tem como objetivo abordar o Tema Contemporâneo

Transversal Educação para o Trânsito. Ao orientar os estudantes sobre a realização da atividade, informe que, na seção Produção multimodal, eles deverão criar um cartaz de campanha referente à situação ou ao problema selecionado pela turma nesta seção. Incentive a participação dos estudantes, levando-os a se interessar e conhecer melhor os problemas relacionados à região onde moram, à comunidade e ao entorno da escola, posicionando-se de forma respeitosa e ética ao expor os pontos de vista deles.

REALIZAÇÃO

Palavra aberta

1. Auxilie os estudantes na compreensão dos valores atribuídos à leitura da tirinha do Armandinho.

Se julgar pertinente, leve-os para a sala de informática, para que possam realizar pesquisa que os subsidiem para a escolha dos temas para a campanha. Essa parte é essencial para que os grupos atinjam seus objetivos. Uma vez que há muitos temas relevantes a se escolher, pode ser preciso realizar mais de uma reunião para discutir o tema. Nessas conversas, a turma poderá usar cadernos e folhas para esboçar as ideias, pois, muitas vezes, elas ficam mais claras quando materializadas. Incentive os estudantes a encontrar argumentos para sustentar seus pontos de vista; isso instigará a expressão de um posicionamento e a sua justificativa. Proporcione momentos de participação de todos, principalmente daqueles com maior dificuldade nas interações orais e de compreensão leitora.

Alexandre. [O trânsito não pode ser uma disputa...]. Armandinho. [S. l.], 19 ago. 2015. Disponível em: https://tirasarmandinho.tumblr.com/post/127061571169/um-carro-a-menos. Acesso em: 14 abr. 2022. AlexAndre Beck
263
10:56
D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 263 09/06/22
263

PROPOSIÇÕES

Antes de iniciar o trabalho com os conteúdos de Por dentro da língua , retome os conhecimentos prévios dos estudantes sobre sujeito e predicado. Aproveite o momento para realizar uma avaliação diagnóstica sobre os conhecimentos que eles têm sobre as diferentes formas que o sujeito pode se apresentar nas orações, assim como suas classificações.

REALIZAÇÃO

1., 2. e 3. Nessas atividades, o trabalho com a peça de campanha propicia a ampliação dos letramentos, ao abordar gênero multissemiótico e, por meio dele, reconhecer e interpretar vozes e discursos, bem como os recursos utilizados em sua composição.

Sujeito simples e sujeito composto

A maioria das orações são compostas de sujeito e predicado, preenchidos por sintagmas nominais e sintagmas verbais. É possível observar essa estrutura na peça da campanha “Ciclista legal” que você leu anteriormente.

1. Releia a peça da campanha “Ciclista legal”.

MARTINS, João Pedro. A educação de trânsito: campanhas educativas nas escolas. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

Esse livro aborda aspectos do problema do trânsito no Brasil e apresenta propostas para que o professor possa motivar os estudantes a se interessarem pelo assunto, tornando-se cidadãos éticos e conscientes

1. a) A frase pode ser atribuída à bicicleta e o seu interlocutor é o automóvel.

1. b) Essa frase pretende produzir impacto e persuadir o leitor, se este for um motorista, a respeitar o ciclista. A voz da bicicleta representa a voz dos ciclistas que se dirigem àqueles motoristas que agem como se eles não existissem.

a) A frase “Não adianta fingir que eu não existo” está em posição de destaque. A quem pode ser atribuída essa frase? E quem é o provável interlocutor?

b) O anunciante dá voz a seres inanimados como uma estratégia para conseguir os objetivos pretendidos. Que efeito de sentido essa frase pretende produzir no leitor? Explique.

2. Esse enunciado é um período composto. Quantas orações ele possui? Como é possível afirmar isso? O período possui duas orações, porque contém duas formas verbais: adianta fingir (locução verbal) e existo

POR DENTRO DA LÍNGUA
AGÊNCIA GETZ 264
11/06/22 10:49
D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 264
264
PARA LER

REALIZAÇÃO

3. a) Espera-se que os estudantes reconheçam que o enunciado é constituído de dois períodos simples, pois, além de ter apenas uma oração (uma forma verbal), cada um deles tem sentido completo e termina com um ponto final.

3. Agora, compare esse período ao trecho que aparece abaixo dele.

a) Esse enunciado tem as mesmas características do período analisado anteriormente, ou seja, é um período composto? Justifique.

b) Por que ele se encontra logo na sequência do enunciado de destaque na peça de campanha?

Para deixar claro ao leitor que o anunciante está se referindo à relação existente entre a bicicleta e o automóvel.

4. Releia esta oração: “eu não existo”.

a) Que termo exerce a função de sujeito da oração? É possível afirmar que esse termo é um sintagma nominal? Por quê?

b) Que termo exerce a função de predicado da oração? Como se classifica o sintagma que exerce essa função? Por quê?

A expressão não existo, que é chamada de sintagma verbal, porque o seu núcleo é sempre um verbo, como na oração analisada, ou uma locução verbal.

5. Releia esta oração: “Bicicleta e Automóvel podem formar um belo par”.

a) Que termo exerce a função de sujeito dessa oração? Bicicleta e Automóvel.

b) É possível afirmar que esse termo é um sintagma nominal? Por quê?

O sujeito e o predicado são os elementos que estruturam grande parte das orações da língua portuguesa. A posição do sujeito é preenchida, geralmente, por um termo ao qual damos o nome de sintagma nominal e o seu núcleo é um nome. O sujeito pode se apresentar de diferentes formas nas orações e se classificam de acordo com as formas a seguir.

Sujeito simples é aquele em que o sintagma nominal tem apenas um núcleo, que pode ser substantivo ou pronome.

Exemplos:

• A bicicleta também está mudando minha vida...

sujeito simples – núcleo: bicicleta (substantivo)

• Você está salvando vidas ao produzir este vídeo!

sujeito simples – núcleo: você (pronome)

4. a) O termo que exerce a função de sujeito é o pronome pessoal eu; é um sintagma nominal porque o núcleo desse tipo de sintagma é sempre um nome (substantivo) ou um pronome, como no caso analisado.

Sujeito composto é aquele em que o sintagma nominal apresenta mais de um núcleo.

Exemplos:

• Bicicleta e Automóvel podem formar um belo par.

sujeito composto – núcleos: bicicleta e automóvel (substantivos)

• Eu e minha bicicleta somos inseparáveis.

sujeito composto – núcleos: eu e bicicleta (pronome e substantivo)

D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 265

3. Resgate, com exemplos escritos na lousa, as definições de sujeito (expressão a que o predicado faz referência), sujeito simples (constituído por apenas um núcleo), composto (constituído por dois ou mais núcleos) e predicado (declaração sobre o sujeito). Pergunte se há dúvidas e faça a correção das atividades transcrevendo as orações na lousa e realizando a análise conjunta de cada resposta.

4. e 5. Nessas atividades, é importante salientar que, segundo Evanildo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa , 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. p. 409), o sujeito é um sintagma nominal que estabelece uma relação predicativa com o núcleo verbal do qual é constituída uma oração. O autor considera o sujeito uma noção gramatical, e não semântica, uma vez que a desinência verbal estabelece concordância com tal unidade. Os estudantes, portanto, devem ser orientados a identificar o sujeito por meio da forma, e não do sentido. Chame a atenção também para a posição predominante do sujeito, à esquerda do predicado; porém, o enunciador, de acordo com sua intenção, pode invertê-la.

265

AGÊNCIA GETZ
Sim, porque os substantivos (nomes) bicicleta e automóvel são os núcleos do sujeito, aspecto que caracteriza esse tipo de sintagma. 265
07/06/22 17:42

RE ALIZAÇÃO

1. Na atividade, o trabalho com a peça de campanha propicia a ampliação dos letramentos, ao abordar textos multissemióticos. Auxilie os estudantes a compreender o objetivo da campanha e a localizar os recursos persuasivos.

1. a) e 1. b) Se julgar conveniente, acesse com os estudantes o site Trânsito ideal, disponível em: ht tp:// www.transitoideal.com.br/ pt/artigo/4/educador/49/ sinalizacao-de-transito (acesso em: 10 maio 2022). O site apresenta diversas informações a respeito da sinalização de trânsito, como placas, inscrições nas vias, sinais luminosos, gestos etc. Assim, a turma ampliará os conhecimentos sobre educação para o trânsito e de noções introdutórias de prática de pesquisa.

2. a) e 2. b) Explique que hashtag é um termo ligado a tópicos que podem ser pesquisados em redes sociais. Quando o símbolo do “jogo da velha” (#) é colocando antes da palavra, frase ou expressão, a hashtag possibilita que as publicações em redes sociais possam ser encontradas com mais facilidade.

2. c) e 2. d) Comente que, para identificar o sujeito com mais facilidade, é necessário buscar o termo sobre o qual se diz algo, analisar se ele pode ser substituído por um pronome pessoal reto e se ele concorda com o verbo.

3. c) Espera-se que os estudantes percebam as relações de concordância entre o verbo e o sujeito da oração.

ATIVIDADES

1. a) Impactar o leitor, já que a imagem exemplifica todas as pessoas que sofrem com as consequências de um trânsito caótico, e atuar como um elemento de persuasão para a adesão do leitor à campanha.

2. a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que o tema pretende lembrar aos leitores que o trânsito é feito por pessoas, daí a escolha de se usar uma imagem em que as pessoas estão segurando placas.

1. A peça a seguir faz parte da campanha “Movimento Maio Amarelo”, de 2018, lançada na internet, em redes sociais e em sites específicos.

SAIBA MAIS

O Movimento

Maio Amarelo foi criado em 2014 pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, com a proposta de conscientizar as pessoas sobre a necessidade de desenvolver boas ações no trânsito para diminuir os acidentes.

OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária. [Campanha] Movimento Maio Amarelo. 2018. 1 cartaz. Disponível em: https://maioamarelo.com/2018nos-somos-o-transito. Acesso em: 14 abr. 2022.

a) Na peça, aparecem pessoas segurando placas de trânsito. Qual é a finalidade dessa imagem? De que forma ela pode contribuir para o objetivo da campanha?

b) Você conhece todas as placas expostas na peça? Quais você não sabe o que significa? Troque ideias com os colegas e o professor e, se necessário, faça uma pesquisa. Respostas pessoais.

2. O slogan da campanha é #NÓSSOMOSOTRÂNSITO.

a) Na sua opinião, que relação de sentidos pode ser estabelecida entre esse slogan e a finalidade da campanha?

b) Com que objetivo pode ter sido utilizada uma hashtag junto ao slogan da campanha?

c) O slogan da campanha é formado por uma oração. Que termo exerce a função de sujeito? O pronome pessoal nós

d) A quem essa palavra se refere? Que elementos na peça justificam sua resposta?

3. No canto superior esquerdo da peça, duas orações aparecem em destaque: “Trânsito é feito de gente. E a gente merece respeito”.

a) Na sua opinião, existe alguma relação de sentido entre essas orações e a imagem da peça de campanha? Justifique.

b) Podemos afirmar que em ambas as orações o sujeito é simples? Por quê?

Sim, as duas orações apresentam sujeito simples, porque cada uma delas possui um único núcleo (trânsito e a gente).

c) Por que os verbos que acompanham os sujeitos dessas orações estão no singular?

3. c) Porque o substantivo que exerce a função de núcleo do sujeito está no singular. Embora o pronome pessoal a gente corresponda a nós, o verbo que o acompanha é usado predominantemente no singular.

PARA ACESSAR

TRÂNSITO seguro: qual a sua responsabilidade nessa missão? Icetran. [S. l.], 2018. Disponível em: https://icetran.com.br/blog/transito-seguro-sua-responsabilidade/. Acesso em: 10 maio 2022.

Esse site traz informações sobre como se pode contribuir para um trânsito mais seguro e incentivar para que essa cultura seja compartilhada.

2. b) Espera-se que os estudantes infiram que o objetivo é ampliar a propagação da campanha, permitindo que os leitores comentem, curtam e compartilhem os conteúdos e as postagens relacionados a elas identificados pelo uso da hashtag

2. d) A palavra nós engloba pedestres, ciclistas e motoristas, ou seja, todas as pessoas que transitam na cidade, incluindo o leitor do anúncio.

3. a) Resposta pessoal. Esperase que os estudantes infiram que as orações traduzem em palavras e reforçam o que está sendo mostrado na imagem: pessoas que, pela fisionomia séria, provavelmente foram desrespeitadas no trânsito por motoristas, ciclistas etc. e que nesse momento exigem respeito.

MAIO AMARELO
266 D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 266 09/06/22 10:57 266

4. Leia, a seguir, o trecho de uma reportagem que traz informações sobre uma cidade brasileira onde todas as pessoas se locomovem de bicicleta.

Vamos de Bicicleta: conheça a cidade com um único meio de transporte

Afuá está localizada no Pará, na Ilha do Marajó

Publicado em 16/08/2021 - 08:30 Por Daniel Ito – Repórter da Rádio Nacional – Brasília

Imagine se a sua cidade não tivesse carros, nem motos, nem ônibus, e nem caminhões. Nenhum veículo motorizado à vista. Imagine que todas as pessoas se deslocam de um lugar para o outro utilizando apenas um meio de transporte: a bicicleta. Você sabia que existe uma cidade, aqui no Brasil, desse jeito?

Esse lugar está localizado no Pará, mais especificamente na Ilha de Marajó. Afuá é um município ribeirinho, situado em uma região alagadiça. Por isso, a maioria das casas e ruas da cidade está suspensa sobre palafitas, muitas delas de madeira. E é sobre essas ruas que os cerca de 40 mil habitantes se deslocam em suas bicicletas.

[...]

[...] Cortada por diversos canais, Afuá também é conhecida como a Veneza Marajoara. A riqueza dos cenários e da cultura afuaense atraem muitos curiosos – como explicou Andra Ataíde, que é turismóloga da Secretaria de Turismo da cidade ribeirinha.

‘Muitos ciclistas, grupos de ciclistas pedalam, às vezes eles vêm pra cá só pra pedalar. Porque eles não têm a preocupação de acidentes de carro e outras especificidades. Estudantes de arquitetura, engenharia, fotógrafos... eles têm uma grande paixão por essa cidade pelo seu diferencial, né?’

[...]

ITO, Daniel. Vamos de Bicicleta: conheça a cidade com um único meio de transporte. Rádio Agência Nacional, Brasília, DF, 16 ago. 2021. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/geral/ audio/2021-08/vamos-de-bicicleta-conheca-cidade-com-um-unico-meio-de-transporte. Acesso em: 14 abr. 2022.

4. a) Informar e evidenciar ao leitor de que há no Brasil uma cidade em que as pessoas se movimentam apenas usando bicicletas, sem usar outro meio de transporte urbano.

a) Qual é a finalidade da publicação dessa reportagem?

b) De que modo a fotografia contribui para que o objetivo de publicação seja alcançado? Espera-se que os estudantes compreendam que a fotografia selecionada para compor o texto é fundamental para que o leitor consiga visualizar como os moradores se locomovem na cidade.

REALIZAÇÃO

4. Na atividade, o trabalho com o trecho de reportagem favorece a abordagem da diversidade brasileira pelo viés da mobilidade. Oportunize a leitura compartilhada do trecho da reportagem e, durante a leitura, chame a atenção dos estudantes para a ocorrência dos elementos que compõem a reportagem, como título, subtítulo (linha fina), autor/ agência responsável pelas informações, fotografia, data de publicação e site onde foi publicada.

267 D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 267 09/06/22 10:57 267

REALIZAÇÃO

Atividades

5. a) Comente que o título de uma reportagem deve ser atrativo para despertar o interesse do leitor.

5. b) e 5. c) Relembre-os de que o sujeito é o termo da oração que realiza ou sofre determinada ação e que, para identificar o núcleo de um sujeito, é preciso localizar a palavra principal desse sujeito.

6. Oriente os estudantes a analisar a oração toda para realizar as atividades.

6. b) Comente que, embora “muitos ciclistas” e “grupos de ciclistas” pareçam ter os mesmos sentidos, sintaticamente, eles formam um sujeito composto por ter dois núcleos.

7. Se achar pertinente, peça que os estudantes comparem os trechos das atividades 6 e 7, de modo que busquem observar o que se coloca em evidência em cada caso. No primeiro caso, destaca-se o fato de muitos ciclistas pedalarem na cidade, ressaltando esse atrativo.

PROPOSIÇÕES

Em Língua em cena , os estudantes podem encontrar, em sua grande maioria, manchetes jornalísticas com sujeito simples ou composto. Eles possivelmente vão observar que, na maioria dos exemplos, o sujeito está colocado no início das orações, a fim de chamar a atenção do leitor sobre o que ou quem será a notícia. Essa atividade permite que os estudantes trabalhem o pensamento computacional por meio do reconhecimento de padrões em textos autênticos de circulação cotidiana.

5. O título da reportagem indica a perspectiva que será abordada nela.

a) O que a reportagem deseja evidenciar sobre a cidade de Afuá?

b) Releia a oração que compõe o subtítulo da reportagem. Identifique o termo que exerce a função de sujeito da oração.

c) Como esse sujeito pode ser classificado? Por quê?

O termo Afuá Sujeito simples, pois apresenta apenas um substantivo como núcleo.

6. Releia o período a seguir.

5. a) Ressaltar os aspectos que caracterizam esse município ribeirinho, situado em uma região alagadiça da Ilha do Marajó – a forma como as casas são construídas, suspensas sobre palafitas, entre outros – para despertar a curiosidade do leitor em conhecê-la.

‘Muitos ciclistas, grupos de ciclistas pedalam, às vezes eles vêm pra cá só pra pedalar. [...]’

a) Esse período é composto de duas orações. Que termo exerce a função de sujeito na primeira oração? Muitos ciclistas, grupos de ciclistas.

b) Pode-se afirmar que o sujeito dessa oração é simples ou composto? Explique.

c) Pode-se afirmar que o sujeito da segunda oração tem a mesma classificação do sujeito da primeira? Explique.

6. b) O sujeito é composto porque apresenta dois núcleos, os nomes ciclistas e grupos Não, porque o sujeito da segunda oração é apenas o pronome eles, portanto é sujeito simples.

7. Observe a forma como a oração em destaque a seguir foi organizada.

Cortada por diversos canais, Afuá também é conhecida como a Veneza Marajoara. [...]

• O que está sendo evidenciado ao se iniciar a oração dessa forma?

Espera-se que os estudantes percebam que iniciar a oração dessa forma evidencia as características do município para reforçar a especificidade do local e a sua semelhança com a cidade italiana de Veneza, que também é cortada por canais.

LÍNGUA EM CENA

Sujeito em manchetes jornalísticas

1. Reúna-se com um colega para pesquisar manchetes jornalísticas que façam referência a ações de cidadania e selecionem, no máximo, seis títulos.

2. Em uma folha separada, copiem as manchetes para analisá-las. Destaquem as orações e verifiquem se o sujeito das ações relatadas está presente, qual é o tipo de sujeito e em que posição se encontra na organização da oração: se no início ou se em outras posições.

3. Após esse levantamento, concluam: Que tipo de sujeito é mais usado nas manchetes jornalísticas? Em que posição, geralmente, ele é mais empregado na oração?

4. Na sequência, escrevam um pequeno comentário com base nos exemplos encontrados e nas conclusões a que chegaram. Ao elaborarem o comentário, fiquem atentos à ortografia das palavras, à concordância nominal e verbal e aos sinais de pontuação.

5. Em um dia combinado com professor, apresentem para a turma as manchetes jornalísticas que selecionaram e as conclusões a que chegaram.

REALIZAÇÃO Língua em cena

Oriente a pesquisa das duplas e reforce a temática de ações de cidadania em foco. Se achar interessante, direcione a temática para a educação no trânsito.

Peça-lhes que copiem ou colem em uma folha à parte essas manchetes. Solicite que verifiquem se o sujeito dessas ações está

presente e em que posição se encontra na oração – no início ou em outras posições. Após esse levantamento, pergunte: Qual foi o tipo de sujeito mais usado nessas manchetes que vocês selecionaram? Em que posição geralmente o sujeito é empregado nessas orações? Em seguida, peça que escrevam um breve comentário com base nos exemplos encontrados.

268
268 07/06/22 17:42
D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd
268

QUESTÃO DE FALA E ESCRITA

Recursos persuasivos

1. b) Os termos um belo par e relação, por estarem associados a um contexto familiar, de casal, ajudam a construir o sentido de paz e união.

2. a) A voz é da bicicleta. Ao dar voz a um objeto inanimado, a peça chama a atenção do leitor para o desrespeito aos ciclistas no trânsito, evidenciando o objetivo da campanha.

O artigo de opinião e as peças de propaganda lidos neste módulo são textos que tentam persuadir o leitor a aceitar um ponto de vista ou a aderir a uma ideia. Para isso, fazem uso de recursos verbais e não verbais.

1. Releia a peça de campanha da página 264.

1. a) A imagem de um coração entre a bicicleta e o automóvel. Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois o coração está posicionado estrategicamente entre eles, sugerindo ideia de pacificação.

a) Que elemento visual foi usado para evidenciar o objetivo da campanha ao desejar uma relação pacífica entre motoristas e ciclistas? Você considera que essa imagem é um recurso persuasivo? Por quê?

b) Que recursos linguísticos também contribuem para a construção dessa ideia?

2. Na peça, é usada uma figura de linguagem chamada personificação

a) De quem é a voz que fala na peça da campanha? Com que objetivo esse recurso pode ter sido utilizado?

b) Persuadir é influenciar, convencer, aconselhar. Você acha que o uso dessa figura de linguagem também pode ser considerado um recurso persuasivo? Justifique.

Os elementos analisados – a imagem do coração, a escolha de determinadas palavras, a figura de linguagem – são chamados de recursos persuasivos

Recursos persuasivos são palavras, expressões, figuras de linguagem e imagens empregadas em textos com o objetivo de convencer o leitor a fazer algo ou a aderir a uma ideia.

Exemplo:

2. b) Espera-se que os estudantes compreendam que a figura de linguagem também foi usada para convencer o leitor e que, portanto, é um recurso persuasivo.

Motorista, seja legal [...].

O uso do adjetivo legal evidencia duas acepções: a de obedecer às leis de trânsito (explicitada no restante da frase) e a de ser uma pessoa amistosa, que respeita o direito dos outros. Portanto, o uso desse adjetivo, no contexto da peça de campanha, é um recurso persuasivo.

Agora, observe o exemplo a seguir, extraído da campanha “Movimento Maio Amarelo” que você leu na seção Por dentro da língua deste capítulo:

Trânsito é feito de gente. E a gente merece respeito.

Nesse enunciado, a palavra gente aparece duas vezes: na primeira ocorrência, é um substantivo, com o sentido de pessoas em geral; na segunda, na expressão a gente, é usada no lugar do pronome pessoal nós. No contexto da peça, a repetição dessas palavras é um recurso persuasivo, pois ajuda a evidenciar a ideia do slogan da campanha: #NÓSSOMOSOTRÂNSITO.

PROPOSIÇÕES

Em Questão de fala e escrita, foram priorizados apenas alguns recursos persuasivos, pois o trabalho será feito de forma progressiva no decorrer dos volumes, com base nos conhecimentos linguísticos que forem sendo estudados.

REALIZAÇÃO

Questão de fala e escrita

1. a) Explique que, no trânsito, as bicicletas têm prioridade em relação a veículos maiores e que têm motor, ou seja, o motorista deve, sempre que possível, conceder a passagem. Mas mesmo com essa prioridade, o ato de tornar o trânsito mais pacífico e menos violento deve partir da atitude de cada um em relação ao próximo.

1. b) Comente com os estudantes que os elementos visuais e linguísticos são distribuídos no decorrer dos anúncios de forma estratégica para criar uma mensagem que se torne capaz de construir uma argumentação que desperta vários tipos de emoções, previamente definidas para persuadir um determinado público a comprar e/ou aderir a algo.

D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 269

No momento das análises, verifique os procedimentos adotados pelos estudantes para decompor os textos e encontrar os sujeitos. Os estudantes poderão encontrar manchetes com sujeito explícito, simples ou composto, em sua grande maioria. Deverão observar que, na maior parte dos exemplos,

a oração está na ordem direta, isto é, o sujeito está no início das orações, chamando a atenção do leitor sobre o que ou sobre quem será a notícia. Após a conclusão das atividades, solicite que socializem suas observações, verificando se houve diferenças ou semelhanças entre elas.

2. a) Comente com os estudantes que a personificação consiste em uma estratégia linguística muito usada pelos criadores das campanhas publicitárias para atrair a atenção e persuadir o público-alvo. Ela atribui a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados.

2. b) Espera-se que os estudantes compreendam que a figura de linguagem também foi usada para convencer o leitor e, portanto, é um recurso persuasivo.

269
07/06/22 17:42
269

PROPOSIÇÕES

Em Atividades, caso verifique a necessidade, retome oralmente com a turma as principais características das peças publicitárias. Explique que, neste momento, vão se aprofundar no estudo desse gênero, principalmente nos recursos persuasivos. Se for possível e julgar pertinente, podem-se aplicar as atividades em duplas.

REALIZAÇÃO

1. Na atividade permita que os estudantes leiam o cartaz com atenção para que possam compará-lo com o e-mail marketing na página seguinte e, assim, concluir a atividade. Comente que a diferença entre o cartaz e o e-mail marketing está na forma de divulgação. O e-mail marketing é uma estratégia de marketing digital que utiliza o envio de mensagens segmentadas e personalizadas para se comunicar com o público, sendo uma das estratégias mais eficientes para se aproximar das pessoas, tendo em vista que representa um contato mais direto com elas. Os cartazes, por sua vez, podem ser encontrados nas ruas, em campanhas eleitorais, em anúncio de eventos, na divulgação de produtos, em manifestações, em campanhas de conscientização e em outros locais, como restaurantes, escolas, cinemas e hospitais.

ATIVIDADES

1. O cartaz desta página e o e-mail marketing da página ao lado são peças que fazem parte de uma campanha promovida pelo Ministério da Saúde em 2021 contra a covid-19.

1.

O cartaz pode ser publicado em outdoors, em redes sociais, em sites; já o e-mail marketing é uma forma de comunicação e propaganda digital enviada pelo anunciante para seu público-alvo exclusivamente por e-mail

a) O cartaz e a imagem enviada por e-mail marketing trazem o mesmo tema e foram elaborados com a mesma finalidade. Qual é o tema e o objetivo desses textos?

b) As duas peças, embora semelhantes, cumprem diferentes funções na campanha. Em que situação de comunicação cada uma delas pode ser usada?

c) Para que o leitor possa fazer uma articulação entre as peças da campanha, os elementos que as compõem são os mesmos. O que elas apresentam de diferente?

um formato retangular; o e-mail marketing, um formato vertical,

organização e distribuição das informações em

Leia-os.
Ministério da saúde/Governo Federal
BRASIL. Ministério da Saúde. [Campanha] Plano Nacional de Expansão da Testagem para o novo coronavírus. 2021. 1 cartaz. Disponível em: www.gov.br/saude/pt-br/campanhasdasaude/2021/coronavirus/imagens/. Acesso em: 14 abr. 2022. 1. a) O tema é alertar a população para a necessidade de fazer testes para verificar possível contaminação pelo vírus da covid-19. O objetivo é convencer as pessoas a realizar esse teste. b)
270 D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 270 09/06/22 10:57 270
1. c) Elas são diferentes no formato (o cartaz apresenta mais comprido) e, por consequência, na cada um deles.

2. a) A imagem de um trabalhador usando máscara, tendo como fundo o mapa do Brasil; os símbolos do SUS (Sistema Único de Saúde), das redes sociais, do Ministério da Saúde, do personagem da vacinação brasileira – o Zé Gotinha –, de um aparelho de teste rápido e um relógio; além das cores da bandeira do Brasil.

