#3 BH / 2019 Coletivo Mofo
Entrevista com o coletivo sobre seus proejtos e um panorama sobre fotografia #35mm em Belo Horizonte.
Mipinta a\w 2019
A Coleção que se apresentou pela Projeto Estufa na SPFW N46, Mipinta por Bruno Queiroz
Noise 90’s
A hora do Jantar Fotografia experimental e performance em um banquete sensível.
Mamba Negra por: Gabrieu Algusto
Arte, Lifestyle & Cultura
Acervo de fotografias que registram a cena clubber da década de 90’s por Nino Andres
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A revista E-MRG chega a sua 3ª edição conectando trabalhos feitos exclusivamente em fotografias analógicas de caráter experimental ao que se diz #35mm, acerca de um panorama local com artistas e fotografos do cenário de BH. A revista se propõe a criar um espaço de discussão e experimentação de novas ideias e formatos. Um olhar crítico a respeito das manifestações artísticas e culturais da cidade, disseminação de uma cultura emergente e em caráter de urgência. A Editora Kuringa se propõe a somar de forma horizontal à novos colaboradores, para criarmos juntos um conteúdo interessante no qual também gostaríamos de receber e compartilhar.
Sobre
Ind. 1.Coletivo Mofo 2. NOISE 90’s 3. Os quatro elementos e o tempo 4. MIPINTA -brqrz Entrevista com o Coletivo
por: Nino Andres
Carteiras de Papel - Emrg-Mag
A/W 19 - @mipinta por Bruno Queiroz @apesardos
6. Fulano indica 7. A Hora do Jantar 8. Mamba Negra por: Victor Rodrigues @brightcloudsdj
com: Felipe Filgueiras - w/ @flpflgrs
por : Gabrieu Algusto
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Pela imagem que não pode ser vista, somente prevista. O Estado de liquidez é impulso, um registro por traz de lentes e filmes. - um olhar - O poder e saber criar, em um recorte único a magia de falar através de imagens. Pela ansiedade de revelar, poder tocar, montar, recortar, rasgar, editar, colocar tudo no lugar e talvez até costurar, com a própria linguagem o que apenas um olho viu, durante um breve momento, o impulso de uma foto é fatal. Pela necessidade de reafirmar que o filme não está morto, e que tem muita gente fazendo coisa incríveis por ai, a E-MRG Mag dessa edição reúne trabalhos feitos exclusivamente em #35mm.
@emerg.mag
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O Mofo é um coletivo de fotografia que surgiu oficialmente quando Vitor, Carlão e Rafael começaram a ocupar uma sala em um projeto chamado Almeida Centro de Inspiração e convidaram Erick Ricco para fazer parte da equipe. Durante essa história se juntaram Piero Davila, Bernardo Silva, Athos Souza, Nathalia Santos, Alexsandro Trigger e Pedro Prates.
Foto: Carlão
O que, (como) e [quem] é Coletivo Mofo??
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Hoje somos 8 fotógrafos com trajetórias bem diferentes. Cada um com sua experiência, sua trajetória e sua linguagem. Nos esforçamos para manter o coletivo como um espaço de apoio para cada um sem determinar como cada um deve trabalhar.
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Foto: Athos Souza
Coletivo Mofo é Nathália Santos, atual laboratorista do coletivo, fotógrafa com um olhar sobre a intimidade das relações no mundo contemporâneo que nos encanta muito. Athos Souza é fotógrafo e videomaker, nascido no norte de Minas, e tem uma trabalho que reflete muito sua trajetória. O Bernardo trabalha com fotografia de casamento e é hoje um grande pesquisador dos processos químicos para revelação e tecnologias de digitalização de películas. Rafael de Sozuza fotografa o cotidiano das ruas com intensidade, o Carlão começou com fotografia analógica de arquitetura e hoje pesquisa curadoria e crítica, o Piero trabalha com fotografia de moda e também está de cabeça na fotografia analógica. Vitor transita entre moda e comportamento com uma linguagem bem particular, com muitas referências aos anos 90. Alexsandro Trigger é artista visual e produtor cultural, integrante da equipe que administra e cuida do Muquifu, Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos e Pedro Prates é fotógrafo e um dos realizadores do Co-fluir, importante evento de fotografia realizado em Belo Horizonte.
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Foto: Bernardo Silva
O que serviu de pontapé inicial para a ideia e como isso vem se desdobrando em relação a cidade?
