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MACHOS DE PEGADA
Adoráveis sedutores, charmosos até dizer chega, poços de testosterona, eles marcaram suas épocas pelas belas mulheres que tiveram. De diferentes estilos e tribos, são lembrados, aqui, por seus amores
por renato fernandes
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BABY PIGNATARI – O BON VIVANT
Másculo, 1,91 metro de altura, corpão bronzeado da cabeça aos pés – detalhe: calçava 45 –, o latin lover Francisco Matarazzo Pignatari teve um rol de estrelas de cinema internacionais em sua cama. Nascido em Nápoles, criou fama como Baby, apelido que ganhou de uma babá inglesa. Muito bem-educado, em São Paulo, desde criança gostava de aviões. Aos 17 anos, já dava rasantes nas praias de Santos, deixando as mocinhas ouriçadas. Começava aí sua fama de playboy e boêmio. Seus dois primeiros casamentos foram com mulheres de famílias tradicionais: Marina Parodi Delfino e depois Nelita Alves de Lima. Porém, muitas aventuras seguiram depois delas. No fim da década de 1950, Baby teve um romance com a bela atriz hollywoodiana Linda Christian, conhecida por sua participação no filme Tarzan e as Sereias e mais tarde por se tornar a primeira bond girl. Linda adorava um milionário e bonitão. E Baby era os dois. O affair começou em Roma e em pouco tempo Linda estava no Brasil, hospedada no Copacabana Palace, para passarem juntos o Carnaval. Com muita badalação, bailes e beijo na boca, o romance foi propagado pela imprensa. De porres de Baby a desentendimentos entre os dois. No fim, em um gesto nada nobre, Baby convocou uma pequena passeata em frente ao hotel com cartazes escritos “Linda, Go Home”. Marcou época, entrou para a história da imprensa, mas ela não foi: ao contrário, ficou mais dez dias no Rio. Terminava ali o romance.
ILUSTRAÇÃO ISTOCKPHOTO.COM; FOTOS ART Y POMERANTZ / GETT Y IMAGES; FOLHAPRESS Já com a italiana Ira von Fürstenberg, filha de príncipe, se casou. Ela chegou a viver na emblemática mansão das tochas de Baby, no Morumbi, mas a união durou pouco mais de dois anos e o divórcio foi em Las Vegas. E teve lances de grande emoção quando Ira contratou um advogado no Brasil e exigiu pensão anual de US$ 1 milhão – Ira é da família Agnelli, dona da Fiat, isso não era sabido quando ela pediu esse valor. O sonho dela era ser uma grande atriz, mas o máximo que conseguiu foi atuar em comédias eróticas italianas e até mesmo em uma pornochanchada brasileira: fez Desejo Selvagem, de David Cardoso.
Separado de Ira, Baby caiu na noite e não declinou em dar roupas e pertences que a presenteara – como perfumes e vestidos Dior – para mulatas que faziam shows na boate Oásis, na Boca do Lixo, em São Paulo. Nessa época, entre outras conquistas internacionais de Baby, constam as atrizes italianas Rosanna Schiaffino e Elsa Martinelli e a americana Jill St. John. Foi em meados dos anos 1960, pós-Ira, que Baby conheceu a portuguesa Maria Regina Fernandes, sua quarta e última esposa, com quem mais viveu – cerca de dez anos. Passou a sair menos. Em 1974, recebe o diagnóstico: leucemia. E em 17 de outubro de 1976, Regina sai de casa. Segundo Baby revelou ao jornal O Globo, soube que ela estava tendo um romance com o cantor francês Jean Gabilou, que conheceu durante uma das viagens do casal ao Taiti. Baby entrou com um processo contra Regina, requisitando as ações que lhe tinha doado. Teve de ouvir como defesa de Regina que “ela estava cansada da vida infeliz que levava, não suportando mais o jejum sexual que a impotência coeundi (incapacidade de manter relações sexuais) do companheiro a conduzia”. Ela não hesitou em pedir que ele fosse submetido a exame pericial. E ele teve de se sujeitar a esse constrangimento. Baby morreu no dia 27 de outubro de 1977, no Hospital Sírio-Libanês, aos 60 anos, de leucemia, numa crise agravada por cirrose hepática, insuficiência renal e broncopneumonia. Seu corpo foi cremado e suas cinzas jogadas no jardim de sua residência.
