Plástico sul edição 168

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Editorial DIVULGAÇÃO

Expediente Ano XV - # 168 - Setembro de 2015

Conceitual Brasil - Jornalismo Total www.revistaplasticosul.com.br Rua João Abbott, 257 - Sala 404 CEP: 90460-150 - Bairro Petrópolis Porto Alegre - RS Fones: 51 3392.7750 | 51 3209.3770 plasticosul@conceitualpress.com.br Direção: Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves - DRT/RS nº 12.844 Redação: Brigida Sofia Departamento Comercial: Débora Moreira Design Gráfico & Criação Publicitária: José Francisco Alves (51 9941.5777) Capa: divulgação Plástico Sul é uma publicação da Conceitual Brasil - Jornalismo Total, destinada às indústrias produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil, formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos, fóruns, exposições e imprensa em geral. Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul. É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que citada a fonte. Tiragem: 8.000 exemplares.

Criatividade para sobreviver

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om a nossa reportagem de capa tratando dos desafios da indústria de transformação de plásticos no Paraná (matéria na página 8) impossível não falarmos no editorial sobre o atual momento vivido pelo Brasil no aspecto econômico. Denise Dybas Dias, presidente do Simpep, relata uma série de problemas que batem na porta dos empresários da região semanalmente. O alto custo da energia elétrica e das matérias-primas, bem como os juros elevados, retardam o crescimento e, associados com os embates políticos e econômicos, paralisam os investimento do setor. Mas pensemos na parte boa. Se a crise não está gerando oportunidades para as empresas, ao menos está fortalecendo os gestores no sentido de torná-los mais criativos para sobreviver em meio ao caos. Em tempos difíceis somos obrigados a criar estratégias para continuar em pé. Enxugar custos, e criar metodologias mais eficientes utilizando da criatividade. Talvez seja essa a lição de casa. Uma das maiores personalidades de todos os tempos, Albert Einsten, em sua grande sabedoria já disse: “Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar ‘superado’”, dizia o grande mentor. Sabemos, entretanto, o quão difícil é viver a teoria na prática. Sabemos das dificuldades do dia a dia dos gestores. Mas temos que ter esperança, que acreditar e utilizar todas as estratégias possíveis para controlar o leme. É fato que talvez seja os piores tempos da indústria nas últimas décadas, mas não é a 1ª crise do país. Já vivemos graves períodos e crescemos com todos eles. Como diz Einsten, “sem crise não há desafios; sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um”.

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Um novo olhar sobre o plástico verde

PlastVipAlexandre Elias

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e há cinco anos 75% da comercialização do polietileno verde era destinada ao exterior, em 2015, completando meia década de existência, a realidade é bem outra. Alexandre Elias, diretor de novos negócios renováveis da Braskem, afirma que atualmente 50% das vendas são destinadas a empresas brasileiras, demonstrando claro amadurecimento do consumidor verde e amarelo frente aos produtos com forte apelo ambiental. Se nas vendas o produto teve uma gratificante surpresa, no custo, entretanto, houve perda de competitividade em relação 2010. “Na linha de comparação o PE verde acabou ficando um produto com menos competitividade em função do que aconteceu nos últimos anos no mundo: o petróleo mais barato e as descobertas do shale gás. Se voltarmos cinco anos atrás, a realidade hoje é mais desafiadora”. Em entrevista exclusiva a revista Plástico Sul Elias, que está há 17 anos na Braskem, resume os principais momentos da resina até aqui, fala sobre os desafios logísticos do envio do etanol à cidade de Triunfo (RS) onde o plástico verde é produzido e aponta os principais mercados e países consumidores do produto. O executivo salienta a forte penetração do plástico verde no segmento de sacolas promocionais em países da Europa e destaca a indústria de embalagens no Brasil como grande consumidora da resina com demandas crescentes nos setores de personal care e home care. Revista Plástico Sul -Fale sobre o início e o desenvolvimento do plástico verde, por favor. Quais os desafios e resultados ao longo dos cinco anos de mercado? Alexandre Elias - Foi um desenvolvimento de muito sucesso, a unidade industrial partiu há cinco anos sem dificuldades. No momento que começou a produção, começou nosso desafio do ponto de vista comercial, ou seja de realmente aprovar o produto junto aos nossos clientes e principalmente a venda do conceito. O maior desafio é você vender o conceito do produto que é, do ponto de vista da aplicação e performance, idêntica a convencional, mas que traz junto com ele uma captura de carbono, ou seja uma pegada de carbono bastante positiva. De resultados nesses últimos cinco anos, penso que conseguimos uma penetração de mercado bastante positiva. Hoje o polietileno verde é vendido no mundo todo, e eu diria que o Brasil nos últimos dois anos tem sido uma grande área de crescimento. Hoje temos mais de 80 marcas que usam o PE verde. Diria que o grande resultado foi a penetração de mercado conquistada nestes cinco anos.

Revista Plástico Sul - O fato do Rio Grande do Sul

não produzir cana de açúcar e etanol em escala suficiente para o consumo da Braskem interfere de alguma forma no desempenho financeiro do material? Como funciona hoje a logística deste processo? Elias - O etanol que usamos vem a maior parte de São Paulo ou do Norte do Paraná. Claro que se o Rio Grande do Sul tivesse a produção nós teríamos uma ganho logístico que poderia trazer uma competitividade maior para o plástico. Mas eu não acho que esse seja um fator que defina a competitividade. Seria um ganho mas não algo que fosse mudar o patamar competitivo. Com relação a logística hoje, em torno de 60% ou 70% do etanol que consumimos vem de trem para o Rio Grande do Sul. Ele é trazido em vagões. E outra parcela, por volta dos 40% é rodoviário. Plástico Sul - Qual a produção anual ao longo destes cinco anos? Houve crescimento, estabilidade, redução? Comente este resultado, por favor. Elias - Nós estamos crescendo ao longo dos anos, anualmente percebemos um crescimento de demanda, de produção. Nós não abrimos números sobre volume, mas percebemos isso. O Brasil é o lugar mais marcante de crescimento. Em contrapartida você tem mercados como a Europa que passou por uma crise muito grande e por isso o crescimento foi mais lento do que imaginávamos.

Plástico Sul - Na época do início da produção, a aposta de maior consumo da resina era nos segmentos de cosméticos, alimentício, automobilístico e brinquedos. Houve surpresas neste período? Elias - O nosso grande mercado é embalagens. Então as indústrias de cosméticos, alimentícia e de brinquedos, sem dúvida são importantes. Eu adicionaria ainda os setores de personal care, que também tem crescido, e home care, ou seja, embalagens de produtos de limpeza. Outro mercado em que somos fortes na Europa é o de sacolas promocionais e no Brasil este mercado também é importante hoje. Eu diria que o setor automobilístico é uma área onde a polietileno em si tem uma participação muito pequena.

Plástico Sul - Do volume comercializado em 2010, 75% era para o exterior, conforme Manoel Carnaúba explicou na época à Revista Plástico Sul. Qual a participação das vendas para o Brasil e para o exterior hoje? Elias - Hoje já estamos numa realidade que é meio a meio. O Brasil hoje já é 50% do volume. Isso é graças ao amadurecimento do consumidor brasileiro em ver valor nisso. Um exemplo grande e relativamente recente foi o inicio do uso pela Tetrapack, no ano passado, que passou a usar em todas as suas


to, o que acaba definindo o preço de venda, não está diretamente ligado ao custo. Mas na linha de comparação o PE verde acabou ficando um produto com menos competitividade em função do que aconteceu nos últimos anos no mundo. Se voltarmos cinco anos atrás, a realidade hoje é mais desafiadora.

Plástico Sul - Quais os principais países compradores e as principais aplicações em produtos? A que atribui o maior sucesso do PE Verde nestes países e aplicações? Elias - Na Europa o nosso principal consumidor é a Alemanha e o nosso maior volume no país são essas sacolas promocionais. Outro mercado importante é o Japão, e lá o consumo é muito diversificado, realmente tem embalagem de tudo que você puder imaginar.

Plástico Sul - Na questão da Alemanha ser a maior consumidora estrangeira do PE verde seria devido a uma maior consciência sócio ecológica de sua população? Elias - Acho que tanto Europa quanto Japão são países em que essa consciência ambiental é mais forte, está mais presente. No Japão acho que tem a ver com a própria escassez de produtos naturais do país. Então é um conceito que funciona muito bem. Já o mercado mais difícil é os Estados Unidos, que é o outro extremo, onde essa mentalidade de consciência ambiental não é tão desenvolvida como nos outros países em que falamos.

Plástico Sul - Fale especificamente no mercado do plástico verde no Sul do Brasil, por favor. Qual a participação? Elias - No sul nós temos alguns projetos interessantes, como por exemplo uma linha de embalagens da Panvel especificamente. Temos um outro parceiro no sul que é a Suzuki, fabricante de bobinas picotadas, aquelas que usamos para embalar frutas no supermercado. Eles utilizam o polietileno verde nestas embalagens e vendem no país todo e sua maior parte é fabricada no sul. Então na região temos uma série de usos, acho que até pela proximidade da planta.

Plástico Sul - Qual o custo do plástico verde em relação ao tradicional hoje? Como este valor variou ao longo dos cinco anos? Elias - O PE verde tem uma composição de custo que o torna mais caro do que o plástico convencional. Esta resina é uma escolha para quem está procurando uma pegada de carbono menor, um produto ambientalmente mais positivo. Então se você olhar ao longo dos últimos cinco anos, a indústria de polietileno em si mudou muito neste período depois que surgiu todo o evento do shale gás nos EUA. Então eu diria que o PE verde perdeu competitividade em custo. Entretan-

Plástico Sul - Como a baixa na economia brasileira afeta o plástico verde, seja em vendas ou em planos de expansão? Elias – A baixa da economia brasileira diminui a demanda por plástico como um todo e consequentemente coloca pressão na demanda do plástico verde também. Entretanto o plástico verde tem um posicionamento de mercado muito focado em nichos. E como já citei nós vemos um crescimento de demanda muito em função do amadurecimento do próprio consumidor brasileiro, da preocupação com a questão ambiental. Então isso faz com que a demanda mostre crescimento no Brasil apesar da questão da economia atualmente.

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embalagens no Brasil o plástico verde. Ou seja, uma série de iniciativa de vários clientes que passaram a valorizar essa questão do plástico verde. Acredito que esse amadurecimento do consumidor brasileiro está contribuindo para essa mudança local.

