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Erva-doce, a preferida de cozinheiros e gourmets

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COZINHA DE PODER

COZINHA DE PODER

CULTURA INC.

POR ELOÁ ORAZEM

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CÂMERA NA MÃO E MULHER

Diretora-presidente da produtora Conspiração Filmes, Renata Brandão agita o mercado com o coletivo Hysteria, que faz conteúdo com olhar feminino NA CABEÇA

Criar novos conteúdos feitos para e por mulheres. Essa é a premissa básica do coletivo Hysteria, núcleo que a Conspiração Filmes implantou em sua estrutura interna. A ideia, levada a cabo pela diretora-presidente Renata Brandão, responde às inquietações do mercado e também atende a uma demanda da própria produtora, a de ter uma visão, um olhar claramente feminino na concepção e realização de seus projetos. Em outubro, o Hysteria começa a levar ao ar seus primeiros trabalhos: a série erótica Desnude, feita para o canal GNT e baseada em depoimentos (picantes) enviados pelo público, com direção de Carolina Jabor e Anne Guimarães; um trio de curtas pornôs protagonizados por não atores e um site com histórias originais. “Falamos de tudo: comportamento, tendências, ciência, amor, maternidade, relacionamento, sexo, pornografia, tesão, beleza. E também não temos problemas em revisitar os velhos estereótipos, se for o caso”, disse Renata em entrevista a PODER. Formada em jornalismo a capixaba de Linhares vem colocando toda tração de que é capaz e já tem números auspiciosos para entregar: nos últimos anos, as atividades de produção da Conspiração decuplicaram. No front da audiência também não há do que se queixar. Uma das séries da empresa, a médica Sob Pressão, fez a Globo, que a exibe, subir oito pontos de audiência no horário da atração, por volta das 23h; já 1 Contra Todos tornou- -se a série de maior audiência da Fox depois do blockbuster The Walking Dead; e Detetives do Prédio Azul lidera nesse quesito no canal infantil Gloob. De volta ao Hysteria, Renata se vê em evolução pessoal junto com o núcleo que comanda. “Está sendo uma jornada incrível não só para me descobrir mulher, mas para aceitar e reconhecer essa ótica feminina das coisas. Por que a força e até a agressividade são características masculinas, por exemplo? Por que não são atribuídas às mulheres? Tenho vivido um processo de ressignificação pessoal enorme.”

É difícil dizer cravar se resistência e flexibilidade são características mais femininas ou masculinas, mas é disso que a executiva vem se servindo para fazer frente à concorrência, que agora chega por muitos lados. “Todo mundo que tem hoje Instagram ou Facebook é um distribuidor de conteúdo. Esse cenário está quebrando uma verticalização até então institucionalizada, de respeitar a janela do cinema, a janela do canal pago, a janela do DVD, a janela da televisão em massa. Essas lógicas estão todas em xeque. A Netflix produz o que quer e exibe quando bem entende para seus assinantes”, analisa.

Isso poderia ser uma pista do que vem por aí, uma Conspiração mais

“Levamos tudo muito a sério, inclusive a diversão, tão importante em momento de crise”

“streaming”, à Netflix? “Vai chegar, vai chegar”, responde Renata.

Enquanto esse momento não vem, a executiva acredita que a Conspiração vem dando uma resposta não só à crise econômica brasileira, mas também em outro plano, o da “confiança, valores e de outras tantas coisas”,

Cenas de Sob Pressão, série da Conspiração que ajudou a Globo a aumentar a audência do horário em oito pontos e a executiva (pág. ao lado)

como diz. “Trabalho todo dia para fazer este país melhor, tomar decisões corretas, sempre pensando nas pessoas e no conteúdo que elas consomem. Sob Pressão, por exemplo, é uma série sobre a realidade dos hospitais públicos do Brasil e dentro desse ‘entretenimento’ a gente entrega um monte de ensinamento: abordamos a questão do transplante, da doação de órgãos e de sangue. Levamos tudo muito a sério, inclusive a diversão, tão importante em momento de crise.”