E-mailmarketing é um e-mail, ou correspondência on-line, usado para fazer a divulgação de uma ideia, serviço ou produto em meio digital. Em geral, é enviado em massa para um grupo grande de pessoas, previamente selecionadas. Para chamar a atenção do leitor, costuma ter imagens e frases de impacto.

2. Para conseguir persuadir o leitor a aderir à campanha, as peças usam alguns recursos.

a) Que recursos visuais –imagens, símbolos, cores – elas utilizam?

b) As informações textuais que compõem as peças estão escritas em cores diferentes. Quais são essas cores e por que você acha que elas foram usadas?

3. Agora atente para a palavra testagem

a) Considerando a finalidade da campanha, por que essa palavra está com destaque em azul?

b) Há outras informações escritas na mesma cor. Elas têm alguma relação de sentidos entre si?

2. b) As cores empregadas são o branco e o azul. Espera-se que os estudantes infiram que a mudança de cores de alguns termos nos textos é feita para evidenciar o que se deseja dar destaque, como uma forma de chamar a atenção do leitor.

3. a) Para chamar a atenção e dar visibilidade ao tema da campanha.

3. b) Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois todas fazem referência ao teste, à sua duração etc.

REALIZAÇÃO

2. Para aqueles estudantes com mais dificuldade em identificar os elementos citados, mostre onde eles se localizam no texto, de modo que possam estabelecer relações por meio da configuração do gênero.

3. O objetivo da atividade é que o estudante faça a identificação das diferenças na escrita, observando a forma típica dos textos publicitários, em que as palavras são escritas de maneira que chamem a atenção do público-alvo da mensagem transmitida.

CARVALHO, Nelly de. Publicidade: a linguagem da sedução. São Paulo: Ática, 2004. (Série Fundamentos).

Nesse livro, a autora analisa a linguagem publicitária como prática argumentativa racional. Apresenta e ilustra as principais técnicas de convencimento, identificando o desejo como alvo da mensagem.

BRASIL. Ministério da Saúde. [E-mail marketing da campanha] Plano Nacional de Expansão da Testagem para o novo coronavírus. 2021. 1 cartaz. Disponível em: www.gov.br/saude/pt-br/campanhas-dasaude/2021/coronavirus/imagens/. Acesso em: 14 abr. 2022. Ministério da saúde/Governo Federal
271
271
10:50
D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd
11/06/22
271
PARA LER

REALIZAÇÃO

4. Espera-se que os estudantes reconheçam que o adjetivo gratuito é um recurso persuasivo fundamental para que o leitor busque um posto de vacinação, já que por meio desse termo ele é informado de que não haverá custo algum para realizar a testagem.

5. Inicialmente, oriente a turma a fazer a leitura da charge, observando todos os elementos visuais e a relação de complementaridade ou de reiteração entre elementos visuais e escritos. Discuta os aspectos apresentados pela charge e, principalmente, converse com eles sobre a educação atualmente. Comente que, apesar de a educação ser garantida pela Constituição de 1988, tal direito, muitas vezes, é negado por causa de diferentes fatores de vulnerabilidade social. A dificuldade de chegar até a escola, além de ser uma questão de mobilidade, também é um fator de vulnerabilidade.

6. a) Espera-se que os estudantes entendam que a menina sai de casa disposta a aprender, mas, aos poucos, o entusiasmo vai cedendo ao cansaço, levando-a a dormir no banco do barco que a leva para a escola.

6. b) Se julgar conveniente, para complementar as informações da charge e enriquecer a aula com exemplos reais, mostre a reportagem “Para chegar à escola, muitas crianças enfrentam embarcações”, disponível em: ht tps://agenciabrasil.ebc. com.br/geral/noticia/201404/para-chegar-escolacriancas-enfrentamembarcacoes-precarias-erios (acesso em: 1 maio 2022).

4. Agora, releia o trecho a seguir.

Não dói, não incomoda e é gratuito.

a) Qual é a função dessas informações?

b) No trecho, foi empregado o adjetivo gratuito. Você acha que ele também pode ser considerado um recurso persuasivo? Explique.

4. a) Apresentar elementos significativos a respeito do teste, para convencer o leitor de que ele é seguro. Resposta pessoal.

5. Leia a charge a seguir.

a) Que aspecto da educação é ilustrado na charge?

b) Na sua opinião, o que o chargista deseja evidenciar sobre a educação no Brasil?

5. a) A dificuldade que muitas crianças têm para estudar, muitas vezes tendo que percorrer um longo caminho de barco para ir e voltar da escola. Resposta pessoal.

GALVÃO, Jean. [Acesso à educação]. Um Brasil, São Paulo, 15 jan. 2018. Disponível em: https:// umbrasil.com/charges/ charge-15012018/. Acesso em: 14 abr. 2022.

6. A charge faz uma crítica à dificuldade de acesso à educação por crianças em certos lugares do país, usando alguns recursos visuais e linguísticos para que o leitor entenda o ponto de vista do chargista.

a) Que sentidos você atribui aos três primeiros quadros que compõem a charge?

Resposta pessoal.

b) A parte maior da charge apresenta a menina no meio de transporte que a leva diariamente à escola. O que chama a atenção nessa parte?

7. Você concorda com o ponto de vista do chargista em relação à educação brasileira? Exponha seu ponto de vista e explique as razões pelas quais concorda ou discorda dele.

O fato de a criança ir à escola de barco e viajar uma longa distância de casa até a escola e vice-versa. Resposta pessoal.

8. Que elementos visuais o autor da charge usou para evidenciar seu ponto de vista?

A fisionomia da menina, que muda ao longo da sequência mostrando as sensações pelas quais ela passa, o que evidencia o cansaço dela pela longa viagem.

7. Espera-se que os estudantes infiram que o chargista chama a atenção para as diferentes formas de as crianças terem acesso à educação, um aspecto relevante em nosso país devido às múltiplas realidades de cada região. É importante que reflitam sobre

essa perspectiva e reconheçam que é um aspecto que pode influenciar a aprendizagem dos estudantes.

8. Explique que a charge é um gênero multissemiótico, o qual trata de forma crítica temas ou fatos atuais, com humor ou ironia.

Jean Galvão
272 D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 272 09/06/22 10:59 272

PRODUÇÃO MULTIMODAL

Cartaz de campanha

Agora, a proposta é a criação de uma peça de campanha voltada para uma situação e/ou problema que a turma escolheu na atividade da seção Palavra aberta. O objetivo é persuadir o público-alvo da comunidade escolar (estudantes, pais, professores e funcionários da escola) a aderir à causa, mostrando que se trata de uma questão importante.

A turma deverá se organizar em grupos, sendo que cada um ficará responsável por elaborar um cartaz impresso para divulgar a campanha. Esse cartaz deve buscar atrair o leitor, com a finalidade de sensibilizá-lo a se engajar na ação proposta e a contribuir com atitudes que promovam o bem-estar individual e coletivo.

Planejando o cartaz de campanha

1 Com a turma, retome a situação ou o problema escolhido anteriormente na seção Palavra aberta. Conversem sobre o tema da campanha e discutam os motivos da escolha considerando as seguintes perguntas.

• Qual é a importância dessa questão? Que consequências o problema traz para a comunidade?

• Quais ações concretas serão sugeridas para a resolução do problema?

• O que se espera, objetivamente, do público-alvo?

• Como pretendem atingir o leitor: surpreendendo-o, chocando-o, divertindo-o etc?

• Qual será o público-alvo da campanha: toda a comunidade ou alguém específico (somente os estudantes, por exemplo)?

2 Depois, forme um grupo com quatro colegas. Juntos, pesquisem sobre o problema: quais são as causas, quais consequências provocam, como solucioná-lo. Vocês podem consultar profissionais sobre o assunto e realizar pesquisas na internet. Para fazer uma consulta confiável na internet, sigam as dicas a seguir.

• Escolham bem os termos que vão pesquisar, isto é, as palavras-chave da pesquisa. Quanto mais precisas elas forem, maior é a chance de encontrar informações específicas sobre o tema pesquisado.

• Prefiram fontes com reputação e especializadas no tema da pesquisa, dando preferência a páginas de órgãos oficiais, de instituições de ensino reconhecidas, universidades ou grandes especialistas da área.

• Avaliem as fontes encontradas, observando se há dados como data ou nome do responsável pelas informações publicadas. Lembrem-se de diferenciar fato de opinião, evitando materiais em que o ponto de vista do autor não seja bem fundamentado.

• Comparem os dados pesquisados e desconfiem de informações que não foram publicados em várias fontes diferentes.

uma ideia, uma causa social. A campanha busca o convencimento do interlocutor de que a causa é importante e requer uma mudança de atitude, de valores e de comportamento.

REALIZAÇÃO

D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd

PROPOSIÇÕES

Em Produção multimodal, a proposta é que os estudantes, organizados em grupos, elaborem um cartaz de campanha voltado para uma situação e/ou problema escolhido na seção Palavra aberta. A proposta possibilita o trabalho com a metodologia ativa de resolução de problemas, pois contextualiza

um problema real, ou aprendizagem inspirada em times, já que a atividade favorece o ambiente colaborativo. Essa proposta, além de favorecer o protagonismo dos estudantes, promove a ampliação dos letramentos, com a abordagem de aspectos multissemióticos.

Antes de iniciar a elaboração da proposta, retome a intenção comunicativa de campanhas de propaganda, cujo objetivo é divulgar

Produção multimodal Na etapa Planejando o cartaz de campanha , se necessário, avalie a pertinência da situação ou do problema escolhido, levando os estudantes a compreender que uma campanha só faz sentido para uma comunidade se for ao encontro das necessidades dela. Caso a turma expresse preferência por outro problema, sugira temas que podem ser observados na comunidade escolar, como bullying entre os estudantes ou a participação da família em sua vida escolar. A produção de um cartaz de campanha requer, inicialmente, conhecer o problema: como surge, quais são as causas e consequências desse problema, quais são as soluções para resolvê-lo, entre outros. Dessa forma, a produção de uma campanha demanda do professor um trabalho de curadoria de informações, selecionando o que vale a pena ou não saber, pesquisando vídeos, artigos, indicação de sites que abordem o tema e que sejam fontes confiáveis, consultando especialistas/profissionais e pensando outros caminhos que possam proporcionar aos estudantes mais conhecimentos sobre o problema e, consequentemente, peças de campanha mais eficientes em que possam se inspirar.

3 Concluída a pesquisa, selecionem o material coletado e apresentem ao professor.
273
273 07/06/22 17:42
273

REALIZAÇÃO

Avalie também a possibilidade de convidar um profissional da área de trânsito para conversar com os estudantes sobre as questões que foram levantadas, comentando regras e leis, entre outros assuntos. Além de ampliar o repertório dos estudantes para a produção dos cartazes, a presença de profissionais de outras áreas na escola é importante para a construção da cidadania. Nesse caso, oriente os estudantes a tomar nota sobre o que considerarem mais importante.

Na etapa Produzindo o cartaz de campanha, oriente a turma quanto à linguagem a ser utilizada na produção do cartaz. É preciso ter em mente o público-alvo a que o cartaz se destina.

Na etapa Revisando o cartaz de campanha, direcione os estudantes a realizar a revisão fundamentados nas orientações do planejamento e elaboração. Verifique se não deixaram passar algo importante nos rascunhos, para que não haja contratempo na versão finalizada. Solicite que fiquem atentos em relação à ortografia, às concordâncias nominal e verbal e à pontuação.

Produzindo o cartaz de campanha

1 Considerando o que discutiram anteriormente, pensem sobre os itens a seguir.

• Que elemento será utilizado para chamar a atenção do público? Uma imagem específica, o slogan, um texto verbal? Que destaque terão os demais elementos? Que tipo e tamanho de letra serão usados? Fiquem atentos ao tamanho e às cores das letras. Elas deverão ser legíveis à distância. Letras pequenas e cores claras costumam tornar a leitura difícil.

• Se utilizarem uma imagem, como ela será? Uma fotografia produzida por vocês, uma ilustração, uma colagem, uma obra de arte, apenas cores e grafismos?

• Que texto verbal será associado à imagem: um que apele à emoção ou à razão do leitor? Um que seja previsível ou surpreendente? Que outros textos complementarão a mensagem? Lembrem-se de que a parte escrita deve ser breve, direta, além de envolver e dialogar com o leitor.

• Que recursos linguísticos serão usados para envolver o leitor e levá-lo a adotar uma atitude ativa diante da causa da campanha: formas verbais no imperativo, figuras de linguagem, jogos de palavras?

2 Criem o slogan da campanha: uma frase curta e de fácil memorização que expresse a ideia da campanha. Lembrem-se de que, como o objetivo do cartaz é convencer as pessoas a pensar ou agir de determinada maneira, o que se diz e como se diz é tão importante quanto a imagem associada à ideia.

3 Criem também um logotipo ou uma logomarca para representar o grupo, que é o responsável pela divulgação da campanha.

4 Façam um esboço do cartaz. Para isso, colem quatro folhas de papel sulfite e simulem a disposição dos elementos na cartolina que será usada para compor a versão final.

5 Dividam o espaço da folha que prepararam e reservem um lugar para a(s) imagem(ns), o texto verbal principal (com o slogan) e os textos complementares e para o logotipo ou logomarca (geralmente, localizado abaixo e no canto do cartaz). Decidam como o texto será apresentado (se com letras recortadas, desenhadas ou escritas à mão) e quais cores serão usadas para dar destaque a cada parte do texto.

Revisando o cartaz de campanha

1 Avaliem o esboço que fizeram quanto aos seguintes aspectos:

• Está claro para qual fato a campanha chama a atenção?

• O texto verbal e a(s) imagem(ns) têm relação com o problema e se complementam?

• A imagem enriquece o cartaz e surpreende o leitor?

• As ações esperadas do público-alvo estão claras?

274 D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 274 07/06/22 17:42 274

• A distribuição da(s) imagem(ns) e dos textos verbais atrai a atenção do leitor?

• O tipo e o tamanho das letras, as cores e as imagens estão legíveis à distância?

• A linguagem é simples e direta?

• Foram usados recursos linguísticos como formas verbais no imperativo, figuras de linguagem e jogo de palavras?

• Os recursos de linguagem usados são capazes de envolver o leitor e fazê-lo aderir à causa?

2 Façam as adequações necessárias antes de passarem para a próxima etapa.

Elaborando a versão final do cartaz de campanha

1 Colem a imagem selecionada ou reproduzam o desenho no local previamente definido.

2 Escrevam os textos verbais e desenhem a logomarca ou o logotipo que identifica a campanha e o grupo.

3 Façam o acabamento, colorindo ou usando outros recursos para dar vida ao anúncio.

4 Avaliem a possibilidade de cobrir o cartaz com plástico adesivo para dar maior durabilidade a ele.

Divulgando o cartaz de campanha

Agora é hora de divulgar os cartazes da campanha e conscientizar as pessoas a agir de modo diferente, levando em conta os interesses da coletividade.

1 Afixem os cartazes nos locais previamente combinados com o professor.

2 Pensem em como divulgar a campanha e chamar a atenção dos demais estudantes para a leitura dos cartazes. Vocês podem, por exemplo, desenhar uma faixa de pedestres com giz ou fita crepe em uma área da escola e controlar a travessia; organizar um evento e convidar um profissional de trânsito para falar sobre o assunto, entre outras possibilidades.

3 Enquanto a campanha estiver sendo veiculada, observem as reações das pessoas ao ler os cartazes. Perguntem se gostaram, se concordam com as ações propostas, se acham importante abordar o tema etc.

Avaliando o cartaz de campanha

Após a realização da campanha, conversem sobre o que observaram e avaliem os seguintes aspectos:

1 Os cartazes produzidos pela turma atraíram a atenção do público?

2 As ações propostas nos cartazes foram compreendidas?

3 Houve mudanças de comportamento em relação ao problema?

Na etapa Elaborando a versão final do cartaz de campanha, ofereça materiais para a produção manuscrita do cartaz ou planeje uma aula na sala de informática para que possam produzir e editar os cartazes em programadas de computador e imprimi-los. Na etapa Avaliando o cartaz de campanha, de os trabalhos terem sido expostos, abra espaço para que os estudantes avaliem a relevância da campanha produzida por eles, pedindo que comentem a repercussão entre os demais colegas da escola.

PARA ASSISTIR

CARTAZ escolar: Como fazer?

2021. Vídeo (4min16s). Publicado pelo canal Professora Elaine Oliveira. Disponível em: https:// www.youtube.com/watch?v=NA WyObpBlqo. Acesso em: 10 maio 2022.

Esse vídeo, que pode ser exibido pelo professor aos estudantes, traz uma videoaula com texto expositivo-informativo sobre o gênero textual cartaz.

REALIZAÇÃO
275
275 07/06/22 17:42 275
D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd

Habilidades de encerramento

• EF69LP25

• EF67LP23

• EF67EF05

• EF67EF06

• EF67EF18

• EF67EF19

• EF67EF21

PROPOSIÇÕES

Antes de iniciar a seção Linguagens em conexão a título de curiosidade, proponha a seguinte pergunta: Vocês sabem quem inventou a bicicleta? Deixe que os estudantes se expressem livremente e acolha as respostas. Em seguida, explique que a bicicleta do barão alemão Karl von Drais, em 1817, é considerada a precursora. Ele a batizou de “máquina corredora” e a imprensa a chamou de “velocípede”. Era feita de madeira e funcionava por meio do impulso dos pés. Caso haja interesse, leia com a turma a reportagem “Há 200 anos foi criada a primeira bicicleta: estes foram os primeiros modelos”, disponível em: https://brasil.elpais.com/ brasil/2017/04/19/deportes/ 1492597692_626497.html (acesso em: 10 maio 2022). Vocês poderão ler sobre a história da bicicleta e conhecer sua evolução ao longo do tempo.

A bike além do transporte

Neste módulo, você leu artigo de opinião, entrevista e peças de campanhas de conscientização e refletiu sobre os benefícios para o trânsito, para o meio ambiente e para a saúde com o uso da bicicleta como meio de transporte.

A bicicleta é utilizada também em práticas esportivas e de lazer, como você vai ver nas imagens a seguir.

FRANCISCOWILLIANSALDANHA

Atleta brasileira Derlayne Dias Roque durante treino de BMX Freestyle em Brasília (DF). Fotografia de 2022.

Atleta italiano Alex Zanardi durante final de corrida de handbike nos jogos paralímpicos, no Rio de Janeiro (RJ). Fotografia de 2016.

No esporte, há diversas modalidades em que se utiliza a bicicleta, como a BMX (Bicycle Motocross), que pode ser dividida entre o estilo Racing – com corridas em pistas irregulares – e o estilo Freestyle, que foca nas manobras. Há também as corridas de handbike, que são feitas em bicicletas de três rodas e movidas a mão, próprias para pessoas com deficiências físicas nas pernas.

REALIZAÇÃO

D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd 276 11/06/22 10:51

1. Comente com os estudantes que é muito importante utilizar equipamentos de proteção em qualquer prática corporal que possa apresentar riscos, como as práticas de aventura urbanas, das quais fazem parte o ciclismo, a patinação e o skate. É essencial que a turma reconheça que a valorização da segurança e da integridade física, tanto própria quanto dos

outros, é parte fundamental da prática do ciclismo.

2. Forneça um tempo para que os estudantes conversem e formulem hipóteses. Depois, peça-lhes que compartilhem o que pensaram. Ressalte que é necessário muito cuidado e atenção nas práticas corporais de aventura urbanas. É importante que os atletas tenham acompanhamento de profissionais, como treinadores especialistas

BNCC
MARCO CICCOLELLA/ALAMY/FOTOARENA
276
CONEXÃO LINGUAGENS EM
276

Além das modalidades esportivas, a bike também é utilizada em práticas de lazer, como em passeios ao ar livre.

Deixe-os responder livremente à pergunta. Se necessário, incentive-os a pensar em diferentes esportes – de marca, de precisão, de invasão ou técnico-combinatórios – e em como a organização e a prática deles se modificam em manifestações profissionais e de lazer.

ARTICULAÇÃO COM EDUCAÇÃO FÍSICA

Pessoas utilizando bicicletas em momentos de lazer, no parque do Sabiá, em Uberlândia (MG). Fotografia de 2022.

Agora, converse com os colegas sobre as perguntas a seguir.

1. Nas três imagens apresentadas, as pessoas utilizam capacetes de proteção. Qual é a importância dele nas práticas esportivas profissionais e de lazer?

Os capacetes servem, basicamente, para proteger os ciclistas caso ocorra algum acidente.

2. Como os atletas do ciclismo fazem para se proteger de acidentes durante treinos e competições?

3. Quais práticas corporais você gosta de fazer nos momentos de lazer? Resposta pessoal.

4. Quais outras práticas corporais você conhece que podem ser realizadas tanto como esportes de competição quanto como lazer? Resposta pessoal.

D2-236-277-POR-F2-2102-V6-M6-LA-G24_AVU.indd

e fisioterapeutas, em seus treinos e competições. Além disso, eles precisam traçar estratégias de desempenho para os treinos, fazer aquecimentos musculares antes de iniciar as práticas, manter uma alimentação equilibrada e utilizar equipamentos de proteção. É importante que os estudantes compreendam que essa modalidade esportiva possui muitos desafios e que, por esse motivo, é preciso saber

2. Sugestão de resposta: Eles utilizam equipamentos de proteção, como capacetes, luvas, joelheiras e óculos.

Confederação Brasileira de Ciclismo. Disponível em: www.cbc.esp.br/ Acesso em: 13 abr. 2022. O site contém diversas informações sobre as diferentes modalidades de ciclismo no Brasil, como BMX, mountain bike e paraciclismo. Nele, é possível ver uma agenda com os próximos eventos relacionados ao esporte, assistir a vídeos e acompanhar notícias.

identificar os riscos e planejar como fazer para superá-los.

3. Incentive os estudantes a se lembrarem dos próprios momentos de lazer. É possível que alguns relatem que não costumam praticar nenhuma atividade física como lazer. Se for o caso, ressalte a importância da atividade física para a saúde e o bem-estar, incentivando-os a buscar alguma prática prazerosa para esses momentos.

Sugere-se trabalhar de modo colaborativo com o componente curricular Educação Física, a partir da habilidade EF67EF06 . Planeje com o professor de Educação Física uma pesquisa acerca das diferenças entre esporte de lazer e esporte profissional. Disponha os estudantes em dois grupos. Um grupo ficará responsável por pesquisar sobre os esportes de lazer e suas modalidades. O outro grupo se encarregará de pesquisar quais são as modalidades de esportes profissionais que existem. Depois de realizada a pesquisa, proponha a eles a organização das informações coletadas em um painel, que poderá ser exposto em local de grande circulação na escola.

PARA ACESSAR

CARVALHO, Mauren Lopes de; FREITAS, Carlos Machado de. Pedalando em busca de alternativas saudáveis e sustentáveis. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 6, p. 1617-1628, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S141381232012000600024. Acesso em: 10 maio 2022.

Esse trabalho tem como objetivo analisar artigos científicos que tratam da relação entre o ciclismo como meio de transporte e a saúde pública.

4.
PARA ACESSAR DANILO HENRIQUES/SECOM/PMU 277
277 07/06/22 17:42
277

Competências do módulo

Gerais: 1, 3, 4, 7, 9

Linguagens: 1, 2, 3

Língua Portuguesa: 1, 2, 7

Arte: 1

Habilidades da abertura

• EF69LP01

• EF69LP13

• EF69LP21

• EF67LP18

• EF67LP23

Tema Contemporâneo Transversal

• Educação em Direitos Humanos

INTRODUÇÃO

Este módulo contempla o trabalho com o Tema Contemporâneo Transversal Educação em Direitos Humanos ao discutir os problemas de acessibilidade enfrentados por pessoas com deficiência (visual, auditiva, motora) na escola e na comunidade, além de ajudá-los a elaborar ações e soluções para resolvê-los O eixo de leitura aborda os gêneros carta de solicitação, estatuto e abaixo-assinado. O eixo de análise linguística/semiótica abordará aspectos de argumentação, as regras de concordância verbal, o reconhecimento de palavras homônimas, as orações do período composto por coordenação, a distinção entre oração coordenada sindética e assindética, a pontuação em orações coordenadas assindéticas. No eixo de produção textual, os estudantes realizarão a produção escrita de uma carta de solicitação a um órgão do governo ou autoridades responsáveis da cidade onde moram.

OBJETIVOS

• Reconhecer e aprender as características dos gêneros carta de solicitação, estatuto e abaixo-assinado.

• Identificar textos relativos aos gêneros carta de solicitação e abaixo-assinado e compreender os aspectos de argumentação presentes neles.

POR UMA SOCIEDADE MAIS HUMANA

• Compreender como os elementos característicos desses gêneros e seus recursos linguísticos se articulam para a construção de sentidos dos textos.

• Compreender algumas regras de concordância verbal.

• Reconhecer palavras homônimas.

• Identificar as relações de independência sintática estabelecidas entre as orações do período composto por coordenação.

• Distinguir oração coordenada sindética de oração coordenada assindética.

• Compreender os usos da pontuação e seus efeitos de sentido nas orações coordenadas assindéticas.

• Realizar a produção escrita de uma carta de solicitação.

BNCC
MÓDULO
7 278
Estudantes durante manifestação por melhorias na educação. Juiz de Fora (MG). Fotografia de 2019.
D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 278 09/06/22 21:03
278

REALIZAÇÃO

FIQUE POR DENTRO

• Carta de solicitação

• Estatuto

• Concordância verbal

• Palavras homônimas

• Abaixo-assinado

• Discussão coletiva

• Período composto por coordenação

• Pontuação: oração coordenada assindética

• Produção escrita: carta de solicitação

• A arte é para todos

IMAGEM

Observe a imagem e discuta as perguntas com os colegas e o professor.

1. Quais são suas experiências a respeito de manifestações por melhorias sociais? Você já presenciou ou participou de alguma? Conte aos colegas.

Respostas pessoais.

2. Além das manifestações, de que outras maneiras é possível lutar por melhorias políticas e sociais?

Resposta pessoal.

3. Quais recursos você já utilizou para protestar por alguma situação com a qual não concordava ou para exigir que seus direitos fossem cumpridos?

Resposta pessoal.

4. Como você e os colegas costumam se posicionar na escola a respeito de situações ou condições que poderiam melhorar ou ser modificadas? Vocês já conseguiram conquistar melhorias dessa maneira?

Respostas pessoais.

PROPOSIÇÕES

Em Imagem em foco, inicialmente, solicite aos estudantes que observem a imagem a fim de levantar os conhecimentos prévios deles sobre manifestações sociais pacíficas como exercício da cidadania no Estado Democrático de Direito,

possibilitando a busca por melhores condições de vida. Peça que analisem a imagem e questione-os sobre as mudanças na realidade social e cultural de um povo ou de uma nação que as manifestações coletivas provocam.

1. Oriente-os a relatar se já participaram ou viram alguma manifestação social, compartilhando as impressões e os conhecimentos que têm acerca do tema. Encaminhe a conversa, tendo em mente que este módulo trabalhará temas que remetem ao exercício de cidadania.

2. Espera-se que os estudantes citem que é possível lutar por melhorias políticas e sociais por meio de discussões e debates políticos, manifestações individuais e coletivas, atitudes de civismo e de cidadania, por meio do voto etc.

3 e 4. Como eles ainda são muito jovens, é possível que as experiências não tenham tido tanta abrangência coletiva social, mas tenham sido mais voltadas ao individual e ao núcleo familiar e escolar. É possível que muitos digam que não se posicionam a respeito de questões ou problemas maiores e coletivos. Se esse for o caso, inicie um debate com a turma sobre a importância de todos atuarem ativamente, propondo melhorias e soluções para problemas, de forma a buscar um ambiente mais agradável e humano para todos. Esteja atento às falas deles, para problematizar relatos que se baseiam na violência ou na falta de respeito, sempre evidenciando a importância dos direitos humanos e da cultura de paz na sociedade.