Plástico Sul - No início da década houve interesse da Braskem na produção de polipropileno verde. Como se desenvolveu esta questão e quais são os principais desafios em implantar esta planta em escala comercial? Elias – O PP verde continua nos nossos planos, hoje a Braskem tem uma tecnologia que é capaz de produzir a resina verde, porém enxergamos que esse produto teria uma estrutura de custo muito pouco competitiva o que limitaria o mercado alvo. Então atualmente o projeto não tem uma data de colocar em escala. O principal desafio é a competitividade em custo, ou seja, ele demandaria um premmium bastante alto que entendemos que limitaria o mercado dele. Mas nós continuamos investindo em Pesquisa e Desenvolvimento para encontrar a rota mais competitiva.

Plástico Sul - Quais os planos da petroquímica e as perspectivas de mercado para o PE Verde nos próximos cinco anos? Elias – Eu continuo vendo um potencial de crescimento de mercado no PE verde e isso acompanha muito o que falamos antes sobre a conscientização ambiental, em termos pessoas cada vez mais educadas e preocupadas com essas questões. Então enxergamos um grande espaço para o polietileno verde continuar crescendo. Mas como citado antes, ele vai continuar crescendo em nichos de mercado.

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Em tempos de crise, criatividade é a solução No topo da Região Sul, o Paraná abriga importantes players do setor plástico que atendem seu estado, grande parte do Brasil e também estão no exterior. Como todos os empresários, trabalham por melhores condições para os negócios e buscam estratégias criativas para fugir dos tempos difíceis.

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em informar números, o SIMPEP - Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Paraná diz que a expectativa para o ano de 2015 é uma queda de 3% em média. Os cenários econômico e político têm contribuído significativamente para uma baixa demanda, acirrando ainda mais a concorrência entre os transformadores. Outros agravantes são o alto custo da energia elétrica e da matéria-prima, os juros elevados e a dificuldade de crédito. No Paraná, a taxa de desemprego do setor foi acentuada e muitos estão encolhendo suas plantas. Mas também há boas notícias, a Escola do Plástico está ativa e a continuidade do projeto da Central de Valorização de Materiais Recicláveis (CVMR) está assegurada. Mais do que isso, duas novas CVMRs, em Londrina e Maringá, terão início das suas atividades até o final do ano.

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EspecialPolo Plástico do Paraná

Os empresários que atuam no setor também vêem os dois lados da moeda; apontam um ambiente de negócios mais estressado e perspectivas de médio prazo que passam de desenvolvimento para redução de custo. Reafirmam as dificuldades da alta da energia elétrica e da tomada de crédito pelos compradores. Ao mesmo tempo, acreditam que o legado de 2015 será muito positivo no que se refere a alternativas mais econômicas, metodologias mais eficientes e quebra de paradigmas, pois a escassez de recursos torna a administração de fluxos de caixa muito mais exigente, levando a uma constante busca por melhoria nos processos financeiros. Em tempos de crise, a criatividade ganha espaço. O SIMPEP indica que o setor é composto principalmente por micro/pequenas e médias empresas, contribuindo decisivamente com a economia do Paraná e dando oportunidade de emprego para 24.500 trabalhadores. São 940 indústrias de transformação de plástico e reciclagem, das quais 115 são associadas. Hoje, a base territorial do Simpep está representada por todo o estado, exceto os municípios de Apucarana, Arapongas, Bandeirantes, Cambé, Cornélio Procópio, Ibiporã, Jandaia do Sul, Jataizinho, Londrina, Mandaguari, Marialva, Maringá, Rolândia, Sarandi e Urai. O setor de transformados plásticos é fornecedor para inúmeros segmentos, como o automotivo, linha branca, construção civil, alimentos, higiene, etc. A presidente do SIMPEP, Denise Dybas Dias, diz que não houve alteração significativa no volume transformado em 2014 em relação a 2013 e que a expectativa para o ano de 2015 é uma queda de 3% em média. “As incertezas da economia e a situação política do Brasil têm contribuído significativamente para gerar uma baixa demanda, acirrando ainda mais a concorrên-


Custos e mercados

A matéria-prima das indústrias de plástico é comercializada com base no preço internacional e câmbio, somado o imposto de importação, o que resulta em um dos maiores do mundo, segundo Denise, inviabiliza a competitividade das indústrias brasileiras no mercado internacional e faz com que elas sofram as importações de produtos acabados. A energia elétrica, que é um dos maiores custos para a indústria de transformação, também vem acentuando este cenário. Os recentes reajustes nas tarifas e a bandeira vermelha dobraram os valores das taxas de energia. Muitas indústrias ficaram inviabilizadas de arcar com esse custo. “O setor de transformados plásticos é fornecedor de inúmeros setores, como o automotivo, linha branca, construção civil, alimentos, higiene, etc. No Paraná, percebemos a queda no volume de produção das indústrias em média

de 20%. Outro dado alarmante é que até mesmo embalagens para alimentos - que sempre foram o termômetro da demanda - sofreram queda”, lamenta Denise. Ela diz que não existem planos de investimentos no setor, ao contrário, muitos estão encolhendo suas plantas; desligando máquinas e eliminando turnos de trabalho. “Muitas empresas estão com dificuldades financeiras e com risco iminente de fechamento. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, no primeiro semestre de 2015 houve a perda de 916 postos de trabalho no setor plástico do Paraná, no Brasil, ocorreram 8.887 demissões neste setor em 2015. No mesmo período do ano de 2014, haviam sido criados 2.773 postos de trabalho no Brasil e 18 no Paraná”. A ideia de fazer um Polo Petroquímico ampliado junto à refinaria em Araucária foi adiada. “Com a situação atual da Petrobrás nenhum investimento a médio e longo prazo está sendo cogitado”, afirma a dirigente. Empresários paranaenses já comentaram em anos recentes da falta de incentivos estaduais para empresas na comparação com outros estados. Denise diz que algumas ações do Governo do Paraná beneficiaram diversos setores da indústria do plástico, porém ainda não se tem incentivos de impacto significativo para concorrer com estados possuem um polo industrial voltado ao plástico. Ela fala sobre as demandas do SIMPEP junto aos governos. “Estamos trabalhando na manutenção das conquistas já efetivadas e também na questão de incentivo na energia elétrica para horários noturnos, além de atuar junto à ABIPLAST em relação aos pleitos ao Governo Federal”.

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cia entre os transformadores. Outros agravantes são o alto custo da energia elétrica e da matéria-prima, bem como os juros elevados, dificultando crédito para investimentos e manutenção das empresas especialmente neste momento de crise”, comenta. A escalada do dólar, que parecia não ter fim este ano, também trouxe suas conseqüências. “A política comercial da matéria- prima do setor é baseada no preço internacional de commodities e do dólar, aumentando os nossos custos de forma inesperada, inviabilizando planejamentos, investimentos e, como a demanda está baixa, dificultando ainda mais o repasse destes custos ao mercado. Apenas uma minoria está sendo beneficiada com o alto valor do dólar, são as empresas que ainda possuem competitividade para exportar”. Mas detalha: “Os exportadores representam apenas 2% das empresas. E geralmente são multinacionais, ou seja, não são genuinamente paranaenses”. Vivemos no Brasil um cenário oposto ao de anos recentes. O consumo cai devido à alta dos preços e o medo do desemprego. Ao mesmo tempo, há mais gente procurando emprego, quando se falava em pleno emprego. Hoje há mais mão de obra disponível para o empresariado. Segundo Denise, o impacto tem sido grande e pode-se dizer que o setor de transformados plásticos está definhando diante do atual cenário econômico e político do Brasil. No Paraná, a taxa de desemprego do setor do plástico foi drasticamente acentuada com demissões de aproximadamente 2.100 colaboradores, no período de janeiro a julho deste ano, de acordo com levantamentos realizados pelo sindicato da categoria. “O estado já ficou em 2º lugar em volume de produção e agora está na 4º posição no ranking nacional. O Governo, preocupado em aumentar arrecadação em setores de petróleo e energia, onde não existe concorrência, acabou por estender essas onerações para os demais setores que lutam por espaço no mercado”, analisa.

Denise Dybas Dias, presidente do Simpep: “incertezas econômicas contribuem para gerar baixa demanda”

Futuro

Apesar do cenário difícil, o setor continua se movimentando e se preparando para dias melhores. A Escola do Plástico, iniciativa do Simpep e do Senai em São José dos Pinhais, está ativa, com turmas de Operador de Transformação de Plásticos contando com aproximadamente 25 alunos; Curso de Liderança, com 14 alunos; Aprendizagem, com 12 alunos; e há também a negociação para encaminhamento de vagas para Curso Técnico em Plástico. Algumas atividades também estão sendo desenvolvidas para promover a aprendizagem no setor. Em setembro, o SENAI- Afonso Pena, de São José dos Pinhais, realizou um Open House da Escola do Plástico para abordar o tema “Processo de Transformação de Plástico”, que contou com a participação lideranças empresariais, que foram conhecer a nova escola e parti<<< Plástico Sul < 9


EspecialPolo Plástico do Paraná cipar de minicursos e palestras. A continuidade do projeto da Central de Valorização de Materiais Recicláveis (CVMR) está assegurada, mediante renovação de um termo de compromisso, assinado em 1 setembro, com o Governo do Paraná, que prevê a manutenção do apoio e incentivo à continuidade dos projetos em andamento, estabelecendo metas de produção até 2016. As CVMRs são resultado de um Termo de Compromisso da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos com o setor de Embalagens e de Bebidas, responsável pelos custos da implantação e funcionamento das Centrais, mas além do Sindibebidas, hoje também integram o projeto os sindicatos paranaenses das indústrias de Plástico (Simpep), do Leite (Sindileite), de Papel e Celulose (Sinpacel) e da Mandioca (Simp), entre outros. Duas novas CVMRs, em Londrina e Maringá, terão início das suas atividades até o final do ano de 2015, com capacidade de processamento inicial projetada para 300 t (trezentas toneladas) mês, cada uma. Até 2016, estarão em funcionamento outras quatro CVMR´S de Cascavel, Guarapuava, Francisco Beltrão e Campos Gerais. A previsão é de que cada unidade no interior recolha e envie para reciclagem cerca de três mil toneladas de materiais por ano. Com a implementação das metas, serão ao todo sete Centrais de Valorização de Materiais Recicláveis (CVMRs ) em operação no Paraná e cada uma com a capacidade para atender municípios que estão em um raio de 100 quilômetros da unidade-sede. A unidade da CVMR em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, por exemplo, entre abril de 2012 e janeiro deste ano, já processou mais de sete mil toneladas de embalagens vazias. Além de beneficiar o meio ambiente retirando de circulação estes materiais, a Central de Valorização de Materiais Recicláveis tem ainda um forte componente social, pois estimula o associativismo/cooperativismo e a melhora a renda dos catadores. “São eles que recolhem as embalagens e levam para as cooperativas, onde é feita a triagem. A Central, que fica num raio de 100 quilômetros das cooperativas, faz a comercialização direta do que já foi selecionado na triagem. O lucro é dividido entre catadores e cooperativas”, explica a dirigente. Denise afirma que a expectativa para o mercado em 2016 é mesmo pessimista, “pois sabemos que enquanto não visualizarmos o fim da crise política e econômica seus reflexos permanecerão de forma acentuada. O Simpep continuará trazendo benefícios aos seus associados, buscando informações, capacitações e subsídios para as melhorias nas indústrias”.

