Guia Plástico Sul 12/13

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Editorial Divulgação

Expediente GUIA PLÁSTICO SUL - 2012 / 2013 Conceitual - Publicações Segmentadas www.plasticosul.com.br Av. Ijuí, 280 CEP 90.460-200 - Bairro Petrópolis Porto Alegre - RS Fone/Fax: 51 3062.4569 Fone: 51 3062.7569 plasticosul@conceitualpress.com.br Direção: Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves - DRT/RS nº 12.844 Redação: Brigida Sofia e Gilmar Bitencourt Consultor de Redação: Júlio Sortica Departamento de Marketing: Izabel Vissoto Departamento Financeiro: Rosana Mandrácio Departamento Comercial: Débora Moreira e Magda Fernandes Design Gráfico & Criação Publicitária: José Francisco Alves (51 9941.5777) Capa: foto divulgação Plástico Sul é uma publicação da editora Conceitual - Publicações Segmentadas, destinada às indústrias produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil, formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos, fóruns, exposições e imprensa em geral. Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul. É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que citada a fonte. Tiragem: 8.000 exemplares. Filiada à

Mais do mesmo

O

s empresários do setor plástico são em sua maioria guerreiros e batalhadores. Não desistem facilmente frente aos inúmeros obstáculos que enfrentam nem do lado de dentro, nem do lado de fora do balcão. Há anos com os mesmos desafios, como carga tributária elevada, problemas logísticos e juros altos, este setor amarga margens apertadas, mas não se entrega ao desânimo. Luta, disputa, se faz ouvir tanto da esquina, quanto de Brasília. Em partes parece que tais atitudes até que enfim surtiram efeito. O Palácio do Planalto mostrou que está entendendo o recado dos industriais. Mas ainda são muitos os entraves que há anos perseguem a cadeia produtiva. Queixas que levam à perda de competitividade são temas discutidos, lembrados e relatados em diversos editoriais deste anuário, bem como nas revistas Plástico Sul e Plástico Nordeste. Buscamos sempre fazer a nossa parte para contribuir com os leitores, fabricantes de plásticos deste Brasil a fora. Tentamos assiduamente ser porta-vozes das condições vividas pelos empresários do setor. Incentivamos

o debate, publicamos as reivindicações. Vamos atrás das informações. Os empresários por sua vez, em sua maioria, também fazem sua parte. A cada dia que passa investem mais e mais em tecnologia e capacitação profissional. Os sindicatos realizam palestras e reuniões, sempre buscando soluções para os problemas de seus associados. Mas não basta nosso empenho. É preciso ir além. E como é ruim quando fizemos a nossa parte e precisamos depender dos outros para que as coisas dêem certo. Sofremos com problemas de infraestrutura logística, tributos, burocracias que só entravam o caminho de quem quer crescer. Precisamos de um sistema econômico compatível com o século em que estamos. Não podemos continuar assim. O ano de 2013 precisa ser diferente, precisamos de um PIB mais decente, de estradas adequadas e é necessário que não se tome medidas paliativas para frear as importações de transformados plásticos: deve-se cortar o mal pela raiz. Caso contrário ficamos sempre com discursos repetitivos e mostrando mais, do mesmo. Boa leitura!

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& Perspectivas Transformação DIVULGAÇÃO

Balanços

Apesar de alguns avanços, terceira geração petroquímica ainda sofre com baixa competitividade enquanto espera avanços como reforma tributária e melhor infraestrutura logística.

O alerta continua

D

iversos foram os pontos econômicos que impactaram o setor plástico brasileiro em 2012. No contexto externo, a recessão europeia, a desaceleração chinesa e a lenta recuperação americana foram pontos chaves que refletiram em diversas indústrias em âmbito global. . No cenário nacional, a invasão dos importados (apesar da alta do dólar), as dificuldades da indústria manufatureira, a desaceleração dos investimentos do setor privado foram entraves que aliados às dificuldades das estatais de por seus planos de investimento em an8 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>

damento e a lentidão das reformas, principalmente a tributária, afetaram o setor de transformação no país. “Não podemos classificar o ano de 2012 como um desastre total, como foi 2009. Mas foi um ano longe do que poderia ter sido se tivéssemos uma infraestrutura pronta, um sistema tributário mais inteligente e uma burocracia compatível com o século XXI”, afirma Otávio Carvalho, sócio-diretor Maxiquim, consultoria de mercado. Apesar disso, o consultor analisa que o setor petroquímico teve alguns investimentos importantes maturando

em 2012, como a nova planta de PVC e a expansão da produção de butadieno. Já para 2013 há a partida da planta de PET da Petroquímica Suape. “Mas para frente, temos apenas o Comperj no horizonte, com talvez uma ou outra pequena expansão nas atuais plantas. E esse horizonte vai até 2018, com magros investimentos pelo lado da oferta”. Para Carvalho está relacionado com a nova situação da petroquímica global, com os EUA voltando a liderar os investimentos em novas plantas por conta da competitividade que o >>>> gás natural lhes proporciona.


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& Perspectivas Transformação DIVULGAÇÃO

Balanços

Em geral, essa conjuntura externa afeta a indústria de transformação de plásticos brasileira, já que os americanos têm seu raio de atuação natural nas Américas. Com isso, o consultor explica que o Brasil terá cada vez mais dificuldade em competir com produtos importados no futuro, caso mantenha a situação como está, não somente no que diz respeito a questões empresariais, mas também nos fundamentos da falta de competitividade estrutural da indústria brasileira, que afeta praticamente todos os setores. A receita da competitividade não é tão fácil de praticar e tão pouco depende apenas do empresário. “Repensar a questão tributária seria um passo importantíssimo. O setor produtivo precisa de muito mais infraestrutura logística, estradas adequadas, portos que funcionem mais rápido, ferrovias. Os empresários também têm seu tema de casa, mas é da porta para fora que estão escancaradas as ineficiências da indústria brasileira”. Otávio Carvalho não arrisca fazer projeções para o ano de 2013, mas aceita falar sobre os seus desejos. “Que o PIB desse ano seja um PIBÃO. Que a Petrobras, a Braskem e as demais empresas petroquímicas tenham melhores vendas e margens. Que os transformadores possam comprar muita resina para produzir muito mais artefatos para facilitar a vida das pessoas, conseguindo gerar valor para seus negócios”, finaliza o diretor da Maxiquim. 10 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>

Rio Grande do Sul

O ano de 2012 serviu de alerta para acender a luz vermelha do setor. A indústria de transformação de produtos plásticos do Rio Grande do Sul apresentou um crescimento negativo de 2% em volume de resinas transformadas, passando de 511 mil toneladas para 501 mil toneladas e um aumento de faturamento de apenas 3%, frente ao crescimento dos custos de matérias-primas, que foi superior a 25%, ao aumento do custo de mão-de- obra, e ao custo elevado da energia e de logística. Conforme Edilson Luiz Deitos, presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul (Sinplast), para 2013 a tendência é do setor continuar apresentando quedas de 2% devido à perda de competitividade frente aos produtos transformados plásticos importados e de outros Estados que possuem incentivos superiores ao do Rio Grande do Sul, estão mais próximos dos polos de consumo e possuem custo de energia elétrica menor. “Além da necessidade de repassar no mínimo em 15% os aumentos de custo de 2012 e os anunciados para fevereiro de R$ 200,00 por tonelada, corremos o risco de perda de mercado. No momento não vejo outra alternativa para sobrevivência do setor a não ser o repasse de aumentos”, lamenta. Além destas questões específicas do setor, Deitos também alerta para o fato de que soluções do Governo Federal são paleativas e não resolvem a raiz

Para Carvalho, da Maxiquim, ano poderia ter sido melhor se houvesse sistema tributário inteligente e burocracia compatível com o século XXI

dos problemas. “Um setor que necessita sobretaxar as importações das matérias-primas e materiais transformados é sinal de que ‘o paciente está na UTI e está sendo tratado com aspirina’”. Para o dirigente é necessário dar oxigênio, buscando competitividade na produção de matérias-primas (Governo Federal, Petrobras e Braskem), aumento de produtividade (dever de casa dos transformadores com o auxílio dos Sindicatos) e uma definição por parte do Governo do Estado de que realmente quer aumentar os índices de transformação das matérias-primas produzidas no Polo de Triunfo, enfrentando o aumento do custo dos transportes via um crédito presumido de parte dos 12% do ICMS para as vendas interestaduais a exemplo do que foi dado recentemente ao setor calçadista. “Não adianta os Secretários de Fazenda simularem arrecadação de 12% nas vendas interestaduais sobre bases zero....”, avalia. Fortemente influenciada pelo desempenho dos demais setores industriais, em especial do automotivo, a atividade de transformação de plástico do Nordeste Gaúcho fechou o ano de 2012 com crescimento não superior a 1,5% na comparação com o exercício anterior, que apresentara resultado positivo. Mas quando computada a inflação anual, na casa de 5%, o setor consolidou queda próxima aos 3%. “O resultado de 2012 foi negativo em receita e rentabilidade,” sintetiza Orlando Marin, presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás). Em razão do recuo a média de uso da capacidade instalada caiu de 80% para 70% em 2012. Marin observa que a retração teve como causa principal a antecipação de compras de caminhões e ônibus no final de 2011 em razão da legislação Proconve P7, também conhecida por Euro 5, que passou a vigorar em janeiro de 2012 e elevou os preços de venda dos veículos. A expectativa era de recuperação ainda no primeiro semestre, mas o setor automotivo só começou a reagir, ainda assim lentamente, em >>>>


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& Perspectivas Transformação DIVULGAÇÃO

Balanços

Schmidt, do Simpesc, afirma que apesar da boa demanda, margens ficaram apertadas

Já 2013 tende a ser de bons resultados para o setor de plásticos. O presidente do Simpesc espera que o mercado siga em crescimento, pois há diversos fatores que contribuem: os juros são os mais baixos da curta história de estabilidade econômica, o desemprego está em queda, há expansão da classe média e uma inflação relativamente contida. “Nossa preocupação segue na linha da competitividade com relação a produtos importados, que aqui chegam custando menos que as matérias-primas que utilizamos para produzi-los”, destaca. outubro. “Acreditamos que a retomada será consistente a partir do início do segundo trimestre de 2013.” O presidente do Simplás projeta alta de 5% a 7% na atividade produtiva do setor em 2013, índice que somente irá cobrir as perdas do ano passado. Mas ele adverte que o setor continuará tendo problemas com a rentabilidade diante da expectativa de que os preços das resinas sofrerão novos aumentos, assim como ocorreu em 2012, quando tiveram majoração na ordem de 15% a 20%. “O fornecimento está 75% concentrado numa empresa e as resinas são commodities, com preços atrelados ao mercado internacional.” Uma alternativa, segundo ele, é a manutenção dos volumes de importação, algo próximo a 1 milhão de toneladas em todo o Brasil, e respondendo por 25% do total processado. O dirigente revela ainda os desafios gerais para 2013. “Devemos continuar a mobilização junto ao Governo Federal na equalização do IPI de nossos produtos, pois uma alíquota única é benéfica para o setor. O custo da energia elétrica, mesmo com a redução divulgada a nível Federal, ainda está entre os mais caros do mundo. Necessitamos de uma redução muito maior para toda a indústria, em especial o segmento plástico”, explica Marin.

Plastech

O ano de 2013 também terá a realização de mais uma edição da Plastech

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no período de 27 a 30 de agosto. Orlando Marin projeta aumento de 20% na área de exposição em relação ao evento de 2011, que atraiu 250 participantes do Brasil e do Exterior. O presidente do Simplás, entidade promotora da feira, estima que a Plastech já seja a segunda maior do Brasil e ocupe a terceira ou quarta no ranking da América Latina.

Santa Catarina

Importante estado do sul do país, Santa Catarina tem pouco a comemorar em relação ao desempenho do setor plástico em 2012. “Havia demanda, mas as margens foram apertadas”, revela o presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico de Santa Catarina (Simpesc), Alfredo Schmidt. Ele revela que alguns dos segmentos mais importantes, como descartáveis, apresentaram bom desempenho, enquanto embalagens e produtos para construção civil ficaram aquém do esperado. O custo de produção, principalmente no que se refere a preços de energia e das resinas, foi um tema recorrente no ano. “Mais uma vez sofremos com margens apertadas, principalmente nos segmentos mais ‘commoditizados’”, diz Schmidt, afirmando que ainda não há os números de 2012, mas tudo indica certa estabilidade nos volumes e tímida expansão do valor da produção, algo como 3 a 4% sobre 2011.

Paraná

Em 2012, o setor plástico no Paraná, de uma forma geral, apresentou um crescimento próximo à 1%, só não foi negativo devido as empresas fornecedoras de componentes plásticos da indústria automobilística e construção civil. O ano de 2012 foi marcado por grandes adversidades para o setor; como o aumento da alíquota de importação das resinas e um reajuste médio de 20% do insumo nacional. Houve o incentivo do programa de desoneração da folha de pagamento, mas que diante do cenário enfrentado pelo setor foi insuficiente para alavancar um maior crescimento das indústrias de transformação. Para 2013, o SIMPEP – Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Paraná - acredita que o setor atinja um crescimento na faixa de 3% a 4% pois espera-se que o recém divulgado pacote de redução de custos de matérias primas para as indústrias químicas (ampliação de crédito de PIS/COFINS), reflita em toda a cadeia de transformação, trazendo redução dos custos e maior competitividade. Já para a reciclagem, o sindicato está bastante otimista e acredita que o plano nacional de resíduos sólidos contribua para o desenvolvimento deste segmento e que medidas de incentivo para este setor devem ser anunciadas em 2013. O setor de transformação do plástico conta com 950 empresas no Paraná e emprega 25 mil pessoas. PS


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& Perspectivas Transformação

DIVULGAÇÃO

Balanços

Entrevista

Projeções positivas O ano de 2012 foi marcado por uma série acontecimentos no cenário econômico nacional e internacional que afetaram o desempenho do setor de transformados plásticos. O Presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, faz uma avaliação do período e projeta para 2013 um ano melhor.

Guia Plástico Sul - Quais os principais pontos econômicos nacionais e internacionais que impactaram o setor plástico brasileiro em 2012? José Ricardo Roriz Coelho - No cenário nacional, o ano de 2012 foi marcado por um fraco desempenho da produção industrial brasileira, principalmente no 1º semestre do ano, afetando diretamente os resultados do setor de transformados plásticos, já que esses produtos são utilizados predominantemente como insumo nos mais diversos setores. O segundo semestre de 2012 esboçou sinais de recuperação, porém no acumulado do ano o desempenho da produção da industria da transformação brasileira ficou 2% abaixo do volume registrado em 2011. Ao longo de 2012 também houve uma mudança no patamar do câmbio, passando de R$1,60 para R$2,08 e que tem reflexos negativos e positivos para o setor. O preço das resinas por exemplo, é formado a partir do preço praticado no mercado internacional mais os custos de internação e por conta disso, a alta no câmbio refletiu também no preço praticado na matéria-prima doméstica. Por outro lado, um ní14 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>

vel de câmbio mais adequado para competitividade industrial brasileira reflete-se positivamente com o ganho de dinamismo da produção doméstica e incremento da demanda por transformados plásticos. Em se tratando do preço de matérias primas plásticas, o aumento da alíquota de importação de 14% para 20% dos polietilenos (resinas que representam 43% do consumo de matérias-primas plásticas no Brasil, utilizadas na fabricação de embalagens para alimentos, para produtos agrícolas, produtos para indústria eletroeletrônica,automotiva, entre outros) com inclusão desses produtos na lista de elevação temporária da TEC no segundo semestre de 2012 foi mais um fator de apreciação do preço dessas resinas no mercado doméstico, já que esse aumento impacta no preço de internação que compõe a precificação dessas matérias primas no mercado doméstico.

nesse patamar ao longo de 2013. Ambas ações são importantes para o aumento da competitividade da indústria brasileira, porém os efeitos dessas medidas ainda não puderam ser plenamente computados.