EM FOCO RONALDO ALMEIDA/ SHUTTERSTOCK.COM
279 D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 279 11/06/22 10:55
279

BNCC

Habilidades do Capítulo 1

TEXTO

• EF69LP27

• EF67LP16

• EF67LP17

• EF67LP18

• EF67LP23

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

• EF67LP19

• EF67LP23

EXPLORANDO O TEXTO

• EF69LP27

• EF69LP56

• EF67LP16

• EF67LP17

1

• EF67LP18

• EF06LP04

• EF06LP05

TEXTOS EM DIÁLOGO

• EF69LP13

• EF69LP15

• EF67LP15

POR DENTRO DA LÍNGUA

• EF69LP03

• EF69LP05

• EF69LP56

• EF67LP08

• EF06LP06

• EF06LP08

• EF06LP09

LINGUAGEM E SENTIDOS

• EF69LP03

• EF69LP44

• EF69LP48

• EF69LP56

• EF67LP17

• EF67LP18

• EF67LP32

• EF06LP03

PROPOSIÇÕES

Antes de iniciar a leitura do texto, explore as questões iniciais do capítulo e aproveite esse momento para levantar conhecimentos prévios dos estudantes sobre o gênero carta de solicitação e propor o trabalho de levantar hipóteses. Oriente-os a refletir sobre as considerações feitas por eles e pelos colegas. É importante lembrar que as questões propostas ajudam os estudantes a compreender a construção de sentidos, orientando-os a identificar certas características do gênero que está sendo estudado, além de favorecer o trabalho com a argumentação e com a elaboração de inferências.

Comente que esse gênero textual favorece aos indivíduos praticar e exercer seus direitos como cidadãos e que a carta de solicitação a ser lida busca dar visibilidade às pessoas com deficiência.

CARTA DE SOLICITAÇÃO

Você sabe o que é uma carta de solicitação? Sabe para que as pessoas precisam fazer uma carta como essa? O que você faz quando deseja pedir ou solicitar algo a alguém? O texto que você vai ler a seguir é uma carta de solicitação da presidente de uma instituição voltada para pessoas com deficiência a uma associação que presta serviço humanitário.

Tendo em vista essas informações, levante algumas hipóteses: O que é uma carta de solicitação? Para que as pessoas precisam escrever cartas como essa? Que elementos você considera necessários apresentar na carta para que ela seja atendida? Compartilhe suas respostas com os colegas e ouça com atenção as respostas deles.

O CONTEXTO DO TEXTO

A Associação Bahiana de Equoterapia (ABAE) foi criada em 1991 por Maria Cristina Guimarães Brito. A experiência com a equoterapia foi trazida à Bahia por causa da sua iniciativa em recuperar o filho com paralisia cerebral, Yuri. Hoje, aos 38 anos, ele é um exemplo de vida para as famílias que frequentam a associação. Ele se graduou em Publicidade, é pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra e trabalha em uma grande empresa. Atualmente, crianças, jovens e suas famílias – a grande maioria carente, residente em Salvador e em regiões vizinhas – são beneficiados por essa associação, que, além da equoterapia, promove outras iniciativas visando à inclusão social, como o Projeto Cavalo Marinho, que realiza atividades terapêuticas na praia e no mar. Para mais informações, visite o site da ABAE em: www.abaebahia.org.br (acesso em: 21 mar. 2022).

TEXTO

Yuri Guimarães Brito, que nasceu com paralisia cerebral, praticando equoterapia ao lado do subtenente Moacir, na ABAE, em Salvador (BA). Fotografia de 2021.

Leia a seguir a carta de solicitação enviada pela Associação Bahiana de Equoterapia pedindo apoio para manter e ampliar suas atividades junto à sociedade.

Salvador, 23 de novembro de 2021. Ao Rotary Club

Ilma. Sra. Dra. Risalva Telles

A Associação Bahiana de Equoterapia é uma instituição não governamental que coloca o cavalo a serviço da habilitação, reabilitação e promoção social. Sem fins lucrativos, presta assistência especializada às famílias carentes, com filhos especiais, crianças e adolescentes acometidos com algum tipo de deficiência.

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Explique aos estudantes que cartas de solicitação e de reclamação são gêneros textuais que pertencem à modalidade argumentativa, com o objetivo de buscar soluções para algum problema instaurado. Nesse tipo de carta, existe a oportunidade de solicitar a solução para algum problema, destinando a carta a alguém que tenha poderes e condições para solucionar o caso.

É importante salientar que, para apresentar solicitações sobre um problema voltado à comunidade de uma forma geral ou para solicitar a solução de algum impasse ou problema individual, é preciso apresentar argumentos consistentes, com base em ideias que realmente farão a diferença no momento de convencer o interlocutor de que o problema carece de um olhar mais acurado.

CAPÍTULO
BRITO, MARIA CRISTINA GUIMARÃES. [CARTA PARA O ROTARY CLUB]. DESTINATÁRIO: RISALVA TELLES. SALVADOR, 23 NOV. 2021. 1 CARTA.
280
11/06/22 10:57
Respostas pessoais.
D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 280
280

As ações desenvolvidas pela entidade oferecem, além de orientação e acompanhamento multiprofissional, serviços de saúde, educação e inclusão social a 150 pessoas, com uma fila de espera de mais de 3 000 inscritos.

Portanto, diante dos ganhos psicomotores das pessoas assistidas pela Associação e também das nossas demandas, solicitamos o apoio para a cobertura [de] 20 × 60m2 da área onde realizamos a prática da equoterapia, a doação de computadores, a aquisição de material didático para as famílias, como também recursos financeiros para a aquisição de cavalos de pequeno porte, que atendam às necessidades das crianças especiais, equipamentos de jardinagem, selas adaptadas e mantas.

O atendimento dessa solicitação por Vossa Senhoria é de vital importância para que a nossa entidade continue não só prestando esse serviço aos assistidos e suas famílias, como também possa ampliar as ações de assistência psicossocial e terapêutica a um número maior de pessoas.

Atenciosamente,

SAIBA MAIS

Ter cuidado com as palavras que utilizamos para nos referirmos ao outro é o primeiro passo para promover a inclusão social. No caso das pessoas com deficiência, muitos termos, como deficientes, excepcionais e especiais, não são mais considerados adequados. Desde 2007, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, determinou que o termo apropriado para se referir a esses cidadãos é pessoa com deficiência (também conhecido pela sigla PcD), admitindo adaptações, a depender do contexto, como criança com deficiência, estudante com deficiência, profissional com deficiência

Capa de publicação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2007).

Vitória: Ministério Público do Trabalho, Projeto PCD Legal, 2014. Disponível em: http://www. pcdlegal.com.br/convencaoonu/wp-content/ themes/convencaoonu/downloads/ONU_Cartilha. pdf. Acesso em: 28 maio 2022.

boxe O contexto do texto

VOCABULÁRIO

Equoterapia: terapia por meio de cavalos.

Entidade: organização, instituição.

Multiprofissional: relativo a várias profissões.

Psicomotores: movimentos do corpo incentivados pela mente.

Demandas: solicitações, pedidos, desejos.

Mantas: cobertores de tecido espesso colocados sob a sela para proteger o pelo dos animais.

Vital: essencial à vida.

Psicossocial: relativo a aspectos psicológicos e sociais.

Terapêutica: que tem propriedade medicinal e curativa.

Encaminhe esse trabalho com perguntas sobre a Associação Bahiana de Equoterapia (ABAE). Se possível, acesse com os estudantes o site da associação em www.abaebahia. org.br (acesso em: 25 maio 2022), para que conheçam mais sobre os trabalhos desenvolvidos por seus gestores e colaboradores. Aproveite para verificar com os estudantes se eles conhecem outras organizações voltadas à assistência a pessoas com deficiência, se conhecem o Estatuto da Pessoa com Deficiência e se há dúvidas em relação ao vocabulário, esclarecendo-as coletivamente por meio da exploração do boxe Vocabulário e, se necessário, da consulta a dicionários impressos e on-line

BARBOSA, Jacqueline P. Carta de solicitação e Carta de reclamação. São Paulo: FTD, 2005. (Coleção Trabalhando com os Gêneros do Discurso).

Esse livro propõe uma distinção entre carta de reclamação e carta de solicitação, diferentemente de alguns autores, como Eliana Merlin D. de Barros, que considera que a reclamação de algo implica, necessariamente, na solicitação de uma tomada de providência.

REALIZAÇÃO

D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 281

Proponha uma primeira leitura silenciosa do texto. Depois, é possível organizar a leitura compartilhada em voz alta. Se necessário, anote alguns aspectos relevantes da leitura para serem retomados com os estudantes posteriormente.

Após a leitura, pode-se realizar um novo trabalho com o texto. Aproveite o momento

para explicar aos estudantes que a carta de solicitação apresenta uma estrutura definida: local e data, identificação do destinatário, uso de vocativo, argumentos que sustentam a solicitação, expressão de despedida, assinatura, remetente. Incentive os estudantes a identificar essa estrutura no texto apresentado.

Caso você ainda não tenha abordado as informações contextuais do texto lido, explore neste momento o conteúdo do

PARA LER BRITO, Maria Cristina Guimarães. [Carta para o Rotary Club]. Destinatário: Risalva Telles. Salvador, 23 nov. 2021. 1 carta.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS 281
08/06/22
281
08:51

PROPOSIÇÕES

As questões propostas em Conversando sobre o texto possibilitam desenvolver nos estudantes as habilidades referentes à leitura de textos, de modo que seja possível fazer novas inferências e verificar se as hipóteses levantadas por eles anteriormente são verdadeiras.

REALIZAÇÃO

Conversando sobre o texto

1. Peça-lhes que reflitam sobre a relação do homem com os animais, evidenciando quão úteis esses seres podem ser para a humanidade sempre que tratados com o devido respeito. Explique que a prática de equoterapia – muito recomendada para pessoas com determinadas deficiências – consiste em um procedimento terapêutico que, por intermédio do cavalo, realiza, de modo interdisciplinar, o trabalho em diferentes âmbitos: educacionais, terapêuticos e equitação.

2. Espera-se que os estudantes respondam que também é possível recorrer a cartas de reclamação, telefones, órgãos especializados em resolver problemas de usuários e clientes e por meio informal, veiculando pela internet, postando ou escrevendo em espaços de serviço de atendimento ao consumidor etc. Pergunte a eles que outras formas de solicitação conhecem e em que se parecem com a carta ou se diferenciam dela.

3. Relembre os estudantes de que a escrita de uma carta de solicitação é um exercício cidadão e, por isso, as demandas apresentadas precisam ser dotadas de seriedade e contribuírem, de fato, para o bem de uma coletividade.

1. a) A associação solicita cobertura de 20 × 60m2 da área onde se realiza a prática da equoterapia, doação de computadores, aquisição de material didático para as famílias, recursos financeiros para a aquisição de cavalos de pequeno porte, equipamentos de jardinagem, selas adaptadas e mantas.

1. b) Essa grande quantidade de solicitações revela que a associação precisa de apoio para continuar realizando seu trabalho, pois carece de suporte material e financeiro para obtenção de itens das mais diversas naturezas.

PARA ASSISTIR

Cuerdas , dirigido por Pedro Solís García. Espanha, 2013. 10min52s.

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

1. Você já tinha ouvido falar em terapias aplicadas ao homem com auxílio de animais, como a equoterapia? Quais?

Respostas pessoais.

2. Para você, a escrita de uma carta de solicitação é a única forma para uma instituição conseguir os recursos de que precisa? Por quê?

Respostas pessoais.

3. Em sua comunidade ou em cidades próximas, há alguma demanda que você considera importante para ser solicitada por meio de uma carta aos órgãos competentes? Qual?

Respostas pessoais.

2. a) Provavelmente, o fato de a doutora ter um cargo de destaque dentro da organização ou, até mesmo, ser uma referência na comunidade em que vive.

Esse curta-metragem de animação espanhol, escrito e dirigido por Pedro Solís García em 2013, narra a história de uma menina que se torna amiga de um novo colega da turma, Nicolás, que tem paralisia cerebral. Ao longo da história, a garota promove a inclusão do seu novo amigo por meio de diversas brincadeiras. Em 2014, a produção recebeu o Prêmio Goya de melhor curta-metragem de animação do ano.

PROPOSIÇÕES

TEXTO EXPLORANDO O

TEXTO E CONTEXTO

2. b) Uma vez que a carta foi enviada a uma organização que tem como objetivo promover mudanças no mundo, há uma grande probabilidade de as demandas solicitadas pela Associação Bahiana de Equoterapia serem atendidas, pois são pedidos que, se concretizados, mudarão a vida de crianças e adolescentes com deficiência.

1. A carta de solicitação tem a finalidade de pedir algo a um destinatário específico.

a) Quais são as solicitações feitas pela Associação Bahiana de Equoterapia na carta?

b) O que essas solicitações revelam acerca da realidade dessa associação?

2. A carta é destinada à doutora Risalva Telles.

a) O que pode ter levado a autora a escolher essa pessoa como destinatária de sua carta?

b) Faça uma pesquisa na internet sobre os objetivos do Rotary Club. Considerando o trabalho desenvolvido por essa organização, você acredita que as solicitações feitas na carta podem ser atendidas? Por quê?

3. A carta que você leu foi enviada por e-mail. Por quais outros meios você imagina que uma carta de solicitação pode chegar ao seu destinatário? Resposta pessoal.

4. Na carta, destaca-se que há uma fila de espera de cerca de 3 000 pessoas que desejam ser atendidas pela associação. Qual pode ter sido o objetivo da autora ao revelar esse dado?

4. Ao revelar a grande fila de espera, a autora da carta tem a intenção de persuadir o destinatário no atendimento da solicitação, pois evidencia que muitas pessoas dependem dos serviços da associação.

Em Texto e contexto, solicite aos estudantes uma pesquisa na internet de outros exemplos de cartas de solicitação disponíveis. Se possível, faça essa proposta com ênfase em metodologia ativa de pesquisa, incentivando-os a pesquisar diferentes temas de cartas de solicitação, de acordo com os próprios interesses, observar a

REALIZAÇÃO

Texto e contexto

1. Essa atividade retoma aspectos mais gerais sobre o texto, como suas informações principais, suas características relevantes e a função social da associação.

CUERDAS. PEDRO SOLÍS GARCÍA. LA FIESTA P.C ESPANHA. 2013
282 D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 282 11/06/22 10:59
forma composicional desses textos, reconhecer padrões e apresentar os resultados das pesquisas coletivamente.
282

5. A informação é importante para mostrar ao destinatário que o trabalho realizado pela organização traz resultado às pessoas assistidas, de modo a convencê-lo da necessidade da ajuda.

5. A autora da carta afirma que as pessoas assistidas pela associação melhoram seu desenvolvimento psicomotor. Por que você acredita que essa informação foi colocada na carta?

6. Uma das solicitações feitas na carta é a cobertura da área na qual a equoterapia é realizada. Que dificuldades você imagina que a ausência dessa estrutura pode provocar no atendimento do público assistido pela organização?

7. Pelas informações do texto, torna-se claro que o trabalho da Associação Bahiana de Equoterapia promove inclusão social de crianças e adolescentes com deficiência.

a) Para você, qual é a importância de promover a inclusão dessas pessoas na sociedade?

Resposta pessoal.

b) Que dificuldades você acredita que esses cidadãos poderiam enfrentar sem a assistência da associação? Resposta pessoal.

A carta de solicitação é um texto escrito formal, por meio do qual o remetente pede algo a um destinatário devidamente escolhido com o objetivo de que seu pedido seja atendido. Em geral, as cartas de solicitação têm como destinatários autoridades (escolares ou governamentais, por exemplo) ou pessoas com competência para atender ao que está sendo pedido. Na construção do texto, o autor seleciona argumentos que levem o leitor a entender a necessidade de que suas demandas sejam atendidas. As cartas de solicitação podem ser encontradas em plataformas digitais ou canais de comunicação de empresas e de órgãos públicos.

1. Essas informações são importantes para que o destinatário saiba que se trata de uma solicitação atual e de onde é a solicitação, se de uma realidade local ou não.

COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM

1. Na maioria das cartas, o local e a data são colocados logo no início. Considerando a finalidade da carta de solicitação lida, qual é a importância dessas informações para o destinatário?

2. A autora utiliza as palavras ilustríssima, senhora e doutora para se referir à pessoa que lerá a carta.

a) O que a escolha desses termos revela acerca da relação entre remetente e destinatário?

b) Por que é necessário utilizar essa forma de tratamento em um texto como esse?

Para dar o tom de formalidade exigido pelo texto e também por se tratar de um documento formal.

A carta de solicitação é uma correspondência oficial dirigida a uma autoridade, portanto o tratamento com o interlocutor é formal, daí o emprego de pronomes de tratamento específicos como os do texto.

6. A ausência da cobertura dessa área pode dificultar o atendimento em dias chuvosos, impedindo, com isso, uma melhor evolução do assistido.

Extraordinário, de R. J. Palacio. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013.

O livro conta a história de Auggie Pullman, um garoto de 10 anos que nasceu com uma deformidade facial e, por ter passado por diversas cirurgias ao longo da infância, ficou por uma década afastado da escola. No seu décimo aniversário, ele começa a frequentar o colégio, enfrentando diversas barreiras para ser incluído entre seus pares devido à sua aparência. Mesmo assim, Pullman não desiste de estudar, o que torna o livro uma emocionante narrativa das diversas formas de preconceito que o menino enfrenta.

2. a) A escolha dos termos ilustríssima, senhora e doutora revela uma relação de distanciamento e de formalidade entre o remetente e o destinatário da carta. 283

7. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a inclusão social, que garante às crianças e aos adolescentes o acesso a direitos estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, como educação, lazer, esporte, saúde. Ajude-os a entender que, sem o desenvolvimento psicomotor, algumas habilidades relacionais dessas pessoas não são incentivadas, o que dificulta a efetivação de laços na sociedade. Explique que a equoterapia é uma prática alternativa de reabilitação, que tem excelentes respostas nas áreas educativa e social, referindo-se a uma abordagem interdisciplinar que utiliza cavalos como ferramenta terapêutica.

PROPOSIÇÕES

Em Composição e linguagem, reitere aos estudantes que é fundamental compreenderem a estrutura composicional do gênero carta de solicitação nas diversas situações sociais, fazendo as distinções entre local de circulação, emissor e destinatário, de acordo com a forma de solicitação.

REALIZAÇÃO Composição e linguagem

D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 283

2. Espera-se os estudantes reconheçam que as solicitações são realizadas por meio de um pedido a uma autoridade para tratar de um problema. Ressalte que o autor da carta de solicitação, muitas vezes, desconsidera que tem um direito garantido; no entanto, tem esperança de que seu pedido será acatado.

3. Explique que as cartas de solicitação, por serem uma correspondência formal, podem chegar ao destinatário mediante postagem

em sites oficiais, serviços de atendimento ao consumidor, canais e plataformas ligados a órgãos públicos ou, ainda, impressa por meio do serviço de correio.

4., 5. e 6. Enfatize aos estudantes a importância da argumentação presente no texto, a qual pode ser feita por meio de comparações, citações, exemplificações, explicações etc., desde que fundamentem a solicitação que está sendo feita.

1. Lembre os estudantes de que colocar local e data nas cartas de solicitação auxilia a demarcar a origem da carta e o tempo ou a época em que ela foi escrita.

2. Explique-lhes que é imprescindível identificar o destinatário, fazendo uso adequado dos pronomes de tratamento como forma de mostrar respeito ao destinatário.

PARA LER EDITORA INTRÍNSECA
08/06/22
08:51
283

REALIZAÇÃO

3. a) Explique aos estudantes que o autor de uma carta de solicitação precisa fazer uma breve apresentação de si próprio e/ou da instituição que representa no início da carta como forma de identificação para o receptor.

3. b) Embora eles possam escolher qualquer um dos aspectos citados pela autora da carta, o importante é que justifiquem sua escolha por meio de argumentos, exemplos, situações já vivenciadas etc. Explique que a sigla ONG significa “Organização Não Governamental” e que essas organizações existem para promover causas e desenvolver ações de interesse público e social sem fins lucrativos.

4. Espera-se que os estudantes identifiquem que a autora da carta não faz referência histórica da relação entre o homem e o cavalo nem coloca exemplos de outras associações que oferecem serviços semelhantes à comunidade. Incentive os estudantes a explorar criticamente a argumentação da autora e a expressar o ponto de vista deles, sustentado por meio de argumentos, de maneira lógica e organizada. Questione-os oral e coletivamente, lembrando-os de respeitar o turno de fala dos colegas.

5., 6. e 7. Se julgar necessário, releia com os estudantes o texto, contextualizando os trechos que serão analisados.

5. b) Explique a eles que a forma verbal exigimos é mais comumente utilizada em cartas de reclamação,

3. a) Para contextualizar as solicitações que virão em seguida, bem como apresentar a instituição e o trabalho que ela desenvolve ao órgão destinatário.

3. b) O fato de ser uma organização não governamental que garante promoção social de crianças e adolescentes com deficiência, pertencentes a famílias carentes, é a informação – contida na parte inicial da carta – que valida a necessidade de ajuda.

5. a) A forma verbal solicitamos revela que a autora está tentando conseguir alguns itens para a associação da qual faz parte, mas sabe que não é uma obrigação do destinatário atender a todas as demandas.

5. b) A substituição de solicitamos por exigimos não é apropriada, pois a forma exigimos é, além de agressiva, incompatível com o texto escrito e com sua finalidade, visto que não é obrigação do destinatário atender às solicitações da associação.

6. a) O adjetivo vital revela que o atendimento das solicitações é muito necessário, pois isso vai contribuir para que muitas crianças e adolescentes sejam incluídos socialmente; sem esse atendimento, a instituição pode não ter condições de continuar desenvolvendo o seu trabalho.

6. b) O efeito de reforçar o apelo feito ao longo do texto, sensibilizando o destinatário a atender aos pedidos apresentados.

Os verbos e os adjetivos são recursos linguísticos empregados pelo autor para evidenciar intenções e posicionamentos em relação ao que está sendo dito.

7. Informar que a autora da carta ocupa o cargo de presidente fundadora da associação confere à solicitação maior credibilidade, já que uma pessoa que ocupa o referido cargo tem real conhecimento das demandas da entidade da qual está à frente.

3. No primeiro parágrafo, a autora apresenta ao destinatário a Associação Bahiana de Equoterapia.

a) Por que a autora faz essa apresentação logo no início da carta?

b) Na sua opinião, qual das informações apresentadas pela autora valida, com mais ênfase, a necessidade de ajuda? Justifique sua resposta.

4. Ao longo do texto, a autora utiliza diversos argumentos para convencer o destinatário a atender sua solicitação. No caderno, transcreva as alternativas que indicam os tipos de argumento utilizados no texto.

Alternativas B e C .

A. Referência histórica da relação entre o homem e o cavalo.

B. Descrição do público-alvo assistido pela associação.

C. Quantitativo de pessoas atendidas pela associação e daqueles que ainda esperam atendimento.

D. Exemplos de outras associações que oferecem serviços semelhantes à comunidade.

A carta de solicitação é um texto argumentativo porque o autor precisa utilizar vários argumentos consistentes para convencer o destinatário a aceitar suas reivindicações.

5. No terceiro parágrafo da carta, a autora apresenta as solicitações ao destinarário. Releia o parágrafo e responda às atividades a seguir.

a) O que a forma verbal solicitamos revela sobre a expectativa da autora em relação ao atendimento do seu pedido?

b) Você acharia apropriado substituir essa forma verbal por exigimos? Por quê?

6. No último parágrafo da carta, a autora afirma que o atendimento das solicitações é de “vital importância” para a continuidade do trabalho da associação.

a) O que a escolha do adjetivo vital revela sobre a necessidade do atendimento das solicitações?

b) Que efeito de sentido esse adjetivo produz no último parágrafo do texto?

7. Para finalizar a carta, a autora escreve uma despedida e coloca sua assinatura. Qual é a importância de aparecer, junto ao nome da autora, a informação de que ela é presidente fundadora da associação?

porque, nessas cartas, o autor manifesta estar indignado ou insatisfeito com alguma relação comercial.

D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 284 11/06/22 10:59

6. a) e 6. b) Explique a eles que o adjetivo vital refere-se à vida, ao ato de existir.

7. Informe aos estudantes que a assinatura é essencial nas cartas de solicitação, uma vez que identifica o remetente.

284
284

8. A norma-padrão da língua portuguesa é a mais apropriada para esse documento porque traz um conteúdo formal, endereçado a uma autoridade que pertence a uma organização de prestígio na sociedade.

8. A linguagem utilizada na escrita da carta é formal, obedecendo à norma-padrão da língua portuguesa. Levando-se em consideração o contexto de circulação da carta, por que essa modalidade é a mais apropriada para esse texto?

9. Releia o primeiro e o último parágrafo da carta.

a) No primeiro parágrafo, as formas verbais utilizadas estão conjugadas no presente do indicativo. O que isso revela acerca das informações apresentadas?

b) No último parágrafo, há predominância de formas verbais no presente do subjuntivo. Que efeito de sentido esse uso evidencia acerca da continuidade e da ampliação das ações da associação?

9. a) As formas verbais no presente do indicativo revelam que as ações concretas realizadas pela Associação Bahiana de Equoterapia são atuais e corriqueiras.

10. Releia o último parágrafo, em que a autora faz uso da construção não só... como também.

9. b) O uso do presente do subjuntivo revela que a continuidade e a ampliação das ações da associação dependem do atendimento das solicitações feitas, o que é incerto ou uma possibilidade.

O atendimento dessa solicitação por Vossa Senhoria é de vital importância para que a nossa entidade continue não só prestando esse serviço aos assistidos e suas famílias, como também possa ampliar as ações de assistência psicossocial e terapêutica a um número maior de pessoas.

a) Que relação se estabelece entre as ações introduzidas pelos termos não só e como também?

As ações introduzidas pelos termos não só e como também estabelecem entre si uma ideia de adição.

b) Explique de que maneira essa estrutura, no fim da carta, contribui para convencer o destinatário a atender às solicitações.

A carta de solicitação é um texto argumentativo, que respeita a estrutura convencional de uma carta: local e data, vocativo com emprego adequado do pronome de tratamento, corpo do texto, despedida e assinatura. No corpo da carta, que é dividido em parágrafos, estão os argumentos apresentados pelo remetente para fundamentar sua solicitação. Trata-se de um texto conciso escrito na modalidade formal da língua portuguesa.

PARA ASSISTIR

Direitos das Pessoas com Deficiência: o que são e como surgiram? | Projeto Equidade. 2021. Vídeo (10min09s). Canal Politize! Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Jla_A8fTCkM. Acesso em: 22 mar. 2022.

Nesse vídeo são apresentadas definições e dados históricos e atuais sobre pessoas com deficiência, além de questões sobre legislação, direitos, acessibilidade e várias informações relacionadas ao tema.

REALIZAÇÃO

8. Comente com os estudantes que as cartas de solicitação precisam ser escritas na norma-padrão, em linguagem formal, objetiva, com uma estrutura específica e apresentar argumentos substanciais, tendo em vista que a finalidade delas é convencer o destinatário a atender à reivindicação.

9. Solicite aos estudantes que voltem ao texto e releiam os trechos citados, a fim de compreender o emprego dessas formas verbais no contexto.

10. Explique que os termos em destaque no trecho citado consistem em conjunções coordenativas aditivas, que unem duas orações, e a segunda oração traz acréscimo à ideia iniciada na primeira oração.

10. b) A estrutura não só... como também reforça a grandiosidade do trabalho da Associação Bahiana de Equoterapia e deixa claro ao interlocutor que, havendo a ajuda, é possível alcançar outras pessoas que esperam pela terapia promovida pela entidade.