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ABERTA PARA REFORMA

À frente da Biblioteca Nacional, do Rio, Helena Severo concentra sua atenção não só na restauração do prédio, mas também no reforço dos alicerces da instituição: diálogo, convívio e literatura

Àprimeira vista, a reforma do prédio da Fundação Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, parece ser um dos principais pilares da gestão de Helena Severo, que comanda a instituição desde o ano passado. Embora as obras sejam objeto da atenção permanente e um imperativo para o órgão, que guarda um raro acervo que sofre seguidas ameaças, inclusive aquelas ligadas à climatização precária do edifício, a liderança de Helena se dá mesmo nas entrelinhas: ela tem ajudado a fomentar projetos e atividades que promovem o diálogo e o convívio entre ideias, gerações e opiniões – o verdadeiro alicerce desse patrimônio do país.

Em meio à crise particularmente incisiva do Rio de Janeiro, as coisas parecem andar bem. Em uma quinta-feira chuvosa, por exemplo, centenas de pessoas se aglomeravam na frente da biblioteca para garantir presença no Projeto Diálogos, que convida diferentes pensadores a dissertar sobre determinados temas – a estrela daquela vez era o historiador Leandro Karnal. “As primeiras pessoas começaram a chegar aqui por volta das 15h, três horas antes do horário”, diz Helena, surpresa.

Sempre orbitando o universo da cultura, Helena ocupou, entre outros cargos, os de secretária de Cultura do município e do estado do Rio e o de presidente da Fundação Theatro Municipal – experiências sem dúvida valiosas nessa nova fase.

Helena está especialmente preocupada com o processo de digitalização. “Temos 9 milhões de itens em nosso acervo e apenas 1,2 milhão está digitalizado”, comenta. Apesar do ritmo mais lento do que ela esperava, a carioca sabe que o momento não é para reclamação, ainda mais diante da posição confortável da fundação em plena crise econômica. “Há um esforço muito grande do governo em manter as instituições, e estamos cientes do nosso privilégio diante da verba liberada para as obras no prédio.” O retorno do investimento está de alguma forma aparecendo, já que as visitas à biblioteca mais que dobraram no primeiro semestre de 2017 em relação ao mesmo período do ano passado.

Mais do que validar as novas apostas em exposições, parcerias e palestras, o aumento de interessados pela instituição bicentenária mostra, de acordo com Helena, que apesar das dificuldades morais, éticas e financeiras que o país atravessa, o Brasil “sempre avança”. Fã declarada de Clarice Lispector, Jorge Amado, José Lins do Rego e Manuel Bandeira, Helena se mostra aberta a novos escritores nacionais e ressalta que a equipe se dedica a garimpar mais talentos, nos mais diversos gêneros literários.

Longe da vaidade de querer eternizar sua gestão, ela parece mais preocupada em salvar das marcas do tempo a Biblioteca Nacional. É a história da instituição, afinal, que não pode parar .

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QUANDO A VIDA TE DÁ LIMÕES… Beyoncé faz Lemonade. A diva pop norte-americana lavou a alma nesse que é seu último álbum, com músicas que abordam temas polêmicos, do racismo às supostas traições de seu marido, o midas do rap Jay-Z. Além de faturar como poucos na pop music, a cantora é inquieta. Junto com o lançamento do disco, ela pôs no mercado o livro estilo coffee-table How to Make Lemonade, com 600 páginas ilustradas mostrando o processo criativo por trás do álbum. Há ainda fotos pessoais. Vendida on-line em edição limitada por US$ 300, a obra de capa dura ainda vem acompanhada de dois discos de vinil e código para download do álbum de música e visual.

CINEMA

UM NOVO ALLEN Previsto para 2018, o novo longa de Woody Allen será estrelado por três jovens atores em ascensão: Elle Fanning (foto), a também cantora Selena Gomez e Timothée Chalamet. Ainda sem título definido, o filme é mais uma parceria do diretor norte-americano com a Amazon Studios, da gigante Amazon, responsável pela produção de seus dois últimos longas: Café Society, de 2016, e o ainda inédito Wonder Wheel, com Kate Winslet e Justin Timberlake no elenco.

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