CEARÁ
CONSTRUÇÃO Imóveis e Arquitetura
Ano 5 - Edição 34 NSI
NÚCLEO DE SERVIÇOS INTEGRADOS
ALVARÁ DIGITAL Certificação agiliza construção civil em Fortaleza Perspectivas
Construtores realistas com ano de 2016
Crea-CE
Festa comemora 80 anos da entidade
SINDUSCON-CE
COOPERCON-CE
Feira Mundial do Concreto
Confraternização com fornecedores
Editorial
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SINDUSCON-CE Construtores vão a Feira Mundial do Concreto
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MEIO AMBIENTE Seuma implanta alvará digital
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EVENTO Crea-CE festeja 80 anos de fundação
OLIMPÍADAS Grandes obras prontas Expediente para os jogos do Rio
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FORTALEZA EM FOTOS Lojas que marcaram época no Centro
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GRANDES OBRAS Maior ponte sobre o mar está localizada na China
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ENTREVISTA Adece discute desenvolvimento do Ceará
Alvará Digital A Construção Civil de Fortaleza passa a contar com o Alvará Digital. O sistema desburocratiza a liberação de pequenas e médias obras na capital cearense. O licenciamento ambiental eletrônico é reportagem de capa desta edição da Construção Ceará. Trazemos a festa dos 80 anos de fundação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia-Ceará (Crea-CE). A comemoração, na Casa da Indústria, contou com a posse dos fundadores da Academia Cearense de Engenharia e uma série de homenagens a engenheiros e construtoras. As Olimpíadas do Rio 2016 estão chegando, mas as obras para os jogos ainda não estão todas prontas, a exemplo do Centro de Formação Olímpica do Nordeste, em Fortaleza, que se encontra na fase de acabamento. O Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, é destaque nesta edição. Também fizemos uma entrevista com o presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Ferruccio Feitosa, que destaca as câmaras setoriais como alavancadoras do progresso cearense. As perspectivas para 2016 são mostradas nas representações da Fiec, Sinduscon-CE, CooperConCe, Crea-CE, Creci, Secovi, Anamaco e Caixa Econômica Federal. Tenham uma boa leitura.
Diretor: Ariel Ricciardi Jornalista Responsável: Lauriberto Braga - MTB-CE 00825 JP Colaboradores: Claúdio Araújo e Flávio Portela Diagramação: Marcos Aurelio | Impressão Gráfica Halley Contato para anunciar CONSTRUÇÃO CEARÁ IMÓVEIS E ARQUITETURA: (85) 98824 0222 / (85) 3023 3537 ou através do e-mail: construcaoceara@hotmail.com ou ariel_ricciardi@hotmail.com Fale com a gente, envie e-mail, fotos, notícias para a redação. A sua opinião é fundamental para a melhoria de nosso produto. A revista CONSTRUÇÃO CEARÁ IMÓVEIS E ARQUITETURA é uma publicação bimestral do Núcleo de Serviços Integrados. As opiniões dos artigos assinados não representam necessariamente as adotadas pela revista. Não é permitida a reprodução parcial ou total dos textos.
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Cursos no Senai O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) Jacarecanga está com inscrições abertas para o processo seletivo para cursos técnicos em Edificações, Logística, Mecânica, Mecatrônica, Meio Ambiente e Segurança do Trabalho. São 305 vagas distribuídas em sete turmas nos turnos manhã, tarde e noite. Não será cobrada taxa de inscrição. Para realizar a inscrição, o candidato deve apresentar os seguintes documentos: identidade original e CPF; declaração de que está cursando o 2º ano do ensino médio ou certificado de conclusão do ensino médio (original); uma foto 3x4 colorida recente (não serão aceitas cópias); ficha de inscrição devidamente preenchida (que será entregue na própria Unidade Escolar). O edital completo já está disponível no seguinte link: http://www.senai-ce.org.br/91485/processosseletivos/edital-052015-cursos-tecnicos-senai-jacarecanga. O início das aulas será em sete de março. Para mais informações: 4009-6300.
80 anos No ano em que a Vedacit completa 80 anos, a empresa apresentará uma série de ações e planos para a próxima fase da companhia. Em 2016, estão previstas a inauguração de sua terceira unidade fabril, em Itatiba (SP), desenvolvimento de novos produtos, comunicação com novas campanhas e presença no meio digital. Criou também para a ocasião um selo comemorativo que reproduz uma de suas marcas registradas: o formato do icônico balde amarelo.
Retração de 8% As vendas no varejo de material de construção tiveram retração de 8% em janeiro de 2016, em relação a dezembro de 2015. Na comparação com janeiro do ano passado, o desempenho ficou 6% abaixo e o foi o menor registrado no período nos últimos cinco anos. Os dados são do estudo mensal realizado pelo Instituto de Pesquisas da Anamaco, com o apoio da Abrafati, Instituto Crisotila Brasil, Anfacer e Siamfesp. O levantamento ouviu 530 lojistas, das cinco regiões do país, entre os dias 26 a 30 de janeiro. A margem de erro é de 4,3%. Segundo a pesquisa, a queda nas vendas foi sentida menos fortemente pelas lojas de material de construção de grande porte, que tiveram desempenho de -3%. “As lojas pequenas e médias, que representam 75% dos estabelecimentos do setor, sentiram mais a retração no mês, e registraram quedas de -11% e -7%, respectivamente”, explica Cláudio Conz, presidente da Anamaco.
Alcoa Alcoa divulga a lista dos 10 finalistas do Prêmio Alcoa de Inovação em Alumínio. Desenvolvida para profissionais e estudantes de diversas áreas, a premiação tem como objetivo incentivar o desenvolvimento de ideias inovadoras e sustentáveis com o uso do alumínio. Entre os mais de 150 projetos recebidos nesta edição, foram selecionados cinco finalistas de cada categoria, Estudante e Profissional, que já podem ser conferidos no site da Alcoa (www.alcoa.com.br). As equipes de cada um dos 10 projetos finalistas têm à disposição uma ajuda de custo de R$ 3 mil para a elaboração dos protótipos. Cada integrante recebe ainda certificado e um smartphone. O julgamento final acontece em 13 de abril de 2016, quando também ocorrerá o evento de premiação, aberto a convidados.
Manual Técnico A Trevo Drywall inicia 2016 apresentando o seu novo Manual Técnico. Com 90 páginas e destinada a instaladores, engenheiros, arquitetos e consumidores finais, a publicação reúne todas as informações necessárias para o trabalho com drywall. “O conteúdo foi totalmente revisado de acordo com as exigências da NBR 15.575, norma de desempenho que, desde o ano passado, institui a performance mínima dos elementos principais da construção de edificações habitacionais”, afirma Pricila Correali, gerente comercial da Trevo Drywall.
Fita adesiva Buscando sempre entregar a solução completa para o mercado de instalações elétricas, a Tramontina Eletrik complementa sua linha de fitas adesivas com o lançamento da Fita Dupla Face. Com ela é possível instalar canaletas, rodaforros e rodapés, além de fixar objetos de decoração, sem qualquer trabalho ou sujeira. Usá-la é muito fácil: basta cortar a medida da Fita Dupla Face Tramontina necessária para suportar o peso do objeto (cada 10 cm suporta 300 g) e aplicá-la no seu verso, pressionando por alguns momentos. Depois é só retirar a proteção da outra face da fita e grudá-la na superfície desejada, previamente limpa e seca. A aplicação é simples e garante forte fixação!
Expo Revestir Reposicionar as estratégias, estimular a internacionalização e antecipar as tendências e lançamentos que serão destaques em 2016 estão entre os pontos fortes da 14ª edição da Expo Revestir, que acontece de primeiro a quatro de março de 2016, no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Promovida pela Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (ANFACER), a Expo revestir deve atrair mais de 60 mil profissionais entre arquitetos, designers de interiores, lojistas, construtores, revendedores, engenheiros e compradores nacionais e internacionais.
Cabos Pensando em facilitar a vida do consumidor que precisa adquirir condutores elétricos em pequenas quantidades, a Cobrecom Fios e Cabos Elétricos, uma das mais importantes empresas do segmento de elétrica, apresenta o Display Metrocom e os Materiais Encartelados ‘Medida Certa’. Segundo Paulo Alessandro Delgado, gerente de marketing da empresa, ambos os produtos ainda são excelentes alternativas para os lojistas aumentarem suas vendas devido a venda fracionada de fios e cabos elétricos. Materiais Encartelados “Medida Certa” É uma opção bem econômica para quem compra, pois o consumidor pode adquirir os cabos elétricos na medida de suas necessidades. Além disso, o material permite para o lojista mais rentabilidade com a venda fracionada.
Campanha A SIL, fabricante de fios e cabos elétricos, estreia sua campanha publicitária para o primeiro semestre de 2016 sob o tema “SIL, conduzindo energia que move o seu mundo”, uma assinatura cuja finalidade é transmitir ao mercado toda movimentação e cuidado da empresa com o processo de melhoria. São três peças a serem utilizadas em diversos meios de comunicação, especialmente revistas segmentadas e veículos de massa.
Mudança A TOTVS, líder brasileira no desenvolvimento de softwares e soluções de negócio, anuncia que Rodrigo Kede apresentou sua renúncia ao cargo de diretor-presidente da empresa. A companhia vinha conduzindo o processo de transição para Rodrigo Kede suceder a Laércio Cosentino como CEO da empresa. Infelizmente, foi detectado recentemente um problema de saúde, com impactos pessoais e familiares, que o levou a tomar essa decisão. “Para mim foi uma decisão difícil interromper agora esta trajetória na TOTVS, por já estar tão envolvido com a empresa, pessoas e clientes”, afirma Kede. O Conselho de Administração reconduziu Laércio Cosentino ao cargo de diretor-presidente, que acumula com o cargo de CEO. A TOTVS dará continuidade ao plano de sucessão buscando um novo diretor-presidente para a companhia.
Tubos A Paranapanema, maior produtora brasileira de cobre, finaliza a instalação da nova linha industrial de tubos retos de sua marca Eluma na planta de Utinga, em Santo André (SP) A companhia investiu R$ 56 milhões na transferência de equipamentos da antiga unidade de Capuava e na modernização da linha, cuja capacidade dobrará de 500 toneladas/mês para 1 mil toneladas/mês de tubos retos – somando-se aos outros tipos de tubos produzidos na planta com a tecnologia Cast&Roll, a empresa alcança a capacidade de três mil toneladas/ mês de tubos em Santo André.
Pino de segurança A Tramontina Eletrik amplia o portfólio da linha Priscus com o lançamento do adaptador conversor com pino de segurança. A novidade permite ligar equipamentos cujo plugue corresponde à norma antiga em tomadas que já atendem a nova norma. O pino de segurança tem a função de evitar que o consumidor sofra um choque elétrico causado por uma inserção unipolar, ou seja, que apenas um pino do plugue seja inserido no adaptador.