REDAÇÃO

– Carta de Solicitação | Sala do Saber. Vídeo (27min27s). Publicado pelo canal Sala do Saber. Disponível em: www.youtube.com/watch?

v=VI1y9NxOMdc. Acesso em: 25 maio 2022.

Esse vídeo traz explicações detalhadas sobre as características das cartas de solicitação.

PARA ASSISTIR
PROJETO EQUIDADE
285 D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 285 11/06/22 11:00 285

PROPOSIÇÕES

Em Textos em diálogo, comente com os estudantes que, de acordo com dados do Censo de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, existem mais de 45 milhões de pessoas com deficiência. Ou seja, mais de 24% da população do país apresenta algum tipo de deficiência. Conte a eles que o Estatuto da Pessoa com Deficiência, ou Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, foi criado em 2015 com o propósito de assegurar a dignidade das pessoas com deficiência. A lei prevê garantias de novos direitos para essas pessoas, como promover acessibilidade, igualdade e inclusão social.

Antes da leitura do trecho do Estatuto da Pessoa com Deficiência proposta nesta seção, pergunte aos estudantes: Em sua opinião, por que as pessoas com deficiência precisam de um estatuto com normas de proteção? Faça uma leitura compartilhada do trecho do artigo. Em seguida, leia-o com os estudantes, discutindo o significado de cada trecho. Se julgar conveniente, acesse o Estatuto da Pessoa com Deficiência em https:// www2.senado.leg.br/bdsf/ bitstream/handle/id/554329/ estatuto_da_pessoa_com_deficiencia_3ed.pdf (acesso em: 25 maio 2022) e explore com os estudantes a estrutura do gênero textual estatuto.

Carta de solicitação e estatuto

A carta de solicitação que você leu apresenta as demandas de uma organização não governamental, que tem como finalidade prestar assistência especializada a crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência. Sabemos que as pessoas com deficiência (PcD) enfrentam muitos obstáculos e, para ter seus direitos assegurados, contam com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência ou Estatuto da Pessoa com Deficiência, instituído pela Lei no 13.146 de 2015. Leia uma parte do Artigo 3o que compõe a Lei.

Art. 3o Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:

I – acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;

II – desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva;

III – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social;

IV – barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros [...].

BRASIL. Lei no 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF: Senado Federal, 2019. Disponível em: www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/ id/554329/estatuto_da_pessoa_com_deficiencia_3ed.pdf.

1. O trecho do Artigo 3o determina que a acessibilidade é um direito das pessoas com deficiência. Observando a sua comunidade, região ou cidade onde você mora, é possível afirmar que esse direito é assegurado? Justifique com exemplos de situações que já presenciou ou das quais tomou conhecimento. Resposta pessoal.

REALIZAÇÃO

1. A resposta dos estudantes dependerá da realidade do local em que vivem e de suas experiências pessoais. Solicite que eles justifiquem a resposta, compartilhando as experiências e as observações com os colegas.

2. Explique aos estudantes que, atualmente, pessoas com deficiência, muitas vezes,

só conseguem acessar espaços físicos e digitais se estes forem acessíveis e não apresentarem obstáculos que as obriguem a precisar da ajuda de outras pessoas. Pessoas com deficiência devem viver de maneira autônoma, para que exerçam seus direitos como cidadãos.

3. Comente com os estudantes que as pessoas com deficiência enfrentam dificuldades e barreiras em várias situações do cotidiano,

DIÁLOGO TEXTOS EM
Acesso em: 22 mar. 2022.
286 D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 286 08/06/22 08:51 286

se eles já vivenciaram situações similares às que estão retratadas nas fotografias.

2. O item II garante que as pessoas com deficiência tenham acesso a produtos de qualquer natureza, ambientes, programas

2. Releia o item II, que explica a que se refere o desenho universal. O que ele garante às pessoas com deficiência?

e serviços sem que sejam necessárias adaptações. Isso significa que já seriam produzidos considerando qualquer usuário, com ou sem deficiência, ou pelo menos o maior número possível de pessoas.

3. O item IV aborda os obstáculos enfrentados pelas pessoas com deficiência em vários contextos da vida em sociedade. Na sua opinião, de que forma essas barreiras dificultam a inclusão dessas pessoas? Cite algumas situações.

4. As duas imagens a seguir mostram cenas do cotidiano em cidades brasileiras.

Pessoa em cadeira de rodas entrando em um ônibus com rampa de acesso para população com deficiência motora, na cidade de São Caetano do Sul (SP). Fotografia de 2015.

4.

A segunda imagem. A pessoa com deficiência visual tem a orientação do piso tátil interrompida, deixando-a sem saber que direção tomar.

5. Converse com os estudantes sobre o que é preciso para que as pessoas reconheçam e se conscientizem de que todos têm o direito à igualdade de oportunidades e não devem sofrer qualquer tipo de discriminação, sejam pessoas com deficiência ou não. Assim, todos nós (cidadãos, instituições públicas e privadas) temos que contribuir com ações, atitudes e posicionamentos para uma educação inclusiva.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

4. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que três itens estão sendo desrespeitados. O item I – acessibilidade, pois o piso tátil é equipamento urbano necessário à locomoção de pessoas com deficiência visual; o item II – desenho universal, esse tipo de piso nas ruas é previsto pela lei; e o item III –tecnologia assistiva ou ajuda técnica, porque esse recurso foi criado para dar mobilidade a pessoas com esse tipo de deficiência.

Pessoa com deficiência visual locomovendo-se em uma calçada adaptada com piso tátil, na cidade de São Paulo (SP). Fotografia de 2022.

a) Qual das imagens mostra desrespeito à Lei Brasileira de Inclusão? Qual é a situação de dificuldade enfrentada pela pessoa com deficiência?

b) Que item(ns) da legislação está(ão) sendo desrespeitado(s)? Justifique sua resposta.

5. Na carta de solicitação que você leu, a autora expõe as necessidades da instituição para a manutenção do projeto social.

a) Analisando as demandas solicitadas, podemos afirmar que o Estatuto da Pessoa com Deficiência está sendo cumprido? Justifique sua resposta.

5. a) Espera-se que os estudantes infiram que não, pois, se todos os direitos são garantidos por esse Estatuto, a instituição deveria ter o apoio necessário ao desenvolvimento do projeto social.

b) Considerando essa carta e a situação de desrespeito mostrada na fotografia, com que objetivo leis como o Estatuto são criadas?

c) O que você acha que pode ser feito para que o cumprimento dessa lei seja mais eficaz? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal.

5. b) A finalidade é garantir os direitos fundamentais das PcD, promovendo inclusão social e participação ativa dessas pessoas na sociedade, e evitar que situações como as citadas na carta e na fotografia ocorram.

o que as impedem de acessar diversas informações e serviços oferecidos. Por exemplo, nos cinemas, ainda não é tão comum filmes legendados e sonorizados para as pessoas com deficiências auditivas nem descrições auditivas para as pessoas com deficiências visuais; não há muitos programas televisivos com esses mesmos recursos; existem prédios que não têm rampas, elevadores e banheiros adaptados para pessoas em cadeira de rodas,

espaços públicos, como museus, que não têm textos informativos em braille, audioguia nem Libras etc.

4. Se for possível, organize os estudantes em um círculo para realizar uma leitura prévia das fotografias. Solicite a eles que descrevam a composição delas, incentivando a participação de todos. Explore, ainda, a realidade da turma, perguntando

Em pauta: Estatuto da Pessoa com Deficiência Amplie o debate com os estudantes sobre o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Em sala de aula, proponha as seguintes perguntas:

1. Em textos como esse, não é possível identificar um autor que dite as normas. Então, quem essa voz representa?

Resposta: As pessoas que elaboram as leis, assim como os governantes e os integrantes dos poderes institucionais.

2. Observe a linguagem empregada no estatuto. É usada alguma gíria ou algum termo da linguagem coloquial, aquela comumente usada em conversas e bate-papos com amigos e familiares? Justifique a escolha da variedade linguística presente nesse gênero textual. Resposta: Não. A variedade linguística empregada no estatuto é a norma-padrão e o registro é formal, porque esse tipo de linguagem é utilizada em documentos oficiais e públicos para alcançar o maior número de pessoas possível.

FERNANDO FAVORETTO/CRIAR IMAGEM DOTTA2 Respostas pessoais. a)
D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 287 08/07/22 17:29 287
287

PROPOSIÇÕES

Em Por dentro da língua, explique aos estudantes que a concordância verbal é um item da gramática normativa. Como todas as regras estabelecidas pela norma-padrão devem ser conhecidas pelos falantes, eles deverão saber usá-las de acordo com o contexto em que se encontram.

O conhecimento dessas regras permite ao usuário da língua se expressar melhor. Entretanto, é sempre importante respeitar os diferentes usos e saber adequar a linguagem a eles.

REALIZAÇÃO

1. a 4. Na realização dessas atividades, explique aos estudantes que a regra geral de concordância verbal é o verbo concordar em número e pessoa com seu sujeito. Informe-os, também, de que essa não é a única regra, apesar de ser a mais pertinente, uma vez que é a regra mais usada.

1. b) Espera-se que os estudantes compreendam que, para responder corretamente, é necessário localizar a forma verbal e quem executa a ação ou o que é dito sobre ele. É importante que eles percebam que o sujeito deve concordar com o verbo em número e pessoa.

1. c) Espera-se que os estudantes percebam que o sujeito não aparece na oração, que se trata de um sujeito oculto, mas, para identificá-lo, também se faz a pergunta ao verbo: Quem presta assistência especializada às famílias carentes? Por meio do contexto, compreende-se que é o mesmo sujeito da primeira oração.

POR DENTRO DA LÍNGUA

Concordância verbal

1. c) É o mesmo termo da primeira oração, o que pode ser inferido pelo contexto, já que uma oração está interligada a outra e a informação da segunda oração se relaciona ao sujeito da oração que a antecede.

As orações, geralmente, são formadas por dois elementos essenciais: sujeito e predicado. Esses elementos devem combinar entre si, isto é, devem estabelecer uma relação de concordância

1. Releia o primeiro parágrafo da carta de solicitação apresentada na seção Texto

A Associação Bahiana de Equoterapia é uma instituição não governamental que coloca o cavalo a serviço da habilitação, reabilitação e promoção social. Sem fins lucrativos, presta assistência especializada às famílias carentes, com filhos especiais, crianças e adolescentes acometidos com algum tipo de deficiência.

1. a) Períodos com mais de uma oração são chamados de períodos compostos.

a) O primeiro período é constituído por duas orações e informa a especificidade e a função da instituição. Como podem ser classificados períodos como esses?

b) Observe a primeira oração desse período. Que termo exerce a função de sujeito?

c) E qual é o sujeito da segunda oração? Como é possível saber essa informação?

1. b) O termo Associação Bahiana de Equoterapia

2. Volte ao trecho apresentado na atividade 1 e observe as formas verbais que estão relacionadas ao sujeito no primeiro período.

a) O que há em comum entre elas?

2. a) Ambas as formas, é e coloca, foram empregadas no singular.

b) Qual é a justificativa para que essas formas verbais sejam empregadas dessa maneira?

3. Agora, releia o parágrafo a seguir extraído da carta de solicitação.

2. b) Espera-se que os estudantes infiram que essas formas verbais concordam com o sujeito, que corresponde à 3a pessoa do singular (ela).

As ações desenvolvidas pela entidade oferecem, além de orientação e acompanhamento multiprofissional, serviços de saúde, educação e inclusão social a 150 pessoas, com uma fila de espera de mais de 3 000 inscritos.

• O sujeito da oração está em destaque. Por que a forma verbal oferecem está no plural?

Porque o núcleo do sujeito, o substantivo ações, e seus determinantes estão no plural.

4. Agora, leia uma parte da carta de solicitação reescrita de outra maneira.

Famílias carentes, com filhos especiais, crianças e adolescentes acometidos com algum tipo de deficiência recebem assistência especializada da Associação Bahiana de Equoterapia.

a) Que termo exerce a função de sujeito nessa oração?

b) Como pode ser classificado esse sujeito? Por quê?

4. a) Os termos Famílias carentes, com filhos especiais, crianças e adolescentes acometidos com algum tipo de deficiência

c) A forma verbal que aparece na oração é recebem. Com que termo ela estabelece concordância?

Com o sujeito.

4. b) Como sujeito composto, porque ele possui mais de um núcleo: famílias, crianças, adolescentes

288 D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 288 08/06/22 08:51 288

PROPOSIÇÕES

A forma verbal de uma oração deve concordar, na maioria das vezes, com o sujeito ao qual está ligado.

A concordância verbal é a combinação da forma verbal, em número e pessoa, com o sujeito a que se refere.

Exemplo:

O atendimento dessa solicitação por Vossa Senhoria é de vital importância [...]. Nesse exemplo, a forma verbal é encontra-se no singular para estabelecer concordância com o núcleo do sujeito, o substantivo atendimento, que está no singular.

Concordância com sujeito simples

Como o sujeito da oração pode se apresentar de diferentes maneiras – simples, composto, com nomes no plural, no singular etc. –, há também diferentes modos de fazer concordância verbal.

1. Com o sujeito constituído de expressões indicativas de porcentagem, a concordância pode ser feita de duas maneiras diferentes. Leia, a seguir, o texto de uma notícia.

Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 8,4% da população brasileira acima de 2 anos – o que representa 17,3 milhões de nome no singular pessoas – tem algum tipo de deficiência.

verbo no singular

JANONE, Lucas; ALMEIDA, Pauline. Brasil tem mais de 17 milhões de pessoas com deficiência, segundo IBGE. CNN Brasil, Rio de Janeiro, 26 ago. 2021. Disponível em: www.cnnbrasil.com.br/noticias/brasil-tem-mais-de-17milhoes-de-pessoas-com-deficiencia-segundo-ibge/. Acesso em: 22 mar. 2022. Agora, compare o trecho anterior com a versão modificada.

Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 8,4% das pessoas acima de 2 anos – o que representa 17,3 milhões – têm algum tipo de deficiência. nome no plural verbo no plural

Nas orações da notícia original e da versão modificada, a expressão indicativa de porcentagem –8,4% – aparece seguida de um nome, que se caracteriza como núcleo do sujeito. Quando isso ocorre, a forma verbal concorda com o nome. Assim, na primeira oração, a forma verbal está no singular porque concorda com população; na segunda, está no plural porque concorda com pessoas

A concordância verbal se estabelece no nível da sintaxe, isto é, na relação entre sujeito e verbo.

Em Concordância com sujeito simples, explore com os estudantes a noção de sujeito nas orações. Se julgar interessante, transcreva na lousa os exemplos das atividades desta seção e faça perguntas a fim de que eles infiram uma possível regra de concordância verbal. Forneça mais exemplos de orações com sujeito simples e alterne os sujeitos que apresentem nomes no singular para sujeitos com nomes no plural. Incentive a participação de todos os estudantes, a fim de promover a compreensão da necessidade de se flexionar os verbos de acordo com o sujeito.

DORES, Marcus Vinicius Pereira das; OLIVEIRA, Christiane Benones de; DRUMOND, Erick Soares. Artigos – Concordância verbal com estruturas partitivas: a regra gramatical versus o uso. Cadernos de Pós-Graduação em Letras, São Paulo, v. 17, n. 1, p. 136-148, jan./jun. 2017. Disponível em: http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgl/ article/view/9979/6508. Acesso em: 25 maio 2022.

Esse artigo, destinado à leitura do professor, apresenta os resultados de um estudo a respeito da concordância verbal com estruturas partitivas, tendo como base provas de redação de vestibular de algumas universidades brasileiras.

PARA ACESSAR
289
289
D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 289 08/06/22 08:51

PROPOSIÇÕES

Em Concordância com sujeito composto, se julgar necessário, diga aos estudantes que, para concordar com o sujeito, o verbo deve ser flexionado em número e pessoa. Lembre-os de que, geralmente, os sujeitos com núcleo coletivo (como manada , cardume ) concordam com o verbo no singular. É possível haver, também, a concordância ideológica, caso o sujeito e o verbo estejam distantes, na frase, um do outro.

Converse com os estudantes sobre a concordância verbal quando a forma verbal vem anteposta ao sujeito composto. Ressalte a eles que as gramáticas registram o uso dos falantes e que flexionar o verbo na 3a pessoa do singular, nesses casos, é o uso mais corrente dos usuários da língua.

PARA ASSISTIR

CONCORDÂNCIA verbal – Brasil Escola. 2020. Vídeo (9min03s). Publicado pelo canal Brasil Escola. Disponível em: www.youtube. com/watch?v=-qT0FjSQbe4.

Acesso em: 25 maio 2022.

Nos casos em que a expressão indicativa de porcentagem não está determinada por um nome, a concordância verbal é feita com o numeral.

Exemplo:

3,4% dos brasileiros possuem deficiência visual; 1% apresenta deficiência auditiva.

numeral maior do que 1 (um) o verbo vai para o plural.

numeral 1 (um) o verbo fica no singular.

2. Com sujeito constituído pelas expressões a maioria de, a maior parte de, grande número de, uma porção de, a forma verbal pode ficar no singular ou no plural. Exemplos:

Grande parte das instituições dedicadas às pessoas com deficiência precisam do apoio da sociedade e do governo.

A forma verbal no plural concorda com o nome instituições (núcleo do sujeito), que está no plural.

Grande parte das instituições dedicadas às pessoas com deficiência precisa do apoio da sociedade e do governo.

A forma verbal no singular concorda com a expressão grande parte, que está no singular.

Concordância com sujeito composto

1. Nos casos em que o sujeito vem antes da forma verbal e é composto de dois núcleos ligados pela conjunção e, a forma verbal é flexionada no plural Exemplo: Nesse caso, os núcleos do sujeito são baleia e tartaruga e a forma verbal morreram está concordando em número com eles.

Uma enorme baleia e várias tartarugas morreram devido à ingestão de lixo.

2. Nos casos de sujeito composto formado por dois núcleos ligados pela conjunção e e que ocorrem depois da forma verbal, a concordância pode ser feita no singular ou no plural, dependendo do efeito de sentido que se deseja produzir.

Exemplos:

Devido à ingestão de lixo, morreram uma enorme baleia e várias tartarugas

Nesse caso, a forma verbal morreram encontra-se no plural, fazendo concordância em número com os dois núcleos do sujeito: baleia e tartarugas

290 D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 290 09/06/22 11:00
Nessa videoaula, é possível esclarecer dúvidas em relação à concordância verbal, principalmente na relação entre o sujeito e o verbo em cada caso particular. 290

Devido à ingestão de lixo, morreu uma enorme baleia e várias tartarugas

Nesse caso, a forma verbal morreu encontra-se no singular, pois está concordando com o núcleo do sujeito mais próximo, baleia, que está no singular.

3. Nos casos em que o sujeito composto é formado por pessoas gramaticais diferentes, a concordância será feita de duas maneiras:

I. Se um dos núcleos do sujeito composto for o pronome eu ou nós, a forma verbal ficará na 1a pessoa do plural – nós

Exemplo:

Meus pais e eu fazemos ações voluntárias em uma instituição que atende pessoas com deficiência.

Nesse caso, a forma verbal fazemos está na 1a pessoa do plural, concordando com o pronome nós

II. Se um dos núcleos for o pronome tu ou vós, a forma verbal ficará na 3a pessoa do plural – vocês ou eles

Exemplo:

Instituições, órgãos do governo e vós precisam atuar em instituições como essas.

O verbo está na 3a pessoa do plural, concordando com o pronome eles

ATIVIDADES

1. a) A menina conversa com Pedro sobre a discriminação sofrida por pessoas com deficiência auditiva pelo fato de a maioria das pessoas não entender línguas de sinais e, por isso, evitar se comunicar com surdos.

1. Os personagens da tirinha a seguir, Mirela e Pedro, têm deficiência auditiva e fazem parte da série de quadrinhos Fala, menino!. Leia o que eles conversam.

PROPOSIÇÕES

Em Atividades, a sugestão é que os estudantes realizem as atividades de maneira autônoma. Em seguida, peça a eles que, em duplas, comparem as respostas. Acompanhe essa revisão, orientando ajustes necessários e sanando dúvidas, se houver.

REALIZAÇÃO

1. a) Solicite aos estudantes que façam a interpretação e a compreensão da tirinha. Ajude-os a entender os valores atribuídos à leitura pelos personagens Mirela e Pedro.

1. b) Explique a eles que os pronomes ele, ela, eles ou elas fazem referência à pessoa, ou às pessoas, de quem se fala.

a) Qual é o tema da conversa dos dois amigos?

b) Os personagens se referem a quem ao usar o pronome eles?

1. b) Às pessoas que agem sem perceber que pessoas com deficiência auditiva têm os mesmos anseios e necessidades que qualquer outra pessoa.

A HISTÓRIA do Fala, menino!. 2014. Vídeo (7min58s). Publicado pelo canal Luis Augusto. Disponível em: www.youtube.com/ watch?v=PFBwKxQLjrU. Acesso em: 25 maio 2022.

Nesse vídeo, Luís Augusto, criador das personagens de desenhos animados Fala, menino!, explica como começou a desenhar e como surgiu a ideia de criar suas personagens. Ele comenta, também, sobre sua carreira profissional e sua relação com a arte.

PARA ASSISTIR
GOUVEIA, Luis Augusto. [Eles falam e ouvem, é verdade...]. Fala, menino! Salvador: FMP! Editora, 2000, v. 2, p. 16. LUIS AUGUSTO GOUVEIA
291
291 08/06/22 08:51 291
D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd

REALIZAÇÃO

2. Explique aos estudantes quem são os personagens da turma do “Fala, menino!”: Lucas é mudo, Caio é usuário de cadeira de rodas, Rafael tem deficiência visual, Mateus está no espectro autista. Há também Leandro, um garoto judeu.

3. e 4. Retome com os estudantes os conceitos de sujeito (termo ao qual o predicado faz referência), sujeito simples (apenas um núcleo), sujeito composto (dois ou mais núcleos) e predicado (tudo o que se diz ou o que se declara acerca do sujeito) para estabelecer a concordância entre o sujeito e a forma verbal. Pergunte a eles se restou alguma dúvida e faça as correções das atividades também na lousa, transcrevendo as orações e averiguando com os estudantes cada resposta.

5. A atividade possibilita aos estudantes fazer uma ligação entre o texto lido e a realidade em que vivem e reconhecer nele formas de estabelecer múltiplos olhares acerca da sociedade e do que ela necessita. Proponha uma interação entre os estudantes que tenham mais dificuldade do que os demais para a discussão e a realização das atividades relacionadas ao texto. Para isso, organize-os em grupos heterogêneos. Acompanhe as discussões dos grupos, de modo a verificar como eles organizam a participação de todos, apesar das diferenças, na execução das atividades.

2. a) Provavelmente, para evidenciar que pessoas com deficiência não são inferiores aos demais e precisam ser tratadas com respeito, dignidade e sem discriminação, assim como todos os seres humanos.

2. Nos quadrinhos Fala, menino!, há outros personagens com deficiência: Lucas, Caio, Rafael e Mateus.

a) Considerando que o público leitor dessas histórias é infantojuvenil, com que finalidade o autor pode ter inserido esses personagens?

2. b) Sensibilizar o leitor. Ao informar que as mãos têm sotaque, a menina evidencia a existência das línguas de sinais – como a Libras, provavelmente falada por esses personagens.

b) Além de criticar, que outra intencionalidade pode ser percebida na última fala da menina?

3. Releia a primeira fala da tirinha.

3. a) Com o pronome pessoal eles, que exerce a função de sujeito das duas orações.

a) Com que termo as formas verbais estabelecem concordância?

b) Como pode ser classificado esse sujeito? Por quê?

4. Agora, releia a segunda fala da personagem.

3. b) Como sujeito simples, porque só tem um núcleo.

4. a) A locução verbal estabelece concordância com o pronome eles, que está explícito na primeira fala da tirinha. Podemos perceber isso porque a primeira fala termina com reticências, de modo que a fala seguinte é sua continuação e mantém o mesmo sujeito.

a) Com que termo a locução verbal conseguem ver estabelece concordância? Como podemos saber isso?

b) Na oração você tem nas mãos, a forma verbal concorda com você, que é um sujeito simples. Se o sujeito fosse composto (você e eu, por exemplo), como ficaria a forma verbal? Por quê?

5. Leia o trecho de uma notícia que trata de uma questão muito importante para as pessoas com deficiência e com dificuldades de locomoção.

Cadeiras que dão autonomia de banho no mar à pessoa com deficiência se espalham por praias do país Iniciativa pública já está presente em pelo menos 15 estados; expansão foi afetada pela pandemia, mas vive retomada

O uso de cadeiras anfíbias, que permitem o banho de mar a pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, está se espalhando pelo litoral brasileiro, mesmo com a pandemia tendo freado a expansão. O que era raro de ser visto passou a ser mais frequente nas praias, proporcionando mais acesso ao mar, uma demanda histórica do grupo social.

Com o uso de cadeira adaptada, guarda-vidas auxiliam pessoa com deficiência durante o programa Praia Acessível, na praia de Iracema, em Fortaleza (CE). Fotografia de 2021.

4. b) A forma verbal seria alterada para temos. Quando o sujeito é composto de dois pronomes pessoais e um deles é da 1a pessoa do discurso (eu), a forma verbal vai concordar com essa pessoa no plural (nós).

[…]
Tiago STille/governo do Ceará
292 08/07/22 17:29 292
292 D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd

5. a) O fato noticiado é o uso de cadeiras anfíbias por pessoas com deficiência, uma prática adotada em muitos estados brasileiros. A notícia pretende ressaltar a necessidade de resgatar a autonomia de pessoas com deficiência.

As cadeiras anfíbias possuem rodas especiais, que se movimentam na areia e flutuam no mar. Devem ser utilizadas com a presença de um acompanhante, que guia o veículo na água, por exemplo.

Maceió (AL) conta com o programa Praia Acessível, implantado como política pública desde 2015 pela Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer. Uma vez por mês, um grupo de monitores faz uma ação de banho assistido na praia de Pajuçara.

Tabata Contri, 41, consultora de inclusão de profissionais com deficiência, optou por solicitar a cadeira durante as suas férias em Maceió. “Achei muito legal. Eu estava de férias com a minha família, queria ir para a praia todos os dias, conhecer praias diferentes, e no horário que eu estava a fim de ir, não em um determinado. Tive essa liberdade.”

5. b) Solicite aos estudantes que leiam o título da notícia e estabeleçam relações com a fotografia e o suporte no qual a notícia foi publicada. É importante que os estudantes percebam que essas relações e a leitura em si podem contribuir, por exemplo, para promover avanços no conhecimento, na formação de opinião e na mudança de atitude por parte das pessoas.

a) Qual é o fato divulgado nessa notícia e o que ela pretende ressaltar sobre ele?

b) O texto é acompanhado por uma fotografia. Considerando o ângulo da imagem e as cores, que efeito de sentido a escolha dela produz?

5. b) A visão panorâmica da fotografia e as cores chamam a atenção do leitor, evidenciando a importância da prática citada pelo texto.

6. Ao produzir o texto, o autor fez algumas concordâncias. Releia o trecho a seguir.

6. a) Ela foi empregada no plural porque estabelece concordância com os termos cadeiras anfíbias

O uso de cadeiras anfíbias, que permitem o banho de mar a pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, está se espalhando pelo litoral brasileiro […].

a) Observe a forma verbal permitem. Por que ela foi empregada no plural? Com que termo ela estabelece concordância?

6. b) Os termos O uso de cadeiras anfíbias, que se encontra no início do período.

b) Agora, observe a locução verbal em destaque no trecho. Que termo exerce a função de sujeito dessa oração? Onde ele se encontra?

6. c) Porque ela concorda com o núcleo do sujeito, o substantivo uso, que está no singular.

c) Explique por que a forma verbal está foi empregada no singular nessa locução verbal.

d) Podemos afirmar que a concordância da forma verbal permitem e da locução verbal estão se espalhando estão de acordo com a norma-padrão? Justifique sua resposta.

