1 minute read
Por Rodrigo Penna
POR DANIELA ARRAIS
Um humor que fala do sentimento que ninguém quer ter: depressão. Dani entrega a história do perfil @estarmorta
Advertisement
@estarmorta
Às vezes tudo o que a gente precisa quando navega na internet é de uma boa dose de humor. O @ estarmorta nos brinda com quadrinhos que retratam a vida da mulher de 30 e poucos anos vivendo na cidade grande, enfrentando dilemas e se valendo do sarcasmo para lidar com questões do mundo. Feito por uma autora que não revela sua identidade, o perfil já ultrapassa a marca de 40 mil seguidores. “Reprimi totalmente meu lado artístico durante anos, nem sabia que tinha um. Amava apreciar arte em museu, mas nunca achei que pudesse fazer. Mas aí fiquei deprimida, lido com depressão há anos. A mais recente achei que fosse morrer – não à toa o nome é ‘estar morta’. Assim como Lana del Rey, eu queria estar morta. Mas não morri, entrei na terapia e a terapeuta deu aquele velho conselho de fazer arte. Ela foi específica: faz quadrinhos, já que você é boa em linguagem. Comecei a fazer, meus amigos começaram a gostar”, lembra. Nas tirinhas, ela fala de saúde mental, feminismo, lacração, relacionamentos, sexo, amizade, bebidas, trabalho. Sempre com
um tom bem ácido. E por que será exatamente esse tom que faz sucesso? “O humor que se faz no Brasil hoje é muito bobo, é muita piada com boleto e litrão, muita repetição. Tenho a impressão que poucas pessoas estavam fazendo esse tipo de piada com saúde mental, depressão. Ainda mais sendo mulher. Percebo que as pessoas se sentem bem de saber que não estão sozinhas nessa, que o que elas sentem é comum.” Sabe quando você vê um post e pensa: alguém traduziu o que estava se passando na minha cabeça? Pois, então. Divirtam-se!
@ESTARMORTA
DANIELA ARRAIS é jornalista, autora do blog @donttouchmymoleskine e sócia da @contente.vc, empresa que promove conexão entre pessoas e marcas