FIEP analisa o cenário

A FIEP-Federação das Indústrias do Estado do Paraná diz que a indústria plástica paranaense repre10 > Plástico Sul >>>

senta um pouco mais de 6% da indústria de transformação plástica nacional e o que a caracteriza diante dos demais segmentos industriais é a dependência de matérias primas fornecidas no mercado nacional em regime de oligopólio. “O domínio do mercado em circunstâncias tais faz com que os preços para suprimento dos insumos seja determinado sempre pelo fornecedor; inexistindo qualquer política pública que vise a estabelecer mecanismos de concorrência na oferta das matérias primas”, dizem o economista da gerência de Economia, Fomento e Desenvolvimento, Roberto Zurcher, e o coordenador do departamento Econômico da gerência de Economia, Fomento e Desenvolvimento, Maurilio Schmitt. Analisando o cenário em outubro, eles afirmaram que o nível de emprego industrial vinha se deteriorando a cada mês. “É o ajuste para o novo nível de demanda. Não se deve esquecer que o industrial opta pela demissão apenas como último recurso, pois os trabalhadores receberam treinamento específico para lidar com as novas tecnologias. Além disso, os custos de demissão são elevados”. Por outro lado, a pressão de custo salarial que existiu em ambiente de pleno emprego começava a perder força, tornando menos onerosa a contratação de novas pessoas quando a economia voltar a crescer. Sobre dólar alto e exportação, mostram que a indústria perdeu participação nas exportações: em 2006, 57,41% dos produtos exportados pelo Paraná eram industrializados. Hoje são apenas 34,73%. “Vislumbra-se que, aos poucos, a indústria consiga se recuperar e aumente suas exportações no futuro – não depende apenas do câmbio, mas também, de políticas que dêem mais competitividade à indústria nacional”. O cenário apontado por empresários paranaenses em anos recentes à Revista Plástico Sul de falta de incentivos estaduais para empresas na comparação com outros estados permanece sem alterações, na opinião deles. “Em rigor, os denominados ‘incentivos’ são um eufemismo do que se deveria ter como instrumento de recolocação da carga tributária em níveis compatíveis e necessários para a hoje cada vez mais heróica atividade de se produzir riqueza no País. Logo, a proliferação de incentivos persistirá até o instante em que se erija um sistema tributário minimamente funcional economicamente”. Sobre o fechamento do ano e perspectivas para 2016, as vendas industriais estavam, até agosto, negativas em -6,21%, ante uma queda de 6,30% em 2014. A produção física medida pelo IBGE também mostrava números semelhantes. “É um recuo significativo em dois anos, que leva o nível de atividade industrial aos patamares de desempenho de 2009”.


QP quer aumentar portifólio

A Químicos e Plásticos é uma empresa produtora e distribuidora de Polímeros de Engenharia e alto desempenho, com sede em São José dos Pinhais e filial em São Paulo. O portfolio de produtos é vasto e atende todos os segmentos da cadeia produtiva brasileira, entre os destaques estão o POM, PA6, PA66 , PC , PPA , PPS. “A Químicos e Plásticos, com sua equipe de vendas e estrutura logística, atende todo o mercado nacional”, comenta o diretor de negócios Ricardo Crisostomo. Ele diz que o Polo Industrial Paranaense é muito rico e diversificado, há presença de todos os principais segmentos para a cadeia de polímeros, entre eles o Automotivo, Eletrodomésticos, Embalagens, Equipamentos Agrícolas etc. “A Estrutura do porto de Paranaguá também é uma boa opção logística. Ainda há gargalos na distribuição por custos de fretes internos para outros estados”, avalia. Crisostomo comenta que 2015 apresenta uma retração nos principais mercados que a empresa atua. “Sem exceção, vemos todos os segmentos de mercados que atuamos adequando seus planejamentos de compras ao novo patamar da economia. No nosso caso em particular, esse ano estamos crescendo em relação a 2014 devido a incremento de portfólios, novos parceiros comerciais e colhendo desenvolvimentos realizados em anos anteriores”. Ele lembra que a escalada do dólar compromete toda a cadeia produtiva no curto prazo, a reposição de estoques e a negociação com os clientes tornam-se desgastantes tirando o foco principal da empresa de desenvolver e vender soluções para os clientes. O planejamento de investimento também tem impacto negativo, pois a preservação do caixa nesse momento passa a ser prioridade no negócio. O executivo diz que toda mudança brusca

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Empresas de cenário é negativa – como o atual momento comparado a anos recentes, de bonanças. “O ambiente de negócios fica mais estressado e as perspectivas de médio prazo passam de desenvolvimento para redução de custo. A Químicos e Plásticos tem tentado contornar esse novo cenário com desenvolvimento de produtos e aplicações que reduzam o custo final do produto do cliente, seja em preço, densidade ou substituição de produto”. A QP mantém o plano de aumentar a capacidade produtiva, melhorar processos e investir em novos produtos que aumentem o portfólio. Porém todo esse plano passa por um filtro muito mais rígido nesse momento de incertezas econômicas.

Colorfix lança catálogo

Desde 1990, a Colorfix trabalha na inovação e no desenvolvimento de concentrados de cor. Hoje, são mais de 50 mil fórmulas e aditivos, que promovem a melhoria tanto de produtos quanto de processos dos clientes. Com moderno laboratório e equipe especializada, a Colorfix garante alta qualidade, performance e competência logística para os clientes dos mais diversos segmentos. Entre eles, automobilístico, linha branca, utilidades domésticas, cosméticos, brinquedos, alimentícios, agropecuário, construção civil, embalagens e peças técnicas. Neste ano, um dos destaques é o Catálogo de Tendências. Com base na linha de cosméticos, e forte

Fardo, da Colorfix: “O Paraná tem localização privilegiada, o que facilita negociações”

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EspecialPolo Plástico do Paraná

Máquina Multipet: vendas se mantém estáveis em relação ao ano de 2014

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influência da área têxtil e do mundo da moda, equipes da Colorfix desenvolveram a Linha Tendência. O catálogo traz 30 cores, que dão vida ao plástico transformado. O objetivo é atender os clientes com agilidade e assertividade. Na publicação, as cores são separadas por conceitos, que revelam desde os tons mais claros até tonalidades mais fortes como, por exemplo, avermelhados e esverdeados. Além da matriz localizada em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, a companhia conta com duas filiais em mercados potenciais brasileiros: unidade São Caetano do Sul, em São Paulo, e Abreu e Lima, em Pernambuco. “O Paraná tem uma localização privilegiada, o que facilita muitas negociações. É um estado central muito próximo a São Paulo (norte), com acesso pela Rodovia Régis Bittencourt/BR-116; Santa Catarina (sul), pelo BR-376; Porto de Paranaguá (leste), pela BR-277; Mato Grosso do Sul (noroeste), Argentina (sudoeste) e Paraguai (oeste). Essa geografia privilegiada também ajuda a estar próximo a um forte polo econômico brasileiro que é a região Sudeste e, além disso, ponte fácil para os negócios do Mercosul”, diz o superintendente, Francielo Fardo. A participação no estado ultrapassa os 40% do total faturado na região sul. “Vale ressaltar que transformador paranaense é muito exigente na qualidade de seus produtos, pois atende a grandes mercados consumidores como, por exemplo, São Paulo, tendo também seus produtos exportados para regiões como a do Mercosul, EUA e União Europeia. Além disso, atendemos ainda às indústrias de ponta nacional e local, que exigem muita qualidade, repetibilidade e pontualidade, que é o caso da Indústria Automobilística, Informática e Hardware, Linha Branca, Floor Care, Cosméticos e Medicamentos, entre tantos outros”, explica o executivo. Visando ao atendimento destes mercados com valor agregado aos seus produtos, a Colorfix preza pela confiança e qualidade dos materiais e o respeito e a satisfação dos clientes. Ele fala sobre os custos. “Por mais que a maioria

de nossos fornecedores estejam localizados no Brasil, grande parte da nossa matéria-prima é importada, influenciando diretamente no valor, que somos obrigados a repassar aos nossos clientes. Além do dólar, a inflação da indústria é muito maior neste ano do que a registrada pelo IPCA, ou ainda pelo governo em anos anteriores. Outros fatores que também têm impactado é a alta da energia elétrica, fretes e mão-de-obra”. Segundo Fardo, hoje, com a estagnação da economia brasileira, os clientes estão comprando estritamente o necessário. Com a redução de demanda ajustes se fazem necessários em vários aspectos para manter não só a competitividade como a saúde da empresa. “Estamos a menos de três meses do fim do ano, com certeza, um período marcado por desafios, mas também de muita criatividade. O legado de 2015 será muito positivo no que se refere a alternativas mais econômicas, metodologias mais eficientes e quebra de paradigmas. Iniciamos o orçamento para 2016 e estaremos contemplando estas mudanças e cenários em busca do maior êxito em 2016”.

Apostas da Multipet

A Multipet atua no mercado nacional de Sopradoras PET lineares há mais de 18 anos e está presente, em vendas, em mais de dez países. “Estamos constantemente buscando levar aos nossos clientes as mais modernas tecnologias para otimização de produção de embalagens PET, e, para isso, lançamos recentemente as Sopradoras Modelo MULTIPET8000 e MULTIPET ESA2/10”, diz o sócio diretor Guilherme Hofstaetter. “A primeira se destaca pela alta produtividade por cavidade, 2000 garrafas por cavidade, e a segunda traz o que há de mais moderno em equipamentos automáticos para sopro de garrafões descartáveis até dez litros”, explica. Nesse segmento, a empresa atende principalmente os grandes envasadores de água mineral no Brasil e exterior. “A Multipet tem clientes em todos os estados brasileiros e em mais dez países da América Latina e África. Dentre os principais mercados que atende, destacam-se os segmentos de águas minerais, refrigerantes produtos de limpeza”, reforça Hofstaetter. A venda de equipamentos se mantém estável em relação ao ano de 2014, marcado principalmente pela falta de financiamentos na rede bancária para atender a demanda dos clientes, informa o executivo. “Bom lembrar que, no discurso, as linhas de crédito existem, mas na prática está bem difícil a tomada de crédito pelos compradores. Já o quesito de vendas de assistência técnica está em crescimento, provavelmente pela impossibilidade de troca de equipamentos mais antigos por mais novos”.