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SINDUSCON-CE
Presidente do Sinduscon-CE participa da Feira Mundo do Concreto O World of Concrete é o único evento internacional anual da indústria dedicado às indústrias de concreto e alvenaria comerciais
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presidente do Sindicato das Construtoras do Ceará, André Montenegro, participou da Feira Internacional Mundo do Concreto, no Convention Center de Las Vegas, nos Estados Unidos, realizada de primeiro a cinco de fevereiro. “Participamos do evento, que foi muito interessante chamado o Mundo do Concreto (World of Concret-WOC). Lá foram apresentadas novas tecnologias, novos materiais e equipamentos”, destaca André Montenegro, que foi pela segunda vez ao evento. “Já tinha ido uma vez e retornei depois de cinco anos. E neste momento de crise é bom você construtor pensar em coisa nova. A gente foi lá para encontrar com alguns amigos, que já trabalharam comigo e ver novidades. Estamos trazendo para cá, porque precisamos realmente ganhar produtividade no nosso setor” O World of Concrete é o único evento internacional anual da indústria dedicado às indústrias de con-
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creto e alvenaria comerciais. A cada edição fornece as mais recentes inovações, know-how especializado e melhores novos produtos para terminar o trabalho da construção mais rápido, melhor e mais rentável. No WOC foram apresentados produtos e áreas de ações especiais, incluindo o Centro Produtor: um mercado de materiais, equipamentos, demonstrações e seminários para produtores de concreto; manuseamento de materiais, oferecendo caminhões, escavadeiras e mais para a entrega de material, distribuição, colocação de concreto, e movimentação de terra; Concrete Repair & Demolição: abrigando uma exposição de equipamentos de preparação de superfície, moagem, equipamentos serrar, escarificação, e outros produtos de demolição; World of Masonry: apresentando produtos, ferramentas, informações e tecnologia para profissionais de alvenaria; Tecnologia para Construção: mostra os mais recentes produtos e ferramentas para a indústria de
construção comercial de tecnologia da informação superior e fornecedores de sistemas; e Betão & Surfaces decorativa: mostrando a popularidade de concreto decorativo para aplicações comerciais e residenciais. A nova área de pré-moldado se concentrou em produtos pré-moldados, tecnologias e equipamentos, incluindo máquinas de descaroçamento, descarregadores de tubos, formas pré-moldados, abaixo pré-moldado acima / chão, tubo de concreto, bueiro e equipamentos fossa séptica, e muito mais! “Lá encontramos novas oportunidades. Capitalizamos sobre as tendências que irão conduzir os mercados futuros e fornecer oportunidades de lucro”, salienta André Montenegro. O WCO em números • 55 mil participantes entre profissionais de concreto e alvenaria • 1.400 fornecedores • 100 seminários especializados e workshops interativos • 70 profissionais de ensino de todo o mundo
COOPERCON-CE
Confraternização entre cooperados e fornecedores Encontro entra no calendário anual da Cooperativa e visa aproximar os compradores das construtoras cooperadas e as empresas fornecedoras
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Cooperativa da Construção do Ceará (CooperCon-CE) celebra os bons resultados de 2015 com seus fornecedores e compradores das construtoras associadas. A confraternização no final do ano passado foi a oportunidade para o presidente da cooperativa João Carlos Lima e o diretor executivo Marcelo Miranda agradecerem a participação de todos e ressaltar a importância de fortalecer os laços para 2016 entre cooperados e fornecedores. Durante o encontro foram sorteados brindes de 15 fornecedores (Votorantim, Votomassa, Heimer, Thyssen Krupp, Amanco, Impacto Protensão, Seguro Segurança, Super Mix, Incepa, Geo Brasil, Cobrecom, DM2, Grupo Roca, Pormade e Fabrimar). “Fechamos 2015 com um volume de negócios acima de 2014. Por isso comemoramos com nossos fornecedores e parceiros”, diz o gerente comercial da CooperCon-CE, Yves Rabelo Mourão. Para ele, “este foi um resultado de
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maior aproximação da CooperCon tanto com os fornecedores, como com os compradores das empresas”. Devido ao grande sucesso e retorno da confraternização, ela fará parte do calendário anual da Cooperativa. Para a CooperCon a parte técnica é fundamental, no intuído de deixar o setor de compras cada vez mais independente e também capacitá-lo para fechar negócios, Yves salienta que “quando o comprador passa a ter mais conhecimento sobre aquele produto, ele pode comparar melhor os fornecedores. E é isso que queremos oferecer aos nossos cooperados com as palestras mensais que realizamos. Nossos encontros têm o foco de informação e de aproximação da CooperCon com os fornecedores e os cooperados. A gente quer trazer o cooperado para dentro da nossa casa, para ele se sentir parte da CooperCon e aqui damos informações para eles. Essa maior aproximação potencializa as negociações futuras”.
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TECNOLOGIA
Licença Ambiental Digital em Fortaleza
Seuma cria Alvará de Construção Automática e Isenção de Licença Ambiental no programa Fortaleza On Line. Agora com menos burocracia obras serão liberados com mais rapidez
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stá menos complicado construir em Fortaleza. A Prefeitura Municipal lançou em janeiro de 2016 novos serviços eletrônicos, que tentam reduzir a burocracia para quem quer construir na capital cearense. A Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) já conta com o
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Alvará de Construção Automático e Isenção de Licença Ambiental, garantidos pela Lei 208/2015 (Lei de Licenciamento Ambiental). Ambos integram o Programa Fortaleza Online, que tornam o meio eletrônico uma realidade nos procedimentos, de modo a facilitar o acesso do cidadão.
As ferramentas poderão ser acessadas pelo endereço www.fortaleza. ce.gov.br/seuma. Com isso a Seuma não mais emitirá alvará presencialmente em sua sede. O preenchimento do formulário leva, segundo cálculo da Seuma, em torno de cinco minutos e o alvará será liberado em 48 horas e não
mais 50 dias úteis como anteriormente acontecia. A secretária de Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza, Águeda Muniz, explica que, ao oferecer esses serviços, a Prefeitura busca facilitar as autorizações de construção e de licença ambiental por entender que a burocracia gera um custo não apenas para o cidadão, em vista da demora e de atrasos, como para o próprio ente público. A demora dificulta o controle urbano e ambiental, gera uma imagem desgastada e sobrecarrega os recursos humanos e materiais. Águeda Muniz lembra, que esse é um serviço pioneiro no Brasil e servirá para edificações residenciais de qualquer porte e empreendimentos de comércio com até 750 metros quadrados, representando em cerca de 70% dos processos de alvarás de construção que dão entrada no órgão. A possibilidade das documentações serem digitais foram transformadas em leis quando a Seuma realizou um estudo interno e percebeu que 60% dos pedidos de alvará de construção eram para residências unifamiliares e pequenos comércios ou serviços, estes últimos com área de até 750 metros quadrados. Foi verificado, também, que a maioria dos processos de Licença Ambiental para Atividades eram considerados isentos de licenciamento, devido ao baixo risco imposto ao meio ambiente. Nessas solicitações, na maioria das vezes, o próprio contribuinte atua para obter as autorizações. A emissão é composta de algumas etapas: inicialmente, é realizada a consulta prévia de adequabilidade locacional, para verificar se a fina-
lidade da construção é compatível com o endereço. Em seguida, há a identificação dos profissionais responsáveis, com o preenchimento de dados técnicos e uploads da documentação, que precisa atender às normas urbanísticas vigentes. Em caso de irregularidade verificada, o processo é indeferido. A mudança no processo de concessão de Alvará de Construção passou por toda uma reestruturação desde 2013. Primeiro, foram readequados prazos e estabelecidos fluxos mais claros da sequência de encaminhamento do procedimento dentro da Seuma. Depois, a Lei 10.391, de
Águeda Muniz Secretária de Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza
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sete de julho de 2015, que possibilitava o Alvará de Construção Automático, foi aprovada pela Câmara Municipal de Fortaleza e sancionada pelo prefeito Roberto Cláudio. A partir dela, foi contratada uma consultoria para desenvolver o sistema que permite o processo online do Alvará de Construção. Os novos processos fazem parte do Fortaleza Online, programa que vem tornando o meio eletrônico um paradigma nos procedimentos do órgão, transformando para melhor e desburocratizando os empreendimentos, de forma a oportunizar e a incluir socialmente. Pequenos empreendedores e famílias que queiram construir suas residências, precisam da elaboração do projeto e acompanhamento de um profissional técnico registrado para isso, engenheiro civil ou arquiteto. O novo recurso vai garantir economia de tempo para os usuários e os analistas do órgão (mais tempo e rigor nas análises de empreendimentos de médio e grande porte), de recursos naturais (transporte e papel) e agilidade na geração de emprego e renda à população assegurada pela desburocratização dos empreendimentos. Veja os casos nos quais é possível obter o Alvará de Construção Automático: • Os projetos de construção de residências unifamiliares, independente da área construída; • Os projetos de construção de edificações destinadas a atividades de comércio e de prestação de serviços, com área de até 750 metros quadrados.
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Estes dois casos serão aceitos desde que os projetos sejam considerados isentos: • De Licenciamento Ambiental, de acordo com a Lei Complementar 208/2015, disponível em http:// www.fortaleza.ce.gov.br/sites/default/files/legislacao_especifica_0.pdf • De autorização ou consulta ao Comando Aéreo Regional (Comar), de acordo com a sua localização Isenção da Licença Ambiental: As atividades que não constam no Anexo I da Lei de Licenciamento Ambiental (Lei No208/2015), no qual há a classificação das atividades pelo Potencial Poluidor Degradador, e, além disso, em seus processos produtivos, não gerem efluentes
industriais, poluentes atmosféricos (gases, odores, fumaça ou poeira), e não fizerem uso de caldeira, são isentas de licenciamento ambiental. A legislação referente e, dentro dela, as tabelas com a classificação do Potencial Poluidor Degradador, está disponível no site da Seuma, no mesmo link para a requisição para Isenção do Licenciamento Ambiental: http://portal.seuma.fortaleza.ce.gov. br/alvarafacil/portal/inicioisencaoambiental.jsf. As construções de maior porte têm um grande impacto ambiental, mas este é um procedimento que, se der entrada na Seuma com a documentação completa e um projeto qualificado, demora atualmente menos de dois meses para ser concluído.
