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Paraty, anos 70

Paraty, anos 70

Chegamos a Paraty eu, Maurício e Damião, numa tarde de sexta-feira depois de uma viagem de ônibus descendo a serra. Eu já tinha ido algumas vezes lá, mas adorava voltar sempre àquele lugar sereno cheio de cores, àquela montanha enorme atrás da praia, àquelas ruelas irregulares e casinhas coloridas. Pessoas sentadas no fim da tarde em frente às casas trocando novidades, lembrando histórias, rindo.

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Nos instalamos numa pousada e fomos tomar uma caipirinha na praça principal da cidade. Fumamos um charo.

Pedi a segunda caipirinha, que tomei depressa demais. Fiquei tonta e comecei a passar mal. Damião e Maurício me pegaram pelos braços, um de cada lado, e começamos a dar voltas na praça. Depois da décima volta, me dei conta de onde estava, olhei devagar a praça, meus amigos, a luminosidade do final da tarde, a linda igreja matriz e aquela cidade colonial perdida no tempo.

Era verão. Fomos dar um mergulho.

Na volta, vimos a lua nascer devagar no mar. Sentamonos outra vez no boteco e ficamos dizendo bobagens e rindo. Eram os anos 70, dourados e sonhadores. A vida seguia aberta em frente e as casas de Paraty nos contavam histórias.

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