GPS - Qual foi a participação do Governo na tentativa de melhora do setor? Roriz Coelho - No ano passado também acompanhamos o esforço do Governo em melhorar a competitividade da indústria brasileira, por meio do “Plano Brasil Maior”, que dentre uma série de incentivos e programas de financiamento também ampliou a “Desoneração da Folha de Pagamentos”, incluindo a partir de agosto de 2012 os produtos transformados plásticos. Aliado a isso tivemos o esforço da autoridade monetária em reduzir a taxa de juros básica da economia que saiu de 11,25% a.a em janeiro e encerrou o ano 7,25%, com perspectivas de que se mantenham

GPS – Quais os reflexos das medidas econômicas adotadas pelo governo Dilma, como redução de IPI para linha branca e para o setor automotivo, além da redução de imposto para as montadoras que utilizarem mais peças nacionais, entre outras? Comente sobre o assunto? Roriz Coelho - As medidas de estimulo a indústria brasileira foram e são importantes para manter o fôlego de determinados setores, como automotivo e linha branca, os quais mantiveram pedidos e evitaram um desempenho ainda pior do setor de transformados plásticos em 2012. O Inovar Auto, programa que concede uma

GPS – Como o senhor vê o mercado externo? Roriz Coelho - No cenário internacional, em função da crise, convivemos com uma situação de um menor nível de consumo internacional, principalmente no mercado Europeu e nos EUA. Já os grandes produtores globais, que tradicionalmente tinham como mercado alvo para suas exportações a Europa e EUA estão redirecionando seus excedentes para os mercados consumidores emergentes como o Brasil, e essa concorrência se dá no mercado interno (através das importações brasileiras),bem como na concorrência em mercados onde o Brasil tem potencial exportador.


GPS – O que o setor realmente precisa para se tonar mais competitivo? Roriz Coelho - A melhora na competitividade da indústria brasileira de transformados plásticos passa prioritariamente por uma redução nos altos custos de se produzir no Brasil, começando pelo acesso a resinas termoplásticas a preços competitivos. As resinas termoplásticas comercializadas no mercado brasileiro têm um preço 35% mais alto do que o praticado no mercado internacional, o que já torna mais difícil a concorrência do produto fabricado no Brasil frente ao concorrente internacional. O Brasil já passou ao status de um dos principais países produtores de petróleo e conta com uma indústria petroquímica consolidada e com atuação global e seria mais interessante para o Brasil e para própria cadeia petroquímica o estabelecimento de uma estratégia que contemplasse o fortalecimento e o aumento da competitividade de toda a cadeia, ao invés de manter uma lógica simplista de maximizar o ganho sobre o preço da matéria prima vendida no mercado brasileiro e manter grandes volumes de exportações (a preços internacionais). Essa forma de atuação aliada a instrumentos de defesa comercial

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redução de 30p.p no IPI para importação de veículos desde que a empresa invista na fabricação e no desenvolvimento de P&D e cadeia de fornecedores nacional, é visto como uma ótima oportunidade pela industria produtora de componentes automotivos plásticos, porém ainda é muito recente para que se faça uma prospecção nos resultados da indústria. Ressaltamos que o Inovar Auto foi elaborado não para apenas privilegiar o uso de conteúdo local e associa também as metas a serem cumpridas pelas montadoras com o investimento em pesquisa e desenvolvimento, em engenharia, em tecnologia industrial básica e na capacitação de fornecedores, e na melhoria do desempenho dos automóveis com redução de consumo e melhorias tecnológicas. São essas preocupações manifestadas nas metas do programa que deixa mais otimista a indústria fornecedora de componentes plásticos para indústria automotiva, para que realmente ocorra investimento e esse seja convertido em um salto tecnológico e consequente aumento de competitividade.

(elevação temporária na alíquota de importação para PE e direitos antidumpings em vigor para PP e PVC) concentra o valor no inicio da cadeia produtiva e mantém uma situação de consistente redução de competitividade nos setores a jusante, sendo que a agregação de valor com a eração de soluções para sociedade e de empregos ocorre com mais intensidade a partir da transformação do plástico. GPS – A questão tributária também freia a competitividade? Roriz Coelho - A alta carga tributária e a complexidade do sistema tributário são outros fatores que reduzem a competitividade da indústria e no caso dos transformados plásticos,esses produtos não contam com uma situação isonômica em relação às matérias-primas, o que causa uma série de distorções e acúmulos de créditos tributários ao longo da cadeia. A complexa e custosa necessidade de sistemas e especialistas para gerir corretamente os recolhimentos tributários também afetam negativamente a competitividade do produto brasileiro, pois esses custos devem compor o preço dos produtos. Em estudo realizado pela FIESP sobre o tema, estima-se que esse impacto pode ser de até 2% no preço de um produto industrializado. Ainda no tema tributário, os impostos são recolhidos antes do recebimento das vendas realizadas pela indústria e esse descasamento entre pagamento e recolhimento

Para Roriz, da Abiplast, a melhora na competitividade do setor passa por uma redução nos custos de produção

impacta no fluxo de caixa das empresas, que precisam usar seus recursos para realizar esse pagamento. Os altos preços de energia elétrica bem como os altos custos com logística e infra estrutura também impactam diretamente a competitividade da indústria brasileira. Estamos otimistas que as ações atualmente adotadas pelo governo para reduzir os preços da energia elétrica, bem como a criação da Empresa de Planejamento e Logística e os planos de melhoria para implementação a partir de 2013 tenham impactos positivos na melhoria do ambiente competitivo da indústria brasileira. GPS - Como pode ser analisado o ano de 2012 para a cadeia produtiva do plástico? Roriz Coelho - O ano de 2012 foi um ano de estagnação na produção para a indústria de transformados plásticos. Tivemos um 1º semestre fraco, apresentando uma recuperação no segundo, mas que não elevou a produção aos níveis observados em 2011, o que atrelado a um cenário de alta nos custos de suas principais matérias primas, impulsionada por fatores como o aumento na proteção tarifária para essas matérias primas,determinaram esta estagnação. Observou-se iniciativas governamentais como bjetivo de reverter esse quadro e aumentar a competitividade da indústria como um todo, mas que ainda não surtiram o efeito esperado. GPS - Quais as perspectivas para 2013? Roriz Coelho - Mais positivas, com um crescimento na produção de transformados plásticos. A produção física terá um avanço de 1% frente a 2012, e o percentual de aumento do consumo aparente estimado em termos nominal será de 7,8%, com avanço de 13% nas importações de transformados plásticos. O setor de transformados plástico gerará cerca de 10 mil novos postos de trabalho em 2013 encerrando o ano com370 mil trabalhadores empregados nesta indústria. Os investimentos continuarão no mesmo patamar do observado em 2012. PS << 2012 / 2013 < Guia Plástico Sul < 15


Balanços

& Perspectivas Química e Petroquímica

Falta de competitividade afeta indústria química Faturamento da indústria química atinge US$ 153 bilhões em 2012

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A insuficiência de competitividade foi apontada como um dos principais fatores para o resultado do déficit registrado em US$ 28,1 bilhões.

B

alanço divulgado pelo vice-presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Marcos De Marchi, revelou que a indústria encerrou 2012 com o déficit comercial de US$ 28,1 bilhões. De acordo com os dados da entidade, o faturamento da indústria química no ano foi de US$ 153 bilhões. No entanto, o balanço é negativo: as exportações caíram para US$ 15,1 bilhões, enquanto que as importações subiram para US$ 43,1 bilhões. Para combater esse déficit comercial e o risco de desindustrialização estão programados investimentos de US$ 22 bilhões até 2016. Segundo De Marchi, a insuficiência da competitividade tem sido um dos principais fatores dos números atuais da indústria química brasileira. Porém, o executivo salientou que “as demandas do setor, acordadas com o Conselho de Competitividade do Plano Brasil Maior, estão mais atuais e necessárias do que nunca, o que leva ao restabelecimento da competitividade e atração de investimentos”. O presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Henri Slezynger, declarou que 2012 foi um ano difícil para a economia mundial e também para a indústria química, prejudicada principalmente pelo câmbio valorizado. “Não podemos continuar assistindo o crescimento contínuo do déficit comercial do setor químico, que vem desde 2001, e atingirá uma cifra de aproximadamente US$

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50 bilhões se não forem tomadas medidas estruturais”, destacou. Durante o evento, representantes de entidades da cadeia produtiva de consumidores finais de produtos químicos - o presidente da ABIA (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação), Edmundo Klotz, o diretor superintendente da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção), Fernando Pimentel, o assessor econômico da ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Carlos Cavalcanti, o presidente executivo da ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), Walter Cover, e o vice-presidente da ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Moan Yabiku Júnior - discutiram os desafios de cada setor, as tecnologias e inovações da química que contribuem para seu desenvolvimento, além das oportunidades futuras que reforçam a parceria com a indústria química. O ex-ministro Delfim Netto destacou a importância da parceria entre indústria e

governo para o bom desempenho da economia mundial e brasileira. “O governo acha os senhores muito ruins e os senhores acham o governo muito ruim. Nenhum dos dois tem razão. A confiança é a roda dentada que faz o Estado e o setor privado trabalharem juntos, para produzir o desenvolvimento”, disse. O diretor de abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, apresentou o planejamento estratégico da empresa para os próximos anos. “O plano está fortemente alicerçado na análise de desempenho, ou seja, metas físicas e financeiras para cada empreendimento, disciplina de capital, garantia de que os negócios estejam alinhados a financiabilidade, além de buscar o óleo que está disponível”, afirmou Cosenza. Ainda de acordo com o diretor, atualmente, a produção de petróleo é de 2 milhões de barris/dia, e para 2020 a estimativa é de 4,2 milhões de barris/dia.

Balança comercial

O déficit na balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 28,1 bilhões em 2012, o maior já registrado na história, confirmando as previsões da Abiquim, divulgadas em outubro do ano passado. O valor representa um aumento de 6,2 % em relação a 2011, quando o déficit em produtos químicos foi de US$ 26,5 bilhões. Em 2012, as importações de produtos químicos foram de US$ 43,0 bilhões, equivalente a um crescimento de 1,5% em relação a 2011. Já as exportações, de US$ 14,8 bilhões, tiveram uma queda de 6,3% na comparação com o ano anterior. As compras externas de intermediários para fertilizantes, principal item da pauta de importações químicas, al- >>>>


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Balanços

& Perspectivas Química e Petroquímica

cançaram US$ 8,2 bilhões, valor 6,1% menor do que o registrado no ano de 2011. De acordo com a diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo, o avanço acelerado do déficit nos últimos anos pode ser explicado, em parte, pelo fato de o aumento da demanda interna por produtos químicos ser cada vez mais atendido por importações e pelo aumento significativo das importações de produtos de uso final. “O déficit em produtos químicos observado em 2012 é o maior da história, apesar das medidas que o governo tem tomado em defesa da indústria nacional. Representa um crescimento de 6,2% em relação ao ano de 2011, até então o maior valor registrado, e acumula avanço de mais de 346,0% nos úl-

timos dez anos.”, destaca Denise, para quem a retomada de investimentos associados à substituição de importações e à ampliação das exportações é condição indispensável para a superação do crônico déficit do País em produtos químicos.

Adirplast

A Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas e Bobinas Plásticas de BOPP e BOPET (Adirplast) projeta em 428.000 toneladas os volumes comercializados pelo seu setor em 2012. O saldo perde para as 505.000 toneladas do pente fino de 2011 e o período passado foi marcado por alta geral nos preços. No âmbito dos volumes vendidos em 2012, polietilenos (PE) mantiveram sua

larga dianteira com participação de 51,4% (51,3% em 2011). Bons degraus abaixo, vieram polipropileno (PP), com 26,5% (29,6% em 2011); especialidades, com 11,7% (11,2% em 2011); poliestireno (PS), com 9,4% (7,5% em 2011) e PVC, com 0,5% (0,3% em 2011). “ Nossa perspectiva para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano é em torno de 3%. Justificamos nossas projeções com base na dificuldade apresentada pelas indústrias e pela economia brasileira em deslanchar durante todo o ano 2012”, afirma Laercio Gonçalves, presidente da entidade. O executivo acredita que 2013 apresentará um crescimento tímido em relação ao ano que passou sem grandes impactos com relação à questão cambial.

Vendas de resinas da Braskem crescem 10% Maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, empresa divulga seus resultados e prevê uma elevação mais forte da demanda por resinas no mercado interno em 2013. Em um ano especialmente desafiador, influenciado pelo agravamento da crise internacional que impactou tanto o setor petroquímico global quanto a indústria brasileira, a Braskem obteve avanços importantes relacionados aos seus planos de crescimento, internacionalização e melhoria de competitividade, além de manter o foco na sua eficiência operacional. Em 2012, a companhia alcançou um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 4 bilhões, alta de 6% sobre 2011, apesar da redução das margens internacionais do setor, causada pela baixa demanda por produtos petroquímicos nos países desenvolvidos – levando ao deslocamento de produtos para mercados emergentes e desfavorecendo a indústria nacional. Esses efeitos negativos foram parcialmente compensados por resultados extra18 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>

ordinários obtidos pela Braskem e relacionados a recebimento de indenizações por quebra de contrato por terceiros, desconto referente à antecipação de pagamentos de tributos parcelados (Refis) e, principalmente, pela venda de ativos não estratégicos. Tal conjunto de fatores foi responsável por R$ 860 milhões do valor total de EBITDA gerado. Apesar do cenário de incertezas econômicas, a companhia manteve seu compromisso com o desenvolvimento da cadeia produtiva da química e dos plásticos no Brasil e investiu R$ 1,7 bilhão, com a inauguração da nova unidade de produção de PVC em Alagoas – com capacidade anual de 200 mil toneladas; e uma de butadieno, matéria-prima para a indústria da borracha, no Rio Grande do Sul, que adicionou 100 mil toneladas de capacidade anual. Os esforços em favor do aumento da competitividade, como a busca do aumento de produtividade e maior foco em inovação, permitiram à Braskem suavizar os impactos do agravamento da crise internacional, que contraiu a demanda por produtos e a rentabilidade do setor. “Com essas ações conseguimos manter nosso direcionamento estratégico e sustentar nosso programa de investimentos, com a confiança na recuperação do mercado petroquímico internacional e no crescimento do mercado doméstico em médio e longo prazos”, destaca Carlos Fadigas, presidente da Braskem.

A receita bruta registrada pela empresa no ano alcançou R$ 42,1 bilhões e a receita líquida, R$ 35,5 bilhões, um crescimento de 8% e 9%, respectivamente, na comparação com 2011. Maiores volumes de venda de resinas e de petroquímicos básicos e a depreciação do real impulsionaram o faturamento, compensando a redução dos preços médios praticados no mercado internacional. À medida que o mercado brasileiro das resinas termoplásticas polietileno, polipropileno e PVC cresceu 2%, em relação a 2011, num total de 5 milhões de toneladas, a Braskem cresceu 10% no mesmo período, totalizando a venda de 3,5 milhões de toneladas. Esse desempenho foi proporcionado pela expansão da participação da Braskem no mercado local para 70%, com recuo das importações. Entre os fatores que influenciaram a redução do volume do material importado estão a depreciação do real, a adoção de medidas governamentais em defesa da indústria nacional e a expansão da produção de PVC pela companhia em Alagoas. “A perspectiva de maior crescimento do PIB nacional em 2013 permite prever uma elevação mais forte da demanda por resinas no mercado interno e é fundamental que essa expansão beneficie a cadeia produtiva da petroquímica e dos plásticos no Brasil e não o produtor fora do país. Isso impactará especialmente a


indústria de transformação plástica, já beneficiada em 2012 pela desoneração de encargos trabalhistas, mas que precisa seguir recuperando sua competitividade, capacidade de investir e de gerar empregos”, pondera Fadigas. Na frente internacional, a gradual mas consistente reativação da economia norte-americana refletiu-se no crescimento firme dos volumes de polipropileno comercializados nos Estados Unidos pela companhia, que ampliou seu market share em 2% num mercado cuja expansão não chegou a 1% e ainda segue com margens pressionadas. Já na Europa, a estagnação da economia manteve a demanda reprimida e reduziu o volume de vendas da companhia em 1%, enquanto o mercado como um todo caiu 3%, mas o alto custo da matéria-prima afetou a rentabilidade da operação. No México, o projeto Etileno XXI teve progressos relevantes tanto na sua implantação física quanto na sua equação financiamento. Foi concluída a estruturação do project finance no valor de US$

