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O que os gregos ensinam sobre a felicidade?

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J.P ENTREGA

J.P ENTREGA

À FLOR DA PELE

É a crise econômica e política, os haters na internet, as fake news, as queimadas na floresta amazônica e as mudanças climáticas... As discussões nunca estiveram tão acaloradas e parece que estamos todos com os nervos à flor da pele. Por aqui, vamos tentando fugir da sensação de que a qualquer momento mais uma bomba vai estourar

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por aline vessoni e thayana nunes

O que deixa você à flor da pele?

SANTIAGO NAZARIAN,

escritor

Acho que mais do que questões externas, esse sentimento de ansiedade e nervosismo é uma questão química. Você pode se irritar com o cachorro do vizinho latindo ou estar de boa com o Nefasto na presidência.

Para minimizar

Eu, que já tomei de tudo nesta vida, hoje em dia tenho de tomar cuidado até com cafeína. Mas atividade física é algo que sempre me acalma e coloca minha cabeça no lugar.

PAULO VON POSER,

artista plástico

Gostaria que fosse só a “arte” minha resposta, mas quando a razão é posta de lado, todo tipo de violência, intolerância e brutalidade. Agora, especialmente, as armas nucleares e as guerras me deixam doido! O mundo precisa realmente de 14.465 ogivas espalhadas por aí?

Para minimizar

Para me refazer eu respiro, desenho, rezo e caminho pelas ruas. Só de entrar em um museu já ajuda muito. E faço arte pela paz, claro. A arte é sempre fruto da indignação e do espanto. Sou superengajado, não tem jeito: grito nas ruas quando necessário. FELIPE VELOSO,

stylist

Essa sensação de ter voz, mas não ter a sua vontade acatada. Hoje, com a internet, a gente tem muito acesso a um macrocosmos, a um mundo de muitas vozes e muitas vontades. No entanto, mesmo com todas essas vozes pedindo mudanças, não somos ouvidos. Estamos paralisados.

Para minimizar

Volto para o meu microcosmos: me concentro, me conecto menos com as coisas, fico mais ligado àquilo que me cerca, no que me abraça e me toca. Retorno para esse “mundinho”.

CALU FONTES,

ceramista

Um show de Caetano, a poesia de João Cabral de Melo Neto... Mas pensando no nosso atual cenário político, fico muito triste de ver a cultura, o meio ambiente e a questão social perdendo cada vez mais importância e representação neste governo.

Para minimizar

Amasso argila para moldar uma nova peça e faço surgir desse sentimento de inconformismo arte e beleza. Abraço minha filha e procuro ter um olhar afetuoso para as pessoas.

PENSO ENQUANTO EXISTO

O professor e doutor em ciências sociais LUIS MAURO SÁ MARTINO adverte: a grande vilã atual é a falta de tempo para reflexão

J.P: O que é estar com os nervos à flor da pele?

LM: Numa primeira impressão, é estar sempre atento, ansioso, esperando agir sem nenhuma razão aparente, estar prestes a explodir. Isso se deve a vários fatores, como a falta de tempo de pensar nas questões com grande profundidade.

FOTOS PAULO FREITAS; ANDRÉ LIGEIRO; GETTY IMAGES; REPRODUÇÃO FACEBOOK; DIVULGAÇÃO

J.P: A falta de tempo então é a grande vilã?

LM: Em partes, sim. É tanta coisa acontecendo e tão rápido que ficamos sem tempo para refletir. É preciso tempo para colocar para dentro, para aprofundar, internalizar as coisas. Quando a gente está à flor da pele tudo acontece ao calor da hora. Este tempo que levamos para entender o que acontece com a gente, seja no trabalho, na política, nas relações pessoais, varia de pessoa para pessoa, mas ele é necessário. Como hoje mal temos tempo de lidar com uma questão e logo aparece outra e tudo precisa ser resolvido pra ontem, surge a ansiedade em suas várias formas.

J.P: Como podemos mudar esse sentimento?

LM: Não tem fórmula mágica para resolver, mas precisamos aprender a lidar com isso em escala individual e coletiva, suavizando a nossa relação com o outro. Porque mais cedo ou mais tarde o nosso corpo manda a conta – esse tipo de comportamento gera desgaste físico e mental –, e normalmente a conta é alta.

J.P: Quais as dicas para não ficar à flor da pele no dia a dia?

LM: Ter empatia, cultivar o diálogo e se conhecer melhor. Quando a gente se conhece melhor, a gente percebe que não é a pessoa mais legal do mundo: assim como todo mundo, temos luzes e sombras. E aí nos damos conta que o outro precisa tanto de acolhimento quanto nós mesmos. Também é importante tirar um tempo para si.