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A história do coletivo passa pela construção de uma comunidade analógica independente em Belo Horizonte. O Coletivo Mofo é relativamente recente, mas as atividades com fotografia analógica envolvendo seus membros começaram em de 2010, com Carlão e Vitor Jabour.
Foto: Pedro Prates
Eles começaram a pesquisar sobre fotografia analógica, estudar películas de cinema e compartilhar com a cena local. Na época, criaram a Paranoid Photos, que distribuiu muitos rolos de Kodak Vision 3 500T e Fuji Reala 500D. Em 2014 já tínhamos uma comunidade analógica na cidade, e juntamente com outros fotógrafos analógicos foi organizado um festival de fotografia analógica chamado de “ELFA - Exposição Livre de Fotografia Analógica”. A exposição criou uma convocatória para envio
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de fotografias, organizou oficinas de intervenção em fotografia, revelação P&B com cafenol, retratos, etc. Em 2016, Rafael Rasone, Vitor Jabour e Carlão organizaram o Festival Livre de Fotografia analógica com exposições, oficinas de revelação e digitalização. 2017 foi um ano especial, pois toda essa organização tomou a forma que tem hoje.
Foto: Alexsandro Trigger
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Como é a relação entre os fotógrafos do coletivo e seus trabalhos? Somos 8 fotógrafos com trajetórias e olhares muito diferentes. Tentamos preservar o trabalho de cada um, criando condições para que cada um desenvolva suas propostas artísticas. Coletivamente, de tempos em tempos buscamos desenvolver ações com o maior número de integrantes, mas por afinidade e interesse. Hoje nos empenhamos para organizar o coletivo de maneira sustentável, dividir as tarefas internas sem sufocar cada integrante. Não é fácil, mas quando avançamos é gratificante.
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Foto: Piero Davila
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Como funciona esse novo espaço e a nova forma de atendimento através do serviço de deixar o filme para revelação? Desde que nos comprometemos a ter um espaço físico com estrutura que atendesse todos os integrantes, temos prestado alguns serviços para a comunidade analógica de Belo Horizonte. A prestação de serviços surgiu como uma maneira de ajudar o coletivo a se manter, pagar aluguel, manutenção das máquinas, etc. Além de tentar oferecer um filme de boa qualidade por um preço acessível, temos feito revelação e digitalização de negativos garantindo um alto padrão de qualidade. Hoje revelamos e digitalizamos filmes para todo o Brasil.
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16 Foto: Rafael de Souza
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Foto: Nathรกlia Santos
Foto: Vitor Jabour
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O que na opinião de vocês diferencia o cenário de fotografia analógica aqui de BH com o restante do pais? O cenário de Belo Horizonte é mais comunitário. Todos os fotógrafos já se cruzaram ou vão se cruzar em algum momento. Os laboratórios estão bem ativos, e outros laboratórios especializados surgiram no último ano. O Super Câmera, criado por Athos e Bernardo do coletivo, é um bom exemplo para falar da cena analógica. Desde que a loja abriu no Mercado Novo voltada apenas para fotografia analógica, percebemos um número maior de pessoas fotografando. O fotógrafo Alexandre Lopes também abriu um espaço na Praça Sete e tem participado ativamente em todos os eventos fotográficos. Em relação ao restante do país, nossos amigos de fora sempre comentam que a cena de Belo Horizonte é uma das mais ativas e criativas do país. O fluxo de filmes que recebemos para revelar também indica que cada vez mais pessoas de fora do nosso estado conhecem o coletivo.
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Carteiras eo tempo
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A revista essa edição é acompanhada de uma carteira de papel, feitas apartir de fotografias e com uma laminação fria para deixar o material resistente. A peça conta com espaço para cartões, dinheiro, RG e conta com um ilhós de segurança.
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Peรงa a sua atrรกves do QR Code.
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O Acervo de Anderson Noise de fotografias que registram o que rolava nas pistas e rolês da cena clubber nos anos 90. As fotografias são do argentino Nino Andres. A galeria de imagens faz parte da exposição NOISE’90 que já ocupou espaços como Café com Letras e Aliança Francesa.
NOISE
por: Nino Andres
90’s
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As fotos registram a consolidação da cena da música eletrônica na década de 90 em Belo Horizonte, a qual teve Anderson Noise como um dos personagens mais importantes. Segundo Nino, foi uma época em que houve uma mudança na maneira de se perceber a música; ela não tinha começo nem fim, simplesmente fluía ...