7. Releia esta outra oração retirada da notícia.

6. d) Espera-se que os estudantes infiram que ambas as concordâncias estão adequadas à norma-padrão. Pelo contexto, é possível deduzir que a forma verbal permitem está concordando com a parte do sujeito que está mais próxima a ela (cadeiras anfíbias); sobre a locução verbal está se espalhando, ela concorda com o elemento do início do sujeito (uso).

[...] Uma vez por mês, um grupo de monitores faz uma ação de banho assistido na praia de Pajuçara.

7. a) A forma verbal faz

a) Que forma verbal exerce a função de núcleo dessa oração?

b) Com que termo dessa oração ela estabelece concordância? Por quê?

8. Releia o último parágrafo da notícia.

7. b) Com o sujeito um grupo de monitores; nesse caso, estabelece concordância com a expressão um grupo de, cujo núcleo, a palavra grupo, está no singular.

a) Com que termo a forma verbal optou estabelece concordância?

8. a) Com o sujeito Tabata Contri

b) Por que há uma mudança da concordância verbal nas demais orações que compõem os períodos desse parágrafo? O que justifica essa mudança?

8. b) Porque, nas demais orações que formam o parágrafo, as formas verbais concordam com o pronome pessoal eu, sujeito de todas elas. Essa mudança se justifica porque o trecho é a reprodução de uma fala de Tabata.

D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 293

6. e 7. Primeiramente, oriente os estudantes a analisar cada trecho na íntegra: o sujeito, a forma verbal (núcleo do predicado verbal), as palavras e as expressões. Explique a eles que a regra básica de concordância verbal é o verbo concordar em número (singular ou plural) e pessoa (1a, 2a ou 3a) com o sujeito da oração.

8. A atividade pode ser realizada em duplas, para que os estudantes possam discutir entre si as justificativas de resposta. Verifique se, nesse processo, há a participação ativa de todos e, se julgar pertinente, estimule a participação dos estudantes mais tímidos na troca de ideias.

REALIZAÇÃO
VICENTE, Emerson. Cadeiras que dão autonomia de banho no mar à pessoa com deficiência se espalham por praias do país. Folha de S.Paulo, São Paulo, 13 fev. 2022. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/02/cadeiras-que-daoautonomia-de-banho-no-mar-a-pessoa-com-deficiencia-se-espalham-por-praias-do-pais.shtml. Acesso em: 5 abr. 2022.
[…]
[…]
293
08/06/22 08:51 293

PROPOSIÇÕES

Antes da realização das atividades propostas em Linguagem e sentidos, reserve um momento para verificar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre as palavras homônimas. Para entender o sentido de determinadas palavras homônimas, é imprescindível conhecer o contexto no qual elas estão inseridas. São subdivididas em homônimos perfeitos, homônimos homófonos e homônimos homógrafos. Se julgar necessário, para familiarizar os estudantes com a temática, escreva na lousa alguns exemplos e peça a eles que elaborem frases com as palavras apresentadas.

Homônimos perfeitos (grafia e pronúncia iguais, mas significado diferente): cedo (antecipadamente) e cedo (verbo ceder); leve (pouco pesado) e leve (verbo levar); são (sadio) e são (verbo ser).

Homônimos homófonos (grafia e significado diferentes, mas pronúncia igual): voz e vós; houve e ouve; mau e mal; noz e nós; senso e censo; trás e traz

Homônimos homógrafos (grafia igual, mas pronúncia e significado diferentes): olho (vista) e olho (verbo olhar); gosto (sabor) e gosto (verbo gostar); jogo (entretenimento) e jogo (verbo jogar); gelo (água em estado sólido) e gelo (verbo gelar).

Ajude os estudantes nessa atividade, oferecendo esclarecimentos às dúvidas que surgirem. O mais importante é que eles sejam capazes de refletir e de mobilizar conhecimentos já consolidados, uma vez que a sistematização será feita ao longo desta seção.

1. b) Produz efeito de credibilidade, evidenciando a seriedade e o comprometimento da associação com seu público.

E ESCRITA LINGUAGEM SENTIDOS E

Palavras homônimas

1. c) Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois somente sabendo o significado da palavra o leitor poderá entender o que significa esses ganhos para essas pessoas.

2. a) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes infiram que é importante, pois ela dá nome à terapia que traz ganhos psicomotores para as crianças e os jovens que frequentam a associação.

Conhecer o significado das palavras no contexto em que se apresentam é fundamental para que se possa entender o que diz o texto. Nos textos, as palavras podem expressar diferentes relações de sentidos, como semelhança de significados (sinônimos) e oposição (antônimos). Nesta seção, você vai estudar as palavras homônimas

1. Releia um trecho do terceiro parágrafo da carta de solicitação lida na seção Texto deste capítulo.

Portanto, diante dos ganhos psicomotores das pessoas assistidas pela Associação e também das nossas demandas, solicitamos o apoio para a cobertura 20 x 60m2 da área onde realizamos a prática da equoterapia [...].

a) Que palavra caracteriza o tipo de ganho das pessoas assistidas pela associação?

b) Essa palavra é específica da área de saúde e refere-se aos movimentos corporais. Considerando a finalidade do texto, que efeito de sentido seu uso produz nesse contexto?

c) Para poder inferir isso, na sua opinião, o leitor precisa saber o significado da palavra?

2. A palavra equoterapia dá nome à prática realizada pela associação.

a) Antes de ler a carta de solicitação, você já tinha ouvido essa palavra? Na sua opinião, é importante saber do que se trata? Por quê?

b) E agora, conhecendo o significado dela, você acha que propiciar a equoterapia é uma forma de cidadania? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois o trabalho é totalmente gratuito e realizado por voluntários, sendo destinado a famílias de baixa renda.

3. Releia, agora, o restante do terceiro parágrafo da carta de solicitação.

4. a) Selas: objeto usado pelo cavaleiro para montar um cavalo; mantas: peças colocadas no dorso do cavalo sob a sela que têm a função de fazer com que a sela permaneça no lugar, trazendo conforto para o animal.

3. a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que, como o público-alvo são crianças e jovens, os cavalos adequados a essa prática, nesse caso, são os de pequeno porte.

[...] a doação de computadores, a aquisição de material didático para as famílias, como também recursos financeiros para a aquisição de cavalos de pequeno porte, que atendam às necessidades das crianças especiais, equipamentos de jardinagem, selas adaptadas e mantas

a) Na sua opinião, por que a instituição necessita de cavalos de pequeno porte?

b) Que adjetivo caracteriza o tipo de cavalo pretendido? Qual seria o oposto dessa expressão?

O adjetivo pequeno; o oposto seria cavalos de grande porte

4. Agora, observe as palavras em destaque nesse trecho: selas e mantas

a) Em que sentidos essas palavras estão empregadas?

b) Você conhece outros sentidos para essas palavras? Quais são? Exemplifique.

A palavra psicomotores 294

Homônimos são palavras que têm a mesma pronúncia e às vezes a mesma grafia, mas têm significados diferentes.

4. b) Sugestão de resposta: os estudantes poderão dizer sela (do verbo selar), com o sentido de “fechar”, “encerrar”; cela, “prisão”; mantas, espécie de cobertor; mantas, grandes pedaços de carne expostos ao sol.

REALIZAÇÃO

D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 294

Linguagem e sentidos

1. Na realização da atividade, solicite aos estudantes que leiam com atenção o trecho apresentado, pois algumas palavras são mais facilmente compreendidas de acordo com o contexto em que estão inseridas.

2. a) Explique que equoterapia é um método terapêutico e educacional que auxilia no desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais com o uso do cavalo e da montaria.

2. b) Incentive-os a refletir e a compartilhar suas opiniões, justificando-as com

09/06/22 11:00

294

PROPOSIÇÕES

Exemplos:

• As selas irão possibilitar que as crianças montem nos animais com segurança.

• As celas da maioria das prisões brasileiras estão superlotadas.

Nos exemplos, as palavras selas e celas têm a mesma pronúncia, mas as grafias são diferentes. São os homônimos homófonos

Leia estes outros exemplos:

• As mantas servem para proteger os animais da sela.

• Estava tão frio que precisamos usar mantas para nos aquecermos.

Nesses exemplos, as palavras mantas, além de terem a mesma grafia, têm a mesma pronúncia. São os homônimos perfeitos. É o contexto ou a situação de comunicação que possibilita inferir em qual sentido estão sendo usados.

Agora, leia mais estes exemplos:

• As mantas servem como apoio para as selas dos cavalos.

• Eu apoio instituições como a ABAE.

Embora tenha a mesma grafia nos dois exemplos, a palavra apoio tem sentido e pronúncia diferentes em cada ocorrência. São os homônimos homógrafos. No primeiro caso, o termo significa “suporte” e sua pronúncia é /apôio/; no segundo, é uma forma verbal e sua pronúncia é /apóio/.

ATIVIDADES

1. a) A coincidência entre a pergunta de Mônica e o momento em que passa um ônibus lotado em frente à calçada onde estão sentados.

1. b) Cascão pensou que ela tivesse falado a palavra assento. Essa troca produz um efeito de humor.

1. Leia a tirinha a seguir.

a) Mônica tem uma dúvida referente à acentuação da palavra ônibus. Que situação levou Cascão a fazer outra interpretação da pergunta dela?

b) Que palavra Cascão pensou que Mônica tivesse falado? Que efeito de sentido essa troca produz na tirinha?

c) Além da situação narrada, o que pode ter levado Cascão a confundir acento com assento?

d) Essas palavras são homônimas de que tipo? Justifique sua resposta.

295 D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd

relatos, se eles tiverem, e com exemplos de casos que poderiam receber ajuda, entre outros temas.

3. Pergunte se eles se recordam do conceito de adjetivo. Explique que a classe dos adjetivos modifica os substantivos, atribuindo-lhes características, e estimule-os a perceber as alterações geradas por um

adjetivo em um substantivo: um sapato alto é diferente de um sapato baixo, um chá quente é diferente de um chá frio.

4. Após a correção da atividade, solicite aos estudantes que criem frases usando as duas palavras. Transcreva-as na lousa, para que eles visualizem as diferenças de sentido, a depender do contexto em que as utilizamos.

Em Atividades, a sugestão é que as atividades propostas sejam realizadas em grupos ou coletivamente, para que seja possível ajudá-los nas reflexões propostas, cujo objetivo é a compreensão de que uma mesma palavra pode apresentar diferentes sentidos, conforme o contexto, bem como diferentes palavras apresentam sentidos semelhantes, também de acordo com o contexto. Oriente os grupos a realizar o registro das respostas acordadas no caderno. Promova um momento coletivo para que os estudantes possam compartilhar os registros. Essa pode ser uma excelente oportunidade de trabalhar com os dicionários, se julgar conveniente, orientando os estudantes a buscar, coletivamente, os verbetes em questão, de modo que observem que há diferentes significados atribuídos às palavras, sendo um deles (em geral, o referido como acepção 1) o mais usual.

REALIZAÇÃO Atividades

1. Inicie a atividade chamando a atenção dos estudantes para os aspectos verbais e visuais da tirinha, mostrando-lhes como eles dialogam no conjunto. Espera-se que os estudantes percebam que a coincidência entre a pergunta de Mônica e o momento em que passa um ônibus lotado em frente à calçada onde o Cascão e ela estão sentados provoca o humor na tirinha.

©MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA.
SOUSA, Mauricio de. [Ônibus tem acento?] Turma da Mônica. n. 6169. São Paulo: Mauricio de Sousa Produções, [1989]. 1. c) O fato de a pronúncia dessas duas palavras ser a mesma, embora elas sejam diferentes na forma escrita.
295 08/06/22 08:51
As palavras acento e assento são homônimas homófonas, pois se assemelham apenas no som, isto é, pronunciam-se da mesma forma.
295

REALIZAÇÃO

2. A leitura do poema “Cesta feira”, de Paulo Leminski, favorece o trabalho com a diversidade cultural brasileira ao abordar um aspecto de religiosidade afro-brasileira. Para a realização dessa atividade, selecione dois estudantes para fazer a leitura do poema em voz alta. Lembre os estudantes de que a leitura de um poema deve considerar a entonação, as pausas, o ritmo, a linguagem corporal mediante expressões faciais, os gestos, entre outros elementos, que realçam a mensagem que o poeta pretende expressar

3. Explique aos estudantes que as palavras e as expressões podem ser usadas com sentidos diferentes dos habituais, a fim de enfatizar sentidos, construir imagens simbólicas, dar mais expressividade ao que se deseja dizer por meio do poema.

4. A título de curiosidade, conte aos estudantes que também existe a palavra sesta, que significa dar um cochilo após o almoço. Profere-se essa palavra com a vogal aberta, é

4. b) Reitere que homônimos perfeitos são palavras que apresentam a escrita e a pronúncia igual, mas significados diferentes, e que homônimas homógrafas são aquelas palavras que têm a mesma grafia, porém a pronúncia e o significado diferentes.

5. Explique que a palavra oxalá é originária da língua árabe e significa “se Deus quiser”. Comente que Oxalá é o orixá da criação e, em sua honra, os adeptos do candomblé, uma religião de matriz africana, vestem-se de branco todas as sextas-feiras. Muitas pessoas, de diferentes classes sociais

2. Leia, a seguir, o poema de Paulo Leminski. cesta feira oxalá estejam limpas as roupas brancas de sexta as roupas brancas da cesta oxalá teu dia de festa cesta cheia feito uma lua toda feita de lua cheia [...]

VOCABULÁRIO

Oxalá: nome do orixá (divindade africana) que simboliza a paz; palavra utilizada para expressar o desejo de que algo aconteça; "tomara"; "que assim seja".

Espera-se que os estudantes percebam que o poeta deseja evidenciar o respeito e a admiração por costumes e crenças de outras religiões, valorizando a multiplicidade de culturas que constroem a cultura brasileira.

• Esse poema trata do costume de se vestir de branco nos dias de sexta-feira em homenagem a Oxalá, um orixá do candomblé, uma religião afro-brasileira. Ao trazer esse tema para o poema, o que o poeta deseja evidenciar?

3. Releia o título do poema.

a) Que recurso linguístico chama a atenção na construção do título?

b) Qual é o efeito de sentido produzido pelo jogo entre as duas palavras?

4. As palavras sexta e cesta são homônimas.

a) Que características elas apresentam que torna possível fazer essa afirmação?

b) De acordo com sua resposta ao item a, transcreva, no caderno, o item que indica sua classificação.

3. b) Fazer referência, ao mesmo tempo, ao dia dedicado a Oxalá e à cesta onde ficam as roupas lavadas, principalmente, as brancas. Item II

I. Homônimas perfeitas.

3. a) A escrita de cesta em lugar de sexta, nome do dia da semana.

4. a) São palavras com a mesma pronúncia, mas que têm grafia e sentido diferentes.

II. Homônimas homófonas.

III. Homônimas homógrafas.

5. No poema, que outra palavra pode ser classificada como homônima? E de que tipo ela é?

5. A palavra oxalá, que, grafada com inicial minúscula, significa “tomara”, “que assim seja”, e também é o nome de uma divindade africana, quando grafada com inicial maiúscula. A palavra é do tipo homônima perfeita, pois não há diferença de grafia nem de pronúncia; é pelo contexto que é possível inferir em qual sentido está sendo usada.

e de outras religiões, adotaram o uso de branco nas sextas-feiras. Esse costume é especialmente forte na Bahia, pois o sincretismo religioso associou Oxalá ao Senhor do Bonfim, considerado o padroeiro não oficial da capital baiana.

LEMINSKI, Paulo. Cesta feira. In: LEMINSKI, Paulo. Toda poesia São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 34.
NEW AFRICA/SHUTTERSTOCK.COM
296 D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 296 08/07/22 17:30 296
.

ABAIXO-ASSINADO

Informe aos estudantes que o abaixo-assinado foi destinado ao prefeito da época da cidade de Fortaleza. Saliente, também, que o texto está sendo estudado com fim didático e que não é a intenção, em hipótese alguma, expor a figura do prefeito ou fazer qualquer apoio político a ele.

Você já leu algum abaixo-assinado? Sabe para que serve e em que situações ele costuma ser escrito?

O texto que você vai ler é um abaixo-assinado criado para pedir melhorias na acessibilidade de pessoas em cadeira de rodas da cidade de Fortaleza. Considerando essas informações, levante hipóteses: O que teria motivado a escrita do abaixo-assinado? Quais argumentos o autor poderia ter utilizado para convencer as pessoas a aderirem à sua causa? Comente suas hipóteses com os colegas e ouça com respeito as deles.

Respostas pessoais.

BNCC

Habilidades do Capítulo 2

TEXTO

• EF69LP27

• EF69LP28

• EF67LP16

TEXTO

Agora, leia atentamente o abaixo-assinado.

Queremos acessibilidade para os cadeirantes em Fortaleza

Guilherme Salles de Oliveira criou este abaixo-assinado para pressionar Roberto Cláudio (Prefeito de Fortaleza) e 2 outros

Precisamos resolver urgentemente a questão da acessibilidade para pessoas com deficiência física, principalmente cadeirantes, em Fortaleza. A cidade não está preparada para a circulação dessas pessoas e isso dificulta até os simples trajetos e afazeres.

Os cadeirantes querem e precisam de acessos pela cidade. Devem ser feitos caminhos, acessos, rampas e conserto dos buracos nas ruas e calçadas. Que as autoridades de Fortaleza resolvam com urgência! Os cadeirantes não podem mais esperar!

Muitos possuem tanta dificuldade que saem de casa com pouca frequência, já que qualquer trajeto causa transtorno e apresenta dificuldades. Até mesmo a região central da cidade é precária no quesito acessibilidade, incluindo a Oliveira Paiva e João Alves Albuquerque. Estabelecimentos privados também não se preocupam com o assunto.

O transporte público deixa a desejar, muitos elevadores de ônibus não funcionam e não existe o interesse na manutenção. Assine esta petição para lutarmos por mais respeito e acessibilidade em Fortaleza!

Atualizações

Andando por aí... Gente, Tem feito rampas por ali onde moro, mas fazem muito mal-feitas... fizeram uma rampa que dá para parede. O cadeirante sobe e dá de cara no muro... [...]

Guilherme Salles de Oliveira há 3 anos

OLIVEIRA, Guilherme Salles de. Queremos acessibilidade para os cadeirantes em Fortaleza. Change.org / Reprodução. [S. l.], [2019?]. Abaixo-assinado. Disponível em: www.change.org/p/ queremos-acessibilidade-para-os-cadeirantes-em-fortaleza. Acesso em: 3 mar. 2022.

PROPOSIÇÕES

Antes de iniciar a leitura do texto do Capítulo 2, explore os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o gênero textual abaixo-assinado. Pergunte se eles já assinaram algum, se sabem como elaborar um e qual é o objetivo desse gênero de texto. O objetivo dessa discussão inicial é incentivá-los a olhar para a questão temática do texto.

O abaixo-assinado, assim como qualquer gênero de manifesto, deve ter interlocutores bem estabelecidos: as pessoas que assinam o manifesto e as pessoas a quem o texto é dirigido, os locutários. Explique aos estudantes que os abaixo-assinados on-line, conforme o texto presente no Livro do Estudante, permitem realizar a coleta de assinaturas em abaixo-assinados virtualmente.

• EF67LP18

• EF67LP23

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

• EF67LP18

• EF67LP23

EXPLORANDO O TEXTO

• EF69LP27

• EF69LP28

• EF67LP07

PALAVRA ABERTA

• EF69LP13

• EF69LP14

• EF69LP15

• EF69LP24

• EF67LP16

• EF67LP18

• EF67LP36

• EF69LP25

• EF67LP19

• EF67LP23

POR DENTRO DA LÍNGUA

• EF69LP27

• EF69LP56

• EF67LP15

• EF67LP18

• EF06LP07

• EF06LP08

• EF06LP09

• EF06LP11

QUESTÃO DE FALA E ESCRITA

• EF69LP02

• EF69LP04

• EF67LP07

PRODUÇÃO ESCRITA

• EF69LP22

• EF69LP56

• EF67LP17

• EF67LP33

• EF06LP09

• EF67LP18

• EF67LP32

• EF67LP36

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Ao longo da leitura, mantenha uma posição dialógica em sala de aula. Lembre-se de que as perguntas sugeridas podem não só auxiliar os estudantes a compreender a construção de sentidos, como também orientá-los a reconhecer algumas características do gênero abaixo-assinado.

REALIZAÇÃO

Oriente os estudantes a acompanhar a leitura e a registrar, no caderno, as palavras do texto que eles desconhecem. Ao concluir a leitura, questione-os: Vocês consideram o tema do abaixo-assinado pertinente? Vocês concordam que os argumentos utilizados foram convincentes? Por quê?

CAPÍTULO
2
297 D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 297 08/07/22 17:32 297

PROPOSIÇÕES

Antes de Conversando sobre o texto, retome com os estudantes, oral e colaborativamente, as hipóteses de leitura do texto.

REALIZAÇÃO

Conversando sobre o texto

1. Espera-se que os estudantes reconheçam que o problema de locomoção de pessoas com algum tipo de deficiência física é real, sendo que, muitas vezes, essas pessoas dependem do transporte público ou precisam usar as ruas e calçadas da cidade para realizar tarefas diárias como qualquer outro cidadão. Organize um debate com os estudantes sobre o tema empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro. Mesmo que eles não sejam afetados diretamente pela falta de acessibilidade, é importante que saibam que, no Brasil, há muitas pessoas que se sentem prejudicadas com relação a essa questão.

2. Os estudantes podem citar: dificuldade de inserção no mercado de trabalho, preconceito e bullying, desrespeito à legislação no que se refere à adequação dos espaços públicos e privados, indisponibilidade de vagas em estacionamentos, acesso ao transporte público, entre outros.

3. Solicite a eles que pensem em situações que podem ocorrer nos mais diversos espaços das cidades: escolas, calçadas, praças, prédios públicos, estabelecimentos privados, transporte etc.

2. O abaixo-assinado foi destinado ao prefeito da cidade de Fortaleza à época, pois, por ser a autoridade pública e gestor da cidade, era ele quem tinha autonomia e dever de intervir na infraestrutura da cidade para garantir a plena mobilidade de todos os munícipes.

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO

1. Você assinaria esse abaixo-assinado? Por quê?

298

2. Além dos problemas de acessibilidade, que outras dificuldades as pessoas com deficiência costumam enfrentar em seu cotidiano? Resposta pessoal.

3. Você já presenciou alguma situação em sua cidade em que uma pessoa com deficiência foi desrespeitada? Em caso afirmativo, o que você sentiu?

TEXTO EXPLORANDO O

TEXTO E CONTEXTO

Respostas pessoais. Respostas pessoais.

3. a) De acordo com o texto, a falta de preparo, ou seja, de infraestrutura, é visível em toda a cidade, até mesmo em regiões centrais, que, normalmente, são mais cuidadas pelas autoridades.

3. b) Essas informações reforçam a urgência na resolução do problema, visto que afeta a cidade como um todo, impedindo, assim, que pessoas em cadeira de rodas e demais pessoas com deficiências físicas circulem pelos mais diversos espaços.

1. Na sua opinião, quais motivos podem ter levado o autor a produzir esse abaixo-assinado?

Resposta pessoal.

2. O abaixo-assinado tem o prefeito da cidade de Fortaleza como um dos destinatários à época em que o documento foi criado. O que teria motivado o autor do abaixo-assinado a destiná-lo a uma pessoa com esse cargo?

3. No início do texto, o autor afirma que a cidade de Fortaleza não está preparada para a circulação de pessoas em cadeira de rodas.

4. As assinaturas evidenciam para o destinatário que a insatisfação diante do problema é comum a muitas pessoas, o que ajuda a pressionar as autoridades a resolver a questão devido à sua visibilidade e repercussão.

a) Essa falta de preparo é restrita a um lugar específico da cidade ou é comum a diversos espaços? Justifique com elementos do texto.

b) De que maneira essas informações contribuem para validar a necessidade de o leitor assinar o abaixo-assinado?

5. Por circular na internet, mais pessoas, das mais diversas regiões, podem ter acesso ao documento e assiná-lo, além de garantir o alcance em menos tempo.

6. Ao afirmar que os cadeirantes não podem mais esperar, revela-se que o descaso acerca da mobilidade dessas pessoas perdura um tempo considerável e que, por isso, é urgente implementar medidas para resolver esse problema. pelas ruas de Fortaleza já

4. O texto se encerra com uma convocação para que as pessoas assinem o documento. Como essas assinaturas garantem o atendimento do pedido?

5. Esse abaixo-assinado circula na internet, em uma plataforma específica para coleta de assinaturas. Quais são as vantagens de publicar o documento nesse suporte?

7. Essa informação revela que não só as autoridades públicas, mas também as empresas privadas desrespeitam as pessoas com deficiência ao não investir na adequação dos espaços públicos, dificultando a acessibilidade a esses locais na cidade.

6. Ao longo do texto, o autor afirma que “os cadeirantes não podem mais esperar”. O que se pode inferir acerca dessa informação?

7. De acordo com o texto, alguns estabelecimentos privados também não se preocupam com a mobilidade de pessoas em cadeira de rodas. Com que finalidade essa informação pode ter sido inserida?

8. No abaixo-assinado, o autor não só exige a resolução do problema, mas apresenta algumas intervenções que devem ser feitas, como a construção de rampas de acesso e o conserto dos buracos nas ruas.

8. a) Ao registrar no texto intervenções simples, o autor reforçando, assim, a urgência em se investir na adequação dos espaços públicos.

a) Qual é o objetivo do autor ao registrar no texto intervenções simples como essas?

b) Como você imagina que ele chegou à conclusão de que essas medidas podem ajudar a resolver o problema?

8. b) É possível que o autor seja usuário de cadeira de rodas, conheça pessoas que usam, ou mesmo tenha observado a situação no seu dia a dia e tenha alguma noção de como resolver o problema.

D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 298 08/07/22

PROPOSIÇÕES

Em Texto e contexto, retome com os estudantes a leitura de trechos do texto que lhes permitam refletir sobre as questões propostas. Aproveite esse momento inicial para retomar conhecimentos prévios dos estudantes sobre as características do abaixo-assinado, como seu caráter argumentativo.

Texto e contexto

17:33

evidencia que a resolução da acessibilidade na cidade não demanda tantos esforços dos órgãos competentes, 298
REALIZAÇÃO
1. Espera-se que os estudantes respondam que é uma pessoa inconformada com as injustiças sociais e que pretende mudar a realidade de pessoas com mobilidade reduzida. Eles podem citar que o autor talvez seja uma pessoa que usa cadeira de rodas ou que ele conheça outras pessoas que usam cadeiras de rodas e que enfrentam dificuldades para se locomover

9. Essa seção garante que as pessoas que assinaram o documento saibam se houve algum avanço acerca das mudanças reivindicadas.

9. Na plataforma digital em que o abaixo-assinado foi publicado, há uma seção chamada “Atualizações”, na qual o autor do documento insere informações atuais acerca do problema. Qual é a importância dessa seção na página do abaixo-assinado?

O abaixo-assinado é um texto reivindicatório por meio do qual um indivíduo ou uma instituição pode convocar um grupo de pessoas para exercerem seu papel cidadão na defesa de seus direitos. Esse texto é direcionado a autoridades ou a pessoas influentes. O abaixo-assinado pode ser impresso ou digital, sendo a versão on-line a que costuma atingir mais rapidamente e, muitas vezes, em maior quantidade o público favorável à sua assinatura.

1. a) O título chama a atenção de quem navega pela plataforma, uma vez que, ao explicitar o que se reivindica, permite aos usuários ler e assinar os abaixo-assinados que lhe interessem.

COMPOSIÇÃO E LINGUAGEM

1. b) O objeto de reivindicação do documento e o local onde ocorre o problema.

