Revista Escada ed.28

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número 28 | ano 07

Nov/dez 2016

Publicação Sinepe/PR

SINEPE/PR APRESENTA VENCEDORES

DO PRÊMIO DE PRÁTICAS INOVADORAS EM EDUCAÇÃO – EDIÇÃO 2016

CONFIRA OS CASES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO PREMIADAS Entrevista com Esther Cristina Pereira, nova presidente do Sinepe/PR



QUEM É POSITIVO SAI NA FRENTE NO ENEM

320

ESCOLAS CONVENIADAS FORAM PRIMEIROS LUGARES NO ENEM EM COLÉGIO SUAS CIDADES. POSITIVO * ENEM 2015.

1º.

LUGAR NO ENEM* NO SUL DO BRASIL.

O RESULTADO É SEMPRE POSITIVO


e.di.to.ri.al adj m+f

ex.pe.di.en.te adj m+f

SINEPE/PR Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná www.sinepepr.org.br / wwww.facebook.com/sinepepr

Pelo segundo ano consecutivo, o Sinepe/PR promoveu o Prêmio de Práticas Inovadoras em Educação. Tivemos 52 projetos inscritos esse ano. Um crescimento considerável em relação a 2015, quando foram 31 projetos inscritos. Trazemos os cases dos vencedores nesta edição especial da revista Escada, pois acreditamos que belas iniciativas merecem ser reconhecidas dentro e fora da escola, por isso queremos dar vida longa a esta premiação. Na data de entrega do prêmio também aconteceu a posse da nova diretoria do Sindicato, quando assumi o desafio de ocupar a presidência no biênio 2016 a 2018. Durante a nossa gestão quero me dedicar ainda mais em auxiliar as instituições privadas em busca de um crescimento sustentável.

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Boa leitura. Esther Cristina Pereira Presidente Sinepe/PR

CONSELHO DIRETOR BIÊNIO 2016 /2018 DIRETORIA EXECUTIVA Presidente

Esther Cristina Pereira

1º Vice-Presidente

Rosa Maria Cianci Vianna de Barros

2º Vice-Presidente

Dirley Carlos Correa

Diretor Administrativo

Douglas Oliani

Diretor Econômico/Financeiro

Gilberto Vizini Vieira

Diretor de Legislação e Normas

Nilson Izaias Pegorini

Diretor de Planejamento

Lino Afonso Jungbluth

Diretoria de Ensino Diretor de Ensino Superior

José Antonio Karam

Diretor de Ensino Médio

Paulinho Vogel

Diretor de Ensino Fundamental

Ir. Maria Zorzi

Diretor de Ensino da Educação Infantil

Dorojara da Silva Ribas

Diretor de Ensino dos Cursos Livres

Valdecir Cavalheiro

Diretor de Ensino dos Cursos de Idiomas

Magdal Justino Frigotto

Diretor de Ensino das Academias

Ana Dayse Cunha Agulham

Diretor de Marketing

Rogério Mainardes

Diretor de Ensino da Educação Profissional Técnica de Nível Médio Gilberto Paulo Zluhan Diretor dos Cursos Pré-Vestibulares

Renato Ribas Vaz

Diretor da EaD

Wilson de Matos Silva Filho

Diretor de Sistemas de Ensino

Acedriana Vicente

Diretor de Ensino de Pós-Graduação

Carmen Luiza da Silva

CONSELHEIROS 1º Conselheiro

Ailton Renato Dörl

2º Conselheiro

Pedro Roberto Wiens

3º Conselheiro

Naura Nanci Muniz Santos

4º Conselheiro

Roberto A. Pietrobelli Mongruel

5º Conselheiro

Jorge Apóstolos Siarcos

6º Conselheiro

Leonora Maria J. Mongelós

7º Conselheiro

Eloína Helena Farias da Costa Guerios

8º Conselheiro

Gisele Mantovani Pinheiro

9º Conselheiro

José Eldir Ost

10º Conselheiro

Jaime M. Marinero Vanegas

11º Conselheiro

Volnei Jorge Sandri

12º Conselheiro

José Luis Chong

13º Conselheiro

Diogo Richartz Benke

14º Conselheiro

Fernando Luiz Fruet Ribeiro

15º Conselheiro

Wilson Picler

16º Conselheiro

Bruno Ramos Neves Branco

17º Conselheiro

Sérgio Herrero Moraes

CONSELHO FISCAL Efetivos Suplentes Edison Luiz Ribeiro

Ir. Anete Giordani

Armindo Vilson Angerer

Haroldo Andriguetto Junior

Raquel A. M. M de Camargo

Luiz Antônio Michaliszyn Filho

DELEGADOS REPRESENTANTES - FENEP/CONFENEN Ademar Batista Pereira

José Antonio Karam

CONSELHO DE EX-PRESIDENTES DO SINEPE/PR Jacir J. Venturi

Emília Guimarães Hardy

José Manoel de Macedo Caron Jr.

Maria Luiza Xavier Cordeiro

Naura Nanci Muniz Santos

Ademar Batista Pereira

Maria Alice de Araújo Lopes


DIRETORIAS REGIONAIS SINEPE/PR - Regional Oeste (Cascavel) Diretor-Presidente

Gelson Luiz Uecker

Diretor de Ensino Superior

Lucas Renato da Silva

Diretor de Ensino da Educação Básica

Ir. Antonio Quintiliano

Diretor de Ensino da Educação Infantil

Ir. Luquia Banach

Diretor dos Cursos Livres/Idiomas

Denise Veronesi

SINEPE/PR - Regional Cataratas (Foz do Iguaçu) Diretor-Presidente

José Elias Castro Gomes

Diretor de Ensino Superior

Fábio Hauagge do Prado

Diretor de Ensino da Educação Básica

Antonio Krefta

Diretor de Ensino da Educação Infantil

Graziela Rodrigues

e Asperti Basim Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas

Nerval Martinez Silva

e Adriana da Silva Gomes

SINEPE/PR - Regional Sudoeste (Pato Branco/Francisco Beltrão) Diretor-Presidente

Ivone Maria Pretto Guerra

Diretor de Ensino Superior

Hélio Jair dos Santos

Diretor de Ensino da Educação Básica

João Carlos Rossi Donadel

Diretor de Ensino da Educação Infantil

Amazilia Roseli de Abreu Pastorello

Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas

Vanessa Pretto Guerra Stefani

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SINEPE/PR - Regional Campos Gerais (Ponta Grossa) Diretor-Presidente

Osni Mongruel Junior

Diretor de Ensino Superior

Marco Antônio Razouk

Diretor de Ensino da Educação Básica

Irmã Edites Bet

Diretor de Ensino da Educação Infantil

Maria de Fátima

Pacheco Rodrigues Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas

Paul Chaves Watkins

SINEPE/PR - Diretoria da Regional Central (Guarapuava/União da Vitória) Diretor-Presidente Dilcemeri Padilha de Liz

Revista Escada Publicação periódica de caráter informativo com circulação dirigida e gratuita. Desenvolvida para o Sinepe/PR. Editada pela Editora Inventa Ltda - CNPJ 11.870.080/0001-52 Rua Comendador Araújo, 534, 2o andar, sala 4 – Centro - Curitiba - PR Conteúdo IEME Comunicação www.iemecomunicacao.com.br

Diretor de Ensino Superior

Rodrigo Borges de Lis

Jornalista responsável

Marília S. Bobato DRT/PR 6828

Diretor de Ensino da Educação Básica

Juelina Simão Marcondes

Projeto gráfico e ilustrações

D-Lab - www.dlab.com.br

Comercialização

Editora Inventa

Críticas e sugestões

contato@revistaescada.com.br

Diretor de Ensino da Educação Infantil

Jean Felde de Liz

Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas

Marcos Aurélio Lemos de Mattos

SINEPE/PR - Regional Litoral (Paranaguá) Diretor-Presidente

Luiz Antonio Michaliszyn Filho

Diretor de Ensino Superior

Ivan de Medeiros Petry Maciel

Diretor de Ensino da Educação Básica (Ensino Fundamental) Selma Alves Ferreira Diretor de Ensino da Educação Básica (Ensino Médio)

Mirian da Silva Ferreira Alves

Diretor de Ensino da Educação Infantil

Lilian R. M. Borba

Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas

Liliane C. Alberton Silva

A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ

Comercial jessica@iemecomunicacao.com.br marilia@editorainventa.com.br (41) 3253 0553 Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião desta revista. Conselho editorial Esther Cristina Pereira Fátima Chueire Hollanda Ir. Maria Zorzi José Antonio Karam Márcio M. Mocellin Rosa Maria C. Vianna de Barros Rogério Mainardes Aprovação

Esther Cristina Pereira

Impressão e acabamento Logística e Distribuição

Maxi Gráfica e Editora Ltda Correios


ín.di.ce sm

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07

RESULTADO

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HOMENAGEM

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POSSE

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SIMPÓSIO

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ENTREVISTA

33

GESTÃO

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ARTIGO

Prêmio Sinepe/PR de Práticas Inovadoras em Educação – edição 2016

Diretoria do Sinepe/PR eleita para o biênio 2016/2018

Esther Cristina Pereira é a nova presidente do Sinepe/PR

Com a nova gestão, um novo andar Jacir J. Venturi

O adeus do Padre Paulo K. Rhoden, ex-presidente do Sinepe/PR

Sinepe/PR promove debate sobre Educação Superior

Ética no mundo dos negócios, por Sérgio Casella


re.sul.ta.do s.f

T / Adriana Brum F / Imagens cedidas pelas instituições de ensino

PRÊMIO SINEPE/PR DE PRÁTICAS

INOVADORAS EM EDUCAÇÃO

CONHEÇA OS CASES VENCEDORES DA EDIÇÃO 2016 No dia 04 de novembro, o Sinepe/PR revelou os vencedores do Prêmio de Práticas Inovadoras em Educação. Foram 52 projetos inscritos em cinco categorias, conforme as etapas de escolaridade da educação infantil ao ensino superior. Os projetos deveriam contemplar ao menos um dos três temas dentro da grande temática de Inovação: Sustentabilidade, Inclusão Social ou Inovação Pedagógica. A seguir, apresentamos os participantes e os cases dos vencedores de cada categoria:


CATEGORIA:

EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL I

PARTICIPANTES E PROJETOS

• ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE SANTA MADALENA SOFIA

• COLÉGIO SAINT GERMAIN

Interações e Brincadeiras Independentes das Condições do Tempo

Doce Poesia

• ATUAÇÃO CENTRO EDUCACIONAL LTDA 8

• COLÉGIO SEB DOM BOSCO – MERCÊS Descubra um Jeito Novo de Viajar

Família Carente Momento da Direção NAO - Inovação Tecnológica

• ESCOLA BAMBINATA

• CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL SEB DOM BOSCO

• ESCOLA DA COLINA

Hummm... Esta Comida é Deliciosa! Os Benefícios da Alimentação Saudável

• CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL VILA SOFIA Restaurante da Vila

• COLÉGIO AMPLAÇÃO Meu jeito amplo de ser

• COLÉGIO EXPOENTE - ÁGUA VERDE

I Jogos Internos Bambinata 2015

Semeando Valores

• ESCOLA O PEQUENO POLEGAR Educadores do Amanhã

• ESCOLA PÉS NO CHÃO Viva as Diferenças

• ESCOLA SÃO JORGE DE PONTA GROSSA

Se a Criança Governasse o Mundo...

Música na Escola Reciclando e Brincando

• COLÉGIO EXPOENTE – BOA VISTA

• ESCOLA SONHO MEU

Estabelecendo Vínculos Ontem e Hoje: A Evolução dos Meios de Comunicação

• COLÉGIO MARISTA PARANAENSE Cadê a Sombra que Estava Aqui?

• COLÉGIO METROPOLITANA Trânsito + gentil

• COLÉGIO SAGRADA FAMÍLIA “Recordações da Maior Família Que Já Tive Bons Tempos de Criança”

Identidade e Autonomia

• LIGA DAS SENHORAS CATÓLICAS DE CURITIBA Feira de Ciências - Sustentabilidade em Foco

• OPET - BOM RETIRO Inovação Pedagógica: Viajando Através da História

• SER CRIANÇA CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL Colorindo a Natureza


LUGAR

1º PROJETO:

VIVA AS DIFERENÇAS

INSTITUIÇÃO DE ENSINO: ESCOLA PÉS NO CHÃO, CURITIBA

O PROJETO:

Durante dois meses, todas as crianças entre 2 e 5 anos da Educação Infantil da escola participaram ativamente do Viva as Diferenças, projeto que buscou sensibilizar os alunos para as diferenças entre as pessoas e a necessidade do respeito e da inclusão. A escola tem alguns alunos autistas e com Síndrome de Down, apesar de totalmente incluídos em suas turmas, era possível perceber algum receio por parte de outras crianças e adultos da comunidade escolar. Esse foi um dos fatores que gerou a necessidade de discutir o tema com os alunos. O projeto foi dividido em etapas, em que cada tema foi abordado por semana. A escola entrou em contato com a Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que enviou material de divulgação e uma palestrante surda para interagir com as crianças, com tradução em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Foram utilizados, a cada semana e temática, diferentes metodologias para instigar as crianças a perceber e valorizar as diferenças. As crianças leram o livro “Menina Bonita do Laço de Fita” sobre diferenças raciais; tiveram a “ajuda” de personagens da Turma da Mônica como o surdo Humberto, a Dorinha, que é cega, e o Luca, que é cadeirante para compreender que algumas pessoas têm algumas necessidades diferentes. A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ

Na quinta semana, sobre a Síndrome de Down, mais uma personagem da Turma da Mônica, a Tati, portadora da síndrome foi “convocada”. Nesse momento, houve total identificação das crianças com os coleguinhas com Down na escola.

DURAÇÃO DO PROJETO:

Dois meses, entre outubro e novembro de 2015

PÚBLICO ENVOLVIDO:

120 crianças de 2 a 5 anos

OBJETIVOS:

Mostrar que as pessoas são diferentes, despertar o respeito; desenvolver solidariedade; estimular a afetividade; valorizar as diferenças de raça e gêneros, observar situações que levam ao preconceito.

RESULTADOS ALCANÇADOS:

Notou-se um olhar mais amoroso dos alunos perante as diferenças do outro. Entre os pais, percebeu-se engajamento nas redes sociais, em que trocavam informações sobre o projeto, contagiando a todos. Os elogios vindos de toda a comunidade escolar também reforçaram a decisão de transformar o Viva as Diferenças parte do programa curricular.

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LUGAR

2º PROJETO:

VIAJANDO ATRAVÉS DA HISTÓRIA

INSTITUIÇÃO: OPET – SEDE BOM RETIRO, CURITIBA

O PROJETO:

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O Viajando Através da História propôs uma forma de ensino lúdico, prazeroso e significativo para alunos do período integral, com a apropriação de diferentes linguagens expressivas, em atividades para a Literatura Infantil e Arte em encontros realizados em três aulas semanais. O projeto surgiu da necessidade de quebrar alguns paradigmas no processo de ensino-aprendizagem do aluno que fica na escola em período integral, promovendo o desenvolvimento cultural da criança, pelo conhecimento sobre vida e obra de Monet e Aldemir Martins. O ponto de partida foi a contação de histórias a partir do conto “Murrungato do Sapato”, de Maria Elena Walsh. As crianças foram divididas em três grupos, conforme a faixa etária (Integral 1, dos 2 aos 5 anos de idade, com 13 crianças; Integral 2, de 6 e 7 anos, com 15 alunos; e Integral 3, com 16 crianças, entre 8 e dez anos). Participaram de ateliês organizados em diversos espaços da escola. Houve momentos em que os três grupos se reuniram para trabalhos cooperativos. Durante o processo de ensino/aprendizagem, foram utilizadas diversas estratégias como a contação de histórias, rodas de leitura, produção de desenhos, esculturas, aulas-passeio, pesquisa; as crianças assistiram a filmes, escutaram músicas, participaram de jogos e brincadeiras tradicionais.

DURAÇÃO DO PROJETO: 2º semestre de 2015

PÚBLICO ENVOLVIDO:

44 crianças de 2 a 10 anos do Período Integral do Ensino Infantil e Fundamental (1º ao 5º ano)

OBJETIVOS:

A intenção foi promover o desenvolvimento cultural da criança, provocando um novo paradigma de aproveitamento do tempo do aluno em período integral com uma experiência de aprendizado lúdico.

RESULTADOS ALCANÇADOS:

Um dos aspectos mais inovadores e de maior repercussão foi o encantamento das crianças na participação do projeto e a contação de histórias com os bonecos que os pequenos produziram. O processo de criação foi enfatizado, incentivando a imaginação, estimulando o trabalho e sensibilizando para as diversas formas de expressão artística. A repercussão foi tão significativa que uma das histórias produzidas, a “Menina da Lanterna”, foi recontada em outros eventos do colégio.


PROJETO:

LUGAR

RESTAURANTE DA VILA

INSTITUIÇÃO: CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL VILA SOFIA, CURITIBA

O PROJETO:

O projeto Restaurante da Vila nasceu com a ideia de que cada indivíduo possui um manancial de competências e capacidades que se expressam na medida em que lhe é oferecido tempo, espaço e condição para tal. O objetivo inicial era oportunizar às crianças se servirem no almoço. Para tanto, foram adotadas estratégias de transformação do ambiente, com uma sala mudada em restaurante: mesas com toalhas, vasinhos com flores, caixa, balança e mesas para o buffet. O dinheiro fictício foi apresentado às crianças, possibilitando o trabalho com a Matemática, em que foram simuladas situações de pagamentos com notas de diferentes valores. As crianças foram estimuladas a fazer a relação do valor ao peso do alimento. A socialização foi se tornando harmônica a cada semana. Ao ter a oportunidade de servir, pesar, sentar, pegar talheres, guardanapo, servir o chá, descartar pratos, as crianças desenvolvem coordenação motora, controle de movimento, organização do tempo e espaço. A relação com o alimento também melhorou: podendo provar uma grande variedade de sabores, desenvolveram o hábito de ingerir comidas saudáveis.

DURAÇÃO DO PROJETO: A partir de agosto de 2015

PÚBLICO ENVOLVIDO:

Em média 25 crianças de 4 a 6 anos, das turmas do Infantil IV e V e Infantil III – Integral

OBJETIVOS:

Promover o protagonismo, incentivar o uso de garfo e faca na refeições, oportunizar contato com a relação matemática de pesos, medidas, valores, pequenas resoluções de problemas e propor aos alunos desafios cotidianos a serem superados, como respeito e harmonia na fila, servir-se sozinho, ter equilíbrio ao segurar o prato.

RESULTADOS ALCANÇADOS:

Além de os objetivos traçados terem sido alcançados, outros foram atingidos, como notar as crianças mais seguras no ambiente, a autoestima elevada, melhor capacidade para a resolução de problemas, evitando o desperdício, ampliando seu conhecimento de ambientes sociais e suas regras. O impacto em todo o ambiente escolar foi positivo e assertivo. Percebeu-se o despertar do sentimento de pertencimento e colaboração entre educadores e funcionários, além de maior contribuição de sugestões e motivações em ações que contribuem para a autonomia dos alunos.