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DestaqueBrinquedos

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Brincadeira segura

Quem convive com crianças sabe que o plástico domina o espaço entre os brinquedos. Cor, design e textura especiais são propriedades que o plástico oferece à indústria de brinquedos para tornar seus produtos mais atraentes. A segurança, tão importante neste mercado, também é garantida quando se trata da matéria- prima.

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eleza e segurança são itens fundamentais quando se trata do mercado de brinquedos. Pais responsáveis procuram objetos limpos e seguros para que suas crianças se divirtam e aprendam sem riscos. O plástico é um elemento que agrega estas características, como mostram fornecedores e transformadores. Mesmo em um ano de baixa econômica, os fabricantes apostam em crescimento e um levantamento mostra que houve um aumento per capita no consumo de brinquedos nos últimos cinco anos. Para a Braskem, os brinquedos feitos de plásticos são hoje indispensáveis ao desenvolvimento infantil. Eles proporcionam maior conforto às crianças, pois a leveza, atoxidade, cores, formas mais arredondadas, entre outras características dos brinquedos plásticos permitem que as crianças possam brincar com segurança e ainda sejam motivadas via estímulos visuais, sonoros e educativos. “Para o fabricante de brinquedo, a produção em escala com repetibilidade, a versatilidade (facilidade de troca de cor e montagens, por exem-

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plo), o bom balanço de propriedades mecânicas e leveza são atrativos para se investir em brinquedos com este tipo de material, sem contar a possibilidade de reciclagem e reutilização no processo, minimizando impactos à natureza”, afirmam Marcus Vinícius Trisotto, gerente de contas PP, e Rafael Catelan, gerente de Contas PVC . A Braskem possui um amplo portfólio de resinas para esse segmento em PE, PP e PVC. Em Polietileno, os grades mais comumente utilizados pelo processo de rotomoldagem são o ML3400N e ML3602U para brinquedos de grande porte, como playground. Já o grade GF4960, pelo processo de sopro, para brinquedos de menor porte. Em PVC, são utilizados quatro grades: 121LM, 1230CM, S64BM e P75LMT. Diferente de Polietileno, o PVC é utilizado pra fazer brinquedos de porte muito pequeno, como partes do corpo humano de bonecas, carrinhos, etc. A maciez proporcionada pelo PVC faz com que ele seja usado também em bolas, bonecas e até mordedores para a primeira infância. No Polipropileno, a Braskem tem um vasto portfólio de resinas, em especial os copolímeros de injeção (CP 442XP, EP 440P, EP 448R, CP 401HC e assim por diante), que se destacam pela boa relação rigidez x impacto, sem contar a facilidade de injeção inerente do PP. São utilizadas desde carrinhos até mesas e cadeiras infantis.

Importados

A Braskem participa em vários segmentos em brinquedos, desde bolas e bonecas em PVC, carrinhos em PP, a playgrounds em PE. Os executivos admitem que as importações de brinquedos acabados e a troca contínua por eletrônicos afetam as vendas de brinquedos nacionais, entretanto com a alteração de patamar cambial, há expectativa de que o setor se recupere no médio prazo. Os executivos lembram a questão da qualidade, especialmente se tratando do público. “A Braskem atende à indústria de brinquedos com resinas de alta tecnologia. Isto se traduz em reduções de quebras, retrabalhos, de ciclos, de energia (linha Braskem Maxio®), em maior segurança de processo e, enfim, maior tranquilidade ao transformador e aos pais. Em resumo, é um mercado relevante, pois gera milhares de empregos, utiliza resinas de qualidade e demonstra a grande versatilidade do plástico nos mais diferentes tipos de brinquedos (triciclos, patinetes, bolas, bonecas, carrinhos, bicicletas, artigos de praia, etc.)”.


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DestaqueBrinquedos Economia

Mercado nacional do brinquedo deve movimentar este ano perto de R$ 10 bilhões no varejo”, calcula Costa

Este é possivelmente o primeiro Dia Das Crianças em anos recentes com previsão de fraco consumo devido ao cenário econômico. A Braskem diz que a demanda por resinas por parte da indústria de brinquedos até setembro estava próxima a de 2014 no mesmo período. “A elevação cambial ocorrida ao final do 1° semestre de 2015 assustou importadores, o que aparentemente diminuiu a pressão nos produtores nacionais, porém o desaquecimento da economia não deve refletir no aumento de vendas esperado pelo câmbio maior. Após a análise das vendas neste Dia das Crianças é que o mercado poderá avaliar qual a produção necessária até o Natal (outra data importante para a indústria de brinquedos), de acordo com o nível de estoques na cadeia. Os executivos afirmam que o aumento do dólar faz com que a demanda por produto nacional cresça. “A compra de um brinquedo nacional reduz o risco cambial, e a rapidez na entrega é um atrativo, face à menor liquidez do mercado nacional neste ano, e a customização de cores, embalagens, etc, auxilia o varejo na melhor disposição do produto na gôndola. Até o momento, os retornos dos nossos clientes (transformadores) são de que muitos varejistas compraram de última hora, e em

Mercados Publicidade de papinhas, leites artificiais, farináceos, mamadeiras e chupetas ganha restrições

O decreto que regulamenta a Lei 11.265, de 2006, foi assinado em 3 de novembro pela presidente Dilma Rousseff durante a 5ª edição da Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. A legislação trata da comercialização de alimentos para mães e crianças durante o período da amamentação e proíbe, entre outros pontos, que produtos que possam interferir na amamentação tenham propagandas veiculadas nos meios de comunicação, como no caso de leites artificiais, mamadeiras e chupetas. Com a medida, o governo busca assegurar o uso apropriado desses produtos e estabelecer orientações para a comercialização e publicidade. Papinhas, leites artificiais, produtos farináceos além de mamadeiras e chupetas passam a ter restrições em propaganda, descontos e exposições especiais em supermercados, por exemplo. Outro aspecto tratado pela legislação é a rotulagem desses produtos. Entre outros itens, a regra proíbe que as embalagens contenham fotos, desenhos e textos que induzam o uso. As embalagens devem trazer também a idade correta para o consumo e, no caso de chupetas, mamadeiras e bicos, é preciso informar também sobre os prejuízos que o uso desses materiais pode causar ao aleitamento materno. Segundo o Ministério da Saúde, os estabelecimentos terão o prazo de um ano, a partir da publicação do decreto, para se adequarem às novas medidas. (Fonte – Agência Brasil) 16 > Plástico Sul >>>

quantidade menor que o esperado para ‘sentir’ a demanda e não ficarem com estoques até o Natal. A procura por brinquedos menores (e mais baratos) também é outra informação consensual dentre transformadores”. A ABRINQ - Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos concorda que o momento econômico não está para euforia, mas a indústria nacional do brinquedo projeta crescimento para o ano e uma aceleração dos negócios a partir do Dia das Crianças, data mais forte em vendas do ano. “O mercado nacional do brinquedo deve movimentar este ano perto de R$ 10 bilhões no varejo”, calcula Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq, e as vendas da Semana da Criança foram previstas em até R$ 3,7 bilhões. Passada a data, o presidente da Abrinq informou que neste ano os fabricantes não farão balanço dos negócios do Dia das Crianças. Um levantamento da ABRINQ mostra que desde 2007 a indústria persegue altas consecutivas, somando-se preço para loja da produção nacional mais importações: R$ 2.234 bilhões, R$ 2.510 (2008), R$ 2.710 (2009), R$ 3.117 (2010), R$ 3.460 (2011), R$ 3.875 (2012), R$ 4.456 (2013), R$ 5.160 (2014) e R$ 5.934 bilhões, projeção para este ano. A alta do dólar, de acordo com o presidente da entidade, devolveu a competitividade à indústria nacional. “Estimamos que no ano passado a indústria nacional recuperou cinco pontos percentuais de participação no mercado, que no início do ano já era de 55% (contra 45% de importados)”, observa. Costa estima que a indústria de brinquedos deve investir este ano algo como R$ 1 bilhão. Em reunião recente com a presidente Dilma Rousseff, ele informou que a indústria brasileira de brinquedo produziu, de 2011 até junho de 2015, 500 milhões de unidades. A entidade e seus associados, explica, continuam empenhados em trabalhar junto ao governo para as compras governamentais de brinquedos destinados às escolas. Ele diz que importantes vitórias recentes contribuíram para a estabilização do setor, como o fim da guerra dos portos e a desoneração da folha de pagamento. Entre as metas atuais, o setor busca reduzir as importações e implementar o crescimento da indústria nacional de brinquedos. Costa observa também que houve um aumento per capita no consumo de brinquedos nos últimos cinco anos. “Eram seis brinquedos por ano por criança e agora chegamos a 7,2”. As bonecas continuam representando a maior parte do negócio, com 18,1%, seguidas pelos veículos (carrinhos, motos, pistas), com 14,2%. Juntos, São Paulo (38,8%) e Rio de Janeiro (12,2%) respondem por mais de 50% das vendas de brinquedos no País. Este ano a indústria está lançando cerca de 1.500 novidades em matéria de brinquedo. “A qualidade e a segurança dos brinquedos fabricados no Brasil não deixam nada a desejar às de nenhum outro país com tradição nesta indústria. Poucas atividades industriais são tão certificadas como a nossa”.