1. O abaixo-assinado foi publicado em uma plataforma digital, na qual há outros documentos da mesma natureza reivindicando questões diversas.

a) Nesse contexto, por que o título é um elemento importante?

b) Quais são as principais informações encontradas nesse título?

2. Os destinatários do abaixo-assinado são apresentados no início do corpo do texto.

a) Por que é importante evidenciar, logo no início, a quem se destina o abaixo-assinado?

culturais e de lazer. Sendo assim, a acessibilidade em espaços públicos e privados é imprescindível.

8. Explique aos estudantes que é fundamental que o autor do abaixo-assinado se posicione veementemente em relação a determinado problema, com o objetivo de encaminhá-lo a uma pessoa que tenha condições de solucioná-lo.

9. Conte aos estudantes que a plataforma em questão permite ao autor atualizar o status, solicitar mais engajamento e declarar o êxito da proposta. Também impossibilita que uma solicitação que já não tenha sentido ou que tenha atingido seu objetivo continue recebendo assinaturas.

b) Por que, nesse caso, o então prefeito de Fortaleza teve destaque em relação aos outros dois destinatários?

2. a) A identificação já no início garante às pessoas que pretendem assinar o documento que a reivindicação pode ser atendida, pois o destinatário tem poder de decisão.

PROPOSIÇÕES

3. No abaixo-assinado, o autor usa algumas estratégias argumentativas visando à adesão dos leitores. Releia o trecho a seguir.

2. b) Já que o problema relatado é vivenciado na cidade de Fortaleza, o autor optou por colocar em destaque o então prefeito, por ser ele a principal autoridade do município e, junto à sua equipe, ser o mais apropriado para resolver o problema.

Muitos possuem tanta dificuldade que saem de casa com pouca frequência, já que qualquer trajeto causa transtorno e apresenta dificuldades. [...]

a) No trecho, o autor aponta uma causa e a consequência dessa causa. Com que finalidade ele inclui essas informações no texto?

3. a) Para evidenciar as necessidades de pessoas em cadeira

de rodas e sensibilizar as pessoas que podem assinar o abaixo-assinado.

b) Observe no trecho que a palavra dificuldade é empregada duas vezes. Que efeito de sentido o uso dessa palavra produz?

3. b) O uso dessa palavra enfatiza os obstáculos vivenciados todos os dias por pessoas com deficiência.

4. Releia o primeiro parágrafo do texto.

Precisamos resolver urgentemente a questão da acessibilidade para pessoas com deficiência física, principalmente cadeirantes, em Fortaleza. A cidade não está preparada para a circulação dessas pessoas e isso dificulta até os simples trajetos e afazeres.

a) Por que o autor do abaixo-assinado optou pelo uso da forma verbal precisamos nesse trecho?

4. a) O uso da 1a pessoa do plural confere ao texto um tom coletivo, incluindo, dessa maneira, também as pessoas que assinam o documento a fim de evidenciar que um grupo expressivo de pessoas está reivindicando determinada questão.

pela cidade de Fortaleza, o que o motivou a querer fazer algo para mudar essa situação.

2. Explique aos estudantes que o prefeito é o responsável por executar políticas públicas, sancionar leis aprovadas pelos vereadores e que ele pode, também, vetar propostas de leis e elaborar outras, se julgar necessário.

3. Para aqueles que tiverem mais dificuldade na identificação desses elementos, mostre em que parte estão essas informações no texto.

4. Explique aos estudantes que o número de assinaturas reflete quanto a população se mobiliza e apoia a causa descrita no abaixo-assinado.

5. Enfatize que esse tipo de site facilita que qualquer pessoa com acesso à internet possa assinar, compartilhar e, até mesmo, elaborar um abaixo-assinado.

6. e 7. Relembre os estudantes de que o Estatuto da Pessoa com Deficiência garante o acesso dessas pessoas a atividades esportivas,

Em Composição e linguagem, se considerar produtivo, peça que eles façam as atividades em duplas, de modo que possam trocar as interpretações sobre o texto entre si e vivenciar o processo de aprendizado de maneira colaborativa.

REALIZAÇÃO

Composição e linguagem

1. Explique aos estudantes que o título é a primeira informação que qualquer pessoa visualizará ao acessar a página. Por isso, geralmente é impactante, direto e apelativo.

2. Explique aos estudantes que o vocativo apresenta o nome da pessoa que receberá o abaixo-assinado, acompanhado do pronome de tratamento apropriado.

3. Nessa atividade, o objetivo é que os estudantes identifiquem os recursos de modalidade e argumentatividade e avaliem esses argumentos.

4. a) Esclareça aos estudantes que o uso da 1a pessoa do plural confere ao texto um tom mais interativo.

299
299
12:08
D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd
11/06/22
299

REALIZAÇÃO

4. Oriente os estudantes a reler todo o trecho a fim de que percebam a quem as expressões se referem. Certifique-se de que os estudantes conseguem entender que es ses pronomes estão funcionando no parágrafo como uma forma remissiva.

5. Explique aos estudantes que os pontos de exclamação são sinais que ajudam a construir os sentidos do texto.

6. a) Explique aos estudantes que os abaixo-assinados são elaborados para se exigir uma solução de algum problema.

6. b) Retome com eles o conceito de locução verbal, que consiste em uma sequência de duas ou mais formas verbais que exercem função de apenas uma. Se achar necessário, apresente aos estudantes outros exemplos de locução verbal: precisamos resolver, possam reivindicar, tem solicitado etc.

b) No fragmento, a quem se refere a expressão dessas pessoas? Onde se encontra essa informação?

c) Podemos dizer que o pronome demonstrativo isso também se refere a um termo já citado anteriormente? Explique.

A expressão dessas pessoas se refere às pessoas com deficiência, os cadeirantes. Essa informação encontra-se no período anterior. Sim, o pronome isso retoma a ideia de que a cidade não está preparada para a circulação de pessoas em cadeira de rodas.

d) Com que objetivo podemos usar recursos como esses?

5. Ao longo do texto, o ponto de exclamação é usado para encerrar algumas frases. Releia alguns trechos.

Trecho 1

4. d) Recursos como o uso do pronome demonstrativo evitam a repetição de alguns termos na construção do texto, garantindo, assim, melhor progressão das ideias.

[...] Que as autoridades de Fortaleza resolvam com urgência! [...]

Trecho 2

[...] Os cadeirantes não podem mais esperar!

Trecho 3

[...] Assine esta petição para lutarmos por mais respeito e acessibilidade em Fortaleza!

a) Que emoções o autor do abaixo-assinado revela nessas frases?

b) Por que nessas frases foi usado esse sinal de pontuação?

5. a) O autor revela indignação, revolta e pedido de cobrança diante do descaso com a situação de pessoas em cadeira de rodas. Para enfatizar a emoção sentida pelo autor da carta.

6. No trecho “Devem ser feitos caminhos, acessos, rampas e conserto dos buracos nas ruas e calçadas”, o autor apresenta algumas ações que devem ser realizadas pelas autoridades.

a) No caderno, transcreva a alternativa que informa a intenção do autor.

A. Fazer um pedido.

B. Dar uma sugestão.

C. Exigir uma solução.

D. Participar de uma solução.

b) Que recurso linguístico possibilita inferir essa intenção?

O uso da locução verbal devem ser feitos

O abaixo-assinado é um texto em que o autor apresenta argumentos que buscam convencer os leitores a aderir à causa manifestada mediante sua assinatura. Quando veiculado em plataformas digitais, costuma apresentar um título e uma fotografia relacionados ao assunto, a fim de chamar a atenção de quem navega no site. A linguagem adotada é formal, com marcas verbais na 1a pessoa do plural, que garantem o tom de coletividade ao texto, que se encerra com assinaturas de quem aderiu à causa. Na versão digital, a lista de assinaturas é substituída por um link que deve ser acessado por quem deseja assinar.

D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd

C 300
Alternativa
300 11/06/22 11:14 300

ABERTA PALAVRA

Discussão coletiva

Por meio de ações como a implementação de leis e abaixo-assinados, as pessoas com deficiência têm o direito à igualdade de oportunidades garantido e reivindicado, para que possam acessar espaços públicos e privados como os outros cidadãos. Veja, a seguir, algumas manchetes de jornais que apresentam situações relacionadas a essa questão.

Parques Estaduais têm cadeiras de trilha adaptadas para pessoas com deficiência

Ação será iniciada neste sábado (8), às 9h, no Parque Jaraguá, e faz parte do Programa Cidade Acessível

PARQUES ESTADUAIS têm cadeiras de trilha adaptadas para pessoas com deficiência. Portal do Governo do Estado de São Paulo. [São Paulo], 6 jan. 2022. Disponível em: www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/parques-estaduais-tem-cadeirasde-trilha-adaptadas-para-pessoas-com-deficiencia/. Acesso em: 5 abr. 2022.

Pessoas com deficiência relatam dificuldades para a mobilidade nas periferias

Acessibilidade em calçadas e no transporte são obstáculos na rotina de quem possui deficiência na capital

PROPOSIÇÕES

Em Palavra aberta , é importante salientar para os estudantes que a discussão é uma interação social na qual diversas pessoas, dentro de um grupo, trocam ideias e confrontam suas opiniões a respeito de determinado problema com o intuito de propor uma solução. A atividade proposta tem o objetivo de trabalhar com a oralidade em sala de aula e a formação de grupos favorece o trabalho com a metodologia ativa de aprendizagem baseada em times. As discussões coletivas e o levantamento de problemas existentes no ambiente de convivência favorecem o protagonismo estudantil, além de incentivar os estudantes a reconhecer as diferenças entre as pessoas e valorizar o convívio social, seja na família, na escola, no trabalho e em outros grupos sociais.

REALIZAÇÃO

Palavra aberta

Pessoa com deficiência visual utilizando meio de transporte coletivo.

São Paulo (SP). Fotografia de 2021.

relatam dificuldades para a mobilidade nas periferias. Mural [São Paulo], 1 out. 2021. Disponível em: www.agenciamural.org.br/pessoas-com-deficiencia-relatam-dificuldades-para -a-mobilidade-nas-periferias/. Acesso em: 5 abr. 2022.

PARA ACESSAR

PARRAT-DAYAN, Silvia. A discussão como ferramenta para o processo de socialização e para a construção do pensamento. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 45, p. 13-23, jun. 2007. Disponível em: www.redalyc.org/ articulo.oa?id=399360913002. Acesso em: 25 maio 2022.

Esse trabalho apresenta um estudo sobre como a discussão e o diálogo podem ser usados como instrumento na escola para construir o pensamento e a socialização.

ABAIXO-ASSINADO | gêneros textuais – Brasil Escola. 2020. Vídeo (9min07s). Publicado pelo canal Brasil Escola. Disponível em: www.youtube.com/watch?

v=U943YpW--fk. Acesso em: 25 maio 2022.

Esse vídeo, que pode ser exibido aos estudantes, traz as explicações sobre a estrutura, a finalidade e as dicas de como é um abaixo-assinado real, um meio para que as pessoas possam reivindicar seus direitos.

Incentive os estudantes a ler as manchetes e a explorar a imagem, propostas nesta seção, que apresentam situações de acessibilidade vividas por pessoas com diferentes tipos de deficiência. Peça que compartilhem impressões iniciais com base nessa primeira leitura.

SILVA, Eduardo; ROMÃO, Ira. Pessoas com deficiência
@IRA ROMÃO/AGÊNCIA MURAL
301 D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 301 08/06/22 08:51
301

REALIZAÇÃO

Palavra aberta

1. Espera-se que os estudantes respondam que esse tipo de iniciativa permite que pessoas com deficiência física e pessoas com dificuldade de locomoção possam frequentar parques, fazer as trilhas e ter a mesma experiência que outras pessoas. Ajude-os a perceber quanto essa iniciativa promove a inclusão das pessoas com deficiência.

2. Explique aos estudantes que piso tátil é um tipo de piso diferenciado, uma vez que apresenta uma textura e cor diferentes, que se destacam, para que seja percebido pelas pessoas com deficiência visual.

3. Comente com os estudantes que o espaço e a infraestrutura dedicados aos pedestres são mantidos e implantados por meio de investimentos públicos. Nesse momento, apresente a eles a carta de solicitação como um instrumento que pode ajudar a realizar mudanças nesse espaço.

PROPOSIÇÕES

Em Palavra aberta, solicite aos estudantes que se organizem em grupos e proponha que cada grupo escolha um tipo diferente de deficiência para trabalhar as questões presentes na atividade do Livro de Estudante.

Na primeira etapa da atividade, incentive os estudantes a pensar como é a acessibilidade em diversas situações e locais, como em ruas e avenidas, calçadas, transportes públicos, escolas, bancos e estabelecimentos comerciais, e quais são os problemas enfrentados pelas pessoas com deficiência.

Na segunda etapa, oriente cada grupo a escolher um

1. O que você achou da iniciativa dos parques em disponibilizar cadeiras adaptadas para pessoas com deficiência de locomoção? Quais benefícios isso pode trazer para essas pessoas?

Respostas pessoais.

2. Na segunda manchete, quais equipamentos nas calçadas e no transporte são medidas que proporcionam maior segurança às pessoas com deficiência visual ou de locomoção?

A colocação de piso tátil nas calçadas e, nos ônibus, a instalação de portas com corrimão e piso rebaixado, a fim de dar maior acessibilidade a pessoas com essas deficiências.

3. Essas soluções estão presentes na cidade onde você mora? Se não, como podem ser implantadas? Respostas pessoais.

A proposta desta atividade é que você e os colegas da turma atuem e promovam uma escola ou cidade melhor e mais acolhedora para todos, estudantes e cidadãos. Para isso, em um primeiro momento, a turma vai discutir os problemas de acessibilidade enfrentados pelas pessoas com deficiência (visual, auditiva, motora) na escola e na comunidade. Depois, vocês vão planejar ações e buscar soluções para resolvê-los e, por fim, escrever uma carta de solicitação para um órgão ou autoridades responsáveis da cidade onde moram.

1 Formem grupos com cinco ou seis colegas e conversem sobre as seguintes questões:

• Quais situações na sua escola ou cidade podem causar problemas de acessibilidade para pessoas com deficiência?

• Em quais espaços essas dificuldades são mais comuns?

• Quais soluções podem ser propostas para resolvê-las?

2 Cada grupo deve apresentar para a turma os problemas identificados e as propostas de solução. Um estudante deverá registrar na lousa as situações e as soluções levantadas.

3 Em seguida, com o professor, conversem e selecionem os problemas que consideraram mais relevantes e que merecem intervenção por parte da comunidade, do poder público ou de outros setores, bem como discutam as propostas de resolução.

4 Registrem no caderno os problemas e as soluções propostas. Eles serão retomados na produção da carta de solicitação ao final deste módulo.

SAIBA

MAIS

Acessibilidade é a qualidade daquilo que é acessível, ou seja, que tem possibilidade de ser acessado por todos. Nesse sentido, a necessidade de inclusão social está totalmente associada à garantia de acessibilidade a todos os cidadãos. A acessibilidade não se restringe ao uso ou acesso a espaços públicos ou físicos. Ela está associada também à participação das pessoas com deficiência na vida social em seus diferentes aspectos: lazer, ensino etc.

REALIZAÇÃO

porta-voz, de modo que a apresentação seja mais organizada.

Na terceira etapa da atividade, é importante que todos os estudantes falem e sejam ouvidos, sempre respeitando os turnos de fala e ouvindo atentamente às falas dos colegas, e que formulem perguntas coerentes e adequadas em momentos oportunos.

302

Palavra aberta

Assim, identificar a necessidade de acessibilidade é fundamental na busca de soluções para que eventuais barreiras sejam eliminadas e todos tenham acesso a uma vida plena na realização de suas atividades. 302
08/06/22 08:51
D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 302
Recomende que os estudantes pesquisem a respeito do assunto, a fim de elaborar argumentos a favor da reivindicação de uma solução. Auxilie-os a anotar no caderno os argumentos que forem discutindo durante a pesquisa. É possível sugerir, ainda, que os estudantes realizem, por meio da metodologia ativa de trabalho de campo, entrevistas

Período composto por coordenação

Na produção de um texto, períodos e orações são organizados de forma a construir e dar sentidos às ideias e aos propósitos comunicativos do autor.

1. Releia o primeiro parágrafo do abaixo-assinado lido na seção Texto deste capítulo.

Precisamos resolver urgentemente a questão da acessibilidade para pessoas com deficiência física, principalmente cadeirantes, em Fortaleza. A cidade não está preparada para a circulação dessas pessoas e isso dificulta até os simples trajetos e afazeres.

a) Considerando a finalidade do texto, por que essas informações foram colocadas logo no início do abaixo-assinado?

b) Com base na justificativa apresentada, você considera que a reivindicação do abaixo-assinado é justa?

2. Esse parágrafo é composto de dois períodos.

a) Como pode ser classificado o primeiro período? Por quê?

b) O segundo período apresenta duas informações para o leitor. Quais são essas informações?

c) É possível afirmar que o segundo período tem a mesma classificação do primeiro? Justifique.

3. Observe no segundo período que, na interligação da primeira à segunda oração, o autor usou o conectivo e. Que efeito de sentido o uso desse termo traz ao trecho?

4. Releia outro trecho do abaixo-assinado.

O transporte público deixa a desejar, muitos elevadores de ônibus não funcionam e não existe o interesse na manutenção. [...]

a) Quantas orações aparecem nesse trecho? Três orações.

b) Elas estão interligadas de diferentes maneiras. Como ocorre essa interligação?

1. a) Para deixar claro os motivos que levaram o autor a realizar o abaixo-assinado, a fim de que o leitor possa conhecê-los e sinta-se mobilizado a assinar o documento.

1. b) Espera-se que os estudantes respondam que sim, reconhecendo que o pedido é pertinente às necessidades de acessibilidade das pessoas em cadeira de rodas.

REALIZAÇÃO

Por dentro da língua

1. Espera-se que os estudantes identifiquem a finalidade do texto com base no reconhecimento de características linguísticas e de composição próprias do gênero abaixo-assinado.

2. a) Período simples, porque é formado por apenas uma oração, que tem como núcleo a locução verbal precisamos resolver

2. b) A falta de infraestrutura das ruas da cidade de Fortaleza e as consequências disso para a população com deficiência.

2. c) Espera-se que os estudantes identifiquem que, o segundo período é formado por duas orações, sendo, portanto, classificado como composto.

2. Relembre os estudantes de que as orações são frases que têm formas verbais ou locuções verbais. É possível ter mais de uma oração formando um período. Explique a eles que, para detectar quantas orações existem em um período, basta verificar quantas formas verbais ele apresenta. Esclareça aos estudantes que o período formado por uma oração é denominado período simples, e o período formado por mais de uma oração é denominado período composto.

Conectivo é a palavra que liga duas orações ou termos semelhantes de uma mesma oração.

3. O conectivo e acrescenta uma nova informação ao que foi dito anteriormente

4. b) A segunda oração é interligada à primeira sem o uso de conectivo, apenas por meio do sinal de pontuação – nesse caso, a vírgula; a terceira oração é interligada à segunda pelo uso do conectivo e 303

D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd

com pessoas com deficiência, fazendo-lhes as perguntas propostas no Livro do Estudante e adaptando-as para essa metodologia.

É importante ressaltar aos estudantes que eles precisam pedir uma autorização para a gravação ou a filmagem da entrevista ao entrevistado. Reforce a eles a necessidade de usar um tom informal de conversa e de mostrar empatia pelo entrevistado, escutando atentamente as respostas dele.

PROPOSIÇÕES

Antes de iniciar os estudos de Por dentro da língua , retome com os estudantes seus conhecimentos prévios sobre a diferença entre período simples e período composto. Reforce a eles que, de acordo com a necessidade do usuário da língua, as relações entre as orações do período sofrem modificação.

3. Ressalte aos estudantes que os conectivos são essenciais na produção de textos, pois estão relacionados à coesão textual – são elementos que estabelecem as relações entre as orações, facilitando a compreensão do texto.

4. Explique aos estudantes que a substituição do conectivo por um sinal de pontuação (vírgula, ponto e vírgula) dá fluidez ao texto.

POR DENTRO DA LÍNGUA
303
08/07/22 19:35
303

REALIZAÇÃO

5. Reitere aos estudantes que o período composto por coordenação apresenta duas ou mais orações independentes.

PROPOSIÇÕES

Aproveite as primeiras atividades para avaliar o que os estudantes apreenderam sobre período composto por coordenação. Segundo o linguista Evanildo Bechara, as orações coordenadas são sintaticamente independentes entre si e podem formar períodos compostos (grupos oracionais). Quando relacionadas por conectivos coordenativos, são as unidades léxicas, e não as gramaticais, que manifestam a dependência. Assim, essas orações são gramaticalmente independentes, porém subordinadas no que se refere ao texto.

PARA ACESSAR

MARQUES, Débora. A coordenação e a subordinação nas perspectivas tradicional e funcionalista: confrontos. Revista Gatilho, Juiz de Fora, ano 2, v. 4, p. 1-12, 2006. Disponível em: https:// periodicos.ufjf.br/index.php/ gatilho/article/view/26876. Acesso em: 25 maio 2022.

Esse artigo propõe uma reflexão sobre as noções de coordenação e subordinação por meio da comparação entre as perspectivas tradicional e funcionalista.

5. Agora, releia cada uma das orações do trecho analisado e, no caderno, transcreva a alternativa que corresponde à sua análise.

Alternativa B

A. As três orações têm sentido incompleto.

B. As orações podem ser compreendidas isoladamente.

C. Apenas a primeira oração tem sentido completo.

D. Apenas a segunda oração tem sentido completo.

Os períodos analisados são compostos de orações ligadas entre si, mas cada uma delas pode ser compreendida isoladamente. Esses períodos são compostos por coordenação. Portanto, essas orações são chamadas de coordenadas

As orações coordenadas são orações de sentidos independentes. Elas são interligadas por conectivos ou por sinais de pontuação.

Leia os exemplos a seguir extraídos do abaixo-assinado:

Os cadeirantes querem e precisam de acessos pela cidade. [...] orações interligadas por conectivo (e)

O transporte público deixa a desejar, muitos elevadores de ônibus não funcionam [...]. orações interligadas por sinal de pontuação (vírgula)

As orações coordenadas interligadas por conectivos são chamadas de sindéticas. As orações interligadas por sinais de pontuação, como vírgula e ponto e vírgula, são chamadas de assindéticas

As palavras que podem ser usadas como conectivo para ligar essas orações são as conjunções coordenativas

Os conectivos ajudam a dar coesão e sentido às orações e, consequentemente, ao período.

Exemplos:

Ou o prefeito da cidade melhora a acessibilidade dos cadeirantes ou eles continuarão a ter dificuldades de locomoção.

O conectivo ou explicita o sentido de alternância entre as duas orações.

Muitos elevadores de ônibus não funcionam, mas ninguém toma uma providência em relação a isso.

O conectivo mas indica que a segunda oração apresenta uma ideia de oposição ao que foi dito na oração anterior.

A maioria dos conectivos tem múltiplos sentidos, então é preciso atentar ao que será usado, de acordo com as ideias que se deseja expressar.

D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 304 08/06/22 08:51
304
304

PROPOSIÇÕES

1. a) Como pessoa em cadeira de rodas, ela deve ter passado por situações que não a deixaram confortável, o que a levou a escrever essas dicas e publicá-las em um

ATIVIDADES

1. Leia o texto a seguir, em que uma pessoa em cadeira de rodas dá dicas de convivência. Hoje em dia, é muito comum se deparar com pessoas com deficiência em vários lugares. Seja no shopping, na faculdade, em bares ou em qualquer outro espaço público, o fato é que essas pessoas estão saindo de casa e enfrentando muitas situações para serem vistas de forma natural e com respeito. Acontece que, muitas vezes, as pessoas com deficiência não são tratadas devidamente, seja por ignorância ou preconceito, causando situações constrangedoras que poderiam ser evitadas com informações simples. [...]

O que fazer (ou não) para tratar bem um cadeirante?

1) Em conversas longas com um cadeirante, é muito importante você ficar na mesma altura que ele. Se estiver de pé, puxe uma cadeira. Nosso pescoço agradece.

2) Lembre-se que a cadeira de rodas é uma extensão do corpo de um cadeirante, então, não se apoie ou toque nela sem pedir, também não empurre sem permissão (isso também vale para muletas, bengalas, andadores, afinal, existem outros tipos de deficientes físicos).

3) Suspender bolsas ou quaisquer outros objetos na cadeira também é incômodo e não é por que a pessoa está sentada que ela vai segurar o que você quiser. Não somos cabides, lembrem-se disso.

Pessoas com deficiência motora no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza (CE). Fotografia de 2017.

4) Entenda que para nós, cadeirantes, a acessibilidade estrutural é muito importante, mas essencial mesmo é o olhar não diferenciado das demais pessoas. Não se espante com uma cadeira de rodas, ela é equivalente a um óculos para nós e gostaríamos que todos compreendessem assim.

CARDOSO, Danielle. Dicas de convivência com pessoas com deficiência. Laboratório de inclusão [Fortaleza], 13 mar. 2017. Blogue. Disponível em: https://laboratoriodeinclusao.wordpress.com/ category/acessibilidade-2/page/8/. Acesso em: 23 mar. 2022.

Ao longo da correção de Atividades, aborde com os estudantes os diferentes sentidos de uma conjunção em função do contexto. A conjunção aditiva e pode ter valor semântico de:

• consequência: “Contei com você e perdi meu tempo, pois você não veio.” (Contei com você, assim perdi meu tempo, pois você não veio.)

• contrariedade/oposição: “Ele prometeu e não veio.” (Ele prometeu, mas não veio.)

A conjunção adversativa mas pode ter valor semântico de:

• adição (em enumerações): “Na sala, brinco bastante, mas não faço bagunça no meu quarto.” (Na sala, brinco bastante e não faço bagunça no meu quarto.)

REALIZAÇÃO

1. Ao ler o texto com os estudantes, se julgar interessante, leve-os à sala de informática e permita que eles acessem o texto na íntegra. Lembre-se de reservar com antecedência o acesso à sala. Peça aos estudantes que leiam o texto e observem as imagens. Permita que conversem com os colegas e troquem ideias. Depois, estimule-os a compartilhar suas impressões e sentimentos de forma respeitosa.

[...]
EVELYN ONOFRE/LABORATÓRIO DE INCLUSÃO
site dedicado ao tema da inclusão.
305
305 08/06/22 08:51
1. b) Pessoas com algum tipo de doença, deficiência e/ou vulnerabilidade social e, principalmente, todas as pessoas que se preocupem com uma sociedade consciente e inclusiva, que respeite as diferenças humanas.
D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd
305

REALIZAÇÃO

1. Se necessário, releia o texto com os estudantes para explorar as atividades de compreensão.

2. a) Explique aos estudantes que dar dicas consiste em oferecer uma informação que seja proveitosa a alguém.

2. b) Se houver na turma algum estudante que use ou conviva com usuários de cadeira de rodas, caso ele se sinta à vontade, promova uma conversa e peça que compartilhe a opinião com base nessa vivência. Garanta um ambiente respeitoso e acolhedor.

3. Oriente os estudantes a retomar seus conhecimentos prévios sobre períodos compostos e a reler trechos do texto, a fim de que respondam ao que se pede.

4. e 5. Relembre aos estudantes a diferença entre frase, oração e período. A frase consiste em um enunciado com sentido completo, podendo ser formada por uma ou mais palavras; já a oração consiste em uma frase que apresenta um verbo (ou locução verbal); e o período consiste em uma frase que apresenta uma ou mais orações, podendo ser simples ou composto.

6. Relembre os estudantes de que as orações coordenadas que não têm conjunções são chamadas assindéticas; já as orações coordenadas ligadas por conjunções são denominadas sindéticas e são classificadas conforme as conjunções coordenativas que as iniciam; e as orações coordenadas sindéticas aditivas têm uma oração ligada à outra por meio de uma conjunção que indica a relação de adição entre as orações (no trecho em destaque, a conjunção e).