MATERIAL
Moderno sistema construtivo acelera obra Drywall dá mais rapidez, versatilidade e limpeza à construção civil, oferecendo solução completa de chapas, guias, montantes, massas e parafusos 22 - Construção Ceará
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rywall é uma placa de gesso que ao pé da letra significa parede seca. É um material que substitui as vedações internas convencionais, como paredes, tetos e revestimentos de edifícios de quaisquer tipos, consistindo de placas de gesso aparafusadas em estruturas de perfis de aço galvanizado. As paredes neste sistema são mais leves e com espessuras menores que as das paredes de alvenaria. São
chapas fabricadas industrialmente mediante um processo de laminação contínua de uma mistura de gesso, água e aditivos entre duas lâminas de cartão. Tais sistemas são usados somente em ambientes internos das edificações, para os fechamentos externos, o sistema deverá utilizar perfis de aço estruturais (steel frame) e chapas comentícias (resistentes à ação de ventos e chuvas). O método é muito utilizado na
construção civil, principalmente para áreas comerciais. As paredes de gesso drywall permitem instalações elétricas e hidráulicas através do sistema de fixcação em tetos ou aparafusadas em perfis de aço galvanizado. Além disso, adaptam-se a qualquer estrutura, como aço, concreto ou madeira. A montagem do sistema drywall é fácil, com redução de prazo de entrega e, consequentemente, custos menores. Com o sistema, há um ganho de área útil que pode chegar a 4% e as paredes têm superfície lisa e precisa, diminuindo custos na preparação da superfície para a pintura. Como as paredes são mais leves que o sistema de alvenaria tradicional, o sistema de parede de drywall mais simples, equivalente a um metro quadrado (W111 que corresponde a uma linha de
perfil e uma chapa de cada lado) pesa cerca de 25 quilos contra 150 quilos de uma parede de alvenaria, consegue-se com a utilização deste sistema uma redução no custo das fundações e estruturas da edificação. Como atualmente o que mais se procura na hora de construir ou reformar são materiais que atendam com rapidez, facilidade, versatilidade e limpeza, o drywall tem grandes vantagens sobre as construções de alvenaria convencionais, pois elas proporcionam um sistema de construção mais leve, dado o baixo peso do sistema construtivo, gerando redução de custo na fundação da obra, redução dos custos de mão de obra, profissionais especializados, também ganhos logísticos e menor consumo de energia elétrica. As principais matérias-primas uti-
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lizada na fabricação das chapas drywall podem ser reaproveitadas: tanto o gesso como o papel cartão são 100% recicláveis. Este material tem como vantagens: • Menor Custo de Fundação • Profissional levanta menos peso • Orçamento pré-definido • Menor consumo de energia por metro quadrado • Sistema construtivo mais leve • Chapa drywall é 100% reciclável Por esses motivos, o drywall é encontrado atualmente em cerca de 90% das construções erguidas nos Estados Unidos. No Brasil, o consumo cresceu 13,5% em 2013, totalizando 49,7 milhões de metros quadrados. As regiões Sul e Sudeste lideraram a demanda, com 76% do total. Os 24% restantes foram divididos entre CentroOeste (15%) e Nordeste (9%). Os números são da Associação Brasileira de Drywall, que tem como sócios fundadores Knauf Drywall, Lafarge Gypsum e Placo do Brasil; sócio pleno, Trevo Drywall; e sócios colacoradores, Ananda Metais, Barbieri, Multiperfil e Roll-For.
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Vantagens do drywall x alvenaria: • Liberdade arquitetônica: você pode executar qualquer projeto e modificá-lo quando quiser; • Tempo de execução: na alvenaria, você precisa de mais homens trabalhando. Com o drywall, a mão de obra é menor e o trabalho, bem mais rápido; • Ganho de espaço: por serem mais finas, as paredes de drywall permitem um ganho de até 5% de área útil de projeto; • Sem desperdício: com o drywall, o desperdício é de 5%, contra 30% da alvenaria; • Conforto: as paredes e forros de drywall têm um desempenho térmico e acústico superior ao da alvenaria; • Facilidade de reparos: muito mais fácil e rápido fazer reparos na
elétrica ou hidráulica; • Acabamento: o drywall aceita de qualquer tipo, de papel de parede a porcelanatos, mármores e granitos; • Leveza: as paredes de drywall pesam muito menos do que as de alvenaria. Assim, você economiza na estrutura e nas fundações.
CREA-CE
Conselho festeja anos de fundação Posse da Academia Cearense de Engenharia e homenagens a diversos engenheiros marcam a data magna de oito décadas do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará
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riado em 17 de janeiro de 1936, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE) completou 80 anos de fundação. A solenidade alusiva ao aniversário da autarquia federal aconteceu no dia 21 de janeiro, no auditório Waldyr Diogo, da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Na cerimônia, que assinala a trajetória de oito décadas de desafios e conquistas da autarquia federal, destacaram-se o lançamento do Livro 80 Anos do Crea-CE, a outorga da Medalha Jorge Cordeiro e a entrega do Troféu Crea-CE 2015. A data foi marcada, ainda, pela instalação da Academia Cearense de Engenharia (ACE), e posse de seus 40 membros fundadores. O presidente do Crea-CE, engenheiro civil Victor Frota Pinto, é o presidente de honra da academia, que tem como patrono o marechal-do-ar Casimiro Montenegro Filho.
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O Troféu Crea-CE 2015 homenageou o governador do Ceará, engenheiro-agrônomo Camilo Santana (PT); o engenheiro eletricista Jurandir Marães Picanço Júnior; o engenheiro civil Hugo Alcântara Mota; o engenheiro civil José Carneiro de Andrade; e engenheiro civil Fernando Borges Moreira Monteiro. “Para mim foi uma grande honra receber essa homenagem nos oitenta anos do Crea-CE. Aumenta mais ainda minha responsabilidade como agrônomo, como servidor público e trabalhar pelo Ceará”, disse Camilo Santana. O governador destacou o lançamento do livro “Crea Ceará – Uma Construção de 80 anos”, de Ricardo Mota e Sandra Cabral. “Recebo essa homenagem no momento que o Crea lança um livro que resgata toda a história dos oitenta anos dele que se confunde com a história da construção do Ceará”. Camilo Santana lembro “a posse
da Academia Cearense de Engenharia. Uma oportunidade que os cearenses vão ter. É uma academia formada por grandes personalidades, intelectuais, estudiosos para pensar o Ceará do futuro, da sustentabilidade e do desenvolvimento”. A noite festiva incluiu a homenagem que o Crea-CE prestou ao presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, engenheiro civil José Tadeu da Silva; ao presidente da Caixa de Assistência dos Profissionais do Sistema (Mútua), Paulo Roberto de Queiroz Guimarães; Sistema Fiec; ao Clube de Engenharia do Ceará (CEC); à Construtora Waldyr Diogo; à Construtora BETA S/A; ao engenheiro civil José Osvaldo Pontes; engenheiro-agrônomo, Ary Gadelha de Alencar Araripe; engenheira civil Fernanda Ester Teixeira Lima; e engenheira-agrônoma, Maria Vilalba Alves de Macedo. O Crea-CE foi fundado após pouco
mais de dois anos da regulamentação da Engenharia no Brasil, através do decreto presidencial 23.569 de 11 de dezembro de 1933, por iniciativa de um grupo de líderes engenheiros, o mesmo que instituiu, em 27 de fevereiro de 1934, o Clube de Engenharia do Ceará (CEC), entidade predecessora do conselho cearense. Intitulado, primeiramente, como Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, pertenceu, a princípio, a 2ª Região (área de abrangência do Sistema Confea/Crea), tendo passado, depois, a sediar a 9ª Região. Por meio de resolução do Confea, então denominado Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, a autarquia foi criada em 17 de janeiro de 1936. Após a federalização do Sistema Confea/Crea, o
conselho regional passou a ter jurisdição apenas no estado do Ceará. Em dezembro de 2010, por força de lei federal, a modalidade de arquitetura deixou de integrar o sistema, após 77 anos de participação. Em consequencia, o Crea-CE recebeu a nova denominação de Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará, enquanto o Confea recebeu o nome de Conselho Federal de Engenharia e Agronomia. Em oito décadas, o Crea teve 22 presidentes, tendo sido seu primeiro presidente o engenheiro civil Antônio Urbano de Almeida, da gestão 1936-1939. O dirigente atual, Victor Frota Pinto, está em seu segundo mandato, tendo sido reeleito com mais 60% dos votos em 19 de novembro de 2014. O primeiro prédio que sediou o
conselho cearense está situado na Avenida Imperador, 396 - Centro, e o segundo prédio que também sediou a autarquia, está localizado na Rua Paula Rodrigues, 304 – Bairro de Fátima, onde funciona, atualmente, o anexo da Polícia Federal. Somente em março de 2008, a atual sede, localizada na Rua Castro e Silva, 81, foi inaugurada, concretizando o projeto da então diretoria da autarquia de contribuir para a recuperação do centro histórico de Fortaleza. Nos últimos anos, o Crea-CE tem buscado ampliar sua área de atuação e aproximar o conselho da sociedade. Para isso, instalou, nas duas gestões do atual presidente Victor Frota Pinto, mais oito inspetorias em todo estado. Hoje, o conselho conta com 16 inspetorias, um Posto de Atendimento no Eusébio e um Posto Avan-
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Membros titulares fundadores da Academia Cearense de Engenharia
çado do Crea-CE no Departamento de Estradas e Rodovias (DER), no bairro da Maraponga, na capital. A melhoria nos seus serviços de informatização tem sido outra prioridade da atual gestão. Com isso, foi implantado, neste ano, um novo sistema que substituiu o CreaDigital, o Sistema de Informações Técnicas e Administrativas do Crea (Sitac), com o fim de facilitar o atendimento ao público e ampliar o acesso de pessoas físicas e jurídicas registradas no conselho, aperfeiçoando, assim, a qualidade de relacionamento entre a autarquia e os profissionais.
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Por esses e muitos outros motivos, os festejos de 80 anos do Crea-CE são motivos de júbilo para todos que integram a autarquia, lembra o presidente do conselho. Explica, ainda, que para o evento programado na Fiec estão convidadas as lideranças do Sistema Profissional Confea/Crea, autoridades ligadas à área tecnológica do estado e a diretoria da autarquia, além dos dirigentes de entidades, conselheiros, profissionais registrados, servidores e colaboradores. A noite festiva teve as presenças do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Beto Studart; dos deputados federais Ariosto Holanda e Odorico Monteiro; dos deputados estaduais Raquel Marques e Sérgio Aguiar; dos secretários estaduais Artur Bruno, Elcio Batista e Nicolle Barbosa; dos secretários municipais Agueda Muniz e Eudoro Santana; de representações do Creas de Sergipe, Pernambuco e Distrito Federal.