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CATEGORIA:

ENSINO FUNDAMENTAL II E ENSINO MÉDIO

PARTICIPANTES E PROJETOS

• ATUAÇÃO CENTRO EDUCACIONAL LTDA

• COLÉGIO METROPOLITANA

Coaching Sustentabilidade na prática Talentos em matemática

Identidade Negra

• COLÉGIO POSITIVO Programa Descoberta

• COLÉGIO ACESSO - CAMPO LARGO 12

Meninos e Meninas

• COLÉGIO SAGRADA FAMÍLIA Feira do Empreendedorismo

• COLÉGIO AMPLAÇÃO Talk and Act

• COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS Volta Velha

• COLÉGIO MARISTA PARANAENSE Geração de Valores

• COLÉGIO SAINT GERMAIN Isoposalva

• COLÉGIO SEB DOM BOSCO – AHÚ GrowUp

• COLÉGIO SEB DOM BOSCO – BATEL Construção do Pensamento e Metodologias Interdisciplinares: As Quatro Dimensões da Luz Relações Sociais, Saúde, Economia e Comunicação

• COLÉGIO VICENTINO SÃO JOSÉ Atendimento Educacional Especializado Roda de Conversa

• INSTITUTO EDUCACIONAL EVEREST Segunda Guerra Mundial


LUGAR

1º PROJETO:

COACHING

INSTITUIÇÃO: ATUAÇÃO CENTRO EDUCACIONAL LTDA, CURITIBA

O PROJETO:

A longa experiência na área educacional fez com que a direção da escola percebesse que muitos alunos têm rendimento aquém do esperado por preocupações que não costumam partilhar com adultos. Isso porque muitas vezes percebem seus pais, professores outros adultos próximos sempre ocupados. A partir dessa recorrência que surgiu a ideia do Coaching, em que professores regentes selecionados ganham uma aula livre por semana para conversar, em particular, com cada aluno, colocar-se à disposição para orientação e aconselhamento e até para dar o reconhecimento pelo desempenho e boas atitudes aos bons alunos. A cada sessão de coaching um aluno é convidado a acompanhar o professor a um lugar reservado, que pode ser qualquer espaço da escola e a conversa é confidencial. Há também o coaching coletivo, no início de ano e fechamentos de semestres, sobre assuntos de interesse de toda uma classe. Os 18 professores envolvidos passaram por treinamento profissional para essa nova atribuição. Para que se integrassem à equipe de coachs, tinham de apresentar vontade de querer participar do projeto, além um perfil carismático, de bom ouvinte e empático com os alunos.

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A intenção é que cada aluno fosse ouvido ao menos uma vez por bimestre por seu coach. Houve pais que pediram aos coachs para conversarem determinado tema com seus filhos sobre os quais eles próprios não tiveram sucesso em abordar.

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DURAÇÃO DO PROJETO: Ano letivo de 2014

PÚBLICO ENVOLVIDO:

400 alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental

OBJETIVOS:

Melhorar o rendimento escolar e de relacionamento dos alunos e demonstrar o reconhecimento ao desempenho de alunos exemplares a partir de sessões de coaching, em que os coachs são professores regentes.

RESULTADOS ALCANÇADOS:

Professores mais próximos de seus alunos, estes mais felizes e com rendimentos escolares melhores. A direção tornou o coaching uma estratégia pedagógica permanente a partir de 2015. A melhora do relacionamento aluno-professor é estimada em 100% e pelo menos 30% dos alunos com problemas de notas e relacionamentos apresentaram resultados melhores. Entre os estudantes “exemplares”, todos aprovaram o projeto, em que se sentem reconhecidos e valorizados.


LUGAR

2º PROJETO:

GROWUP

INSTITUIÇÃO: COLÉGIO SEB DOM BOSCO – AHÚ, CURITIBA

O PROJETO:

O GrowUP partiu do princípio que se as gerações, o mercado de trabalho, a comunicação e a sociedade se transformam, a educação precisa estar a frente dessas mudanças. Nesse conceito, o aluno ganha voz e autonomia.

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Para viabilizar a implantação da nova proposta, foi feita a capacitação de docentes e a sensibilização dos alunos. Duas salas de aula foram adaptadas com mobiliário adequado ao uso das diferentes metodologias de ensino, com móveis e espaço modulares e conexão à rede WiFi, que permitem a movimentação física. Os móveis têm encaixes, para o estudo individual ou coletivo, em que os alunos produzem e compartilham seu conhecimento. As aulas são interativas e dinâmicas e os aprendizados acontecem em grupo, aprofundando relacionamentos. O professor é visto não como o detentor do conhecimento, mas como um orientador para que o aluno desenvolva seu próprio conhecimento. Destacam-se as aulas gameficadas (engajando os alunos a partir do jogos), a aprendizagem ativa (o aluno, individual ou coletivamente busca o conhecimento), a aula invertida (o professor disponibiliza os conteúdos antes das aulas para que o tempo em classe seja utilizado para a resolução de problemas) e o ensino híbrido (o acesso ao conteúdo é feito em diferentes plataformas).

DURAÇÃO DO PROJETO: A partir de 2015

PÚBLICO ENVOLVIDO:

315 alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental

OBJETIVOS:

Conceber uma nova forma de pensar a aprendizagem, dando voz e autonomia ao aluno, em salas de aula que têm formato mutável, assim como a disposição das aulas, que priorizam a busca do conhecimento pelo aluno e não mais a centralização no conhecimento do docente.

RESULTADOS ALCANÇADOS:

Em contato com o serviço de Orientação Educacional, comprova-se que, com o GrownUP melhores resultados foram alcançados pelos alunos, inclusive entre alguns identificados como hiperativos ou dislexos. O projeto ainda enfrenta resistência de alguns docentes que se habituaram a um modelo tradicional de ensino, e esforços estão sendo feitos para apoiá-los. Pelos resultados positivos percebidos, em 2016, o GrowUP efetivou-se como um projeto regular do Fundamental II.


PROJETO:

LUGAR

ISOPOSALVA

INSTITUIÇÃO: COLÉGIO SAINT GERMAIN, CURITIBA

O PROJETO:

Isoposalva resultou na produção de acolchoados forrados com isopor com material coletado pelos alunos, depois doados a instituições que atendem pessoas carentes. A ideia surgiu de outro projeto da escola, a Gincana Eco Solidária, que existe há 14 anos, em que entre as provas esportivas, culturais, assistenciais e ambientais, há uma campanha permanente de arrecadação de materiais reciclados. Porém, o isopor não tinha boa aceitação pelas empresas de reciclagem. No projeto, os alunos pesquisaram as propriedades do isopor – isotérmico, limpo, leve, o que o torna ideal para a confecção dos acolchoados. O trabalho consiste em limpar o isopor, picar, ralar, riscar o tecido, costurar, levar até a instituição beneficiada – o Lar de Idosos Santa Luzia, em São José dos Pinhais. A entrega do produto representou momentos de confraternização e socialização com os moradores do Lar. Durante palestras da empresa de embalagens Meiwa (Projeto Planeta Reciclável do Sinepe/PR), a escola teve maior conhecimento sobre o poliestireno expandido (isopor). Com a ajuda da senhora Mide Barh, que sugeriu a confecção dos cobertores, o projeto foi colocado em prática. O grupo de estudantes voluntários do Isoposalva se reúne quinzenalmente em duas equipes. Os primeiros acolchoados foram

levados ao Lar Santa Luzia para teste e aprovados: por serem leves e isotérmicos, são ideais para um público em que materiais pesados reforçariam as dores musculares.

DURAÇÃO DO PROJETO: Desde junho de 2015

PÚBLICO ENVOLVIDO:

22 alunos voluntários do Fundamental II e Ensino Médio

OBJETIVOS:

Envolver os alunos em um projeto que alia o cuidado com o ambiente à ações solidárias. Estimular a confecção dos cobertores de isopor e que mais pessoas atuem no projeto, cuidando do meio ambiente.

RESULTADOS ALCANÇADOS:

O projeto, além de unir o desejo da escola em fazer o bem ao próximo e cuidar do meio ambiente, tem sido um benefício à comunidade. Desenvolveu nos alunos o bem querer pelo próximo, com trabalho voluntário e o envolvimento de toda a comunidade escolar. O protagonismo juvenil é outro destaque: os adolescentes se sensibilizaram com questões ambientais e sociais. No Isoposalva, a atuação dos alunos foi decisiva para o sucesso do projeto.

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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

LUGAR

CATEGORIA:

PROJETO:

REVITALIZE RIO BELÉM - TECPUC INTEGRADO TECPUC – GRUPO MARISTA, CURITBA O PROJETO:

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O TECPUC está localizado às margens do Rio Belém e, em uma análise sociológica, fruto de reflexões feitas durante aulas de Sociologia, Filosofia e Geografia, os alunos descobriram que é o único rio que tem foz e nascente dentro de Curitiba, cortando-a na extensão norte-sul. Na região do Prado Velho, onde está o campus, o rio também trespassa a Comunidade Vila Torres, região de alta vulnerabilidade social. Unindo essas informações, o Revitalize Rio Belém foi formulado para desenvolver nos alunos a consciência de revitalizar esse rio. A forma escolhida foi a de reuniões quinzenais de uma comissão de alunos que programavam as atividades de curto e médio prazo, avaliavam ações realizadas, sempre como protagonistas. Entre as intenções, em 2015, os alunos desenvolveram ações com o Colégio Estadual Manoel Ribas, ao lado do TECPUC. A motivação era “pular o muro”, transpor uma barreira entre as duas instituições, maior que a física: incluía também o preconceito. Os estudantes passaram a se reunir com alunos do 9º ano do Colégio Estadual Manoel Ribas, todos moradores da Vila Torres. Nesses encontros, puderam ouvir os jovens moradores, sentindo o que é ter um rio que corta a comunidade em situação de descaso e puderam vivenciar realidades muitas vezes diferentes

daquelas que vivem, em uma experiência que vai além de conceitos teóricos sobre a questão socioambiental do Rio Belém e a comunidade.