3,2 bilhões, por um pool internacional de bancos, e as obras de engenharia prosseguem dentro do cronograma, que prevê início de operação do complexo, com três plantas de polietileno integradas à produção de eteno a partir de gás competitivo, em meados de 2015. A desvalorização cambial de 9% no período afetou negativamente o resultado financeiro em R$ 1,7 bilhão e acarretou prejuízo de R$ 738 milhões à Braskem. Esse resultado, entretanto, não tem impacto imediato sobre o caixa da companhia. O valor representa o efeito contábil da variação cambial, principalmente sobre o endividamento da Braskem, cujo prazo médio de vencimento é de 15 anos. A estratégia da companhia para 2013 permanece pautada no fortalecimento do negócio e elevação da sua competitividade, com a ampliação do market share local; no apoio ao desenvolvimento da cadeia petroquímica e de plásticos brasileira, inclusive pela viabilização e implantação do Comperj em bases competitivas;

na busca de eficiência operacional, com a manutenção das altas taxas de operação e redução de custos fixos; na criação de valor das capacidades adicionais de PVC e butadieno; na diversificação da matriz de matéria-prima pelo avanço do projeto Etileno XXI (México) e pelos novos contratos de acesso a matéria-prima nos EUA. Assim como em 2012, a Braskem segue com o compromisso de crescimento e desenvolvimento sustentável. “Continuaremos a agir proativamente em busca das melhores oportunidades, visando criar valor para nossos clientes, acionistas e a sociedade, aumentando a competitividade em toda a cadeia produtiva da petroquímica e dos plásticos, sem perder o foco na disciplina financeira”, reforça Fadigas. “Nesse contexto, a aprovação do Regime Especial da Indústria Petroquímica – REIQ pelo governo será da maior importância para o setor, permitindo que a desoneração das matérias-primas e dos investimentos ajude a indústria a superar o atual cenário de dificuldades”, conclui. PS

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Balanços

& Perspectivas Máquinas

Balança comercial de máquinas e equipamentos fecha 2012 com um déficit de US$ 16,8 bilhões

DIVULGAÇÃO

Importações e exportações aumentam em 2012

O

faturamento bruto real do setor de máquinas e equipamentos, em 2012, foi de R$ 80 bilhões, representando uma queda de 3,0% (-3,0%) sobre o resultado auferido em 2011. O resultado real de R$ 6,9 bilhões apresentado em dezembro ficou 7,9% superior o de novembro, embora menor em 5,3% (-5,3%) quando comparado ao mesmo mês do ano anterior. De acordo com Luiz Aubert Neto, presidente da ABIMAQ, a balança comercial de máquinas e equipamentos fechou o ano de 2012 com um déficit de US$ 16,8 bilhões, 5,9% inferior (-5,9%) ao observado no ano anterior. Este resultado reflete o aumento de 11,2% das exportações, que alcançaram o montante de US$ 13,2 bilhões, e o contínuo crescimento anual das importações, que chegaram ao total de US$ 30 bilhões, um crescimento de 0,9% sobre o ano de 2011. O consumo aparente real em dezembro de 2012 ficou em R$ 9,7 bilhões, 17,2% superior em relação a novembro e acumulando no ano um resultado de 20 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>

R$ 109,5 bilhões, +2,9% acima do ano anterior. Mesmo com o aumento do faturamento interno o market share da produção nacional, continua abaixo das vendas dos produtos de importados, 22,9% em dezembro. A média anual do nível de utilização de capacidade instalada (NUCI) caiu para 75,6% em 2012, apresentando queda de 5,2p.p (-5,2p.p) em comparação com o ano anterior.

O número médio de semanas para atendimento dos pedidos em carteira no ano teve uma queda de 1,9p.p (-1,9p.p) fechando em 15 semanas, mantendo assim sua tendência de queda. O emprego na indústria de bens de capital mecânico registrou alta de 0,4% no mês de dezembro em relação ao mês anterior, fechando esse mês com 255,834 trabalhadores. No acumulado no ano, o setor apresentou queda de 1,3% (-1,3%). >>>>


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Balanços

& Perspectivas Máquinas

Na esperança de um 2013 melhor Guia Plástico Sul - Como pode ser analisado 2012, quais as principais dificuldades e conquistas? Luiz Aubert Neto - Em 2012 a indústria andou de lado, os resultados foram muito ruins e fechamos o ano com um nível de utilização da capacidade instalada (NUCI) de 75,6%, este é o pior resultado dos últimos 40 anos. O faturamento bruto dos fabricantes nacionais recuou 3% em relação ao ano de 2011. Foi a primeira queda nessa série desde o tombo provocado pela crise, em 2009. Encerramos 2012 com a esperança, mais uma vez, de que 2013 seja o ano da recuperação e do crescimento. GPS - Quais as perspectivas e tendências do setor para 2013? Quais os principais obstáculos a serem vencidos no período? Neto - A expectativa para 2013 é de crescimento no faturamento do setor de 5 a 7% Os principais obstáculos a serem vencidos são a carga tributária e importação predatória. GPS - Quais os reflexos das medidas adotadas pelo governo federal, como 22 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>

DIVULGAÇÃO

Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq, avalia o ano de 2012 e afirma que é necessário uma retomada da indústria, que sofre com o tripé câmbio, juros e tributos. setor. Mas é preciso caminhar para a realização de reformas estruturais, como por exemplo, a tributária e a redução do Custo Brasil. Também, o governo precisa focar na implementação de medidas de defesa comercial e combater o tripé do mal, câmbio, juros e tributos.

a desoneração da folha de pagamento, plano Inovar Auto, redução do valor da energia, entre outras, para o setor de transformação de plásticos em 2013? Neto - As últimas medidas tomadas pelo governo (a desoneração do INSS patronal na folha de pagamento, a constante redução da taxa básica de juros, o programa PSI-FINAME, com taxas de juros de 2,5% ao ano) já estão ajudando o

GPS - O que mais gostaria de acrescentar? Neto - As medidas implementadas estão longe do mínimo necessário para se restabelecer a competitividade, mas é certo que estamos deixando de ser uma economia especulativa para nos tornarmos uma economia produtiva e cabe a nós agora cobrar, mas também dar todo o apoio necessário para que o governo possa promover as transformações que tanto o país necessita. Contudo, mais uma vez, encerramos o ano com a esperança de que as medidas citadas possam, efetivamente, produzir resultados no ano de 2013. Também, a intenção do governo em focar as ações na realização e estímulo aos investimentos, fundamental para o crescimento e recuperação do país, podem recolocar a nossa indústria no caminho da recuperação. PS


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Balanços

& Perspectivas Máquinas

Importação de bens de capital cai 20% em 2012

O

s importadores de máquinas-ferramenta e equipamentos industriais, que compõem o grupo dos chamados bens de capital, movimentaram cerca de US$ 2 bilhões em 2012, com uma queda de 20% sobre o ano anterior. O resultado coloca a atividade no mesmo patamar negociado em 2007, ano em que a economia estava aquecida e preparava o boom vivido pelo setor industrial em 2008. Na prática, corresponde a um retrocesso de cinco anos no ritmo da atividade. “É lamentável que um setor tão importante para o crescimento do país tenha que amargar este resultado”, afirma Ennio Crispino, presidente reeleito da ABIMEI (Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas-Ferramenta e Equipamentos Industriais). O baixo ritmo da atividade industrial é apontado como o principal fator para este fraco desempenho. “O nível de confiança do empresariado permaneceu baixo durante todo o ano, afastando os investimentos”, diz Crispino. De fato, a

última pesquisa de Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que só em outubro a produção ultrapassou a média dos 50 pontos (nível que indica evolução positiva, segundo a metodologia adotada) ficando em 54,9 pontos. Mas isto ainda não foi suficiente para elevar o otimismo dos empresários. O indicador de expectativa em relação à demanda caiu de 56,9 pontos para 55,7 pontos, de acordo com a pesquisa. “Empresário receoso não investe, apesar dos incentivos dados pelo Governo ao setor de bens de capital fabricados no país”, afirma Crispino. O setor continua em cautela com relação à expectativa para 2013. Para o presidente da ABIMEI, embora o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, negue uma alta do dólar no ano que vem, os sinais indicam a intenção do Governo de rever a banda cambial, para um patamar em torno de R$ 2,10, o que tornaria o produto importado quase 17% mais caro, em relação a 2011, quando o dólar estava em torno de R$

1,80. “Só com a alta do dólar, o produto nacional ficou 5% mais competitivo, nenhuma melhoria de processo consegue dar este ganho”, salienta Crispino. A ponta de confiança vem com a expectativa de que as obras de infraestrutura saiam realmente do papel em 2013, devido à proximidade dos eventos esportivos mundiais, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, além da escala de incentivos que o Governo prevê até 2017, com o novo regime automotivo: “São medidas de longo prazo, mas se começarem a acontecer efetivamente, poderão dar novo fôlego à indústria”. Ennio Crispino faz questão de salientar o papel regulador desempenhado pelos bens de capital importados. “É uma atividade fundamental para equilibrar a oferta de máquinas operatrizes e equipamentos industriais no país. Com a opção dos importados, o empresário brasileiro consegue comparar custo x benefício, prazo de entrega e tecnologia ao comprar uma máquina para ampliar ou modernizar o seu parque industrial”. PS

Comissão de Plástico e Papel

A nova Comissão nasce do plano de desenvolvimento da ABIMEI formulado para o período 2013-2017, que prevê a abertura da associação para todos os segmentos industriais que se utilizam de máquinas e equipamentos importados. À frente da nova Comissão estão Roberto Guarnieri, profissional com mais de 25 anos de experiência no setor, e pelo diretor financeiro da ABIMEI, Christopher Mendes, diretor comercial e de marketing do Grupo Brasia.

“Vamos elaborar um plano de ações para debater e dar maior visibilidade às necessidades específicas dos importadores de bens de capital e de meios de produção voltados para a indústria termoplástica e de papel. A ABIMEI quer ser a porta-voz deste segmento, colaborando para levar os seus pleitos e demandas até as instâncias capazes de apresentar as soluções que irão desenvolver o setor como um todo, em benefício do próprio país”, afirma Mendes.

A entidade irá reunir a recém-criada Comissão de Máquinas para Plástico e Papel com o objetivo de organizar uma agenda semestral de atividades para o setor. A nova Comissão foi oficializada em encontro que contou com a presença de membros da diretoria e empresas importadoras de máquinas, equipamentos e acessórios para a transformação termoplástica e de papel. 24 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>


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Embalagens

D

entro do setor plástico, as embalagens ocupam uma fatia muito grande. Na vida das pessoas também, por estarem ligadas ao consumo de praticamente todos os produtos, inclusive os não duráveis, de uso contínuo, como alimentos e higiene. Neste sentido, o crescimento econômico da classe média vem abrindo um amplo mercado, pois as pessoas podem consumir maiores quantias ou mesmo itens até então considerados supérfluos. É preciso, no entanto, ficar atento a limitação natural dessa situação. O consumo cresce até atingir um limite e se estabilizar, o que já acontece em países desenvolvidos. Em outras palavras, mesmo uma pessoa que nunca tenha consumido iogurte ou condicionador de cabelo acessará esses produtos até uma determinada quantidade, que supra suas necessidades por dia/semana/mês. Por outro lado, o setor se prepara para lidar com os desafios da logística reversa, imposta pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, tendo que assumir sua responsabilidade no destino final de cada embalagem colocada no mercado. A ABRE - Associação Brasileira de Embalagem divulgou o Balanço Setorial de Embalagem através do Estudo Macroeconômico da Embalagem ABRE/FGV. De acordo com o estudo, a produção física de embalagens decresceu 1,19%, em 2012. A previsão inicial era de crescimento de 1,6%, revista para queda de 1% no balanço do 1º semestre divulgado em agosto. Esses números se devem à atividade industrial brasileira que teve um primeiro semestre de quedas generalizadas, principalmente entre os bens de capital e os bens de consumo duráveis, enquanto bens de consumo semi e não duráveis, principais usuários de produtos de embalagem, alternaram ganhos e perdas de pequena grandeza. Esse desempenho instável refletiu negativamente sobre a produção de embalagem que registrou queda de 4% em relação ao 1º semestre de 2011. Já no segundo semestre, a produção reagiu, apresentando expansão de 1,6%, em 26 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>

Produção física de embalagens decresceu 1,19% em 2012

relação ao mesmo período de 2011. Os estímulos governamentais como as desonerações tributárias e ampliação do crédito foram um dos principais motivos para a recuperação do consumo no segmento de bens de consumo duráveis. Outros estímulos como a queda dos juros, a contínua criação de empregos e a elevação do salário real também permitiram a expansão do consumo, fazendo com que a indústria nacional recuperasse parte da competitividade frente aos produtos importados após a desvalorização cambial ocorrida durante o segundo trimestre de 2012. Diante deste cenário, a indústria de embalagem de plástico obteve o melhor desempenho em produção física (aumento de 0,44%), seguida pela indústria de embalagens de papel, papelão e cartão (retração de 0,97%), e metal (retração de 1,13%). Os setores usuários de embalagem que apresentaram melhor desempenho em volume de produção foram a indústria de perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (3,32%), bebidas (1,32%) e farmacêutica (0,52%). O valor da produção física de embalagem atingiu 46,9 bilhões de reais em 2012, segundo a ABRE. A participação por setor neste faturamento é de 37,8% dos materiais plásticos, seguido pelo setor de celulósicos com 34,47%, somados os setores de papelão ondulado com 18,75%, cartolina e papel-cartão com 9,50% e papel com 6,22%, e metálicos com 16,79%. Já o nível de utilização da capacidade instalada aumentou se comparada ao mesmo período do ano anterior, fechando 2012 em 86,1 %. No meio do ano houve um aumento chegando a marca de 89,4% da utilização da capacidade instalada, o que possibilitou esta recuperação.

DIVULGAÇÃO

Embalagens: tempo de mudanças

Perspectivas

Apesar do começo de ano pouco animador, com o avanço da inflação, e consequentemente do adiamento das decisões e da retração da confiança do consumidor, a produção de embalagem deve crescer até 2%, em 2013. O nível de emprego na indústria de embalagem deverá prosseguir em expansão moderada, chegando a cerca de 230 mil postos, no final de 2013. A receita dos fabricantes de embalagem deve ser próxima a R$ 48 bilhões, superando os R$ 46,1 bilhões, gerados em 2012. PS

Empregos

De março a outubro de 2012, o nível de emprego na indústria de embalagem permaneceu abaixo do de 2011, fechando o 1º semestre com uma diferença de -0,35%, mediante o mesmo período do ano anterior. Já no 2º semestre, o emprego acompanhou o aumento da produção, superando a mesma posição de 2011 em 0,08%.


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Embalagens

Faturamento do setor de embalagens plásticas flexíveis cresce 7,5%

A

pesar de 2012 ter sido um ano de muita instabilidade para o setor de transformação de plásticos, o segmento de embalagens plásticas flexíveis registrou aumento no faturamento em 7,5% com relação ao ano anterior, segundo estudo da Maxiquim solicitado pela Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief). Em 2011, o segmento faturou R$ 11,2 bilhões. Já no ano seguinte, o faturamento registrado foi de R$ 12 bilhões. O volume de produção também cresceu em 2012. Em 2011, a produção foi de 1.779,19 mil toneladas de embalagens flexíveis contra 1.813 mil toneladas em 2012, ou seja, crescimento de 1,9%. Apesar destes números positivos, o setor sofreu com a volatilidade dos custos, principalmente no que tange ao aumento dos preços das matérias-primas superior aos demais custos de produção e ao consequente aumento nas importações de produtos acabados. O estudo da Maxiquim mostrou que as importações de embalagens flexíveis cresceram 11,5% em valores (de US$ 573 milhões, em 2011, para US$ 639 milhões, em 2012) e 12,8% em volume (de 120 mil toneladas, em 2011, para 136 mil toneladas em 2012), ou seja, o déficit da balança comercial do setor foi o maior dos últimos oito anos, atingindo US$ 453 milhões no ano de 2012. Mostrou ainda que as exportações caíram no período. Em valores, a queda foi de 14,0% (de US$ 217 milhões, em 2011, para US$ 186 milhões, em 2012) e 14,7% em volume (de 62 mil toneladas, em 2011, para 53 mil toneladas em 2012). Em outras palavras, o ano de 2012 apresentou números positivos em relação a faturamento (crescimento 7,5%) e volume de produção (aumento de 1,9%), no entanto as importações de embalagens flexíveis cresceram, em valores e volume, e as exportações caíram. “O volume de produção cresceu basicamente acompanhando o crescimento do mercado interno, mais especificamente de setores como 28 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>

alimentos. Já o crescimento do faturamento se deveu basicamente a um ainda deficitario repasse de preços pela indústria de embalagens frente ao grande aumento de custos sofridos em 2012, com destaque para os custos das matérias primas. Este mesmo aumento de custos no mercado interno é a justificativa para o déficit da balanca comercial do setor.”, avalia Sergio Carneiro Filho, presidente da Abief. Ele diz que maior volume dentre as embalagens flexíveis no mercado nacional é representados por filmes de PE (polietileno) e PP (polipropileno), dentre eles destaque especial para embalagens para alimentos. “Se partirmos destes, poderíamos destacar o avanço de alguns nichos; desde os mais commodities, como o strech (filmes esticáveis para paletização), decorrente da otimização da logística no país, até alguns mais sofisticados, como os stand up pouch (embalagens, normalmente laminadas multicamadas, com formato específico para exposição direta no ponto de venda), tendência mundial que já marca sua presença também no Brasil”, afirma. Para o executivo, o ano de 2012 foi especialmente desafiador para o setor, os custos, com destaque para a escalada dos preços das matérias primas, dificultaram bastante a obtenção de margens satisfatórias pelas empresas, mas o ano de 2013 apresentou um início bem mais animador. “A redução dos custos da energia elétrica, a manutenção da disponibilidade de recursos para novos investimentos pelo BNDES, a momentânea nova estabilidade dos custos das matérias-primas e a concretização de negociações ao longo da cadeia, tudo isso em conjunto mostra um ano mais otimista para a indústria de embalagens plásticas flexíveis. Diante desse cenário, a Abief seguirá atuando no sentido de promover competitividade à indústria, tanto no mercado interno quanto para exportação”, garante.