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“Eu tentava preservar o clima da festa cuidando sempre da iluminação e da cobertura fotografia. Na época, era tudo fotografado com filme, que era a tecnologia disponível”, relata o fotógrafo.
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MIPINTA A/W 1 9
MIPINTA é sobre liberdade e independência. A marca se apresentou pela primeira vez no Projeto Estufa na SPFW N46, sintetizando um trabalho feito entre as capitais mineira, paulista e belga. “clamamos pela liberação do vestuário masculino de seus códigos clássicos sem menosprezar o guardaroupa habitual do homem...”
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Bruno Queiroz Bruno é fotógrafo, designer, e diretor de arte, sempre com uns filmes no bolso e sua camera analógica, registra o cotidiano de forma sensível e a cidade apesar do caos. https://cargocollective.com/brqrz @apesardocaos
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Bright
Clouds indica
5 FILMES NO NETFLIX DIRIGIDOS POR MULHERES
loveparanoialove.com/ @loveparanoia soundcloud.com/ brightcloudsdj
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Victor Rodrigues é publicitário, DJ e produtor de música eletrônica, co-fundador do projeto Love/Paranoia e um amante da sétima arte, assim como os motoristas do Choque de Cultura. Também adora cultura pop e memes em geral.
SHIRKERS (Sandi Tan, 2018) Escrito e dirigido por Sandi Tan, o documentário explora os eventos que cercam um filme independente que ela e suas amigas começaram a fazer em 1992 com a ajuda de um homem misterioso. Um documentário intrigante que desperta emoções.
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AND BREATHE NORMALLY ( Ísold Uggadóttir , 2018) Drama islandês que conta a vida de duas mulheres e seus encontros: uma mãe islandesa e seu filho passando por dificuldades e uma requerente de asilo proveniente da Guiné-Bissau. Uma reflexão interessante sobre a pobreza, globalização e preconceito.
MAIS UMA CHANCE ( Tamara Jenkins , 2018) Escrito e dirigido por Tamara Jenkins - do também excelente ‘ Família Savage’ de 2007- o filme conta a história de uma autora (Kathryn Hahn) passando por várias terapias de fertilidade para engravidar, colocando em risco o relacionamento com seu marido (Paul Giamatti). Uma dramédia com atuações e diálogos incríveis.
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ALGUÉM ESPECIAL ( Jennifer Kaytin Robinson , 2019) Depois de um término de namoro devastador, Jenny tenta curtir uma última aventura em Nova York com suas duas melhores amigas. Escrito e dirigido por Jennifer Kaytin Robinson (da série da MTV Sweet Vicious), é uma comédia romântica não-convencional sentimental e divertida.
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VIRANDO A MESA DO PODER ( Rachel Lears , 2019) Documentário sobre quatro mulheres candidatas ao Congresso dos EUA em 2018, que, assim como no Brasil, é dominado por homens, brancos e ricos. O foco do filme é Alexandria Ocasio-Cortez, a vencedora no distrito do Bronx, em Nova York. O poder de volta ao povo.
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A hora do jantar, fotografia experimental de Felipe Filgueiras feita em parceria com Luiz Paulo Z e Rafael Holland
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A Hora do jantar
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Registro e intervenção nas fotografias feitas na festa MAMBA NEGRA em Abril de 2019 - SP por Gabrieu Algusto
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Se você é artista e quer fazer uma parceria para ter seu trabalho divulgado e tem interesse em contribuir para a próxima edição da E-MRG Mag, manda um e-mail pra gente ou envie uma mensagem poi inbox nas nossas redes sociais! editorakuringa@gmail.com cargocollective.com/editorakuringa @editorakuringa
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Contato
ficha técnica Revista E-MRG Produção Editora Kuringa Edição nº3 - Junho 2019 Coordenação e Edição Editora Kuringa Direção de Arte Gabrieu Algusto Chefe de Edição Barbara Fox Projeto Gráfico Gabrieu Algusto Revisão Barbara Fox Colaboradores Coletivo Mofo Mipinta Anderson NOISE Bruno Queiroz Carlão Felipe Figueiras Victor Rodrigues Fotografias de Capa Gabrieu Algusto Disponível em https://issuu.com/editorakuringa
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