DURAÇÃO DO PROJETO: Ano letivo de 2015

PÚBLICO ENVOLVIDO:

32 alunos do Ensino Técnico Integrado

OBJETIVOS:

Criar nos estudantes do Ensino Médio Integrado, por meio do ensino da Sociologia, da História e Filosofia, condições de formá-los para uma educação voltada ao processo cultural da biologia interior. Resgatar a memória histórica da cidade de Curitiba através do Rio Belém e tudo que o cerca.

RESULTADOS ALCANÇADOS:

O principal resultado alcançado foi a sensibilização dos alunos perante os problemas que a Comunidade Vila Torres sofre pelo estado atual do Rio Belém. A equipe do projeto deseja, até o final de 2016, finalizar a coleta de 3 mil assinaturas reivindicando ao Poder Executivo municipal ações públicas para a melhoria do Rio Belém, priorizando o trecho que corta a Vila Torres.


CATEGORIA:

EDUCAÇÃO SUPERIOR

PARTICIPANTES E PROJETOS

• FACULDADE GUAIRACÁ (GUARAPUAVA)

• UNIVERSIDADE POSITIVO

Práticas Pedagógicas para o Ensino de Ciências Naturais

Alunos Voluntários do Escritório Modelo de Engenharia Civil (EMUP) Apoiam o Desenvolvimento Sustentável Numa Área Quilombola

• FACULDADE TUPY – SOCIESC

Atendimento Psicopedagógico para os Cursos das Engenharias - Estratégicas Educacionais que Visam à Permanência na Universidade

Gestão da Manutenção Taxa de Câmbio, Comércio Exterior

Centro de Inclusão: Implantando Políticas, Práticas e Cultura Inclusiva na Educação Superior GEMAT - Grupo de Estudos de Metodologias Ativas e Tecnologias - Novas Metodologias para a Superação de Práticas Pedagógicas Tradicionais Inovações Pedagógicas na Licenciatura em Pedagogia - Modalidade a Distância

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LUGAR

1º PROJETO:

ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO PARA OS CURSOS DAS ENGENHARIAS – ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS QUE VISAM À PERMANÊNCIA NA UNIVERSIDADE INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE POSITIVO, CURITIBA

O PROJETO:

18

Os cursos e alunos das Engenharias estão entre os que mais sofrem com a evasão escolar na graduação. Uma pesquisa da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) aponta um índice de evasão em torno de 48% dos ingressantes nos dois primeiros anos de graduação. Para combater a alta taxa de desitência de graduandos nos seus cursos de Engenharia, a Universidade Positivo instituiu o Projeto Atendimento Psicopedagógico voltado para estudantes dos dois primeiros anos que buscaram o cancelamento, trancamento e transferência de curso, desenvolvendo estratégias de acolhimento e identificação com o curso. Entre os objetivos dos atendimentos realizados, estava identificar quais obstáculos interferiam na aprendizagem universitária, promover oficinas de aprendizagem, orientar os estudos a partir de estratégias psicopedagógicas, acompanhar o desempenho desses alunos. As oficinas de aprendizagem são realizadas uma vez por mês, seguindo um cronograma de temas como comportamento, competências e habilidades, estratégias e técnicas de estudos, formação profissão, desenvolvimento pessoal e solução de conflitos. A partir dos atendimentos realizados, percebeu-se que os alunos da manhã apresentaram mais dificuldade de

identificação com o curso, mostram-se inseguros quanto a escolha profissional enquanto os alunos do período noturno mostram-se mais independentes, porém menos participativos em oficinas e grupos de estudos e com maior dificuldade de conciliar estudo e trabalho como motivos para a desistência do curso.

DURAÇÃO DO PROJETO: Anos de 2014 e 2015

PÚBLICO ENVOLVIDO:

965 alunos, dos turnos matutino e noturno, dos dois primeiros anos de Engenharias

OBJETIVOS:

O projeto é focado na retenção do aluno nos cursos de Engenharia, com o objetivo de trabalhar com as manifestações de angústias, dúvidas e incertezas quanto à escolha do curso, baixo desempenho acadêmico, problemas de relacionamento e dificuldades de aprendizagem, entendidos como primeiros sinais de evasão.

RESULTADOS ALCANÇADOS:

Dos casos atendidos, houve uma reversão de 19% das intenções de cancelamento do curso em 2014. No mesmo ano, entre os alunos atendidos, outros 19% cancelaram sua matrícula.


PROJETO:

LUGAR

TAXA DE CÂMBIO, COMÉRCIO EXTERIOR

INSTITUIÇÃO: ESCOLA TÉCNICA TUPY / SOCIESC, CURITIBA

O PROJETO:

O Taxa de Câmbio, Comércio Exterior é um workshop sobre taxa de câmbio, comércio exterior, balanço de pagamentos, relações internacionais e negociação aplicado na disciplina Economia e Mercado, destinado aos alunos de graduação das engenharias contempladas com esse tema em suas grades curriculares.

bens e serviços, distinguissem balança comercial de balança de pagamentos, diferença de déficit e superávit e empregassem técnicas de negociação.

O primeiro workshop foi realizado no 2º semestre de 2013, sendo aplicado semestralmente em cada classe desde então. Por meio de um jogo, os estudantes acompanham a dinâmica da conjuntura econômica internacional.

PÚBLICO ENVOLVIDO:

A cada workshop, os alunos formam duplas ou trios que representam países para comercializar bens e serviços, pagando-os em suas respectivas moedas, convertendo-as para outras moedas estrangeiras. O dinheiro é representado em notas em miniatura dos respectivos países; os bens e serviços de importação ou exportação representados são cartões impressos com a imagem. A dinâmica do jogo se estende por oito horas/aula da disciplina, durante quatro semanas. Essa duração temporal permite experienciar variações de câmbio. A intenção era que, ao final de cada ciclo, os participantes realizassem com correção a conversão entre moedas, conhecessem a dinâmica das relações internacionais de comercialização de

DURAÇÃO DO PROJETO:

Desde o 2º semestre de 2013

160 alunos entre o 2º semestre de 2013 e o 2º semestre de 2015 da disciplina Economia e Mercado

OBJETIVOS:

Oferecer uma nova proposta pedagógica para a disciplina de Economia e Mercado e satisfazer, de forma lúdica, o interesse dos alunos pelo assunto. Por meio de um jogo, permitir aos estudantes experimentar situações de transações comerciais internacionais, como conversão entre moedas.

RESULTADOS ALCANÇADOS:

Os eventos realizados mostraram-se altamente positivos, constando nos planos de ensino futuros. A repetição e o aperfeiçoamento da atividade, desde sua criação e sua primeira aplicação, evidenciam a excelente aceitação por parte dos alunos e um diferencial para a disciplina de Economia e Mercado.

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LUGAR

3º PROJETO:

INOVAÇÕES PEDAGÓGICAS NA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – MODALIDADE À DISTÂNCIA

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE POSITIVO, CURITIBA O PROJETO:

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Por vezes, as práticas de ensino dos cursos à distância podem não conseguir estabelecer uma relação entre teoria e prática diante das condições dessa modalidade de ensino. Com base nessa dificuldade, buscou-se a ressignificação dos momentos práticos do curso à distância da licenciatura em Pedagogia ofertada pela Universidade Positivo, com metodologias ativas.

Além disso, para que os estudantes vivenciassem o ambiente acadêmico mesmo estudando à distancia, foram organizadas reuniões com a coordenação e apoio pedagógico e um chá com o tema “Sentimento de Pertencimento” e pesquisas de avaliação são feitas com os alunos para que relatem suas impressões sobre a dinâmica do curso.

O processo de mediação pedagógica e interação do curso ocorre pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Blackpoard Learn. A relação professor-tutor e aluno foi tanto pelo AVA quanto nos encontros presenciais, a cada 30 dias.

PÚBLICO ENVOLVIDO:

Optou-se por incluir outras atividades nos momentos práticos, como palestras com professores de renome nas diferentes áreas de atuação, organização de gincanas que oportunizassem a aprendizagem colaborativa e construção de portfólios das atividades. Durante os encontros presenciais, foi possível verificar o envolvimento dos alunos com as práticas do curso como o Peer Instruction (instrução em pares) e o Problem Based Learning (Aprendizagem Baseada em Problemas), metodologias que visam tornar o aluno protagonista no processo de construção do conhecimento, articulando teoria e prática.

150 alunos do 1º ano de Licenciatura em Pedagogia

OBJETIVOS:

Sendo um curso à distância, a intenção foi que os acadêmicos vivenciassem o ambiente universitário.

RESULTADOS ALCANÇADOS:

A adesão aos encontros presenciais vem se consolidando como um diferencial do curso, com participação de mais de 80% dos acadêmicos; a ampliação da ação mediativa/reflexiva nas ações do professor tutor que, em contrapartida, recebe gradativamente dos alunos a resposta, com a qualidade nos questionamentos e solicitações. Também se percebe envolvimento expressivo dos acadêmicos nas redes sociais que envolvem o curso, reforçado o sentido de unificação e pertencimento.


