J.P EDITORIAL
C
om humor inteligente, muito charme e sofisticação na medida – além de um enorme engajamento e muito estilo, Thai de Melo Bufrem transformou a internet num lugar mais criativo, inspirador e divertido. Queridinha das maiores marcas de moda, Thai mostra muito mais do que o look do dia em suas postagens – sem filtro, diga-se de passagem. Aos 35 anos completados em agosto, ela conta que começou a trabalhar aos 30 como vendedora em shopping de Curitiba, onde mora, para ter liberdade financeira e incentiva as mulheres a assinarem os próprios cheques – aliás, alguém ainda assina cheque em tempos de Pix? Também inspira com sua dinâmica familiar: hoje ela é a mãe que trabalha fora, se divide entre Curitiba e São Paulo, e o marido é quem fica com os filhos, compra uniforme, lembra de dar remédio e leva para as atividades extracurriculares. “Compartilhar a nossa história pode ajudar outras pessoas a viverem outras perspectivas”, diz. Thai foi Miss Roraima aos 18 anos, quando estava ali querendo ser aceita, e foi eleita a mais simpática. “O título que mais amo é esse e, hoje em dia, morro de orgulho de falar isso.” Além desse momento pura inspiração, nesta edição resolvemos ampliar os horizontes e junto com a diretora criativa e figurinista Marina Sanvicente fomos atrás de um novo olhar sobre o envelhecimento: viva as com mais de 60! (obrigada, de nada). Marina criou a coluna Ponto V, Envelhecer com Prazer, que estreamos com a artista plástica Patricia Magano, de 66 anos. Uma bela causa no momento certo. Tão certo quanto o escolhido para a poeta Ana Martins Marques dar o ar de sua graça: um dos maiores sucessos da poesia atual, mas sempre reservada e assumidamente tímida, ela conta que desistiu de ser professora e compara seu novo livro, Risque Esta Palavra, a um escudo, e não um espelho, dos tempos atuais. Eu, pessoalmente, sou muito fã dela há bastante tempo. Que orgulho finalmente tê-la por aqui! Mas temos outras novidades mais: a musa do skate, Karen Jonz, que conquistou o Brasil como comentarista dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o artista que está colorindo as paredes mais hypadas do eixo Rio-São Paulo, João Incerti, a fotógrafa e surfista Layla Motta, que mostra sua casa na Vila Madalena e conta quais são as artistas que têm feito sua cabeça. Enquanto isso, na companhia do mascote Scotch e de pequenas coleções de objetos afetivos, a artista e empresária Dulce Horta escolheu um dos prédios mais charmosos de São Paulo para morar e criar. Mas também mergulhamos fundo nestes meses: a escuta no envelhecimento, a desmistificação do luto e o exercício da compaixão fazem a vida ser mais plena, especialmente nos dias de hoje, e isso nos interessa muito. E como seria o mundo se status estivesse ligado a bondade ou compaixão? Isso é o que questiona o professor, escritor e jornalista britânico David Baker: para ele, desenvolver o autoconhecimento e evitar preocupação são habilidades essenciais para viver melhor. E, finalmente, na Última Página, o estilista Ronaldo Fraga conta que a maior loucura que fez foi terminar um casamento feliz de quase 20 anos para seguir as batidas do coração. Ele namora agora o apicultor Hoslany Fernandes. Vale tudo para ser feliz. Ser de verdade. Estamos nessa.
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