Lauro José Vinhas Lopes. Antônio Albuquerque Sousa Filho Mauro Barros Gondim Otacílio Borges Filho Antônio Salvador da Rocha Victor César da Frota Pinto Francisco Ésio de Souza Luiz Ary Romcy Lyttelton Rebelo Fortes Cláudio Régis de Lima Quixadá Gerardo Santos Filho Hypérides Pereira de Macedo Francisco Suetônio Mota Alberto Leite Barbosa Belchior Flávio Viriato de Saboya Neto César Aziz Ary Ubiratan Sales Vieira Joaquim Antônio Caracas Nogueira Francisco José Coelho Teixeira Vicente de Paulo P. Barbosa Vieira Francisco Roberto de Sant’Ana Jurandir Marães Picanço Júnior Vicente Cavalcante Fialho Thereza Neumann Santos de Freitas Luciano Moreno dos Santos Francisco Lopes Viana Jackson Sávio de Vasconcelos Silva José Flávio Barreto de Melo Roberto Sérgio Farias de Souza José Albérsio de Araújo Lima João César de Freitas Pinheiro Manfredo Cássio de Aguiar Borges Célio Moura Ferreira Fernando Ribeiro de Melo Nunes João Aquino Limaverde Roberto Ney Ciarlini Teixeira Acúrcio de Alencar Araújo Filho Marcelo Correia Alcântara Silveira Sônia Maria Araújo Castelo Branco Francisco César Pierre B. Lima
EDUCAÇÃO
Museu do
Amanhã Obra tem 18 mil metros quadrados de área construída
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Museu do Amanhã foi erguido no píer em meio a uma grande área verde. São cerca de 33 mil metros quadrados, com jardins, espelhos d’água, ciclovia e área de lazer. O prédio tem 15 mil metros quadrados e arquitetura sustentável (uso de energia solar). O projeto arquitetônico utiliza recursos naturais do local - como, por exemplo, a água da baía de Guanabara, utilizada na climatização do interior do museu e reutilizada no espelho d’água. O prédio faz lembrar um dinossauro branco. É uma escultura monumental do arquiteto espanhol Santiago Calatrava. O projeto do Museu do Amanhã foi totalmente inspirado pela paisagem da zona portuária e da Baía de Guanabara. Como parte integrante do Projeto Porto Maravilha, foi feita a demolição do Elevado da Perimetral no intuito de
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revitalizar a região portuária do Rio. No telhado da construção, grandes estruturas de aço, que se movimentam como asas, servem de base para placas de captação de energia solar. Com isso, o Museu do Amanhã conquistou a certificação Leed (Liderança em Energia e Projeto Ambiental), concedida pelo Green Building Council (USGBC). A cobertura móvel do edifício, em que grandes estruturas de aço servem de base para as placas de captação de energia solar. Ao longo do dia, elas se movimentam como asas para acompanhar o posicionamento do sol. O prédio tem aletas que carregam 5.492 placas de painéis fotovoltaicos para captação de energia solar. As placas, divididas em 24 módulos fixados na cobertura, acompanham o percurso solar (LO) e produzem 250 KWh/ano, que equivalem à capacidade de fornecer
energia para 4 milhões de lâmpadas incandescentes de 60w por uma hora. Além desse recurso, 2.532 luminárias LED garantem a eficiência. O projeto também valoriza a entrada de luz natural. O paisagismo, assinado pelo escritório Burle Marx, traz espécies nativas e de restinga,
ressaltando a vegetação típica da região costeira da cidade, com cerca de 6 mil m² de área de jardins. O Museu conta com atividades educativas, um laboratório de experiências em inovação, um observatório, que mapeia os sinais vitais do planeta, além de uma intensa programação cultural. O edifício de formas orgânicas, inspiradas nas bromélias do Jardim
Botânico. O museu tem ainda auditório com 400 lugares, loja, cafeteria e restaurante. O conteúdo do Museu do Amanhã foi elaborado com a participação de um time de mais de 30 consultores brasileiros e internacionais, nomes reconhecidos em diversas áreas, e será continuamente atualizado a partir de dados e análises científicas de instituições do mundo todo. O museu
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também tem parceria com algumas das principais instituições da ciência no Brasil e no exterior, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Massachusetts Institute of Technology (MIT). O Museu do Amanhã explora seis grandes tendências para as próximas cinco décadas: mudanças climáticas; alteração da biodiversidade; crescimento da população e da longevidade; maior integração e diferenciação de culturas; avanço da tecnologia e expansão do conhecimento. Iniciativa da Prefeitura do Rio, concebido e realizado em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, o Museu do Amanhã – construído pela concessionária Porto Novo - tem o Banco Santander como Patrocinador Master. Conta ainda com a BG Brasil como mantenedora e com o apoio do Governo do Estado, por meio da
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Secretaria de Estado do Ambiente, e do Governo Federal, por intermédio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A instituição faz parte da rede museus da Secretaria Municipal de Cultura. O Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), organização social de cultura sem fins lucrativos vencedora da licitação promovida pela Prefeitura do Rio, é responsável pela gestão do museu. Serviço Horário de entrada no Museu de terça a domingo, 12 às 19 horas. Os ingressos não são vendidos antecipadamente. A venda é realizada na bilheteria para entrada imediata. R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia-entrada). Às terças-feiras a entrada é gratuita. Endereço: Praça Mauá, 1 - Centro Rio de Janeiro.
Dados da obra • Custo de R$ 2300 milhões. • 33 mil metros quadrados de área total. • 18 mil metros quadrados de área construída. • 55 mil toneladas de concreto • 30 mil metros de pilares submersos • 5,5 mil placas voltaicas par produção de energia solar • 3,8 mil toneladas de peso da cobertura metálica • 2,5 mil luminárias de led • 15 toneladas de tinta • 9,2 mil metros quadrados de espelho d’água • 5,6 mil metros quadrados de jardim • 1,2 mil operários trabalharam na obra • 33 mil metros quadrados, com jardins, espelhos d’água, ciclovia e área de lazer. • 15 mil metros quadrados e arquitetura sustentável (uso de energia solar
OLIMPÍADAS
Obras ainda em andamento O Coração dos Jogos, o Parque Olímpico da Barra da Tijuca está com 95% da obras concluídas. O local tem área de 1,18 milhão de metros quadrados onde serão disputadas 16 modalidades olímpicas e nove paralímpicas
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stamos a seis meses do começo das Olímpiadas Rio 2016 e o chamado de “Coração dos Jogos”, o Parque Olímpico da Barra da Tijuca ainda está em construção. É aquela velha história, “o brasileiro deixa tudo para última hora”. O Parque Olímpico no final de janeiro estava com 95% de suas obras. O local, que ocupa uma área de 1,18 milhão de metros quadrados, será
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palco de 16 modalidades olímpicas e nove paralímpicas. Após os dois eventos terá áreas de uso público e outras de uso privado. Construído por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), o Parque Olímpico terá boa parte de seu espaço destinado a empreendimentos residenciais e comerciais depois das Olimpíadas. Além de se transformar em um
parque público, o restante da área deverá ter uso compartilhado por estudantes da rede municipal e por atletas de alto rendimento, em espaços que terão supervisão do Comitê Olímpico do Brasil (COB). O Rio de Janeiro abriu mão do luxo na construção das instalações esportivas sem diminuir a excelência esportiva. Se nos Jogos de Pequim arenas como o Cubo D’Água ou o
Ninho de Pássaro marcaram a competição do ponto de vista arquitetônico, na primeira edição olímpica a ser realizada no Brasil o tom que pretende ser dado é da eficiência. “Nos Jogos Rio 2016, o mais emblemático será a transformação da cidade. Desde o início do projeto olímpico, o objetivo da Prefeitura do Rio é fazer os Jogos de forma eficiente, mas também simples e econômica,
deixando um legado tangível para a cidade e seus moradores. Portanto, as instalações terão padrão de excelência para a prática esportiva, porém sem luxos ou excessos”, informa do diretor de projetos da Empresa Olímpica Municipal, Roberto Ainbinder. O que parecia um sonho distante há sete anos - quando o Rio de Janeiro recebeu a confirmação de que se-
ria a cidade-sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 - agora é uma realidade: a menos de 200 dias da cerimônia de abertura Olímpica, a preparação segue para a reta final. As entregas até cinco de agosto são desafiadoras para a organização do Rio 2016: entre elas, testes das últimas instalações com a presença de medalhistas, ensaios das coreografias apresentadas no Maracanã, montagem e
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decoração da Vila dos Atletas, apresentação das medalhas, escolha dos posters oficiais e toda a lista a seguir. O Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016 está em processo final de seleção dos 12 mil voluntários que integram o elenco das cerimônias de abertura e encerramento. Em fevereiro começaram a segunda onda de audições, que vão até março. Na Vila dos Atletas começa a montagem do restaurante, que com uma área de 25 mil metros quadrados, oito mil deles de cozinha, é o maior ponto de encontro de espor-
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tistas do mundo todo. A previsão é de que devem ser servidas 60 mil refeições por dia. Ainda tem o planejamento das operações para trazer 800 barcos e 315 cavalos para competições de vela e hispismo, além de montar as 37 instalações com equipamentos esportivos, tecnológicos e mobiliários. Em fevereiro, os ingressos dos Jogos Olímpicos começam a ser impressos. As medalhas, o slogan e a música oficiais dos Jogos Rio 2016, além do uniforme da equipe de trabalho dos Jogos, estão em reta final para lançamento. No dia 21 de abril, a tocha Olímpi-
ca será acesa em Olímpia, na Grécia, sede dos Jogos Olímpicos da Antiguidade. De lá, sai carregada por condutores em revezamento dentro do território grego, que se estende até o dia 27, quando acontece a cerimônia de passagem da tocha para o Brasil, no estádio Panathinaiko, palco dos Jogos Atenas 1896, os primeiros da Era Moderna. Começa a instalação da mobília dos cerca de 15 mil quartos da Vila dos Atletas e de acomodações destinadas a árbitros, jornalistas e outros membros da equipe de trabalho. O processo de montagem requer atenção a um detalhe: tudo que for montado para os Jogos ao longo de cinco meses terá de ser desmontado em duas semanas, após da cerimônia de encerramento. Últimas arenas de competições Rio 2016 serão inauguradas em março.