Setor

A Abief é a entidade que há 35 anos representa o mercado nacional de embala-

gens plásticas flexíveis, correspondente a cerca de 40% da produção do setor, com uma diversa gama de embalagens plásticas, para as mais diversas finalidades, tais como filmes monocamada, coextrusados e laminados; filmes de PVC e de BOPP; sacos e sacolas; sacaria industrial; filmes shrink (encolhíveis) e stretch (estiráveis); rótulos e etiquetas; stand up pouches (SUP) e embalagens especiais.

Sacolas plásticas

Um tema em constante debate é o das sacolas plásticas. A experiência mostrou que a tentativa de eliminá-las se mostrou ineficiente, como aconteceu nos mercados de São Paulo, que foram obrigados a oferecê-las novamente aos clientes. “Em todo o Brasil a discussão ainda é ampla, mas a Abief trabalha para promover ações de educação, consumo responsável, redução do desperdício e descarte adequado”, diz o presidente da entidade. O Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, que a entidade e promove em parceria com a Plastivida Instituto Socio Ambiental dos Plásticos e Instituto Nacional do Plástico (INP), mostra que é possível ser sustentável sem que se fale em banimento de nenhum produto. Com o Programa, mais de 800 milhões de sacolas plásticas deixaram de ser desperdiçadas no varejo brasileiro, em 2012. “Os dados mostram que o Programa permitiu uma redução acumulada de 5,8 bilhões de sacolas plásticas no Brasil, nos últimos cinco anos, quando foi criado. A marca representa 32,4% de redução em comparação com o volume de sacolas plásticas produzidas em 2007, ou seja, maior que a meta estipulada pelo Programa, que era de 30% em cinco anos”, afirma o dirigente. “Ou seja, acreditamos na conscientização e não na proibição, no uso responsável e não em banimento, e que indústria, varejo, associações de defesa do consumidor e do meio ambiente e governo devem atuar em conjunto para benefício da sociedade e do meio ambiente”. PS


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DIVULGAÇÃO

Embalagens

Logística Reversa – um dever conjunto

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m tema muito importante e que talvez não esteja recebendo a devida atenção dos empresários do setor é o da logística reversa, instituída pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS, Lei 12.305/2010) que dá a responsabilidade compartilhada entre os membros do ciclo de vida de um produto (fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos - prefeituras -, pelo descarte correto dos resíduos. A PNRS reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações adotados pelo Governo Federal, isoladamente ou em regime de cooperação com Estados, Distrito Federal, Municípios ou particulares, com vistas à gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos. A lei contempla a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos pro-

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dutos e reconhece o resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania. O Ministério do Meio Ambiente publicou o edital de chamamento para preparação/apresentação de acordo setorial relativo a Embalagens em julho de 2012 e em dezembro uma coalizão empresarial, da qual a ABIPLAST faz parte, formada por 22 entidades de classe de representação nacional abrangendo fabricantes de embalagens, usuários de embalagens, distribuidores/atacadistas, supermercados e comércio levou à ministra Isabela Teixeira um modelo de Acordo Setorial que propõe utilizar os Sistemas de Logística Reversa e iniciativas do setor privado já existentes no País com a participação das cooperativas de catadores que serão aperfeiçoadas e expandidas inicialmente nas cidades sede da copa e a partir de 2015 para todo o território nacional. A inclusão de cata-

dores é uma exigência da legislação. “Temos uma meta para redução de 22% em peso de embalagens depositadas em aterros para 3 anos (2012, 2013 e 2014). Nós consideramos esta meta desafiadora, porém se cada integrante do sistema cumprir com a sua obrigação na responsabilidade compartilhada, acreditamos que a cumpriremos. Essa meta será de 28% em 2019, 34% em 2023, 40% em 2027 e 45% em 2031”, diz Gilmar do Amaral, da Abiplast. A Abiplast realizou um encontro em São Paulo onde todos os executivos dos Sindicatos patronais foram convidados para conhecer o Acordo Setorial. Depois disso, foi convidada pelos sindicatos para apresentação aos seus associados, o que aconteceu em cidades por todo o país. Num dos encontros, Amaral comentou que alguns empresários se mostram resistentes ou incrédulos diante das exigências da legislação. Ele lembra, no entanto, que não é o momento da discussão, pois a lei já >>>>


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Entidades não acreditam em redução da produção, mas mudanças importantes virão

foi aprovada, é preciso pensar maneiras de cumprí-la. A PNRS diz, por exemplo, que “a contratação de serviços de coleta, armazenamento, transporte, transbordo, tratamento ou destinação final de resíduos sólidos, ou de disposição final de rejeitos, não isenta as pessoas físicas ou jurídicas da responsabilidade por danos que vierem a ser provocados pelo gerenciamento inadequado dos respectivos resíduos ou rejeitos”. Outro ponto importante diz que “Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”. Além disso, por ter de pensar no destino final de cada embalagem, imagina-se que as empresas reduzirão tamanhos, quantidade, o que pode ter reflexos negativos na indústria de embalagens. Para Amaral, isso não deve acontecer. “A PNRS não vai reduzir a produção do setor de embalagem, mas acreditamos que haverá uma mudança sensível em design, surgirão novos materiais e novas tecnologias que possibilitarão a sua adequação aos 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar)”. Mesma opinião do presidente da

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Embalagens

Abief, Sergio Carneiro Filho. “A perspectiva não é de redução, mas de racionalização das embalagens, principalmente no que tange ao descarte. As práticas de coleta seletiva, reutilização, reciclagem vão garantir que o uso dos plásticos seja cada vez mais sustentável, sem que o consumidor deixe utilizar a embalagem que o favorece na durabilidade do produto, na manutenção de sua integridade no transporte e de sua qualidade”, afirma. Ele diz que desafio será grande para a indústria de embalagens, da mesma forma como o será para todos na cadeia produtiva, ao mesmo tempo que, “inquestionavelmente se trata de uma necessária providência para direciona-

mento deste grande assunto”. Para o presidente, “tanto é desafiador que o acordo foi apresentado por uma coalizão de 22 entidades. Acordo este elogiável por representar uma iniciativa factível pelas entidades signatárias”, afirma. Desafio grande e abrangente. “O Edital de Chamamento nº 02/2012 foi direcionado aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de embalagens e de produtos comercializados em embalagens. Com relação aos demais produtos, entendemos que serão tratados em edital de chamamento específico. A Abiplast esta acompanhando e estará orientando e defendendo os interesses dos seus Associados”, diz Amaral. PS


Produtos

A Braskem lançou no mercado o novo grade Pluris4301, polietileno de baixa densidade linear desenhado especificamente para atender o segmento de filmes higiênicos. A nova resina proporciona um bom balanço entre processabilidade e desempenho, além de apresentar melhoria na selabilidade em relação ao portfólio atual. Os filmes higiênicos são produzidos para confecção de embalagens de papel higiênico, papel toalha e guardanapos, segmento que tem apresentado forte crescimento por conta do aumento da renda média da população brasileira. Nesta aplicação, os principais pré-requisitos são a rigidez, responsável pela estabilidade dimensional da embalagem, e as propriedades óticas, que proporcionam uma melhor visibilidade do produto na gôndola. Para atender o segmento de bobinas técnicas, a empresa colocou no mercado a resina LF1020/21AF, um polietileno de baixa densidade linear desenhado para oferecer um melhor balanço de processabilidade e desempenho, com destaque para sua soldabilidade. Pode ainda ser combinada com resinas octeno ou metalocênicas, conforme

necessidade da aplicação. As bobinas técnicas são muito utilizadas em processos de empacotamento automático para uso como embalagem de cereais, açúcar, massas etc. Por se tratar da apresentação e armazenamento do produto, é um dos segmentos mais competitivos e exigentes em termos de qualidade e desempenho. Por conta de rígidos requisitos, é necessário que os filmes plásticos tenham algumas características específicas como brilho e transparência, para aumentar o destaque do produto na gôndola; resistência mecânica, capaz de manter a integridade do produto envasado durante todo o manuseio e suportar eventuais quedas; e boa produtividade e soldabilidade, compatível com a crescente velocidade das linhas de ensaque ou envase, garantindo competitividade do produto acabado. “Durante os últimos meses, esta nova resina tem sido testada e utilizada por diversos clientes. Seu desempenho foi aprovado e comprovado no mercado nacional, aumentando o leque de opções de resinas no portfólio Braskem”, declarou José Augusto Viveiro, líder comercial do segmento de bobinas técnicas da Braskem. PS << 2012 / 2013 < Guia Plástico Sul < 33


Artigo

As embalagens no combate ao desperdício

A

s embalagens têm papel fundamental no combate ao desperdício. Desde o início, a evolução das embalagens acompanhou o desenvolvimento humano: inicialmente da simples necessidade de armazenar mantimentos e água; mais tarde, de conservar por mais tempo esses produtos para consumo posterior e comercialização. Essa também é uma das vocações do plástico. O seu uso na agricultura permite maior produtividade, faz com que se evitem perdas por alterações no clima, promove maior tempo de vida aos alimentos e a garantia de estocagem de qualidade. Com o gigantesco potencial agrícola do país, aliado à uma cultura de combate ao desperdício, o Brasil tem potencial para contribuir na redução de um dos maiores problemas mundiais: a fome. E a contribuição das embalagens plásticas nesse processo é fundamental. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), cerca de três bilhões de pessoas, que representam quase metade da população do planeta, sofrem hoje de fome. O mais alarmante é que a comida necessária para alimentar toda essa gente existe e é jogada fora todos os dias por alta de um acondicionamento adequado. Dados do relatório Global “Food: waste not, want not”, divulgado pelo Instituto de Engenheiros Mecânicos (Imeche) do Reino Unido, mostra que, de 30% a 50% dos alimentos produzidos anualmente no mundo nunca são ingeridos. A porcentagem representa de 1,2 a 2 bilhões de toneladas de comida, que têm o lixo como destino. Entre as principais causas do des34 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>

Para Schmitt hoje a embalagem é fundamental na proteção do alimento

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Por Alfredo Schmitt*

perdício de alimentos foram listados pelo relatório fatores como a infraestrutura inadequada de transporte e armazenamento (é o motivo da perda no plantio de arroz em regiões do Vietnã, por exemplo, que chega a 80%) e as exigências de que os produtos sejam visualmente perfeitos nas prateleiras. As promoções do tipo ‘compre um, leve dois’ também estimulam o desperdício. As pessoas compram mais do que precisam e muita comida acaba no lixo. Hoje a embalagem é fundamental na proteção do alimento, para seu melhor acondicionamento no transporte, na garantida de sua maior durabilidade e, ainda, como fator de decisão de compra, resultando em economia e competitividade. As embalagens evoluíram ao ponto de conferirem identidade ao produto, referenciar sua origem e reforçar sua marca e suas qualidades. São fundamentais na logística: são essenciais para disponibilizar as mercadorias no

tempo certo, nas condições adequadas, ao menor custo possível, principalmente na distribuição internacional. A indústria de embalagens plásticas flexíveis, que atua fortemente no setor de alimentos, investe cada vez mais em tecnologia no desenvolvimento de embalagens inteligentes, capazes de garantir maior tempo de vida aos produtos nas prateleiras e que os alimentos estejam cada vez mais protegidos no transporte. O segmento de embalagens plásticas flexíveis faz parte da indústria de transformação plástica brasileira que é a responsável por mais de 350 mil empregos diretos no Brasil, em mais de 11 mil empresas. O setor investe em tecnologia para se aliar cada vez mais ao segmento agrícola, com plenas condições de minimizar as perdas de alimentos, garantir valor agregado ao produto e sua marca, qualidade, durabilidade. Soma-se a isso o esforço dessa cadeia para criar no país a cultura das boas práticas de consumo, como por exemplo, os 3R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), partindo do próprio plástico, que é 100% reciclável, e extrapolando para o consumo de modo geral. Acreditamos que unindo esses pontos, o Brasil tem condições de dar mais um passo em direção ao desenvolvimento, contribuindo de forma efetiva e global. PS *Empresário e diretor da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief)


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Brinquedos

Mais do que brincadeira

N

em todo mundo sabe, mas o ato de brincar não é apenas uma atividade de distração, uma maneira de unir pais e filhos ou mesmo distrair as crianças para que os adultos possam ter uma folga. Assim como estudar, brincar é um ato de aprendizado e desenvolvimento. Nesse sentido, além da economia a indústria brasileira de brinquedos também tem um papel social importante. Neste ano, empresários do setor comemoraram a 30ª edição ABRIN - Feira Brasileira de Brinquedos, principal evento do setor na América Latina e o terceiro maior no mundo, entre os dias 23 e 26 de abril no Expo Center Norte, em São Paulo. Os negócios realizados na feira representam cerca de um terço do faturamento. A Abrinq diz que tem motivo de sobra para celebrar o balanço de 2012 e o cenário para este ano, depois de muito trabalho nesse período: crescimento de 14%, diante de um PIB quase zero, e faturamento de R$ 4 bilhões de vendas ao varejo, que representam na ponta para o consumidor algo como R$ 7,5 bilhões. O presidente da entidade, Synésio Batista da Costa, acredita que o mercado pode crescer ainda mais com a tomada de espaço dos chineses e o trabalho incessante junto ao Governo. Além da proteção às vagas nacionais, o Poder Público pode ser um importante parceiro ao equipar creches e pré-escolas com bons brinquedos. Sabe-se que as mães operárias fazem grande uso desse sistema e para algumas destas crianças o ambiente escolar pode ser o único com brinquedos de qualidade e origem comprovadas. O Governo Federal, que segundo editores é o maior comprador de livros, tem como bandeira o maior acesso à educação infantil, como dito várias vezes pela presidente Dilma. Compro36 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>

misso este ratificado este ano com a sanção em abril da lei 12.796 que determina a matrícula de crianças a partir de quatro anos, obrigatória a partir de 2016. As prefeituras já vêm se adequando, mesmo que não com a rapidez necessária. Nesse cenário, o plástico tem grande espaço, é fácil enumerar características favoráveis como leveza, flexibilidade de design, resistência, fácil higienização e etc. A Abrinq destaca inclusive que o uso de polímeros na fabricação deixaram os brinquedos mais leves e baratos a partir dos anos 1990. Considerando o que aconteceu no mundo com a indústria de brinquedos após a entrada dos chineses no mercado, a entidade destaca que o tamanho do parque produtivo nacional é no mínimo razoável: 500 fábricas, 25 mil postos de trabalho e faturamento de R$ 4 bilhões. Esse perfil só foi possível, lembra Synésio Batista da Costa, a partir de medidas conquistadas com muito empenho, como o controle das fronteiras e o fim da guerra dos portos. Na opinião do presidente da Abrinq, o fim da guerra dos portos, por meio da Resolução 13 do Senado Nacional e em vigor desde 1º de janeiro deste ano, “é fundamental para assegurar a isonomia competitiva entre produtos nacionais e importados, eliminando o subfaturamento”. Assim como o maior rigor nas fronteiras, assegura, diminui o contrabando. A Receita Federal tem algo como 1.500 containers de brinquedos apreendidos. A desoneração do INSS da folha de pagamentos, de 20% da folha mensal para 1% do faturamento limpo do mês, é outra das conquistas ressaltadas por ele. “Vai significar uma economia para o setor em dois anos”.

