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ESPELHO DA VIDA

Em cena no streaming com Onde Está Meu Coração, que retrata o drama da dependência química, a atriz Mariana Lima destaca a relevância da televisão como ferramenta para debater assuntos necessários do cotidiano

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Onde está o seu coração? O da atriz Mariana Lima está atento aos outros, batendo silenciosamente em modo escuta. “Estamos atravessando um momento de solidão muito dolorido, sofrido, vivendo o luto sem poder enterrar nossos amigos, sem poder abraçar. Por isso tenho ficado atenta em ser um coração que ouve. Neste momento todos nós precisamos de afeto”, lamenta.

Com a mesma intensidade e profundidade que costumam marcar as suas interpretações, Mariana está no ar com Onde Está Meu Coração, série do Globoplay escrita por George Moura e Sergio Goldenberg. Na trama, interpreta a mãe de uma médica dependente química, vivida por Letícia Colin, que busca na droga, o crack, o alívio para as angústias e a pressão do dia a dia. Uma triste realidade comum a todos os níveis sociais.

“A série, as novelas, são exercícios de crônica que espelham a nossa vida. A quantidade de mensagens que eu tenho recebido, de pessoas se sentindo retratadas, é enorme. E como atriz eu me sinto agraciada em poder ser um canal para abordar assuntos tão necessários, porque são questões que precisam ser enfrentadas”, diz ela, que é mãe de duas adolescentes, Elena e Antônia, e levou o tema para a mesa de jantar – a atriz é casada há mais de 20 anos com o ator Enrique Diaz.

Além de Onde Está Meu Coração, Mariana está atualmente envolvida em vários outros projetos – só não está nos palcos, seu habitat mais natural, em razão da pandemia. Para os próximos meses prepara o lançamento do livro de sua premiada peça CérebroCoração, pela editora Cobogó, e aguarda a estreia de três filmes já rodados que estão em fase de finalização: Ela e Eu, de Gustavo Rosa, A Ruptura, de Marcos Saboya, além de 4x4, o primeiro longa-metragem do diretor João Wainer. Também está escalada para a próxima novela das 9, Um Lugar ao Sol, escrita por Lícia Manzo, na qual interpreta uma ex-modelo de 50 anos que revê seu casamento ao se apaixonar por outra mulher. O folhetim pretende levar ao público mais pautas que trazem debates cercados de tabus e preconceitos, como homoafetividade e gordofobia. “É surpreendente que ainda hoje certos assuntos sejam considerados delicados”, observa. “Precisamos nos defender desse ataque conservador. Não existe padrão de conduta, embora queiram nos impor um. É urgente que a gente tenha mais compaixão e respeito com aquilo que é diferente.” n

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“É urgente que a gente tenha mais compaixão e respeito com aquilo que é diferente”

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Direção criativa e produção executiva: Ana Elisa Meyer Arte: David Nefussi Assistente de styling: Rafael Ourives Assistente de fotografia: Nathalia Atayde

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