CENTRO OLÍMPICO
Fase de acabamento do Centro de Formação Olímpica CFONE deve ser entregue neste primeiro semestre de 2016. Obra sofreu atraso de mais de ano. Será inaugurada com espaço para a prática de 26 modalidade olímpicas e três não olímpicas numa área total de 86 mil metros quadrados O Centro de Formação Olímpica do Nordeste (CFONE) deve ser entregue neste primeiro semestre de 2016. Ele está em fase de acabamento. A Galvão Engenharia, responsável pela construção trabalha finalmente nas áreas de circulação de público do ginásio principal para inaugurar o equipamento. A área construída inclui entre outras instalações, ginásio para 21 mil pessoas, piscinas olímpica e de saltos ornamentais, campo de futebol, gi-
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násio para ginástica olímpica e lutas, pistas de atletismo, skate e BMX, quadras de vôlei e tênis, alojamento para 248 atletas, equipamentos de lazer e conexão de pedestres até a Arena Castelão. A obra começou em agosto de 2013. A Galvão Engenharia entregou, em 27 de setembro de 2014, a pista de skate do CFONE. Era ali a inauguração da primeira etapa. A pista inaugurada oferece estrutura de ponta para a prática do skate
nas modalidades street e bowl. Está apta para receber eventos nacionais e internacionais e poderá ser utilizada diariamente pela população com iluminação, segurança e espaços arborizados de convivência. A prioridade, para a Galvão Engenharia, foi oferecer uma pista de qualidade. Para isso, buscou a parceria de uma empresa com expertise no negócio, a empresa paulista Flyramp, e os resultados foram rampas adequadas e boa estrutura para transições. En-
26 modalidades olímpicas no CFONE • Atletismo • Natação • Badminton • Nado sincronizado • Basquete • Pentatlo moderno • Boxe • Rúgbi • Ciclismo • Tênis • Handebol • Taekwondô • Esgrima • Tênis de mesa • Futebol • Tiro com arco • Ginástica • Triatlo • Levantamento de peso • Voleibol • Hóquei sobre grama • Vôlei de praia • Judô • Polo Aquático • Lutas • Saltos ornamentais
Três modalidades não olímpicas • Futebol de Salão. • Karatê. • Skate.
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tre os obstáculos estão elementos de caixote, escada e corrimão, com acabamento realizado na técnica de concretagem norte-americana. O Bowl possui 550 metros quadrados e altura entre 1,50 e 2,40 metros. Em dezembro de 2015 foram entregues alojamento para 248 atletas, áreas de ginástica olímpica e rítmica, lutas e tênis de mesa, academia, refeitório, cozinha industrial, recepção, salas médicas, vestiários, ala das confederações e biblioteca. Segundo o superintendente da obra, Waldemar Biselli, o CFONE tem uma característica muito peculiar por se tratar de um empreendimento em que os equipamentos devem atender as normas e dimensões exatas das instituições esportivas. “Inovação tem sido a palavra de ordem no canteiro de obras. Temos buscado empregar tudo o que há de mais moderno no CFONE. O conjunto de ações vai desde implantação de sistemas de gestão, soluções de engenharia até os equipamentos esportivos de mais alta qualidade”, disse. O CFONE vai formar o maior complexo esportivo do Brasil. A estrutura pretende elevar a capacidade do Ceará em sediar grandes eventos esportivos, bem como formar atletas para competições nacionais e até mundiais. O CFONE é uma parceria do Governo do Ceará com o Governo Federal e faz parte do Plano Brasil Medalhas, com financiamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). O complexo integra a Rede Nacional de Treinamento, principal projeto de legado dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro para a infraestrutura do esporte brasileiro, e foi a primeira obra no Estado contratada sob o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) - modalidade de licitação criada para maior eficiência de contratações públicas e aumento de competitividade entre fornecedores.
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O secretário de Esporte do Ceará, Jeová Mora destaca que “quando se fala de CFONE, falamos de um projeto grandioso, que tem área total de 85.922,12 metros quadrados, sendo 45.117,87 metros quadrados de área construída, e capaz de abrigar 26 modalidades olímpicas e três não-olímpicas, colocando o Estado como referência no esporte de alto rendimento nacional”. Segundo ele, “além dos locais para treinamento e competição, há um hotel com 84 suítes e com capacidade para alojar até 248 pessoas, o equipamento possui conzinha e lavanderia industriais, refeitório para servir até 300 pessoas simultaneamente, área de escritório para federações e confederações, área médica, SPA e academia. Vale salientar que todos os ambientes são climatizados.
Dados da obra Início: 14/08/2013 Previsão de entrega: primeiro semestre de 2016 Empregos gerados: 1.123 Valor: R$ 250,4 milhões, sendo R$ 230,6 milhões do Governo Federal e R$ 19,8 milhões do Governo Estadual Área total: 85.922,12 metros quadrados Ginásio: 17,1 mil pessoas sentadas (evento esportivo); 21 mil pessoas (evento cultural) Camarotes, bares e salão multiuso Piscinas: olímpica e de saltos ornamentais Campo e pista de atletismo Ginásio para ginástica olímpica e de lutas Pistas de Skate e BMX Quadras de vôlei de praia (três) e de tênis de saibro (duas) Alojamentos para até 248 atletas com 84 suítes Refeitório para 300 pessoas Ginásio de treinamento com duas quadras poliesportivas, duas quadras de badminton, ginástica rítmica e ginástica olímpica. Esgrima, boxe e lutas. Sala para levantamento de peso. Área médica com ambulatório e clinicas. SPA com saunas e banheiras de hidromassagem e de gelo.
CONSTRUÇÃO PESADA
Fundado Sindicato com 32 empresas Sinconpe-CE representa 18% do PIB cearense e gera 30 mil empregos diretos e indiretos
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s construtoras cearenses que fazem grandes obras constituíram o Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Ceará (Sinconpe-CE). O primeiro presidente é Ananias Pinheiro Granja, que promete lutar pelos direitos das construtoras junto aos governos federal, estaduais e municipais. “Era uma demanda do setor. Tínhamos a necessidade de representatividade junto aos governos, ao Sindicato dos Trabalhadores e também uma demanda para que as empresas se organizassem aqui para resolver todas as suas necessidades”, destaca Ananias Granja. Antes de fundação do Sindicato, as empresas da Construção Pesada eram atendidas pelo Sindicato nacional, que fica no Rio de Janeiro. “Isso deixava muito a desejar. Atendia a gente com muita deficiência. Tínhamos muitos problemas. Problemas de não representatividade junto às prefeituras, junto aos governadores, ao Sindicato dos Trabalhadores, à
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Superintendência Regional do Trabalho. As empresas se organizaram e através da primeira assembléia geral em doze de janeiro de dois mil e dezesseis o Sindicato começou a funcionar”, destaca o presidente. O Sinconpe-Ce tem 32 empresas filiadas com expectativa de chegar ao final de 2016 com 100 empresas sindicalizadas. O setor gera 30 mil empregos diretos e indiretos no Ceará, representando 18% do Produto Interno Bruto (PIB) – R$ 105 milhões ano.
Com a criação do Sinconpe-CE a idéia é que as grandes obras estruturantes do Estado sejam terminadas. “Vamos dar uma contribuição muito grande nessa parte de obras públicas. Vamos fazer parcerias com os governos, reuniões com o governador atual e prefeitos para que os processos licitatórios e as contratações das empresas, que venham a vencer as licitações, sejam feitos de uma forma que a licitação só vá ser publicada, quando tiver realmente um projeto executivo bem definido e completo, e não só simplesmente com o projeto básico. Quando tiver também resolvido as avaliações e as negociações das desapropriações”, lembra Ananias Granja. Ele salienta que “outro aspecto que culmina com obras paradas, além de projetos, é a definição da fonte do recurso que vai financiar a obra. Equacionados esses três pilares: recurso garantido, desapropriações resolvidas e projetos executivos solucionados nós não vamos ter obras paradas”. Para Ananias Granja, “as obras atuais paradas fazem parte do passado, infelizmente. Mas a partir de agora vamos atuar para tentar minimizar ou não deixar mais acontecer isso”.
Primeira diretoria do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Ceará: • Presidente: Ananias Granja. • Vice-presidente Administrativo: Ricardo Teixeira • Vice-presidente Financeiro: Cristiano Maia. • Vice-presidente de Obras Públicas: Dinalvo Diniz. • Vice-presidente de Relações Trabalhistas: Paulo Carvalho. • Vice-presidente de Tecnologia: Gledston Cavalcante. • Vice-presidente institucional: Marcus Borges. • Diretor de Marketing e Patrimônio: Jânio Costa. • Diretor de Tesouraria e Planejamento: Rubens Maciel. • Diretor de Obras e Construção: Ruben Furlani. • Diretor de Relações Intersindicais: Júlio Salles. • Diretor de Pesquisas: Vinicius Diniz. • Diretor de Responsabilidade Social: Daniel Magalhães. • Diretor de Comunicação : Antenor Romero Filho. Construção Ceará -
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FORTALEZA EM FOTOS
Antigas lojas da Capital Nos anos 1960 não se vendia roupa pronta, até começarem a aparecer as camisarias. A Cruzeiro vendia camisas pré-acabadas. faziam uma camisa em uma hora
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Os antigos comerciantes de Fortaleza mantinham atividades ecléticas. O lojista podia na mesma loja ter um balcão elegante, e atrás, um outro, mais popular. Era o mesmo estoque, mesmos empregados, luz, custos de manutenção. Até por volta dos anos 1970/1980, o centro era frequentado por todas as classes sociais. Ele continua tendo uma grande vitalidade, só que essa vitalidade hoje é das classes C e D, porque as classes A e B sumiram. A elite que dava o padrão à loja, à rua, que trazia a Polícia para a rua, o consumidor que dava o padrão de elegância ao centro da cidade, tudo isso desapareceu. E
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grandes lojas sumiram junto. A loja A Cruzeiro foi fundada em 1934, na Rua Guilherme Rocha, pelo comerciante Rubens Lima Barros. Vendia confecções masculinas. Naquela época não se vendia roupa pronta, até começarem a aparecer as camisarias. A Cruzeiro vendia camisas pré-acabadas. faziam uma camisa em uma hora. Tiravam as medidas e mandavam o cliente ir tomar um café no Abrigo Central, quando voltasse a camisa estaria pronta. Depois começaram a trabalhar com os ternos. A Cruzeiro liderou o ramo de confecções durante muitos anos: foi também uma das primeiras lojas