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história da empresa gaúcha de brinquedos Xalingo começou com o uso da madeira e com o passar do tempo o plástico ganhou seu espaço. “Iniciamos nossa história com produtos em madeira em 1947. Em 1967 começamos a trabalhar com plástico e adquirimos a primeira injetora. As vantagens do plástico são inúmeras, entre elas podemos citar a grande variedade de cores, formas, a possibilidade de aplicação de diferentes texturas, reutilização(reciclagem) e o custo mais competitivo”, explica o diretor administrativo financeiro, Flávio Haas. A Xalingo possui em linha hoje produtos em madeira e plástico. Em plástico, trabalha com os três processos, injeção, sopro e rotomoldagem. A empresa confecciona, desde panelinhas a grandes castelos e playgrounds. Para o Dia das Crianças e Natal, a empresa trouxe novidades como refrigerador da Frozen, Castelo Frozen, Play Hot Wheels e uma nova coleção de rodados entre triciclos e carros elétricos e a pedal. Face ao período econômico difícil, que vem se estendendo há tempos, a empresa se preparou desde o início do ano com ações de redução de custo, controle de estoque, investimentos em lançamentos e ajustes de orçamentos. “Estes são alguns dos cuidados que tivemos para que pudéssemos atravessar esse período de forma menos atribulada. A crise tem afetado a todos setores e com o brinquedo não poderia ser diferente, porém na crise podem surgir grandes ideias e inovações e estamos concentrando nossos esforços no planejamento do próximo ano, que também tende ser um ano difícil”, explica o executivo. Em relação à alta do dólar desde o início do ano, ele avalia que “considerando que as importações de brinquedos foram feitas antes da disparada do dólar, quanto ao volume importado ainda não afetou de forma intensiva o mercado, o que se espera que aconteça em 2016, abrindo

maior espaço para os produtos fabricados por indústrias locais. O efeito dólar pode ser sentido no aumento de custos em relação às matérias primas importadas e mesmo àquelas com precificação global, que é o caso dos polímeros de plástico, uma das nossas principais matérias primas”. À parte da alteração deste ano, os importados de baixo custo sempre estão na mira dos fabricantes nacionais. “Sem duvida que os produtos importados são um desafio para o setor, pois representam em torno de 50% do mercado. Mas o nosso conhecimento do mercado e dos hábitos das famílias brasileiras é uma das nossas referencias”, pontua. Haas diz que trabalhar com brinquedos exige conhecimento, maquinário de ponta, qualidade e novidades e que a empresa se mantém atenta a esses requisitos. “Estimular a criança a novos desafios, contribuir no seu desenvolvimento através de brincadeiras seguras e saudáveis faz com que tenhamos sucesso em nosso mercado. Estar atento ao que os pequenos procuram também é fundamental, por isso a utilização de personagens em determinados produtos”, comenta. Outro desafio permanente é acompanhar as novas demandas do público. A s crianças hoje estão muito conectadas e os brinquedos são adaptados para se manterem atraentes. “Buscamos cada vez mais tornar nossos produtos atuais, e a tecnologia deve ser vista como uma aliada neste processo. Unir o físico e o virtual é uma alternativa para que a tecnologia se torne positiva na brincadeira. Apps, sons e luzes são cada vez mais comuns no setor de brinquedos e utilizados em carrinhos, refrigeradores, quebra cabeças e demais jogos”, explica.

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Fabricante se adapta às novas demandas das crianças

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Em busca do equilíbrio Fabricantes de periféricos avaliam a atual situação do mercado, apontam os reflexos da situação cambial para suas empresas e apresentam estratégias, entre elas muitas novidades tecnológicas, para continuarem prosperando.

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manutenção adequada e a substituição quando necessário dos periféricos garante aos transformadores a produção de qualidade sem gastos desnecessários. Sabedores disso, os fornecedores estão sempre atentos às demandas da terceira geração, oportunizando desde tecnologias de ponta a novidades que caibam no bolso do comprador. O Grupo NZ, por exemplo, acompanha de perto este contexto e por isso oferece uma ampla linha de maquinários e acessórios para reciclagem, prestação de serviços de injeção entre outras opções, atuando estrategicamente em todos os segmentos da cadeia produtiva de material plástico. Comercializa equipamentos laboratoriais de última geração, máquinas extrusoras, peças de reposição em geral, acessórios e periféricos para reciclagem de plástico. “Temos Extrusoras Mono

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Rosca para extrusão de filme , aparas, materiais aglutinados, materiais moídos, fios e tecidos plásticos, entre outros. Moinhos granuladores e trituradores, Moinho de Borra, Moinho de Filme, Alimentadores, Silos, Secadores entre outros que completam o processo de uma linha de extrusão. Equipamentos Laboratoriais de última geração, como Plastômetro, Mufla, Ponto de Fusão, Cabine de Cor, Impacto Izod e Charpy, entre outros. Nossos produtos se destacam pela qualidade do serviço prestado, e pelo custo competitivo de mercado”, diz Mariana Toledo, do departamento de marketing, e acrescenta “Grupo NZ tem o melhor custo x benefício do mercado, fazendo com que nossos clientes economizem tempo e dinheiro”. Dentre os produtos, ela destaca a Extrusora LDA com nova alimentação forçada lateral, facilitando na entrada de materiais de baixo peso molecular a fim


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de eliminar processo de compactação e aglutinação. É ideal para aparas, polinylon, tecidos, filmes, ráfia, entre outros. Mariana comenta sobre o mercado. “Percebemos que devido ao cenário econômico atual, diversos projetos e empresas que tinham interesse em investimento acabaram por brecar de imediato, a fim de aguardar melhoras no cenário para retomar investimento confiável. O custo para a compra das importações aumenta, com isso aumentam os custos, impostos de nacionalização, frete, e automaticamente o produto final sofre reajuste, o que acaba diminuindo a competitividade perante concorrentes nacionais”. A expectativa do Grupo NZ para 2016 é conservadora, “já que a tendência é 2016 ser igual 2015 e a partir de 2017/18 iniciarmos melhora na governabilidade, definição de pré- candidatos à presidência do país, o que acarreta em trazer de volta a credibilidade e investidores estrangeiros”. Ela diz que a empresa trabalha para reduzir a capacidade instalada, atender pedidos sob encomenda e “ter os pés no chão, pois não será um ano fácil”. A Premiata é especializada na fabricação de Misturadores, Secadores, Aglutinadores, Ventiladores Centrífugos, Roscas Transportadoras, Silos e Ciclones, Ensacadeira Automática, Peneira Vibratória, Porta Big

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Bag bem como Equipamento Para Reciclagem de plásticos. No portifólio, se destacam Misturadores, Secadores e Aglutinadores. “Nossa linha de máquinas foi projetada para que o cliente obtenha a máxima eficiência com baixos níveis de custo e manutenção, além do diferencial de qualidade e de acabamento final dos itens que fabricamos”, diz o diretor Rafael Rosanelli. A empresa lançou uma linha de Misturador Vertical de menor capacidade (150 kg), Misturadores Compactos de (50 e 100 Kg), Misturadores, secadores e Silos de grande porte (7.5, 10 e 13 toneladas), Aglutinadores de alto rendimento e Balança ensacadeira automática para sacos abertos e valvulados. “Estamos desenvolvendo também um Secador contínuo para aparas de filme moído e um sistema de Misturador contínuo de alto rendimento”, comenta. Quanto à escalada sem fim do dólar este ano, ele diz que “pode ser bom para reduzir a entrada da concorrência externa, porém é ruim, pois muitos componentes usados em máquinas são importados. O ideal é que tenhamos uma política equilibrada em prol do desenvolvimento”. Sobre o fechamento 2015 e perspectivas para 2016, Rosanelli afirma que “pode ser utopia, mas o sonho da indústria, do comércio, dos serviços, dos empregados e empregadores, ou seja,


de todos que geram sinergia no país seria de termos políticos, principalmente federais, que fossem honestos e comprometidos com os interesses sociais, possibilitando o avanço de quem tem disposição para fazê-lo e que não utilizassem a máquina pública para o enriquecimento ilícito próprio e do seu partido, mas infelizmente o oposto está explícito no Brasil. Enquanto isto, ficamos na expectativa de que possa existir um antiparasitário eficaz e de ação imediata”. Especificamente para a empresa, a expectativa é positiva. “Estamos construindo a nossa sede própria e a mudança deverá ocorrer ainda no início de 2016. Teremos um espaço físico bem maior, o que auxiliará muito na execução dos novos e maiores projetos de máquinas que pretenderemos lançar durante o ano. Aproveitaremos a ocasião para comemorarmos também os oito anos bem sucedidos de atuação da empresa”. A indústria Bettoni Sistemas para Plásticos nasceu em 2003 com a fabricação dos primeiros alimentadores, pois já atuava no mercado desde 1984 com representações de máquinas para a indústria do plástico. Em seguida a linha foi acrescida de dosadores, secadores, desumidificadores e funis e silos em aço inox. A linha de dosadores tem sido o carro chefe da

empresa. Para o sócio gerente, Rodrigo Rihl Bettoni, o destaque se dá porque estes equipamentos oferecem praticidade e economia para um mercado que ainda tem bastante espaço para este item. No segmento de material para dentro da fábrica, a linha de porta bags tem tido bastante procura, e o restante da linha tem se adequado a projetos que priorizam a economia de energia. A empresa não teme baixa nas vendas devido ao maior desemprego. “Embora a oferta de mão de obra no mercado seja maior do que anos passados, a automação é um caminho sem volta para a sobrevivência do transformador”, afirma o empresário. Como os equipamentos são de fabricação nacional, embora o dólar influencie o preço de alguns itens dos fornecedores, ele não tem dúvida que a alta da moeda deixou a empresa mais competitiva. Bettoni comenta o cenário geral. “Realmente os transformadores, que são nossos clientes, tiveram menos investimento e menos acesso a linha de créditos este ano comparado a anos anteriores. Porém, soubemos também nos adequar à realidade deste ano. Quanto a 2016, estaremos preparados para as dificuldades que virão, mas também estaremos preparados a oferecer a nossos clientes produtos que tragam soluções para as suas realidades, trazendo economia e agilidade nos seus processos”, diz.