O leque de vitórias da Abrinq em busca do crescimento da indústria brasileira de brinquedos não para por aí. Synésio Batista da Costa enumera as compras governamentais pelo MEC-FNDE, que representam um novo nicho de mercado para os fabricantes (como já dito); a queda de 3,8% nas importações em 2012, e outros presumíveis 5% para este ano e o próximo, com negócios entre membros do Mercosul; além da elevação do PIS/COFINS em 1% sem direito a crédito nas importações de brinquedos. Há, ainda, a questão de partes e peças para importação neste e no próximo ano, mantidas em 2%, contra 35% sobre importações de produtos acabados. A prorrogação no MVA do ano passado para janeiro de 2013, sem prejuízo para o terceiro trimestre. E mais o controle da Norma da ABNT, a cargo da Abrinq via comitê do brinquedo; e a reunião da ISO TC 181 para São Paulo, depois de evento no Japão. O calendário deste ano da Abrinq, segundo o presidente, inclui ampliar a lista de partes e peças para todas as posições, a ampliação do prazo de pagamento de tributos federais e estaduais, ações em relação à importação de brindes e à imunidade dos livros-brinquedos, maior controle nos portos e a questão do Refis nacional e paulista para brinquedos, entre outros temas. Na agenda pessoal de Synésio Batista da Costa, figuram temas espinhosos como liderar o Mercosul na complementação industrial produtiva, acordos comerciais com Estados Unidos, Comunidade Europeia e Ásia, o combate à informalidade e a criação de curso de design de brinquedos.

Três décadas de ABRIN

Durante a ABRIN, 180 fabricantes >>>>


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Brinquedos

brasileiros apresentam em torno de 1,5 mil lançamentos em brinquedos em geral e pedagógicos, puericultura leve e pesada, jogos eletrônicos, pelúcias, miniaturas, fantasias e outros artigos que vão abastecer o varejo durante todo o ano, especialmente nas principais datas do setor – Dia dos Namorados, Dia das Crianças e Natal. O público estimado da esição 2013 era de 20 mil profissionais do setor, a maioria de lojistas do Brasil e exterior. Nos 30 anos da ABRIN, a Abrinq rememora o que aconteceu em termos de economia, mercado e preferência das crianças. É interessante notar que o gosto infantil segue tendências previsíveis, como influência da TV e atração por novidades tecnológicas. Quem não lembra dos Tamagochis? No entanto, algumas vezes são os brinquedos mais simples que viram febre.

Na década de 1980, o Brasil estava com um modelo econômico esgotado e a classe média perdia o poder de compra. Para as classes mais baixas, o acesso aos brinquedos era ainda mais difícil. Graças à influência da televisão, as poucas fábricas nacionais em funcionamento investiam em personagens consagrados para atrair a atenção das crianças. Sem concorrência externa, os preços eram altos.

Década de 1990

Houve maior penetração de tecnologia embarcada nos brinquedos, com destaque para os eletrônicos. Com o desenvolvimento da tecnologia foram introduzidos 38 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>

materiais sintéticos na fabricação das bolas e outros. É uma década com muitos brinquedos de sucesso. Curiosamente, alguns que se tornaram “febre” entre as crianças não têm tecnologia embarcada: Cubo Mágico e Pirocóptero, por exemplo. A abertura comercial do mercado brasileiro fez com que a indústria nacional enfrentasse vários desafios. Com o câmbio favorável, as importações de brinquedos aumentaram em níveis muito altos. Vindos principalmente de países asiáticos a partir de 1995, os importados provocaram a desestruturação do parque industrial brasileiro. A espionagem industrial e a falsificação se intensificaram, agravando ainda mais os problemas. O uso de polímeros na fabricação deixaram os brinquedos mais leves e baratos. Alguns brinquedos se destacaram neste período; entre eles, a “febre” da Molamania, dos Tazos e do Tamagochi.

Anos 2000

A implantação de salvaguardas aumentou a alíquota de importação de 20% para 70%. Como consequência, ocorreram aumento da produção de brinquedos no Brasil e queda das importações. A partir das novas condições, a indústria passou a investir ainda mais na modernização tecnológica e na regulamentação técnica de seus produtos. A partir do ano 2000, em função da melhoria do quadro geral e da evolução da indústria de brinquedos, governo e fabricantes estabeleceram uma série de objetivos e metas visando a contribuir para a Política In-

Função pedagógica, como no relançado Genius, coloca poder público também como cliente

dustrial, Tecnológica e de Comércio Exterior. O licenciamento tornou-se fator preponderante no desenvolvimento de produtos. Estima-se que 80% dos brinquedos estejam ligados a algum personagem ou marca. Atualmente, a produção brasileira de brinquedos apresenta o seguinte perfil: • Brinquedos genéricos ou tradicionais que se caracterizam por uma concorrência que leva em conta apenas o preço, descartando o fator marca; • Brinquedos eletrônicos com estreita dependência da indústria eletrônica e microeletrônica, tendo como fator preponderante a tecnologia do produto; • Videogame, que também desenvolve forte dependência da indústria microeletrônica, apresentando concentração da indústria em nível mundial, com padrão de oligopólio. O destaque fica para os brinquedos tecnológicos: carros e helicópteros radiocontrolados (inclusive por dispositivos móveis como celulares e tablets), bonecas e pelúcias que interagem com as crianças ou que apresentam o conceito de “realidade aumentada” pela interação com computadores e Internet. Os videogames são marcados pela alta tecnologia nos gráficos e nos sensores, e a interação com outros jogadores pela Internet. Com a proliferação de celulares inteligentes e tablets, surge o fenômeno dos aplicativos, jogos que podem ser baixados para estes dispositivos.

China

Para a Abrinq, a China começa a perder competitividade no cenário internacional. Mudanças estruturais nas relações de trabalho – como o aumento de salários em 20% nos últimos três anos e pagamento de leis sociais – e fatores como a valorização da moeda local, mais a desaceleração da economia nos EUA e Comunidade Europeia, vêm aumentando o preço dos produtos chineses e tornando as importações menos atrativas. Os fabricantes nacionais se beneficiam desse quadro, já que o Brasil é um dos poucos países no mundo a manter seu parque fabril de brinquedos em plena atividade. PS


Indústria concorre com outras atividades

A

Brinquedos Estrela, uma das marcas mais conhecidas do Brasil, preparou 225 lançamentos para 2013, espalhados nas diveras categorias, jogos, pré- escolar, veículos controlados e etc. O diretor de marketing Aires Leal Fernandes diz que 2012 foi produtivo, com crescimento de 5%. “A Estrela teve um ano bastante feliz, acertou alguns lançamentos, performance. Tivemos o brinquedo do ano, eleito por votação direta dos varejistas, o Cupcake Surpresa, com quase 1 milhão de unidades”, comenta. A empresa também apostou em relançamentos de sucesso dos anos 1980, quando muitos pais de hoje eram acrianças, como Genius e Boca Rica. No Genius, os jogadores devem repetir as sequências de luzes e sons. São três jogos diferentes e quatro níveis de dificuldade, com cinco maneiras diferentes de jogar. No Boca Rica, os jogadores recebem fichas que vão sendo inseridas no cofre. O jogador que com sua ficha conseguir abrir a porta da barriga do cofrinho (Boca Rica) ganha tudo o que estiver lá dentro. Para isso acontecer é preciso sorte, pois nunca se sabe quando a portinha será aberta. O grande vencedor é aquele que tiver acumulado mais moedas ao longo das rodadas. “Resgatar estes produtos é uma homenagem que fazemos aos consumidores. O Genius tem uma imagem muito forte na lembrança de quem foi criança nos anos 1980. O Boca Rica também tem muitos fãs. Reeditar e revigorar clássicos de nosso

portifólio é uma estratégia que temos adotado e que tem funcionado muito bem”, diz o executivo. Outro destaque de 2012 foi a linha Carrossel com as bonecas da novela do SBT. A boneca, de forma geral, é, aliás, o brinquedo de maior sucesso, segundo a Abrinq. Fernandes enumera duas razões para a permanência desta peça tão antiga e tradicional no topo. “Meninos são mais atingidos pelas brincadeiras virtuais; lutas, corridas e jogos são reproduzidos de forma virtual, nos games. O brinquedo da menina se mantém, pois o instinto maternal pede o contato fisico, pentear, trocar de roupa, alimentar”, afirma. No cenário nacional, o executivo aponta como conquistas a desoneração da folha, a redução da energia elétrica, a certificação do brinquedo (todo e qualquer brinquedo impoprtado também tem que ter certificação de laboratório nacional credenciado ao Inmetro) e apoio da Receita e Polícia Federais coibindo entrada de importados contrabaneados. Seguem as bandeiras da desoneração tributária. “Mais de 50 % é imposto. O brinquedo auxilia no desenvolvimento da criança, tem função poedagógica clara”, comenta. No âmbito internacional, ele diz que o grande vilão segue sendo a China, “com custo baixo, há desoneração para exportação e benefício e a mão de obra barata”. Para Fernandes, existem dois caminhos para a indústria de brinquedos hoje: Itens pré- escolares, sendo que o consumi-

dor médio está em fase de compreeensão da importância do brinquedo, pensa que é entretenimento. Já o Governo “compra alguma coisa, os Municípios, não há politica clara, poderia estar em cumplicidade com industria nacional”. E jogos de tabuleiros ou ação (jogos plásticos) em contraponto a jogos eletrônicos que, segundo Fernandes, são solitários, pois é a criança contra ela mesma ou contra a maquina. Já os jogos físicos aproximam, na opinião do executivo. Sabe-se que a indústria tem brinquedos tem um percentual pequeno de participação no setor plástico. Em contrapartida, o plástico grande papel para a indústria de brinquedos. “A grande maioria (dos brinquedos) vem do termoplastico, é uma grande indústria, com vários insumos. O termoplastico é a alma dos nossos brinquedos, a materia que permite transformar sonho, fantasia e magia”, diz Fernandes.

Menos crianças? O diretor de marketing da Estrela Aires Leal Fernandes diz que vê a redução de filhos por família “de forma preocupante”, pois “Nos anos 1950 a média era de cinco por mulher e o Brasil tem descrésimo, as crianças hoje não tem nem um irmão para brincar, pois é 1,8 filho. A criança está confinada, solitária, com agenda repleta de atividades, (sendo) treinada para ser competitiva”, diz. Nesse sentido, com a falta tempo para brincar a indústria de brinquedos compete com outras atividades sociais. PS << 2012 / 2013 < Guia Plástico Sul < 39


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Artigo

Os brinquedos seguros são muito mais divertidos (*) Por Robério Esteves A indústria de brinquedos é, tradicionalmente, uma das grandes consumidoras de plásticos. Trata-se de um insumo importante tanto para a confecção de brinquedos 100% em plástico como para produtos com peças fabricadas neste material. No Brasil, monitoramento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) referentes a 2011 estima a existência de 523 fábricas que empregam mais de 25 mil trabalhadores e que atendem cerca de 50 milhões de crianças. Ou seja, é um universo imenso que tem critérios muito rígidos para atender as expectativas de consumidores extremamente exigentes. Os brinquedos devem aliar o alto valor de diversão para as crianças, que devem ter vontade de se entreter com eles por muito tempo, à atenção máxima para a segurança. É fundamental que os brinquedos sejam seguros e atóxicos para que esta indústria possa cumprir o seu papel de se contribuir para o bem-estar dos pequenos e exigentes consumidores. 40 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>

Para este segmento, a indústria de plástico deve pautar o desenvolvimento e as novas tecnologias para evitar que qualquer criança se machuque ao brincar. Mas outros fatores também são importantes, como a qualidade do material empregado e o cuidado com os processos industriais para a produção de peças com capacidade resistência e encaixe. Neste setor, quando se trata o consumidor com a atenção e o respeito que ele merece, a resposta do mercado é sempre positiva. A dinamarquesa LEGO, por exemplo, apresenta crescimento contínuo em todo o mundo. Em 2012, quando comemorou 80 anos de história, o faturamento da companhia bateu em US$ 4,11 bilhões, uma alta de 17% sobre o ano anterior, quando a receita foi de US$ 3,5 bilhões, e 156% superior aos US$ 1,6 bilhão de 2007 (cinco anos antes). O resultado do ano passado colocou a LEGO na segunda posição entre os maiores fabricantes mundiais de brinquedos, mesmo atuando apenas na categoria “brinquedos de montar”, da qual é a líder absoluta.


No Brasil, o crescimento da marca é igualmente expressivo. Em 2012, a LEGO registrou alta de 50% no mercado nacional; em 2011, o crescimento local havia sido de 22%. Além das questões ligadas à aliança da alta qualidade, segurança e alto valor de diversão, vale citar que também contribuem para os resultados no Brasil o grande número de lançamentos, investimentos em comunicação, amadurecimento da marca e a conquista de novos clientes. Na história da marca no mercado brasileiro, outro ponto importante é a parceria com a M.Cassab que, desde 2004, é a sua distribuidora oficial no País. Por aqui, desde o início da parceria, é cada vez maior o número de crianças que brincam com os blocos de montar e, ao mesmo tempo, são estimuladas em questões como coordenação motora, desenvolvimento de raciocínio lógico e criatividade. A longa história da LEGO com as crianças de todo o mundo gerou curiosidades interessantes e números impressionantes. Em mais de 130 países, mais de 400 milhões de crianças brincam com os blocos de montar da marca. Outro dado interessante é que a empresa já produziu mais de 36 bilhões de elementos (peças) nas fábricas instaladas na Dinamarca, República Tcheca, Hungria e México, um volume que representa a produção aproximada de 68 mil peças por minuto, ou 1.140 por segundo. Se juntássemos as peças LEGO comercializadas em um ano, por exemplo, e as colocássemos uma atrás da outra, seria possível dar mais de cinco voltas ao redor do planeta. Para a indústria de plástico, um dos dados interessantes da LEGO é o fato de a coleção de brinquedos da marca contar com mais de 4,2 mil elementos diferentes, que exige, consequentemente, um número equivalente de moldes; estas peças são produzidas em 58 cores distintas. Desta forma, diante de tanta variedade, estima-se que as crianças de todo o mundo aproveitem mais de 5 bilhões de horas por ano brincando com os blocos de montar da LEGO, construindo e reconstruindo a realidade em que vivem ou até mesmo os seus maiores sonhos, onde elas podem construir o mundo que desejarem. PS (*) Diretor de operações da LEGO no Brasil, é formado em design e marketing, com especialização em administração. << 2012 / 2013 < Guia Plástico Sul < 41


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Automóveis

Automóveis: cresce o mercado, crescem oportunidades de aplicações

A

despeito do trânsito difícil e da disputa por espaço entre motoristas, pedestres e ciclistas, questões de primeira ordem nas cidades médias e grandes, o automóvel vem ganhando cada vez

mais lugar no Brasil. Por muito tempo sonho de consumo de grande parte da população, agora plenamente realizável, e apoiado pelo Governo por razões econômicas, mas também de afinidade – todos sabem da ligação do ex-presi-

dente Lula com o setor e o papel que este teve em sua ascensão política e, assim, de sua sucessora – o carro e sua indústria registram bons números seguidamenete. As vendas de automóveis cresceram em 2012 e seguem crescendo >>>>

Dow oferece o Engage XLT A solução Engage XLT faz parte da nova linha de elastômeros da Dow. Com alta eficiência, a solução amplia a elaboração de peças mais finas que ajudam a aumentar a velocidade de produção, reduzindo tempo de esfriamento e o coeficiente de expansão, além de trazer dois benefícios relevantes ao produto final: redução do consumo de combustível, já que contribui para a diminuição de peso do veículo; e design mais criativo, uma vez que ao manter um elevado índice de fluidez nos compostos consegue-se melhorar o enchimento dos moldes mais complexos. Com a nova solução, a injeção de peças internas ou externas pode ser feita com redução da massa do produto, o que resulta em peças com alta absorção de impacto, moldabilidade e qualidade no acabamento. 42 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>


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Automóveis em 2013. O balanço de 2012, no entanto, indica queda na produção. Uma análise das vendas de veículos divulgada em maio pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos automotores (Fenabrave) mostrou o melhor abril da história e o melhor mês até então para o setor neste ano. Em abril, os emplacamentos somaram 333,7 mil veículos, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, representando um crescimento de 29,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com março, a alta foi de 17,6%. Nos quatro primeiros meses do ano, os brasileiros compraram 1,16 milhão de veículos, uma alta de 8,2%. Por outro lado, um balanço da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgado em janeiro mostrou que a venda de veículos cresceu 4,6% no ano de 2012, chegando a 3.802.071 unidades, mas a produção caiu 1,9%, com 3.342.617 novas unidades saindo das montadoras, enquanto em 2011 esse número chegou a 3.407.861. As exportações também registraram queda de 20,1%. O plástico já tem grande presença nesta indústria com benefícios econômicos e ambientais, na redução de peso, e mesmo vitais, no caso de acidentes. O Inovar Auto, regime automotivo do Governo Federal lançado em 2012 e que passou a valer este ano, deve ampliar os investimentos em veículos leves e que tenham a mão brasileira envolvida, pois há benefícios fiscais atrelados a isso. O produto pode estar em locais de visão nula, como motores, ou nas mais visíveis, pois esteticamente não deixa a desejar. Um estudo da fabricante química Lanxess, realizado em conjunto com ins-

tituições internacionais e divulgado em 2011, mostrou que a demanda por plásticos de engenharia no setor deve crescer a um ritmo de 7% ao ano até 2020 e a produção global de veículos leves vai aumentar 30% até 2015. Tendência já consolidada globalmente, a substituição de insumos como aço e ferro fundido por polímeros será impulsionada pela necessidade de autonomia dos carros que utilizam fontes alternativas de energia e deve resultar na concepção de peças que também serão utilizadas nos veículos convencionais, segundo a Lanxess. Dos coletores e cárter, aos rolamentos do motor e lataria, esse plásticos de alta tecnologia passaram a ser parte integrante dos veículos modernos. Os plásticos têm um sexto do peso do aço e proporcionam uma excelente combinação entre resistência ao calor, condutividade térmica, rigidez e baixa tendência à deformação. Com fácil manutenção e conserto, e sem riscos de corrosão, os polímeros asseguram uma montagem simples e são fáceis de serem trabalhados. Não é apenas o processo de fabricação que é mais rápido, mas os acessórios e componentes podem ser integrados aos moldes de plástico. A Lanxess apostou na tecnologia que combina as propriedades dos plásticos com o metal, híbrida, proporcionando ao material uma maior resistência ao mesmo tempo em que são mais leves do que os seus equivalentes em metal. A aplicação é global e, com uma classe média em crescimento, com disponibilidade maior de renda, o Brasil tornou-se um dos maiores e mais promissores mercados de automóveis do mundo. Mercado para todos os bolsos, basta lembrar a vinda

ABS: demanda de 80 mil toneladas/ano

da BMW para Santa Catarina, oficializada no mês de abril.