CURSOS LIVRES

PROJETO:

LUGAR

CATEGORIA:

PROJETO E-BOARD: O USO DE QUADROS INTERATIVOS PARA O ENSINO DE INGLÊS INSTITUIÇÃO: PHIL YOUNG’S ENGLISH SCHOOL, CURITIBA O PROJETO:

A implantação dessa nova tecnologia, Quadro Interativo, foi feita, como projeto piloto em quatro salas de aula e atualmente está presente em todas as salas de todas as unidades. O Quadro Interativo, com sua multimodalidade, revolucionou o esquema de aulas em classe, pois possibilita o acesso imediato, durante as aulas, a conteúdos intermináveis. Além disso, proporciona algo muito importante no processo ensino-aprendizagem dos dias atuais: a interatividade. Um quadro interativo é um equipamento que depende de uma ligação com um computador e projetor de dados; funciona com base em um software operacional que permite aos professores criarem seus próprios materiais de ensino e interagirem com os alunos dentro e fora de sala. Para a implantação do novo sistema, foi necessário planejar o treinamento para que os 88 professores estivessem treinados nas ferramentas fundamentais do software. Essa capacitação é uma maneira de tornar os professores confiantes no uso das ferramentas de inovação para promover o desenvolvimento profissional e garantir melhores condições de aprendizagem. Se um aluno tem uma dúvida sobre um vocabulário específico, por exem-

plo, o professor pode acessar as imagens na internet e resolver o problema imediatamente; ou o professor pode preparar sua aula com base em conteúdos atuais de noticiários internacionais, inovando em termos de planejamento.

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DURAÇÃO DO PROJETO: Desde 2013

PÚBLICO ENVOLVIDO: 3.280 alunos

OBJETIVOS:

Oportunizar aos estudantes de uma língua estrangeira a interatividade dos estudantes com o conteúdo, ao permitir a ampliação de possibilidades de informações e formas de se conduzir o processo ensino/aprendizagem.

RESULTADOS ALCANÇADOS:

Foi possível constatar que existe um efeito motivacional nos aprendizes de uma língua não nativa ao usar a lousa digital interativa. Por meio de pesquisa aplicada aos alunos e professores, em torno de 95% dos envolvidos estão muito satisfeitos com esta ferramenta didática e entendem que o E-Board é essencial para tornar o processo de aprendizagem mais eficiente e eficaz. Foi possível perceber uma euforia muito grande por parte dos professores, traduzida pelos benefícios trazidos pelo quadro.

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LUGAR

2º PROJETO:

PROGRAMA DE FORMAÇÃO PARA AGENTES DE LIMPEZA INSTITUIÇÃO: CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NAHYR KALCKMAN DE ARRUDA –CEPNKA, ALMIRANTE TAMANDARÉ

O PROJETO:

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Entre os cursos ofertados pelo Centro de Educação Profissional Nahyr Kalckman de Arruda (CEPNKA) desde 2013, o de Limpeza Básica foi o de maior procura, seguido do de Limpeza Hospitalar, sugerindo a necessidade de reformulação da formação ofertada. Percebeu-se que a estrutura dos cursos precisava de maior dinamicidade e flexibilidade, voltando-se ao mercado com temas mais pontuais e a possibilidade de formação continuada. Duas questões foram norteadoras: como proporcionar a eficaz aprendizagem do trabalhador de baixa renda (predominante nesse setor) e como identificar as necessidades do mercado de trabalho, que vem sofrendo bastante influência de novas tecnologias, equipamentos e produtos. Foi implantado um projeto piloto de aulões de formação complementar, com duração de 8 horas e o curso tradicional foi reestruturado, dividido por temas, com diferentes níveis, equivalentes a formação básica, intermediária e avançada, com certificações “Bronze”, “Prata” e “Ouro”. As salas de aula tornaram-se “salas ambiente”, em que os alunos podem identificar o conteúdo e interagir, como a sala de tratamento de piso, a de limpeza administrativa, o espaço para prática de

limpeza de banheiros, limpeza de vidros e a sala ambiente de limpeza hospitalar. Houve encontros com professores para compor discurso e prática pedagógicos adequados e em consonância com o programa, além da elaboração e teste do material didático.

DURAÇÃO DO PROJETO: Desde 2013

PÚBLICO ENVOLVIDO: 5.259 alunos dos cursos de Limpeza Profissional

OBJETIVOS:

A reestruturação do curso profissionalizante de Limpeza Profissional, visando a melhor capacitação e qualificação de profissionais para desempenhar atividades de limpeza e conservação, por meio de ações e programas específicos, favorecendo a prática laboral com qualidade e consciência.

RESULTADOS ALCANÇADOS:

A percepção foi de que os aulões resultaram em maior aderência do público do que os cursos contínuos. Esses aulões deram base a toda mudança nos cursos da instituição e na seleção de professores, que passaram a ser contratados a partir da aplicação de um tema a um grupo específico, sendo redirecionados pra atuar em áreas afins à sua formação.


PROJETO:

LUGAR

CIDADANIA, TRABALHO, INCLUSÃO É… TRANSFORMAÇÃO ESCOLA ESPECIALIZADA PRIMAVERA, CURITIBA

O PROJETO:

Pela necessidade de aprofundar o conceito de Trabalho na teoria e na prática, surgiu na escola o Projeto Trabalho e Inclusão – Do Saber Fazer ao Ser, uma proposta desafiadora para educandos com deficiência intelectual, dos 6 aos 35 anos. As turmas da Educação de Jovens e Adultos 4 da professora Edicléia Cruz da Silva assumiram o tema Trabalho e Inclusão e a responsabilidade de aprofundar o assunto por meio da interação das famílias no espaço escolar.

o olhar ao processo de inclusão e consequente socialização do jovem com deficiência intelectual.

Durante a Semana da Mulher, as turmas pesquisaram sobre profissões em que as mulheres exercem na dupla jornada; as famílias foram convidadas para relatar suas caminhadas profissionais. As experiências foram compartilhadas com as outras turmas. Dois ex-educandos relataram suas expectativas e caminhada profissional.

OBJETIVOS:

Semanalmente, foram desenvolvidas atividades referentes aos temas primeiro emprego, trabalho infantil, autônomo, concursado, assalariado, escravo, escravidão indígena, catadores de lixo, sempre com o lema “Cidadania, Trabalho e Inclusão é... Transformação”, realizando confecção de painéis, murais, jogos pedagógicos e outras atividades.

O projeto gerou nos estudantes a compreensão do conceito de Trabalho, despertou neles o interesse por atividades diferenciadas que antes não faziam parte de seu repertório. No início de 2016, dois alunos foram admitidos em um processo seletivo de uma empresa.

O projeto reforçou a construção de habilidades, competências, autonomia, empreendedorismo, cooperativismo, solidariedade. Também dirigiu

DURAÇÃO DO PROJETO:

Fevereiro a dezembro de 2015

PÚBLICO ENVOLVIDO:

17 educandos das turmas matutina e vespertina da Educação de Jovens e Adultos 4

Aprofundar a essência do trabalho como atividade que ocupa grande parte da vida das pessoas, possibilitando a satisfação não só para a sobrevivência, mas também de necessidades sociais, culturais, artísticas e espirituais nas experiências vivenciadas e assistidas.

RESULTADOS ALCANÇADOS:

A participação das famílias foi essencial, fortalecendo a autoestima e o respeito. A partir desse projeto, surgiu o Grupo de Famílias que desde maio de 2016 reúne-se mensalmente para discutir temas pertinentes ao dia a dia dos educandos.

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SINEPE/PR ELEGE DIRETORIA

PARA BIÊNIO 2016/2018 No dia 10 de outubro de 2016, foi realizada a assembleia geral para eleição do Conselho Diretor do Sinepe/PR para o biênio 2016/2018. A assembleia proclamou eleita a chapa inscrita, mediante a simples manifestação favorável dos presentes.

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A posse ocorreu no dia 04 de novembro, logo após a cerimônia do Prêmio Sinepe/PR de Práticas Inovadoras em Educação, no Espaço Torres, em Curitiba. Cerca de 400 pessoas estiveram presentes no evento. Confira a seguir os membros eleitos e algumas fotos da premiação e da posse.