TARSO DE CASTRO – O INTELECTUAL “O Tarso é bom de cama”, era o que comentavam as dondocas do Ibrahim – em boca pequena – nas altas rodas cariocas dos anos 1970 e 1980. Gaúcho, excelente jornalista – foi um dos fundadores do jornal O Pasquim –, Tarso nem precisava ser grande conquistador, já que sua fama de bom de cama era tanta que as mulheres se incumbiam de conquistá-lo. Talentoso, adorava beber. Demais. Dinheiro não tinha, seu apartamento no Leblon era uma bagunça, mas poucos homens tiveram tantas belas mulheres dentro de casa. Figura emblemática de Ipa-
nema, ele namorou a maior musa do pedaço: Leila Diniz. Boemia era com o próprio, podia ser encontrado sempre no restaurante Antonio’s. Panteras do high? As mais belas: Noelza Guimarães, Fernanda Bruni e Regina Rosemburgo são apenas algumas. Com a pantera Sylvia Amélia Chagas Freitas – atual baronesa de Waldner – o romance foi quente. Juras e dores de amor pelas ruas de pedras de Búzios. A ponto da família de Sylvia dar um basta e ela seguir para Paris, onde conheceu o marido. Estrelas de Hollywood, Tarso teve e sua fama chegou lá. Na residência de Ali MacGraw, sua amiga Candice Bergen confidenciava sua paixão pelo jornalista. Se conheceram no Hippopotamus no verão de 1978. Foram para a Bahia e ela voltaria outras vezes para os braços dele, chegando a ter a chave de seu apartamento. O romance terminou, mas as marcas dele são grandes na vida da atriz: “Ele era um homem brilhante e autodestrutivo... Um homem sem um centavo e capaz de dar a camisa que levava no corpo. De espírito gigantesco e desejo de morte à altura. Um homem que gostava de beber e de mulheres bonitas”, revelou Candice em sua autobiografia Knock Wood. Tarso de Castro faleceu aos 49 anos de cirrose hepática em maio de 1991. Deixou um filho com Gilda Midani, o tudo de bom João Vicente de Castro, que destila testosterona nos salões e na telinha. João já namorou Cleo Pires e Sabrina Sato. Como diria a máxima do high-society: vem de berço.
MAURÍCIO MATTAR – O ATOR Em meados de 1980, só dava ele. Maurício Mattar estourou de vez, na novela Roque Santeiro, em que interpretava João Ligeiro. Sorriso perfeito e corpo também, ele teve seus dias de muso de Caetano Veloso que o despiu por completo em seu filme O Cinema Falado, em 1986. O reinado como galã de novelas durou quase uma década, levando muitas mocinhas ao delírio. Hoje os tempos são outros, Mattar resolveu se dedicar à música, sua grande paixão, lançou discos e faz shows no subúrbio do Rio, como o que fez numa tarde de junho no Imperator do Méier. Apesar da casa não estar lotada, seu fã-clube de senhoras de cabelo brancos e outras muito pintados, é fiel. Mais de uma vez ele repetia o refrão: “Eu só gozo por você”, deixando algumas ruborizadas e outras encantadas. Mais “cheio” – deixou de fazer uma novela por isso –, camiseta preta e calça desbotada, não parece se preocupar tanto com a aparência.
Mesmo assim, a vida amorosa do cantor é vasta. A cantora Elba Ramalho é mãe de seu filho Luã, nascido em pleno forró
da Bahia. Luã, hoje com 30 anos, lembra o pai nos áureos tempos. Depois de Elba, teve uma filha com Flavia Gracie e outra com a bonita Fabiana Sá.
Outro romance que entrou para o rol da fama foi o que teve com a apresentadora Angélica, com muitas idas e vindas. Angélica esteve firme ao lado dele em momentos de dor e quando se envolveu com drogas. Deborah Secco também o namorou quando eram colegas de elenco na novela A Padroeira, em 2001. E outra belíssima de sua vida foi a atriz Paolla Oliveira - ficaram juntos pouco mais de um ano. Namorador, ultimamente apareceu com a amiga de sua filha Petra, 25 anos mais nova do que ele. Porém, um comercial de batatas fritas de baixíssimo orçamento é que o trouxe de volta à mídia. Está bombando na internet. Sua maior fã continua na primeira fila: dona Liedir, de colar de pérolas elegante e discreta, nunca deixa de prestigiar o filho.
ILUSTRAÇÃO ISTOCKPHOTO.COM; FOTOS MÁRCIO DE SOUZA / TV GLOBO; ANDRÉ GIORGI RICO MANSUR – O PLAYBOY Empresário e bom de taco, Rico Mansur está entre nossos grandes jogadores de polo, coleciona troféus e belas namoradas. Com 1,84 metro, corpo musculoso – treina diariamente na academia e monta a cavalo quatro vezes por semana – e cabelos estrategicamente desalinhados e barba por fazer, fazendo a linha “macho chic”, modelos e atrizes famosas conhecem os encantos do rapaz. Em 2002, teve um romance com a top das tops Gisele Bündchen. Durou poucos meses, até o início de 2003. Com a adorável transgressora Luana Piovani, durou mais. Um namoro cheio de idas e vindas, no qual ele ficou mais conhecido ao figurar em capas de revistas ao lado dela. Foi com Rico que Luana viveu um momento delicado em sua vida. Foi clicada sem calcinha quando foi premiada como melhor atriz em plena Academia Brasileira de Letras. A foto rodou a internet e Luana estava lá, de mãos dadas com ele. Luana chegou a ficar grávida de Rico, em 2004, mas ela perdeu o bebê antes de completar três meses de gestação. O relacionamento dos dois durou dois anos e nove meses. Cheio de idas e vindas, o fim do romance foi anunciado por ela no Twitter. Depois de Luana, Rico namorou Letícia Birkheuer e – sem se assustar – mais uma vez virou capa de revista. Seu namoro com a top Isabeli Fontana durou mais de um ano, mas terminou em 2009. Mais tarde, em 2012, chegou a ficar noivo de outra modelo, a gaúcha Cintia Dicker. Eles marcaram casamento para 500 pessoas, enviaram o Save the Date, mas anunciaram o fim a relação poucos meses antes. A receita do conquistador? Talvez seja uma declaração que deu certa vez: ele ama sexo, ou melhor, é viciado em fazer amor.