MVC

A MVC, líder brasileira no desenvolvimento de produtos e soluções em plásticos de engenharia e pertencente às Empresas Artecola e a Marcopolo, anunciou em 2012 o fornecimento de componentes em compósitos (plástico de engenharia) para modelos de veículos das marcas Mitsubishi, Nissan, Suzuki, Scania, Volvo, Iveco e Volare, além de peças para implementos rodoviários da Randon e Guerra. Para atender o elevado padrão de qualidade do segmento automotivo, a empresa desenvolve produtos pelos processos RTM-S e VFC Light, que proporcionam grande redução de peso e vantagens para a preservação ambiental e redução de emissões, além de outros benefícios para o cliente e para o usuário final. Segundo Gilmar Lima, diretor-geral da MVC, a empresa está atenta à contínua evolução da indústria automobilística brasileira. “O setor automotivo é dinâmico e tem seu foco no melhor desempenho, na redução de peso, consumo de combustível e emissões, estética e na sustentabilidade. Para cada cliente e para cada aplicação o nosso departamento de engenharia desenvolve novos materiais e processos para as diversas aplicações”, ressalta o executivo. Entre os lançamentos para 2013, o utilitário Suzuki Jimny equipado com para-choques dianteiro e traseiro, as saias laterais, os conjuntos de fender flare dianteiro e traseiro, splash shield e protetor frontal fabricados pelos processos Vacuum Forming, com plástico de engenharia de alta resistência mecânica. As peças são produzidas em termo-

A demanda brasileira de ABS (Acrilonitrila-Butadieno-Estireno) atualmente é de cerca de 80 mil toneladas por ano, e segue sendo suprida exclusivamente por importações, informa a MaxiQuim. Os projetos para instalação de uma planta de ABS no país estão todos em stand by, o que indica que as importações devam continuar crescendo. Estima-se que a demanda de ABS no Brasil cresça a uma taxa anual de 4% a 5% nos próximos cinco anos. O setor automobilístico é um dos principais demandantes de ABS, junto ao eletroeletrônico, com 33% e 30% de participação, respectivamente. OS consumidores estão situados principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Norte do país. O Brasil é responsável por aproximadamente 90% da demanda de ABS na América do Sul, diz a MaxiQuim. Em outros países da região a mesma situação de déficit é observada, por falta de produção. A Ásia é a região que mais exporta ABS para a América do Sul, sendo responsável por cerca de 80% do total. 44 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>


plástico de alto impacto pelo processo a vácuo, já pintadas na cor do veículo e entregues diretamente na linha de montagem da montadora. A MVC também fornece o painel de instrumentos completo e o revestimento interno do teto (forro), que terá como diferenciais alto desempenho, acabamento e redução de peso. O forro é produzido em duas diferentes configurações, para versões com teto solar e revestimento de vinil e de tecido na padronagem da montadora. O inovador processo VFC Light (combinação das tecnologias a vácuo e compressão) proporciona maior estabilidade térmica, rigidez, redução de peso e melhor padrão de acabamento aos componentes automotivos. Para os modelos da Mitsubishi, a MVC fornece para-choques, para-lamas, porta pacote, revestimentos internos fabricados pelos processos Vacuum Forming, com plástico de engenharia de alta resistência mecânica. O processo é composto por polímeros mais leves e com alta absorção de impacto.

“Desenvolvemos os para-choques e protetores para a L200 Triton Savana. A partir de 2013, também forneceremos para a Mitsubishi tapetes e carpetes em cinco diferentes modelos para a L200 Triton e Pajero Dakar. Eles serão fabricados por um novo sistema automático de corte a jato d’água”, explica Gilmar Lima, diretor-geral da MVC. Este novo sistema de corte com jato d’água é realizado por um robô, que executa a operação de recortes e furações, com alta pressão, nos cinco eixos superficiais do produto. Proporciona elevada precisão dimensional do produto e melhor acabamento superficial, com ganhos de produtividade em relação ao processo atual. “Além da aplicação do sistema de corte a jato d’água para a linha de tapetes e carpetes dos modelos Mitsubishi, também forneceremos para a Pajero TR4 o forro de teto, fabricado em Superlite, novo material que consiste em um polímero reforçado com fibras longas de vi-

dro e proporciona baixíssimo peso e alto desempenho térmico e acústico”, afirma Luis Carlos Baptista Jr, gerente da unidade MVC GO, em Goiás.

Pesados

Para o segmento de veículos comerciais, como caminhões, ônibus e implementos rodoviários, a MVC fornece componentes fabricados pelo processo de RTM-S, em substituição ao RTM Light. A tecnologia RTM-S - Resin Transfer Molding - Surface, desenvolvida 100% no Brasil, patenteada e lançada no final de 2010 pela empresa, é uma combinação de materiais e processos termofixos e termoplásticos. “O RTM-s proporciona grandes vantagens em relação à qualidade de superfície, produtividade, eficiência e também na preservação ambiental, como a redução de peso dos veículos e a maior velocidade para mudanças de design e atualização de produtos. A Iveco, a Randon e a Volare possuem >>>>

Plástico verde no capacete

O trânsito pesado exige cuidado extremo em relação à segurança, especialmente daqueles que estão nos veículos mais leves. Sabe-se do sucesso das motos no Brasil, até pelo seu preço bem inferior a um carro. Pois a aplicação do plástico verde chegou ao mercado dos capacetes. A empresa MSA, especialista na fabricação de equipamentos de segurança, é a primeira a produzir um EPI (Equipamento de Proteção Individual) feito a partir do Plástico Verde da Braskem, fonte 100% renovável derivada da cana-de-açúcar, informou a petroquímica. A empresa lançou recentemente no mercado o V-Gard, primeiro capacete sustentável do planeta. Sua fabricação possui a vantagem de contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa, pois cada unidade produzida captura CO² da atmosfera. A qualidade técnica do novo capacete é garantida por se utilizar dos mesmos processos e maquinários industriais já existentes na MSA para os equipamentos feitos de PE tradicional. O equipamento conserva as características funcionais, o desempenho técnico. Após sua vida útil, o material poderá ser reaproveitado para a geração de outros produtos por ser 100% reciclável.

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DIVULGAÇÃO

Automóveis

MVC torna veículos mais leves, sustentáveis e econômicos, sem interferir na estética

peças com elevada exigência de acabamento superficial – com ou sem pintura – e resistência estrutural. Para a Volare, produzimos o capô interno do motor. Para a Randon, a porta do baú frigorífico e, para a Iveco, o colarinho do caminhão Stralis NR, peça de grandes dimensões e de elevado padrão de acabamento e resistência mecânica”, conta Gilmar Lima. O novo conceito resulta em uma solução que alia maior resistência mecânica e acabamento superficial de alta qualidade, com foco na sustentabilidade e na preservação do meio ambiente. Entre as vantagens ambientais estão a redução ou até eliminação de preparação de pintura e de gel coat, o que resulta em menor emissão de monômero de estireno. Como o RTM-S permite suprimir algumas etapas do processo produtivo, há menos consumo de energia elétrica e, devido à inserção de materiais termoplásticos, facilita a reciclagem. Outra grande vantagem é que o RTM-S possibilita a fabricação de peças coloridas, quando se utilizam termoplásticos especiais desenvolvidos para esta finalidade, com acabamento final de alto desempenho e durabilidade, dispensan46 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>

do a pintura final, o que representa significativa redução de custos e ainda colabora para a preservação ambiental.

Projeto Sofia

Em março de 2013, a MVC apresentou no Simpósio Mundial de RTM e Infusão, realizado na cidade de Saint-Avold, na França, o Projeto Sofia, um novo conceito de fabricação de carrocerias automotivas. O produto utiliza vários materiais e processos combinados, com destaque para os novos RTM-T e RTM-TS, que são utilizados nos principais componentes estruturais da carroceria, que proporcionam redução de peso entre 30 e 40%, comparado com o sistema tradicional de fabricação de carrocerias de veículos, a redução de custo total em até 15%; desempenho superior (mecânico, qualidade acabamento superficial e durabilidade); simplicidade no processo, baixo investimento e materiais compósitos recicláveis e diferenciados. O novo conceito tem como foco os segmentos automotivo e ferroviário para a fabricação de carrocerias de ônibus, automóveis, vagões de trens, vans, caminhões frigoríficos, trailers e furgões. Inovador, totalmente sustentável e desenvolvido 100% em plástico de engenharia, o produto final é um kit que pode ser montado em poucas horas e sem grandes investimentos em ferramental e meios de produção. PS


Artigo

“A inovação como estratégia para o crescimento contínuo” Gilmar Lima*

E

m 2012, a indústria automotiva brasileira teve um excelente desempenho devido a fatores como a redução de impostos para veículos novos e também à mudança do perfil do consumidor brasileiro, que cada vez mais dispõe de poder de compra para aquisição de bens duráveis, como automóveis. Esse cenário contribuiu para que as montadoras lançassem novos carros, investissem em novas plantas no país e passassem a fabricar localmente modelos que antes eram importados. A indústria de plástico para a engenharia também registrou crescimento em 2012. A MVC Soluções em Plásticos, empresa reconhecida internacionalmente como inovadora, de grande capacidade de aplicação de novos processos e materiais e pertencente às Empresas Artecola e à Marcopolo, registrou aumento de 26%, conquistados com a ampliação do fornecimento aos clientes atuais, além do ingresso em novos segmentos. Um dos destaques no crescimento é a oferta de soluções integradas, como no caso dos veículos da Mitsubishi, que recebem os painéis de instrumentos já montados e seqüenciados na unidade da MVC de Catalão, para a inserção na linha de produção da montadora, sendo aplicados diretamente no automóvel. Diferentes modelos de utilitários esportivos da marca recebem os painéis, compostos por 38 a 40 itens, como o Pajero Dakar, Pajero TR4 e a picape Triton. Em 2013, a MVC comemora dez anos de parceria com a Mitsubishi. O Pajero TR4, por exemplo, é um modelo de sucesso da aplicação crescente de plásticos de engenharia pelas montadoras de veículos automotores, que permite a modernização contínua do design, redução de peso, redução de emissões e preservação ambiental, com processos de fabricação de componentes mais sustentáveis. Ao longo desses dez

anos, o veículo passou por diversas atualizações e, a cada mudança, a MVC ampliou o fornecimento de componentes internos e externos, demonstrando a constante de inovação do setor de plásticos para engenharia automotiva e acompanhando a evolução do setor automotivo. Destaque para o forro de teto para três modelos do veículo, fabricado em VFC Light que consiste em um polímero reforçado com fibras longas de Fibra de vidro e proporciona um produto com baixíssimo peso e alto desempenho térmico e acústico. Outro grande cliente é o Jimny da Suzuki, que recebe para-choques dianteiro e traseiro, acabamento frontal em polipropileno para a versão off-road, além do forro de teto em VFC Light. Os forros de teto têm como diferenciais alto desempenho, acabamento e redução de peso e é produzido em duas diferentes configurações, para versões com teto solar e revestimento de vinil e de tecido na padronagem da montadora. Para o segmento de veículos comerciais, como caminhões, ônibus e implementos rodoviários, a MVC fornece componentes fabricados pelo processo de RTM-S, em substituição ao RTM Light. A tecnologia RTM-S - Resin Transfer Molding - Surface, desenvolvida 100% no Brasil, patenteada e lançada no final de 2010 pela empresa, é uma combinação de materiais e processos termofixos e termoplásticos. A tecnologia tem foco na sustentabilidade e na preservação ambiental. Entre as vantagens estão a redução ou até eliminação de preparação de pintura e de gel coat, o que resulta em menor emissão de

monômero de estireno. Como o RTM-S permite suprimir algumas etapas do processo produtivo, há menos consumo de energia elétrica e, devido à inserção de materiais termoplásticos, facilita a reciclagem. Outro exemplo de inovação é o Projeto Sofia - novo conceito de fabricação de carrocerias para ônibus, automóveis, vagões de trens, vans, caminhões frigoríficos, trailers e furgões, lançado em fevereiro deste ano. Totalmente sustentável e desenvolvido 100% em plástico de engenharia, o produto final é um kit que pode ser montado em poucas horas e sem grandes investimentos em ferramental e meios de produção. O projeto já recebeu o prêmio de “Design e Inovação” e foi o vencedor da categoria Termoplásticos na JEC Innovation Awards Europe 2013, recebidos, em março, na França. A MVC vai além de simplesmente substituir materiais convencionais pelos plásticos de engenharia e compósitos, ela inova também nas próprias aplicações, com foco no melhor desempenho, na redução de peso e na sustentabilidade. Esta atitude demonstra um movimento forte para oferecer sempre a solução mais adequada para cada aplicação e para o momento que o mercado vive, com nova legislação e com o acirramento da competitividade internacional. Apesar de todos esses esforços e investimentos para estar sempre na liderança e vanguarda mundial, o futuro da indústria e a competitividade nacional são, a todo o momento, colocados em cheque. O custo Brasil ainda preocupa e muito. A necessidade de rever a tributação com foco em toda cadeia de geração de valor e não somente nas montadoras, desoneração da folha e política mais acessível de investimentos são premissas básicas para continuarmos nos desenvolvendo e mostrando a força da indústria automotiva brasileira. PS *Diretor-geral da MVC << 2012 / 2013 < Guia Plástico Sul < 47


Construção

Construir, crescer, desenvolver

O

setor de construção é um dos principais símbolos do desenevolvimento do Brasil nos últimos anos. Além de atender uma demanda social fortíssima, o direito a uma moradia digna, movimenta vários mercados. As empresas tem verficado bom crescimento no todo , especialmente em regiões específicas, mas o setor não escapou das quedas na economia brasileira e na indússtia de modo geral. Em abril, a Confederação Nacional da Indústria escanacrou um dado forte em relação à construção: um ano sem crescimento. A atividade na indústria da construção completou em março de 2013 um ano sem crescimento. O nível de atividade do setor caiu pelo quinto mês consecutivo, com indicador de 48,9 pontos no mês passado, puxado pelas pequenas e médias empresas. As informações são da Sondagem Indústria da Construção, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em abril. Os indicadores variam de zero a cem. Valores abaixo de 50 indicam queda da atividade ou atividade abaixo do usual. De acordo com a pesquisa, o desaquecimento da indústria da construção fica claro no indicador de atividade em relação ao usual, que está abaixo dos 50 pontos desde maio de 2012 e, em março último, atingiu 45,2 pontos, o menor nível da série. “O segmento claramente não passa ileso à desaceleração da economia brasileira”, assinala a Sondagem. “Para os próximos meses, o cenário é incerto, e não há sinais claros de reversão.” A utilização da capacidade de operação (UCO), que mede o volume de recursos, mão de obra e maquinário usado pelas empresas, ficou estável nos 70%, o mesmo nível de março do ano passado. Segundo a pesquisa, essa estabilidade na UCO, combinada com a queda na atividade, se explica pela redução nos fatores de produção, como máquinas, equipamentos e empregados. O indicador

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de número de empregados vem mostrando redução desde novembro de 2012. O preço das matérias-primas aumentou no primeiro trimestre em comparação ao último de 2012. Além disso, o acesso ao crédito foi considerado difícil pelos empresários nos primeiros três meses do ano. Entre as principais dificuldades assinaladas pelo setor está a elevada carga tributária, a falta de trabalhador qualificado e o alto custo da mão de obra.