1. c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que esses sites trazem notícias, artigos, depoimentos etc. que podem levar os leitores a não só refletir sobre esse tema, mas também a mudar de atitude e a se engajarem em ações que promovam mudanças na sociedade.

a) O que, provavelmente, levou Danielle a escrever essas dicas de convivência?

b) O site em que o texto foi publicado tem como finalidade promover a inclusão de pessoas com doenças, deficiências e vulnerabilidade social. Qual é o provável público-alvo desse site?

c) Na sua opinião, sites como esses podem trazer algum benefício para a sociedade em geral?

2. a) Porque são práticas, objetivas e podem ser realizadas por qualquer pessoa, diferentemente dos artigos do Estatuto, que precisam ser lidos e compreendidos para serem aplicados por órgãos públicos e empresas, por exemplo.

2. Dicas são informações úteis e objetivas elaboradas por pessoas com conhecimento em uma área específica.

a) Considerando que o Estatuto da Pessoa com Deficiência já traz normas e direitos que devem ser seguidos, por que há necessidade de dicas como essas?

b) Qual das dicas você considera mais importante? Por quê?

2. b) Respostas pessoais. A resposta do estudante irá depender da sua realidade, se convive ou não com cadeirantes.

3. Na elaboração das dicas, a autora empregou alguns períodos.

a) Releia a primeira dica. Quantos períodos ela apresenta em sua composição?

b) Predominam períodos simples ou compostos?

4. Releia a terceira dica.

3. a) A primeira dica é formada por três períodos.

3. b) Predominam períodos compostos.

4. a) O primeiro período é formado por seis orações.

a) Ela é formada por dois períodos. Quantas orações têm o primeiro período?

b) Como é possível saber isso?

4. b) Porque no período há seis formas verbais e sabemos que as orações são constituídas em torno de uma forma verbal.

5. Releia, agora, o segundo período dessa mesma dica.

a) Por quantas orações ele é formado? Como essas orações vêm separadas uma da outra?

b) Esse período é composto de orações coordenadas. Que características essas orações apresentam que possibilitam essa classificação?

c) Como esse tipo de oração pode ser classificado? Por quê?

5. a) O período é formado por duas orações, que são separadas pelo uso da vírgula. As orações são coordenadas assindéticas porque não possuem nenhum conectivo (conjunção).

6. A última dica tem em sua composição algumas orações coordenadas. Releia-a e observe as orações em destaque.

5. b) São orações que, embora estejam interligadas dentro do período, têm sentido completo, isto é, podem ser entendidas separadamente.

4) Entenda que para nós, cadeirantes, a acessibilidade estrutural é muito importante , mas essencial mesmo é o olhar não diferenciado das demais pessoas Não se espante com uma cadeira de rodas, ela é equivalente a um óculos para nós e gostaríamos que todos compreendessem assim.

• No caderno, transcreva a alternativa que corresponde à analise dessas orações.

Alternativa B

A. Todas orações em destaque são coordenadas sindéticas, pois estão iniciadas ou interligadas por conjunções.

B. No trecho, há duas orações coordenadas sindéticas – uma adversativa e outra aditiva – e duas orações coordenadas assindéticas.

C. Três dessas orações são coordenadas assindéticas e apenas uma é coordenada sindética, iniciada pela conjunção mas

D. No trecho, há três orações coordenadas sindéticas e apenas uma é coordenada assindética.

306
306 08/06/22 08:51 306
D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd

7. Candido Portinari foi um grande pintor brasileiro. O trecho a seguir faz parte da sua autobiografia, Retalhos de minha vida de infância, publicada em 1958. Leia este fragmento e conheça um pouco da infância de Portinari.

Retalhos de minha vida de infância

Nasci numa fazenda de café. Meus pais trabalhavam na terra. Não tenho nenhuma lembrança dali. Mudaram-se da fazenda Santa Rosa para a estação de Brodósqui – onde não havia ainda povoado; eu devia ter dois anos de idade.

No novo local viviam com meus pais minha avó paterna, um tio e uma tia, ambos irmãos de meu pai. Lembro-me vagamente da casa e do armazém; havia um quarto cheio de melancias e de caixas de vinho do Porto. Essas caixas vinham sempre com surpresas […].

PORTINARI, Candido. Retalhos de minha vida de infância. In: PROJETO PORTINARI. O Brasil de Portinari: exposição de réplicas. Rio de Janeiro: Projeto Portinari, 1997. Direito de reprodução gentilmente cedido por João Candido Portinari.

REALIZAÇÃO

A autobiografia é um gênero escrito ou oral, literário ou não, referente ao registro da vida de uma pessoa feito por ela mesma

• Com base no trecho, o que se pode inferir sobre a infância do artista?

Era filho de agricultores, sem muitas posses, cujo laço familiar era forte, já que todos os parentes paternos moraram na mesma casa em Brodósqui.

8. Releia o período em que Portinari se refere à mudança para Brodósqui.

[...] Mudaram-se da fazenda Santa Rosa para a estação de Brodósqui – onde não havia ainda povoado; eu devia ter dois anos de idade.

a) Que sinal de pontuação foi usado para separar a oração em destaque da anterior? Por que ela foi separada do restante do período?

b) Como pode ser classificada essa oração?

8. a) Foi usado o ponto e vírgula. Ele foi usado para indicar quando o fato ocorreu e a idade que o artista tinha na época, uma informação que explica por que ele não se lembrava da fazenda onde nascera. Oração coordenada assindética.

PARA LER

KOCH, Ingedore G. Villaça. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2006.

A autora inicia a obra desconstruindo a noção de que, em um texto, todos os elementos estão explícitos e que basta o domínio do código linguístico para interpretá-los. Entre as estratégias propostas para desvendar um texto, está o estudo dos articuladores textuais. É uma obra importante para entender as conjunções.

7. Antes da leitura do fragmento citado, converse com os estudantes sobre a personalidade do texto. Verifique os conhecimentos prévios deles e proponha que levantem hipóteses: Quem é Candido Portinari? Por que ele é importante? Por que ele escreveu uma autobiografia? Esclareça aos estudantes que Candido Portinari foi um notável pintor brasileiro, um dos principais nomes do Modernismo, e que suas obras alcançaram fama internacional. Para enriquecer a aula, se julgar conveniente, acesse o Portal Portinari em www. portinari.org.br/ (acesso em: 25 maio 2022). Nesse site, é possível procurar as obras de Portinari de acordo com a forma de expressão (gravura, desenho, pintura, painel, retrato etc.), o ano de produção, o tema (social, histórico, religioso, por exemplo), o suporte e, até mesmo, as técnicas utilizadas. Além das obras, estão disponíveis documentos pessoais de Portinari, como cartas, depoimentos e material audiovisual.

8. Explique aos estudantes que as orações coordenadas assindéticas são conectadas por uma pausa representada por pontuação, como vírgula, ponto e vírgula, dois-pontos ou travessão.

DIREITO DE REPRODUÇÃO GENTILMENTE CEDIDO POR JOÃO CANDIDO PORTINARI
Candido Portinari. Fotografia de 1956.
307
307 08/06/22 08:51 307
D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd

REALIZAÇÃO

Atividades

9. Ressalte que a contradição consiste em uma oposição ao que foi dito ou feito anteriormente.

10. Retome com os estudantes a diferença entre período simples e período composto. Reforce que, de acordo com a necessidade do usuário da língua, as relações entre as orações do período se modificam.

PROPOSIÇÕES

O conteúdo de Língua em cena propõe uma pesquisa com os estudantes organizados em duplas para o trabalho com as orações coordenadas. Esse tipo de atividade é muito importante, pois propicia aos estudantes o desenvolvimento da autonomia e o compartilhamento dos resultados obtidos.

Acompanhe de perto o trabalho de pesquisa desse boxe e aproveite para avaliar os conhecimentos dos estudantes acerca de orações compostas em manchetes. Se considerar produtivo, realize o restante da atividade em duplas, de modo que eles compartilhem entre si o que compreenderam por meio da leitura e vivenciem o processo de aprendizado de modo colaborativo.

REALIZAÇÃO

Língua em cena

Oriente os estudantes a se organizar em duplas e realizar uma pesquisa sobre os temas propostos na internet, na biblioteca da escola ou em livros impressos. Com as pesquisas feitas, promova

9. Releia outro trecho.

9. Espera-se que os estudantes infiram que, se o artista se lembra vagamente da casa, há uma contradição na oração em destaque, já que ele se lembra de detalhes, como caixas de vinhos e melancias que havia em um quarto.

[...] Lembro-me vagamente da casa e do armazém; havia um quarto cheio de melancias e de caixas de vinho do Porto. [...]

• Na sua opinião, a oração em destaque no período explica ou contradiz o que é dito na oração anterior?

10. Releia os dois períodos que iniciam a autobiografia de Portinari.

10. a) Sugestões de resposta: Nasci numa fazenda de café e meus pais trabalhavam na terra. Nasci numa fazenda de café; meus pais trabalhavam na terra.

Nasci numa fazenda de café. Meus pais trabalhavam na terra. [...]

a) Esses períodos são simples. No caderno, transforme-os em um período composto, de modo que não haja mudança de sentido.

b) Que tipos de oração coordenada você elaborou?

Orações coordenadas sindéticas (se usar conectivo) ou orações coordenadas assindéticas (se usar a vírgula ou o ponto e vírgula).

LÍNGUA EM CENA

Orações coordenadas em manchetes

As orações coordenadas organizam as ideias, atribuem sentidos e podem ser usadas em diversas situações de comunicação.

1. Leia um exemplo de oração coordenada na manchete jornalística a seguir.

Modelo e ex-nadador roda país com projetos ambientais e ajuda xavantes

LIMA, Juliana. Modelo e ex-nadador roda país com projetos ambientais e ajuda xavantes. Observatório do Terceiro Setor. [São Paulo], 14 jan. 2022. Disponível em: https://observatorio3setor.org.br/noticias/ modelo-e-ex-nadador-roda-pais-com-projetos-ambientais-e-ajuda-xavantes/. Acesso em: 23 mar. 2022.

• A manchete da notícia destaca a experiência inspiradora de um jovem brasileiro. Observe que ela é composta de duas orações interligadas por um conectivo. Essa construção é comum a todas as manchetes? Troque ideias com os colegas e o professor.

Agora, reúna-se com um colega e pesquisem quatro manchetes jornalísticas que tenham orações coordenadas sindéticas ou assindéticas. Escolham notícias e reportagens que tenham como tema histórias inspiradoras de cidadania, acessibilidade, demandas da comunidade etc. Determinem os sentidos que os conectivos ou sinais de pontuação atribuem às orações.

No dia combinado com o professor, levem para a escola o material pesquisado e apresentem-no à turma, compartilhando suas conclusões, comentários e ouvindo com atenção a apresentação dos colegas.

Com base no material apresentado, reflitam: é comum o emprego de orações coordenadas em manchetes? Qual é a composição predominante nesses textos?

1. Espera-se que os estudantes infiram que não é comum haver manchetes com períodos compostos ou com muitas orações. Esse tipo de construção é usado apenas em alguns casos, quando é necessário enfatizar algo para o leitor, como na manchete exemplificada. 308

uma roda de conversa com eles, para que as duplas possam compartilhar com a turma as informações pesquisadas. No final das exposições, reserve um momento para perguntas e comentários dos estudantes sobre o assunto. Oriente-os a respeitar os turnos de fala dos colegas e as opiniões diferentes.

D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 308

11:15
11/06/22
308

QUESTÃO DE FALA E ESCRITA

Pontuação: oração coordenada assindética

Os sinais de pontuação são essenciais para construir os sentidos nas orações coordenadas assindéticas.

1. Leia, a seguir, a imagem que faz parte de uma campanha lançada pelo Ministério da Saúde em 2018.

1. a) A imagem do chef de cozinha Rodrigo Marques Botoni, que tem síndrome de Down.

REALIZAÇÃO

Questão de fala e escrita

1. Oriente os estudantes a identificar todos os detalhes da campanha publicitária: as cores e seus contrastes, os elementos em primeiro e em segundo planos e como ocorre a articulação entre o verbal e o visual.

1. b) Ao mostrar um profissional real com deficiência que exerce sua função como qualquer outra pessoa, a campanha ressalta seu objetivo: demonstrar que essa população também tem condições de trabalhar em qualquer profissão, sem discriminação.

a) A finalidade da campanha é ampliar as possibilidades de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Que estratégia visual é usada para chamar a atenção do leitor?

b) Como o uso dessa estratégia pode contribuir para o objetivo da campanha?

2. Após o slogan da campanha Inclusão é:, apresenta-se o enunciado a seguir. Releia-o.

Não ser limitado, ser incentivado.

a) O que o uso dos dois-pontos após o slogan sugere sobre esse enunciado?

b) Com base nesse enunciado, como você definiria o que é inclusão?

3. O enunciado é formado por um período composto de duas orações coordenadas assindéticas.

a) Que característica possibilita essa classificação nessas orações?

b) Se na imagem da campanha tivesse sido empregada a construção “Não ser limitado; ser incentivado.”, haveria alguma mudança de sentido?

Resposta pessoal. 309

D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 309

PROPOSIÇÕES

Ao trabalhar com as atividades de Questão de fala e escrita, explique aos estudantes que os sinais de pontuação no período composto por coordenação funcionam como delimitadores de unidades. Nesse caso, a vírgula é um sinal que delimita o início de uma oração coordenada assindética.

Se julgar pertinente, acrescente, ainda, a informação de que as orações coordenadas

sindéticas também se separam por vírgulas; no entanto, aquelas que são ligadas pela conjunção coordenativa aditiva e só apresentarão vírgula quando os sujeitos forem diferentes ou quando o e se repetir no período.

11/06/22 12:10

2. b) Incentive os estudantes a falar o que significa inclusão para eles. Converse com eles sobre as dificuldades que essas pessoas enfrentam não só para serem inseridas no mercado de trabalho, mas também para comprovarem que são capazes de desempenhar determinadas funções, um cenário que, apesar da realização de campanhas e da criação de estatutos, ainda não mudou muito ao longo dos anos. Espera-se que os estudantes reconheçam que pessoas com síndrome de Down têm direito a participar da vida social em igualdade de condições com as demais pessoas, buscando ter uma vida independente.

3. a) Comente com os estudantes que as estratégias linguísticas são uma escolha que segue objetivos de comunicação. Nesse caso, percebe-se que o uso da vírgula ou do ponto e vírgula não altera os sentidos do enunciado.

A leitura da imagem de uma campanha governamental propicia o trabalho com aspectos multissemióticos ao ampliar os letramentos.

3. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que não há mudança de sentido, uma vez que os sinais de pontuação geralmente usados para separar essas orações são a vírgula, os dois-pontos e o ponto e vírgula.

BRASIL. Ministério da Saúde. Campanha da segunda edição do evento “Cidade PCD (Pessoa com Deficiência) – Rio 2018". Rio de Janeiro, 2018. Ministério da saúde/Governo Federal 2. a) Sugere que o enunciado contém uma definição do que é inclusão. 3. a) O fato de elas virem separadas por um sinal de pontuação, a vírgula. Leia orientações no Manual do Professor.
309

REALIZAÇÃO

Questão de fala

e escrita

4. Relembre os estudantes de que as conjunções coordenativas aditivas estabelecem relação de adição entre os elementos conectados; já as conjunções coordenativas adversativas estabelecem relação de oposição entre os elementos conectados.

PROPOSIÇÕES

Em Atividades, aproveite o momento inicial dos trabalhos para avaliar o que os estudantes apreenderam sobre as orações coordenadas, principalmente sobre a pontuação na construção de sentidos nas orações coordenadas assindéticas.

REALIZAÇÃO

Atividades

1. Explique aos estudantes que folheto é um gênero textual que tem como característica principal utilizar uma linguagem apelativa e multimodal, ou seja, os elementos visuais que os acompanham não são simplesmente ilustrativos ou decorativos. Normalmente, o folheto consiste em uma folha avulsa, que é entregue diretamente às pessoas ou exposta em locais de fácil acesso a todos.

4. a) Espera-se que os estudantes reconheçam que os sentidos de oposição ou de adição podem ser atribuídos à segunda oração.

4. Observe que, mesmo não existindo uma conjunção que interligue as orações, é possível atribuir um sentido à segunda oração.

a) Qual seria esse sentido: explicação, alternância, adição, oposição?

b) No caderno, reescreva o período empregando a conjunção correspondente ao sentido escolhido por você.

Sugestão de resposta: I. Não ser limitado, mas ser incentivado. (oposição ou adversativa); II. Não ser limitado, e sim ser incentivado. (adição).

As orações coordenadas assindéticas são separadas por sinais de pontuação Os sinais geralmente usados são vírgula, dois-pontos ou ponto e vírgula. Na oração analisada, usou-se a vírgula.

ATIVIDADES

1. Leia, a seguir, um folheto elaborado para divulgar uma campanha de doação de órgãos no Estado da Bahia.

1. a) A imagem estilizada de um coração sobre uma mão e uma frase de impacto.

1. b) Provavelmente por ser um local frequentado por pessoas com algum problema de saúde que podem se sentir sensibilizadas a adotar a ideia; geralmente folhetos circulam em lugares públicos onde há grande movimentação de pessoas.

Folheto de campanha de doação de órgãos, da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), em 2011.

a) Que elementos foram usados no folheto para chamar a atenção do público?

b) Esse folheto foi distribuído em um ambiente ligado à saúde. Por que folhetos como esses são colocados nesses ambientes? Em que outros locais esses textos geralmente circulam?

D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd

2 AULA Português Aula 03 Período Composto por Coordenação. 2016. Vídeo (28min34s). Publicado pelo canal UEAmazonas. Disponível em: www. youtube.com/watch?v=7d4B5ZEJIJE. Acesso em: 25 maio 2022.

Videoaula produzida pela Universidade do Estado do Amazonas sobre o período composto por coordenação.

SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA
310
310 29/07/22 14:18
PARA ASSISTIR 310

2. a) A segunda oração acrescenta tanto um sentido de conclusão (“Doe órgãos, portanto doe vida”) quanto de adição (“Doe órgãos e doe vida”).

2. A mensagem principal do folheto é um período formado por duas orações coordenadas assindéticas, ainda que não haja pontuação explícita.

a) Que sentido a segunda oração acrescenta ao período? Explique.

b) Que sinal de pontuação poderia ser usado nesse caso?

Poderiam ser usados a vírgula ou o ponto e vírgula.

c) Por que, na sua opinião, não foi usado sinal de pontuação nessas orações?

Sugestão de resposta: O texto sem pontuação dirige-se de modo mais direto ao leitor e causa mais impacto, o que geralmente é o objetivo dos gêneros publicitários, como esse folheto.

3. As orações coordenadas assindéticas são muito usadas em alguns textos, como em receitas. Leia a receita seguir.

Receita de picolé de fruta caseiro light de abacaxi com hortelã

Ingredientes:

4 rodelas de polpa de abacaxi; 1 xícara de água; 10 folhas de hortelã; gengibre ralado a gosto.

Modo de preparo:

Bata todos os ingredientes no liquidificador, exceto as folhas de hortelã. Adicione as folhas, misture bem e coloque em forminhas para picolé. Leve para congelar.

LEITE, Patrícia. 10 receitas de picolé de fruta caseiro – light e natural. Mundo Boa Forma. [S. l.], 24 dez. 2019. Disponível em: www.mundoboaforma.com.br/10-receitas-de-picole-de-fruta-caseiro-light-e-natural/. Acesso em: 3 mar. 2022.

a) Na parte “Modo de preparo”, há três períodos. Como eles podem ser classificados?

O primeiro é período simples; o segundo e o terceiro são períodos compostos.

b) Que informações eles apresentam?

Apresentam a maneira como se deve preparar o picolé.

c) Os períodos foram organizados em uma sequência. O que determina essa sequência? Se invertermos a ordem dos períodos, haverá alguma diferença na receita? Justifique.

4. Releia este período.

Os períodos seguem a sequência em que os passos precisam ser realizados para que a receita dê certo. Caso haja alguma mudança na ordem determinada, o produto poderá ser diferente do proposto.

[...] Adicione as folhas, misture bem e coloque em forminhas para picolé. [...]

a) Duas das três orações que constituem esse período são orações coordenadas assindéticas. Quais são elas?

b) O que as caracteriza como assindéticas?

Adicione as folhas e misture bem. 4. b) O fato de elas não serem iniciadas nem interligadas por conectivos, e sim separadas por vírgula.

c) Que efeito de sentido esse modo de separar as orações expressa a essas ações?

4. c) Produz um efeito de rapidez, sugerindo que uma ação deve ser imediatamente precedida pela outra, sem interrupções.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Títulos de campanhas

Organize os estudantes em grupos com três integrantes e peça a eles que estudem outros títulos de campanhas de saúde relacionados a seguir.

Cada grupo ficará encarregado da pontuação de um título e de levantar hipóteses a respeito do(s) sinal(is) de pontuação

empregados no texto. Proponha a eles que substituam os sinais utilizados pelos sinais de pontuação presentes entre orações: conectivos, vírgulas, entre outros. Observe o trabalho dos estudantes: se, ao empregar conectivos, eles utilizaram aqueles que estão adequados ao contexto. Após finalizarem o trabalho, cada grupo deve apresentar suas conclusões aos colegas.

• A vida continua. Doe órgãos.

Resposta: A vida continua, por isso doe órgãos.

• Doe órgãos. Doe vida. Resposta: Doe órgãos; logo, doe vida.

• Doe órgãos! Deixe a sua marca, multiplique vidas. Resposta: Doe órgãos, deixe a sua marca e multiplique vidas.

REALIZAÇÃO Atividades

2. a) Explique aos estudantes que as orações conclusivas são coordenadas pelos seguintes conectivos: logo, portanto, por fim, por conseguinte, pois etc. E as orações aditivas são coordenadas pelos seguintes conectivos: e, nem, não só, mas também etc.

2. b) Comente com os estudantes que as orações coordenadas assindéticas não são unidas por meio de conjunções, mas, sim, por uma pausa, geralmente marcada pela vírgula.

2. c) Espera-se que os estudantes respondam que, em determinados casos, um texto sem pontuação pode se dirigir de modo mais direto ao leitor e causar maior impacto, o que geralmente é o objetivo dos gêneros publicitários, como o folheto apresentado.

3. a) Oriente os estudantes a localizar as formas verbais nas orações, para que consigam identificar os períodos.

3. b) e 3. c) Explique a eles que, no modo de preparo, são descritas as ações que estruturam o passo a passo da elaboração.

4. Espera-se que os estudantes percebam que, nas orações coordenadas assindéticas, é comum o uso de orações separadas apenas por sinais de pontuação.

IULIIA_N/SHUTTERSTOCK.COM
311
11/06/22 11:25 311
D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 311

PROPOSIÇÕES

Em Produção escrita , a proposta de produção de uma carta de solicitação favorece o protagonismo juvenil, o reconhecimento das diferenças, o respeito à pessoa com deficiência e o convívio social republicano. Organize uma roda de conversa com a turma, para discutir casos verídicos envolvendo os estudantes, seus familiares ou a comunidade em que vivem. A ideia inicial é pensar em intervenções que sejam favoráveis às pessoas com deficiência. Permita que os estudantes troquem ideias de maneira respeitosa, ouvindo os argumentos dos colegas e argumentando de forma concisa. Se necessário, retome com eles a leitura do trecho do Estatuto da Pessoa com Deficiência, apresentado no Capítulo 1. Solicite a eles que façam anotações no caderno, as quais poderão ser úteis no momento da produção.

REALIZAÇÃO

Em Planejando a carta de solicitação, oriente os estudantes a reler a carta de solicitação formal e a averiguar todos os elementos que a compõem. Peça-lhes que retomem as anotações realizadas no caderno durante a atividade de Palavra aberta Explique aos estudantes que as cartas de solicitação, por serem uma correspondência formal, podem ser enviadas ao destinatário mediante postagem em sites oficiais, serviços de atendimento ao consumidor, canais e plataformas ligadas a órgãos públicos e a empresas privadas, ou, ainda, podem ser impressas e encaminhadas via correio.

PRODUÇÃO ESCRITA

Carta de solicitação

Agora, a proposta é que você e os colegas escrevam uma carta de solicitação, pedindo ações que deem acessibilidade para pessoas com deficiência da comunidade, do bairro, da escola, a fim de que possam circular com autonomia, conforto e segurança nas ruas e demais espaços públicos e privados da cidade.

A carta será uma produção coletiva, cujo destinatário será uma autoridade capaz de solucionar o(s) problema(s) levantado(s) pela turma.

Para ajudá-los, conheçam alguns símbolos de acessibilidade. Você e seus colegas podem pesquisar mais sobre esses símbolos e como eles são utilizados.

Símbolo Internacional de Acesso (SIA).

Símbolo da deficiência auditiva.

Esses e outros símbolos podem ser consultados no link: https://guiaderodas.com/voce-sabequais-sao-os-simbolos-de-acessibilidade-e-para-que-servem (acesso em: 10 jun. 2022).

Planejando a carta de solicitação

Símbolo do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

1 Retomem as anotações feitas na seção Palavra aberta e listem os problemas e soluções levantados.

2 Conversem e elejam o(s) problema(s) com mais necessidade de uma intervenção por provocar(em) muitos transtornos e dificuldades às pessoas com deficiência visual, auditiva ou de locomoção.

3 Decidam que tipo de apoio será solicitado para solucionar o problema.

4 Com ajuda do professor, avaliem a quem ou qual órgão deverá ser encaminhado o pedido: se uma autoridade pública (vereador, prefeito, deputado), o diretor da escola, ou um empresário envolvido com o tema, por exemplo.

ROJO, Roxane; BARBOSA, Jacqueline M. Hipermodernidade, multiletramentos e gêneros discursivos. 1. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.

Esse livro dedica-se aos estudos da linguagem, dos gêneros do discurso e do ensino de línguas materna e/ou estrangeira, consistindo em uma excelente discussão sobre o gênero discurso e suas relações com a atividade humana e o ensino de línguas.

PARA LER
Símbolo do telefone para surdos. Símbolo do intérprete de Libras. Símbolo de deficiência visual. Símbolo do cão-guia.
CVE IV/SHUTTERSTOCK.COM JOJOO64/SHUTTERSTOCK.COM RVECTOR/SHUTTERSTOCK.COM ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS AHA-SOFT/SHUTTERSTOCK.COM APRO IT SOLUTIONS/ SHUTTERSTOCK.COM CVE IV/SHUTTERSTOCK.COM MICROSTOCK3D/SHUTTERSTOCK.COM
Símbolo do Braille.
312
13/06/22 07:58 312
D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 312

Escrevendo a carta de solicitação

1 Com o professor, decidam o que será escrito em cada parte da carta.

a) Nome e função do destinatário da carta

b) Assunto da carta

c) Apresentação do pedido

d) Relato do problema

e) Reforço da solicitação

f) Fórmula de finalização

g) Assinatura do remetente (nome da escola, ano e turma)

Importante

Uma carta de solicitação é um texto que requer o uso da norma-padrão; portanto, deve-se usar uma linguagem formal, mais monitorada e com um vocabulário selecionado, além de expressões como muito respeitosamente, subscreve etc.

A depender do destinatário, formas de tratamento como Vossa Senhoria (autoridades públicas), Senhora, Vossa Ilustríssima, entre outras, precisam ser usadas.

Revisando a carta de solicitação

Revisem o texto considerando os aspectos a seguir.

1 Apresenta claramente o pedido?

2 O(s) problema(s) é(são) identificado(s) na carta?

3 O destinatário da carta recebe um tratamento respeitoso?

4 O relato do problema mostra a importância e/ou a gravidade da situação?

5 Apresenta argumentos que justifiquem o pedido feito?

6 Os elementos de identificação da carta (local e data, destinatário e remetente) estão presentes?

7 A composição da carta segue a organização na ordem indicada (assunto da carta, apresentação do pedido, relato do problema, reforço da solicitação, fórmula de finalização)?

