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Por que estamos transando tão pouco?

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HORÓSCOPO

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MENOS ROCK’N’ROLL, POR FAVOR

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Um espírito curioso e aberto ao novo é o segredo de Alessandra Negrini não envelhecer nunca. Ainda mais agora com filhos jovens, uma fase leve, paz e amor, e uma estreia engatada na Netflix

por thayana nunes fotos maurício nahas st y li ng m a n u c a r va lho belez a s au l o fonsec a (c a pa mgt)

Agente sabia que uma entrevista com Alessandra Negrini não seria igual às outras. Primeiro pelo local escolhido: nada de conversar no mesmo dia do ensaio, no meio daquela produção toda. Alessandra é focada, perfeccionista, quer se concentrar, nas fotos e no papo, e queria um espaço só para nós, mais calmo e longe do agito todo. Encontro marcado e lá estava a J.P no dia seguinte em um café no bairro dos Jardins, em São Paulo, pertinho da academia que ela frequenta. Logo começamos a falar sobre o ensaio: quero saber sobre o espelho que ela pediu durante os cliques. “É uma técnica que me ensinaram há um tempo e achei ótima.” No estúdio de Maurício Nahas, a cada flash ela via o próprio reflexo em um espelho grande posicionado ao lado do fotógrafo. Alessandra gosta de ser fotografada: deu palpite no resultado, ajudou a escolher os looks com a stylist Manu Carvalho e mostrou referências de cabelo para o maquiador Saulo Fonseca. Vejo isso como um sinal de maturidade, de alguém que se conhece e sabe o que quer. Afinal, Alessandra – pasmem! – completa 49 anos neste mês. Mas, se ela se sente madura é outra história. “Não sei o que é maturidade, na real”, diz, e solta o primeiro de muitos sorrisos. “Acho que eu era mais tensa. Hoje, deixo a vida me levar um pouco mais. Isso é bom...”, fala, reflexiva, e completa: “Estou mais freestyle”. O que significa que aprendeu que “as coisas são difíceis mesmo, que não dá para ter o controle de tudo” e que o segredo é “estar aberta ao novo e ser um aprendiz até o fim da vida”. Seja nos relacionamentos, no trabalho, na relação com os filhos. Parte disso, confessa, é resultado da análise que faz há anos, que a ajuda “a ser menos controladora e deixar a vida fluir com leveza”. “Antes a intensidade era um conceito que achava bonito”, diz. E parte é também pelo relacionamento com os filhos. Adora ser mãe. Viveu intensamente o momento em que o mais velho saiu de casa para correr atrás dos sonhos – Antonio, de 22 anos, de sua relação com Murilo Benício, seguiu os passos dos pais e agora é ator –, e diverte-se muito sendo mãe de uma menina de 15, Betina, de seu casamento com o cantor Otto. “É uma das melhores coisas da vida. Não tem um dia que a gente não dance juntas na cozinha”, conta. O que inclui maratona de Stranger Things, da Netflix, comendo batata frita e chocolate. Nos últimos meses, aliás, ela voltou a ser adolescente com a peça de teatro Uísque e Vergonha, uma das mais importantes de sua carreira: ela produziu tudo, desde o começo. O texto, da autora Juliana Frank, fala sobre uma garota assombrada por traumas, da infância à vida adulta. “É uma peça sobre um romantismo trágico e a personagem tem muito a ver comigo. Uma adolescente que vive no mundo da fantasia, que entra em choque com a realidade.” A temporada de São Paulo acabou e, antes de partir para o Rio de Janeiro, Alessandra engatou um trabalho inédito: uma série na Netflix, Cidades Invisíveis, próxima superprodução do canal do streaming com direito a direção de Carlos Saldanha, o mesmo das animações Rio e A Era do Gelo. Algo totalmente novo para ele e para ela, com um enredo fantástico que vai resgatar o folclore brasileiro. Aparecerá este ano também no cinema com o longa Acqua Movie, um road movie de Lírio Ferreira, rodado no sertão nordestino. Foi filmado há um ano, “ainda bem”. “A gente não sabe quando vai poder fazer cinema de novo”, fala, sobre esse momento de crise da Ancine, a Agência Nacional do Cinema, no atual governo. “Mas sabe, tem um lado bonito da arte: ela resiste.” Apesar de ser superpolitizada, Alessandra não quer falar sobre o tema, “não gosta de contaminar seu dia”, e revela que a pauta da vez para ela é o amor. De todas as formas. Está solteira, recém-solteira, e está buscando mais “doçura e suavidade”. “Todo mundo sempre me enxergou rock’n’roll, mas isso já foi. Agora eu estou mais cor-de-rosa.”

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“Antes a intensidade era um conceito que achava bonito (...) Agora, quero deixar a vida fluir com leveza”

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Arte: Jeff Leal Produção executiva: Ana Elisa Meyer Produção de moda: Camila Lira Assistentes de fotografia: Bruno Guimarães e Debora Freitas Manicure: Rose Luna Tratamento: Fujocka

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