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Santiago de Compostela e La Coruña, Espanha, 2006

Santiago de Compostela e La Coruña, Espanha, 2006

Fui convidada para fazer a conferência de abertura de um Congresso em Santiago de Compostela no início de 2006. Desembarquei em Madrid por volta do meio-dia. Meu voo para Santiago sairia só à noite. Meu amigo Carlos Tejada, professor da Universidade Carlos III, foi gentilmente me buscar no aeroporto e me levou para almoçar.

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Andamos um pouco pela cidade, tomamos um café e fui até à casa dele dormir uma sesta. No início da noite, ele me deixou no aeroporto. O voo para Santiago estava muito atrasado. Desembarquei às onze da noite e minha mala não apareceu. Depois de algum tempo, um funcionário da Ibéria me trouxe a mala, rasgada, com o fecho rebentado. Apesar disso, não faltava nada. O funcionário que me atendeu informou que eu receberia uma mala nova dentro de dois dias. O pessoal que organizou o congresso tinha me reservado um hotel muito simpático no centro da cidade.

Santiago é o ponto de chegada do famoso Caminho de Compostela, uma rota milenar de peregrinação, considerada o Primeiro Itinerário Cultural Europeu e Patrimônio da Humanidade. A maioria das pessoas faz a caminhada com um propósito religioso. Outras por curiosidade. A peregrinação termina na Catedral de Santiago, onde se encontra o túmulo do profeta Santiago Maior.

Andando pela cidade, encontrei, todo o tempo, peregrinos de todas as idades com mochilas e cajados. É uma cidade pequena e agradável, cheia de ladeiras, com ótimos restaurantes e cafés. É a capital da Galícia, uma província do norte da Espanha. A língua falada é o galego, derivado do português

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no século XIV. Quando eu estava preparando minha apresentação, perguntei a eles em que língua eu deveria falar. Português, me disseram. Nossas línguas são muito próximas. Eu conseguia entender perfeitamente as pessoas.

O congresso foi realizado na Universidade de Compostela, fundada no século XV. Assim que terminou, fui convidada por um dos professores para conhecer La Coruña. Fui até lá, num sábado, almoçar com um grupo de bibliotecários.

Cheguei por volta das 10 horas. Tiago, professor da Universidade, estava me esperando na estação de trem. Demos uma volta no centro. Ele me mostrou alguns belos monumentos. Depois, fomos para um dos cafés e ficamos conversando.

La Coruña fica no litoral da Galícia e é a maior cidade da província. É chamada de cidade de cristal, por suas belas sacadas de madeira e vidro à beira-mar.

A cidade tem muitas tavernas e cafés, sempre cheios e animados. Os habitantes de La Coruña são boêmios e alegres. Imagino que a presença constante do mar contribui para isso (La Coruña fica numa península, onde o mar está sempre presente).

O almoço com os bibliotecários foi muito simpático. Começou às duas horas e foi até as cinco. As refeições dos espanhóis são sempre longas, cheias de histórias e muito riso à medida que as garrafas de vinho vão se esvaziando.

Passei a noite num hotel do centro da cidade e, na manhã seguinte, voltei para Santiago de Compostela, onde cheguei por volta do meio-dia. Naquele dia, eu era convidada para um almoço na casa de Isabel, uma bibliotecária da Universidade. Conheci sua família e depois fizemos uma caminhada pelos

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arredores. Além do almoço delicioso, a Isabel me ofereceu vários livros e alguns discos. Foi uma tarde muito simpática.

Voltei no dia seguinte para Madri tendo no fundo do olho a visão do mar de La Coruña, os lindos prédios e as pessoas simpáticas.

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