a ter um crediário em computador, feito com a IBM. Mais tarde mudou-se para a Rua Barão do Rio Branco. O proprietário criou a expressão “quarteirão sucesso da cidade”. Patrocinou na TV Ceará o noticiário das oito da noite intitulado “Repórter Cruzeiro”. Havia as lojas de Romeu Aldigueri, a Lojas de Variedades e a Flama. A primeira a ser fundada foi a Lojas de Variedades, localizada na Rua Barão do rio Branco com funco correspondente para a Praça do Ferreira. Ia de um lado ao outro. depois inaugurou uma sorveteria que ficava ao lado da Rua Barão do Rio Branco. A loja ven-
dia de tudo. Desde artigos infantis, brinquedos até perfumaria e bijuterias...Era uma loja bem popular, que durou quase 30 anos. Lá pelos anos 1940-1950, uma das lojas mais importantes de Fortaleza era a Casa Sloper, que integrava uma famosa rede nacional que tinha matriz no Rio de Janeiro. Era estabelecimento especializado em alta moda: vestidos para todas ocasiões, lingerie, calçados, meias, luvas e chapéus, bijuterias, perfumaria e cosmética. A casa Sloper era tão sofisticada, que causava inibição a muita gente, salvo às senhoras muito elegantes, já habituadas à frequencia a estabelecimentos comerciais de alto luxo, inclusive, às matrizes, na
então Capital Federal, o Rio de Janeiro, onde o melhor acontecia. Quando a Sloper fechou ofereceram o ponto para Romeu Aldigueri, que inaugurou a Flama, que ao contrário da Loja de Variedades, vendia artigos de luxo. O nome Flama veio da linha de perfumes White Flame, de Helena Rubinstein, que era apresentada em embalagens de luxo, com larga aceitação na época. Quanto ao nível da loja, era como se apenas tivesse sido trocado o nome e a administração, porque se as instalações passaram por leves modificações, o bom gosto permaneceu o mesmo. O requinte era velho conhecido. As vendedoras selecionadas com rigor. Precedida de grande publicidade, a Flama já foi
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inaugurada revolucionando. Não se falava de outra coisa na cidade e em todas as conversas o assunto era a nova loja que substituíra a sofisticada Casa Sloper. Sem Televisão, o Rádio era o grande veículo de publicidade daqueles tempos e volta e meia podia-se ouvir a voz insinuante e macia de Maria José Brás, na PRE-9, anunciando o slogan da nova loja: Flama - Símbolo de Distinção. Já a Aba Film foi fundada em 1934 por Ademar Bezerra de Albuquerque, que deu origem ao nome Aba Film. A firma de fotografia foi criada por Ademar para trabalhar com os filhos, Francisco (Chico Albuquerque) e Antônio Albuquerque para funcionar como studio fotográfico, mas que acabou virando uma empresa comercial. O empreendimento cresceu a ponto de se tornar uma cadeia de lojas, com várias unidades em Fortaleza, em Sobral e em Juazeiro do Norte. Ficou com a família por três gera-
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ções, até encerrar as atividades na primeira década dos anos 2000. A Casa das Máquinas - maior crediário do Ceará teve início com a razão social de Máquinas de Costura Ltda, trabalhando exclusivamente com máquinas de costura, porque o seu proprietário Gontran Nascimento, conhecia bem o assunto, posto que durante muito tempo, trabalhava na Singer. Depois, com o crescimento das vendas, mudou a denominação para Casa das Máquinas e Artigos Domésticos Ltda. Vendia então além de máquinas de costura, geladeiras Brastemp e Consul, pianos Essenfelder, móveis, brinquedos, roupas e peça para máquinas de costura. Dizia-se que tudo que a sociedade quisesse adquirir, a Casa das Máquinas vendia. Gontran Nascimento logo compreendeu a importância da propaganda para o negócio. Ai surgiu o Repórter Alfa. A Casa das Máquinas foi a pioneira nesse tipo de propaganda veiculada no Rádio e na Televisão. Com a redução dos sistemas de crediário em virtude da
inflação, e com o falecimento do proprietário em 1985, a Casa das Máquinas foi desativada. A Cearense tinha o slogan “A casa que cresce diminuindo os preços” e muita freguesia, sobretudo as mulheres da lata sociedade. O atendimento era diferenciado. As clientes sentavam, eram oferecidos cafezinho, sucos e lanches e as compras eram entregues em suas respectivas residências. Funcionou inicialmente na Praça do Ferreira. Depois mudou-se para a Rua Barão do Rio Branco. A Cearense foi pioneira nesta rua ao levar o comércio para lá, seu fundador Aprígio Coelho, foi cobrado pelos outros lojistas que profetizavam: você vai quebrar, como é que se concebe uma loja fora da Praça do Ferreira! Em 1968, quando a loja completou 50 anos de existência, Aprígio Coelho de Araújo vendeu seu tradicional estabelecimento ao grupo pernambucano Lundgren Tecidos, que fechou A Cearense para colocar mais uma Loja Pernambucanas.
PERSPECTIVAS
Construtores esperam um ano difícil Representantes da Fiec, Sinduscon, CooperConCE, Crea, Creci, Secovi, Anacom e Caixa apresentam suas perspectivas para o novo ano
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s construtores cearenses esperam um 2016 difícil. Realistas e apostando que a economia brasileira só vá crescer a partir de 2017, os construtores, porém comemoram o pacote de incentivos para o programa Minha Casa, Minha Vida Três com pagamento em dia dos recursos através da Caixa Econômica Federal. A reportagem da revista Construção Ceará Imóveis e Arquitetura colheu a opinião de representantes de oito entidades ligadas ao setor da Construção Civil sobre as perspectivas de 2016.
Energias renovadas
“Iniciamos 2016 com as energias renovadas para um ano de trabalho e convidamos o construtor para fazer parte desta história. Com quase seiscentas empresas associadas, somos o segundo Sindicato do Brasil em número de associados, perdemos apenas para o Paraná. Esta participação é o que garante a força do setor para buscar soluções e possibilitar o crescimento em 2016. Nossa expectativa é que as mudanças advindas com as alterações no Governo Federal não impactem de forma incisiva nos nosso projetos da construção civil, bem, como naqueles em desenvolvimento, possibilitando a manutenção dos postos de trabalho e da geração de riquezas”. André Montenegro de Holanda Presidente do Sinduscon - CE
Arrumação
“2016 será um ano de arrumação. Todos os setores da economia estão se adaptando ao momento econômico de nosso país e na Coopercon não será diferente, no entanto vemos o momento também de oportunidades. Estamos desenvolvendo dois novos projetos além de estarmos nos aproximando mais do cooperado. Deveremos atuar em novos grupos de compra, ampliando o leque de produtos ofertados para assim mantermos nosso ritmo de crescimento. As dificuldades sempre estão por ai. O ruim é quando somos pegos de surpresa. A Coopercon vem melhorando sua gestão, promovendo reduções de custos e procurando formas de aumentar suas receitas. Estamos dando um foco no relacionamento com cooperados e fornecedores afim de ampliarmos nosso setor comercial e grupos de negociação. Marcelo Miranda - Diretor Executivo da Coopercon-CE
Caminho para 2017
2015 não foi fácil para a indústria e para os diversos setores produtivos. Tivemos muitos problemas políticos que desorganizaram o país e afetaram fortemente nossa economia. Tratando a questão com racionalidade, mas sem perder a coragem, acredito que o que nos resta para 2016 é preparar o caminho para 2017. Este ano, devemos manter as mangas arregaçadas para podermos estruturar um ambiente de crescimento para a indústria em 2017. Embora as previsões dos principais analistas econômicos indiquem a continuidade da crise econômica brasileira em 2016, vamos trabalhar com mais energia e focados na meta de retomar um ambiente positivo para não desanimar ainda mais os empresários brasileiros e cearenses que vislumbram na instabilidade política o adiamento das medidas necessárias para a recuperação da confiança dos agentes econômicos. Beto Studart - Presidente da Fiec
Economia forte
‘Para o ano de 2016, em relação à Engenharia Civil, notadamente no setor da Indústria da Construção Civil, a expectativa é de que seja melhor do que o ano anterior. Espera-se um leve aquecimento em relação ao terrível ano de 2015. As atividades das áreas tecnológicas, no caso a Engenharia Civil estão intrinsecamente ligadas ao setor da Indústria da Construção Civil, por conseguinte recebem influência direta da situação econômico do país, dos investimentos públicos. Portanto, se o país encontra-se com uma economia forte, impacta positivamente nos investimentos da área. Da mesma forma, se a economia não vai bem desaquece o mercado. Neste contexto, considerando que os problemas políticos possam ser equacionados ou amenizados, teremos por consequência, uma melhora na economia, mesmo que seja gradativa, impactando de forma que venha a permitir novos investimentos na área da Engenharia Civil. Victor Frota Pinto - presidente do Crea-CE
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Recuperação
O setor encerrou o ano de 2015 com queda de 5,8% e faturamento de R$ 56,5 bilhões. Nós já esperávamos tal resultado, mas vínhamos batendo recordes consecutivos de faturamento desde a última retração do setor, registrada em 2003. E, mesmo em 2003, vínhamos de um recorde histórico desde 1994. Já passamos por isso antes e sabemos como o nosso mercado se comporta. O consumidor pode até adiar obras em função da crise econômica, mas ele não poderá adiar essa necessidade por muito tempo. É por isso que tenho a convicção de que 2016 será um ano de recuperação para o segmento. É certo que o primeiro trimestre será difícil, mas, partindo de nossa previsão, a partir de abril e maio o crescimento volta e, se tudo sair como esperamos, fecharemos 2016 com um aumento de 6% sobre 2015 Cláudio Conz, presidente da Anamaco
‘Pior já passou’
“Acredito que o pior já passou. Foi o reconhecimento da crise, conhecer sua profundidade e fazer as adequações empresariais necessárias. Os que fizeram o dever de casa, a grande maioria o fez, estão em plenas condições de enfrentar mais este ano de baixa velocidade de vendas. Aos Construtores/Incorporadoras lembro que, no Ceará somos 12 mil Corretores de Imóveis. Em torno de 6 mil deles trabalham com vendas em Fortaleza. Há uma ampla possibilidade de aumentar as parcerias. A engenharia de 2016 na comercialização deve ser: como aumentar minha base de vendas? E a resposta é: atingindo um maior número de Corretores de Imóveis”. Apolo Scherer Albuquerque - presidente Creci-CE.