Sem surpresas

A situação já tinha sido indicada pela CNI em janeiro deste ano quando divulgou que a indústria da construção fechou 2012 com um fraco desempenho. O indicador de nível de atividade do setor caiu em dezembro e ficou em 45,8 pontos. A queda foi maior nas médias empresas, em que o indicador foi de 44,6 pontos. O nível de atividade em relação ao usual para o último mês do ano também recuou para 46,5 pontos, informou a Sondagem Indústria da Construção na ocasião. Com a queda na atividade, a utilização da capacidade de operação da indústria da construção caiu de 71% em novembro para 69% em dezembro, o menor nível registrado desde janeiro de 2012, quando começou a série histórica. A queda foi mais intensa nas médias empresas, em que a utilização da capacidade de operação recuou de 73% em novembro para 67% em dezembro. Além disso, as empresas reduziram o número de trabalhadores. O estudo da CNI mostrou na ocasião que o segmento de serviços especializados, que inclui empresas de assentamento de azulejos, instalação de redes elétrica e hidráulica, marcenaria e outros, foi o que teve o pior desempenho em dezembro. O indicador de evolução do nível de atividade no setor alcançou 42,9 pontos e a utilização da capacidade de operação teve a queda mais

intensa: recuou de 75% em novembro para 70% em dezembro.

Otimismo

Mesmo com a queda na atividade e as dificuldades enfrentadas no ambiente de negócios, a indústria da construção manteve em abril deste ano a expectativa de crescimento. Esse otimismo, contudo, está menos disseminado, com indicadores inferiores aos do início de 2012. Neste mês, o indicador das perspectivas para nível de atividade registrou 58,7 pontos, ante 60,3 pontos em abril de 2012. Em relação a novos empreendimentos e serviços, o indicador ficou em 59,2 pontos, abaixo dos 60,5 pontos de abril do ano passado.

Reflexo no setor de materiais

O ano de 2012 foi um ano de baixo crescimento para a indústria de materiais, atingindo um crescimento de apenas 1,4%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). A indústria vende para três segmentos do mercado: o varejo, o imobiliário e a infraestrutura. O segmento que teve melhor desempenho foi o varejo, que é fortemente influenciado pelo consumo das famílias, renda, emprego e credito. O segmento imobiliário teve baixo crescimento. Já o da infraestrutura recuou com relação a 2011. Os materiais de acabamento tiveram um crescimento melhor, de 3,8%, uma vez que sua venda é feita predominantemente pelo varejo. Os materiais de base, que têm presença maior no imobiliário e infraestrura, cresceram bem menos. “Há uma tendência forte no mercado para produtos que ofereçam praticidade, segurança no uso e economia de água e de energia. Essa tendência será acentuada com a implantação em julho próximo (2013) da Norma de Desempenho para as construções”, diz o presidente da


Abramat Walter Cover. O primeiro trimestre do ano se mostrou muito parecido com o ano anterior, diz o dirigente. A diferença é que começa a haver um crescimento gradual no segmento de infraestrutura, em função do programa do governo federal de novas concessões em logística, rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. A expectativa da ABRAMAT em relação ao restante de 2013 é de um crescimento maior, em torno de 4%. “Para tanto será preciso manter a política de incentivo ao consumo das famílias, acelerar as licitações das novas concessões e aprofundar o processo de desoneração do setor - tanto no que se refere aos impostos como também da folha de pagamento - e outros encargos como PIS-COFINS”, diz o presidente da entidade. Ele tem notado um maior interesse em investir por parte da indústria de materiais de acabamento. “Com o fim da chamada Guerra dos Portos que favorecia demasiadamente as importações, haverá um aumento de venda de produtos nacionais, reforçado pelo aumento de reformas nas moradias por parte do enorme contingente de famílias que foram incorporadas ao mercado de consumo nos últimos anos”, comenta. Alguns setores são chave para o mercado da Construção, como moradias populares, obras para Copa/Olímpiadas, saneamento, mobilidade urbana. “O governo já entregou mais de um milhão de casas no programa Minha Casa Minha Vida e pretende entregar outro milhão até 2014. Por si só é um mercado importante para materiais, além do que em muitas dessas moradias sempre há um desejo de acrescentar um toque pessoal, com reformas”, pontua. Em relação às obras da Copa, ele diz que estão atrasadas “de um lado”, mas como o evento se aproxima elas deverão ter uma aceleração nos próximos 10-12 meses. Em relação à mobilidade, uma questão muito séria em várias regiões devido ao boom do setor automobilístico, também está ligado à questão moradia, pois as pessoas perdem horas preciosas nos deslocamentos diários. “Os prefeitos eleitos, principalmente nas grandes metrópoles, têm se mostrado muito sensíveis para encontrar soluções para o problema crônico da mobilidade urbana. Em São Paulo, por exemplo, os governos municipal e estadual firmaram um compromisso de disponibilizar 20.000 novas moradias no centro da cidade”, afirma Walter Cover. PS << 2012 / 2013 < Guia Plástico Sul < 49


Construção

Com mais fornecedores focados na tecnologia, custos caíram

DIVULGAÇÃO

Construção sustentável: ficou mais barato ser verde

T

odo mundo sabe que produtos verdes cobram seu preço. Ser amigo da natureza é mais caro, mas a boa notícia é que esse preço vem caindo. Dados divulgados recentemente pela revista Exame, referência em negócios, apontam que a primeira edificação verde no paíscustou 30% mais que as tradicionais, mas hoje esta diferença é de 7%. Tudo graças ao desenvolvimento de um cadeia de fornecedores – de pequenos negócios a multinacionais – que passou a oferecer novas tecnologias a preços acesíveis, conforme informou à publicação Marcos Casado, diretor do Green Building Council Brasil. A concorrência, naturalmente, derrubou os preços também. Fatos como a transformação de edifícios regulares em ecológicos e mesmo a instalação de estrutura verde em moradias populares (reduzindo sensivelmente as contas de pessoas humildes) evidenciam isso. Muitas vezes a mudança independe de investimento diferenciado. Sabe-se que a posição das janelas em uma residência influencia a circulação de ar e, consequentemente , o resfriamento ou não das peças (o que pode dispensr o ar condicionado sem sofrimento). Além das moradias, a cultura ver-

de tem bom espaço na empresa. De acordo com a revista Exame, metade dos imóveis corporativos que serão entregues até o final do ano na capital paulista, no Rio de Janeiro e em Curitiba será de edifícios erguidos seguindo padrões de sustentabilidade. Algumas prefeituras também fazem sua parte aprovando incentivos fiscais para quem entrar na onda verde. A Basf atua na área verde com diferentes produtos e em maio vai inaugurar a Casa E em São Paulo, um showroom de novos produtos, como as paredes de blocos de poliestireno expandido (isopor), que funcionam como isolantes térmicos e podem ge-

Dow aponta como tendência instalações subterrâneas

rar economia de energia de até 70%. A empresa alemã aposta no sucesso da adaptação de mercado: produtos que na Europa esquentam ambientes aqui vão resfriá-los. As adaptações ecológicas podem ser feitas em construções do teto ao subterrâneo, passando pelas paredes. As funções são variadas: painéis isolantes térmicos e instalações quebra-sol nas janelas; atualmente o calor faz a possibilidade de redução ou desligamento do ar condicionado ser zero no verão escaldante; tijolos feitos de materiais de demolição ou reciclados, como o plástico; calhas para o reaproveitamento de água. PS

A instalação elétrica subterrânea, já bastante utilizada na América do Norte e Europa, é cada vez mais comum no Brasil, informa a Dow. O sistema, além de ser considerado mais seguro, uma vez que evita que os fios e cabos expostos possam ser rompidos ou atingidos causando danos à rede elétrica, é também esteticamente mais agradável. Entre as soluções para cabos subterrâneos de transmissão e distribuição, a Dow desenvolveu a tecnologia de isolação de polietileno reticulado com retardante à arborescência (TR-XLPE) que minimiza as perdas de energia, confere até duas vezes mais durabilidade e proporciona melhor custo-benefício ao longo de toda a cadeia, reduzindo o impacto ao meio ambiente. De acordo com estudos em campo, estes cabos podem operar por mais de 40 anos ininterruptamente. 50 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>


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Construção

Isolamento acústico entre andares tem tecnologia da Braskem

A

ntecipando a obrigação de uma nova legislação, Braskem e a Multinova oferecem as mantas expandidas de polietileno produzidas com tecnologia italiana, solução inovadora para reduzir a transmissão de ruídos entre os andares dos edifícios e conferir ainda mais qualidade em obras. O produto se apresenta como uma excelente alternativa para atendimento à norma ABNT NBR 15575-3:2013, que entra em vigor em julho

e estabelece requisitos mínimos de desempenho acústico em edificações. Antecipadamente, as mantas de polietileno enquadram-se às novas regras estabelecidas, pois seguem um rigoroso controle de qualidade e têm sua eficiência comprovada através de ensaios técnicos realizado no IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas e também em institutos independentes italianos. Com cinco ou dez milímetros de es-

pessura, as mantas de polietileno são aplicadas entre a laje e o contra piso, o que proporciona redução de ruídos entre os andares, já que ela pode ser aplicada com qualquer tipo de piso e contempla também os rodapés. O produto é feito em polietileno expandido, o que o torna mais leve, com maior durabilidade e menor custo. Com estas características, serão evitados barulhos que causam incômodo aos moradores como crianças brincando, passos e animais.

Novidades na área de PVC

O Instituto do PVC diz que o ano de 2013 se inicia como um momento decisivo para o Brasil se firmar como um país inovador e competitivo. “O futuro é de oportunidades e desafios. Os adventos dos jogos esportivos e das grandes obras de infraestrutura necessárias ao país contarão com o produto para que o legado, após esses eventos, seja benéfico à sociedade. Grandes obras terão que ser realizadas não só nos estádios, mas também na parte de infraestrutura para que as cidades que sediarão os jogos possam atender aos milhares de turistas que virão ao país”, diz o presidente do instituto do PVC, Miguel Bahiense. Construção de hotéis, melhorias no saneamento básico, redes viárias e aeroportuárias são apenas alguns exemplos. Além disso, a demanda por materiais que atendam aos conceitos do desenvolvimento sustentável será um fator primordial em projeto e atividades. “O PVC será, seguramente, utilizado em diversos momentos. Uma aplicação há de se destacar que é na parte de instalações hidráulicas, por exemplo, seja para o saneamento básico, distribuição de água dos estádios, irrigação de gramados, etc.”, afirma Bahiense. A principal bandeira do Instituto para 2013 é promover o uso do PVC destacando sua vocação sócio-ambiental. Em relação a tendências, o presidente do instituto do PVC, Miguel Bahiense, diz que o mercado de perfis de PVC tem se mostrado, nos últimos anos, um segmento de forte crescimento, assim como o de janelas, mas sem dúvida o sistema concreto/PVC tem grandes chances de começar a ser visto de forma mais consistente em termos de novidades no setor nacional. PS 52 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>


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Construção

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Balanços

Corr Plastik: reforço nas vendas e na marca

A Corr Plastik, um dos três maiores produtores de tubos e conexões em PVC do país, tem forte atuação no Nordeste. Com capacidade produtiva de mais de 100.000 toneladas anuais, em suas duas plantas industriais, Cabreúva/SP e Marechal Deodoro/AL, a Corr Plastik pode atender a 25% da demanda total do mercado brasileiro de tubos e conexões em PVC. Atuando em vários segmentos como: Saneamento( água e esgoto ); Irrigação; Predial e Elétrica; Telefonia; Geotecnia (captação de água em poços profundos) e Gás; a Corr Plastik possui um amplo portfólios de produtos para o mercado brasileiro.

A empresa afirma que desde que inaugurou a Unidade em Marechal Deodoro/AL em 2009, o desempenho no Nordeste tem sido extremamente positivo e crescente a cada ano. Em 2012, o crescimento foi de 20 % sobre 2011 e planeja crescer mais 15% em 2013. Estes números somente foram possíveis pelo crescimento da linha predial, tubos e conexões destinados a atacadistas e distribuidores, lojas de materiais de construção e construtoras. Para 2013, estão projetados novos investimentos que somam R$ 40 milhões, visando à modernização de equipamentos e infraestrutura. No processo de expansão, está prevista uma nova planta em Cabreúva/SP com 22 mil m2 contemplando um novo CD e uma nova unidade de conexões

Mexichem Brasil: desemprego baixo estimula o setor

As vendas líquidas da Mexichem Brasil tiveram um crescimento estimado de 8% em 2012, sendo que o crescimento apenas da marca Amanco foi de 11,9%. Todas as marcas e segmentos de atuação da empresa (predial, infraestrutura e irrigação) apresentaram expansão, sendo que o de irrigação (marca Amanco) cresceu mais do que os demais, por conta da expansão dos cultivos e secas apresentadas no país. Maurício Harger, Presidente Mexichem Brasil, diz que um fator positivo em relação a 2012 foi a queda na taxa de desemprego, que influencia diretamente na segurança do trabalhador em contratar dívida e/ou começar uma reforma/ampliação de sua casa. “Um contraponto negativo é a questão da infraestrutura e 54 54>>Guia GuiaPlástico PlásticoSul Sul>>2012 2012//2013 2013>> >>

conformadas e nova área de estocagem de tubos. Na Unidade Cabreúva/SP, serão lançados 50 novos itens de conexões injetadas, novos silos para estocagem de resina e novas linhas de extrusão. Na unidade de Marechal Deodoro/AL, novas linhas de extrusão que aumentarão a capacidade produtiva e, possibilitarão fazer tubos de até 500 mm de diâmetro. Um novo CD e uma nova unidade de conexões conformadas. Para 2013, também está programado o crescimento da Marca Corr Plastik através do patrocínio do Santos Futebol Clube, do técnico Muricy Ramalho e do Capitão Edu Dracena, que possibilitarão um grande oportunidade de exposição e divulgação da marca em todos os veículos de mídia. PS

logística, que ainda são um gargalo para o crescimento no país. A Mexichem Brasil tem adotado medidas que visam otimizar seu processo logístico, como a adoção de novas tecnologias para roteirização, que permitem carregar a maior quantidade de peso em um caminhão para aproveitar melhor o frete, e a utilização de circuitos (o caminhão leva o produto acabado até o cliente e recolhe matéria-prima com fornecedor)”. A empresa também investe na intermodalidade. Em 2013, a Mexichem Brasil pretende investir R$ 131 milhões, um aumento de 15% em relação a 2012. O valor inclui aumento na capacidade de produção das fábricas, desenvolvimento de novos produtos, comunicação das marcas comerciais na mídia e nos pontos de venda do varejo da construção e capacitação profissional.