Veja bem, esse tempo não vai vir, você vai precisar criá-lo.

POR OUTRO LADO...

Por FABRÍCIO CARPINEJAR, escritor

“A generosidade me deixa à flor da pele. Alguém que para tudo o que está fazendo para cuidar do outro me arrepia. Fico com vontade de ser amigo. Não há maior riqueza a ser dada hoje em dia do que o próprio tempo. Não há maior manifestação de carinho do que retirar tempo de sua atarefada rotina para oferecer a alguém. Indiferença que é triste. Como sou emoção, eu sinto antes de dizer algo, antes de escolher a palavra, para não machucar ninguém com os meus pensamentos. O coração prepara a presença.”

RESPIRE FUNDO E... Baixe algum aplicativo de meditação – eles funcionam sim! Convide amigos de diferentes perfis para uma noite regada a um papo cabeça e um bom vinho... E tente respeiFAZER O BEM FAZ BEM tar a opinião do outro Olhar para o outro, fazer um trabalho voluntário e contribuir Inscreva-se em um para melhorar o seu entorno é um bom caminho para a mudança curso de escrita ou participe de uma A professora de ioga SOPHIA BISILLIAT passou 20 anos dando roda de literatura aulas de teatro aos detentos do Carandiru. Foi quando uma de na Escrevedeira. É suas alunas perguntou se ela não teria interesse em dar aulas um alimento para na periferia. Não demorou para essa francesa radicada em São a alma Paulo arranjar uma laje no Capão Redondo para fazer o bem. Leia o novo livro de DomeNo primeiro encontro apareceram duas alunas, mas agora, um nico de Masi, Uma Simples ano depois, o Treino na Laje já tem mais de 70 alunos, a maioRevolução: Novos Rumos para ria mulheres. “Ir atrás do que te dá prazer é algo essencial: e o Uma Sociedade Perdida trabalho voluntário é pura alegria.” Faça uma sessão de Barras Para as irmãs MARCELLA e TATIANA MONTEIRO DE BARROS ajudar o outro é muito natural desde a infância – não é à toa que parte da família é voluntária. Entre os muitos movimende Access para deixar para trás emoções, atitudes e crenças que não fazem bem tos que apoiam estão a ONG Liga Solidária e até o GreenpeaReflita sobre Years and ce. “Todo mundo tem algo a oferecer: não é só dinheiro, mas Years, da HBO: a série exibe tempo, uma habilidade. Dá para você ir fotografar um casao futuro de um mundo dismento comunitário, por exemplo, ou dançar com velhinhos”, tópico repleto de crises, da ensina Marcella. política ao social

EM CASA...

Tire um dia de folga e fique de homewear o dia inteiro – que tal? A Trousseau tem opções perfeitas como o cardigã Kathy (R$ 595), da linha Be Our Guest.

@trousseauoficial

Durma com as meias de tricô (R$ 130) da marca de pijamas

Early Bird, de Dulce Horta. São quentinhas e arejadas ao mesmo tempo. @earlybirdjustfordreamers

Invista em uma máscara para cabelo da nova linha The Circle

Chronicles, da italiana Davines. A The Wake-Up Circle ajuda a gente a encontrar o equilíbrio. @davinesbrasil

FOTOS BRUNA GUERRA; GETTY IMAGES;

AMOR À VIDA Há 41 anos, em 1978, nascia na Inglaterra, Louise Brown, o primeiro bebê de proveta do mundo. De lá para cá, a medicina reprodutiva avançou muito e passou a oferecer técnicas menos invasivas e mais sofisticadas. Esses procedimentos estão gerando cada vez mais oportunidades para que pessoas que não conseguem ter filhos de uma forma natural realizem esse sonho. É como diz o lema das médicas MELISSA CAVAGNOLI e AMANDA VOLPATO: “Onde houver 1% de chance, haverá 100% de esperança”. As duas estão à frente da CLÍNICA HOPE, especializada em reprodução humana. “Nossa missão é compartilhar sonhos, renovando a esperança, a fé e os laços familiares, sempre em busca da vida, por meio do atendimento em reprodução assistida”, explica Melissa. Além de um trabalho personalizado e discreto, a dupla, que possui mais de dez anos de experiência na área, ressalta que a ligação e a segurança dos pacientes também são importantes: “Nossa ideia foi montar uma clínica com um ambiente bastante acolhedor, onde os pacientes pudessem se sentir em casa”, completa Amanda. Um alento para milhares de famílias.

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