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Maputo,1983, festa de final do curso
from Distensos verões
Maputo,1983, festa de final do curso
Cadeiras alinhadas na parede, “chamussas”, bolinhos de bacalhau, cocas, vinho, cerveja, “matapa”, feijoada, “caril”. Música estridente, luz fluorescente. Sábado, 4 da tarde.
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As pessoas entram pouco a pouco, tímidas, algumas com crianças. Discursos, elogios, flores para a professora.
Depois, ao ataque. Pratos, barulho de copos, risos. A descontração ainda demora. É preciso que o vinho desça nas gargantas masculinas (por uma estranha convenção, as mulheres do curso não bebem). Nem a mulher do ministro, acostumada a coquetéis.
Timidamente, uns e outros começam a dançar. Pacheleque chega cheio de palavras, dizendo que vai mostrar os seus quinze estilos. Julieta, de trancinhas e vestido claro, acompanha o rebolado.
A maioria permanece nas cadeiras, com um prato na mão. Toca uma “marrabenta.” Mate pula para o salão e estiliza as danças da sua terra com vontade. O pior aluno é o melhor dançarino. Alguns insistem para a professora dançar, por pura delicadeza. Estariam, seguramente, mais à vontade se ela não estivesse lá.
A festa segue até acabar o vinho e a cerveja. Os alunos saem rindo, satisfeitos. A professora segue seu caminho em direção à casa...
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