DIRETORIA EXECUTIVA Presidente: Esther Cristina Pereira 1.º Vice-Presidente: Rosa Maria Cianci Vianna de Barros 2.º Vice-Presidente: Dirley Carlos Correa Diretor Administrativo: Douglas Oliani Diretor Econômico/Financeiro: Gilberto Vizini Vieira Diretor de Legislação e Normas: Nilson Izaias Pegorini Diretor de Planejamento: Ir. Lino Afonso Jungbluth Diretor de Ensino Superior: José Antonio Karam Diretor de Ensino Médio: Paulinho Vogel Diretor de Ensino Fundamental: Ir. Maria Zorzi Diretor de Ensino da Educação Infantil: Dorojara da Silva Ribas Diretor de Ensino dos Cursos Livres: Valdecir Cavalheiro Diretor de Ensino dos Cursos de Idiomas: Magdal Justino Frigotto Diretor de Ensino das Academias: Ana Dayse Cunha Agulham Diretor de Marketing: Rogério Mainardes Diretor de Ensino da Educação Profissional Técnica de Nível Médio: Gilberto Paulo Zluhan Diretor dos Cursos Pré-Vestibulares: Renato Ribas Vaz Diretor da EaD: Wilson de Matos Silva Filho Diretor de Sistemas de Ensino: Acedriana Vicente Diretor de Ensino de Pós-Graduação: Carmen Luiza da Silva

CONSELHEIROS 1.º Conselheiro: Ailton Renato Dörl 2.º Conselheiro: Pedro Roberto Wiens 3.º Conselheiro: Naura Nanci Muniz Santos 4.º Conselheiro: Roberto A. Pietrobelli Mongruel 5.º Conselheiro: Jorge Apóstolos Siarcos 6.º Conselheiro: Leonora Maria J. Mongelós 7.º Conselheiro: Eloína Helena Farias da Costa Guerios 8.º Conselheiro: Gisele Mantovani Pinheiro 9.º Conselheiro: José Eldir Ost; 10.º Conselheiro: Jaime M. Marinero Vanegas 11.º Conselheiro: Volnei Jorge Sandri 12.º Conselheiro: José Luis Chong 13.º Conselheiro: Diogo Richartz Benke 14.º Conselheiro: Fernando Luiz Fruet Ribeiro 15.º Conselheiro: Wilson Picler 16.º Conselheiro: Bruno Ramos Neves Branco 17.º Conselheiro: Sérgio Herrero Moraes Conselho Fiscal (Efetivos): Edison Luiz Ribeiro; Armindo Vilson Angerer; Raquel A. M. M de Camargo (Suplentes): Ir. Anete Giordani; Haroldo Andriguetto Junior; Luiz Antônio Michaliszyn Filho. Delegados Representantes FENEP/Confenen: Ademar Batista Pereira e José Antonio Karam. O Conselho de Ex-Presidentes será composto pelos seguintes membros: José Manoel de Macedo Caron Jr., Naura Nanci Muniz Santos, Maria Alice de Araujo Lopes, Maria Luiza Xavier Cordeiro, Emília Guimarães Hardy, Ademar Batista Pereira e Jacir J. Venturi.


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Todas as instituições de ensino que enviaram projetos para o Prêmio Sinepe/PR de Práticas Inovadoras em Educação receberam certificado de participação. Ao todo foram 52 projetos inscritos na edição 2016.

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1, 2, 3 - Jurados do prêmio receberam placa de homenagem das mãos de Jacir j. Venturi e de Esther Cristina Pereira. Nas fotos os jurados William Klein, Joe Garcia e Naura Muniz Santos

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4, 5, 6, 7, 8, 9 - Representantes das instituições de ensino vencedoras 10 - Equipe do Sinepe/PR 12.

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11 - Público presente no evento chegou a 400 pessoas 12 - Amábile Pacios, representante da FENEP 13 - A presidente empossada Esther Cristina Pereira recebe homenagem da equipe da FENEP e do ex-presidente Jacir Venturi.


Os primeiros colocados de cada categoria da premiação: Sandro Zanon da Escola Atuação, as professoras da Universidade Positivo, Fernanda Carvalho e Liliamar Hoça, a presidente empossada Esther Cristina Pereira, Viviane Delfino do Phil Young’s School, Roberta Obladen da Escola Pés no Chão e os representantes do TECPUC, Silmara Aibes e Elcio Miguel Prus.

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Homenagem à professora Maria Luiza Xavier Cordeiro, membro do Conselho de ex-presidentes do Sinepe/PR.

Membros eleitos da nova diretoria A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ


en.tre.vis.ta s.f

T / Marília Bobato F / Cleon Antunes Pereira

NA LUTA POR

MAIS AUTONOMIA Fundado há 69 anos, o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná (SINEPE/PR) representa mais de 2.300 instituições de ensino privado - da educação infantil ao ensino superior, além de academias, cursos livres e escolas de idiomas. No interior do estado são cinco escritórios regionais, além da sede em Curitiba e uma diretoria na regional Litoral. À frente das demandas do setor está a nova diretoria eleita para o biênio 2016/2018, que terá como presidente a educadora Esther Cristina Pereira.

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Participante ativa do Sindicato desde 2006, Esther Cristina já ocupou os cargos de diretora do ensino fundamental e vice-presidente. Durante esses dez anos, coube também a ela organizar a agenda de cursos e eventos trabalhando temas importantes como a inclusão na escola particular, data de corte, além de temas burocráticos que pediam constante revisão como licenças da vigilância sanitária e do corpo de bombeiros.

A NOVA PRESIDENTE DO SINEPE/PR, ESTHER CRISTINA PEREIRA, acredita no protagonismo na defesa da educação privada no Brasil; confira os planos para a sua gestão na entrevista a seguir

Na presidência, Esther Cristina deseja fortalecer ainda mais os laços com as regionais e com os outros dois sindicatos patronais do estado (localizados em Londrina e Maringá) para somar forças e lutar pelas demandas comuns do setor. Também é um item importante na agenda da presidente melhorar o trânsito dos temas do Sinepe junto à Federação dos Estabelecimentos Particulares de Ensino da Região Sul (FEPEsul) e à Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP). Confira a seguir, a entrevista com a presidente Esther Cristina Pereira, realizada logo após a posse que ocorreu no dia 04 de novembro.


REVISTA ESCADA - Uma das maiores funções do Sinepe/PR é ter representatividade junto a entidades e órgãos públicos. Quais são as principais reivindicações do setor para o próximo ano? ESTHER CRISTINA PEREIRA – Na minha gestão pretendo participar ativamente das questões políticas relacionadas à educação em Curitiba e no Paraná como um todo. Caberá às regionais fazerem o mesmo, dialogar com a Câmara Municipal de suas cidades e apresentar as demandas para a Assembleia Legislativa. Também quero estar ainda mais perto da FENEP para observar atentamente os movimentos do governo com relação a assuntos mais relevantes do momento, como o Fies e o Pronatec que atingem diretamente o funcionamento das instituições de ensino superior do país. Vamos continuar acompanhando a medida provisória da reforma do ensino médio e verificar o que vai acontecer com a educação básica por conta desta nova medida. RE – Como o Sindicato pode auxiliar diretamente as instituições que pertencem a sua base? EC – Queremos ser protagonistas na defesa da educação privada no Paraná e no Brasil. Somos o estado com mais sistemas de ensino do país, somos referência em Ensino a Distância. O Sinepe/PR pode atuar como um agente das escolas na captação de matrículas, formação de gestores e de professores. Queremos auxiliar as instituições da rede particular no engajamento da aquisição de novos estudantes e mantêlas informadas sobre temas relevantes como a lei da inclusão e do deficiente, por exemplo.

“Nossa luta junto às escolas é para que elas tenham autonomia, para que possam trabalhar com seus estudantes de maneira ética e verdadeira, entregando um ser humano de valor à sociedade.”

RE – O Sindicato tem projetos como a Mostra de Responsabilidade Social em prol do Pequeno Colotengo e a Mostra de Resíduos Sólidos. Qual a importância de envolver diretamente as instituições e os alunos em projetos como estes? EC - O Sinepe/PR já é tido como uma referência para outros Sinepes do Brasil. Queremos ampliar as boas iniciativas que o Sindicato possui. Estas Mostras são ótimas oportunidades para as escolas levarem ao conhecimento da sociedade todo o trabalho que desenvolvem com os alunos. Desde 2010 realizamos a Mostra de Responsabilidade Social da Escola Particular e a Mostra de Resíduos Sólidos em Curitiba. Este ano, levamos a Mostra de Resíduos Sólidos para Ponta Grossa e para 2017 queremos levar o evento para Foz do Iguaçu.

Nossa luta junto às escolas é para que elas tenham autonomia, para que possam trabalhar com seus estudantes de maneira ética e verdadeira, entregando um ser humano de valor à sociedade.

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“Hoje atendemos em torno de 2 mil profissionais por ano em nossas maratonas e encontros, e as necessidades dos associados são diversas.”

RE – O calendário de cursos e eventos do Sinepe/PR traz temas e palestrantes que auxiliam no dia a dia da escola. Como é feito esse planejamento e como tem sido o retorno do público? EC - Hoje atendemos em torno de 2 mil profissionais por ano em nossas maratonas e encontros, e as necessidades dos associados são diversas. Nestes dez anos organizamos todo o processo com o calendário semestral de cursos e eventos com palestrantes que realmente fazem a diferença para a escola particular. O foco sempre foi nas necessidades de formação continuada dos profissionais, desde a educação infantil ao ensino superior. Temos realizado os eventos com o objetivo de auxiliar as instituições em temas como: inclusão, metodologias, oficinas de como trabalhar a sala de aula, gestão de sala de aula, gestão da escola. RE - Em relação ao trabalho com as regionais, o que está previsto na sua gestão para o interior e litoral do Paraná? EC - Queremos ampliar a autonomia das regionais e apoiar as iniciativas que promovam o Sinepe/PR no interior do nosso Estado. Cada regional tem como objetivo trabalhar a negociação coletiva, dialogar com o PROCON e demais órgãos de representação pública, sempre com o auxílio das nossas assessorias jurídicas cível/educacional, trabalhista, pedagógica, imprensa e contábil, para uma melhor tomada de decisão.

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ar.ti.go s.m

T / Jacir J. Venturi - presidente do Sinepe/PR nas gestões 2013/2014 e 2015/2016.

COM A NOVA GESTÃO, UM NOVO ANDAR SE CONSTRÓI SOBRE A ANTIGA ESTRUTURA

O

Sinepe/PR foi fundado há 69 anos e cada gestão constrói um novo andar sobre a antiga estrutura. A nova diretoria será responsável pelo 16.º andar, adotando o critério que a Prof.ª Esther Cristina Pereira será a 16.ª presidente, e os nossos mais sinceros augúrios e votos que seja o andar mais vistoso e eficaz.