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Periféricos contribuem para o desempenho dos setores petroquímico e plástico

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A Wittmann Battenfeld oferece soluções completas e de alta tecnologia para as indústrias de plásticos – dedica-se ao constante desenvolvimento de soluções inovadoras, com o melhor custo-benefício. O portfólio de produtos fabricados pela empresa inclui injetoras, robôs, alimentadores individuais e centrais de alimentação a vácuo, dosadores gravimétricos e volumétricos, desumidificadores, moinhos, reguladores de fluxo (rotâmetros), controladores de temperatura para moldes, além de sistema de automação IML (In Mold Labeling). A companhia oferece aos transformadores nacionais pacotes exclusivos a cada projeto, que integram qualidade e tecnologia de ponta, força de vendas e serviços especializados de pós-venda - de treinamentos à manutenção, prestados por profissionais capacitados a atender às necessidades específicas. “São equipamentos que garantem altíssima qualidade na produção e esse benefício é reconhecido pelos clientes no Brasil, que contam, ainda, com o cumprimento rigoroso dos prazos de entrega, agilidade no serviço de assistência técnica e peças para reposição”, comenta o diretor geral da Wittmann Battenfeld do Brasil, Reinaldo Carmo Milito. Ele diz que todos fazem parte de um sistema e o uso de cada um depende da funcionalidade que o transformador necessita. No entanto, do portfólio de periféricos, os robôs são os mais utilizados, dada sua flexibilidade de aplicações. A Wittmann Battenfeld tem apresentado diversas inovações tecnológicas em periféricos, que visam aumentar o desempenho dos sistemas de transformação, em termos de confiabilidade do processo de moldagem por injeção, e aumentar a produtividade dos transformadores de plásticos, permitindo a produção de peças de alta qualidade. Na linha de alimentadores, o novo FEEDMAX B203 net foi concebido com um único carre-

gador. É equipado com ventiladores de alto desempenho para atingir maior taxa de transferência de material e efetuar transporte de longas distâncias. O sistema de controle remoto - pronto para uso em até seis unidades - inclui indicador de status e permite ajustes de tempo de carregamento, índices de dosagem e ciclos de limpeza. Outra característica deste periférico é a visibilidade de operação: por meio do ambiLED é possível observar o estado da unidade de qualquer ponto na sala de produção. O visor alerta, entre outras coisas, para a falta de material no processo, indicando que o alimentador precisa ser reabastecido. Este aspecto favorece a redução do tempo de máquina parada e a consequente perda de produtividade. Outro lançamento recente é o FlowCon plus, controlador de fluxo de água (rotâmetro) inteligente que mantém a vazão e a temperatura constantes durante todo o período de produção com a ajuda de uma válvula proporcional e um sensor de fluxo resistente ao desgaste. O equipamento reconhece e corrige possíveis variações devido a fatores provenientes da flutuação da pressão no sistema e das seções dos canais de refrigeração, usando motores de passo, que substituem as antigas válvulas de ajuste manual. Possibilita ainda conectar em rede até 4 unidades × 12 circuitos por meio de cabos de dados. Também pode ser integrado no sistema de controle da máquina ou operado como solução independente por meio de um painel de controle com tela sensível ao toque. Em 2014, a unificação das empresas foi concluída em janeiro e também neste ano foram anunciadas novas gerações de equipamentos. “Em 2015, o Grupo Wittmann completa 15 anos de atuação no mercado nacional. Nesse período, a companhia passou por muitas mudanças em todas as áreas e acompanhou a evolução das indústrias do setor de plásticos no Brasil e no exterior, tornando-se a única empresa no mundo com capacidade de ofertar soluções completas e de alta tecnologia para os transformadores pelo processo de injeção, que combinam máquinas de processamento e equipamentos auxiliares”, diz o executivo. Sobre o momento econômico, Milito diz que “o período merece atenção, mas não podemos ficar pensando em crise, temos de trabalhar para atender aos nossos clientes da melhor forma possível. A busca por produtividade, competitividade e novos negócios em diferentes nichos de mercado deverão ser a tônica na Wittmann Battenfeld em 2016. Temos de buscar a excelência interna e oferecer aos nossos clientes – atuais e potenciais – soluções que contribuam para a eficiência de suas empresas. Contamos com tecnologias que melhoram o desempenho dos processos de transformação, a qualidade do produto final e a redução de custos gerais, como energia elétrica, e iremos focar nesses pontos para a conquista de novas parcelas de mercado, mesmo que o período econômico não seja dos mais favoráveis”.


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s robôs são periféricos que ajudam a otimizar a produção, reduzindo custos, melhorando processos, a qualidade das peças e a segurança. Para os fornecedores, estes equipamentos são essenciais para o transformador sobreviver à crise no Brasil. Mesmo com o quadro atual em relação à mão de obra, com muita gente buscando emprego, eles apontam que a melhor opção ainda é automatizar. Os fornecedores de máquinas principais também indicam que este é um caminho certo na indústria. O diretor da Sepro do Brasil, Oscar da Silva, reafirma que os robôs auxiliam os transformadores na melhoria de produtividade/redução de custos através de um melhor controle do processo, ciclos menores, qualidade do produto final, e segurança. “Oferecemos hoje para os transformadores brasileiros o ‘Free Choice in Robots’, o que significa que não importa qual seja a aplicação, não importa onde esteja localizado, não importa quais sejam os parâmetros operacionais, Sepro tem opções para atender às suas necessidades”. Ele lembra que o cenário ao longo de 2015 piorou, e além da baixa produção os custos de produção aumentaram muito e na maioria dos casos o transformador não consegue repassar esse aumento. “Devido à essa situação, o único

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Robôs são opção para reduzir custo e garantir a qualidade Equipamento Sepro: robôs auxiliam na melhoria de produtividade e redução de custos

caminho não é de se retrair, o empresário não pode confundir, parar de gastar e parar de investir. Como a produção diminuiu, a procura de máquinas injetoras diminui também, porém há necessidade de otimizar, ou seja automatizar o que se está produzindo é essencial”, afirma. A Sepro Group, de origem francesa, foi uma das primeiras empresas no mundo a desenvolver

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Linha Dal Maschio: empresa atua principalmente no mercado de injeção de plásticos

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robôs cartesianos para máquinas injetoras de plástico, introduzindo seu primeiro manipulador CNC em 1981. Clientes de todo o mundo são apoiados por filiais diretas na Alemanha, Espanha, Benelux, Reino Unido, Estados Unidos, México, Brasil e China. Vendas diretas e escritórios de serviços, bem como parceiros de negócios independentes, distribuidores e centros de serviços estendem a rede global da Sepro para mais de 40 outros países. Até hoje, a Sepro equipou mais de 30.000 máquinas injetoras no mundo. O portfolio da Companhia contempla linhas de robôs cartesianos de 3 a 5 eixos com servomotores, e de robôs poliarticulados de 6 eixos controlados pela mesma plataforma eletrônica SEPRO VISUAL. Silva aponta duas linhas que se destacam, robôs multi-eixos – 5X e 6X Visual – que foram desenvolvidos pela Sepro em colaboração com a Stäubli Robotics especificamente para aplicações de moldagem por injeção. A 5X Line, robôs de 5-eixos para máquinas injetoras de 30 a 800 T, foi projetada para aplicações universais e complexas. “Baseada no robô Cartesiano Sepro 3-eixos para alta-precisão e alta-velocidade adicionando uma rotação 2-eixos Stäubli para fornecer um cabeçote compacto com servo-rotações (R1 = 0 - 180° e R2 = 0 - 270°), tornando-o fácil de se adaptar para aplicações difíceis como colocação de inserto, trajetórias complexas de extração no molde, acompanhamento de trajetórias para tratamento de chama ou rebarba, e semelhantes. “Your Free Choice in Robots” estende-se ao controle dos robôs. Desde os mais avançados robôs de 5- e 6-eixos aos robôs de 3-eixos e sprue-pickers, os robôs Sepro são controlados por uma família unificada de controles desenvolvidos por Sepro”. A empresa lançou robôs grandes este ano para aplicações em máquinas de grande porte. Em geral, os novos robôs S7 e 7X têm cursos (de extração Y e vertical Z) maiores e possuem capacidade

de cargas maiores do que os seus antecessores G4. Existem duas linhas de robôs cartesianos de 3 eixos. A linha S7, da gama "tecnológica", caracteriza o mais alto nível de qualidade e desempenho da Sepro pode ser adaptado facilmente aos requisitos do cliente para configurações axiais (onde a viga principal, eixo X, corre em paralelo ao eixo de injeção da injetora em vez de perpendicular), bem como os opcionais braço vertical estendido (LV), extração estendida (LD) e carga útil pesada (HL). Para aplicações de robôs de uso geral, a Sepro introduziu a linha Strong, que estende a gama de robôs econômicos da Sepro - representada pela gama Success de robôs menores - para servir máquinas de até 2800 T. A linha de robôs 3 eixos servo-controlados traz velocidade e precisão para transformadores que têm aplicações de pick-and-place e automação simples. A abordagem no design e produção permitiram a Sepro de fazer um robô acessível, com recursos avançados. A Linha 7X, terceira nova gama de robôs grandes, oferece 5-eixos de servo-movimentos. Com base na mesma plataforma mecânica que o robô S7 de 3-eixos, a linha 7X adiciona um punho servo-acionado de 2-eixos desenvolvido em parceria com a Stäubli Robotics. Ao contrário de rotação pneumática, que só pode mover-se num arco contínuo de 0° a 90° ou de 0° a 180°, os punhos 7X por servo podem mover-se de 0 a 180° e 0 a 270°, ou qualquer parte destes giros com precisão absoluta. “Isso permite que o robô atenda movimentos muito complexos em todos os eixos simultaneamente e fazê-lo de forma muito precisa e com perfeita repetibilidade. O punho servo pode pegar e depositar peças em qualquer ângulo o que faz o robô muito mais fácil de configurar e operar, permitindo até a concepção de garras mais simples”, explica Silva. Em relação à compra e o dólar alto, ele diz que não tem como contornar esta situação. “Todos os robôs de tecnologia são importados, e por isso são impactados diretamente pelo aumento do câmbio do dólar ou euro. Que seja importado pela filial/ distribuidor e revendido ou importado diretamente pelo cliente final, o efeito é o mesmo. No entanto, não tem como o dólar voltar no nível que estava e as empresas não podem ficar paradas sem investir em tecnologia e automação, correndo o risco de perder em competitividade e de não estar preparadas quando o mercado voltar”, afirma. O diretor comercial da Dal Maschio, José Luiz Galvão Gomes, diz que a recessão econômica vivida pelo Brasil principalmente pela indústria nestes últimos períodos tem reduzido o apetite dos empresários em investimentos para aumento de produção, o que acaba reduzindo seu mercado para o fornecimento de periféricos a estas máquinas que não


o surgimento de novas empresas locais”. De origem italiana e com unidade produtiva no Brasil, a Dal Maschio se destaca pela alta flexibilidade e disponibilidade, desenvolvendo sistemas de simples e fácil uso para ambientes fabris de todos os portes. “Desta forma, somos fornecedores preferenciais em todos os segmentos como automotivo, eletro-eletrônico, UD, linha branca, móveis, embalagens, brinquedos, etc., fornecendo equipamentos a grandes grupos multinacionais, bem como a pequenas e médias empresas. Com a alta flexibilidade de nossos robôs, estamos também fornecendo soluções para automações de final de linha (paletização de peças e caixas), para automação de tornos/centros de usinagem, montagem de sub-conjuntos e movimentações de peças em linhas produtivas”. A Dal Maschio, com forte cultura de inovação contínua, atua principalmente no mercado de injeção de plásticos, fornecendo sistemas de automação e células turn-key. Os principais produtos são robôs de manipulação de peças, cartesianos e de entrada

