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FÁBIO PORCHAT
Quando só se fala sobre empoderamento das mulheres, vem Fábio Porchat colocando o machismo pra jogo. Com muito humor, claro, assim como ele faz em tudo na vida. O comediante que ganhou a internet pintado de azul é hoje um dos nomes mais celebrados da TV. No mês em que estreia a série Homens?, do Comedy Central, ele prova por aqui que eles estão, sim, passando por uma crise existencial, revela quem é sua Judite na vida real e brinca: “A Terra tá tão chata que tem gente acreditando que a Terra é chata de verdade”.
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por fernanda grilo
J.P:Qual o nível de apego dos homens com seus pintos? FÁBIO PORCHAT: Total. Nossa existência sempre esteve ligada em “comer todo mundo”, “gozar 5 litros pra mulher gritar” e “tamanho é documento”. Homem só conta vantagem, nunca fala que está brocha. J.P: Mas ele passa por uma crise existencial? FB: Sim! Até então era tudo ele, até que, “opa, tem mais coisa envolvida nessa equação”. J.P:E como está esse processo? FB: O pessoal de 20 já entendeu, os de 50/60 não vão entender e quem tem entre 25 e 45 faz parte da geração do pobre homem hétero que não sabe como se portar diante das mudanças que já vêm tarde. J.P: Homem quando brocha... FB: Não faz sentido estar vivo. J.P:Para entender seu comportamento, o homem precisa... FB: Se dar conta de que as coisas estão mudando. O homem cresce tendo de provar que não é “viado”. Esse medo vem desde pequeno. J.P:Você já foi machista? FB: Lógico, somos todos, inclusive. J.P: Quando se deu conta que o mundo era assim? FB: Quando era criança, queria brincar com uma menina da escola apaixonada pelo Meu Pequeno Pônei, então peguei a coleção da minha irmã e achei que tinha resolvido meu problema. Minha mãe viu e gritou: “Isso é coisa de menina”. J.P: O que muda com o empoderamento feminino? FB: Perder no imaginário a virilidade e importância. Fomos criados para acreditar que as meninas menstruam e têm filhos, o resto é do homem. J.P: O que uma mulher faz que você não faz? FB: Ela foi criada para aguentar mais os trancos da vida, de passar fome a se depilar. J.P:Você ri do quê? FB: Gente tomando susto. Fico o dia inteiro vendo pegadinha japonesa. J.P: E fazer rir cansa? FB: Não, é o máximo! Tem uma frase maravilhosa do Marcius Melhem: “Fazer rir para as pessoas pensarem é tão importante quanto fazer rir para esquecerem dos problemas”. J.P:Se pudesse mudar alguma coisa em você o que seria? FB: Tiraria a tendência que tenho de engordar para poder comer tudo. J.P: Qual comida te faz quebrar a dieta? FB: Queijo e frios me enlouquecem. J.P: Sua extravagância consumista é...
FB:Viajar de executiva. J.P:Momento de silêncio... FB: Quando durmo. J.P: ...e de mau humor? FB: Quando as coisas não saem do jeito que eu quero. E fico com raiva quando fico doente. J.P: Tem um vício? FB: Já me proibi de comprar livros. Agora tenho de ler dois para comprar um. J.P: Seu bordão é... FB: “Ai, como era grande”, do Paulo Silvino. J.P:O mundo está chato? FB: Tá! A Terra tá tão chata que tem gente acreditando que a Terra é chata de verdade. J.P:Como gostaria de morrer? FB: Lúcido! J.P: Quem é a sua Judite? FB: A Marlene, que existiu de verdade. Só mudei o nome porque acho Judite mais engraçado.
FOTOS JULIANA COUTINHO/ DIVULGAÇÃO; REPRODUÇÃO