Artigo

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Otimismo em 2013

Por Paulo Cardozo*

O

mercado da construção civil no Brasil pode ser considerado um importante termômetro da economia. Se está aquecido é porque as pessoas estão consumindo mais, os juros estão mais baixos, o nível de emprego está mais estável e a oferta de crédito acelerada. Porém, se está em queda, significa que as pessoas estão agindo com mais cautela em relação à aquisição de um bem durável, aumenta o índice de inadimplência, entre outros. Se analisarmos o mercado de construção civil de 2009 para cá, houve uma variação de -0,3% a 0,9%, passando por um pico em 2010 de 11,6%, segundo o IBGE. Alguns podem afirmar que cresceu pouco, mas se considerarmos uma média de desempenho desses últimos anos, o setor da construção esteve muito bem, acima inclusive do PIB nacional. Isso é o retrato de uma economia que esteve bem, apesar de todo o impacto causado por crises financeiras internacionais. O Brasil é ainda considerado por analistas como um importante e rentável mercado para inves-

tir e tem conseguido conquistar seu espaço no cenário mundial. No ano passado um dos principais motivos pelos quais o setor de construção sofreu queda foi o desaquecimento do mercado imobiliário e baixo ritmo das obras de infraestrutura. O mercado imobiliário esteve mais focado na comercialização dos empreendimentos remanescentes, enquanto que o nível de inadimplência também foi grande. A indústria também registrou números fracos em 2012, porém foi o período que o governo lançou medidas de incentivos, visto que seus efeitos surtirão neste ano. Para a indústria, o segundo semestre costuma ser o mais rentável, porém o primeiro trimestre de 2013 já foi bom e vai ao encontro das expectativas da nossa Presidenta, que espera um crescimento mais pujante. Para 2013, seguindo a previsão da ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), o setor imobiliário deve retomar os investimentos e as obras de infraestrutura devem acelerar, especialmente no segundo semestre com os programas de novas concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos e também os eventos esportivos. O setor

espera fechar o ano com crescimento de 4,5%, em relação ao ano passado. Para que fique ainda melhor, é fundamental que o governo também cumpra com seu papel e estimule o mercado, a exemplo do que tem feito com incentivos fiscais e facilidade para o crédito, acelere os processos de concessões, licitações e investimentos para a infraestrutura. O Programa Minha Casa Minha Vida é o maior exemplo. Essa ação teve um papel fundamental para que as pessoas acreditassem que é possível ter uma casa própria, impactando diretamente a produção industrial. A política de desoneração fiscal também ajudou para o aumento da formalização do trabalho, melhor arrecadação de tributos e melhoria nas vendas. Tenho a convicção que estamos no caminho certo para isso. Como membro de entidades de classe do setor, vejo planos de investimentos da indústria e, claro, muito otimismo. PS *Paulo Cardozo é diretor comercial de Tubos e Conexões da Tigre no Brasil e diretor da ASFAMAS – Associação Nacional dos Fabricantes de Materiais para Saneamento. << 2012 / 2013 < Guia Plástico Sul < 55


Calçados

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uando pensamos nas perdas da indústria nacional em função das importações predatórias, um setor logo vem à mente: Calçados. Como não lembrar as mudanças ocorridas neste segmento nos últimos anos, como a força do sapato chinês entre os consumidores e mesmo as mudanças de produção internas, que alteraram a economia de regiões brasileiras que haviam feito sua marca com base neste produto? O ano de 2012 foi mais uma vez desafiador para a indústria de Calçados Brasileira, mas o mercado global, por outro lado, oferece suas oportunidades. A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) prepara a divulgação de seu balanço 2012, mas dados preliminares da entidade apontam que o ano apresentou desafios ao setor. A produção de calçados em 2012 caiu 3,3% em relação a 2011; os dados da exportação 2012 são US$ 1,09 bilhão (15,7% menos que 2011) e 113,27 milhões de pares (0,3% mais que 2011) – o pior resultado desde 1987, segundo a Abicalçados; os dados de importação são US$ 508,56 milhões (19% mais que 2011) e 35,6 milhões de pares (5% mais que 2011). Houve queda no número de empregados; a indústria calçadista terminou o ano empregando 330,8 mil pessoas, sete mil postos a menos do que no mesmo período de 2011, uma queda de 2%. Para o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, os números seguem na direção prevista. “As sucessivas quedas nas exportações, nefastamente combinadas com o aumento nas importações de calçados prontos e desmontados indicam claramente a possibilidade de, ainda este ano, o setor calçadista brasileiro apresentar balança comercial no mínimo nula, se não deficitária”, disse o executivo em uma divulgação de resultados já em 2013. Para quem investe, conciliar merca56 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>

do local e global parece ser a solução para ganhar nesta indústria. Atualmente a Dow participa no mercado de calçados com Elastômeros de polieolefinas (etileno-octeno e etileno-buteno) com a marca ENGAGE e mais recentemente com os inovadores copolímeros olefínicos em blocos da linha INFUSE. Eles são usados principalmente como modificador de EVA em entresolas de tenis esportivos e casuais e também em solados de sandálias e chinelos. Possuem o objetivo de trazer ganhos como processabilidade, redução de peso, permitindo maior incorporação de material reciclado na formulação e um toque mais emborrachado às formulações 100% EVA, o que proporciona melhor percepção de conforto quando existe contato direto com os pés. André Menezes, gerente de marketing de Elastômeros para a América Latina da Dow, diz que o setor de calçados fechou 2012 com resultados não muito positivos e 2013 começou com pouco otimismo, mas “Com forte busca por maior competitividade e a Copa do Mundo se aproximando, 2014 pode começar a trazer oportunidades interessantes para algumas companhias desde já”. Existe uma ideia geral dos benefícios do mega eventos esportivos no país e um dos tantos setores premiados seria o esportivo, com a ampliação da cultura da atividade física, que de certa forma já aumentou nos últimos tempos pelo menos em algumas regiões/grupos de pessoas, a busca pela saúde. De concreto, sabe-se que os níveis de sedentarismo são altos e que a população brasileira está acima do peso. Ao mesmo tempo, a prática de corrida, especificamente, parece ter aumentado, assim como o número de ciclistas. Também há quem adote o estilo esportivo no dia a dia (se a ideia nem sempre chega ao exercício, a identificação é forte). Para Menezes, ainda não é conhecido o real retorno dos jogos para os produtos.

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Calçados: atuação global como solução

Marco Aurélio Rufato , da Chem-Trend: Manutenção da economia aquecida vai aumentar média de calçados per capita beneficiando a produção local em função da sobretaxa para asiáticos

“Realmente há maior interesse por esportes como corrida e ciclismo pelo brasileiros como é possível ver aos fins de semana em São Paulo, por exemplo, com ruas e parques muito mais cheios de pessoas praticando algum tipo de atividade. Porém, ainda não é possível saber o impacto dos grandes eventos nesta demanda”, diz . Sobre mercado interno/externo, neste momento a Dow está empenhando esforços em desenvolvimentos de alta tecnologia na Ásia. “Isso ocorre especialmente devido ao interesse e forte demanda desta região na indústria de calçados. Esforços pontuais no mercado nacional brasileiro também ocorrem, adequando-se à atual agenda do setor focada em


redução de custos”, diz o executivo. O mercado calçadista tem uma participação expressiva nas vendas da Chem-Trend não somente no Brasil, mas também globalmente, pois a empresa possui plantas nos cinco continentes, bem como escritórios e distribuidores em praticamente todos os países e também nos locais em que o mercado calçadista está presente. “Hoje, atuamos no mercado de solados em termoplásticos (TPU, TPE’s, TR, PVC, outros) e no mercado de solados em termofixos (PU, EVA, borracha e outros). Estamos constantemente aprimorando nossa linha de produtos incorporando tecnologias mais avançadas, normalmente com produtos ambientalmente corretos”, diz o gerente de vendas Marcos Aurélio Rufato. A Chem-Trend também possui uma série de produtos auxiliares para o processo de injeção de solados termoplásticos, visando aumentar a produtividade, reduzir custos e melhorar acabamento. Assim, a linha de agentes de purga e protetivos de moldes têm sido inserida neste mercado de forma positiva. “O ano de 2012 foi excelente para a Chem-Trend e para o setor calçadista também, pois apesar de algumas áreas calçadistas apresentarem uma produção menor, como foi o caso das exportações, a moda utilizou solados mais sofisticados com acabamentos mais criteriosos, em que a utilização de produtos de alta tecnologia eram muito importantes. Ou seja, em 2012 a moda nos ajudou”, avalia Rufato. “Para 2013, a perspectiva que temos para a produção de calçados é a que sejam mantidos os mesmos volumes de 2012, mas é claro, que depen-

dendo de qual será a moda, e o consequente uso de solados, é que será definido se o ano será bom ou não para a área de termoplásticos. Mas pelo que está sendo lançado agora na Europa, que é a moda verão e que virá para Brasil no segundo semestre, espera-se um volume positivo na área de solados em termoplásticos e PU”. Rufato diz que é importante avaliar os movimentos e sua duração. “Se observarmos o mercado calçadista de solados, e os materiais utilizados, podemos verificar que este mercado vive de ciclos. Assim, tivemos no início desta indústria o ciclo dos solados em couro, que passou após pelo ciclo dos solados em borracha, pelos de termoplásticos, pelos de PU, pelos de EVA, e que agora ainda não tem definido qual será o próximo. Nós da Chem-Trend acreditamos que, pelo fato do mercado estar cada vez mais preocupado com o meio ambiente, e com a utilização de produtos recicláveis, a utilização de materiais termoplásticos crescerá, e acreditamos também que o próximo ciclo de material usado para a produção de solados esteja relacionado com o uso deles”, opina. Na área de calçados esportivos, não são grandes as expectativas no momento, “até mesmo pelos números que o mercado esta mostrando, e onde não esperamos aumentos significativos”. Para o executivo, o mercado esportivo cresceu muito nos últimos anos e isto pode ser verificado pelo número de pares produzidos e pelas marcas que são produzidas hoje no Brasil. Entretanto, no último ano foi percebida uma redução destes números. “Uma parte disso se deve à produção

que foi transferida para países vizinhos. A outra parte se deve a importação que aumentou não somente dos calçados prontos, mas também de seus componentes (solados, cabedais, etc...). Este é um mercado que continua crescendo, mas onde o peso dos importados ainda é grande. Existem projetos de entidades do setor que buscam um desenvolvimento de componentes nacionais, com custos competitivos, para tentar transferir parte desta produção para o Brasil, mas estes trabalhos ainda estão em uma fase inicial”, contextualiza. Como a Chem-Trend tem atuação global com vendas em todos os países, as transferências de produções do Brasil para a Ásia significam uma redução de vendas aqui, mas um incremento nos outros países. “Entretanto, para o mercado local isto tem sido uma penalização grande, não somente pela produção que foi transferida para a Ásia, mas também pela que foi transferida para a América Central e para a Argentina. Hoje, grande parte do que era produzido para exportação, esta sendo produzida nestes dois locais”, diz Rufato. Ao mesmo tempo, sabe-se que a média brasileira de sapatos per capita ainda é baixa e, com a manutenção de uma economia aquecida, este número irá aumentar, fazendo com que a produção local de componentes e calçados aumente, pois a sobretaxa hoje existente para calçados asiáticos ajuda a manter parte da produção no Brasil, diz Rufato. “Assim, ainda vale a pena investir aqui e, principalmente, buscar tecnologias avançadas que permitam reduzir custos e ganhar competitividade”, garante o executivo. PS

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Calçados

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o setor calçadista, a Braskem lançou uma resina de EVA (copolímero de etileno e acetato de vinila) que permite a confecção mais rápida e sustentável dos sapatos, extinguindo o processo de cura na colagem de solas, o que elimina a emissão de ozônio e reduz em até 26% o custo desta etapa de produção. O produto integra o portfólio do selo Braskem Maxio®, criado para identificar resinas que oferecem uma maior eficiência à cadeia do plástico e reduzem o impacto ambiental no processo de transformação. Nesse segmento, a colagem das entressolas à base de EVA é uma etapa importante do processo, pois a durabilidade de um calçado está diretamente vinculada à qualidade de aderência dos seus componentes após o processo de cura. A resina VA3010A, desenvolvida pela Braskem, permite que o processo de colagem ocorra sem

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Braskem: produção mais rápida e sustentável

a necessidade da etapa de cura U.V. (irradiação de luz ultravioleta). Esta mudança dispensa a utilização do equipamento de cura ultravioleta, que exige constante manutenção e controle de processo, e ainda é emissor de ozônio, um gás nocivo à saúde humana e ao meio ambiente. Além disso, com a resina, há redução no consumo de energia no processo produtivo, tornando a confecção dos calçados mais segura e o processo mais sustentável. A economia gerada pode proporcionar uma redução de custo de até 26% na

etapa de colagem do processo produtivo do calçado, além de permitir designs mais diferenciados na confecção da entressola. O tamanho desta redução depende do tipo de calçado e da configuração de cada linha de produção. A resina possibilita ainda ganho na qualidade dos solados, o que resulta na redução da devolução de calçados por conta de defeitos, e por consequência custos ainda menores aos transformadores. Para alcançar este resultado, foi desenvolvido junto com a empresa Killing (www.killing.com.br), parceira da Braskem, um novo primer aplicado a frio que complementa a colagem da resina em diferentes substratos como borracha, PVC e couro sintético, substituindo a solução com o primer antigo. A solução baseia-se em um conceito em que os dois novos componentes são necessários para a aderência, tanto o EVA, quanto o primer, sendo esta tecnologia patenteada. PS

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Plast Mix

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Sustentabilidade

Miguel Bahiense*

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preservação ambiental está na pauta mundial hoje, seja do poder público, seja da iniciativa privada, assim como da população de modo geral. E o cuidado com o meio ambiente é um dos pilares do tripé que forma o conceito do Desenvolvimento Sustentável. Modismos à parte, quem atua seriamente com projetos sustentáveis sabe que, somente com a equalização dos benefícios sociais, econômicos e ambientais é que se consegue efetivamente alcançar resultados efetivamente sustentáveis e práticos para as gerações atuais e futuras. Nos últimos anos, o perfil da população consumidora mudou muito no País e hoje já são mais de 40 milhões de brasileiros fora da linha de pobreza. Dados do IBGE mostram que, em dez anos, o acesso à educação também mudou e que a quantidade de crianças matriculadas em escolas ou creches passou de 51,4% para 80,1%. Soma-se a isso um movimento de democratização da informação. É muito maior o número de pessoas com acesso à internet, o que hoje abre portas para que a população pesquise sobre produtos e serviços, compare preços e decida o que consumir e o que não consumir. Isso porque a informação, positiva ou negativa, circula rapidamente pela rede, formando opinião. Esse novo papel do consumidor tem despertado o interesse e a atenção de empresas, investidores, governos e estudiosos. No dia 15 de março, por exemplo, a presidente Dilma Rousseff lançou o a Plano Nacional de Consumo e Cidadania 60 > Guia Plástico Sul > 2012 / 2013 >>

e afirmou que o governo pretende transformar a defesa do consumidor em uma política de Estado. Ou seja, estão sendo criados mecanismos para que a relação entre indústria, varejo e consumidor seja cada vez mais transparente e saudável. Na indústria do plástico não é diferente. O respeito ao consumidor e ao meio ambiente é a bandeira do setor. A atuação da Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos em prol da sustentabilidade sempre contemplou a questão do custo-benefício e do bem estar social, a partir do uso adequado dos plásticos. Economia, bem-estar e proteção ambiental são o que os plásticos oferecem em suas diversas aplicações na área médica, na produção, armazenagem e transporte de alimentos e água, na indústria automotiva, agricultura, construção, saneamento, entre tantas outras áreas importantes da economia. Atuamos para derrubar mitos e achismos infundados, dando à população acesso a estudos, dados científicos e pesquisas que mostram a realidade dos plásticos e sua importância no dia–a-dia das pessoas, assim como para promover a educação ambiental, consumo e descarte adequados, reutilização e reciclagem. Muitos desconhecem que 100% dos plásticos são recicláveis e que a reciclagem hoje é uma fonte de trabalho e renda no Brasil. E se o país ocupa a oitava posição mundial entre os países que mais reciclam plásticos (22%, sendo que a Suécia, que ocupa a primeira colocação, recicla 35%), é porque muito se tem avançado na questão da informação sobre a reciclagem, por exemplo. Temos trabalhado para envolver a indústria, o varejo, o governo e a popu-

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A sustentabilidade e o direito do consumidor

lação no processo de educação ambiental. Um exemplo é o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, que tem mobilizado todo o Brasil na redução do desperdício e nas boas práticas de descarte das sacolas. Ao criarmos uma cultura de consumo adequado, embasada em informações científicas, corretas portanto, formamos uma sociedade mais crítica e responsável, que fará a sua parte no combate ao desperdício e na preservação ambiental com coerência e discernimento, mas que também estará apta para reivindicar produtos de qualidade e serviços efetivos. E o melhor, com respeito aos seus direitos de consumidores. PS *Presidente da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos e do INP – Instituto Nacional do Plástico


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