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são compradas como normalmente seriam. Porém, a necessidade de redução de custos e de aumento de produtividade gerada faz com que as empresas busquem fortemente por soluções de automação. “Com a fabricação local, oferecemos equipamentos com preços fixos e em Reais e com o acesso a linhas de financiamento como o Finame PSI, nos destacando e sendo assim beneficiados para atender a estas demandas”, comenta. Ele lembra que o robô traz muitos benefícios, inclusive mais importantes que a simples redução de mão de obra. Entre eles, maior produtividade (dependo do processo varia de 15% a 100% de aumento de produção em relação ao processo semi automático) e maior repetibilidade de processo, com maior qualidade das peças produzidas e redução de refugos. “Como a maioria das empresas operam em três turnos, o robô pode eliminar três operadores, com uma economia em torno de R$ 6.000,00/mês. O valor de uma prestação média via Finame é em torno a R$ 3.000,00, logo o custo hora do robô, mesmo em fase de amortização, é bem inferior ao de operadores”. Ao mesmo tempo, Gomes diz que robôs e automação não geram desemprego. “O que gera desemprego é a falta de competitividade em mercados seletivos. Nossos clientes possuem menor custo fixo, menores índices de refugos, maior produtividade e repetibilidade da qualidade dos componentes produzidos, etc”. Para Gomes, a indústria nacional sofreu muito e por mais de dez anos com o Real extremamente valorizado, o que causou forte substituição do nacional pelo importado, com o fechamento de empresas e de postos de trabalho. “Não vamos falar em alta do dólar e sim em correção do valor real do Real. A curto prazo, esta mudança traz transtornos para todos mas em pouco tempo será vital para a revitalização e para

Robô sprue pickers WP80 pneumático da Wittmann Battenfeld

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Robótica traz benefícios mais importantes que a polêmica redução de mão de obra.

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lateral, sempre recheados de acessórios e personalizações para diversas aplicações como extração e empilhamento de peças injetadas, corte de canais de injeção, etiquetagem, montagem de insertos nos moldes, montagem e decorações nos moldes (in mold label), montagem de sub conjuntos, etc. Gomes acredita que existe uma forte demanda de investimentos para modernização e para o lançamento de novos produtos, represada por péssimos governos. “Já passamos por crises semelhantes e sabemos que em breve teremos excelentes oportunidades de crescimento, tanto para atendimento da indústria local como também para mercados estrangeiros, atingíveis novamente com o cambio ajustado. Esperemos que o governo não cometa novamente a tentação de querer valorizar o Real. Assim, nosso

planejamento de curto prazo é continuar investindo em nossa estrutura para podemos colher as oportunidades que se abrirão em breve”. A Wittmann Battenfeld destaca as novidades apresentadas na Fakuma (13 a 17 de outubro, na Alemanha): os robôs sprue pickers WP80 (pneumático) e WS80 (servomotor), que podem ser implementados com o sistema de controle Net8 - altamente preciso na remoção de peças pequenas e canais de injeção (galhos). Ambos os modelos podem operar com o mesmo software, abrindo possibilidades adicionais nesta área. Entre as vantagens, os robôs permitem a alteração do modelo com acionamento pneumático para a versão com servomotor, sem esforço extra ou despesa adicional com treinamento do operador. O WS80 está disponível em duas opções: pode-se utilizar o sistema de controle UNILOG B6, que equipa as injetoras Wittmann Battenfeld armazena os dados e possibilita manuseio, integração entre máquinas e periféricos e supervisão remota - ou a opção stand-alone - não necessita de software auxiliar para seu funcionamento. Outro robô que se destaca é o W818, disponível, agora, com um eixo transversal estendido. Com a mudança, o modelo com capacidade de carga de 6 kg passa ter flexibilidade para se integrar a outros equipamentos de automação, possibilitando, por exemplo, o depósito de peças atrás da unidade de fechamento da injetora. No segmento de robôs de médio (300 a 1,200 toneladas) e de grande (1,200 a 4,000 toneladas) portes, a Wittmann Battenfeld tem soluções com eixos adicionais e dimensões compactas, que oferecem maior dinamismo.


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EventoEnergiplast 2015

A energia que vem do plástico Com o tema “A energia do plástico para a vida sustentável”, o ENERGIPLAST 2015 reuniu agentes públicos e empresários em Porto Alegre para tratar de um assunto dos mais importantes, a destinação dos resíduos.

O

desafio da destinação correta dos resíduos é grande e envolve toda a sociedade por uma questão de consciência e também de legislação, já que desde 2010 contamos com a PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos. A PNRS estabelece o modelo para o processo de reaproveitamento, o que pode ser descartado e também a responsabilidade compartilhada entre todos que acessam o produto, dos fabricantes aos consumidores. No recente ENERGIPLAST - Fórum Brasileiro de Reciclagem Energética de Resíduos Sólidos com Ênfase em Plásticos, em 24 de setembro na FIERGS, as tecnologias e sistemas disponíveis para o cumprimento destas tarefas foram apresentadas e debatidas.

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O presidente do SINPLAST - Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do RS, Edilson Deitos, comentou logo no início do evento promovido pela entidade que não há nada melhor que buscar explicações técnicas, pois nelas que estão a verdade. De fato, muitos mitos cercam a questão plástico e meio-ambiente e eventos como o ENERGIPLAST existem para derrubá-los e encontrar soluções reais. Não foi fácil a aprovação da PNRS, foram vinte anos no Congresso, assim como não é fácil sua aplicação. A Secretária Estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e diretora-presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Ana Pellini, relatou, por exemplo, que as prefeituras gastam muito no transporte do resíduo urbano. “O prefeito de Quaraí (RS) me informou que todo o retorno do ICMS vai no transporte do lixo”. Situações assim já levaram o Ministério Público a desfazer a interdição de locais impróprios para depósito – como uma medida de emergência e na condição da busca de uma solução em paralelo -, pois os prefeitos se mostraram diante de um impasse, verba que poderia ser destinada a outros fins – como educação - acabam sendo usadas para os resíduos. Isso acontece porque é comum que o deslocamento necessário seja por grandes distâncias, como em um caso citado, 900 km. A situação evidencia o quanto o sistema tem que se desenvolver para atingir a realidade de um país imenso como o Brasil. Valtemir Goldmeier, da mesma secretaria, acredita que o Brasil será por muito tempo dependente do aterro. Mesmo assim, com dificuldades. “Se um prefeito quiser contratar um técnico para um aterro de compostagem, não acha. Prefeitos também dizem que nem sempre encontram catadores – que têm preferência segundo a PNRS – e contratam pequenas empresas para recolhimento”, diz. Vale lembrar que para o processo de reciclagem é preciso material em qualidade e volume adequados. Ele diz que órgãos ambientais não são contra incineração, mas é preciso que a operação seja completa, com toda a segurança. Um ponto ressaltado por Goldmeier é a educação ambiental; ele diz que existem muitos projetos no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, não. Fase em que se formam consumidores, ainda mais em um mundo de consumismo, na sua opinião. Outra questão diz respeito à coleta, que segundo ele gera mistura. E sugere que cada casa deveria guardar o material orgânico em um tonel, o que facilitaria o recolhimento, que poderia ser unificado em diferentes municípios. Também podem ser feitos pontos de entrega voluntária, estocagem, coleta em container, como acontece em Caxias do Sul-RS. “Para não passar o caminhão em todas as casas, que tem custo. Caxias é um bom exemplo”. Outro ponto trazido é a limpeza, Goldmeier aponta a redução de custo que seria gerada por um gesto simples, cada um lavar sua embalagem antes de descartar. “Por que a pessoa não lava a


garrafa de refrigerante depois de tomar? Por que alguém limpa depois. Mas isso é custo”. Em paralelo à participação do poder público, o ENERGIPLAST contou com a presença de empresas que apresentaram soluções e também os desafios de implantá-las e mantê-las rentáveis. O cientista americano e fundador da PDO Technologies, empresa com foco em conversão de resíduos em nível global, Kevin DeWhitt, falou sobre as tecnologias que transformam os resíduos plásticos em energia. Ele havia concedido uma entrevista especial à Revista Plástico Sul antes de sua vinda ao Brasil que foi publicada na última edição. DeWhitt acredita no potencial do país para a implantação de seu sistema. “O Brasil gera cerca de 10 milhões de toneladas de resíduos plásticos todos os anos, isso representa 60 milhões de barris de petróleo, o que é muita energia”. Ele acredita que enterrar resíduos é o mesmo que desperdiçar energia. “Se pudesse converter isso em derivados de petróleo, se teria energia, uma opção muito melhor”. Mas admite que devido a certas misturas alguns plásticos são difíceis e acabam no aterro ou incinerados, o que de qualquer forma não são boas opções. “O plástico tem mais volume que peso, então quando não vai para o aterro abre espaço para outros materiais”, comenta. O cientista também ressaltou a

criação de muitos empregos e a arrecadação de impostos. DeWhitt afirma que não existe uma tecnologia para todo o mundo, mas que é preciso adaptar as opções às realidades locais. Também falou da solução como parte de um sistema. “Não queremos concorrer com reciclagem mecânica, catadores. É importante fazer uma integração com a indústria já existente”. A CRVR – Cia Riograndense de Valorização de Resíduos S.A participou com a palestra “Revalorização dos Recicláveis dos Resíduos Sólidos”. O engenheiro civil e diretor comercial, Leomyr de Castro Girondi, afirmou que “o pior lugar para separar o lixo é no final”. Também comentou que optar por aterro não é interessante, pois não é uma solução longeva. “Aterro dura 20 anos, tem o churume...”. A CRVR opera no estado do Rio Grande do Sul, com foco na área de destino final e valorização de resíduos sólidos urbanos, sendo uma subsidiária da holding Solví. Atua em mais de 170 municípios brasileiros e no exterior em 14 cidades, localizadas na Argentina, Bolívia e Peru. O engenheiro químico e especialista da Braskem em Avaliação de Ciclo de Vida, Yuki Kabe, apresentou um estudo comparativo entre recuperação energética e aterro sanitário. “É preciso ter como alternativa uma reciclagem mecânica e aquilo que não é reciclado mecanicamente,

