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Festa de 15 anos

Festa de 15 anos

Em 1961, fiz a clássica festa das meninas de boa família. Lembro que fomos, eu e a tia Olga, na costureira para escolher o modelo do vestido, como se fazia na época. Eu passei a tarde toda folheando figurinos, cada vez mais ansiosa, porque não encontrava um modelo que gostasse.

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Depois de algumas horas, minha tia perdeu a paciência e escolheu o modelo por mim. Saímos para comprar o tecido, um organdi cor de rosa. Quando o vestido ficou pronto, cheio de babados, eu odiei. Mas não tinha mais jeito de voltar atrás. Tive que encarar aquele modelito.

No dia da festa, que foi no Hotel Umbu, um hotel chic da cidade, resolvi raspar os pelos das pernas, o que eu nunca tinha feito. Desajeitada como era, e ainda sou, fiz um corte enorme na perna. Não parava de sair sangue e eu fiquei um tempão secando a ferida. Eu estava apavorada. Liguei para um amigo que cursava Medicina e perguntei a ele o que eu poderia fazer para estancar o sangramento. Ele me disse para colocar açúcar e funcionou.

Minha perna doía muito e eu tinha que dançar à noite. Aquele corte ia ficar visível. Na hora da festa, minha tia colocou base em cima do corte, pus uma meia de nylon e entrei no salão.

Não lembro se minha perna doeu. Acho que a emoção da festa, as danças, a presença da família e dos amigos me fizeram esquecer do corte e daquele vestido horroroso.

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