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Habitação popular
A Caixa Econômica Federal (CEF) estima crescimento de 30% nos financiamentos de imóveis de até R$ 225 mil este ano em relação a 2015. Nesse grupo, estão moradias enquadradas nas faixas dois e três do programa Minha Casa, Minha Vida, cujas contratações começaram agora em janeiro. Essa estimativa considera a demanda da terceira fase do Minha Casa, Minha Vida, que traz a criação da faixa de 1,5, que atenderá ao maior número de pessoas de baixa renda com capacidade para financiar imóvel e que não eram contempladas até então. Dois outros fatores devem impulsionar as vendas no segmento da construção civil. O limite de renda mensal dos beneficiários do Minha casa, Minha Vida subiu de R$ 5 mil para R$ 6,5 mil na terceira etapa do programa. Miriam Belchior - presidente da Caixa
Qualificação
O Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Comerciais do Ceará (Secovi-CE) tem como perspectivas para 2016 qualificar o setor o setor da Habitação. Para isso planeja novos cursos para a Universidade Secovi, como ‘Planejamento Estratégico’, ‘Vendas com Coaching e Programação Neurolinguística (PNL)’, ‘Liderança’, ‘Gestão Financeira e Fotografia para Corretores’, ‘Ingles-conversação’ e workshops de Criatividade. A Universidade Secovi dispõe toda semana de palestras com os mais diversos temas para atualizar o pessoal da Habitação. O Secovi também em 2016 vai atuar na fiscalização nova Lei de Inspeção Predial. Para tanto a Universidade Secovi promoverá cursos e palestras sobre inspeção predial. Sérgio Porto - presidente SECOVI- CE
GRANDES OBRAS
A maior ponte sobre o mar do mundo Ligando Xangai a Qingdao a ponte tem 42,5 quilômetros de extensão e encurtou em 30 quilômetros a distância entre as duas cidades
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s chineses têm uma engenhosidade enorme. Fazem as maiores obras do Mundo. A cada ano se superam. São dos chineses a maior ponte sobre o mar do Mundo com 42,5 quilômetros de extensão, a Qingdao Haiway, que liga os dois lados da baia de Jiaozhou, no leste chinês, ligando Xangai, importante centro financeiro e comercial à cidade portuária de Qingdao, na província de Shandong. A obra
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teve investimento de 15 bilhões de juan (2,3 bilhões de dólares) e contou pela primeira vez com aporte de 30% de capital privado. Ela foi erguida em quatro anos (2007-2011). Inaugurada em junho de 2011, nas comemorações dos 90 anos do Partido Comunista Chinês, a Jiaozhou Bay reduziu em até uma hora e meia a distância entre Xangai e Qingdao, que antes era feita em quatro horas e agora leva duas horas e meia. A
ponte encurtou em 30 quilômetros o tempo de viagem entre as duas cidades. O feito está registrado no Guinness (livros dos recordes). AQingdao Haiway tem pistas com largura de 35 metros. A ponte chinesa foi planejada para suportar grandes desastres naturais como terremotos e pode aguentar até mesmo uma batida de um navio de até 300 mil toneladas. Isso se deve à sua estrutura, com apresenta mais de 5,2 mil colunas de sustentação. Para se ter uma ideia da grandiosidade da obra, a maior ponte brasileira sobre o mar é a Rio-Niterói com 13,2 quilômetros. A ponte sobre o mar Jiaohou Bay supera a ponte da baia de Hangzhou (também no leste chinês) que tem 36 quilômetros de extensão e era até 2011 a mais longa sobre águas salgadas do mundo. Sobre a terra a maior ponte é também chinesa. É a ponte Pequim-Xangai com 164,8 quilômetros de extensão. É um elevado para o trem de alta velocidade chinês.
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ENTREVISTA
Câmara Setorial para Construção Civil Agência de Desenvolvimento do Ceará tem 25 câmaras que discutem mensalmente os gargalos dos setores econômicos mais ativos do Estado, como o Imobiliário, Tecnologia da Informação e Automotivo
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Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece) estuda a criação da Câmara Setorial da Construção Civil. O setor reivindica este espaço para discutir com os órgãos estaduais e municipais saídas para a crise que ameaça se agravar em 2016. O presidente da Adece, Ferruccio Feitosa, é simpático a ideia dos construtores cearenses. Nesta entrevista concedida à revista Construção Ceará, Ferruccio fala sobre Refinaria Premium II, Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), Parcerias Público Privada e sobre as 25 câmaras setoriais já existentes (Audiovisual, Automotiva, Cajucultura, Camarão, Carnaúba, Comércio e Serviços, Comércio Exterior, Eletrometal, Eventos, Energia Renováveis, Floricultura, Fruticultura, Imobiliária, Leite, Logística, Mel, Mineral, Ovinocaprinocultura, Química, Reciclagem, Saúde, Tecnologia da Informação, Tilápia, Trigo e Vestuário). Primeiro Ferruccio destaca a CSP, que é resultado da parceria entre a brasileira Vale e as coreanas Don-
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gkuk e Posco. Será a primeira usina siderúrgica integrada da região Nordeste. Em construção no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) ela vai produzir, na primeira fase de operação, três milhões de toneladas de placas de aço por ano. “A CSP tem como objetivo impulsionar o crescimento econômico do Ceará para um novo patamar de desenvolvimento, permitindo maior competitividade do Estado no Brasil e no Exterior. A instalação da side-
rúrgica também promoverá aumento da arrecadação de impostos e tributos que geram ampliação e melhoria nas ofertas de serviço público, como educação, transporte, saúde, saneamento básico, cultura e lazer”, salienta Ferruccio. São gerados 23 mil empregos diretos e indiretos durante a fase de construção da usina. Na operação, serão 14 mil. A prioridade é utilizar o máximo de mão de obra local, de forma a contribuir para o crescimen-
to e o desenvolvimento da região. As questões ambientais serão prioridade. Cerca de 25% dos investimentos (aproximadamente R$ 2 bilhões) serão aplicados em equipamentos modernos e de alta eficiência para controle e monitoramento das emissões atmosféricas, descarte de efluentes e gerenciamento de resíduos. Por meio de uma visão de sustentabilidade, a CSP nasce de um projeto que busca a melhor interação de sua atividade com o entorno de onde está se instalando. A empresa se preocupa em desenvolver seu negócio promovendo, simultaneamente, a inclusão social, a otimização do uso de recursos naturais e a redução do impacto sobre o meio ambiente. A CSP tem o seguinte cronograma: 2010 - licença ambiental 2010-2011 - preparação do terreno e terraplenagem 2012-2013 - obras civis 2013-2014 - equipamentos e montagem 2015 - pré-operação 2016 - começo da operação Números Investimento estimado US$ 5,4 bilhões Capacidade de produção 3 milhões de toneladas de aço/ano Empregos na construção 23 mil diretos e indiretos Empregos na Operação 4 mil diretos e 10 mil indiretos Aumento de 12% bilhões no PIB Cearense. A importância de uma siderúrgica O aço está presente no nosso dia a dia, pois é matéria-prima na construção de pontes e edifícios, na fabricação de eletroeletrônicos, peças para carros, trens, caminhões e até de brinquedos, embalagens, acessórios para casa, equipamentos hospitalares e ferramentas de trabalho.
Construção Ceará - Como o Ceará está saindo da crise? Ferruccio Feitosa - O momento que o País atravessa é extremamente difícil. Mas aqui no Ceará a gente tem tido pela graça de Deus a felicidade de ter empreendimentos que já estavam sendo viabilizados. São investimentos de grande porte que termina construindo uma cadeia importante de outros negócios, que fazem com que o Ceará consiga passar por essa crise econômica e financeira no País, uma certa tranquilidade.
CC - A Refinaria Permium II, não tendo a parceira da Petrobras, como ficou a questão de buscar novos parceiros? FF - A Refinaria é um sonho do povo cearense. É um sonho que vem sendo trabalhado, eu acho que pelo menos há mais de quarenta anos. Infelizmente tivemos essa notícia que foi divulgada pela Petrobras, mas o governador tem se empenhado pessoalmente para conseguir reverter isso. E é possível que encontremos um investidor até mesmo estrangeiro. E esta sendo trabalhado nessa perspectiva para se viabilizar essa refinaria no Estado do Ceará.
CC - E a Companhia Siderúrgica do Pecém começa a operar quando? FF - Ela deve ligar o seu forno principal no primeiro semestre de 2016. Mas o fato é que isso nos dá a tranquilidade que outras empresas estão se instalando no Complexo Portuário do Pecém, que fazem parte da cadeia da Companha Siderúrgica do Pecém.
CC - A saída para 2016 para os construtores seriam a Parcerias Público Privadas? FF - Não tenha dúvida. Está mais que comprovado que a iniciativa privada administra muito melhor do que o público. A prova viva disso é a PPP do Castelão, foi a primeira parceria público privada do Estado. Antes nós gastávamos mais no Castelão, ele sendo muito menor. Agora a gente tem um parceiro privado, onde trouxe uma grande economia para o Governo do Estado e administrando muito melhor. Então a tendência é essa: cada vez mais fazermos parceria com a iniciativa privada para que possa administrar os bens móveis e imóveis do Estado.
CC - Como funcionam as câmaras setoriais? FF - Estas câmaras são colegiados formados por órgãos governamentais e não governamentais que conversam conosco todos os meses na Agência de Desenvolvimento do Ceará, exatamente para gente construir, dialogar e realizar propostas para apresentar ao governador Camilo Santana.
CC - E a Transposição das Águas do Rio São Francisco chega quando ao Ceará? FF - Todo processo quando ele sofre alguma intervenção, principalmente de investigação, atrapalha. É lamentável que a gente esteja passando também por esses problemas de investigação em vários seguimentos em nosso País. Mas esperamos que a obra seja concluída em 2017.
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MEMÓRIA
Nostalgia sobre rodas Colecionadores de veículos antigos irão realizar passeios periódicos por bairros históricos de Fortaleza. Na primeira edição, Centro, Jacareganga e Praia de Iracema foram visitados
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m uma Fortaleza sempre em dívida com o seu passado, há quem empreenda batalhas para preservar a memória das suas ruas e prédios históricos e crie louváveis iniciativas para deixar um legado para as gerações futuras. O médico Arnóbio Tomaz, adepto do antigomobilismo e diretor do Museu do Automóvel, iniciou uma dessas
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ações. Com o apoio de amigos colecionadores de veículos, ele realizou a primeira edição do passeio Percorrendo a Fortaleza Antiga. A bordo de modelos de décadas passadas, a cada último domingo dos meses ímpares os participantes do passeio irão visitar bairros históricos da capital cearense. Os primeiros foram Praia de Iracema, Centro e
Jacarecanga. Estão na lista Benfica, Gentilândia e Parangaba, entre outros. Realizado durante a manhã, o passeio terminou em frente ao Liceu do Ceará, colégio que no século passado foi frequentado pelos jovens da elite da cidade. De acordo com Arnóbio Tomaz, um dos objetivos é conhecer e documentar, através de vídeos e fotos,
ícones arquitetônicos como edifícios, igrejas e clubes. Além de um passeio nostálgico, a iniciativa faz parte de um projeto maior do colecionador: o livro Fortaleza dos Meus Tempos, que ele espera lançar em 2017. A ideia é fazer o registro, com textos e imagens, da história da cidade desde a sua fundação. No primeiro passeio, aproximadamente 15 veículos, de várias épocas diferentes, circularam pelos bairros antigos. Entre os mais interessantes estavam três exemplares da Rural, veículo que pode ser considerado um precursor dos atuais SUVs, um Opala SS, que durante anos foi referência de esportividade no mercado, e até a réplica de um Porsche da década de 1950. Ao lado dos prédios históricos que circundam a praça do Liceu, os carros enfileirados chamaram a atenção e logo ficaram cercado de curiosos. Segundo Arnóbio Tomaz, o passeio é uma iniciativa dos aficionados por história, seja ela automotiva ou arquitetônica, e estão abertos para qualquer um que queira participar – de preferência com um carro antigo. Quem quiser participar do próximo, pode procura-lo pelo telefone 9-9981-5000.