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A gestão que ora finda, foi responsável pelo 15.º andar. Neste andar há feitos importantes sim, e não cabe aqui enunciá-los, mas há paredes incompletas, sem reboco, conquanto os pilares e vigas estão sólidos, não diferentemente das gestões que nos precederam. De público, é importante que lhes diga: as escadas que ligam o 16.º andar ao 15.º são aprazíveis para que a passagem de um andar para outro seja de colaboração, numa transição pacífica, até porque a maioria dos membros das duas diretorias são comuns. O grande mérito da alternância de poder é que há mais ênfases ou menos ênfases nas diversas frentes ou demandas. Ademais, a alternância permite o surgimento de novas lideranças. Durante 39 anos, compartilhei cargos no Sinepe como vice-presidente, Diretor Financeiro e outras funções, e sou grato por essa experiência, pelo aprendizado, pelas amizades e pelo que cresci como pessoa. Aprendi que sai sempre ganhando quem sabe respeitar, suportar e perdoar. Não, quem tudo sabe e tudo julga. O Sinepe/PR deve ser a tribuna na defesa de nossos legítimos interesses, conquanto aceitemos que é um espaço democrático, ipso facto há momentos conflituosos, uma vez que, ao mesmo tempo que um associado clama pelo sol, outro bate tamborins pela chuva. Nesses últimos 4 anos procuramos aglutinar e fortalecer tudo o que foi iniciado ou conquistado nas gestões Ademar, Caron, Maria Luiza, Naura,

etc. e que resenho em 11 propostas para um planejamento estratégico de médio e longo prazo, e entrego à próxima diretoria como um bastão, nessa corrida de revezamento. Reitero, são 11 importantes frentes, que merecem ser enfatizadas nos próximos anos e que foram iniciadas e não concluídas nesta gestão ou nas gestões anteriores. 1 • Ênfase à interiorização do Sinepe, hoje com 7 regionais; 2 • Ampliação da base de associados, hoje com 508 escolas e 62 IES; 3 • Fortalecimento da Diretoria do Ensino Superior, em que as pequenas e médias IES passam por uma grave crise, muitas no limite da sobrevivência com a perda de 15 a 25% das matrículas nos últimos 2 anos, pela redução de 61% dos novos contratos do FIES e o avanço dos grandes players que possuem o benefício da marca forte e ganhos de escala; 4 • Na Educação Básica, há desafios candentes com a queda de matrículas, aumento da inadimplência, a implementação da Lei da Inclusão e do Novo Ensino Médio, e nos debates para a aprovação da BNCC; 5 • Representatividade e voz respeitada do Sinepe junto aos órgãos públicos e entidades de classe; 6 • Agenda positiva na mídia e que o Sinepe seja referência para entrevistas; 7 • Que sejam prestigiados o Boletim Online, com um mailing de 26 mil educadores, e o Departamento de Estatísticas Educacionais, por serem fontes seguras de informações para gestores, pedagogos, professores, jornalistas e órgãos públicos; 8 • Mediação incansável de conflitos, evitando-se in extremis a judicialização;

9 • Instigar a formação de novas lideranças para compor as próximas Diretorias do Sinepe; 10 • Recorrência na oferta de cursos de capacitação para gestores, professores e administrativos; 11 • Rigor no controle das despesas. Em tempo algum a educação foi tão valorizada, sendo matéria diária dos principais jornais, revistas, rádios e TV. “A escola é a nova riqueza das nações. Passou a valer mais que a fábrica, o banco, a fazenda” – se faz oportuno Peter Drucker, renomado consultor americano. A nossa matéria prima é a mais nobre que existe na face da Terra: nossas crianças, adolescentes e jovens. Sempre há de prevalecer que somos educadores e como educadores não temos o direito de ser medianos. Nosso compromisso maior é com uma educação de qualidade, não importa se pública ou privada, pois não é enfraquecendo a escola particular que se fortalecerá a escola pública, e sem escola pública de qualidade não haverá justiça social neste país. Ademais, sem escola pública de qualidade não haverá uma maioria de bons estudantes em nossas faculdades. Há duas palavras no nosso léxico que merecem a nossa nossa reverência: educar e entusiasmo. Educar provém do latim ducere, que significa conduzir, mostrar o caminho. Entusiasmo, tem etimologia no grego en-theo, en = dentro, theo = deus. Para os gregos politeístas, quem tem entusiasmo tem um deus dentro de si. Nada de grandioso pode ser obtido sem entusiasmo e nenhuma missão é tão grandiosa quanto a do educador. E para concluir, além das efusivas homenagens a cada educador, rendo um tributo de ternura e afeto a cada familiar e amigo, pois sou um pouco de cada um deles.


ho.me.na.gem s.f

T / Jéssica Amaral F / Arquivo pessoal

ADEUS AO MESTRE EX-PRESIDENTE DO SINEPE/PR, PADRE PAULO K. RHODEN teve uma trajetória de vida dedicada a fé e à educação

Pontifícia Universidade Católica do Paraná e teve como formação a Teologia e a Filosofia. Desde 1963 exerceu o magistério e foi prefeito de disciplina, diretor e reitor nos colégios Medianeira e Catarinense. Por muitos anos foi membro dos Conselhos Estaduais de Educação do Paraná e de Santa Catarina e do Conselho Nacional de Educação. Também foi diretor da Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP), em Brasília.

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Uma vida dedicada à educação. Assim se resume a trajetória do padre jesuíta Paulo K. Rhoden, que exerceu um importante papel no segmento educacional, ocupando cargos na educação cristã e de gestão em diversos estados na Rede Jesuíta de Educação e também na presidência do Sinepe/PR, entre os anos de 1977 e 1986.

“Era uma pessoa forte, muito afirmativa, sempre mobilizado e atento a tudo, principalmente com as pessoas”, descreve Rudi Isidoro Rabuske, orientador de convivência escolar do 8⁰. e 9⁰. ano do Colégio Medianeira (Curitiba), que trabalhou com o padre entre os anos 1972 e 1976, tanto no Colégio quanto no Sinepe/PR.

Falecido do mal de Alzheimer no dia 03 de setembro, Pe. Paulo viveu plenamente a dimensão inaciana de “Em tudo Amar e Servir”. Nascido em Montenegro (RS), ingressou na Companhia de Jesus em 28 de fevereiro de 1956. Lá recebeu seus primeiros votos, sendo ordenado diácono e padre. Seu sacerdócio teve duração de 48 anos.

Segundo Rudi, o trabalho do Padre Paulo sempre foi de fortalecer a educação e a escola particular. “Era uma pessoa comprometida e solidária. Quando meu pai ficou doente, ele se prontificou a me ajudar no que eu precisasse”, lembra o orientador.

Pe. Paulo era mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná e pela

O ex-presidente do Sinepe/PR, José Manoel Macedo Caron Jr., também conviveu com o Padre Paulo ainda quando era aluno do Colégio Medianeira.

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“Entrei no pré-primário em 1959 e estudei no colégio até o final do antigo ginásio”, descreve. Depois deste período, Caron Jr. ficou muitos anos sem encontrar o Padre Paulo até que no ano de 1977, ao assumir a direção da escola de sua família, começou a frequentar o SINEPE/PR, ainda sob a presidência de Dalton Vianna, e o reecontrou. “Padre Paulo estava assumindo a presidência do Sindicato no final daquele ano e me convidou para fazer parte da diretoria. Como ele exerceu a presidência por muitos mandatos, passamos vários anos trabalhando juntos. Aprendi muito com ele e criamos uma sólida amizade”, relembra Caron Jr. Pelo excesso de funções que Pe. Paulo acumulou com os Conselhos Estaduais e Nacional de Educação, Caron Jr. acabou representando-o na FENEP e o substituiu na presidência do Sinepe/PR em 1987. “Sua vida profissional o afastou de Curitiba, mas ainda tive a oportunidade de visitá-lo em Florianópolis na residência dos Jesuítas, no final de 2008. Logo em seguida ficou doente e foi para a Casa de Saúde São Leopoldo”, conta Caron Jr. Foi lá que Pe. Paulo faleceu aos 82 anos. Foi-se um homem sábio, mas suas ações e benfeitorias ainda vão ficar por gerações. 02

1. Foto de 2002. Bodas de Prata de Rudi Isidoro Rabuske celebrada pelo Padre Paulo 2. Foto de 1983. Padre Paulo, José Manoel de Macedo Caron, Adaline Gambassi de Araújo Caron, Ada de Araújo com Manoela Caron no colo, Marisa Desordi Lautert Caron e Caron Jr.

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edu.ca.ção su.pe.ri.or s.f

T / Marília Bobato F / Divulgação Sinepe/PR

PALESTRAS Diante dos números apresentados, o Sinepe/PR trouxe a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini, com a palestra ‘Avaliação da Educação Superior’. Em maio desse ano, ela foi escolhida como presidente do órgão, o qual encontrou “totalmente desorganizado, com situação precária de T.I”, disse aos presentes na palestra. Dentre os principais desafios da educação superior, a presidente do INEP citou alguns tópicos: • Tamanho do sistema; • Acompanhamento da qualidade; • Condições de oferta de cursos de graduação; • Complexidade dos processo avaliados.

SINEPE/PR REALIZA 32

SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR PRESIDENTE DO INEP, MARIA INÊS FINI, e o diretor executivo do SEMESP/SP, Rodrigo Capelato, marcam presença como palestrantes do evento Em setembro o Sinepe/PR reuniu reitores, gestores e coordenadores no Simpósio de Educação Superior que discutiu sobre as profundas transformações que o setor da educação superior está passando no Brasil.