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EventoEnergiplast 2015 por razões técnicas ou econômicas, deve ser reciclado quimicamente, ou seja, virar matéria-prima para o próprio setor petroquímico”, afirmou. Na comparação sobre o que tem menos impacto ambiental, a incineração ou aterro sanitário, o fator tempo se mostrou importante. Segundo explicou, inicialmente foi feita uma análise considerando como foco o aquecimento global e se chegou à conclusão de que o aterro seria a melhor opção. Porém, essa não é a única categoria de impacto, era preciso avaliar todo o cenário. A Braskem reuniu todas as categorias em uma chamada impacto ambiental, com base em um estudo com mais de dois mil stakeholders. O resultado foi que a longo prazo a incineração é melhor e a curto prazo, como no caso do aquecimento global, por exemplo, o aterro é a solução mais indicada. “É uma escolha a ser feita entre cada uma dessas alternativas. Cada uma tem seus benefícios e malefícios”, diz Kabe. Ao apresentar um case de recuperação de PET, Anderson Cardoso Guimarães, do Grupo AG Plast/AG Pet, de Minas Gerais, destacou um desafio do negócio: diante de resinas recicladas, os clientes esperam um preço mais barato. Na prática, em geral produtos verdes custam mais. Com a qualidade da sucata e o custo industrial, não é fácil alcançar bons resultados, segundo Guimarães. A empresa começou a trabalhar com resina reciclada de pet

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há três anos e hoje transforma 850 toneladas/mês. Mas diante das dificuldades citadas, o empresário diz que os resultados são insatisfatórios. O presidente do Sinplast, Edilson Deitos, lembrou o trabalho dos sindicatos na busca se melhores condições tributárias. A Seibt, que atua há mais de 40 anos no mercado de reciclagem de garrafas PET, também tratou do tema. A empresa fabrica mais de 100 modelos de equipamentos. O diretor Carlos Seibt explicou como funciona o processo de reciclagem, o projeto da empresa inclui lavagem, superlavagem, decantação, secagem, remoagem e separação de finos. “O resultado é de muita eficiência. Utilizamos máquinas completas para a solução, como, por exemplo, a estação de tratamento de efluentes, que é uma solução integrada às linhas de reciclagem de plásticos”. A palestra “Sistema de Reparação de Plásticos por Infravermelho: A tecnologia dos separadores óticos” encerrou a programação. O tema foi apresentado por Juan Pedro Acosta, Administrador de Empresas pela Escuela Superior de Comercio de la Universidad del Trabajo del Uruguay.


Foco

no Verde

Guia de Sustentabilidade do Plástico é lançado em São Paulo

No dia 21 de outubro, foi lançado em São Paulo o Guia de Sustentabilidade do Plástico, que é o resultado de um trabalho de diagnóstico e elaboração de plano de ação com vistas à sustentabilidade, a ser aplicado para a indústria de transformação plástica. O evento, realizado durante a BW Expo, teve como objetivo apresentar os principais resultados do projeto e compartilhar informações específicas e úteis para a adequação das empresas brasileiras aos padrões internacionais de sustentabilidade. Um pré-lançamento ocorreu durante a Plastech Brasil 2015, em agosto em Caxias do Sul (RS). Com apoio da Plastivida, o Guia é uma iniciativa do Instituto Nacional do Plástico (INP), por meio de seu programa Think Plastic Brazil, e da Agência Brasileira da Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). A WayCarbon, referência em assessoria sobre mudanças globais do clima, gestão de ativos ambientais, desenvolvimento de estratégias e estruturação de negócios ecoeficientes, foi contratada para realizar o trabalho de campo. O trabalho foi norteado por duas questões: “Como a sustentabilidade vem sendo entendida e aplicada pelas empresas brasileiras transformadoras de plásticos?” e “Quais os caminhos possíveis para uma produção mais ecoeficiente?”. Cinco etapas foram elaboradas para responder às questões base do projeto: Entendimento Integrado do Setor Nacional e Internacional; Oficinas de Sensibilização; Visitas Técnicas; Análise de Cenários; e Tendências e Elaboração do Guia de Sustentabilidade. Para Miguel Bahiense, presidente da Plastivida e diretor executivo do INP o Guia

é o resultado de um importante mapeamento que mostra a realizada da indústria de transformação de plásticos no Brasil e aponta caminhos para que ela se desenvolva. “Esse desenvolvimento não é apenas no campo ambiental, mas também social e econômico, pois boas práticas sustentáveis agregam competitividade às empresas, no Brasil e em outros países”, afirma o executivo. O evento de lançamento da publicação contou com a presença de representantes das entidades e empresas envolvidas no projeto. A solenidade teve a apresentação do Guia, um painel com cases de empresas transformadoras de plásticos, palestras e um coquetel.

Sustenplást diverte crianças em hospital de Porto Alegre

Crianças internadas no Hospital da Criança Santo Antônio, em Porto Alegre, receberam as atividades do Programa Sustenplást, do Sinplast- Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do RS. Os personagens Reciclito e Rafael cantaram, brincaram e ensinaram o valor do plástico e da separação correta do lixo aos pequenos e seus familiares. A ação ocorreu a partir da parceria entre o Sustenplást e o Programa CRIAR do Hospital Santa Casa, que visa à promoção do uso racional dos recursos disponíveis, como água, energia, materiais, equipamentos e serviços. Em outra ocasião, o contador de histórias Silvio Almeida brincou e ensinou sobre separação do lixo e reciclagem aos pacientes e seus parentes no ambulatório do hospital.

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de Notas IMAGENS: DIVULGAÇÃO

Bloco

Petroquímica dá partida no complexo do México

Os investimentos realizados pela Braskem nos nove primeiros meses do ano totalizaram R$ 1,36 bilhão, dos quais mais de um terço (R$ 552 milhões) foi direcionado para o projeto integrado de produção de polietileno no México, que utilizará matéria-prima precificada nas competitivas referências do mercado norte-americano. Desenvolvido em parceria com o grupo mexicano Idesa, o empreendimento está em fase final de construção com início das operações previsto para o final deste ano.

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Mercado internacional impulsiona resultado no 3TRI da Braskem

Fatores externos, como a desvalorização do real frente ao dólar e a manutenção das atuais margens do setor petroquímico mundial, compensaram a persistente retração da economia brasileira e contribuíram para o bom desempenho da Braskem no terceiro trimestre de 2015. Como saída para enfrentar a redução da demanda no mercado doméstico, as exportações de resinas termoplásticas da Braskem cresceram 43% na comparação com igual período de 2014, totalizando 454 mil toneladas. As operações da Braskem nos Estados Unidos e na Europa também foram destaque no terceiro trimestre. As vendas de polipropileno avançaram 7% e atingiram 502 mil toneladas, um recorde pelo segundo trimestre consecutivo. Esse avanço é atribuído à melhora do desempenho das economias locais e à substituição de outros materiais pelo polipropileno. Os claros sinais de retração da economia brasileira foram observados no mercado de resinas, que totalizou 1,219 milhão de toneladas, recuando 11% sobre igual trimestre do ano anterior, principalmente por causa da fraca demanda dos segmentos de bens duráveis, não duráveis e construção civil. Na mesma linha, o volume de vendas da Braskem no mercado doméstico recuou 8%, somando 866 mil toneladas. A Braskem registrou EBITDA consolidado de R$ 3 bilhões no terceiro trimestre de 2015. Esse valor, que representa alta de 17% sobre o trimestre anterior, é explicado pela desvalorização média de 15% do real no período, o melhor patamar de spreads de petroquímicos básicos no mercado internacional, o contínuo bom desempenho operacional das plantas e a expansão de vendas. Em dólares, o EBITDA foi de US$ 870 milhões, 2% superior ao trimestre anterior. O lucro líquido alcançou R$ 1,5 bilhão. O resultado representa alta de 545% sobre igual trimestre de 2014 (R$ 230 milhões). O número foi positivamente impactado pelo bom desempenho operacional e pela adoção da contabilidade de hedge, que traduz os efeitos da variação cambial dos passivos em dólar no resultado da companhia.

Perspectiva de negócios na Plastech Brasil atinge R$ 153 mi

Em negócios concretizados durante a Plastech Brasil 2015 ou projetados para os 12 meses subsequentes, a feira realizada pelo Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás) na última semana de agosto atingiu R$ 153 milhões. Diante de um mercado que em muitos segmentos e regiões do país bateu na casa dos 50% de corrosão, ou até pior do que isso, a exposição de Caxias do Sul (RS) superou a marca dos 87% de 2013, quando chegou aos R$ 175 milhões. Os dados compõem uma pesquisa independente aplicada pela consultoria Impacto Positivo aos expositores da quinta edição do evento, que retorna de 22 a 25 de agosto de 2017. Na opinião dos organizadores, consideradas as circunstâncias de temperatura e pressão econômica, foi um sucesso.


MVC prepara casas para refugiados sírios na Alemanha

A MVC está desenvolvendo um projeto de residências com a tecnologia Wall System para a Europa, principalmente com objetivo de atender os refugiados da Síria. O projeto terá várias etapas que irão da homologação da primeira unidade na Alemanha, passando, em seguida, pela produção de um lote-piloto de 40 unidades, até chegar ao pedido de 100 kits por mês. A primeira unidade deve estar montada para apresentação em uma cidade no noroeste da Alemanha até final de novembro. Os principais pontos que determinaram a escolha e aprovação do produto foram a velocidade de implantação, as características de conforto térmico e acústico, a durabilidade e a possibilidade de serem exportadas em módulos (desmontadas). O contrato da MVC é com a AMD, que representa o grupo de investidores da Europa que vai fornecer as casas na Alemanha diretamente para alguns municípios. Trata-se de uma solução de emergência para acomodar famílias que chegam àquele país como refugiadas, as pessoas que vão habitar as residências não desembolsarão nada por elas, que deverão ser custeadas por prefeituras e doações. A ideia inicial é construir casas para atender as necessidades atuais da Alemanha. Em um segundo momento, a AMD pretende expandir o negócio para outros países, em outros formatos, para atender o mercado em geral.

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Agenda DIVULGAÇÃO

Anunciantes

Düsseldorf (Alemanha)

Amut-Wortex / Página 11 Brasfixo / Página 31 Cristal Master / Página 5 Detectores Brasil / Página 23 Digitrol / Página 32 Feimec / Página 15 Kie / Página 29 Mainard / Página 32 Mercure / Página 30 Nazkom / Página 33 Novare / Página 21 Novare / Página 29 QP / Página 2 Replas / Página 13 Simpep / Página 36 Starmach / Página 19 Sultherm / Página 25 Super 8 / Página 20 Tecktrill / Página 26 Wortex / Página 17 WS Moldes / Página 33 Zarzur / Página 30

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Agende-se para 2015 / 2016 Mercopar 6 a 8 de outubro – 14h às 21h Caxias do Sul – RS www.mercopar.com.br Compocity – A cidade do futuro, hoje 4 a 7 de novembro São Paulo - SP www.almaco.org.br K 2016 A feira nº 1 no mundo em plástico e borracha 19 a 26 de outubro de 2016 Düsseldorf - Alemanha www.k-online.de


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