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NOVO OLHAR
Momento de integração
Claudio Araujo claudioaraujo@secrel.com.br www.exitotreinamento.com.br
O ano de 2016 exigirá esforços conjuntos para a obtenção de resultados sólidos, sempre levando em conta os conceitos velocidade e eficiência
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entre os vários cenários desenhados para 2016 acredita-se que, em uma margem próxima a 100%, será um ano de muitas dificuldades e desafios. Alguns até dizem que 2016 já foi e que é hora de pensar em 2017. Não quero aqui questionar a veracidade ou não, mas sim empreender uma reflexão quanto ao comportamento das organizações no enfrentamento dos desafios de uma forma sólida. A integração da empresa, de maneira vertical e horizontal, certamente agirá como sendo o diferencial nesse momento de turbulência em que vivemos. A cada momento, os diversos setores da empresa, representada por seus colaboradores, necessitam ter um nível de sintonia perante a estratégia organizacional regida naquela instituição. Somente desse modo, será possível promover dois importantes aspectos: velocidade e eficiência. A velocidade permite que a empresa possa obter respostas rápidas, seja de resultados positivos e/ou negativos em que, diante dos mesmos, ela promoverá um novo fortalecimento ou ajuste em seu modelo, quando necessário. A letargia das empresas, muitas vezes, é mais danosa do que seu maior
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concorrente. É muito comum encontrarmos companhias que estão em situações amplamente desafiadoras e nas quais os seus gestores não percebem e caminham de forma natural para o abismo. O maior motivo desse acontecimento deve-se a ausência de informações sobre os diversos setores que conduzem a empresa, como: Financeiro, Operacional, Marketing e RH. A eficiência permite o melhor aproveitamento dos recursos investidos em prol do resultado obtido. É necessário gerenciar os desperdícios, eliminar a permissividade e potencializar a lucratividade da empresa. Sabe-se que o preço é estabelecido pelo mercado, mas a margem da sua empresa está diretamente ligada a sua eficiência gerencial. Saber expurgar os desperdícios é saber elevar sua margem de lucro. Os conceitos acima são claros. Porém, o que quero que se perceba é uma reflexão quanto à integração dos setores de sua empresa. Cada setor deve entender diante da estratégia estabelecida pela direção quais entregas devem ser feitas e em que momento, gerando sintonia em todo o grupo. Desta forma, a velocidade e a efici-
ência vão acontecer de forma natural. Outro nível de integração importante é com os elementos externos do mercado, ou seja, clientes, fornecedores, parceiros, associações, sindicatos e etc.. Ficar olhando somente para dentro da empresa não é suficiente; entender as necessidades de cada participante do jogo faz com que a companhia estabeleça a melhor estratégia e isso, novamente, terá reflexo na velocidade e na sua eficiência. No olhar externo, a busca sempre é do entendimento das necessidades de cada um. Em artigo anterior falamos sobre pesquisa de expectativas. Isso nos permite compreender como interagir de forma a estabelecer o jogo do ganha x ganha com o cliente ou fornecedor ou qualquer outro stakeholder. Comece o ano com seu planejamento estabelecido, divulgue e integre este planejamento com todos os seus colaboradores, estabeleça alianças com todos aqueles envolvidos que interagem com sua empresa e permita que o clima de otimismo possa contaminar a cadeia, proporcionando uma adesão de forma convincente e profissional. Bom trabalho!
PERSPECTIVA DE MERCADO
O que esperar de 2016?
Flávio Portela é executivo e palestrante. Formado em Administração de Empresas com MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral-SP, flavio.portela@globo.com
A ética não é opcional em nossas vidas, ela é um requisito indispensável que nos fará crescer
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omo continuar crescendo e focado em resultados na grande turbulência política e econômica que vivemos? Como sabemos, toda crise possui um começo, um meio e um fim. No caso da situação que presenciamos no nosso País entendemos que ainda não chegamos ao fim do começo. Diante deste cenário precisamos entender o papel de cada cidadão produtivo no meio desta grande turbulência que passamos. Agora que a “ficha caiu” para todos, precisamos atuar de maneira diferenciada para chegar em resultados diferenciados e assim superar este momento com muito aprendizado e crescimento contínuo. Em um cenário onde a inflação cresce de maneira preocupante e os custos precisam ser reduzidos a todo o momento tanto na nossa casa como no nosso ambiente de trabalho, esta redução indispensável nos exige uma alquimia que deverá ser produzida de maneira quase que particular, que deverá deixar a nossa empresa
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e nossas contas pessoais mais realistas, que atendam de forma competitiva este ambiente de instabilidade econômica que atravessamos. Agora, nós brasileiros temos que exercitar constantemente o desenvolvimento das melhores práticas visando a adequação ao momento. Dois pontos são importantíssimos destacarmos, primeiro é a inovação e segundo é um aumento da produtividade. Este binômio inovação e produtividade, que move o mundo, é o que fará as empresas que atuamos passarem sem sofrimento por mais esta crise. Nós tivemos muito pouco em nossa cultura ações que estimulassem a inovação e a produtividade, e hoje elas se tornam indispensáveis como a “alavanca” que nos moverá para a superação. Bom, entendendo a crise e trabalhando para superar a mesma com inteligência e atitudes, precisamos evoluir em um ponto onde muitos brasileiros costumam sempre “se perder”. Diante de tantos escândalos
de corrupção que presenciamos nos últimos meses, precisamos deixar que a cada dia mais, a ética e a moral falar mais alto em todas as nossas atividades, que sejam sempre o melhor caminho a seguir. A ética não é opcional em nossas vidas, ela é um requisito indispensável que nos fará crescer. O caminho mais curto pode nos levar para o sentido errado do nosso desenvolvimento profissional. Tudo de duradouro que fazemos em nossas vidas é construído com bases bem estruturadas, e os alicerces sempre serão pautados em credibilidade, dedicação, moral e comprometimento. Agora é lembrar sempre dos conselhos dos mais idosos e experientes, que viveram em um mundo sem “facilidades”, onde tudo precisava ser conquistado de maneira árdua e com muito suor. Eles sempre dizem... “O que vem fácil, vai embora fácil”, em tudo na vida. Por isso, conquiste, valorize, mantenha e reconheça, sempre com muita ética e moral.
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LEGISLAÇÃO
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Consumidores sem condições de pagar restante do apartamento ou casa estão acertando com construtoras a devolução dos imóveis
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istrato é na linguagem jurídica o ato pelo qual o comprador de um imóvel na planta desiste da aquisição e solicita a devolução do dinheiro já pago. Fortaleza sofre com a crise, que afeta o setor imobiliário na questão de devolução dos apartamentos comprados. O distrato tem atingido de cheio o setor com a falta de dinheiro do comprador para continuar pagando o imóvel adquirido na planta. Isso já representa 41% dos
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imóveis aquiridos em 2015. O contrato de compra de um imóvel deve proteger em igual tamanho as partes envolvidas. Isso é para dar segurança ao consumidor e resguardar, de igual modo, o alienante na hipótese de inadimplência. Em caso da desistência da compra do imóvel, a construtora é obrigada a aceitar mesmo sem motivo e ressarcir o que o consumidor pagou de uma vez. A construtora não pode reter mais de 15% do que o clien-
te pagou, mesmo com parcelas em atraso. Não pode devolver o dinheiro em prestações e nem atrasar a entrega em mais de 180 dias. A devolução de recursos pelos distratos afeta todo o sistema habitacional, pois com um risco maior, a obtenção de crédito vai se tornar cada vez mais rara. Os órgãos de defesa do consumidor dão a seguinte orientação na hora de fazer o contrato: • Não aceitar cláusulas de irre-
vogabilidade • Não aceitar multas altas se desistir do imóvel antes da entrega • Conferir as comissões a serem pagas ao corretor e à imobiliária • Estabelecer uma negociação forma, não resolver nada por telefone • Ler tudo antes de assinar • Procurar um financiamento com antecedência • Se não obtiver crédito, não receber o imóvel • Se estiver inadimplente, não acei-
tar ameaças de execução Pesquisa feita no começo deste ano pela agência de classificação de riscos Fitch com nove incorporadas no Brasil (MRV, Moura Dubeux, Cyrela, Gafisa, Rodobens, Queiroz Galvão, João Fortes, Viver e Bookfield) apontou que a taxa de devolução chegou a 41% no período de janeiro a setembro de 2015. Dois em cada cinco compradores não conseguiram arcar com as despesas e estabeleceram o distrato no Brasil.
A venda na planta refere-se a uma casa ou apartamento que ainda não foi construído. Essa transação é dividida em duas etapas: 1 - A incorporadora comercializa as unidades para fazer caixa e pode transformar a maquete em concreto. 2 - O comprador obtém um empréstimo bancário. A incorporadora recebe sua parte do dinheiro e o futuro proprietário passa a tratar com o banco. A advogada da Associação de Con-
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sumidores Proteste, Maria Inês Dolci, diz que “o consumidor tem o direito de desistir da compra a qualquer momento, desde que ainda não tenha tomado posse do imóvel. Ao receber o imóvel, o comprador perde o direito de devolvê-lo à incorporadora”. Ela lembra que o Superior Tribunal de Justiça garante ao cliente o direito ao distrato e que a incorporadora poderá reter, no máximo 15% dos recursos já depositados, para compensar os gastos com comissões e publicidade. O presidente do Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro destaca que o distrato “é um problema que a gente tem que enfrentar. Mas é um problema mais da falta de crédito. As pessoas estão procurando crédito e não estão conseguindo. Foi restrito o acesso ao
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crédito. A Caixa Econômica Federal financiava noventa por cento. Agora só financia oitenta por cento”. Para ele, “essa diferença, às vezes as pessoas não têm”. Porém, André Montenegro lembra “que existe o aspecto especulativo”. Segundo o presidente do Sinduscon-CE “a pessoa está dando um tiro no pé, porque o imóvel sempre vai se valorizar durante o tempo. Ele dá segurança para o investimento”. André Montenegro salienta que o financiamento imobiliário ainda tem o menor juros do mercado “as pessoas têm que entender isso. Nós temos um juros de dez a quatorze por cento ao ano”. Ele aconselha que “quem comprou seu imóvel e tem condições de finaciamento não desista. Compre o imóvel, porque o juros ainda é mais barato do mercado”.
DISTRATOS
2013 24% (R$ 4,9 bilhões) 2014 29% (R$ 5,6 bilhões) 2015* 41% (R$ 4,9 bilhões) *Até setembro de 2015. Fonte Agência Fitch.