NÚMEROS De acordo com projeção da consultoria Hoper é possível constatar um crescimento da EaD (Educação a Distância) que em 2004 tinha 60 mil alunos e em 2014 chegou a 1,2 milhões. Para 2018 a previsão é que a EaD conte com 1,96 milhões de alunos. Já o cenário do ensino superior privado na modalidade presencial demonstra previsão de queda no número de alunos para um futuro próximo. Em 2004 eram 2,9 mihões de estudantes no presencial; em 2014 o número chegou a 4,6 milhões e, de acordo, com projeção da Hoper em 2018 devem ser 4 milhões de alunos. Uma explicação para tal comportamento deve-se ao valor das mensalidades, que na modalidade EaD é muito mais baixa em comparação à média dos cursos presenciais.

Maria Inês disse que existe um estudo para flexibilizar a portaria normativa número 40 que trata sobre regulação, supervisão e avaliação da educação superior. “A avaliação deve ser indutora de qualidade. Estamos refazendo um modelo de avaliação que prevê uma reciclagem e até mesmo a substituição de alguns avaliadores”, contou. Ela também comentou que o INEP pretende apresentar mudanças no Revalida – exame de revalidação de médicos estrangeiros e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que foi uma criação dela. “Queremos anunciar o novo ENEM para o ano que vem. Tornou-se uma operação de guerra, é muito caro no modelo que chegou hoje. Queremos que o exame retome sua tradição de avaliar os processos mentais de inteligência”, ela ponderou. O evento contou também com a palestra ‘Panorama do Ensino Superior – Tendências e desafios para continuar crescendo’, com Rodrigo Capelato, diretor executivo do SEMESP/SP (Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior). Capelato destacou a necessidade de investimentos nos cursos de mestrado profissional, mestrado e doutorado. Ele reforçou sobre as dificuldades das faculdades em implantarem cursos tecnológicos e a urgência de uma remodelagem do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), para a continuidade do programa. “Não é raro ver muitas faculdades terem trabalho para implementar um curso tecnológico e quando conseguem a autorização o curso já está em baixa e não tem mais alunos interessados”, disse.


ges.tão s.f

T / Adriana Brum F / Bruna Zembuski

LIDERANÇA ÉTICA ÉTICA NO MUNDO DOS NEGÓCIOS, por Sérgio Casella

Um empresário de sucesso na Itália que fala sobre ética no mundo dos negócios. O que a experiência do italiano formado em Química e em Tecnologia Farmacêutica Sérgio Casella, presidente da divisão internacional do grupo Barry-Wehmiller Paper Converting Machine Company, traz para a gestão de instituições educacionais? Tudo, ele afirma. O que Casella diz está além de fórmulas para assegurar a saúde financeira e ampliar os lucros: o momento é de mudança para um paradigma que concilia o “bater as metas” com a satisfação expressa nas pessoas que compõem as corporações, de todas as áreas, inclusive as de Educação. Sergio Casella, professor convidado da Universidade de Pisa, esteve em Curitiba em agosto, participando do Ciclo de Palestras sobre Compreensão e Exercício da Ética, promovido pelo Instituto Positivo, em que destacou que ética e lucro não podem conviver em paralelo nas instituições corporativas, mas sim, seguir entrelaçados. “Temos de formar lideranças éticas. E o que é isso? Um comportamento correto é quando coloco o outro antes do meu ego, quando estou pronto para me sacrificar pelo outro e me preocupar com o bem comum. Quando todos A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ

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num meio passam a exercer esse tipo de comportamento, cria-se um sentimento de segurança e sabe-se que nada de ruim vai acontecer”, começa. Casella destaca que desenvolver esse comportamento ético nas empresas é necessário, mas a mudança não é tão simples. Não à toa, pesquisas apontam frequentemente funcionários insatisfeitos em suas funções e empresas que adotam estratégias similares às adotadas há 150 anos, no início da Revolução Industrial. O processo de mudança, afirma, começa com lideranças corporativas éticas adotando posturas em que os colaboradores estejam, de fato, em primeiro plano. Para construir as bases do que seria esse “líder ético” (veja mais no box abaixo), apoiou-se no conhecimento de pensadores como Marx ,Heidegger e até no ex-vice

presidente da Toyota, Taiichi Ohno. “É preciso colocar as pessoas em primeiro plano. As pessoas são o maior bem de uma empresa. Na empresa que trabalho, começamos em 2011 a medir o nosso sucesso pela forma que tocamos a vida dos colaboradores. Não pelo mercado, não pela felicidade do cliente. Essas métricas são importantes, mas estamos enfrentando uma mudança de paradigma, mudando lentamente, em que o sucesso da empresa passa pela felicidade das pessoas que as faz. A dificuldade não é desenvolver novas idéias, como essa, mas fugir das idéias antigas”, destaca. Nesse novo paradigma, tornar uma pessoa feliz em seu ambiente de trabalho inclui fazer com que seu trabalho faça sentido para ela, seja motivador e desafiador, em vez de uma tarefa a se cumprir em troca de uma remuneração. Para tanto, ela precisa ter liberdade de


questionar por outras formas de realizar aquela atividade e até mesmo dizer que não sabe fazer. “Se uma pessoa me diz que não sabe fazer, a tendência é o mercado julgá-la como incompetente, então, raramente o faz. Mas para o líder ético, ouvir que um ‘não sei’, é a oportunidade de ensinar, é um momento de liberdade, de uma liberdade especial, porque é uma liberdade responsável, protetiva, em que as pessoas não temem pedir ajuda. Meu trabalho como líder é fazer minha equipe entender seus limites e se instigar a superá-los. A liderança efetiva acontece quando o líder não está e ainda assim as coisas seguem seu rumo” diz Casella. O resultado, enfatiza, vai além dos limites físicos da empresa e do horário de trabalho: ética pressupõe a adoção de um certo hábito, que será levado para além do ambiente de trabalho. “Não podemos exigir que alguém ofereça algo que nunca teve. Se ofertamos isso, essa pessoa será capaz de oferecer de volta e a outras pessoas. Por isso estou convencido que pela ética na empresa podemos mudar o mundo, tornar um pai, mãe, filho, uma pessoa melhor”, conclui.

ATITUDES DE UMA LIDERANÇA ÉTICA Sergio Casella enumera algumas atitudes que contribuem para formar um líder ético nas empresas e corporações: • Coragem de transferir todo o conhecimento. Conhecimento é poder e, por isso, muitas vezes, muitos gestores guardam seus conhecimentos para si. Mas isso apenas cria uma sensação ilusória de um papel importante e insubstituível, aprisionando-se. O gestor ético, ao contrário, compartilha seus conhecimentos, justamente para que outros na empresa possam crescer e, por conseguinte, a própria empresa. • Revelar suas fraquezas. Apesar da dificuldade que é admitir o medo em tomar decisões ou afirmar que não sabe o que fazer em determinada situação, é uma atitude que precisa ser estimulada. Ao mesmo tempo em que uma pessoa esconde suas fraquezas por medo de frustrar as expectativas de seus superiores ou comandados, ela cria estratégias para transferir a responsabilidade para outra pessoa, o que vai resultar, no futuro, em conflitos que minam a equipe. • Assumir um novo paradigma em que as pessoas da entidade são seu principal bem. O sucesso da empresa passa pela vida das pessoas que nela atuam. Se cada uma delas compreende seu papel para os resultados e se sente parte responsável do sucesso, o lucro, a satisfação do cliente e outras métricas tentem a responder positivamente. • Criar um ambiente dinâmico e protetivo. Mudanças sempre assustam o ser humano. No meio corporativo não é diferente. Se acontecem mudanças, as pessoas não sabem como vai ser dali para adiante. O ambiente protetivo é aquele em que as ações são expostas e claras, reduzindo o nível de insegurança com a ações, não com o discurso.

PING-PONG REVISTA ESCADA - O senhor comentou que muitas empresas ainda operam em paradigmas semelhantes aos aplicados na Revolução Industrial. E quando falamos das escolas, como empresas do campo educacional, como pensar a liderança ética? SÉRGIO CASELLA - O conceito é o mesmo. Tanto nas empresas como na Educação, falta uma visão mais clara da importância das pessoas dentro do processo. As pessoas têm de entender qual função ocupam. Quando entram na empresa, seja uma instituição educacional ou de qualquer outra área, recebem o manual de procedimentos, um roteiro preestabelecido. Isso tolhe sua liberdade de desenvolver seu potencial dentro de seu cargo. Isso é o que precisa ser desenvolvido. RE - Na escola, além da gestão administrativa e o corpo docente, há a relação direta com os estudantes. Como estender a gestão de liderança ética também aos alunos, que vão desde crianças a adultos? SC - Utiliza-se o mesmo raciocínio que para as empresas. Só que na Educação, o grande erro está insistir em falar ao estudante o que ele tem de estudar. Entregar um roteiro do que vai ser ensinado sem nunca explicar o porquê deve ser estudado. Falta o conhecimento do conceito de “Metaensino”. : O que hoje em dia se faz é o Ensino e não o Metaensino, que explica o porquê se deve aprender o que se deve aprender. Estudar é o trabalho do estudante. E, com essa analogia, fica fácil entender porque dar condições ao estudante valorizar o que ele faz, assim como se tem de dar ferramentas para o trabalhador valorizar suas tarefas dentro das corporações. RE - A falta desse entendimento do valor do seu trabalho colabora para a perda do interesse pelas atividades em sala de aula e até para os altos índices de indisciplina? SC - Sim. Porque se eu não sei por que faço algo, aquilo não me interessa, não há motivação. Essa insatisfação em sala de aula talvez até a desobediência é por falta de foco, de motivação.



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