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CÍRCULO VIRTUOSO
CÍRCULO
VIRTUOSO
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Com quatro décadas de existência, o Mozarteum de Sabine Lovatelli segue firme na missão de democratizar a música clássica e de investir na formação de jovens talentos
POR MÁRCIA ROCHA
Depois de mais de dois anos de atividades virtuais por conta da pandemia, o Mozarteum voltou ao mundo real em grande estilo. No fim de agosto, o Ópera Gala lotou a Sala São Paulo, no centro da capital paulista. No programa, estrelas do Teatro Bolshoi e a Orquestra Acadêmica Mozarteum Brasileiro.
Fundado em 1981 por Sabine Lovatelli, o Mozarteum foi criado para democratizar a música clássica e mostrar que ela não é “um bicho complicado”, como costuma dizer Sabine, uma alemã que mora há mais de cinco décadas no Brasil. Grandes concertos são o cartão de visitas da instituição (nessas quatro décadas foram mais de 1.500 e cerca de 2 milhões de espectadores), mas é o braço socioeducativo que tem feito os olhos azuis de Sabine brilharem ainda mais. Segundo ela, é necessário formar uma nova geração de músicos brasileiros, oferecendo a eles a oportunidade de aprender com profissionais renomados.
Desde 2000, Sabine vem construindo uma rede poderosa de parceiros europeus para receber jovens talentos do país e reforçar sua formação, ajudando a abrir as portas do mercado internacional para eles. “Nos últimos 20 anos, oferecemos cerca de 400 bolsas de estudo”, conta. O Collegium Musicum Schloss Pommersfelden e o Schleswig-Holstein Musik Festival são dois parceiros do Mozarteum, que também recebe o apoio de patrocinadores empresariais Instituto Cultural Vale, EMS, Banco Votorantim, Bradesco, Deloitte e Kinea.
Os programas também se destinam a cantores líricos. A Canto Mozarteum, por exemplo, é uma academia de canto que existe desde 2015 e tem parceria com a Internationale Chorakademie Lübeck, uma das mais importantes organizações corais do mundo. O objetivo é oferecer formação, aprimoramento e oportunidades para jovens cantores brasileiros. Todo ano, 40 bolsistas de várias partes do país vêm a São Paulo para cursos intensivos de uma semana com experts. Os que mais se destacam ganham uma bolsa adicional para estudar na Europa. O paulista Bruno de Sá, por exemplo, passou pelo programa e, atualmente, é um sopranista de sucesso por lá.
Sabine acredita que, para mudar a realidade do país, cenário que piorou muito com a pandemia, é preciso investir na música e na formação de jovens talentos. No início de dezembro vai ser possível ouvir alguns deles. O espetáculo Noite das Estrelas traz 12 solistas brasileiros (de instrumentos e de canto) que tiveram suas carreiras impulsionadas pelo Mozarteum acompanhados pela “orquestra da casa”. n