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Joaozinho e a viagem ao castelo

Joaozinho e a viagem ao castelo

Joãozinho, um amigo de Brasília, foi para Paris estudar música. Ganhava dinheiro tocando flauta e violão no metrô. Era um amor de pessoa, mas meio desligado.

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Fomos, uma vez, tomar um ácido num velho castelo ao norte de Paris. Eu estava meio apreensiva, porque ele era uma figura doce, mas muito frágil. Chegamos lá num final de tarde de outono. O castelo era um squat. Alguns amigos hippies dele estavam morando lá há dois ou três meses. As instalações eram bem precárias.

Ficamos num quarto no último andar e tomamos o ácido. Quando ele “bateu” no meu cérebro e iniciei a minha doce “viagem”, Joãozinho começou a delirar. Via homenzinhos entrando por baixo da porta e começou a ficar com medo.

Eu tive que segurar a minha loucura e a dele. Peguei a sua mão e saímos para dar uma volta, para ver se ele se acalmava. Fazia frio e eu esperava que a caminhada na natureza e o ar fresco fossem tranquilizá-lo.

Depois de algum tempo caminhando, ele começou a serenar. Conversamos muito, ele me contou algumas histórias complicadas da sua família e foi ficando mais calmo. Dei uma canseira nele, caminhando no frio.

Quando voltamos para o castelo, ele pegou o violão e começou a tocar. Ficou tocando o mesmo trecho de uma música sem parar. Eu não aguentava mais, mas não queria melindrá-lo. Finalmente, para minha tranquilidade, por volta das duas da manhã, ele adormeceu.

O pânico da situação acabou completamente com meu doce delírio. Ainda fiquei acordada por algum um tempo,

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depois adormeci. Voltamos para Paris no dia seguinte. Essa foi a minha pior “viagem”. Depois dessa, eu nunca mais quis tomar outro ácido.

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