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Le Lapin Agile, anos 90

Le Lapin Agile, anos 90

Meu irmão Liberato foi, com sua mulher, Flávia, passar uns dias em Paris na época em que eu morava lá. Passava o seu tempo visitando os lugares míticos da “geração perdida”: a Closerie des Lilas, um café perto de Étoile, que o Scott Fitzgerald frequentava, o Deux Magots e o Café de Flore, entre outros.

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Um dia, me pediu para ouvir música tradicional francesa. Levei-os ao Lapin Agile, o cabaré mais antigo da cidade, fundado em 1860. Esse lugar foi frequentado por Picasso, Maupassant e Brassens, entre outros. Passamos uma noite muito agradável ouvindo canções francesas e bebendo a tradicional cerise à l’eau de vie, o coquetel típico do lugar.

Acho que acertei em cheio. O Liberato ficou fascinado pelo ambiente. Cantou, conversou com as pessoas que estavam na nossa mesa, observou o público e tomou notas para uma crônica.

Liberato voltou várias vezes a Paris. Cada vez que ia, tinha seu ritual: sentava-se, todas as tardes, num café para escrever na companhia de um bom vinho.

À noite, eu me encontrava com ele para jantar e o apresentava a um de meus amigos. Lembro de uma noite agradável que passamos na rue de Javel, onde eu morei por um tempo. Além deles, convidei a Marie-Laure, o Philippe e a Charlotte. Passamos um momento simpático, entre queijos e vinhos.

Nos encontramos, algumas vezes, no final da tarde, no Sarah Bernhardt, um café ao lado do Théâtre de la Ville, para tomar um vinho ou escolher um restaurante para jantar.

O Liberato e a Flávia voltaram para o Brasil no dia da “Fête de la Musique”, que inaugura o verão em Paris, com

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música em toda a cidade. Quando entramos no táxi em frente ao hotel, um pianista tocava as primeiras notas de “La vie en rose” na esquina da avenue des Gobellins.

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