8 Está claro quem é o responsável pela resolução do problema?

9 A linguagem empregada é mais formal e monitorada, isto é, segue as regras da norma-padrão?

10 A forma de tratamento está adequada à função do destinatário?

Enviando a carta para o destinatário

Após a revisão, com a carta pronta, avaliem com o professor qual é a melhor maneira de fazê-la chegar às mãos do destinatário, seja por meios digitais, seja de modo convencional, com a versão impressa enviada pelo correio.

dos conhecimentos linguísticos estudados até aqui para a produção do texto.

Em Revisando a carta de solicitação, peça aos estudantes que releiam a carta, verificando se foram considerados todos os aspectos indicados. Se possível, faça cópias dela e distribua uma a cada três estudantes.

Em Enviando a carta para o destinatário, combine com os estudantes um momento para ir à sala de informática para explorar e analisar os meios de envio desse tipo de solicitação, caso tenham optado pelo envio virtual. Se julgar pertinente, solicite auxílio ao professor de Informática. Caso a opção seja pelo envio via correio, lembre os estudantes de que o envelope deve ser preenchido com as informações referentes ao destinatário (quem deverá receber) e do remetente (quem está enviando). As informações do destinatário ficam na frente do envelope, onde é colado o selo; já as informações referentes ao remetente devem ser colocadas na parte de trás do envelope, que é o lado que apresenta aba. Sugere-se que você fique responsável por postar a carta no correio.

REALIZAÇÃO

D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 313

Em Escrevendo a carta de solicitação, como a carta será coletiva, sugerimos que seja escrita na lousa à medida que estiver sendo elaborada. Eleja um estudante para escrevê-la em uma folha de caderno à parte, de modo a anotar todas as informações trazidas pela turma; durante o planejamento e a elaboração da carta de solicitação, é possível fazer o cotejo

dessas informações. Acompanhe atentamente todas as etapas de elaboração da carta, com o objetivo de verificar se todos os elementos foram contemplados pelos estudantes e se as informações estão sendo apresentadas de maneira compreensível. Chame a atenção da turma para o uso de recursos linguísticos de articulação das ideias do texto. Além das orientações acerca da organização e da composição do texto, oriente-os na utilização

08/06/22 08:52

313
313

Habilidades de encerramento

• EF69LP13

• EF69LP14

• EF67LP23

• EF69AR09

• EF69AR14

• EF69AR31

PROPOSIÇÕES

O trabalho proposto na seção Linguagens em conexão possibilita aos estudantes reconhecer as diferenças, o convívio social e o respeito à pessoa com deficiência. Para iniciar os trabalhos, assista com a turma a uma entrevista com os bailarinos do Grupo Gira Dança em www.youtube.com/watch?

v=aR2ESNU8__8 (acesso em: 25 maio 2022). Nesse vídeo, há uma entrevista com os bailarinos com deficiência; é possível perceber como eles entendem a arte e qual é a contribuição deles na divulgação de que qualquer pessoa é apta a desenvolver arte, desde que exista incentivo e interação para aperfeiçoar suas capacidades.

REALIZAÇÃO

Inicialmente, proponha aos estudantes que realizem uma leitura silenciosa e autônoma das fotografias apresentadas. Peça a eles que olhem todos os elementos das imagens. Depois, organize uma leitura seguida de uma discussão coletiva com a turma. Incentive os estudantes a expressar os impactos que as imagens geraram neles, o conhecimento prévio deles sobre o tema e em que medida as expressões de arte retratadas nas imagens impactam na maneira como se eles veem e enxergam o outro. Comente com eles que é necessário revermos nossos conceitos de limitação, tendo em vista as possibilidades de movimentos que os bailarinos com deficiência conseguem realizar com leveza, graça e técnica.

CONEXÃO LINGUAGENS EM

A arte é para todos

Neste módulo, você estudou os gêneros carta de solicitação e abaixo-assinado e percebeu como eles podem auxiliar os cidadãos na construção de uma sociedade mais humana e inclusiva. Agora, você vai conhecer como a arte também pode ser uma maneira de lutar por um mundo melhor.

A Companhia Giradança, do Rio Grande do Norte, e a Companhia Dança sem Fronteiras, de São Paulo, investigam a diversidade dos corpos humanos e buscam construir uma dança que acolhe as individualidades e o potencial de cada dançarino. Além disso, elas acreditam que a dança deve ser acessível a todos os públicos, por isso costumam criar espetáculos em espaços públicos, promover oficinas e viajar para diferentes cidades.

1. Permita aos estudantes que expressem livremente a forma como interpretam as fotografias, assim como imaginam como os bailarinos realizaram os movimentos antes e depois da fotografia. Essa atividade tem o objetivo de auxiliar os estudantes a compreender, por meio da análise das imagens, que há diversas possibilidades de movimentos para todos os corpos, respeitando suas características, seus limites e suas

individualidades. Sugira a eles que reflitam sobre como cada um dos corpos mostrados nas imagens pode se movimentar com base na posição em que foram registrados na fotografia.

2. Espera-se que os estudantes compreendam que a linguagem da dança é acessível a todos e que as pessoas com deficiência também podem ser muito atuantes, principalmente quando incitadas por meio de

BNCC
ACERVO DA CIA 314
314 08/06/22 08:52 314
Fotografia do espetáculo Olhares dos sapatos, do acervo da companhia Dança sem Fronteiras. São Paulo (SP). Fotografia de 2018.
D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd

Fotografia

1. Observe as imagens com atenção. Como você imagina que foram os movimentos de cada um dos dançarinos antes e depois da fotografia?

2. Em sua opinião, como a linguagem da dança pode acolher as diversas características corporais dos dançarinos?

3. Você conhece trabalhos artísticos que promovem a inclusão? Compartilhe com os colegas.

4. Observe que a apresentação da Companhia Dança sem Fronteiras ocorre em um espaço público da cidade. Em sua opinião, em quais locais pode haver arte?

PARA ASSISTIR

Traços e traçados urbanos. [2020]. Vídeo. (3min08s). Canal Dança sem Fronteiras. Disponível em: www. youtube.com/watch?v=dN53uWgkKfg. Acesso em: 30 mar. 2022.

O vídeo do grupo Dança sem Fronteiras mostra trechos de uma apresentação em que é possível reconhecer as potencialidades e a diversidade dos corpos.

aos colegas como eram esses trabalhos e como eles podem promover a inclusão. Se grande parte dos estudantes não se recordar de nenhum exemplo, é possível pesquisar e apresentar alguns, ou sugerir uma pesquisa na internet e solicitar a eles que contem aos colegas o que encontraram.

4. É importante que os estudantes compreendam que as artes não devem ser acessíveis apenas aos artistas que as produzem, mas também a públicos diversos. Comente com eles sobre a importância de haver apresentações, espetáculos, exposições e mostras em diversos espaços das cidades, tanto em instituições exclusivamente destinadas à arte, como museus, galerias e teatros, quanto em espaços públicos, como ruas, praças e estações de trem e metrô. Evidencie, também, a importância de haver políticas de incentivo à cultura que possibilitam que a arte seja acessível e gratuita ao público.

D2-278-315-POR-F2-2102-V6-M7-LA-G24_AVU.indd 315

ações artísticas, como a dança. Explique a eles que, mediante a inclusão, as pessoas com deficiência se sentem em igualdade de condições, os que as faz se sentirem mais plenas, independentemente de suas limitações. Comente, ainda, que, para elaborar uma dança, é possível investigar e compreender as individualidades e os potenciais de cada um e, com base nisso, inventar e descobrir movimentos corporais

possíveis e significativos para cada dançarino. Ressalte a importância da inclusão dessas pessoas não apenas na dança, mas também em outras linguagens artísticas.

08/06/22 08:52

3. Incentive-os a relembrar diversos trabalhos artísticos, de diferentes linguagens, com que já tiveram contato nas aulas de Arte nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental ou fora da escola. Peça a eles que contem

do espetáculo Die Einen, Die Anderen (Alguns outros), do grupo Giradança em parceria com a Cie. Toula Limnaios, de Berlim, (Alemanha). Parnamirim (RN). Fotografia de 2017. BRUNNO MARTINS Resposta pessoal. Resposta pessoal. Resposta pessoal.
315
Resposta pessoal.
315

REFERÊNCIAS COMENTADAS

ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. (Série Aula, 1).

Nesse livro, a autora apresenta os principais equívocos no estudo do componente curricular Língua Portuguesa. Também orienta e sugere atividades para explorar adequadamente a leitura, a escrita e a oralidade e para refletir sobre as regras gramaticais. Além disso, propõe reflexões acerca da avaliação do conhecimento dos estudantes.

ANTUNES, Irandé. Gramática contextualizada: limpando “o pó das ideias simples”. São Paulo: Parábola Editorial, 2014. (Estratégias de ensino, 49).

O livro trata da pouca atenção dada ao ensino da língua portuguesa nas escolas e ao desenvolvimento de competências de leitura e escrita. Mais especificamente, a autora observa questões ligadas ao ensino da gramática, objetivando reconhecer o lugar dessa matéria no ensino e contribuir para o entendimento do que seria o trabalho com uma gramática contextualizada.

ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. (Estratégias de ensino, 5).

Nesse livro, a autora discute o ensino da gramática e estabelece a importância do estudo do texto juntamente com a análise linguística para oferecer às pessoas a compreensão sobre as possibilidades de uso da linguagem que, infelizmente, muitos desconhecem.

ANTUNES, Irandé. Território das palavras: estudo do léxico em sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2012. (Estratégias de ensino, 28).

Esse livro discute a marginalização do léxico e do vocabulário no ensino da língua portuguesa, conduzindo o leitor a uma percepção mais fina sobre o papel das palavras na organização textual.

BAGNO, Marcos. A norma oculta: língua & poder na sociedade brasileira. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.

Nessa obra, o autor trata das relações entre língua e poder no Brasil considerando que o preconceito

linguístico enraizado na sociedade brasileira é, na verdade, um entranhado preconceito social.

BAGNO, Marcos (org.). Linguística da norma. 3. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2002. (Humanística, 6).

A obra apresenta debates sobre temas pertinentes da Linguística, como o método de ensino nas escolas, a formação dos docentes de Língua Portuguesa, variação e mudanças linguísticas, políticas de letramento etc., contribuindo para a visão crítica e a análise da pedagogia no ensino da língua.

BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São

Paulo: Parábola Editorial, 2007. (Educação linguística, 1).

O autor apresenta os fundamentos necessários para que os docentes possam abordar, de forma consistente e sem distorções, conceitos como variação, norma-padrão, estigma, letramento e oralidade e propõe atividades práticas para serem realizadas em sala de aula.

BATISTA, Ronaldo de Oliveira. A palavra e a sentença: estudo introdutório. São Paulo: Parábola Editorial, 2011. (Estratégias de ensino, 16).

O livro apresenta os conteúdos básicos das áreas de morfologia (com tópicos de lexicologia) e de sintaxe, sob os pontos de vista formal e funcional, trazendo uma introdução sobre o que é considerado como análise linguística e exercícios para treinar a análise nos níveis linguísticos da palavra e da sentença.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a sociolinguística na sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. (Linguagem, 4).

A autora apresenta fundamentos teóricos e aplicações práticas para transformar a educação em uma atitude cidadã que combata todas as formas de exclusão social pela linguagem.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Nós cheguemu na escola, e agora? Sociolinguística & educação. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. (Lingua[gem], 11).

Essa obra, fruto da pesquisa sociolinguística realizada no Brasil, apresenta fundamentação teórica e adequada

316 D2-316-320-POR-F2-2102-V6-FINAIS-LA-G24_AVU.indd 316 13/06/22 07:59 316

exemplificação de entrevistas sociolinguísticas, eventos de oralidade, análise de erros e episódios comunicativos associados a problemas sociais e comunitários.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris et al (org.). Por que a escola não ensina gramática assim?

São Paulo: Parábola Editorial, 2014. (Estratégias de ensino, 47).

Esse livro apresenta reflexões e discussões sobre tópicos de gramática, fenômenos morfossintáticos, semânticos, fonéticos e fonológicos, que ocorrem tanto na variedade de prestígio quanto nas variedades estigmatizadas, nas modalidades escrita e oral. Também traz sugestões de como trabalhar em sala de aula cada tema apresentado.

BRANDÃO, Helena Nagamine (coord.). Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel, discurso político, divulgação científica. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2012. (Aprender e ensinar com textos, 5).

Esse livro apresenta um estudo sobre os gêneros textuais mito, cordel, discurso político e divulgação científica e suas características. A obra também analisa diversos textos levantando diferentes possibilidades para o estudo em sala de aula.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular : educação é a base.

Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: http:// basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_

EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 27 abr. 2022.

Documento que apresenta as bases curriculares a serem consideradas pelos sistemas educacionais e pelas escolas em território brasileiro para todos os segmentos da Educação Básica.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília, DF: MEC/ SEF, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov. br/seb/arquivos/pdf/portugues.pdf. Acesso em: 27 abr. 2022.

O documento apresenta reflexões e sugestões para abordar o conhecimento em sala de aula, contribuindo para a formação continuada e permanente do professor no ensino da língua portuguesa.

CASTILHO, Ataliba Teixeira de. A língua falada no ensino de português. São Paulo: Contexto, 2004. (Repensando o ensino).

A obra aborda o uso da língua portuguesa por meio da análise de exemplos cotidianos, como tirinhas, anúncios, títulos e subtítulos de notícias, entre outros. Desta forma, é possível compreender os aspectos da língua de maneira prática.

CHARAUDEAU, Patrick. Linguagem e discurso: modos de organização. São Paulo: Contexto, 2008.

A obra traz ideias inovadoras e audaciosas sobre a análise do discurso, ajudando o leitor a compreender como o ser humano tem acesso a informações, produz conhecimento e interage com os outros. O autor compartilha exemplos palpáveis para a realidade brasileira, o que permite analisar especificidades dos discursos que existem na sociedade.

CITELLI, Beatriz. Produção e leitura de textos no Ensino Fundamental: poema, narrativa, argumentação. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2018. (Aprender e ensinar com textos, 7).

Nessa obra, a autora demonstra como o exercício permanente da leitura e da escrita é essencial para o desenvolvimento e a formação do conhecimento dos estudantes, além de colaborar para o próprio ensino da língua materna.

COSSON, Rildo. Círculos de leitura e letramento literário. São Paulo: Contexto, 2014.

O livro apresenta possibilidades para reformular, fortalecer e ampliar o estímulo à leitura, propondo a construção de uma comunidade de leitores e sugerindo oficinas para a eficácia do letramento literário.

DALVI, Maria Amélia; REZENDE, Neide Luzia de; JOVER-FALEIROS, Rita (org.). Leitura de literatura na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. (Estratégias de ensino).

Esse livro traz questionamentos e propõe a reflexão sobre a forma como se utiliza a literatura para o ensino da língua portuguesa na atualidade, sugerindo uma forma diferente de ensino, que potencialize ainda mais a exploração da literatura.

DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (org.). Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. (Estratégias de ensino, 18).

Esse livro explica e se aprofunda na constituição e funcionamento dos gêneros textuais mais comuns, visando a proficiência dos estudantes na produção escrita.

317 D2-316-320-POR-F2-2102-V6-FINAIS-LA-G24_AVU.indd 317 07/06/22 18:08 317

DIONISIO, Angela Paiva; BEZERRA, Maria Auxiliadora (org.). Livro didático de Português: múltiplos olhares. Campina Grande: EDUFCG, 2020. E-book. Disponível em: https://editora.ufcg.edu.br/ ebooks/151/view_bl/66/publicacoes-2020/83/livrodidatico-de-portugues-multiplos-olhares.html. Acesso em: 6 maio 2022.

O livro preserva os resultados de uma pesquisa publicada em 2001, contribuindo para a construção da história dos estudos dos pesquisadores sobre o livro didático no Brasil, sobretudo o de Língua Portuguesa, com informações sobre diferentes abordagens de linguagem, língua e ensino.

DOLZ, Joaquim; GAGNON, Roxane; DECÂNDIO, Fabrício. Produção escrita e dificuldades de aprendizagem. Campinas: Mercado de Letras, 2010.

Nesse livro, os autores propõem um procedimento de análise de textos para guiar a análise das produções escritas dos estudantes e das dificuldades de aprendizagem mais frequentes no contexto brasileiro.

FÁVERO, Leonor Lopes; ANDRADE, Maria Lúcia

C. V. O.; AQUINO, Zilda G. O. (org.). Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2017.

Esse livro apresenta questões recorrentes de escrita e de oralidade, além do conhecimento mais atual sobre tais questões e como aplicá-las em sala de aula.

IBARROLA, Begoña. Aprendizaje emocionante: neurociencia para el aula. [S. l.]: SM, 2013. (Biblioteca Innovación Educativa).

Livro que apresenta as descobertas mais significativas da neurociência relacionadas às emoções no processo de ensino e aprendizagem. Desse modo, possibilita ao professor repensar a prática em sala de aula e refletir de que maneira pode ajudar os estudantes a se sentirem mais motivados para aprender melhor.

JONASSEN, David H. Computadores, ferramentas cognitivas: desenvolver o pensamento crítico nas escolas. Porto: Porto Editora, 2007. (Ciências da Educação – Século XXI, 23).

Esse livro busca resolver os maiores dilemas sobre a utilização da tecnologia na aprendizagem, por meio da apresentação tanto de aspectos teóricos quanto de orientações objetivas e claras.

KARWOSKI, Acir Mário; GAYDECZKA, Beatriz; BRITO, Karim Siebeneicher (org.). Gêneros textuais: reflexões e ensino. 4. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2011. (Estratégias de ensino, 25).

A obra abarca reflexões e relatos de pesquisa acerca de gramática, ensino da leitura, produção textual, gêneros textuais, produção de materiais didáticos e letramento digital.

KOCH, Ingedore Villaça. A inter-ação pela linguagem. 11. ed. São Paulo: Contexto, 2015.

Nesse livro, a autora encara a linguagem como um espaço de interação dos membros de uma sociedade e explica a capacidade humana de interagir socialmente por meio da língua.

KOCH, Ingedore Villaça. As tramas do texto. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014.

Esse livro é dedicado a todos os leitores que desejam refletir teoricamente sobre a escrita, a leitura, o mecanismo de construção textual e a capacidade humana de interpretar.

KOCH, Ingedore Villaça. O texto e a construção dos sentidos. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2007.

O livro apresenta questões relativas à compreensão das modalidades escrita e falada do texto e aprofunda-se no estudo da construção dos sentidos no texto falado, nas atividades discursivas e em suas marcas linguísticas.

KÖCHE, Vanilda Salton; MARINELLO, Adiane Fogali; BOFF, Odete Maria Benetti. Estudo e produção de textos: gêneros textuais do relatar, narrar e descrever. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2015.

As autoras expõem estudos teórico-analíticos sobre gêneros textuais e apresentam sugestões de atividades com cada um deles, buscando aprimorar a pedagogia dos professores no ensino da língua portuguesa e o letramento dos estudantes.

MARCUSCHI, Beth; SUASSUNA, Lívia (org.). Avaliação em língua portuguesa: contribuições para a prática pedagógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. Disponível em: http://www.ser digital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/arquivos/8. pdf. Acesso em: 9 maio 2022.

Esse livro reúne conceitos e métodos pedagógicos esclarecedores para o docente, propondo reflexões sobre o porquê ensinar a língua portuguesa e como avaliar seu aprendizado, sugerindo uma reconstrução do nosso conhecimento atual sobre as formas de avaliação do saber dos estudantes.

318 D2-316-320-POR-F2-2102-V6-FINAIS-LA-G24_AVU.indd 318 07/06/22 18:08 318

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. (Educação linguística, 2).

A obra traz um panorama sobre a linguística, faz uma análise sobre os gêneros textuais, a leitura e a compreensão dos textos e mostra como a linguagem pode ser utilizada na produção de textos.

MEURER, J. L.; BONINI, Adair; MOTTA-ROTH, Désirée (org.). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. (Lingua[gem], 14).

Os autores reúnem e analisam diversas teorias para que o leitor possa enriquecer sua bagagem sobre os conceitos de gênero textual e discursivo sob três abordagens: sociossemiótica, sociorretórica e sociodiscursiva.

MOLLICA, Maria Cecília. Fala, letramento e inclusão social. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014.

A autora aborda métodos pedagógicos para auxiliar a apropriação da norma-padrão pelos estudantes, elencando o letramento, a fala, a teoria e a prática como ferramentas para inclusão social.

NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática passada a limpo: conceitos, análises e parâmetros. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. (Lingua[gem]).

A autora aborda a multiplicidade de arranjos linguísticos possíveis, considerando a linguagem tanto como meio de conhecimento e de apreciação de mundo quanto como recurso autoanalítico – a “metalinguagem”, e defende que aos estudantes seja dada a oportunidade de conhecer esses aspectos complexos e extraordinários.

NEVES, Maria Helena de Moura. Que gramática estudar na escola? Norma e uso na Língua Portuguesa. São Paulo: Contexto, 2006.

Esse livro questiona o atual ensino de língua portuguesa, visto que muitos estudantes saem das escolas sem entender o que leem, e propõe que o método de ensino seja mais científico, para que os estudantes possam utilizar a língua de forma legítima.

OLIVEIRA, Luciano Amaral. Coisas que todo professor de português precisa saber: a teoria na prática. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. (Estratégias de ensino, 17).

Esse livro analisa a gramática normativa e a teoria sobre o ensino da língua portuguesa e propõe reflexões teóricas acerca do método de ensino e da teoria da aprendizagem por parte dos estudantes,

sem deixar de se preocupar com a efetividade do ensino linguístico.

PALOMANES, Roza; BRAVIN, Angela Marina (org.). Práticas de ensino de Português. São Paulo: Contexto, 2012.

A obra apresenta conceitos sobre o processamento cognitivo e a aquisição de conhecimento, além de críticas ao atual ensino da língua portuguesa e seus principais desafios, levando o leitor a ter uma visão mais crítica e analítica e aprimorando o conhecimento do docente.

PEREIRA, Katia Helena. Como usar artes visuais na sala de aula. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014. (Como usar na sala de aula).

O livro apresenta exemplos práticos e sugestões de atividades para trabalhar as artes visuais em aulas de qualquer área e traz também reflexões sobre arte, cultura e sociedade.

POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. 2. ed. São Paulo: Mercado de Letras, 2009.

O livro propõe a análise da gramática em sala de aula sob dois pontos de vista: o de não a ensinar, se o objetivo for dominar a variedade padrão da língua, tornando os estudantes leitores hábeis e autores minimamente razoáveis; e o de ensiná-la, apresentando conceitos e uma perspectiva de ensino.

POSSENTI, Sírio. Questões de linguagem: passeio gramatical dirigido. São Paulo: Parábola Editorial, 2011. (Educação linguística, 7).

Esse livro aborda e questiona o modo que a língua portuguesa é ensinada nas escolas, buscando alimentar a curiosidade e o interesse no estudo da gramática e tendo em vista que a língua é um objeto complexo sempre em construção.

POSSENTI, Sírio. Questões para analistas do discurso. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. (Lingua[gem], 32).

O autor relaciona problemas e respostas para questões da análise do discurso, como relação entre discurso e texto, leitura, interdiscurso e estilo, entre outras dúvidas respondidas de forma objetiva.

ROJO, Roxane (org.). Escol@ conectada: os multiletramentos e as TICs. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. (Estratégias de ensino, 40).

319 D2-316-320-POR-F2-2102-V6-FINAIS-LA-G24_AVU.indd 319 11/06/22 11:30 319

Esse livro parte da inevitável realidade de que a tecnologia avança a cada dia e de que é preciso que a forma e as ferramentas utilizadas para o ensino se atualizem e se modernizem, visto que os estudantes são nativos digitais e precisam ser preparados para essa nova característica da sociedade.

ROJO, Roxane; BATISTA, Antônio Augusto Gomes (org.). Livro didático de Língua Portuguesa, letramento e cultura da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 2009.

Reunindo diversos artigos, esse livro questiona as intenções atuais do ensino da língua materna, que hoje em dia só prepara os estudantes para avaliações, e não para a vida cidadã, que é a intenção dos referenciais de ensino. Além disso, a obra aborda o processo avaliativo do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) e as propostas de letramento.

ROJO, Roxane Helena; Moura, Eduardo (org.).

Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012. (Estratégias e ensino, 29).

Esse livro traz reflexões sobre o desenvolvimento de tecnologias digitais atuais e a necessidade de permitir que os estudantes compartilhem seus conhecimentos culturais, por meio de novas mídias, para construir novas práticas incorporando novas linguagens à sala de aula.

SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim (org.). Gêneros orais e escritos na escola. Tradução: Glaís Sales Cordeiro e Roxane Rojo. 2. ed. Campinas: Mercado de Letras, 2010.

O livro apresenta questões sobre o ensino dos gêneros escritos e orais na escola, mostrando alguns “caminhos” possíveis na sala de aula e respondendo a dúvidas sobre os modos de fazer e de pensar o ensino de novos conteúdos.

SIGNORINI, Inês (org.). Gêneros catalisadores: letramento e formação do professor. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. (Estratégias de ensino, 3).

A obra reúne trabalhos sobre produção escrita, leitura e análise linguística presentes e ensinadas tanto na escola quanto em cursos de formação continuada dos educadores.

SILVA, Luiz Antônio da (org.). A língua que falamos: português: história, variação e discurso.

São Paulo: Editora Globo, 2005.

O livro traz noções sobre a formação histórica da língua portuguesa e sua situação no mundo, as

variações linguísticas e a língua falada, além de outras pesquisas no campo da linguística.

SOUZA, Ana Lúcia Silva. Letramentos de reexistência: poesia, grafite, música, dança: hip-hop. São Paulo: Parábola Editorial, 2011. (Estratégias de ensino).

A obra utiliza o hip-hop como ferramenta ativa para o letramento dos estudantes, visto que suas letras retratam diversas desigualdades existentes na sociedade brasileira relacionadas a escolaridade, inserção profissional, classe social, gênero, raça e faixa etária.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2016.

O autor apresenta um quadro de referência para orientar o trabalho do professor, relacionando os objetivos de ensino a concepções de gramática e de linguagem e a avaliações linguísticas, do discurso e do texto.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática: ensino plural. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2018.

Esse livro busca auxiliar o professor a cumprir um “ensino plural”, isto é, possibilitar aos estudantes que desenvolvam diferentes conhecimentos e habilidades linguísticas para utilizá-los em situações variadas.

VARGAS, Maria Valíria. Verbos e práticas discursivas. São Paulo: Contexto, 2011. (Linguagem e ensino).

A obra trata de questões sobre identificação, dominação e ensino do uso adequado de diversos tempos verbais da língua portuguesa, com base em estudos do texto e do discurso.

VIEIRA, Silvia Rodrigues; BRANDÃO, Silvia Figueiredo. Ensino de gramática: descrição e uso.

2. ed. São Paulo: Contexto, 2011.

As autoras falam do desafio que é ensinar a língua portuguesa para os estudantes da atualidade e propõem mudanças nas práticas descritivas e pedagógicas para que o ensino seja otimizado, procurando torná-lo mais objetivo diante da nova realidade escolar.

XAVIER, Glayci; REBELLO, Ilana; MONNERAT, Rosane (org.). Semiolinguística aplicada ao ensino. São Paulo: Contexto, 2021.

Essa obra reúne reflexões baseadas na Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, trazendo a aplicação da teoria proposta para o estudo da língua portuguesa em funcionamento com base em uma gramática do sentido.

320 D2-316-320-POR-F2-2102-V6-FINAIS-LA-G24_AVU.indd 320 19/07/22 08:03 320

ISBN 978-85-96-03566-8

9 78 8 59 6 03 5 668

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.